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  • TEOLOGIA SISTEMTICA

    BACHAREL EM TEOLOGIA

    BIBLIOLOGIA

  • 2

    Marcos Antonio Pereira

    Organizador

    Seminrio Teolgico Filadlfia

    Diretor Geral: Pr Marcos Pereira Coordenador Acadmico: Pb Sadrac Pereira Secretria Acadmica: Prof Valda Lopes Assistente Financeiro: Prof Elias Gomes Revisor Ortogrfico: Prof Jeir Moreira

    Esta apostila parte integrante do material didtico especialmente confeccionado para o curso Bacharel em

    Teologia distncia do SETEFI

  • 3

    SUMARIO

    Introduo 4

    Os Livros Antigos 5

    A Estrutura da Bblia 5

    O Tema Central da Bblia 8

    A Inspirao Divina da Bblia 9

    Diferena entre Revelao e Inspirao 10

    Harmonia e Unidade da Bblia 12

    Provas da Inspirao da Bblia 13

    O Cnon da Bblia e sua Evoluo Histrica 16

    O Cnon do Antigo Testamento 16

    O Cnon do Novo Testamento 17

    As Lnguas Originais da Bblia 18

    Os Manuscritos da Bblia 19

    A Traduo da Bblia 24

  • 4

    Bibliologia o estudo dos assuntos introdutrios Bblia. Ela auxilia poderosamente o estudante na compreenso da Bblia, e indispensvel qualquer rea da Teologia, auxiliando na elucidao dos inumerveis fatos bblicos. Um dos pontos mais altos da Bibliologia a exposio da milagrosa histria da Bblia como foi ela formada e como chegou at ns. Sendo a Bblia um livro divino, mas produzida por canais humanos, e, para o ser humano, natural que ela faa referncia a tudo o que humano e terreno, como pases, povos, raas, lnguas, usos, costumes, culturas, montanhas, rios, desertos, mares, clima, solos, estradas, plantas, produtos, minrios, animais, comrcios, e ainda mazelas humanas. este o imenso palco na revelao divina que temos na Bblia. Da a necessidade do estudante ter pelo menos uma noo desses fatos registrados na Bblia, para sua melhor compreenso e entendimento do que Deus quer lhe dizer. Porque Devemos Estudar a Bblia

    a) Ela o nico manual do crente o crente foi salvo para servir ao Senhor (Ef 2.10; 1Pe 2.9). Portanto imperativo que ele maneje bem a Palavra para o desempenho de sua misso (2 Tm 2.15). Um bom profissional sabe empregar bem as suas ferramentas. Essa eficincia no automtica; vem pelo estudo e pela prtica (Is 55.11).

    b) Ela alimenta nossas almas (Jr 15.16; Mt 4.4) no h dvida que o estudo da Palavra de Deus traz nutrio e crescimento espiritual. Ela to indispensvel alma, como o po ao corpo; nas passagens citadas, ela comparada ao alimento, porm, este s nutre o corpo quando absorvido pelo organismo. (1Pe 2.2).

    c) Ela o instrumento do Esprito Santo se em ns houver abundncia da Palavra de Deus, o Esprito Santo ter o instrumento com que operar (Ef 6.17). preciso pois meditar nela. preciso deixar que ela domine todas as esferas da nossa vida, nossos pensamentos, nosso corao e assim molde todo o nosso viver dirio (Js 1.8; Sl 1.2). Em suma: precisamos ficar saturados da Palavra de Deus (Jo 15.7).

    d) Ela nos enriquece espiritualmente essas riquezas vm pela revelao do Esprito, primeiramente. A pessoa que procurar entender a Bblia somente atravs da capacidade intelectual, muito cedo desistir da leitura. S o Esprito de Deus conhece as coisas de Deus (1 Co 2.10). Entre as riqueza derivadas da Bblia est a formao do carter ideal, bem como a formao da vida crist. a Bblia a melhor diretriz de conduta humana; a melhor formadora de carter. Os princpios que modelam nossa vida devem proceder dela. A Bblia a revelao de Deus humanidade. Tudo o que o homem tem a fazer tomar o Livro e apropriar-se dele pela f. O autor da Bblia Deus, seu real intrprete o Esprito Santo, e seu tema central o Senhor Jesus Cristo.

    LIO 1 - INTRODUO

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    OS LIVROS ANTIGOS A Bblia um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de rolos (Jr 36.2). Eram feitos de papiro ou pergaminho. O papiro era uma planta aqutica que crescia junto aos rios, lagos e banhados do Oriente, cuja entrecasca servia para escrita. Essa planta existe ainda hoje no Sudo, Galilia Superior e vale de Sarom. As tiras extradas do papiro eram colocadas uma outra at formarem um rolo de qualquer extenso. Este material grfico primitivo mencionado muitas vezes na Bblia (Ex 2.3; J 8.11; Is 18.2). Em certas verses da Bblia o papiro mencionado como junco; de fato um tipo de junco de grandes propores. De papiro deriva-se a nossa palavra papel. Seu uso na Escrituras vem do ano 3.000 antes de Cristo.

    Pergaminho a pele de animais curtida e polida, utilizada na escrita. melhor material que o papiro. Seu uso mais recente que o daquele; vem dos primrdios da era crist, apesar de j ser conhecido antes (2 Tm 4.13). O Formato Primitivo da Bblia A Bblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos que a princpio, os livros sagrados no estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em nossa Bblia. O que tornou isso possvel foi a inveno do papel no Sculo II pelos chineses, bem como a do prelo em 1450 d.C. por Guttemberg, tipgrafo alemo. At ento tudo era manuscrito pelos escribas, de modo laborioso, lento e oneroso. Quanto a este aspecto da difuso da Sua Palavra, Deus tem abenoado maravilhosamente, de modo que hoje em dia milhes de exemplares das Escrituras so impressos com rapidez e facilidade em muitos pontos do globo. Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas. O Vocbulo Bblia Este vocbulo no se acha no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas da capa, mas no no texto. O vocbulo vem do grego, a lngua original do Novo Testamento. derivado do nome que os gregos davam folha de papiro preparada para a escrita biblos. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado biblion, e vrios destes era uma Bblia. consenso geral entre os doutos no assunto que o nome Bblia foi primeiramente aplicado s Sagradas Escrituras por Joo Crisstomo, no sculo IV da nossa era. Os nomes mais comuns que a Bblia d a si mesma, isto , nomes cannicos, so: Escrituras (Mt 21.42), Sagradas Escrituras (Rm 1.2), Livro do Senhor (Is 34.16), Palavra de Deus (Hb 4.12) e Os Orculos de Deus (Rm 3.2).

    A ESTRUTURA DA BBLIA

    Estudaremos agora a composio da Bblia, sua diviso em partes principais e seus livros quanto a classificao por assuntos, diviso em captulos e versculos e certas particularidades indispensveis.

