avaliação de impactos ambientais na trilha do poço payssó - paranapiacaba

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CENTRO UNIVERSITRIO FUNDAO SANTO ANDR ANNA CAROLINA FERREIRA CAROLINE FIGUEIREDO DA FONSECA

AVALIAO DE IMPACTOS AMBIENTAIS NA TRILHA DO POO PAYSS/FORMOSO NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR - NCLEO ITUTINGA-PILES (SANTO ANDR/CUBATO-SP)

SANTO ANDR 2010

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ANNA CAROLINA FERREIRA CAROLINE FIGUEIREDO DA FONSECA

AVALIAO DE IMPACTOS AMBIENTAIS NA TRILHA DO POO PAYSS/FORMOSO NO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO MAR - NCLEO ITUTINGA-PILES (SANTO ANDR/CUBATO-SP)

Trabalho de Concluso de Curso, apresentado como exigncia parcial para a obteno do grau de Bacharel em Cincias Biolgicas, Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras, no Centro Universitrio Fundao Santo Andr. Orientador: Prof. Dr. Murilo Andrade Valle

SANTO ANDR 2010

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Ferreira, Anna Carolina Avaliao de impactos ambientais na trilha do Poo Payss/Formoso no Parque Estadual da Serra do Mar Ncleo Itutinga-Piles (Santo Andr/Cubato SP). Ferreira, Anna Carolina;Fonseca, Caroline Figueiro da. Santo Andr, 2010 - 83 f Monografia Centro Universitrio Graduao. Cincias Biolgicas Orientador: Murilo Andrade Valle Fundao Santo Andr.

1. Trilha do Poo Paysso/Formoso 2. Parque Estadual da Serra do Mar Ncleo Itutinga- Piles 3. Paranapiacaba 4 Avaliao de impactos ambientais I. Fonseca, Caroline Figueiredo da II. Ttulo

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Dedicado, A Paranapiacaba, lugar que nos inspirou e nos motivou, e a Me Natureza.

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Agradecemos, Ao nosso orientador Murilo Valle, e sua famlia, por compreenderem os almoos de domingo que ele chegou atrasado e por acompanh-lo; Aline, PESM Ncleo Itutinga-Piles; Aos colegas da Engenharia Ambiental, que nos auxiliaram no trabalho de campo, principalmente ao Luan Batista e Wagner, que foram essenciais para a concluso desse trabalho; As colegas de sala, Vanessa Fuentes (Fu) e Daniela Grassia (Equipe), que nos auxiliaram muito durante o curso e no trabalho de campo; vila e amigos de Paranapiacaba, principalmente ao Emi, que nos ajudou com as estacas, a Simone, o Ed, a Mirna, ao Cebola e a Aed; Ao Robson Zampaulo. Ao Eduardo da Uninove que contribuiu com seu GPS e troca de informaes; Aos nossos colegas Edu do Graja e Anderson Garcia (Andy), que nos ajudaram no trabalho de campo, mesmo vindo de to longe; A todos os nossos amigos e amigas que entenderam a nossa falta nas festas, nos bares, nos finais de semana de trabalho de campo e durante toda a elaborao desse trabalho.

Anna Carolina agradece, minha me, que sempre me apoiou dentro de suas possibilidades; Ao meu pai, que me indicou a direo, e me fez me apaixonar pela natureza; Ao meu companheiro, Alexandre Bittencourt que compreendeu minhas limitaes durante esse trabalho, e me auxiliou em vrios aspectos, principalmente

emocionalmente. Ao Sr. Antonio (Caneco verde), pelo trabalho de divulgao da Vila e trilhas de Paranapiacaba, por qual eu vim a conhecer esse lugar fantstico que influenciou na minha escolha pelo curso de Biologia. A exuberncia de Paranapiacaba, minha eterna inspirao; todos os amigos que entenderam minha ausncia, e mau humor, durante o trabalho. me da Carol, dona Cleusa, por seus deliciosos pats de salame;

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Caroline Figueiredo agradece: Em primeiro lugar agradeo a Me Natureza; Agradeo a minha me, pelo apoio e por sempre ter acreditado na minha capacidade; Ao meu pai pelo apoio financeiro; A todos os meus familiares por terem acreditado em mim; Ao meu gato, Dominique, pelo companheirismo de todos os momentos; Ao pessoal do Aqurio de So Paulo, principalmente ao pessoal da Educao Ambiental, que sempre entenderam as minhas faltas para a realizao desse trabalho; A minha querida amiga-irm Alline Nascimento (Li), sempre presente; Ao Marcelo Siqueira (Mico) pela fora, pelo ombro nas horas do desespero, e por ter sido uma pessoa mais que especial; Ao Ubirajara Humberto (Bira) pela ajuda no ingls, e por ter me acompanhado nesses anos de faculdade. Aos meus dindos (Csar e Cida), por todo apoio e carinho nesses 24 anos da minha existncia.

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A natureza o nico livro que oferece um contedo valioso em todas as suas folhas. Johann Goethe

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RESUMO No presente trabalho, foi realizado o mapeamento da trilha do Poo Payss, inserido no Parque Estadual da Serra do Mar (PESM Ncleo Itutinga-Piles), na regio, localizada entre o municpio de Santo Andr (Vila de Paranapiacaba) e o municpio de Cubato, no lado oeste da ferrovia, com vistas a identificar os impactos ambientais oriundos da visitao desordenada e manuteno da rede eltrica, bem como observaes em trecho da trilha do Rio Mogi. Foram detalhadas caractersticas indicativas de impacto ambiental da trilha do Poo Payss, tais como medidas do dimetro das rvores (DAP), presena de injria e morte de vegetao, em 20 quadrantes de 10mx10m. A partir dos dados coletados foram elaborados mapas, distintos, cuja anlise permitiu constatar eminente impacto ambiental nas trilhas motivado pelo ecoturismo desordenado, condio que avoluma, quando se associa a fatores geogrficos da trilha. Observam-se trechos com supresso de vegetao em estgio avanado e crescente, como tambm a formao de reas susceptveis a ao destrutiva de processos erosivos. O estudo realizado identifica e d referncias a efetiva necessidade do estabelecimento de um plano de manejo, reas de risco. Palavras-chave: Trilha do Poo Payss (Formoso); Rio Mogi; Impactos Ambientais; Paranapiacaba; Parque Estadual da Serra do Mar (PESM Ncleo Itutinga-Piles).

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LISTA DE ILUSTRAES

Mapa 1.1 - Domnio e remanescentes da Mata Atlntica no Brasil Quadro 1.1 - Municpios abrangidos pelos ncleos do PESM Mapa 1.2 Mapa do PESM Ncleo Itutinga Piles Imagem 3.1- Imagem de Satlite da regio de estudo.

14 18 20 29

Mapa 4.1 Mapa de localizao da trilha do Poo Payss ( Poo Formoso) em relao a trilha do Rio Mogi formoso e do maior curso dgua permanente na trilha Foto 4.3 - Quadrante 1, poucas rvores, com menores DAPs Mapa 4.3 Mapa de distribuio do DAP Foto 4.4 - Trecho com alto declive, alargamento da trilha Foto 4.5 - rvore Morta Mapa 4.5 Mapa condio da vegetao (viva ou morta) Foto 4.6 - Entalhe (Injuria) na rvore Foto 4.20 - Clareira prximo ao Rio Mogi Foto 4.21 - Clareira prxima ao Rio Mogi Foto 4.22 Clareira aberta, prxima a 3 torre de energia Foto 4.8 Leito da trilha do Rio Mogi, formado por fragmentos rochosos e gua Foto 4.13 - Trilha do Rio Mogi alagada Foto 4.14 Vala causada pelo fluxo dgua Foto 4.15 - Deslizamento causado pelo desvio do curso dgua Foto 4.16 - Deslizamento na lateral da trilha do Rio Mogi Foto 4.17 - Presena de Impatiens walleriana Foto 4.19 - samambaia - au Foto 4.23 - Lata de cerveja na trilha Foto 4.25 - Minhocuu (Rhinodrilus alatus) Foto 4.26 - Iguana verde (Iguana iguana) 32 Mapa 4.2 Representao da linha de Trena da trilha, indicando a localizao do Poo 33 34 35 37 39 40 41 42 42 44

Foto 4.7 - Presena de razes expostas na Trilha do Poo Payss, formando degraus 45 45 46 46 47 47 48 48 49 50 50

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Foto 4.27 - Ninho de macuco (Tinamus solitarius) Mapa 4.7 Mapa de detalhamento da Trilha do Poo Payss (Formoso) e trecho da trilha do Rio Mogi Mapa 4.8 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro A2 Mapa 4.12 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro B2 Mapa 4.13 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro C1 Mapa 4.14 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro D1 Mapa 4.15 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro E1 Mapa 4.16 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro F1 Mapa 4.17 Mapa de detalhamento da Trilha do Poo Payss (Formoso) e trecho da trilha do Rio Mogi Quadro F2 Mapa 4.18 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro G1 Mapa 4.19 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro H1 Mapa 4.20 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro I1

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53 54 58 59 60 61 62

63 64 65 66

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 - reas dos municpios abrangidos pelo PESM Tabela 1.2 - Populao usuria de gua da Serra do Mar (plancie costeira) Tabela 4.1 Comparativo das caractersticas entre o trecho da trilha do Rio Mogi e a trilha do Poo Payss. Tabela A.1 - Condies da flora nos quadrantes

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51 71

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAP Circunferncia Altura do Peito CEFS - Centro de Estudos e Formao Socioambiental de Paranapiacaba CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente DAP Dimetro Altura do Peito GPS - Global Positioning System - Sistema de Posicionamento Global ITESP - Instituto de Terras do Estado de So Paulo PESM - Parque Estadual da Serra do Mar PGE - Procuradoria Geral do Estado PNMNP - Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservao UC - Unidades de conservao

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SUMRIO

1- INTRODUO 1.1 - A importncia da Mata Atlntica 1.2 - Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) 1.3 - Ncleo Itutinga-Piles 1.4 - A Vila de Paranapiacaba e Parque Municipal Nascente de Paranapiacaba 1.5 - Ecoturismo e Impactos ambientais 2 OBJETIVOS 2.1 Geral 2.2 - Especficos 3 - MATERIAIS E MTODOS 3.1 - rea de estudo 3.2 Mapeamento 4 RESULTADOS E DISCUSSES 5 - CONSIDERAOES FINAIS 6 REFERNCIAS APNDICE A - TABELA - CONDIES DA FLORA NOS QUADRANTES

