avaliaÇÃo dos movimentos posturais de operadores...

12
AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES DE UMA PRODUÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO PELO MÉTODO RULA Priscilla Caroline Fernandes Flavio (UEM) [email protected] Nathully El Rafih (UEM) [email protected] Denise Flamia Bandeira (UEM) [email protected] Tatyanne Frederico Zanatta (UEM) [email protected] Caroline Apoloni Cionek (UEM) [email protected] O presente trabalho tem como objeto de estudo aplicar o método RULA na Empresa Y, que exerce a função de produzir blocos de concreto, sendo que a maior parte de suas atividades são efetuadas manualmente, e portanto, seus operadores estão sujeitos a executarem as atividades de forma a prejudicar sua saúde física. Houve-se a necessidade de coletar dados fotográficos e informações sobre as condições ergonômicas que o posto de trabalho oferecia, para assim, implantar este método no setor produtivo proporcionando uma eficácia na produção e uma satisfação dos operadores. Esse método divide os membros corporais em dois grupos, A e B, e no estudo em questão ambos os grupos obtiveram a mesma pontuação, superior a 7, o qual representa a necessidade de serem tomadas ações corretivas e imediatas. Palavras-chave: método RULA; ergonomia; produção de blocos de concreto. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

Upload: others

Post on 07-Aug-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS

DE OPERADORES DE UMA PRODUÇÃO DE

BLOCOS DE CONCRETO PELO MÉTODO RULA

Priscilla Caroline Fernandes Flavio (UEM)

[email protected]

Nathully El Rafih (UEM)

[email protected]

Denise Flamia Bandeira (UEM)

[email protected]

Tatyanne Frederico Zanatta (UEM)

[email protected]

Caroline Apoloni Cionek (UEM)

[email protected]

O presente trabalho tem como objeto de estudo aplicar o método RULA na

Empresa Y, que exerce a função de produzir blocos de concreto, sendo que a

maior parte de suas atividades são efetuadas manualmente, e portanto, seus

operadores estão sujeitos a executarem as atividades de forma a prejudicar

sua saúde física. Houve-se a necessidade de coletar dados fotográficos e

informações sobre as condições ergonômicas que o posto de trabalho

oferecia, para assim, implantar este método no setor produtivo

proporcionando uma eficácia na produção e uma satisfação dos operadores.

Esse método divide os membros corporais em dois grupos, A e B, e no estudo

em questão ambos os grupos obtiveram a mesma pontuação, superior a 7, o

qual representa a necessidade de serem tomadas ações corretivas e

imediatas.

Palavras-chave: método RULA; ergonomia; produção de blocos de concreto.

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

Page 2: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

2

1. Introdução

Ao decorrer da evolução da ciência ergonômica, observou-se que o homem sempre utilizou

métodos ergonômicos para melhor se adaptar ao seu ambiente, porém teve- se a percepção

desta ciência depois de muitos anos, quando finalmente em 1949, esta foi realmente decretada

como ciência. A partir deste momento definiu- se Ergonomia como sendo o estudo das

interações do homem com a tecnologia, com as organizações e com o ambiente, buscando

projetos que visem melhorar, de forma integrada, a segurança do operador, o conforto, o bem-

estar e a eficácia das atividades do mesmo (MARQUES, et al, 2009).

Juntamente com a Ergonomia, surgiu as análises Biomecânicas para o estudo do movimento

humano, avaliando os riscos das tarefas a fim de reduzir as tensões nos músculos e

articulações, e consequentemente, contribuir para a postura do operador nos postos de

trabalho. Portanto, a realização da avaliação ergonômica dos postos de trabalho e das tarefas

exercidas pelos trabalhadores pode ser feita por meio de métodos biomecânicos tais como:

OWAS, RULA, REBA, dentre outros.

O método RULA (Rapid Upper Limb Assessment) foi desenvolvido por Mcatemney e

Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na avaliação rápida

dos danos potenciais aos membros superiores em função da postura adotada, utilizando

diagramas para facilitar a identificação das amplitudes de movimentos das articulações,

avaliando também a contração muscular estática, as forças, repetição, e alcance que são

exercidos pelos elementos analisados (CARDOSO JUNIOR, 2006).