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    Os Dois Testamentos A Bblia divide-se em duas partes principais: Antigo e Novo Testamentos, tendo ao todo 66 livros: sendo 39 no Antigo Testamento e 27 no Novo. Estes 66 livros foram escritos num perodo de 16 sculos e tiveram cerca de 40 escritores. Aqui est um dos milagres da Bblia. Esses escritores pertenciam s mais variadas profisses e atividades, viveram e escreveram em pases, regies e continentes diferentes. Entretanto seus escritos formam uma harmonia perfeita. Isto prova que Um s os dirigia no registro da revelao divina. A palavra testamento vem do grego diatheke, e significa: a) aliana ou concerto, e b) testamento, isto , um documento contendo a ltima vontade de algum quanto a distribuio de seus bens, aps a morte. Esta a palavra usada no Novo Testamento (Lc 22.20). No Antigo Testamento a palavra berith que significa apenas concerto. O ttulo Antigo Testamento foi primeiramente aplicado aos primeiros 39 livros da Bblia por Tertuliano e Orgenes. O Antigo Testamento O Antigo Testamento contm 39 livros, e foi escrito originalmente em hebraico com exceo de pequenos trechos que esto em aramaico. O aramaico foi a lngua que Israel trouxe do exlio babilnico. H tambm algumas palavras persas. Seus 39 livros esto classificados em 4 grupos conforme o assunto a que pertencem: Lei, Histria, Poesia e Profecia. Vejamos os livros por grupos:

    1. Lei so 5 livros: de Gnesis a Deuteronmio. So chamados O Pentateuco. Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei, e estabelecimento da nao israelita.

    2. Histria so 12 livros: de Josu a Ester. Ocupam-se da Histria de Israel nos seus vrios perodos: a) Teocracia, b) Monarquia, c) Diviso do reino e cativeiro, d) Ps-cativeiro.

    3. Poesia so 5 livros: de J a Cantares de Salomo. So chamados poticos, no porque sejam cheios de imaginao e fantasias, mas devido ao gnero de seu contedo. So tambm chamados devocionais.

    4. Profecia so 17 livros: de Isaas a Malaquias. Esto subdivididos em:

    a) Profetas Maiores: Isaas a Daniel (5 livros) b) Profetas Menores: Osias a Malaquias (12 livros).

    Os nomes maiores e menores no se referem ao mrito ou notoriedade do

    profeta, mas ao tamanho dos livros e extenso do ministrio proftico.

  • 7

    O Novo Testamento O Novo Testamento se compe de 27 livros. Foi escrito em grego, no no grego clssico dos eruditos, mas no do povo comum, chamado Koin. Seus 27 livros esto classificados em 4 grupos conforme o assunto a que pertencem: Biografia, Histria, Epstolas e Profecia. O terceiro grupo tambm chamado Doutrina.

    1. Biografia so os 4 Evangelhos. Descrevem a vida terrena de Jesus e o seu ministrio. Os trs primeiros Evangelhos so chamados Sinticos devido ao paralelismo que h entre eles. Os Evangelhos so os livros mais importantes da Bblia. Todos os livros que os precedem tratam da preparao para a manifestao de Jesus Cristo, e os que lhe seguem so explicaes da doutrina de Cristo.

    2. Histria o livro de Atos. Registra a histria da Igreja primitiva, seu viver, a propagao do Evangelho; tudo atravs do Esprito Santo (At 1.8).

    3. Epstolas so 21 as epstolas ou cartas, e vo de Romanos a Judas. Elas contm a doutrina da Igreja.

    a) 9 so dirigidas s igrejas (de Romanos a 2 Tessalonicenses)

    b) 4 so dirigidas a indivduos (duas a Timteo, uma a Tito e outra a Filemon).

    c) 1 dirigida aos hebreus cristos.

    d) 7 so dirigidas a todos indistintamente (Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 Joo e Judas). Estas so tambm chamadas universais, catlicas ou gerais.

    4. Profecia o livro de Apocalipse ou Revelao. Trata da volta pessoal de Cristo Terra e das coisas que precedero a esse glorioso evento.

    Os 66 livros esto agrupados ou classificados por assuntos, sem ordem cronolgica. A classificao dos livros do Antigo Testamento, por assuntos, vem da Septuaginta e no leva em conta a cronologia.

  • 8

    Jesus o Tema central da Bblia. Ele mesmo no-lo declara em Lucas 24.44 e Joo 5.39.

    Se olharmos com cuidado, veremos que em tipos, figuras, smbolos e profecias, Jesus ocupa o lugar central das Escrituras, isto, alm da Sua manifestao como est registrada em todo o Novo Testamento.

    Tomando o Senhor Jesus Cristo como o centro da Bblia, podemos resumir os 66 livros em cinco palavras referentes a Ele:

    1. Preparao Todo o Antigo Testamento. Ele trata da preparao para o advento de Jesus Cristo.

    2. Manifestao Os Evangelhos. Eles tratam da encarnao, manifestao e vida de Jesus Cristo.

    3. Propagao Os Atos dos Apstolos. Ele trata da propagao de Cristo por meio da Igreja.

    4. Explanao So as Epstolas. Elas do a explanao da doutrina de Cristo.

    5. Consumao O livro de Apocalipse. Ele trata da consumao de todas as coisas preditas, atravs de Cristo. (Dr C.I. Scofield).

    Portanto, as Escrituras sem Jesus seriam como a Fsica sem a matria ou a Matemtica sem os nmeros. Fatos e Particularidades da Bblia

    Os livros da Bblia originalmente no eram divididos em captulos e versculos. A diviso em captulos foi feita em 1250 d.C. pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. A diviso em versculos foi feita em duas vezes: o Antigo Testamento em 1445 pelo Rabi Nathan; o Novo Testamento em 1515 por Robert Stevens, um impressor de Paris. Stevens publicou a primeira Bblia dividida em captulos e versculos em 1555, sendo esta a Vulgata Latina. O Antigo Testamento tem 929 captulos e 23.214 versculos, enquanto que o Novo Testamento tem 260 captulos e 7.959 versculos. Assim toda a Bblia tem 1.189 captulos e 31.173 versculos. O maior livro da Bblia o de Salmos e o menor 3 Joo. O maior captulo o Salmo 119 e o menor Salmo 117. O maior versculo da Bblia est em Et 8.9. O menor depende da verso: na ARC Ex 20.13, na TRBR Lc 20.30 e na ARA J 3.2.

    LIO 2 O TEMA CENTRAL DA BBLIA

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    O livro de Isaas uma miniatura da Bblia. Tem 66 captulos correspondendo aos 66 livros. A frase No temas, ocorre 365 vezes em toda a Bblia. O nome de Jesus consta do primeiro e do ltimo versculo do Novo Testamento. A Bblia foi o primeiro livro impresso no mundo aps a inveno do prelo; isso deu-se em 1452 em Mainz, Alemanha. At o ano de 1982, a Bblia toda ou em parte, estava traduzida em 1763 lnguas e dialetos. Restam ainda mais de 1.000 lnguas em que ela precisa ser traduzida. Siglas das Diferentes Verses ARC Almeida Revista e Corrigida. a Bblia de Almeida, antiga, impressa inicialmente pela Imprensa Bblica Brasileira. ARA Almeida Revista e Atualizada. a Bblia de Almeida, revisada e publicada pela Sociedade Bblica do Brasil em 1958. FIG Antonio Pereira de Figueiredo. Atualmente impressa pela Sociedade Bblica Britnica e Estrangeira. SOARES Matos Soares. Verso Popular dos catlicos brasileiros. TRBR Traduo Brasileira, 1917.

