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AVALIAÇÃO TRIDIMENSIONAL DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES

KAREN REGINA SIQUEIRA DE SOUZA

Dissertação apresentada à Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), para obtenção do título de Mestre em Odontologia, Área de Concentração Ortodontia Orientadora: Profa. Dra. Paula Vanessa Pedron Oltramari-Navarro

Londrina 2010

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KAREN REGINA SIQUEIRA DE SOUZA

Avaliação tridimensional das vias aéreas superiores

Dissertação apresentada à Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), para

obtenção do título de Mestre em Odontologia, Área de Concentração Ortodontia,

com nota final igual a __________________, conferida pela Banca Examinadora

formada pelos professores:

____________________________________________ Profa. Dra. Paula Vanessa Pedron Oltramari-Navarro

Profa. Orientadora Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)

____________________________________________

Profa. Dra. Daniela Gamba Garib Carreira Profa. Membro 2

Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo (FOB-USP)

____________________________________________ Prof. Dr. Ricardo de Lima Navarro

Profa. Membro 3 Universidade Norte do Paraná (UNOPAR)

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Agradeço primeiramente a Deus, por permitir que se cumpra mais

uma etapa em minha vida.

“Antes de começares a trabalhar, põe sobre a tua mesa, ou junto

dos utensílios do teu trabalho, um crucifixo. De quando em

quando, lança-lhe um olhar... Quando chegar a fadiga, hão de

fugir-te os olhos para Jesus, e acharás nova força para

prosseguires no teu empenho. Porque esse crucifixo é mais que o

retrato de uma pessoa querida: os pais, os filhos, a mulher, a

noiva... Ele é tudo: teu Pai, teu Irmão, teu Amigo, o teu Deus e o

Amor dos teus amores.”

São José Maria Escrivá

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DEDICATÓRIA

Aos meus queridos pais, Acir e Yurika, por todo o esforço que

sempre fizeram visando realizar os meus sonhos. Agradeço por

todo incentivo e apoio nos momentos difíceis e nas decisões mais

importantes da minha vida. Considero-os exemplo constante em

minha vida de esforço, honestidade e amor ao próximo. Amo

vocês!

Ao meu querido esposo, Marcus, seu companheirismo,

paciência, compreensão e, sobretudo, seu amor, contribuíram

para que eu realizasse mais este sonho.

Às minhas queridas irmãs, Maira e Ana Paula, pela

amizade e alegria que trazem à minha vida.

À família do Marcus: Sr. Raymundo, D.Leila, Márcia e Ana

Paula, aos cunhados: Fernando, Mário e Laércio, por sempre

compartilharem a alegria de minhas conquistas!

Aos meus sobrinhos adorados: Isabella, Maria Clara,

Giovana, Augusto, Luiz Otávio, Paola, Antônio e Francisco.

Às minhas amigas, Juliana, Cassiana, Karla e Tilica por

todo o apoio que sempre me deram.

E finalmente, aos meus filhos, que são a minha vida,

Gregório e Felipe.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, especialmente, à minha orientadora, Profa. Dra.

Paula Vanessa Pedron Oltramari-Navarro, pela dedicação,

paciência e amizade durante estes anos. Seu profissionalismo e

competência são inspiradores.

Receba meu reconhecimento e minha gratidão eterna!

Ao Prof. Dr. Ricardo de Lima Navarro, cuja colaboração foi

essencial para o desenvolvimento deste trabalho. Muito obrigada!

Minha admiração aos professores, Prof. Dr. Renato Almeida,

Prof. Dr.Márcio Almeida e Profa. Dra. Ana Cláudia Conti. A vocês

agradeço, com carinho, por toda dedicação e atenção.

À Universidade Norte do Paraná, UNOPAR, representada

pela chanceler, Profa. Elisabeth Bueno Laffranchi e pela Reitora,

Profa. Wilma Jandre Melo.

À Pró-Reitoria de Pesquisa, e Pós Graduação representada

pelo Prof. Dr. Hélio Hiroshi Suguimoto.

Ao Centro de Ciências Biológica da Saúde representado pelo

Prof. Ruy Moreira da Costa Filho.

À Coordenação do Curso de Mestrado em Odontologia,

representada pelo Prof. Dr. Alcides Gonini Junior.

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A todos os funcionários da secretaria e da clínica de

Odontologia da UNOPAR.

Aos amigos do Curso de Mestrado, Giovani, Guilherme,

Gustavo, Leandra, Daniela, Vanessa, Henry, Samir e Murilo, vocês

são muito especiais para mim.

Ao meu amigo e professor Dr. Wagner da Silva Ursi.

Agradeço o apoio e a confiança em meu trabalho.

Ao professor Dr. Adilson Luiz Ramos, que nos meus primeiros

passos ortodônticos, abriu as portas do seu consultório, e

generosamente permitiu-me acompanhá-lo em seu trabalho. Sua

inteligência e humildade ficarão para sempre marcados em

minha vida.

Ao Dr. Valter Scalco, pela amizade, incentivo e exemplo de

profissionalismo.

Às minhas funcionárias, Angélica e Denilza, que cuidam da

minha casa e de meus filhos, sempre com muito carinho.

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SOUZA, Karen Regina Siqueira de. Avaliação tridimensional das vias aéreas superiores. 2010. 55 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2010.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a confiabilidade de um método para medir as seguintes dimensões das vias aéreas superiores: volume total (VT), área de maior estreitamento da nasofaringe (AMEN) e da orofaringe (AMEO). Além disso, compararam-se esses parâmetros em pacientes com má oclusão de Classe I e II de Angle. Os exames de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) utilizados foram avaliados por meio do programa Dolphin 3D (Versão 11.0, Dolphin Imaging & Management Solutions, Chatsworth, Calif), o qual permitiu a reconstrução das imagens e a realização das medidas indicadas. Para avaliar a confiabilidade do método proposto, foram utilizadas 80 TCFC, as quais foram reavaliadas após 30 dias. Os dados obtidos foram submetidos aos testes de confiabilidade (teste-reteste), por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e de concordância de Bland e Altman (d = diferença da média), com seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%. Adicionalmente, para comparar os parâmetros avaliados nos pacientes com más oclusões de Classe I e II de Angle, a amostra foi composta por 35 TCFC, dividida em 2 grupos: G1 (n=15, idade média:13,52, mín:10,98; máx:15,88), pacientes com má oclusão de Classe I de Angle e relação equilibrada das bases ósseas (perfil reto); G2 (n=20, idade média:12,60, mín:10,00; máx:15,35), pacientes com pelo menos ½ Classe II de Angle e perfil ósseo convexo. Os grupos 1 e 2 foram comparados a partir do Teste t de Student para grupos independentes, com nível de significância de 5%. Considerando a confiabilidade do método proposto, os valores obtidos foram: VT: CCI = 0,99, IC 95% [0,98;1,00] e d = 56,83 mm3 IC 95% [-91,27;204,93]; AMEN: CCI = 0,93, IC 95% [0,89;0,95] e d = 0,13 mm2 IC 95% [-6,34;6,59]; AMEO: CCI = 0,99, IC 95% [0,98;1,00] e d = -0,58 mm2 IC 95% [-2,82;1,66]. Considerando a comparação entre os grupos 1 e 2, verificou-se para o G1: VT médio: 15.044,83mm3 (DP: 4.831,67mm3), AMEN média: 152,62mm2 (DP: 60,98mm2) e AMEO média: 153,57mm2 (DP: 84,70mm2). Para o G2, verificaram-se VT médio 14.033,92mm3 (DP: 4.134,33mm3), AMEN média 116,35mm2 (DP: 49,64mm2) e AMEO média 132,57mm2 (DP: 44,38mm2). Não houve diferença significante entre os grupos 1 e 2 quando comparados o VT (P=0,5100), a AMEN (P= 0,6230) e a AMEO (P= 0,3480). Com relação à confiabilidade do método proposto, os valores obtidos demonstraram concordância entre as duas avaliações, e permitiram confirmar a reprodutibilidade desta metodologia. Assim, esta metodologia poderá ser utilizada em futuras pesquisas que investiguem as dimensões das vias aéreas superiores (VT, AMEN e AMEO). Ainda, com base na metodologia aplicada, as más oclusões de Classe I e II de Angle não estão associadas a diferentes dimensões das vias aéreas superiores, incluindo VT, AMEN e AMEO. Palavras-chave: Vias aéreas. Tomografia. Ortodontia.

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SOUZA, Karen Regina Siqueira de. Three-dimensional evaluation of the upper airway. 2010. 55 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) - Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2010.

