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diagnóstico em Gestalt terapia

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  • COMPREENSO DIAGNSTICA EM GESTALT-TERAPIA

    PROF. DENILSON GOMES

  • A compreenso

    diagnstica aqui proposta

    se caracteriza pelo uso do

    pensamento diagnstico

    processual como fundo

    para uma caracterologia

    gestltica em dilogo com

    o DSM-IV-TR.

  • A compreenso diagnstica

    um valioso instrumento teraputico;

    um diagnstico psquico, no apenas psicopatolgico;

    leva em conta todo o campo;

    baseada muito mais na intuio e na intersubjetividade que na semiologia;

    fundamentada no olhar fenomenolgico e holstico caracterstico da abordagem

    gestltica;

    d suporte para a postura humanizada do gestalt-terapeuta em sua prtica clnica.

  • As linhas mestras de uma compreenso diagnstica em Gestalt- terapia:

    O diagnstico em Gestalt-terapia no pode ser apenas um diagnstico do

    cliente: ele precisa envolver, alm da

    intersubjetividade terapeuta-cliente:

  • o diagnstico da situao teraputica,

    o diagnstico da situao de vida do cliente como um todo e

    o diagnstico das disposies do terapeuta ante aquele trabalho clnico.

  • As linhas mestras de uma compreenso diagnstica em Gestalt-terapia:

    O diagnstico deve levar em conta tanto os aspectos intrapsquicos quanto os relacionais, com nfase nos aspectos relacionais.

    O que mais importa para a compreenso diagnstica o vivido pelo cliente.

    O diagnstico um indicador de caminhos, um mapa indispensvel.

  • As linhas mestras de uma compreenso diagnstica em Gestalt-terapia:

    O diagnstico no pode se esgotar no sintoma.

    Precisa abarcar o estilo de ser (o carter) do cliente.

    Ou seja: a compreenso do sintoma deve ser estreitamente relacionada compreenso da personalidade do paciente.

    Por exemplo: uma disfuno ertil de uma pessoa de estilo egotista (narcisista) diferente (e vivida diferentemente) da disfuno ertil de uma pessoa de estilo confluente (dependente).

  • As linhas mestras de uma compreenso diagnstica em Gestalt-terapia de Curta

    Durao:

    Quatro pontos fundamentais, alm da intersubjetividade:

    a) a figura trazida pelo cliente, sua dor, o que inclui um cuidadoso olhar para o seu ponto de interrupo mais importante no ciclo do contato neste momento;

    b) o fundo, o estilo de personalidade (carter) que d sustentao queixa, ao sintoma;

    c) a situao teraputica, a cada sesso;

    d) o campo existencial do cliente.

  • Perls:

    a Gestalt-terapia uma

    abordagem existencial, o que

    significa que no nos

    ocupamos somente em lidar

    com os sintomas ou estrutura

    de carter, mas com a

    existncia total da pessoa.

  • A sade para a GT

    Critrios mais bsicos:

    Como lida com as relaes;

    Como lida com o tempo;

    Como lida com o espao;

    Como lida com a corporeidade;

    Como lida com a conscincia;

    Como lida com a vida afetiva.

  • A sade para a GT

    Critrios mais bsicos:

    Lembrar sempre que

    a subjetividade intersubjetividade e culturalidade (cultura vivida).

    meu mundo sempre assim nosso mundo, um mundo intersubjetivo, um

    mundo comum. Tatossian

    Ateno ao mundo da vida cotidiana Lebenswelt.

  • A sade para a GT

    possibilidade de viver um fluxo ritmado e energizado de awareness

    e de formao figural atravs do qual possa interagir criativamente consigo e com seu meio,

    utilizar-se ao mximo dos recursos internos e dos recursos do ambiente para lidar criativa e apropriadamente com o mundo.(Ciornai)

  • A sade para a GT

    discriminar os contatos mutuamente enriquecedores e

    satisfatrios daqueles que so txicos e prejudiciais.

    (Ciornai)

  • A pessoa sadia aquela que se

    apossa plenamente do direito de

    sentir-se em casa no mundo, com a

    responsabilidade que a contraparte desse direito.

  • Sade tambm:

    Compreender o ser humano como animobiopsicocultural (ou seja: para alm

    do biolgico);

    Agir efetivamente no sentido de cuidar do corpo, da mente e da alma;

  • Agir efetivamente no sentido de cuidar do ambiente;

  • Aceitar a vida como graa.

  • Sade tambm:

    assumir as precariedades tpicas da condio

    humana como forma de escapar da soberba;

    no ter o corpo como dolo;

  • processo de criao constante do mundo e de si, o que integra tambm o conceito de doena:

    sade e doena no representam opostos, so

    etapas de um mesmo processo. (Augras, 1981)

  • aprender a lidar com as frustraes do dia-a-

    dia.

  • Sade ainda lidar com a morte

    e o morrer.

    Sade tambm uma adaptao equilibrada e habilidosa ao sofrimento,

    deficincia, doena, envelhecimento e

    morte, que atinge a vida de todos.

  • Sade plena a entrega apaixonada ao jogo da vida. Entregar-se sem apego s

    perdas. ( Eymard Mouro Vasconcelos

    )

  • Nas reflexes que seguem,

    vou dar nfase

    compreenso diagnstica

    do estilo de personalidade,

    ou carter, ou seja, o fundo

    do qual se sobressai a

    queixa trazida pelo cliente.