12 13 15 18 20 23 27 27 27 28 28 28 32 67 69 71

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1- INTRODUO

A criao do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba, em 5 de junho de 2003, teve por objetivo proteger a paisagem natural, destacando os contrafortes da Serra do Mar, as nascentes formadoras do rio Grande, alm de contribuir com a valorizao do patrimnio histrico nacional Vila de Paranapiacaba. (PMSA, 2008). Antes da criao do Parque Natural Municipal Nascente de Paranapiacaba, a visitao nas trilhas do Parque Estadual da Serra do Mar - PESM, localizado no entorno da Vila de Paranapiacaba, no possua nenhum tipo de fiscalizao regular, condio que possibilitava a entrada de visitantes sem nenhum acompanhamento responsvel, inclusive, com a prtica de atividades de camping. A visitao era distribuda entre as principais trilhas: trilha da Pedra Lisa, trilha do Poo das Moas, trilha da gua Fria, trilha do Mirante, trilha da Cachoeira Escondida, trilha da Comunidade, trilha da Pontinha, trilha dos Gravats, trilha do Cachoeiro, trilha do Piscino, trilha da Volta da Serra, trilha do Rio Mogi e trilha do Poo Payss ou Poo Formoso. Com a criao do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba, foram implantadas 3 guaritas de controle de entradas dos visitantes, na parte baixa da Vila de Paranapiacaba, obrigando os visitantes contratao de monitores ambientais e o pagamento pelo ingresso no parque, causando insatisfao dos visitantes que possuam uma freqncia regular. Cabe ressaltar que, apesar de expressiva parte das trilhas visitadas em Paranapiacaba estarem situadas no PESM, o acesso as mesmas se do, na maioria, na rea do Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba. As trilhas da regio esto situadas principalmente nos domnios dos vales do rio Grande, rio Pequeno e rio Mogi. O Vale do Rio Mogi, predominantemente inserido no PESM, em uma regio tpica de Mata Atlntica, tem o incio da trilha principal, na parte alta da Vila de Paranapiacaba (lado oeste) e termina no municpio de Cubato, sendo conhecida como trilha do rio Mogi ou trilha da Raiz da Serra. Frisa-se que no ocorre fiscalizao regular, condio que ocasiona o acesso de visitantes sem o acompanhamento de monitores ambientais, atividades de camping e lazer, que,

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notadamente, concentram-se na trilha do Poo Payss e Rio Mogi, face proximidade de Paranapiacaba. Alm do impacto ambiental do turismo, a trilha do Poo Payss, tambm sofre o impacto devido manuteno das torres da rede eltrica, que acompanham o percurso da trilha do rio Mogi at o municpio de Cubato.

1.1 - A importncia da Mata Atlntica

A Mata Atlntica considerada uma das grandes prioridades para a conservao da biodiversidade em todo o continente americano. Em estado crtico, sua cobertura florestal acha-se reduzida cerca de 7% da rea original, que perfazia uma extenso de aproximadamente 1.300.000 km (Mapa 1.1). Mesmo reduzida e muito fragmentada, a Mata Atlntica possui uma enorme importncia, pois exerce influncia direta na vida de mais de 80% da populao brasileira que vive em seu domnio. Seus remanescentes regulam o fluxo dos mananciais, asseguram a fertilidade do solo, controlam o clima, protegem escarpas e encostas das serras, alm de preservar um patrimnio histrico e cultural imenso. Esta regio possui ainda belssimas paisagens, verdadeiros parasos tropicais, cuja proteo essencial para a alma brasileira, para nossa cultura e para o desenvolvimento econmico, por meio do turismo e do ecoturismo. Tantas qualidades e toda esta importncia no foram suficientes para poup-la da destruio. (INSTITUTO FLORESTAL, 200-). A Mata Atlntica compreende a cobertura florestal que se estende nas encostas do Planalto Atlntico e nas baixadas litorneas contguas, desde Santa Catarina at o Rio Grande do Norte (COUTINHO, 2006). Suas formaes vegetais e ecossistemas associados cobriam originalmente uma rea total de 1.110.182 km, o que equivalia a aproximadamente 13% do territrio brasileiro, ocupando quase integralmente trs Estados: Rio de Janeiro, Santa Catarina e Esprito Santo e pores de mais 12 unidades da federao (IBGE, 2004).

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Sem escala

Mapa 1.1 - Domnio e remanescentes da Mata Atlntica no BrasilFonte: ISA, 2001

As reas remanescentes no se distribuem uniformemente por todos os ecossistemas do Bioma, e a maior parte encontra-se sob regime de conservao em unidades de conservao - UC ou sob presso da atividade rural ou da expanso urbana (ISA, 2001). Alm dos perigos histricos como explorao de madeira, extrativismo, caa e trfico de animais, e a invaso de espcies exticas, soma-se a inoperncia poltica, a fiscalizao deficiente e a falta de conscincia da sociedade. Um dos piores inimigos da

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Mata Atlntica so os governos estaduais que autorizam obras altamente impactantes (RMA, 2006). Apesar do intenso desmatamento e fragmentao, a Mata Atlntica, juntamente com seus ecossistemas associados (restingas e manguezais), ainda extremamente rica em biodiversidade, abrigando uma proporo elevada das espcies brasileiras, com altos nveis de endemismo. Estima-se que existam cerca de 250 espcies de mamferos (55 endmicas), 340 de anfbios (90 endmicas), 1.023 de aves (188 endmicas), e cerca de 20.000 espcies de rvores, metade das quais so endmicas. Mais de dois teros das espcies de primatas tambm so endmicos (CEPF, 2001). Segundo Coutinho (2006), a Mata Atlntica possui clima equatorial ao norte e quente temperado sempre mido ao sul, com temperaturas mdias elevadas durante o ano todo e no apenas no vero. O autor destaca a alta pluviosidade nessa regio que se deve barreira que a serra constitui para os ventos que sopram do mar, como tambm que o solo pobre e a topografia bastante acidentada, e que no interior da mata, devido densidade da vegetao, a luz reduzida.

1.2 - Parque Estadual da Serra do Mar (PESM)

O Parque Estadual da Serra do Mar a maior rea de proteo integral do litoral brasileiro. O PESM que abrange 28 municpios, (Bariri, Bertioga, Biritiba-Mirim, Caraguatatuba, Cubato, Cunha, Embu-Guau, Iguape, Itanham, Juquitiba, Mogi das Cruzes, Mongagu, Natividade da Serra, Paraibuna, Pariquera-Au, Pedro de Toledo, Perube, Praia Grande, Rio Grande da Serra, Salespolis, Santo Andr, Santos, So Bernardo do Campo, So Luiz do Paraitinga, So Paulo, So Sebastio, So Vicente, Suzano e Ubatuba) (ISMANIA et al, 1999). J no planalto abrigam cabeceiras formadoras dos Rios Paraba do Sul, Tiet e Ribeira de Iguape, nos municpios de Cunha, So Luiz do Paraitinga, Natividade da Serra, Paraibuna, Salespolis, Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes, Santo Andr, So Bernardo do Campo, So Paulo e Juquitiba (Tabela 1.1). (IFLORESTAL, 200-).

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Tabela 1.1 - reas dos municpios abrangidos pelo PESM

Municpio

rea do Municpio Abrangida pelo PESM (ha)

% da rea Total do Municpio 49,92% 13,77% 78,27% 49,93% 8,28% 36,31% 5,35% 0,39% 27,94% 10,05% 6,62% 65,94% 70,42% 31,25% 19,34% 2,28% 46,83% 28,44% 10,49% 1,66% 59,28% 57,69% 79,58%

Bertioga Biritiba Mirim Caraguatatuba Cubato Cunha Itanham Juquitiba Mogi das Cruzes Mongagu Natividade da Serra Paraibuna Pedro de Toledo Perube Praia Grande Salespolis Santo Andr Santos So Bernardo do Campo So Luiz do Paraitinga So Paulo So Sebastio So Vicente UbatubaFonte: : Instituto Florestal, 200-

21.059,21 5.701.25 37.567,40 7.389,03 11.040,66 21.094,46 2.941,22 268,85 3.772,17 8.521,46 4.865,69 41.606,04 6.697,00 4.531,61 8.083,95 413,51 12.690,76 11.690,48 7.727,95 2.506,97 28.393,23 8.107,68 54.271,29

Segundo Ismania (1999) da rea total do PESM, 30% das terras so de domnio

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do Estado e os 70% restantes esto sob ao discriminatria por iniciativa da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Instituto de Terras (ITESP), rgos subordinados Secretaria da Justia ou sub judice em decorrncia de aes de desapropriao indireta movidas por pessoas fsicas e jurdicas que alegam serem proprietrias das reas e reivindicam do Estado indenizaes de valores altssimos. O autor destaca que no interior do Parque existem 3 aldeias Guarani: Aldeia Boa Vista, em Ubatuba, Rio Silveira em So Sebastio e Rio Branco, em Itanham. O Parque Estadual da Serra do Mar gerenciado por meio de ncleos administrativos, uma diviso regional que facilita sua gesto devido sua enorme extenso (Quadro 1). Dos oito ncleos, trs sedes esto no planalto: Cunha, Santa Virgnia e Curucutu, e cinco na regio litornea: Picinguaba, Caraguatatuba, So Sebastio, Cubato e Pedro de Toledo. (IFLORESTAL, 200-). O IFLORESTAL (200-) diz que esses ncleos configuram um mosaico de situaes diversas, caracterizadas em funo do uso do solo e dos programas de manejo desenvolvidos ou potenciais, demandando uma atuao diferenciada da administrao, considerando ainda o domnio das terras, que so pblicas ou esto em diversos estgios de regularizao fundiria. Segundo o IFLORESTAL (200-), de reserva inesgotvel, a gua pura e de qualidade tornou-se um bem relativamente escasso, como demonstra o racionamento enfrentado por grandes cidades como So Paulo e Rio de Janeiro nos meses menos chuvosos. A plancie costeira do Estado de So Paulo, adensada em populao, tem sua principal fonte de gua doce potvel nos rios que da Serra do Mar descem diretamente para o Oceano Atlntico, fazendo do Parque Estadual da Serra do Mar uma "caixa-dgua" natural, abastecendo cerca de 1.500.000 residentes fixos de Ubatuba, Caraguatatuba, So Sebastio, Bertioga, Cubato, Guaruj, Itanham, Mongagu, Perube, Praia Grande, Santos e So Vicente. No que tange s mudanas climticas, as florestas so responsveis por 56% da umidade local. Sua destruio elimina essa fonte injetora de vapor de gua na atmosfera, responsvel pelas condies climticas regionais.

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Ncleo Ncleo Cunha Ncleo Santa Virgnia

Municpio Cunha So Luiz do Paraitinga, Natividade da Serra

Ncleo Picinguaba Ncleo Caraguatatuba

Ubatuba Caraguatatuba, Paraibuna, Natividade da Serra

Ncleo So Sebastio

So Sebastio, Salespolis Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes, So

Ncleo Itutinga-Piles

Bernardo do Campo, Santo Andr, So Paulo, Bertioga, Cubato, Santos, Praia Grande

Ncleo Curucutu Ncleo Pedro de Toledo

Juquitiba, So Paulo, Itanham, Mongagu Perube, Pedro de Toledo, Juquitiba

Quadro 1.1 - Municpios abrangidos pelos ncleos do PESMFonte: Instituto Florestal, 200-

A contribuio do Parque clara para a sustentabilidade da vida, especialmente nos ncleos urbanos localizados em seu entorno. Alm da constituio de belezas cnicas e paisagens notveis, ameniza o clima, oferece a estabilizao das encostas dando melhor proteo aos moradores de reas crticas, propicia espaos para recreao, lazer e visitao pblica, entre outros, sendo que os principais componentes so a garantia do suprimento de gua qualitativa e quantitativamente, e, por fim, a proteo e a conservao da biodiversidade. (IFLORESTAL, 200-).