ABSTRACT The aim of this study was to assess a test-retest method to measure the following upper airway dimensions: total volume (TV); the nasopharyngeal (NNA), and the oropharyngeal (ONA) narrowest areas. In addition, these parameters were compared in Angle Class I and II patients. Cone beam computed tomography (CBCT) scans were evaluated through Dolphin Imaging 11.0TM software (Dolphin Imaging & Management Solutions, Chatsworth, Calif., USA), which enabled image reconstruction and measurements. To test-retest reliability, 80 CBCT scans were measured taking into account the aforementioned variables, and reassessed after 30 days, in order to perform the intraclass correlation coefficient (ICC), and the Bland and Altman agreement tests (d = mean difference), with confidence intervals set at 95% [95% CI]. Additionally, 35 CBCT scans were divided into 2 groups: G1 (n=15; mean age=13.52; min=10.98, max=15.88), Class I malocclusion subjects; G2 (n=20; mean age=12.60; min=10.00, max=15.35), subjects with at least half Class II malocclusion. Groups 1 and 2 were compared through Student’s t test for independent groups, with a level of significance set at 5%. Considering the reliability of the proposed method , the following values were obtained: TV: ICC = 0.99, 95% CI [0.98; 1.00], d = 56.83 mm3 95% CI [-91.27; 204.93]; NNA: ICC = 0.93, 95% CI [0.89; 0.95] and d = 0.13 mm2 95% CI [-6.34; 6.59]; ONA: ICC = 0.99, 95% CI [0.98;1 .00] and d = -0.58 mm2 95% CI [-0.82; 1.66]. From the comparison between G1 and G2, it was determined that: G1 – mean TV=15,044.83mm3 (SD: 4,831.67mm3), mean NNA= 152.62mm2 (SD: 60.98mm2), and mean ONA: 153.57mm2 (SD: 84.70mm2); G2 – mean TV= 14,033.92mm3 (SD: 4,134.33mm3), mean NNA=116.35mm2 (SD: 49.64mm2), mean ONA=132.57mm2 (SD: 44.38mm2). As we can see, no statistically significant differences were found between G1 and G2, when TV (P=0.5100), NNA (P=0.6230), and ONA (P=0.3480) were compared with each other. The data showed an agreement between the assessments regarding method reliability. It was thus possible to confirm the reproducibility of this methodology. Therefore, it can be used in further studies to investigate upper airway dimensions (TV, NNA, ONA). Also, based on the applied methodology, Angle Class I and II malocclusions do not seem to be associated with different upper airway dimensions, including TV, NNA, and ONA. Key-words: Upper airways, Computed tomography, Orthodontics.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 12

3 ARTIGOS ............................................................................................................... 17

3.1 Confiabilidade de um método para avaliação

tridimensional das vias aéreas superiores ................................................ 18

3.2 Avaliação tridimensional das vias aéreas superiores

em pacientes respiradores nasais com má oclusão de

Classe I e II de Angle ............................................................................... 30

4 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47

APÊNDICES ............................................................................................................. 51

Apêndice A - Pacientes referentes ao artigo 3.1.................................. 52

Apêndice B - Pacientes referentes ao artigo 3.2.................................. 54

ANEXO ..................................................................................................................... 55

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1 INTRODUÇÃO

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Introdução 11

1 INTRODUÇÃO

Os efeitos da respiração e a sua participação no crescimento e

desenvolvimento craniofacial vem estimulando, ao longo de muitos anos, a

realização de pesquisas a respeito da relevância da função respiratória relacionada

ao diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico. Inúmeros estudos destacam que a

respiração através das vias aéreas superiores é de fundamental importância para o

desenvolvimento craniofacial normal1-7. Alterações nesta função, durante o período

de crescimento facial, podem influenciar negativamente o desenvolvimento de

estruturas e funções do sistema estomatognático8. Por outro lado, estudos mais

recentes relatam que o padrão morfológico facial, inerente às características

esqueléticas do indivíduo, tais como retrusão de maxila e mandíbula e excesso

vertical maxilar em pacientes hiperdivergentes, viabilizaria a obstrução nasal9-14.

Até pouco tempo, os profissionais da área odontológica dispunham apenas

de exames bidimensionais para a avaliação das vias aéreas superiores, contudo o

avanço tecnológico disponibilizou meios mais precisos como a tomografia

computadorizada de feixe cônico (TCFC), permitindo a obtenção de imagens

tridimensionais8,12,15-19. Adicionalmente, o desenvolvimento de programas de

computação gráfica voltados para a área médico-odontológica permitiu uma melhora

significante da interatividade de visualização e planejamento para o tratamento das

alterações maxilomandibulares. Medidas lineares, da área e do volume em diversas

regiões craniofaciais podem ser obtidas a partir destes programas12,18-20.

Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi propor um novo método e

verificar sua confiabilidade para avaliação do volume total (VT) e área de maior

estreitamento da nasofaringe (AMEN) e da orofaringe (AMEO) e verificar sua

reprodutibilidade. Além disso, compararam-se esses parâmetros em pacientes com

má oclusão de Classe I e II de Angle.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Revisão Bibliográfica 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Os efeitos da respiração e a sua participação no crescimento e

desenvolvimento craniofacial constituem importante objeto de pesquisa a respeito da

relevância da função respiratória relacionada ao diagnóstico e plano de tratamento

ortodôntico. Inúmeros estudos destacam que a respiração através das vias aéreas

superiores é de fundamental importância para o desenvolvimento craniofacial

normal1-7. Alterações nesta função, durante o período de crescimento facial, podem

comprometer o desenvolvimento de estruturas e funções do sistema

estomatognático8. Por outro lado, estudos mais recentes relatam que o padrão

morfológico facial, inerente às características esqueléticas do indivíduo, tais como

retrusão de maxila e mandíbula e excesso vertical maxilar em pacientes

hiperdivergentes, viabilizaria a obstrução nasal9-14.

A relação entre a presença de respiração bucal e o desenvolvimento

craniofacial tem sido relatada em diversos estudos clínicos21 e experimentais2.

Crianças com tonsilas faringeanas aumentadas e obstrução da respiração nasal

exibem mudanças como estreitamento do arco maxilar, mordida cruzada posterior,

mordida aberta anterior, alteração da posição dos incisivos superiores e inferiores.

Sendo assim, a obstrução nasal não tratada pode promover uma rotação horária da

mandíbula, com subsequente aumento da altura facial inferior. Segundo alguns

autores5,22, estas alterações morfológicas temporárias passam a ser definitivas,

resultando em adolescentes e adultos com faces longas e problemas oclusais

A presença de obstrução nas vias aéreas superiores tradicionalmente é

diagnosticada na área médica por meio de exame clínico, auxiliado por exames de

imagem bidimensionais. A telerradiografia em norma lateral faz parte da

documentação ortodôntica inicial, e sua análise tem permitido aos ortodontistas

visualizar possíveis obstruções das vias aéreas superiores, que deverão ser

confirmadas pelos otorrinolaringologistas8,23,24. Contudo, as análises cefalométricas

provenientes da telerradiografia em norma lateral, disponíveis para auxiliar o

diagnóstico ortodôntico, devem ser utilizadas com ressalvas, já que não consideram

as características individuais dos pacientes, uma vez que utilizam médias para a

definição do diagnóstico ortodôntico25-27 .

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Revisão Bibliográfica 14

Com os avanços na área do diagnóstico por imagem, houve a percepção

das limitações da cefalometria bidimensional, com medidas realizadas no plano

sagital, o que determinou uma utilização mais racional desse método8,12,28.

Nesse sentido, a obtenção de imagens em três dimensões (3D) das vias

aéreas superiores promoveu um avanço significante em relação ao entendimento

das patologias que acometem esta região23. A TCFC oferece um melhor

delineamento das estruturas ósseas da base do crânio e do esqueleto facial. A

ausência de sobreposições e a alta resolução das imagens determinam significantes

vantagens, as quais conferem segurança e precisão aos profissionais no diagnóstico

e elaboração do plano de tratamento8,12,16-19. MOZZO et al. 29, em 1998, foi o

primeiro autor a descrever a utilização da TCFC, a qual vem ganhando espaço na

odontologia moderna, devido às suas características de ausência de sobreposição

de imagens, menor taxa de radiação quando comparada à tomografia convencional,

custo reduzido do aparelho, e a possibilidade de executar medidas a partir de

reconstruções geradas por programas de computação gráfica12,18-20,30-34.

Dentre os trabalhos que utilizaram TCFC para avaliar as vias aéreas

superiores, destaca-se a pesquisa de GRAUER et al.19, em 2009. Este estudo

investigou o volume e a forma do espaço aéreo faríngeo e os correlacionou com a

morfologia facial. Para tanto, foram utilizadas 62 tomografias de pacientes adultos.

Os resultados demonstraram que o volume e a forma do espaço aéreo faríngeo

variam entre pacientes com diferentes relações maxilomandibulares, e apenas a

forma do espaço aéreo faríngeo varia de acordo com as relações verticais da

mandíbula.

Ainda considerando a avaliação do espaço aéreo nasofaríngeo, ABOUDARA

et al.8, em 2009, avaliaram 35 indivíduos, com idade média de 14 anos, comparando

os resultados obtidos a partir da telerradiografia em norma lateral e da TCFC. De

acordo com os resultados obtidos, verificou-se correlação moderadamente alta entre

área e volume desta região medidas na TCFC, isto é, quanto maior a área, maior o

volume obtido na TCFC. Entretanto, houve uma considerável variabilidade entre os

resultados obtidos na TCFC em comparação às medidas lineares realizadas na

telerradiografia em norma lateral. A partir destes resultados, os autores concluíram

que as imagens tridimensionais constituem um método mais confiável para a análise

das vias aéreas.

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Revisão Bibliográfica 15

Também utilizando TCFC, IWASAKI et al.18, em 2009, avaliaram espaço

aéreo orofaríngeo (AO) em 45 crianças, com idade média de 8,6 anos (± 1.0 ano),

divididas em 2 grupos: 25 crianças com má oclusão de Classe I e 20 com má

oclusão de Classe III de Angle. Os autores destacaram que os pacientes Classe III

apresentaram maior área e largura do AO quando comparados aos pacientes Classe

I. Verificaram, ainda, uma correlação positiva da área com a severidade da Classe

III. Os autores concluíram que a má oclusão de Classe III está associada ao maior

AO, quando comparada a má oclusão de Classe I.

Considerando o volume faríngeo total, KIM et al.12, em 2010, compararam os

valores obtidos para crianças saudáveis com retrognatia mandibular e crianças com

crescimento craniofacial normal. Os resultados demonstraram que o volume total do

espaço aéreo em pacientes retrognatas foi significantemente menor quando

comparado aos pacientes com relação esquelética anteroposterior normal. Por outro

lado, diferenças nas medidas do volume das quatro subregiões do espaço aéreo não

foram estatisticamente significante entre os dois grupos. Adicionalmente, os autores

destacaram a importância do diagnóstico precoce em pacientes com discrepâncias

esqueléticas e sinais de face adenoideana para a restauração do crescimento

craniofacial normal e a estabilidade dos resultados obtidos com o tratamento

ortodôntico.

