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ESCOLA ESTADUAL “INTERVENTOR ALCÍDES LINS” “Educando, formando e instruindo” Aluno: N°: Professora: Alessandra Lana R. de A Gomes Turma: Disciplina:Língua Portuguesa Atividade : Avaliação Bimestral Data . Questão 01 Leia cuidadosamente o Pop Card abaixo: Assinale a alternativa que apresenta uma leitura ADEQUADA sobre o texto acima. a) A expressão facial do senhor não representa o estado de espírito de quem padece de diabetes. b) O semblante do homem não pode significar que ele possui o plano de saúde em questão. c) O fato de o ator escolhido ser um idoso pode não prestar à associação entre a idade dele e a doença como sendo típica dessa faixa etária. d) Fotografado numa piscina, o personagem se afasta de um modelo de homem ativo e saudável, fim do plano de saúde divulgado. e) O uso do advérbio “sempre” e do adjetivo “cheio” pode se relacionar ao fato de o homem ter uma idade avançada. Leia com atenção o texto: TEXTO II Aonde foi parar a boa e velha desordem brasileira? O avião decolou do Rio de Janeiro e embicou para Belém num céu de brigadeiro. Praticamente não havia nuvens entre as janelas dos passageiros e o 1

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ESCOLA ESTADUAL “INTERVENTOR ALCÍDES LINS”“Educando, formando e instruindo”

Aluno: N°:

Professora: Alessandra Lana R. de A Gomes Turma:

Disciplina:Língua Portuguesa Atividade : Avaliação Bimestral Data.Questão 01Leia cuidadosamente o Pop Card abaixo:

Assinale a alternativa que apresenta uma leitura ADEQUADA sobre o texto acima.

a) A expressão facial do senhor não representa o estado de espírito de quem padece de diabetes.b) O semblante do homem não pode significar que ele possui o plano de saúde em questão.c) O fato de o ator escolhido ser um idoso pode não prestar à associação entre a idade dele e a doença

como sendo típica dessa faixa etária.d) Fotografado numa piscina, o personagem se afasta de um modelo de homem ativo e saudável, fim do

plano de saúde divulgado.e) O uso do advérbio “sempre” e do adjetivo “cheio” pode se relacionar ao fato de o homem ter uma idade

avançada.

Leia com atenção o texto:

TEXTO II

Aonde foi parar a boa e velha desordem brasileira?

O avião decolou do Rio de Janeiro e embicou para Belém num céu de brigadeiro. Praticamente não havia nuvens entre as janelas dos passageiros e o mundo lá embaixo. E o vôo, com três horas de duração e praticamente sem serviço de bordo, era um convite irrecusável a aproveitar a estiagem para ver, ao vivo, o que não passava de um mapa colorido de verde nas aulas de geografia, do tempo em que as escolas tinham aula de geografia.

A rota percorria a linha imaginária daquilo que o Brasil sempre chamou de sertão, uma autêntica Tordesilhas do interior supostamente impenetrável. Mas cadê o sertão? Com a estiagem amarelando a serra do Espinhaço, na primeira hora de viagem o mar de morros descascados foi logo avisando que tudo o que havia a conquistar o País já conquistou. Dali, a mais de dez mil metros de altitude, não se via uma nesga de terra sem a marca da grande marcha para o oeste, que levou a civilização brasileira a bater nos contrafortes dos Andes.

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“É uma paisagem cicatrizada pelo trabalho humano”, dizia o historiador Warren Dean, de um jato como esse, logo no primeiro parágrafo de A ferro e fogo, o réquiem da Mata Atlântica. Ele inventariou seus resultados há mais de 13 anos, pelas “voçorocas alaranjadas e gredosas, incisões talhadas por séculos de mineração, a agricultura e pecuária imprevidentes” na “colcha de retalhos”, onde as estradas parecem “abertas por formigas cortadeiras”.

Mas ele não viu, embora adivinhasse, o que viria depois. Faltou-lhe o cerrado Brasil adentro, onde a topografia se acalma e o sertão vai ficando cada vez mais geométrico, como se fosse desenhado a régua e compasso. Em fins de agosto, a seca acentuava os círculos exatos dos campos verdes, irrigados pela chuva artificial de longos braços pivotantes. A seu redor, as cercas repartiam os pastos com traços retos. As máquinas agrícolas acabavam de pentear o solo em sulcos uniformes. E, onde alguém se lembrou de fingir que cumpre os requisitos da reserva legal, os tufos de vegetação mais ou menos nativa pareciam ainda mais artificiais do que as áreas cultivadas, com seus recortes triangulares, quadrados, trapezoidais, no meio da ganância generalizada.

Nesse ritmo, entrou-se na Amazônia sem perceber. O Brasil só voltaria a ser ele mesmo, em sua esfuziante bagunça primordial, pouco antes do pouso, quando o avião contornou, em longa curva, as matas encharcadas das várzeas que cercam Belém. Mas aí era tarde. A maior parte do País já tinha ficado para trás, quase irreconhecível nesta época do ano, selvagem de menos, organizada de mais. Nesta terra onde se reclama tanto da desordem urbana, mal se fala do excesso de ordem agrícola no campo, onde a desordem original faz tanta falta.

Aonde foi parar a natureza exuberante e caótica, que fez o escrivão Pero Vaz de Caminha confessar ao rei dom Manuel que era impossível descrever este pedaço de novo mundo, porque aqui só se viam árvores por todos os lados na baía do descobrimento? Talvez na gravura em que, 200 anos atrás, o diplomata Claude François Fortier, Conde de Clarac, às portas do Rio de Janeiro, reproduziu folha a folha sua espantosa profusão de formas. Ela é o modelo clássico da floresta tropical nos museus europeus. E começa a fazer falta nas cartilhas escolares, para que os brasileiros cresçam conhecendo o lugar em que nasceram.

Fonte: (CORRÊA, M. S. Isto É, 2027, p. 122, 10 set. 2008).QUESTÃO 02Assinale a alternativa que APRESENTA a proposta central do texto.

a) O Brasil deve voltar a ser uma bagunça.b) O Brasil não deve reclamar da ordem agrícola.c) O Brasil só apresenta bagunça na Amazônia.d) O Brasil precisa aprender com a desordem natural.

