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DISCIPLINA TEORIA DA LITERATURA II PROFESSOR Luiz Prado DATA DA PROVA 08/10/2013 TURMA período CÓDIGO DA TURMA TIPO DE PROVA PR1 ALUNO MATRÍCULA SALA Estimado(a) aluno(a), boa noite! Para a avaliação de hoje, você pode consultar os textos (artigos científicos e livros teóricos) usados nas aulas. Os mesmos devem servir apenas como “ponto de apoio” para suas reflexões e análises. Portanto, e por isso, cópias fidedignas (que não sejam citações (diretas ou indiretas)), plágios e apropriações intelectuais indevidas do material didático e bibliográfico acarretam o anular e o “zerar” de respostas e da nota da questão na qual se presentifique tal prática. Ademais, as questões trazem o valor/pontuação ao lado. Boa prova! QUESTÕES 1. “A questão a seguir refere-se ao texto de Manuel Bandeira: João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barraco sem número Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.” (Libertinagem, de Manuel Bandeira) Quanto à estrutura, o texto classifica-se como: A. Poema narrativo B. Romance C. Conto D. Novela 2.Na obra Caminhos da Literatura Infantil, Joana Cavalcanti afirma que “a literatura é uma grande metáfora da vida e do homem.”

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TEORIA

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Page 1: avaliação-teorias

DISCIPLINA TEORIA DA LITERATURA II

PROFESSOR Luiz PradoDATA DA PROVA

08/10/2013

TURMA 2º períodoCÓDIGO DA TURMA

TIPO DE PROVA

PR1

ALUNO

MATRÍCULA SALA

Estimado(a) aluno(a), boa noite!

Para a avaliação de hoje, você pode consultar os textos (artigos científicos e livros teóricos) usados nas aulas. Os mesmos devem servir apenas como “ponto de apoio” para suas reflexões e análises. Portanto, e por isso, cópias fidedignas (que não sejam citações (diretas ou indiretas)), plágios e apropriações intelectuais indevidas do material didático e bibliográfico acarretam o anular e o “zerar” de respostas e da nota da questão na qual se presentifique tal prática.Ademais, as questões trazem o valor/pontuação ao lado.Boa prova!

QUESTÕES

1. “A questão a seguir refere-se ao texto de Manuel Bandeira:

João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barraco sem númeroUma noite ele chegou no bar Vinte de NovembroBebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.”(Libertinagem, de Manuel Bandeira)

Quanto à estrutura, o texto classifica-se como:A. Poema narrativoB. Romance C. Conto D. Novela

2.Na obra Caminhos da Literatura Infantil, Joana Cavalcanti afirma que “a literatura é uma grande metáfora da vida e do homem.”

(CAVALCANTI, 2002, P.12). A partir dessa frase pode-se afirmar que a Literatura:

A. é menos importante que o mundo real B. é mais importante que o mundo real

C. é cópia fiel do mundo real

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D. mantém certo vínculo com o real, mas cria sua própria realidade

E. não mantém vínculo algum com o real

3.Leia o texto:

A boca

Adélia Prado.

Se olho atentamente a erva no pedregulho

Uma voz me admoesta: mulher! mulher!

como se me dissesse: Moisés! Moisés!

Tenho uma missão tão grave sobre os ombros

E quero só vadiar.

Um nome para mim seria A BOCA

Ou A SARÇA ARDENTE E A MULHER CONFUSA

Ou ainda e melhor A BOCA GRAVE.

Gosto tanto de feijão com arroz !

Meu pai e minha mãe que se privaram

Da metade do prato para me engordar

Sofreram menos que eu.

Pecaram exatos pecados,

Voz nenhuma os perseguiu.

Quantos sacos de arroz já consumi?

Ó Deus, cujo Reino é um festim,

A mesa dissoluta me seduz,

Tem piedade de mim.

PRADO, Adélia. Poesia Reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.

No texto, a passagem: “Uma voz me admoesta: ‘Mulher, mulher’ ” elucida um dos discursos mais presentes na literatura contemporânea.

Qual?

A. Paternalista B. Maniqueísta

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C. Conservador

D. Patriarcalista

E. Feminista

4.A próxima questão refere-se ao texto abaixo:

“- E você sobe em árvore feito um menino.”

