caminhos para melhorar o foco -...

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Entrevista ESPECIALISTAS E CIÊNCIA APONTAM CAMINHOS PARA MELHORAR O FOCO & 143 Março Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul BENS SERVIÇOS PRODUTIVIDADE EMPREENDEDOR SOCIAL, GUILHERME VIEGAS DISCORRE SOBRE TRABALHO EM REDE E NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS CONGRESSO Evento vai debater as relações sindicais e do trabalho DEZ PASSOS Saiba como distribuir tarefas e responsabilidades DOSSIÊ Conheça a história do batom, cujo consumo foi pouco abalado pela crise

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Entrevista

especialistas e ciência apontam caminhos para melhorar o foco

& 143

Mar

çoRevista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul

BENS SERVIÇOSprodutivid

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empreendedor social, guilherme viegas discorre sobre trabalho em rede e novos modelos de negócios

coNgrESSo evento vai debater as relações sindicais e do trabalho

dEz paSSoS saiba como distribuir tarefas e responsabilidades

doSSiê conheça a história do batom, cujo consumo foi

pouco abalado pela crise

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Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

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luiz carlos bohn

nO fOcO da fecOmérciO-rS

Você Já iMaginou quantaS vezes, ao longo de um dia de trabalho, o seu pensamento ou a sua tarefa são interrompidos? E quando isso ocorre, você consegue voltar logo ao que estava fazendo? De acordo com Gloria Mark, especialista em distração digital e professora da Universidade da Califórnia, uma pesquisa mostrou que gerentes, analistas financeiros e desenvolvedores de software levavam em média 23 minutos e 15 segundos para voltar à tarefa original, após uma interrupção.

Em um mundo com múltiplos estímulos e meios de comunicação, em que estamos constantemente conectados, precisamos ter ainda mais atenção e foco. Este é o tema da reportagem especial, em que especialistas e empresas contam o que é possível fazer para estimular a concentração e melhorar a produtividade.

Saber voltar a atenção ao que é mais impor-tante é vital neste cenário. Nesta edição, adiantamos novidades que estamos prepa-rando para a segunda edição do Congresso Estadual de Relações de Trabalho, que será realizado nos dias 23, 24 e 25 de março, em Torres. Na primeira edição, levantamos

temas de relevância para o cenário nacional. De 2016 para cá, o tema avançou: em dezem-bro, foi anunciada uma proposta do governo, enviada ao Congresso Nacional. A prevalência do negociado entre patrões e empregados sobre a legislação trabalhista é um aspecto da minirreforma trabalhista anunciada pelo presidente da República, Michel Temer.

A primazia dos acordos coletivos de trabalho sobre a CLT deverá alcançar pontos relativos à jornada de trabalho e à remuneração. Quando o negociado prevalece sobre o legislado, há mais segurança jurídica, o que auxilia na expansão do emprego formal. E isso é bom para todos, não somente ao empresariado. A minirreforma, por sinal, será abordada em um talk show do evento.

Um ano após o primeiro congresso, reiteramos o caminho que é necessário tomar e vamos repetir isso quantas vezes for necessário: é preciso modernizar a CLT, para que o país avance de forma mais rápida, com geração de emprego e renda. A legislação trabalhista está obsoleta e não faz mais sentido: é uma geradora de conflitos e custa mais caro do que o benefício que propicia para as partes. Está lançado o convite!

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especial / produtividade

revista bens & serviços / 143 / março 2017

sum

ário

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ViVemos em uma era acelerada

e hiperconectada, que faz da

falta de atenção um desafio

crescente. saiba quais são os

caminhos que a ciência aponta

para aprimorar a capacidade de

foco e concentração e o que

as empresas estão fazendo para

amenizar o problema

40

dossiê

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marketingplanejamento

para reconquistar clientes

perdidos, é preciso ir além de

compreender o que houVe de

errado, elaborando estratégias

12

quais são as expectatiVas e como

se preparam o comércio Varejista

e o turismo em um ano com

muitos feriados durante a semana

um dos itens inseparáVeis do

público feminino, o batom passou

por Várias transformações ao

longo da história

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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente

responsável da matéria-prima florestal.

Selo FSC

PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil

CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

www.revista.fecomercio-rs.org.br

Presidente:luiz Carlos bohn

Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani, ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner

(licenciado), diogo Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva,

ivanir antônio Gasparin, João Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson

lídio nunes, ronaldo Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair

umberto mussoi, élvio renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari

diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,

davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack (licenciada), Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes

lopes, Gilberto aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio

Harb Gobbo, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,

remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio

odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco

amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares reinaldo (licenciado), marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi,

régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa

conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys Coward Fogliatto

delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari

conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi

assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, Juliana borba e

Simone barañano

coordenação editorial: Simone barañano

Produção e eXecução: temática Publicações

edição: Fernanda reche (mtb 9474)

rePortagem: Cláudia boff, diego Castro, laura Schenkel e micheli aguiar

colaboração: Edgar vasques, Flávio obino Filho, laís albuquerque, lucas Saad, nathália Cardoso, nathália lemes, rafael Pandolfo e roberto Paranhos

do rio branco

edição de arte: Silvio ribeiro

reVisão: Flávio dotti Cesa

imagem de caPa: ©iStock.com/Jack Studio

tiragem: 21,1 mil exemplares

é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

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Sobre / diversidade

Palavra do Presidente

Notícias & Negócios

Planejamento

10 Passos / Como delegar tarefas

Opinião

Entrevista

Sindicato

Marketing

Especial / Produtividade

Saiba Mais

Sesc

Congresso

Negócios

Senac

Dossiê / batom

Nicho / Estacionamentos

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Monitor de Juros

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DiversidadeA diversidAde é o que dá grAçA à

vidA. A repetição, Além de monótonA,

não trAz conhecimento nem fAz

evoluir. conhecer novAs culturAs,

crençAs, cores e entender que o

diferente é normAl deveriA ser umA

metA pArA todos. respeitAr o outro,

não importAndo quem ele sejA, é um

grAnde Ato de humAnidAde

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O desenvolvimento humano só existirá se a sociedade civil afirmar cinco pontos fundamentais: igualdade, diversidade,

participação, solidariedade e liberdade. “ Herbert de Souza Betinho, sociólogo brasileiro (1935-1997)”

“É cada vez mais presente a noção de que a sociedade atual é marcada pela maior proxi-midade das culturas e pela interconexão de sistemas de significação, sendo imprescindível a compreensão crítica da diversidade cultural e das expressões culturais resultantes desse pro-cesso, especialmente em um contexto sociocul-

tural ainda marcado por profundas desigualdades econômicas e desequilí-brio de forças.”Fayga Moreira e

Paula zivian, no artigo Indicações de leitura sobre a diversidade cultural, publica-do na edição nº 8 da revista Observatório Itaú Cultural

“Diversidade não é sinônimo de

diferença e/ou inclusão, mas

sim de integração de pessoas.

Pode-se ter alguém ‘diferente’

no grupo, mas não integrá-lo.

A diversidade é o DNA de toda

empresa contemporânea, e

quem não a coloca como

pauta organizacional provavelmente obterá baixa

produtividade, reclamações trabalhistas, estagnação

de ideias e insatisfação de clientes. Compreender-se

como diferente, e ao mesmo tempo semelhante, é

uma demanda da liderança atual.”victor ricHarte Martinez, pesquisador em gestão de

pessoas e inovação na ESPM-SP

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notícias negócios&Ed

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Varejo brasileiro é umdos que mais têm perdas

As perdas nas atividades de comercialização de bens, por causa de roubos, furtos e problemas operacionais, atingiram a marca de 2,25% do faturamento líquido das empresas varejistas brasi-

leiras, conforme estudo anual divulgado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Con-sumo (Ibevar). Doces e bebidas (quase 50%) nos super-mercados e calças e tênis nas lojas de moda são os itens mais furtados no varejo nacional. As perdas gerais são substancialmente maiores do que as registradas em outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, elas correspondem a 1,27%, e no Japão, 1,35%. O país, toda-via, já dispõe de tecnologias e formas de gestão que po-dem reduzir o índice em 80%, segundo os especialistas. Falta colocá-las em prática.

Governo GAstA menos 2,6% em 2016

O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

divulgou o recuo de 2,6% nos custos com a máquina

pública em 2016, na comparação com o ano anterior – o

que corresponde a R$ 953,8 milhões. A maior economia,

conforme o governo federal, foi em gastos com passagens

– cujas despesas caíram 20,5% no mesmo período. Em

segundo lugar estão materiais de consumo, com queda

de 7,2%, seguidos da locação e conservação de imóveis,

que diminuiu 6,3%. No entanto, houve aumento de outros

itens no ano passado em relação a 2015, como serviços

bancários e de consultorias (29,4%), despesas com diárias

(17,2%) e gastos com energia elétrica e água (5,6%).

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, explica que o

crescimento da despesa com diárias deve-se à realização

de eventos como os Jogos Olímpicos, que ocorreram no

Rio de Janeiro, de 5 a 21 de agosto de 2016, e ao traba-

lho da Força Nacional de Segurança.

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espaço sindical

sindilojAs são BorjA celeBrA permAnênciA

de posto fiscAl O presidente do Sindilojas São

Borja, Ibrahim Mahmud, e o representante dos

contadores Aldori Zanini entregaram ao gover-

nador José Ivo Sartori e ao deputado estadual

Ibsen Pinheiro um pedido para a permanência e

manutenção do posto fiscal do ICMS na cidade

de São Borja, que estava prestes a ser fechado.

No dia 8 de fevereiro, Mahmud soube por Ibsen

Pinheiro que o local será mantido pelo Estado.

sindilojAs cAxiAs do sul visitA vereAdores

O presidente do Sindilojas Caxias, Sadi Donaz-

zolo, a vice-presidente Idalice Manchini e a

gerente executiva Lisandra De Bona tiveram

uma audiência com o presidente do Legislativo

de Caxias do Sul, Felipe Gremelmaier, em 9 de

fevereiro. Donazzolo reforçou a importância das

ações realizadas pelo poder público para coibir

o comércio ilegal de ambulantes em Caxias.

sindilojAs-nH se reúne com prefeitA Em

2 de fevereiro, a prefeita de Novo Hambur-

go, Fatima Daudt, recebeu o presidente do

Sindilojas-NH, Remi Scheffler, e a vice-presidente

Nelci Horst da Silva em seu gabinete. Os líderes

empresariais apresentaram uma pauta de

sugestões voltada ao desenvolvimento econô-

mico, com foco no comércio.

sindilojAs porto AleGre promove missão

à veste rio A capital carioca será o destino da

próxima Missão Empresarial promovida pelo

Sindilojas Porto Alegre. De 26 a 28 de abril, o

grupo de lojistas terá a chance de participar

da Veste Rio, organizado em parceria pelo ca-

derno Ela, do Globo, e a revista Vogue. Empre-

sários associados à entidade têm condições

especiais para participar.

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NH

fim dA coBrAnçA do diferenciAl de AlíquotAs pode ser

votAdo O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin,

deu seguimento ao processo que trata sobre o fim da cobrança do

diferencial de alíquotas às empresas do Simples. Conforme publicação

no Diário da Justiça, foi solicitada a inclusão do processo na pauta de

julgamento do plenário do STF. Com isso, a Fecomércio-RS acredita que

Fachin, o relator da ação, já esteja com seu relatório pronto, indicando

uma votação possivelmente já em março. A entidade é interessada

na causa e interventora para atuar de forma assistencial. A Federação

defende que existe uma violação ao tratamento diferenciado conferido

constitucionalmente às Micro e Pequenas Empresas (MPE).

noVidades na declaração de ir 2017A entrega da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física 2017 (ano base 2016) já pode ser realizada e tem algumas novi-dades. Os dependentes, com 12 anos completos até 31 de dezembro 2016, deverão ter CPF para serem relacionados no Imposto de Renda. Caso o contribuinte tenha bens e direitos no Exterior, deverá entre-gar a Declaração de Capital Brasileiro no Exterior 2017 (CBE), ano base 2016, cujo prazo termina em 5 de abril. A recomendação é de correção absoluta com as informações prestadas, uma vez que a Receita Federal do Brasil possui um dos mais modernos centros de processamento de

dados do mundo, cruzando informa-ções de cartão de crédito, movimen-tações financeiras e despesas médi-cas, entre outras.

Varejo perde 108,7 mil pontos de Venda em 2016Ainda frágil em relação à crise econômica, o número de estabelecimentos comerciais no varejo registrou fechamento líquido de 108,7 mil lojas com vínculo empregatício em todo o Brasil no ano de 2016. O núme-ro, apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é o pior desde 2005, quando o levantamento foi iniciado. Lideraram os encerramentos de lojas os ramos de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-34,8 mil lojas), lojas de vestuário, calçados e aces-sórios (-20,6 mil) e lojas de materiais de construção (-11,5 mil).

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três perguntas

Luiz Fernando Garcia é pales-

trante, facilitador, empresário

e terapeuta especializado em

donos de negócios. Gradu-

ado em administração de

empresas, é também psicó-

logo e psicanalista. É autor de

diversos livros, como Empresá-

rios no divã e O Inconsciente na sua vida profissional.

o que são os seus mecAnismos de defesA e

pArA que eles servem? São processos psicológicos

necessários para que possamos manter diante de

frustrações, angústias e ansiedades uma integridade

emocional, que possa resolver esses problemas com

relativa estabilidade. Todos temos e precisamos de-

les. O problema é quando isso se torna cristalizado,

isto é, o indivíduo não consegue viver sem eles.

fAlHAs de comunicAção são responsáveis por

Até 90% dos proBlemAs de umA empresA. o que

se deve fAzer pArA melHorAr A comunicAção?

É preciso ter concretude, simplicidade e conexão.

Concretude é: quando pedir alguma coisa, traba-

lhar com menos metáforas e trabalhar sobre o que

é concreto. Simplicidade é delegar ou direcionar

pessoas com comando simples contendo verbos

de ação e parâmetros de prazo. Conexão: que o

indivíduo possa ter compreendido a mensagem e

responder positivamente a ela.

você utilizA o método de tipos psicolóGicos

em centenAs de empresAs. conHecer esses perfis

pode prevenir proBlemAs de Gestão? Sim. São

16 tipos de personalidades, cada uma com orien-

tações vocacionadas para funções diferentes. Por

exemplo, o introvertido precisa trabalhar com uma

coisa por vez em um ambiente mais isolado e onde

possa se concentrar. Isso o motiva. Se um indivíduo

tem sua orientação voltada a uma função que con-

templa essa necessidade, se torna mais produtivo.

notícias negócios&D

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o

atiVidade econômica cai 4,34%de acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), a economia brasileira teve queda de 4,34%, em 2016. Também houve retração do indicador no último trimestre do ano: 3,13%, na comparação com o mesmo perí-odo de 2015. A desaceleração foi observada ainda na avalia-ção do quarto e do terceiro trimestre de 2016, que apontou déficit de 0,36%. O IBC-BR apresenta informações sobre o nível de atividade da indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volu-me de impostos. Ele serve como parâmetro para avaliar o rit-mo da economia brasileira ao longo dos meses. Já o Produto Interno Bruto (PIB), que é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra-se o indicador ofi-cial sobre o desempenho da economia. A previsão é de que o PIB 2016 seja divulgado oficialmente em 7 de março.

europa Volta a crescerApós quase uma década, os 28 membros da União Europeia retomaram o crescimento econômico, com expectativa de manter os bons resultados em 2017 e 2018. Conforme rela-tório da Comissão Europeia, a expectativa é de que o cres-cimento tenha chegado a 1,9% em 2016, podendo cair 1,8% neste ano e no próximo.Entre os piores resultados do ano passado estão: Grécia (0,3%), Itália (0,9%), França (1,2%) e Portugal (1,3%). Já os melhores foram: Espanha (3,2%), Eslováquia (3,3%), Irlanda (4,3%) e Ro-mênia (4,9%). O que pode ter puxado a recuperação europeia, segundo o relatório, é o crescimento do consumo privado em meio à queda do desemprego. A consultoria PwC projeta que a Europa deve perder em peso econômico no longo prazo, pas-sando de 15% do PIB mundial hoje para 9% em 2050. Já a Itália

cairia da 12ª posição para a 21ª no ranking das maiores economias por paridade de poder de compra.

