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Entrevista EVENTOS COMO A NRF APONTAM AS DIREÇÕES PARA O FUTURO DO VAREJO & 142 Fevereiro Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul BENS SERVIÇOS TENDÊNCIAS “PAPA DA GESTÃO”, O PROFESSOR VICENTE FALCONI FALA SOBRE MERITOCRACIA E O MODELO AMBEV NICHO Tipicamente gaúcho, o xis é a base do sucesso de muitos negócios FERRAMENTA Cliente misterioso avalia desde o atendimento até os produtos DEZ PASSOS Saiba como fazer a gestão de conflitos em Recursos Humanos

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Entrevista

eventos como a nrf apontam as direções para o futuro do varejo

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Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul

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“papa da gestão”, o professor vicente falconi fala sobre meritocracia e o modelo ambev

Nicho tipicamente gaúcho, o xis é a base do

sucesso de muitos negócios

fErramENta cliente misterioso avalia desde o

atendimento até os produtos

dEz paSSoS saiba como fazer a gestão de conflitos em

recursos Humanos

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Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

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luiz carlos bohn

O futurO dO varejO

O anO cOMeçOu cOM uM sinal de alívio para quem tem dívidas. A redução da taxa bási-ca de juros (Selic) de 13,75% para 13%, aliada a uma melhora da economia no horizonte, tende a impulsionar a redução das taxas praticadas pelos bancos, estimulando as renegociações das dívidas. Como a atividade econômica está em queda desde 2014, muitas empresas já firma-ram acordos para manter as suas atividades. Por isso, é de suma importância que elas apro-veitem o momento atual para fazer renegocia-ções que lhes deem fôlego e sejam viáveis.

Além disso, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Fecomércio-RS carrega outra boa notícia. O nível de endividamento dos gaúchos encer-rou o primeiro mês de 2017 em queda em todas as faixas de renda. O percentual de endivi-damento das famílias ficou em 65,1%, contra 67,1% no mesmo mês do ano passado, represen-tando o primeiro recuo na base de comparação interanual desde setembro de 2015. Como nem tudo são flores, o mesmo documento mostra que a inadimplência ainda é elevada.

Enquanto se projeta uma retomada lenta e gra-dual, é preciso olhar para dentro do negócio e verificar que manobras operacionais são neces-

sárias para estar sintonizado com as tendências econômicas. Estar atualizado, aliás, é o que levou 35 mil pessoas de 94 países a Nova York para participar da National Retail Federation (NRF) Retail BigShow 2017, entre os dias 15 e 17 de janeiro, o maior evento de tecnologia para varejo do mundo. Foco na experiência dentro das lojas, propósito e inovações tecnológicas são alguns dos elementos destacados entre as projeções para o futuro do varejo.

Há anos, o mercado vem passando por transfor-mações profundas quando se fala em atendi-mento ao cliente, sempre em busca de melho-rar a experiência do consumidor, o que passa pelas visitas físicas e também pelas compras online. A feira mostrou algumas soluções com foco exclusivo em tecnologia e inovação.

Obviamente, além de conhecer as tendências, é preciso verificar como elas podem fazer sentido dentro do contexto de cada negócio. Não vale simplesmente importar soluções sem sopesar se elas se encaixam com perfil e segmento de cada empresa. Para os empreen-dedores, estar a par do que se passa no setor tanto internacional quanto regionalmente é um dos passos para trilhar a retomada do cres-cimento econômico.

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especial / tendências

revista bens & serviços / 142 / fevereiro 2017

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qual é o futuro do varejo? em

busca de respostas para esta

pergunta, eventos como a nrf

apontam diversos elementos

que compõem o cenário

internacional para o setor.

conheça essas tendências e

veja quais se adaptam ao seu

negócio e à sua realidade

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ferramenta

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entrevistaeconomia

conhecido como guru brasileiro

de gestão de empresas, vicente

falconi fala sobre o método

ambev e estabelecimento de metas

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o cenário atual reúne boas

condições para a renegociação

de dívidas. entenda o que é

importante avaliar para negociar

cliente oculto permite

avaliar desde o atendimento de

uma loja até a qualidade dos

produtos oferecidos

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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC® (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente

responsável da matéria-prima florestal.

Selo FSC

PubliCação mEnSal do SiStEma FEComérCio-rS FEdEração do ComérCio dE bEnS E dE SErviçoS do EStado do rio GrandE do Sulavenida alberto bins, 665 – 11º andar – Centro – Porto alegre/rS – brasil

CEP 90030-142 / Fone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

www.revista.fecomercio-rs.org.br

Presidente:luiz Carlos bohn

Vice-Presidentes: luiz antônio baptistella, andré luiz roncatto, levino luiz Crestani, ademir José da Costa, alécio lângaro ughini, arno Gleisner

(licenciado), diogo Ferri Chamun, Edson luis da Cunha, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, ibrahim mahmud, itamar tadeu barboza da Silva,

ivanir antônio Gasparin, João Francisco micelli vieira, Joel vieira dadda, leonardo Ely Schreiner, marcio Henrique vicenti aguilar, moacyr Schukster, nelson

lídio nunes, ronaldo Sielichow, Sadi João donazzolo,Júlio ricardo andriguetto mottin, Zildo de marchi, leonides Freddi, Paulo roberto diehl Kruse, adair

umberto mussoi, élvio renato ranzi, manuel Suarez, Gilberto José Cremonese, ivo José Zaffari

diretores: Walter Seewald, Jorge ludwig Wagner, antonio trevisan, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio müller, Cladir olimpio bono, daniel amadio,

davi treichel, denério rosales neumann, denis Pizzato, dinah Knack (licenciada), Eduardo luiz Stangherlin, Eduardo luís Slomp, Eider vieira Silveira, Elenir luiz bonetto, Ernesto alberto Kochhann, élio João Quatrin, Gerson nunes

lopes, Gilberto aiolfi, Gilmar tadeu bazanella, Giraldo João Sandri, Guido José thiele, isabel Cristina vidal ineu, Jaucílio lopes domingues, João antonio

Harb Gobbo, Josemar vendramin, José nivaldo da rosa, liones oliveira bittencourt, luciano Stasiak barbosa, luiz Caldas milano, luiz Carlos dallepiane, luiz Henrique Hartmann, marcelo Francisco Chiodo, marice Fronchetti, mauro Spode, nerildo Garcia lacerda, olmar João Pletsch, Paulo roberto Kopschina,

remi Carlos Scheffler, rogério Fonseca, Silério Käfer, Sueli morandini marini, alberto amaral alfaro, aldérico Zanettin, antônio manoel borges dutra, antônio

odil Gomes de Castro, ary Costa de Souza, Carina becker Köche, Carlos alberto Graff, Celso Fontana, Cezar augusto Gehm, Clori bettin dos Santos, daniel miguelito de lima, daniel Schneider da Silva, Eliane Hermes rhoden, Elvio morceli Palma, Erselino achylles Zottis, Flávia Pérez Chaves, Francisco

amaral, Gilda lúcia Zandoná, Henrique José Gerhardt, Jamel Younes, Jarbas luff Knorr, Jolar Paulo Spanenberg, José lúcio Faraco, Jovino antônio demari, leomar rehbein, luciano Francisco Herzog, luiz Carlos brum, marcelo Soares reinaldo (licenciado), marco aurélio Ferreira, miguel Francisco Cieslik, nasser mahmud Samhan, ramão duarte de Souza Pereira, reinaldo antonio Girardi,

régis luiz Feldmann, ricardo Pedro Klein, Sérgio José abreu neves, valdir appelt, valdo dutra alves nunes, vianei Cezar Pasa

conselho Fiscal: luiz roque Schwertner, milton Gomes ribeiro, Hildo luiz Cossio, nelson Keiber Faleiro, Susana Gladys Coward Fogliatto

delegados rePresentantes cnc: luiz Carlos bohn, Zildo de marchi, andré luiz roncatto, ivo José Zaffari

conselho editorial: Júlio ricardo andriguetto mottin, luiz Carlos bohn e Zildo de marchi

assessoria de comunicação: aline Guterres, Camila barth, Caroline Santos, Catiúcia ruas, Fernanda romagnoli, liziane de Castro, Juliana borba e

Simone barañano

coordenação editorial: Simone barañano

Produção e eXecução: temática Publicações

edição: Fernanda reche (mtb 9474)

rePortagem: Cláudia boff, diego Castro, laura Schenkel e micheli aguiar

colaboração: Edgar vasques, laís albuquerque, marcelo Portugal, nathália Cardoso, nathália lemes, rodrigo Giacomet e Sulamita mendes

edição de arte: Silvio ribeiro

reVisão: Flávio dotti Cesa

imagem de caPa: ©iStock.com/ismagilov

tiragem: 21,1 mil exemplares

é permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

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Sobre / resiliência

Palavra do Presidente

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Resiliência

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A maior glória da nossa vida não reside em nunca cair, mas sim em levantar todas as vezes que caímos.“

NelsoN MaNdela Pacifista sul-africano (1918 – 2013)

Uma trajetória – seja ela pessoal oU profissional

– tem seUs altos e baixos, e a maneira como

sobressaímos nos momentos de tensão é qUe

comprova a nossa matUridade e também a nossa

habilidade em nos transformarmos sempre para o

melhor. ressUrgir e ressignificar a nossa jornada

é essencial para qUe completemos a nossa missão

e ocUpemos o nosso lUgar ao sol

”“É preciso saber que não somos resilientes, mas estamos resilientes. Temos diferentes graus de resiliência para diferentes situações. Um médico pode ser altamente resiliente para conseguir operar um paciente em condições de alto risco, e pode ter baixa resiliência para, por exemplo,

lidar com o choro de sua filha recém-nascida durante a madrugada. Podemos ativar a resi-liência em determinada situação quando uma pessoa, equipe e/ou empresa puder manifestar e administrar excepcionalmente o conjunto de componentes capazes de orientá-la a conseguir alcançar seus objetivos e propósitos, mesmo em ambientes de mudança e adversidade.”

eduardo CarMello, no livro Resiliência – A transformação como ferramenta para construir empresas de valor

“Resiliência é uma competência

cada vez mais necessária. O maior

desafio de exercitá-la se dá pelo uso

de uma série de funções executivas

que possuímos em nosso cérebro,

como: flexibilidade mental, resolução

de problemas e, por fim, tomada de decisão. Ao lidar

com um problema ou uma dificuldade inesperada,

é preciso criar alternativas para lidar com a situação,

analisar prós e contras e também as consequências de

cada alternativa. Somente assim se poderá fazer uma

escolha com maior chance de resolver o problema.

A resiliência é um treino mental que pode ser feito por

qualquer pessoa e que, consequentemente, terá uma

vida mais equilibrada e plena.”

Zora ViaNa, psicóloga e coach da Atitude Emocional

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notícias negócios&Ed

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Brasil ainda possui juros mais altos

do mundo Mesmo com a redução

recente do Comitê de Política Monetária

do Banco Central (Copom) na Selic

de 13,75% para 13%, o Brasil segue

no ranking dos maiores juros reais do

mundo. Os dados são do site MoneYou

em parceria com a Infinity Asset

Management. Os juros reais, que são o

resultado da taxa de juros dos últimos

12 meses descontada a inflação dos

últimos 12 meses do país, é de 5,62%.

Depois vêm a Rússia (4,36%), a Índia

(2,53%) e o México (2,36%). Já nos juros

nominais, que consideram a inflação,

o país aparece em terceiro, com 13%,

atrás da Venezuela (22,48%) e da

Argentina (24,75%).

Fecomércio-rS promove congreSSode 23 a 25 de março a Fecomércio-RS pro-move o 2º Congresso Estadual de Relações Sindicais e do Trabalho. O evento apresen-tará uma visão diferente em relação à ges-tão das relações trabalhistas e sindicais e

promoverá a troca de experiências no setor do comércio e de serviços. As atividades serão realizadas tanto no Hotel Sesc Torres quanto no Guarita Park Hotel. Serão seis palestrantes: o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no RS, Rogério Fleischmann, o advogado sindical Gustavo Villar Mello Guimarães, o advogado trabalhista Eduardo Ca-ringi Raupp, o advogado especialista em Direito Individual e Coletivo do Trabalho Denis Einloft, o presidente da União Geral dos Trabalha-dores (UGT), Ricardo Patah, e o deputado federal Ronaldo Nogueira. Os ingressos variam de R$ 175 a R$ 350, conforme a categoria em que o participante se encaixa. Dirigentes de sindicatos filiados à Fecomér-cio-RS e estudantes ganham desconto. Os inscritos podem pagar por boleto ou depósito identificado. Para mais informações, acesse: www.fecomercio-rs.org.br/congressotrabalhista.

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eSpaço Sindical

ingressos disponíveis para o reload

sindilojas Festival Em sua 5ª edição, o

evento de capacitação Reload Sindilojas

Festival ocorre em 21 de março, no Clube Tiro

e Caça, de Lajeado. Os ingressos já podem

ser adquiridos. As inscrições podem ser feitas

no Sindilojas Vale do Taquari e variam de R$ 30

a R$ 100 para associados e de R$ 48 a R$ 140

para os demais.

entregues prêmios da campanha um sonho

de natal Uma comitiva do Sindilojas Missões

entregou os prêmios para as cinco empresas

contempladas na campanha Um Sonho de

Natal. Os vendedores dos cupons sorteados ga-

nharam um vale-compras de R$ 300. Estiveram

presentes a diretoria da entidade e representan-

tes do Sicredi.

sindilojas gravataí Firma parceria para

alavancar vendas durante o ano O Sindilo-

jas Gravataí, em parceria com a coach Giova-

na Kulzer, da empresa Up na Carreira, lança um

treinamento para auxiliar os comerciantes no

início do ano, quando ocorre uma desacelera-

ção no setor. Mais informações pelo telefone

(51) 3488-4586.

empreendedorismo em Foco no sindilojas

alto uruguai Em 12 de janeiro o Sindilojas Alto

Uruguai iniciou o ciclo de palestras Ser Empresário

2017, que informa sobre a economia do país, o

mercado do comércio varejista e o crescimento

empresarial em 2017. O ciclo se iniciou em Erval

Grande e passará por 25 cidades. Ministradas

pelo executivo Valdecir D. Ril, as palestras têm

duração de duas horas. Quem participa das ati-

vidades recebe atendimento do Sebrae. Informa-

ções pelo telefone (54) 3321-3720 ou pelo e-mail

[email protected].

programa incentiva a regularização triButária

Para incentivar pessoas e empresas a regularizar dívidas com

a Receita Federal, o governo sancionou em janeiro a Medida

Provisória (MP) que cria um novo programa de regularização

tributária. Agora será possível parcelar as dívidas adquiridas

tanto com a Receita quanto com a Procuradoria-Geral da

Fazenda Nacional (PGFN), desde que tenham sido obtidas até

30 de novembro de 2016. O programa permite o abatimento

de prejuízos acumulados, mas eles devem ter sido apurados

até 31 de dezembro de 2015 e declarados até 30 de junho de

2016. A adesão se inicia em 1º de fevereiro, e o parcelamento

pode ser feito em até 120 vezes. O programa espera arrecadar

R$ 10 bilhões. No total, há R$ 184 bilhões em dívidas inscritas na

Receita e R$ 1,7 trilhão em débitos na dívida ativa.D

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poupança bate recorde em 2016 as cadernetas de poupança atingiram em 2016 a melhor rentabili-dade em 10 anos. Segundo o estudo da Economática, a rentabilidade alcançou 8,30%, mais alta que a inflação estimada pelo IPCA. Uma das razões foi a alta dos juros nos últimos anos. Porém, com a redução da

taxa Selic, a tendência é de que os ganhos com a poupança diminuam e se aproxi-mem dos 6,17% de juros ao ano pagos pela aplicação, além da Taxa Referencial (TR). Com a Selic reduzida, estima-se que a TR também vá retroceder.

varejo tem pior reSultado da década

o comércio nacional registrou uma queda histórica em 2016. Segundo o Serasa Experian, em comparação a 2015, o consumo nas lojas do Brasil caiu 6,6%. Esse foi o pior resultado dos últimos 16 anos

e também o pior já registrado pela organização, que apura os da-dos desde 2000. A pesquisa aponta que os juros altos, o desempre-go e a confiança enfraquecida influenciaram muito no resultado negativo. O segmento mais afetado foi o de veículos, com queda de 13%, seguido de vestuário e calçados, com 12,6%. Depois estão as lojas de móveis, eletroeletrônicos e informática, com 11,1%.