- Viu só? Ele acha você parecida com um menino. Homem não gosta disso. Agora ele fica pensando que você é um moleque igual a ele e vai levar uma goiaba de presente para aquela menininha bem arrumada e penteada que está esperando quieta na calçada... Finge que se machuca, sua boca, assim ele te ajuda. Chora um pouco, para ele cuidar você... (p.34).

(MACHADO, Ana Maria. Bisa Bia, Bisa Bel. Rio de Janeiro:

Salamandra, 1985).

O trecho acima traz à tona:

A. Valores socioculturais patriarcalistas B. Valores sociais feministas

C. Valores presentes apenas nos séculos passados

D. Discurso que luta pela igualdade dos sexos

E. Luta pela ascensão da mulher

5 .Leia o texto:

A boca

Adélia Prado.

Se olho atentamente a erva no pedregulho

Uma voz me admoesta: mulher! mulher!

como se me dissesse: Moisés! Moisés!

Tenho uma missão tão grave sobre os ombros

E quero só vadiar.

Um nome para mim seria A BOCA

Ou A SARÇA ARDENTE E A MULHER CONFUSA

Ou ainda e melhor A BOCA GRAVE.

Gosto tanto de feijão com arroz !

Page 4: avaliação-teorias

Meu pai e minha mãe que se privaram

Da metade do prato para me engordar

Sofreram menos que eu.

Pecaram exatos pecados,

Voz nenhuma os perseguiu.

Quantos sacos de arroz já consumi?

Ó Deus, cujo Reino é um festim,

A mesa dissoluta me seduz,

Tem piedade de mim.

PRADO, Adélia. Poesia Reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.

A função predominante no texto lido é a:

A. Denotativa B. Metafórica

C. Poética

D. Referencial

E. Fática

6.Otto Maria Carpeaux assegura que homens de diferentes épocas

“seriam mudos e por consequências esquecidos se certos entre eles não tivessem o dom da expressão artística, realizando-se em obras que ficam” (CARPEAUX, 1978, P.62).

CARPEAUX, Otto Maria. História da literatura ocidental. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1978.

O trecho, entre outros tópicos, destaca que característica das obras de arte?

A. intermitênciaB. atemporalidade

C. finitude

D. metáfora

E. fechamento

7. LEIA O TEXTO:

A boca

Adélia Prado.

Page 5: avaliação-teorias

Se olho atentamente a erva no pedregulho

Uma voz me admoesta: mulher! mulher!

como se me dissesse: Moisés! Moisés!

Tenho uma missão tão grave sobre os ombros

E quero só vadiar.

Um nome para mim seria A BOCA

Ou A SARÇA ARDENTE E A MULHER CONFUSA

Ou ainda e melhor A BOCA GRAVE.

Gosto tanto de feijão com arroz !

Meu pai e minha mãe que se privaram

Da metade do prato para me engordar

Sofreram menos que eu.

Pecaram exatos pecados,

Voz nenhuma os perseguiu.

Quantos sacos de arroz já consumi?

Ó Deus, cujo Reino é um festim,

A mesa dissoluta me seduz,

Tem piedade de mim.

PRADO, Adélia. Poesia Reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.

O gênero literário no qual se enquadra o texto acima denomina-se

A. metafórico B. épico

C. dramático

D. cômico

E. lírico

8.A questão a seguir refere-se a um trecho do conto Felicidade clandestina, de Clarice Lispector:

“Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa,

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por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devorava de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.”

LISPECTOR, Clarice. O Primeiro Beijo. São Paulo, Ed. Ática, 1996.

No trecho lido, predomina que tipo de texto:

A. expositivo-argumentativo B. argumentativo

C. narrativo

D. dissertativo

E. descritivo

9. Leia o texto: “O leitor, e não o autor onde a unidade do texto se produz, no seu destino, não na sua origem; mas esse leitor não é mais pessoal que o autor recentemente demolido e ele se identifica também a uma função: ele é “esse alguém que mantém reunidos, num único campo todos os traços de que são constituídas as escritas.” (COMPAGNON, 2003, p.51).

COMPAGNON, Antoine, O demônio da teoria. Literatura e senso comum. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

O trecho acima destaca três pontos indispensáveis à sua compreensão:

A. a literatura, crítica artística e o leitor.B. o texto, a leitura, traços do texto.

C. o leitor, os significados e a leitura.

D. a obra de arte, a crítica e o leitor.

10. Leia o texto:

Otto Maia Carpeaux assegura que os homens de diferentes épocas “seriam mudos e por consequência esquecidos se certos entre eles não tiveram o dom da expressão artística, realizando-se em obras que ficam” (CARPEAUX, 1978, p.62).

