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INSTITUTO BÍBLICO DE TIRANO Teologia Sistemática Professor: Rômulo Andalécio

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Aula do Instituto Bíblico de Tirano, sobre bibliologia, que esse conteúdo seja de edificação a todos estudantes.

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INSTITUTO BÍBLICO DE TIRANO

Teologia Sistemática

Professor: Rômulo Andalécio

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Introdução a Matéria

Definição de Teologia: Da palavra grega Théos , Que significa – Deus e Logos que significa Ciência – Isto é Tratado de Deus ou tratado sobre Deus ou estudo do mesmo.

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Fonte de Estudo da Teologia: Visto que acima podemos constatar através da etimologia da palavra “Teologia”, seu significado já podemos presumir de onde exaurimos seus estudos, que é da Própria palavra revelada de Deus ou seja as Sagradas Escrituras.

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Toda boa teologia que traga efeitos expressíveis e duradouros no campo eclesiástico partiu primariamente de um estudo cuidadoso das Escrituras através de métodos hermenêuticos e exegéticos adequados seguindo o histórico método de interpretação ortodoxo que por definição chama-se : Histórico/Gramatical.

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Razões para o que foi exposto acima

As Escrituras são a própria Palavra inerrante e infalível de Deus. Cf: (Jo 10:35; Jo 17:17).

As Escrituras não são um produto da mente e da imaginação humana ela foi Inspirada pelo próprio Deus a homens santos que primeiro falaram e depois escreveram a Santa Palavra. Cf: (II Tm 3:16; II Pd 1:21; Ex 17: 14; Jr 36:18).

Jesus enquanto esteve em carne tinha as Escrituras como plena autoridade, inclusive para validação de seu ministério. Cf: ( Lc 10:26; Jo 12:14; Lc 4:21; Mt 4:7, 4:4 e 4:8; Mc 4: 7).

Os apóstolos a utilizaram como regra de Fé: Cf: (II Co 8:5; I Co 1:31; Gl 3:10; I Pd 1:16; Tg 2: 8).

Dos 1.800 versículos utilizados para registrar os sermões de Jesus, 180 contém citações das Escrituras.

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O que é Teologia Sistemática

Visto que nos slides anteriores nós já conseguimos compreender bem o que significa Teologia e de onde se retiram suas nuances, agora podemos ir além e explicarmos o que é essa que é conhecida como rainha de todas as ciências a Teologia sistemática.

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Definição A Teologia Sistemática é uma ciência teológica que

se encarrega da matéria das disciplinas anteriores com o fim de arranja-los de forma lógica e metódica, para facilitar a compreensão e promover a aplicação prática do mesmo. Por isso tem sido considerada um disciplina que segue um esquema ou uma ordem humana de desenvolvimento doutrinário e que tem propósito de incorporar no seu sistema toda a verdade sobre Deus e o seu universo, a partir de toda e qualquer fonte: Teologia Natural, Bíblica, Histórica, etc.

Fonte: Hermenêutica Fácil e descomplicada. Esdras Costa Bentho

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História da Teologia Sistemática

Já no começo da era Cristã depois da morte dos apóstolos, a igreja teve grande preocupação em se manter como coluna e baluarte da verdade, assim como foi ordenado por nosso Senhor e por seus santos apóstolos. Já que desde aquela época uma diversidade de heresias assombravam a cristandade primitiva, o que fez com que ela mesmo que em pequenas proporções em comparação com os tempos modernos, formulasse sistematicamente algumas de suas principais doutrinas. Vejamos alguns exemplos:

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A doutrina da Trindade formulada por um dos Pais da igreja chamado Tertuliano em 212 d.C. E mais tarde corroborada pelo concilio de Nicéia em 325 d.C. Para combater a doutrina herética conhecida como Arianismo.

História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia obra que apesar de histórica conta muito em seu conteúdo com algumas das principais doutrinas sistematizadas da Igreja Primitiva. Data do século IV.

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Credo Apostólico formulado na segunda metade do século II que desenvolve uma base para notarmos as principais crenças na Igreja Primitiva

Credo Níceno formulado em 325 d.C. Coam a principal finalidade de defesa do dogma da trindade.

Credo Atanásiano formulado provavelmente no século VI, que abrange a trindade, a pessoa de Cristo. Lutero considerou o credo Atanásiano como a maior obra da igreja Cristã desde o tempo dos Apóstolos.

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 As Sentenças de Pedro Lombardo (no século XII), em que é coletada uma grande série de citações dos Pais da Igreja, tornou-se a base para a tradição de comentário temático e explanação da escolástica medieval.

Muitas outras obras foram publicadas por muitos teólogos medievais aos quais não nos é dada a oportunidade de falar de forma extensa nesse momento. Citaremos apenas alguns nomes desses eruditos: Anselmo de Cantuária, Agostinho de Hipona, João Nepomuceno, dentre tantos outros.

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Sistemática com auge na Reforma protestante.

Mesmo que a igreja desde seus primordes tenha produzido algum tipo de Teologia sistemática essa teve seu auge na reforma protestante principalmente com as obras literárias de Lutero sobre a justificação pela fé e sobretudo com aquele que é considerado por muitos desde os tempos de Paulo como o maior Teólogo Cristão que é João Calvino. Vejamos algumas de sua brilhantes obras:

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As institutas da religião Cristã (Inicio do Século XVI – Obra de João Calvino reformador francês nascido em 1509, ao todo foram oito edições de suas institutas, que compunham os principais aspectos da fé Cristã, como: Conhecimento de Deus, condição humana, Deus que se revela, doutrina das Escrituras, Deus trino, criação, providencia, predestinação e muitos outros. Todos esses temas são abordados pelo grande reformador em sua Teologia sistemática.

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As 95 teses de Lutero fixadas na porta da catedral de Wittemberg em outubro de 1517. O que deu inicio a reforma protestante que combatia os excessos do papismo e combatia fortemente as indulgencias como forma de salvação. Lutero foi aquele pelo qual Deus novamente resgatou a doutrina da justificação única e exclusivamente pela fé um dos temas principais da reforma, foi esse que desencadeou todos os outros.

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Efeitos da Teologia Sistemática na Reforma protestante

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Da reforma em diante a Teologia Sistemática ortodoxa teve alguns bons avanços e alguns grandes teólogos, que mesmo estando já mortos, auxiliam muitas igrejas e seminários com suas obras, alguns deles são: John Knox, John Wesley, Jacobs Arminius, John Stott, Donald Gee, e tantos outros que no decorrer desse curso serão abordados.

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Hoje em dia ainda nos restam bons Teólogos que diretamente estão ligados ao desenvolvimento das doutrinas da Igreja universalmente falando, tanto da ala Reformada, como da ala Pentecostal. Alguns exemplos para pesquisas dos alunos: Augustus Nicodemus Lopes, Louis Berkhof, Stanley Horton, Esdras Costa Bentho, Antônio Gilberto, R.C. Sproul, Franklin Ferreira, Roger Olson, Wayne Grudem, Norman Geisler, Paulo Romeiro, Hank Hanegraaff, John Piper dentre outros.

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1° Matéria - Bíbliologia

Definição de Bibliologia: A Palavra Bíblia é de origem grega. Significa: “Rolo pequeno de Papiro”, diminutivo de Biblos , que significa: “Folha de Papiro preparada para a escrita”. A palavra bíblia foi usada pela primeira vez, pelo patriarca de Constantinopla: João Crisóstomo em 398 – 404 d.C.

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Sintetizando: Bibliologia é o estudo da bíblia em todos os seus aspectos desde o material usado para sua confecção primitiva onde os originais eram escritos, seus autores, sua inspiração Divina, e seu desenvolvimento histórico, seus diferentes tipos de textos e diversos outros assuntos relacionados a mesma;

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Material de Confecção dos originais das Sagradas Escrituras

No tempo que foi escrita a Bíblia não existia papel como hoje, muito menos as máquinas impressoras. A Bíblia foi escrita à mão, e em diversos materiais, como cerâmica, papiro e pergaminho.

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CERÂMICA: conhecida como a arte mais antiga da humanidade. O barro servia para fazer desde vasos, até chapas, nas quais se escrevia. Muitos textos bíblicos foram escritos nesses " tijolos“

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PAPIRO: planta originária do Egito. Nascia e crescia espontaneamente às margens do Rio Nilo, chegando até a altura de 4 metros. Do Egito o papiro passou para a Síria, Sicília e Palestina (onde foi escrita a Bíblia). Do papiro era feita uma espécie de folha de papel para nela se escrever. Seu caniço era aberto em tiras e prensado ainda úmido. O papiro era ainda usado na fabricação de barcos e cestos. Dizem que 3.000 a.C os egípcios já escreviam no papiro. Tais folhas eram escritas só de um lado e depois guardadas em rolos. Daí que veio a palavra BÍBLIA. A folha tirada do caule do papiro chamava-se BIBLOS.

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PERGAMINHO: feito de couro curtido de carneiro. Começou a ser usado como "papel" na cidade de Pérgamo, pelo rei

Éumens II 200 a.C. Pérgamo era uma importante cidade da Ásia Menor. Os egípcios, com inveja da grande importância da biblioteca de Pérgamo, não quiseram mais vender papiro

para os moradores daquela cidade. Por isso, o rei de Pérgamo se viu obrigado a usar outro material para a

escrita, que foi a pele de ovelha. O pergaminho se espalhou rapidamente para outras regiões.

Os pergaminhos, assim como as folhas de papiro, não eram "encadernados" num livro como fazemos hoje. Os antigos

ligavam umas folhas às outras e faziam "rolos".

Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/catequese/crisma/apostila/01/imaculada/biblia/02.htm

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As diversas facetas de seus escritores

A cristandade com toda certeza deve considerar um grande milagre a bíblia mesmo sendo escrita por mais de 40 autores, ter em sua essência a mesma mensagem sem contradição alguma, só há uma explicação para isso, a inspiração Divina de seus autores. É isso que nos afirma o apóstolo Pedro vejamos: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. Lembremo-nos que a Palavra de Deus primeiro foi falada e depois registrada a nós.

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Vejamos algumas das diferenças dos hagiógrafos das Sagradas letras:

Suas nacionalidades e características: Temos de Moisés um descendente de hebreus nascido no Egito e criado sobre suas ciências e costumes e que ainda por cima foi príncipe , a Pedro um galileu iletrado pescador, uma pessoa simples de sua região um trabalhador comum, temos Tiago irmão de nosso Senhor um judeu que se converteu muito provavelmente após ver Jesus ressurreto, a quem foi dado a característica de justo por seu estilo de vida extremamente piedoso, temos Samuel aquele que foi, juiz, profeta e sacerdote em Israel, Esdras um escriba que pode ser considerado o segundo legislador de Israel, e o que dizer de Paulo que apesar de ser um verdadeiro Judeu nasceu na Cilicia berço da cultura do mundo antigo, homem culto e um erudito acima da média, considerado por muitos como filósofo, teólogo e muitos outros títulos que podem ser lhe dado, todavia concerteza o que mais lhe dava alegria era o de Apóstolo dos gentios ou até mesmo sem sombra de dúvidas o de escravo de Cristo.

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Enfim irmãos, esse grande milagre de diversidade tanto cultural, como étnica dos hagiógrafos das Escrituras só podem ser explicadas pela soberania de Deus e como foi exposto acima pela sua plena inspiração das Escrituras como um todo.

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As Línguas dos originais das Escrituras

As Escrituras em seus originais foram escritas em três linguagens diferentes a primeira foi o hebraico língua original do povo judeu, a segunda língua em que as Escrituras foram escritas é o aramaico que era a língua dos sírios de ramificação semítica, a terceira foi o Grego linguagem predominante no mundo antigo desde a expansão do império de Alexandre o grande, em que foi escrito todo o Novo Testamento.

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O hebraico foi a língua em que foi escrito a maioria do Antigo Testamento. Era a língua falada pelos hebreus e, atualmente, é a língua oficial do estado de Israel. Apenas alguns trechos do Antigo Testamento foram escritos em outra língua, no caso, o aramaico.

O aramaico era um grupo de dialetos muito ligado à língua hebraica. Era falado não só em Israel, mas também em vários outros países da época no mundo bíblico (2 Rs 18. 26). Os trechos bíblicos do Antigo Testamento que foram escritos em aramaico são: Ed 4. 8-6, 18; Ed 7. 12-26; Dn 2. 4-7, 28 e Jr 10. 11). Todo o restante do Velho Testamento foi escrito originalmente em hebraico.

Já no Novo Testamento temos como língua original o grego. Ele não foi escrito no grego clássico, mas em um grego popular que é chamado de grego Coiné.

Fonte: http://www.esbocandoideias.com/2012/02/em-que-linguas-a-biblia-foi-escrita-originalmente.html

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Os diferentes textos das Escrituras

Texto Receptus: As primeiras versões impressas do Novo Testamento Grego foram feitas tendo como base o Textus Receptus. O Textus Receptus era baseado em alguns dos manuscritos chamados “Bizantinos” (porque acredita-se que sua origem seja o Império Bizantino) ou “Majoritários” (porque são a maioria dos manuscritos atualmente preservados). O Textus Receptus foi utilizado para a maioria das traduções da Bíblia até o final do século XIX. A tradução original de Almeida utilizou o Textus Receptus. Eles também foram os textos que a Almeida usou para traduzir a Bíblia para o português. Atualmente, a Almeida Corrigida Fiel, a Almeida Revista e Corrigida e a Bíblia Livre usam o Textus Receptus.

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Texto Crítico: É o texto do Novo Testamento conforme os procedimentos da crítica textual. Também é conhecido como Texto Minoritário por ser mais fortemente baseado na minoria dos manuscritos do Novo Testamento atualmente existentes, porém sendo alguns deles consideravelmente antigos, até do segundo século depois de Cristo.

Deve-se esclarecer que não há um único "texto crítico", pois em diversos trechos há dúvidas do texto originalmente estabelecido. Todavia é comum chamar de "Texto Crítico" a todas as edições que mantém semelhanças ao texto mais utilizado atualmente, o Novum Testamentum Graece, tais como o texto de Westcott e Hort (The New Testament in the Original Greeek) e as primeiras edições Eberhard e Erwin Nestle, entre outras. Elas se baseiam em sua maior parte no Texto-tipo Alexandrino.

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Características de cada um dos textos

Receptus ( Bizantino, Majoritário):

(a) Baseado em uns 5000 (cinco mil) manuscritos gregos (a maioria);  

(b) Tais manuscritos não são os mais antigos (séculos oito, nove, dez, etc). 

(c) Tais manuscritos possuem poucas variantes textuais entre si.

(d) Foi o texto da reforma.

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Crítico (Minoritário):

(a) Baseado apenas em cinco manuscritos gregos; 

(b) Tais manuscritos são os mais antigos existentes (séculos quatro, cinco). 