1.3 - Ncleo Itutinga-Piles

Segundo o Instituto Florestal (200-), o PESM Ncleo Itutinga-Piles, com 139.000 km, abrange, abrange 9 municpios: Santo Andr, So Bernardo do Campo, So Paulo, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Praia Grande, Santos e Cubato. Sendo que nos municpios de Santo Andr, So Bernardo do Campo e Cubato formada por

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floresta ombrfila densa Montana em estagio secundrio, rea que vai do Golf Club no Km37 do Caminho do Mar at o entroncamento noroeste da Ferrovia de Paranapiacaba. Em Bertioga e So Sebastio formada por restinga (Guaratuba e Boracia), regies de terras baixas e florestas de maior altitude, com vegetao bem conservada, extenso de reas contnuas de restinga. Tabela 1.2 - Populao usuria de gua da Serra do Mar (plancie costeira) Parque Estadual da Serra do Mar Ncleo Picinguaba Ncleo Caraguatatuba Ncleo So Sebastio Ncleo Cubato Ubatuba Caraguatatuba So Sebastio Bertioga Santos Cubato So Vicente Praia Grande Ncleo Curucutu Mongagu Itanham Ncleo Pedro de Toledo TotalFonte: Instituto Florestal, 200-

Municpio

Populao Residente Estimada (IBGE, 2005) 76.847 92.283 70.427 39.565 418.255 117.120 321.474 229.549 43.344 85.294 61.034 1.555.192

Perube

Segundo informaes do Instituto Florestal (200_), possui Clima Tropical mido e subsumido, com Temperaturas mdias anuais entre 22C no vero e 18C no inverno. Relevo formado de escarpas festonadas e morros paralelos. Solos superficiais com textura argiloso-arenosa, solo de alterao na textura variada predominando os solos nilto, arenosos. Os solos de alterao em geral apresentam xistosidade bem preservada, abundncia de minerais micacos e veias de quartzo.

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(sem escala)

Mapa 1.2 Mapa do PESM Ncleo Itutinga PilesFonte: Instituto Florestal, 200-

1.4 - A Vila de Paranapiacaba e Parque Municipal Nascente de Paranapiacaba

A Vila de Paranapiacaba foi implantada na 2 metade do sculo XIX, em decorrncia da construo da ferrovia que fazia a ligao do interior do Estado de So Paulo ao Porto de Santos. Para transpor os 800 metros de escarpa que separavam o planalto da baixada, foi necessria adoo de um sistema baseado em quatro planos inclinados interligados por patamares, onde foram instaladas as mquinas fixas que acionavam os cabos de ao que sustentavam a locomotiva e as composies na subida

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e descida da serra. Esse sistema foi denominado funicular e seu funcionamento exigiu um nmero expressivo de operrios que se estabeleceram no primeiro ncleo de povoamento denominado Varanda Velha, mais tarde conhecida como Vila Velha. Paralelamente implantao do conjunto, foi sendo construdo, do outro lado da linha, o Morro ou Parte Alta, onde foram instalados a Igreja Catlica e o comrcio, para abastecer aos moradores da Vila de Paranapiacaba. Posteriormente construo destes setores, foi constitudo um ncleo disperso de habitaes paralelas linha de trem denominado Rabique. A Parte Alta e o Rabique no esto contidos na rea de propriedade da RFFSA. (PMSA, 2004). A Vila de Paranapiacaba, por sua importncia histrica e pelo stio natural que a rodeia, foi tombada pelos rgos pblicos responsveis pelo Patrimnio Histrico, a nvel federal, estadual e municipal, em 2002, 1987 e 2003, respectivamente. (PMSA, 2004). No mbito municipal Paranapiacaba e seu entorno so tambm considerados fundamentais para o desenvolvimento turstico da regio e a conservao dos recursos naturais. A Prefeitura de Santo Andr a adquiriu da Rede Ferroviria Federal em 2002, no intuito de no s preservar o stio histrico e cultural, mas tambm permitir que a populao ali residente participe das decises que a envolvem, promovendo gerao de renda ligada ao turismo de forma ambientalmente sustentvel. Dada sua importncia ambiental, foi criado no entorno da vila o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba. (PMSA, 2004). A regio de Paranapiacaba e Parque Andreense, poro do territrio municipal ao sul do brao do rio Grande da represa Billings fortemente condicionada pelas estruturas geolgico-geomorfolgicas Morros Inclinados do Sul e Vrzeas dos Rios Grande e Pequeno. Curiosamente, no entorno da vila se localizam as menores altitudes do Municpio com valores inferiores a 400 metros, na bacia do rio Mogi e as maiores, superiores a 1.050 metros, na bacia do rio Grande. (PMSA, 2004). A escarpa da Serra do Mar, que serviu no passado de refgio climtico floresta de encosta, exibe hoje os ltimos remanescentes de cobertura florestal original do Estado, fundamental para a estabilidade das vertentes de alta declividade. (PMSA, 2004).

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Destaca-se a presena de vegetao exuberante de Mata Atlntica, que encontra proteo legal em legislao federal, visando a proteger esse tipo de cobertura vegetal como patrimnio do Brasil. protegida tambm pela legislao estadual de Proteo e Recuperao dos Mananciais: leis n. 898/75, 1.172/76 e 9.866/97. (PMSA, 2004). A vegetao caracterizada principalmente por mata secundria, que se mostra conservada em vrias reas, principalmente nas vertentes da Serra do Mar e particularmente as no afetadas pela poluio gerada no plo industrial de Cubato, nas nascentes dos rios Grande e Pequeno. Em outros setores a vegetao mostra-se alterada, em reas afetadas pela poluio oriunda de Cubato, tal como ocorreu em partes do vale do rio Mogi, junto vila de Paranapiacaba, ou em reas ocupadas por loteamentos. (PMSA, 2004). A dinmica climtica da regio est sujeita a um conjunto de fatores fisiogrficos (relevo, distncia do mar, cobertura vegetal) e atmosfricos (massas de ar, frentes polares), devido presena da serra do Mar, que estabelece as condies locais do estado de tempo. Em face da proximidade da serra do Mar e de sua condio topogrfica, os ndices pluviomtricos esto muito acima da mdia da rea urbana, possuindo um dos maiores ndices registrados no pas, podendo ultrapassar a 2000 mm anuais, o que contribui para a recarga dos corpos dgua e da prpria represa Billings, importante manancial, responsvel por parte do abastecimento de gua da Regio Metropolitana de So Paulo. (PMSA, 2004). Paranapiacaba possui um rico sistema hdrico que se encontra bastante preservado, tanto pela baixa densidade populacional, quanto pela boa cobertura vegetal, que garante um fluxo constante de realimentao dos aqferos e de proteo aos corpos dgua. Por ser recortada por uma extensa rede de drenagem, pode ser subdividida em trs sub-bacias hidrogrficas, pertencentes aos rios Grande, Pequeno e Mogi, essa ltima voltada para a vertente martima da serra do Mar. (PMSA, 2004). Transformar a rea em uma unidade de conservao, seguindo critrios e diretrizes do SNUC, proporcionou gesto pblica municipal instrumentos para potencializar o desenvolvimento sustentvel da Vila de Paranapiacaba, utilizando princpios de conservao da natureza. (PMSA, 2008). Atualmente a gesto, bem como a implementao de programas de manejo no

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Parque, so realizadas por um rgo descentralizado da Prefeitura de Santo Andr: a Subprefeitura de Paranapiacaba e Parque Andreense. (PMSA, 2008).

1.5 - Ecoturismo e Impactos ambientais

A partir dos anos 80 os caminhos e trilhas na Serra do mar vislumbraram um intenso aumento no fluxo de turistas, na sua grande maioria jovem de 15 a 25 anos, que procuram formas de lazer de baixo custo, visando extravasar-se da rotina, das presses e opresses das metrpoles poludas e carentes de atividades de contato com a natureza. A maioria desses visitantes no tem a mnima noo de conservao ambiental, orientaes na mata, preparo fsico, segurana, noes de meteorologia ou de primeiros-socorros. Assim, sem preocupao com a relao causa-efeito e despreparados para entender a questo ambiental, agridem a vegetao, afastam a fauna local, facilitam os processos erosivos, fazem pichaes e marcas nas rvores e rochas, espalham lixo, contaminam os cursos dgua e cometem inmeras imprudncias. (FIGUEIREDO, 1998). O conceito oficial brasileiro diz que o Ecoturismo :... um segmento da atividade turstica que utiliza, de forma sustentvel, o patrimnio natural e cultural, incentiva sua conservao e busca a formao de uma conscincia ambientalista atravs da interpretao do ambiente, promovendo o bem estar das populaes envolvidas. (BRASIL, 1994).

Segundo Ruschmann (1997), o ecoturismo causa impactos ambientais positivos e negativos: Os Impactos positivos: - Criao de reas, programas e entidades (governamentais e no-governamentais) de proteo da fauna e da flora; um exemplo: Projeto Tamar - Tartarugas Marinhas. Os impactos negativos so: - Acmulo de lixo nas margens dos caminhos e das trilhas, nas praias, nas montanhas, nos rios e lagos; - Uso de sabonete e de detergentes pelos turistas, contaminando a gua dos rios e

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lagos, comprometendo sua pureza e a vida dos peixes e da vegetao aqutica; - Contaminao das fontes e dos mananciais de gua doce e do mar perto dos alojamentos, provocada pelo lanamento de esgoto e lixo in natura nos rios e no oceano; - Poluio sonora e ambiental; - Coleta e destruio da vegetao s margens das trilhas e dos caminhos nas florestas; - Eroso de encostas devido ao mau traado e falta de drenagem das trilhas; - Alargamento e pisoteio da vegetao das trilhas e dos caminhos; - Rudos que assustam os animais e provocam sua fuga; - Turistas que alimentam os animais mais dceis com produtos que contm conservantes, que provocam doenas e at a morte; - O lixo e o abandono de restos de comida ao ar livre; - Caa e pescas ilegais, em locais e pocas proibidas; - Incndios nas reas mais secas, provocados por cigarros, fogueiras e etc.; - Desmatamento para a construo dos lodges e de equipamentos de apoio. Segundo Andrade (2005) h quatro fatores ambientais sob ao direta da utilizao de trilhas: Solo, Vegetao, Fauna e Problemas Antrpicos. O autor afirma que h dois principais fatores de alterao do solo decorrentes da utilizao de trilhas: compactao e eroso. O efeito do pisoteamento do solo produz um impacto mecnico direto que resulta na diminuio de seus poros. Compactando-se o solo, diminui sua capacidade de reteno de ar e absoro de gua, alterando assim sua capacidade de sustentar a vida vegetal e animal (micro-fauna do solo) associado. Ainda segundo Andrade (2005) a eroso um processo natural que causa grave problemas em reas onde existem trilhas, principalmente em regies montanhosas e que depende, em sua maior parte, do tipo de solo e do padro de drenagem da rea. Algumas causas podem ser citadas como facilitadoras do processo de eroso: a alterao e morte da vegetao (que impede que as razes auxiliem na manuteno da estrutura do solo) e o pisoteamento (que provoca agitao da superfcie, possibilitando o deslocamento de pequenas quantidades de solo, principalmente em declives). A presena de trilhas altera ainda o padro de circulao da gua na regio. O