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trêS perguntaS

Famoso por apresentar o

quadro Medida Certa, exibido

pelo Fantástico, da Rede Glo-

bo, Marcio Atalla é educador

físico e pós-graduado em

nutrição. Ele roda o Brasil com

palestras sobre combate ao

sedentarismo. Nesta entrevista,

Atalla fala sobre a importância de atividades físicas

diárias e a necessidade de manter hábitos saudáveis.

como inserir a prática de exercícios em uma

rotina corrida e cheia de estresse? Justamente

por ser corrida e cheia de estresse é preciso parar

e fazer o corpo se mexer. Empresários costumam

usar a ‘falta de tempo’ para justificar a ausência de

movimento em suas vidas. O primeiro passo é tomar

a iniciativa, o segundo é encontrar uma atividade

que lhe dê prazer: caminhar, nadar, subir escada.

Pode ser qualquer atividade para começar. O

importante é a regularidade.

por que a regularidade é essencial? O corpo

precisa de ao menos 90 dias para reconhecer uma

atividade. É claro que, ao longo desse tempo, se

a pessoa fizer corretamente o que ela se propôs a

fazer, o corpo já vai sofrer alterações. Depois desse

período, fica até difícil abandonar os hábitos.

Fatores como a vida corrida e a má alimen-

tação prejudicam a saúde das pessoas e, em

especial, a dos empresários? Assim como para

qualquer pessoa, o combo ‘sedentarismo, má

alimentação e estresse’ é uma bomba-relógio. Para

o empresário, pode até se potencializar devido ao

grande número de preocupações. Se alimentar

adequadamente, reduzir a gordura, álcool, açúcar

e jantares pesados, não fumar, tentar controlar o

estresse e praticar atividade física trará qualidade

de vida, que tem muito a ver com estilo de vida. Ou

seja, tudo é resultado dos nossos atos.

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verão atrai 2,4 milhõeS de turiStaS para o braSil

na estação mais quente do ano, a expectativa do Instituto Bra-sileiro de Turismo (Embratur) para o verão de 2017 é de cerca de 11% de elevação no núme-ro de estrangeiros no país em relação a 2016. O Ministério do

Turismo (MTur) estima que entre dezembro de 2016 e feverei-ro de 2017 os gastos dos turistas acumulem mais de R$ 6,5 mi-lhões. Setores como o aéreo e o comércio estão otimistas, pois a desvalorização do real por conta da crise econômica deixa o país mais atrativo para os turistas. Os principais destinos dos estrangeiros são o Rio de Janeiro (RJ) e Florianópolis (SC). Já os países que mais nos visitam são Argentina, Estados Unidos e Chile. Mesmo o Brasil sendo reconhecido mundialmente por suas belezas naturais, os números não são muito expressivos em comparação à escala global. Pouco investimento do gover-no, baixa infraestrutura, preços altos e pouca propaganda no exterior são alguns dos problemas. O turismo doméstico ain-da é o principal pilar do segmento. O MTur aponta que serão mais de 73 milhões de viagens internas neste verão, movi-mentando cerca de R$ 100 bilhões na economia.

entrega da raiS 2016 vai até 17 de marçoa entrega da declaração da Relação Anual de Informações So-ciais (Rais) de 2016 já está disponível. Os empresários têm até 17 de março para transmitir os dados. A Rais é a base de in-formação mais completa sobre empregadores e trabalhadores formais no Brasil. Todas as pessoas jurídicas com CNPJ ativo na Receita Federal em 2016 e todas com Cadastro de Empresa In-dividual (CEI) que possuem funcionários são obrigadas a enviar o documento. Os Microempreendedores Individuais (MEI) só declaram se possuírem trabalhadores. Empresas com mais de 11 empregados devem utilizar o Certificado Digital ICP-Brasil e-CPF ou e-CNPJ para enviar a Rais. A declaração é feita somen-te pela internet, através do programa GDRAIS 2016. Quem não entregar dentro do prazo ou transmitir informações erradas pagará multa, que varia entre R$ 425,64 e R$ 42.641.

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hospital alBert einstein cria ação com taxistas

Para fazer as pessoas refletirem sobre o sedentarismo, o Hospital Israelita Albert Einstein está com uma campanha bastante curiosa em São Paulo. A partir de uma parceria com táxis, durante a ação o passageiro é convidado pelo taxista a descer uma quadra antes de seu destino final. Se o passageiro aceitar o desafio proposto, a corrida ficaria inteiramente por conta do hospital. Chamada de A Corrida da sua Vida, a campanha foi criada e de-senvolvida pela agência Enken e surgiu a partir de dados que apontam a falta de exercícios como uma das principais responsáveis pelas doenças cardiovasculares, uma das maiores causas de morte no Brasil. Para se potencializar, a ação contou com a hashtag #ACorridaDaSuaVida e também filmes para Youtube, Facebook e Instagram, e um hotsite. Foram mais de 1,7 milhão de pessoas impactadas nas redes sociais pela campanha.

Branding

cresce endividamento das Famílias

gaúchas Em 2016, o nível de endivida-

mento das famílias gaúchas chegou a

70,7%, número maior se comparado com

2015 (67,8%). O grupo de pessoas com

renda mensal de até 10 salários mínimos

foi o mais atingido. Essa é a 15ª alta conse-

cutiva do endividamento na comparação

interanual. Estes resultados são da Pes-

quisa de Endividamento e Inadimplência

do Consumidor (PEIC), elaborada pela

Fecomércio-RS. Permaneceram estáveis

a parcela da renda comprometida com

dívidas em dezembro de 2016 (32,1%) e o

tempo de comprometimento no período

de 12 meses (7,6 meses). O principal meio

de endividamento dos gaúchos continuou

sendo o cartão de crédito (82,2%).

O levantamento indica ainda que 26,7%

das famílias possuíam contas em atra-

so em dezembro de 2016, próximo aos

26,5% da apuração feita em 2015 no

mesmo período. O que mais aumentou

foram as famílias sem perspectivas de re-

gularizar as dívidas pelos próximos 30 dias,

que atingiu 13,1% em dezembro de 2016,

contra 9,7% no período anterior.

deSemprego deve aumentar no paíSconforme o relatório lançado em 12 de janeiro pela Organização Interna-cional do Trabalho (OIT), o desemprego aumentará tanto no Brasil quanto no mundo. A estimativa é de que a taxa mundial de desemprego subirá para 5,8% em 2017, um aumento de 3,4 milhões de desempregados. Ao todo, serão 201,1 milhões de pessoas sem emprego no planeta. Intitulado Perspectivas sociais e do emprego no mundo – Tendências de 2017, o estudo prevê ainda que de cada três novos desempregados no mundo em 2017, um será brasileiro. A organização prevê um total de 13,6 milhões este ano e 13,8 milhões para 2018. Esses núme-ros colocam o país como a terceira maior população de desempregados, atrás apenas da China e da Índia.

comércio deve Ficar atento aoS FeriadoS em 2017o ano de 2017 terá nove feriados nacionais e dois estaduais em dias úteis, o que deve impactar negativamente nos resultados do varejo gaúcho. A re-comendação da Fecomércio-RS é adotar estratégias para fidelizar o cliente e frear a baixa nas vendas. Ofertar produtos úteis em momentos de lazer e descanso, usar o comércio eletrônico e divulgar produtos e promoções em redes sociais também são dicas úteis que podem alavancar as vendas

e reter os clientes. Por outro lado, quem ganha com essa peculiaridade do ano é o setor do turismo. O Ministério do Turismo espera que os feriadões injetem R$ 21 bi-lhões a mais na economia em 2017 e que as viagens e o consumo em dias de folga gerem mais renda e também empregos.

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economia

de um espírito de organização. Para os empresá-rios que buscam o reequilíbrio financeiro em seus negócios, 2007 começou com um sinal de alívio. A queda da taxa básica de juros (Selic) de 13,75% para 13% tende a impulsionar a re-dução das taxas praticadas pelos bancos, estimulando as rene-gociações das dívidas. “Além disso, as instituições financeiras possuem grande interesse em reduzir a inadimplência e resta-belecer o crédito para clientes pessoa jurídica, que ficaram fra-gilizados em virtude do prolongamento das dívidas, mas que têm potencial de recuperação econômica”, ressalta Patrícia Palermo, economista-chefe da Fecomércio-RS.

Desde meados de 2014, a atividade econômica está em queda e, apesar de se esperar uma retomada em 2017, ela será lenta e gradual, contextualiza Patrícia. “As empresas que potencialmente mais se fragilizaram foram aquelas que já apresentavam resultados apertados quando a economia

Para muitos, a virada do ano vem semPre acomPanhada

evedores devem aproveitar

condições atuais para

negociar as dívidas de suas

empresas. no entanto, é

preciso fazê-lo com muita

transparência e baseado

em um diagnóstico

bem elaborado

dHora de renegociar

©istock.com/diego cervo

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estava bem, que tinham grande dependência de capital de terceiros para financiar o capital de giro e exibiam nível de endividamento bastante elevado”, complementa. Resgatá-las dessa situação é um passo fundamental para a consolidação da recuperação econômica brasileira, pois empresas saudá-veis do ponto de vista financeiro têm mais incentivos à con-tratação de funcionários e à realização de investimentos. “É muito importante que os empresários busquem renegociar suas dívidas, seja com instituições financeiras, seja com for-necedores, para que não fiquem excluídas do mercado de crédito, especialmente em um ano em que a economia ensaia uma retomada”, salienta a economista.

Sócio da consultoria TCP Latam, Fabio Flores reforça o con-selho de Patrícia: renegociação é sinônimo de preservar o capi-tal de giro e evitar entrar em uma espiral de comprometimen-to da organização. “Se você tem que pagar dívidas, você pode acabar comprometendo todo o capital de giro para fazer frente às despesas financeiras. Quem não negocia pode comprometer a própria sobrevivência”, aponta Flores.

Para construir uma relação de confiança e para o sucesso da negociação, é preciso fazer um bom diagnóstico da dí-vida, trabalhar com transparência e com base no realismo financeiro das empresas. É necessário abrir os números da empresa, ser transparente com o credor e alimentá-lo com informações confiáveis, sem omissões, para que a negocia-ção possa ser resolutiva. “O que mais vemos são empresários que fizeram negociações onde já sabiam de antemão que não conseguiriam cumprir com determinada renegociação com o banco, e quando não se consegue cumprir, gera uma per-da de credibilidade”, explica o consultor. Para evitar uma renegociação que o empresário não possa cumprir, deve-se entender o tamanho total da dívida, o peso dela no fluxo de caixa e projetar o fluxo de caixa. “Deve-se trabalhar não só na dívida, mas na reestruturação operacional da empresa, na monetização de ativos para gerar dinheiro novo. O em-presário tem que fazer mais do que simplesmente renego-ciar: ele tem que mexer na operação”, alerta Flores.

A economista-chefe da Fecomércio-RS ressalta a relevância de conhecer as taxas de juros praticadas no mercado. “É algo que deve ser feito sempre na tomada de um empréstimo de qualquer natureza, mas de modo especial no caso em que se busca regularizar dívidas em aberto. Há situações, inclusive, em que vale a pena negociar o pagamento de toda a dívida em uma

parcela única, com um grande desconto, com uma instituição financeira, tomando emprestado de outra”, orienta. Quando se tem a perspectiva de queda de juros isso ainda é mais interes-sante, porque o tomador pode, de tempos em tempos, trocar dívidas mais caras por mais baratas.

Formas e estratégias

A forma da negociação pode ser por recuperação judicial ou extrajudicial. Essa segunda opção pode ser feita de três for-mas: indireta e individualizada (a cada credor se oferece algo distinto), pode ser feita dentro de um pool, com três ou qua-tro credores, negociando as mesmas condições, ou ainda, após essa negociação fora do ambiente judicial ter sucesso, solicitar uma recuperação judicial, forçando algum credor dissidente a aderir a uma negociação feita amigavelmente com os princi-pais credores. Já a decisão varia em função da complexidade da dívida e do quadro de credores. “Uma coisa é negociar com dez credores, outra coisa é negociar com cem. Ter um núme-ro maior pode exigir uma negociação formal, dentro de uma recuperação judicial. Se você tem poucos credores, raramente a recuperação judicial vai ser eficaz: poderá mais facilmente ter acordos bons chamando os credores para negociar em uma mesa”, pontua Fabio Flores, sócio da TCP Latam.

negociações do varejo

a proposta que será feita ao credor pode ser um

alongamento da dívida, liquidação ordenada de ativos ou

venda de uma unidade, por exemplo. Para cada setor há

uma estratégia mais adequada.

Para o setor de comércio e serviços, geralmente o

alongamento com carência é interessante, aconselha

Fabio Flores. “há uma aposta de que o varejo vai se

recuperar em algum momento, e no momento em que

se recuperar a empresa vai ter condições de fazer os

seus pagamentos. Por isso, é muito importante ter um

fôlego de curto prazo, então, um período de carência

sem pagar juros ou pagando muito pouco e colocando

o pagamento para o futuro, em um alongamento

grande, prazo quiçá maior do que cinco anos, e com

pagamentos anuais crescentes, para começar baixo

e tentar sincronizar o aumento com a projeção da

retomada dos negócios da empresa”, aconselha.

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os Conflitos em RHConflitos em RH

Atenção às divergênciAs

M esmo bastante comuns no cotidiano das empresas, muitas vezes

os conflitos não são levados tão a sério pelas chefias das

organizações. os empresários, no entanto, devem estar sempre

em alerta, pois conflitos não resolvidos afetam o trabalho e

até mesmo o rendimento de uma empresa

01 02

ENTENDENDO O PROBLEMA

Um conflito pode ser definido como o emba-

te entre duas pessoas com opiniões diferentes

que não conseguem se acertar. A partir disso,

ocorrem brigas, discussões e uma quebra

dentro da relação estabelecida entre aquelas

pessoas. Dentro de uma empresa, isso pode

afetar não só os colaboradores envolvidos,

mas também os processos e o clima no lo-

cal. O diretor da empresa de consultoria SG4

Soluções Integradas, Ivo Neves, aponta que a

falta de flexibilidade em ouvir e respeitar um

outro ponto de vista costuma ser o início do

problema: “As pessoas ficam muito irritadas

e intolerantes em relação ao outro. Elas são

muito incisivas na sua posição e não param

para ouvir o que o outro tem a falar”.

DE ONDE SURGEM OS ATRITOS

Essas divergências podem ser geradas por

diversas fontes e também ocorrer entre

indivíduos ou até mesmo entre grupos.

Diferenças de personalidade, discordância

das normas de comportamento e cultura

organizacional e competição entre setores

costumam ser razões para o começo de

um atrito. “Os conflitos também podem

ser gerados por diferenças de opinião em

relação a sexualidade, religião, futebol

ou política, sobre qualquer assunto. Mas

o que não muda é que o conflito é a

maneira como aquelas duas partes lidam

com um desentendimento”, define Neves.

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Conflitos em RH

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Conflitos em RH05

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RAPIDEZ É FUNDAMENTAL

É importante detectar rapidamente

um conflito. Por causa dele, a empresa

perde muito e lá na ponta quem acaba

sofrendo também é o cliente. Se um

processo interno for comprometido por

um conflito, o consumidor pode não

receber uma entrega ou ter problema

com um serviço, por exemplo. Além disso,

um conflito protelado e não solucionado

pode ocasionar até mesmo o pedido

de demissão de um bom colaborador.

Neves ressalta ainda que brigas, ofensas,

xingamentos e desentendimentos sérios

dentro de uma empresa deixam o clima

organizacional péssimo, o que afeta o

andamento de qualquer negócio.

CONFLITOS TRAZEM PREJUÍZOS

Um erro que as organizações cometem é

não atentar aos conflitos. Se não sanados,

eles podem se tornar extremamente dano-

sos. O consultor explica que quando uma

pessoa está incomodada com a outra,

costuma bloquear completamente qual-

quer pedido de atenção e colaboração. Se

essa relação profissional envolve algum dos

processos que ocorrem dentro da empresa,

a situação piora ainda mais: “Nesses casos

o andamento dos negócios é prejudicado,

pois o processo é protelado. O colabora-

dor incomodado fará de tudo para gastar

menos energia possível em relação àquela

pessoa. Isso ocorre porque o conflito ainda

está ativo e atrapalha demais as empresas”.

