bib0001 - noções de bibliologia

Download BIB0001 -  Noções de Bibliologia

If you can't read please download the document

Upload: janildo-da-silva-arante

Post on 30-Jun-2015

543 views

Category:

Documents


10 download

TRANSCRIPT

Noes de Bibliologia 120 h/a

Noes de Bibliologia

1

Janildo da Silva Arante

gape Estudos Bblicos Rua Potiguaranas, 522 Nova Descoberta 084 88494682 e 084 99140473

13 de agosto de 2008A formao do Antigo Testamento abrange um perodo de mil anos. Foi veiculada por homens de diversas categorias sob orientao direta e exclusiva de Deus. difcil determinar todo o processo editorial desses livros embora haja casos em que houve ordem Divina imediata como se v em Jeremias 36.

Aluno:

Noes de Bibliologia

2

Sumrio

Introduo 1. Os Testamentos..........................................................................................................................................5 1.1. O Velho Testamento............................................................................................................................5 1.2. O Velho Testamento............................................................................................................................5 2. A Bblia......................................................................................................................................................6 3. Os Manuscritos..........................................................................................................................................8 O Papiro .............................................................................................................................................................8 O Pergaminho.....................................................................................................................................................8 Outros materiais empregados: A Argila.............................................................................................................8 Ostracom............................................................................................................................................................8 Bronze................................................................................................................................................................8 Cera....................................................................................................................................................................8 Chumbo..............................................................................................................................................................8 Linho..................................................................................................................................................................8 Madeira...............................................................................................................................................................8 Ouro....................................................................................................................................................................8 Pedra...................................................................................................................................................................8 3. A Bblia e suas divises..........................................................................................................................47 4. Jesus na Bblia..........................................................................................................................................33 5. Os Escritores e assuntos da Bblia...........................................................................................................34 6. Tradues da Bblia................................................................................................................................34 7. Curiosidades............................................................................................................................................47 8. Os livros Apcrifos.................................................................................................................................62 10. A Bblia por ela mesma............................................................................................................................64 Concluso.......................................................................................................................................................69 Questionrio ..................................................................................................................................................59

Noes de Bibliologia

Pgina 2

Noes de Bibliologia

3

NOES DE BIBLIOLOGIA CURIOSIDADES ACERCA DA BBLIA SAGRADA TEXTO UREO: Os preceitos do Senhor so retos e alegram o corao: O mandamento do Senhor puro, e alumia os olhos Sl. 19.8. 1. INTRODUO

A ORIGEM DA BBLIA O termo Bblia tem origem no grego "Biblos" e somente foi usado a partir do ano 200 d.C. pelos cristos. um livro singular, inspirado por Deus, diversos Escribas, Sacerdotes, Reis, Profetas e Poetas (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21) a escreveram, num perodo aproximado de 1.500 anos, foram mais de 40 pessoas e notadamente v-se a mo de Deus na sua unidade. Estes textos foram copiados e recopiados de gerao para gerao em diversos idiomas, tais como Hebraico, Aramaico e Grego, at chegar a ns. Verificou-se atravs do Mtodo Textual, que 99% dos textos mantm-se fiel aos originais. certamente uma obra divina, levando em considerao os milhares de anos entre a escrita e nossos dias. As partes mais antigas das Escrituras encontradas so um pergaminho de Isaas em Hebraico do segundo sculo a.C., descoberto em 1947 nas cavernas do Mar Morto e um pequeno papiro contendo parte do Livro de Joo 18.31-33,37,38 datados do segundo sculo d.C. Diviso em Captulos. A Bblia em sua forma original desprovida das divises de captulos e versculos. Para facilitar sua leitura e localizao de "citaes" o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 d.C. a dividiu em captulos.

Diviso em Versculos. At o ano de 1551 d.C. no existia a diviso denominada versculo. Neste ano o Sr. Robert Stephanus chegou a concluso da necessidade de uma subdiviso e agrupou os texto em versculos. At a inveno da grfica por Gutenberg, a Bblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso s Escrituras. Os povos de lngua portuguesa s comearam a ter acesso Bblia de uma forma mais econmica a partir do ano de 1748 d.C., quando foi impressa a primeira Bblia em portugus, uma traduo feita a partir da "Vulgata Latina". A Bblia composta de 66 livros, 1.189 captulos, 31.173 versculos, mais de 773.000 palavras e aproximadamente 3.600.000 letras. Gasta-se em mdia 50 horas (38 VT e 12 NT) para l-la ininterruptamente ou pode-se l-la em um ano seguindo estas orientaes: 3,5 captulos diariamente ou 23 por semana ou ainda, 100 por ms em mdia. Encontra-se traduzida em mais de 2.400 lnguas e dialetos. H uma estimativa que j foi comercializado no planeta milhes de exemplares entre a verso integral e o NT. Mais de 500 milhes de livros isolados j foram comercializados. Afirmam ainda que a cada minuto 50 Bblias so vendidas, perfazendo um total dirio de aproximadamente 72 mil exemplares!Pgina 3

Noes de Bibliologia

Noes de Bibliologia

4

acontece quando nos colocamos em santidade e abertos para o santo mover. EncontraM-se nas livrarias com facilidade as seguintes verses em portugus. (1) Revista e Corrigida, (2) Revista e Atualizada, (3) Contempornea, (4) Nova Traduo na Linguagem de Hoje, (5) Viva, (6) Jerusalm, (7) NVI - Nova Verso Internacional, (8) Revisada e Corrigida - FIEL. No segundo domingo de Dezembro, comemora-se o Dia Nacional da Bblia, aprovado pelo Congresso Nacional. Materiais em que foram escritos os textos bblicos. A Palavra de Deus foi escrita em diversos materiais, vejamos os principais. Pedra. Inscries encontradas no Egito e Babilnia datados de 850 a.C. Argila e Cermica. Milhares de tabletes encontrados na sia e Babilnia. Madeira. Usada por muitos sculos pelos gregos. Couro. O AT possivelmente foi escrito em couro. Os rolos tinham entre 26 a 70 cm de altura. Papiro. O NT provavelmente foi escrito sobre este material, feito de fibras vegetais prensadas. Velino ou Pergaminho. Velino era preparado originalmente com a pele de bezerro ou antlope, enquanto o pergaminho era de pele de ovelhas e cabras. Quase todos os manuscritos conhecidos so em velino, largamente usado h centenas de anos antes de Cristo. Papel. Forma amplamente utilizada hoje. Inegavelmente o Senhor Deus queria que sua Palavra se perpetuasse pelos sculos e providenciou meio para isto acontecesse. um fato que evidencia a sua credibilidade como Livro inspirado pelo Esprito Santo. Mas conhecer dados histricos no o aproxima do Senhor e to pouco abre seus ouvidos para a voz do Esprito que revela a Palavra. Isto apenas enriquece-nos intelectualmente e dispensvel. O que realmente precisamos estarmos aptos para ouvir o Esprito que flui atravs das pginas do Livro Sagrado e isto sNoes de Bibliologia

A palavra grega Bblia, em plural, deriva do grego bblos ou bblion () que significa "rolo" ou "livro". Bblion, no caso nominativo plural, assume a forma bblia, significando "livros". No latim medieval, bibla usado como uma palavra singular uma coleco de livros ou "a Bblia". Foi So Jernimo, tradutor da Vulgata Latina, que chamou pela primeira vez ao conjunto dos livros do Antigo Testamento e Novo Testamento de "Biblioteca Divina". A Bblia uma coleo de livros catalogados, considerados como divinamente inspirados pelas trs grandes religies dos filhos de Abrao, que so o Cristianismo, o Judaismo e o Islamismo. So, por isso, conhecidas como as "religies do Livro". sinnimo de "Escrituras Sagradas" e "Palavra de Deus". Os livros bblicos considerados cannicos pelas igrejas crists so ao todo 66 livros, sendo 39 livros no Antigo Testamento e 27 livros no Novo Testamento. A Bblia Catlica contm 7 livros a mais no Antigo Testamento do que outras tradues bblicas usadas pelas religies crists no-catlicas e pelo Judasmo. Esses livros so chamados pela Igreja Catlica de deuterocannicos ou livros do "segundo Cnon". A lista dos livros deuterocannicos a seguinte. Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesistico (Ben Sira ou Sircida) e Baruque. Alm disso, ela possui alguns trechos a mais em alguns livros protocannicos (ou livros do "primeiro Cnon") de Ester e Daniel. Outras denominaes religiosas consideraram estes livros deuterocannicos como apcrifos, ou seja, livros ou escritos que carecem de inspirao divina, reconhecendo, porm, o valor histrico dos livros dos Macabeus. A Bblia um livro muito antigo. Ela o resultado de longa experincia religiosa doPgina 4

Noes de Bibliologiapovo de Israel. o registro de vrias pessoas, em diversos lugares, em contextos diversos. Acredita-se que tenha sido escrita ao longo de um perodo de 1600 anos por cerca de 40 homens das mais diversas profisses, origens culturais e classes sociais. Os cristos acreditam que estes homens escreveram a Bblia inspirados por Deus e por isso consideram a Bblia como a Escritura Sagrada. No entanto, nem todos os seguidores da Bblia a interpretam de forma literal, e muitos consideram que muitos dos textos da Bblia so metafricos ou que so textos datados que faziam sentido no tempo em que foram escritos, mas foram perdendo seu sentido dentro do contexto da atualidade. Para o cristianismo tradicional, a Bblia a Palavra de Deus, portanto ela mais do que apenas um bom livro, a vontade de Deus escrita para a humanidade. Para esses cristos, nela se encontram, acima de tudo, as respostas para os problemas da humanidade e a base para princpios e normas de moral. Os agnsticos vem a Bblia como um livro comum, com importncia histrica e que reflete a cultura do povo que os escreveu. Os no crentes recusam qualquer origem Divina para a Bblia e a consideram como de pouca ou de nenhuma importncia na vida moderna, ainda que na generalidade se reconhea a sua importncia na formao da civilizao ocidental (apesar de a Bblia ter origem no Mdio Oriente). A comunidade cientfica tem defendido a Bblia como um importante documento histrico, narrado na perspectiva de um povo e na sua f religiosa. Muito da sua narrativa foi de mxima importncia para a investigao e descobertas arqueolgicas dos ltimos sculos. Mas os dados existentes so permanentemente cruzados com outros documentosNoes de Bibliologia

5

contemporneos, uma vez que, a histria religiosa do povo de Israel singra em funo da soberania de seu povo que se diz o "escolhido" de Deus e, inclusive, manifesta essa atitude nos seus registros. Independente da perspectiva que um determinado grupo tem da Bblia, o que mais chama a ateno neste livro a sua influncia em toda histria da sociedade ocidental e mesmo mundial, face ao entendimento dela naes nasceram (Estados Unidos da Amrica etc.), povos foram destrudos (Incas, Maias, etc), o calendrio foi alterado (Calendrio Gregoriano), entre outros fatos que ainda nos dias de hoje alteram e formatam nosso tempo. Sendo tambm o livro mais lido, mais pesquisado e mais publicado em toda histria da humanidade, boa parte das lnguas e dialetos existentes j foram alcanados por suas tradues. Por sua inegvel influncia no mundo ocidental, cada grupo religioso oferece a sua interpretao, muitas vezes, sem a utilizao da Hermenutica. Os idiomas originais. Foram utilizados trs idiomas diferentes na escrita dos diversos livros da Bblia. o hebraico, o grego e o aramaico. Em hebraico consonantal foi escrito todo o Antigo Testamento, com excepo dos livros chamados deuterocannicos, e de alguns captulos do livro de Daniel, que foram redigidos em aramaico. Em grego comum, alm dos j referidos livros deuterocannicos do Antigo Testamento, foram escritos praticamente todos os livros do Novo Testamento. Segundo a tradio crist, o Evangelho de Mateus teria sido primeiramente escrito em hebraico, visto que a forma de escrever visava alcanar os judeus. O hebraico utilizado na Bblia no todo igual. Encontramos em alguns livros o hebraico clssico (por ex. livros de Samuel e Reis), em outros um hebraico mais rudimentar e em outros ainda, nomeadamente os ltimos a seremPgina 5