QUESTÃO 03Assinale a expressão que, DE ACORDO com o sentido global do texto, denota um ponto de vista positivo.

a) desordem originalb) ganância generalizadac) paisagem cicatrizadad) agricultura e pecuária imprevidentes

QUESTÃO 04De acordo com o contexto, nas expressões “Aonde foi parar a boa e velha desordembrasileira?” (título) e “Faltou-lhe o cerrado Brasil adentro, onde a topografia seacalma [...]” (linhas 20-21), os termos aonde e onde significam, respectivamente:

a) a que lugar / queb) por onde / no qualc) por onde / qued) em que lugar / no qual

QUESTÃO 05 “Talvez na gravura em que, 200 anos atrás, o diplomata Claude François Fortier,Conde de Clarac, às portas do Rio de Janeiro, reproduziu folha a folha suaespantosa profusão de formas.” (linhas 40-42)

Para se compreender o período transcrito acima, é necessário identificar a relaçãode referência entre o pronome sua e:

a) o escrivão Pero Vaz de Caminha.b) a natureza exuberante.

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c) as cartilhas escolares.d) a ordem urbana..

QUESTÃO 06 Leia as afirmativas a seguir.1. A tira demonstra que afirmar que algo foi dito implica, necessariamente, afirmar que o que foi dito é verdadeiro.2. A resposta dada no segundo quadrinho mostra que a pergunta feita no primeiro quadrinho é ambígua.3. A resposta do segundo quadrinho permite concluir que o produto em questão se conserta sozinho.Com base na tira, é CORRETO afirmar que

a)somente a afirmativa 1 é verdadeira.b)somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.c)somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.d)somente a afirmativa 2 é verdadeira.e)somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

As questões 7 e 8 são baseadas neste texto:

TEXTO II Compro, logo existo.

Templo de culto à mercadoria, o modelo do Shopping Center, como o conhecemos hoje, nasceu nos Estados Unidos na década de 1950. São espaços privados, objetivamente planejados, para a supremacia da ação de comprar. O que se compra nesses centros, contudo, é muito mais do que mercadoria, serviços, alimentação e lazer. Compra-se distinção social, sensação de segurança e ilusão de felicidade e liberdade.

O Shopping Center é um centro de comércio que se completa com alimentação, serviços e lazer. Ali o consumidor de mercadorias se mistura com o consumidor de serviços e de diversão, sentindo-se protegido e moderno. Fugindo de aspectos negativos dos centros das cidades e da busca conjunta de soluções para eles, os Shopping Centers vendem a imagem de serem locais com uma melhor “qualidade de vida” por possuírem ruas cobertas, iluminadas, limpas e seguras: praças, fontes, bulevares recriados, cinemas e atrações prontas e relativamente fáceis de serem adquiridas – ao menos para os que podem pagar. É como se o “mundo de fora”, a vida real, não lhes dissesse respeito...

O que essa catedral das mercadorias pretende é criar um espaço urbano ideal, concentrando várias opções de consumo e consagrando-se como “ponto de encontro para uma população seleta de seres “semiformados”, incompletos, que aceitam fenômenos historicamente construídos como se fizessem parte do curso da natureza.

O imaginário que se impõe é o da plenitude da vida pelo consumo. Nesses espaços, podemos ocupar-nos apenas dos nossos desejos – aguçados com as inúmeras possibilidades disponíveis de aquisição. Prevalece a idéia do “compro, logo existo”.

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Além disso, esse mundo de sonhos que é o Shopping Center acaba reforçando nas pessoas uma visão individualista da vida, onde os valores propagados são todos relacionados às necessidades e aos desejos individuais – “eu quero, eu posso, eu compro”.

(Valquíria Padilha. A sociologia vai ao Shopping Center. Ciência Hoje, maio de 2007, p. 30-35. Adaptado.)

QUESTÃO 07

O Texto 2, na forma mais, ou menos explícita como aborda o tema escolhido, convoca o leitor a aceitar (assinalar V ou F e depois selecionar a seqüência correta):

( ) a plenitude da vida, que é garantida pela alegria de poder “consumir”.( ) a urgência de criação de espaços urbanos ideais, a serviço da população seleta e formada. ( ) os riscos subjacentes ao engodo que pode existir na ligação entre ‘comprar’ e ‘ser feliz’.( ) os valores inerentes às funções dos centros comerciais, onde sobressai o lado solidário do homem.( ) a superação do individualismo e o fortalecimento da compreensão do valor da vida solidária.

a)FFVFVb)FFFFVc)FVFFVd)VFVFVe)FFVFF

QUESTÃO 08 A referência a Shopping Centers foi realizada no Texto 2 por meio de expressões como (assinalar V ou F e depois selecionar a seqüência correta):

( ) “Templo de culto à mercadoria” (parágrafo 1).( ) “essa catedral das mercadorias” (parágrafo 3).( ) “O imaginário que se impõe” (parágrafo 3).( ) “Nesses espaços” (parágrafo 3).( ) “esse mundo de sonhos” (parágrafo 4).

a)VVFVVb)FVFVVc)VVVVVd)FVVVVe)VFVVV

TEXTO VIILeia atentamente a placa abaixo.

c

QUESTÃO 09

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Todas as alternativas apresentam elementos que o autor da placa usou para valorizar seu produto, EXCETO:

a) expor a raça do animal.b) uso do diminutivo.c) explicitar o tipo de alimentação fornecida.d) variar as cores de tintas usadas.e) mostrar um hábito alimentício do felino.

“Aquele que não luta pelo futuro que quer, deve aceitar o futuro que vier” Boa sorte!

TEXTO III.

Linguagem e interação

Maria Marta Furlaneto.

É interessante observar que, já no século XIX, a chamada função comunicativa da linguagem foi relegada a segundo plano, quando W. HUMBOLDT a encarou como acessória. Façamos parênteses: se ainda hoje – mesmo que por força de expressão – salienta-se a função comunicativa (retomada através de SAUSSURE, no Curso de lingüística geral), é que o foco de interesse dos estudiosos se desloca ciclicamente na história. Pois bem, para o primeiro plano passou "a função formadora da língua sobre o pensamento, independente da comunicação" (BAKHTIN, 1992, p. 289).

HUMBOLDT entendia que a língua é indispensável ao homem para pensar, mesmo que estivesse sempre sozinho. É a função expressiva, portanto, que se passa a focalizar (exteriorização do pensamento). BAKHTIN, porém, avalia que "a linguagem é considerada do ponto de vista do locutor como se este estivesse sozinho, sem uma forçosa relação com os outros parceiros da comunicação verbal" (ibid, p. 289).