HÁ SEMPRE UM LADO BOM

Se por um lado os conflitos são

prejudiciais, por outro são um sintoma

de que há diversidade de ideias dentro

de uma empresa – e isso é um bom

aspecto. “O conflito detecta que há

percepções diferentes, e a diferença é

muito rica na empresa, pois com ela nós

inovamos mais, temos mais criatividade

e conseguimos mudar o status quo”,

garante o diretor. Um conflito gerenciado

pode trazer algo bom para a empresa,

pois é importante que os colaboradores

tragam visões diferentes para o ambiente

de trabalho. O problema ocorre mesmo

quando isso é levado para o lado pessoal

e acarreta mágoas, irritações e brigas.

ESTEJA SEMPRE ALERTA

A melhor maneira de detectar um atrito é

analisar a própria reação das pessoas. Neves

argumenta que cabe ao gestor perceber

o problema e iniciar o processo para ces-

sar isso e fazer a empresa andar. Para ele,

todo gestor tem que possuir a habilidade de

conhecer o seu time, pois entender como

as pessoas trabalham e se comportam

dentro da empresa fará com que ele sai-

ba quando um grupo de pessoas está em

um momento de desentendimento. “Você

nota isso no olhar, no comportamento e na

maneira como as pessoas se tratam. Através

da entonação de ‘bom dia’ você já conse-

gue perceber se algo está errado. É preciso

prestar atenção”, aconselha o diretor.

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Conflitos em RH10 passos

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APOSTE NA GESTÃO DE CONFLITOS

Uma empresa que investe na gestão de

conflitos só tem a ganhar. O consultor

aponta que ocorre a melhora na produ-

tividade, deixa o clima organizacional

mais agradável e as pessoas interagem

mais. Se o colaborador tem o seu ponto

de vista respeitado, ele se sente melhor

no trabalho, e essa gestão afeta tanto o

respeito às diferenças quanto a aceitação

de críticas dentro da empresa. Além disso,

os negócios também tendem a melhorar:

“Nós agilizamos os processos, os deixamos

menos burocráticos, e quem se beneficia

no final disso tudo é o cliente, que recebe

o produto ou serviço de uma maneira

mais eficiente”.

INVISTA NO DIÁLOGO

Para solucionar o conflito, Ivo Neves acre-

dita na conversa. Para ele, os envolvidos

precisam falar, ouvir e depois entrar em

um acordo. Mas para isso eles precisam

ceder: “Os verbos ceder, entender e

respeitar precisam ser mais conjugados

nas organizações. O ego e o orgulho são

muito fortes nas empresas. É necessário

apostar na conversa e na humildade”,

aconselha. Reconhecer um erro ou que

existem diversas outras maneiras de se

interpretar uma questão é o caminho

para solucionar o conflito. Além disso, é

importante que o colaborador trabalhe os

sentimentos que o incomodam, evitando

armazenar ressentimentos.

CONFLITOS FAZEM PARTE DA ROTINA

Os conflitos devem ser levados

em consideração por todos os

empresários. Não importa o tipo de

negócio, a mercadoria ou o estilo de

gerenciamento, nenhuma organização

está livre de passar por isso. “Em 20

anos de experiência em consultoria,

digo que isso acontece e afeta todas as

empresas, tanto as grandes quanto as

pequenas”, revela Neves. Afinal, todas as

organizações são formadas por pessoas

e o conflito é algo normal, mas que

precisa ser gerenciado.

ANALISE AS RELAÇÕES

Quando os atritos envolvem uma

hierarquia, é importante analisar qual

estratégia será melhor para solucionar

o problema. Quando o conflito envolve

um líder e seu subordinado, será

necessária uma dinâmica específica

de conversa. Já quando a divergência

ocorre entre colaboradores do mesmo

nível hierárquico dentro da empresa, isso

acaba tendo suas particularidades e a

conversa é diferente. Entretanto, Neves

aponta que algo sempre será igual:

“O que estará por trás dessas conversas

é a mesma coisa: ter humildade,

respeito e entender o outro”.

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A mAioriA dAs pessoAs sabe ou pelo menos já leu que para se comunicar adequadamente é preciso aprender a escutar. Sim, escutar sem querer responder o tempo todo. Escutar para compreender o outro e assimilar o que ele quer expressar, e não já ficar bolando o que vai dizer como resposta ou interromper sem nem dar chance ao outro de falar. Como é isso nos dias atuais, de mídias sociais? Como posso escutar alguém se estamos em um mundo do faz de conta que está tudo bem, todo mundo é igual e pensa da mesma forma? Alguns desconhecem que vivem em uma bolha de opiniões e não percebem que nem todo mundo pensa igual ao que eles defendem. É lógico que os iguais se atraem no mundo digital e que nas redes sociais muitos somem de nossa timeline não porque deixaram de ser nossos amigos, mas porque não compartilham de mesmas opiniões e gostos e automaticamente (literalmente falando) começam a aparecer cada vez menos.

E o que isso tem a ver com aprender a escutar? Se uma pessoa entra em nossa página e escreve algo que contradiz o que defendemos, normalmente perdemos a chance de aprender com a diferença se já saímos brigando, ou seja, não damos chance para “escutar”. Com isso, ficamos cada vez mais incapacitados para o diálogo,

para o novo, para o crescimento. Não quer dizer que haja necessidade de mudança de opinião, mas não precisamos e não devemos nos fechar para o mundo e para posicionamentos contrários.

Isso também se repete no ambiente físico, é lógico. No passado, respeitava-se a opinião do outro, conversava-se valorizando o diálogo e aprendendo com o olhar diferente. Hoje a pessoa sabe que sua opinião política ou sobre um filme ou qualquer outro assunto é contrária e, mesmo assim, se fecha para a troca de opiniões, em defesa de seu próprio ponto de vista.

Isso é uma loucura, porque não tem como fazer de conta que a opinião contrária não existe e que é possível se fechar e só conversar com quem comunga do mesmo raciocínio, do mesmo argumento. O mundo fica pequeno a partir do momento em que acontece o boicote ao novo, ao diferente. Com isso, é promovida uma comunicação de raiva, de ganha-ganha ou de perde-perde.Ouvi de uma amiga uma frase que resolvi aplicar em muitos momentos de minha comunicação: “Preciso me comunicar com minha mente e meu coração, não posso deixar para me comunicar com o estômago”. Por isso, temos que aprender novamente a escutar – quem sabe muitos conflitos resultem em crescimento e inovação.

Sulamita mendeSespecialista em comunicação e marketing

Como é saber esCutar no mundo

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Vicente Falconi Campos

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O papa da gestãO

No ramo de coNsultoria, a credibilidade e a coNfiaN-

ça são fuNdameNtais. como o seNhor coNquistou o

apelido de “papa da gestão”, torNaNdo a falcoNi uma

referêNcia NacioNal? Nosso aprendizado tem como ori-gem o Japão. Trabalhamos com os mesmos consultores que atuaram na recuperação do Japão no pós-guerra orientados pelos americanos. Foram uns dez anos de muitas viagens ao Japão e percorrendo todo o Brasil em visita a empresas brasileiras junto com aqueles consultores. Nesse período, que foi de 1985 a 1995, toda a tecnologia, mas principalmen-te a maneira de conduzir uma consultoria, foi absorvida e transformada em 6 livros que venderam, juntos, mais de um milhão de exemplares. Em 1991, comecei a dar consultoria na antiga Cia. Cervejaria Brahma e lá estou até hoje como membro de seu conselho de administração, desde 1997. En-

sinei e aprendi muito na Brahma. Aprendi muito de merito-cracia e foco financeiro na gestão. Continuamos a aprender sempre pela vida afora. A cada dia aprendo um pouco mais. Para que isto aconteça é necessário que tenhamos amor pelo que fazemos e humildade de saber que todo mundo sabe alguma coisa a mais do que nós e pode nos ensinar. A credibilidade decorre de anos de trabalho sério, focado nas necessidades que o cliente tem de obter resultados. Sempre falo para nossos consultores: “Não vamos a um cliente para ganhar dinheiro. Vamos lá para ajudá-lo a ganhar. O que nós ganhamos, a longo prazo, decorre daquilo que entrega-mos”. A confiança, acredito, resulta dos valores que temos praticado e difundido em nossa empresa com insistência, o que se traduz num comportamento ético acima de qualquer outro interesse.

Ph.D. em engenharia Vicente Falconi camPos Foi ProFessor na UFmg. É

sócio e conselheiro Da Falconi consUltores De resUltaDo, emPresa Da

qUal Foi coFUnDaDor. Foi membro Da câmara De gestão e Do comitê

gestor Da crise De energia em 2001, ParticiPoU Do conselho De Várias

emPresas e É membro Do conselho Da ambeV. na entreVista a segUir, ele

Fala sobre meritocracia, estabelecimento De metas e conta como Foi a

sUa atUação na área De eDUcação no estaDo Do rio De Janeiro

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No aNo passado, foi Noticiado que a petrobras gostaria

de adotar o “modelo ambev” de gestão, baseado Na sua

cartilha de meritocracia. o que é esse modelo? O mode-lo AmBev nada mais é que uma disciplina ferrenha ao método de gestão PDCA (do inglês, plan-do-check-act, ou seja, planejar, fazer, checar e agir) aliada a meritocracia e foco financeiro. A antiga Brahma e depois a AmBev foram excelentes e constan-tes clientes nossos ao longo de muitos anos, a Falconi está tra-balhando com a AmBev até hoje. Esta persistência caracteriza as empresas excepcionais. A meritocracia é uma coisa que todo mundo apoia, mas pouca gente sabe praticar ou está disposta a enfrentar a sua realidade. Você está disposto a promover um bom empregado e deixar de lado um parente ou amigo que não é tão bom? Uma outra característica é que a escolha dos futuros líderes é feita por métodos bem claros onde se destacam a ca-pacidade de atingir metas e o alinhamento aos valores da em-presa. O foco financeiro é outra coisa que todo mundo fala que tem. No entanto, o que chamo de foco financeiro é realmente colocar as prioridades onde o retorno do dinheiro é maior em qualquer nível da empresa. Isto nem sempre é óbvio.

o que deve ser levado em coNsideração ao se estabele-

cerem metas? Existem três eixos da gestão: estabelecimen-to de metas; reestruturação organizacional e de processos e método (PDCA). Estabelecer metas não é para principiantes. Inicialmente é necessário saber onde as metas serão estabele-cidas. Elas são estabelecidas em indicadores previamente de-terminados pela formulação estratégica da empresa. Uma vez

determinados esses indicadores, o próximo passo é avaliar as possibilidades de ganhos em cada um deles. Chamamos de “la-cuna” essas possibilidades de ganhos. Tomando como base tais lacunas, é feita uma primeira proposição de metas. Cada meta é então discutida com seu dono, com o executivo responsável por atingi-la. Esta discussão deve ser exaustiva até que todos estejam seguros de que a meta é justa e de que será possível atingi-la, mesmo que não saibamos ainda como.

em que aspecto de gestão as empresas brasileiras pecam

mais? Em tudo. Cada empresa tem seus pontos fortes e fra-cos. É raro encontrar uma empresa que faça tudo de acordo com o figurino. Em algumas, as metas geralmente são mal estabelecidas e, em muitos casos, as pessoas não acreditam que poderão ser atingidas. Já começam perdendo. Em outras a organização e os processos nunca são revistos. Ora, tudo muda em nossa volta, novas tecnologias, novos regulamentos governamentais, novos materiais, novos concorrentes, entre outros, e, portanto, nossa organização e nossos processos de-vem mudar constantemente. Eu recomendo uma revisão a cada cinco anos pelo menos. Finalmente, a prática do método PDCA de gestão é uma coisa que engana. Todo mundo olha o modelo e pensa: “Isto eu conheço”. Eu geralmente falo que as pessoas sabem é desenhar o PDCA, mas praticá-lo no dia a dia e por toda a empresa não é coisa para principiantes. Tem que haver muito trabalho e dedicação. Não existem fórmulas mágicas e instantâneas.

Vicente Falconi Campos

“A meritocracia é uma coisa que todo mundo apoia, mas

pouca gente sabe praticar ou está disposta a enfrentar a sua realidade. Você está disposto a promover um bom empregado e deixar de lado um parente ou

amigo que não é tão bom?”

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Na atual coNjuNtura ecoNômica, qual deve ser o foco

da gestão, No setor privado? É muito difícil fazer esta re-comendação, pois cada caso é diferente. Cada empresa tem suas peculiaridades. O que eu posso afirmar é que a maioria das empresas hoje está muito preocupada com custos. Gosto muito de diferenciar custos de desperdícios. O custo pode ser bom e, em alguns casos, até devemos aumentá-lo. No entanto, os desperdícios, despesas que não agregam valor, devem ser constantemente eliminadas da organização. Nem sempre é fá-cil enxergar esses desperdícios, pois nós, seres humanos, nos acostumamos com tudo e passamos a admitir tais desperdícios como algo natural. É sempre bom ter alguém de fora para lhe mostrar, com base em fatos e dados, onde se localizam esses desperdícios. O resto você sabe fazer!

a falcoNi foi coNtratada pelo goverNo estadual do rio

de jaNeiro para uma coNsultoria Na área de educação.

qual foi o diagNóstico da situação e o que foi feito a par-

tir dele? Entre a primeira e segunda gestão do governo Cabral, ele foi muito criticado pelos resultados da educação. O Estado do Rio de Janeiro, muito embora fosse o segundo estado mais rico da federação, estava em penúltimo lugar na educação! O governador nos procurou e nos perguntou o que podíamos fazer. Após avaliar a situação, nós lhe garantimos que se a Fal-coni atuasse em conjunto com o time do governo, que é nossa forma de trabalho, o Estado do Rio de Janeiro estaria entre os cinco primeiros no final de seu mandato. Vale a pena registrar dois fatos. O primeiro fato foi uma reunião de nosso time com todo o secretariado do governador. O Secretário das Finanças nos questionou duramente sobre a meta que colocamos e isto provocou uma discussão que foi construtiva. Eu me levantei indignado para ele e disse: “Secretário, nós sabemos estabe-lecer metas e nos deu muito trabalho estabelecer esta. Caso o governador concorde, ele chegará entre os cinco primeiros após quatro anos. Eu não admito dúvidas quanto a isto”. Che-gamos em terceiro! O segundo fato foi a apresentação de nossa proposta ao governador. Antes de apresentar a proposta, nós falamos para ele o seguinte: “Governador, nós vamos lhe apre-sentar um slide. Se o senhor concordar iremos adiante; se não, desistiremos antes mesmo de apresentar o resto”. O slide conti-nha alguns pontos-chave: (1) nomeação de um secretário mais gerente que político; (2) eliminação de indicação política para quaisquer cargos na Secretaria de Educação. Queríamos aplicar

“As pessoas sabem é desenhar o PDCA, mas praticá-lo no dia a dia e por toda a empresa não

é coisa para principiantes. Tem que haver muito

trabalho e dedicação. Não existem fórmulas mágicas e

instantâneas.”

a meritocracia, inclusive para diretores de escolas; (3) seleção de um grupo de 300 pessoas que seriam treinadas para serem difusoras da gestão entre as aproximadamente 1.600 escolas do estado. Seria como uma “empresa de consultoria em gestão do estado”; (4) a secretaria tinha mais de 100 mil funcionários e não tinha um RH! Propusemos a ele ter um RH somente para a secretaria. Ele topou tudo. Foi a melhor experiência que tive-mos em gestão da educação no Brasil. Batemos a meta. O Wil-son Risolia, que foi o secretário da Educação responsável pelo feito é, hoje, o responsável pelo grupo de educação da Falconi Consultores de Resultado. Pessoa extraordinária!