©iStock.com/Domin Domin

©iStock.com/F Stop123

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KodAK fAz peGAdinHA pArA estimulAr o exAme de vistA

Não enxergar bem traz dificuldades no dia a dia e também pode levar as pessoas a perderem oportunidades. Essa é a mensagem da campanha das Lentes Kodak, produzida pela Agência3. O objetivo é estimular os internautas a consultarem um oftalmologista para fazer o exame de vista. No filme, em estilo pegadinha, um rapaz estaciona seu carrinho de cachorro-quente no centro do Rio de Janei-ro e coloca ao lado um cartaz anunciando a promoção do dia. Mas em vez de ler as letrinhas pequenas que anunciam que o cachorro-quente é de graça, a maio-

ria das pessoas não enxerga a promoção e paga o sanduíche. Só ao final se dá conta de que perdeu uma oportunidade. A Organização Mundial da Saúde aponta que dois em cada três casos de cegueira poderiam ser evitados se as pessoas consultassem regularmente um médico oftalmologista. O primeiro exame deve ser feito logo após o nascimento.

Branding

refAz 2017 possiBilitA

reGulArizAção do icms As empresas

gaúchas têm até 26 de abril para aderir

ao Refaz 2017 – programa especial de

regularização de débitos do Imposto so-

bre circulação de mercadorias e serviços

(ICMS). Ele é destinado aos negócios que

estejam inscritos ou não em dívida ativa,

inclusive ajuizados e vencidos até 30

de junho de 2016. Nesse mesmo prazo,

deve ser quitada ou paga a primeira

parcela devida.

Para a homologação do pagamento, é

necessário formalizar o pedido de ade-

são ao Refaz por meio de formulário da

Receita Estadual. A adesão ao progra-

ma estadual proporcionará a redução

de 40% dos juros, podendo-se reduzir a

multa em até 100% para optantes pelo

Simples Nacional ou chegar a 85% para

as demais empresas.

No caso de parcelamento, sendo o valor

da primeira parcela inferior a 15%, a pos-

sibilidade de pagamento de 61 a 120

parcelas é restrita às empresas optantes

do Simples Nacional. Porém, não são

passíveis de inclusão no programa os

créditos tributários que foram ou que são

objeto de depósito judicial. Mais informa-

ções: www.sefaz.rs.gov.br.

2,4 mil já aderiram ao programa de regularização tributáriamais de 2,4 mil devedores, com débitos incluídos na Dívida Ativa da União, já aderiram ao Programa de Regularização Tributária. O prazo para adesão para os débitos administrados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) começou em fevereiro e vai até 3 de julho. O valor das dívidas incluídas no pro-grama é de R$ 800 milhões, sem considerar os débitos de contribuintes com a Re-ceita Federal. Com o programa, válido para débitos vencidos até 30 novembro de 2016 e criado por meio de medida provisória, o governo espera arrecadar cerca de R$ 10 bilhões em débitos de contribuintes tanto com a Receita Federal quan-to com a PGFN. O devedor poderá pagar 20% do débito à vista e dividir o restante em até 96 prestações. Caso não tenha condições de dar a entrada, o contribuinte poderá aderir a um parcelamento de 120 meses, com valores crescentes das parcelas.

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rod

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menor percentual de cheques deVolVidos desde 2015 o percentual de cheques devolvidos pela segunda vez por insuficiência de fundos em janeiro foi de 2,12% em relação ao total de cheques compensados. As informa-ções são do Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos. Desde agosto de 2015, quando o índice foi de 2,11%, não se registrava um percentual de devolução tão baixo. A redução da inflação, a queda dos juros e a entrada da segunda parcela do 13º salário na economia em dezembro, com os consumidores priorizando o pagamento de dívidas, contribuíram para reduzir a inadimplência com cheques no primeiro mês de 2017. Entre os estados, o Amapá segue na liderança do ranking de cheques sem fundos: foram 25,79% de cheques devolvidos em janeiro/2017. O Rio Grande do Sul ficou na 22ª posição, com 1,82% de cheques devolvidos. Santa Catarina foi o estado com o menor percentual (1,57%).

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planejamento

de ressaca. A expectativa é de mais um ano duro e difícil para os empresários de todos os setores. Situação que não deve receber ajuda do calendário, considerando o grande número de feriados em dias úteis. No total, sem somar os municipais, serão 12 pausas entre segunda e sexta-feira. A previsão de especialistas é de que o comércio varejista sinta um maior impacto. Já para o turis-mo, as expectativas são animadoras.

De acordo com Patrícia Palermo, economista-chefe da da Fecomércio-RS, os feriados costumam atrapalhar o comér-cio varejista devido à quase impossibilidade de recuperar os negócios perdidos durante os dias de pausa. “Parte das ven-das acontecem porque a pessoa passou em frente à loja, foi motivada por algo. Se o local estiver fechado, a compra não ocorre e dificilmente será feita em outro momento”, expli-ca. A economista também enfatiza que o comércio varejista

Após viver um 2016 de recessão, o brAsil começA 2017 AindA

om 12 pausas em dias da

semana ao longo de 2017,

comércio varejista e turismo

se preparam de formas

distintas para encarar o ano

cDesafio: feriaDo

©istock.com/in Future

texto micheli Aguiar

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de regiões urbanas perde mais com feriados em dias úteis. “Pausas prolongadas redirecionam a demanda, ou seja, quem está na cidade não circula, então não compra. Mas quem viaja consome no outro local. Comércios de pontos turísticos acabam absorvendo esse movimento”, destaca.

Daí a importância da fidelização dos clientes e da comu-nicação com eles. Quanto mais as empresas conseguirem participar, de alguma forma, dessa alteração de rotina, me-nos impactante será a perda e maior será a capacidade de recuperação da queda de receitas. “Investir na comunicação e conteúdo pelas redes sociais é algo que a cada dia se torna mais relevante. Ter um e-commerce bem estruturado é outra garantia de receita mantida, pois estamos falando de uma loja que funciona 24 horas por dia”, orienta.

PLANEJAMENTO

O planejamento assume papel-chave no comércio va-rejista. É necessário antecipar ações, divulgar promoções e instigar o consumidor em períodos em que ele quer des-cansar. Nas Lojas Benoit, uma das estratégias usadas para reduzir o efeito nas vendas durante o período de feriados é planejar ações de forma antecipada. De acordo com a assessoria de imprensa da rede, que conta com mais de 200 lojas nos três estados do Sul, os feriados sempre im-pactam nas vendas. Por isso, realizam diversas atividades comerciais para atrair os clientes às lojas em outros dias. A empresa antecipa promoções e também segue com a divulgação nas redes sociais.

TURISMO

Já quem está no lado do turismo tem mais a comemorar. O que não significa que não precise investir em comunicação e produtos diferenciados para atrair mais consumidores. A ex-pectativa do Ministério do Turismo é de que os feriados pro-longados movimentem R$ 21 bilhões e gerem 10,5 milhões de viagens este ano. O levantamento considerou 22 dias de folga ao longo de 2017 e excluiu do cálculo o Carnaval, a Semana Santa, o Natal e o Réveillon, datas tradicionais de alta movi-mentação nos aeroportos, rodoviárias e rodovias.

Além das chamadas viagens de tiro curto, aquelas que se faz em um ou dois dias, os brasileiros poderão aumentar

a quilometragem, já que boa parte dos feriados cai em uma quinta-feira, o que permite emendar quatro dias de pausa. É direcionando parte do foco nesse perfil de turista que o Hotel Casa da Montanha, em Gramado, monta programa-ções especiais para cada feriado e data festiva. “Os feriadões aumentam a ocupação do hotel e geram movimento muito bom na cidade. Para a Páscoa, por exemplo, teremos mesa de chocolate no café da manhã e programação especial para as crianças. Durante a Festa da Colônia, entre abril e maio, também vamos entrar no clima. No último final de sema-na de março, começamos a temporada de Cine Gourmet, evento criado há dez anos e que une o bom cinema à alta gastronomia, brindando os hóspedes com novas sensações”, destaca Elis Angela Gheno Zilli, gerente comercial do Hotel Casa da Montanha.

A maior parte dos turistas que chegam ao estabelcimen-to, segundo Elis, vem dos estados do Rio de Janeiro, São Pau-lo, Paraná e Santa Catarina. Por isso, o Casa da Montanha tem uma estratégia na internet e mantém o site constante-mente atualizado. “A interação com nossos clientes é diária pelas redes sociais e parte das vendas acontece via e-com-merce”, afirma Elis.

feriaDos estaDuais2 de fevereiro (quinta-feira) – nossa senhora dos navegantes

20 de setembro (quarta-feira) – revolução Farroupilha

feriaDos NacioNais28 de fevereiro (terça-feira) – carnaval

14 de abril (sexta-feira) – paixão de cristo

21 de abril (sexta-feira) – Tiradentes

1º de maio (segunda-feira) – dia mundial do Trabalho

15 de junho (quinta-feira) – corpus christi (ponto facultativo)

7 de setembro (quinta-feira) – independência do brasil

12 de outubro (quinta-feira) – nossa senhora Aparecida

2 de novembro (quinta-feira) – Finados

15 de novembro (quarta-feira) – proclamação da república

25 de dezembro (segunda-feira) – natal

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10 p

ass

os Como delegar tarefas Como delegar tarefas

DiviDinDo responsabiliDaDes

A proveitar bem o tempo, em meio a uma agenda cheia de compromissos,

requer técnica e ajuda de lideranças estratégicas para a empresa. por

isso, é fundamental saber como distribuir tarefas e responsabilidades,

possibilitando que os colaboradores tenham embasamento para

tomar decisões e definir as ações certas em suas funções

Aposte nAs liderAnçAs

Centralizar muitas tarefas em uma só pessoa é um erro comum dos gestores, consumindo muita

energia e um tempo desnecessário. Na obra Introdução à Teoria Geral da Administração, o doutor

em Administração Idalberto Chiavenato diz que a delegação é “o processo de transferir autoridade

e responsabilidade para posições inferiores na hierarquia”. O presidente do Instituto Brasileiro de

Coaching (IBC), José Roberto Marques, completa o conceito: “Significa entregar responsabilidade,

conceder autonomia a um profissional ou equipe para que se desenvolvam atividades ligadas ao

operacional ou à gestão de processos e pessoas”.

ConheçA o perfil de CAdA um

Além de estar atento à competência e saber qual o conhecimento técnico de cada um, Marques

lembra que é preciso identificar o perfil comportamental dos colaboradores. Somente assim será

possível identificar quem é a pessoa certa para assumir determinada tarefa. No caso de atividades

relacionadas ao controle financeiro, segundo ele, o mais indicado é delegar a função para um

analista. Profissionais para trabalhar em marketing e atendimento devem ter um perfil comunicador.

Somente conhecendo as habilidades dos membros da sua equipe será possível ao chefe delegar

com assertividade cada responsabilidade.

um

dois

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Como delegar tarefas

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Como delegar tarefas

dê feedbACks ConstAntes

Estimule seu subordinado a tirar suas dúvidas sobre a tarefa. Esteja aberto também para ouvir

opiniões e sugestões que ajudem a melhorar a empresa, assim como seus próprios processos.

Podem-se enviar e-mails – não de cobrança, mas perguntando se há alguma dificuldade ou forma

de ajudá-lo em determinada atividade. Dessa forma, mantém-se linhas abertas de comunicação

com os colaboradores para responder a questionamentos e dar orientações, quando necessário.

Por meio da retroação, dá-se a certeza da direção certa, aumentando a autoconfiança. Também é

uma forma de dar feedbacks às equipes.

designe A tArefA inteirA

Não existem técnicas específicas para delegar responsabilidades. Conforme o presidente do IBC, a

forma correta dependerá da cultura, de processos internos e das formas de relacionamento dentro

da organização. O mais indicado, no entanto, é delegar a tarefa inteira a um colaborador e não

dividi-la entre várias pessoas. Isso fará com que cada indivíduo tenha responsabilidade completa

sobre determinado assunto, aumentando a sua iniciativa e o seu comprometimento, além de

proporcionar ao gerente melhor possibilidade de controle sobre os resultados.

monitore As AtividAdes

Quando o gestor decide compartilhar algumas de suas atividades, deve acompanhar de

perto o andamento do trabalho. O controle sobre a delegação, conforme Marques, poderá

ser feito por avaliação de desempenho, assim como pelo atingimento das metas propostas

para cada tarefa e do seu próprio rendimento. “É preciso que o empresário, além de

delegar, crie meios de monitorar, avaliar e mensurar a produtividade, para saber se ela está

de acordo com as expectativas”, afirma Marques. Dessa forma, cada um fará a sua parte

para que tudo ocorra da melhor forma possível.

dê AutoridAde e informAção

Repassar tarefas não significa fazer uma delegação completa. O colaborador deve ser também

imbuído de responsabilidade para realizá-la e ter a autoridade para desempenhar o trabalho da

maneira que for melhor para todos. Um processo bem-sucedido inclui informação sobre o quê, por

que, quando, onde, quem e como fazer tal atividade. Quem recebeu determinada designação

deve compreender a tarefa, o que se espera alcançar, a verba e os recursos necessários, assim

como a quem se retratar e quando os resultados devem ser apresentados.

cinc

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seis

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Como delegar tarefas 10 passos

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fAçA do frACAsso um AprendizAdo

Tanto o sucesso como o fracasso de uma tarefa recaem sobre quem a delegou. Se a sua estratégia

não deu certo, identifique os erros e ações que poderão fazer com que não ocorram novamente.

Não puna quem esteve à frente da atividade, pois a responsabilidade também é de quem delegou.

Aproveite para refletir sobre o que aconteceu e buscar novos caminhos para se chegar

a resultados positivos. Dessa forma, é possível recomeçar sem fragilizar a equipe, transformando

esse momento de fracasso em aprendizado.

Controle os resultAdos

Outro ponto fundamental é realizar a implementação de indicadores para mensurar e avaliar o de-

sempenho e a entrega de cada profissional e da equipe. De acordo com o coach, são os proces-

sos que nortearão as atividades a serem desempenhadas. Já os resultados poderão ser visualizados

por meio de metas. A avaliação do que foi ou não alcançado deve ser periódica, pois gera infor-

mações preciosas para possíveis ajustes na estratégia. Esses parâmetros contribuirão para a melhoria

dos processos de trabalho e a aceleração de resultados. Marques ressalta que o sucesso depende-

rá da clareza dos objetivos, dos projetos e dos frutos do trabalho.

delegue em diferentes níveis

Delegar é uma arte de grande valia durante a execução de atividades tanto em caráter pessoal

como profissional. Por isso, ela pode se dar em diversas maneiras: tanto em pessoas do mesmo

nível hierárquico em uma empresa, como entre amigos, marido e mulher, além de outras situações.