  • A compreenso diagnstica: singularidades e

    pluralidades

    o diagnstico procurar dizer em que ponto de sua existncia o indivduo se encontra e que feixes de significados ele constri em si e no mundo. Desta maneira, cada homem ser a medida de sua prpria normalidade. (Augras)

  • A compreenso diagnstica: singularidades e

    pluralidades

    Para que a compreenso

    diagnstica no se torne

    iatrognico, preciso

    que ele no reduza a

    singularidade existencial

    e a histria do cliente a

    um rtulo.

  • A compreenso diagnstica: singularidades e

    pluralidades

    preciso que o terapeuta valorize em

    seu cliente a pessoa singular que ele

    , de modo que o diagnstico possa alcanar a descrio e a compreenso

    de cada pessoa em sua singularidade.

  • Um terapeuta chega a uma compreenso melhor da singularidade

    de seu cliente se no se prende apenas ao singular que seu cliente .

  • A compreenso diagnstica: singularidades e

    pluralidades

    "todo homem , sob certos aspectos,

  • a) como todo homem;

    b) como certos homens;

  • c) como nenhum outro homem".

  • A compreenso diagnstica: singularidades e pluralidades

    A identidade, no sentido de conscincia da persistncia da prpria personalidade,

    se fundamenta na assemelhao e na

    diferenciao com as outras pessoas.

  • Cada pessoa uma combinao nova e

    nica de elementos somatopsquicos,

    sendo que, por sua vez cada um desses

    elementos no novo e nico, mas

    pertencente ao que h de comum entre os

    seres humanos.

  • A compreenso diagnstica: singularidades e pluralidades

    A compreenso diagnstica ajuda a encontrar

    melhor a singularidade em meio ao genrico.

    Destaca melhor o que nico e destaca

    melhor o que h de positivo, de potencial a

    ser desenvolvido.

    Compreenso diagnstica no massificao,

    antes pelo contrrio.

    cuidado para que no se use a compreenso

    diagnstica como uma cama de Procusto.

  • A compreenso diagnstica: singularidades e pluralidades

    A compreenso diagnstica uma teoria sobre a pessoa que procura a terapia, uma hiptese, um mapa, um como se.

    A compreenso diagnstica se fundamenta num construto

    Esta condio como se no deve nunca ser perdida de vista.

  • A compreenso diagnstica: alguns aspectos

    Pensando em termos de psicologia

    fenomenolgica, o importante em uma

    compreenso diagnstica a atitude que

    possibilite o aparecimento do fenmeno em

    sua originalidade.

  • Isso implica que, no correr da situao

    teraputica, o imediato no seja interpretado

    somente luz de referenciais anteriores,

    mas luz que busca o sentido da

    experincia para o cliente naquele momento.

  • A compreenso diagnstica: alguns aspectos

    para isso, o terapeuta necessita estar

    constantemente em um movimento pendular

    entre deixar-se envolver existencialmente,

    deixando brotar sentimentos e sensaes que

    propiciem uma compreenso intuitiva, pr-

    reflexiva dessa experincia, para, em seguida,

    estabelecer certo distanciamento que lhe permita

    uma reflexo em que procurar nomear aquela

    vivncia de forma que se aproxime o mais

    possvel do prprio vivido. Ou seja, o terapeuta

    flui do nada alm que processo, do vivido na

    relao, para momento de reflexo sobre esse

    vivido. (Ciornai)

  • A compreenso diagnstica: alguns aspectos

    A compreenso diagnstica visa

    principalmente orientar o terapeuta

    sobre como se postar e como lidar

    com o cliente, e no tem a finalidade

    de enquadrar o cliente para lhe

    propor mudanas a partir de um

    esquema anterior e estreitamente

    delimitado sobre sade.

  • A compreenso diagnstica: alguns aspectos

    diagnosticar detectar a

    configurao especfica com que se

    articulam as partes em cada

    situao concreta. um processo e

    o comeo do vislumbre de uma

    possvel re-configurao do campo.

    vislumbrar a possibilidade de

    mudana. Estamos longe do

    diagnstico como rotulao.

    (Tellegen)

  • A compreenso diagnstica: alguns aspectos

    a compreenso diagnstica , primeiramente,

    um ato descritivo que organiza o que est

    sendo percebido no momento.

    Tem tambm um significado para alm do

    presente, encerrando tanto um padro como

    tambm uma predio, ainda que mnima.

    uma tentativa de ampliar o quadro, de mover

    do que agora observvel ao que habitual,

    de costume. (Melnick e Nevis)

  • A compreenso diagnstica: alguns aspectos

    Ao diagnosticar, o terapeuta est procurando compreender o significado do sofrimento de seu cliente, levando em considerao sua histria e seu momento existencial.

    Ao diagnosticar, o terapeuta tem o intuito de compreender como essa pessoa age, sente, pensa, como ela se movimenta, enfim, pelos caminhos da vida.

  • A compreenso diagnstica: alguns aspectos

    Ao fazer a compreenso diagnstica, o

    terapeuta busca uma relao entre o aqui-e-

    agora do cliente e o l-e-ento de sua

    histria, com o propsito de alcanar a

    compreenso da queixa do cliente,

  • isso no quer dizer que haja a um raciocnio

    baseado em alguma crena de causa e

    efeito direto o ser humano complexo

    demais para que se possa compreend-lo

    baseado numa premissa dessa ordem.