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solo deixa de absorver grande porcentagem da gua e esta passa a escorrer preferencialmente ao longo da superfcie lisa da trilha. A gua provoca o deslocamento de partculas aumentando assim a eroso. Quanto maior a inclinao do terreno, maior a velocidade da gua, e maior ser a quantidade de partculas deslocadas. (ANDRADE, 2005). Andrade (2005) afirma que com o pisoteamento constante do cho da trilha acaba destruindo as plantas por choque mecnico direta e indiretamente por compactao do solo. A eroso do solo, por sua vez, expe as razes das plantas dificultando sua sustentao e facilitando a contaminao das razes por pragas, o que compromete toda a planta. A presena de uma trilha provoca algumas mudanas na composio da vegetao ao redor da mesma. Segundo o autor as alteraes ambientais permitem que as espcies vegetais mais resistentes tenham mais vantagens em relao quelas mais sensveis. Quando uma trilha aberta, por exemplo, h alterao da luminosidade disponvel, o que facilita mais o crescimento de plantas tolerantes luz. Este o caso da Embaba (Cecropia sp), cujas sementes necessitam de muita luz para germinar e tm rpido desenvolvimento. O impacto de trilhas em relao fauna ainda no bem conhecido. Provavelmente deve haver uma alterao no nmero de indivduos de cada espcie, isto , um aumento no caso de espcies tolerantes presena humana e uma diminuio para aquelas mais sensveis. Quando detectado um grave distrbio na fauna em decorrncia do uso de trilhas, pode-se recorrer alterao no traado ou seu fechamento. Este ltimo pode ser dividido em fechamento total, a trilha deixa de ser usada; ou parcial, a trilha deixa de ser usada somente em perodos crticos como pocas de reproduo (SCHELHAS, 1986). A multiplicao de trilhas pode ainda fragmentar a rea necessria a algumas espcies animais, provocando interferncia em suas rotas de deslocamento, destruio do habitat dos animais de caa, destruio de abrigos para carnvoros, etc. (GUILLAUMON, 1977). Os problemas antrpicos relacionados ao uso de trilhas so: Lixo e fogo. O lixo, alm de descaracterizar e poluir a rea onde esta inserida a trilha, pode trazer problemas tambm em relao fauna, devido ingesto de embalagens e restos de

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alimentos estranhos sua dieta. Os efeitos deletrios do fogo, oriundos de cigarros, fogueiras e fogareiro de usurios de trilhas, so um dos mais evidentes e incisivos problemas ocasionados pelo homem ao ambiente silvestre. Outro fator relacionado ao uso de trilhas que passam prximas e atravessam comunidades tradicionais, so os impactos socioculturais. (SANTOS, 2007)

2 - OBJETIVOS

2.1 - Geral - Realizar o diagnstico do impacto ambiental na trilha do poo Payss com vistas a aspectos da flora.

2.2 - Especficos - Avaliar os impactos ambientais na trilha em relao uso ocupao, a manuteno das torres de eletricidade, para fornecer subsdios para outros trabalhos cientficos de elaborao de planos de manejo de trilhas. - Qualificar os impactos na trilha em relao ao parmetro biolgico: flora; - Diagnosticar impactos ambientais gerais negativos na trilha.

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3 - MATERIAIS E MTODOS

3.1 - rea de estudo

A rea de estudo localiza-se no vale do rio Mogi, cujas nascentes se encontram prximas da Vila de Paranapiacaba, no extremo Sul-sudeste do Municpio, possui cerca de 11km. Apresenta embasamento geolgico cristalino de origem gnea e recebe a contribuio de inmeros crregos ainda dentro do territrio de Santo Andr. Parte de sua rea est contida no PESM Ncleo Itutinga-Piles e na Reserva Biolgica do Alto da Serra de Paranapiacaba. (SANTO ANDR, 2003). A trilha principal do rio Mogi tem o inicio na parte alta da Vila de Paranapiacaba (Imagem 3.1) e termina no municpio de Cubato, conhecida como trilha do rio Mogi ou trilha da raiz da Serra, em seu percurso encontram-se diversas bifurcaes, que geralmente terminam em uma torre da rede eltrica (que segue ate o municpio de Cubato) ou em um dos rios que desguam no Rio Mogi. A trilha de estudo uma destas bifurcaes, que inicialmente possua o seu final em uma torre da rede eltrica, mas foi ampliada at um dos afluentes do rio Mogi, pelos prprios moradores da vila, em 2003. A trilha do poo Payss possui aproximadamente 2,4 km da vila de Paranapiacaba, um percurso realizado em 1 hora de caminhada, possuiu um poo com cerca de 2 metros de profundidade em pocas de chuva, com gua cristalina e visvel presena de pequenos peixes e anfbios.

3.2 - Mapeamento

Os trabalhos de mapeamento consistiram no levantamento topogrfico e identificao de atributos de flora e identificao de impactos ambientais na trilha do Rio Mogi, trecho entre a Vila de Paranapiacaba e a entrada da trilha do Poo Payss, e a trilha do Poo Payss/Formoso.

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(sem escala)

Imagem 3.1- Imagem de Satlite da regio de estudo.Fonte: Digital Globe 2010

Levantamento topogrfico Materiais: - conjunto Tandem (bssola e clinmetro), marca Sunto, modelo KB-14, com preciso de 0,5 graus - trena de nylon, 30m - GPS modelo Garmim GPSV - balizas graduadas, com incremento de 1 cm Mtodo: Obteno de dados: Caminhamento topogrfico expedito, com obteno de informaes de azimute (direo), inclinao e distncia entre bases. O

estabelecimento das bases foi dado em funo das mudanas de declividade do terreno, com vistas a melhor caracterizao do relevo. Foram anotadas coordenadas UTM de bases em que o erro de leitura estivesse menor que 10m.

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Tratamento dos dados: as informaes do levantamento topogrfico foram inicialmente tratadas no software On-station, verso 3.1, que calcula e permite a construo da linha de trena em planta e do perfil topogrfico. Caracterizao da flora Materiais: - conjunto Tandem (bssola e clinmetro), marca Sunto, modelo KB-14, com preciso de 0,5 graus - trena de nylon, 30m - GPS modelo Garmim GPSV - balizas graduadas, com incremento de 1 cm - estacas de madeira, dimenso 30 cm Mtodo: a) Ao longo do trecho da trilha do rio Mogi Foram observadas e anotadas em forma de croqui, a disposio da flora, sendo detalhadas como rasteiras, arbustos, rvores vivas e rvores mortas, tambm foram observados, presena de rochas, galhos, razes, deslizamentos, cursos dgua, reas encharcadas, desvios, entre outros aspectos que possam demonstrar impactos ambientais, causados por aes antrpicas.

b) na trilha do poo Payss Foram estabelecidos 20 quadrantes, de dimenso 10m x 10m cada, distribudos nas laterais esquerdas e direitas da trilha. A distribuio buscou a observao de condies naturais e de provvel impacto ambiental antrpico, aliada a um espaamento mximo, entre os pontos da trilha, de 50m. Em cada quadrante foram observados os seguintes parmetros: - DAP dimetro altura do peito (1,3m), anotado somente em rvores com circunferncia superior a 10 cm. No campo mede-se a circunferncia altura do peito (CAP) - injria presena de alteraes antrpicas na estrutura da vegetao (cortes, quebras e entalhes). - observao da condio de vida da rvore se viva ou morta

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- observao de presena de resduos slidos anotao de tipo e quantidade. As rvores foram posicionadas geograficamente no quadrante, condio que permitiu o georeferenciamento das mesmas.

Elaborao dos mapas - as informaes do levantamento topogrfico foram digitadas no software Excel (MS) para estabelecimento do clculo do desnvel e da declividade, bem como do ajuste da planilha para a modelagem matemtica em outro software. - As informaes de posicionamento e os atributos de observao foram modelados matematicamente no software Surfer (verso 8), com interpolao krigagem. - As informaes da caracterizao da trilha foram implantadas utilizando o software TurboCAD 2D, em uma mapa produzido no software On-station, verso 3.1.

3.3 Parmetros e indicadores do impacto na trilha

Foram realizados levantamentos florsticos em uma determinada regio da trilha, nos ltimos 335 metros, na trilha do Poo Formoso. A parte da trilha do Poo Formoso, de 335 metros, foi dividida em quadrantes de 10mX10m, 2 quadrantes de cada lado da trilha; aps os primeiros quadrantes, andou-se 50m e foram feitos mais 4 quadrantes, sendo 2 de cada lado, ambos contendo 100m cada um, assim at o final da trilha, totalizando 20 quadrantes. Foram analisados os CAPs das rvores e a sua posio no quadrante. Aps essa analise os resultados dos CAPs foram inseridos numa planilha do Excel para calcular os DAPs dessas rvores. Foram utilizados os seguintes padres: rvores acima de 1m30 e com CAP acima de 10 cm. O inicio de cada quadrante foi georeferenciado, a partir de coordenadas UTM, atravs do equipamento GPS, quando possvel. Foram utilizados seguintes acessrios/equipamentos: estacas, barbante, trena, clinmetro, bssola e fita mtrica, GPS.

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4 RESULTADOS E DISCUSSES

A trilha tem o percurso total de 2362 m, sendo que o trecho da trilha do Rio Mogi possui 1985 m. Em uma determinada, bifurcao direita, h continuao para outros trechos do Rio Mogi e a esquerda localiza-se a entrada da trilha que segue at o poo Payss. Esta trilha, objeto de estudo, possui 377 metros (Mapas 4.1 e 4.2). Nos ltimos 335 metros da trilha foi realizada a avaliao de impacto ambiental, por se tratar do inicio da trilha sob condies de mata fechada. No mapa 4.1 a rea com hachuras esverdeadas compreende o ambiente de anlise.

Mapa 4.1 Mapa de localizao da trilha do Poo Payss (Poo Formoso) em relao a trilha do Rio Mogi No mapa 4.2, observa-se a linha de trena gerada no software On Station 3.0, a partir dos dados obtidos da topografia, com setas indicando o maior curso dgua que cruza a trilha do Rio Mogi e o Poo Payss. No lado esquerdo, observa-se a

numerao dada a cada quadrante e sua disposio em relao trilha.