Qualquer tarefa presente em sua lista de prioridades, cujo o encargo da realização será feito por

outra pessoa, é considerado um processo de delegação. Por isso, reveja seus conceitos

e delegue tudo o que puder, pois a centralização dificulta tanto o crescimento como o

desenvolvimento de pessoas e organizações.

reCompense o desempenho

Cada empresa tem uma forma de recompensar, ou não, o desempenho da equipe. Marques diz

que a decisão dependerá da política da organização. “Elas podem ir desde comissão, jantares,

viagens, cursos, livros a vale-compras”, exemplifica. Aproveite o sucesso das tarefas para motivar as

equipes, agradecendo, parabenizando e elogiando os colaboradores. Atitudes como

essas aumentam a confiabilidade e o respeito entre os envolvidos, colaborando para

que os bons resultados se repitam.

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Foram os indianos que, a partir de 2005, decidiram redescobrir o caminho das Índias. Curiosamente, a Índia tem cida-dãos muito presentes em inúmeros países, inclusive nas Guianas e no Caribe, mas esse número é pequeno na América do Sul e no Brasil. Começaram aqui no setor farmacêu-tico e na área de informática. Estima-se que haja cerca de 2 mil indianos hoje no Brasil.

Em 2006, Brasil e Índia decidiram fortalecer as suas relações, sendo que o Brasil foi escolhido por ser a maior economia da América Latina e o principal país do Mercosul. A Índia tem cerca de 450 produtos e procura chegar a 2 mil nos acordos do Mercosul. Agora, com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), o Mercosul, que estava bastante enfraquecido, passa a ter mais importância. A Índia, com seu 1,3 bilhão de habitantes, muito mais com seus 400 milhões de classe média, representa uma enorme oportunidade.

Talvez não haja nenhum país no mundo com tantos cidadãos tão bem-sucedidos em diferentes países como Estados Unidos, países da Commonwealth, África e Canadá, além de serem fortíssimos empresários em toda a região do Golfo, Oriente Médio e Ásia. Com a nossa timidez para sermos

internacionais, são os parceiros ideais nessas regiões.

O Rio Grande do Sul é, sem dúvida, um dos estados mais atrativos para os investimentos internacionais, e fortemente dos indianos, por suas vocações no agronegócio, na indústria e nos serviços. Por sua vez, alguns dos principais investidores brasileiros na Índia são gaúchos.

Uma das maiores taxas de crescimento do PIB dos últimos anos tem sido a da Índia. As projeções feitas pelos principais gurus da economia mundial colocam a Índia como uma das três maiores daqui a 20 anos.

Além disso, a Índia, com o recente eleito primeiro-ministro Nahendra Modhi, está vivendo um momento excepcional. Ele já provou ser um administrador muito competente e eficiente ao criar dois importantes programas: Make in India e Digital India.

Tivemos em meados de fevereiro um seminário em que esses programas foram detalhados. Nós, brasileiros, devemos não só exportar mais, mas firmarmos parcerias mais duradouras e também sermos mais internacionais. Vamos ao encontro das especiarias da Índia.

RobeRto PaRanhos do Rio bRancoPresidente da Câmara de Comércio Brasil-Índia

RedescobRindo o caminho das Índias

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entrevista

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Guilherme Viegas

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O que faz pulsar O cOraçãO

Você abandonou uma carreira como serVidor públi-

co para empreender. o que o leVou a isso? Eu iniciei na carreira pública bem cedo, no Badesul, após trabalhar na área privada. Assim, consegui ter uma condição financeira em que as minhas necessidades estavam plenamente aten-didas, em um trabalho que não era tão desgastante quanto na área privada, pois tinha carga horária menor. Mas eu tenho uma visão muito empreendedora e de inovar, e o ambiente não me parecia amigável neste sentido. Teorica-mente, eu estava em um lugar que era o objetivo de muitos profissionais, mas aquilo não me fazia feliz. Busquei apoio de pessoas mais experientes, que me ajudaram a esclare-cer os meus passos seguintes. Entrei em um processo de autoconhecimento que provocou uma reviravolta para buscar um caminho mais conectado comigo, com quem eu sou e o que eu posso fazer de melhor para o mundo.

em um Vídeo, Você comenta que “não tem receita de

bolo nem uma forma certa de fazer um caminho pro-

fissional”. qual é a sua Visão sobre carreira, hoje? O que a maioria das pessoas pensam é que a carreira é ter uma profissão com base no que estudamos na faculdade. Por exemplo, sou advogado, então tenho que seguir o ca-minho que está posto sobre aquela profissão. Cada um tem a possibilidade de construir uma carreira autoral ba-seado em seus talentos, habilidades e nas causas em que acredita. Isso é o avesso do que costumamos aprender.

após trabalhar em empresas mais tradicionais e no

setor público, como é se aVenturar em caminhos

mais incertos? É uma mistura de sentimentos. Por um

uilherme Viegas é empreendedor social e facilitador de experiências

sobre empreendedorismo, inoVação social e economia colaboratiVa.

graduado em administração de empresas, trabalhou na iniciatiVa

priVada até passar em um concurso público. a experiência o leVou a

outro caminho, que culminou na fundação da pulsar, hub de cultura

empreendedora local que promoVe experiências de educação e busca

desenVolVer negócios disruptiVos para a noVa economia

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Por laura schenkel

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entrevista

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lado, tenho mais coerência comigo mesmo, trabalhando com algo que realmente faz sentido para mim. Por outro lado, por ser um caminho incerto e desconhecido para a maioria das pessoas, desperta muitas dúvidas e questiona-mentos. Há uma dificuldade financeira em se estabelecer nesses processos, mas acredito que isso existe dentro de qualquer tipo de carreira.

neste cenário, é preciso mais orGanização para estabe-

lecer cronoGramas? Com certeza. Dentro de um cená-rio que não tem tanta ordem, as pessoas precisam assumir um papel de responsabilidade e de protagonismo, porque talvez não vai ter alguém que mande nelas ou que controle seus horários. O que existe é uma confiança de que cada um entenda o seu papel e o que precisa fazer. É uma mu-dança de paradigma.

como surGiu a pulsar, empresa da qual Você é co-

fundador? Deixei a carreira pública com um fundo de reserva para me manter e poder experimentar novas possibilidades ao longo de um ano. Passei 2014 experi-mentando várias coisas, viajei, conheci pessoas, coletivos e empresas que estavam empreendendo, colaborando e inovando Brasil afora. Em Porto Alegre, me envolvi com movimentos bem bacanas que buscavam um outro olhar sobre organizações, empreender e colaborar. Um deles foi a Casa Liberdade, um espaço aberto onde várias pesso-as trabalhavam, criavam e colaboravam. Ter acesso a isso me abriu outro horizonte. Se antes de estar na carreira

pública eu já me envolvia em diversas atividades fora do trabalho, o que aconteceria se eu me dedicasse com toda a energia e full-time a isso? Foi isso que comecei a fazer. Pensei em quais eram as causas que me impactavam e resolvi experimentá-las. Comecei a falar em atividades sobre essa nova economia que estava experimentando e recebi o convite para trazer um projeto de educação empreendedora, que estava sendo desenvolvido em Los Angeles, para jovens de Porto Alegre. A experiência en-volveu diversos estudantes e universidades daqui e foi a inspiração para que eu e o Tainan Caballero criássemos a Pulsar, ao fim de 2014. Nossa intenção era levar a cultura empreendedora e esse novo olhar para dentro da univer-sidade, para que o jovem pudesse construir desde o início uma possibilidade de carreira empreendedora e autoral, criando ou não um negócio.

como é empreGar metodoloGias não tradicionais em

ambientes tradicionais? É um desafio enorme, mas quan-do vejo os resultados e o impacto que tem nesses ambien-tes, o trabalho compensa. Em estruturas tradicionais, as pessoas não têm o espaço que gostariam para se expres-sar e conseguirem atuar de forma a trazer muitos bene-fícios para o ambiente e para elas mesmas. Muitas vezes, os indivíduos são cerceados pelo que está posto, naquele formato de que “é assim porque sempre foi assim”. Ob-servamos isso na educação e no ambiente corporativo. A sala de aula é um ambiente industrial, com cadeiras uma atrás da outra. A relação do professor com os alunos é de

Guilherme Viegas

“Cada um tem a possibilidade de construir uma carreira autoral

baseado em seus talentos, habilidades e nas causas em que acredita. Isso é o avesso do que

costumamos aprender.”

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autoridade, e isso impede que brotem conversas e trans-formações significativas, pois o meio não está desenhado e aberto para tal. Dentro das empresas, esse mesmo padrão pode ser visto na relação gestor/funcionários, nas formas como são feitas as reuniões, como são tomadas as decisões e como são apresentados planejamentos e estratégias. Isso ocorre em uma estrutura de cima para baixo. O que essas metodologias com que eu trabalho trazem, ao contrário do que muitos pensam, não é nada exótico. É muito mais sim-ples. É resgatar um olhar focado nas pessoas, com muita conversa e troca.

qual é a importância de se trabalhar em rede, hoje?

Vou explicar isso pelas lentes da Pulsar. Da metade do ano passado para cá, ela era uma empresa que seguia a cartilha, com estrutura societária padrão. Comecei a ter contato com pessoas que se conectavam por uma forma de empreender em rede e me encantei por isso. Agora es-tamos tentando transformar a Pulsar em uma empresa em rede, sem proprietários. A ideia é que as pessoas que tra-balham conosco colaborem para criar resultados melhores para todo mundo e a gente compartilhe esses resultados financeiros ou não de acordo com o envolvimento e a par-ticipação de cada um em determinado projeto. O formato de rede permite trazer mais pessoas para uma tarefa ou

“O formato de rede permite trazer mais pessoas para uma tarefa ou projeto específicos, em uma

estrutura mais aberta e horizontal. Isso tem como benefício mais

flexibilidade para formar equipes e times que se encaixem nas

demandas que temos. ”

projeto específicos, em uma estrutura mais aberta e ho-rizontal. Isso tem como benefícios mais flexibilidade para formar equipes e times que se encaixem nas demandas que temos. É um modelo que pode gerar bastante abundância para todos os envolvidos e permite que as pessoas possam ser protagonistas. Viabiliza um trabalho com mais autono-mia e significado.

para que caminhos os noVos modelos de neGócios

apontam? O futuro do trabalho, dos novos modelos de ne-gócio, é essa forma de trabalhar em rede. O freelancer, antes, era até depreciado. Hoje, com as novas tecnologias, ele pode trabalhar em rede com pessoas muito boas em suas áreas de atuação e desenvolver projetos excelentes, com custo muito menor e talvez entregas de muito maior valor. O futuro dos modelos de negócios passa por novas relações de trabalho, atuação em rede, pessoas colocando seu talento a serviço dos problemas do mundo. Particularmente, acredito que os modelos de negócios do futuro são modelos de impacto lo-cal, que podem fazer parte de grandes estruturas, mas com atuação local e mais próximas às comunidades. Quando jun-tamos esses três mundos – a possibilidade de atuação em rede, os negócios mais atentos e conectados com realidades e problemas locais e com a tecnologia como mola propulso-ra disso – temos um caminho interessante.

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sindicato

Turismo ajuda comércio na crise

hoje reúne mais de 600 associados ativos e tem sua base territorial nos municípios de Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Santa Tereza, Boa Vista do Sul, Coronel Pilar, São Pedro da Serra e São Valentim do Sul. Se a crise afetou os seto-res moveleiro e metal-mecânico, grandes polos geradores de renda, por outro lado ela incrementou o turismo inter-no, em virtude da alta do dólar. Em 2015, a cidade-polo recebeu mais de 1,2 milhão de visitantes, movimentando o comércio local. Mesmo assim, já são dois anos de de-créscimo nas vendas.

O SindilOjaS BentO GOnçalveS, fundadO em 1975 pOr 11 lOjiStaS,

ntidade congrega 600

lojistas que contam com o

turismo interno para aliviar

os sintomas da crise e

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As dificuldades econômicas, deste e de outros períodos recessivos, têm estimulado a entidade a crescer, buscando oportunidades e oferecendo serviços diferenciados. “A re-presentatividade legal é um dos nossos principais objetivos, bem como as convenções coletivas anuais, mas não podemos sobreviver só de contribuições sindicais e assistenciais”, explica o presidente Daniel Amadio. Por isso, o Sindilojas Bento Gonçalves desenvolveu uma gama de produtos e be-nefícios que atraem os lojistas ao associativismo.

Convênios atraentes

O serviço mais utilizado pelos empresários é a assessoria jurídica. Um dos diferenciais do Sindilojas Bento Gonçalves é o chamado P.A., postos de atendimento bancário do Si-credi e do Banrisul, pelos quais o lojista pode pagar as suas contas, até mesmo com cheque dos clientes, diretamente na entidade pelo sistema de malotes. Além disso, há condições especiais em convênios de saúde: médicos, laboratoriais e odontológicos. O sindicato patronal também administra 1,5 mil linhas telefônicas e oferece linha de crédito, em par-ceria com o Sicredi, para reformas e ampliações, com bai-xas taxas de juros. “Vamos fechar convênio também com uma agência de empregos que poderá indicar colaboradores para as vagas abertas. Outra novidade é a possibilidade de consultoria privada, em breve, para que o comerciante se aprimore e não feche suas portas por problemas de adminis-tração”, revela o presidente Daniel Amadio.

No ano de 2000, foi criado o Sindijovem, um departa-mento ligado diretamente às atividades sociais e sindicais da entidade e que desenvolve ações junto à diretoria execu-tiva. Ele conta com a participação de empresários, filhos de empresários e representantes de entidades coirmãs. Seus lí-deres realizam projetos de desenvolvimento do setor, como palestras, cursos e campanhas para a comunidade. As ações para o Dia Internacional da Mulher já estavam em planeja-mento no início de fevereiro.

Ainda no âmbito social, o Sindilojas atua conjuntamen-te com o Senac-RS e o Sesc-RS em projetos beneficentes e ações de qualificação. “Em 2016, entregamos mil sorvetes e mil cachorros-quentes para uma entidade de auxílio aos deficientes físicos. Nós também fornecemos sacolas retor-náveis às crianças da terceira série, envolvidas em projeto

da Secretaria Municipal de Educação sobre alimentação sau-dável e sustentabilidade”, conta Amadio.

abertura do ComérCio

O comércio aos domingos está liberado dentro das con-dições impostas pelo acordo coletivo, que são o pagamento de um bônus ao trabalhador e uma folga na semana seguin-te. O que ainda se discute nas reuniões com os sindicatos de classe são quatro feriados hoje considerados proibitivos ao longo do ano: o Dia do Trabalho (1º de maio), Natal (25/12), Ano-Novo (1º de janeiro) e a Sexta-Feira Santa. Nessas da-tas, é proibido abrir o comércio, por cláusula da convenção coletiva. “Se queremos ter um foco no turismo, e há cinco rotas que passam por aqui, esse fator causa prejuízo para os estabelecimentos cujo funcionamento necessita de mão de obra contratada, até mesmo porque é nos feriadões que mais pessoas viajam”, reclama.