  • A compreenso diagnstica: pensamento diagnstico processual

    Como hiptese, a compreenso diagnstica em psicoterapia nunca pode ser esttica: ela um processo derivado do que Frazo chama de pensamento diagnstico processual.

    A compreenso diagnstica tem que ser cotidianamente refeita e repensada, obrigando o terapeuta a permanecer atento a cada nova configurao que o cliente fizer em sua vida.

  • A compreenso diagnstica: pensamento diagnstico processual

    A compreenso diagnstica nunca est pronta.

    Um gestalt-terapeuta, agindo fenomenologicamente, no est

    impedido de fazer uma compreenso diagnstica de seu cliente (antes pelo

    contrrio), mas est definitivamente

    proibido de fechar esse diagnstico.

    A situao clnica sempre impera sobre o diagnstico.

  • funes da compreenso diagnstica

    Melnick e Nevis:

    1. uma bssola que ajuda a organizar a informao e prover uma direo de navegao atravs dos dados coletados.

    2. o processo de diagnosticar possibilita ao terapeuta um controle da sua prpria ansiedade, o que, por sua vez, lhe possibilita esperar com mais calma, sem precipitao, que a figura emerja a cada situao clnica.

  • funes da compreenso diagnstica

    3) possibilita ao terapeuta fazer predies sem

    ter que esperar que os dados emerjam da

    experincia imediata.

    4) o terapeuta precisa estar fundamentado em

    uma ampla perspectiva que inclui o futuro e,

    particularmente, o passado do cliente,

    embora a explorao que faz do passado do

    cliente seja fenomenolgica, uma tentativa

    de compreenso sem presumir que o

    passado causa o presente.

  • funes da compreenso diagnstica

    Yontef:

    no podemos evitar diagnosticar. A nossa opo : faz-lo de maneira superficial ou no deliberada, ou, ao contrrio, de maneira bem-ponderada e com awareness completa.

    Se a compreenso diagnstica feita sem awareness, aumenta o risco de se impor ao cliente uma crena ou um sistema de valores, o que seria antiteraputico.

  • A compreenso diagnstica: como fazer?

    H um campo comum para a formulao diagnstica em Gestalt-terapia, o qual inclui, dentre outros aspectos,

    a) a concepo da compreenso diagnstica como uma produo humana na relao intencional com o outro;

    b) a colocao da compreenso diagnstica junto da psicoterapia, no como algo alheio a ela ou separado dela;

    c) o conceito de compreenso diagnstica como uma ao processual realizada ao longo do processo teraputico. (Pimentel)

  • A compreenso diagnstica: como fazer? As proposies fenomenolgicas do psicodiagnstico:

    na valorizao e apreenso do

    fenmeno tal como ele acontece, no estabelecimento do dilogo, na

    valorizao do saber do cliente, na suspenso do julgamento clnico, na

    busca da compreenso possvel da

    totalidade do cliente como ser humano inserto em um contexto

    socioeconmico-histrico-cultural. (Pimentel)

  • A compreenso diagnstica, o

    carter e o eixo II do DSM-IV

  • O QUE

    PERSONALIDADE?

  • Psicologia da personalidade

    Fatores imprescindveis ao se estudar a personalidade humana:

  • Gentica, ou seja, corpo;

    Crescimento e desenvolvimento, i.e., mudanas no decorrer do tempo;

    Relaes familiares, i.e., hereditariedade e apresentao do mundo;

    Cultura, geografia e poca, i.e., campo;

    Classe social, ou seja, oportunidades.

  • Definies de personalidade

    A personalidade a

    organizao dinmica no

    indivduo de sistemas

    psicofsicos que

    determinam as suas

    adaptaes singulares ao

    prprio meio.

    (Allport)

  • Definies de personalidade

    a personalidade a

    configurao nica

    assumida no decurso da

    histria de um indivduo

    pelo conjunto de sistemas

    responsveis por seu

    comportamento.

    (Filloux)

  • Definies de personalidade

    um especfico e relativamente estvel modo de organizar os componentes cognitivos,

    emotivos e comportamentais da prpria

    experincia. O significado (cognitivo) que

    uma pessoa atribui aos eventos (de

    comportamento) e os sentimentos

    (emocional) que acompanham esses eventos

    permanecem relativamente estveis ao longo

    do tempo e proporcionam um senso

    individual de identidade. Personalidade

    esse senso de identidade e o impacto que

    ele provoca nas outras pessoas. (Delisle)

  • Definies de personalidade

    Padres persistentes de perceber,

    relacionar-se e pensar sobre o ambiente e

    sobre si mesmo. Os traos de personalidade

    so aspectos proeminentes da

    personalidade, exibidos em uma ampla faixa

    de contextos sociais e pessoais importantes.

    Apenas quando so inflexveis, mal

    adaptativos e causam prejuzo funcional

    significativo ou sofrimento subjetivo, os

    traos de personalidade constituem um

    Transtorno de Personalidade. (DSM-IV-TR, 2002)

  • Psicologia da personalidade

    Personalidade estrutura e

    processo,

  • Personalidade um

    sistema.

  • Psicologia da personalidade

    Estrutura o que se repete, so

    os padres reincidentes.

  • Estrutura so as semelhanas reincidentes e consistncias do comportamento ao longo

    do tempo e atravs das situaes.

  • Psicologia da personalidade

    Processo o que se inova

    e se renova, o criativo,

    momentneo e

    circunstancial.