(c) Tais manuscritos possuem muitas variantes textuais entre si; 

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Algumas diferenças entre um e outro

Enquanto o texto Receptus declara tudo o que está abaixo o texto crítico omite.

Omite referência ao Nascimento Virginal em Lucas 1.27

Omite referência à Divindade de Cristo em 1 Timóteo 3.16

 Omite referência à Divindade de Cristo em Romanos 14.10,12

 Omite referência ao sangue de Cristo em Colossenses 1.14

 

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Cosiderações

Mesmo com essas variantes tanto do texto Receptus como do texto Crítico, nenhuma doutrina do Cristianismo foi afetada, e todas as referências postadas acima sobre a omissão de algumas passagens no texto Crítico, não interferiram na sua forma ortodoxa e existem varias outras passagens que as corroboram.

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Bíblias que utilizam o texto Receptus

Willian Tyndale 1526Genebra 1588

King James Bible (Authorized Version de 1611)Valera 1569, 1602 TR, 1999

Lutero 1545 pela TBS – Trinitarian Bible SocietyAlmeida 1681/1753 e suas legítimas herdeiras: “Almeida

Revista e Reformada” (1847) “Almeida Revista e Correcta” (1875) “Almeida Revista e Corrigida”.

A edição 1894 (para Portugal) foi 100% TR.ACF – Almeida Corrigida e revisada, Fiel ao texto original

(1995).Bíblia de estudo Scofiel – Sociedade Biblica Trinitariana

– ACF.

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Que utilizam o Texto Crítico

ARA – Almeida Revista e Atualizada – 1976AR – Almeida Revisada … Melhores Textos – 1995

NIV – New International Version – 1986NVI – Nova Versão Internacional – 1994, 2001

BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje – 1988BBN – Bíblia Boa Nova – 1993

BV – Bíblia Viva – 1993Bíblia Alfalit – 1996;

Bíblia CEV = Contemporary English VersionNASB – New American Standard Bible – 1977

Bíblia Thompson – contemporâneaBiblia NTLH – Nova Tradução na linguagem de hoje

Biblia DAKE de EstudoBiblia SHEDD

TNM – Tradução Novo Mundo – 1967 [dos Testemunhas de Jeová]

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Formas de traduções das Escrituras

Nos slides anteriores conseguimos constatar as formas do texto sagrado, agora nos vamos ater, as suas duas formas de tradução, que são a equivalência formal e dinâmica. Expliquemos essas duas formas:

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Equivalência Formal: O modo de tradução por equivalência formal é aquele que prima a tradução das Escrituras palavra por palavra, pra que seus leitores se aproximem cada vez mais dos textos originais.

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Equivalência Dinâmica: O modo de interpretação conhecido como equivalência dinâmica, prima pela interpretação do sentido do texto e não palavra por palavra como o formal, seu objetivo é apenas passar a mensagem principal do texto sagrado e não se preocupa muito com o sentido original de algumas palavras que segundo seu conceito são retrógadas e de difícil interpretação para os leitores modernos.

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Vejamos alguns exemplos: Todos os que na terra são gordos comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele; e nenhum poderá reter viva a sua alma. Sl. 22.29 - Almeida Corrigida Fiel.

Todos os opulentos da terra hão de comer e adorar, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, até aquele que não pode preservar a própria vida. Sl. 22.29 - Almeida Revista e Atualizada.

Todos os poderosos da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, os que não podem preservar a vida. Sl. 22.29 – Almeida Século 21

Todos os ricos da terra se banquetearão e o adorarão; haverão de ajoelhar-se diante dele todos os que descem ao pó, cuja vida se esvai. Sl. 22.29 – NVI

Os ricos também comerão à mesa do Senhor e o adorarão. Todos os homens que descem ao pó se curvarão diante dele com os rostos no chão, todos os que um dia vão morrer. Sl. 22.29 – Bíblia Viva

Todos os orgulhosos se curvarão na sua presença, e o adorarão todos os mortais, todos os que um dia vão morrer. Sl. 22.29 - Nova Tradução Linguagem de Hoje

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Você pode perceber que os textos que usam a equivalência formal são fieis ao texto hebraico, onde encontramos a palavra Nvd - dashen, esta palavra realmente segundo o léxico de Strong e o léxico de Chavez significa alguém gordo, ela é usada no sentido figurado para alguém que é próspero ou ficou próspero.  A palavra Gordo neste contexto não faz muito sentido para nós brasileiro, pois não trás a idéia de alguém Próspero,  a idéia do verso não fica  clara,  fica obscura, mas se olharmos o contexto do Salmo 22, o salmista anuncia que chegará um tempo onde até os poderosos (ricos) se prostrarão diante do Messias, isto fica claro nas versões que usam a equivalência dinâmica e funcional , como no caso da NVI,BV e NTLH.

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Vejamos os Pontos Fortes e Fracos de Cada Tradução

Por Equivalência Formal: “O ponto fraco da primeira tentativa é que em idiomas e culturas diferentes nem sempre os vocábulos se equivalem e têm a mesma exatidão. (como por exemplo, a palavra gordo que para nós, tem outro sentido). O modelo de tradução “pensamento por pensamento” (isto é E.D) tem também seus pontos vulneráveis. Isto fica evidente quando procuramos determinar como um autor usa os mesmos termos em lugares diferentes com o mesmo significado.” Professor do Novo Testamento Robert H.Stein

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Por Equivalência Dinâmica: “Há perigos em se fazer paráfrases, assim como há valores. Pois sempre que as palavras exatas do autor não forem traduzidas a partir das línguas originais, existe a possibilidade de que o tradutor, não obstante sua honestidade, possa estar transmitindo ao leitor... algo que o escritor original não quis dizer.”

Professor do Novo Testamento Robert H.Stein

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Opinião Partindo do ponto da pregação e exposição

das Escrituras considero de maior valia a equivalência formal pois como foi exposto acima é aquela que se aproxima mais da forma original do texto e por consequência é melhor para aqueles que são expoentes das Palavra de Deus. Todavia a tradução por equivalência dinâmica é muito útil e devocionais e casa, e também para se entender o sentido do texto quando esse na formal foge de nosso entendimento cultural.

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Vulgata Latina, Septuaginta e demais traduções

A Vulgata: Vulgata é a forma latina abreviada de vulgata editio ou vulgata versio ou vulgata lectio, respectivamente "edição, tradução ou leitura de divulgação popular" - a versão mais difundida (ou mais aceita como autêntica) de um texto.

No sentido corrente, Vulgata é a tradução para o latim da Bíblia, escrita entre fins do século IV início do século V, por São Jerónimo, a pedido do Papa Dâmaso I, que foi usada pela Igreja Cristã e ainda é muito respeitada. Traduzida dos originais do Hebraico no V.T e do Grego no N.T, com excessão dos salmos.

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Nos primórdios do Cristianismo, quando o número de cristãos crescia em diversas regiões do Império Romano, um grave problema se apresentou. Esses novos cristãos, de língua latina, não conheciam o grego, idioma no qual foram escritos (ou para ele traduzidos), os livros das Sagradas Escrituras. 

Nasceu então a necessidade de versões em latim para os livros sagrados. Essas primeiras traduções foram feitas por homens, de um modo geral, de cultura duvidosa (não dominavam o grego e muito menos o latim), usando como base a tradução grega dos LXX ou Septuaginta.

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Dessa forma, as cópias das Sagradas Escrituras se multiplicavam criando grande confusão. Pior que isso, o texto sagrado acabou corrompendo-se. Ao que tudo indica, a primeira dessas controversas versões surgiu no fim do século dois da Era Cristã, nas províncias romanas ao norte da África. Na primeira metade do século IV, surgiu uma versão européia que Santo Agostinho chamava de “Ítala” (italiana).

Em 366, inicia-se o pontificado de São Dâmaso I. Entre 383 e 384, ele pede a São Jerônimo que revise todas as traduções feitas até então a fim de elaborar uma última e definitiva versão em latim.

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São Jerônimo nasceu em algum lugar próximo à Emona (atual Croácia). Aos trinta anos fez-se monge na Síria onde aprendeu o grego, o hebraico e o aramaico. Para cumprir a missão dada por Dâmaso, durante quinze anos Jerônimo procurou cópias, comparou textos, consultou a ciência dos rabinos e os Mishna (livros que influenciaram mais tarde os judeus e os islâmicos). Na biblioteca de Orígenes, da Escola de Cesaréia, encontrou a Héxapla (seis colunas), uma versão da Septuaginta que continha o texto em hebraico e diversas versões gregas em colunas paralelas.

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O primeiro grande resultado alcançado foi a versão latina do Novo Testamento. Jerônimo utilizou-se de uma das antigas versões latinas chamada “Vetus Latina”, além de usar o texto em grego dos evangelistas. Porém, não parou por aí. Traduziu também todo o Antigo Testamento diretamente do hebraico para o latim, rejeitando a versão dos LXX. Nesta tradução, excluiu os livros escritos diretamente em grego, considerando-os não canônicos.

Nascia assim a Vulgata. Uma versão das Sagradas Escrituras escrita em um latim de estilo popular e fácil, porém elegante. Dada a excelente qualidade do trabalho feito por São Jerônimo, ela tornou-se de domínio indiscutível na Igreja latina.

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A denominação Vulgata consolidou-se na primeira metade do século XVI, sobretudo a partir da edição da Bíblia de 1532 tendo sido definitivamente consagrada pelo Concílio de Trento, em 1546. O Concílio estabeleceu um texto único para a Vulgata a partir de vários manuscritos existentes, o qual foi ratificada mais uma vez como a Bíblia oficial da Igreja(Católica), confirmando assim os outros concílios desde o século II, e a essa versão ficou conhecido como Vulgata Clementina.

Após o Concílio Vaticano II em 1961, por determinação de Paulo VI, foi realizada uma revisão da Vulgata, sobretudo para uso litúrgico. Esta revisão, terminada em 1975, e promulgada pelo Papa João Paulo II, em 25 de abril de 1979, é denominada Nova Vulgata e ficou estabelecida como a nova Bíblia oficial da Igreja Católica .

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Criticas a Vulgata

Alguns críticos sem fundamento algum, tentam desvalorizar esse grande trabalho feito por Jeronimo que foi um dos mais piedosos eruditos da igreja primitiva, dizendo que ele traduziu o nome de Jesus de forma errada e pagã o que há foi provado por diversos eruditos que é uma grande mentira pois antes da vulgata, já circulavam manuscritos em Latim que traziam o nome de Jesus como nos é traduzido hoje.

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A Septuaginta Septuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica para

o grego koiné, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século a.C. em Alexandria.

Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia hebraica para o grego, língua franca do Mediterrâneo oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande.

A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos (seis de cada uma das doze tribos) trabalharam nela e, segundo a história, teriam completado a tradução em setenta e dois dias.

A Septuaginta, desde o século I, é a versão clássica da Bíblia hebraica para os cristãos de língua grega  e foi usada como base para diversas traduções da Bíblia.

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A Septuaginta inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica. Muitas bíblias da Reforma seguem o cânone judaico e excluem estes livros adicionais. Entretanto, católicos romanos incluem alguns destes livros em seu cânon e as Igrejas ortodoxas usam todos os livros conforme a Septuaginta. Anglicanos, assim como a Igreja oriental, usam todos os livros exceto o Salmo 151, e a bíblia do rei James em sua versão autorizada inclui estes livros adicionais em uma parte separada chamada de Apocrypha.

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As duas Histórias da Septuaginta

A versão lendária:

A história mais popular da tradução da septuaginta é envolta em mito e lenda. Segundo Aristéias, um judeu helênico do século II a.C., Ptolomeu Filadelfo preparou sua corte em Alexandria e se dedicou a aumentar sua biblioteca ali para conter tantos livros quanto possível. O presidente da biblioteca, Demétrio, falou ao rei sobre os livros da Lei dos judeus e pediu ao rei que os tivesse em grego na biblioteca. Segundo este relato, Filadelfo enviou setenta e dois estudiosos hebreus, seis de cada tribo de Israel, para a empreitada. Ele colocou estes homens na ilha de Faros, onde cada um trabalhou em separado em sua própria tradução, sem a consulta entre si. Segundo a lenda, quando foram comparar seu trabalho, as setenta e duas cópias mostraram-se idênticas.

Esta história, talvez improvável, convenceu a muitos (como Agostinho) que a septuaginta tinha uma qualidade sobrenatural (inspirada).

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Criticas a essa versão: H. D. Williams, vice-presidente da Dean Burgon Society publicou um estudo detalhado, no qual defende que a Septuaginta nunca existiu e não passa de um mito. Os defensores da Septuaginta alegam que Jesus Cristo e os apóstolos citaram a Septuaginta. Dr. Williams alega que foi Orígenes quem utilizou o grego do Novo Testamento para traduzir em grego o Velho Testamento na sua obra Héxapla. Dr. Williams argumenta que esta coluna da Héxapla, escrita por Orígenes, hoje é chamada de "Septuaginta", porque a Septuaginta, propriamente dita, não existe.

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A versão mais razoável: A versão mais razoável e provável de toda a questão é que pelo fato de existirem muitos Judeus espalhado além da palestina nos dois últimos séculos a.C, principalmente no Egito, em Alexandria, Judeus zelosos de seus costumes pela falta de habito com o hebraico, e por consequência o medo da perda da intimidade com os textos sagrados e seus ritos religiosos tenham traduzido primeiramente o pentateuco e um pouco depois os profetas. Esses escritos tomaram grande proporção e logo se espalharam por todo o mundo e ao que tudo indica já na época de Jesus onde o grego era altamente difundido no comércio, ela fazia parte inclusive dos textos sagrados dos Judeus da palestina.

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Mais uma caraterística marcante dessa informação é que o texto da septuaginta está repleto de alguns fatores literários de Alexandria o que corrobora com a informação dada acima.

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Jesus e os Apóstolos Utilizaram a Septuaginta?

Tudo indica que sim vejamos algumas das passagens em que isso ocorre:

“Então José mandou buscar Jacó, seu pai, e toda sua parentela, em número de setenta e cinco pessoas. Desceu Jacó para o Egito e aí morreu, ele e também nossos pais” – Atos 7,14-15. Neste casso Estevão usa a Septuaginta pois na versão hebraica, são setenta pessoas e não 75.

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Os cinco nomes que faltam no texto hebraico foram preservados na Septuaginta, em Gên. 46,20, onde Makir, filho de Manassés, e Makir, filho de Galaad (=Gilead, no hebraico), são apontados, posteriormente, como os dois filhos de Efraim, Taam (Tahan, no hebraico) e Sutalaam (Shuthelah, no hebraico) e seu filho Edon (Eran, no hebraico).

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Outro exemplo, ainda usando as citações de Estevão, é o nome de um deus pagão que se encontra em Atos 7. 43. Estevão citou-o como Renfã. Acontece que esta citação é de Amós 5.26. No texto hebraico o nome do deus é Quijum ou Quijum. Estevão citou a versão da Septuaginta que traz Renfã e não Quijum do texto hebraico.