Se quando o Sindilojas foi fundado estava ainda muito atrelado à Câmara de Dirigentes Lojistas e seu trabalho basi-camente era o de negociar os acordos coletivos, com o passar dos anos e a sede própria, hoje o cenário é diferente. A entidade empresarial tornou-se referência para o município e a região, sendo consultada acerca de suas reivindicações pelas autori-dades públicas e candidatos em campanha. No ano passado, por exemplo, o último debate entre os candidatos a prefeito, autorizado pela autoridade eleitoral, foi realizado na sede, com transmissão ao vivo por rádio local e grande audiência.

sindilojas BenTo Gonçalves

Ano de fundação: 1975

Associados: 600

Serviços: assessoria jurídica; convênio médico e

odontológico; operações bancárias na sede da entidade;

informações cadastrais através de convênio com o

SCpC Boa vista; serviços de telefonia em parcerias com

as operadoras Claro e vivo; oferta de empréstimos a

microempreendedores através do iCC-Serra (Banco do

povo); garantia de cheques; serviço Certocar, e locações

de salas e equipamentos aos associados.

Fone para contato: (54) 3055-2030

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marketing

a cada dia mais comple-xas, não ser exclusividade para o cliente já é normal. Foi-se o tempo em que o consumidor dava a determinada loja ou marca toda a sua dedicação. Ainda assim, perder cliente não deve ser encarado como normal para nenhu-ma empresa. Por isso, entender o que levou à ruptura na relação e montar planos para a reconquista devem fazer parte das estratégias do negócio.

Para o consultor e especialista em vendas João Alberto Costenaro, o primeiro passo para entender o fim da rela-

Em tEmpos dE concorrência acirrada E dE rElaçõEs dE consumo

ntender o que levou ao

fim da relação é vital, bem

como corrigir erros e

montar estratégias para

trazer o cliente de volta

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ção é identificar o que fez o cliente ir embora. O segundo é trabalhar na solução e na reconquista. “Temos que levar em conta que a fidelidade total do cliente não existe mais. O que mais pesa é cometer o mínimo de erros. O cuidado nas instalações, as facilidades, o atendimento, produtos atraentes para o público-alvo, preços compatíveis e não deixar haver falta de produtos. Toda vez que falta algo que ele busca, a empresa está dando ao cliente a chance de experimentar o concorrente, sem que ele sinta qual-quer remorso por isso”, destaca Costenaro.

De acordo com o especialista, um dos erros dos em-presários, lojistas ou não, é pressupor o porquê da rup-tura na relação ou, antes disso, tentar adivinhar o que o cliente acha dos produtos e negócio. “É preciso que eles sejam perguntados. Pode ser uma conversa simples, mas com a finalidade de identificar alguma ação que está pre-judicando a relação.”

Para Felipe Thomé, CEO da Peepi Marketing de Defen-sores, a recuperação do cliente começa antes mesmo da ruptura no relacionamento. “Um bom sistema de gestão da carteira de clientes permite acompanhar as compras e iden-tificar se a pessoa deixou de comprar na empresa”, destaca. Thomé afirma ainda que não adianta só entender por que o cliente foi embora. “É preciso corrigir o erro, desculpar-se e oferecer algum benefício especial para que ele volte a ser cliente. E claro, não repetir os erros novamente.”

RELACIONAMENTO É TUDO

Trabalhando com uma área no Marketing chamada de Marketing de Defensores, onde o consumidor é um embai-xador da marca, o publicitário defende o bom relaciona-mento, que, para ele, começa em ouvir o cliente. “Realizar uma pesquisa de satisfação com a clientela ativa ajuda a identificar insatisfeitos, propensos a abandonar a empresa, e, com isso, agir antes que isso aconteça.” Uma ferramenta sugerida para a pesquisa é o Net Promoter Score (NPS).

“O NPS pode ser medido com uma simples pergunta: de 1 a 10, qual é a probabilidade de você recomendar nos-sa empresa para um amigo ou colega? Os clientes que res-pondem de 1 a 6 têm grande risco de deixarem sua empresa e ainda falar negativamente dela. Os que respondem 7 e 8 são os ‘neutros’ e devem receber atenção, pois podem vir

a deixar a empresa em breve. Os que respondem 9 e 10 são os chamados defensores da marca, ou seja, aquelas pes- soas que estão extremamente satisfeitas e recomendam sua empresa para seus amigos e familiares”, explica.

Apesar de todos os esforços, ainda há aquele cliente que não merece o empenho da reconquista. O mau paga-dor, aquele que não gera lucro e cujas exigências são in-compatíveis com a moral ou ética da empresa estão nessa lista. “É preciso identificar qual receita cada cliente pode gerar durante todo o ciclo de vida dele com a empresa e os custos para mantê-lo. Muitas vezes, o cliente pode gerar mais custos do que receita. Nesses casos, é melhor deixá-lo ir para a concorrência”, conclui Thomé.

como ReconquistaR um cLienteBusque compreender por que o consumidor sumiu – Enten-

da o porquê do seu sumiço e, acima de tudo, aprenda com

o erro e tente corrigi-lo para que não se repita.

Seja humilde e desculpe-se – muitas vezes, motivo do

afastamento de clientes é apenas um mal-entendido.

uma forma simples de reconquistá-los é pedindo desculpas

com sinceridade e ouvindo o que eles têm a dizer.

Mostre as vantagens da sua empresa e o que mudou des-

de a última compra – Encontre os shopper que quer recon-

quistar e reapresente sua empresa e as vantagens que ela

oferece. se possível, abra exceções para esses consumido-

res, entenda o que é mais importante para eles e use isso a

seu favor para reconquistá-los.

Ajude o cliente a resolver suas necessidades e dúvidas –

o pós-venda é essencial na reconquista. ofereça suporte

ao cliente no que diz respeito às suas necessidades e aju-

de-o a resolver qualquer dúvida ou problema que ele tiver

após adquirir um produto ou serviço de sua empresa.

Supere as expectativas – o cliente pode ter se afastado por-

que você sempre prestou o mesmo serviço. sua empresa

deve sair da zona de conforto. se o cliente precisa de um pro-

duto ou serviço para 3 dias, o entregue em 2 ou até mesmo

em 1. caso ele não saiba usar um produto, mande alguém

até ele e o ensine a usar.

Não repita os mesmos erros – de que adiantaria todo o esfor-

ço que foi gasto para reconquistar clientes se os mesmos erros

fossem cometidos? não repita os erros, nunca.

Fonte: Felipe thomé, cEo da peepi marketing de defensores

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ivemos em uma era acelerada, com uma avalanche de

informações, e a falta de concentração é contínua. a ciência

e especialistas apontam caminhos para aprimorar a capacidade

de atenção e foco, como meditar e focar no aqui e agoraVuma ligação, um post no Facebook.

Como é possível ter mais atenção e foco com diversas in-terrupções ao longo da jornada de trabalho? E quais são os efeitos de tantas interrupções? A tendência de se desdo-brar em múltiplas tarefas neste cenário cada vez mais di-gital já é investigada há muitos anos. Com essas perguntas em mente, a especialista em distração digital publicou em 2008 uma pesquisa sobre o tema, ao lado de Daniela Gudith e Ulrich Klocke, do Instituto de Psicologia da Universidade de Humboldt, em Berlim.

Surpreendentemente, no estudo, denominado O Custo do Trabalho Interrompido, descobriu-se que as pessoas con-cluíam tarefas interrompidas em menos tempo sem afetar a qualidade do trabalho. Os dados sugeriram que as pessoas compensavam as interrupções trabalhando mais depressa,

Estamos cada VEz mais conEctados E onlinE, acEssíVEis a um Whatsapp,

Produtivid

ade

Meu teMpo é hoje

texto laura schenkel

imagem de abertura ©istock.com/Jack studio

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mas isso tinha um preço: viver sob um estresse maior e sob mais frustrações. Esses são alguns dos pontos negativos le-vantados pelo trio de cientistas.

“Me interessei pelo assunto ao observar muitas pessoas trabalhando e se alternando entre tarefas. A interrupção, inclusive, pode ser boa. Ela é positiva no sentido de permi-tir um pequeno descanso. Também é boa se ela faz você se desconectar de um problema que não consegue resolver, e de repente conversar com outra pessoa sobre o tema pode ajudar a achar uma solução”, comenta Gloria, professora do Departamento de Informática da Universidade da Califór-nia. Em média, um funcionário da área financeira ou de ges-tão de software troca de tarefas a cada três minutos, e uma vez distraído, leva em média meia hora para concluir uma tarefa, segundo a pesquisadora.

O trabalho em questão também apontou que muitas in-terrupções são internas, ou seja, a própria pessoa foi fazer outra tarefa, como verificar a caixa de entrada de e-mails ou buscar algo no Google. O porquê de as pessoas terem esse hábito de se interromper é algo que Gloria quer inves-tigar em seus próximos estudos.

Para se concentrar sobre uma tarefa, ela indica des-ligar aplicativos que você não estiver usando e que não sejam relacionados ao trabalho, incluindo Facebook e outras mídias sociais. Deixar de olhar o e-mail duran-te uma tarefa que exige concentração é outro conselho. “As pessoas checam a sua caixa de entrada a cada dois minutos. Acredito que o nosso modo de vida atual deixa nossos pensamentos mais superficiais. Preciso de muito mais tempo para chegar a um nível de pensamento mais

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profundo. Se tornou mais difícil chegar a esse estado que chamamos de fluxo”, observa.

Um estudo mais recente, da Universidade do Estado de Michigan, nos EUA, mostrou evidências distintas dos resul-tados da pesquisa de Gloria. Mesmo as distrações que du-ram menos de três segundos podem duplicar os erros que cometemos. Estudantes da universidade foram convidados a completar uma tarefa complexa com múltiplas etapas. Aproximadamente a cada seis passos completos, uma tela pedindo uma senha aparecia na tela do computador e per-manecia ali até que os estudantes digitassem a senha correta e pressionassem o botão “Enter”. Na primeira experiência, a senha era composta por quatro dígitos, e os alunos levavam 4,4 segundos para se livrar da interrupção. Na segunda, a senha era de dois dígitos, e se levou em média 2,8 segundos.

De acordo com os pesquisadores, os estudantes fizeram três vezes mais erros após a interrupção de 4,4 segundos e o do-bro de erros depois da interrupção de 2,8 segundos.

O resultado foi atribuído a três fatores. O primeiro é que quando alguém está processando uma interrupção, foca uma informação irrelevante à tarefa principal. Em segundo lugar, ser interrompido mexe com o fluxo de compreensão, e assim, quando se retorna para o que se estava fazendo, é muito mais difícil fazer a ligação mental de um conceito ao outro. Em terceiro, ser interrompido atrapalha a “precisão de recuperação”, isto é, faz cair muito a habilidade em lem-brar as coisas corretamente.

Mentes nubladas

Fundador da Mantri, consultoria de liderança consciente e gestão do estresse, André Elkind considera que a falta de um descanso mais profundo combinada com estímulos de-masiados e o excesso de trabalho causa problemas de foco e atenção. “Vejo muitas pessoas hoje, executivos e gestores especialmente, que não dormem o suficiente, e além disso não dormem bem. Isso resulta em uma mente mais nublada e com mais dificuldade de focar. Ferramentas como a medi-tação levam essa solução para as pessoas. Há benefícios que vão muito além de um sono melhor”, afirma o consultor, que é formado em gestão de negócios pela Maharishi University of Management, uma universidade nos EUA que tem como base a prática de meditação transcendental e estudos do de-senvolvimento da consciência.

Elkind ressalta que, em sua maioria, as pessoas não dedi-cam tempo suficiente a si próprias. “Basta pouco tempo do dia, regularmente, praticando meditação, por exemplo, para que a mente se torne mais organizada, o cérebro mais coerente, para que a pessoa não se deixe desequilibrar pelo turbilhão de inter-rupções diárias”, ensina.

Práticas de interiorização e relaxamento que proporcio-nam um repouso muito profundo contribuem para se ter mais clareza mental e energia, e, consequentemente, mais foco e atenção. Mas para que isso afete a companhia como um todo, é importante que muitos gestores e colaboradores pratiquem regularmente, ressalta o fundador da Mantri. “Para que o alcance seja para um departamento inteiro ou uma empresa inteira, o ideal é que um grande número de pessoas dentro da-

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As pessoas checam os seus e-mails a cada dois minutos. Acredito que o nosso modo de vida atual deixa nossos

pensamentos mais superficiais. Preciso de muito mais tempo

para chegar a um nível de pensamento mais profundo.

Gloria Mark

Especialista em distração digital

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quele universo esteja praticando também. Recomendo que os executivos principais comecem a praticar, caso não queiram levar para a empresa inteira de imediato, uma vez que eles são responsáveis pelas decisões principais”, pontua.

São poucas as organizações que usam ferramentas para aprimorar atenção e foco. “Vejo os gestores cada vez mais interessados em implementar ferramentas como medita-ção, respiração e ioga. Com benefícios comprovados por pesquisas científicas e indicações médicas, aumentou essa aceitação”, avalia. “Empresas como a Concremat Engenha-ria, Farm, Casagrande Engenharia, Herbarium e a ONG Gal-pão Aplauso abraçaram a meditação”, exemplifica. A agên-cia Box1824 também utiliza a meditação como ferramenta para estimular a criatividade.

estíMulo aos funcionários

Na Casagrande Engenharia e na Concremat, duas cons-trutoras, os colaboradores que participaram dos projetos relataram uma capacidade maior de focar nas tarefas, além de um ganho de energia maior para produzir. Na segunda, a empresa disponibiliza dois períodos em que os colabo-radores podem praticar meditação e respiração. “O proje-to surgiu há mais de um ano, quando realizamos palestras educativas com eles. Recentemente, começamos a treinar os gestores em meditação e respiração”, conta Elkind.

Estimular os funcionários a seguir algumas dessas práticas não requer necessariamente uma verba específica. Na sede da ThoughtWorks Brasil em Porto Alegre, localizada no Tecno-puc, por exemplo, as aulas de ioga surgiram por iniciativa dos funcionários, a empresa só cedia o local. Quanto maior era a turma, melhor ficava o valor da aula. O projeto acabou sendo descontinuado, pois os alunos foram desistindo e ficou mais caro para os que restaram, levando ao fim das aulas.

A instrutora de ioga Maria Ines Martinez ministrou au-las em três empresas de Porto Alegre: uma imobiliária, uma empresa da área de saúde e um negócio da área de alimen-tação. “A gerente e a proprietária do restaurante Puppi Ba-ggio me contataram para eu dar aulas aos funcionários. Fiz isso por quase meio ano, duas vezes por semana. O feedback deles foi muito positivo, uma vez que a atividade ajuda e complementa o trabalho de grupo”, conta Maria Ines, que hoje concentra a atividade em seu estúdio próprio.

atenção plena

Mindfulness é um termo que descreve o estado meditati-vo e que vem ganhando simpatizantes no mundo dos negó-cios. Os adeptos tiram algum tempo das atividades diárias para relaxar e meditar. As pesquisas sobre o tema, também denominado “atenção plena”, começaram em 1979, na Uni-versidade de Massachussets, nos Estados Unidos.

