aula - quinolonas 2013
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UNIVERSIDADE DE SOROCABAQuímica Farmacêutica 2
QUINOLONAS E FLUORQUINOLONASProf. Dr. Silvio Barberato Filho
Sorocaba - Abril/2013
ANO FÁRMACO LABORATÓRIO DESCOBRIDOR PAÍS DE ORIGEM
1985 pefloxacino RHONE-POULENC FRANÇA
1985 ofloxacino DAIICHI SEIYAKU JAPÃO
1986 ciprofloxacino BAYER ALEMANHA
1986 enoxacino DAINIPPON JAPÃO
1989 lomefloxacino HOKURIKU SEIYAKU JAPÃO
1990 tosufloxacino TOYAMA JAPÃO
1991 temafloxacino ABBOTT ESTADOS UNIDOS
1992 fleroxacino KYORIN JAPÃO
1992 rufloxacino MEDIOLANUM ITÁLIA
1993 esparfloxacino DAINIPPON JAPÃO
1993 levofloxacino DAIICHI JAPÃO
1993 nadifloxacino OTSUKA JAPÃO
1998 trovafloxacino PFIZER ESTADOS UNIDOS
1999 gatifloxacino KYORI JAPÃO
1999 moxifloxacino BAYER ALEMANHA
2002 balofloxacino CHUGAI PHARMACEUTICAL JAPÃO
2002 pazufloxacino TOYAMA JAPÃO
2002 prulifloxacino NIPPON SHINYAKU JAPÃO
Novas fluorquinolonas introduzidas no mercado mundial entre 1984-2003 (Barberato-Filho, 2006)
Caracterizados pela presença de dois anéis de seis membros fundidos (quinolina) e presença de grupo cetona na posição 4 (4-quinolona).
A inserção de um átomo de flúor na posição 6 deu origem às fluorquinolonas, bastante ativas contra bactérias Gram (-).
N
O O
O
N
NH
F
norfloxacino (1978)
1
2
345
6
78
QUINOLONAS E FLUORQUINOLONAS:QUINOLONAS E FLUORQUINOLONAS:quimioterápicos com ação antibacteriana, obtidos por quimioterápicos com ação antibacteriana, obtidos por síntese químicasíntese química
Da cloroquina (1939) ao ácido nalidíxico (1962)Da cloroquina (1939) ao ácido nalidíxico (1962)
Ácido nalidíxico (naftiridona): • ativo somente contra enterobactérias• meia-vida curta• elevada ligação com proteínas
N
O
O
O
O
O
ácido oxolínico
O desenvolvimento do ácido oxolínico (1967)O desenvolvimento do ácido oxolínico (1967)
Diminuição da ligação com proteínas
O desenvolvimento da flumequina (1973)O desenvolvimento da flumequina (1973)
flumequina (1973)
Baixa potência, mas amplo espectro contra Gram (-)
O desenvolvimento do ácido pipemídico (1974)O desenvolvimento do ácido pipemídico (1974)
Ácido pipemídico (1974): a inserção da piperazina na posição 7 aumentou a atividade contra Pseudomonas aeruginosa e prolongou a meia-vida
Até chegar à primeira fluorquinolona: norfloxacinoAté chegar à primeira fluorquinolona: norfloxacinopatenteado em 1978 e lançado no mercado em 1986patenteado em 1978 e lançado no mercado em 1986
norfloxacino: • ativo contra Gram (+)• atividade contra Gram (-) ampliada• maior meia-vida • menor ligação com proteínas
N
O O
O
N
N
F
CH3
O
N
O O
O
N
N
F
CH3
N
O O
O
N
NH
F
N
O O
O
N
NH
F
ofloxacino (1982)
pefloxacino (1979)norfloxacino (1978)
ciprofloxacino (1983)
Maior meia-vida
Maior potência
Semelhante à flumequina
Depois da primeira fluorquinolona, milhares Depois da primeira fluorquinolona, milhares de derivados sintetizados e testados: de derivados sintetizados e testados: Quinolonas de segunda geraçãoQuinolonas de segunda geração
Isomeria óptica em fluorquinolonas: Isomeria óptica em fluorquinolonas: do ofloxacino para o levofloxacinodo ofloxacino para o levofloxacino
N
O O
O
N
N
F
CH3
O
ofloxacino (1982)
N
CH3
HO
levofloxacino (1993): o isômero S(-) puro do
ofloxacino é duas vezes mais ativo que ele
Mistura racêmica
Como melhorar a atividade das fluorquinolonas?Como melhorar a atividade das fluorquinolonas?