Um exemplo é o uso que Jesus faz da versão Septuaginta que se encontra em Sua resposta ao diabo em Mt. 4.4. O texto hebreu em Dt. 8.3 diz: “da boca do Senhor”; a Septuaginta diz “da boca de Deus.” É este último que Jesus cita.

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Conclusões sobre a Septuaginta

Ao que tudo indica essa parece ser uma versão confiável das Escrituras, pelo fato de ter se difundido rapidamente pelo mundo e também aceita ao que tudo indica por Jesus pelos Apóstolos e por grande parte dos pais da Igreja, inclusive Agostinho. Contudo não descartamos os estudos dos originais hebraicos do V.T, pois Lucas por ser um grego pode muito bem ter contextualizado as falas dos personagens a Septuaginta afim de um maior entendimento de seus leitores, todavia essa não é a posição mais razoável.

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Mais algumas Informações

É sempre bom salientar que com a efusão do Evangelho pelo mundo muitos outros escritos em diversas línguas existem ainda hoje, vejamos alguns exemplos:

Versão siríaco Velha. Contém os quatro evangelhos, copiada por volta do século quarto. Duas cópias existem hoje.

Siríaca Peshitta. Esta foi a versão standard sírio, criou cerca de 150-250 dC. Mais de 350 exemplares do que existe hoje.

Siríaco palestino. Sobre 400-450 AD.

Philoxenian. 508 dC. Policarpo fez esta tradução.

Harkleian siríaco. 616 dC, por Thomas de Harkel.

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Etíope. Século IV, a partir do grego LXX; Mais de 2.000 cópias do manuscrito que existem hoje. Alguns estudiosos dizem sexto século.

Memphitic. Circulou no Baixo Egito sobre o quarto século do grego.

Thebaic. Projetado para Alto Egito, sobre o quarto século do grego.

Sahidic. No início do século III no Egito

Bohairic. Quarto século. Cerca de 100 cópias manuscritas já existem.

Médio egípcio. Quarto ou quinto século.

Gótico, escrito em língua alemã, mas com o alfabeto grego, por Ulphilas (falecido AD 388), dos quais apenas fragmentos do Antigo Testamento permanecem; Cerca de 6 textos parciais existem hoje.

Armênio, cerca de 400 dC; cerca de 2.600 cópias manuscritas existem hoje. Traduzido de uma Bíblia grega.

Eslavo, no século IX, para a Morávia antiga. Mais de 4.000 cópias manuscritas existem hoje.

Árabe. Cerca de 75 cópias manuscrito existem hoje.

Persa. Apenas duas cópias manuscritas existem hoje.

Anglo-saxão. Sete cópias manuscritas existem hoje.

Georgiano. Quinto século.

Núbia. Século VI.

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Pergaminhos do mar Morto

Os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de centenas de textos e fragmentos de texto encontrados em cavernas de Qumran, no Mar Morto, no fim da década de 1940 e durante a década de 1950. Foram compilados por uma doutrina de judeus conhecida como Essênios, que viveram em Qumran do século II a.C. até aproximadamente 70. Porções de toda a Bíblia Hebraica foram encontradas, exceto do Livro de Ester e do Livro de Neemias. Os manuscritos incluem também Livros apócrifos e livros de regras da própria seita. Os Manuscritos do Mar Morto são de longe a versão mais antiga do texto bíblico, datando de mil anos antes do que o texto original da Bíblia Hebraica, usado pelos judeus. Atualmente, estão guardados no Santuário do Livro do Museu de Israel, em Jerusalém.

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Os manuscritos do Mar Morto foram casualmente descobertos por um grupo de pastores de cabras, que em busca de um de seus animais localizou, em 1947, a primeira das cavernas com jarros cerâmicos contendo os rolos de papíro. Inicialmente os pastores tentaram sem sucesso vender o material em Belém. Mais tarde, foram finalmente vendidos para Athanasius Samuel, bispo do mosteiro ortodoxo sírio São Marcos em Jerusalém e para Eleazar Sukenik, da Universidade Hebraica, em dois lotes distintos.

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Sua Importância para o canôn: Antes da descoberta dos Rolos do Mar Morto, os manuscritos mais antigos das Escrituras Hebraicas datavam da época do nono e do décimo século da era cristã. Havia muitas dúvidas sobre a confiabilidade dessas cópias. A análise dos textos encontrados mostra que os textos hebraicos eram bastante fluidos antes de sua canonização. Há textos que são quase idênticos ao texto massorético embora haja fragmentos do livro do Êxodo e de Samuel com diferenças significativas das cópias modernas.

Mas o Professor Júlio Trebolle Barrera, membro da equipe internacional de editores dos Rolos do Mar Morto, declarou: "O Rolo de Isaías [de Qumran] fornece prova irrefutável de que a transmissão do texto bíblico, durante um período de mais de mil anos pelas mãos de copistas judeus, foi extremamente fiel e cuidadosa."

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Anteriormente, os eruditos achavam que as diferenças na Septuaginta talvez resultassem de erros ou mesmo de invenções deliberadas do tradutor. Agora, os rolos revelam que muitas das diferenças realmente se deviam a variações no texto hebraico. Isto talvez explique alguns dos casos em que os primeiros cristãos citavam textos das Escrituras Hebraicas usando fraseologia diferente do texto massorético. — Êxodo 1:5; Atos 7:14. Assim, este tesouro de rolos e fragmentos bíblicos fornece uma excelente base para o estudo da transmissão do texto bíblico hebraico. Os Rolos do Mar Morto confirmaram o valor tanto da Septuaginta como do Pentateuco samaritano para a comparação textual.

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Os textos de Qumran datam desde o final do terceiro século a.C. até o ano 70 d.C. (a maior parte deles foi produzida entre 150 a.C. e 40 d.C.). Eles foram escritos em hebraico e aramaico, à exceção dos fragmentos da caverna 7, todos em grego.

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Textos Massoréticos

Texto massorético é o texto hebraico da Bíblia utilizado com a versão universal da Tanakh(ou Bíblia hebraica) para o judaísmo moderno, e também como fonte de tradução para o Antigo Testamento da Bíblia Cristã, inicialmente pelos católicos e, modernamente, também por tradutores protestantes.

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Origem do nome: Em torno do século VI, um grupo de competentes escribas judeus teve por missão reunir os textos considerados inspirados por Deus, utilizados pela comunidade hebraica, em um único escrito. Este grupo recebeu o nome de "Escola de Massorá". Os "massoretas" escreveram a Bíblia de Massorá, examinando e comparando todos os manuscritos bíblicos conhecidos à época. O resultado deste trabalho ficou conhecido posteriormente como o "Texto Massorético".

O termo "massorá" provém na língua hebraica de mesorah (מסורה, alt. מסורת) e indica "tradição". Portanto, massoreta era alguém que tinha por missão a guarda e preservação da tradição.

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O Ápice dos textos do mar morto foram ter corroborado com, de forma significativa com a obra dos massoretas, o que mostra que a bíblia vem sendo preservada em sua integridade e fidelidade para o povo de Deus.

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Pentateuco Samaritano Pentateuco Samaritano ou Torá Samaritana é o nome que se dá

à Torá usada pelos judeus samaritanos. Os samaritanos recusam o restante dos livros do Tanakh, aceitando apenas sua Torá como livro inspirado. Os samaritanos os rejeitam por não aceitá-lo como vindo de Deus.

O Pentateuco samaritano está escrito no alfabeto samaritano, que é diferente do hebraico e era a forma de escrita usada antes do cativeiro babilônico (cerca de 597-586 a.C). Além da linguagem diferente, existem outras discrepâncias entre o Texto Massorético e a Torá Samaritana. Um exemplo é que na versão samaritana dos Dez Mandamentos, onde Deus conclama o povo que construa o altar no Monte Gerizim. O Pentateuco Samaritano ficou conhecido mundialmente, quando Pietro della Valle trouxe de Damasco em 1616 uma cópia do texto.

Mesmo assim essa versão do texto samaritano não é absoluta. Em Q'umran foram encontrados fragmentos do texto que combinam com o Texto Massorético, como por exemplo não trazer nenhuma referência ao Monte Gerizim, uma clara adulteração por parte dos Samaritanos.

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Os Códices da Bíblia A partir do quarto século depois de Cristo, os

livros cristãos passaram a ser escritos em codex, palavra derivada de caudex, que era uma tabuinha coberta de cera na qual se escrevia com um estilete metálico. Reunidos por um cordão que passava por orifícios feitos no alto dos exemplares, à esquerda, os códices ficavam em forma de livro, portanto bem mais práticos de serem manuseados que os antigos rolos.

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SINAÍTICO – Códice Alef

Produzido em cerca de 325 d.C., contem todo o Antigo Testamento grego, além das epístolas de Barnabé e parte do Pastor de Hermas. Foi encontrado pelo sábio alemão Constantino Tischendorf, em 1844, no mosteiro de Santa Catarina, situado na encosta do Sinai. Tischendorf viu 129 páginas do manuscrito numa cesta de papel, para serem lançadas no fogo. Percebendo o seu enorme valor, levou-as para a Europa. Nesse mesmo ano, ele descobriu 43 folhas de velino contendo porções da Septuaginta (I Crônicas, Jeremias, Neemias e Ester). Este pesquisador descobriu que as páginas desse manuscrito eram utilizadas pelos monges para acender o fogo.

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Em 1859 ele voltou ao mosteiro e encontrou as páginas restantes. Doada por seu descobridor a Alexandre II, da Rússia, essa preciosidade foi posteriormente comprada pela Inglaterra pela vultosa quantia de cem mil libras esterlinas. Está no Museu Britânico desde 1933, e é considerada a testemunha mais importante do texto bíblico por sua antiguidade, precisão e ausência de omissão. Junto com o Vaticano, o Sinaítico é considerado um dos dois manuscritos mais importantes existentes. Ele é o único que contém o Novo Testamento completo.

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ALEXANDRINO – Códice A

De meados do quarto século d.C., contem o Antigo Testamento grego e quase todo o Novo Testamento, com omissões de 24 capítulos de Mateus, cerce de quatro de João e oito de 2 Coríntios. Contém ainda a Primeira Epístola de Clemente de Roma e parte da Segunda. É o melhor testemunho existente do texto do Apocalipse. Em 1708 esse códice foi dado de presente ao patriarca de Alexandria, que lhe deu a designação que ostenta até hoje. Está no Museu Britânico. Foi provavelmente escrito em Alexandria, no Egito. Não chega a alcançar o elevado padrão dos manuscritos Vaticano e Sinaítico.

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VATICANO – Códice B

Este famoso uncial em velino, datado do inicio do século IV, está escrito em grego e contém o texto completo da Septuaginta, com exceção dos livros dos Macabeus e da Oração de Manassés. Datado do século IV (350 ou 325 d.C.). Não era conhecido pelos estudiosos textuais até 1475, quando foi catalogado na Biblioteca do Vaticano, em Roma, pertencente à Igreja Católica Romana. Contém 759 folhas, sendo 617 no Antigo Testamento e 142 no Novo Testamento. Esse manuscrito é considerado como a melhor cópia conhecida do Novo Testamento. É interessante notar que não incluiu Marcos 16.9-20, porém o escriba deixou mais de uma coluna vazia nesse lugar, como se conhecesse esses versículos, mas estivesse indeciso quanto a incluí-los o não.

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EPHRAEMI RESCRIPTUS – Códice C

Também conhecido como códice palimpsesto. Este manuscrito continha todo o Antigo e Novo Testamento. Conservam-se atualmente só os textos de Jó, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria, Eclesiástico e Cântico dos Cânticos, e do Novo Testamento ainda preservam-se parte do todos os livros, exceto 2 Tessalonicenses e 2 João. Suspeita-se que se originou em Alexandria, no Egito, e é datado do início do século V (por volta de 450). Este manuscrito foi raspado, por isso é chamado de polimpsesto. O texto sagrado foi apagado par que nesses pergaminhos se escrevessem os sermões de Ephraem, pai da igreja do século IV, por essa razão foi chamado de Manuscrito Ephraemi Rescriptus. Por meio de solução química, o Dr. Tischendorf foi capaz de decifrar as escritas quase invisíveis dos pergaminhos. Esse manuscrito está conservado na Biblioteca Nacional de Paris.

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BEZAE – Códice D

Também chamado de Códice de Cambridge, datado por volta do século V ou VI. Este é o mais antigo manuscrito conhecido em dois idiomas; é um códice Greco-latino. A página esquerda é grego, enquanto o texto correspondente em latim fica do lado oposto, à direita. Foi descoberto em 1562, por Teodoro de Beza, teólogo francês, no mosteiro de Santo Irineu, em Lyon na França. Com algumas omissões, contêm os Evangelhos e Atos, os primeiros na ordem chamada ocidental: Mateus, João, Lucas e Marcos. Em 1581, Beza o entregou a Universidade de Cambridge. Há, ainda, vários outros códices de menor importância, expostos em museus e bibliotecas de vários países do mundo. Somente de livros do Novo Testamento, completos ou em fragmentos, conhece-se hoje 156.

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LECIONÁRIOS

Esses manuscritos incluem um grupo de materiais chamados "lecionários". O termo "leitura" refere-se a uma passagem escolhida na Escritura, destinada a ser lida nos serviços públicos. Assim sendo, um lecionário é um manuscrito especialmente arranjado e copiado com este propósito. Alguns eram unciais e outros cursivos. A maioria deles foi extraída dos Evangelhos, mas existem alguns de Atos e das Epístolas. Os estudos mostram que eles foram copiados com mais cuidado do que um manuscrito comum; portanto, fornecem cópias excelentes para comparações. Mais de 1800 lecionários foram enumerados.

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CÓDICE DE LENIGRANDO

O Códice de Leningrado ("Codex Leningradensis, L") catalogado com a sigla "Firkovich B 19", é um dos mais antigos e completos manuscritos do texto massorético da Bíblia hebraica, escrito em pergaminho e datado de 1008 d.C., de acordo com o Colophon (book), é a cópia completa mais antiga das Escrituras Hebraicas do mundo. Este manuscrito serve como texto básico para modernas traduções da Bíblia, e encontra-se na famosa Biblioteca Pública de São Petersburgo Leningrado, Rússia.

Atualmente, o Códice de Leningrado, é o mais importante texto Hebraico reproduzido na Rudolf Kittel's Bíblia Hebraica (BHK),(1937) e na Bíblia Hebraica Stuttgartensia (BHS), (1977). Serve também como uma fonte para que eruditos trabalhem na recuperação de detalhes nas partes faltantes do Codex de Aleppo.

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Sobre os Códices

Esses são os diversos códices preservados ao longo da história e são de grande valia para estudiosos das Escrituras e para comparações afim de que se chegue a uma melhor compreensão dos textos sagrados. E ainda existem alguns outros aqui não citados.