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sindicato

Lado a Lado com os hoteLeiros

unidos na defesa dos interesses es-pecíficos do segmento, buscando congregar e fortalecer a classe, foi o que motivou a fundação do Sindicato Intermu-nicipal de Hotelaria do RS (Sindihotel), em 21 de março de 1991. “Até então, a hotelaria e a gastronomia estavam juntas no mesmo sindicato, e nós entendemos que as atividades não são iguais, e, portanto, ficavam muito dispersas as discussões específicas. Então decidimos fazer um sindicato apenas de hotelaria, que abrange todo tipo de hospedagem, inclusive motelaria”, rememora Manuel Suárez, atual presidente, que participa da entidade desde seu princípio.

Entre os momentos mais marcantes da história do Sindiho-tel estão dois fatos que ocorreram em 2001: a conquista da carta sindical, que legitima ao sindicato a realização das convenções coletivas de trabalho como representante da parte patronal nas mais diferentes regiões do Estado, e a filiação do Sindiho-tel no Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, vínculo que mostrou o reconhecimento da importância do segmento de hospedagem e se traduziu para a categoria como um importante respaldo para a atuação em defesa e crescimento do setor. “O marco

mais importante é o nosso vínculo com a Fecomércio-RS, talvez o que mais ajudou e nos deu visibilidade, pela estrutura que a entidade nos oferece”, disse o presidente.

Outro destaque foi a compra da sede própria, em 2001, localizada na rua Chaves Barcelos, centro de Porto Alegre. Suárez também comemora a criação do Conselho de Turismo e Hospitalidade da Fecomér-cio-RS: “O Sindihotel teve a incumbência de montar o conselho do Sistema, e o fi-zemos com conselheiros e convidados que representavam todo o setor turístico do Estado. Esse conselho se reúne mensal-mente, analisa as necessidades do setor de

A vontAde dos empresários do setor de hospedAgem de estArem

om 25 anos de história e

atuação em 468 municípios

do estado, o sindihotel

busca ampliar a sua

presença no interior e

estreitar os laços com

os seus afiliados para

fortalecer o setor

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turismo e hotelaria e vê como é possível aconselhar e induzir ações que venham a incrementar o turismo receptivo em toda a região de atuação da Fecomércio-RS”, conta o presidente, que desempenha um papel de liderança dentro do Conselho de Turismo da Fecomércio-RS. Pelo Contur, o Sindihotel par-ticipa também do Conselho Nacional de Turismo, constituído por entidades que representam o setor de cada estado.

apoio jurídico

O trabalho desenvolvido pela atual gestão se concentra em três grandes frentes. A primeira é a representação, atu-ando e apresentando a visão e a proposta da categoria ao setor e ao Estado. A segunda é a defesa dos interesses da ca-tegoria, destacando a negociação das convenções coletivas, o acompanhamento da legislação e a atuação nas mediações das negociações junto ao Escritório de Arrecadação de Direi-tos Autorais (Ecad) e na orientação e acompanhamento da legislação trabalhista, tributária e cível de interesse do setor nas esferas estadual e federal. A terceira frente é a busca do desenvolvimento empresarial, que se dá pela qualificação do empresariado e de seus colaboradores e pela divulgação de informação relevante de temas diversos.

“A questão com o Ecad é o que tem nos tomado mais tempo. É sobre o pagamento de direito autoral dentro dos apartamentos dos hotéis. Nós entendemos que é uma área de uso privativa do hóspede, e o Ecad acha que é uma área de uso público”, explica o presidente. Trata-se de uma dis-puta jurídica que existe há pelo menos 15 anos. “Ultima-mente, os hotéis têm perdido essa queda de braço, o que tem gerado prejuízos significativos para toda a rede hoteleira. Nós temos revertido algumas dessas ações e temos orien-tado melhor aos hoteleiros para não ficarem tão expostos”, complementa Suárez.

O dirigente resume as bandeiras da entidade em uma fra-se: “Fortalecimento da hotelaria independente, com melho-rias nas instalações, nos serviços prestados e na gestão. Esse fortalecimento, claro, visa a um crescimento”. Para isso, o Sindihotel oferece vários serviços e benefícios, além de pro-mover workshops nas regiões mais importantes do Estado, buscando incrementar o fluxo turístico receptivo.

A extensa região de abrangência da base territorial traz dificuldades para reunir os empresários da hospeda-

gem para troca de experiências na gestão dos negócios e é a principal adversidade enfrentada pela entidade. “Muitos empresários da hotelaria independente querem resolver tudo por conta própria. Se consultassem a entidade que os representa, haveria uma troca de informações que poderia beneficiá-los nas soluções das adversidades que enfren-tam. Como a nossa base é estadual e temos 468 municípios, temos esse desafio da interiorização e de estreitar o rela-cionamento com os filiados”, analisa Suárez. Atualmente, cerca de 1,5 mil estabelecimentos são representados pelo Sindihotel. “É inestimável o valor do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac pelas oportunidades e apoios que tem nos dado. O Sindihotel não teria condições de chegar a todos os muni-cípios se não fosse essa ajuda”, destaca o dirigente.

benefícios

Entre os serviços oferecidos aos afiliados estão:

Assessorias trabalhista, tributária e cível

Consultoria de viabilidade econômica e de financiamento

para hotéis, com análise prévia de projetos de construção,

ampliação e reforma

Consultoria em negociação junto ao ecad

Consultoria em eAd

Cursos presenciais e in company para gestores e colaboradores

Manuel Suárez ao lado do presidente

da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn,

na confraternização de final de ano

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negócios

Loja de roupas ou vinhos? Na dúvida, tudo isso em um só lugar. Ao contrário do que podem pensar os céticos, negócios com múltiplos serviços e produtos distintos, quando bem conduzidos, ganham destaque e são oportuni-dades de investimento para os amantes de várias áreas. Para que o empreendimento dê certo, entretanto, é preciso muito planejamento, criatividade e, mesmo não parecendo, foco.

É o que garante Fernanda Chies, sócia-proprietária do Empório Canela e do Magnólia, dois negócios que têm na multiplicidade dos serviços o seu nicho de atuação. Ambos funcionam no centro de Canela, a poucas quadras da Cate-dral de Pedra. “O Empório é o filho mais velho. Nasceu de forma despretensiosa, mas com a certeza de que queríamos unir no mesmo espaço aquilo de que gostávamos: gastrono-mia, antiguidades, literatura, artesanato local e vinil”, con-ta. Neste local, o cliente pode levar qualquer peça que esteja exposta na loja. “Tudo está à venda. Os quadros, os vinis, os livros, a decoração. A ideia é poder estar sempre decorando e renovando”, explica Fernanda, destacando que a gastro-

nomia é o carro-chefe do negócio. Na sociedade estão o marido de Fernanda,

Rafael Kroeff, e o cunhado, Alan Togni Erthal (apenas no Magnólia). Juntos, os três têm o de-safio de gerenciar, além de múltiplos serviços, uma variedade de produtos. “No caso do Empó-rio, não é só bistrô nem só cafeteria. É mais fácil pensar no que a gente não é. No Magnólia, é a mesma situação. Como falar em poucas palavras sobre um restaurante que ainda é bar, mas tam-bém tem cinema? Essa ‘confusão’ gostosa acaba por nos dar muita mídia espontânea, o que é fantástico”, orgulha-se.

Em Santa Cruz do Sul, no Vale do Taquari, a Loja e Café Dorinho é um lugar onde o cliente pode encontrar de grandes marcas de roupas, sapatos e bolsas a bons vinhos – o espaço ofere-ce 150 rótulos –, um lanche saboroso no meio da

Cafeteria ou livraria? Bar, antiquário ou Bistrô?

erenciar negócios que

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texto Micheli aguiar

Dorinho, em Santa Cruz do Sul, tem na

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tarde ou um espaço aconchegante para ler um livro. O nome homenageia o pai do proprietário Adones Zaz Ribeiro, “Seu Dorinho”. “Meu pai me ensinou a pensar de forma múltipla, nosso diferencial. A internet dá ao cliente a oportunidade de não sair de casa e conseguir comprar o que ele quer. Nossa ideia é proporcionar uma experiência que faça valer a pena vir até nós”, afirma Ribeiro.

A Dorinho é um lugar peculiar. Localizada no centro da cidade, em um casarão de 1886, tem os produtos dis-postos de forma singular: araras ficam no meio do cami-nho para um sofá ou para mesas onde são servidos qui-tutes vendidos no café que fica ali mesmo. Livros podem ser levados por qualquer pessoa sem o compromisso de devolução ou mesmo lidos em sofás no local. Os colabo-radores não usam uniformes e não têm metas predefini-das. “A ideia é deixá-los à vontade para interagir com os clientes de forma harmônica, sem aquela pressão de que se a pessoa entrou na loja precisa comprar.”

Para o Meme Santo de Casa Estação Cultural, de Porto Alegre, oferecer vários serviços é uma forma de conseguir a independência e autossustentabilidade, algo difícil para quem atua na área da cultura e depende de verbas e incen-tivos governamentais. Idealizado pelo bailarino Paulo Gui-marães, o espaço oferece oficinas de dança, teatro, circo, capoeira; atendimento em pilates, fisioterapia, massotera-

pia e acupuntura; e é palco para espetáculos nos finais de semana. “Quem quiser, ainda pode tomar um café ou fazer uma reunião por aqui.”

Guimarães se inspirou em espaços culturais espalha-dos pelos países que conheceu quando bailarino. Ao voltar para Porto Alegre, em 2004, começou um planejamento que durou cinco meses. Com assessoria em marketing, chegou ao modelo de negócio contemplado pelo Meme. “Eu sabia exatamente o que eu não queria e tinha ideia do que que-ria. Quando o negócio é amplo assim até quem tu contratas para te ajudar tem dificuldade. Ainda hoje buscamos auxí-lio de consultorias e aprendizagem sobre as peculiaridades do que é o Meme, do que é o negócio.”

Para manter o Meme, que funciona em um casarão no bairro Cidade Baixa, sempre em movimento, Guimarães conta com uma equipe de trabalho ampla e bem alinha-da com as suas funções. “São áreas que se conversam, mas que são distintas. A equipe precisa estar unida e ter um foco. É fácil se perder quando são várias as frentes.” Para garantir a harmonia, funções são delegadas, inclusive as estratégicas. “Eu sou coordenador-geral e artístico, mas tenho duas pessoas que atuam como gestor financeiro e de produção e também como coordenador operacional. Sem contar todas as outras pessoas que atuam focadas em cada serviço oferecido”, explica.

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empório Canela reúne gastronomia,

antiguidades, literatura, artesanato e vinis

Meme Santo de Casa é palco de

espetáculos aos finais de semana

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endências nacionais e internacionais incentivam varejistas

a implementarem melhorias em seus negócios, tornando-os

mais competitivos. especialistas orientam a analisar cenários

e impactos para geração de novas oportunidadesTpolíticos, culturais, tecnológicos e

de comportamento. Essa inconstância de situações faz com que surjam novidades a todo momento, trazendo impactos e trans-formações na vida das pessoas. É preciso estar atento a esses e outros cenários que alteram o mercado, antecipando-se ao movimento do consumidor. Pesquisas, estudos e eventos sobre o varejo, como a NRF Retail´s Big Show, ajudam os empresários a se manterem por dentro de tendências e práticas internacio-nais. Esses conhecimentos auxiliam também os empreendedo-res a inovar, inspirando novas ideias e ações, que são funda-mentais para a conquista e a fidelização dos clientes.

Ter propósito claro, gerar experiência e engajamento em clientes internos e externos, fazendo uso de novas tecnolo-gias para uma gestão moderna, tanto em plataformas físicas como digitais, são algumas lições da 106ª NRF – considerada a maior feira dedicada ao varejo. O evento, promovido pela National Retail Federation (NRF), reuniu 35 mil pessoas no

O mundO muda rapidamenTe, em TermOs ecOnômicOs,

Tendên

cias

Em busca dE difErEnciação

texto cláudia Boff

imagem de abertura ©istock.com/ismagilov

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Jacob K. Javits Convention Center, em Nova Iorque, entre 15 e 17 de janeiro, contando com 3,3 mil empresas de varejo e 510 expositores de 94 países.

Nessa edição, foram 1.306 visitantes brasileiros – uma das maiores delegações do país na História, atrás somente dos EUA, com 25.891 participantes. Uma das comitivas mais tradicionais é a do Grupo GS & MD – Gouvêa de Souza, que acompanha o evento há 26 anos. Neste ano, mais de 200 em-presários, fornecedores e consultores integraram a caravana do grupo, em meio às programações do congresso, feira, pa-lestras de convidados e visitas técnicas. “A nossa NRF come-çou em 12 de janeiro, quando, acompanhados de mais de 50 executivos brasileiros, fizemos dois dias de imersão no varejo norte-americano”, afirma o sócio-diretor da GS&P3, do Gru-po Gouvêa de Souza, Hugo Bethlem. Ele explica que o evento em si conta com uma feira muito tecnológica, com estandes que apresentam muitas soluções de front office, back office,

hardware e software. “Os congressos são a parte mais rica, com três dias intensos de muito conhecimento, com pessoas in-críveis.” Para o especialista, o grande tema da NRF 2017 foi a diferenciação. “Praticamente todas as palestras e encontros falaram de empresas com propósito, humanizadas, que efeti-vamente criam um ambiente físico para diferentes experiên-cias, entendendo o consumidor de maneira individualizada, porém com escala de massificação.”

pessoas e novas tecnologias

No primeiro dia da 106ª NRF, o chairman do evento e cofundador da The Container Store, Kip Tindell, abriu a convenção destacando que o grande pilar do setor são as pessoas, mostrando a importância de atrair e reter talen-tos: “Acreditamos na fórmula 1 = 3. Uma pessoa excelente produz tanto quanto três pessoas boas”. Além disso, as ex-

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planações também reforçaram a necessidade de valorizar a carreira e investir em educação. Outro ponto abordado foi a preocupação com a reinvenção das lojas físicas e a necessi-dade de elas oferecerem uma experiência revolucionária aos consumidores. “Se o varejista souber tratar desse cliente des-de o momento em que entra na loja até o que sai de lá, indis-cutivelmente estará à frente do outro”, reforça Bethlem.

Uma das atividades mais concorridas no segundo dia do evento foi o bate-papo entre Kip Tindell e Richard Branson, fundador do Virgin Group. “Um bom líder é um bom ouvin-te”, citou Branson, comentando também sobre a importân-cia de delegar tarefas e aprender com os erros. O uso de rea-lidade aumentada, inteligência artificial e robotização como ferramentas que direcionam à experiência de compras foi debatido na palestra Como dados e tecnologia proporcionam experiências incríveis para os clientes, do CEO da Intel, Brian Krzanich. Na visão do gestor, em um futuro próximo, tecno-logia e analytics possibilitarão a incorporação da perspectiva do cliente às estratégias varejistas. “Quanto maior o número de dados, mais se conhecem os hábitos do consumidor, de-volvendo informações mais efetivas ao seu perfil. Com isso, se ganha em relevância. Se a empresa cuida, ele passa a ser mais fiel”, comenta o diretor da GS&P3, Hugo Bethlem.

Inovações tecnológicas, como um robô capaz de diagnos-ticar estoques, coletar dados e evitar rupturas, assim como óculos utilizados pela equipe de reposição integrados ao in-

ventário para suporte ao abastecimento, ajudarão a poten-cializar a eficiência e a produtividade do setor. No entanto, Danny Meyer, CEO do Union Square Hospitality Group e fun-dador da rede de restaurantes Shake Shack, entre outros, deixa claro que nada substitui o bom atendimento. “A re-ceita é a seguinte: 49% produto e 51% hospitalidade. Quando você inverte, você comoditiza seu negócio”, alertou.

consumidor no comando

Outro conceito que norteou a NRF 2017 foi a importância de colocar o consumidor em primeiro lugar. O tema ressaltou a importância de rever estratégias de negócios, nas quais a tecnologia e a inteligência de dados são ferramentas que po-dem exponenciar esse engajamento e o relacionamento com os consumidores. Um dos exemplos apresentados foi da rede de farmácias Walgreens, que possui um programa de fideli-dade com o intuito de gerar conexões mais humanizadas e personalizadas com os clientes, engajando-os a longo prazo. Além disso, ganha espaço um novo tipo de retorno sobre in-vestimento (ROI, na sigla em inglês) que, em vez de procu-rar retorno sobre investimento, dá ênfase ao envolvimento, trazendo o senso de comunidade, pertencimento e, mais uma vez, propósito. “A fidelização vem justamente pela identifi-cação do cliente, tendo como princípios o reconhecimento, a lembrança, o relacionamento e a recomendação. O segredo é saber quem vai ser a loja, o varejista, que conseguirá oferecer um sonho”, conclui Bethlem. Em 18 de janeiro, o Grupo GS & MD – Gouvêa de Souza realizou, no hotel Waldorf Astoria, em Nova Iorque, o Retail Executive Summit (RES 2017), buscando novos caminhos para o mercado brasileiro.