Por outro lado, o que se generalizou, hoje, como função comunicativa corresponde a um arcabouço pobre, considerando a complexidade das relações humanas. Com efeito, os termos ‘falante-emissor’, ‘ouvinte-receptor’ pressupõem um papel ativo para o primeiro e passivo para o segundo (recepção / compreensão). Embora tal esquema corresponda a um aspecto do real, é falho quando se pretende que represente o todo da comunicação. BAKHTIN salienta que quem ouve um discurso adota para com ele uma atitude "responsiva ativa", ou seja: concorda, discorda, completa, adapta, executa – mesmo que em grau muito variável. E quem fala, por outro lado, não diz apenas palavras num mercado de simples troca de informações – pelo contrário, as palavras representam, na troca efetiva, pedidos, súplicas, ameaças, interrogações, manifestações de carinho, apreço, solidariedade; ou seja, o discurso tem a materialidade de seu selo histórico. Dizer e escutar palavras, assim, é só uma pequena parte do que se pode entender por comunicação.

Tendo em vista que o aspecto da compreensão é de importância crucial no processo de interação humana, gostaríamos de sintetizar aqui as várias facetas deste fenômeno, do ponto de vista de BAKHTIN.

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Para ele, a compreensão passiva das significações do discurso ouvido não é senão uma etapa do processo que é a compreensão responsiva ativa, que corresponde a uma resposta subseqüente que, entretanto, não precisa ser fônica ou gráfica; no caso de uma ordem, ela pode realizar-se como um ato; pode, mesmo, corresponder a uma atitude que se retarde por algum tempo, e ainda ao mutismo da indiferença. Isto também vale para o discurso lido ou escrito. O próprio locutor, é claro, pressupõe a compreensão ativa responsiva: ele não esperaria que seu pensamento fosse simplesmente duplicado no espírito do outro; "o que espera é uma resposta, uma concordância, uma adesão, uma objeção, uma execução, etc." (1992, p. 291). Além disto, o locutor é também um virtual respondente, na medida em que não é o primeiro que rompe o silêncio de um mundo mudo: além do sistema da língua que utiliza e é partilhado pelos outros, ele também conta com a existência de enunciados anteriores, dele e de todos os outros – enunciados que, nas suas diversas formas, compõem um imenso arquivo nas comunidades lingüísticas. Cada enunciado funciona como um elo numa cadeia complexa de outros enunciados.

É especialmente para este papel ativo do outro que chamamos a atenção, uma vez que a concepção de linguagem como comunicação tem esquecido a bilateralidade do processo. Em suma, os enunciados concretos, como unidades interativas, se determinam pela alternância dos sujeitos, dos locutores; suas fronteiras, portanto, são sempre aquelas que se constroem com os outros. É a esse dispositivo essencial da vida comunitária que BAKHTIN chama dialogismo. O modo mais direto e evidente dessa alternância é, sem dúvida, o que chamamos tradicionalmente de diálogo, que é, então, apenas a forma mais simples e clara do dialogismo constitutivo. Cada réplica de um diálogo tem, segundo Bakhtin, um acabamento específico, que expressa uma posição do locutor, na medida em que ele faz parte de uma comunidade – desempenhando, portanto, papéis determinados em relação aos outros. Exemplos de relações entre réplicas: pergunta-resposta, asserção-objeção, oferecimento-aceitação.

Fonte: http://br.geocities.com/agatha_7031/inter.html#LINGUAGEM (Acessado em 07/12/2008).

QUESTÃO 09 (Descritor: Distinguir posicionamentos enunciativos em texto apresentado).

Assunto: Procedimento de leitura / a língua(gem) como interação.

Assinale a alternativa que FOGE à explanação do autor.

a) Citando Bakhtin, a autora menciona que é costume do locutor, na comunicação, conceber um interlocutor.b) Moldada - a comunicação - na relação entre emissor e receptor, o texto expõe o caráter ativo do ouvinte.c) Mesmo aparentemente contraditório, a resposta do interlocutor pode residir na “indiferença do mutismo”.d) Devido à aleatoriedade dos enunciados, estes se configuram como peças desprovidas de elo entre si.e) Com exceção da objeção, a resposta e a ressalva são procedimentos que instauram a bilateralidade da comunicação.

QUESTÃO 10 (Descritor: Identificar a finalidade do texto).

Assunto: Procedimento de leitura / a língua(gem) como interação.

Assinale alternativa que APRESENTA o objetivo do texto.

a) Expor que a linguagem foi feita a partir do pensamento humano.b) Discutir o caráter responsivo da linguagem.c) Exemplificar as maneiras de se estabelecer elos comunicativos.d) Analisar a alternância dos sujeitos-locutores.e) Especular o modo como se dão os posicionamentos dos interlocutores em objeções.

QUESTÃO 11 (Descritor: Identificar pressupostos e implícitos em enunciados).

Assunto: Procedimento de leitura / sobre leitura textos e leitores.

Assinale a alternativa em que o termo grifado FOGE à exclusividade do campo semântico da área da análise do discurso.

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a) “(..) o que se generalizou, hoje, como função comunicativa corresponde a um arcabouço pobre,b) “ Com efeito, os termos ‘falante-emissor’ pressupõem um papel ativoc) “E quem fala (...) não diz apenas palavras num mercado de simples troca de informações...”d) “Além disto, o locutor é também um virtual respondente,”e) “(...) ele também conta com a existência de enunciados anteriores, dele e de todos os outros”

TEXTO IV

Fonte: http://kibeloco.com.br/kibeloco/page/3/ (acessado em 08/12/2008).

TEXTO V

Se Vasco cair, Eurico ameaça “implodir” Dinamite.

O ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, mandou um recado ameaçador ao atual mandatário, Roberto Dinamite, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

“Pense muito no que está fazendo com o Vasco, porque você não vai sair impune disso. Garanto que, nem que seja a última coisa que eu venha a fazer na minha vida, se o Vasco cair para a Segunda Divisão, eu vou acabar com você, com as suas vidas política e particular. Você só merece isso. Estou dizendo isso com todas as letras. Faça o diabo para impedir que o Vasco seja rebaixado. Pode continuar fazendo as suas

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lambanças, a sua auditoria, mas não deixe o Vasco cair. Se o Vasco for para a segunda divisão, eu vou acabar com você”, disparou.

Fonte: http://blog.miltonneves.ig.com.br/2008/10/21/se-vasco-cair-eurico-ameaca-implodir-com-dinamite/ (acessado em 08/12/2008).

QUESTÃO 12 (Descritor: relacionar intencionalidade com intertextualidade).

Assunto: Procedimento de leitura / literatura e intertextualidade.