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A bíblia em capítulos e versículos

Os primeiros a dividirem as Escrituras Sagradas em porções menores para facilitar sua leitura foram os judeus . Eles dividiram a Lei (Torá) em 54 seções chamadas parashiot (divisões). Os profetas (neviim) também eram divididos em 54 trechos chamados haftarot (despedidas). Essas divisões tinham uma intenção litúrgica, já que determinadas porções do texto eram lidas ao longo dos sábados durante o ano. Não há consenso entre os rabinos a respeito da origem dessas divisões.

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Os cristãos da igreja primitiva também pensaram num método de divisão que facilitasse a leitura da Bíblia. Eles fracionaram o Novo Testamento em seções visando facilitar a localização de determinados trechos da Escritura. Isso pode ser visto em alguns manuscritos do século V (Mateus tinha 68 capítulos, Marcos 48, Lucas 83 e João 18).

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Na Idade Média, em 1220, Estephen Langton, futuro arcebispo de Canterbury, foi o responsável pela divisão em capítulos. A primeira Bíblia dividida desse modo (uma versão latina) foi realizada em paris e ficou conhecida como a Bíblia parisiense. Em 1525, Jacob ben Jayim publicou uma bíblia rabínica em Veneza, que continha os capítulos de Langton. A divisão feita por Langton permanece até os nossos dias.

Fonte: http://numinosumteologia.blogspot.com.br/2009/10/quem-pos-os-capitulos-e-os-

versiculos.html

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O crédito da divisão da Bíblia em versículos é dado ao dominicano italiano Santos Pagnino, que publicou em Lião, em 1528, a primeira Bíblia organizada nessas subdivisões menores. No entanto Robert Stephanus, um editor protestante, fez mudanças no seu trabalho. Em relação ao Antigo Testamento fez pequenos retoques. No que diz respeito ao Novo Testamento, reelaborou todo o trabalho de Pagnino. Stephanus também fez a subdivisão dos livros apócrifos (ou deuterocanônicos, como preferem os católicos) de Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc. Pagnino não havia trabalhado nesses livros. Stephanus publicou o primeiro o Novo Testamento em 1551, depois a Bíblia completa, em 1555. Seu modo de dividir o texto bíblico foi mais tarde adotado em todo o mundo.

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Em 1572 foi publicada a primeira Bíblia hebraica com versículos. Finalmente o Papa Clemente VIII fez publicar uma nova versão da Bíblia, em latim, para uso oficial da Igreja, pois o texto anterior, de tanto ser copiado à mão, tinha-se deformado. A obra apareceu no dia 9 de novembro de 1592 e foi a primeira edição da Igreja Católica com a já consagrada divisão de capítulos e versículos.

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Um Fato histórico de Grande importância

Foi a tradução da Bíblia feita por Erasmo de Roterdã no Século XVI, um teólogo e humanista holandês que traduziu a toda a Bíblia das línguas originais, seguindo o lema renascentista “Ad Fonts”, o que culminou em uma grande perda para a igreja romana já que sua versão da vulgata estava repleta de seus dogmas antibíblicos, um exemplo claro disso está em Mt 4:17 onde a Palavra “Arrependei-vos”, era traduzida por “Penitenciai-vos”, afim de que se sustentasse o dogma das penitencias no processo da salvação, fazendo assim uma grande distorção nas verdades das Escrituras. Outra passagem muito conhecida e que foi desqualificada por Erasmo é a de Lc 1:28 onde o anjo chama Maria de “agraciada”, mais na versão católica isso era traduzida por “cheia de graça”, afim de se defender os dogmas acerca de Maria.

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Sobre o desenvolvimento do Canon das Escrituras

Todos podemos crer e experimentar o poder da Palavra vivificante de Deus, todavia a Bíblia como a temos hoje foi se formando ao longo de 1600 anos. E é sobre todos os aspectos que envolveram esse advento é que nós nos aprofundaremos agora.

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O Canon do Antigo Testamento

Foram diversos aspectos que culminaram na formulação do Canon do V.T. Citaremos algumas:

Inspiração de Deus – Deus deu o primeiro passo na canonização da Bíblia, quando ele mesmo os inspirou. O povo de Deus não teria como reconhecer a inspiração de um livro, se Deus mesmo não tivesse dotado os 39 livros que compõem o Velho Testamento, de autoridade divina.

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Reconhecimento por parte do povo de Deus – Quando Deus dotava algum livro de autoridade, seu povo o reconhecia. Este reconhecimento ocorria imediatamente pela comunidade para a qual o livro foi destinado. Os escritos de Moisés foram reconhecidos em seus dias(. 24:3), como também os de Josué(Js. 24:26), os de Samuel(1 Sm. 10:25) e os de Jeremias(Dn. 9:2). Este reconhecimento seria confirmado pelos crentes do Novo Testamento e também por Jesus.

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Coleção e preservação pelo povo de Deus – O povo de Deus colecionava e guardava sua Palavra. Os escritos de Moisés foram colocados na arca(Dt. 31:26). As palavras de Samuel foram colocadas num livro e o pôs perante o Senhor(1 Sm. 10:25). A lei de Moisés foi preservada no templo nos dias de Josias(2 Rs. 23:24). Daniel tinha uma coleção da lei de Moisés e dos profetas(Dn. 9:2; 6:13). Os crentes do Novo Testamento tinham toda escritura do Velho Testamento(2 Tm. 3:16), tanto a Lei como os Profetas(Mt. 5:17).

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Reconhecimento por parte de Jesus –

O mais importante de tudo isso é salientar o valor que nosso Senhor deu para as Escrituras veterotestamentárias, ele em diversas partes do N.T, se achou no V.T e o descreveu como base para seu ministério dizendo que era ele mesmo que testificava de sua divindade e ministério como Cristo. Cf: Jo 5:39; Mt 5:17; Lc 24:27. Todo o V.T são 39 livros inspirados por Deus.

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O Canon do Novo Testamento

Visto que Deus fez uma nova aliança com seu povo (Hb 8:8) logo se presume por necessidade que necessitaríamos de um Novo Testamento, não no sentido que que o Velho Testamento não sirva pra mais nada, muito pelo contrário ele é tão importante quanto o novo, mais no tocante ao que esse Novo Testamento nos explica mais abertamente aquelas coisas que nos eram um mistério e figuras no Velho Testamento.

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Sua Formulação e critérios utilizados para isso.

Assim como foram apresentados argumentos sólidos sobre a inspiração divina de todo o V.T, dessa mesma forma, procuraremos apresentar diversos motivos pelos quais o N.T, também é de total inspiração Divina e digno de toda a aceitação da Igreja.

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O próprio mandado de Nosso Senhor –

Assim como na antiga aliança, Deus mais uma vez por sua vontade escolhe 12 homens aos quais lhes da o nome de Apóstolos, homens esses que tinham única e exclusivamente a autoridade de falar e escrever em nome do próprio Deus. (Cf: At 15:7; At 22:14; 1 Co 14:17; At 16:4; Cl 4:16) Nesses três textos as Escrituras nos declaram abertamente a autoridade Apostólica constituida por Cristo. E o que dizer então da autoridade dada por Deus a Paulo homem esse que não aprendeu o Evangelho de homem algum mais Deus alguma forma miraculosa lhe apresentou sua Palavra(Cf: Gl 1:12), e da própria citação de Paulo sobre o Evangelho de Lucas e sua autenticidade como Escrituras(Cf: 1 Tm 5:18 B), e sobre a declaração de Pedro de que as cartas Paulinas estavam no mesmo crivo de autoridade de os Escritos antigos(2 Pd 3: 15 e 16). Fora também o Apocalipse que foi uma visão dada do próprio Deus a João(Cf : Ap 1:1). Vale também nos lembrar do argumento de Paulo na carta ao Efésios de que a Igreja é constituida sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas do qual a Pedra Principal é Cristo(Cf: Ef 2:20). Baseado nessas afirmações podemos constatar verdadeiramente toda inspiração Neotestamentária.

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Afirmações dos Pais da Igreja –

No começo de sua formulação o Canon tinha cada parte de seu completo em algumas igrejas e regiões. Vejamos algumas afirmações dos Pais da Igreja sobre sua autenticidade e valia na Igreja Primitiva.

Escritos atribuídos aos apóstolos circularam entre as primeiras comunidades cristãs. As epístolas de Paulo estavam circulando, talvez em formulários recolhidos, até o final do século I d.C . Justino, o Mártir, em meados do século 2, menciona as "Memórias dos Apóstolos", como sendo lidas no Domingo junto com os "Escritos dos Profetas ". Um canon de quatro evangelhos (o chamado Tetramorfo) foi afirmado por Irineu, cerca de 180 d.C., que se refere a ele diretamente. 

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No início dos anos 200 d.C., Orígenes pode ter estado usando os mesmos vinte e sete livros como no cânone católico do Novo Testamento, embora ainda houvesse disputas sobre a canonicidade da Carta aos Hebreus, Tiago, II Pedro, II e III João e Revelação (Apocalipse de João), conhecido como o Antilegomena. Da mesma forma, o fragmento de Muratori evidência que, talvez no inicio de 200, existia um conjunto de escritos cristãos um pouco semelhante ao canon de vinte e sete livros atuais do Novo Testamento, que incluía quatro evangelhos e argumentava contra objeções a elas. Assim, enquanto houve uma boa medida de debate na igreja primitiva sobre o cânon do Novo Testamento, os principais escritos são alegados terem sido aceito por quase todos os cristãos, em meados do século 3 d.C.

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Em sua carta de Páscoa de 367, Atanásio, bispo de Alexandria, deu uma lista dos livros que viria a ser o cânon de vinte e sete livros do Novo Testamento , e ele usou a palavra "canonizado" (kanonizomena) no que diz respeito a eles. O primeiro conselho que aceitou o presente cânon do Novo Testamento pode ter sido o Sínodo de Hipona no norte da África (393 d.C.), os atos deste Concílio, no entanto, são perdidos. Um breve resumo dos atos foi lido em e aceitos pelos Concílios de Cartago em 397 e 419. Esses concílios foram sob a autoridade de Santo Agostinho, que considerava o cânon como já foi fechado. 

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Alguns embates sobre quais seriam os Livros Canônicos

Nos primeiros séculos da Igreja primitiva houveram alguns embates sobre quais livros eram verdadeiramente canônicos . No primeiro grupo definido antes do século II, estavam os quatro Evangelhos, Atos, as treze epistolas de Paulo, 1 Pedro e 1 João. Sete não foram reconhecidos imediatamente, porque alguns não traziam o nome do autor, como a epistola ao Hebreus. Livros como o Apocalipse e a epístola de Tiago também foram alvo de discussões da Igreja.

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Havia também muitos escritos cristãos apócrifos: “Atos”, epístolas e “ apocalipses”, sendo a maioria deles de conteúdo tendencioso ou legendário. Alguns eram até anticristãos. Tais obras jamais fizeram parte de qualquer lista de livros potencialmente canônicos.

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Enfim o Fechamento do Canon

A decisão quanto ao Canon definitivo do Novo testamento foi tomada no concílio de Hipona no ano 393, e confirmada pelo concilio de Cartago, quatro anos depois. Foram aprovados os 27 livros que compõem nossa Bíblia hoje e também todo o Velho testamento 39 Livros. Enfim a Palavra de Deus estava totalmente revelada a nós.

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Livros apócrifos e pseudoepígrafos

Livros Apócrifos: No dia 8 de Abril de 1546, o concilio de Trento, publicando seu dogma sobre a regra de fé: “Houve por em que a este decreto se ajuntasse o index dos livros sagrados, para que não possa haver dúvida alguma sobre quais são os que o mesmo sínodo recebe”. Segue-se então uma lista que incluem não somente os livros do antigo e do novo Testamento, mais também os livros apócrifos que são: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, e acréscimos aos livros de Ester e Daniel. O concilio então conclui: “Se alguém não receber por sagrados e canônicos estes livros inteiros em todas as partes [...] seja anátema”. Vejamos o porque de esse livros não serem aceitos por nós protestantes.

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Rejeição por Evidência Externa: Os Apócrifos não foram incluídos em qualquer lista de escritos canônicos nos quatro primeiros séculos da era Cristã, fato admitido pelos católicos. Esses livros não foram considerados parte da regra de fé pela igreja romana antes do concilio de Trento em 1546. E muito provavelmente só aceito para se diferenciar da Bíblia protestante. Até essa época, os primeiros teólogos da igreja romana os rejeitavam. Os Judeus a quem “as Palavras de Deus”, foram confiadas (Rm 3:2), nunca aceitaram os apócrifos como canônicos. Não são citados por Jesus nem pelos Apóstolos e são repudiados até por escritores Judeus, como Filo e Flavio Jusefo.

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Rejeição por evidência interna: Os próprios livros apócrifos não alegam ter autoridade Divina. Pelo contrário alguns dizem o contrário vejamos: “Sois, portanto, convidados [...] a serdes indulgentes onde, a despeito do esforço de interpretação, parecemos enfraquecer algumas expressões” Prólogo Eclesiástico; Bíblia de Jerusalém. Esses livros contém informações que contradizem a história. Baruc, por exemplo principia dizendo que o autor que estava na Babilônia, mas Jeremias diz que ele e o profeta estavam no Egito( Jr 43: 6 e 7).

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Os apócrifos são contraditórios entre si. Lemos em Macabeus três versões para a morte de Antíoco( 1 Macabeus 6:4 a 16; 2 Macabeus 1:16 a 16 e 9:28). Sabedoria supostamente escrito por Salomão, cita uma passagem de Isaías, profeta que viveu 250 anos depois do rei de Israel. Muitas coisas nos apócrifos são contrárias aos preceitos e doutrinas das Escrituras. O suicídio é louvado em (2 Macabeus 14: 41 ao 46), e encantos e adivinhações são sancionados em diversos lugares. Pelas razões apontadas acima, concluímos que os livros chamados apócrifos são indignos de ser incluídos no cânon das Escrituras.

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Testemunho dos pais da Igreja

ORÍGENES: No terceiro século a.D., Orígenes (que morreu em 254) deixou um catálogo de vinte e dois livros do Antigo Testamento, preservado na História Eclesiástica de Eusébio, VI: 25. Inclui a mesma lista do cânone de vinte e dois livros de Josefo (e do Texto Massorético), inclusive Ester, mas nenhum dos apócrifos é declarado canônico, e se diz explicitamente que os livros de Macabeus estão “fora desses [livros canônicos]”.

TERTULIANO: Tertuliano (160-250 d.C.) era aproximadamente contemporâneo de Orígenes. Declara que os livros canônicos são vinte e quatro.

HILÁRIO: Hilário de Poitiers (305-366) os menciona como sendo vinte e dois.

ATANÁSIO: De modo semelhante, em 367 d.C., o grande líder da igreja, Atanásio, bispo de Alexandria, escreveu sua Carta Pascal e alistou todos os livros do nosso atual cânon do Novo Testamento e do Antigo Testamento, exceto Ester.