aumentar a atividade contra pneumococos, inclusive aqueles resistentes a beta-lactâmicos e macrolídeos
aumentar a atividade contra estafilococos (MRSA)
ampliar o espectro contra Gram (+)
aumentar a atividade contra anaeróbios
buscar atividade contra cepas resistentes ao ciprofloxacino e ao ofloxacino, incluindo estafilococos e enterobactérias
conseguir atividade contra Pseudomonas e outras espécies não-fermentativas
reduzir a taxa de resistência
POSIÇÕES NÃO-SUBSTITUÍDAS
POSIÇÃO 2: substituintes dificultam a interação com a DNA girase
POSIÇÃO 3: grupo ácido - fundamental para a interação com o sítio alvo da enzima
POSIÇÃO 4: oxigênio exocíclico - fundamental para a interação com o sítio alvo da enzima
POSIÇÃO 6: presença do átomo de flúor facilita a penetração na célula bacteriana (2-70 vezes) e aumenta a interação com a DNA girase (2 a 17 vezes). Recentemente têm sido sintetizados novos derivados sem a presença do átomo de flúor na posição 6.
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 1
atividade ótima com etil, ciclopropil, fenil fluorsubstituído ou t-butil.
2,4-difluorfenil - encontrado em temafloxacino, tosufloxacino e trovafloxacino (este último bastante ativo contra Gram (+)
N N N
O O
OF
H
H
F
F
H3N+
trovafloxacino (1999)
N
O O
O
N
N
F
CH3
pefloxacino (1979)
N
O O
O
N
NH
F
ciprofloxacino (1983)
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 1
substituintes na posição 5 sofrem forte influência dos substituintes das outras posições
A potência aumenta na seguinte ordem: OH < F < Cl < OCH3 < CH3
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 5
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 5
grupo 5-amino em 6,8-difluorquinolonas contendo ciclopropil na posição 1 aumentou atividade contra Gram (+)
N
O O
O
N
NH
F
NH2
CH3
CH3
F
esparfloxacino
grupo 5-metil também aumentou atividade contra Gram (+)
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 5
N
O O
O
N
NH
F
CH3
OMe
CH3
gatifloxacino (1999)
anéis heterocíclicos contendo nitrogênio aumentam a atividade e alteram a farmacocinética das fluorquinolonas
o primeiro substituinte desta posição foi a piperazina que aumentou a potência contra Gram (-); inúmeras outras piperazinas substituídas (3-metil; 4-metil e 3,5-dimetilpiperazina) foram testadas e, algumas aumentam atividade contra Gram(+)
em geral, pirrolidinas mostraram maior potência contra Gram (+); 7-aminopirrolidinas são mais ativos contra Gram(+) que 7-piperazinas.