Tendo em vista os textos III e IV, assinale a alternativa COERENTE acerca dos dois textos.

a) Fazendo referência a um filme, o site de humor não faz uma pilhéria, aludindo à remota possibilidade de o time em questão se manter na primeira divisão.b) O fato de o patrocinador se chamar champs – “campeão” em inglês – não se configura como uma ironia em relação à situação do clube.c) Para o leitor que não está familiarizado com o futebol, o título do texto IV pode contribuir na construção do significado do III.d) Ambos os textos, fazendo menção ao rebaixamento da equipe carioca, mostram-se como expressões de contrariedade ao rebaixamento.e) A força semântica de “milagre” não pode se referir, com proporção de eventos bíblicos, à dificuldade em solucionar a situação do time.

QUESTÃO 13 (Descritor: reconhecer marcas de relações sociais hierárquicas).

Assunto: Procedimento de leitura / a língua(gem) como interação.

Assinale a alternativa em que o enunciador se ausenta como suposto mandatário.

a) “(...) eu vou acabar com você, com as suas vidas política e particular”b) “Estou dizendo isso com todas as letras.”c) “Faça o diabo para impedir que o Vasco seja rebaixado.”d) “(...) porque você não vai sair impune disso.”e) “Pode continuar fazendo (...), a sua auditoria,”

QUESTÃO 14 (Descritor: reconhecer o efeito de sentido de sintagmas adverbiais de valor modalizador).

Assunto: Procedimento de leitura / a língua(gem) como interação.

Leia o trecho do texto IV:

“(....) se o Vasco cair para a Segunda Divisão, eu vou acabar com você, com as suas vidas política e particular.”

Marque a alternativa em que o enunciado APRESENTA modalização diferente da que foi empregada acima.

a) Comeram a refeição, a sobremesa, assim: apressadamente.b) Caso eu seja contratado, irei chamá-lo. c) Sendo os animais da mesma espécie, pode-se analisá-los.d) Quando chegamos, descansamos.e) Em se tratando de você, está tudo bem.

QUESTÃO 15 (Descritor: identificar características do registro oral e informal).

Assunto: língua portuguesa: variação e mudança.

Assinale a alternativa em que o enunciado APRESENTA uma linguagem em consonância com a gramática normativa.

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a) “eu vou acabar com você”b) www.kibeloco.com.brc) Melhor esperar sentado.d) “eu vou acabar (...) com as suas vidas política e particular.”e) “Faça o diabo para impedir que o Vasco seja rebaixado.”Leia o texto VI: trecho de um artigo do professor de Lingüística da UNB, Marcos Bagno.

NADA NA LÍNGUA É POR ACASO: ciência e senso comum na educação em língua materna

Quando o assunto é língua, existem na sociedade duas ordens de discurso que se contrapõem: (1) o discurso científico, embasado nas teorias da Lingüística moderna, que trabalha com as noções de variação e mudança; e (2) o discurso do senso comum, impregnado de concepções arcaicas sobre a linguagem e de preconceitos sociais fortemente arraigados, que opera com a noção de erro.

Para as ciências da linguagem, não existe erro na língua. Se a língua é entendida como um sistema de sons e significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação lingüística cumpre essa função plenamente. A noção de "erro" se prende a fenômenos sociais e culturais, que não estão incluídos no campo de interesse da Lingüística propriamente dita, isto é, da ciência que estuda a língua "em si mesma", em seus aspectos fonológicos, morfológicos e sintáticos. Para analisar as origens e as conseqüências da noção de "erro" na história das línguas será preciso recorrer a uma outra ciência, necessariamente interdisciplinar, a Sociolingüística, entendida aqui em sentido muito amplo, como o estudo das relações sociais intermediadas pela linguagem.

A noção de "erro" em língua nasce, no mundo ocidental, junto com as primeiras descrições sistemáticas de uma língua (a grega), empreendidas no mundo de cultura helenística, particularmente na cidade de Alexandria (Egito), que era o mais importante centro de cultura grega no século III a.C. Como a língua grega tinha se tornado o idioma oficial do grande império formado pelas conquistas de Alexandre (356-323 a.C.), surgiu a necessidade de normatizar essa língua, ou seja, de criar um padrão uniforme e homogêneo que se erguesse acima das diferenças regionais e sociais para se transformar num instrumento de unificação política e cultural.

Data desse período o surgimento daquilo que hoje se chama, nos estudos lingüísticos, de Gramática Tradicional - um conjunto de noções acerca da língua e da linguagem que representou o início dos estudos lingüísticos no Ocidente. Sendo uma abordagem não-científica, nos termos modernos de ciência, a Gramática Tradicional combinava intuições filosóficas e preconceitos sociais.

As intuições filosóficas que sustentam a Gramática Tradicional estão presentes até hoje na nomenclatura gramatical e nas definições que aparecem ali. Por exemplo, a noção de sujeito que encontramos em importantes compêndios normativos se expressa como "o sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração", ou coisa equivalente. Como é fácil perceber, não se trata de uma definição lingüística - nada se diz aí a respeito das funções do sujeito na sintaxe nem das características morfológicas do sujeito -, mas sim de uma definição metafísica, em que o próprio uso da palavra "ser" denuncia uma análise de cunho filosófico. Com isso, o emprego desta noção para um estudo propriamente lingüístico fica comprometido. Para comprovar isso, vamos examinar o seguinte enunciado:

(1) Nesta sala cabem duzentas pessoas.

Se tivermos de considerar a definição tradicional, seremos obrigados a classificar como sujeito o elemento "sala" do enunciado acima, já que é sobre a sala que se está "dizendo alguma coisa", se está "declarando algo". Ora, todos sabemos que no enunciado (1) o sujeito é "duzentas pessoas", porque, numa definição propriamente lingüística, o sujeito é o termo sobre o qual recai a predicação da oração e com o qual o verbo concorda.

Dificuldades semelhantes de lidar com as definições tradicionais aparecem quase a cada passo quando as estudamos com cuidado. Isso porque, repito, a Gramática Tradicional, ao se formar no século III a.C. como uma disciplina com pretensões ao estudo da língua (...) não produziu um corpo teórico propriamente lingüístico, mas se valeu de um importante aparato de especulações filosóficas que vinha se gestando na cultura grega desde o século V a.C., graças ao trabalho dos sofistas, de Platão, de Aristóteles Por tudo isso, a Gramática Tradicional merece ser estudada, como um importante patrimônio cultural do Ocidente, mas

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não para ser aplicada cegamente como única teoria lingüística válida nem, muito menos, como instrumental adequado para o ensino.