Há que se destacar, ainda, o desenvolvimento de programas de computação

gráfica, que promoveram uma melhora significante da interatividade de visualização,

mensuração e análise para planejamento do tratamento de afecções

maxilomandibulares. Medidas diretas de distância, área e volume podem ser obtidas

a partir destes programas. Assim, eles permitem uma descrição quantitativa do

esqueleto facial, viabilizando um diagnóstico mais detalhado, um planejamento mais

preciso, e a execução do tratamento de forma mais direta e segura35.

GERMAN e GERMAN36, em 2010, desenvolveram um sistema que permite

visualizar de forma extremamente didática os exames de TCFC, a partir do software

Dolphin Imaging 3D. Estas imagens, criadas a partir deste recurso, poderiam

contribuir de maneira significante para os profissionais durante o diagnóstico e

planejamento ortodôntico, e facilitariam sobremaneira a comunicação do profissional

com o paciente.

EL, PALOMO20 em 2010 compararam a confiabilidade e a acurácia de 3

programas (Dolphin3D, InVivoDental e OnDemand3D) visualizadores de imagens

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Revisão Bibliográfica 16

DICOM (digital imaging and communication in medicine) com segmentação

automática, a um quarto programa, OrthoSegment (OS), o qual realiza segmentação

manual. Para isso, realizaram medidas das vias aéreas superiores (volume da

orofaringe e passagem de ar nasal). Os autores observaram alta confiabilidade entre

todos os programas, mas para a avaliação da orofaringe, a maior correlação

encontrada foi entre o OS e o Dolphin3D; por outro lado, para o volume da

passagem do ar nasal a maior correlação observada foi entre o OS e o InVivoDental.

A alta correlação observada sugere que todos os programas apresentam

similaridades, pois são capazes de distinguir espaços amplos de espaços reduzidos;

contudo, quando observam-se os valores obtidos para cada programa, eles não são

os mesmos.

Nesse sentido, o presente estudo objetivou avaliar a confiabilidade de um

método para medir as dimensões das vias aéreas superiores, incluindo volume total

(VT), área de maior estreitamento da nasofaringe (AMEN) e da orofaringe (AMEO).

Além disso, comparou esses parâmetros em pacientes Classe I e II de Angle.

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3 ARTIGOS

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Artigos 18

3 ARTIGOS

3.1 Confiabilidade de um método para avaliação tridimensional das vias aéreas

superiores

RESUMO

Este estudo avaliou a confiabilidade de um método para medir as seguintes

dimensões das vias aéreas superiores: volume total (VT), área de maior estreitamento da nasofaringe (AMEN) e área de maior estreitamento da orofaringe (AMEO). A amostra consistiu em 80 tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC), avaliadas por meio do programa Dolphin 3D (Versão 11, Dolphin Imaging & Management Solutions, Chatsworth, Calif), com nível de sensibilidade fixado em 25%, o qual permitiu a reconstrução das imagens e a realização das medidas indicadas. Após 30 dias, todas as medidas foram refeitas e os dados submetidos aos testes de confiabilidade (teste-reteste), por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e de concordância de Bland e Altman (d = diferença da média) com seus respectivos intervalos de confiança (IC) de 95%. Os valores obtidos foram: VT: CCI = 0,99, IC 95% [0,98;1,00] e d = 56,83 mm3 IC 95% [-91,27;204,93]; AMEN: CCI = 0,93, IC 95% [0,89;0,95] e d = 0,13 mm2 IC 95% [-6,34;6,59]; AMEO: CCI = 0,99, IC 95% [0,98;1,00] e d = -0,58 mm2 IC 95% [-2,82;1,66]. Os valores obtidos demonstraram concordância entre as duas avaliações, e permitiram confirmar a reprodutibilidade desta metodologia. Assim, esta ferramenta poderá ser utilizada em futuras pesquisas que investiguem as dimensões das vias aéreas superiores (VT, AMEN e AMEO) e, dessa forma, contribuir para a realização do diagnóstico precoce das obstruções das vias aéreas superiores.

INTRODUÇÃO

A telerradiografia em norma lateral constitui parte da documentação

ortodôntica inicial, e sua análise tem permitido aos ortodontistas visualizar possíveis

obstruções das vias aéreas superiores, que deverão ser confirmadas pelos

otorrinolaringologistas1-3. Contudo, as medidas realizadas no plano sagital não

oferecem acurácia, pois esta metodologia apresenta importantes limitações, com

erros inerentes à representação bidimensional de estruturas complexas

tridimensionais1,4,5.

Nesse sentido, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) tem

sido apresentada como um novo e efetivo método de diagnóstico para a avaliação

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Artigos 19

das vias aéreas superiores, já que as imagens são obtidas em três dimensões

(3D)1,5-9. Além disso, as imagens podem ser reconstruídas em um programa

utilizando-se o formato DICOM (Digital imaging and Communications in Medicine).

Apesar da alta confiabilidade oferecida pela TCFC, existe uma grande diversidade

das metodologias propostas para avaliar as vias aéreas superiores1,5-7,10.

De acordo com alguns estudos11,12 na prática clínica é imprescindível o uso

de métodos confiáveis, uma vez que avaliações observacionais e visuais são

subjetivas e podem comprometer os resultados dos programas que envolvem

intervenção. Assim, se um método não confiável é utilizado, o diagnóstico e o plano

de tratamento ficarão comprometidos.

Nesse sentido, o presente estudo objetivou avaliar a confiabilidade de um

método para medir as dimensões das vias aéreas superiores, incluindo o volume

total (VT), a área de maior estreitamento da nasofaringe (AMEN) e da orofaringe

(AMEO).

MATERIAL E MÉTODOS

O protocolo deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) (Protocolo PT/0179/09).

Amostra

A amostra foi composta por 80 TCFC, obtidas previamente ao tratamento

ortodôntico de pacientes do arquivo de Ortodontia da Universidade Norte do Paraná

(UNOPAR), com idade média:18,00 anos (mín: 7,76; máx: 38,37), escolhidas de

forma aleatória.

Metodologia

Os exames de TCFC foram realizados por um único radiologista experiente

(R.A.M.), utilizando o mesmo tomógrafo (i-Cat Imaging Sciences International,

Hatfield, Pennsylvania,EUA). As TCFC foram avaliadas pelo mesmo pesquisador

(K.R.S.S.), por meio do programa Dolphin 3D (Versão 11.0®, Dolphin Imaging &

Management Solutions, Chatsworth, Calif), com nível de sensibilidade fixado em

25%.

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Artigos 20

Durante a realização da TCFC, os pacientes permaneceram sentados, em

posição natural da cabeça (PNC), com a oclusão em máxima intercuspidação

habitual (MIH), lábios e língua em posição de repouso. Os pacientes foram

orientados a não deglutir e não movimentar a cabeça durante o exame5,9.

Análise do VT das vias aéreas superiores

Para delimitar o volume total (VT) das vias aéreas superiores (nasofaringe

e orofaringe), a análise foi iniciada pela imagem reconstruída em plano sagital.

Neste aspecto, foram determinados sequencialmente os limites anatômicos descritos

a seguir: 1.Limite inferior: localiza-se o ponto medial caudal da terceira vértebra

cervical e continua-se em linha reta na direção do limite anterior, visualizando-se a

projeção da espinha nasal posterior; 2.Anterior: continua-se do ponto mais anterior

do limite inferior e determina-se um plano vertical através da espinha nasal posterior

(ENP), perpendicular ao plano sagital da borda mais inferior do seio esfenoidal;

3.Superior: do ponto mais anterior superior do limite anterior, continua-se em

direção posterior, coincidindo com a borda mais inferior do seio esfenoidal, até a

projeção do ponto medial caudal da terceira vértebra cervical; 4.Posterior:

determina-se um plano vertical a partir do limite superior até o ponto medial caudal

da terceira vértebra cervical, concluindo-se a delimitação anatômica no plano sagital.

Adicionalmente, são conferidos os limites no plano coronal e axial, certificando-se

que a parede lateral da faringe inclui todas as suas projeções laterais. Após a

delimitação anatômica, selecionou-se todo o espaço aéreo demarcado,

preenchendo-o com pontos de alimentação (seed points). Uma nova conferência

deve então ser realizada, em todos os planos de visualização, a fim de verificar o

total preenchimento da região delimitada com os pontos de alimentação. Uma vez

confirmado o preenchimento total da área em questão, solicitou-se ao programa a

quantificação do volume total das vias aéreas superiores em milímetros cúbicos

(mm3), com sensibilidade de 25% (Figura 1, A-C).

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Artigos 21

Figura 1 - Determinação dos limites anatômicos para o volume das vias aéreas superiores Análise da AMEN e AMEO das vias aéreas superiores

A fim de determinar a área de maior estreitamento da nasorafaringe e

orofaringe (AMEN e AMEO), utilizaram-se os mesmos limites anatômicos

determinados para calcular o VT. Contudo, é necessária a inclinação e a

segmentação da região delimitada, uma vez que o programa Dolphin® não possui

ferramenta para calcular a área de maior estreitamento em áreas curvilíneas. Esta

inclinação é realizada visualmente e tem por objetivo retificar, o máximo possível, a

área a ser mensurada. Há que se destacar, ainda, a variabilidade anatômica da

região de nasofaringe, o que requer a divisão desta região em naso e orofaringe,

com o intuito de obter resultados mais precisos.

Para a delimitação da AMEN, insere-se a primeira linha vermelha (limite

superior), o mais alto possível e na região mais retificada; a segunda linha vermelha,

a qual delimitará o limite inferior da nasofaringe, ficará na metade do palato mole

(Figura 2, A).

A

B C

Figura 2 - Delimitação da AMEN e AMEO

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Artigos 22

Com relação à delimitação da região da AMEO, insere-se a primeira linha

vermelha no mesmo ponto de limite inferior da nasofaringe, isto é, na metade do

palato mole, e a segunda linha tangenciando a base superior da epiglote (Figura 2,

B). Neste caso, devido à anatomia desta região ser menos curvilínea, nem sempre

se faz necessária a retificação desta região. A partir disso, a cada trecho

segmentado, solicita-se ao programa a determinação da área de maior

estreitamento, quantificada em milímetros quadrados (mm2) (Figura 2,C).