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O principal de tudo hoje é que o consumidor tem poder.”“

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diretor-executivo da dexi

marketing de Varejo

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novos aprendizados

O coordenador do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade Senac-RS, Guilherme Bertoni, acompa-nhado da diretora do Senac Canoas, Lianamar da Silveira Rosa, e da gerente financeira do Senac-RS, Clarissa Menezes, par-ticipou de uma missão rumo à NRF 2017. Em meio a diversas palestras, visitas aos estandes da feira e lojas de referência no varejo internacional, Guilherme diz que ficou claro que os EUA estão um passo à frente do Brasil, principalmente em termos

tecnológicos. “Muitas inovações estão atreladas ao seu contex-to. Não adianta ter informações, usar de soluções de Big Data e não associa-las à realidade dos clientes. Isso já deixou de ser tendência para ser uma obrigação.”

Outro aprendizado, segundo ele, refere-se a vendas multi-plataformas. “O e-commerce pode aproximar a marca do clien-te quando a compra é feita online, mas o produto retirado na loja. O ponto de vendas passa a ser um lugar para encantar, ter experiências únicas, seja pela tecnologia, pelo produto ou pelo atendimento”, expõe ele, citando que o objetivo principal é fazer o consumidor voltar. “A tecnologia busca construir essa intimidade, aproximando o varejista do consumidor.”

Em um modelo de empoderamento, os colaboradores se tornam especialistas do negócio. “Eles sabem tudo sobre os produtos, como se fossem curadores, sem pressa para vender. Buscam-se 100% de satisfação, deixando claro que o cliente vale mais do que a compra”, descreve. Da programação, o mes-tre em Computação também destaca a necessidade de se con-tarem histórias relevantes por meio do storytelling, a crescente personalização de itens, apostas diferenciadas para vivenciar experiências com produtos e da associação de marca com va-lores e causas. “Além de disponibilizar wi-fi, pode-se fazer o cliente interagir com a página da loja, mostrando-lhe ofertas e novidades. Quando logar de novo, ele encontrará um am-biente personalizado, de acordo com o seu perfil”, sugere ele, contando que o Google já possui um algoritmo para detectar

richard branson e Kip tindell foram alguns

dos grandes nomes que passaram pela NrF

retail’s big Show 2017, em Nova iorque

10 tEndências para markEting E nEgócios

retail experiencial – consumidores esperam ter experiências ou encontrar espaços que valham a pena visitar.

Co-working como espaços para o varejo – marcas e startups oferecem seus produtos longe das lojas tradicionais.

Publicidade real em um mundo virtual – a realidade virtual deve gerar us$ 38 bilhões no ano de 2026.

a era das mulheres solteiras – O novo desafio para as marcas é se comunicar com esse público.

a geração x recobra força – ela ajuda seus pais e avós em temas como o digital e influencia as gerações seguintes.

Consumidores e política – Buscam marcas que defendam certos valores e lhes permitam alinhar-se com eles.

Publicidade inclusiva – Grande oportunidade para marcas que promovem empatia e aceitação perante sua situação.

economia da atenção – para reter o foco dos consumidores, empresas devem usar inteligência artificial para limitar a escolha.

Pagamentos mais rápidos – um só passo ou um só clique pode ajudar de maneira importante o e-commerce a crescer.

Vendas multiplataforma – com o crescimento das redes sociais, o potencial de expansão é enorme.

Fonte: The Future 100, da J. Walter Thompson intelligence

divulgação/national retail Federation

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sentimentos. “Pelas feições do rosto, será possível saber se o cliente está gostando dos produtos expostos na gôndola. Por meio do reconhecimento de padrões, o varejista poderá chegar mais próximo dos consumidores.”

mapeamento de tendências

Outro evento de referência é o TrendMe, que reuniu espe-cialistas, entre setembro e outubro de 2016, em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, apresentando cenários de negócios até 2020. As 13 tendências foram mapeadas em um estudo desen-volvido pela Dexi Marketing de Varejo entre janeiro de 2015 e junho de 2016 no Brasil e com pesquisas de parceiros inter-nacionais. Cinco delas se referem às mudanças no comporta-mento de compra e nas preferências de consumo: alterações na separação de gênero, ampliação na conexão dos universos físicos e virtuais, influência mais forte da tecnologia na moda, nova percepção de valor das marcas, produtos e serviços, re-lacionadas ao reconhecimento e à personalização. “No mer-cado de food service, as refeições serão cada vez mais associa-das com inclusão, entretenimento e informação”, completa o diretor-executivo da Dexi Marketing de Varejo, Sérgio Barbi.

Com relação às novas dinâmicas de relacionamento, ele destaca quatro pontos: “A eficiência digital e o ‘detox tecnoló-gico’ influenciarão a forma como nos relacionamos. Também as marcas estão criando novas propostas de valor para se co-nectarem melhor com seus clientes”. Ao mesmo tempo, se-gundo o especialista, os consumidores vão ajudar a escrever o futuro, influenciando na história a ser contada, incluindo-se o

impacto e o benefício que a compra causa na comunidade. Já a comunicação deverá ser voltada ao digital, visto que as mídias tradicionais estão reduzindo a sua participação no varejo.

Na era pós-omnichannel, em que não existem mais barrei-ras entre o físico e o virtual, Barbi crê que novas tecnologias potencializarão o varejo, criando-se novas trilhas de compra. “Surgem novas lojas preparadas para a era digital, sendo que a experiência dos clientes considera novas interfaces digitais dentro e fora do ambiente da loja.” Outro desafio, conforme ele, é a customização. “Cada cliente é único, por isso esqueça a ideia de que uma solução servirá para todos. A criatividade e a customização têm maior valor que a produção em escala massificada.” Há uma expectativa crescente dos consumido-res pela integração de dados e relacionamentos com as mar-cas e locais de compra. “Criar e manter conexões produtivas será um grande desafio no varejo nos próximos anos”, frisa.

O consultor ressalta que o principal é o empresário enten-der que quem tem o poder é o consumidor. “O cliente é capaz de quebrar um negócio. Ele muda de posição e define quem é o vencedor. Hoje você entra no digital e sabe a percepção do consumidor sobre a marca. É ele quem define o que quer, não é mais o foco no consumidor, mas do cliente.”

inteligência e meio digital

A pesquisadora e analista da Agência Berlin, Andrea Gre-ca, destaca quatro tendências que estão gerando muitas mu-danças no varejo, impactadas principalmente pelo meio onli-ne, a inteligência digital e o Big Data. “A experiência ganhou força com o crescimento do e-commerce, devendo-se criar algo sensorial, que engaje e gere emoções”, ensina. Em termos de atendimento, ela cita que a questão da manipulação e do ma-nuseio dos produtos se torna fundamental. “Mesmo em uma venda ou compra digital é importante pensar na experiência. Pode-se investir no ponto de venda, ampliando o contato com os consumidores em diferentes canais. Há marcas que estão indo aonde as pessoas estão”, sugere.

Outro desafio, segundo ela, é potencializar o social shop-ping, por meio de estratégias em redes sociais. “Pode-se in-cluir o botão ‘comprar’, que tem aumentado a conversão de vendas em algumas marcas. É preciso ter estratégias para cada canal e plataforma.” Conforme Andrea, nas gerações de millennials e Z, o senso de individualidade é grande. “Marcas

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Lianamar (à esquerda), guilherme e Clarissa

representaram a Fecomércio-rS na NrF 2017

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esportivas e de eletrodomésticos, por exemplo, usam a possi-bilidade de customizar como experiência no ponto de venda ou na loja virtual. Podem-se direcionar conteúdos, anúncios e temas de preferências do consumidor.”

Os varejistas também devem estar atentos ao envelheci-mento populacional. Conforme o Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE), o número de idosos com 80 anos ou mais pode passar de 19 milhões em 2060 – um cresci-mento de mais de 27 vezes em relação a 1980, quando o país tinha 684.789 pessoas nessa faixa etária. “As pessoas estão vivendo mais e continuam comprando. Isso demanda pro-dutos voltados para elas”, reflete. Nesse grande mercado, ela aposta no lançamento de produtos próprios. “Os idosos têm características específicas. Há aplicativos no Brasil vol-tados a situações de emergência. No Japão já se vende mais fralda geriátrica do que para bebê. É um grande desafio se comunicar com essas pessoas.”

influências do consumidor

Para Ezra Geld, CEO da J. Walter Thompson Brasil, a eco-nomia disruptiva, que nos últimos anos impactou serviços como hotelaria e transportes, tende a se expandir também para o varejo de bens. “Alguns players querem ocupar o es-paço dos supermercados, por exemplo, oferecendo proces-sos simplificados em plataformas digitais que conectam o consumidor direto ao centro de distribuição.” Para ele, o crescimento do e-commerce já é uma realidade. “O brasileiro gosta de comprar na internet e está ganhando fluência no consumo online. O varejo digital deve amadurecer, assim como o uso de inteligência de dados para otimizar negócios, seja on ou offline.”

No estudo The Future 100 – Tendências e mudanças para levar em conta em 2017 (veja quadro na página 29), da J. Walter Thompson Intelligence, a publicidade inclusiva e o enga-jamento por valores, assim como mulheres “solteiras” e a retomada da geração X, são algumas mudanças que prome-tem impactar tanto marketing como negócios: “É preciso entender profundamente os clientes atuais e potenciais. Credibilidade e autenticidade continuam sendo pilares na relação marca/consumidor”. Por fim, o CEO acredita que as novas estratégias de compra do brasileiro frente à cri-se vão continuar a impactar fortemente o varejo de bens

e serviços em 2017. “Mudanças que pareciam pontuais, como uma ampliação dos pontos de venda frequentados em busca de descontos, tendem a se consolidar na rotina dos consumidores.”

Conforme Geld, é preciso avaliar o quanto cada ten-dência pode fazer sentido dentro do contexto de cada ne-gócio. “Aquele que consegue traduzir tendências de um jeito proprietário e condizente com o seu próprio mer-cado acaba saindo na frente”, ressalta. Para melhorar os serviços, ele indica, antes de tudo, ouvir as demandas das pessoas. “Elas querem ajuda. Ensinar, recomendar e dar dicas pode ser um ótimo caminho de serviço que resolve tensões reais dos consumidores, especialmente dos ni-chos, gerando relevância.”

Bethlem acredita que as empresas precisam gerar solu-ções de médio e longo prazos. “A primeira coisa é pensar no propósito, reforçar valores e engajar todos da companhia. A partir daí, olhe qual será a sua visão estratégica e analise todas as megatendências e impactos que estão ao seu redor. Faça uma análise de oportunidades e foque no positivo, per-guntando-se o que pode fazer melhor do que ontem.”

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maismais & menosinflação controladaA inflação medida pelo Índice de

Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

terminou 2016 com elevação de

6,29%, o que configura um valor

abaixo do teto estipulado pelo governo,

que era de 6,5% ao ano.

internetSegundo a pesquisa Consumo de Notícias do Brasileiro, 42% dos internautas

admitem já terem compartilhado notícias

falsas nas redes sociais. Além disso, 78%

dos entrevistados revelam que

utilizam as mídias sociais para se

manterem informados.

alimentaçãoOs preços dos alimentos em todo o

mundo recuaram pelo 5º ano

consecutivo, principalmente devido

à queda de custos nas cotações de

cereais, carnes e laticínios. O dado

é da FAO, organização das Nações

Unidas para estudos de agricultura e

alimentação. Para 2016, o índice teve

queda de 1,5%, com aumentos em

produtos como açúcar e carne.

cenário globalSegundo pesquisa realizada pela PwC,

apenas 8% dos executivos de grandes

companhias apostam no Brasil entre os

países com mais oportunidades de ne-

gócios, deixando assim a nação na 7ª

colocação do ranking do levantamento.

Na edição anterior da pesquisa, em 2011,

o Brasil figurou na 3ª posição, com o

interesse de 19% dos entrevistados.

economiaTrazendo fôlego para o comércio gaúcho,

o mês de novembro foi o melhor para

o varejo desde 2007, com alta de 2%

no volume de vendas, segundo pesquisa

divulgada pelo IBGE. Entre as causas para

este crescimento está uma alta de 0,9%

em supermercados, produtos alimentícios

e bebidas, que indica antecipação das

compras para o Natal.

tendÊnciaS / mundo se prepara para mudanças o ano de 2016 foi marcado pelo início de transições em âmbito mundial, se-jam elas econômicas ou até mesmo sociais. Eleições, plebiscitos e alterações políticas em geral foram pontos altos no ano passado, e agora, em 2017, a população global se prepara para diversas mudanças, segundo aponta rela-tório do banco Goldman Sachs:

economia / reservas para emergência não são prioridade para brasileiros

o povo brasileiro está entre os mais vulneráveis economicamen-te em situações de emergência. De acordo com levantamento reali-zado pelo Banco Mundial, 44% dos brasileiros consideram impossível arranjar R$ 2,5 mil em uma situação de necessidade extrema. Entre os brasileiros que afirmam conseguir o ‘pé de meia’, apenas 16% utilizariam as próprias economias, enquanto mais da metade recorreria a ami-gos e familiares. Ao redor do globo,

apenas sete países estão mais despreparados. Além disso, o Brasil tem um dos menores índices de poupança do mundo – apenas 28% da população tem algum tipo de economia levantada nos últimos meses. E, ainda, os brasileiros são o povo que menos economiza para a velhice, entre os países inclusos na pesquisa, com apenas 3,64% dos entrevistados.

Tendências globais para 2017

em direção ao Populismo – A insatisfação popular demonstrada pelas

eleições presidenciais americanas e pelo Brexit apontam para problemas

criados pelo ‘globalismo’, como o fluxo cada vez maior de pessoas, e o

modo de investimento que marcou as últimas décadas da economia global.

Agora, esta ideia de aldeia global pode cair, dando lugar ao populismo e

políticas de protecionismo.

Política fiscal em vigência – Durante a crise mundial, a política monetária

dos bancos provou-se inefetiva, abrindo assim espaço para uma economia

fundamentada na injeção fiscal.

rumo à inflação – Devido à política monetária, a inflação se manteve baixa

nos últimos anos, o que, com o aumento dos impostos, deve mudar em 2017.

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trabalhador / SalárioS em

alta no mundo

Os salários devem aumentar

em todo o mundo este

ano, segundo pesquisa

da consultoria Korn Ferry. A

média global deve fechar

com aumentos salariais reais,

descontando a inflação, na

faixa de 2,3%, enquanto o

crescimento no Brasil deve

acompanhar as previsões

tímidas e subir 0,4% em 2017,

após uma queda de 1,4%

em 2016. Pela pesquisa,

ainda não se sabe o quanto

isso implicaria no poder de

compra do consumidor,

mas o baixo aumento inclui

a transição da instabilidade

econômica e política e a alta

volatilidade da inflação.