    A INSPIRAO DIVINA DA BBLIA

    O que diferencia a Bblia de todos os demais livros do mundo a sua inspirao divina (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21; J 32.8). devido a inspirao divina que ela chamada a Palavra de Deus. O Que Inspirao Divina? a influncia sobrenatural do Esprito Santo como um sopro, sobre os escritores da Bblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro. A prpria Bblia reivindica a si a inspirao de Deus, pois a expresso Assim diz o Senhor, qual carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros, isso alm doutras expresses equivalentes (Ez 11.5; 2 Cr 20.14,15). Teorias Falsas da Inspirao da Bblia Quanto inspirao da Bblia h vrias teorias falsas, as quais o estudante no deve ignorar. Dentre elas se destacam as seguintes:

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    a) Teoria da inspirao natural humana essa teoria ensina que a Bblia foi escrita por homens dotados de gnio e fora intelectual especiais, como Cames, Rui Barbosa, e inmeros outros. Isto nega o sobrenatural. um erro fatal de conseqncias imprevisveis para a f. Deus era quem, falava atravs dos escritores (2 Sm 23.2; At 1.16; Jr 1.9; Ed 1.1).

    b) Teoria da inspirao divina comum ensina que a inspirao bblica a mesma que hoje nos vem quando oramos, pregamos, cantamos, ensinamos, andamos em comunho com Deus. Isto errado, porque a inspirao comum que o Esprito nos concede admite gradao, e ela tambm pode ser permanente (1 Jo 2.27).

    c) Teoria da inspirao parcial ensina que partes da Bblia so inspiradas, outras no. Ensina que a Bblia no a Palavra de Deus; apenas contm a Palavra de Deus. Se essa teoria fosse verdadeira, quem poderia dizer quais partes so inspiradas ou no? (2Tm 3.16).

    d) Teoria do ditado verbal ensina a inspirao s quanto s palavras, no deixando lugar para a atividade e estilo do escritor, o que patente em cada livro. Essa falsa teoria faz dos escritores verdadeiras mquinas, que escrevem sem qualquer noo de mente ou raciocnio. Na verdade, Deus usou as faculdades mentais dos escritores.

    e) Teoria da inspirao de idias ensina que Deus inspirou as idias da Bblia, mas no as suas palavras; estas ficaram a cargo dos escritores. Uma idia ou pensamento inspirado s pode ser expresso por palavras inspiradas. Ningum pode separar a palavra da idia. As palavras da Bblia foram tambm inspiradas (2 Pe 1.21; Ap 22.19). Teoria Correta da Inspirao da Bblia A teoria correta da inspirao da Bblia chamada Inspirao Plenria ou Verbal. Ela ensina que todas as partes da Bblia so igualmente inspiradas; que os escritores no funcionaram quais mquinas inconscientes; que houve cooperao vital e contnua entre eles e o Esprito de Deus que os capacitava. Afirma que homens santos escreveram a Bblia com palavras de seu vocabulrio, porm sob uma influncia to poderosa do Esprito Santo, que o que eles escreveram foi a Palavra de Deus.

    DIFERENA ENTRE REVELAO E INSPIRAO

    Revelao a ao de Deus pela qual Ele d a conhecer ao escritor coisas desconhecidas e que o homem por si s no podia jamais saber (Dn 12.8; 1 Pe 1.10-12). Quanto inspirao, j demos a sua definio na Lio anterior. A inspirao nem sempre implica em revelao. Toda a Bblia foi inspirada por Deus, mas nem toda ela foi dada por revelao. O Evangelista Lucas, por exemplo, foi inspirado a examinar trabalhos j conhecidos ao escrever o Evangelho que traz o seu nome (Lc 1.1-4). O mesmo deu-se com Moiss, que foi inspirado a registrar o que presenciara, como relata o Pentateuco. Exemplos de partes da Bblia que foram dadas por revelao.

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    a. Os primeiros captulos de Gnesis. Como escreveria Moiss sobre um assunto anterior a si? Alm da revelao, ele deve ter lanado mo de escritos existentes.

    b. Jos interpretando os sonhos de Fara (Gn 40.8; 41.15,16).

    c. Daniel declarando ao rei Nabucodonozor o sonho que este havia esquecido, e em seguida interpretando-o (Dn 2.2-7).

    d. Os escritos do Apstolo Paulo. Ora, Paulo no andou com o Senhor Jesus. Ele creu por volta do ano 35 d.C., porm em suas epstolas ele nos conduz s profundezas do ensino doutrinrio sobre a Igreja. Como teve ele conhecimento de tudo isso? A resposta est em Gl 1.11,12 e Ef 3.3-7 por revelao. Diferena Entre Declarao e Registro de Declarao A Bblia no mente, mas registra mentiras que outros proferiram. Nesses casos, no a mentira do registro bblico que foi inspirada, e sim o registro da mentira. Ela registra que o insensato diz no seu corao: No h Deus (Sl 14.1). Esta declarao No h Deus, no foi inspirada, sim seu registro pelo escritor. Sanso mentiu mais de uma vez a Dalila; a Bblia no mentirosa por isso, apenas registra o fato (Jz 16). Durante a leitura bblica preciso verificar quem est falando, para quem est falando, para que tempo est falando e em que sentido est falando.

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    A existncia da Bblia at nossos dias s pode ser explicada como um milagre.

    H nela 66 livros, escritos por cerca de 40 escritores, cobrindo um perodo de 16 sculos. Esses homens, na maior parte dos casos no se conheceram. Viveram em lugares distantes de trs continentes, escrevendo em duas lnguas principais. Devido a estas distncias, em muitos casos, os autores nada sabiam sobre o que j havia sido escrito. Muitas vezes um escritor iniciava um assunto e, sculos depois outro complementava-o com tanta riqueza de detalhes, que somente um livro vindo de Deus podia ser assim. Alguns Pormenores Dessa Harmonia

    a) Os escritores foram homens de todas as atividades da vida humana; da a diversidade de estilos encontrados na Bblia. Apesar de toda essa diversidade, quando examinamos os escritos desses homens, sob tantos estilos diferentes, verificamos que os mesmos completam-se tratando de um s assunto! O produto de suas penas no so muitos livros, ma um s livro, poderoso e coerente.

    b) As condies tambm no houve uniformidade de condies na composio dos livros da Bblia. Moiss escreveu o Pentateuco nas solitrias paragens do deserto. Jeremias, nas trevas e sujidade duma masmorra. Davi, nas verdes colinas dos campos. Paulo escreveu muitas de suas epstolas nas prises. Joo no exlio, na ilha de Patmos. Apesar de tantas e diferentes condies, a mensagem da Bblia sempre uniforme. O pensamento de Deus corre uniforme e progressivo atravs dela, como um rio, que brotando de sua nascente, vai avolumando suas guas at tornar-se caudaloso.

    c) A razo dessa harmonia e unidade se a Bblia fosse um livro puramente humano, sua composio seria inexplicvel. Suponhamos que 40 dos melhores escritores atuais do Brasil, providos de todos os meios necessrios, fossem isolados uns dos outros, em situaes diferentes, cada um com a misso de escrever uma obra sua. Se no final reunssemos todas as obras, jamais teramos um conjunto uniforme. Imagine-se o que seria a Bblia se no fosse a mo de Deus!