  • o inesperado.

  • A estrutura possibilita uma certa

    previsibilidade e o auto-

    conhecimento.

  • O processo traz a possibilidade da

    surpresa, da inovao, da aventura e pode provocar mudanas em partes

    da estrutura.

  • Psicologia da personalidade

    Sistema o

    complexo

    relacionamento

    entre estrutura e

    processo.

  • Tipologia da personalidade

    O conceito de tipo [ou carter]

    refere-se ao aglomerado de vrios

    traos diferentes.

    Traos so categorias para a descrio e o estudo ordenados

    do comportamentos de pessoas.

    O conceito de tipo [ou carter]

    estuda principalmente as estruturas

    da personalidade.

  • Ao lado do que podemos chamar de estruturas naturais da personalidade humana, h o que

    Laura Perls chama de uma segunda natureza, o carter, o qual se constri a partir da combinao da natureza dada com

    a existncia vivida, especialmente nos

    primeiros anos de vida, compondo um jeito

    de ser, que no necessariamente

    patolgico, e que se mantm relativamente

    inalterado em seus fundamentos ao longo da

    vida.

    Esses padres de comportamento que compe o carter so, via de regra, egossintnicos.

  • O carter estrutura desenvolvida ao longo da vida e atravs de defesas que permitem lidar

    melhor com os estmulos internos e externos

    vividos pela pessoa.

    A estrutura caracterolgica, a qual se desenha a partir das mltiplas relaes ao longo do

    desenvolvimento pessoal, especialmente nos

    primeiros anos da vida, tem como funo

    facilitar a lida com a realidade, atravs de

    uma certa forma relativamente padronizada

    de ser e agir que pode, sob circunstncias

    ameaadoras em demasia, cristalizar-se,

    gerando vivncias psicopatolgicas.

  • S idealmente podemos conceber uma

    pessoa to flexvel que no tivesse um

    carter.

  • Na lida cotidiana dos processos

    psicoteraputicos, o que encontramos

    so pessoas que precisam conhecer,

    aceitar e flexibilizar seu carter. Ajud-

    las nessa tarefa , no meu modo de ver,

    o limite da psicoterapia.

  • Penso que no possvel a um trabalho psicoteraputico ajudar uma pessoa a alterar

    seu carter o limite da psicoterapia, qualquer que seja a abordagem utilizada, auxiliar a

    pessoa a conhecer, aceitar e flexibilizar seu

    carter.

    A dissoluo de um carter, a volta a uma natureza primordial no , nem pode ser, o

    propsito da psicoterapia, pois est para alm

    das possibilidades desse tipo de trabalho.

    A fronteira ltima da psicoterapia a facilitao da conscientizao, da aceitao e

    da flexibilizao do carter do cliente.

  • Conhecer e integrar o prprio carter significa experimentar limites e possibilidades de

    maneira a que a pessoa possa se tornar

    confiante nas previses que faz de si, ao

    mesmo tempo em que se mantm aberta a se

    surpreender consigo mesma.

  • Requer a busca de um autoconhecimento tal que permita ter uma ideia suficientemente

    apurada das repeties s quais se propende,

    de modo a poder, a partir desse conhecimento,

    transform-las em escolhas.

  • Aceitao do prprio carter, no passividade ou

    conformismo, pois no h o que fazer.

    Longe disso!

    Aceitar o prprio carter significa aceitar que h lutas

    que se apresentaro por toda a vida, exigindo

    cuidados especiais e ateno crtica para que o

    infinito processo de auto-atualizao seja sempre o

    mais pleno possvel, para que as mudanas

    alcanadas sejam frutferas e duradouras, para que

    os obstculos inerentes ao carter sejam enfrentados

    e as sabedorias inerentes ao carter sejam

    desenvolvidas e colocadas a servio da vida.

  • Tipologia [caracterologia ] da

    personalidade

    Uma caracterologia eficaz

    ajuda a compreender as

    pessoas com base em

    certos padres universais a

    partir dos quais se organiza

    a singularidade de cada

    pessoa.

  • o diagnstico do carter

    Na compreenso do fundo, quer dizer, do estilo de personalidade [carter] que d sustentao ao sintoma,

    uma tipologia auxilia sobremaneira o terapeuta.

    O desenvolvimento de uma caracterologia:

    1. fornece elementos para diagnstico,

    2. favorece uma compreenso relacional,

    3. favorece considerao e respeito para com o cliente,

    4. favorece aceitar as diferenas sem julgamento,

    5. possibilita ajudar ao outro como ele necessita ser ajudado, e no segundo um padro estereotipado

    de ajuda.

  • o diagnstico do estilo de personalidade

    Uma tipologia ajuda a estar atento s probabilidades psicopatolgicas a que cada cliente possa propender, sempre lembrando que no existem tipos puros uma tipologia consiste de elementos referenciais para um diagnstico.

    Uma tipologia eficaz ajuda a compreender as pessoas a partir de certos padres universais a partir dos quais se organiza a singularidade de cada pessoa.

    Uma tipologia, ao auxiliar um diagnstico, uma reduo, mas no pode ser um reducionismo.

  • A compreenso da

    personalidade aqui proposta

    se caracteriza pelo uso de

    uma caracterologia gestltica

    em dilogo com o DSM-IV-

    TR, eixo II.