SuStentabilidade / produTos ecológicos são prioridade para países emergenTesde acordo com pesquisa encomendada pela Unilever e realizada pela Europanel, que entrevistou 20 mil pessoas de cinco países, um terço da população tem preferência por marcas que trabalhem com a sustentabi-lidade. Ainda, entre os países emergentes, essa tendência é ainda mais forte – enquanto no Reino Unido o índice fechou em 53% e nos EUA em 78%, a porcentagem de pessoas que afirmam se sentir melhor com pro-dutos sustentáveis chega a 88% na Índia e 85% no Brasil. A comunicação também foi lembrada pelos entrevistados, uma vez que 21% das pessoas afirmam que dariam preferência de escolha a marcas que ressaltassem

o fator sustentabilidade nas suas embalagens e campa-nhas de marketing. A pesqui-sa aponta ainda que entre os dois motivos prováveis para o maior engajamento do con-sumidor de economias emer-gentes estão o impacto dire-to de práticas insustentáveis e a influência de outras pes-soas durante a compra de produtos mais ecológicos.

emPreendedoriSmo / no brasil, É diFícil Tirar do papel o deseJo de empreenderao analisar o empreendedorismo no Brasil, o estudo Global Entrepreneur-ship Monitor (GEM) aponta que cenário é complexo. Mesmo que a prática seja vista com entusiasmo pela população em geral, ainda existem muitas barreiras para a criação de negócios nacionais. Ao todo, foram 12 países participantes da pesquisa, e o Brasil é a segunda nação da América Latina mais positiva em relação ao empreendedorismo, com 76% dos entrevista-dos. Contudo, enquanto a taxa latina de empreendedores potenciais é de 59%, o índice brasileiro fechou em 51%, demonstrando assim uma grande diferença entre idealizar um negócio e realmente tirá-lo do papel. Segun-do os entrevistados, os obstáculos mais citados são acesso a recursos fi-nanceiros, a alta taxa de impostos e também a legislação trabalhista e burocrática. Além disso, com a recessão econômica dos últimos anos, a taxa de empreendedorismo está em alta por aqui. Em 2014, o índice fechou em 34,4% da população, e na última edição, a porcentagem saltou para 39,3%.

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Marcos Nagelstein/Divulgação Sesc-RS

alendário de 2017

do esporte sesc tem

intensa programação de

atividades e competições

em diversas cidades e para

várias faixas etárias

Cda mente e da saúde. Para promover o

bem-estar da comunidade gaúcha, o Esporte Sesc – Prati-car Faz Bem terá, ao longo do ano, diversos torneios e com-petições. O pilar do Sistema Fecomércio-RS/Sesc inclui atividades como Circuito Sesc de Corridas, Circuito Verão Sesc de Esportes, Eicon – Encontro dos Contabilistas, Dia do Desafio, Circuito Sesc de Câmbio, Jogos da Saúde, Jogos Comerciários e Sesc Triathlon – Circuito Nacional.

Somam-se ainda as ações voltadas à qualidade de vida promovidas pelas Academias Sesc. “Por meio de eventos físicos esportivos, temos como objetivo proporcionar ati-vidades com foco nos comerciários e seus dependentes,

FazeR ativiDaDeS FíSiCaS é CuiDaR, SiMultaNeaMeNte, Do CoRpo,

EsportEs E ExErcícios o ano todo

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Saúde Preventiva em CaPão novo De 20 a 24

de fevereiro, a unidade Móvel de Saúde preventiva

atenderá a comunidade de Capão Novo, em

tramandaí, no litoral. Serão oferecidos exames

de ultrassom (somente com prescrição médica),

mamografias, citopatológicos de colo de útero

e exames oftalmológicos, entre outros. as senhas

de atendimento serão distribuídas pela prefeitura

antecipadamente. o projeto percorre todo o

estado com o objetivo de reduzir o tempo de

diagnóstico de doenças como câncer

de mama, colo do útero, doenças crônicas

e doenças da visão, aumentando assim as

possibilidades de cura.

FeStival internaCional de múSiCa Para 2018

No encerramento do Festival internacional Sesc de

Música, o presidente do Sistema Fecomércio-RS/

Sesc/Senac, luiz Carlos Bohn confirmou a próxima

edição do Festival de Música em pelotas para o

período de 15 a 26 de janeiro de 2018.

o espetáculo final reuniu cerca de 5 mil pessoas.

No palco, 250 músicos executaram a cantata

Carmina Burana, de Carl orff. o grupo foi formado

pela orquestra acadêmica do Festival, além de

músicos convidados, regidos pelo maestro evandro

Matté. a 7ª edição do Festival contou com 450

profissionais envolvidos ao todo, entre alunos,

professores, músicos e técnicos, que vieram de 16

países e de diversos estados brasileiros.

agEnda dE EvEntos

EvEntos E compEtiçõEs

13/Fevretorno às aulas nos Sesquinhos

o ano letivo 2017 nas 19 Escolas sesc de Educação infantil começa em 13 de fevereiro.

14/Fevde olho nas férias de inverno

no dia 14, ocorre o primeiro sorteio de vagas para comerciários para a temporada de Férias sesc inverno 2017.

e também na comunidade em geral. Com isso, queremos nos tornar referência de organização e execução de even-tos esportivos no Estado”, explica Marcelo de Campos Afonso, gerente de Esporte e Lazer do Sesc-RS.

Em 2017, o Circuito Sesc de Corridas será composto por 14 etapas classificatórias ao longo do ano, sendo a primeira delas em Atlântida Sul, em 11 de fevereiro. De-pois, as provas ocorrem em Caxias do Sul, Santa Maria, Camaquã, Rio Grande, Porto Alegre (no Dia do Desafio), São Leopoldo, Santana do Livramento, Ijuí, Pelotas, Tor-res, Gramado, Uruguaiana e Santa Cruz do Sul. A final es-tadual será realizada em Torres. A competição tem duas categorias: adulto, a partir de 16 anos, com distâncias de 3 km, 5 km e 10 km, e infantil, na distância de 1 km (10 a 12 anos) e 2 km (13 a 15 anos). O evento é um destaque no calendário esportivo pela sua popularidade: a final do Circuito Sesc de Corridas foi a atividade que reuniu o maior número de participantes no ano passado, chegan-do a aproximadamente 2 mil atletas.

Durante o verão, o Circuito Verão Sesc de Esportes está movimentando mais de 20 cidades gaúchas, nas modalida-des de basquete de areia masculino e feminino, beach soccer masculino e feminino, handebol de areia masculino e fe-minino, voleibol de duplas masculino e feminino, futevôlei masculino e beach câmbio misto. A final estadual está mar-cada para Torres, nos dias 11 e 12 de março.

Várias modalidades atraem participantes da terceira idade, como canastra, atletismo, bocha e Beach Câmbio. Esta última é aplicada há oito anos nas Unidades Ope-racionais com eventos distintos e ganhou, em 2016, um evento estadual com eliminatórias. “Sempre tivemos o esporte como um pilar forte na aplicação junto às uni-dades do Sesc e percebemos o aumento significativo des-se esporte, que é de pouco impacto e também não muito intenso. Com isso, atletas de diversas idades acima de 50 anos participam”, assegura Alonso.

informações sobre o calendário esportivo podem

ser obtidas nas unidades do Sesc-RS ou no site

www.sesc-rs.com.br/esportesesc

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ferramenta

Entretanto, como a sua equipe se comporta em situações que você não presencia? O cliente oculto, secreto ou misterioso é uma ferramenta de pesquisa de mercado utilizada para medir a qualidade do atendimento ou prestação de serviços da própria empresa, para levantar informações específicas sobre produtos e serviços.

Bianca De Lazzari a utilizou nos dois estabelecimentos dos quais é sócia-fundadora: o Lola Bar de Tapas e a Drinke-ria Capone, ambos localizados na rua Castro Alves, em Porto Alegre. “A vantagem é avaliar os produtos e, principalmente, o atendimento. Quando nós, proprietárias, estamos consu-mindo no nosso próprio bar, as coisas parecem estar sempre funcionando perfeitamente, todos os funcionários se esfor-çam, são geralmente rápidos e trabalham com sorriso no ros-to. Isso tende a mudar de figura um pouco quando eles estão sozinhos sendo comandados por um gerente e quando o bar está cheio”, considera.

A avaliação utiliza clientes comuns, com hábito de com-pra, treinados para irem além da experiência-padrão, explica

Todos conhecem o diTado: “é o olho do dono que engorda o gado”.

erramenta de pesquisa de

mercado permite avaliar

tudo o que acontece em

um estabelecimento, desde

o comportamento dos

atendentes até a qualidade

dos produtos oferecidos

FCliente misterioso

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Stellla Kochen Susskind, CEO da Shopper Experience. O traba-lho consiste em avaliar tudo o que acontece no local, desde o comportamento dos atendentes até a qualidade dos produtos oferecidos. Muitas vezes as empresas lançam mão do cliente secreto como ferramenta de gestão e treinamento ou como premiação e bônus das equipes. “Pode-se usá-lo para checar algum problema específico, mas na maior parte das vezes as pessoas utilizam essa ferramenta para acompanhar a experi-ência do cliente e melhorá-la cada vez mais”, avalia a CEO.

Com base na demanda da empresa, do segmento e do perfil do cliente secreto que ela quer utilizar, a consultoria elabora um check-list de avaliação, o perfil do cliente secreto que vai ser utilizado, dias e horários das visitas. “O trabalho começa com esse briefing com o cliente, para sabermos o que ele precisa, o que vamos avaliar, para mapear o questionário de avaliação e o perfil da pessoa que fará o serviço. Aí fazemos a seleção e treinamento dos clientes secretos. Após a visita em campo, geralmente apresentamos o diagnóstico, como se fosse um workshop para, junto com o cliente, mapear um pla-no de ação”, expõe a CEO da Shopper Experience.

As análises têm os mais variados resultados, da limpeza à organização. “Temos uma concessionária que estava com problema de vendas. Descobrimos que os clientes tinham di-ficuldade extrema em estacionar carros, pois os vendedores deixavam todos os carros à venda nas vagas e não deixavam lugar para os clientes estacionarem”, exemplifica. No vare-jo, é comum os diagnósticos incluírem problemas na dispo-sição dos produtos, preços que não estão claros e produtos com valores muito elevados. Outro resultado frequente nas pesquisas para o varejo é a questão da venda adicional. “O cliente entrava no estabelecimento e só saía com uma peça. Muitas vezes, escutamos empreendedores dizendo que acham que estão tendo resultados ruins pela localização, pela crise ou por preços muito altos. E quando checamos, o grande problema são as equipes”, revela Stella.

Em serviços, a CEO ressalta que os consumidores têm ex-pectativas muito altas. “O grande desafio dos prestadores de serviço é entregar aquilo que prometem aos clientes. Você está entregando algo que não é muito tangível, então o cui-dado com a experiência deve ser redobrado”, pontua. Além disso, os prestadores de serviço não devem esquecer que também são vendedores. O frentista, por exemplo, também é vendedor, pois pode oferecer algo a mais, como um óleo.

No Lola Bar de Tapas, o método foi usado por uma con-sultoria externa em uma época de transição de equipe, quando a casa tinha cinco meses de funcionamento. “Es-távamos testando nosso gerente e o staff do salão era bem novo, então achamos pertinente e nos foi oferecida essa ferramenta, sem qualquer intervenção nossa nos métodos”, conta a empresária. “Achamos bacana, pois eles utilizavam câmeras e elaboravam um relatório bem completo sobre o atendimento e as impressões gerais sobre todo o comércio, incluindo até críticas do entorno do bar. A apresentação do resultado foi dura, e concordamos em parte com as observa-ções”, narra. Por coincidência, no dia da visita, o estabeleci-mento teve problemas de equipe, com um garçom novo que acabou não dando certo, e foi justamente ele que acabou atendendo o casal de clientes secretos. Quando recebeu o diagnóstico, Bianca estranhou alguns apontamentos, como uma nota negativa por não possuir estacionamento próprio. “Não penso que o cliente misterioso revelou de fato o clima do bar e as peculiaridades que tornam o Lola diferente de outros bares”, considera.

Por isso, ao utilizar a mesma ferramenta na Drinkeria Capone, Bianca preferiu contratar uma amiga que tem fami-liaridade com o mercado de bares porto-alegrense, e princi-palmente por poder falar franca e honestamente o que ela não achou legal sem ser tão formal. “Foi muito bacana”, co-memora Bianca.

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Lola Bar de Tapas utilizou a pesquisa em

um período de transição de equipe

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faltam talentos no Brasil. De acordo com uma pesquisa da Manpower, consultoria de soluções de ges-tão e contratação de pessoas, 43% das empresas tiveram dificuldade para preencher suas vagas em 2016. Entre os profissionais mais procurados, segundo o estudo, estão os de nível técnico, seguidos de secretárias e assistentes de escritório, além de operadores de máquina. Essa escassez de trabalhadores qualificados também se reflete nos salá-rios, fazendo com que os vencimentos de muitos técnicos e graduados praticamente se equiparem.

Atento às necessidades do mercado, o Senac-RS oferece diversas capacitações de nível técnico, nas modalidades pre-sencial e a distância (EAD). São cursos com uma proposta de estudo aliado à prática, levando em conta o perfil profissio-nal e as demandas de cada área. “Para quem quer ingressar

MesMo coM uMa taxa de deseMprego crescente,

Técnicos esTãomais valorizados

ursos do senac oferecem

formação qualificada que

preenchem as necessidades

do mercado de trabalho.

diversas opções em

nível técnico ajudam na

colocação profissional

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Prêmio Braztoa de turismo sustentável os ex-alunos

do curso de Hotelaria da Faculdade senac porto alegre

emiliano e stephany Brugnera venceram o prêmio

Braztoa de sustentabilidade 2016/2017 nas categorias

de Meios de Hospedagem e top de sustentabilidade.

os dois são gestores do cambará eco Hotel e têm a

atuação guiada pela preocupação sócio-ambiental.

emiliano colocou em prática o trabalho de conclusão

de curso, dando início ao negócio, que utiliza tratamento

de esgoto anaeróbico, captação de água da chuva

por meio de cisternas, aquecimento de água com

energia solar e reaproveitamento de resíduos recicláveis.

serviços gratuitos em tramandaí o período de férias

será de lazer e diversão na capital gaúcha das praias.

até 16 de fevereiro, o senac tramandaí disponibiliza

uma unidade móvel na avenida Beira Mar, ao lado do

estação sesc (em frente ao condomínio Quebra Mar). a

iniciativa é uma promoção da escola, em parceria com

a prefeitura de tramandaí, que disponibiliza serviços

gratuitos aos moradores e veranistas, das 10h às 18h.

com ambiente climatizado, a unidade móvel possibilita

atendimento ao público e divulgação de cursos, além

de computadores com acesso à internet. confira a

programação em www.senacrs.com.br/tramandai.

contatos pelo telefone (51) 3661-5674.

agenda de evenTos

no mercado de trabalho em um curto prazo, a educação pro-fissional atende a essa demanda. Em termos de qualificação é a melhor opção, sem contar que os técnicos estão cada vez mais valorizados”, afirma o gerente do Núcleo de Educação Profissional do Senac-RS, Roberto Berte.

Na modalidade presencial, 39 escolas em mais 30 mu-nicípios gaúchos estão com inscrições abertas. São mais de 20 formações técnicas nas áreas de Comunicação, In-formática, Gestão, Segurança, Saúde, Comércio, Beleza e Moda. Para se candidatar é necessário ter no mínimo 16 anos, com ensino médio concluído ou ainda cursando. As aulas começam em março, e as inscrições podem ser feitas nas unidades do Senac-RS. Mais informações no site www.senacrs.com.br/tecnicos.

Já as formações EAD abrangem as áreas de Design, In-formática, Gestão, Segurança, Meio Ambiente e Comércio. Basta ter um computador com acesso à internet para cum-prir com todas as atividades das aulas. Há um percentual de carga horária presencial, que deve ser cumprido nos módulos em saídas de campo, estudos de caso, seminários, pesquisas e palestras. Os cursos são oferecidos em 33 ci-dades do Estado. Berte destaca uma metodologia única e exclusiva: “Nossos docentes são altamente qualificados. A estrutura de EAD está sediada no RS e atende a todo país. São mais de 70 anos de experiência, em uma instituição reconhecida por seu desenvolvimento contínuo”. Os pré-requisitos, assim como as inscrições, estão disponíveis em www.ead.senac.br/cursos-tecnicos.

Nas duas modalidades, mais de 80% dos alunos da Insti-tuição conseguem conquistar colocações antes ou logo após a formatura. Foi o caso de Eliane Schumacher, que fez o Técni-co de Marketing na modalidade a distância em 2012. “Sou de Camaquã e vinha uma vez por semana fazer aulas em Porto Alegre. O restante, estudava pelo portal e nos bate-papos on-line com colegas e professores”, descreve. Ela trabalhava por conta própria e optou por se qualificar: “Consegui um empre-go como gerente de produção, utilizando as boas noções de marketing que aprendi no curso”. Depois disso, ela não parou mais de estudar. “Formei-me em Administração de Empresas e agora farei uma pós-graduação em Gestão de Pessoas pelo Senac”, projeta a supervisora de Gêneros Alimentícios do Ata-cado e Varejo Roxo. “Só tenho a agradecer aos professores do Senac que foram a minha base e deram muitos conselhos.”