Por essa razão, este trabalho busca estudar e aplicar o método RULA na Empresa Y, e

verificar as possíveis dores constatadas pelos operadores devido a movimentos realizados com

os membros superiores e inferiores, e se estão condicionadas a má projeção do posto de

trabalho em seus setores produtivos. Sendo assim, realiza-se uma analise dos movimentos

para posteriormente, propor melhorias a fim de minimizar os riscos aos trabalhadores,

proporcionando a eles uma melhor condição de trabalho, satisfação e incentivo com relação

aos níveis de produtividade, contribuindo assim, no aumento da mesma.

2. Procedimentos metodológicos

Page 3: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

3

2.1. Posto de trabalho observado

Este estudo foi realizado em uma microempresa de blocos de concreto situada numa cidade

do interior do Paraná, sendo que esta contava com apenas três operadores fixos para estar

realizando a produção. Seu processo contava com três atividades principais, fabricação,

processo de cura, e paletização, porém a que será analisada é a paletização dos blocos, que

aparentemente exigia mais do esforço físico dos operadores devido ao fato de que para formar

cada palete eram necessários agrupar aproximadamente 450 blocos manualmente.

Esta atividade era composta por dois movimentos principais: pegar o bloco pronto, e coloca-

lo no palete principal. Devido a semelhança do movimento corporal executada pelo operador,

o movimento escolhido para análise do método RULA, foi o movimento de pegar o bloco

pronto.

2.2. Materiais utilizados

Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado um equipamento fotográfico para capturar

os movimentos realizados pelos operadores, e também do posto de trabalho onde se

encontravam e extrair os dados necessários a serem analisados.

2.3. Desenvolvimento do método RULA

Com a necessidade de estar realizando uma análise do setor produtivo, principalmente da

exposição dos operadores aos fatores de riscos associados a má postura, utilizou-se o método

RULA, já que este é um método ergonômico que investiga os riscos associados aos membros

superiores relativos ao trabalho.

Foi necessário também, fazer registros fotográficos para poder avaliar a posição de alguns

membros do corpo, e para fazer esta avaliação, pelo método RULA, divide- se os membros

em dois grupos: A, representando os membros superiores, que são os braços, antebraços e

punhos; e B constituído por pescoço, tronco e pernas.

Por meio desta divisão, temos que as posturas são classificadas de acordo com as angulações

que os membros realizam em relação ao corpo, atribuindo pontuações de 1 a 7, onde 1

representa postura ou movimento com menor risco de lesão, e 7 representa riscos maiores de

lesão corporal. Temos a seguir as pontuações detalhadas de cada grupo:

Page 4: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

4

Grupo A

Braços: a postura do braço após ser analisada pode receber uma pontuação de 1 a 4 conforme

mostra a Figura 1, devido a amplitude do movimento durante a realização da atividade.

Figura 1- Posições do braço

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Dependendo se o braço está abduzido ou com o ombro elevado, deve-se somar mais 1 ponto,

ou se o braço tiver um apoio de forma a atenuar a carga, deve-se subtrair 1 ponto conforme

mostra a Figura 2.

Figura 2- Posições que modificam a pontuação do braço

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Antebraços: a analise necessária é semelhante com a dos braços, portanto verifica-se a Figura

3 e atribui pontos (1 ou 2) às posturas.

Page 5: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

5

Figura 3- Posições do antebraço

Fonte: Ergonautas.com - Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

A esta pontuação deve-se adicionar 1 ponto caso o antebraço cruza a linha média do corpo ou

se há afastamento lateral conforme é indicado na Figura 4.

Figura 4- Posições que modificam a pontuação do antebraço

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Punhos: para estes devem ser atribuídos pontos de 1 a 3, dependendo do ângulo necessário

para realizar o movimento conforme mostra a Figura 5.

Figura 5- Posições do punho

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Page 6: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

6

De acordo com a Figura 6, é necessário acrescentar 1 ponto se o pulso apresentar desvio

lateral. E se houver rotações do punho, deve ser acrescentado 1 ponto para amplitude média

ou 2 pontos para grandes amplitudes.

Figura 6- Desvios ou giro do punho

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Grupo B

Pescoço: observando a Figura 7, temos que a postura do pescoço varia de 1 a 4, dependendo

da amplitude do movimento.