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JERÔNIMO: Jerônimo (340-420. a.D.) fez a seguinte citação: “Este prólogo, como vanguarda, com capacete das Escrituras, pode ser aplicado a todos os livros que traduzimos do hebraico para o latim, de tal maneira que possamos saber que tudo quanto é separado destes deve ser colocado entre os apócrifos. Portanto, a sabedoria comumente chamada de Salomão, o livro de Jesus, filho de Siraque, e Judite e Tobias e o Pastor (supõe-se que seja o Pastor de Hermas), não fazem parte do cânon. Descobri o Primeiro Livro de Macabeus em hebraico; o Segundo foi escrito em grego, conforme testifica sua própria linguagem”.

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Os Pseudoepígrafos: Esses Livros são: )

Salmos de Salomão: 18 salmos semelhantes aos canônicos que denunciam a classe dominante opressora e defendem a causa dos pobres e piedosos.

Livro dos Jubileus: Narra de forma verossímil o discurso de Deus a Moisés no dia 16 de Sivã do primeiro ano do Êxodo que é um convite a subir ao monte a fim de receber as tábuas da Lei. Em seguida, Metatron, o Anjo da Presença ( Teofania), por ordem de Deus narra a História, desde a Criação até aquele momento. De autoria essênia.

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Livro de Enoque: Composto pelo Livro de Enoque original, citado por Judas; pelo Livro de Noé, Que é um fragmento do Livro de Lameque; pelo Apocalipse das Semanas; e pelo Apocalipse dos Símbolos dos Animais. O livro original, que não é de autoria de Enoque ( bem como o Livro de Lameque não é de Lameque), gozava de credibilidade na Igreja Primitiva. A Igreja Católica o baniu no Século VI.

O Testamento dos Doze Patriarcas: Livro composto de doze obras, em sua maioria essênias, sobre os Doze Patriarcas, com extensa escatologia e apologia à Ética.

A Profecia dos Dois Messias, que não é de origem essênia, surge no Testamento de Simeão e no Testamento de Dã. O Testamento de Levi chama seu protagonista de sacerdote em paralelo com Jubileus 32:1.

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A Assunção de Moisés: Livro que conta inicialmente a designação de Josué como sucessor de Moisés e a morte de Moisés. A atual apresentação do livro possui suas três primeiras linhas apagadas, a inserção de um livro essênio de ficção à época de Herodes, e sua conclusão está fragmentada. O livro original não é essênio.

O Martírio de Isaías: É a narrativa essênia dos fatos que antecederam a morte do Profeta pelas mãos de Manassés.

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A Vida de Adão e Eva: Narrativa essênia sobre as revelações da vida de Adão e Eva contadas a Moisés pelo Arcanjo Miguel.

A Carta de Aristéias: É o relato sobre a tradução grega da Torah, a Septuaginta, escrita por uma pessoa envolvida na obra.

Segundo Livro de Baruque: Apocalipse narrando da Destruição de Jerusalém ao Reinado do Messias.

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Porque não aceita-los? Pelos mesmos motivos citados aos apócrifos, são cheio de lendas Judaicas, e jamais fizeram parte do canôn do Velho Testamento, são livros históricos que contém sim fatos históricos verdadeiros mais jamais devem ser considerados como inspirados por Deus.

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Alguns fatos Históricos

Um fato histórico de grande importância para que a Igreja formulasse o cânon das Escrituras, foi uma heresia datada por volta do ano 140 d.C. Conhecida como Marcionismo, pelo fato de seu percussor se chamar Marcião, que afrontava e dissimulava os escritos antigos segundo sua convicção herética chegando até a formar seu próprio cânon repleto de omissões e erros.

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Algumas características dessa heresia

Não aceitava de forma alguma o V.T, dizendo que esse demonstrava um Deus irado e mal ao contrário de Jesus o Deus do N.T, criando assim uma dualidade de dois deuses um bom e outro mal, segundo sua concepção herética.

Não aceitava os escritos dos outros apóstolos nem as cartas pastorais de Paulo, se referia aos escritos dos outros apóstolos como sendo contaminado por judaizantes e judaísmos.

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Formou seu próprio cânon que continha o Evangelho de Lucas e as outras dez cartas paulinas. Lhes manipulou segundo seu bel prazer e segundo suas convicções heréticas

Anulou do Evangelho de Lucas, as passagens do nascimento de Jesus pois não aceitava seu nascimento virginal e dizia que em algum momento do mundo antigo ele apareceu subitamente na história.

Anulou todas as passagens onde Jesus chama Deus de Pai afim de sustentar sua idéia de que o Deus do V.T é um Deus cruel.

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Não entendia as consequências do pecado e a justa punição de Deus considerando-o assim um Deus mal, zombava da criação de Deus, e da forma ao qual Deus escolheu para que nascêssemos. Dizia ele: Nascemos entre as fezes e a urina?.

Se utiliza do batismo pelos mortos.  Para ele Cristo não veio em carne, apenas

parecia que tinha um corpo real, uma espécie de ilusão, aí podemos apreciar sua aproximação com o gnosticismo.

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Marcião pregava sobre duas ou três forças principais: A força de um Deus bondoso; que Cristo mostrou ao mundo; as forças do mal, governadas pelo Maligno, e o criador do mundo, que é finito, imperfeito, e irado Deus dos judeus.

Jesus nada tem a ver com o Messias anunciado no AT; sua morte era uma ilusão, ainda que tivesse um sentido.

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Marcião cortou (dentre outras coisas) todo o relato do nascimento e do ministério de João Batista de sua edição do evangelho de Lucas, já que o relato ligava intimamente a história de Jesus com a ordem do Antigo Testamento, que Marcião repudiava .

Pregava e praticava o ascetismo, como disciplina pessoal e era contra o casamento, o comer carne e beber vinho. Só aceitava batizar casados desde que estes se abstivessem de toda relação sexual.

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Marcião foi excomungado em 144 d.C. E morreu em 160 d.C. Mais sua seita se propagou por mais duzentos anos até sua total extinção. Ao se encontrar com Policarpo um dos mais ilustres bispos e martirie de Cristo, Marcião o Perguntou: Sabes quem eu sou? Logo Policarpo o respondeu: Tu és o primogênito de Satanás. Demonstrando assim seu repúdio a doutrina Marcionista. Alguns consideram Marcião como o pai do Racionalismo e até o intitulam como um dos primeiros a aderirem o que chamamos hoje de alta crítica.

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Alguns Benefícios dessa heresia a Igreja

O Marcionismo foi importante para que a igreja despertasse e formulasse de uma forma ordeira seu próprio Canon e também para que formulasse seu credos afim de expressar sistematicamente suas verdadeiras crenças.

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A história de JFA e a Bíblia em Português

João Ferreira de Almeida: (Torre de Tavares, Portugal, 1628 — Java, Indonésia, 1691) foi uma importante personalidade do protestantismo português, especialmente conhecido por ter traduzido a Bíblia para a língua portuguesa.

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Inicio de Sua vida:

Filho de pais católicos, João Ferreira de Almeida nasceu na localidade de Torre de Tavares, concelho de Mangualde, em Portugal. Ficou órfão ainda em criança e veio a ser criado na cidade de Lisboa por um tio que era membro de uma ordem religiosa. Pouco se sabe sobre a infância e início da adolescência de Almeida, mas afirma-se que teria recebido uma excelente educação visando a sua entrada no sacerdócio. Não se sabe o que teria levado Almeida a sair de Portugal mas talvez isso se devesse à forte influência exercida pela Inquisição em Portugal. Viajou para a Holanda e, aos 14 anos, embarcou para a Ásia, passando pela Batavia (atual Jacarta), na ilha de Java, Indonésia. Naquela época, a Batávia era o centro administrativo da Companhia Holandesa das Índias Orientais, no sudeste da Ásia.

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Conversão ao protestantismo:

Ao velejar entre Batávia e Malaca, na Malásia, Almeida, aos 14 anos de idade, leu um folheto protestante, em espanhol, intitulado “Diferencias de la Cristandad” (Diferenças da Cristandade). Este panfleto atacava algumas das doutrinas e conceitos católicos, incluindo a utilização de línguas incompreensíveis para o povo comum, tal como o latim, durante os ofícios religiosos. Isto provocou um grande impacto em Almeida sendo que, ao chegar a Malaca, converteu-se à Igreja Reformada Holandesa, em 1642, e dedicou-se imediatamente à tradução de trechos dos Evangelhos, do castelhano para o português.

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Tradutor da Bíblia:

 

Dois anos mais tarde, João Ferreira de Almeida lançou-se num enorme projeto: a tradução do Novo Testamento para o português usando como base parte dos Evangelhos e das Cartas do Novo Testamento em espanhol da tradução de Reyna Valera, 1569. Almeida usou também como fontes nessa tradução as versões: Latina (de Beza), Francesa (Genebra, 1588) e Italiana (Diodati, 1641) – todas elas traduzidas do grego e do hebraico. O trabalho foi concluído em menos de um ano quando Almeida tinha apenas 16 anos de idade. Apesar da sua juventude, enviou uma cópia do texto ao governador geral holandês, em Batávia. Crê-se que a cópia teria sido enviada para Amsterdã mas que o responsável pela publicação do texto faleceu resultando no desaparecimento do trabalho de Almeida. Em 1651, ao lhe ser solicitada uma cópia da sua tradução para a Igreja Reformada na ilha de Ceilão, (atual Sri Lanka), Almeida descobriu que o original havia desaparecido. Lançando-se de novo ao trabalho, partindo de uma cópia ou rascunhos anteriores do seu trabalho, Almeida concluiu no ano seguinte uma versão revista dos Evangelhos e do livro de Atos dos Apóstolos. Em 1654, completou todo o Novo Testamento mas, uma vez mais, nada foi feito para imprimir a tradução, sendo realizadas apenas algumas poucas cópias manuscritas.

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Almeida entrou no ministério da Igreja Reformada Holandesa, primeiramente como “visitador de doentes” e, em seguida, como “pastor suplente”. Em 1656, foi submetido a exame em matérias teológicas e, tendo sido aprovado, foi ordenado para o ministério pastoral e missionário. Serviu primeiro em Ceilão e depois na Índia, sendo considerado um dos primeiros missionários protestantes a visitar aquele país. Visto que servia como missionário convertido, ao serviço de um país estrangeiro, e ainda devido à exposição direta do que considerava ser doutrinas falsas da Igreja Católica, bem como à denúncia de corrupção moral entre o clero, muitos entre as comunidades de língua portuguesa passaram a considerara-lo apóstata e traidor. Esses confrontos resultaram num julgamento por um tribunal da Inquisição em Goa, Índia, em 1661, sendo sentenciado à morte por heresia. O governador geral da Holanda chamou-o de volta a Batávia, evitando assim a consumação da sentença.

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Em 1676, Almeida apresentou o seu trabalho de tradução do Novo Testamento ao consistório da Igreja Reformada em Batávia, para revisão. As relações entre Almeida e os revisores da tradução ficaram tensas, especialmente devido a diferenças de opinião sobre o significado de algumas palavras e sobre o estilo do português usado. Isto resultou em grandes demoras no trabalho de revisão, sendo que quatro anos depois ainda se discutiam os capítulos iniciais do Evangelho de Lucas. Almeida decidiu assim, sem o conhecimento dos revisores, enviar uma cópia para a Holanda visando a sua publicação. Apesar da reação negativa do consistório em Java, a versão em português do Novo Testamento foi finalmente impressa em Amsterdã, em 1681, tendo as cópias chegado à Ásia no ano seguinte. No entanto, os revisores conseguiram fazer valer a sua posição, introduzindo alterações ao trabalho de Almeida. O governo holandês concordou com a insatisfação de Almeida e mandou destruir toda a primeira impressão. Ainda assim, Almeida conseguiu salvar algumas cópias sob a condição de que, até nova impressão, os erros principais fossem corrigidos à mão.

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Os revisores em Batávia reuniram-se novamente para completar a verificação do Novo Testamento e avançar para o Velho Testamento à medida que Almeida o fosse completando. Em 1689, já com a saúde bastante abalada, Almeida deixou o trabalho missionário para se dedicar em pleno ao trabalho de tradução. Veio a morrer em 1691 enquanto traduzia o último capítulo de Ezequiel. Coube ao seu amigo Jacobus op den Akker completar a tradução em 1694.

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Tradução após a morte de Almeida

A segunda edição do Novo Testamento em português, revista pouco antes da morte de Almeida, veio a ser publicada em 1693. No entanto, alguns historiadores afirmam que, uma vez mais, esta segunda edição foi desfigurada pela mão dos revisores. Perdendo-se a motivação para a continuação do trabalho de tradução da Bíblia para o português na Ásia, foi a pedido dos missionários dinamarqueses em Tranquebar, no sul da Índia e então parte da Índia Dinamarquesa, que uma sociedade inglesa, a Society for Promoting Christian Knowledge, em Londres, financiou a terceira edição do Novo Testamento de Almeida, em 1711. Durante o Século XIX, a British and Foreign Bible Society e a American Bible Society distribuíram milhares de exemplares da versão de Almeida em Portugal e nas principais cidades do Brasil. Isto resultou em tornar a Tradução João Ferreira de Almeida um dos textos mais populares das Escrituras em língua portuguesa, sendo especialmente usada pelos evangélicos lusófonos.

Atualmente é editada no Brasil principalmente pela Sociedade Bíblica do Brasil e pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil

Fonte: Wikipédia

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As divisões da Bíblia

Como já aprendemos a Bíblia é uma coleção de livros inspirados por Deus, e dentre esses tantos livros existem diversos gêneros literários, Vejamos:

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Lei(Criação): Gênesis, 50 capítulos. Êxodo, 40 capítulos. Levítico, 27 capítulos. Números, 36 capítulos. Deuteronômio, 34 capítulos.

Livros Históricos: Josué, 24 capítulos. Juízes, 21 capítulos. Rute, 4 capítulos. I Samuel, 31 capítulos. II Samuel, 24 capítulos. I Reis, 22 capítulos. II Reis, 25 capítulos. I Crônicas, 28 capítulos. II Crônicas, 36 capítulos. Esdras, 10 capítulos. Neemias, 13 capítulos. Ester, 10 capítulos.

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Poéticos e de Sabedoria: Jó, 42 capítulos. Salmos, 150 capítulos. Provérbios, 31 capítulos. Eclesiastes, 12 capítulos. Cântico dos cânticos, 8 capítulos.

Profetas Maiores: Isaías 66. Jeremias 52,. Lamentações de Jeremias 5. Ezequiel 48. Daniel 12.

Profetas Menores: Oséias 14. Joel 3. Amós 9. Obadias 1. Jonas 4. Miquéias 7. Naum 3. Habacuque 3. Sofonias 3. Ageu 2. Zacarias 14. Malaquias 4.