  • o diagnstico do estilo de personalidade [carter]

    O conceito de carter:

    facilita compreender meu cliente, seu jeito de ser e sua experincia,

    facilita compreender como o cliente se relaciona consigo mesmo e com o meio,

    permite apressar a compreenso de suas faltas e de suas necessidades, de suas sabedorias e de suas potencialidades.

  • o diagnstico do carter

    ilumina para o terapeuta o caminho entre a percepo e compreenso da originalidade de meu cliente e a percepo e compreenso do que ele tem de comum com outros seres humanos, trajeto bsico para um diagnstico bem feito.

    Como todo instrumento psicolgico, tambm uma caracterologia no permite esgotar a compreenso do cliente, o que obriga a constantemente refazer o diagnstico.

    a experincia do cliente sempre maior que qualquer diagnstico que se possa fazer dele.

  • o diagnstico do carter

    O estudo do carter no pode ser visto como uma

    camisa de fora ou uma gaveta onde se deva

    encaixar cada pessoa em nome de uma suposta

    uniformidade, mas deve ser visto, da maneira como

    o uso em psicoterapia, como um instrumento

    auxiliar para o terapeuta em seu trabalho de

    compreenso e acolhimento de seu cliente.

  • Esse uso da tipologia no ameaa ou substitui a

    originalidade de cada cliente. Antes pelo contrrio,

    reala-a no encontro teraputico.

  • o diagnstico do carter

    Quando fao um diagnstico e me utilizo da

    caracterologia, busco compreender o fundamento,

    a estrutura e o processo em que se apia o

    sofrimento denunciado pelo cliente.

  • No dilogo com o DSM-IV-TR, ao diagnosticar,

    trabalho com o que o DSM-IV-TR denomina

    transtornos de personalidade no somente no

    sentido de transtorno ou de patologia, mas num

    sentido de estilo de personalidade, de carter, um

    modo de se relacionar e de estar no mundo.

  • o diagnstico do carter

    No DSM-IV-TR, a diferena entre a pessoa que desenvolve um transtorno de personalidade e a que no desenvolve apenas de flexibilidade; na caracterologia gestltica o patolgico a cristalizao e a falta de flexibilidade que permita pessoa ser conduzida pela situao.

    DSM-IV-TR: todos ns temos a possibilidade de desenvolver um transtorno de personalidade em algum momento de nossa vida, e o transtorno que desenvolveremos, se for o caso, ser baseado em nosso estilo de personalidade.

  • o diagnstico do carter

    DSM-IV-TR: o transtorno o estilo que se cristalizou e, por isso, causa sofrimento;

    Gestalt-terapia: o carter causa sofrimento

    quando cristalizado, rgido.

  • os transtornos [e os caracteres] no so, por

    si ss, doenas ou caractersticas

    ontolgicas, so construtos que descrevem

    estilos de ser desenvolvidos ao longo da vida

    e que podem, sob determinadas

    circunstncias, levar a problemas que geram

    angstias e mal-estares.

  • o diagnstico do carter

    Ao fazer essa anlise da personalidade do cliente,

    no estou particularmente interessado na

    determinao da presena ou da ausncia de uma

    enfermidade,

    mas

    em compreender um jeito de ser, um estilo de lidar

    com as relaes, de lidar com a vida e com os

    problemas existenciais.

    Procuro antes olhar para a sade que para a

    doena, para o que o cliente traz de criativo mais

    do que para o que o cliente traz de problemtico,

    visando, assim, ampliar o sentido de cooperao

    necessrio no processo teraputico.

  • o diagnstico do carter

    Quando priorizo o aspecto saudvel e criativo do

    cliente, no me coloco (e nem o convido para se

    colocar) em luta contra algum aspecto de si que

    deva ser eliminado ou modificado, mas me coloco

    (e o convido para se colocar) em aliana com

    aquilo que nele ainda no pde se desenvolver

    suficientemente e precisa ser desenvolvido.

  • Agindo assim, estou mais atento ao sentido do

    sofrimento denunciado que s suas causas.

  • o diagnstico do carter

    Assim como o terapeuta tem um estilo bsico, tambm os clientes o tem;

    assim como o terapeuta aprende seletivamente, baseado em quem ele , assim tambm os clientes.

  • o diagnstico do carter

    O que precisa ser modificado o que porventura haja de cristalizado, e no o carter de cada pessoa.

    O carter deve ser melhor conhecido, como maneira de o cliente se descobrir mais, se compreender melhor e desenvolver mais adequadamente seus potenciais.

    Diferentes caracteres respondero a diferentes agentes catalisadores como indutores de mudana.

  • O ciclo de contato aqui ser tomado com oito etapas:

    1. a sensao, ou percepo corporal de alguma necessidade;

    2.a conscientizao dessa necessidade;

    3.a mobilizao para atender essa necessidade;

    4.a ao proveniente dessa mobilizao;

    5.a interao que essa ao provoca;

    6. o contato final movido pela necessidade; o fechamento

    proveniente desse contato final e, fechando o ciclo,

    7.a retirada, para que novo ciclo se inicie, num processo sem fim

    por toda a vida.

  • Em termos de compreenso diagnstica, alm de

    compreendermos, a partir desse modelo de ciclo de contato,

    como se d o contato, podemos compreender tambm como se

    do as descontinuaes desse contato, tambm chamados de

    bloqueios de contato ou de resistncias.