Figura 7- Posições do pescoço

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Para obter a pontuação correta do pescoço, adiciona-se 1 ponto quando o pescoço está

inclinado lateralmente ou rodado conforme indica a Figura 8.

Page 7: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

7

Figura 8- Posições que modificam a pontuação do pescoço

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Tronco: a postura do tronco de acordo com a Figura 9, possui sua pontuação oscilando de 1 a

4, dependendo da atividade que estará sendo analisada.

Figura 9- Posições do tronco

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Da mesma forma que para o pescoço, acrescenta-se 1 ponto quando o tronco estiver rodado

ou inclinado lateralmente conforme mostra a Figura 10.

Figura 10- Posições que modificam a pontuação do tronco

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Page 8: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

8

Pernas: para estes membros, deve-se atribuir 1 ponto quando ambas as pernas estão apoiadas

(sentado ou de pé), ou 2 pontos quando não estão apoiadas ou se o peso do corpo não está

simetricamente distribuído conforme mostra a Figura 11.

Figura 11- Posição das pernas

Fonte: Ergonautas.com – Portal de Ergonomia da Universitat Politecnica de Valencia

Após a análise dos movimentos posturais referentes aos grupos A e B, utiliza- se as Tabelas 1

e 2, para realizar o cálculo da pontuação referente a contração muscular, força e carga

exercida pelo operador durante a tarefa.

Tabela 1- Pontuação referente a contração muscular

Pontuação Contração Muscular

+1 Postura estática prolongada por período superior a 1 minuto

+1 Postura repetitiva, mais de 4 vezes por minuto

0 Postura fundamentalmente dinâmica e não repetitiva

Fonte: PINTO, et al (2012)

Tabela 2- Pontuação referente à força e carga

Pontuação Valor da força Tipo de aplicação

Page 9: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

9

0 Inferior a 2 kg Intermitente

+1 2 a 10 kg Intermitente

+2 2 a 10 kg Postura estática superior a 1 min ou repetitiva mais de 4/min

+2 Superior a 10 kg Intermitente

+3 Superior a 10 kg Postura estática superior a 1 min ou repetitiva mais de 4/min

+3 Qualquer Aplicação brusca, repentina ou com choque

Fonte: PINTO, et al (2012)

Verificado as pontuações de cada grupo, aplica- se o critério de escore (1 a 7) para cada

posição adotada pelo operador. Sendo assim, as medidas a serem tomadas para os resultados,

obtidos a partir da análise do método RULA, se encontram na Tabela 3.

Tabela 3- Ações para tomadas de decisão

Escores Ações a serem tomadas

1 – 2 Postura aceitável se não repetida durante longos períodos

3 – 4 Investigar, possibilidade de requerer mudanças

5 – 6 Investigar, realizar mudanças rapidamente

7 ou mais Mudanças imediatas

Fonte: Adaptado de PAVANI; QUELHAS (2006)

3. Resultados e discussão

Por meio de observações e registros fotográficos, pôde-se notar que na atividade de

paletização, os operadores executavam os movimentos de maneira incorreta, como pode ser

notado na figura 12.

Além disso, devido a repetição excessiva dos movimentos, no qual o operador desloca em

cada movimento 3 a 4 blocos de 2 Kg até obter aproximadamente 450 blocos no palete

principal, temos que o operador está exposto a ocasionar danos maiores aos seus membros

inferiores e superiores.

Page 10: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

10

Figura 12- Retirada do bloco para alocação no palete principal

Fonte: Próprio autor

Sendo assim, com base nessa figura, segue a Tabela 4 com as análises de pontuações para o

movimento executado, baseando-se na pontuação detalhada de cada grupo que foi

apresentado no desenvolvimento do método RULA neste trabalho.

Tabela 4 - Pontuação dos grupos

Grupo A Grupo B

Braço Antebraço Punhos Pescoço Tronco Pernas

Angulação 20°- 45° 0°- 60° 15° >20° >60° -

Pontuação 2+1 2+1 2 3 4 1

Contração Muscular +1 +1

Força +2 +2

Pontuação Total 11 11

Fonte: Próprio autor

Nota-se que ambos os grupos apresentam uma pontuação total acima de 7 pontos, portanto

com base na tabela 3 podemos definir o nível de ação a ser tomada, que no caso, os dois

grupos fazem parte do nível 4, e portanto, precisam ser tomadas ações imediatas para mudar

as posturas adotadas pelos operadores.