    Se alguma falha for encontrada na Bblia, ser sempre do lado humano, como traduo mal feita, grafia inexata, interpretao forada, m compreenso de quem estuda, falsa aplicao dos sentidos do texto. Portanto, quando encontrarmos na Bblia um trecho discrepante, no pensemos logo que erro.

    A perfeita harmonia da Bblia, para a mente humilde e sincera, uma prova incontestvel da origem divina da mesma. uma prova que uma nica Mente via tudo e guiava os escritores.

    LIO 3 HARMONIA E UNIDADE DA BBLIA

  • 13

    PROVAS DA INSPIRAO DA BBLIA Ainda que aceitemos a harmonia e unidade da Bblia como uma das mais contundentes provas de que ela divinamente inspirada, achamos necessrio darmos outras provas dessa natureza. A Aprovao da Bblia por Jesus Inmeras pessoas sabem quem Jesus; crem que Ele fez milagres; crem em Sua ressurreio e ascenso, mas no crem na Bblia! Tais pessoas precisam saber a posio de Jesus quanto Bblia:

    a) Ele leu-a (Lc 4.16-20). b) Ele ensinou-a (Lc 24.27). c) Ele chamou-a A Palavra de Deus (Mc 7.13). d) Ele cumpriu-a (Lc 24.44)

    A ltima referncia muito maravilhosa, porque a Jesus pe sua aprovao em

    todas as Escrituras do Antigo Testamento, pois Leis, Salmos e Profetas eram as trs divises da Bblia nos dias em que o Novo Testamento ainda estava sendo formado.

    Jesus tambm afirmou que as Escrituras so a verdade (Jo 17.17). Ele viveu e procedeu de acordo com elas (Lc 18.31). No deserto, ao derrotar o inimigo, f-lo com a Palavra de Deus (Dt 8.3; 6.13,16). O Testemunho do Esprito Santo Em cada pessoa que aceita a Jesus como Salvador, o Esprito Santo pe em sua alma a certeza quanto a autoria da Bblia. uma coisa automtica. Quem de fato aceita a Jesus, aceita tambm a Bblia como a Palavra de Deus, sem argumentar. Em Joo 7.17, o Senhor Jesus mostra como podemos ter dentro de ns o testemunho do Esprito Santo quanto a autoria divina da Bblia. O Cumprimento das Profecias da Bblia O Antigo Testamento um livro de profecias (Mt 11.13). O Novo Testamento em grande parte tambm o . Referimo-nos aqui, s profecias no sentido preditivo; divididas em duas classes conforme se acha no Antigo Testamento: as literais e as expressas por tipos e smbolos, como h inmeras no Tabernculo (Hb 10.1). Inmeras profecias da Bblia se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total; inmeras outras cumprem-se em nossos dias, e muitas cumprir-se-o daqui para a frente. As profecias sobre o Messias por exemplo, proferidas sculos antes de seu nascimento, cumpriram-se literalmente com toda preciso quanto ao tempo, local e outros detalhes (Gn 49.10; Is 7.14; 53; Dn 9.24-26; Mq 5.2; Zc 9.9; Sl 22). Outro ponto saliente nas profecias o caso da nao israelita. A Bblia prediz sua disperso,

  • 14

    retorno, restaurao e progresso material e espiritual (Lv 26.14; Dt 4.25-27; Is 66.8; Jr 23.3; Ez 11.17). O cumprimento contnuo das profecias da Bblia uma prova de sua origem divina. O que Deus disse, suceder (Jr 1.12). A Influncia da Bblia O mundo melhor devido a influncia da Bblia. Mesmo os prprios inimigos da Bblia admitem que nenhum livro em toda a histria da humanidade teve influncia to benfica; eles reconhecem o seu efeito sadio na civilizao. Nenhum outro livro tem poder de influenciar e transformar beneficamente no s os indivduos, mas naes inteiras, conduzindo-os a Deus. Disse o Dr. F.B. Meyer, famoso comentador devocional da Bblia: O melhor argumento em favor da Bblia, o carter que ela forma. A Bblia Sempre Nova O tempo no afeta a Bblia. o livro mais antigo do mundo, e ao mesmo tempo o mais moderno. Em mais de 20 sculos o homem no pde melhor-lo. Se a Bblia fosse de origem humana, claro que em 20 sculos, ela de h muito estaria desatualizada. A Bblia nunca torna-se um livro antigo apesar de ser cheio de antigidades. Ela to atual como o dia de amanh. Sua mensagem milenar tanto satisfaz a criana como o velho. A Bblia pode ser lida vezes sem conta, sem se poder sondar suas profundezas e sem que o leitor perca o interesse. Acontece isso com os demais livros? Quem j cansou de ler Joo 3.16; Salmo 23? que cada vez que lemos tais passagens descobrimos coisas que nunca tnhamos visto antes. At o fim dos tempos, o encanecido e precioso Livro continuar a ser a nica resposta s indagaes da humanidade a respeito de Deus e seus atos. A Bblia Familiar a Cada Povo Atravs do mundo inteiro, qualquer crente ao ler a Bblia, recebe sua mensagem como se esta fora escrita diretamente para si. Nenhum crente tem a Bblia como livro alheio, estrangeiro, como acontece com os demais livros traduzidos. Todas as raas consideram a Bblia como possesso sua. Ns a recebemos como nossa. Isso acontece em qualquer pas onde ela chega. Isto prova que ela procede de Deus o Pai de todos! A Superioridade da Bblia

    muito interessante comparar nalguns pontos, os ensinos da Bblia com os de Zoroastro, Buda, Confcio, Scrates, Slon e outros autores pagos. Os ensinos da

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    Bblia superam os desses homens em todos os pontos imaginveis. S dois pontos vamos destacar em toda a sua superioridade.

    1) A Bblia contm mais verdades que todos os demais livros juntos ajuntai, se puderdes, todos os melhores pensadores de toda a literatura antiga e moderna; retirai o imprestvel; ponde toda a verdade escolhida num volume, e este jamais substituir a Bblia. Ela pode ser conduzida num bolso de palet, todavia h mais verdade neste pequeno livro do que em todos os outros que o homem produziu em todos os sculos.

    2) A Bblia s contm verdade se h mentiras na Bblia, no so dela; apenas foram registradas. Ao passo que os demais livros contm verdade misturada com mentira ou erro. Reconhecemos que h jias preciosas nos livros dos homens, mas, como disse certa vez Joseph Cook: so jias retiradas da lama.... Qualquer verdade encontrada em trabalhos humanos, seja do ponto de vista moral ou espiritual, acha-se em essncia no Velho Livro. A Imparcialidade da Bblia Se a Bblia fosse um livro originado pelo homem, ela no poria a descoberto as faltas dele. Os homens jamais teriam produzido um livro como a Bblia, que s d toda a glria a Deus enquanto mostra a fraqueza do homem (J 27; Sl 50.21,22; Sl 51.5). A Bblia tanto diz que Davi era um homem segundo o corao de Deus (At 13.22), como tambm revela seus pecados como vemos nos livros de Reis, Crnicas e Salmos. tambm o caso da embriaguez de No, a dissimulao de Abrao, o caso de L, a idolatria e luxria de Salomo. Nada disto est escrito para imitarmos, mas para nossa admoestao e para provar a imparcialidade da Bblia. ela o nico livro assim. O homem jamais escreveria um livro como a Bblia, que pe em relevo as fraquezas e defeitos humanos.