Recentemente vários outros anéis (inclusive bicíclicos) têm sido observados nos novos derivados
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 7
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 7
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 7
N N N
O O
OF
H
H
F
F
H3N+
trovafloxacino (1997)
N N N
O O
OF
NH2
NO
gemifloxacino (2000)
substituintes nesta posição afetam a atividade contra anaeróbios
inúmeros grupos foram testados e poucos alcançaram sucesso: flúor, cloro, metil e oximetil
substituintes 8-cloro e 8-flúor têm sido associados com baixa estabilidade e com fototoxicidade. Lomefloxacino foi retirado do mercado, enquanto esparfloxacino e fleroxacino tiveram seu uso limitado
substituintes 8-metóxi apresentaram boa atividade contra anaeróbios e nenhuma fototoxicidade
naftiridinas, nas quais o Carbono-8 foi substituído por um átomo de nitrogênio também apresentam excelentes resultados (enoxacino, tosufloxacino, trovafloxacino e gemifloxacino)
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 8
SUBSTITUINTES NA POSIÇÃO 8
TABLE 2 Indications for Quinolone Antibiotics Labeled by the U.S. Food and Drug Administration
Indications
Agents
Uncomplicated urinary tract infections
Nalidixic acid (NegGram), cinoxacin (Cinobac), norfloxacin (Noroxin), lomefloxacin (Maxaquin), enoxacin (Penetrex), ofloxacin (Floxin), ciprofloxacin (Cipro), levofloxacin (Levaquin), gatifloxacin (Tequin), trovafloxacin (Trovan)*
Complicated urinary tract infections and pyelonephritis
Norfloxacin, lomefloxacin, enoxacin, ofloxacin, ciprofloxacin, levofloxacin, gatifloxacin
Lower respiratory tract infections (limited)
Lomefloxacin, ofloxacin, ciprofloxacin, trovafloxacin*
Skin and skin-structure infections
Ofloxacin, ciprofloxacin, levofloxacin, trovafloxacin*
Urethral and cervical gonococcal infections
Norfloxacin, enoxacin, ofloxacin, ciprofloxacin, gatifloxacin, trovafloxacin*
Urethral and cervical chlamydial and gonnococcal infections
Ofloxacin, trovafloxacin*
Bone and joint infections, gram- negative bacterial infections
Ciprofloxacin
Infectious diarrhea Ciprofloxacin
Typhoid fever Ciprofloxacin
Prostatitis Norfloxacin, ofloxacin, trovafloxacin*
Acute sinusitis Ciprofloxacin, levofloxacin, gatifloxacin, moxifloxacin (Avelox), trovafloxacin*
Acute exacerbations of chronic bronchitis
Levofloxacin, sparfloxacin (Zagam), gatifloxacin, moxifloxacin, trovafloxacin*
Community-acquired pneumonia
Levofloxacin, sparfloxacin, gatifloxacin, moxifloxacin, trovafloxacin*
Intra-abdominal infections Trovafloxacin*
Gynecologic and pelvic infections
Trovafloxacin*
Nosocomial pneumonia Trovafloxacin*
*--Treatment with trovafloxacin is reserved for life- or limb-threatening infections.9 Information from Drug facts and comparisons: loose-leaf information service. St. Louis: Facts and Comparisons, Wolters Kluwer Company, 2000:1280-93.
QUINOLONAS E FLUORQUINOLONAS:
Indicações terapêuticas, segundo o FDA
Quinolonas e fluorquinolonas: espectro de ação
Quinolonas e fluorquinolonas: frequência de reações adversas
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REFERÊNCIASREFERÊNCIAS
ANNUAL REPORTS IN MEDICINAL CHEMISTRY. To market, to market. San Diego, v. 20-39, 1984-2004.
APPELBAUM, P.C. Newer quinolone options to treat multidrug-resistant pneumococcal pneumonia. 2001.
BARBERATO FILHO, S. Pesquisa e desenvolvimento de fármacos no Brasil: estratégias de fomento. São Paulo, 2006. 190p. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo.
BHANOT, S.K. et al. The chemical and biological aspects of fluoroquinolones: reality and dreams. Current Pharmaceutical Design, v.7, p.313-337, 2001.
DE SARRO, A.; DE SARRO, G. Adverse reactions to fluoroquinolones. an overview on mechanistic aspects. Current Medicinal Chemistry, v.8, p.371-384, 2001.
KING, D.E. et al. New Classification and Update on the Quinolone Antibiotics. American Family Physician, v.61, n.9, may 2001.
VAN BAMBEKE, F.; TULKENS, P.M. Fluoroquinolones: from structure to activity and toxicity. 1999. Disponível em: http://www.sbimc.org/1999/fall/tulkens-van-bambeke-slides/tulkens-van-bambeke-slides.pdf.