Noes de Bibliologiaescritos, um hebraico elaborado, com termos novos e influncia de outras lnguas circunvizinhas. O grego do Novo Testamento, apesar das diferenas de estilo entre os livros, corresponde ao chamado grego koin (isto , o grego "comum" ou "vulgar", por oposio ao grego clssico), o segundo idioma mais falado no Imprio Romano. Inspirada por Deus. O apstolo Paulo afirma que "toda a Escritura inspirada por Deus" [literalmente, "soprada por Deus", que a traduo da palavra grega , theopneustos] (2 Timteo 3.16). Na ocasio, os livros que hoje compem a Bblia no estavam todos escritos e a Bblia no havia sido compilada, entretanto muitos cristos crem que Paulo se referia Bblia que seria posteriormente canonizada. O apstolo Pedro diz que "nenhuma profecia foi proferida pela vontade dos homens. Inspirados pelo Esprito Santo que homens falaram em nome de Deus." (2 Pedro 1.21) Veja tambm os artigos Cnon Bblico e Apcrifos. Os cristos crem que a Bblia foi escrita por homens sob Inspirao Divina, mas essa afirmao considerada subjetiva na perspectiva de uma pessoa no-crist ou noreligiosa. A interpretao dos textos bblicos, ainda que usando o mesmo Texto-Padro, varia de religio para religio. Verifica-se que a compreenso e entendimento a respeito de alguns assuntos pode variar de telogo para telogo, e mesmo de um crente para outro dependendo do idealismo e da filosofia religiosa defendida, entretanto, quanto aos fatos e s narraes histricas, existe uma unidade. A f dos leitores religiosos da Bblia baseia-se na premissa de que "Deus est na Bblia e Ele no fica em silncio", como declara repetidamente o renomeado telogo presbiteriano e filsofo, o Pastor Francis Schaeffer, dando a entender que a Bblia constitui uma carta de Deus para os homens.Noes de Bibliologia

6

Para os cristos, o Esprito Santo de Deus atuou de uma forma nica e sobrenatural sobre os escritores. Seguindo este raciocnio, Deus o verdadeiro autor da bblia, e no os seus escritores, por si mesmos. Segundo este pensamento Deus usou as suas personalidades e talentos individuais, para registrar por escrito os seus pensamentos e a revelao progressiva dos seus propsitos em suas palavras. Para os crentes, a sua postura diante da Bblia determinar o seu destino eterno. A interpretao bblica. Diferente das vrias mitologias, os assuntos narrados na Bblia so geralmente ligados a datas, a personagens ou a acontecimentos histricos (de fato, vrios cientistas tm reconhecido a existncia de personagens e locais narrados na Bblia, que at h poucos anos eram desconhecidos ou considerados fictcios), apesar de no confirmarem os fatos nela narrados, por outro lado, comprovando que aconteceram de alguma forma. Os judeus acreditam que todo o Velho Testamento foi inspirado por Deus e, por isso, constitui no apenas parte da Palavra Divina, mas a prpria palavra. Os cristos, por sua vez, incorporam tambm a tal entendimento os livros do Novo Testamento. Os ateus e agnsticos possuem concepo inteiramente diferente, descrendo por completo dos ensinamentos religiosos. Tal descrena ocorre face ao entendimento de que existem personagens cuja real existncia e/ou atos praticados so por eles considerados fantsticos ou exagerados, tais como os relatos de Ado e Eva, da narrativa da sociedade humana antediluviana, da Arca de No, o Dilvio, Jonas engolido por um "grande peixe", etc. Os ateus no crem na existncia de Deus algum, portanto para eles qualquer ensinamento religioso, venha da Bblia ou do Alcoro falso, desnecessrio e at mesmo prejudicial.

Pgina 6

Noes de BibliologiaA hermenutica, uma cincia que trata da interpretao dos textos, tem sido utilizada pelos telogos para se conseguir entender os textos bblicos. Entre as regras principais desta cincia encontramos. 1.A Bblia - coleo de livros religiosos - se interpreta por si mesma, revelando toda ela uma doutrina interna; 2.O texto deve ser interpretado no seu contexto e nunca isoladamente; 3.Deve-se buscar a inteno do escritor, e no interpretar a inteno do autor; 4.A anlise do idioma original (hebraico, aramaico, grego comum) importante para se captar o melhor sentido do termo ou as suas possveis variantes; 5.O intrprete jamais pode esquecer os fatos histricos relacionados com o texto ou contexto, bem como as contribuies dadas pela geografia, geologia, arqueologia, antropologia, cronologia, biologia... Sua estrutura interna. A Bblia um conjunto de pequenos livros ou uma biblioteca. Foi escrita ao longo de um perodo de cerca de 1600 anos por 40 homens das mais diversas profisses, origens culturais e classes sociais, segundo a tradio judaico crist. No entanto, exegetas cristos divergem sobre a autoria e a datao das obras. Origem do termo "Testamento". Este vocbulo no se encontra na Bblia como designao de uma de suas partes. A palavra portuguesa "testamento" corresponde palavra hebraica berith (que significa aliana, pacto, contrato), e designa a aliana que Deus fez com o povo de Israel no Monte Sinai, tal como descrito no livro de xodo (xodo 24.1-8 e xodo 34.10-28). Tendo sido esta aliana quebrada pela infidelidade do povo, Deus prometeu uma nova aliana (Jeremias 31.31-34) que deveria ser ratificada com o sangue de Cristo (Mateus 26.28). Os escritores neotestamentrios denominam a primeira aliana de antiga (Hebreus 8.13), em contraposio nova (2 Corntios 3.6-14). Os tradutores da Septuaginta traduziram berith para diatheke, embora no haja perfeitaNoes de Bibliologia

7

correspondncia entre as palavras, j que berith designa "aliana" (compromisso bilateral) e diatheke tem o sentido de "ltima disposio dos prprios bens", "testamento" (compromisso unilateral). As respectivas expresses "antiga aliana" e "nova aliana" passaram a designar a coleo dos escritos que contm os documentos respectivamente da primeira e da segunda aliana. O termo testamento veio at ns atravs do latim quando a primeira verso latina do Velho Testamento grego traduziu diatheke por testamentum. So Jernimo, revisando esta verso latina, manteve a palavra testamentum, equivalendo ao hebraico berith aliana, concerto, quando a palavra no tinha essa significao no grego. Afirmam alguns pesquisadores que a palavra grega para "contrato", "aliana" deveria ser suntheke, por traduzir melhor o hebraico berith. As denominaes "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", para as duas colees dos livros sagrados, comearam a ser usadas no final do sculo II, quando os evangelhos e outros escritos apostlicos foram considerados como parte do cnon sagrado. Livros do Antigo Testamento. O Antigo Testamento composto de 46 livros. 39 conhecidos como protocannicos e 7 conhecidos como deuterocannicos. Os livros deuterocannicos fazem parte apenas da Bblia Catlica, no sendo includos na Bblia Protestante ou na Tanakh judaica. Livros Protocannicos. Pentateuco. Gnesis - xodo - Levtico - Nmeros Deuteronmio. Histricos. Josu - Juzes - Rute - I Samuel - II Samuel - I Reis - II Reis - I Crnicas - II Crnicas - Esdras - Neemias Ester. Poticos e Sapienciais. J - Salmos Provrbios - Eclesiastes (ou Colet) - Cntico dos Cnticos de Salomo. Profticos. Profetas Maiores. A designao Maiores no se trata porm da relevncia histrica destes personagens na histria de Israel, mas to somente ao tamanho de seus livros, maiores se comparados aos livros dos Profetas Menores.Pgina 7

Noes de BibliologiaIsaas - Jeremias - Lamentaes de Jeremias Ezequiel Daniel. Profetas Menores. Como referido acima, a designao Menores no se trata da relevncia histrica destes personagens na histria de Israel, mas to somente ao tamanho de seus livros. Osias - Joel - Ams Obadias - Jonas - Miquias - Naum Habacuque - Sofonias - Ageu - Zacarias Malaquias. Livros Deuterocannicos. Tobias - Judite - I Macabeus - II Macabeus - Baruque Sabedoria - Eclesistico (ou Ben Sira) - e alguns acrscimos ao texto dos livros Protocannicos. Adies em Ester (Ester 10.4 a 11.1 ou a 16.24) e Adies em Daniel (Daniel 3.24-90; Cap. 13 e 14). Os livros deuterocannicos (ou apcrifos) foram, supostamente, escritos entre Malaquias e Mateus, numa poca em que segundo o historiador judeu Flvio Josefo, a Revelao Divina havia cessado porque a sucesso dos profetas era inexistente ou imprecisa. O parecer de Josefo no aceito pelos cristos catlicos e ortodoxos, porque Jesus afirma que durou at Joo Batista (cf. Lucas 16.16; Mateus 11.13). No perodo entre o sculo III e o sculo I a.C. ocorre a Dispora judaica helenstica, numa poca em que os judeus j estavam, em partes, dispersos pelo mundo. Uma colnia judaica destaca-se esta se localiza em Alexandria no Egito, onde se falava muito a lngua grega. A Bblia foi ento traduzida do hebraico para o grego. Alguns escritos recentes foram-lhe acrescentados sem que os judeus de Jerusalm os reconhecessem como inspirados. Somente no final do sculo I d.C. foi fixado o cnon (=medida) hebraico, portanto numa poca em que a diferenciao entre judasmo e cristianismo j era bem acentuada. E os escritos acrescentados no foram aceitos no cnon hebraico. Quando Jernimo traduziu a Bblia para o latim (a famosa Vulgata), no incio do Sculo V, incluiu os deuterocannicos, e a Igreja Catlica admitiu-os como inspirados da mesma forma que os outros livros. No sculo XVI, com o surgimento da Reforma Protestante, novamente colocada em dvida aNoes de Bibliologia

8

canonicidade dos deuterocannicos pelo fato de no fazerem parte da Bblia hebraica primitiva. No Conclio de Trento, em 8 de abril de 1546, no Decretum de libris sacris et de traditionibus recipiendis (DH 1501), a Igreja Catlica novamente os confirmou como partes integrantes da Bblia Catlica, mas desde ento foram considerados apcrifos no Protestantismo e no sculo XVII deixaram de fazer parte das Bblias protestantes. Livros do Novo Testamento. O Novo Testamento composto de 27 livros. Evangelhos. Mateus, Marcos, Lucas e Joo. Livro Histrico. Atos dos Apstolos (abrev. Atos). Cartas Paulinas. Romanos - I Corntios II Corntios - Glatas - Efsios - Filipenses Colossenses - I Tessalonicenses - II Tessalonicenses - I Timteo - II Timteo - Tito Filemom. Cartas Gerais. Hebreus - Tiago - I Pedro - II Pedro - I Joo - II Joo - III Joo Judas. Livro proftico. Apocalipse. Verses e tradues bblicas. Livro do Gnesis, Bblia em Tamil de 1723. Apesar da antiguidade dos livros bblicos, os manuscritos mais antigos que possumos datam a maior parte do III e IV Sculo d.C.. Tais manuscritos so o resultado do trabalho de copistas (escribas) que, durante sculos, foram fazendo cpias dos textos, de modo a serem transmitidos s geraes seguintes. Transmitido por um trabalho desta natureza o texto bblico, como bvio, est sujeito a erros e modificaes, involuntrios ou voluntrios, dos copistas, o que se traduz na coexistncia, para um mesmo trecho bblico, de vrias verses que, embora no afectem grandemente o contedo, suscitam diversas leituras e interpretaes dum mesmo texto. O trabalho desenvolvido por especialistas que se dedicam a comparar as diversas verses e a selecion-las, denomina-se Crtica Textual. E o resultado de seu trabalho so os Textos-Padro. A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento o chamado Texto Massortico. Trata-se do texto hebraico fixado ao longo dos sculos porPgina 8