    Prefiro o termo descontinuao porque me parece que ele

    descreve melhor o que acontece na experincia das pessoas,

    uma vez que o contato no deixa de existir, portanto, no fica

    bloqueado, mas fica descontinuado, com seu ritmo quebrado e

    sua plenitude reduzida.

    No gosto do termo mecanismo (em mecanismo de defesa) porque entendo que ele se fundamenta numa viso muito

    cartesiana, a qual utiliza a mquina como metfora para

    entender o homem, desrespeitando, portanto, a enorme

    complexidade que somos.

  • Para cada etapa do contato h uma maneira de se o descontinuar.

    a descontinuao para a sensao a dessensibilizao;

    a descontinuao para a conscientizao a deflexo;

    a descontinuao para a mobilizao a introjeo;

    a descontinuao para a ao proveniente da mobilizao a projeo;

    a descontinuao para a interao a proflexo;

    a descontinuao para o contato final a retroflexo;

    a descontinuao para o fechamento proveniente desse contato final o egotismo;

    finalmente, a descontinuao para a retirada a confluncia.

  • Mobilizao Introjeo:

    esquiva

    Conscincia Deflexo:

    histrinico

    Sensao Dessensibilizao:

    esquizide e

    esquizotpico

    Abertura

    para a

    vivncia

    Ao

    Projeo:

    paranide

    Interao

    Proflexo:

    borderline Contato final

    Retroflexo: obsessivo-

    compulsivo Fechamento

    Egotismo: narcisista e

    antissocial. Retirada Confluncia:

    dependente

  • Entendo que cada descontinuao

    pode aparecer em, basicamente,

    trs formas, no necessariamente

    excludentes. A descontinuao

    pode ser um ato, um estado ou

    um carter. Nas trs formas ela

    pode ser saudvel, ou no, a

    depender das circunstncias.

  • Uma descontinuao um ato quando

    episdica, espordica, apenas um

    momento, no uma repetio: o

    caso, por exemplo, de quando, em

    determinada situao, retrofletimos

    para evitar uma discusso improdutiva

    com um superior hierrquico.

    Nesses casos, em que no h

    repeties, no h a necessidade de

    intervenes psicoteraputicas.

  • Uma descontinuao constitui um estado quando a pessoa se apia na

    descontinuao em funo de exigncia situacional, quer dizer, em determinada

    situao, por um determinado tempo, a pessoa se vale de sua capacidade de

    flexibilizar seu carter e vive aquela situao praticamente como se tivesse um outro

    carter.

    Essa vivncia possvel apenas por um determinado perodo e em determinada

    situao, e logo a pessoa precisar voltar a se apoiar em seu carter de base.

    Quando esse movimento saudvel, essa porta de passagem entre o carter e a

    descontinuao como estado permanece aberta e disponvel para novas incurses

    quando a situao vivida exigir. Quando essa porta fica truncada, o apoio em um

    carter secundrio pode se repetir de maneira cristalizada, constituindo uma situao

    patolgica.

    Por exemplo, em determinadas depresses uma pessoa pode ter a introjeo como

    defesa, repetidamente. Nesses casos, uma interveno teraputica pode ajudar a

    pessoa a desenvolver outras maneiras de lidar com o mundo, abandonando essa

    postura introjetiva repetida e deixando de reagir depressivamente s situaes.

  • Uma descontinuao constitui um

    carter quando se configura como

    estrutura da personalidade, modo

    peculiar e habitual de estar no

    mundo.

  • A maioria do gestalt-terapeutas que teorizaram sobre o ciclo de contato toma cada descontinuao do contato como um estado, portanto, um

    processo, algo que pode ter um fim, o que me parece correto.

    Este tipo de uso do ciclo de contato j est consagrado na abordagem gestltica. Ele se assemelha ao eixo I do DSM-IV. O que proponho aqui

    um avano para alm disso, uma nova compreenso desse conceito

    clareador para a compreenso do ser humano, um uso que se assemelha

    ao Eixo II do DSM-IV.

    Estou me referindo possibilidade de se perceber cada descontinuao descrita no ciclo de contato como uma base para um tipo de carter, sem

    deixar de considerar cada um desses pontos como possivelmente

    tambm um estado ou um ato, como expliquei acima e reafirmo aqui:

    cada ponto do ciclo de contato pode caracterizar um ato, momentneo; um

    estado, quer dizer, uma resposta situacional que pode se cristalizar; uma

    estrutura, ou carter, ou seja, uma forma de organizao e de ao, um

    jeito de estar no mundo. Como estado, ele pode ser dissolvido e

    ultrapassado; como estrutura, ele precisa ser conhecido, compreendido,

    flexibilizado e aceitado.

  • Quanto mais saudvel uma pessoa, menos previsvel

    comportamentalmente ela , mas alguma previsibilidade

    necessria, minimamente que seja para garantir que h uma

    continuidade, que h uma histria.

    Desse modo, quanto mais saudvel uma pessoa, mais difcil

    identificar-se qual seu estilo preponderante, mas,

    seguramente, sempre h um estilo que se impe no cotidiano.

    Dizendo de outra maneira: quanto mais neurotizada est uma

    pessoa, menos flexibilidade ela tem, mais previsvel ela se

    torna, menos ela explora os outros modos de ser existentes nela

    mas no predominantes, mais ela tem dificuldades de responder

    situao presente, mais ela se estereotipa.