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Foto 4.1: Poo Paysso (Formoso) Foto 4.2: Curso dagua na trilha do Rio Mogi

Numerao e distribuio dos quadrantes

4 8

3 7

1 5

2 6 10

12 11 9

16 15 13 14 20 19 17 18

Mapa 4.2 Representao da linha de Trena da trilha, indicando a localizao do Poo formoso e do maior curso dgua permanente na trilha 33

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Nos 20 quadrantes analisados (Mapa 4.2), foram encontradas 484 rvores com DAP igual ou superior 3,2 cm, com a mdia dos DAPs de 10,2 cm, e o maior DAP de 57,3 cm (Apndice A). A distribuio das rvores nos quadrantes analisados se d de forma irregular. Nos quadrantes localizados prximos a trilha, a quantidade de rvores menor, e em sua maioria possuem os DAPs menores, do que nos quadrantes mais distantes (Mapa 4.3). Nos 4 primeiros quadrantes, h um menor nmero de rvores com menores DAPs, em relao aos outros quadrantes, resultado relacionado a localizao dos quadrantes, que esto prximos das torres de energia. A rea das torres foi desmatada, e atualmente esta em recuperao (Mapa 4.3). Na foto 4.3, observa-se a densidade da mata e rvores de pequenos DAPs no quadrante 1. As pores mais escuras indicam valores de DAPs maiores.

Foto 4.3 - Quadrante 1, poucas rvores, com menores DAPs

Observa-se a diminuio do nmero de rvores nos 4 ltimos quadrantes do lado oeste da trilha, isto ocorre devido a caracterstica destes quadrantes, que possuem locais cobertos por grandes fragmentos rochosos (mataces), indicando que havia curso dgua, que esteve seco durante a realizao da pesquisa. Nessa regio no h rvores, porm, nestes quadrantes, como se observa no mapa 4.3, existe muitas rvores com DAP superior a 20 cm, indicando que um local mais preservado.

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Mapa 4.3 Mapa de distribuio do DAP

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Segundo a Resoluo CONAMA n 029, de 07 de dezembro de 1994, o Estgio mdio de regenerao da Mata Atlntica a formao florestal secundria que apresenta as seguintes caractersticas:a) fisionomia arbrea e/ou arbustiva predominando sobre a herbcea, podendo constituir estratos diferenciados, com altura mdia variando de 5 a 13 metros; b) cobertura arbrea variando de aberta a fechada, com a ocorrncia eventual de indivduos emergentes; c) distribuio diamtrica apresentando amplitude moderada, com DAP mdio variando de 10 a 20 centmetros e rea basal variando entre 10 a 18m/ha; d) epfitas aparecendo com maior nmero de indivduos e espcies em relao ao estgio inicial, sendo mais abundantes na Floresta Ombrfila; e) trepadeiras, quando presentes, podem ser herbceas ou lenhosas;

Considerando, estas informaes pode-se afirmar que o ambiente analisado, encontra-se no estgio mdio de regenerao da Mata Atlntica a Formao florestal secundaria. Segundo Gandolfi (2000), a declividade da superfcie do solo produz, em conjunto com outros fatores, uma variedade de situaes ambientais, tais como: gradientes de umidade no solo entre o topo e a base da vertente; favorecimento do transporte de partculas de solo ao longo do perfil; interferncia na organizao vertical do dossel, ocasionando variaes nos ngulos de penetrao e distribuio de luz no interior de florestas; promoo da aparente elevao da copa de indivduos menores e mais jovens de reas superiores, de modo que alcancem mais rpido o dossel em reas de declividade acentuada; variao no tempo de incidncia de radiao durante o ano (mais nas reas elevadas que nas inferiores) e gerao de aspecto de degraus no estrato arbreo. Nos quadrantes localizados prximos ao trecho da trilha do Poo Payss, em que o declive maior, observa-se maior nmero de rvores e o tamanho do DAP das rvores so menores, porm na proximidade da trilha encontra-se poucas rvores, a maioria das rvores se encontram no final dos quadrantes. (Mapas 4.3 e 4.4). No trecho da trilha do Poo Payss, que possui alto declive, observa-se que o impacto do pisoteamento, associado com as fortes chuvas, exps o solo, tornando esse trecho escorregadio, e com pouca vegetao de apoio, os visitantes se apiam nas

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laterais da trilha onde h vegetao rasteira e algumas rvores, assim criando um desvio da trilha, acarretando no alargamento da trilha e suprimindo a vegetao, causando injurias at mesmo a morte das rvores, demonstrados nos mapas 4.3, 4.4, 4.5 e 4.6. Foram observados trechos da trilha de 4 metros a 8 metros de largura, onde ocorreu esse processo, principalmente no trecho final da trilha do Poo Payss (Foto 4.4). As cores escuras indicam reas de maior declividade do terreno.

Foto 4.4 - Trecho com alto declive, alargamento da trilha

Segundo Andrade (2005), o pisoteamento constante do cho da trilha acaba destruindo as plantas por choque mecnico direta e indiretamente por compactao do solo. Os processos erosivos que ocorrem no solo, por sua vez, expem as razes das plantas dificultando sua sustentao e facilitando a contaminao das razes por pragas, o que compromete toda a planta. Na trilha do Poo Payss, observa-se o solo, com muitas razes expostas, que devido inclinao de alguns trechos so utilizadas pelos visitantes como apoio, em alguns pontos forma-se uma escadaria de razes. No decorrer da trilha do Poo Payss, observam-se rvores mortas por aes antrpicas, a maioria com DAP inferior a 10 cm, distintamente relacionada quebra e corte provavelmente relacionado aos processos de incurso na trilha.

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Mapa 4.4 Mapa gradiente topogrfico

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Nos quadrantes analisados, foram observadas poucas rvores mortas, a maioria localizada nos quadrantes, mais prximos a trilha e ao Poo Payss, nas regies onde o declive da trilha maior, encontra-se rvores mortas com DAPs variados, com o menor DAP de 3,5 cm e o maior de 28,6, com mdia de DAP de 9,4 cm (Mapa 4.5 e Foto 4.5). Observou-se que as rvores com os DAPs maiores, no se evidncia a morte por aes antrpicas, enquanto que as rvores com menores DAP apresentam evidncias de ao antrpica, como o corte da mesma.

Foto 4.5 - rvore Morta

Outro sinal de impactos negativos a presena injrias em algumas rvores, que podem ser causadas atravs de aes antrpicas: entalhe, galhos quebrados, corte em galhos e em tronco das rvores. As injrias podem ser causadas tambm por ao natural: fortes chuvas, raios, provocando a quebra de galhos; ou causada por animais. Foi observado maior nmero de rvores com injrias nos quadrantes prximos as torres de energia. Estes quadrantes possuem menor densidade de rvores, que permite o acesso as pores laterais da trilha com maior facilidade. A injria nestes quadrantes, em sua maioria, ocorre na forma de rvores com galhos quebrados, notadamente pelo uso da vegetao como apoio dos visitantes em incurses exploratrias. Observou-se a presena de entalhes em algumas rvores prximas ao Poo Payss, alguns com nomes, outros com indicao de trilhas, mostrando a ao antrpica nessa rea (mapa 4.6 e foto 4.6).

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Mapa 4.5 Mapa condio da vegetao (viva ou morta)

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Foto 4.6 - Entalhe (Injuria) na rvore

Segundo Ferreira (1989), quando h ferimentos mecnicos ou poda executada de maneira errada no tronco de uma rvore ornamental, haver, mais tarde, a formao de calos nesses locais, que so estruturas pouco flexveis, dispostas lateralmente rea do lenho exposto, invadido e enfraquecido por organismos apodrecedores. Embora seja indispensvel para manter a planta viva por proteger a rea afetada, a pouca flexibilidade facilita a quebra de tronco sob a ao de ventos. Os ferimentos provocados pelas injrias mecnicas so a porta de entrada para patgenos que podem causar doenas e, conseqentemente, trazer problemas para a rvore, com diminuio do seu crescimento e at morte. (FERREIRA, 1989) Analisando os mapas 4.4, 4.5 e 4.6, observa-se a relao entre declive acentuado, com aumento de injria e aumento de rvores mortas. Isto explica se, pois o declive acentuado favorece o uso de rvores como apoio, ocasionando injria nas rvores, tornando-as mais suscetveis s doenas, condio que pode levar ao adoecimento e posterior morte. No final do Quadrante 18, o ltimo quadrante do lado leste, ao lado do Rio Mogi, observou a presena de clareiras, que foram abertas para atividade de camping. Em uma observao realizada em 2006, esta clareira possua aproximadamente 5 m de largura por 6 m de comprimento, contudo, em visita realizada em fevereiro de 2010, a clareira aumentou, passando a ter aproximadamente 7 m largura por 6 m de

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comprimento, e ao lado dela, onde era anteriormente uma trilha para acessar a clareira com menos de 1 m de largura, foi aberta e agora se tornou mais uma clareira com aproximadamente 20 m de comprimento e 4 m de largura, como se pode observar nas fotos, 4.20 e 4.21.

Foto 4.20 - Clareira prximo ao Rio Mogi

Foto 4.21 - Clareira prxima ao Rio Mogi

A trilha do Poo Payss uma afluente da trilha principal do Rio Mogi, condio esta que suscita certa semelhana com o padro de visitao. A trilha do Poo Payss, por estar mais prxima da Vila de Paranapiacaba, recebe um padro de ecoturista que deseja tipicamente utilizar o poo para atividades de laser, que consistem em banho, picnic e atividade prolongada ao longo do dia. A trilha do Rio Mogi, recebe um turista vido por caminhada e visualizao de mirantes, contudo, h tambm poos em pores mais distantes. Foram realizadas observaes expeditas em ambas as trilhas com vistas identificao de impactos ambientais diretos da visitao. No quadro 4.1, possvel comparar algumas caractersticas, entre o trecho do Rio Mogi e Poo Payss, a partir de observaes diretas, durante a realizao do trabalho de campo.

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MAPA - CONDIO DA VEGETAO AO LONGO DA TRILHA DO POO PAYSS (POO FORMOSO)

7369220

7369200

7369180

7369160

7369140

7369120

7369100

7369080

7369060

7369040

7369020

7369000 365600

365620

365640

365660

365680

365700

coordenadas em UTM levantamento planialtimtrico - preciso 0,1m

0mpontos da trilha

20 m

40 mreas sem injria reas com injria

Mapa 4.6 Mapa de condio de vegetao (injuria)

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Durante o trabalho de campo, observou-se a reabertura de clareias na trilha do Rio Mogi, em duas reas prximas das torres de energia locais onde se pode visualizar a Cidade de Cubato. Na primeira torre de energia, foi desmatada uma rea com 2 m, composta principalmente por lrio-do-brejo. Na terceira torre de energia, foi desmatada uma rea com aproximadamente 20 m, que era composta principalmente por lrio-dobrejo, morango silvestre, pequenos arbustos e algumas rvores com DAP inferior a 5 (Foto 4.22).