Noes de Bibliologiaescolas de copistas, chamados Massoretas, que tinham como particularidade um escrpulo rigoroso na fidelidade da cpia ao original. O trabalho dos massoretas, de cpia e tambm de vocalizao do texto hebraico (que no tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se lngua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais), prolongou-se at ao Sculo VIII d.C.. Pela grande seriedade deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de sculos, o Texto Massortico (sigla TM) considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bblico original. No entanto, outras verses do Antigo Testamento tm importncia, e permitem suprir as deficincias do Texto Massortico. o caso do Pentateuco Samaritano (os samaritanos eram uma comunidade tnica e religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo prprios, e que s aceitavam como livros sagrados os do Pentateuco), e principalmente a Septuaginta Grega (sigla LXX). A Verso dos Setenta ou Septuaginta Grega, designa a traduo grega do Antigo Testamento, elaborada entre os sculos IV e II a.C., feita em Alexandria, no Egipto. O seu nome deve-se lenda que referia ter sido essa traduo um resultado milagroso do trabalho de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que no s o texto, mas tambm a traduo, fora inspirada por Deus. A Septuaginta Grega a mais antiga verso do Antigo Testamento que conhecemos. A sua grande importncia provm tambm do facto de ter sido essa a verso da Bblia utilizada entre os cristos, desde o incio, e a que citada na grande parte do Novo Testamento. Da Septuaginta Grega fazem parte, alm da Bblia Hebraica, os Livros Deuterocannicos (aceitos como cannicos apenas pela Igreja Catlica), e alguns escritos apcrifos (no aceitos como inspirados por Deus por nenhuma das religies crists ocidentais).Noes de Bibliologia

9

Encontram-se 4 mil manuscritos em grego do Novo Testamento, que apresentam variantes. Diferentemente do Antigo Testamento, no h para o Novo Testamento uma verso a que se possa chamar, por assim dizer, normativa. H contudo alguns manuscritos mais importantes, pelas sua antiguidade ou credibilidade, e que so o alicerce da Crtica Textual. Uma outra verso com importncia a chamada Vulgata Latina, ou seja, a traduo latim por So Jernimo, em 404 d.C., e que foi utilizada durante muitos sculos pelas Igrejas Crists do Ocidente como a verso bblica autorizada. De acordo com o Scripture Language Report, a Bblia j foi traduzida para 2.403 lnguas diferentes, sendo o livro mais traduzido do mundo. Uma cpia da Bblia de Gutenberg propriedade do Congresso norte-americano. A Bblia em Portugus. Os primeiros registros da traduo de trechos da Bblia para o portugus remontam ao final do sculo XIII, por Dom Dinis. Mas a primeira Bblia completa em lngua portuguesa foi publicada somente em 1753, na traduo de Joo Ferreira de Almeida (1628-1691), que apesar de muitos no o saberem, no era pastor ou padre. O missionrio e tradutor Joo Ferreira de Almeida foi o principal tradutor da Bblia para a lngua portuguesa. Ele j conhecia a Vulgata, j que seu tio era padre. Aps converter-se ao protestantismo aos 14 anos, Almeida partiu para a Batvia. Aos 16 anos traduziu um resumo dos evangelhos do espanhol para o portugus, que nunca chegou a ser publicado.Pgina 9

Noes de BibliologiaEm Malaca traduziu partes Testamento tambm do espanhol. do Novo

10

Testamento de Almeida. Foi revisada por Jos Manoel Garcia, pelo pastor M. P. B. de Carvalhosa e pelo pastor Alexandre Latimer Blackford. O imperador D. Pedro II era um profundo admirador da cultura judaica. Aps aprender o Hebraico, que era a sua lngua favorita, traduziu partes da Bblia, como o livro de Neemias, alm de partes do Velho Testamento para o Latim. F. R. dos Santos Saraiva, autor de um dicionrio latino-portugus, traduziu os Salmos, com o ttulo de Harpa de Israel, em 1898. Duarte Leopoldo e Silva traduziu e publicou os Evangelhos em forma de harmonia. O Colgio da Imaculada Conceio, Botafogo, Rio de Janeiro, publicou uma traduo dos Evangelhos e Atos, do Francs, preparada por um padre, em 1904. Padres franciscanos iniciaram um trabalho de traduo a partir da Vulgata, sendo concludo em 1909. No mesmo ano, o padre Santana traduziu o Evangelho de Mateus diretamente do Grego. a primeira traduo parcial da Bblia, em Portugus, dos idiomas originais feita por um padre catlico, embora tenha sido apoiado pelo Latim. J. L. Assuno traduziu o Novo Testamento a partir da Vulgata em 1917. Surge, no mesmo ano, o livro de Ams, traduzido por Esteves Pereira. Foi traduzido do etope. Em 1923, J. Baslio Pereira traduz o Novo Testamento e os Salmos a partir da Vulgata. O ento padre Huberto Rohden foi o autor de uma traduo do Novo Testamento. Comeou a traduzir enquanto estudava na Leopold-Franzens-Universitt Innsbruck, ustria, completando em 1930. Foi publicado pela Cruzada da Boa Imprensa (atualmente pela editora Martin Claret). Utilizou como base o Textus Receptus.Pgina 10

Aos 17, traduziu o Novo Testamento do Latim, da verso de Theodore Beza, alm de ter se apoiado nas verses italiana, francesa e espanhola. Aos 35 anos, iniciou a traduo diretamente dos originais, embora seja um mistrio como ele aprendeu os idiomas originais. certo que ele usou como base o Texto Massortico para o Antigo Testamento, o Textus Receptus, editado em 1633 pelos irmos Elzevir, e alguma traduo da poca, como a Reina-Valera. A traduo do Novo Testamento ficou pronta em 1676. O texto foi enviado para a Holanda para reviso. O processo de reviso durou 5 anos, sendo publicado em 1681, e teve mais de mil erros. A razo que os revisores holandeses queriam harmonizar a traduo com a verso holandesa publicada em 1637. A Companhia das ndias Orientais ordenou que se recolhesse e destrusse os exemplares defeituosos. Os que foram salvos foram corrigidos e utilizados em igrejas protestantes no Oriente, sendo que um deles est exposto no Museu Britnico. Aps sua morte foram detectados 1.119 erros de traduo. Tradues no Brasil. A primeira traduo realizada no Brasil foi feita pelo bispo Joaquim de Nossa Senhora de Nazar. Era um Novo Testamento traduzido a partir da Vulgata. No prefcio, havia acusaes contra os protestantes, chamando suas verses da Bblia de "falsificadas". Foi publicada em So Lus, no Maranho, em 1847, sendo impressa em Portugal em 1875. Em 1879, a Sociedade de Literatura Religiosa e Moral publica uma reviso do NovoNoes de Bibliologia

Noes de Bibliologia

11

O rabino Meir Matzliah Melamed traduz a Tor, numa edio sem data, com o nome de A Lei de Moiss e as Haftarot. Foi publicada em 1962. A traduo foi revisada e lanada, em 2001, com o nome de A Lei de Moiss. Est disponvel pela Editora Sfer. Em 1993 publicado o Novo Testamento da Nova Verso Internacional. Em 2005, o pastor batista Fridolin Janzen traduziu o Novo Testamento em Portugus, baseado no Textus Receptus. Tradues completas. A primeira traduo completa foi a Traduo Brasileira. Foi uma traduo da Bblia que no contava apenas somente com telogos, como H. C. Tucker, William Campbell Brown, Eduardo Carlos Pereira, mas tambm com eruditos como Ruy Barbosa, Jos Verssimo e Virglio Vrzea. A traduo se principiou em 1902. Os dois primeiros evangelhos foram editados em 1904, e depois de alguma crtica e reviso, o Evangelho de Mateus saiu novamente em 1905. Os Evangelhos e o livro dos Atos dos Apstolos foram publicados em 1906, e o Novo Testamento completo em 1910. Publicada em sua inteireza em 1917, apresenta caractersticas eruditas, sendo bastante literal em relao aos textos originais. No obteve o agrado dos leitores, por traduzir nomes hebraicos de uma maneira prxima daquela lngua, falta de literalidade e falta de revises. A Almeida Revista e Corrigida foi a primeira Bblia a ser impressa no Brasil, em 1948. Est em circulao a reviso de 1995.

Publicada em 1959, a Almeida Revista e Atualizada utiliza o Texto Crtico, ao invs do Textus Receptus. Ganhou aprovao da CNBB. Em 1959 publicada a traduo dos monges Maredsous em Portugus. O trabalho de traduo foi coordenado pelo franciscano Joo Jos Pedreira de Castro, do Centro Bblico de So Paulo. Foi traduzida a partir da verso francesa publicada na Blgica. A Traduo do Novo Mundo das Escrituras Sagradas uma traduo da Bblia feita com direcionamento especfico para as Testemunhas de Jeov. Foi publicada em 1963, sendo traduzida da verso inglesa. A Verso Revisada foi publicada em 1967, pela Imprensa Bblica Brasileira e pela Juerp. de orientao batista. Em 1976 publicada a Bblia de Jerusalm, pelas Edies Paulinas. baseada na verso francesa, sendo que as notas e comentrios so traduzidos. Em 2002 publicada a reviso, chamada de Nova Bblia de Jerusalm. Em 1981 publicada a Bblia Viva, uma parfrase da Bblia. A verso original foi elaborada por Kenneth Taylor e foi traduzida na base da equivalncia dinmica (idia por idia). J est na 2 edio. Em 1982 publicada a Bblia Vozes, pela editora Vozes, traduzida por uma comisso, presidida pelo franciscano Ludovico Garmus. No mesmo ano publicada uma verso pela Editora Santurio. No ano seguinte publicada a Bblia Mensagem de Deus pelas edies Loyola.