9/Jan a 17/Fevlazer e aprendizado nas férias

crianças de 6 a 10 anos podem participar da colô-nia de férias do senac lajeado (av. senador alberto Pasqualini, 421) até 17/2. as inscrições são feitas semanalmente. saiba mais em www.senacrs.com.br/lajeado e no telefone (51) 3748-4644.

17/abr a 27/setPreparação para o enem em são Borja

o senac são Borja (r. João Palmeiro, 1827) inscreve para o curso Preparatório para o enem. as aulas ocorrerão nas segundas, quartas e sextas, das 19h às 22h, de 17/04 a 27/09. mais informações pelo telefone (55) 3431-6775 ou em www.senacrs.com.br/saoborja.

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dossiê Canetas

caneta é moda, é design, é

instrumento de trabalho e de

lazer. seu surgimento e sua

evolução proporcionaram

o avanço da escrita em

todos os povos do planeta

Asendo um dos principais instrumentos de

escrita no mundo inteiro. Mesmo com a popularização do computador, dos celulares e tablets, seu uso ainda ocorre em larga escala por todas as classes sociais. A líder mundial do setor, por exemplo, vende 14 milhões de unidades por dia. Algumas marcas se tornaram até símbolo de status. Atual-mente, existem cinco tipos principais de canetas: esferográ-ficas, tinteiro, flexíveis, hidrográficas e especiais.

O termo caneta vem do grego káuna e do latim canna, significando “talo, cana de planta”. Nos tempos antigos, cortava-se um pedaço de planta adequado, molhava-se a ponta dele em tinta e se escrevia por alguns segundos, até a tinta terminar e a pessoa ter que mergulhar de novo a

CAnetAs de diversos tipos têm sido utilizAdAs por milhAres de Anos,

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Padroeira da escrita

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ponta no tinteiro. Já em 4000 a.C., os povos usavam canetas rudimentares, consistindo de palhetas ocas ou juncos que suportavam uma pequena coluna de líquido. A partir de 500 a.C., as pessoas começaram a fazer canetas das penas das asas de aves como gansos e cisnes. O cabo das penas foi endurecido, e a ponta de escrita foi moldada e cortada para facilitar o manuseio.

Esse tipo foi amplamente utilizado até o século 19, quan-do os inventores aperfeiçoaram uma versão inicial da cane-ta-tinteiro. Esta caneta representou uma grande melhoria em relação às anteriores, pois apresentava um reservatório de tinta e uma alimentação capilar. As penas anteriores ti-nham que ser mergulhadas repetidamente em tinta à medi-da que se escrevia. O novo tipo, conhecido em inglês como fountain pen, apresentava um ponto de escrita triangular, feito de ouro ou aço inoxidável, com um sistema de tubos estreitos como alimentação.

A primeira caneta esferográfica

A primeira patente para uma caneta esferográfica foi concebida em 30 de outubro de 1888 a John J. Loud de Weymouth, de Massachusetts, Estados Unidos. Loud usou a caneta para marcar tecidos de couro, mas não manteve os direitos sobre o invento. O revisor tipográfico húngaro László Bíró criou, em 1932, uma caneta que não borrava e cuja tinta não secava no depósito, como fazia a antiga caneta-tinteiro. Na oficina do jornal em que trabalhava, em Budapeste, deteve-se a observar o funcionamento da rotativa. O cilindro se empapava de tinta e imprimia o tex-to nele gravado sobre o papel. Com a ajuda de seu irmão Georg, que era químico, e do amigo Imre Gellért, um técni-co industrial, Bíró encontrou a solução.

Ele acondicionou a tinta dentro de um tubo plástico. O material, pela força de gravidade, descia para a ponta do tubo. Nessa mesma ponta, ele colocou uma esfera de metal que, ao girar, distribuía a tinta de uma maneira pluriforme pelo papel. A bolinha da ponta da caneta, que passa tinta para o papel, normalmente é de carbeto de tungstênio, me-tal usado em balas de revólver e 4 vezes mais resistente do que o aço. A novidade, entretanto, recebeu pouca atenção até a Segunda Guerra (1939-1945). Muitos pilotos começa-ram a utilizá-las durante o conflito, porque elas não vaza-

vam em altitudes elevadas. Depois da guerra, as canetas es-ferográficas tornaram-se cada vez mais populares.

Gigante do setor

A Bic, líder mundial na fabricação de canetas, surgiu na França, em 1945, quando Marcel Bich (ex-gerente de pro-dução de uma fábrica de tintas) e Edouard Buffard instala-ram uma empresa para fazer peças para canetas-tinteiro e lapiseiras. Ao perceber que o negócio de peças para instru-mentos de escrita começou a crescer, graças ao desenvol-vimento da caneta esferográfica, Bich decidiu apostar suas fichas no invento.

Depois de obter os direitos das patentes para uma es-ferográfica criada por Bíró, a marca francesa lançou sua própria esferográfica em dezembro de 1950. Promovendo o produto como uma caneta confiável a preço bem aces-sível, chamou-a de “Bic”, uma versão mais curta e fácil de pronunciar de seu próprio nome. A empresa então expan-diu seu leque de produtos e começou a entrar em mercados estrangeiros criando subsidiárias, adquirindo o controle de companhias estrangeiras ou por meio de agentes. No Brasil, entrou em 1956. Atualmente, a marca vende 14 milhões de canetas no mundo todos os dias e emprega 9,3 mil pessoas em 160 países.

Escrita elegante e macia da

caneta-tinteiro ainda atrai muitos

consumidores e colecionadores

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dossiê Canetas

CuriosidAdes

Quilômetros rodAdosA tinta de uma caneta esferográfica

permite que uma pessoa

escreva o equivalente a três

quilômetros de uma única vez.

dá para fazer um traço do começo

ao fim da avenida paulista,

em são paulo.

Furo e tAmpAnas canetas Bic, o pequeno furo

lateral serve como entrada de ar,

para que a tinta flua para baixo sem

a ocorrência de vácuo no tubo.

A tampa tem furo na ponta para

permitir a passagem de ar caso

alguém a engula.

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sinônimo de status

Outra marca de canetas muito conhecida no mundo é a alemã Mont Blanc, fundada em 1906. Enquanto o mo-delo anterior encontrou o sucesso pela popularização, a grife de Hamburgo aposta em sofisticação, requinte e técnica artesanal de altíssima qualidade. Seus produtos são sinônimo de status, tendo em vista que os modelos custam em média mais de R$ 2 mil, havendo canetas em valores superiores a R$ 12 mil.

Várias canetas-tinteiro, lapiseiras e acessórios de mesa que apresentam a estrela branca hoje são obras de museu, valorizadas e cobiçadas por colecionadores. O nome da marca é uma homenagem à montanha mais alta da Europa e seu pico nevado é a inspiração da estrela como símbolo. A sua altura, 4.810 metros, gravada nas pe-nas, representa os altos padrões de fabricação. O modelo Meisterstück, criado em 1924, é considerado icônico por seu design atemporal perfeito.

ArmAzenAmentoA recomendação para canetas

porosas, que possuem refil esponjoso,

é guardá-las de ponta para baixo,

especialmente quando ficam mais

gastas. Já as canetas de tinta líquida,

como as nanquins, são mais bem

armazenadas de ponta para cima.

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modelos digitais

A modernidade e a disseminação dos computadores de-ram origem também às canetas digitais, ligadas ou não a mesas digitalizadoras, com diversos recursos para facilitar a vida de profissionais e estudantes. Com layout semelhante ao instrumento tradicional, elas são dispositivos de entrada que captam os traços de mão ou pincel do usuário em uma superfície, convertendo as informações digitais manuscri-tas criadas em dados digitais, permitindo sua utilização em várias aplicações.

Os dados de escrita ou desenho podem ser digitalizados e carregados para um computador e exibidos no monitor no momento em que são realizados. Com espessura maior, geralmente elas têm mais recursos do que uma caneta nor-mal. Elas contêm componentes eletrônicos internos e pos-suem características como sensibilidade ao toque, botões de entrada, memória, capacidade de gravação de dados e borrachas eletrônicas.

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Marcelo PortugalConsultor Econômico da Fecomércio-RS

Feliz 2017 Joã

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Além disso, São Pedro parece que vai nos ajudar. As previsões são de que a nossa safra de grãos será de aproximadamente 214 milhões de toneladas, sendo a soja responsável por quase a metade disso. Como os preços estão em um patamar atrativo, a renda da agricultura será outro motor do crescimento em 2017.

Mas há ainda um terceiro fator, de ordem política, para um pouco mais de otimismo. O governo Temer vem conseguindo implementar importantes medidas de ajuste da economia: a PEC do teto de gastos públicos já foi aprovada; a reforma da Previdência já está na Câmara e foi aprovada pela CCJ, e a reforma trabalhista já tem seus princípios básicos anunciados. Além disso, nas eleições para a presidência da Câmara e do Senado os candidatos do governo devem ser eleitos.

O ano de 2017 não vai ser uma Brastemp. Mas, sem dúvida, será melhor que os três últimos anos e poderá, ainda, ser um ano de transição para uma fase de maior crescimen-to. Na verdade, para retomar o desenvolvi-mento observado durante a era FHC-Lula te-remos de fazer, em 2018, uma escolha melhor do que a feita por nós em 2010 e 2014.

Todo Fim dE Ano Eu dou várias palestras falando sobre as perspectivas econômicas para o ano seguinte. Normalmente, termino essas palestras desejando um feliz ano novo a todos. Contudo, faz dois anos que não consigo fazer isso. Os anos de 2015 e 2016 foram marcados por uma forte recessão e por uma inflação elevada. Felizmente, essa situação parece estar mudando. Ou seja, o ano de 2017 oferece oportunidades reais para melhorar a economia brasileira.

No caso da inflação essa melhoria já é aparente. Passamos de uma inflação de 10,67%, em 2015, para 6,29%, em 2016, e tudo indica que a inflação continuará caindo e ficará, em 2017, próxima da meta estabelecida pelo Banco Central, de 4,5%. Esse é um elemento importante, pois a inflação elevada compromete a renda real das famílias e obriga à manutenção de juros elevados. Esses dois elementos atrapalham o consumo e o investimento, não permitindo um crescimento mais rápido do PIB. Se, ao longo de 2017, a inflação mostrar tendência de queda, os juros em queda e manutenção da renda das famílias poderão ser elementos a impulsionar o PIB.

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dos mais consumidos no Rio Grande do Sul e, por isso mesmo, facilmente encontrado em qualquer cidade do Estado. Não raro, uma pequena lancheria é aberta na garagem de uma casa como forma de renda extra. O negócio cresce e vira a principal renda da família, gerando novos empregos.

Amante de um bom xis, Amilton Dutra Borges, 63 anos, sa-bia que queria viver fazendo aquilo de que mais gosta. Há 16 anos, ele e a esposa são donos do Baiúca Lanches, em Torres. Antes do sucesso da lancheria no litoral, Borges já havia viaja-do o Rio Grande fazendo e vendendo xis. “Eu tive negócio em tudo que é cidade. Em todos os lugares deu certo, mas eu ia mudando. Em 1985, meu carro estragou em Praia Grande. Ali fiquei por 14 anos e abri o Avalanche. Fui feliz e vendi muito xis. Só fomos para Torres porque minha esposa precisava ficar próxima do mar por recomendação médica”, lembra Borges.

Localizado no centro de Torres, o Baiúca é uma lancheria que não investe tempo em outros lanches. “O negócio aqui é xis.” Mas até achar o ponto ideal, Borges perdeu dinheiro e

Se tem uma coiSa que gaúcho goSta é de xiS. o lanche é um

famoso pão com ovo, queijo,

bife e salada é um lanche

tipicamente gaúcho que faz o

sucesso de empreendedores

por todo o estado

ouma paixão regional

natália Borges/ divulgação Baiúca lanches

texto micheli aguiar

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voltou a ser empregado. “No litoral, um dos desafios é achar a calçada certa, a rua certa. Eu tinha um negócio em um lugar lindo, pena que não tinha movimento”, conta. Com o ponto engatilhado, era só colocar em prática os acertos do passado. Borges conta que o segredo para quem quer trabalhar com xis é ter bons fornecedores e uma cozinha que não desperdiça. “Eu sou realmente muito chato com meus fornecedores. Verduras e legumes só compro dos produtores locais. Quanto à carne, sou fiel a quem tem um bom produto”, destaca.

A criatividade em montar os pratos é um dos pontos-chave do negócio. Há quase uma década, um lanche ficou famoso pela disposição como é servido. “É um xis que ocupa o prato inteiro. A gente coloca batata-palha, alface, faz desenho com maionese. Fica bem atraente”, explica Borges, orgulhoso ao lembrar que o prato foi publicado no site do programa Mais Você em 2012. “Ele tem quase cinco estrelinhas no site.”

UMA PITADA DE SORTE E MUITO TRABALHO Na capital, uma das lancherias mais tradicionais é o Ca-

vanhas. Com cinco unidades em locais bem movimentados em Porto Alegre e mais uma loja em Gravataí, o negócio é o exemplo de persistência e sorte. “Quando eu comprei o terreno onde é o Cavanhas na Lima e Silva mais próximo à Perimetral, ninguém nunca imaginaria que aquele lugar ia se transformar no que virou. Eu queria um terreno pra sair do aluguel e acabei encontrando o lugar que faria o Cava-nhas ser o que é hoje”, orgulha-se Eli Antônio Stürmer, um dos sócio-fundadores.

O ano era o 1984 quando os irmãos Stürmer deixaram Mu-çum, no Vale do Taquari, para tentar a vida em Porto Ale-

gre. Na mochila, o sonho de ter o próprio negócio. Em uma pequena casa na avenida Loureiro da Silva, onde até hoje existe o primeiro Cavanhas, foi preciso um ano para vender mais que dez xis por dia. “A gente começava pela manhã e ia até 5h da madrugada”, lembra Eli. A chegada do McDonald’s a Porto Alegre, em 1989, gerou temor e uma surpresa. “Ele [McDonald’s] foi o nosso grande trampolim, na verdade. Era caro comer lá, mas virou febre comer lanche rápido. E isso o Cavanhas já oferecia há anos.”

Hoje a realidade é bem mais feliz, tanto que o número de lanches vendido não é nem revelado pelo dono. O cardápio, en-tretanto, dá uma ideia da dimensão que tomou o negócio. São 18 opções de xis, cinco de bauru, 26 de pizza e mais uma varie-dade de pratos que vão de torrada a petiscos. Mas é o clássico xis de filé, que leva também queijo, maionese, alface, tomate, milho e ervilha, o carro-chefe do negócio dos irmãos Stürmer. “Gaúcho adora inventar combinações, e nosso cardápio atende a essa demanda. Ao mesmo tempo, o povo gosta do que é tradi-cional. Então, a gente capricha no filé”, brinca Eli.

Mas tem sido difícil não alterar o preço do queridinho da clientela. Com o aumento no preço da carne e a redução nas vendas, o jeito tem sido otimizar processos. “Infelizmente, saímos de anos muito bons para um momento onde até tive-mos de reduzir nosso quadro de funcionários. Não alteramos os preços, mas estamos no limite do custo”, conta Eli, afirman-do que nos últimos quatro meses as vendas têm melhorado.

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Segredo do Baiúca Lanches é ter bons

fornecedores e uma cozinha que não desperdiça

Cavanhas conta hoje com cinco unidades

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“Acho que o pessoal entendeu que não adianta se esconder da crise.” Aos 57 anos, ele ainda não pen-sa em deixar o negócio nas mãos dos filhos ou dos sócios. “Eu gostaria de trabalhar com franquia, mas isso ainda precisa de mais planejamento.”

