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Barcas Ação Civil Pública ACP ajuizada em 2007 e Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2008 e descumprido. Pedido de aplicação de multa de mais de R$ 8 milhões por descumprimento das obrigações assumidas pela empresa. Multa suspensa por decisão do Tribunal de Justiça. O processo aguarda agora para ser julgado pela Câmara do Tribunal de Justiça. Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro

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ACP ajuizada em 2007 e Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2008 e descumprido. Pedido de aplicação de multa de mais de R$ 8 milhões por descumprimento das obrigações assumidas pela empresa. Multa suspensa por decisão do Tribunal de Justiça.

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BarcasAção Civil Pública

ACP ajuizada em 2007 e Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2008 e descumprido. Pedido de aplicação de multa de mais de R$ 8 milhões por descumprimento das obrigações assumidas pela empresa. Multa suspensa por decisão do Tribunal de Justiça. O processo aguarda agora para ser julgado pela Câmara do Tribunal de Justiça.

Ministério Públicodo Estado do Rio de Janeiro

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Sumário

Diante da constatação de inúmeras deficiências na prestação do serviço de

transporte aquaviário pelas barcas, em abril de 2007 o Ministério Público

do Estado do Rio de Janeiro, por intermédio da 3ª Promotoria de Justiça de

Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e Contribuinte, propôs uma ação

civil pública em face da empresa BARCAS S.A – TRANSPORTES MARÍTIMOS

(Processo nº 0044001-24.2007.8.19.0001).

No curso do processo, já em agosto de 2008, foi homologado um termo de

ajustamento de conduta (TAC), onde a empresa se comprometeu, sob pena

de multa diária de R$ 10.000,00, a solucionar as irregularidades existentes,

garantindo, por exemplo, a manutenção frequente em toda a frota de

embarcações, que deve estar sempre em bom estado de conservação, o uso

de embarcações em número suficiente para atender a demanda dos usuários,

o respeito aos horários e a retirada de circulação das embarcações que não

estivessem em condições adequadas.

O compromisso assumido pela empresa está no site Consumidor Vencedor:

http://consumidorvencedor.mp.rj.gov.br/barcas-sa-transportes-maritimos/

Contudo, considerando que a empresa não vem cumprindo as obrigações

assumidas, conforme fatos noticiados repetidas vezes na imprensa, também

demonstrados em autos de infração da Agetransp e verificados em estudos

realizados pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado do MPRJ (GATE),

tendo ocorrido acidente com a embarcação Gávea I em 2011 e havendo

filas e superlotação frequentes, o MPRJ requereu a aplicação da multa diária

prevista, com total superior a R$ 8.000.000,00.

O juízo da 3ª Vara Empresarial da Capital, reconhecendo a precariedade do

serviço prestado pela empresa, havia determinado o pagamento da multa:

“Conforme se depreende da forte documentação acostada ao petitório

ministerial de fls. 1602/1628, não vem a concessionária ré cumprindo,

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in totum, com as obrigações assumidas no termo de ajustamento de

conduta homologada por este Juízo. Ora, os depoimentos trazidos à

colação, bem como cópia do material fotográfico que também integra

toda a documentação acostada, além, é claro, de notoriedade dos

problemas trazidos à lume pela imprensa local, impõe a este Juízo

sejam acolhidas as manifestações ministeriais para incidência das

multas constantes da planilha de fls. 1625/1626. A par da notoriedade

do tema, ou seja, do grave problema que assola o transporte aquaviário

entre a cidade do Rio de Janeiro e seus destinos, principalmente nos

horários de ‘pico’, a análise do DVD de fl. 1777 deixa clara a precariedade

do serviço prestado (arquivo DSCN3268) em detrimento dos direitos

consumeristas mais básicos. Inclusive, como usuário do referido

transporte de massa, à luz das regras de experiência comum (art. 335 do

CPC), outra sorte não pode merecer a ré que não o reconhecimento dos

seus deveres explicitamente assumidos em Juízo. Por todo encimado,

intime-se a parte ré na forma do art. 475-J do CPC para pagamento dos

valores constantes de fls. 1625/1626”.

Ocorre que, após recurso da empresa, distribuído para a 4ª Câmara Cível do

Tribunal de Justiça, houve decisão que, mesmo reconhecendo, mais uma vez,

a precariedade do serviço, suspendeu, por ora, a execução proposta pelo

Ministério Público para o pagamento da multa, conforme se vê a seguir:

“(...) Com efeito, analisando-se a prova carreada aos autos, notadamente

os DVDs e as razões do Ministério Público para executar a multa prevista

no TAC, dúvidas não há de que o serviço de transporte aquaviário não

parece vem sendo prestado a contento.

Esta Relatora tem acompanhado o noticiário local e não são poucas as

reportagens envolvendo a precariedade das barcas e das instalações

destinadas aos passageiros, tendo havido inclusive manejo de

demanda por parte da agravante com vistas a evitar a realização de

protestos contra o aumento das tarifas, distribuída ao MM. Juízo da

25ª Vara Cível.

Page 4: Barcas

(...)

De outro giro, não se pode negar que, em princípio, o pagamento de

mais de R$ 8 milhões de reais é capaz de, em tese, gerar lesão grave e

de difícil reparação, o que reclama a sustação dos efeitos da decisão

agravada, até julgamento final do presente recurso”.

A suspensão permanece até o julgamento definitivo do recurso (Agravo de

Instrumento nº 0034956-86.2013.8.19.0000), pela 4ª Câmara Cível do Tribunal

de Justiça, que decidirá sobre a aplicação da multa.

Os consumidores podem denunciar ao Ministério Público sempre que

verificarem o descumprimento das obrigações assumidas pela empresa

Barcas, acessando o site Consumidor Vencedor e clicando no botão “denuncie

o descumprimento”.

http://consumidorvencedor.mp.rj.gov.br/barcas-sa-transportes-maritimos/

As notícias recebidas serão diretamente encaminhadas ao promotor de

Justiça responsável pelo caso.

Clique aqui para ler a homologação do TAC

Clique aqui para ler o TAC

Clique aqui para ler a inicial

Clique aqui para ler a decisão do TJ

Clique aqui para ler a ação de execução