Noes de Bibliologia

Pgina 11

Noes de BibliologiaEm 1988 publicada A Bblia na Linguagem de Hoje, caracterizada por ter uma linguagem popular e traduo flexvel. Um exemplo a traduo de Juzes 3:24: A os empregados chegaram e viram que as portas estavam trancadas. Ento pensaram que o rei tinha ido ao banheiro. Muitos eruditos vem uma excessiva utilizao de linguagem popular, que pode comprometer a fidelidade com o texto original. Devido a esses problemas, essa traduo passou por um grande processo de reviso, que resultou na Nova Traduo na Linguagem de Hoje, em 2000. Em 1990 publicada a Edio Pastoral. Coordenada pelo telogo Ivo Storniolo, uma traduo afinada com a teologia da libertao, sendo voltada para uso dos leigos. Ainda em 1990, a Editora Vida publicou a sua Edio Contempornea da Bblia de Almeida (EAC). Essa edio eliminou arcasmos e ambigidades do texto original de Almeida, mas com a promessa de preservar as excelncias do texto que lhe serviu de base. Em 1997 publicada a Traduo Ecumnica da Bblia (sendo baseada na verso francesa), sendo parte de sua comisso catlicos, protestantes e judeus. O Antigo Testamento foi mantido do modo como se utiliza nas Bblias judaicas. Em 2001, a CNBB produziu uma traduo comemorativa dos 50 anos da CNBB, e j est na 3 edio e envolveu cooperao entre sete editoras catlicas. No mesmo ano publicada a Torah Viva, traduzida por Adolfo Wasserman, baseada na verso inglesa. publicada tambm a verso completa da Nova Verso Internacional. Em 2002 publicada a Bblia do Peregrino, traduzida por Lus Alonso Schkel. uma traduo da verso espanhola. Em 2006 publicada a Bblia Hebraica. o primeiro Tanakh completo publicado em Portugus, desde 1553. Os tradutores foram David Gorodovits e Jairo Fridlin e foi revisada por rabinos e professores. Em 2007 publicada a Bblia Almeida Sculo 21, uma atualizao da "Verso Revisada" do texto de Almeida (tambm conhecida como "Verso revisada segundo osNoes de Bibliologia

12

melhores textos") por uma parceria entre a Imprensa Bblica Brasileira/Juerp, a Editora Hagnos e a Editora Atos. Tradues feitas em outros pases. A Sociedade Bblica Trinitariana, fundada no Reino Unido em 1831, tambm produziu uma verso para o Portugus do Novo Testamento, em 1883. baseada, no Textus Receptus, assim como todas as Bblias da Sociedade Bblica Trinitariana. (Fontes de consulta: Enciclopdias em Portugus, Ingls, Francs, Italiano, Espanhol, Latim e Hebraico). BIBLIOLOGIA - Doutrina das Escrituras I. INTRODUO A) Terminologia: Bblia - Derivado de biblion, rolo ou livro (Lc 4.17) Escrituras - Termo usado no Novo Testamento (N.T.) para, os livros sagrados do A.T., que eram considerados inspirados por Deus (2Tm 3.16; Rm 3.2). Tambm usado no N.T. com referncia a outras pores do N.T. (2Pe 3.16) Palavra de Deus - Usada em relao a ambos os testamentos em sua forma escrita (Mt 15.6; Jo 10.35; Hb 4.12) B) Atitudes em Relao Bblia: Racionalismo a. Em sua forma extrema nega a possibilidade de qualquer revelao sobrenatural. b. Em sua forma moderada admite a possibilidade de revelao divina, mas essa revelao fica sujeita ao juzo final da razo humana. Romanismo A Bblia um produto da igreja; por isso a Bblia no a autoridade nica ou final. Misticismo A experincia pessoal tem a mesma autoridade da Bblia. Neo-ortodoxia A Bblia uma testemunha falvel da revelao de Deus na Palavra, Cristo.Pgina 12

Noes de BibliologiaSeitas A Bblia e os escritos do lder ou fundador de cada uma possuem igual valor. Ortodoxia A Bblia a nossa nica base de autoridade. C) As Maravilhas da Bblia: 1) Sua formao: levou cerca de 1500 anos. 2) Sua Unidade: Tem cerca de 40 autores, mas um s livro. 3) Sua Preservao. 4) Seu Assunto. 5) Sua Influncia. II. REVELAO A) Definio: Um desvendamentos; especialmente a comunicao da mensagem divina ao homem B) Meios de Revelao: 1) Pela Natureza (Rm 1.18-21; Sl 19) 2) Pela Providncia (Rm 8.28; At 14.15-17) 3) Pela Preservao do Universo (Cl 1.17) 4) Atravs de Milagres (Jo 2.11) 5) Por Comunicao Direta (At 22.17-21) 6) Atravs de Cristo (Jo 1.14) 7) Atravs da Bblia (1Jo 5.9-12) III. INSPIRAO A) Definio: Inspirao a ao supervisionadora de Deus sobre os autores humanos da Bblia de modo a, usando suas prprias personalidades e estilos, comporem e registrarem sem erro as palavras de Sua revelao ao homem. A Inspirao se aplica apenas aos manuscritos originais (chamados de autgrafos). B) Teorias sobre a Inspirao: 1) Natural - no h qualquer elemento sobrenatural envolvido. A Bblia foi escrita por homens de grande talento.Noes de Bibliologia

13

2) Mstica ou Iluminativa - Os autores bblicos foram cheios do Esprito como qualquer crente pode ser hoje. 3) Mecnica (ou teoria da ditao) - Os autores bblicos foram apenas instrumentos passivos nas mos de Deus como mquinas de escrever com as quais Ele teria escrito. Deve-se admitir que algumas partes da Bblia foram ditadas (e.g., os Dez mandamentos). 4) Parcial - Somente o no conhecvel foi inspirado (e.g., criao, conceitos espirituais) 5) Conceitual - Os conceitos, no as palavras, foram inspirados. 6) Gradual - Os autores bblicos foram mais inspirados que outros autores humanos. 7) Neo-ortodoxa - Autores humanos s poderiam produzir uma registro falvel. 8) Verbal e Plenria - Esta a verdadeira doutrina e significa que cada palavra (verbal) e todas as palavras (plenria) foram inspiradas no sentido da definio acima. 9) Inspirao Falvel - Uma teoria, que vem ganhando popularidade, de que a Bblia inspirada mas no isenta de erros. C) Caractersticas da Inspirao Verbal e Plenria: 1) A verdadeira doutrina vlida apenas para os manuscritos originais. 2) Ela se estende s prprias palavras. 3) V Deus como o superintendente do processo, no ditando aos escritores, mas guiando-os. 4) Inclui a inerrncia. D) Provas da Inspirao Verbal e Plenria: 1) 2Tm 3.16. Theopneustos, soprado por Deus. Afirma que Deus o autor das Escrituras e que estas so o produto de Seu sopro criador. 2) 2Pe 1.20,21. O como da inspirao homens movidos (lit., carregados) pelo Esprito Santo. 3) Ordens especificas para escrever a Palavra do Senhor (Ex 17.14; Jr 30.2). 4) O uso de citaes (Mt 15.4; At 28.25). 5) O uso que Jesus fez do Antigo Testamento (A.T.) (Mt 5.17; Jo 10.35).Pgina 13

Noes de Bibliologia6) O N.T. afirma que outras partes do N.T. so Escrituras (1Tm 5.18; 2Pe 3.16). 7) Os escritores estavam conscientes de estarem escrevendo a Palavra de Deus (1Co 2.13; 1Pe 1.11,12) E) Provas de Inerrncia: 1) A fidedignidade do carter de Deus (Jo 17.3; Rm 3.4). 2) O ensino de Cristo (Mt 5.17; Jo 10.35). 3) Os argumentos baseados em uma palavra ou na forma de uma palavra (Gl 3.16, descendente; Mt 22.31,32, sou). IV. CANONICIDADE. A) Consideraes fundamentais: 1) A Bblia auto-autenticvel e os conclios eclesisticos s reconheceram (no atriburam) a autoridade inerente nos prprios livros. 2) Deus guiou os conclios de modo que o cnon fosse reconhecido. B) Cnon do Antigo Testamento (A.T.):V. ILUMINAO

14

D) A Formao do Cnon do Novo Testamento (N.T.): 1) O perodo dos apstolos. Eles reivindicaram autoridade para seus escritos (1Ts 5.27; Cl 4.16). 2) O perodo ps-apostlico. Todos os livros forma reconhecidos exceto Hebreus, 2 Pedro e 3 Joo. 3) O Conclio de Cartago, 397, reconheceu como cannicos os 27 livros do N.T. A) Em Relao aos No-Salvos: 1) Sua necessidade (1Co 2.14; 2Co 4.4) 2) O ministrio do convencimento do Esprito ( Jo 16.7-11) B) Em Relao ao Crente: 1) Sua necessidade (1C0 2.10-12; 3.2). 2) O ministrio do ensino do Esprito (Jo 16.1315)

1) Alguns afirmam que todos os livros do cnon do A.T. foram reunidos e reconhecidos sob a liderana de Esdras (quinto sculo a.C.). 2) O N.T. se refere a A.T. como escritura (Mt 23.35; a expresso de Jesus equivaleria dizer hoje de Gnesis a Malaquias; cf. Mt 21.42; 22.29). 3) O Snodo de Jamnia (90 A.D.) Uma reunio de rabinos judeus que reconheceu os livros do A.T. C) Os princpios de Canonicidade dos Livros do Novo Testamento (N.T.): 1) Apostolicidade. O livro foi escrito ou influenciado por algum apstolos? 2) Contedo. O seu carter espiritual suficiente? 3) Universalidade. Foi amplamente aceito pela igreja? 4) Inspirao. O livro oferecia prova interna de inspirao?Noes de Bibliologia

A) Em Relao aos No-Salvos: 1) Sua necessidade (1Co 2.14; 2Co 4.4) 2) O ministrio do convencimento do Esprito ( Jo 16.7-11) B) Em Relao ao Crente: 1) Sua necessidade (1C0 2.10-12; 3.2). 2) O ministrio do ensino do Esprito (Jo 16.13-15)

VI. INTERPRETAO A) Princpios de Interpretao: 1) Interpretar histrica e gramaticalmente. 2) Interpretar de acordo com os contextos imediatos e mais amplo. 3) Interpretar em harmonia com toda a Bblia, comparando Escritura com Escritura. B) Divises Gerais da Bblia:Pgina 14

Noes de Bibliologia1) Antigo Testamento (A.T.): A- Livros histricos: de Gnesis a Ester. B- Livros poticos: de J a Cantares. C- Livros profticos: de Isaas a Malaquias. 2) Novo Testamento (N.T.): A- Evangelhos: Mateus a Joo. B- Histria da Igreja: Atos. C- Epstolas: de Romanos a Judas. D- Profecia: Apocalipse. Apndice ao Primeiro tpico C) Alianas Bblicas: Notica (Gn 8.20-22) Abramica (Gn 12.1-3) Mosaica (Ex 19.3 - 40.38) Palestiniana (Dt 30) Davdica (2Sm 7.5-17) Nova Aliana (Jr 31.31-34; Mt 26.28) Transcrito da A Bblia Anotada Pg 1624,1625.

15

Histria da Bblia A Bblia, um livro que tem continuado vivo atravs dos sculos e indispensvel aos Servos do Rei, o tema deste comentrio. O termo Bblia tem origem no grego "Biblos" e somente foi usado a partir do ano 200 dC pelos cristos um livro singular, inspirado por Deus, diversos Escribas, Sacerdotes, Reis, Profetas e Poetas (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21) a escreveram, num perodo aproximado de 1.500 anos, foram mais de 40 pessoas e notadamente v-se a mo de Deus na sua unidade. Estes textos foram copiados e recopiados de gerao para gerao em diversos idiomas, tais como: Hebraico, Aramaico e grego; at chegar a ns. Verificou-se atravs do Mtodo Textual, que 99% dos textos mantm-se fiel aos originais, certamente uma obra divina, levando em considerao os milhares de anos entre a escrita e nossos dias. As partes mais antigas das Escrituras encontradas so um pergaminho de Isaas em hebraico do segundo sculo aC, descoberto em 1947 nas cavernas do Mar Morto e um pequeno papiro contendo parte do Livro de Joo 18.31-33,37,38 datados do segundo sculo dC. DIVISO EM CAPTULOS: A Bblia em sua forma original desprovida das divises de captulos e versculos. Para facilitar sua leitura e localizao de "citaes" o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 dC a dividiu em captulos. DIVISO EM VERSCULOS: At o ano de 1551 dC no existia a diviso denominada versculo. Neste ano o Sr. Robert Stephanus chegou a concluso da necessidade de uma subdiviso e agrupou os texto em versculos. At a inveno da grfica por Gutenberg, a Bblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso s Escrituras. O povo de lngua portuguesa s comearam a ter acesso Bblia de uma forma mais econmica a partir do ano de 1748 dC, quando foi impressa a primeira Bblia em portugus, uma traduo feita a partir da "Vulgata Latina". composta de 66 livros, 1.189 captulos, 31.173 versculos, mais de 773.000 palavras e aproximadamente 3.600.000 letras. Gasta-se em mdia 50 horas (38 VT e 12 NT) para l-la ininterruptamente ou pode-se l-la em um ano seguindo estas orientaes: 3,5 captulos diariamente ou 23 por semana ou ainda, 100 por ms em mdia. Encontra-se traduzida em mais de 1000 lnguas e dialetos, o equivalente a 50% das lnguas faladas no mundo. H uma estimativa que j foi comercializado no planeta milhes de exemplares entre a verso integral e o NT. Mais de 500 milhes de livros isolados j foram comercializados. Afirmam ainda que a cada minuto 50 Bblias so vendidas, perfazendo um total dirio de aproximadamente 72 mil exemplares!