PADRãO DE qUALIDADE

Quem trabalha com comida sabe que é necessá-rio mais do que expertise para tocar um negócio de sucesso. É preciso ter alimentos de qualidade, pes-soas capacitadas, adequação às normas sanitárias e processos bem definidos. Práticas levadas a sério pelo Circulu’s Lanches, de Pelotas, no sul do Estado. Para conseguir manter um padrão de qualidade in-questionável, uma cozinha industrial foi montada fora das unidades de venda. Lá, tudo que será usado nas 30 opções do cardápio passa por um rigoroso

processo de higienização, separação e preparo para depois ser levado para as três unidades da rede. “Temos 15 pesso-as trabalhando diariamente no local. Foi um conceito que a minha mãe criou lá no início do negócio, há 25 anos, quando eram só ela e meu pai”, conta Juliana Medeiros, administra-dora da Circulu’s.

O cuidado ajuda a rede a ter um diferencial. Pelotas, co-nhecida como Capital Nacional do Doce, poderia facilmente também levar o título de capital gaúcha do xis, tamanha a quantidade de estabelecimentos dedicados ao prato. “A cida-

de tem um xis a cada esquina. Há ruas com duas, três, quatro lancherias. A concorrência é grande por aqui”, afirma Juliana. Foi por boas recomendações no TripAdvisor que a Circulu’s recebeu a visita da ex-presidente Dilma Rousseff. Em viagem ao Uruguai, a petista gostou da indicação do Xis Bebum e re-solveu entrar na cidade. “Era um final de semana e a gente estava cheio de serviço. Quando ela chegou foi uma loucura”, conta Juliana, afirmando que a repercussão da visita ilustre a fez dar entrevista a veículos de todo o país. “A repercussão foi enorme, mas também teve o lado negativo. Teve gente que disse que não voltaria. Mas faz parte, e a mídia espontânea foi ótima.” O lanche escolhido por Dilma é o carro-chefe da casa. Segundo Juliana, o Bebum junto com o Bauru Circulu’s repre-senta 50% da venda. “É um patrimônio da casa.”

MEIA DÉCADA DE HISTÓRIA

Em 2017, o Pica-Pau Lanches completa meio século de his-tória em Novo Hamburgo. Tudo começou, como em muitos casos, em um pequeno trailer na chamada Rótula do Pio XII. O desenvolvimento do negócio acompanhou o da cidade e, hoje, o que era um pequeno lugar se tranformou em quatro gran-des lojas próprias, sendo duas em Novo Hamburgo, uma em São Leopoldo e uma quarta em Canoas, inaugurada em 2016. “A meta para 2017 e 2018 é focar na abertura de franquias no Rio Grande do Sul”, projeta Tomás Dresch, um dos quatro sócios, todos da mesma família.

A rede hoje conta com 50 colaboradores, sendo a sede, na Rua José do Patrocínio, a principal. Como todo negócio, man-ter o quadro de funcionários é sempre um desafio. Outro, de tamanho igual ou até maior, é satisfazer o cliente. “Na maio-ria das vezes, as pessoas estão se divertindo, em um momento de lazer. Inovar e gerar melhorias nos produtos e, consequen-temente, conforto e qualidade para o cliente final é um traba-lho diário dentro dos nossos valores”, destaca Dresch.

Com um cardápio bem variado, onde as opções de xis se misturam a pratos quentes e petiscos, o tradicional filé com fritas, que é um xis completo com batata-frita dentro, é o car-ro-chefe do negócio em todas as unidades da rede. “O menu sempre é pensado e remanejado com ajuda de uma nutricio-nista. A cada ano novidades são introduzidas de acordo com o mercado, mas também há produtos alocados temporaria-mente, como sopa no pão no inverno e caipira no verão.”

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Circulu´s promove uma festa de Dia das

Crianças para os filhos dos funcionários

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pelo mundo

Dinamarca elimina 25% Do DesperDício De comiDaSegundo a ONU, até 2050 a oferta de alimentos precisa aumentar 60%, para alimentar os quase 10 bilhões de pessoas que a Terra abrigará. Por isso, o desperdício de alimentos é um assunto que deve ser priorizado. A Dinamarca saiu na frente e com cinco anos de intensa campanha redu-ziu as perdas em 25%. A ONG Stop Spild Af Mad encabeçou o movimento, mas grandes marcas, chefs famosos e supermercados também espalharam a mensagem. Uma loja da rede de supermercados Rema 1000 de Copenha-gue começou a vender produtos por unidade, e não mais em quantidade. Itens que perecem rápido possuem preços mais chamativos e no local não há ofertas do tipo “leve três e pague dois”. Nos restaurantes tradicionais, desde 2013 foram distribuídos cerca de 80 mil sacos de restos em cerca de 300 estabelecimentos. Com os Goodie Bags, os clientes levam para casa seus

restos aproveitáveis de comida sem constrangimento. Medidas simples que ajudam os consumidores a com-prar somente o que necessitam.

inovação facilita o trabalho De

enfermeiros Na hora de tomar soro ou algum medica-mento intravenoso, é comum que o enfermeiro não consiga encontrar a veia do paciente. Mas se depender de um apa-

relho chamado Vein Viewer, o desconforto de receber tantas agulhadas na procura de veias

está com os dias contados. Criado pela empresa esta-

dunidense Christie Medical Holdings, o aparelho funciona através da emissão de luz in-

fravermelha. Quando colocada sobre a pele do paciente, esse tipo de luz facilita a visuali-

zação da veia e até mesmo de fluidos que passem por ela.Os criadores da novidade afirmam que o aparelho

também é capaz de encon-trar as melhores veias para o procedimento médico que

está sendo realizado. Ele con-segue visualizar os vasos em uma profundidade de até 10

milímetros. Já são mais de 150 hospitais que utilizam o Vein Viewer no Brasil. Ele facilita o trabalho dos profissionais de saúde e ainda diminui alguns custos para o hospital, pois

ajuda a gastar menos material descartável e diminui o des-perdício de medicamentos.

viaDutos ganham jarDins verticais no méxico Para deixar as vias públicas mais verdes, a Cidade do México inau-

gurou uma grande intervenção urbana. Onde existiam colunas cinzas, hoje são 60 mil metros quadrados de jardins espalha-

dos sob um viaduto que corta 27 quilômetros da capital do México.

Criado pela empresa VerdeVertical, o projeto Via Verde é financiado por investimento privado. Além de deixar a metrópole mais bela, os desenvolve-dores dos jardins acreditam que a inclusão das plantas ajudará a filtrar mais de 27 mil toneladas de gases e ainda processará dez toneladas de metais pe-sados. A intervenção possui armaduras metálicas cheias de anéis, que foram colocadas em volta da pilastra. Depois de fixadas, são colocados nas estrutu-

ras painéis pré-fabricados. Neles há um substrato têxtil hidropônico, onde se localiza o material vegetal e também ficam alguns espaços publicitários.

As paredes possuem um sistema automatizado de rega, que é controlado remotamente por GPS, e a água usada para as plantas é fruto do reaprovei-

tamento da chuva. As espécies escolhidas são muito resistentes e adequadas às condições do local que irão habitar. Bastante simples, a ideia não causa

mudanças estruturais nas vias já existentes.

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Divulgação/Christie Medical Holdings

©iStock.com/Asian Dream

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Em política, comunicação é fundamen-tal, e decisões tomadas pelo parlamento e governo podem ou não ser aceitas pela socie-dade, dependendo dos detalhes da mensagem. A permissão da diferenciação de preços nas vendas com cartão de crédito é um exemplo. Em 2014, o Senado Federal aprovou o projeto 31/2013, que sustou a Resolução 34/89 do Con-selho Nacional de Defesa do Consumidor, que proibia o comerciante de estabelecer diferença de preço de venda quando o pagamento fosse por cartão de crédito. O Conselho, o Procon e várias associações de defesa do consumidor se puseram contrários à medida, argumentando ser um “retrocesso” na proteção às relações de consumo ou uma “cobrança abusiva” por parte dos comerciantes – sempre culpados. O STJ se posicionou contrário e a proposta aprovada no Senado perdeu fôlego nas gavetas da Câmara dos Deputados.

Em dezembro de 2016, a Presidência da República publicou a MP 764, regularizando a diferenciação de preços em função do prazo ou do instrumento de pagamento utilizado. No entanto, desta vez o governo foi hábil na comunicação com a sociedade, divulgando a medida como uma possibilidade de “descon-tos” nas vendas com dinheiro em espécie, capaz de aquecer a economia.

Na prática, as duas medidas produziriam o mesmo resultado, mas foram comunicadas de

RodRigo giacometconsultor político da Fecomércio-RS

Dinheiro ou cartão? ar

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maneiras diferentes. Vender com desconto em dinheiro ou cobrando as taxas do cartão é a mesma coisa, sob pontos de partida distintos. Entidades contrárias à diferenciação de preços de acordo com a forma de pagamento prestam um desserviço ao consumidor, por desconhe-cerem regras básicas de mercado e caracterís-ticas específicas do caso brasileiro.

Sabemos que a administração de cartões de crédito é um oligopólio, ou seja, um negócio dominado por poucas empresas. No Brasil, as administradoras cobram taxas exorbitan-tes que, somadas aos custos de aluguel de equipamentos, variam de 5% a 10% do preço pago pelos consumidores na aquisição de mercadorias ou serviços. São taxas superio-res às praticadas pelas mesmas empresas em outros países, com alíquota superior a boa parte dos tributos brasileiros. Diante disso, temos apenas duas alternativas. Se a diferenciação de preços é proibida, todos os consumidores compartilham os custos. Se a diferenciação de preços é permitida, o custo pode ser restrito aos usuários de cartão. Todavia, o significado da medida é maior. Espera-se o empoderamento dos consumido-res, que, munidos com a opção do dinheiro, farão concorrência às administradoras de cartão de crédito, conquistando a redução dos custos de algo que funciona como um “imposto oculto” que não compõe sequer a carga tributária, apenas o Custo Brasil.

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monitor de juros mensal

O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de

crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras.

O Monitor compila as taxas de juros médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira

semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis

modalidades de crédito à pessoa jurídica.

Capital de Giro Com prazo até 365 dias

Cheque espeCial

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

no

tas

Capital de Giro Com prazo aCima de 365 dias

Conta Garantida

desConto de Cheques

Em janeiro, na modalidade de

capital de giro com prazo até

365 dias, a Caixa apresentou

a maior taxa média mensal de

juros. O Citibank, em contrapartida,

esteve na primeira colocação do

ranking, seguido do Banco Safra, que

apesar da alta de sua taxa em

relação ao mês de dezembro

permaneceu na segunda posição.

À exceção da diminuição mais

acentuada da taxa média

mensal de juros do Banrisul e

do Bradesco, os demais bancos

apresentaram pouca variabilidade

entre os meses de dezembro e janeiro

na modalidade de cheque

especial. O Banco do Brasil

permaneceu com a mais alta

taxa média mensal.

Na modalidade de antecipação de

faturas de cartão de crédito, o ranking

permaneceu o mesmo entre

os meses de dezembro e janeiro, com

poucas alterações nas taxas de juros

praticadas pelas instituições financeiras.

O Banco Safra permaneceu com a

menor taxa, enquanto o Itaú ocupou a

última posição.

O Banco Safra registrou a

menor taxa média mensal de

juros na modalidade de capital

de giro com prazo acima de

365 dias. Em seguida esteve

o Bradesco, que pelo

expressivo recuo em sua taxa

média mensal passou da

última à segunda posição.

Na modalidade de conta

garantida, o Citibank

apresentou a menor taxa

média mensal de juros, com

declínio significativo entre

dezembro e janeiro. O Banco

Safra, em contrapartida,

registrou movimento contrário,

destacando-se com a mais

alta taxa da modalidade.

Entre os meses de dezembro

e janeiro, para a modalidade de

desconto de cheques, não houve

alteração do ranking, com pouca

oscilação nas taxas médias mensais

de juros. O Banco Safra apresentou

a menor taxa, enquanto o Banco do

Brasil esteve com a maior média

mensal de juros.

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito efinanceiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, elas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre elas.3) Período de coleta das taxas de juros: 2/01/2017 a 6/01/2017.

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Instituição

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

Taxa de juros(% a.m.)

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2,31

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13,64

13,65

13,72

DEZ

1,84

2,97

3,05

3,41

3,63

DEZ

1,57

2,33

2,22

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2,12

2,29

DEZ

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3,06

3,29

3,61

3,42

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Citibank

Banco Safra

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Santander

Banrisul

Caixa

Banrisul

Banco Safra

Bradesco

Itaú

Caixa

Santander

Banco do Brasil

Banco Safra

Bradesco

Santander

Banco do Brasil

Itaú

Banco Safra

Bradesco

Itaú

Caixa

Santander

Banrisul

Citibank

Banrisul

Banco do Brasil

Itaú

Santander

Bradesco

Banco Safra

Banco Safra

Banrisul

Santander

Itaú

Caixa

Bradesco

Banco do Brasil

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13,22

13,65

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13,73

Jan

1,67

3,03

3,29

3,37

3,55

Jan

1,16

2,01

2,23

2,25

2,26

2,74

Jan

2,42

2,94

3,20

3,68

3,82

4,81

13,44

Jan

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2,58

2,90

3,16

3,20

3,21

4,08

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2,39

2,55

2,84

3,11

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É permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-RS, desde que citada a fonte. A Fecomércio-RS não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

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DICAS DO MÊS

O melhOr de dOis mundOs Que tal tirar lições de gestão para a sua em-presa por meio da vivência de um gru-po de suricatos? É esta a proposta de

John Kotter e Holger Rathgeber no livro Não é assim que a gente trabalha aqui!. A obra conta sobre um clã de suricatos

que, após anos de crescimento constan-te, vira alvo recorrente de secas e ata-ques de abutres, em Kalahari, no sul da África. Então, a diretoria executiva do clã se reúne para encontrar possíveis

soluções, que são gravemente rebatidas por trabalhadores da linha de frente.

É então que entra em cena Nadia, uma suricata que abandona o grupo em bus-

ca de ideias para salvar o seu próprio clã. Eis que ela se depara com um grupo

muito menor, cuja sobrevivência é norteada principalmente por processos

baseados na agilidade e trabalho em equipe. A seguir, Nadia terá que voltar para o seu próprio clã, disposta a unir os métodos tradicionais com as lições

inspiradoras do grupo inovador. Com a metáfora, Kotter e Rathgeber

ensinam sobre ascensão, queda e recuperação das empresas, e como as próprias companhias podem crescer

diante das adversidades.

livrO

Ficha técnicaTíTulo: Não é assim que a gente trabalha aqui!

AuTores: John Kotter e Holger Rathgeber

ediTorA: Best Seller

Ano: 2016

disciplina para vencer A lição do esporte como transfor-mação social é a premissa de Coach Carter: treino para a vida, filme de

2005 que conta a história de Ken Carter, um treinador de basquete que volta para a escola onde estudou, em uma área pobre da cidade,

determinado a mudar a trajetória do time atual. Ao encontrar um grupo perdido, sem interes-se pelos estudos e sem disciplina para treinar, Carter resolve impor um regime de rigidez, no

qual distribuía contratos a serem assinados para manter a vaga no time. Entre os preceitos para continuar no esporte estavam comportamento respeitoso, modo adequado de se vestir e bons

resultados acadêmicos. Após lutar contra a resistência de jovens que não estavam acostu-mados a padrões altos de excelência, Carter

conquista títulos e cai nas graças da institui-ção e também da comunidade como um todo.

Ao abordar ética profissional, acadêmica e atlética, o filme ensina grandes lições sobre

liderança e também o que deve ser prioridade na vida de um profissional.

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Ficha técnicaTíTulo: Coach Carter: treino para a vida

Gênero: Comédia dramática

direção: Thomas Carter

durAção: 140 minutos

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SITE

GestãO e liderança para tOdOs Devido à importância de se debate-rem temas relacionados a

gestão empresarial, pela primeira vez a McKinsey & Company disponibili-

zou, no seu site brasileiro, os dez estudos mais lidos do ano. Veiculados em português, os ar-tigos abordam, entre outros temas, liderança

e gestão, e o estudo mais procurado fala sobre novas ferramentas de gestão de performance.

O grande objetivo da empresa, ao disponibilizar este serviço, é ajudar na formação constante dos líderes empresariais brasilei-ros, de maneira fácil e acessível, além de gerar reflexão sobre o

ano que se passou e inspirar o planejamento para 2017. Você pode acessar em www.mckinsey.com.br.

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