Page 11: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

11

Sendo assim, pode-se concluir que os membros mais afetados com os esforços repetitivos

foram o tronco, braço, antebraço e o pescoço. Portanto, as medidas preventivas devem focar

na melhor forma de executar a atividade sem prejudicar os membros citados.

Desta forma, uma das medidas a serem tomadas para solucionar o problema, seria a utilização

de uma bancada de aproximadamente 60 cm para executar a atividade de paletização, pois

assim, o operador não forçaria o tronco e o pescoço com uma inclinação muito elevada.

Uma outra medida preventiva, seria em relação ao alcance das mãos, pois de acordo com Itiro

Iida (2005), objetos colocados fora da área de alcance máximo, exige maior atividade

muscular dos ombros, portanto, o palete principal deveria estar entre os operadores, de forma

que suas tarefas repetitivas fossem colocadas à sua frente, dentro de sua área normal de

trabalho.

4. Considerações finais

Ao concluir este estudo, notou-se uma visão destorcida dos operadores quanto a forma de

operar, pois estes priorizavam a agilidade no processo, e não se preocupavam com o manuseio

correto da atividade, prejudicando o sistema músculo- esquelético, que poderia acarretar a

longo prazo doenças ocupacionais.

Desta forma, verificou-se a necessidade de aplicar um método ergonômico afim de

proporcionar uma avaliação rápida em relação a postura, função muscular e forças exercidas

pelos operadores, e comprovar que a má execução de seus movimentos poderia acarretar em

dores e desconfortos futuros, sendo necessário então, achar soluções rápidas ao modo de

executar as tarefas, para que os membros afetados não sofressem mais com a realização de

movimentos incorretos.

REFERÊNCIAS

DIEGO-MÁS, J. A.; CUESTA, S. A. Universidad Politecnica de Valencia. ergonautas.com. Disponivel em:

<http://www.ergonautas.upv.es/metodos/rula/rula-ayuda.php>. Acesso em: 22 jul. 2014.

IIDA, I. Ergonomia: Projeto e Produção. 2ª. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. 204-206 p.

JUNIOR, M. M. C. Avaliação Ergonômica: Revisão dos Métodos para Avaliação Postural. Revista Produção

Online, Florianópolis, 6, Dezembro 2006. 10. Disponivel em: < HYPERLINK "http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fproducaoonline.org.br%2Frpo%2Farticle%2Fview%2F630%2F668&h=hAQGLidEH" \t "_blank" http://producaoonline.org.br/rpo/article/view/630/668 >.

Acesso em: 12 mai. 2014.

Page 12: AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS POSTURAIS DE OPERADORES …abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_240_26918.pdf · Corlett, em 1993, sendo uma adaptação do método OWAS, baseando-se na

XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

12

MARQUES, B. C. D. et al. Aplicação do Método RULA na investigação dos efeitos causados pelas posturas

adotadas por operadores de uma casa lotérica. XXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção,

Salvador, 6-9 Outubro 2009. 1-11. Disponivel em:

<http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/63/Artigos/ENEGEP%202010/enegep2009_TN_STO_0

94_635_14248.pdf>. Acesso em: 16 mai. 2014.

PAVANI, R. A.; QUELHAS, O. L. G. Avaliação dos riscos ergonômicos como ferramenta gerencial em saúde

ocupacional. XIII SIMPEP, Bauru, 6-8 Novembro 2006. 1-9. Disponivel em: <

http://ergonomics.com.br/files/2012/08/comparacao_metodos.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2014.

PINTO, R. S. et al. SEPRONE, 20012. Aplicação do método RULA na avaliação ergonômica de um posto de

trabalho de costureira de uma indústria de confecção. Disponível em:< HYPERLINK "http://www.seprone2012.com.br/sites/default/files/et17.pdf" http://www.seprone2012.com.br/sites/default/files/et17.pdf >. Acesso em: 12 mai. 2014.