Além de ser anacrônica como teoria lingüística, a Gramática Tradicional também se constituiu com base em preconceitos sociais que revelam o tipo de sociedade em que ela surgiu - preconceitos que vêm sendo sistematicamente denunciados e combatidos desde o início da era moderna e mais enfaticamente nos últimos cem anos. Como produto intelectual de uma sociedade aristocrática, escravagista, oligárquica, fortemente hierarquizada, a Gramática Tradicional adotou como modelo de língua "exemplar" o uso característico de um grupo restrito de falantes:

" do sexo masculino;" livres (não-escravos);" membros da elite cultural (letrados);" cidadãos (eleitores e elegíveis);" membros da aristocracia política;" detentores da riqueza econômica.

Os formuladores da Gramática Tradicional foram os primeiros a perceber as duas grandes características das línguas humanas: a variação (no tempo presente) e a mudança (com o passar do tempo). No entanto, a percepção que eles tiveram da variação e da mudança lingüísticas foi essencialmente negativa.

Por causa de seus preconceitos sociais, os primeiros gramáticos consideravam que somente os cidadãos do sexo masculino, membros da elite urbana, letrada e aristocrática falavam bem a língua. Com isso, todas as demais variedades regionais e sociais foram consideradas feias, corrompidas, defeituosas, pobres etc.

Ainda na questão da variação, os primeiros gramáticos, comparando a língua escrita dos grandes escritores do passado e a língua falada espontânea, concluíram que a língua falada era caótica, sem regras, ilógica, e que somente a língua escrita literária merecia ser estudada, analisada e servir de base para o modelo do "bom uso" do idioma. Essa separação rígida entre fala e escrita é rejeitada pelos estudos lingüísticos contemporâneos, mas continua viva na mentalidade da grande maioria das pessoas.

Fonte: (Artigo de Marcos Bagno publicado na revista Presença Pedagógica em setembro de 2006 e acessado no site http://www.marcosbagno.com.br/conteudo/textos.htm acessado em 08/12/2008.

QUESTÃO 16 (Descritor: identificar recursos de argumentação).

Assunto: língua portuguesa: variação e mudança.

Assinale a alternativa que APRESENTA um recurso argumentativo ausente no texto de Bagno.

a) Definiçãob) Congratulação ao senso-comumc) Exemplificaçãod) Descrição sócio-históricae) Crítica a definições contrárias.

QUESTÃO 17 (Descritor: deduzir exemplos a partir de um conceito).Assunto: língua portuguesa: variação e mudança.

Releia a definição de língua construída por Marcos Bagno:

“Se a língua é entendida como um sistema de sons e significados que se organizam sintaticamente para permitir a interação humana, toda e qualquer manifestação lingüística cumpre essa função plenamente.”.

Mesmo a definição de língua do autor sendo abrangente, é possível conceber exemplos de manifestações lingüísticas nas quais não se cumpre a função defendida acima. Assinale a alternativa em que o enunciado pode se CONFIGURAR como um erro sob a perspectiva de Bagno.

a) Os meninos jogamos futebol.b) Faz dois dias que constatei o inefável.

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c) Os menino vai pescá.d) Ventilador o trave abrir a e que num.e) Aki, vc tah blz hj? Bjo! :)

QUESTÃO 18 (Descritor: verificar pertinência da interpretação).

Assunto: língua portuguesa: variação e mudança.

Sobre o texto de Marcos Bagno, é RAZOÁVEL afirmar que

a) O autor se mostra contrário ao uso da gramática em sala-de-aula.b) Vê a lingüística como uma ciência que poda a criatividade.c) Afirma que o preconceito tem suas origens alhures.d) Sentencia que o erro é um processo que não pode ser relativizado.e) Faz aproximações entre a fala e a escrita.

QUESTÃO 19 (Descritor: distinguir diferentes pontos de vista).Assunto: língua portuguesa: a dimensão discursiva do texto.

Assinale a alternativa em que o enunciador se mostra IMPARCIAL no que diz respeito à gramática normativa.

a) “(...) concluíram que a língua falada era caótica, sem regras, ilógica, e que somente a língua escrita literária merecia ser estudada”.

b) “(...) não produziu um corpo teórico propriamente lingüístico, mas se valeu de um importante aparato de especulações filosóficas”

c) “(...) mas não para ser aplicada cegamente como única teoria lingüística válida nem, muito menos, como instrumental adequado para o ensino.”

d) “Sendo uma abordagem não-científica, nos termos modernos de ciência, a Gramática Tradicional combinava intuições filosóficas e preconceitos sociais”.

e) “(...) não se trata de uma definição lingüística - nada se diz aí a respeito das funções do sujeito na sintaxe nem das características morfológicas do sujeito”.

QUESTÃO 20 (Descritor: identificar mudança de sentida em função de mudança de termos).

Assunto: língua portuguesa: variação e mudança.

Assinale a alternativa em que há PERDA de sentido pela mudança do termo grifado pelo que consta ente parênteses.

a) “As intuições filosóficas que sustentam a Gramática Tradicional estão presentes até hoje”. (os entendimentos).

b) “A noção de "erro" em língua nasce (...), junto com as primeiras descrições sistemáticas de uma língua...” (perspectiva).

c) “(...) será preciso recorrer a uma outra ciência (...) a Sociolingüística, entendida aqui em sentido muito amplo” (dilatado).

d) “Sendo uma abordagem não-científica, (...) a Gramática Tradicional combinava intuições filosóficas e preconceitos sociais”. (visão).

e) “(...) mas se valeu de um importante aparato de especulações filosóficas que vinha se gestando na cultura grega.” (aparecendo).

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TEXTO VII

Leia atentamente a placa abaixo.

c

QUESTÃO 21 (Descritor: inferir pressupostos implícitos em situações comunicativas e enunciados).

Assunto: língua portuguesa: variação e mudança.

Todas as alternativas apresentam elementos que o autor da placa usou para valorizar seu produto, EXCETO:

f) expor a raça do animal.g) uso do diminutivo.h) explicitar o tipo de alimentação fornecida.i) variar as cores de tintas usadas.j) mostrar um hábito alimentício do felino.

QUESTÃO 22 (Descritor: identificar marcas do registro oral).

Assunto: língua portuguesa: variação e mudança.

Assinale a alternativa em que o recurso denota AUSÊNCIA de informalidade.

a) Uso de diminutivob) Ausência de acento gráfico em “ceará”c) Assunção de uma venda imoral.d) Diferença no tamanho das letrase) Uso da contração “na” indicando modo.

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TEXTO VIII. Observe atentamente a imagem abaixo veiculada num site de humor.

http://www.ocaqui.com.br/blog/index.php?catid=5 (acessado em 08/12/2008).

QUESTÃO 23 (Descritor: relacionar mudança de segmentação com mudança de sentido).

Assunto: língua portuguesa: sobre leitura, textos e leitores.