A expressão designa a capacidade de manter a presença mental, de trazer intencionalmente a mente para o “aqui e agora”, para o momento presente, descreve a pesquisadora Caroline Baldasso, que está concluindo um mestrado sobre neurociência e mindfulness na Universidade de Pisa, na Itá-lia. “Passamos 47% das nossas horas acordados planejando o

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Basta pouco tempo do dia, regularmente,

praticando meditação, por exemplo, para que a mente se

torne mais organizada, o cérebro mais coerente,

para que a pessoa não se deixe desequilibrar pelo turbilhão de

interrupções todo dia.”

andré elkind

Fundador da mantri liderança consciente

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futuro ou ruminando o passado, e isso nos faz pessoas mais ansiosas e infelizes. É uma oportunidade de viver melhor que carregamos sempre com a gente, e que podemos usar sempre que precisamos ter mais presença mental, desen-volver a nossa atenção no momento presente. Com a prá-tica, o mindfulness se torna um hábito; e então começamos a responder aos eventos estressantes com novos compor-tamentos e novas comunicações, agimos de maneira mais reflexiva que impulsiva”, considera.

Os estudos mais recentes têm demonstrado que a prática da meditação altera as nossas mentes e como nos envolvemos com nós mesmos, com os outros e com o trabalho. Quando praticada e aplicada, a técnica muda o modo de funcionamen-to do cérebro. Com a repetição de exercícios, as atividades ce-rebrais são direcionadas das áreas de reação do cérebro para a parte mais racional, o córtex pré-frontal.

“O principal benefício de mindfulness é que você passa a ser o ‘chefe’ da sua própria vida, e não as suas emoções – que nos fazem agir muitas vezes de maneira impulsiva, de-sorientada. Você passa a escolher como agir, independente-mente do que estiver acontecendo ao seu redor – e isso não significa perder a espontaneidade ou ser uma pessoa sem-pre passiva! Esse é um preconceito ocidental, de que essa técnica nos torne estúpidos ou que nos faça perder nossas habilidades analíticas. O escopo da prática não é esvaziar a mente, mas trazê-la para o presente, a única certeza que temos e com que podemos contar”, resume Caroline.

influências invisíveis

A pesquisadora brasileira ressalta que somos um campo de relações e são elas que mais nos estressam, diariamente. Sofremos influências invisíveis constantemente. “Quando você se torna capaz de responder em vez de reagir, vai ate-nuando o efeito negativo dessas influências e se tornando uma pessoa menos estressada e mais feliz”, afirma Caroline, que atua na área de saúde mental e bem-estar, e, no Brasil, trabalhou para empresas como Dell e Grupo RBS.

Existem dois principais tipos de prática de mindfulness: a formal, que são as meditações, e a informal, pequenos momen-tos de mais consciência no que está acontecendo com você, du-rante seu dia. “Pode ser durante uma refeição, a caminhada até o transporte, o banho ou lavando a louça”, exemplifica. Na prá-tica formal, o corpo está parado e a mente está em movimento. Na informal, o corpo pode estar em movimento, mas a ideia é que a mente se equilibre, ganhe mais calma.

Meditações ativas

Arno Duarte, coach na Favoo Desenvolvimento Humano, indica a prática de meditação ativa aos seus clientes. “Cos-tumo dizer que a meditação é um convite, quando a pessoa está pronta, ela experimenta. Eu pratico meditação desde 2007 e certamente tive melhoras em meu trabalho como executivo de RH desde então. Trabalhava na AGCO e até 2014 passei por Canoas, São Paulo e EUA por esta empresa”, relata. “De forma geral, a prática da meditação no dia a dia me permite estar mais atento às pequenas coisas, detalhes e sensações que a correria não permite percebermos.”

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Esse é um preconceito ocidental, de que mindfulness nos

torna estúpidos ou que nos faz perder nossas

habilidades analíticas. O escopo da prática não é esvaziar a

mente, mas trazê-la para o presente.

pesquisadora e mestranda em neurociência e

Mindfulness

caroline baldasso

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A prática da meditação no dia a dia me permite estar mais

atento às pequenas coisas, detalhes e sensações que a correria

não nos permite perceber.

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arno duarte

Coach da Favoo desenvolvimento humano

Os clientes que topam fazer essa meditação, com movi-mentos corporais, estranham em um primeiro momento. “Quando eles retornam da primeira prática, trazem relatos de que tiveram sensações, insights e percepções sobre o pró-prio corpo que revelam muito dos seus momentos de vida e das coisas que trabalhamos nas sessões de coaching, ou seja, suas questões de crescimento pessoal”, descreve Duarte.

Diferentemente das meditações orientais, que são cal-mas – a imagem mais clássica é aquela em que o praticante fica em posição de lótus dizendo “ommmmm” –, a medita-ção ativa foi desenvolvida para os ocidentais e seu ritmo frenético de vida. É muito difícil para um ocidental parar subitamente a correria do dia a dia e sentar para fazer a me-ditação clássica. Por isso, aponta o coach, existe a meditação ativa. “Ela começa já com movimentos, acessando partes e espaços do corpo que geralmente não são usados. Ao mo-vimentar o corpo e ativar a respiração, a mente deixa de controlar e apenas somos o que o corpo é. Os pensamentos se vão e o que fica é o que importa naquele momento.”

Dos diversos fatores que levam as pessoas a terem mais problemas com foco e atenção, o psicólogo Tiago Tatton des-taca a sobrecarga de informações. “Nenhum cérebro é capaz de processar eficientemente tanta informação ao mesmo tem-po. Família, trabalho, lazer e milhões de informações vindas da internet”, afirma o doutor em Psicologia pela UFRGS e pelo King´s College de Londres. Ele acrescenta que mindfulness tam-bém pode significar um conjunto de práticas que, na ciência,

são feitas ao longo de um número definido de semanas, em ge-ral, oito, para promover qualidade de vida.

Cofundador da Iniciativa Mindfulness, empresa pioneira no país, o psicólogo lembra que empresas ao redor de todo o mundo, incluindo as gigantes Google e Apple, já possuem seus programas específicos de atenção plena, que acontecem inte-grados ao ambiente de trabalho e funcionam continuamente.

“Sob esse estado, nós continuamos com nossas vidas atribuladas, mas aprendemos a reconhecer momentos em que podemos fazer uma breve pausa, respirar, ou até tomar uma xícara de café. Uma pausa para olhar pela janela por 10 segundos e organizar as ideias. Um simples momento de atenção plena é capaz de nos conectar com o que de fato precisamos. Cuidamos mais de nós mesmos e, assim, obvia-mente, aumentamos nosso senso de bem-estar e produtivi-dade. E não sou eu quem diz isso – são 30 anos de pesquisa científica”, salienta Tatton.

E como o tema desta reportagem é atenção e foco, fica a pergunta: quantas vezes você foi interrompido, olhou o celular, o Facebook ou o e-mail durante a leitura das últi-mas seis páginas?

o psicólogo tiago tatton (à direita) é um dos

responsáveis pelo mindfulness training Camp

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saiba

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maismais & menos

SaúdeO tabagismo custa à economia global

mais de US$ 1 trilhão por ano e

matará um terço a mais de pessoas até

2030 do que agora, segundo estudo da Or-

ganização Mundial da Saúde e do Instituto

Nacional do Câncer dos Estados Unidos.

IndúStrIaO IBGE divulgou que a produção

industrial caiu em 14 dos 15 estados

analisados em 2016. No acumulado

do ano a produção recuou 6,6%.

Os piores resultados foram no Espírito

Santo (-18,8%), Amazonas (-10,8%) e

Pernambuco (-9,5%). No Rio Grande do

Sul houve queda de 3,8%. Somente o

Pará teve crescimento, que foi de 9,5%.

reclamaçõeSSegundo a pesquisa Conectaí Express,

71% dos internautas brasileiros já

reclamaram de produtos ou serviços.

O canal mais usado é a internet, com

50%. Na sequência estão o atendimento

telefônico, o site Reclame Aqui e a

ouvidoria das empresas.

OtImISmOO Brasil é novamente uma das nações

mais otimistas do mundo. Os dados são do

Barômetro Global de Otimismo, feito pelo

Ibope Inteligência e Worldwide Independent

Network of Market Research (WIN)). Pelo

menos 68% dos brasileiros acreditam que

2017 será um ano melhor, colocando o

país como o 5º mais otimista. Isso encerra

uma queda registrada desde 2012.

VendaSO fluxo dos consumidores no varejo físico

foi 12% menor em 2016, segundo

resultado do Índice Seed de Varejo (ISV),

da Seed Digital. O estudo analisou o

movimento em lojas de rua e também

em shopping centers. Em dezembro foi

registrada a melhor performance, com

alta de 21,1% nas lojas de rua e 51,4%

nos shoppings.

leItUra / incentive seus colaboradores a lerO hábito da leitura auxilia na formação intelectual e profissional e, por isso, cada vez mais empresas estão incentivando seus colaboradores a esta prática. A leitura pode estimular a criatividade e a produtividade. Confira quais são os principais benefícios apontados pela Woli, empresa especiali-zada em tecnologia em gestão de RH:

Poder de negociação – Ler estimula o contato com vários pontos de

vista e tipos de argumentação, o que facilita nas negociações. Quem lê

consegue pensar mais rápido, por exemplo.

compreensão de novas tarefas – A prática constante da leitura auxilia na

compreensão de comunicados ou mesmo manuais internos da empresa

e absorção de novas tarefas.

criatividade – Ao vivenciar a forma como cada escritor vê o mundo e

assim o descreve, o potencial criativo é desperto. Isso pode ser revertido

para a empresa em forma de projetos interessantes.

Visão ampla – A leitura faz com que a pessoa não veja apenas a sua

função como algo separado do resto da empresa. Esta noção torna o

funcionário mais colaborativo com os colegas das outras áreas e facilita o

andamento do serviço.

SegUrança / cresce número de ataque virtuaisnos últimos 12 meses, companhias perderam US$ 280 bilhões por conta de crimes digitais. Enquanto em 2015 15% das empresas pesquisadas tinham sofrido pelo menos um ataque de hacker no ano anterior, em 2016 o número foi 21%, um aumento de 40%. A pesquisa The Global Impact of Cyber Crime da Grant Thornton foi realizada com mais de 2,5 mil líderes de empresas, baseadas em 36 economias. O aumento está ligado a dois fatores. Por um lado, com mais consciência sobre os ataques, cresce o número de empresas que se descobre alvo desses crimes. Por outro, inovações como o aumento do uso de tecnologia na nuvem ou de sistemas que podem ser acessados pelo celular nem sempre são acompanhadas por programas antivírus e pelo aumento da conscientização dos funcionários em relação a crimes digitais.

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emPreendedOrISmO / BraSIleIrOS fOra dO

maPa da InOVaçãO O Brasil ficou mais uma

vez de fora do ranking anual 50 Empresas

Mais Inovadoras. Desenvolvida pelo The Boston

Consulting Group (BCG), a lista faz parte do

estudo The Most Innovative Companies 2016 e

se baseia nas respostas de 1,5 mil executivos de

todo o mundo. Segundo os dados, a inovação

é uma prioridade para 75% das empresas

brasileiras. Entretanto, esse número caiu 12%

em relação ao ano anterior, que marcava

85%. A última vez que o país figurou no ranking

foi em 2010, com a Petrobras. Os empresários

brasileiros acompanham tendências globais

de inovação como ferramentas e fontes de

dados. Entretanto, menos da metade utiliza

essas informações para inovar. O estudo

aponta ainda que o país não vem seguindo a

tendência de aumentar os investimentos para

inovação: enquanto no Brasil apenas 56%

pensam em investir, na China, por exemplo,

81% dos executivos pretendem elevar seus

gastos para inovar. O levantamento aponta

que as empresas brasileiras apostam mesmo

em fontes internas, inteligência competitiva e

cocriação para trilhar o caminho da inovação.

PUBlIcIdade / marketing baseado em dados cresce no brasilO estudo Análise Global de Marketing e Publicidade Orienta-dos por Dados, feito pela GDMA, Winterberry Group e Me-diaMath, mostra que 36% dos executivos brasileiros in-vestiram mais em marketing e publicidade orientados por dados em 2016, frente a 26% no ano anterior. A pesquisa revela ainda que quase dois terços pretendem aumentar investimentos em publicidade digital este ano. A estraté-gia principal apontada pelos profissionais é a otimização dos resultados, para aumentar as chances de encontrar melhores clientes para a empresa. Esta é a terceira edição do estudo, que entrevistou mais de 3 mil profissionais de 18 mercados, com dados recolhidos entre julho e outubro de 2016. Em âmbito mundial, 53% dos entrevistados afir-maram que aumentaram os investimentos em marketing de dados em 2016.

VarejO / Programas de fidelidade são fortes no brasilenquanto 44% dos latino-americanos afirmarem participar de programas de fidelidade, no Brasil, 53% são afiliados a algum programa. Os dados são do estudo global da Nielsen chamado Sentimento-Fidelidade no Vare-jo. Pelo menos 71% dos brasileiros veem essa iniciativa como uma forma de fazê-los voltar a comprar na loja e 8 em cada 10 entrevistados comprariam mais por e-commerce se os sites oferecessem programas similares aos do varejo tradicional. No Brasil, a maneira mais comum de se afiliar é fornecendo informações ou criando uma conta em um website do varejista, e os benefícios mais valorizados são reembolsos, descontos, produtos gratuitos e frete grátis. O que mais atrai em um programa de fidelidade é ter diversas opções de recompensas (88%), pontos por efetuar compras (86%) e o ganho de bônus ao realizar alguma atividade (85%). Segundo a Nielsen, o maior desafio para conquistar a lealdade dos consumidores é entender quem é o cliente, o que ele deseja e como funciona o processo de decisão de compra.

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esquisa do sesc-Rs feita

com idosos mostRa que

escolaRidade pode evitaR

endividamento e posteRgaR

desejos de compRa

Pcom o restante do país, pode ser uma das

explicações para que 46% deles não possuam dívida alguma e 23% possuam débitos que não comprometam a renda. Este é um dos indicativos apontados pelo estudo que identifica a cul-tura da terceira idade em relação ao dinheiro no Rio Grande do Sul, realizado pelo Sesc-RS em parceria com a Ufrgs. Na primei-ra de três fases, a pesquisa ouviu 351 idosos em oito cidades, com idades entre 57 e 85 anos, captando fatores de risco para a inadimplência que atinge seriamente 31% dos entrevistados (média inferior ao nível de endividamento geral das famílias brasileiras: 55,6% em janeiro, apurado pela Confederação Na-cional do Comércio). No Rio Grande do Sul, 65% dos integrantes da chamada Terceira Idade tem nove ou mais anos de estudos, enquanto que a última PNAD (2012-13) identificou que 45% dos idosos brasileiros tem apenas até 4 anos de instrução formal.

A mAior eSColAriDADe DoS iDoSoS gAúChoS, em ComPArAção

Maturidade financeira

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7ª Mostra sesc de teatro de Passo Fundo

o Sesc-rS realiza, de 31 de março a 9 de abril, a

7ª mostra Sesc de Teatro Passo Fundo. o evento

apresenta a marca da diversidade cultural com

espetáculos de projeção estadual e nacional

para uma maratona de apresentações, por meio

de intervenções culturais, cortejos, teatro de rua,

oficinas, diálogos culturais, além de espetáculos

de palco nos gêneros clown, drama e comédia.

mais informações e a programação completa

podem ser obtidas junto ao Sesc Passo Fundo

(Avenida Brasil, 30), pelo telefone (54) 3313-4318.

teMPorada de Férias de inverno

os hotéis conveniados estão com inscrições

abertas para a Temporada de Férias Sesc outono/

inverno 2017 junto às Unidades operacionais do

Sesc e aos Balcões Sesc/Senac no rio grande do

Sul. As hospedagens são destinadas à comunidade

em geral e acontecem no período entre 31 de

março e 1º de dezembro de 2017. São 17 destinos

e 32 hotéis e pousadas disponíveis no rio grande

do Sul e em Santa Catarina, incluindo destinos

como gramado, Torres, Blumenau e Canasvieiras,

entre outros. os preços têm descontos exclusivos

para os comerciários. outras informações pelo site

www.sesc-rs.com.br/temporadadeferias.

agenda de eventos

8 a 31/Mar5º sesc Mulher

diversas atividades, como exposições, intervenções culturais, espetáculos e oficinas de arte, serão realizadas na unidade do sesc centro (av. alberto Bins, 665), em Porto alegre.