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NOVO TESTAMENTO:

Evangelhos(Biográficos): Mateus 28. Marcos 16. Lucas 24. João 21. Os três primeiros evangelhos são chamados de sinópticos devido aos paralelismos nos seus textos narrados.

Epístolas Paulinas: Romanos 16, I Coríntios 16, II Coríntios 16. Gálatas 6. Efésios 6. Filipenses 4. Colossenses 4. I Tessalonicenses 5. II Tessalonicenses 3.

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Epístolas Gerais: Hebreus 13. Tiago 5,. I Pedro 5. II Pedro 3. I João 5. II João 1. III João 1. Judas 1.

Históricos: Atos dos Apóstolos 28. Profético: Apocalipse 22.

Total: 1189 Capítulos.

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O Conceito de Inerrância Infalibilidade, inspiração das

Escrituras Textos Base para o conceito de Inerrância

e Inabilidade Bíblica:

Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça;(II Tm 3:16).

Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. (2 Pd 1:21)

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Inspiração a Luz do texto original Grego

O Conceito de Divinamente Inspirada deriva da palavra grega: Theopneustos que literalmente significa: “Tendo assimilado Deus”. Essa é a declaração mais importante da Escritura sobre si mesma, significando que a Escritura é produto do sopro divino. Portanto sendo a própria expressão de Deus é adequadamente chamada de a Palavra de Deus. Deus comunicou ás pessoas verdades específicas o Espírito Santo supervisionou esse processo por isso não houve nenhum erro nos manuscritos originais(Traduções são suscetíveis a erros). Essa Palavra escrita é infalível( “Não pode falhar”, Jo 10:35) e, por ser a Palavra de Deus não é apenas inspirada; é também útil. Sua utilidade é vista em quatro áreas : No ensino da verdade divina as pessoas; Na reprovação ou repreensão daqueles que estão em pecado(I Tm 5:20; 2 Tm 4:2); na correção aos que se opõem(2 Tm 2:25); e na preparação das pessoas afim de que andem nos caminhos de Deus.

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Alguns conceitos de Teólogos sobre a inspiração das

Escrituras “A INSPIRAÇÃO BÍBLICA DEVERIA SER DEFINIDA NOS

MESMOS TERMOS TEOLÓGICOS QUE DEFINEM A INSPIRAÇÃO PROFÉTICA: A SABER, COMO O PROCESSO INTEIRO [...] POR MEIO DO QUAL DEUS MOVEU OS HOMENS QUE HAVIA ESCOLHIDO E PREPARADO (cf. Jr 1:5; Gl 1:15) PARA ESCREVER EXATAMENTE O QUE ELE QUERIA QUE FOSSE ESCRITO, A FIM DE COMUNICAR A INSTRUÇÃO DE SALVAÇÃO AO SEU POVO E, ATRAVÉS DELE, AO MUNDO. ASSIM, A INSPIRAÇÃO BÍBLICA É VERBAL POR SUA PRÓPRIA NATUREZA, POIS A ESCRITURA RESPIRADA POR DEUS É CONSTITUIDA PELAS PALAVRAS DADAS POR ELE” (J. I. PACKER “A Inspiração da Bíblia” in “A origem da Bíblia. p. 45).

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Antônio Gilberto define inspiração nos seguintes moldes: “(...) é a influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem sem mistura de erro” (GILBERTO, Antônio. A Bíblia: o livro, a história, a mensagem. 2 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1982. p. 87).

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Louis Berkhof disse:

O significado do termo “inspiração” é um tanto indefinido e requer uma precisão maior. Entendemos por inspiração a influência sobrenatural exercida pelo Espírito Santo sobre os escritores sagrados, pela virtude do qual seus escritos receberam autenticidade divina, e constituem uma regra infalível e suficiente de fé e prática (BERKHOF, Louis. Princípios de Interpretação Bíblica. São Paulo: Cultura Cristã, 2000. p. 39).

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Pode-se definir a inspiração de maneira bem simples, como segue: “A inspiração das Escrituras é aquela influência que Deus exerceu sobre os autores humanos por intermédio de quem o Antigo Testamento foram escritos” (Chafer).

•“A inspiração, quando aplicada à Bíblia, é o sopro de Deus dentro dos homens, habilitando-os dessa forma a receber e a comunicar a verdade divina” (Miller).

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“A inspiração bíblica é aquela influência do Espírito Santo sobre certos homens escolhidos por Deus para ensinar Sua vontade, que os guardava de erro na comunicação de tudo que deveria construir uma parte da revelação divina” (Miles). Miles acrescenta ainda: “Essa influência se estendia: 1º - à isenção do erro no relato dos fatos históricos; 2º - à confirmação autoritária das verdades da revelação natural às quais fez referência; 3º - à revelação sobrenatural, ou seja, às verdades que só podem ser conhecidas por revelação direta de Deus”.

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A bíblia é Deus falando por meio do Espírito Santo aos homens, por intermédio dos homens” (Donald D. Turner).

“Assim notamos que Deus é a origem das Escrituras, porque não somente impulsionou seus autores humanos a escrever, mas também os guiou enquanto escreviam. É claro, portanto, que se houver erro nas Escrituras Originais, então o erro é da parte de Deus, o que já é um absurdo. A obra de Deus é perfeita, e de conformidade com Seu caráter” (Donald D. Turner).

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Inspiração Verbal

A inspiração é verbal – A Bíblia toma para si mesma a qualidade de inspiração verbal. Texto clássico: 2ª Tm 3:16. Declara que as graphā (textos) são inspiradas.

“Moisés escreveu todas as palavras do Senhor…” (Ex 24:4).

O Senhor ordenou a Isaías que escrevesse num livro a mensagem eterna de Deus (Is 30:8).

Davi confessou: “O Espírito do Senhor fala por mim, e a sua palavra está na minha boca” (2ª Sm 23:2).

Era a palavra do Senhor que chegava até aos profetas no Antigo Testamento.

Jeremias recebeu esta ordem: “… não te esqueças de nenhuma palavra…” (Jr. 26:2).

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Jesus e os apóstolos corroboraram a inspiração verbal sempre citando a expressão: “… está escrito…” (Mt 4:4, 7; Lc 24:27, 44).

O apóstolo Paulo afirmou: “… falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina…” (1ª Co 2:13).

João nos adverte a não “tirar quaisquer palavras do livro desta profecia.” (Ap. 22:19).

Jesus enfatizou até mesmo os menores sinais ortográficos de uma palavra hebraica: “Em verdade vos digo que até que a terra e o céu passem, nem um jota ou til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mt 5:18)

Pedro afirmou a inspiração de seus escritos com os de outros apóstolos (2ª Pe 3:1, 2, 15 e 16).

Portanto, vemos que fica bem clara a ideia de que a Bíblia reivindica para si toda autoridade verbal e escrita.

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Inspiração Plenária

A inspiração é plena - A Bíblia toma para si a qualidade de ser totalmente inspirada por Deus, de capa a capa.

“Toda a escritura é divinamente inspirada…” (2ª Tm 3:16). Nenhuma parte da Bíblia deixou de receber autoridade

doutrinária. Paulo foi além ao declarar ainda: “… tudo o que outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito…” (Rm 15:4).

Jesus e todos os autores no NT deixaram bem claro que todos os escritos do VT foram divinamente inspirados e citaram vários trechos, para reforçar a autoridade das Escrituras. Até os ensinos mais polêmicos como a criação de Adão e Eva, o dilúvio, Jonas e o grande peixe são mencionados por Jesus, deixando bem clara a autoridade deles.

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A inspiração plena abrange também conceitos científicos:

o A Terra é circular, mesmo quando os homens não acreditavam nisso (Is 40:22).

o Ensinou o ciclo hidrológico antes que pudesse ser estudado pela ciência (Sl 104:5 - 13).

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A inspiração atribui autoridade

A inspiração concede autoridade indiscutível ao texto.

Disse Jesus: “… a Escritura não pode ser anulada…” (Jo 10:35). Em diversas ocasiões Jesus recorreu à palavra de Deus

escrita, que Ele considerava juiz nas questões de fé e de prática.

Para purificar o templo – Mc 11:17 Pôr em cheque a tradição dos fariseus – Mt. 15:3-4 Para resolver divergências doutrinárias – Mt 22:29 Para confrontar Satanás – Mt 4:4, 7 e 10

Encontramos total autoridade das Escrituras em outra declaração de Jesus: “É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da lei” (Lc 16:17).

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Implicações da doutrina bíblica da inspiração

Existem algumas coisas, que embora não estando explicitamente apresentados na doutrina da inspiração, acham-se implícitos. Vamos verificar 3 deles:

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a) A inspiração diz respeito igualmente ao VT e NT A maioria das passagens citadas acima explicitamente

se referem a textos do VT. Com base em que podemos afirmar que o NT também faz parte das Escrituras?

I. O NT, assim como o VT, reivindica ser também Escritura Sagrada, e toda Escritura é divinamente inspirada;

II. 2ª Tm 3:16 – A referência explícita aqui é ao VT. Porém sendo o NT parte das Escrituras, logo a referência está implícita ao NT;

III. Pedro diz em 2ª Pe 3:16 que os escritos de Paulo fazem parte das Escrituras do VT;

IV. Paulo cita em 1ª Tm 5:18 o Evangelho de Lucas (10:7) como Escritura.

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Como nem Paulo, nem Lucas fizeram parte do apostolado original, e seus escritos estão classificados como Escritura, por implicação direta podemos considerar o restante do NT, escrito pelos apóstolos, como sendo Escritura Sagrada.

Se todo NT é Escritura Sagrada, e toda Escritura é divinamente inspirada, temos então que o NT também é inspirado por Deus.

Na verdade, os primeiros cristãos consideravam os escritos dos apóstolos como tendo autoridade de Deus.

De acordo com 1ª Pe 1:20 e 21, todas as mensagens escritas de natureza profética foram dadas ou inspiradas por Deus. Visto que o NT reivindica a natureza de escrito profético, segue-se que reclama a mesma autoridade dos escritos proféticos do VT.

João, por exemplo, cita em Ap. 22:18 “…palavras da profecia deste livro.”

Paulo afirmou que a Igreja está fundamentada sobre o alicerce dos apóstolos e profetas do NT – Ef 2:20 e 3:5.

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b) A inspiração engloba uma variedade de fontes e gêneros literários

A Bíblia não foi ditada palavra por palavra no sentido comum que se atribui ao verbo ditar. Na verdade, há certos trechos que Deus deu diretamente ao homem, assim como os Dez mandamentos (Dt. 4:10). Os escritores da Bíblia eram compositores, não meros secretários.

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Podemos identificar: 1) Diversos estilos na Bíblia: I. As poderosas expressões de Isaías e os tons de lamúria de

Jeremias. II. Construção literária complexa de Hebreus e o estilo simples de

João. III. Linguagem técnica de Lucas com imagens pastorais de Tiago. 2) A Bíblia faz uso de documentos não-bíblicos, assim como: I. Livro de Jasar (Js 10:13; 2ª Sm 1:18). II. Poeta Epimenedes (At 17:28). III. Alguns provérbios de Salomão foram editados pelos homens de

Ezequias (Pv 25:1). IV. Lucas diz que usou muitas fontes escritas na composição de seu

evangelho (Lc 1:1 - 4). 3) A Bíblia contém muitos gêneros literários; I. Poesia (Jó, Salmos e Provérbios). II. Os evangelhos contêm muitas parábolas. III. Jesus empregava a sátira (Mt 19:24). IV. Paulo usou alegorias (Gl 4) e hipérboles (Cl 1:23)

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A Bíblia usa linguagem comum do dia-a-dia e não linguagem científica. Porém, isso não quer dizer que haja negação da ciência, mas antes, usavam palavras simples para descrever eventos científicos.

Não é anticientífico afirmar que sol permaneceu parado (Js 10:12) do que dizer que o sol nasceu ou subiu (Js 1:15). Dizer que a rainha de Sabá veio dos confins da Terra ou que as pessoas no pentecostes vieram de

todas as nações debaixo do céu, não é dizer coisas com exatidão científica. Os autores usaram formas comuns para escrever as situações.

A Bíblia foi escrita usando-se a personalidade de cada escritor e respeitando cada tempo histórico no qual foi escrito.

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c) A inspiração pressupõe inerrância A Bíblia, devido à sua inspiração divina é

também inerrante. Deus não pode cometer erro, ou mentir. Por isso, sua Palavra é a verdade e tudo quanto está na Bíblia, sendo as próprias palavras de Deus, é isento de erro.

A Bíblia não é um livro de ciências, mas sempre que a Bíblia trata de algum assunto científico, o faz sem cometer erro.

A Bíblia não é um livro de História, porém, sempre que a História secular se cruza com a história bíblica, este referência é isenta de erros.

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A Bíblia, apesar de ter sido escrita por autores humanos, é isenta de erros relativos à condição pecaminosa do homem. Não há distorção ou falsidade na Palavra por conta disso.

Se a Bíblia não estivesse correta quanto aos assuntos que podemos claramente comprovar, como poderíamos crer nela quando se tratasse dos assuntos espirituais, nos quais não podemos comprovar por nenhuma tese humana?

Como disse Jesus a Nicodemos: “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (Jo 3:12)

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Teorias a respeito da inspiração

Existem 3 correntes teológicas sobre a inspiração da Bíblia. Iremos examinar cada uma delas, porém nem todas estão de acordo com a própria Bíblia. São elas:

Ortodoxia: a Bíblia é a palavra de Deus. Modernismo: a Bíblia contém a palavra de

Deus. Neo-ortodoxia: a Bíblia torna-se a palavra

de Deus.

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Ortodoxia

Foi por 18 séculos defendida por todos os teólogos.

Os pais da Igreja sempre ensinaram que a Bíblia é a palavra escrita de Deus e que foi inspirada verbalmente, ou seja, é o registro escrito por inspiração de Deus.

Esta linha de pensamento ainda se divide em duas correntes:

Ditado verbal – Deus mesmo inspirou cada palavra da Bíblia. Porém descarta-se a idéia de que o escritor tenha sido meramente um “secretário”. Ou seja, Deus ditou sua palavra a cada escritor, porém, manteve-se a personalidade de cada escritor individualmente. Desta maneira temos estilos diferentes na Bíblia, mas toda ela é obra da mesma inspiração Divina. Deus ditou sua palavra mediante a personalidade do autor humano.

Conceitos inspirados – Deus deu a cada autor a inspiração dos conceitos que deveriam ser escritos e não palavra por palavra. Assim, desta forma, cada autor estaria livre para expressar em termos humanos, cada um em seu estilo, aquilo que Deus revelou a cada um.

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Modernismo

Ensinam que algumas partes da Bíblia são inspiradas e outras não. Certas partes podem conter erros e são fruto apenas da experiência humana e contém lendas, mitos e fatos relativos à sua época de escrita. Inclusive falsas crenças relacionadas à ciência.