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    Cnon ou Escrituras cannicas a coleo completa dos livros divinamente inspirados, constituindo a Bblia. Cnon palavra grega, significando literalmente vara reta de medir, assim como uma rgua de carpinteiro. No Antigo Testamento o tema aparece no original em Ezequiel 40.5. No sentido religioso, cnon no significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, regra. Com este sentido a palavra cnon aparece no original em vrios lugares do Novo Testamento, como por exemplo em Glatas 6.16, 2 Corntios 10.13, 2 Corntios 10.15 e Filipenses 3.16.

    A Bblia como cnon a nossa norma ou regra de f e prtica. Diz-se dos livros da Bblia que so cannicos para diferenci-los dos apcrifos. O emprego do temo cnon foi primeiramente aplicado aos livros da Bblia por Orgenes (185-254 d.C.).

    O CNON DO ANTIGO TESTAMENTO Na poca patriarcal a revelao divina era transmitida escrita e oralmente. A escrita j era conhecida na Palestina sculos antes de Moiss; a arqueologia tem provado isto, inclusive tem encontrado inmeras inscries, placas, sinetas e documentos antediluvianos. O cnon do Antigo Testamento como temos atualmente, ficou completo desde o tempo de Esdras, aps o ano 445 a.C. Entre os judeus, o Antigo Testamento tem trs divises, as quais Jesus citou em Lucas 24.44 Leis, Profetas e Escritos. A diviso dos livros do cnon hebraico diferente da nossa. D 24 livros em vez dos nossos 39, isto porque so considerados um s livro: 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crnicas, Esdras e Neemias e os doze Profetas Menores. A Formao do Cnon do Antigo Testamento O cnon do Antigo Testamento foi formado num espao de mais de mil anos (+- 1046 anos), de Moiss a Esdras. Moiss escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. Esdras entrou em cena em 445 a.C. Evidentemente Esdras no foi o ltimo escritor na formao do cnon do A.T.; os ltimos foram Neemias e Malaquias, porm, de acordo com os escritos histricos judaicos, foi ele que na qualidade de escriba e sacerdote reuniu os rolos cannicos, fixando tambm o cnon do Antigo Testamento, encerrado em seu tempo. Reconhecimento e Fixao do Cnon do A.T. Em 90 A.D. em Jmnia, perto da moderna Jafa, na Palestina, os rabinos num conclio sob a presidncia de Johanan ben Zakai, reconheceram e fixaram o cnon do

    LIO 4 O CNON DA BBLIA E SUA EVOLUO HISTRICA

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    Antigo Testamento. Houve muitos debates acerca da aprovao de certos livros. Nota-se porm que o trabalho desse conclio foi apenas ratificar aquilo que j era aceito por todos os judeus atravs dos sculos. Jmnia, aps a destruio de Jerusalm no ano 70 d.C., tornou-se a sede do Sindrio o supremo tribunal dos judeus. Livros Desaparecidos no A.T. digno de nota que a Bblia faz referncia a livros at agora desaparecidos. Veja Nm 21.14; Js 10.13; 2 Sm 1.18; 1 Rs 11.41; 2 Cr 9.29. So casos que s Deus conhece o segredo. Talvez um dia, querendo Deus, eles venham luz, como os manuscritos achados nas grutas de Qumran, Mar Morto, em 1947.

    O CNON DO NOVO TESTAMENTO Como no Antigo Testamento, homens inspirados por Deus escreveram aos poucos os livros que compem o Cnon do Novo Testamento. Sua formao levou apenas duas geraes: quase 100 anos. No ano 100 d.C. todos os livros do Novo Testamento j estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento cannico dos mesmos, isto, motivado pelo cuidado e escrpulo das igrejas de ento, que exigiam provas concludentes de sua inspirao divina. Outra coisa foi o surgimento de escritos herticos e esprios com pretenso de autoridade apostlica. Trata-se dos livros apcrifos do Novo Testamento, fato idntico ao acontecido nos tempos do encerramento do cnon do Antigo Testamento. A Formao do Cnon do N.T. A ordem dos 27 livros do Novo Testamento como temos atualmente em nossas Bblias, vem da Vulgata, e no leva em conta a seqncia cronolgica, como dispomos a seguir:

    1) As Epstolas Paulinas (escritas entre 52 e 67 d.C.); 2) Os Atos dos Apstolos; 3) Os Evangelhos; 4) As Epstolas de Hebreus a Judas e 5) O Apocalipse.

    Muitos livros antes de serem finalmente reconhecidos como cannicos, foram

    duramente debatidos. Houve muita relutncia quanto s epstolas de Pedro, Joo e Judas, bem como o Apocalipse. Tudo isso no somente revela o cuidado da Igreja, mas tambm a responsabilidade que envolvia a canonizao. Antes do ano 400 d.C., todos os livros estavam aceitos. Em 367 Atansio, patriarca de Alexandria, publicou um lista dos 27 livros cannicos idnticos dos que hoje possumos; essa lista foi aceita pelo Conclio de Hipona (frica) em 393. Reconhecimento e Fixao do Cnon do N.T. O reconhecimento e fixao do cnon do Novo Testamento ocorreu no III Conclio de Cartago, no ano 397 d.C. Nessa ocasio os 27 livros que compem o Novo

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    Testamento foram reconhecidos e aceitos como cannicos. Como se v, houve um amadurecimento de 400 anos. Livros Desaparecidos no Novo Testamento H tambm livros mencionados no Novo Testamento at agora desaparecidos. Isto o que sugerem passagens tais como 1 Co 5.9; Cl 4.16 e At 20.35.

    AS LNGUAS ORIGINAIS DA BBLIA

    As lnguas originais da Bblia so, o hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento e o grego para o novo. O Hebraico Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, o idioma oficial da nao hebraica, exceto algumas passagens de Esdras, Jeremias e Daniel, que foram escritas em aramaico. A maior destas a de Daniel, que vai de 2.4 a 7.28 do seu livro. Como a maior parte das lnguas do ramo semtico, o hebraico l-se da direita para a esquerda. O alfabeto compe-se de 22 letras, constando somente de consoantes. H sinais voclicos, sim, mas no podemos cham-los de letras. Esta forma primitiva do hebraico passou por modificaes com o correr do tempo. Aps o exlio, teve incio a chamada escrita quadrada, que por fim foi pelos massoretas convertida na atual forma do alfabeto hebraico. O Aramaico O aramaico um idioma semtico falado h 2.000 anos a.C. em Ar ou Sria, que a mesma regio. Era um idioma falado tambm em grande rea da Arbia Ptrea. Os trechos do Antigo Testamento escritos em aramaico so: Ed 4.8 6.18; 7.12-26; Dn 2.4 a 7.28 e Jr 10.11. A influncia do aramaico foi profunda sobre o hebraico, comeando no cativeiro do reino de Israel em 722 a.C. na Assria, e continuando atravs do cativeiro do reino de Jud em 587 em Babilnia. To grande foi a influncia dessa lngua sobre os judeus cativos que em 536 a.C., quando Israel comeou a regressar do exlio, falava o aramaico como lngua verncula, ou oficial. Por essa razo no tempo de Esdras, as Escrituras ao serem lidas em hebraico, em pblico, era preciso explicar o seu significado (Ne 8.5,8).