Trinta dias após a avaliação inicial nas 80 TCFC, todas as medidas foram

repetidas e os resultados submetidos aos testes de confiabilidade (teste-reteste), por

meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI)13.

O CCI13 é uma estimativa da fração da variabilidade total de medidas devido

a variações entre os indivíduos. O valor do CCI é obtido dividindo-se o valor da

variação entre os indivíduos (Vb), pela variação total (Vt), que inclui a variação entre

indivíduos e a variação não pretendida (o erro) (Ve). A variação devida a erros

deverá incluir diferentes componentes dependendo do desenho de estudo. Quando

o CCI é igual a 0, o estudo não é reprodutível, ou seja, há uma grande variabilidade

intra-examinador; quando o CCI é igual a 1, o estudo é reprodutível ao máximo, ou

seja, não há variabilidade intra-examinador12,13. No teste de concordância de Bland e

Altman14, incluem-se a diferença média entre as medidas (d) e seus respectivos

intervalos de confiança de 95% (IC 95% para d), o desvio-padrão para da diferença

da média (DP d) e os limites de concordância. Quanto mais próximo de zero a

distribuição dos valores do teste de Bland e Altman, mais alta é a

concordância12,14,15.

Os resultados receberam tratamento estatístico no programa Statistical

Package for Social Sciences (SPSS), versão 15.0 e Med Calc® (versão 8.1.0.0).

RESULTADOS

Para o teste de confiabilidade os valores obtidos foram: VT: CCI = 0,99, IC

95% [0,98;1,00] e d = 56,83 mm3 IC 95% [-91,27;204,93] (Fig.4); AMEN: CCI = 0,93,

IC 95% [0,89;0,95] e d = 0,13 mm2 IC 95% [-6,34;6,59] (Fig.5); AMEO: CCI = 0,99,

IC 95% [0,98;1,00] e d = -0,58 mm2 IC 95% [-2,82;1,66] (Fig.6). Verificou-se, assim,

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Artigos 23

concordância entre as duas avaliações e confirmou-se a reprodutibilidade desta

metodologia (Tabela 1).

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Artigos 24

Tabela 1. Média (M), desvio-padrão (DP), Coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e concordância de Bland & Altman para Volume Total (VT), Área de Maior Estreitamento da Nasofaringe (AMEN) e Área de Maior Estreitamento da Orofaringe (AMEO): viés médio (VM), limite inferior (L inf) e limite superior (L sup)

Medidas VT AMEN AMEO

Média 16.532,00 154,20 145,8

DP 5.745 79,56 69,41

CCI 0,99 0,93 0,99

Bland&Altman

VM 56,83 0,13 -0,58

L inf -1.247,55 -56,78 -20,33

L sup 1.361,21 57,04 19,17

-2500

-2000

-1500

-1000

-500

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 10000 20000 30000 40000

Figura 3 - Diagrama de Bland & Altman para VT

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Artigos 25

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

0 100 200 300 400 500

Figura 4 - Diagrama de Bland & Altman para AMEN

-80

-60

-40

-20

0

20

40

0 100 200 300 400

Figura 5. Diagrama de Bland & Altman para AMEO

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Artigos 26

DISCUSSÃO

O advento da TCFC permitiu a obtenção de exames com alta confiabilidade,

o que ofereceu à odontologia um desenvolvimento marcante no que diz respeito ao

diagnóstico e a execução do tratamento1,4,6,16. Contudo, apesar deste exame

apresentar alta confiabilidade, há uma grande variabilidade de metodologias

propostas para a avaliação destas imagens, especialmente em relação às vias

aéreas superiores. Nesse sentido, este trabalho se propôs a descrever uma

metodologia baseada em reparos anatômicos facilmente identificáveis e medidas

que pudessem ser reproduzíveis em outros estudos, utilizando tratamento estatístico

específico para esta finalidade13,14.

Os resultados estatísticos demonstram que não houve viés sistemático nas

medidas repetidas. Todas as mensurações foram distribuídas dentro dos limites

aceitáveis de variação, indicando que duas avaliações para cada medida (VT, AMEN

e AMEO), realizadas por um mesmo examinador experiente ao manuseio do

programa Dolphin®, tendem a produzir resultados semelhantes. Sendo assim, esta

metodologia mostrou-se altamente confiável (Tabela 1, Figuras 4-6).

A análise da confiabilidade requer dois testes estatísticos, neste caso o CCI

e Bland e Altman, pois o CCI isoladamente não fornece informação suficiente sobre

a confiabilidade das medidas devido a: não demonstração de indicação do valor

medido ou suas variações; erro na medida e impossibilidade de ser interpretado

clinicamente. O gráfico de Bland e Altman14, no qual o tamanho e a amplitude das

diferenças nas mensurações podem ser interpretados facilmente (erros ou outliers),

complementa a análise de correlação por examinar os padrões da diferença entre as

duas medidas, isto é, mede a variação em relação à diferença média17,12. Além

disso, este método apresenta os valores do intervalo de confiança para a diferença

da média e os limites de concordância. Estes dados, respectivamente, indicarão os

erros nas mensurações e podem relacionar a aceitabilidade clínica12.

Assim, os testes utilizados neste trabalho são considerados apropriados

para análise da confiabilidade do método proposto em caso de desenhos similares;

e ainda, o CCI é atualmente considerado um excelente teste para avaliar a

correlação intra-examinador, pois permite analisar a correlação e a concordância

entre os resultados12.

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Artigos 27

Além disso, é importante observar o número expressivo de exames que

constituíram a amostra deste estudo (n=80), o que pode difere de trabalhos prévios

que utilizaram amostras mais reduzidas1,5,7. Adicionalmente, alguns estudos

realizaram a avaliação da confiabilidade do método, porém apenas em parte

reduzida da amostra avaliada1,4,5,7,8, ao contrário deste estudo, no qual todos os

exames foram reavaliados.

Outro fator que merece ser enfatizado é a grande variabilidade topográfica

das vias aéreas superiores entre os pacientes, especialmente ao nível da

nasofaringe, em função da complexa anatomia apresentada nesta região18. Com

vistas a minimizar esta limitação, este trabalho propôs a segmentação das vias

aéreas superiores em nasofaringe e orofaringe, e dessa forma permitiu delimitar a

AMEN de forma mais confiável. Isso porque, após a retificação da imagem, verifica-

se uma área mais alta e homogênea para determinar o limite superior da

nasofaringe. Além disso, é importante destacar que a realização desta metodologia

por examinadores pouco experientes em relação à anatomia desta região pode

comprometer a execução do método proposto. Tal fato já foi relatado na literatura e

provavelmente consista em um fator limitante para a obtenção de valores médios

padrão, os quais poderiam ser utilizados como determinantes no diagnóstico1,5,7.

Adicionalmente, é importante destacar a necessidade de corrigir a inclinação

e executar a segmentação das regiões da nasofaringe e orofaringe para a

mensuração das áreas de maior estreitamento, uma vez que o programa Dolphin®

não possui ferramenta para calculá-las diretamente em limites curvilíneos.

Desta forma, os resultados demonstraram que a metodologia proposta se

mostrou confiável para avaliação das vias aéreas superiores, o que assegura sua

utilização em futuros estudos. Há que se ressaltar, ainda, a importância do

conhecimento do examinador à cerca da anatomia desta região, além da

necessidade de um treinamento específico para a utilização de programas similares.

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Artigos 28

CONCLUSÃO

Os valores obtidos neste estudo demonstraram concordância entre as duas

avaliações, e permitiram confirmar a reprodutibilidade desta metodologia. Assim,

esta ferramenta poderá ser utilizada em futuras pesquisas que investiguem as

dimensões das vias aéreas superiores (VT, AMEN e AMEO) e, dessa forma,

contribuir para a realização do diagnóstico das obstruções das vias aéreas

superiores.

REFERÊNCIAS

1. Aboudara C, Nielsen I, Huang JC, Maki K, Miller AJ, Hatcher D. Comparison of airway space with conventional lateral headfilms and 3-dimensional reconstruction from cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Apr;135(4):468-79. 2. McNamara Jr JA. A method of cephalometric evaluation. Am J Orthod. 1984 Dec;86(6):449-69. 3. Schwab RJ. Upper airway imaging. Clinics in chest medicine. 1998 Mar;19(1):33-54. 4. Abramson ZR, Susarla S, Tagoni JR, Kaban L. Three-dimensional computed tomographic analysis of airway anatomy. J Oral Maxillofac Surg. 2010 Feb;68(2):363-71. 5. Kim YJ, Hong JS, Hwang YI, Park YH. Three-dimensional analysis of pharyngeal airway in preadolescent children with different anteroposterior skeletal patterns. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Mar 2010;137(3):306 e1-11; discussion -7. 6. Hatcher DC. Cone Beam computed tomography: craniofacial and airway analysis. Sleep Med Cli. 2010;5:59-70. 7. Lenza MG, Lenza MM, Dalstra M, Melsen B, Cattaneo PM. An analysis of different approaches to the assessment of upper airway morphology: a CBCT study. Orthod Craniofac Res. 2010 May;13(2):96-105. 8. Iwasaki T, Hayasaki H, Takemoto Y, Kanomi R, Yamasaki Y. Oropharyngeal airway in children with Class III malocclusion evaluated by cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Sep;136(3):318 e1-9; discussion -9.