Só as verdades divinas incluídas nessa mistura de ignorância antiga e erro grosseiro, é que de fato, teriam sido inspiradas por Deus.

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Conceito de iluminação – As partes inspiradas da Bíblia resultam

de uma profunda percepção religiosa que Deus teria concedido a alguns homens piedosos. Daí então houve o registro desta percepção dada por Deus com conceitos humanos e errôneos da época.

Conceito de intuição – Na outra extremidade da visão modernista

estão aqueles que atribuem apenas à intuição humana o registro bíblico. Ou seja, não há nenhum elemento divino na composição da Bíblia.

A Bíblia passa a ser somente um registro das lendas, fatos e folclore do povo judeu dentro de sua época. Não descartam o elevado padrão moral e algum cunho religioso, mas as percepções espirituais são puramente naturalistas, ou seja, aconteceram sem a intervenção divina.

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Neo Ortodoxia

Surgiu no início do século, como uma tentativa dos homens a se voltarem novamente para a palavra como fonte de revelação de Deus aos homens. Afirmam que Deus fala aos homens mediante a Bíblia, porém, dizem que a Bíblia torna-se a palavra de Deus quando há um encontro pessoal entre o homem e Deus.

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Visão demitizante – Dizem que a Bíblia foi escrita em linguagem mitológica, em seu tempo, que hoje não se aplica mais. A tarefa do cristão moderno é demitizar, ou seja, tirar todas as lendas e mitos e descobrir o qual é o conhecimento real aplicável. Desta forma, a Bíblia torna-se a palavra Deus. A Bíblia, em si mesma, não é a revelação alguma. Apenas quando conseguimos extrair o verdadeiro significado é que ela se torna a palavra de Deus.

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Encontro pessoal – Reconhecem que existem imperfeições nos relatos bíblicos, porém afirmam ser, a Bíblia, a fonte da revelação de Deus aos homens. Assim como um cão consegue reconhecer a voz de seu dono numa gravação imperfeita numa fita cassete, o homem consegue, mesmo com estas imperfeições, reconhecer a voz de Deus impressa nas Escrituras. Assim, a Bíblia deixa de ser a revelação direta de Deus, passando a ser meramente um registro de Deus a homens de Deus do passado. Toda vez que o homem moderno lê a Bíblia, esta torna-se a palavra de Deus para nós. Em oposição aos ortodoxos, a Bíblia não é um registro inspirado de Deus, mas sim escritos imperfeitos, que constituem o testemunho singular de Deus.

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Criticas de alguns céticos as Escrituras

Durante toda história os Cristãos tem combatido fortemente contra alguns céticos que argumentam contra a inspiração das Escrituras e sua autoridade. Vejamos alguns dos argumentos dos tais:

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A Bíblia pode resistir aos ataques que constantemente os críticos lançam contra ela? Neste tópico adentraremos à apologética propriamente dita. Lançaremos mão de várias descobertas científicas principalmente arqueológicas como meio de refutação às criticas levantadas contra o Antigo Testamento.

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Por muito tempo vários episódios descritos na Bíblia foram considerados não históricos. Contudo, descobertas após descobertas foram confirmando, fatos bíblicos que outrora considerado apenas lenda, era de fato historia real. Daremos um pequeno resumo logo abaixo:

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Pessoas -

Muitas personagens bíblicas foram tidas como não históricas mas que recentemente as descobertas tem mostrado que eram pessoas reais como bem descreve a Bíblia. Eis algumas:

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Belsazar: Tempos atrás o nome de Belsazar foi tido como lenda. Contudo no século 19 descobriu-se alguns cilindros com inscrições cuneiformes. O escrito mencionava uma certa oração ao filho de Nabonido cujo nome era Belsazar. Também havia a discrepância de que a Bíblia mencionava-o como rei, enquanto as inscrições o chama de filho de Nabonido, sendo ele na verdade um príncipe. Mas novas inscrições encontradas em escavações relatam a estreita união entre Belsazar e Nabonido na regência do reino. Também o nome rei podia ser dado mesmo a um regente abaixo do rei oficial. Escavações arqueológicas feitas na Síria descobriram uma estátua de um governante com duas inscrições em línguas diferentes, uma delas mencionava-o como governador a outra como rei.

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Joaquim: Importantes inscrições babilônicas mencionam uma lista de rações dadas a um certo “Yaukin (Joaquim), rei de iahudu (Judá)”.

Davi: A existência do rei Davi era considerada como lenda até 1993 quando foi descoberta uma pedra de basalto contendo a inscrição “Casa de Davi”. Provando assim que se há uma casa (dinastia) de Davi, houve de fato um personagem real histórico que a deu origem.

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Balaão: Em Deir Alá, localizado no vale do Jordão, foi descoberta uma inscrição aramaica de meados do século VIII, mencionando o vidente Balaão (Nm. 22-24).

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Cidades -

Muitas cidades que outrora eram conhecidas apenas nos relatos bíblico foram desenterradas por escavações arqueológicas. Eis algumas delas:

Cidades antediluvianas: Eridu, Obeide, Ereque, Susa, Tepe Gawra, Sipar, Larsa tem sido desenterradas com utensílios da época ainda intactos, com isso muito dos costumes daqueles povos primitivos foram expostos ao conhecimento moderno.

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Ur dos Caldeus: O arqueólogo Sir Charles Leonard Woolley descobriu Ur dos Caldeus.

Cidades Bíblicas como Faleg e Sarug, Nacor, Tare e Harã foram mencionadas em textos cuneiformes encontrados em Mari uma antiga cidade do século XIX a.C. Pelos arquivos do palácio de Mari as cidades de Harã e Nacor eram cidades florescentes em 1.900 a.C.

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Siquém: “Escavações foram empenhadas em Siquém, primeiramente pelas expedições austríaco-alemãs em 1913 e 1914; posteriormente no período de 1926 a 1934, sob a responsabilidade de vários arqueólogos; e, por fim, por uma expedição americana no período de 1956 a 1972 [...] A escavação na área sagrada revelou uma fortaleza na qual havia um santuário e um templo dedicado a El-berith, ‘o deus da convenção’. Este templo foi destruído por Abimeleque, filho do juiz Gideão (Veja Jz 9) e nos proporcionou uma data confiável acerca do ‘período teocrático’. Recentemente, nas proximidades do monte Ebal (Veja Dt 27.13), foi encontrada uma estrutura que sugere identificar um altar israelita. Datado do 13º ou 12º século a.C., o altar pode ser considerado como contemporâneo de Josué, indicando a possibilidade de o altar ter sido construído pelo próprio líder hebreu, conforme é descrito em Deuteronômio 27 e 28″. (Horn, Siegfried H, Biblical archaeology: a generation of discovery, Andrews University, Berrien Springs, Michigan, 1985, p.40).

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Povos -

Hititas: Duvidava-se da existência deste povo até uma escavação feita em 1905 descobrir uma enorme quantidade de inscrições cuneiformes. A tradução mencionava um povo cuja Bíblia chamava de filhos de het. Os escombros das cidades hititas foram expostos ao mundo novamente.

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Notas explicativas:

Muitos lugares e acontecimentos descritos na Bíblia que outrora fora posto sob suspeita, podem agora, graças as recentes pesquisas na terra santa, serem verificados.

Por exemplo, até hoje existe a fonte chamada na Bíblia de Mara (Amarga). É sabido que naquela região os nômades atestam a existência de fontes de águas salobras como registra as fontes bíblicas.

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Até hoje os beduínos conseguem tirar água da rocha como fez Moisés devido a um fenômeno natural daquela região. O Dr. Halley cita um interessante comentário de Cobern em Recent Explorations in Palestine sobre o episódio de Números 20.8-12. Diz ele que no lugar da antiga Cades existe até hoje ao lado de duas fontes que jorram água viva uma fonte extinta: “Cobern pensa que Moisés feriu a rocha acima da fonte extinta…e estas duas fontes brotaram…” (p. 138)

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O mistério da sarça ardente que tanto intrigou crentes e céticos agora encontra sua explicação numa combustão de gases de certas plantas típicas da região que parece produzir o mesmo fenômeno bíblico.

O maná mencionado de ponta a ponta na Bíblia, ainda hoje pode ser colhido na região do Sinai. Consiste, segundo a opinião de vários pesquisadores, em uma secreção da tamargueira do tamanho do coentro e de cor branca com gosto de mel, como de fato descreve a Bíblia.

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As codornizes também é algo natural e não raro. Devido ao cansaço por causa das longas jornadas em suas migrações, elas literalmente se deixam cair nas planícies da costa para recobrar forças. Permitindo assim serem apanhados tão facilmente como fizeram os israelitas a milhares de anos atrás.

A existência de uvas enormes mencionadas em Números 13.24 não é de todo inverossímil como muitos pensam. Até hoje aquela região é rica em vinhas.A façanha de Jonas na boca de um grande peixe considerada por muitos como prova real de lendas na Bíblia, já foi constatada no Século XX, quando um marinheiro foi engolido por uma baleia e encontrado depois de muitos dias vivo, porém ferido.

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Também temos testemunhos escritos antiqüíssimos do templo de Marduque que atestam a narrativa bíblica sobre a longevidade de muitos reis da época do dilúvio. Também povos como babilônicos, persas, hindus, egípcios gregos e outros tiveram tradições semelhantes a esta.

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Objeção 2 -Autoria do Pentateuco.

Os críticos alegam que Moisés não foi o autor do Pentateuco.Contudo essa alegação não é tão nova como muitos pensam, de fato ela é antiga, antecedendo mesmo à origem da Alta Critica moderna, aparecendo em algumas seitas do II século d.C. Mas ganhou notoriedade com as teorias das fontes JEDS. Seus defensores acreditam que vários autores independentes escreveram os cinco primeiros livros da Bíblia. As principais razões apresentadas são:

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1. Os diferentes nomes divinos;2. Repetições de narrativas;3. Estilo diferente;4. A narrativa da morte de Moisés;5. O texto narrado na terceira pessoa;6. A questão da escrita.

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Resposta Apologética:

1. A resposta a este argumento não é tão difícil assim. A explicação mais convincente é que os nomes divinos refletiam mais o caráter de Deus do que o gosto particular dos supostos redatores (das fontes) por tais nomes. Por exemplo, quando aparece o nome Elohim em dado versículo, geralmente refere a idéia abstrata de Deus. É o nome para representar o Deus que a humanidade conhece. Já Yahweh reflete o Deus do pacto. Quando Deus se relacionando particularmente com o homem num conceito israelita. Também a questão da junção dos nomes divinos, Yahweh-Elohim, não significa que duas fontes diferentes se uniram para formar este nome. Essa tese labora em erro pelo fato de as divindades pagãs do antigo oriente usarem também nomes duplos, por exemplo, Amon-Rá. Mas nenhum estudioso tentaria inventar duas fontes diferentes para explicar esse fenômeno lingüistico baseado nesta suposta fusão de dois nomes egípcios

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2. Os críticos sugerem que narrativas duplas no livro do Gênesis são por vezes contraditórias, isto seria prova convincente de que houve mais de um autor para o livro. Mas narrativas duplas não quer dizer versões diferentes e muito menos que elas refletem reais contradições. Por exemplo, a dupla narrativa da criação em Gênesis 1 e 2, mostra que a primeira é uma menção geral à criação, enquanto que a segunda concentra-se em detalhar a criação especial do primeiro casal. Não há contradições nas narrativas duplas.

Muitos textos no oriente próximo mostra este mesmo tipo de repetições mas os críticos não se atreveriam a dar diferentes autores para cada um deles. Alguns estudiosos acreditam que narrativas repetidas pode ser apenas um peculiar estilo literário oriental para reafirmar verdades importantes.

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3. Quanto a mudanças de estilos, muitas vezes elas refletem apenas mudanças de assunto e não precisam ser necessariamente indício de diversas fontes.

Dependendo do contexto, um mesmo autor pode escrever em diferentes estilos. Não era raro acontecer o mesmo em literatura antiga e até mesmo moderna. Por exemplo, A Divina Comédia de Dante é um ótimo exemplo disso.

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4. Outro ponto a esclarecer é sobre a morte de Moisés. Concordamos que realmente houve enxertos literários por terceiros na narrativa de do ultimo capítulo de Deuteronômio. Não há de supor que Moisés narrou sua própria morte, isso não é necessário para defendermos a autoria mosaica do livro. Por outro lado, isto não significa que todo o documento tenha sido escrito por outros. Gleason Archer nos dá um exemplo moderno disso citando a obra de um grande escritor na qual foi introduzido um obituário de um outro escritor. Contudo ninguém ousou fazer objeções quanto a autoria da obra.

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5. A questão de um texto ser narrado na terceira pessoa também encontra paralelo na literatura antiga e até moderna. Não raro escritores como Flávio Josefo (Guerras dos judeus), Julio César (Guerra Gálica) e outros escreveram na terceira pessoa. Também não podemos descartar a idéia de Moisés ter ditado o texto a um escrevente.

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6. Finalmente, os críticos acreditavam que na época de Moisés ninguém sabia escrever. Mas esta teoria caiu por terra quando foram desenterradas algumas tabuinhas de pedra com misteriosas escritas que lembravam os hieróglifos egípcios. Decifradas estas escritas levou a conclusão que eram de procedência de trabalhadores cananeus das minas do Faraó. Eles já possuíam uma escrita por volta de 1500 antes de Cristo. Com isso conclui Keller “Desde então sabemos que já a trezentos anos antes de Moisés haver conduzido por ali o povo tirado do Egito, havia homens de Canaã que sabiam ‘escrever’, em sua linguagem intimamente aparentada com a de Israel” (p. 120)

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Mas novas descobertas colocaram em relevo o fato de que mesmo antes de Abraão já existia a escrita. O arqueólogo Wooley em 1923 encontro inscrições em um templo em Obeide à 6 km de Ur. A inscrição dizia: “Anipada, rei de Ur, filho de Messanipada, construiu este para sua senhora Nin-Kharsag”. Este foi considerado o documento mais antigo do mundo. Assim, fica provado que a escrita era comum na palestina e que Moises poderia perfeitamente ter escrito o Pentateuco pois segundo o relato bíblico ele foi “educado em toda a ciência dos egípcios”, segundo diz os estudiosos, isto incluía a arte da escrita.

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Compilação ou Revelação?

Como Moisés soube disso se tais fatos aconteceram milênios antes dele?Resposta Apologética:

Esse é um questionamento razoável de se fazer devido às implicações dele advinda. Nem mesmo os crentes estão isentos.