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    No tempo de Cristo o aramaico j era muito popular; de fato foi a lngua usada pelo Senhor, seus discpulos e pela Igreja primitiva em Jerusalm. Que Jesus falava o hebraico tambm, se depreende de Lucas 4.16-20 (os rolos sagrados eram escritos em hebraico). O Grego O grego foi a lngua em que foi originalmente escrito o Novo Testamento. A nica dvida paira sobre o Evangelho de Mateus, que muitos eruditos afirmam ter sido escrito em aramaico. O grego de expresso muito precisa, e, das lnguas bblicas a que mais se conhece, devido ser mais prxima da nossa. O grego do Novo Testamento no o grego clssico dos filsofos, mas o dialeto popular do homem da rua, comerciantes, estudantes que todos podiam entender, denominado Koin. Este dialeto formou-se a partir das conquistas de Alexandre, em 336 a.C. Nesse ano, Alexandre subiu ao trono e, no curto espao de 13 anos alterou o curso da histria do mundo. A Grcia tornou-se imprio mundial, e toda a terra conhecida recebeu influncia da lngua grega. Deus preparou deste modo um veculo para disseminar as novas do evangelho at os confins do mundo no tempo oportuno. Nos primrdios do Cristianismo o evangelho pregado ou escrito em grego poderia ser compreendido pelo mundo todo.

    OS MANUSCRITOS DA BBLIA A histria da Bblia, como chegou at ns, encontrada em seus manuscritos. Manuscritos so rolos ou livros da antiga literatura, escritos mo. O texto da Bblia foi preservado e transmitido mediante os seus manuscritos. Nos tratados sobre a Bblia, a palavra manuscrito sempre indicada pela abreviatura MS, no singular, e Mss ou MSS no plural. H em nossos dias cerca de 4.000 manuscritos da Bblia, preparados entre os sculos II e XV d.C. O Formato dos Manuscritos Quanto ao formato, os manuscritos podem ser cdices ou rolos. Cdice um manuscrito em formato de livro, feito de pergaminho1 . As folhas tem normalmente 65 centmetros de altura por 55 de largura. Este tipo de manuscrito comeou a ser usado no sculo II. O rolo tanto podia ser de papiro como de pergaminho. Era preso a dois cabos de madeira para facilitar o manuseio durante a leitura. Era enrolado da direita para a esquerda. Sua extenso dependia da escrita a ser feita. Portanto, antigamente no erra fcil conduzir pessoalmente os 66 livros da Bblia como fazemos hoje2 .

    1 O pergaminho foi aperfeioado em Prgamo. Era empregado na forma de rolo desde o sculo XVII a.C. no Egito. 2 O rolo de Isaas lido por Cristo em Marcos 4 tinha aproximadamente 7 metros.

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    A Caligrafia dos Manuscritos H dois tipos de caligrafia ou forma grfica nos manuscritos bblicos, o que os divide em unciais e cursivos. Uncial o manuscrito de letras maisculas e sem separao entre as palavras. Cursivo o de letras minsculas, tendo espao entre as palavras. Tal diferena na forma grfica deu-se no Sculo X. Os manuscritos originais tambm no tinham sinais de pontuao. Estes foram introduzidos na arte de escrever em poca recente. claro, pois, que a pontuao moderna no inspirada, e pode at dar sentido diferente ao original. Manuscritos Originais da Bblia Manuscritos originais sados das mos dos escritores bblicos no h nenhum conhecido. provvel que se houvesse algum, os homens o adorassem mais do que o divino Autor. Veja por exemplo a adorao da serpente de metal pelos israelitas (2 Rs 18.4); da cruz de Cristo3 e da virgem Maria, pelos catlicos romanos.

    A falta de manuscritos originais provm do seguinte:

    1) O costume dos judeus de enterrar todos os manuscritos estragados pelo uso ou qualquer outra coisa; isto para evitar mutilao ou interpolao espria.

    2) Os reis idlatras e mpios de Israel podem ter destrudo muitos manuscritos ou ter contribudo para isso (Jr 36.20-26).

    3) O monstro Antoco Epfanes, rei da Sria (175-164 a.C.) dominou a Palestina durante seu reinado. Foi extremamente cruel e sdico; tinha prazer em aplicar torturas. Decidiu exterminar a religio judaica. Assolou Jerusalm em 168, profanou o templo4 e destruiu todas as cpias que achou das Sagradas Escrituras.

    4) No dias de Diocleciano, feroz imperador romano (284-305 d.C.) os perseguidores dos cristos destruram quantas cpias acharam das Escrituras. Durante dez anos Diocleciano mandou vasculhar o imprio para destruir todos os escritos sagrados. Ele chegou a julgar que tivesse destrudo tudo, pelo que mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitria. Os Manuscritos do Mar Morto A Revista Vinde de abril de 1997 trouxe uma brilhante matria sobre esse assunto, valendo a pena reproduz-la:

    3 No ano de 1098 d.C. quando o Urbano II era papa, os cruzados sitiaram Antioquia e ao saberem do exrcito turco que vinha em auxlio dos maometanos, desfaleceram. A descoberta da suposta lana que perfurou o lado de Cristo reascendeu o nimo dos

    cruzados.

    4 Sacrificou uma porca no altar dos holocaustos, sendo este o estopim que culminou com a revolta macabia.

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    OS PERGAMINHOS DA DISCRDIA

    Uma das mais importantes descobertas arqueolgicas do sculo completa 50 anos ainda envolta em mistrio e polmica. Os enigmticos Manuscritos do Mar Morto - documentos de uma seita judaica, entre os quais esto os mais antigos escritos bblicos j encontrados - formam at hoje um quebra-cabeas de peas imprecisas e resultados surpreendentes. O trabalho inacabado de juntar os pedaos de pergaminho e metal, descobertos casualmente por bedunos nas cavernas de Qumran prximas ao mar que deu nome ao achado - mobiliza estudiosos e mexe com imaginaes em todo mundo. Com mais de dois teros dos manuscritos recompostos, parece superado o temor inicial de que a Bblia acabasse contestada pelos relatos da seita de Qumran (provavelmente a dos essnios, e a reside s um dos pontos nebulosos da histria). O significado que emerge dos escritos, ao contrrio, refora a fidelidade dos textos bblicos como se conhece e lana luz sobre um perodo histrico sobre o qual havia muito poucos registros at ento. Nos fragmentos, h ensinamentos, regras de convivncia e uma viso critica da religiosidade judaica predominante, que ajudam a elucidar o contexto histrico em que nasceu o cristianismo. H quem diga at que Jesus tinha ligaes com os essnios. Essas e muitas outras dvidas podem acabar este ano, quando termina o prazo estipulado pelos pesquisadores que trabalham sobre os manuscritos para trazer a pblico seu contedo.