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Artigos 29

9. Grauer D, Cevidanes LS, Styner MA, Ackerman JL, Proffit WR. Pharyngeal airway volume and shape from cone-beam computed tomography: relationship to facial morphology. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Dec;136(6):805-14. 10. Kikuchi Y. Three-dimensional relationship between pharyngeal airway and maxillo-facial morphology. Bull Tokyo Dent Coll. 2008 May;49(2):65-75. 11. Rodrigues MF, Michel-Crosato E, Cardoso JR, Traebert J. Psychometric properties and cross-cultural adaptation of the Brazilian Quebec back pain disability scale questionnaire. Spine 2009; 34:E459-E464. 12. Rankin G, Stokes M. Reliability of assessment tools in rehabilitation: an illustration of appropriate statistical analyses. Clin Rehabil. 1998 Jun;12(3):187-99. 13. Shrout PE, Fleiss JL. Intraclass correlations: uses in assessing rater reliability. Psychol Bull. 1979 Mar;86(2):420-8. 14. Bland JM, Altman DG. Statistical methods for assessing agreement between two methods of clinical measurement. Lancet. 1986 Feb 8;1(8476):307-10. 15. Power G, Breckon J, Sherriff M, McDonald F. Dolphin Imaging Software: an analysis of the accuracy of cephalometric digitization and orthognathic prediction. Int J Oral Maxillofac Surg. 2005 Sep;34(6):619-26. 16. Ludlow JB, Gubler M, Cevidanes L, Mol A. Precision of cephalometric landmark identification: cone-beam computed tomography vs conventional cephalometric views. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Sep;136(3):312 e1-10; discussion -3. 17. El HP, Palomo JM. Measuring the airway in 3 dimensions: A reliability and accuracy study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010;137:S50.e1-S.e9.

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Artigos 30

3.2 Avaliação tridimensional das vias aéreas superiores em pacientes com má

oclusão de Classe I e II de Angle

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o volume total das vias aéreas superiores (VT), bem como a área de maior estreitamento da nasofaringe (AMEN) e orofaringe (AMEO) em pacientes com má oclusão de Classe I e Classe II de Angle. A amostra foi composta por 35 pacientes, dos quais se obtiveram tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC) previamente ao tratamento ortodôntico. A amostra foi dividida em 2 grupos: G1 (n=15, idade média: 13,52 anos, mín=10,98; máx= 15,88), pacientes com má oclusão de Classe I de Angle e relação equilibrada entre as bases ósseas (perfil reto); G2 (n=20, idade média: 12,60 anos, mín= 10,00; máx= 15,35), pacientes com pelo menos ½ Classe II de Angle e perfil ósseo convexo. Para a obtenção do VT, AMEN e AMEO utilizou-se o programa Dolphin 11.0®-3D, com nível de sensibilidade fixado em 25%. Os valores obtidos foram comparados utilizando-se o teste t de Student para amostras independentes (nível de significância 5%). Todas as medidas foram repetidas após 30 dias, e os resultados foram submetidos aos testes de confiabilidade (teste-reteste), por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e de concordância de Bland e Altman (d=diferença da média), com seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Para o G1, verificaram-se: VT médio: 15.044,83mm3 (DP: 4.831,67mm3), AMEN média: 125,62mm2 (DP: 60,98mm2) e AMEO média: 153,57mm2 (DP: 84,70mm2). Para o G2, observaram-se VT médio 14.033,92mm3 (DP: 4.134,33mm3), AMEN média 116,35mm2 (DP: 49,64mm2) e AMEO média 132,57mm2 (DP: 44,38mm2). VT: CCI = 0,99, IC 95% [0,98;1,00] e d = 29,55mm3 IC 95% [-174,62;233,73]; AMEN: CCI = 0,95, IC 95% [0,90;0,97] e d = -2,88mm2 IC 95% [-9,06;3,30]; e AMEO: CCI = 0,99, IC 95% [0,99;1,00] e d = 0,87mm3 IC 95% [-0,76;2,49], verificando-se assim concordância entre as duas avaliações. Com fundamento na metodologia proposta e nos resultados obtidos para a amostra avaliada, concluiu-se que não houve diferença estatisticamente significante quando comparadas as dimensões das vias aéreas superiores de indivíduos Classe I e II de Angle.

INTRODUÇÃO

Inúmeros estudos1, 2,3-6 destacam que a respiração através das vias aéreas

superiores é de fundamental importância para o desenvolvimento craniofacial

normal. Alterações nesta função, durante o período de crescimento facial, poderiam

influenciar negativamente o desenvolvimento de estruturas e funções do sistema

estomatognático7. Adicionalmente, alguns autores8-12 apontam que o padrão

morfológico facial, inerente às características esqueléticas do indivíduo, tais como

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Artigos 31

retrusão de maxila e mandíbula e excesso vertical maxilar em pacientes

hiperdivergentes, seriam fatores contribuintes para a obstrução nasal.

Com os avanços na área do diagnóstico por imagem, houve a percepção

das limitações da cefalometria, o que determinou aos ortodontistas uma utilização

mais racional desse método de análise na elaboração do diagnóstico7,13. Nesse

sentido, tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC)13,14,15,16-18 oferece um

melhor delineamento das estruturas faciais, além de promover um avanço

significante em relação ao entendimento das patologias que acometem esta região.

A ausência de sobreposições e a alta resolução das imagens determinam

significantes vantagens, as quais conferem segurança e precisão aos profissionais

no diagnóstico e elaboração do plano de tratamento.

Dentre os trabalhos que utilizaram a TCFC para avaliar as vias aéreas

superiores, Grauer et al.19 (2009) investigaram o volume e a forma do espaço aéreo

faríngeo e os correlacionou com a morfologia facial. Os resultados deste estudo

demonstraram que o volume e a forma do espaço aéreo faríngeo variam entre

pacientes com diferentes relações maxilomandibulares; e apenas a forma do espaço

aéreo faríngeo varia de acordo com as relações verticais da mandíbula. Ainda para a

avaliação das vias aéreas superiores, Aboudara et al.7 (2009) compararam os

resultados obtidos a partir da telerradiografia em norma lateral e da TCFC, e

verificaram que houve uma considerável variabilidade entre os resultados obtidos na

TCFC em comparação às medidas lineares realizadas na telerradiografia em norma

lateral. A partir destes resultados, os autores concluíram que as imagens

tridimensionais constituem um método mais confiável para a análise das vias aéreas.

Nesse mesmo sentido, Iwasaki et al.20 (2009) compararam o espaço aéreo

orofaríngeo (AO) em pacientes Classe I e III de Angle, e observaram que os

pacientes Classe III apresentaram maior área e largura do AO quando comparados

aos pacientes Classe I. Verificaram, ainda, uma correlação positiva da área com a

severidade da Classe III, concluindo-se que a má oclusão de Classe III está

associada com um maior AO comparada a má oclusão de Classe I. Considerando o

volume faríngeo total, KIM et al.10 (2010), compararam os valores obtidos para

crianças saudáveis com retrognatia mandibular e crianças com crescimento

craniofacial normal. Os resultados demonstraram que o volume total do espaço

aéreo em pacientes retrognatas foi significantemente menor quando comparado aos

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Artigos 32

pacientes com relação esquelética anteroposterior normal. Por outro lado, diferenças

nas medidas do volume das quatro subregiões do espaço aéreo não foram

estatisticamente significante entre os dois grupos.

Há que se destacar, ainda, o desenvolvimento de programas de computação

gráfica, que promoveram uma melhora significante da interatividade de visualização,

mensuração e análise para planejamento do tratamento de afecções

maxilomandibulares7,10,19-23. Os recursos oferecidos por estes programas poderiam

contribuir de forma importante para os profissionais durante o diagnóstico e

planejamento ortodôntico, e facilitariam sobremaneira a comunicação do profissional

com o paciente.

Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa foi testar a seguinte hipótese nula:

“não há diferença entre volume total das vias aéreas superiores (VT), área de maior

estreitamento da nasofaringe (AMEN) e orofaringe (AMEO) em pacientes com má

oclusão Classe I e Classe II de Angle e padrão respiratório predominantemente

nasal.

MATERIAL E MÉTODOS

O protocolo de pesquisa deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) (Protocolo

PT/0179/09).

Amostra

A amostra foi composta por 35 pacientes, dos quais se obtiveram

tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC) previamente ao tratamento

ortodôntico. A amostra foi dividida em 2 grupos: G1 (n=15, idade média: 13,52 anos,

mín=10,98; máx= 15,88), pacientes com má oclusão de Classe I de Angle e relação

equilibrada das bases ósseas (perfil reto); G2 (n=20, idade média: 12,60 anos, mín=

10,00; máx= 15,35), pacientes com pelo menos ½ Classe II de Angle e perfil ósseo

convexo.

Para a divisão dos grupos, a classificação da má oclusão foi realizada por

meio da avaliação dos modelos de estudo e fotografias intrabucais. Especificamente

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Artigos 33

com relação ao G2, foram incluídos apenas pacientes que apresentavam os

seguintes critérios: má oclusão com severidade igual ou maior que ½ Classe II24 e

trespasse horizontal igual ou maior a 4mm19.

Adicionalmente, foram excluídos da amostra pacientes que apresentavam

doenças respiratórias, tais como apnéia obstrutiva do sono, rinite crônica, ou

qualquer outra patologia que pudesse comprometer as vias aéreas superiores; e/ou

histórico de cirurgia de tonsilas faríngeas ou palatinas.

Metodologia

Todos os exames de TCFC utilizados nesta pesquisa pertenciam ao arquivo

de Ortodontia da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Estes exames foram

realizados por um único radiologista experiente (R.A.M.), utilizando o mesmo

tomógrafo (i-Cat Imaging Sciences International, Hatfield, Pennsylvania,EUA). A

avaliação das variáveis VT, AMEN e AMEO foi realizada por um único examinador

(K.R.S.S.), por meio do programa Dolphin, com nível de sensibilidade fixado em

25%.

Durante a realização da TCFC, os pacientes permaneceram sentados com a

cabeça em posição natural (PNC), e a oclusão em máxima intercuspidação habitual

(MIH), com os lábios e língua em posição de repouso. Os pacientes foram

orientados a não deglutirr e não movimentar a cabeça durante o exame10,19.