Assinale a alternativa em que o enunciado é desprovido de ambigüidade.

a) Para cruzar, aguarde no acostamento.b) Aguarde para cruzar no acostamento.c) No acostamento, aguarde sua vez.d) No acostamento, aguarde sua vez para cruzar. e) No acostamento, para cruzar, aguarde sua vez.

QUESTÃO 24 (Descritor: perceber o valor semântico do modalizador).

Assunto: língua portuguesa: a dimensão discursiva do texto.

Assinale a alternativa em que a expressão entre parênteses FOGE à exposição correta do valor semântico do modalizador grifado.

a) Pensando bem, francamente, quem diria tal coisa? (expressão de desejo)b) Quando ela se jogou, o bombeiro a salvou. (ação momentânea concluída).c) Ela disse que acharia a encomenda no dia seguinte (fato posterior ao ato da fala).d) A turma era em cinco e não brigava com ninguém. (valor temporal: passado concluso).e) Gostaríamos de saber se o senhor pode mudar a data. (atenuação de pedido).

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QUESTÕES ABERTAS

TEXTO IX

(UFMG 2001)

26 DE JULHO. Era 19 horas quando o senhor Alexandre começou a brigar com a sua esposa. Dizia que ela havia deixado seu relogio cair no chão e quebrar-se. Foi alterando a voz e começou a espancá-la. Ela pedia socorro. Eu não imprecionei, porque já estou acostumada com os espetaculos que ele representa. A Dona Rosa correu para socorrer. Em um minuto, a noticia circulou que um homem estava matando a mulher. Ele deulhe com um ferro na cabeça. O sangue jorrava. Fiquei nervosa. O meu coração parecia a mola de um trem em movimento. Deu-me dor de cabeça.

Os homens pularam a cerca para impedi-lo de bater na pobre mulher. Abriram a porta da frente e asmulheres e as crianças invadiram.

JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo, 8. ed., p. 162.

QUESTÃO 25 (Descritor: constatar qual seria uma possível variante lingüística para o enunciador).

Assunto: língua portuguesa: a dimensão discursiva do texto.

Esse trecho do livro de Carolina Maria de Jesus distancia-se da escrita que se espera de um adulto que teve de abandonar a escola no segundo ano primário.

Redija um texto IDENTIFICANDO E EXPLICANDO 3 diferentes aspectos lingüísticos do trecho citado que comprovem essa afirmativa.

QUESTÃO 26 (Descritor: relacionar um verbete ao tema do texto).

Assunto: literatura e intertextualidade.

Segundo o dicionário Priberam, o termo “tragédia” significa:

s. f., peça teatral, ordinariamente em verso, e em que predomina o terror para excitar sentimentos de piedade, terminada geralmente por desfecho funesto; arte de compor e representar tragédias; o gênero literário da tragédia; fig., acontecimento funesto, sinistro; desgraça; catástrofe; infortúnio.

Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx

Assim sendo, RELACIONE o verbete acima com o tema da citação do livro Quarto de despejo.

QUESTÃO 27 (Descritor: criar e relacionar texto não-verbal com o processo de formação da palavra sugerido).Assunto: como são formadas as palavras?

CRIE um produto cujo nome seja formado por um processo de aglutinação e a fonte (letra) deve se relacionar à natureza do mesmo.

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QUESTÃO 28 (Descritor: conceber e desenhar árvore sintagmal com os sintagmas que a constituem, bem como a classe de palavras de cada termo).Assunto: A dimensão discursiva do texto.

DESENHE a árvore sintagmal da frase abaixo, APONTANDO os respectivos sintagmas e as classes de palavras que os formam.

Durante toda a noite, por toda parte, a doce menina saiu à procura de seu pequeno mascote.

TEXTO X

Leia ao artigo de opinião abaixo.

Penso, mas existo?Diogo Mainard

Descartes pode me arruinar. Ele mesmo, René Descartes, o pensador francês do século XVII, do Discurso do Método. Na última semana, ele se materializou em meu escritório, com aquele seu aspecto de lateral-direito do Boca Juniors, e ordenou que eu aplicasse imediatamente todas as minhas economias na bolsa de valores. O que fiz? Fechei os olhos e obedeci.

Eu já tinha pensado em fazer o mesmo em meados de outubro, quando Warren Buffet, num artigo para o New York Times, anunciou que aplicaria todo o seu dinheiro no mercado acionário dos Estados Unidos. Ele ditou uma regra simples para orientar os investimentos na bolsa de valores: “Tenha medo quando os outros estão gananciosos, e seja ganancioso quando os outros estão com medo”. Do dia em que o artigo de Warren Buffet foi publicado até este momento, o Dow Jones já despencou mais de 15%. Em vez de contrariar o senso comum, obedecendo à regra de Warren Buffett, tive medo quando os outros tiveram medo e me dei tremendamente bem.

Mas Warren Buffett é Warren Buffett e Descartes é Descartes. Em latim, o truísmo soaria melhor. Se Descartes ordena, estou pronto a me sacrificar. Ele determinou meus investimentos na bolsa de valores por meio do livro Os Axiomas de Zurique, de um certo Max Gunther. Retificando: ele determinou meus investimentos na bolsa de valores por meio de um trecho do press release de Os Axiomas de Zurique, porque nem precisei ler o livro. O trecho dizia que, para especular com sucesso na bolsa de valores, é preciso fazer como Descartes, duvidando sempre das verdades estabelecidas. Dito de outra maneira: se todos estão fugindo da bolsa de valores, pode ser uma boa oportunidade para entrar nela. O que eu fiz? Entrei.

“Penso, logo existo”. Em latim, soa melhor: “Cogito, ergo sum”. Segundo os Axiomas de Zurique, o principal enunciado de Descartes sugere que o investidor pense por conta própria. Eu fiz o oposto: deixei que Descartes pensasse por mim. Assim como as ações de Aracruz, a metafísica cartesiana atingiu um novo mínimo. A única certeza que eu tenho é: “Descartes pensa por mim, logo Descartes existe”. A rigor, nem isso. Eu posso afirmar sem titubear o seguinte: “O vulgarizador de Descartes me meteu nessa baita enrascada da bolsa de valores, logo o vulgarizador de Descartes existe”. De fato, seguindo o método de Descartes, nada impede que eu seja apenas um produto da mente de Max Gunther, o autor de Os Axiomas de Zurique. Nesse caso, quem arcará com o prejuízo não serei eu, e sim ele. Quem terá de mendigar nas ruas não serão meus filhos, e sim os dele. Por isso, para mim não importa se os aloprados do governo brasileiro decidiram aumentar o salário dos servidores em mais de 40 bilhões de reais. Com toda a probabilidade, eu nem existo.