    No bastasse conterem histria, os Manuscritos do Mar Morto acabaram por ganhar a sua prpria, que no perde em emoo para a que narram. A epopia de casualidades, desencontros, ganncia e, sobretudo, esforo comeou em mais um dia de inverno e trabalho que escurecia sem dar sinais de que quebraria a rotina milenar de alguns pastores bedunos. A cena se repetia como nos tempos de Davi, o mais famoso pastor da Bblia, Jum'a Muhammed era da tribo Taamireh, a 12 quilmetros de Jerusalm, e soltara suas cabras para buscar alimento no deserto, depois de Ihes dar de beber. Os animais haviam-se saciado na fonte de Ein Feshkha, uma das muitas de gua doce que desemboca na margem noroeste do Mar Morto. A um quilmetro e meio dali, fica uma das poucas imagens que quebra a monotonia do deserto pedregoso: runas de uma comunidade que alguns achavam ter sido a cidade de Gomorra. Como a rotina dos bedunos, no entanto, a estrutura no era novidade e nunca atrara estudos arqueolgicos. Naquele dia, porm, uma associao casual entre a rotina milenar de Jum'a Muhammed e a desinteressante Cidade do Sal, como eram conhecidas as runas, mudou magnificamente a histria de ambos e, mais tarde, maravilhou o mundo.

    Algumas das cabras haviam ido longe e alto demais em sua busca por alimento. Antes que o dia escurecesse de todo, o pastor saiu a ajunt-las. Foi quando deparou-se com duas fendas em uma grande rocha, que pareciam a entrada de uma caverna. Uma das cabras poderia ter entrado ali. Muhammed' atirou uma pedra e ouviu, surpre-so, o som de cermica se quebrando. Os bedunos tambm sonham, ora bolas, e Muhammed logo imaginou ter encontrado um tesouro. Mas no conseguia enxergar o que havia na caverna. Gritou, chamando seus primos tambm pastores, Khalil Musa e Muhammed Ahmed el-Hamed. Contou-lhes a histria ainda assustado, mas decidiram voltar num outro dia para tentar apanhar "o tesouro".

    Dois dias depois, Muhammed Ahmed el-Hamed, ou edh-Dib (o lobo), ainda adolescente, acordou antes dos outros e foi sozinho ao lugar. Rastejou para entrar na caverna, roando em entulho e cacos de cermica. L dentro, deparou, ansioso, com vrios jarros enfileirados junto parede. Tinham cerca de 60 centmetros de altura e 25 de largura. Alguns estavam tampados. Estaria neles o tesouro? Qual no foi a decepo do rapaz ao encontrar nos recipientes nada alm de "uns pergaminhos velhos". No tinha noo da preciosidade que, de fato, tinha em mos. Estima-se que, naquele dia, edh-Dib tenha deixado a caverna com uma cpia de dois mil anos do livro de Isaas, o mais intacto dos manuscritos, hoje em exposio no Santurio do Livro, no Museu Nacional de Israel, em Jerusalm.

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    O garoto desceu as escarpas para levar uma bronca dos primos mais velhos. Demorou at que se convencessem de que edh-Dib no havia pego para si e escondido o tesouro que fantasiaram. Nos dias que se seguiram, acharam outros manuscritos no lugar que ficou conhecido como caverna um. Dali foram retirados sete rolos intactos. Mais tarde, exploraes arqueolgicas detectaram vestgios de que, originariamente, haviam sido depositados no lugar 40 jarros. Alm dos rolos intactos, havia na caverna pedaos de mais de 20 outros.

    O rumo que tomaram os manuscritos em seguida descoberta ficou mal contado. A Palestina estava sob domnio britnico e era proibido manipular descobertas arqueolgicas. Ao que tudo indica, temendo serem acusados de roubo, os bedunos trataram de passar adiante os manuscritos. Um comerciante cristo srio serviu de atravessador para que os textos chegassem, em abril de 1947, ao Mosteiro de So Marcos. Mais especificamente s mos do metropolita Athanasius Yeshua Samuel, chefe da Igreja Sria Jacobita de Jerusalm. Samuel no falava hebraico, mas foi a primeira pessoa a desconfiar de que havia algo de muito valioso naqueles pergami-nhos. H indcios de que, na avidez por obter todos os manuscritos que pudesse, o metropolita tenha patrocinado incurses ilegais caverna um, das quais no se sabe ao certo quanto material a mais tenha obtido. Dos bedunos, conseguiu cinco rolos, correspondentes a quatro livros, por 24 libras: o Livro de Isaas, o Gnesis Apcrifo, um comentrio sobre o livro do profeta Habacuque e um conjunto de regras comunitrias.

    Seguiram-se vrias tentativas de comprovar a autenticidade e estimar a idade do material. Em janeiro de 1948, desconfiado de seu valor, o professor da Universidade Hebraica, E. L. Sukenik, teve em suas mos os manuscritos e, em vo, tentou compr-los. Mas o metropolita Samuel queria ter certeza da antigidade das peas. Uma de duas tentativas foi junto American School of Oriental Research, onde trabalhava o estudioso e fotgrafo John Trever. Foi dele a idia de consultar um dos maiores espe-cialistas em escritos antigos de todos os tempos, W. F. Albright, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos. Trever mandou fotografias e, em maro de 1948, chegaria a to esperada confirmao. O texto festivo da carta de Albright citado no livro Para Compreender os Manuscritos do Mar Morto, organizado pelo presidente da Sociedade de Arqueologia Bblica, Hershel Shanks (Editora lmago): "Minhas calorosas congratulaes pela maior descoberta de manuscritos dos tempos modernos! (...) Eu sugeriria uma data em torno de 100 a.C. um achado incrvel! E, fe-lizmente, no pode haver a menor dvida sobre a autenticidade". Mais tarde se verificaria que algumas partes dos pergaminhos eram ainda mais antigas, mas a data estimada por Albright j dava aos Manuscritos do Mar Morto mil anos anteriores aos mais antigos textos bblicos conhecidos at aquele dia.

    Pouco tempo depois, o metropolita Samuel levou os textos para os Estados Unidos, onde esperava vend-los. Os manuscritos ganharam fama e foram vistos por milhares de pessoas, mas a venda tornou-se cada vez mais complicada. Israel e Jordnia reivindicavam a posse do material, e o modo como o metropolita obteve os manuscritos tornou-o um fora da lei para alguns. As grandes universidades desinteressaram-se na compra, forando o religioso a uma atitude extrema: oferecer os manuscritos em um anncio classificado no Wall Street Journal, jornal econmico que circula em Nova Iorque. Quantos milhares de pessoas no leram, durante o caf da manh, com algum espanto, o anncio da liquidao arqueolgica do sculo: "Os quatro manuscritos do Mar Morto: Vendem-se manuscritos bblicos, datados pelo menos de 200 a.C. Ideal para doao, pessoal ou em grupo, a instituies educacionais ou religiosas. Ofertas para o nmero F 206".

    Um certo Sidney Esteridge arrematou-os pela bagatela de U$ 250 mil dlares. Anos depois, os manuscritos foram aparecer em Israel. Como foram parar l outro captulo da novela: o arquelogo Yigael Yadin usou um nome falso. Yadin era filho de E. L. Sukenik, o arquelogo da Universidade Hebraica que morreu frustrado por no ter conseguido adquirir os escritos.