Análise do VT das vias aéreas superiores

Para delimitar o volume total (VT) das vias aéreas superiores (nasofaringe

e orofaringe), a análise foi iniciada pela imagem reconstruída em plano sagital.

Neste aspecto, foram determinados sequencialmente os limites anatômicos descritos

a seguir: 1.Limite inferior: localiza-se o ponto medial caudal da terceira vértebra

cervical e continua-se em linha reta na direção do limite anterior, visualizando-se a

projeção da espinha nasal posterior; 2.Anterior: continua-se do ponto mais anterior

do limite inferior e determina-se um plano vertical através da espinha nasal posterior

(ENP), perpendicular ao plano sagital da borda mais inferior do seio esfenoidal;

3.Superior: do ponto mais anterior superior do limite anterior, continua-se em

direção posterior, coincidindo com a borda mais inferior do seio esfenoidal, até a

projeção do ponto medial caudal da terceira vértebra cervical; 4.Posterior:

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Artigos 34

determina-se um plano vertical a partir do limite superior até o ponto medial caudal

da terceira vértebra cervical, concluindo-se a delimitação anatômica no plano sagital.

Adicionalmente, são conferidos os limites no plano coronal e axial, certificando-se

que a parede lateral da faringe inclui todas as suas projeções laterais. Após a

delimitação anatômica, selecionou-se todo o espaço aéreo demarcado,

preenchendo-o com pontos de alimentação (seed points). Uma nova conferência

deve então ser realizada, em todos os planos de visualização, a fim de verificar o

total preenchimento da região delimitada com os pontos de alimentação. Uma vez

confirmado o preenchimento total da área em questão, solicitou-se ao programa a

quantificação do volume total das vias aéreas superiores em milímetros cúbicos

(mm3), com sensibilidade de 25% (Figura 1, A-C).

Figura 1-Determinação dos limites anatômicos para o volume das vias aéreas superiores

Análise da AMEN e AMEO das vias aéreas superiores

A fim de determinar a área de maior estreitamento da nasorafaringe e

orofaringe (AMEN e AMEO), utilizaram-se os mesmos limites anatômicos

determinados para calcular o VT. Contudo, é necessária a inclinação e a

segmentação da região delimitada, uma vez que o programa Dolphin® não possui

ferramenta para calcular a área de maior estreitamento em áreas curvilíneas. Esta

inclinação é realizada visualmente e tem por objetivo retificar, o máximo possível, a

área a ser mensurada. Há que se destacar, ainda, a variabilidade anatômica da

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Artigos 35

região de nasofaringe, sendo pertinente a divisão em naso e orofaringe para um

resultado mais preciso7,21,23.

Para a delimitação da AMEN, insere-se a primeira linha vermelha (limite

superior), o mais alto possível e na região mais retificada; a segunda linha vermelha,

a qual delimitará o limite inferior da nasofaringe, ficará na metade do palato mole

(Figura 2-A).

Com relação à delimitação da região da AMEO, insere-se a primeira linha

vermelha no mesmo ponto de limite inferior da nasofaringe, isto é, na metade do

palato mole, e a segunda linha tangenciando a base superior da epiglote (Figura 2-

B). Neste caso, devido à anatomia desta região ser menos curvilínea, nem sempre

se faz necessária a retificação desta região. A partir disso, a cada trecho

segmentado, solicita-se ao programa a determinação da área de maior

estreitamento, quantificada em milímetros quadrados (mm2).

A B

Figura 2 A,B: delimitação da AMEN e AMEO

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Artigos 36

Tratamento Estatístico

Trinta dias após a avaliação inicial nas 35 TCFC, todas as medidas foram

repetidas, e os resultados foram submetidos aos testes de confiabilidade (teste-

reteste), por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse26 (CCI) e de

concordância de Bland e Altman25 (d=diferença da média), com seus respectivos

intervalos de confiança de 95%.

RESULTADOS

Para o teste de confiabilidade (Tabela 1), os valores obtidos foram: VT: CCI

= 0,99, IC 95% [0,98;1,00] e d = 29,55mm3 IC 95% [-174,62;233,73] (Figura 3);

AMEN: CCI = 0,95, IC 95% [0,90;0,97] e d = -2,88mm2 IC 95% [-9,06;3,30] (Figura

4); e AMEO: CCI = 0,99, IC 95% [0,99;1,00] e d = 0,87mm3 IC 95% [-0,76;2,49]

(Figura 5), verificando-se assim concordância entre as duas avaliações realizadas

pelo mesmo examinador.

Tabela 1 - Coeficiente de correlação intraclasse e concordância de Bland & Altman para as três medidas estudadas

VT AMEN AMEO

CCI 0,99 0,95 0,99

Bland&Altman

VM 29,55 -2,88 0,87

L inf -1135,43 -38,17 -8,39

L sup 1194,54 32,41 10,13

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Artigos 37

-1500

-1000

-500

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

0 10000 20000 30000 40000

Figura 3 - Diagrama de Bland & Altman para VT

-50

-40

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

50

60

0 100 200 300 400 500

Figura 4 - Diagrama de Bland & Altman para AMEN

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Artigos 38

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

0 100 200 300 400

Figura 5: Diagrama de Bland & Altman para AMEO

Uma vez confirmada a confiabilidade do método, os valores obtidos para os

grupos 1 e 2 foram comparados utilizando-se o teste t de Student para amostras

independentes, com nível de significância de 5%.

Verificou-se a compatibilidade entre as idades para os grupos 1 e 2, não

havendo diferença significante (Tabela 2). Para o Grupo 1, verificou-se: VT médio:

15.044,83mm3 (DP: 4.831,67), AMEN média: 152,62mm2 (DP: 60,98mm2) e AMEO

média: 153,57mm2 (DP: 84,70mm2). Para o Grupo 2, verificou-se VT médio

14.033,92mm3 (DP: 4.134,33mm3), AMEN média 116,35mm2 (DP: 49,64mm2) e

AMEO média 132,57mm2 (DP: 44,38mm2). Não houve diferença significante entre os

grupos 1 e 2 quando comparados o VT (P=0,5100), a AMEN (P= 0,6230) e a AMEO

(P= 0,3480) (Tabela 2).

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Artigos 39

Tabela 2. Média (M), desvio-padrão (DP), Teste t de Student (t) e valores de P para Idade, volume total (VT), área de maior estreitamento da nasofaringe (AMEN) e da orofaringe (AMEO), para os Grupos 1 e 2

GRUPO 1 GRUPO 2

Variável M DP M DP T P

Idade 13,52 1,70 12,60 1,35 1,794 0,082

VT (mm3) 15.044,83 4.831,67 14.033,92 4.134,33 0,666 0,510

AMEN (mm2) 125,62 60,98 116,35 49,64 0,496 0,623

AMEO (mm2) 153,57 84,70 132,57 44,38 0,951 0,348

Significante para P> 0,05

DISCUSSÃO

A associação entre as características morfológicas craniofaciais do indivíduo

e a predisposição para alterações das vias aéreas superiores tem sido discutida em

vários estudos na ortodontia10,11,19,20,23,27,28,.

A complexidade anatômica das vias aéreas superiores, especialmente no

que diz respeito à nasofaringe, assim como relatado previamente por outros

estudos7,21,23 pode comprometer a execução da metodologia proposta quando os

exames são avaliados por examinadores pouco experientes, e provavelmente seja

um fator limitante para a obtenção de valores médios padrão que poderiam ser

utilizados como determinantes no diagnóstico.

Outro aspecto relevante é a preocupação com a padronização da posição do

paciente e a relação respiração/deglutição durante a tomada tomográfica. Para este

estudo, escolheu-se o tomógrafo iCAT, o qual permite que o paciente permaneça

sentado durante a aquisição da TCFC, posição que melhor reproduz o estado

cotidiano das vias aéreas superiores19. Contudo, o tempo de aquisição das TCFC

deste estudo ainda não é o mais apropriado, com duração de 40 segundos, tempo

relativamente longo para controle total da respiração e deglutição, o que poderá ser

melhorado quando da realização destes exames em tomógrafos mais modernos.

É oportuno relatar a necessidade de corrigir a inclinação e a segmentação

das regiões da nasofaringe e orofaringe para a mensuração das áreas de maior

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Artigos 40

estreitamento, uma vez que o programa Dolphin® não possui ferramenta para

calculá-lo diretamente em limites curvilíneos.

Para a avaliação das dimensões das vias aéreas superiores os profissionais

da área de saúde dispunham, até pouco tempo, apenas de exames bidimensionais,

nos quais era possível realizar medidas lineares para o diagnóstico8,12,29,30. Contudo,

esta metodologia apresentava importantes limitações, com erros inerentes à

representação bidimensional de estruturas complexas tridimensionais. Sendo assim,

a validade do diagnóstico em relação ao volume e áreas de maior estreitamento da

nasofaringe e orofaringe, com base em exames bidimensionais, vem sendo bastante

questionada7,10,31.

Desta maneira, a proposta deste trabalho foi comparar pacientes com má

oclusão de Classe I e II de Angle, a partir de uma metodologia baseada em

parâmetros bem definidos e pontos facilmente visualizados na TCFC.

Este estudo não verificou diferença significante entre os pacientes Classe I

(G1) e Classe II (G2) de Angle, com padrão respiratório predominantemente nasal,

quando comparados o VT (P=0,5100), a AMEN (P= 0,6230) e a AMEO (P= 0,3480)

(Tabela 2). Verificaram-se, ainda, valores médios muito próximos para cada variável

nos dois grupos, demonstrando semelhança nas características das vias aéreas nos

indivíduos da amostra estudada (VT médio G1: 15.044,83mm3 e VT médio G2

14.033,92mm3; AMEN média G1: 152,62mm2 e AMEN média G2 116,35mm2; AMEO

média G1 153,57mm2 AMEO média G2 132,57mm2) (Tabela 2).

Outros autores10,11,19,20,23,28 também avaliaram tridimensionalmente as vias

aéreas superiores, de acordo com diferentes morfologias faciais e más oclusões.