  • Quanto mais atualizada est uma pessoa, mais ela

    pode responder situao que se apresenta com o

    estilo requerido naquele momento, embora mantenha

    uma inclinao por um determinado padro e saiba

    que, ao se apoiar no estilo que no o seu de origem,

    est como visitante, de maneira temporria, ainda que

    confortvel.

    Assim que, por exemplo, uma pessoa de estilo

    egotista estar pronto para a ao e para novos

    contatos mesmo depois de ministrar por trs dias um

    curso de tempo integral para um grupo, ao passo que

    uma pessoa de estilo retrofletor, depois de ministrar o

    mesmo curso, necessitar de um tempo de

    recolhimento para que se abra plenamente a novos

    contatos.

  • Assim, a pessoa saudvel aquela que vive com

    ampla aceitao o estilo que lhe exige a situao, mas

    que fica confortvel mesmo quando a situao exige

    o estilo que predominante.

    Mesmo sendo de um estilo confluente, uma pessoa

    pode tornar-se suficientemente autnoma, mas, de

    tempos em tempos, necessitar que algum em quem

    confie lhe diga que ela , sim, capaz de sustentar sua

    autonomia.

    Da mesma maneira, uma pessoa defletora saber

    colocar-se na coxia quando isso for conveniente, mas

    pisar o palco to logo tenha uma oportunidade para

    isso.

  • Cada um de ns tem um jeito de ser que se repete, com maior ou menor plasticidade, desde

    a mais tenra existncia at a morte. Isso o que

    caracterizo como estrutura (ou estilo) da

    personalidade, ou carter.

    Essa estrutura no necessariamente patolgica, antes pelo contrrio, embora possa

    estar adoecida, quer dizer, rgida, cristalizada,

    de maneira que, em vez de servir de suporte

    para mudanas, serve de barreira e estagnao.

  • O dilogo que tento estabelecer, atravs

    do ciclo de contato, entre a Gestalt-terapia e o DSM-IV, eixo II, como referncias de

    estilos de personalidade encontra sentido em meu trabalho a partir de algumas

    reflexes, das quais quero destacar o cunho descritivo do DSM-IV, o que facilita

    um olhar fenomenolgico para ele e

    permite que ele seja uma referncia para a viso gestltica sobre a psicoterapia.

  • Delisle:

    com exceo dos transtornos mentais orgnicos, nenhum dos

    transtornos mentais descritos no DSM tem uma etiologia

    estabelecida. Pode at ser difcil de acreditar, mas as causas do

    transtorno histrinico ou da agorafobia so desconhecidas.

    bvio, os clnicos disputaro a validade de diversas hipteses

    explicativas. Aprendizagem social, desequilbrio hormonal,

    dinmica edpica ou relaes objetais so todas especulaes

    inteligentes que nunca puderam ser adequadamente verificadas

    em bases cientficas. por isso que as categorias clnicas do

    DSM, com exceo das desordens nas quais alguma leso do

    sistema nervoso central ocupa papel significante, esto

    baseadas mais em um critrio descritivo que em inferncias,

    sem qualquer referncia implcita a causas e etiologia.

  • o diagnstico do carter

    esquizide; O DSM-IV descreve os

    seguintes dez tipos de

    transtorno de

    personalidade, os quais

    entenderei, como j

    expliquei, como estilos de

    personalidade:

    paranide;

    esquizotpica;

    anti-social;

    borderline;

    histrinica;

    narcisista;

    esquiva;

    dependente;

    obsessivo-compulsiva.

  • Personalidade

    o diagnstico do carter

    Os Transtornos da Agrupamento A (parecem "esquisitos"):

    so reunidos em

    trs agrupamentos,

    com base em similaridades

    descritivas.

    Paranide;

    Esquizide;

    Esquizotpica.

  • o diagnstico do carter

    Agrupamento B

    (parecem dramticos,

    emotivos, errticos):

    Anti-Social;

    Borderline;

    Histrinica;

    Narcisista.

  • Agrupamento C

    (parecem ansiosos ou

    medrosos.):

    Esquiva;

    Dependente;

    Obsessivo-

    Compulsiva.

  • O que defendo que podemos

    compreender, sob o ponto de vista

    gestltico, cada um desses estilos

    de personalidade do DSM-IV, cada

    um desses caracteres, como

    apoiado preferencialmente em

    uma descontinuao do contato, o

    que caracteriza o carter na

    linguagem gestltica.

  • personalidade paranide carter projetivo;

    personalidades esquizides e esquizotpicas pessoas

    dessensibilizadas;

    personalidade borderline carter proflexivo;

    personalidade histrinica carter deflexivo;

    personalidade narcsica e a personalidade antissocial carter

    egotista;

    a personalidade esquiva um carter introjetivo;

    personalidade dependente carter confluente;

    personalidade obsessivo-compulsiva carter retrofletor.

  • Embora o DSM-IV-TR aponte diferenas entre os estilos esquizide e esquizotpico

    da personalidade, penso que entre eles h mais semelhanas que diferenas, ambos

    apoiados especialmente na dessensibilizao, por isso os reno em

    um nico carter.

    No caso do narcisismo, penso, com

    Lowen, que o estilo antissocial o narcisista muito adoecido, por isso os

    reno aqui no carter egotista.

  • Cada um desses tipos ilumina, dentre outros

    aspectos, um propsito amplo para o processo

    teraputico, o que, por sua vez, orienta o

    terapeuta em seu trabalho.