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    Terminada a novela da comprovao, comearia o melodrama da publicao. Seguiram-se muitas outras buscas nas cavernas de Qumran. Em 11 delas havia ma-nuscritos, quase todos aos pedaos. As primeiras tradues, apressadas, foram contestadas, mas nada justifica a falta de empenho que se verificou mais tarde em agilizar a publicao. H apenas especulaes, que vo de questes relativas poltica externa israelense ao corte de verbas para o trabalho de reconstituio e traduo dos escritos, que esto em hebraico. Outra hiptese que os textos j estariam traduzidos, mas teriam virado uma espcie de segredo de Ftima... Suas revelaes seriam capazes de sacudir os fundamentos judaico-cristos, comprovando, inclusive, que Jesus seria um essnio. Chegou-se a dizer que o Vaticano estaria por trs da morosidade na traduo dos textos, considerada por alguns o escndalo cientfico do sculo.

    Ao longo dos anos 80, cresceram as presses pelo acesso de outros pesquisadores aos textos. No mundo inteiro, multiplicaram-se especialistas dispostos a dividir o fardo de remontar e traduzir os escritos. Os editores oficiais esto distribudos por universidades israelenses, francesas, americanas e inglesas. As instituies recusaram-se sistematicamente a abrir mo de seu monoplio sobre os textos.

    A reviravolta viria no incio dos anos 90, quando um levantamento fotogrfico de fragmentos dos manuscritos veio a pblico. As fotos haviam sido feitas a pedido de uma filantropa da Califrnia e entregues Biblioteca Huntington. Em setembro de 1991, um novo diretor da instituio anunciou que os negativos estavam abertos con-sulta de quem quisesse.

    O trabalho oficial, no entanto, prossegue. A princpio, os editores haviam pedido um prazo at 1970 para revelar suas descobertas. No final dos anos 80, pediram mais tempo. O prazo termina este ano(1997). Clculo da Data de um Manuscrito Calcula-se a data de uma manuscrito:

    1) Pela forma das letras. Cada forma representa uma poca, tanto no grego como no hebraico.

    2) Pelo modo como esto escritas as palavras no texto. Se ligadas ou separadas. Isto tambm indica poca.

    3) Pelas letras iniciais de ttulos, pargrafos etc. Se adornadas ou singelas. Isto tambm indica o tempo.

    4) Pelo Carbono-14. Este um mtodo cientfico revolucionrio. Trata-se do seguinte: Todo ser vivo absorve C-14. Cada 5.600 anos o C-14 perde metade de sua radioatividade primitiva. Assim sendo, se for medida a radioatividade da substncia orgnica morta, ver-se- quando a mesma deixou de absorver C-14, ao morrer.

    5) Pelo Raio-X. Este tipo de raio tambm ajuda a determinar a idade de objetos antigos, por meio de fotografia e certas reaes.

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    A TRADUO DA BBLIA Era preciso a traduo da Bblia para dar cumprimento s palavras do Senhor Jesus, aps ressuscitar: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a todo criatura (Mc 16.15). Ora, o mundo est dividido em naes, tribos e povos, cada qual com suas lnguas. Hoje as Escrituras esto traduzidas em mais de 2.000 lnguas. Por falta de espao, discorreremos sobre as duas principais verses da Bblia, embora para efeito de conhecimento, mencionaremos as outras: Verses Semticas 1) O Pentateuco Samaritano. 2) Os Targuns. Verses Gregas

    1) A Septuaginta. A Septuaginta comumente designada por LXX. O nome vem do latim septuaginta, que quer dizer 70. Conta Aristeas, escritor da corte de Ptolomeu Filadelfo, que reinou de 285-246 a.C., escrevendo a seu irmo Filcrates, que o monarca egpcio acima mencionado, por proposta de seu bibliotecrio, Demtrio de Falero, solicitou ao sumo sacerdote Eleazar que lhe enviasse doutores versados nas Sagradas Escrituras para preparar-lhe uma verso das mesmas, em grego. Ele muito ouvia falar das Escrituras e queria a referida verso para enriquecer sua vasta biblioteca em Alexandria5 . O sumo-sacerdote6 escolheu 72 eruditos (6 de cada tribo) e enviou-os a Alexandria, os quais completaram a verso em 72 dias. De 72 derivou-se o nome Septuaginta.

    2) A verso de quila.

    3) A verso de Teodocio.

    4) A verso de Smaco.

    5) A Hxapla de Orgenes Verses Siracas

    1) A Peshito.

    5 Alexandria tinha a maior biblioteca do mundo na poca com mais de 200.000 volumes. A Segunda maior biblioteca ficava em Prgamo.

    6 O sumo-sacerdote Eleazar pediu em troca a soltura dos escravos hebreus em poder do Egito. Mais de 100.000 foram libertados.

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    2) A verso Filoxnia. Verses Latinas

    1) Antiga Verso Latina.

    2) A tala.

    3) A Reviso de Jernimo.

    4) A Vulgata. uma nova verso da Bblia por Jernimo7 . O Antigo Testamento foi traduzido diretamente do hebraico, e o Novo Testamento revisto, tendo em vista as vrias verses existentes em latim.

    A Vulgata foi tambm o primeiro livro impresso aps a inveno do prelo, saindo luz em 1452 em Mainz, Alemanha. Devido a popularidade e difuso que teve, foi no tempo de Gregrio o Grande denominada Vulgata, do latim vulgos = povo, isto , verso do povo, popular, corrente. Por mil anos a Vulgata foi a Bblia de quase toda a Europa.

    Foi ela tambm a base de inmeras tradues para outras lnguas. Verses em Portugus

    Como aconteceu em relao a outros idiomas, a Bblia no foi inicialmente traduzida por inteiro em portugus. D. Diniz, rei de Portugal (1279-1375) traduziu da Vulgata uma parte do livro de Gnesis. O rei D. Joo I (1385-1433) ordenou a traduo dos Evangelhos e depois dos Salmos.

    a) A Verso de Almeida. Joo Ferreira dAlmeida foi ministro do Evangelho da

    Igreja Reformada Holandesa, em Batvia, na Oceania. Almeida traduziu primeiro o Novo Testamento, terminando-o em 1670; em 1681 foi ele impresso em Amsterdam, Holanda. Almeida traduziu o Antigo Testamento at Ezequiel 48.21, quando faleceu 1691. Missionrios amigos seus completaram a traduo. Almeida fez sua traduo do grego e hebraico, lnguas que estudou aps abraar o evangelho.

    b) A Verso de Figueiredo. c) A Traduo Brasileira. d) A Verso de Rhoden. e) A Verso de Matos Soares

    A Bblia foi impressa a primeira vez no Brasil em 1944, pela Imprensa Bblica

    Brasileira. Entre as Bblias mais populares do mundo est a em portugus. As outras so: a Vulgata, a de Lutero, e a Verso Autorizada (inglesa).

    Na distribuio de Bblias em todo o mundo, o Brasil ocupa o primeiro lugar.

    7 Em assuntos bblicos foi Jernimo o homem mais sbio do seu tempo. Era tambm dotado de grande piedade e valor moral.