CARPEAUX, Otto Maria. História da literatura ocidental. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1978.

O trecho destaca:

A. a importância da época histórica B. a importância dos homens

C. a importância do escritor/literato

D. a importância da literatura

E. a história da literatura

Elabore um parágrafo dissertativo, coeso e coerente, de 10 a 15 linhas, no qual você discorra acerca das seguintes afirmações:

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"No poetizar lírico, a própria linguagem já se envergonha de sua rigidez e prefere furtar-se a todo intento lógico e gramatical ."(STAIGER apud MELLO, 2005, p. 171).

“[...] A arte nada mais que a arte! Ela é a grande possibilitadora da vida, a grande aliciadora da vida, o grande estimulante da vida [...]. A arte como redenção do que sofre – como via de acesso a estados onde o sofrimento é querido, transfigurado, divinizado, onde o sofrimento é uma forma de grande delícia. [...]” (NIETZSCHE, 1974, p.36). (Valor: 5,0)

2. A partir dos poemas abaixo e dos pressupostos da Teoria Literária, construa um pequeno texto, de 10 a 15 linhas, no qual você “interprete” e correlacione os poemas abaixo, destacando tanto o momento da criação e os conceitos de arte literária, presente nos mesmas enquanto marcador principal de uma ideologia artística, quanto a afirmação: “O texto literário estabelece uma nova ordem, mas não rompe totalmente com a ordem real que lhe dá origem, ficando assim uma ponte estabelecida com o ‘real’.A literatura é uma grande metáfora da vida e do homem” (CAVALCANTI, 2002, p.12). (Valor; 5,0)

Textos de apoio (poemas):

MotivoCecília Meireles

Eu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,não sinto gozo nem tormento.Atravesso noites e diasno vento.

Se desmorono ou se edifico,se permaneço ou me desfaço,— não sei, não sei. Não sei se ficoou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.Tem sangue eterno a asa ritmada.E um dia sei que estarei mudo:— mais nada.

AUTOPSICOGRAFIA Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.Finge tão completamenteQue chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,Na dor lida sentem bem,Não as duas que ele teve,Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de rodaGira, a entreter a razão,

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Esse comboio de cordaQue se chama coração.

O poeta

Vinícius de Moraes

A vida do poeta tem um ritmo diferente É um contínuo de dor angustiante. O poeta é o destinado do sofrimento Do sofrimento que lhe clareia a visão de beleza E a sua alma é uma parcela do infinito distante O infinito que ninguém sonda e ninguém compreende.

Ele é o etemo errante dos caminhos Que vai, pisando a terra e olhando o céu Preso pelos extremos intangíveis Clareando como um raio de sol a paisagem da vida. O poeta tem o coração claro das aves E a sensibilidade das crianças. O poeta chora. Chora de manso, com lágrimas doces, com lágrimas tristes Olhando o espaço imenso da sua alma. O poeta sorri. Sorri à vida e à beleza e à amizade Sorri com a sua mocidade a todas as mulheres que passam. O poeta é bom. Ele ama as mulheres castas e as mulheres impuras Sua alma as compreende na luz e na lama Ele é cheio de amor para as coisas da vida E é cheio de respeito para as coisas da morte. O poeta não teme a morte. Seu espírito penetra a sua visão silenciosa E a sua alma de artista possui-a cheia de um novo mistério. A sua poesia é a razão da sua existência Ela o faz puro e grande e nobre E o consola da dor e o consola da angústia.

A vida do poeta tem um ritmo diferente Ela o conduz errante pelos caminhos, pisando a terra e olhando o céu Preso, eternamente preso pelos extremos intangíveis.

Referências:

BERARDINELLI, Cleonice. Fernando Pessoa- Antologia Poética. São Paulo, Editora: Casa da Palavra, 2006.

CAVALCANTI, Joana. Caminhos da literatura infantil e juvenil: dinâmicas e vivências na ação pedagógica. São Paulo: Paulus, 2002.

MEIRELES, Cecília. Cânticos. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1974.

MEIRELES, C. Os melhores poemas de Cecília Meireles. São Paulo: Global, 1994.

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MORAIS, Vinicius de. Poemas esparsos. São Paulo . Companhia das Letras .2008

NIETZSCHE, F. Obras incompletas. São Paulo: Nova Cultural, 1999.