Grauer et al.19, observaram que o volume e a forma do espaço aéreo faríngeo

variavam entre pacientes com diferentes relações maxilomandibulares; e apenas a

forma do espaço aéreo faríngeo apresentava alterações de acordo com as relações

verticais da mandíbula. Iwasaki et al.20 comparam pacientes Classe I e Classe III de

Angle, e destacaram que os pacientes Classe III apresentavam maior área e largura

do espaço aéreo faríngeo quando comparados aos pacientes Classe I. Verificaram,

ainda, uma correlação positiva da área com a severidade da Classe III.

ALVES et al.28 (2008) compararam tridimensionalmente as vias aéreas

superiores de indivíduos Classe II e III, e não encontraram diferença estatisticamente

significante no que se refere ao volume e áreas de maior estreitamento. Os autores

afirmaram, ainda, que devido à melhor visualização das vias aéreas superiores

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Artigos 41

proporcionada pela TCFC em comparação às imagens bidimensionais, os resultados

encontrados no estudo diferem das pesquisas prévias realizadas com

telerradiografia lateral. Nos estudos que se baseiam em exames bidimensionais,

observava-se um maior estreitamento das vias aéreas superiores em pacientes

Classe I e II com padrão vertical de crescimento12,32,33. Os resultados observados

pelo presente estudo corroboram com o trabalho de ALVES et al.28, uma vez que

não foi possível observar diferenças entre os pacientes Classe I e II de Angle para

VT, AMEN e AMEO.

É importante ressaltar, ainda, os testes estatísticos realizados neste

trabalho, com vistas a demonstrar a confiabilidade do método proposto (CCI e Bland

e Altman)25,26,34 Por meio das Figuras 3, 4 e 5, observou-se que não houve viés

sistemático nas medidas repetidas. Todas as mensurações foram distribuídas dentro

dos limites aceitáveis de variação, indicando que duas avaliações de cada medida

(VT, AMEN e AMEO), realizadas por um mesmo examinador experiente ao

manuseio do programa, tendem a produzir resultados semelhantes.

Assim, de acordo com os aspectos observados e discutidos no presente

estudo, foi aceita a hipótese de que não há diferença entre volume total das vias

aéreas superiores (VT), área de maior estreitamento da nasofaringe (AMEN) e

orofaringe (AMEO) em pacientes respiradores nasais com má oclusão Classe I e

Classe II de Angle. Considerando que não foi possível identificar na literatura

metodologia semelhante, os autores acreditam que serão necessárias pesquisas

adicionais para a análise tridimensional das vias aéreas superiores de pacientes

Classe I e II, com padrão respiratório predominantemente nasal.

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Artigos 42

CONCLUSÃO

Com fundamento na metodologia proposta e nos resultados obtidos para a

amostra avaliada, concluiu-se que não houve diferença estatisticamente significante

quando comparadas as dimensões das vias aéreas superiores de indivíduos Classe

I e II de Angle.

REFERÊNCIAS

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Artigos 43

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Artigos 44

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4 CONCLUSÕES

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Conclusões 46

4 CONCLUSÕES

Com relação à confiabilidade do método proposto para avaliação das vias

aéreas superiores (VT, AMEN e AMEO), observou-se concordância entre as duas

avaliações, e confirmou-se assim a reprodutibilidade desta metodologia. Desta

forma, esta ferramenta poderá ser utilizada em futuras pesquisas que investiguem as

dimensões das vias aéreas superiores. Adicionalmente, não foi possível observar

diferenças significantes quando comparadas as dimensões das vias aéreas

superiores de indivíduos Classe I e II de Angle.

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REFERÊNCIAS

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Referências 48

REFERÊNCIAS

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Referências 49

12. Kim YJ, Hong JS, Hwang YI, Park YH. Three-dimensional analysis of pharyngeal airway in preadolescent children with different anteroposterior skeletal patterns. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Mar 2010;137(3):306 e1-11; discussion -7. 13. Kikuchi Y. Three-dimensional relationship between pharyngeal airway and maxillo-facial morphology. Bull Tokyo Dental Coll. 2008 May;49(2):65-75. 14. Freitas MR, Alcazar NM, Janson G, de Freitas KM, Henriques JF. Upper and lower pharyngeal airways in subjects with Class I and Class II malocclusions and different growth patterns. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Dec;130(6):742-5. 15. Ludlow JB, Gubler M, Cevidanes L, Mol A. Precision of cephalometric landmark identification: cone-beam computed tomography vs conventional cephalometric views. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Sep;136(3):312 e1-10; discussion -3. 16. Hatcher DC. Cone Beam computed tomography:Craniofacial and airway analysis. Sleep Med Clin. 2010;5:59-70. 17. Lenza MG, Lenza MM, Dalstra M, Melsen B, Cattaneo PM. An analysis of different approaches to the assessment of upper airway morphology: a CBCT study. Orthod Craniofac Res. May;13(2):96-105. 18. Iwasaki T, Hayasaki H, Takemoto Y, Kanomi R, Yamasaki Y. Oropharyngeal airway in children with Class III malocclusion evaluated by cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Sep;136(3):318 e1-9; discussion -9. 19. Grauer D, Cevidanes LS, Styner MA, Ackerman JL, Proffit WR. Pharyngeal airway volume and shape from cone-beam computed tomography: relationship to facial morphology. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009 Dec;136(6):805-14. 20. El HP, Palomo JM. Measuring the airway in 3 dimensions: A reliability and accuracy study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010;137:S50.e1-S.e9. 21. Linder-Aronson S. Adenoids. Their effect on mode of breathing and nasal airflow and their relationship to characteristics of the facial skeleton and the denition. A biometric, rhino-manometric and cephalometro-radiographic study on children with and without adenoids. Acta Otolaryngol. 1970;265:1-132. 22. Linder-Aronson S. Respiratory function in relation to facial morphology and the dentition. Brit J Orthod. 1979 Apr;6(2):59-71. 23. Schwab RJ. Upper airway imaging.Clin Chest Med . 1998 Mar;19(1):33-54. 24. McNamara JA, Jr. A method of cephalometric evaluation. Am J Orthod. 1984 Dec;86(6):449-69. 25. Steiner CC. The use of cephalometrics as AID to planning and assessing orthodontics. Am J Orthod. 1960 Oct;46:721-35.

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Referências 50

26. Baumrind S, Frantz RC. The reliability of head film measurements. 2. Conventional angular and linear measures. Am J Orthod. 1971 Nov;60(5):505-17. 27. Vig PS, Hall DJ. The inadequacy of cephalometric radiographs for airway assessment. Am J Orthod. 1980 Feb;77(2):230-3. 28. Abramson ZR, Susarla S, Tagoni JR, Kaban L. Three-dimensional computed tomographic analysis of airway anatomy. J Oral Maxillofac Surg. 2010 Feb;68(2):363-71. 29. Mozzo P, Procacci C, Tacconi A, Martini PT, Andreis IA. A new volumetric CT machine for dental imaging based on the cone-beam technique: preliminary results. Eur Radiol. 1998;8(9):1558-64. 30. Sukovic P. Cone beam computed tomography in craniofacial imaging. Orthodontics & craniofacial research. 2003;6 Suppl 1:31-6; discussion 179-82. 31. Hatcher DC, Aboudara CL. Diagnosis goes digital. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004 Apr;125(4):512-5. 32. Farman AG, Scarfe WC. Development of imaging selection criteria and procedures should precede cephalometric assessment with cone-beam computed tomography. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Aug;130(2):257-65. 33. Scarfe WC, Farman AG, Sukovic P. Clinical applications of cone-beam computed tomography in dental practice. J Can Dent Assoc. 2006 Feb;72(1):75-80. 34. Garib DG, M.V.; Raymundo, D. V.; Ferreira, S.N.; Tomografia Computadorizada de feixe cônico (Cone Beam): entendendo este novo método de diagnóstico por imagem com promissora aplicabilidade na Ortodontia. Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2007 mar/abr;12(2):139-56. 35. Lopes PMLP, A.;Moreira,C.R.; Rino neto,J.;Cavalcanti,M.G.P. Aplicação das medidas cefalométricas em 3D-TC Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial. 2007;12:99-106. 36. German DS, German J. Cone-beam volumetric imaging: a two-minute drill. J Clin Orthod. 2010 Apr;44(4):253-65; quiz 2.