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Todavia, a resposta a ele não é tão embaraçosa como parece. Moisés poderia ter tido uma revelação especial de Deus: tudo leva a crer que os relatos da criação do céu e da terra foram revelações especiais de Deus, pois não havia uma testemunha humana presente nesta época. Entretanto, os acontecimentos empós criação, não precisa necessariamente ter sido fruto de uma revelação especial. Muitos acreditam que na época de Noé já existia a escrita como parece sugerir alguns documentos cuneiforme referindo-se a livros ante-diluvianos. Também alguns acreditam, baseando em tradições judaicas que na época de Enoque havia escrita, já que uma antiga tradição menciona livros escritos por Enoque. Seja como for, não é errado supormos que Moisés compilou vários relatos bíblicos de seus ancestrais, passados oralmente ou escritos, através dos séculos, e os reuniu em uma só obra.

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Objeção 3 – A Data do Pentateuco

Os críticos afirmam que o Pentateuco teria sido manipulado no século VII a.C. pelos escribas da corte do rei Josias e não Escrito no século XV a.C. Segundo essa teoria Josias teria mandado compilar várias lendas de personagens isolados como Abraão, Moisés e Josué costurando tudo em um só texto formando o Pentateuco, ou melhor, um hexateuco da Bíblia e inserido neles a história do Êxodo com o fito de encorajar os israelitas a lutar contra os egípcios.

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Resposta Apologética:

A história é mirabolante, mas carece de respaldo histórico. Vejamos porque:O arqueólogo Dr. Price conta que, “Grabriel Barkay descobriu em 1979, numa tumba do vale de Hinom, em Jerusalém, pequenos rolos de prata contendo um texto do Pentateuco – a benção de Arão (Nm. 6:24-26), datado de antes do exílio de Judá. O achado criou um problema para os eruditos que defendiam a autoria do Pentateuco como sendo de sacerdotes de época posterior ao exílio. Como resultado, suas teorias deverão ser abandonadas” (Price, R., Pedras que Clamam, Editora CPAD, 2001, São Paulo, Página 36).

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Ainda nos informa o Historiador Jaguaribe: “O mais antigo documento escrito da Tohah, o chamado Documento J, data do décimo século a. C. A Torah, ou Pentateuco, contém cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio …” (Jaguaribe, H., Um Estudo Crítico da História, Vol. 1, Editora Paz e Terra, 2001, São Paulo, Página 217).

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Se há documentos do Pentateuco com datas anteriores ao século VII a. C., a pergunta é óbvia, como então os sacerdotes judaicos teriam manipulado algo que já existia?

É importante também levarmos em conta o respeito que os sacerdotes e escribas tinham pela Torá e sua mensagem, desrespeitar a ordenanças de Deus seria trazer sobre si maldição de morte, veja:

“Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome, que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta morrerá” (Dt. 18:20).

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Será que os zelosos sacerdotes e escribas, conhecendo a maldição aos que inventassem palavras que Deus não havia dito, teriam ainda assim coragem de acrescer algo a mensagem divina? Presumir dessa maneira é, sem dúvida, desconhecer a cultura dos tempos bíblicos e desprezar a dedicação de um povo que preserva sua religião e fé até hoje!

Após ter sustentado esse ponto de vista negativo quanto a este ponto acima, um crítico, especialista em interpretação arqueológica admite: “Ainda há debates intensos sobre muitos dos temas…Muitas de nossas idéias são altamente controversas e certamente não compartilhada por todos”

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Objeção 4 – A Criação

Alega-se por vezes que as narrativas de Gênesis não passam de um refinamento de lendas de povos pagãos.

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Resposta Apologética:

Os primeiros relatos de Gênesis sobre a criação, um jardim paradisíaco, a queda do homem, a árvore da vida, o dilúvio, a arca e a dispersão das raças tem encontrado paralelo em vários documentos extrabíblicos.

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A queda do primeiro casal é relatado em documentos da Pérsia, Babilônia, Índia, Grecia, China etc… Os detalhes incrementados com cores politeísta dão o toque diferencial entre estes e o documento mosaico. No entanto, de modo geral, a mensagem central transmitida é sempre a mesma: o primeiro casal eram livres, andavam nus, mas em dado momento ofenderam os deuses e caíram no desfavor destes. Dois antigos sinetes babilônicos mostram a figura de um homem e uma mulher nus seguidos por uma serpente.

Apesar de documentos como Enuma Elish, e os épicos de Atrahasis e Gilgamesh mostrarem um paralelo incrível com Gênesis, no entanto, não podemos ver nisso nada mais que distorções de eventos reais. Não há de supor que os eventos descritos em Gênesis são apenas plágios refinados ao gosto mosaico destes documentos.

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Contudo, estudiosos ao analisarem tais documentos viram que existem mais diferenças que similaridades. “No Oriente Médio antigo, a regra é que relatos ou tradições simples dão lugar (por acréscimo ou adorno) a lendas elaboradas, mas não o inverso.”

Merryl Unger explica que “Suas semelhanças se devem a uma mesma herança, onde cada raça de homens manteve, de geração em geração, os históricos orais e escritos da história primeva da raça humana.”

Também a incrível precisão cientifica do livro atesta contra todas essas alegações. Como explicar que no geral Gênesis se enquadra fielmente na ordem que a moderna ciência dá aos eventos da criação?

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Ademais, veja como as evidências cientificas apóiam a teoria da criação em detrimento da evolução:

Criação – O universo teve um princípioEvolução – O universo é eterno

Fatos – O universo teve um principio (Big Bang) Criação – Diz que depois da queda o mundo está

tendendo para a degradaçãoEvolução – Diz que o mundo tende para a evolução e ordem

Fatos – A segunda lei da termodinâmica diz que tudo está

Criação – A vida procedeu de um ser vivo (Deus)Evolução – A vida surgiu por uma geração espontânea (acaso)

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Fatos – A vida só procede de vida anterior (teoria de Pasteour)

Criação – O Universo é finitoEvolução – O Universo é eterno

Fato – O universo (segundo teorias recentes) terá um fim

Criação – linguagem e arte repentinas na civilizaçãoEvolução – gradual surgimento da civilização

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Fato – A arqueologia e antropologia revelam surgimento repentino das mesmas

Criação – saltos nos fosseis, espécies completas sem elosEvolução – origem gradual e fósseis de vários elos de uma espécie à outra.

Fato – A arqueologia e antropologia revelam surgimento repentino das mesmas

Diante disso é quase impossível aceitar que narrativas pagãs mostrando o surgimento do universo através de corpos de deuses iracundos, vingativos e imorais numa saga selvagem, possa ser a fonte da qual Moises tirou o Gênesis. Outro ponto a salientar é que tais narrativas politeístas choca-se grandemente com o monoteísmo extremo dos antigos hebreus.

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Objeção 5 – O Dilúvio

Os críticos dizem que o dilúvio é apenas um plágio de antigas lendas pré-históricas.

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Resposta Apologética:

Antigamente era objetado que o dilúvio bíblico era algo fictício. Todavia, com a descoberta do Épico de Atrahasis e Gilgamesh que relatavam antigas histórias de um dilúvio, o pêndulo dos céticos oscilaram para outro lado: o de insinuar que o dilúvio bíblico a exemplo da criação, fora um plágio destas narrativas. Fora estes dois relatos encontramos ainda vestígios de um dilúvio nas literaturas de vários povos do mundo tais como os gregos, hindus, chineses, mexicanos, algonquinos, havaianos, sumerianos, guatemaltecos, australianos e muitos outros povos ainda.

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Escavações levadas a cabo pelo arqueólogo Woolley, encontraram a colina de Ur e descobriram camadas de limo acima do nível do rio. O mar havia depositado restos de pequenos animais marinhos naquele lugar.

“Ao pé da velha torre escalonada dos sumérios, em Ur, no baixo Eufrates, podia-se descer por uma escada ao fundo dum estreito poço e ver e apalpar os restos de uma imensa inundação – uma camada de limo de quase três metros de espessura. E pela idade das camadas que indicavam estabelecimentos humanos e nas quais se podia ler o tempo como calendário, podia-se também determinar quando tivera lugar essa inundação. Ocorreu pelo ano 4.000 a.C.!” (E A Bíblia Tinha Razão… pg.45). Outras escavações foram feitas em Quis cidade próxima à Babilônia, assim como em Fará e Nínive, em todas elas constavam vestígios de uma inundação repentina.

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Tirando os detalhes fictícios o Épico Gilgamesh, narra de forma incrível como se deu este dilúvio. Até mesmo a situação geográfica da tempestade e seus fenômenos meteorológicos. Segundo a narração tudo indica que ocorreu um gigantesco ciclone que culminou no dilúvio. Fenômenos naturais em escala menor ainda é visto em muitas ilhas como na Baia de Bengala que em 1876 adentrou 141 milhas à terra com ondas de até 15 metros de altura matando centenas de pessoas

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Outro fato interessante é que o principal veículo de escape de Noé é associado intimamente com o diluvio por tais documentos extrabíblicos. Os documentos babilônicos falam dele como um barco em que um homem escapou da terrível catástrofe. Este barco teria aterrado em um monte.

Contudo, surpreendentes relatos sobre arca ter sido vista nas geleiras do Monte Ararat por várias pessoas de diferentes paises durante os dois últimos séculos, não é ficção. O primeiro a relatar ter visto a arca presa nas geleiras do Ararat foi um pastor de ovelhas de Bayzit na Armênia.

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Depois uma expedição em 1833 confirmaria o relato deste pastor. Em 1892 o arcediago de Jerusalém Dr. Nouri, teria visto a arca e neste ano empreendeu uma expedição ao Monte Ararat para pesquisa-la.

Durante a primeira e segunda guerra mundial, várias pessoas também afirmaram terem visto a arca. Com isso o Czar Nicolau II mandou uma expedição ao Monte e teria tirado até fotos da arca. Mas com o golpe dos comunistas no poder essas fotos desapareceram para sempre.

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Não obstante, outras expedições depois destas foram levadas a cabo, mas sem sucesso, não encontraram nenhum vestígio da arca.

Além da incrível descoberta do Dr. Woolley confirmar o dilúvio, temos ainda a confirmação deste evento pela boca de ninguém menos que Jesus que o comparou com a sua segunda vinda: “E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.37-39). Veja que Jesus admitiu o dilúvio.

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“É bem provável que todas elas reflitam a mesma catástrofe universal. Mas esse tão formidável acontecimento deve ter ocorrido num tempo em que já havia seres pensantes que o presenciaram e lhe sobreviveram, podendo transmitir a noticias às gerações futuras.” (E A Bíblia Tinha Razão… 39) Sendo assim, aqueles que identificam o dilúvio com a ultima grande modificação acontecida ao fim da Era Glacial, em 7.500 a.C coloca o inicio da humanidade em tempos bem mais recuado. Segundo esta teoria, o derretimento do gelo represado no Mar Negro causou um síbito e violento vazamento de água, submergindo as terras férteis da Europa Central. Teoria proposta pelos oceanógrafos William Ryan e Walter Pitman, da Universidade Columbia.

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A extensão do dilúvio. Diz a narrativa bíblica que “As águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo do céu foram cobertos. Quinze côvados acima deles prevaleceram as águas; e assim foram cobertos. Pereceu toda a carne que se movia sobre a terra, tanto ave como gado, animais selvagens, todo réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem. Tudo o que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia na terra seca, morreu. Assim foram exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face da terra, tanto o homem como o gado, o réptil, e as aves do céu; todos foram exterminados da terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.” (Gn 7.19-23)

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O dilúvio em si não é mais polêmica hoje em dia, agora o ponto nefrálgico da questão se concentra na extensão do dilúvio. Foi ele local ou universal? Devemos levar em conta a concepção que eles tinham de mundo naquela época ou a nossa atual? Se levarmos em consideração a geografia do ponto de vista bíblico antediluviano o dilúvio foi local e a frase “exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face da terra” pode se referir simplesmente ao mundo povoado e conhecido de então. É quase impossível crer que dentro de dez gerações uma simples família poderia povoar toda a terra.

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Também há o fato de que a palavra terra ereç usada na passagem significa também país ou região. A palavra para terra como a extensão total do planeta seria tebhel. Fora estas há ainda outras fortes objeções levantadas contra a concepção de um dilúvio universal: se formos considerar a nossa geografia como sendo a mesma daquela época sem nenhuma alteração durante todo esse tempo, então teríamos dificuldade em colocar tanta água sobre a terra. Para cobrir a terra inteira seria necessário 8 vezes mais água do que existe hoje em dia no planeta. Também se a ausência de tanta água não bastasse teríamos a dificuldade em descobrir para onde foi tanta água, quando o dilúvio acabou. Sem falar na dificuldade da flora e fauna. Por exemplo se as águas do dilúvio permanecesse salina todos os peixes de água doce morreriam e vice-versa. Também certas áreas da superfície terrestre se mostram intactas, sem nenhum vestígio de uma inundação diluviana.

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Por outro lado há da mesma maneira algumas objeções que se levanta contra a concepção de um dilúvio local.

A primeira e mais forte se encontra no próprio texto que diz foram cobertos pela água “todos os altos montes que havia debaixo do céu”. Ora, a expressão debaixo do céu parece indicar muito mais além do que a região da mesopotâmia. Todas as vezes que a Bíblia usa tal expressão é para se referir ao mundo em sua extensão total. Outro ponto dificultoso é que mesmo crendo que um dilúvio local fosse possível a ponto de cobrir o monte Ararat que mede mais ou menos 5000 metros de altura, isso não explicaria como somente este monte local foi afetado. Uma inundação local desta proporção teria reflexo em outros montes do mundo também.

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Outra forte objeção a um dilúvio local é que os mais variados povos dos mais distantes continentes do mundo falam de uma inundação mundial em suas tradições primitivas. Também há o vestígio de fissuras enormes contendo resto de centenas de animais que foram, num passado longínquo, submersos por uma inundação. Isso parece ser evidência, porém não conclusiva, em prol da tese de um dilúvio universal.

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Estes, ao que parece, são os principais pontos onde as duas teses se chocam mais. Mesmo entre os mais abalizados estudiosos não se chegou a uma conclusão satisfatória. Mas de uma coisa temos certeza: sendo o dilúvio local ou universal, sabemos que ele ocorreu realmente e os propósitos de Deus de qualquer modo foram concretizados.

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Criticas ao N.T Ainda que existam algumas críticas ao

novo Testamento elas são de cunho mais cientifico, por aqueles que utilizam o método conhecido como alta crítica, do qual no decorrer do curso falaremos, sobre o mesmo.

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Fontes de onde foram extraídas as informações desta aula.

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originalmente.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Texto_Cr%C3%ADtico https://www.biblias.com.br/devemsaber.asp http://examinandoaescritura.no.comunidades.net/index.php?

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chegou até nós. Tradução de Oswaldo Ramos. São Paulo: Editora Vida, 1987.

 

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VALDÉS, Ariel Álvares. Que sabemos sobre a Bíblia? – Vol II. Tradução de Afonso Paschotte. Aparecida, SP: Santuário, 1997.

http://fomoscurados.blogspot.com.br/2010/06/vulgata-uma-breve-historia-da-biblia.html

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