Noes de Bibliologia

Pgina 15

Noes de BibliologiaEncontra-se nas livrarias com facilidade as seguintes verses em portugus: Revista Corrigida; Revista Atualizada; Contempornea; Nova Traduo na Linguagem de Hoje; Viva; Jerusalm; NVI - Nova Verso Internacional; O segundo domingo de Dezembro, comemora-se o Dia Nacional da Bblia, aprovado pelo Congresso. Nestes sculos a Palavra de Deus foi escrita em diversos materiais, vejamos os principais: Pedra Inscries encontradas no Egito e Babilnia datados de 850 aC Argila e Cermica Milhares de tabletes encontrados na sia e Babilnia. Madeira Usada por muitos sculos pelos gregos. Couro O Antigo Testamento possivelmente foi escrito em couro. Os rolos tinham entre 26 a 70 cm de altura. Papiro O Novo Testamento provavelmente foi escrito sobre este material, feito de fibras vegetais prensadas. Velino ou Pergaminho Velino era preparado originalmente com a pele de bezerro ou antlope, enquanto o pergaminho era de pele de ovelhas e cabras. Quase todos os manuscritos conhecidos so em velino, largamente usado a centenas de anos antes de Cristo. Papel Forma amplamente utilizada hoje. CD udio CD Rom Para computadores, a forma mais recente. Questionrio 1. 2. 3. 4. 5. Quais os nomes dados Bblia? Cite as maravilhas da Bblia. Discorra acerca da Histria da Bblia. Fale acerca das verses da Bblia. Fale acerca dos materiais utilizados para Impresso/Armazenagem da Bblia.

16

On line Via internet. Inegavelmente o Senhor Deus queria que sua Palavra se perpetuasse pelos sculos e providenciou meio para isto acontecesse. um fato que evidencia a sua credibilidade como Livro inspirado pelo Esprito Santo. Mas conhecer dados histricos no o aproxima do Senhor e to pouco abre seus ouvidos para a voz do Esprito que revela a Palavra. Isto apenas enriquece-nos intelectualmente e dispensvel. O que realmente precisamos estarmos aptos para ouvir o Esprito que flui atravs das pginas do Livro Sagrado e isto s acontece quando nos colocamos em santidade e abertos para o santo mover. Experimente ! Fonte:Revista Comunho Ano 4 n 44 e Bblia em Bytes (CD - Rom)

Noes de Bibliologia

Pgina 16

Noes de Bibliologia

17

2. OS TESTAMENTOS Testamento significa ato autntico pelo qual algum dispe de todos os seus bens ou parte deles, em benefcio de outrem, para depois de sua morte; disposio autentica da ultima vontade de um morto. A palavra Testamento, na Bblia, deriva do grego Diatheke, que significa concerto, testamento, pacto, aliana (aparece trinta e trs vezes no Novo Testamento e duzentas e oitenta e cinco vezes no Velho Testamento) o correspondente hebraico para a mesma palavra brith. Uma particularidade do testamento que El no pode ser mudado, pelo mais simples que seja. A Bblia divide-se em dois testamentos, a saber: 1.1.O Velho Testamento (VT). O Velho Testamento desenvolveu-se durante o perodo aproximado de mil anos (mil ou ml e cem anos) pelo aumento de um livro sagrado aps outro. Comeando com o Gnesis e acabando em Malaquias. As Escrituras hebraicas esto divididas em: A lei (Torah), Os profetas (Hebhim), os escritos (Kethubhim). Pelos tradutores gregos (os LXX, ou septuaginta latim setenta), foi a ltima parte chamada de Hagigrafos, ou os Santos Escritos. As escrituras judaicas possuem apenas vinte e dois ou vinte e quatro livros, isto se deve ao fato de ser considerados como um s livro, os profetas menores (Osias a Malaquias), juzes e Ruth, Jeremias e lamentaes, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crnicas, alm de Esdras e Neemias e etc. Ele foi escrito em pergaminho, couro e papiro e etc.. Introduo ao Antigo Testamento

Antigo testamento (AT) o nome que os cristos do ao conjunto das Escrituras Sagradas do povo de Israel. Esses livros, originalmente escrito em hebraico, fazem parte tambm da Bblia Sagrada dos cristos. O Antigo Testamento fala sobre a antiga aliana de Deus, por meio dos patriarcas e de Moiss, fez com o seu povo. J o Novo Testamento trata da nova aliana que Deus, por meio de Jesus Cristo, fez com o seu povo. Os israelitas agrupam os livros do antigo Testamento em trs divises: 1- Lei: A Lei agrupa os primeiros cinco livros do AT. 2- Profetas: Os profetas tm duas divises: Os Profetas Anteriores (de Josu a 2Reis), e os Posteriores (Isaias a Malaquias). Os profetas de Osias a Malaquias recebem dos israelitas o nome de O Livro dos Doze. 3- Escritos: fazem parte desta diviso os seguintes livros: Salmos, J, Provrbios, Rute, Cntico dos Cnticos, Eclesiastes, Lamentaes, Ester, Daniel, Esdras, Neemias e Crnicas. As trs divises correspondem ordem histrica em que os seus livros foram aceitos como autorizados a fazerem parte do cnon dos israelitas. Cnon a coleo de livros aceitos como Escrituras Sagradas. As Igrejas Crists seguem, em geral, um arranjo diferente do dos israelitas, mas os livros so os mesmos, em nmero de trinta e nove. Essa ordem se encontra nas antigas verses gregas e latinas usadas pela igreja primitiva. Os primeiros cinco livros do AT so chamados de Pentateuco ou Os Livros da Lei. A palavra Pentateuco quer dizer cinco volumes. Eles falam sobre a criao do mundo e da humanidade e contam a histria dos hebreus, comeando com a chamada de Abrao e continuando at a morte de Moiss, que aconteceu quando o povo de Israel estava para entrar em Cana, a Terra Prometida. Os doze livros seguintes, de Josu at Ester, so livros histricos, que narram os principais acontecimentos da histria de Israel desde a sua entrada na Terra Prometida at o tempo em que as muralhas de Jerusalm foram reconstrudas, depois da volta dos israelitas do cativeiro. Isso aconteceu uns quatrocentos e quarenta e cinco anos antes do nascimento de Cristo. Os livros de J, Salmos, Provrbios, Eclesiastes, Cntico dos Cnticos e Lamentaes de Jeremias so chamados de Livros Poticos. Os ltimos dezessete livros do AT contm mensagens de Deus anunciadas ao povo de Israel pelos profetas. Esses mensageiros de Deus condenavam os pecados do povo, exigiam o arrependimento e prometiam Noes de Bibliologia Pgina 17

Noes de Bibliologia

18

as bnos divinas para as pessoas que confiassem em Deus e vivessem de acordo com a vontade dele. Es livros esto divididos em dois grupos: Profetas Maiores (Isaias a Daniel) e Profetas Menores (Osias a Malaquias). Algumas verses antigas, tais como a Septuaginta, em grego, e a Vulgata, em latim, incluem no AT alguns livros que no se encontram na Bblia Hebraica de Israel. Esses livros foram escritos no perodo intertestamentrio. A Igreja Romana os aceita e os chama de Deuterocannicos, isto , pertencem a um segundo cnon. So eles: Tobias, Judite, Ester Grego, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesistico, Baruque, Carta de Jeremias e os acrscimos a Daniel, que so a Orao de Azarias e as histrias de Suzana, de Bel e do Drago. A formao do Antigo Testamento Os trinta e nove livros que compem o AT foram escritos durante um perodo de mais de mil anos. As histrias, os hinos, as mensagens dos profetas e as palavras de sabedoria foram agrupadas em colees, que, com o tempo foram juntadas e aceitas como escritura sagrada. Alguns livros de histria que so mencionados no AT se perderam. So eles: Livro do Justo (Js 10.13), a Histria de Salomo (1Rs 11.41), a Histria dos Reis de Israel (1Rs 14.19) e a Histria dos Reis de Jud (1Rs 14.29). Os livros de Salmos e de Provrbios so obra de vrios autores. Para o povo de Israel conhecer o autor de determinado livro das Escrituras no era to importante como reconhecer que se tratava de livro que tinha sido escrito por inspirao divina e que continha mensagem ou mensagens de valor permanente a respeito de Deus e de seus relacionamentos com o povo de Israel em particular e com os povos do mundo em geral. So variadas e divididas as opinies dos estudiosos das Escrituras quanto autoria de cada livro em particular. Prosa e Poesia no Antigo Testamento Boa parte do AT est escrita em prosa. Esto escritos em prosa os relatos da vida de pessoas, como se pode ver em Gnesis e Rute. Outros livros narram a histria de Israel, por exemplo, xodo 1-19, partes de Nmeros, Josu, Juizes, Samuel, Reis, Crnicas, Esdras, Neemias e Ester. Esto em prosa os registros das leis dadas por Deus a Israel, bem como os assuntos relacionados ao culto. O Livro de Deuteronmio consta principalmente de discurso pronunciados por Moiss. H livros de profetas escritos em prosa, como, por exemplo, Jeremias (boa parte), Ezequiel, Daniel e os profetas menores, menos Naum e Habacuque. Nos livros de Provrbios e Eclesiastes, aparece uma forma especial de prosa apropriada literatura de sabedoria. H vrios livros e partes de livros que foram escritos em forma de poesia. A poesia hebraica se expressa de uma forma especial chamada de paralelismo. As caractersticas desse tipo de poesia so tratadas em Salmos, ela se chama litrgica, porque os Salmos forma escritos para serem usados no culto. O livro de J tambm potico. H livros profticos que empregam a linguagem potica, como Isaas, partes de Jeremias, Lamentaes, Naum e Habacuque. Geografia de Israel Incluindo-se os territrios dos dois lados do rio Jordo, o Israel antigo ocupava uma rea de mais ou menos 16.000 km quadrados. De norte a sul, isto , de D at Berseba, a distncia era de 240 km. De leste a oeste, isto , de Gaza at o mar Morto, a distncia de 86 km. Mas impressionante o fato de que um pas to pequeno tenha exercido uma influncia religiosa to poderosa que se estende pelo mundo inteiro at hoje. Os vizinhos mais prximos de Israel eram, no litoral, os filisteus e os fencios; ao norte, estavam os heteus e os arameus (srios); a leste do Jordo, habitavam os amonitas e os moabitas; e, ao sul, os edomitas. Os vizinhos mais distantes eram o Egito e a Assria.