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APÊNDICES

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Apêndices 52

Apêndice A - Pacientes referentes ao artigo 3.1

Nome do Paciente

Idade Calculada VT 1 VT 2 AMEN 1 AMEN 2 AMEO 1 AMEO 2

G.A.P. 19,92 11422.3 11551.7 134.9 133.2 118.5 125.2 I.A.C. 9,36 11817.7 11022.2 108.5 133.5 152.4 156.8 C.A.S. 38,37 20332.1 20498.5 255.2 268.5 162.8 162.2 C.A.D.R. 7,76 14351.3 14455.3 138.3 137.5 197.0 166.7 L.H.A. 12,43 15941.7 15641.1 217.0 220.0 137.2 132.0 M.S.B. 10,34 13622.7 13602.5 94.4 99.3 142.9 135.0 V.C.C. 28,87 24261.4 24485.7 125.6 175.0 183.7 207.4 C.P.B. 36,60 27619.7 27610.7 231.0 232.3 353.8 353.8 R.S.V. 28,78 27457.1 27358.2 297.6 377.3 237.5 236.3 M.E.B. 9,39 11869.0 11630.9 168.1 139.8 95.5 91.7 H.A.R. 24,05 11663.4 12722.9 37.2 35.1 108.5 107.3 G.M.M. 13,68 20442.3 20218.7 216.0 209.3 199.3 204.0 L.D.A. 36,63 8774.0 8698.3 136.3 117.2 58.8 58.5 M.M.Q. 9,03 13539.8 13534.4 284.3 223.5 107.2 107.1 F.J.R. 26,43 16958.3 17231.7 92.1 73.3 111.7 112.6 J.B.R.N. 29,86 16801.6 17233.3 240.5 202.5 163.4 164.5 L.C.A.S. 8,70 9248.3 9461.3 104.5 142.8 69.0 70.7 L.A.N. 10,38 10538.3 11399.5 143.3 138.1 118.3 112.8 M.T.B. 16,14 24942.5 25975.5 232.9 193.8 252.8 253.5 G.A.O. 11,93 11656.1 12059.9 95.5 93.3 111.8 109.8 V.F.F.P. 27,30 15540.7 15406.2 209.7 146.1 94.7 94.0 L.S.P. 37,70 13375.6 13293.5 246.0 271.6 91.1 91.1 B.M. 15,88 10508.0 10018.7 91.5 85.8 79.5 96.3 R.M. 32,22 31654.1 31998.5 132.3 129.6 293.4 292.4 L.G.A.S. 26,14 24759.0 24313.4 380.4 328.1 154.8 158.0 J.C.F. 13,86 18418.6 18629.6 128.0 138.2 89.1 89.4 B.N.S.S. 13,85 18562.0 17745.2 97.6 126.3 134.3 132.8 G.A.F.O. 16,96 24576.4 24072.6 167.3 155.1 130.6 131.0 J.M.M. 28,86 21333.4 20778.5 379.8 319.4 140.1 140.1 J.H.R.L. 8,40 13293.4 11291.2 127.6 127.8 55.4 68.4 J.R.S. 18,71 12966.1 14799.0 89.7 131.1 111.9 112.7 J.P.S. 28,57 21484.1 21807.7 126.0 181.5 175.1 176.3 L.O. 28,53 14088.5 14120.3 255.8 202.1 91.4 90.3 G.G.K. 13,62 10802.5 10557.6 85.1 84.8 132.1 130.7 D.S.G. 25,38 22390.8 21441.4 403.7 395.4 145.2 143.8 F.S.P. 11,92 18056.5 17731.8 164.7 141.0 152.0 151.6 E.S.B. 27,76 20239.4 20690.8 129.3 130.9 211.4 214.4 R.G.S.A. 14,24 22389.3 22913.0 121.5 111.3 268.0 263.3 S.A.F. 24,18 18138.5 18010.6 137.6 186.8 123.0 123.1 R.F. 8,16 14034.1 14025.3 42.6 42.1 151.1 214.0 G.S.G. 14,73 24644.9 23934.5 218.9 211.0 214.7 215.5 J.R.S. 20,36 20969.0 21222.2 190.4 146.6 144.6 147.3 T.R.M.F. 9,71 9053.6 8833.8 117.7 123.1 41.0 40.9 V.A.M.S. 10,00 8059.8 8324.1 45.2 45.3 94.0 91.5 L.M.C 16,21 13157.1 12460.7 105.3 139.6 121.3 124.7 P.S.R. 21,14 21873.5 21171.9 168.6 197.5 121.1 120.9 C.A.F. 21,40 23914.7 21481.7 189.0 194.1 186.0 187.6 C.R.L. 30,36 19381.7 19550.6 111.4 97.9 142.5 111.5 L.M.G. 21,13 16052.5 17518.5 109.6 83.0 132.8 132.6 N.P.A. 9,00 5893.7 5884.3 125.7 115.2 41.2 41.2 S.R.D.R. 12,08 16959.1 17396.8 220.6 228.8 123.9 146.9

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Apêndices 53

Apêndice A - Pacientes referentes ao artigo 3.1 (CONT.)

Nome do Paciente

Idade Calculada VT 1 VT 2 AMEN 1 AMEN 2 AMEO 1 AMEO 2

R.C.C.C. 11,19 19092.2 18897.1 140.7 116.8 248.4 253.1 J.R.O. 17,43 16339.5 15742.7 208.9 244.1 96.0 96.1 A.A.M. 25,53 34296.1 33238.8 226.0 176.2 386.2 381.3 D.L.M. 13,88 17445.2 17400.6 186.5 224.6 203.8 197.3 A.M.G. 12,48 11016.4 10971.9 6.2 7.1 120.7 120.1 J.K.B.V. 25,95 21779.1 21554.2 337.7 295.1 159.3 159.2 N.E.N. 10,16 9598.2 9140.8 185.4 151.0 65.5 63.1 C.E.P. 33,65 17660.5 17449.4 161.5 181.9 109.3 110.0 T.Z. 14,45 18167.3 18477.9 169.6 163.5 211.9 213.0 F.C.P. 13,69 19523.8 20161.8 9.9 10.0 279.8 274.6 M.R. 15,35 22320.7 22299.2 91.0 65.2 235.7 236.5 L.P.S. 13,39 14520.0 14684.9 82.9 85.0 138.4 138.6 D.S. 30,61 18303.0 18593.3 133.8 170.4 131.7 132.8 M.C.C. 12,92 13992.6 13672.3 164.9 195.7 128.2 127.6 M.C.S. 13,04 16222.9 13831.5 155.6 156.0 140.4 140.6 M.V.S. 15,58 11329.8 11861.0 41.8 75.3 63.0 62.9 H.S.O. 12,89 19604.4 19211.8 102.5 113.0 158.0 159.7 J.P.P. 13,64 7712.2 7981.2 114.4 117.5 63.2 55.0 A.A.M. 11,82 13342.7 13488.5 134.3 171.0 127.6 127.7 M.G.J. 11,49 21136.4 21426.3 156.3 155.8 240.8 240.9 G.S.B. 13,29 10425.5 10940.1 129.2 133.8 89.9 89.8 A.A.C.M. 15,00 13821.1 14180.1 188.7 214.6 130.3 130.4 L.E.O. 11,89 7503.0 7160.6 86.0 107.7 38.1 38.1 L.H.B.O. 13,61 10386.7 10340.4 100.2 99.1 141.4 140.7 I.V.M.R. 10,98 12795.7 12352.9 89.4 113.1 29.6 29.4 L.C.A.A. 11,79 14687.6 14571.3 59.7 57.4 270.0 266.3 G.V. 11,92 10528.6 10552.2 152.7 152.2 79.3 79.3 M.G.S. 12,49 12731.8 12917.9 170.0 120.3 166.3 172.5 I.C.R.S. 13,08 16448.1 17097.9 76.4 88.2 145.5 135.1

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Apêndices 54

Apêndice B - Pacientes referentes ao artigo 3.2 NOME PACIENTE

IDADE CALCULADA GRUPO VT 1 VT 2 AMEN 1 AMEN 2 AMEO 1 AMEO 2

G.A.P. 11,14 I 11422.3 11551.7 134.9 133.2 118.5 125.2 B.M. 15,88 I 10508.0 10018.7 91.5 85.8 79.5 96.3 R.G.S.A. 14,24 I 22389.3 22913.0 121.5 111.3 268.0 263.3 G.S.G. 14,73 I 24644.9 23934.5 218.9 211.0 214.7 215.5

D.L.M. 13,88 I 17445.2 17400.6 186.5 224.6 203.8 197.3 F.C.P. 13,69 I 19523.8 20161.8 9.9 10.0 279.8 274.6 M.V.S. 15,58 I 11329.8 11861.0 41.8 75.3 63.0 62.9 M.G.J. 11,49 I 21136.4 21426.3 156.3 155.8 240.8 240.9 G.S.B. 13,29 I 10425.5 10940.1 129.2 133.8 89.9 89.8 A.A.C. 15 I 13821.1 14180.1 188.7 214.6 130.3 130.4 G.V. 11,92 I 10528.6 10552.2 152.7 152.2 79.3 79.3 L.C.A. 11,79 I 14687.6 14571.3 59.7 57.4 270.0 266.3 L.H.B. 13,61 I 10386.7 10340.4 100.2 99.1 141.4 140.7 I.V.M. 10,98 I 12795.7 12352.9 89.4 113.1 29.6 29.4 D.F.N. 15,58 I 13206.6 13370.0 203.1 184.7 94.9 95.4 L.H.A. 12,43 II 15941.7 15641.1 217.0 220.0 137.2 132.0 M.S.B. 10,34 II 13622.7 13602.5 94.4 99.3 142.9 135.0 I.C.R.S. 13,08 II 16448.1 17097.9 76.4 88.2 145.5 135.1 L.A.N. 10,38 II 10538.3 11399.5 143.3 138.1 118.3 112.8 G.A.O. 11,93 II 11656.1 12059.9 95.5 93.3 111.8 109.8 J.C.F. 13,86 II 18418.6 18629.6 128.0 138.2 89.1 89.4 M.G.S. 12,49 II 12731.8 12917.9 170.0 120.3 166.3 172.5 G.G.K. 13,62 II 10802.5 10557.6 85.1 84.8 132.1 130.7 F.S.P. 11,92 II 18056.5 17731.8 164.7 141.0 152.0 151.6 V.A.M.S. 10 II 8059.8 8324.1 45.2 45.3 94.0 91.5 A.M.G. 12,48 II 11016.4 10971.9 6.2 7.1 120.7 120.1 T.Z. 14,45 II 18167.3 18477.9 169.6 163.5 211.9 213.0 M.R. 15,35 II 22320.7 22299.2 91.0 65.2 235.7 236.5 L.P.S. 13,39 II 14520.0 14684.9 82.9 85.0 138.4 138.6 M.C.C. 12,92 II 13992.6 13672.3 164.9 195.7 128.2 127.6 A.A.M. 11,82 II 13342.7 13488.5 134.3 171.0 127.6 127.7 H.S.O. 12,89 II 19604.4 19211.8 102.5 113.0 158.0 159.7 M.C.S. 13,04 II 16222.9 13831.5 155.6 156.0 140.4 140.6 J.P.P. 13,64 II 7712.2 7981.2 114.4 117.5 63.2 55.0 L.E.O. 11,89 II 7503.0 7160.6 86.0 107.7 38.1 38.1

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ANEXO