19 e 26/Marcircuito sesc de corridas

a etapa de caxias do sul ocorre no dia 19 às 9h. a etapa de santa Maria será no dia 26, no mesmo horário. Mais informações e inscrições: www.sesc-rs.com.br/circuitodecorridas.

Os participantes do levantamento frequentam grupos do Programa Maturidade Ativa Sesc-RS. Foram classificados dentro do grupo de idosos com indicativo de endividamento aqueles que tinham mais de um crédito consignado, uma fa-tia superior a 30% de sua renda comprometida com dívidas e dificuldades para pagar seus débitos. Na comparação com os participantes sem indicativo de endividamento, um dado saltou aos olhos: o que diferencia os primeiros, mais do que qualquer outro fator, é a capacidade de postergar desejos de compra. “É algo bem sutil, que pode passar despercebido em ações de educação financeira. É aquela pessoa que não se se-gura mesmo, deu vontade, vai lá e compra; se não tem dinhei-ro na hora, ela parcela. As compras podem ter implicações psicológicas: amenizam depressão, reparam briga com os fi-lhos, elevam a autoestima”, relata o coordenador do Maturi-dade Ativa, Eduardo Schmitz.

A pesquisa foi motivada justamente pelo crescimento do uso do crédito consignado e a aparente falta de informação dos idosos acerca das taxas de juros nessa modalidade. O ob-jetivo, quando concluídas as três fases do trabalho, é oferecer subsídios para intervenções multidisciplinares, em especial no campo da educação financeira, contribuindo na tomada de de-cisões mais conscientes. Outro dado que chamou a atenção dos estudiosos até o momento é a generosidade dos mais velhos. Cerca de 71% concordam que os bens materiais não ocupam um lugar de centralidade em suas vidas. “Esse desapego, ou mesmo aversão ao materialismo, por um lado é bom, mas faci-lita a contração de dívidas por parte dos menos precavidos, às vezes até para ajudar familiares em pior situação”, reflete.

No grupo de pesquisa há psicólogos, educadores e econo-mistas. Os questionários estão sendo aplicados com base em quatro escalas de riscos: materialismo, significado do dinhei-ro, hábitos e condutas de consumo e atitudes em direção ao endividamento, além de perguntas sobre a situação socioe-conômica. “Queremos instrumentalizá-los para lidarem me-lhor com o mundo do consumo”, conta. “É preciso que eles desenvolvam mais um senso crítico para a propaganda e o marketing, pois cresceram numa realidade muito diferente, sem tanta tecnologia, sem caixas eletrônicos 24h, sem pesso-as na rua oferecendo crédito consignado.” As oito cidades do Estado abrangidas pelo estudo são: Porto Alegre, Guaíba, Pas-so Fundo, Pelotas, Caxias do Sul, Bagé, Torres e Santa Maria. A sondagem continua até 2018.

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congresso

ongresso vai debater

questões inerentes à

gestão das relações trabalhistas e sindicais

e novas perspectivas para o tema no rs

CVisão diferente

sobre o trabalho

de Relações Sindicais e do Tra-balho, promovido pela Fecomércio-RS, ocorrerá de 23 a 25 de março no Hotel Sesc Torres e Guarita Park Hotel, ambos em Torres. O evento tem o objetivo de apresentar aos participantes uma visão diferenciada quanto às questões inerentes à gestão das relações trabalhistas e sindicais. Com a presença do minis-tro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (na conferência inaugural), os participantes vão trocar experiências, conhecimentos e in-formações com foco no setor do comércio e de serviços.

O consultor trabalhista da Fecomércio-RS e mediador no evento, Flávio Obino Filho, adianta que o congresso pre-tende, por meio de talk shows, fortalecer o debate de temas polêmicos sem que os participantes venham com uma pa-lestra pronta e estruturada, como acontece normalmente. “O formato permite uma dinâmica construtiva e diferen-ciada na discussão dos temas”, explica. “Convidamos tanto palestrantes com o pensamento alinhado com a federação como outros com posições diametralmente opostas, pois respeitar as diferenças é o caminho para buscar a melhor solução para a sociedade.”

Novo ceNário

Em relação ao primeiro evento, realizado em 2016, hou-ve mudanças importantes no cenário. “Se no ano passado a reforma trabalhista era algo necessário, mas sem perspecti-vas de vontade política do governo para enfrentar a discus-são, agora há proposta enviada ao Congresso cujo teor será debatido”, diz. Outro tema relevante acrescentado à pauta

O 2º COngressO estadual foi o repensar da estrutura de solução dos conflitos configu-rada na Justiça do Trabalho.

Nas palavras do coordenador do evento, Ibrahim Mah-mud, os empresários querem mostrar aos representantes da Justiça do Trabalho por que consideram que os trabalhado-res são privilegiados nas contendas judiciais. “O primeiro congresso foi um sucesso. Este ano queremos fomentar a troca de ideias entre o chefe de gabinete do ministro, Pa-blo Tatim, e o presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah”, declarou, chamando a atenção para o talk show sobre a Minirreforma Trabalhista do Poder Executivo, previsto para ocorrer no dia 25, às 8h30.

Entre os palestrantes estarão o Procurador-Chefe do Mi-nistério Público do Trabalho do RS, Rogério Fleischmann, o diretor financeiro da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas, Gustavo Villar Guimarães, e o presidente da Fecomércio-SE, Laércio Oliveira. O congresso também deba-terá o projeto de lei do custeio da atividade sindical, a liti-gância de má-fé a as execuções trabalhistas.

saiba mais2º Congresso Estadual de Relações Sindicais e do Trabalho

Quando: 23 a 25 de março

Onde: torres (rs)

Informações: [email protected]

ou (51) 3286-5677

Site: http://fecomercio-rs.org.br/congressotrabalhista/

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óci

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O co-branding é uma estratégia muito disseminada de associação entre duas ou mais marcas para a promoção de uma ação, produto ou serviço que ofereça valor agregado ao consumidor. A soma leva à diferenciação das partes envolvidas em relação à concorrência, além de conseguir atingir mercados diferentes.

Essa estratégia pode ser utilizada em situações nas quais a empresa encontra-se atuando em um mercado saturado de marcas e com as mesmas ofertas — pense nas commodities ou no fast-fashion, por exemplo. A união de forças entre marcas complementares cria um diferencial competitivo dentro desse cenário.

Atingir novos mercados é um dos objetivos do co-branding e isso funciona particularmente bem quando se trata de um mercado no qual a marca nunca atuou e não possui nenhum tipo de experiência. Neste caso, a proximidade com uma marca já estabelecida é a melhor forma de “pegar carona” e encurtar o caminho para esse novo segmento.

Algumas precauções devem ser tomadas para que essas parcerias sejam bem-sucedidas. Em primeiro lugar,

destacamos que as marcas devem ter afinidade e que a relação tenha uma natureza “ganha-ganha“, ou seja, benéfica para todas as partes envolvidas. Uma regra simples para a escolha da parceria é avaliar se o resultado do co-branding será maior do que o valor das marcas atuando sozinhas.

Além disso, vale verificar se as marcas estão em um mesmo nível de importância e reconhecimento no mercado. Caso contrário, a marca mais forte poderá emprestar mais atributos de imagem positivos do que receberá.

Finalmente, é necessário que haja certo alinhamento entre os valores, filosofia, visão de negócios e ideologia das marcas envolvidas, para que evitar um choque de culturas. É crucial que as empresas interessadas em implementar estratégias de co-branding nunca esqueçam seu propósito, calculando a cooperação de forma a gerar benefícios reais aos seus consumidores.

Antes de se decidir por uma estratégia de co-branding, pense: o que o meu consumidor vai ganhar com isso? E parta daí.

Lucas saadDiretor da consultoria Saad Branding+Design

Co-branding

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competição de educação profissio-nal do mundo? Três alunos do Senac-RS conquistaram vaga e agora vivem a expectativa de participar da WorldSkills Com-petition 2017, onde competidores de mais de 60 países das Américas, Europa, Ásia, África e Pacífico Sul simulam desafios das profissões que devem ser cumpridos dentro de padrões internacionais de qualidade. Eles demonstram habilidades técnicas individuais e coletivas para executar tarefas especí-ficas de cada uma das ocupações profissionais. A edição deste ano será disputada de 14 a 19 de outubro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

Para o Senac-RS, a conquista das três vagas por si só já é um grande motivo para comemorar. “É uma vitória da educação profissional de qualidade. Uma conquista inédita, em que ti-vemos 100% de aproveitamento, uma vez que alcançamos me-dalha de ouro nas três ocupações em que disputamos”, afirma Carla Cassol, coordenadora de Internacionalização do Senac-RS. “A alta performance dos nossos competidores denota o crescimento que obtivemos em termos de qualidade da nossa equipe docente, do nosso fazer pedagógico e do nosso aluno,

Já pensou como deve ser para um estudante participar da maior

Rumo à WoRldSkillSérson nunes, Julia Goulart

ribeiro e Vitória Menezes

conquistaraM VaGas para

a Worldskills coMpetition

2017, representando uMa

conquista inédita ao

senac-rs, que alcançou

Medalha de ouro nas três

ocupações que disputou

nas seletiVas nacionais

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Gérson Nunes, Julia Goulart Ribeiro e Vitória Menezes venceram etapas nacionais no

ano passado e agora se preparam para a competição em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes

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VAGAs AbERtAs pARA pós-GRADuAção o senac-rs

está com inscrições abertas para os cursos de

pós-graduação em diversas unidades do estado. são

aproximadamente 550 vagas, distribuídas nas cidades

de porto alegre, pelotas, Bagé, camaquã, caxias do

sul, erechim, rio Grande e santa maria, nas áreas de

comunicação, moda, Gestão e informática. em porto

alegre e em algumas cidades do interior, as aulas terão

início em abril. Já em pelotas, rio Grande, camaquã

e Bagé, começam em maio. nas pós-graduações, a

estrutura curricular é modular e flexível, sendo que 20%

das atividades são de ensino a distância. informações

nas unidades ou pelo site www.senacrs.com.br. comer-

ciários têm 20% de desconto.

INscRIçõEs pARA cuRsos técNIcos também estão

abertas as inscrições para cursos técnicos na modalida-

de presencial em 39 escolas do senac-rs, em mais de

30 municípios. são oferecidas opções de capacitação

nas áreas de comunicação, informática, Gestão, se-

gurança, saúde, comércio, Beleza e moda, com início

das aulas em março. os participantes devem ter idade

mínima de 16 anos e ter concluído ou estar cursando

o ensino médio. comerciários têm desconto de 20%.

inscrições nas unidades. mais informações pelo site

www.senacrs.com.br/tecnicos.

agenda de eventoS

que ingressa no mundo do trabalho mais preparado, resultan-do em uma contribuição significativa para a educação profis-sional e para a competitividade das organizações gaúchas dos setores de saúde, beleza e gastronomia”, pondera.

os três medalhistas

Vitória Menezes, aluna do Senac Centro Histórico, é a re-presentante brasileira da ocupação Cabeleireiro na World- Skills. A estudante venceu outros competidores após uma série de provas técnicas e comportamentais que aconteceram entre os dias 7 e 11 de novembro do ano passado, durante a Competi-ção Senac de Educação Profissional. As provas foram realizadas em Fortaleza e reuniram os oito melhores alunos do curso de Cabeleireiro das unidades do Senac de todo o país. “Participar da competição tem sido uma experiência única, pois me fez crescer não só profissionalmente, mas em todos os sentidos”, comemora a estudante.

A aluna do Senac Saúde, Julia Goulart Ribeiro, será a repre-sentante brasileira da ocupação Cuidados de Saúde e Apoio So-cial. A estudante foi a vencedora entre as sete melhores alunas do curso de Técnico em Enfermagem das unidades do Senac no âmbito nacional. A vaga foi conquistada após provas téc-nicas e comportamentais em novembro, durante as Competi-ções Senac de Educação Profissional, em Porto Alegre. “Agora, é continuar com os trabalhos e representar o Brasil com muita qualidade”, avalia Julia.

Em dezembro, foi a vez do aluno da Faculdade Senac Porto Alegre, Gérson Nunes, vencer as Competições Senac de Educa-ção Profissional – Ocupação Cozinha e carimbar seu passaporte para Abu Dhabi. A etapa nacional foi disputada em Blumenau (SC) e reuniu dez competidores. “Desde que fiquei sabendo que aconteceriam as Competições, busquei me informar e quis par-ticipar. Tivemos um trabalho intenso de treinamento e esta-mos muito felizes com o resultado”, lembra.

Para fazer bonito lá fora, os competidores treinam 8 horas diárias. O cronograma de treinamento foi desenvolvido pelo expert nacional de cada ocupação, focado em desenvolver ha-bilidades técnicas e também perfil comportamental dos parti-cipantes. “Os competidores passam por simulados que buscam replicar da forma mais real possível todas as situações e desa-fios que os competidores deverão estar aptos para superar na competição e no mercado de trabalho”, explica Carla Cassol.

8 a 15/Marbeleza em foco

a 4° Feira da Beleza – tudo é beleza será realizada pelo Senac Camaquã (av. marcírio dias longa-ray, loja 01, Centro). a programação conta com palestras, oficinas, competições técnicas e shows. Informações pelo site www.bit.ly/FeiradaBeleza ou pelo telefone (51) 3671-0363.

13 a 15/MarWorkshop em são Luiz Gonzaga

vera miranda ministra o workshop Assuma o Controle, das 19h às 22h, na Rua 13 de maio, 1.297. Mais informações podem ser obtidas pelo site: www.senacrs.com.br/saoluizgonzaga

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dossiê Batom

osmético é um dos

preferidos pelo público

feminino, que mesmo em

épocas de recessão mantém

o hábito de cuidar dos

lábios. brasileiras estão entre

as principais consumidoras

de batom no mundo

cCom milênios de existência, o produto tem

se mostrado indispensável para muitas mulheres, que mesmo em tempos de recessão econômica continuam priorizando produtos cosméticos. De acordo com pesquisa da Euromoni-tor, o hábito está cada vez mais presente na rotina das bra-sileiras, que só em 2014 gastaram R$ 1,4 milhão para colorir os lábios – um crescimento de 7% em relação ao ano anterior e de 33% se comparado a 2010. O país, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cos-méticos (Abihpec), é o quarto maior consumidor do acessó-rio, atrás somente de Estados Unidos, China e Japão.

Acredita-se que a história desse pequeno item cosméti-co começou no antigo Egito, quando as mulheres usavam pedras semipreciosas em torno dos olhos e dos lábios, em 5.000 a.C. O busto de Nefertiti, que pertence ao Museum de Berlim, na Alemanha, traz os lábios pintados da rainha egípcia da 18ª dinastia, esposa do faraó Akhenaton. Na épo-ca, eram utilizados produtos naturais para colorir a boca.