Foto 4.22 Clareira aberta, prxima a 3 torre de energia

No trecho da trilha do Rio Mogi e na trilha do Poo Payss, observa-se que o leito da trilha, predomina diferentes caractersticas: h trechos cobertos por fragmentos rochosos (Foto 4.8), reas onde o solo se encontra exposto, sem vegetao, reas alagadas (Foto 4.10), com presena de lama, reas onde predomina razes expostas (Foto 4.7). O trecho da trilha rio Mogi, a profundidade do leito da trilha maior (de 10 a 60 cm) que a trilha do Poo Payss, j esta possui alguns trechos cobertos por fragmentos rochosos e muitas razes de rvores expostas. Alguns pontos tanto no trecho da trilha do Rio Mogi como na trilha do Poo Payss, possuem desvios, ocasionados por diversas causas, como: a reas alagadas ou com lama, rvores cadas, deslizamentos de terra, queda de galhos, valas na trilha, declive, resultando em supresso da vegetao e o alargamento da trilha, como se observa nas fotos 4.9, 4.10, 4.11, 4.12

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Foto 4.7 - Presena de razes expostas na Trilha do Poo Payss, formando degraus

Foto 4.8 Leito da trilha do Rio Mogi, formado por fragmentos rochosos e gua

Foto 4.9 - rvore cada na trilha do Rio Mogi

Foto 4.10 Lama, na trilha do Rio Mogi

No percurso da trilha do Rio Mogi, observa-se diversos cursos dgua, que posteriormente desembocam no Rio Mogi, sendo que alguns deles so temporrios. As caractersticas dos cursos dgua presentes na trilha sofreram desvios, e a gua escoa pela trilha, favorecendo o transporte de partculas do solo, causando deslizamentos do

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piso da trilha, modificando-a com valas, fazendo com que os visitantes desviem, acarretando na supresso da vegetao nas laterais da trilha e o alargamento da mesma (fotos 4.13 e 4.14).

Foto 4.11 - Deslizamentos de terra trilha do Rio Mogi

Foto 4.12 - Galhos cados na trilha do Rio Mogi

Foto 4.13 - Trilha do Rio Mogi alagada

Foto 4.14 Vala causada pelo fluxo dgua

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Observam-se deslizamentos, tanto nas prprias trilhas como em suas laterais, que so mais acentuados no trecho da trilha do Rio Mogi (Fotos 4.14, 4.15, 4.16 e Tabela 4.1). Considerando as evidncias observadas, os deslizamentos esto associados com a forte inclinao do talude da trilha que, pela ausncia de cobertura vegetal, ficam susceptveis aos processos intempricos e erosivos. Considerando que a regio possui ndices pluviomtricos que podem ultrapassar 2000 mm anuais (PMSA, 2008), os processos erosivos acentuam-se quando da interferncia antrpica, sobretudo quando da exposio de solo em pores superficiais.

Foto 4.15 - Deslizamento causado pelo desvio do curso dgua

Foto 4.16 - Deslizamento na lateral da trilha do Rio Mogi

Um sinal negativo que foi observado na trilha a presena de plantas exticas, principalmente maria-sem-vergonha (Impatiens walleriana) e lrio-do-brejo (Hedychium coronarium) que causam a reduo da populao de espcies nativas e perda efetiva da biodiversidade(fotos 4.17 e 4.18) (ZILLER, 200-). Segundo esta autora, tamanho o potencial de espcies exticas de modificar sistemas naturais que as plantas exticas invasoras so atualmente consideradas a segunda maior ameaa mundial biodiversidade, perdendo apenas para a destruio de habitats pela explorao humana direta.

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Essas espcies foram observadas apenas no trecho do Rio Mogi, em grande quantidade, acompanhando a lateral da trilha, que anteriormente era uma estrada, a regio se recomps na maior parte com estas duas espcies, tambm encontramos principalmente o lrio-do-brejo, prximo as torres de energia, locais que foram desmatados para implantao das torres, e foi recomposto principalmente por esta espcie (Tabela 4.1). Na trilha do Poo Payss, aps a torre de energia, no observase a presena destas espcies, que pode-se explicar, pois trata-se de uma trilha com 7 anos, que apesar da supresso da vegetao devido o pisoteamento, no favoreceu a invaso destas espcies.

Foto 4.17 - Presena de Impatiens walleriana

Foto 4.18 - Presena de Hedychium coronarium

Um sinal positivo que se observa nas laterais do trecho da trilha do Rio Mogi e Poo Payss, a presena da samambaia - au (Dicksonia sellowiana) (foto 4.19), vegetao tpica de floresta ambrfila densa.

Foto 4.19 - samambaia - au

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Ainda no que diz respeito aos impactos antrpicos, destaca-se a presena de resduos em diversos pontos de ambas as trilhas, dentre eles: filtros de cigarro, sacolas plsticas, preservativos, pedaos de pano, latas de cerveja e refrigerante, garrafas plsticas, tubo de PVC. Nos quadrantes 1 e 19, foram encontrados lata de tinta vazia (quadrante 1), sacola com garrafa plstica contendo tinta (quadrante 19), que pode acarretar numa possvel contaminao do solo (fotos 4.23 e 4.24). Foi encontrado tambm um recipiente de barro contendo velas e pedaos de carne temperada, ao lado de um curso dgua, condio que pode possibilitar, dentre os quais, desequilbrio ecolgico, quer seja pela ingesto promovida por animais, com conseqncias para a sade do mesmo e sua comunidade, ou pela proliferao de vetores alctones.

Foto 4.24 - Lixo na trilha Foto 4.23 - Lata de cerveja na trilha

No percurso da trilha do Rio Mogi foram observados alguns animais, tais como macuco (Tinamus solitarius), jararacuu (Bothrops jararacussu), minhocuu (Rhinodrilus alatus) foto 4.25, sapos e diversos exemplares de aranhas e insetos. Na parte da trilha do poo Payss, foram observados tei preto (Tupinambis merianae) - no quadrante 3; serelepe (Sciurus aestuans) - no quadrante 9; iguana verde (Iguana iguana )- foto 4.26- no quadrante 18; ninho de macuco (Tinamus solitarius) foto 4.27no quadrante 19, ao lado da trilha. A observao de animais nas trilhas um forte

50

indicativo da necessidade de efetivar um plano de manejo.

Foto 4.25 - Minhocuu (Rhinodrilus alatus)

Foto 4.26 - Iguana verde (Iguana iguana)

Foto 4.27 - Ninho de macuco (Tinamus solitarius)

51

Tabela 4.1 Comparativo das caractersticas entre o trecho da trilha do Rio Mogi e a trilha do Poo Payss. Caracterstica Presena de maria-semvergonha (Impatiens walleriana) Presena de lrio-do-brejo (Hedychium coronarium) Presena de Lixo Deslizamentos reas alagadas Razes expostas Buracos rvores com injuria Cursos dgua ativo Curso dgua inativo Declive Profundidade do leito da trilha Desvio de curso dgua Presena de Clareiras Alargamento da trilha causada por desvio(-) no ocorre (+) baixo (+++) medio (+++++) alto

Trecho da trilha do Rio Mogi +++++

Trilha do Poo Payss (Formoso) -

+++++ +++ +++++ +++ ++ +++++ +++ +++++ +++ +++ +++++ +++ +++++ +++

+ +++++ ++ ++ +++ +++ +++ + +++++ +++ +++ +++++

52

Durante o trabalho de campo, foram observadas inmeras ocorrncias de visitaes ecotursticas desordenadas, na maioria sem monitor ambiental. Estes eventos caracterizaram-se desde pequenos grupos de pessoas (3 a 4 pessoas) a grandes grupos de pessoas (50 pessoas), inclusive, algumas vezes, com crianas de colo, pessoas idosas e pessoas obesas. Por vrias vezes, a equipe de pesquisa foi abordada na trilha, por ecoturistas, com o intuito de responder a perguntas de como chegar ao poo Payss, destacando-se que alguns em horrio imprprio (aps 17h00), sem equipamentos apropriados, e sem quaisquer informaes sobre a trilha (dificuldade, trajeto, extenso). Alm dos impactos ambientais ocasionados pela visitao desordenada, cabe ressaltar os eminentes riscos aos visitantes, pois as trilhas possuem trechos com alta declividade e passagens estreitas margeando precipcios e reas de deslizamento de terra. Em determinados trechos, sobretudo em funo da forma de distribuio da vegetao e do padro desordenado de visitao, encontram-se inmeras bifurcaes, condio que possibilita a perda de rumo dos visitantes. Uma condio efetivamente negativa, sob o ponto de vista da sustentabilidade ambiental da trilha, ocorrncia de visitao intensiva, conduzida por monitores ambientais, com grupos de ecoturistas em torno de 80 a 100 visitantes, em uma mesma jornada. Esta condio, alm de colocar em risco a vida dos visitantes, tambm expe de forma acentuada e descontrolada os recursos naturais, ocasionando efetivo impacto nas trilhas e seus arredores. Nos mapas 4.7 ao 4.20, consta o detalhamento da trilha do Poo Payss

(Formoso) e o trecho da trilha do Rio Mogi, observa-se detalhes como deslizamentos, valas, presena de rochas, presena de curso dgua, mirantes, torres de energia, arvores, arvores mortas, galhos na trilha, entre outras caractersticas