(Fonte: Revista Veja de 16 de novembro de 2008).

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Leia os poemas a seguir.

1º Poema:

“Tudo o que sabemos do amor é que ele é tudo que existe.“

Autora: Emily Dickinson.

Fonte: www.citador.pt/ (Acessado em 04/12/2008).

2º Poema:

O todo sem a parte não é todo, A parte sem o todo não é parte, Mas se a parte o faz todo, sendo parte,Não se diga, que é parte, sendo todo.

Autor: Gregório de Matos.

Fonte: http://www.natelona.com/trilha_c.asp?id=6 (Acessado em 04/12/2008)

QUESTÃO 29 (Descritor: explicar uma afirmativa).

Assunto: literatura e intertextualidade.

Releia os dois últimos parágrafos do texto de Diogo Mainard e EXPLIQUE porque a última frase está prenhe de uma paradoxal ironia:

“Com toda a probabilidade, eu nem existo.”

QUESTÃO 30 (Descritor: estabelecer relação de sentido entre textos de diferentes gêneros).

Assunto: literatura e intertextualidade.

Escreva um parágrafo COMPARANDO o tratamento dado aos termos “nada” e “todo” presentes no texto de Diogo Mainard e nos poemas de Emily Dickinson e Gregório de Matos.

QUESTÃO 31 (Descritor: apontar característica temática de um poema).

Assunto: literatura e intertextualidade.

Redija um texto DISCUTINDO o caráter labiríntico do poema de Gregório de Matos.

QUESTÃO 32 (Descritor: depreender uma marca implícita do texto).

Assunto: literatura e intertextualidade.

APONTE onde reside no poema de Emily Dickinson a impotência do ser humano.

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QUESTÃO 33 (Descritor: especular hipótese para uso de estrangeirismo.).

Assunto: como são formadas as palavras?

Leia os trechos dos textos VIII e XII, respectivamente:

“Penso, logo existo”. Em latim, soa melhor: “Cogito, ergo sum”.

“Venha provar meu brunchSaiba que eu tenho approachNa hora do lunchEu ando de ferryboat...”

Escreva um parágrafo COMPARANDO uma possível motivação no que tange ao emprego dos estrangeirismos nas citações acima.

TEXTO XIPai contra Mãe

Machado de Assis

A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha-de-flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.

O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado.

Há meio século, os escravos fugiam com freqüência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que me servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr, sem conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas ladinos pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam ganhá-lo fora, quitandando.

Quem perdia um escravo por fuga dava dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncio nas folhas públicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha a quantia, vinha a promessa: “gratificar-se-á generosamente” – ou “receberá uma boa gratificação”. Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o açoitasse.

Ora pegar escravos fugidos era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser um instrumento da força com que se mantém a lei e a propriedade, trazia essa outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. (...)

(ASSIS, Machado. A cartomante e outros contos. São Paulo: Moderna, 2001, p. 35).

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QUESTÃO 34 (Descritor: explicar recursos lingüísticos referindo-se a contextos sócio-culturais.)

Assunto: literatura e intertextualidade.

A pesquisadora Sônia Brayner, discorrendo sobre a obra de Machado de Assis, comenta que o autor é:

“Reconhecido como o maior prosador da literatura brasileira, a produção de seus romances marcada pela habilidade de construir textos mesclados da ironia nascida da observação da sociedade em que vivia, é principalmente como contista que se revela um narrador capaz de prender e conduzir a atenção de seu leitor.”

Fonte: BRAYNER, Sônia. In: http://www.cce.ufsc.br/~nupill/ensino/oconto_machad.htm (Acessado em 09/12/2008).

Tendo em vista tal comentário, EXPLIQUE como se dá a ironia no seguinte trecho do texto XIII:

“Há meio século, os escravos fugiam com freqüência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão.”

QUESTÃO 35 (Descritor: redigir continuação de texto tendo em vista o título e a linguagem usada pelo autor).

Assunto: sobre leitura, textos e leitores.

REDIJA uma continuação do conto de Machado de Assis tendo em vista a linguagem usada pelo autor e o título do texto.

TEXTO XIII

George W. Bush, o procurador de Deus

O que há de mais assustador em George W. Bush é que ele pensa que Deus está do seu lado. Pretensão maior não pode haver, nem sentimento mais arrogante. Se Deus está do meu lado, eu posso tudo. Mesmo que todos discordem de mim, nada abala a convicção de que sou o único justo. O substantivo carisma e o correspondente adjetivo carismático foram tão malversados, nos últimos anos, que sofreram um irreversível processo de desvalorização. Todo mundo foi dado como “carismático”, de cantores de rock a técnicos de futebol. Dono de verdadeiro carisma, na concepção original – teológica – da palavra, que segundo o Dicionário Houaiss, significa “dom extraordinário e divino concedido a um crente ou grupo de crentes”, julga-se Bush. Pobres de nós. Se ele acha que Deus está do seu lado, segue-se que se atribui o papel de intérprete de Deus, e executivo-chefe da vontade divina. Salve-se quem puder. (...).

As idéias de Bush sobre a arte de governar se confundem com suas idéias religiosas e têm origem nos mesmos círculos onde se discutem religião e fé. Eis o ponto a que chegamos, 200 anos depois do triunfo das Luzes e da afirmação da idéia da separação entre Igreja e Estado: a maior das potências embrenha-se por uma senda onde política é religião, e religião é política. Osama Bin Laden não acha outra coisa.

(Roberto Pompeu de Toledo. Revista VEJA, 12 de março de 2003, p. 114. Texto adaptado.).

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QUESTÃO 36 (Descritor: especular motivação de uso de recursos argumentativos).

Assunto: a linguagem como interação.

Em alguns trechos, o autor assume a voz do então presidente dos EUA. Assim sendo, ANALISE dois motivos, do ponto de vista argumentativo, que levaram a o autor a fazer uso de tal procedimento.

QUESTÃO 37 (Descritor: refletir sobre significado e anacronia na linguagem).

Assunto: sobre leitura, textos e leitores e/ou variação mudança.

Em um momento do texto, o autor faz uma digressão de cunho lingüístico-semântico. IDENTIFIQUE tal trecho e a partir da consideração feita por ela, escreva um parágrafo OPONDO-SE ao posicionamento de Toledo com base na citação a seguir:

Os formuladores da Gramática Tradicional foram os primeiros a perceber as duas grandes características das línguas humanas: a variação (no tempo presente) e a mudança (com o passar do tempo). No entanto, a percepção que eles tiveram da variação e da mudança lingüísticas foi essencialmente negativa.