Sinônimo de feminilidade, o batom é o queridinho daS mulhereS.

©iStock.com/tomorca

Beleza para todas as Bocas

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Tratava-se de uma raiz vermelha chamada polderos, que ao ser misturada com cera de mel dava um aspecto mais colorido e úmido aos lábios. Já as mulheres das altas clas-ses do Egito usavam uma espécie de tinta, denominada púrpura de Tyr, bastante rara.

Também na civilização dos faraós foi criada uma pig-mentação vermelha, obtida a partir do óxido de ferro. Uma das mais conhecidas e adeptas desse tipo de ornamentação foi Cleópatra, a bela e sedutora rainha da última dinastia de Ptolomeu, que viveu de 69 a 30 a.C. Ela utilizava besouros de carmim esmagados para maquilar os seus lábios com um tom vermelho vibrante.

Porém, esse tipo de produção feminina nem sempre foi visto com bons olhos pela sociedade. Durante vários séculos, o ato de colorir os lábios provocava um certo magnetismo e até mesmo “más intenções”. Na Grécia, durante o século 2, uma lei proibia as mulheres de utilizar pigmentações na boca antes do casamento.

O batom passou a ter mais popularidade no século 16, em meio ao reinado da rainha Elisabeth I. Nessa fase, o padrão de beleza das inglesas era ter rosto esbranquiçado, a partir do uso de cremes, e lábios bem vermelhos. Cera de abelha e tin-tas vegetais eram algumas matérias-primas usadas em pro-dutos para a boca da época. Já em 1770, a Inglaterra acabou por proibir de vez essa prática, pois alguns acreditavam que as mulheres com bocas coloridas eram capazes de seduzir e manipular os homens.

Versões em bastão

Com origem francesa, a palavra batom significa bastão. A denominação surgiu da criação do perfumista Rhocopis, no iní-cio do século passado, que desenvolveu uma massa composta por talco, óleo de amêndoas, essências de bergamota e limão, na cor vermelha. Batizado de “baton serviteur” (bastão servi-dor), o primeiro produto do gênero ganhou uma embalagem de papel de seda, em formato cilíndrico. Inicialmente, a invenção conquistou artistas e garotas de programa do mundo inteiro.

Em 1915, surgiu nos Estados Unidos o primeiro concorren-te: um colorante labial, criado por Maurice Levy, em forma de um pequeno tubo metálico. Com isso, o produto teve aceita-ção quase instantânea na América do Norte. Sua popularização ocorreu logo depois, após a Primeira Guerra Mundial, quando

as donas de casa perderam o preconceito e passaram a usar ba-tom vermelho. O produto ganhou publicidade da revista Vogue em 1921, transformando-se em acessório de elegância.

No início na década de 1930, o batom ganhou uma ver-são sólida. A receita básica do cosmético, no entanto, não sofreu muitas mudanças. Sua fórmula se mantém em uma base gordurosa, envolta em variadas cores, permitindo que o público feminino possa fazer uso dele por meio da aplica-ção de uma camada uniforme. A partir da evolução da in-dústria cosmética, o produto ganhou outras funções. Além do embelezamento, passou a proteger a pele delicada dos lábios do frio, do vento e do sol.

tipos de Batom

Há inúmeras cores de batons, que vão desde tons mais clássicos e discretos até os mais criativos e desco-lados. Diversas texturas e acabamentos ajudam a dar um efeito especial na hora de colorir e valorizar os lá-bios. Conheça alguns tipos do produto, que ajudam a embelezar as mulheres:

Cremoso – é o mais clássico, com grande poder de hidratação

e tratamento. Possui uma boa cobertura, fixação e desliza com

facilidade na hora de aplicar. indicado para uso no inverno.

Cintilante – Possui brilho na composição da sua cor, com efeito

perolado ou metálico. Sua intensidade de cor é baixa, sendo usa-

do em cima de outros batons para intensificar o brilho.

Matte – não possui nenhum tipo de brilho, apresentando uma

aparência seca e de pouca hidratação. conta com maior

intensidade de cor devido à grande quantidade de pigmen-

tos na sua composição. Sua maior fixação nos lábios dá uma

aparência fosca e de cor mais intensa.

Acetinado – Pertence à categoria dos batons sem brilho, mas

oferece cor aos lábios sem deixá-los com a aparência seca.

esse batom é mais emoliente que o fosco e deixa a cor pura.

Envernizado – Possui um efeito molhado, como uma boa fi-

xação e uma maior quantidade de pigmentos de cores. Sua

composição pode ter ativos de hidratação e tratamento.

Gloss – traz uma cor mais leve e suave, com muito brilho e

transparência. o item deixa os lábios bem brilhosos e com um

ar jovem, porém sua duração é curta. é necessário retocá-lo

ao longo do dia, mantendo cuidado com o excesso, para não

escorrer dos lábios.

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curioSidadeS

Mortes por enVenenaMentoos egípcios utilizavam ingredientes

tóxicos em soluções químicas para or-

namentar os lábios. Vários adoeceram

e até morreram por envenenamento.

estudiosos também encontraram

outras fórmulas menos prejudiciais à

saúde, que permaneceram em uso

até o final do império.

Valorização do produtono início do século 20, o batom

chegava a custar o equivalente

ao salário anual de uma

empregada doméstica. hoje,

o valor varia de r$ 1 a 130 mil

– o mais caro do mundo possui

embalagem adornada com

ouro e diamantes.

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Vermelho é preferência

Pesquisa da Mintel, de 2015, mostra que 73% das mulheres entrevistadas usaram batom, gloss ou brilho labial nos últimos seis meses. Já a Euromonitor revelou em 2014 que batons ver-melhos são os mais comprados no Brasil. O uso político des-sa cor, aliás, é resgatado pela historiadora inglesa Madeleine Marsh, no livro Compacts and Cosmetics. De acordo com a obra, a primeira e mais famosa manifestação de uso de produtos nessa coloração aconteceu no início do século 20, com as mulheres do movimento sufragista. Com o tom nos lábios, elas protestavam nas ruas pelo direito de votar. Desde então, o batom vermelho ganhou o status de símbolo do poder feminino.

Mesmo em épocas de escassez e recessão, as mulheres não abandonaram o hábito de enfeitar a boca. Registros da época apontam que no fim dos anos 1940, mais de 90% das america-nas eram adeptas desse tipo de cosmético. Na década seguin-te, divas hollywoodianas, como Ava Gardner, Rita Hayworth, Bette Davis, Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe, ajudaram

dia e Museu do BatoMnos estados unidos, comemora-se

em 29 de julho o dia do batom.

o produto também conta com

um museu próprio, em berlim,

na alemanha, fundado pelo

maquiador rené Koch, que conta

a história do cosmético desde 1883

até os dias atuais.

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ainda mais a incentivar o uso cotidiano do batom, fazendo com o número de usuárias chegasse a 98%. Com o passar dos anos, surgiram novas cores, texturas e usos para o produto, que segue presente na nécessaire de mulheres de diferentes classes, estilos e nacionalidades.

Segundo a Abihpec, o momento de crise econômica no Brasil traz reflexos para o segmento, que sofreu uma desace-leração em 2015. A queda nas vendas, conforme a entidade, girou em torno de 2,5% em relação ao ano anterior. Os núme-ros acompanham a redução na comercialização de produtos de higiene e beleza, que caiu 6% no mesmo período, representan-do R$ 42,7 bilhões em 2015. Embora a entidade verifique esse comportamento, o setor é um dos que menos sentem os abalos econômicos. Devido ao Índice Batom – conceito criado em 2001 pela marca de cosméticos Estée Lauder, em meio à crise econô-mica dos Estados Unidos –, a tendência é de que as mulheres comprem mais o produto em períodos de adversidade finan-ceira, em função do baixo custo unitário, além da necessidade de elevar a autoestima.

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Nos últimos aNos o Tribunal Superior do Trabalho tem questionado o alcance da autonomia negocial coletiva dos sindicatos, anulando cláusulas e gerando desequilíbrio nos ajustes coletivos. O clima é de insegu-rança jurídica. O STF, em mais de uma opor-tunidade, examinou algumas dessas decisões e restabeleceu os ajustes coletivos, firme no entendimento de que no direito coletivo do trabalho não se verifica a mesma assimetria de poder que existe nas relações individuais, não estando a autonomia coletiva sujeita aos mesmos limites da autonomia individual. Nesse cenário, o Executivo encaminhou ao Congresso Nacional, em regime de urgência, proposta que está sendo chamada de “minir-reforma trabalhista”. A proposta do governo valoriza a negociação coletiva e busca dar maior segurança jurídica aos ajustes cole-tivos, através da adoção de um marco legal estabelecendo os limites da autonomia das entidades sindicais na construção de normas coletivas de trabalho.

A iniciativa, nesse aspecto, merece aplausos. Na prática, contudo, o marco proposto é de redação sofrível e quando pretende ser exaustivo abre vários flancos para interpretações não coincidentes. Na justificativa do projeto o Executivo afirma que o texto é claro, trazendo segurança jurídica, o que não é uma verdade. Quando se clama pela adoção de um novo marco

legal em substituição da detalhista CLT, o projeto, por óbvio, é tímido. Com efeito, é inserido na legislação trabalhista consolidada o art. 611-A, estabelecendo que a convenção ou o acordo coletivo de trabalho têm força de lei quando dispuserem sobre matérias que enumeram. O objetivo do Executivo, aparentemente, era dizer que ajustes sobre essas matérias, caso inseridos em acordo ou convenção coletiva de trabalho, prevalecerão sobre regras gerais previstas na legislação trabalhista. Talvez por medo tergiversou e parece estar colocando mais combustível na discussão doutrinária e jurisprudencial que resulta em insegurança jurídica. Temas importantes como a negociação do repouso semanal remunerado após o sétimo dia, do trabalho intermitente e do intervalo de quinze minutos da mulher no caso de prestação de serviço extraordinário ficaram de fora. A oneração do banco de horas e o engessamento das negociações de compensação horária além do mês, por outro lado, dificultam a negociação coletiva e criam regra injustificável de intervenção.

Finalmente, pelas reações de magistrados trabalhistas e do Ministério Público do Tra-balho, fica evidente que mesmo que a minirreforma emplaque no Congresso Nacional, segurança jurídica nas relações de trabalho continuará sendo mera ficção.

Flávio obino Filhoadvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-Rs

A ProPostA de reformA trAbAlhistA

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ho Estacionamentos

um estacionamento ou garagem. O que leigos na área não sabem é que o investimento não é o que se pode dizer de pequeno, a escolha pelo local depende de uma série de fatores, inclusive, barganha pelo valor do aluguel; o seguro para os veículos morde o faturamento e as margens geralmente são pequenas. Apesar dos contras, quem investe na área afirma que é possível ter um retorno garantido quando há uma boa gestão do negócio.

Há 16 anos, Paulo Feijó começou um SOS para alunos dentro do estacionamento de uma universidade em Canoas. Com o sucesso, em pouco tempo ele expandiu os negócios e, em parceria com um irmão, surgiu a sociedade com a Auto Park, uma das maiores franquias na área de estacionamento

Uma mina de oUro. assim mUitos descrevem o negócio qUe envolve

egócio visto como fonte

de lucro fácil esconde

dificuldades e exige gestão

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Muito Mais do que uMa vaga

©istock.com/antpkr

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no país. Após cinco anos de união, a sociedade se desfez, mas a parceria não. Atualmente, Feijó é dono de 13 negócios em Porto Alegre e em Caxias do Sul com a bandeira Auto Park. “Há tanto tempo no mercado, eu já aprendi algumas coisas e mesmo assim fiz muito negócio errado e, em alguns, tive sucesso”, afirma o empresário.

Dono de estacionamentos em terrenos, hotéis e pré-dios comerciais, Feijó afirma que um dos pontos cruciais para o sucesso do negócio é a escolha do ponto. “Muitos podem pensar que um estacionamento vai atrair clientes. O que acontece é o contrário. É o cliente que faz a deman-da surgir.” Diante desta lógica, locais com maior circulação de veículos e em áreas comerciais são os com mais chances de dar certo, mas também os com aluguéis mais elevados. “A locação do imóvel é um dos custos mais altos do negócio. Infelizmente, não existe uma análise precisa, tudo que diz respeito é subjetivo. Entretanto, ter um olhar atento sobre as peculiaridades da economia no entorno é vital”, aconselha.

A forma de controle do acesso dos usuários é outro pon-to importante para o sucesso financeiro de um estaciona-mento, onde as margens de ganho não são superiores a 10% ou 15%. O sistema mais seguro, que garante até 99% da ope-ração, também é o de custo mais elevado. Cada catraca auto-matizada – aquela onde uma câmara faz a leitura da placa do veículo sem precisar de interferência humana – custa entre R$ 90 mil e R$ 140 mil. Já a informatizada, onde é preciso que uma pessoa coloque no sistema a placa do cliente, o in-vestimento inicial sai por algo próximo dos R$ 10 mil. “A di-ferença é absurda, mas vale a pena. Atualmente, tenho cinco estacionamentos automatizados contra oito informatizados e é possível ver a diferença.”

SEGURANÇA MORDE O LUCRO

Boa parte de estacionamentos e garagens espalhados pelo Brasil surge e gera receitas não só pela mobilidade urbana deficiente, mas também pela insegurança do usuário em dei-xar o veículo na rua. Roubos e furtos mexem com toda uma cadeia, inclusive a de seguros dos próprios locais onde o mo-torista busca segurança. “Como sou franqueado de uma gran-de empresa, consigo trabalhar com um valor mais baixo, mas que ainda assim é altíssimo e interfere no faturamento. Sem ele, no entanto, não dá para ficar”, destaca Feijó.

A violência em Porto Alegre e Caxias do Sul também tem reflexos no modelo de negócio do empresário. Dos 13 estacio-namentos, somente 20% atendem 24 horas e a maioria deles opera de portões fechados à noite. “O funcionário tem que reconhecer o usuário pela câmara. Sabemos que isso não é o melhor, mas é uma forma de garantir a segurança”, destaca.

INVESTIMENTO

Um estacionamento foi a oportunidade de investimen-to vista pelo administrador de empresas Leandro Möller. Tendo experiências em áreas como a construção civil, ele nunca tinha tido contato com o setor e foi a partir de um segundo empreendimento que ele ajudou a tocar que surgiu o Le Garage em São Leopoldo. Há quase dois anos, o estacio-namento funciona em frente à prefeitura de São Leopoldo e próximo à rodoviária do município. Mesmo tendo volume de rotatividade na área, 60% dos usuários são funcionários públicos mensalistas. “A área, mesmo já tendo sido apro-vada, ainda não é zona azul, o que não limita o tempo de estacionamento nas faixas de rua. Tenho certeza de que se tivesse parquímetro como as demais vias, o movimento se-ria mais variado”, destaca Möller.

O Le Garage oferece 78 amplas vagas, cada uma com três metros de largura, seguindo padrão norte-americano. O piso é intertravado e toda a área de garagem é coberta. Em

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Auto Park é uma das maiores franquias

na área de estacionamento no país

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ho Estacionamentos

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dias de chuva, os usuários ainda têm direito a um guarda-chuva, que deve ser devolvido na retirada do veículo. “São detalhes e até algum mimo que busca dar conforto e qualidade ao nosso cliente. Isso faz a diferença no preço também”, afirma Möller. Atual-mente a hora cobrada pelo Le Garage fica em R$ 7.