53

A

B

C

D

E

F

G

H

I

7 m altBI4BI4 -14 4 .54

82

82

81-14 3 .67

81

-14 1 .31

80-1 45 .4 2

80

-1 38 .9 4

83

83

84

84

-1 47 .84

79 85

79

-1 3 4.9 2

780,5 M78 -13 4.23

7585 -1 50 .82

75

-12 6.8 9

3M

6M

74 77 M 277 -1 30 .71

74

-1 23 .91

73

73

-1 21 .7 6

72 76 M 276 -12 8.66

72

-1 20 .1 7

1 11 0.0 0

7369539

86

66

66

-1 0 6.2 9

86

-15 5.29

63 64 8787 -1 56 .7 2 64 -10 1.65

63

-1 00 .26

62

62

-9 8.6 2

2

2

-1 .18

67 7171 -1 17 .6 2

67

-10 8 .93

65

65

-10 3.59

2M

68 7070

68

-1 11 .2 9

3 6161

3

-3 .8 9

19191 -17 1.1 8

88

88

-1 59 .3 5

2M

-1 1 5.7 1

27-94 .4 6

27

-38 .7 3

69

69

-11 3.28

1m6060 -93 .1 6

59

5 9-9 1.45

BI3

5M5858 -88 .6 5

30

30

-42 .9 0

28 2929 -4 0.17

28

26-3 9.8 6

26

-3 8.3 2

BI3-9 2.49

4 18 25

4

-7.61

57 8989 -1 63 .1 5

57

-85 .7 7

56

56

55-84 .0 5

31-8 3.52

31

-44 .8 8

55

54

54

-8 0.88

53

51-76 .8 4

51

-7 0.16

53

52

52

-7 2 .13

50

35-70 .0 5

35

34-4 7.64

34

-47 .24

33

32-46 .9 0

32

-4 6.39

33

18

-29 .7 4

50

17

5-27 .7 9

5

-8 .46

17

16

16

-2 6.51

25

-3 7.97

36 9090 -1 64 .48

36

-4 8.56

15 23 3737 -49 .5 0

15

-2 5.93

22-3 5.51

14

14

-2 4.2 9

22

-3 3.0 1

23

24

24

21

21

-3 2.10

-36 .5 7

20

6-31 .5 8

6

-1 0.7 4

BI1

BI1

-1 1.78

20

19

19

13-3 1 .08

13

-23 .4 4

8 11 1212 -2 0 .55 11 -19 .6 3

8

-12 .30

7

7

-1 1.60

BI2 49

BI2

-1 2.5 6

49

-6 8 .05

38 4848 -6 6 .10

38

-5 1.2 0

10

10

-16 .4 8

39 47-17 7.57

39

-5 2.00

9 92 9347 92 -6 3.83

9

-14 .39

93

-17 9.04

106 10710 7 -2 2 9.7 2

10 6

-22 4.1 4

46 9494 -1 84 .03

46

-60 .6 5

73694391081 08 -2 36 .6 1

40 1054m1 05 -2 20 .83

40

-54 .5 7

95

95

-1 85 .1 2

104

104

-2 1 8.4 6

45

45

-5 9.8 6

44

44

-59 .3 0

43

43

-58 .1 7

41 4242 -5 6.9 3

41

-5 6 .60

96

96

-1 90 .1 4

103

10 3

-21 4.0 9

109

10 9

-23 9.1 3

110

1 10

-2 42 .2 6

97 102

97

-1 96 .0 0

10 2

-20 9.61

98 1011 01 -20 7.03

98

-1 99 .7 7

211211 2 -25 3.4 4

111

1 11

-2 48 .1 1

99

99

-2 01 .59

100

10 0

-20 3.03

BI5

BI5

-20 5.47

73693391131 13 -2 59 .9 6

114

1 14

-2 63 .7 1

115 BI6BI6 -27 3.58

1 15

-2 70 .9 9

116

116

-2 7 3.7 4

117

11 7

-27 8.52

118

11 8

-28 0 .69

119

1 19

-2 86 .30

120

1 20

-2 90 .0 5

121

121

-2 9 2.4 5

7369239

122

12 2

-29 5.13

3B3B3

123 A2 A3

1 23

-2 97 .68

A20

A20

-3 01 .4 2

A30

A30

-30 4 .51

A2

-2 96 .8 1

A3

-29 7.6 8

124 B2

B20-30 3.41

B20 -3 07 .00

12 4

B30

B30

-31 0 .74

B2

-30 2.72

125-3 0 1.6 7

12 5

-30 5.32

126

1 26

-3 09 .00

127

12 7

-31 2.6 1

128 C2 C3

12 8

-3 1 4.6 9

C201 29 -31 6 .49

C2 0

-31 9.08

C30

C 30

-32 3.7 7

4 Metros129C2 -3 12 .61

C3

-3 10 .70

130 D2 D3

13 0

-31 7.22

D20

D20

-3 20 .4 8

D30

D30

-3 25 .4 8

D2

-31 4.80

131D3 -3 12 .5 5

1 31

-3 18 .1 2

132

1 32

-3 18 .7 8

133

13 3

-32 0.31

4 Metros13413 4 -32 5.94

135

1 35

-3 27 .3 7

7369139136 E2 E31 36 -3 32 .6 7

E20-3 36 .4 1

E20

-3 36 .5 7

E2

E3

-3 38 .6 6

137

E30-33 9.14

E30

-3 42 .7 3

13 7

F2 F3

F20-34 3.53

F20

-3 41 .2 2

F2

138

1 38

-3 40 .8 4

F30-34 5 .26

F3 0

F3

-34 7.65

139

13 9

-34 2.8 7

140

140

-3 4 3.8 3

141 142

1 41

-3 44 .8 9

1 42

-3 45 .2 4

143 144-34 8.70

1 43

-3 47 .55

G3

G2-3 4 8.3 5

14 4

G2

-35 0.09

G3

G20

G2 0

-34 6 .67

G30 H2 145-3 53 .8 7 14 5

G30

-3 48 .4 0

47369039J3J3 -4 00 .0 9

H3

H2

-35 4.74

H3

-3 53 .5 2

H20 1461 46 -3 61 .87

H20

-3 53 .3 5

H30

H30

-3 52 .3 0

4 Metros1471 47 -3 74 .52

148

14 8

-37 7.4 8

5 METROS149 I3I3 -3 8 9.9 9 1 49 -3 83 .3 4

6 METROSI2I2 -38 7 .57

J2

J2

-40 2 .67

151 152

150-40 1.2 8

1 50

-3 90 .9 9

15 1

I20-4 06 .8 2

I20

-3 87 .7 4

1 52

J20

J20

-40 7.02

8 METROSJ30 155 157 1581 58 -4 20 .6 9 15 7 -41 7.90 155 -4 1 4.5 0 J30 -41 3.97

I30

I30

-3 95 .2 9

154 156156 -4 1 6.8 8

153-4 1 2.3 9

1 53

-4 10 .9 3

154

159

1 59

-4 22 .1 1

365665

365765

365865

365965

366065

366165

366265

366365

366465

366565

366665

366765

366865

366965

MAPA DE DETALHAMENTO DA TRILHA DO POO PAYSS (FORMOSO) E DO TRECHO DA TRILHA DO RIO MOGI0m 50 m 100 m

LEGENDAS:vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa rochas rvore rvore morta riacho, rio, nascente SECA galho/tronco raizes/cipo deslizamento rvore caida torre rvore inclinada bromelias Declive acentuado Pontos de referencia do mapeamento linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores inclinao acentuada/buraco /pequeno deslizamento na trilha

Mapa 4.7 Mapa de detalhamento da Trilha do Poo Payss (Formoso) e trecho da trilha do Rio Mogi

54

A

108

109

109 -239.13

110110

-242.26

111

2

111 -248.11

112

112 -253.44

113

113 -259.96

114

114 -263.71

115 BI6BI6 -273.58

115 -270.99

116

116 -273.74

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.8 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro A2

55

A115 BI6BI6 -273.58 115 -270.99

116

116 -273.74

117

117 -278.52

118

118 -280.69

119

119 -286.30

120

120 -290.05

121

121 -292.45

122

122 -295.13

123

123 -297.68

A20

A20 -301.42

A30

A30 -304.51

A2

A2 -296.81

A3

A3 -297.68

3B2B2 -302.72

124

B20124 -303.41

B20 -307.00

B30

B30 -310.74

125 B3B3 -301.67

125 -305.32

126

126 -309.00

127

127 -312.61

128

128 -314.69

C20 4 Metros 129129 -316.49

C20 -319.08

C30

C30 -323.77

C2

C2 -312.61

C3

C3 -310.70

130

130 -317.22

D20

D20 -320.48

D30

D30 -325.48

D2

D2 -314.80

131 D3D3 -312.55

131 -318.12

132

132 -318.78

133

133 -320.31

4 Metros 134134 -325.94

135

135 -327.37

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.9 Mapa de detalhamento da Trilha do Poo Payss (Formoso) e trecho da trilha do Rio Mogi Quadro A3

56

A135135 -327.37

136

136 -332.67

E20 E2E2 -336.41

E20 -336.57

E3

E3 -338.66

137

E30-339.14

E30 -342.73

137

F2

F20-343.53

F20 -341.22

F2

138

138 -340.84

F3

F30-345.26

F30 -347.65

F3

139

139 -342.87

140

140 -343.83

141

141 -344.89

142

142 -345.24

143

143 -347.55

4

G3

G2-348.35

144-348.70

144 -350.09

G2

G3

G20

G20 -346.67

G30

G30 -348.40

H3

H2-353.52

145-353.87

145 -354.74

H2

H3

H20 146146 -361.87

H20 -353.35

H30

H30 -352.30

4 Metros 147

147 -374.52

148

148 -377.48

5 METROS 149 J3 I3J3 -400.09 I3 -389.99 149 -383.34

6 METROS I2I2 -387.57 -402.67

J2

J2

151

150151 -401.28

150 -390.99

I20 152152 -406.82

I20 -387.74

J20

J20 -407.02

8 METROS J30 155 157 158158 -420.69 157 -417.90 155 -414.50

I30J30 -413.97

I30 -395.29

153154 -412.39

153 -410.93

154 156156 -416.88

159

159 -422.11

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.10 Mapa de detalhamento da Trilha do Poo Payss (Formoso) e trecho da trilha do Rio Mogi Quadro A4

57

B

7 m alt BI4BI4 -144.54

82

82

81-143.67

81 -141.31

80 84

80

-138.94

83

83 -145.42

84

-147.84

79

79 -134.92

78 0,5 M78 -134.23

85

85

-150.82

86

86 -155.29

87

87 -156.72

1

91

91

-171.18

92 93

92 -177.57

93 -179.04

106 107107-229.72

106 -224.14

94

94 -184.03

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco raizes/cipo

Mapa 4.11 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro B1

58

92

92 -177.57

93

93 -179.04

106 107107 -229.72

B-224.14

106

94

94 -184.03

1054m

105 -220.83

95

95 -185.12

104

104 -218.46

108

108 -236.61

96

96 -190.14

103

103 -214.09

109

109 -239.13

97

97 -196.00

102

102 -209.61

2

98 101101 -207.03

98 -199.77

99

99 -201.59

100

100 -203.03

BI5

BI5 -205.47

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco raizes/cipo

Mapa 4.12 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro B2

59

C

m alt

38.94

79 85

79

-134.92

78 0,5 M78

-134.23

7585 -150.82

75 -126.89

3M 74 77 2 M 8677 -130.71 74 -123.91

73

73 -121.76

6M 76 2 M76

72

72

-120.17

66

66 -106.29

86 -155.29

-128.66

63 6464 -101.65

63

-100.26

62

87

62 -98.62

87 -156.72

67 71 2M71 -117.62

67 -108.93

65

65 -103.59

68 70 2M

68 -111.29

1

88

88 -159.35

70 -115.71

69

69 -113.28

89

89

-163.15

90

90 -164.48

91

91

-171.18

92 93

92 -177.57

93 -179.04

94

94 -184.03

95

95 -185.12

0m96

50 m

100 m

96

-190.14

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.13 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro C1

60

D

66

66 -106.29

63 6464 -101.65

63 -100.26

62

62 -98.62

67

67 -108.93

65

65

-103.59

68

68 -111.29

16969 -113.28

61

61 -94.46

59 6060 -93.16

59 -91.45

1m

BI3

5M 5858 -88.65

BI3 -92.49

57

57 -85.77

56

56 -84.05

55

55

-83.52

54

54

-80.88

53

53 -76.84

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.14 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro D1