Noes de Bibliologia

Pgina 18

Noes de Bibliologia

19

Durante o perodo da conquista dos Juzes, o pas foi dividido pelas tribos de Israel. No perodo do Reino unido, a capital era Jerusalm. Aps a diviso a capital de Jud (Reino do Sul), era Jerusalm e capital de Israel (Reino do Norte), era Samaria. Na terra de Israel, observam-se quatro zonas paralelas, na direo norte-sul. A primeira zona a plancie costeira. A segunda, no centro, a regio montanhosa. A terceira o vale do Jordo, rio que desemboca no mar Morto. E a quarta o planalto onde hoje est a Jordnia. Os Israelitas dividiam o ano em duas estaes. No vero, fazia calor e se colhiam frutas; no inverno, terminavam as colheitas, chovia e fazia frio. Perodos da Histria de Israel A histria do povo de Deus no AT divide-se em oito perodos. 1 Perodo: De mais ou menos 1900 a 1700 aC, e nele viveram os patriarcas Abrao, Isaque e Jac. 2 Perodo: Escravido no Egito e xodo, mais ou menos de 1250 a 1030 aC. O lder nesse perodo Moiss. 3 Perodo: Conquista e posse de Cana, mais ou menos de 1250 a 1030 aC. O povo comandado por Josu e pelos Juzes. O ltimo juiz foi Samuel. 4 Perodo: O Reino unido, mais ou menos de 1030 a 932 aC. O povo governado por trs reis: Saul, Davi e Salomo. 5 Perodo: O Reino dividido, de 931 a 586 aC. O Reino de Israel, ao norte, durou 200 anos. Samaria, sua capital, caiu em 722 aC. Conquistada pelos assrios. O Reino de Jud, ao sul, durou 345 anos, tendo chegado ao fim com a conquista de Jerusalm pelos babilnios em 587 ou 586 aC. 6 Perodo: O perodo do cativeiro, tambm chamado de exlio, comeou em 722, com a conquista de Samaria. Os moradores do Reino do norte foram levados como prisioneiros para a Assria. 136 anos depois, em 587 ou 586, Jerusalm foi conquistada, e os moradores do Reino do sul foram levados para a Babilnia. 7 Perodo: A volta do povo de Deus Terra Prometida comeou em 538 aC, por ordem de Ciro, rei da Prsia, que havia dominado a Babilnia. Vrios grupos de judeus voltaram para a terra de Israel, ficaram morando nela e reconstruram o templo (520 aC) e as muralhas de Jerusalm (445-443 aC). 8 Perodo: o intertestamentrio, isto , o que fica entre o fim do Antigo Testamento e o comeo do Novo Testamento. Ele vai de Malaquias, o ltimo profeta, que profetizou entre 500 e 450 aC, at o nascimento de Cristo. Este perodo chamado de helenstico por causa do domnio e da cultura grega. O rei grego Alexandre, o Grande, comeou a governar Israel em 333 aC. De 323 a 198, o governo foi exercido pelos ptolomeus, descendentes de um general de Alexandre. De 198 a 166, o domnio foi dos selucidas, descendentes de um general de Alexandre que havia governado a Sria. De 166 a 63, Israel viveu 123 anos de independncia, sendo o pas governado pelos asmoneus, que eram descendentes de Judas Macabeu, o lder da libertao de Israel. Em 63 aC, Jerusalm caiu em poder dos romanos e passou a fazer parte do Imprio Romano. O governo em Israel era exercido por reis nomeados pelo Imperador de Roma. Um desses reis foi Herodes, o Grande, que governou de 37 a 4 aC. Valores Religiosos O Antigo Testamento registra a experincia que os seus autores e o povo de Israel tiveram com Jav, o verdadeiro Deus. As naes vizinhas tinham vrios deuses e deusas, que eram adorados na forma de imagens (dolos). A crena de Israel era diferente. Jav era o nico Deus de Israel, e dele no se faziam imagens. Jav era o Deus nico, Criador e Senhor do Universo. Ele era um Deus vivo e salvador, sempre vivendo com o seu povo. Esse Deus impunha aos seus adoradores leis e normas morais que tinha em vista um procedimento correto nos relacionamentos da vida. E havia leis sociais que protegiam interesses das outras pessoas, inclusive as marginalizadas, e do povo como um todo. Jav perdoava as pessoas que quebravam suas leis. Mas o perdo era somente concedido na condio de as pessoas se arrependerem, confessarem os seus erro e se disporem a corrigir-se. As pessoas que permaneciam em pecado, eram julgadas por Deus e castigadas. Jav fez com o povo de Israel uma aliana, pela qual ele prometeu ser o Deus de Israel; e o povo, por sua vez, prometeu ser fiel a Deus, disposto a seguir e obedecer s suas leis. Essa doutrina fundamental da crena do Noes de Bibliologia Pgina 19

Noes de Bibliologia

20

povo de Israel complementada por estas palavras que Jesus pronunciou na ocasio da instituio da Ceia: Este clice a nova aliana feita por Deus com o seu povo, aliana que garantida pelo meu sangue, derramado em favor de vocs (Lc 22.20). Por meio de smbolos e de profecias, o AT preparou o povo de Deus para a vinda do Messias, aquele que Deus iria enviar a fim de trazer a salvao completa para as pessoas. Para se entender bem o Novo Testamento, necessrio recorrer ao AT, porque este forma a base para os ensinamentos encontrados no Novo Testamento. Mas nem todo os ensinamentos encontrados no AT tm validade para os cristos. O cristo l o AT com a luz que vem da maneira de Jesus interpret-lo e complet-lo. Jesus disse: No pensem que eu vim acabar com a Lei de Moiss ou com os ensinamentos dos profetas. No vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo (Mt 5.17). E, logo adiante Jesus afirmou algo que totalmente novo: Vocs sabem o que foi dito: Ame os seus amigos e odeie os seus inimigos. Mas eu lhes digo: Ame os seus inimigos e amem os que perseguem vocs (Mt 5.43,44). Essas palavras de Jesus sobre inimigos vo muito alm dos ensinamentos do AT sobre o assunto. Os ensinamentos do AT sobre a lei, o culto, a conduta das pessoas, a sua vida, a sua morte e a sua vida aps a morte so entendidos e vividos pelos cristos luz da revelao completa e final que se encontra no Novo Testamento. Fonte: Bblia de Estudo NTLH Bblia - Antigo Testamento TEXTO

E

FORMA

Antigo Testamento o nome dado, desde os primrdios do Cristianismo, s escrituras sagradas do povo de Israel, formadas por um conjunto de livros muito diferentes uns dos outros em carter e gnero literrio e pertencentes a diversas pocas e autores. O Antigo Testamento ocupa, sem dvida, um lugar preeminente no quadro geral da importante literatura surgida no Antigo Oriente Mdio. No decorrer da sua longa histria, egpcios, sumrios, assrios, babilnicos, fencios, hititas, persas e outros povos da regio produziram um importante tesouro de obras literrias porm nenhuma delas se compara ao Antigo Testamento quanto riqueza dos temas e beleza de expresso e, muito menos, quanto ao valor religioso. Os gneros literrios do Antigo Testamento

Em termos gerais, todos os escritos do Antigo Testamento podem ser includos em um ou outro dos dois grandes gneros literrios que so a prosa e a poesia em tudo, uma segunda aproximao permite apreciar a grande diversidade de classes e estilos que, muitas vezes misturados entre si, configuram ambos os gneros. Quanto prosa, o gnero no qual esto escritos textos como os seguintes:

a) relatos histricos, presentes sobretudo nos livros de carter narrativo e que, a partir de Abrao (Gn 11.2725.11), referem-se ou diretamente ao povo de Israel e aos seus personagens mais significativos ou indiretamente aos povos e naes cuja histria est relacionada muito de perto com Israel; b) o relato de Gn 1-3 sobre as origens do mundo e da humanidade, o qual, do ponto de vista literrio, merece referncia parte; c) passagens especiais (p. ex., a histria dos patriarcas), narraes picas (p. ex., o xodo do Egito e a conquista de Cana), quadros familiares (p. ex., o livro de Rute), profecias (em parte), vises, crnicas oficiais, dilogos, discursos, instrues, exortaes e genealogias; d) textos legais e normas de conduta e regulamentao da prtica religiosa coletiva e pessoal. Quanto poesia, o Antigo Testamento oferece vrios modelos literrios, que podem ser resumidos em: a) clticos (p. ex., Salmos e Lamentaes); Pgina 20

Noes de Bibliologia

Noes de Bibliologia

21

b) profticos (uma parte muito importante dos textos dos profetas de Israel); c) sapienciais, os quais recolhem reflexes e ensinamentos relativos vida diria (Provrbios e Eclesiastes) ou que giram em torno de algum problema de carter teolgico (J). Autores e tradio

De acordo com a sua origem, os livros do Antigo Testamento podem ser classificados em dois grandes grupos. O primeiro formado pelos escritos que deixam transparecer a atividade criadora do autor e parecem ser marcados pelo selo da sua personalidade. Tal o caso de boa parte dos textos profticos, cuja mensagem inicial foi, s vezes, ampliada, chegando, posteriormente, ao seu pleno desenvolvimento em mbitos onde a inspirao do profeta original se deixava sentir com intensidade. No segundo grupo so includos os livros nos quais, no tendo permanecido marcas prprias do autor, foram as tradies que se encarregaram de transmitir a mensagem preservada pelo povo, proclamando-a e aplicando-a s circunstncias prprias de cada tempo novo. A esse grupo pertence uma boa parte da narrativa histrica e da literatura cltica e sapiencial. Transmisso do texto

A passagem da tradio oral para a escrita chega ao Antigo Testamento num tempo em que o papiro e o pergaminho j estavam em uso como materiais de escrita. Deles se faziam longas tiras que, convenientemente unidas, formavam os chamados "rolos", uma espcie de cilindros de peso e volume s vezes considerveis. Assim, chegaram at ns os textos do Antigo Testamento (cf. Jr 36), ainda que no nos seus manuscritos hebraicos originais, porque com o tempo todos desapareceram, mas graas grande quantidade de cpias feitas ao longo de muitos sculos. Dentre elas, as mais antigas que temos pertencem ao sc. I a.C. Foram descobertas em lugares como Qumran, a oeste do mar Morto, algumas em muito bom estado de conservao e outras, muito deterioradas e reduzidas a fragmentos. Das cpias que contm o texto integral da Bblia Hebraica, a mais antiga o Cdice de Alepo, que data do sc. X d.C. e o reflexo da tradio tiberiense. O sistema alfabtico utilizado nos primitivos manuscritos hebraicos carecia de vogais: na sua poca e de acordo com um uso comum de diversas lnguas semticas, somente as consoantes tinham representao grfica. Essa peculiaridade era, obviamente, uma fonte de srios problemas de leitura e interpretao dos escritos bblicos, cuja unificao realizaram os especialistas judeus do final do sc. I d.C. O trabalho daqueles sbios foi favorecido na ltima parte do sc. V a.C. pelo desenvolvimento, sobretudo em Tiberades e Babilnia, de um sistema de leitura que culminou entre os sculos VIII e XI d.C. com a composio do texto chamado "massortico". Nele, fruto do intenso trabalho realizado pelos "massoretas" (ou "transmissores da tradio"), ficou definitivamente fixada a leitura da Bblia Hebraica atravs de um complicado conjunto de sinais voclicos e entonao. Apesar do excelente cuidado que os copistas tiveram para fazer e conservar as cpias do texto bblico, nem sempre puderam evitar que aqui e ali fossem introduzidas pequenas variantes na escrita. Por isso, a fim de descobrir e avaliar tais variantes, o estudo dos antigos manuscritos implica uma minuciosa tarefa de comparao de textos, no somente entre umas ou outras cpias hebraicas, mas tambm em antigas tradues para outras lnguas: o texto samaritano do Pentateuco (escrita samaritana) as verses gregas, especialmente a LXX (feita em Alexandria entre os sculos III e II a.C. e utilizada freqentemente pelos escritores do Novo Testamento) as aramaicas (os targumim, verses parafrsticas) as latinas, em especial a Vulgata as siracas, as coptas ou a armnia. Os resultados desse trabalho de fixao do texto se encontram sintetizados nas edies crticas da Bblia Hebraica. Noes de Bibliologia Pgina 21