Mas viabilizar o negócio não tem sido fácil. Além da burocracia com prefeitura e bombeiros, também é alto o custo com funcionários. “Traba-lhar certinho, com todo mundo legalizado, assim como para qualquer empresa, é um valor alto. Mas também necessário para não ter incômodo futuro”, afirma Möller, destacando que o Le Garage funciona apenas em horário comercial. Para complementar o faturamento, Möller também loca espaços para pu-blicidade e para food trucks durante a semana. “Aos finais de semana, o estacionamento vira local para promover encontro de carros antigos.”

Outro ponto que, segundo o empresário, prejudi-ca o negócio é a clandestinidade. Não existe um nú-

mero certo, mas a estimativa de entidades do setor é que cerca de 20% dos estacionamentos ou garagens atuem de forma irre-gular no Estado. “O cara tem um terreno e quer monetizar. Aí entra ele ou a esposa e começam a operar um estacionamento sem nenhum dos custos que nós, legalizados, temos. Isso pre-

judica o setor e motiva que o usuário pense que quem trabalha certinho só quer explorá-lo”, reclama.

TEMPO E PREÇO PRATICADO

Os valores praticados no mercado de estacionamento va-riam de cidade para cidade e de negócio para negócio. Em Pas-so Fundo, por exemplo, a média da hora cobrada fica em R$ 7. Valor semelhante às duas maiores cidades do Vale do Sinos, Novo Hamburgo e São Leopoldo, onde a hora fica entre R$ 6 e R$ 10. Já em Pelotas, 60 minutos custam por volta de R$ 4. Na Capital, o valor pode chegar a R$ 30 a hora, conforme o local.

Não existe um regulador de preço. O empresário é livre para praticar o valor que mais fica justo ao seu negócio, con-siderando custos como aluguel, sistema automatizado ou in-formatizado e funcionários, entre outros aspectos. “Aqui em São Leopoldo, onde a problemática da mobilidade ainda não é tão gritante, tenho que ter uma margem bem baixa para pode girar. Tive que aumentar em R$ 2 meu valor/hora por conta do aluguel e ouvimos muitas reclamações. O usuário não con-segue ver um estacionamento ou garagem como um negócio”, destaca Möller.

No Rio Grande do Sul, é de praxe a cobrança por hora do usuário. Em alguns locais, o tempo mínimo pode ser de meia hora. Em Porto Alegre, uma lei municipal que ainda precisa ser sancionada pelo prefeito Nelson Marchezan prevê que todos os estacionamentos cobrem para cada 15 minutos — inclusive shoppings, onde a cobrança é feita por quatro a seis horas, na maioria. “É uma lei inconstitucional, que des-respeita a livre iniciativa. Estamos em um livre mercado. É pior para o usuário, pois a tendência é de que as empre-sas cobrem o mesmo valor por um tempo menor”, salienta Francisco Nora, presidente do Sindicato das Empresas de Garagens, Estacionamentos, Limpeza e Conservação de Veí-culos do Estado do Rio Grande do Sul (Sindepark-RS).

Lei semelhante já existe em Santa Maria. Por lá, desde 2014, os empresários devem cobrar em frações de 15 minutos, além de colocar relógios na entrada e cartazes com os valores. Muitos conseguiram na Justiça o direito de operar de forma independente. A judicialização também será uma medida do Sindepark-RS caso a lei seja aprovada na Capital. “Há 18 anos derrubamos uma lei assim na Justiça. Se precisarmos vamos novamente para a briga.”

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Há quase dois anos, o estacionamento

Le Garage funciona em frente à

prefeitura de São Leopoldo

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pelo mundo

Noruega abaNdoNará rádio FMDesde janeiro deste ano, a Noruega está trocando progressivamente a rádio em frequência modulada (FM) pelo sistema de transmissão digital de áudio (DAB). O país é o primeiro no mundo a realizar essa troca, com o objetivo de enriquecer o conteúdo das rádios e fomentar a criação de novas emissoras. O novo padrão digital promete ainda proporcionar um serviço melhor com um custo oito vezes menor que o da FM. As autoridades justificam a mudança afirmando que o sistema DAB é difundido por via hertziana, cobre melhor o território

do país e difunde mais facilmente uma mensagem de alerta em situações de emergência. A transição vem sendo preparada pela Noruega há anos, tan-to que o DAB e o FM convivem desde 1995. Atualmente 22 estações de rádio transmitem o sinal digital e ainda há espaço para outras 20. Com o sinal FM era possível ter um máximo de cinco emissoras nacionais.

robô detecta Fraudes Na câMara brasileira

Por meio de inteligência artificial, um projeto está

ajudando a Câmara dos Deputados, em Brasília, a agilizar as auditorias e diminuir as fraudes nos

gastos públicos. Com a ajuda do robô Rosie, a Operação

Serenata de Amor já descobriu cerca de R$ 380 mil em gastos indevidos na Cota para o Exercício da Atividade

Parlamentar (Ceap), destinada apenas a gastos pessoais dos deputados.

O robô analisa os reembolsos efetuados à Câmara pelos deputados, dados públicos

disponíveis no site do governo e pela Lei de Acesso

à Informação (LAI). A operação acontece desde dezembro, e os números de Rosie são bem expressivos.

Em uma semana de operação, o robô fez 3 mil registros, auditou 849 casos, denun-ciou 629 gastos suspeitos,

dos quais 43 vinham de um único deputado. A partir das denúncias, o projeto espera

conseguir a devolução desses gastos indevidos. Até o mo-

mento, foram devolvidos R$ 1,5 mil, provenientes de

seis deputados.

usiNa eM sP traNsForMa cigarros eM PaPelO Brasil ganhou a sua primeira usina de reciclagem de bitucas de cigarro.

A cidade de Votorantim, em São Paulo, é o local que abriga o projeto Poiato Recicla, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Brasília.

A usina transforma os restos de cigarros e dá uma nova utilidade a eles, pois com 25 bitucas já é possível fazer uma folha de papel. Para auxiliar

na coleta, já existem 2.600 caixas coletoras dos resíduos em 17 cidades da região, o que também ajuda no descarte ecologicamente correto. Os funcionários coletam por mês 130 quilos. Na usina, depois da triagem o

material é desintoxicado em um caldeirão com água e uma solução química, ferve por cerca de

cinco horas e depois é reservado para esfriar.

Depois de peneirado e lavado, o resíduo

se torna uma massa celulósica e é partir dele

que se faz o papel.

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Divulgação/Operação Serenata de Amor

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Rafael PandolfoConsultor tributário da Fecomércio-RS

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A CADA DoiS ou tRêS AnoS o assunto da reforma tributária vem à tona. Todos apontam os conhecidos problemas do modelo atual: excesso de tributos e obrigações assessórias, diversas incidências sobre o valor agregado (IPI, ISS, ICMS, PIS/Cofins), guerra fiscal, sonegação, blá blá blá.

Tendo esses problemas como justifica-tivas, foram realizadas significativas alterações do sistema tributário que, nos últimos anos, só agravaram esse quadro. De todas as minhas observações ao longo de 20 anos de estudo do sistema tributário brasileiro, cheguei a algumas conclusões sobre o tema.

Em primeiro lugar, o verdadeiro combustível das reformas tributárias no Brasil tem sido o aumento de arrecadação. Reformar o sistema para incrementar a arrecadação – ainda mais quando se está em retração – é uma péssima ideia. É o mesmo que fazer dieta quando se está doente. Leva a decisões erradas, despreocupadas com a neutralidade e o desenvolvimento de um ambiente seguro e economicamente fértil. A racionalização

cede à necessidade e traz como resultado a atual colcha de retalhos fiscal.

Em segundo lugar, antes de reformar o sistema tributário, o país precisa eleger qual dos quatro regimes tributários é o vigente: o aprovado pelo legislador; o regulamentado pelos órgãos aplicadores (que impõem inovações e restrições); o julgado pelos tribunais administrativos ou o definido pelo Judiciário. Todos se inti-tulam imparciais e guardiões da legalida-de. A conclusão a que chego é que o único titular constitucional dessa garantia – o contribuinte – até hoje não sabe, pragmaticamente, o que ela significa. O empresário brasileiro vive em um ver-dadeiro terremoto fiscal, dada a instabili-dade do alcance das normas tributárias.

Aumentar o PIB e diminuir a incerteza deve ser a meta primordial a partir da qual poderá ser construído o novo sistema tributário, voltado ao crescimento. Assim, antes de reformar a casa, é preciso colocar um basta no atual terremoto fiscal e rea-linhar a economia nos trilhos. Enquanto isso não acontecer, qualquer reforma será mais um “puxadinho”.

O terremOtO fiscal e a refOrma

tributária

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monitor de juros mensal

O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de

crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.

O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira

semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis

modalidades de crédito à pessoa jurídica.

Capital de Giro Com prazo até 365 dias

Cheque espeCial

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

no

tas

Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias

Conta Garantida

desConto de Cheques

Em fevereiro, na modalidade

de capital de giro com prazo

até 365 dias, com a ausência

dos dados do Citibank, o

Banco Safra apresentou a

menor taxa média mensal de

juros. Na ponta oposta esteve

a Caixa, com a mais alta taxa

da modalidade.

Com pouca variabilidade nas

taxas médias mensais de

juros, na modalidade de cheque

especial, a única mudança no

ranking foi a do Banco Safra, que

passou a ocupar a primeira posição,

com redução em sua taxa entre os

meses de janeiro e fevereiro.

Na modalidade de antecipação de

faturas de cartão de crédito, o

Banco Safra apresentou a menor

taxa média mensal de juros, seguido

do Banco do Brasil, que registrou

decréscimo em sua taxa em

comparação ao mês de janeiro.

O Itaú permaneceu com a maior

taxa da modalidade.

O Banco Safra, apesar do

acréscimo em sua taxa média

mensal entre os meses de

janeiro e fevereiro, permaneceu na

primeira colocação na modalidade

de capital de giro com prazo

acima de 365 dias. Em seguida,

estiveram Itaú e Caixa, que

ultrapassaram o Bradesco com o

declínio de suas taxas médias.

Na modalidade de conta

garantida, o Banrisul

apresentou a menor taxa

média mensal de juros.

O Banco Safra, de modo oposto,

apresentou a mais alta taxa

da modalidade, com

significativo distanciamento

dos demais bancos.

Apesar do recuo expressivo

na taxa média mensal de juros

do Banco do Brasil, ele permaneceu

na última posição do ranking na

modalidade de desconto de

cheques. Entre os demais bancos, as

variações não foram muito expressivas.

O Banco Safra registrou a menor

taxa média mensal.

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas.3) Período de coleta das taxas de juros: 1º/02/2017 a 7/02/2017.

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Jan

2,39

2,43

2,45

2,43

2,68

3,16

Jan

10,77

9,36

13,22

13,09

13,66

13,65

13,73

Jan

1,67

3,37

3,03

3,29

3,55

Jan

1,16

2,23

2,25

2,01

2,26

2,74

Jan

2,94

3,20

3,82

3,68

2,42

4,81

13,44

Banco Safra

Itaú

Santander

Bradesco

Banrisul

Caixa

Banco Safra

Banrisul

Itaú

Bradesco

Santander

Caixa

Banco do Brasil

Banco Safra

Banco do Brasil

Bradesco

Santander

Itaú

Banco Safra

Itaú

Caixa

Bradesco

Santander

Banrisul

Banrisul

Banco do Brasil

Santander

Itaú

Citibank

Bradesco

Banco Safra

Banco Safra

Banrisul

Santander

Itaú

Bradesco

Caixa

Banco do Brasil

FEV

2,02

2,32

2,47

2,54

2,92

3,25

FEV

9,52

9,60

13,25

13,33

13,65

13,67

13,69

FEV

1,62

3,03

3,16

3,18

3,60

FEV

1,68

2,09

2,11

2,36

2,47

2,69

FEV

2,99

3,05

3,25

3,61

3,98

4,71

13,27

FEV

2,39

2,57

2,91

3,08

3,18

3,34

3,79

Jan

2,44

2,58

2,90

3,16

3,21

3,20

4,08

É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

/ fevereirO 2017

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DICAS DO MÊSReflexões Repaginadas sobRe o vaRejo Em sua

segunda edição, o livro Varejo e Brasil: reflexões estratégicas chega às livrarias

com mais informação e conteúdos inéditos. A publicação traz agora dados atualizados, novos cases de mercado, análise sobre o último ano de crise no

Brasil e capítulos maiores sobre o papel da loja, experiência e integração com

o mundo digital. A obra foi escrita pelo executivo Alberto Serrentino, funda-

dor da boutique de estratégia de varejo Varese Retail. Na elaboração do livro,

Serrentino se baseou na sua vivência de mais de 30 anos na área e acompanhou o aumento progressivo das mudanças do setor e o desafio que as empresas vare-jistas brasileiras enfrentam em pensar

nas estratégias de negócio e na definição das prioridades da gestão. Além disso,

a publicação aborda em profundidade a análise dos cinco temas estratégicos em que as empresas do setor devem focar,

para obter um crescimento lucrativo e sustentável: a relação com o produto,

o papel da loja, a experiência, a integração com o mundo digital e o

propósito e cultura.

livRo

Ficha técnicaTíTulo: Varejo e Brasil: reflexões estratégicas

AuTores: Alberto Serrentino

ediTorA: Varese Retail

Ano: 2016

boRbulhas em estudo Para muitos apaixonados por espumantes, é um sonho conhecer a cidade de Champagne, localidade do interior da França que inspirou o nome da bebida. O documentário Um ano em Cham-pagne oportuniza conhecer a cidade e os processos de produção da cham-pagne. O longa leva o espectador a explorar durante 12 meses a rotina de produção da região, que é considerada a mais antiga entre as produtoras

de vinhos e espumantes. O documentário mostra todas as etapas ao longo das quatro estações do ano, evidenciando como o trabalho se mantém artesanal. Além disso, Um ano em Champagne con-ta com depoimentos tanto de grandes empresá-rios do ramo como de pequenos produtores, que ajudam a compreender a complexa elaboração desse tipo de bebida. Feito em parceria da Netflix com a Inca Films, o documentário tem a direção

de David Kennard e faz parte de uma tri-logia que já passou por Borgonha, cidade francesa especializada na produção de vinho, e pretende finalizar na Cidade do Porto, em Portugal, também reconhecida por suas vínicolas.

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Rio

Ficha técnicaTíTulo: Um ano em Champagne

Gênero: Documentário

direção: David Kennard

durAção: 82 minutos

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APP

novidades no twitteR Para acompanhar as tendências e facilitar a interação dos usuários, o Twitter acaba de lançar

duas novidades. A primeira foi a aba Explorar, que reúne os temas mais comentados, os vídeos ao vivo, o

conteúdo do Moments e o campo para pesquisar. A novidade unirá de forma mais simples e rápida as informações mais

comentadas no Trending Topics, o medidor de popularidade de assuntos no Twitter. Por enquanto, a aba está disponível

apenas para o sistema operacional iOS. A segunda inovação é o aumento da segurança na plataforma. O Twitter vai impe-

dir a criação de novas contas abusivas, identificando pessoas com contas suspensas para que elas não criem

novos perfis. A empresa também vai ocultar tweets potencialmente abusivos e disponibilizar

resultados de busca mais seguros, retirando dos resultados conteúdos sensíveis e mensa-

gens de contas bloqueadas.

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