Autor: Marcos Bagno. In: http://www.marcosbagno.com.br/conteudo/textos.htm em 08/12/2008

TEXTO XIV

Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada.

O homem atrás do bigode é sério, simples e forte.

Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do bigode,

Meu Deus, por que me abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo.

Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond. Sentimento do mundo. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 11 – 12.

QUESTÃO 38 (Descritor: refletir sobre significado e anacronia na linguagem).

Assunto: sobre leitura, textos e leitores.

Sob à luz do valor semântico do termo “gauche”(galicismo que pode se referir ao lado esquerdo e/ou a uma inaptidão), DISCUTA dois trechos do texto em que o sujeito poético se mostra inabilitado frente à experiência humana.

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QUESTÃO 39 (Descritor: relacionar caracterizações feitas a diferentes indivíduos, personagens.).

Assunto: literatura e intertextualidade.

Redija um texto EXPLICANDO porque termos como “contemplação” e “trivial” podem se relacionar ao “Poema de sete faces”, de Drummond.

QUESTÃO 40 (Descritor: relacionar caracterizações feitas a diferentes indivíduos, personagens.).

Assunto: literatura e intertextualidade.

Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra

Tendo em vista que o adjetivo “torto” pode significar inadequado, inapropriado, ESCREVA um parágrafo APROXIMANDO a caracterização feita ao anjo no texto 2 e ao presidente dos EUA no texto 1.

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GABARITO DAS QUESTÕES FECHADAS

QUESTÃO 01 A QUESTÃO 13 EQUESTÃO 02 D QUESTÃO 14 AQUESTÃO 03 A QUESTÃO 15 CQUESTÃO 04 D QUESTÃO 16 BQUESTÃO 05 B QUESTÃO 17 DQUESTÃO 06 D QUESTÃO 18 CQUESTÃO 07 B QUESTÃO 19 AQUESTÃO 08 A QUESTÃO 20 EQUESTÃO 09 E QUESTÃO 21 BQUESTÃO 10 D QUESTÃO 22 DQUESTÃO 11 C QUESTÃO 23 CQUESTÃO 12 C QUESTÃO 24 A

GABARITO DAS QUESTÕES ABERTAS

QUESTÃO 25

É possível que o aluno se valha de marcas como o correto uso da transitividade do verbo “dar” (“deu-lhe”), apesar da ausência de hífen; como também o adequado uso do pronome reflexivo no verbo “quebrar” ou ainda o correto – e raro – uso do verbo “haver” no lugar de “ter” na segunda linha.

QUESTÃO 26

Nessa resposta o aluno pode relacionar o infortúnio experienciado pela mulher, pois é um termo citado no verbete.

QUESTÃO 27

Essa resposta, apesar de pessoal, permite a participação do docente, discutindo como funcionam algumas estratégias da publicidade.

QUESTÃO 28

Durante toda a noite, por toda parte, a doce menina saiu à procura de seu pequeno mascote.

Sintagma adverbial: durante toda a noite

Sintagma adverbial: por toda a parte

Sintagma nominal: a doce menina

Sintagma verbal: saiu

Sintagma preposicional: à procura de

Sintagma nominal: seu pequeno mascote.

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QUESTÃO 29

Cabe ao discente explicar que o paradoxo reside no fato de haver uma escrita do autor e o mesmo não existir; já a ironia presta-se à oposição entre a intenção do autor em se colocar como morto, mas fazendo-se vivo por meio do texto.

QUESTÃO 30

Uma possível distinção entre os textos reside em a quê é atribuído o nada: no texto do articulista, ele toma para si uma postura niilista; já no poema de Dickinson, o amor sufoca o vazio, tornando este inexistente. Por fim, em Gregório de Matos, desenhando contornos metafísicos, o sujeito poético relativiza a noção de todo e parte.

QUESTÃO 31

Característica barroca, a escrita labiríntica joga o leitor de lado para o outro, sem deixar uma saída para o mesmo. Tal fato pode ser visto no conteúdo cíclico do poema.

QUESTÃO 32

A impotência humana pode residir na incapacidade do ser humano em conceber o que seria o sentimento tratado no poema.

QUESTÃO 33

Na citação em latim, o aluno pode mencionar uma possível associação da sonoridade que transpira erudição, pautada no conhecimento de uma língua arcaica, incomum e sofisticada a fim de seduzir o leitor; já os termos em inglês da canção podem ter sido empregados pelo enunciador também com fins de vanglória a si mesmo, mas o alvo da sedução parece ser um interlocutor direto, que não é o leitor – ouvinte da música.

QUESTÃO 34

A ironia como procedimento de escrita pode ser vista nesse trecho quando o narrador expõe “nem todos gostavam da escravidão”, como se os escravos que não se rebelassem estivessem de acordo com o regime escravagista ou se alguém se comprazesse em sofrer.

QUESTÃO 35

Apesar de essa ser uma resposta pessoal, o professor pode apontar algumas peculiaridades da escrita machadiana (ironia, dinamismo, densidade, depreciação da sociedade, etc.) a fim de contextualizar o alunado acerca dos procedimentos desse escritor.

QUESTÃO 36

Faz-se mister que o aluno tente conceber razões que levaram o autor a usar de tal procedimento. Um deles residiria na intenção de convencer o leitor, fingindo-se Bush, a outra pode se configurar como uma tentativa de instaurar humor e/ou ironia.

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QUESTÃO 37

O termo a ser identificado pelo aluno é “carisma” e a argumentação que pode ser construída passa pela idéia de dinamismo da língua. Entretanto, é interessante que o docente intervenha expondo a língua não é “país sem lei”, à revelia da tradição.

QUESTÃO 38

Pode, o aluno, em sua resposta, começar pelo nascimento do eu-lírico, aludindo ao caráter “desviado” do ser angelical; outro ponto, que pode denotar o “não-caber” do sujeito poético na realidade, pode estar na contemplação calada em que ele diz não entender a causa do turbilhão, da urbe que resultam em questionamentos angustiados.

QUESTÃO 39

Nesse exercício, faz-se importante que o assunto exposto pelo sujeito poético é da mais ordinária natureza: o vai-e-vem das pessoas nos aglomerados. Tudo isso, fruto da análise e contemplação do enunciador.

QUESTÃO 40

Inadaptado. Este pode ser o termo que aproxima um do outro: o político por não se portar como um líder idôneo, segundo Roberto P. Toledo; e o anjo, por ser torto, por não trabalhar, parece fugir do estereótipo do correto e dedicado ajudante celestial.