61

E

15858 -88.65

57

57

-85.77

56

56 -84.05

55

55

-83.52

54

54

-80.88

53

5153 -76.84

51 -70.16

52

52

-72.13

50

50 -70.05

49

49 -68.05

48

48 -66.10

47

47

-63.83

46

46

-60.65

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.15 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro E1

62

F

1

32 35 3435 -47.64 34 -47.24

32 -46.39

33

33 -46.90

36

36 -48.56

37

37 -49.50

3848 -66.10

38 -51.20

48

39

39 -52.00

47

47 -63.83

46

46 -60.65

40

40 -54.57

0m

45

45 -59.86

44

50 m-59.30

100 m4343 -58.17

44

41 4242 -56.93

41 -56.60

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.16 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro F1

38

38 -51.20

39

63

39 -52.00

47

47 -63.83

46

F46 -60.65

40

40 -54.57

45

45

-59.86

44

44

-59.30

43

43 -58.17

41 4242 -56.93

41 -56.60

2

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.17 Mapa de detalhamento da Trilha do Poo Payss (Formoso) e trecho da trilha do Rio Mogi Quadro F2

64

G

127 3030 -42.90 27 -38.73

28 2929 -40.17

28 -39.86

26

26 -38.32

31 3535

31

-44.88

34-47.64

34 -47.24

33

3233 -46.90

32 -46.39

18 25

18 -29.74

17

17

-27.79

25 -37.97

36

36 -48.56

23 2424 -36.57

22-35.51

22

-33.01

23

21

21

-32.10

20

20 -31.58

19

19 -31.08

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.18 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro G1

65

B

2

18 18-29.74

17 17-27.79

1616 -26.51

23 23 -35.51

22 22-33.01 21 21 -32.10 20 20 -31.58 1919 -31.08

15 15 -25.93

14 14 -24.29

13 13 -23.44

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.19 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro H1

66

I

1 11

0.00

2

2

-1.18

1

3

3

-3.89

4

4

-7.61

5

5 -8.46

14

14 -24.29

6 1313 -23.44

6

-10.74

BI1

BI1 -11.78

8 11 1212 -20.55 11 -19.63

8

-12.30

7

7 -11.60

BI2

BI2 -12.56

10

10

-16.48

9

9

-14.39

0m

50 m

100 m

LEGENDAS:torre vegetao rasteira solo encharcado clareira riacho/rio/nascente ativa linha de trena Plataforma do Mirantinho deslizamento menores rochas rvore raizes/cipo rvore morta deslizamento riacho, rio, nascente SECA Declive acentuado rvore inclinada pequeno deslizamento na trilha Pontos de referencia do mapeamento rvore caida galho/tronco

Mapa 4.20 Mapa de detalhamento do trecho da trilha do Rio Mogi Quadro I1

67

5 - CONSIDERAOES FINAIS

A trilha do poo Payss, tem sido utilizada pelos visitantes como uma forma de relaxar, e fugir do estresse da cidade, como esta localizada perto de uma grande metrpole como So Paulo, durante fins de semanas de sol. Percebe-se a ausncia de educao, principalmente relacionada s questes ambientais, dos visitantes, que jogam filtros de cigarros e vrios outros resduos nas trilhas, na cachoeira, que marcam as rvores com seus nomes, descem a trilha com caixas de isopor, lotadas de bebidas e acabam deixando algumas latas pelo caminho. Porm, tambm observou-se visitantes preocupados com a natureza e conscientes, que sobem a trilha, no levando apenas seu lixo, mas o lixo de outros tambm. Levando em considerao os impactos ambientais avaliados neste trabalho, necessria a adoo de medidas de curto e longo prazo, desenvolvidas pela administrao do Parque Estadual da Serra do Mar- Ncleo Itutinga-Piles em conjunto com rgos governamentais responsveis, em nvel municipal e estadual, para minimizar os impactos ambientais negativos encontrados. sugerida a implantao de um plano de manejo, que torne possvel, a fiscalizao regular de entrada de visitantes, limitando o nmero de visitantes, acompanhados com monitores ambientais, preparados para no somente levar o visitante at o Poo Payss, mas que tambm transmita conceitos de cunho ambiental, tornando um passeio seguro, educativo e com o mnimo de impactos ambientais na trilha. Outra ao importante delimitar a rea da trilha de pisoteamento, permitindo que as laterais se recuperem. necessrio a realizao de um estudo de capacidade de carga fsica nas trilhas do Rio Mogi e Poo Payss. Durante o trabalho de mapeamento, observou-se o gradiente topogrfico alto, no final da trilha do Poo Payss, que apresenta risco de vida, aos visitantes, sendo necessria a construo de escadas nesse percurso da trilha, para segurana dos visitantes e minimizar os impactos ambientais. Em trechos da trilha do Rio Mogi, com alta declividade e passagens estreitas margeando precipcios e reas de deslizamento de terra, recomenda-se implantao de

68

pontes ou pinguelas com corrimo. Recomenda-se a implantao de placas de sinalizao, indicando: reas de deslizamento de terra, alta declividade, reas de recuperao ambiental, placas informativas do Parque( com percurso da trilha, grau de dificuldade), placas com apelos ambientais, como no danificar as arvores, no alimentar e no coletar espcies da fauna. Na construo de uma trilha interpretativa, importante a implantao de placas de identificao e caractersticas de algumas das principais rvores da Mata Atlntica, encontradas nas trilhas. O mapeamento realizado mostrou-se uma ferramenta importante, tendo em vista a possibilidade de observar os impactos de forma sistmica, contudo, para a realizao de um estudo mais aprofundado, necessrio uma ampliao da rea amostral e o acrscimo de outros parmetros biolgicos. Visando assim, diminuir os impactos ambientais negativos, mas manter a relao homem e natureza, desenvolvendo a conscincia ambiental, pois a partir do conhecimento, entendendo a importncia desse ecossistema to rico e necessrio a vida, que o homem aprender a proteger.

69

6 REFERNCIAS

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ZILLER, Slvia Renate, M.Sc., Dr. Os processos de degradao ambiental originados por plantas exticas invasoras. [artigo cientfico] Disponvel em: . Acesso em: 14 fev. 2010

71

APNDICE A - Tabela - Condies da flora nos quadrantes Tabela A.1 - Condies da flora nos quadrantes

Quadrante rvores DAP Injria Viva 1 t1 3,8 no sim 1 t2 4,5 no sim 1 t3 5,7 no sim 1 t4 3,2 no sim 1 t5 3,8 no sim 1 t6 27,4 no sim 1 t7 3,5 no sim 1 t8 12,4 no sim 1 t9 12,4 no sim 1 t10 8,0 no sim 1 t11 13,1 no sim 2 t12 10,2 no sim 2 t13 57,3 sim sim 2 t14 33,4 no sim 2 t15 10,2 no sim 2 t16 5,7 no sim 2 t17 12,7 no sim 2 t18 3,8 no sim 2 t19 3,2 no sim 2 t20 47,1 no sim 2 t21 8,0 no sim 2 t22 10,5 no sim 2 t23 3,5 no sim 2 t24 7,6 no sim 2 t25 10,5 no sim 2 t26 8,0 no sim 2 t27 6,4 no sim 2 t28 4,8 no sim 2 t29 3,2 no sim 2 t30 6,4 no sim 2 t31 25,5 no sim 2 t32 24,5 no sim 2 t33 18,8 no sim 2 t34 6,4 no sim

72

2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4

t35 t36 t37 t38 t39 t40 t41 t42 t43 t44 t45 t46 t47 t48 t49 t50 t51 t52 t53 t54 t55 t56 t57 t58 t59 t60 t61 t62 t63 t64 t65 t66 t67 t68 t69 t70 t71 t72 t73 t74 t75

8,0 12,7 12,7 4,5 8,3 4,5 4,1 4,1 3,8 29,6 19,1 7,3 20,1 12,7 5,1 3,8 18,1 20,7 18,5 8,3 15,9 13,4 12,1 3,8 8,0 27,1 4,5 5,7 11,5 4,8 3,5 4,1 6,4 8,9 4,1 19,1 3,8 7,6 3,5 13,7 36,0

no no no no no no no no no sim sim no no no no no no no no no no no sim no no sim no no no no no no no no no no no no no no no

sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim

73

4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

t76 t77 t78 t79 t80 t81 t82 t83 t84 t85 t86 t87 t88 t89 t90 t91 t92 t93 t94 t95 t96 t97 t98 t99 t100 t101 t102 t103 t104 t105 t106 t107 t108 t109 t110 t111 t112 t113 t114 t115 t116

11,8 7,0 5,1 8,6 16,6 19,4 4,8 5,4 4,5 5,7 3,8 18,5 6,7 4,5 7,3 20,7 3,5 3,2 4,1 21,0 7,6 20,4 29,0 6,4 3,5 5,4 11,8 4,1 6,7 16,9 11,5 5,4 8,3 10,5 3,8 4,5 16,2 11,8 9,9 14,0 6,0

no no no no no no sim sim no no no sim no no no no no no no no no no no no no no no no no no sim no no no sim sim no no no no no

sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim

74

6 6 6 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8

t117 t118 t119 t120 t121 t122 t123 t124 t125 t126 t127 t128 t129 t130 t131 t132 t133 t134 t135 t136 t137 t138 t139 t140 t141 t142 t143 t144 t145 t146 t147 t148 t149 t150 t151 t152 t153 t154 t155 t156 t157

3,8 4,8 12,1 5,1 5,4 6,4 14,0 26,1 6,4 4,1 16,6 5,4 15,6 14,6 14,0 4,5 6,4 10,8 3,8 6,0 22,0 10,5 27,1 30,9 14,3 10,2 15,0 9,5 3,2 6,0 6,7 3,5 15,0 3,2 5,1 4,8 9,9 6,7 8,0 22,6 4,5

no no no no no no no no sim no no no no no sim sim no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no sim sim no sim

sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim no sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim

75

8 8 8 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 10 10 10 10 10 10 10 10 10

t158 t159 t160 t161 t162 t163 t164 t165 t166 t167 t168 t169 t170 t171 t172 t173 t174 t175 t176 t177 t178 t179 t180 t181 t182 t183 t184 t185 t186 t187 t188 t189 t190 t191 t192 t193 t194 t195 t196 t197 t198

3,8 17,5 4,1 4,8 3,5 7,6 3,2 4,8 5,7 6,0 7,0 7,0 4,1 18,5 36,3 8,0 12,1 8,0 13,4 33,4 10,2 13,4 12,1 10,2 13,1 8,0 8,0 6,4 6,0 14,6 35,0 9,9 3,2 3,8 3,8 5,1 4,1 10,2 14,0 6,4 6,7

no no no sim sim no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no no

sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim

76

10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 1