Noes de BibliologiaGEOGRAFIA A Palestina do E Antigo

22

RELIGIO Testamento

A regio onde se desenrolaram os acontecimentos mais importantes registrados no Antigo Testamento est situada na zona imediatamente a leste da bacia do Mediterrneo. O nome mais antigo dela registrado na Bblia "terra de Cana" (Gn 11.31), substitudo posteriormente, entre os israelitas, por "terra de Israel" (1Sm 13.19 Ez 11.17 Mt 2.20). Os gregos e romanos preferiram cham-la de "Palestina", termo derivado do apelativo "filisteu", pelo qual era conhecido o povo que habitava a costa do Mediterrneo. No tempo em que o Imprio Romano dominou o pas, pelo menos uma regio deste recebeu o nome de "Judia". Durante a maior parte do perodo monrquico (931-586 a.C.), a terra de Israel esteve dividida em duas: ao sul, o reino de Jud, sendo Jerusalm sua capital e ao norte, o reino de Israel, tendo a cidade de Samaria como capital. As grandes diferenas polticas que separavam ambos os reinos aumentaram ainda mais quando, em 721 a.C., o reino do Norte foi conquistado pelo exrcito assrio. O territrio palestino formado por trs grandes faixas paralelas que se estendem do Norte ao Sul. A ocidental, uma plancie banhada pelo Mediterrneo, estreita-se em direo ao Norte, na Galilia, e depois fica cercada pelo monte Carmelo. Nessa plancie se encontravam as antigas cidades de Gaza, Asquelom, Asdode e Jope (atualmente um subrbio de Tel Aviv) e a Cesaria romana, de construo mais recente. A faixa central formada por uma srie de montanhas que, desde o Norte, como que se desprendendo da cordilheira do Lbano, descem paralelas pela costa at penetrar no Sul, no deserto de Neguebe. O vale de Jezreel (ou de Esdrelom), entre a Galilia e Samaria, cortava a cadeia montanhosa, cujas duas alturas mximas esto uma (1.208 m) na Galilia e a outra (1.020 m), na Judia. Nessa faixa central do pas, encontra-se a cidade de Jerusalm (cerca de 800 m acima do nvel do mar) e outras importantes da Judia, Samaria e Galilia. A oriente da regio montanhosa serpenteia o rio Jordo, o maior rio da Palestina, o qual nasce ao norte da Galili a, no monte Hermom, e caminha em direo ao sul ao longo de 300 km, (pouco mais de 100 km, em linha reta). No seu curso, atravessa o lago Merom e depois o mar ou lago da Galilia (ou ainda "mar de Tiberades") e corre por uma depresso que se torna cada vez mais profunda, at desembocar no mar Morto, a 392 m abaixo do nvel do Mediterrneo. Mais alm da depresso do Jordo, no seu lado oriental, o terreno torna a elevar-se. Sobretudo na regio norte h cumes importantes, como, j fora da Palestina, o monte Hermom, com at 2.758 m de altura. A Palestina predominantemente seca, desrtica em extensas regies do Leste e Sul do pas, com montanhas muito pedregosas e poucos espaos com condies favorveis para o cultivo. Os terrenos frteis, prprios para a agricultura, encontram-se, sobretudo, na plancie de Jezreel, ao norte, no vale do Jordo e nas terras baixas que, ao ocidente, acompanham a costa. As altas temperaturas predominantes se atenuam nas partes elevadas, onde as noites podem chegar a ser frias. As duas estaes mais importantes so o inverno e o vero (cf. Gn 8.22 Mt 24.20,32), mas, quanto ao clima, o essencial para os trabalhos agrcolas a regularidade na chegada das chuvas: as tempors (entre outubro e novembro) e as serdias (entre dezembro e janeiro). Armazena-se, ento, a gua em algibes (ou cisternas), para poder t-la durante os outros meses do ano. Valorizao religiosa do Antigo Testamento

No Antigo Testamento, como em toda a Bblia, reconhecida, em sua origem, uma autntica experincia religiosa. Deus se revelou ao povo de Israel na realidade da sua histria e fez isso como o nico Deus, Criador e Senhor do universo e da histria, no se assemelhando a nenhuma outra experincia humana, nem identificandose com alguma imagem feita pelos homens. Deus o Autor da vida, o Criador da existncia de todos os seres e um Deus salvador, que est sempre ao lado do seu povo, mas que no se deixa manipular por ele que impe obrigaes morais e sociais, que no se deixa subornar, que protege os fracos e ama a justia. um Deus que se achega ao povo, especialmente no culto um Deus perdoador, que quer que o pecador viva, porm julga com Noes de Bibliologia Pgina 22

Noes de Bibliologia

23

justia e castiga a maldade. As idias e a linguagem do Antigo Testamento transparecem nos escritos do Novo Testamento, em cujo pano de fundo est sempre presente o Deus do Antigo Testamento, o Pai de Jesus Cristo, em quem revelado, definitivamente, o seu amor e a sua vontade salvadora para todo aquele que o recebe pela f. O Antigo Testamento d especial ateno ao relacionamento de Deus com Israel, o seu povo escolhido. Um dos mais importantes aspectos desse relacionamento a Aliana com Israel, mediante a qual Jav se compromete a ser o Deus daquele povo que tomou como a sua possesso particular e dele exige o cumprimento religioso dos mandamentos e das leis divinas. Assim, a f comum, as celebraes clticas e a observncia da Lei so os elementos que configuram a unidade de Israel, uma unidade que se rompe quando se torna infiel ao Deus ao qual pertence. A histria de Israel como povo escolhido revela que o mais importante manter a sua identidade religiosa em meio ao mundo ao seu redor, passo necessrio que ser dado em direo mensagem universal que depois, em Jesus Cristo, ser proclamada pelo Novo Testamento. Nem todos os aspectos do Antigo Testamento mantm igual vigncia para o cristo. O Antigo Testamento deve ser interpretado luz da sua mxima instncia, que Jesus Cristo. A projeo histrica e proftica do povo de Israel no Antigo Testamento uma etapa precursora no caminho que conduz plena revelao divina em Cristo (Hb 1.1-2). Por outro lado, o Novo Testamento o testemunho de f de que as promessas feitas por Deus a Israel so cumpridas com a vinda do Messias (cf., p. ex., Mt 1.23 Lc 3.4-6 At 2.16-21 Rm 15.9-12). Por isso, certas instrues absolutamente vlidas para o povo judeu deixam de ser igualmente vigentes para o novo povo de Deus, que a Igreja (cf. At 15 Gl 3.23-29 Cl 2.16-17 Hb 7.11-10.18) e alguns aspectos da lei de Moiss, do culto do Antigo Testamento e da doutrina sobre o destino do ser humano, pessoal e comunitariamente considerado, devem ser interpretados luz do evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus. HISTRIA E CULTURA

A existncia de Israel como povo remonta, provavelmente, ao ltimo perodo do sc. XI a.C. Era o tempo do nascimento da monarquia e da unificao das diversas tribos, que viviam separadas entre si at que, sob o governo do rei Davi, constituiu-se o Estado nacional, com Jerusalm por capital. At chegar a esse momento, a formao do povo havia sido lenta e difcil, mesclada freqentemente com a histria das mais antigas civilizaes que floresceram no Egito, s margens do Nilo e na Mesopotmia, nas terras regadas pelo Tigre e o Eufrates. As fontes extrabblicas da histria de Israel naquela poca so muito limitadas, carentes da base documental necessria para se estabelecerem com preciso as origens do povo hebreu. Nesse aspecto, o livro de Gnesis proporciona alguns dados de valor inestimvel, pois o estudo dos relatos patriarcais permite descobrir alguns aspectos fundamentais da origem do povo israelita. A poca dos patriarcas Os personagens do Antigo Testamento, habitualmente denominadas "patriarcas", eram chefes de grupos familiares seminmades que iam de um lugar a outro em busca de comida e gua para os seus rebanhos. No havendo chegado ainda fase cultural do sedentarismo e dos trabalhos agrcolas, os seus assentamentos eram, em geral, eventuais: duravam o tempo em que os seus gados demoravam para consumir os pastos. Gnesis oferece uma viso particular do comeo da histria de Israel, que mais propriamente a histria de uma famlia. Procedentes da cidade mesopotmica de Ur dos caldeus, situada junto ao Eufrates, Abrao e a sua esposa chegaram ao pas de Cana. Deus havia prometido a Abrao que faria dele uma grande nao (Gn 12.1-3 cf. 15.1-21 17.1-4) e, conforme essa promessa, nasceu o seu filho Isaque, que, por sua vez, foi o pai de Jac. Durante a sua longa viagem, primeiro na direo norte e depois na direo sul, Abrao deteve-se em diversos lugares mencionados na Bblia: Har, Siqum, Ai e Betel (Gn 11.31-12.9) atravessou a regio desrtica do Neguebe e chegou at o Egito, de onde, mais tarde, regressou para, finalmente, estabelecer-se em um lugar conhecido como "os carvalhais de Manre", junto a Hebrom (Gn 13.1-3,18). Ao morrer Abrao (Gn 25.7-11 cf. 23.2,17-20), Isaque converte-se no protagonista do relato bblico, que o apresenta como habitante de Gerar e Berseba (Gn 26.6,23), lugares do Neguebe (Gn 24.62), na regio meridional da Palestina. Isaque, herdeiro das promessas de Deus a Abrao, aparece no meio de um quadro descritivo da vida seminmade do segundo milnio Noes de Bibliologia Pgina 23

Noes de Bibliologia

24

a.C.: busca de campos de pastoreio, assentamentos provisrios, ocasionais trabalhos agrcolas nos limites de povoados fronteirios e discusses por causa dos poos de gua onde se dava de beber ao gado (Gn 26). Depois de Isaque, a ateno do relato concentra-se nos conflitos pessoais surgidos entre Jac e o seu irmo Esa, que so como que uma viso antecipada dos graves problemas que, posteriormente, haveriam de acontecer entre os israelitas, descendentes de Jac, e os edomitas, descendentes de Esa. A histria de Jac mais longa e complicada que as anteriores. Consta de uma srie de relatos entrelaados: a fuga do patriarca para a regio mesopotmica de Pad-Ar a inteligncia e a riqueza de Jac o regresso a Cana o episdio de Peniel, onde Deus mudou o nome de Jac para Israel (Gn 32.28) a revelao de Deus e a renovao das suas promessas (Gn 35.115) a histria de Jos e a morte de Jac no Egito (Gn 37.1-50.14). A sada do Egito

A situao poltica e social das tribos israelitas, do Egito e dos pases do Oriente Mdio, no perodo que vai da morte de Jos poca de Moiss, sofreu mudanas considerveis. O Egito viveu um tempo de prosperidade depois de expulsar do pas os invasores hicsos. Este povo oriundo da Mesopotmia, depois de passar por Cana, havia se apropriado, no incio do sc. XVIII a.C., da frtil regio egpcia do delta do Nilo. Os hicsos dominaram no Egito cerca de um sculo e meio, e, provavelmente, foi nesse tempo que Jac se instalou ali com toda a sua famlia. Esta poderia ser a explicao da acolhida favorvel que foi dispensada ao patriarca, e de que alguns dos seus descendentes, como aconteceu com Jos (Gn 41.37-43), chegaram a ocupar postos importantes no governo do pas. A situao mudou quando os hicsos foram finalmente expulsos do Egito. Os estrangeiros residentes, entre os quais encontravam-se os israelitas, foram submetidos a uma dura opresso. Essa mudana na situao poltica est registrada em x 1.8, que diz que subiu ao trono do Egito um novo rei "que no conhecera a Jos." Durante o mandato daquele fara, os israelitas foram obrigados a trabalhar em condies subumanas na edificao das cidades egpcias de Pitom e Ramesss (x 1.11). Porm, em tais circunstncias, teve lugar um acontecimento que haveria de permanecer gravado, para sempre, nos anais de Israel: Deus levantou um homem, Moiss, para constitu-lo libertador do seu povo. Moiss, apesar de hebreu por nascimento, recebeu uma educao esmerada na prpria corte do fara. Certo dia, Moiss viu-se obrigado a fugir para o deserto, e ali Jav (nome explicado em x 3.14 como "EU SOU O QUE SOU") revelou-se a ele e lhe deu a misso de libertar os israelitas da escravido a que estavam submetidos no Egito (x 3.1-4.17). Regressou Moiss ao Egito e, depois de vencer com palavras e aes maravilhosas a resistncia do fara, conseguiu que a multido dos israelitas se colocasse em marcha em direo ao deserto do Sinai. Esse captulo da histria de Israel, a libertao do jugo egpcio, marcou indelevelmente a vida e a religio do povo. A data precisa desse acontecimento no pode ser determinada. Tm-se sugerido duas possibilidades: at meados do sc. XV e at meados do sc. XIII. (Neste ltimo caso seria durante o reinado de Ramss II ou do seu filho Menept.). Durante os anos de permanncia no deserto do Sinai, enquanto os israelitas dirigiam-se para Cana, produziu-se um acontecimento de importncia capital: Deus instituiu a sua Aliana com o seu povo escolhido (x 19). Essa Aliana significou o estabelecimento de um relacionamento singular entre Jav e Israel, com estipulaes fundamentais que ficaram fixadas na lei mosaica, cuja sntese o Declogo (x 20.1-17). A conquista de Cana e o perodo dos juzes. Depois da morte de Moiss (Dt 34), a direo do povo foi colocada nas mos de Josu, a quem coube gui-lo ao pas de Cana, a Terra Prometida. A entrada naqueles territrios iniciou-se com a passagem do Jordo, fato de grande significao histrica, porque com ela inaugurava-se um perodo decisivo para a constituio da futura nao israelita (Js 1-3). Noes de Bibliologia Pgina 24

Noes de Bibliologia

25

Conquistar e assentar-se em Cana no se tornou empresa fcil. Foi um longo e duro processo (cf. Jz 1), s vezes, de avano pacfico, mas, s vezes, de inflamados choques com os hostis povos cananeus (cf. Jz 4-5), formados por populaes diferentes entre si, ainda que todas pertencentes ao comum tronco semtico muitas delas terminaram absorvidas por Israel (cf. Js 9). Naquele tempo da chegada e conquista de Cana, os grandes imprios do Egito e da Mesopotmia j haviam iniciado a sua decadncia. Destes eram vassalos os pequenos Estados cananeus, de economia agrcola e cuja administrao poltica limitava-se, geralmente, a uma cidade de relativa importncia nos limites das suas terras. Em relao religio, caracterizava-se sobretudo pelos ritos em honra a Baal, Aser e Astarote, e a deuses secundrios, geralmente divindades da fecundidade. A etapa conhecida como "perodo dos juzes de Israel" sucedeu morte de Josu (Js 24.29-32). Desenvolveu-se entre os anos 1200 e 1050 a.C., e a sua caracterstica mais evidente foi, talvez, a distribuio dos israelitas em grupos tribais, mais ou menos independentes e sem um governo central que lhes desse um mnimo sentido de organizao poltica. Naquelas circunstncias surgiram alguns personagens que assumiram a direo de Israel e que, ocasionalmente, atuaram como estrategistas e o guiaram nas suas aes de guerra (ver, p. ex., em Jz 5, o Cntico de Dbora, que celebra o triunfo de grupos israelitas aliados contra as foras cananias). Entre todos os povos vizinhos, foram, provavelmente, os filisteus que representaram para Israel a mais grave ameaa. Procedentes de Creta e de outras ilhas do Mediterrneo oriental, os filisteus, conhecidos tambm como "os povos do mar", que primeiramente haviam intentado sem xito penetrar no Egito, apoderaram-se depois (por volta de 1175 a.C.) das plancies costeiras da Palestina meridional. Ali estabeleceram-se e constituram a "Pentpolis", o grupo das cinco cidades filistias: Asdode, Gaza, Asquelom, Gate e Ecrom (1Sm 6.17), cujo poder reforou-se com a sua aliana e tambm com o monoplio da manufatura do ferro, utilizado tanto nos seus trabalhos agrcolas quanto nas suas aes militares (1Sm 13.19-22). O incio da monarquia de Israel

A figura poltica dos "juzes", apta para resolver assuntos de carter tribal, mostrou-se ineficaz ante os problemas que, mais tarde, haveriam de ameaar a sobrevivncia do conjunto de Israel no mundo palestino. Assim, pouco a pouco, veio a implantao da monarquia e, com ela, uma forma de governo unificado, dotado da autoridade necessria para manter uma administrao nacional estvel. Ainda que a monarquia tenha enfrentado, no incio, fortes resistncias internas (1Sm 8), paulatinamente chegou a impor-se e consolidar-se. Samuel, o ltimo dos juzes de Israel, foi sucedido por Saul, que em 1040 a.C. iniciou o perodo da monarquia, que se prolongou at 586 a.C., quando, durante o reinado de Zedequias, os babilnios sitiaram e destruram Jerusalm, tendo Nabucodonosor frente. Saul, que comeou a reinar depois de ter obtido uma vitria militar (1Sm 11) e de ter triunfado em outras ocasies, todavia, nunca conseguiu acabar com os filisteus, e foi lutando contra eles no monte Gilboa que morreram os seus trs filhos e ele prprio (1Sm 31.1-6). Saul foi sucedido por Davi, proclamado rei pelos homens de Jud na cidade de Hebrom (2Sm 2.4-5). O seu reinado iniciou-se, pois, na regio meridional da Palestina, mas depois estendeu-se em direo ao norte. Reconhecido como rei por todas as tribos israelitas, conseguiu unific-las sob o seu governo. Durante o tempo em que Davi viveu, produziram-se acontecimentos de grande importncia: a anexao nova entidade nacional de algumas cidades cananias antes independentes, a submisso de povos vizinhos e a conquista de Jerusalm, convertida desde ento na capital do reino e centro religioso por excelncia. Prximo j da sua morte, Davi designou por sucessor o seu filho Salomo, sob cujo governo alcanou o reino as mais altas cotas de esplendor. Salomo soube estabelecer importantes relacionamentos polticos e comerciais, geradores de grandes benefcios para Israel. As riquezas acumuladas sob o seu governo permitiram realizar em Jerusalm construes de enorme envergadura, como o Templo e o palcio real. O prestgio de Salomo fez-se proverbial, e a fama da sua prudncia e sabedoria nunca tiveram paralelo na histria dos reis de Israel (1Rs 5-10). A ruptura da unidade nacional

A despeito de todas as circunstncias favorveis que rodearam o reinado de Salomo, foi precisamente a que a unidade do reino comeou a fender-se. Por um e outro lado do pas, surgiam vozes de protesto pelos abusos de Noes de Bibliologia Pgina 25

Noes de Bibliologia

26

autoridade, pelos maus tratos infligidos classe trabalhadora e pelo agravamento dos tributos destinados a cobrir os gastos que originavam as grandes construes. Tudo isso, fomentando atitudes de descontentamento e rebeldia, foi causa do ressurgimento de antigas rivalidades entre as tribos do Norte e do Sul. Os problemas chegaram ao extremo quando, morto Salomo, ocupou o trono o seu filho Roboo (1Rs 12.1-24). Sem a sensatez do seu pai, Roboo provocou, com imprudentes atitudes pessoais, a ruptura do reino: de um lado, a tribo de Jud, que seguiu fiel a Roboo e manteve a capital em Jerusalm de outro, as tribos do Norte, que proclamaram rei a Jeroboo, antigo funcionrio da corte de Salomo. Desde esse momento, a diviso da nao em reino do Norte e reino do Sul se fez inevitvel. Jud, sempre governada por um membro da dinastia davdica, subsistiu por mais de trezentos anos, ainda que a sua independncia nacional tivesse sofrido importantes oscilaes desde que, no final do sc. VIII a.C., a Assria a submeteu a uma dura vassalagem. Aquele antigo imprio dominou a Palestina at que medos e caldeus, j prximo do sc. VI a.C., apagaram-na do panorama da histria (Na 1-3). Ento, em Jud, onde reinava Josias, renasceram as esperanas de recuperar a perdida independncia mas, depois da batalha de Megido (609 a.C.), com a derrota de Jud e a morte de Josias (2Cr 35.20-24), o reino entrou em uma rpida decadncia, que terminou com a destruio de Jerusalm em 586 a.C. O Templo e toda a capital foram arrasados, um nmero grande dos seus habitantes foi levado ao exlio, e a dinastia davdica chegou ao seu fim (2Rs 25.1-21). Ao que parece, a perda da independncia de Jud sups a sua incorporao provncia babilnica de Samaria mas, alm disso, o pas havia ficado arruinado, primeiro pela devastao que causaram os invasores e em seguida pelos saques a que o submeteram os seus povos vizinhos, Edom (Ob 11), Amom e outros (Ez 25.1-4). O reino do Norte, Israel, nunca chegou a gozar uma situao politicamente estvel. A sua capital mudou de lugar em diversas ocasies, antes de ficar finalmente instalada na cidade de Samaria (1Rs 16.24), e vrias tentativas para constituir dinastias duradouras terminaram em fracasso, freqentemente de modo violento (Os 8.4). A aniquilao do reino do Norte sob a dominao assria ocorreu gradualmente: primeiro foi a imposio de um grande tributo (2Rs 15.19-20) em seguida, a conquista de algumas povoaes e a conseqente reduo das fronteiras do reino e, por ltimo, a destruio de Samaria, o exlio de uma parte da populao e a instalao de um governo estrangeiro no pas conquistado. O exlio

Os babilnios permitiram que os exilados do reino de Jud formassem famlias, construssem casas, cultivassem pomares (Jr 29.5-7) e chegassem a consultar os seus prprios chefes e ancios (Ez 20.1-44) e, igualmente, permitiram-lhes viver em comunidade, em um lugar chamado Tel-Abibe, s margens do rio Quebar (Ez 3.15). Assim, pouco a pouco, foram-se habituando sua situao de exilados na Babilnia. Em semelhantes circunstncias, a participao comum nas prticas da religio foi, provavelmente, o vnculo mais forte de unio entre os membros da comunidade exilada e a instituio da sinagoga teve um papel relevante como ponto de encontro para a orao, a leitura e o ensinamento da Lei, o canto dos Salmos e o comentrio dos escritos dos profetas. Desta maneira, com o exlio, a Babilnia converteu-se num centro de atividade religiosa, onde um grupo de sacerdotes entregou-se com empenho tarefa de reunir e preservar os textos sagrados que constituam o patrimnio espiritual de Israel. Entre os componentes desse grupo se contava Ezequiel, que, na sua dupla condio de sacerdote e profeta (Ez 1.1-3 2.1-5), exerceu uma influncia singular. Dadas as condies de tolerncia e at de bem-estar em que viviam os exilados na Babilnia, no de estranhar que muitos deles renunciassem, no seu tempo, regressar ao seu pas. Outros, pelo contrrio, mantendo vivo o ressentimento contra a nao que os havia arrancado da sua ptria e que era causa dos males que lhes haviam sobrevindo, suspiravam pelo momento do regresso ao seu longnquo pas (Sl 137 Is 47.1-3). Retorno e restaurao

A esperana de uma rpida libertao cresceu entre os exilados quando Ciro, rei de Anshan, empreendeu a sua Noes de Bibliologia Pgina 26

Noes de Bibliologia

27

carreira de conquistador e fundador de um novo imprio. Elevado j ao trono da Prsia (559-530 a.C.), as suas qualidades de estrategista e de poltico permitiram-lhe superar rapidamente trs etapas decisivas: prime