  • Alm desse propsito amplo, cada um desses

    caracteres exigir do terapeuta um cuidado

    especfico no que diz respeito comunicao

    (verbal e no-verbal), ao tato, ao acolhimento e

    confrontao, dentre outros aspectos.

  • No que diz respeito ao propsito amplo da psicoterapia para

    cada tipo de carter, isso quer dizer que cada um deles tender

    a demandar um tipo de mudana, uma rota no caminho da

    flexibilizao, um norte.

    o norte para as pessoas dessensibilizadas passa por uma

    reapropriao corporal;

    para o carter projetivo, busca-se a possibilidade de um maior

    distanciamento entre os aspectos emocionais e os cognitivos,

  • de modo a ampliar a crtica ao vivido e o tempo de reao a

    cada emoo percebida;

    para o carter proflexivo, o norte a ampliao do

    autoconhecimento como forma de se diferenciar do outro e de

    buscar guiar-se mais por si;

  • para o carter egotista, o norte a ampliao da capacidade de

    empatia e de humildade;

    para o carter defletor, a possibilidade de se aprofundar mais;

    para o carter confluente, o norte a possibilidade de ampliao

    da autonomia;

    para o retrofletor, a liberdade e a soltura;

    para o introjetivo, a ampliao da capacidade crtica e da

    agressividade.

    Embora cada um desses nortes servem para todas as pessoas;

    o que afirmo aqui que h, para cada carter, um sobressair

    dessas finalidades apontadas acima.

  • Quando digo que para cada tipo de personalidade h um trajeto j esboado (e apenas esboado), isso obriga a prestar ainda mais ateno nas

    diferenas individuais.

    O apontar de caminhos que se pode depreender do estilo de personalidade de cada cliente feito grosso modo, devendo ser especificado cuidadosa e

    continuamente para cada cliente em cada momento do processo teraputico.

    Cabe ainda ressalvar que no existe algum que possa ser enquadrado em um estilo puro de personalidade, mas que sempre h um estilo que

    prevalece no cotidiano da pessoa.

    De uma maneira geral, tenho observado que o mais comum poder-se compreender cada cliente como tendo um estilo prevalente e, ao menos, um

    outro que se pode denominar de auxiliar, os dois demandando especial ateno por parte do psicoterapeuta ao fazer o diagnstico de fundo.

    Alm disso, importante lembrar que, como em qualquer outra caracterologia, cada pessoa tem a possibilidade de lidar com algumas

    situaes em qualquer um dos estilos existentes.

  • o diagnstico do carter

    O apontar de caminhos que se

    pode depreender do carter de

    cada cliente feito grosso

    modo, devendo ser especificado

    cuidadosa e continuamente para

    cada cliente em cada momento

    do processo teraputico.

  • o diagnstico do estilo de personalidade

    No existe algum que possa ser enquadrado em

    um estilo puro de personalidade, mas sempre

    h um estilo que prevalece no cotidiano da pessoa.

    Pode-se compreender cada cliente como tendo um

    estilo prevalente e, ao menos, um outro que se

    pode denominar de estilo auxiliar, os dois

    demandando ateno por parte do psicoterapeuta

    ao fazer o diagnstico de fundo.

    Cada pessoa tem a possibilidade de lidar com

    algumas situaes em qualquer um dos estilos

    existentes, pois, como j afirmou Terncio, nada

    do que humano me estranho.

  • o estilo de personalidade esquizide

    em psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    Indiferena interpessoal; fracas necessidades

    afetivas ou sexuais;

    funcionamento sub-

    intelectual.

    O que figura para o

    cliente:

    Necessidade de

    segurana e de

    independncia ante o

    terapeuta.

    Palavra-chave: solido

    reao que mais

    comumente provoca no

    terapeuta: Frieza.

    estratgias teraputicas

    gerais:

    Aumentar progressivamente a

    sensibilidade s sensaes

    agradveis. Ateno

    cuidadosa rede social.

    Ampliar cognio.

  • o estilo de personalidade paranide

    em psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    Est sujeitado a uma imagem de si inviolvel,

    associada a idias

    persistentes de importncia

    e de referncia.

    O que figura para o

    cliente:

    O medo.

    Palavra-chave: vigilncia

    reao que mais

    comumente provoca no

    terapeuta: Parania.

    estratgias teraputicas

    gerais

    No tente subtrair-se de sua suspeio.

    Trabalhe para diminuir

    a coeso entre os plos

    cognitivo e emotivo.

  • o estilo de personalidade esquizotpica

    em psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    Est sujeitado a uma imagem de si como sendo

    estranho, despersonalizado

    e dissociado de sua

    experincia. Excntrico.

    O que figura para o

    cliente:

    Excentricidade.

    Palavra-chave: marginalidade

    reao que mais comumente

    provoca no terapeuta:

    Pensamentos msticos.

    estratgias teraputicas

    gerais:

    No se perca na confuso dele. Trabalhe para

    aumentar a coeso entre o

    plo cognitivo e os

    comportamentos

    interpessoais.

  • o estilo de personalidade anti- social

    em psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    sujeito a uma imagem de si como autnomo, livre das

    convenes sociais e no

    atrapalhado pelas

    convenincias.

    O que figura para o

    cliente:

    Ele mesmo.

    Palavra-chave: temeridade

    reao que mais

    comumente provoca no

    terapeuta: Mais-valia.

    estratgias teraputicas

    gerais:

    Diminuir a centrao sobre si. Aumentar a

    tolerncia

    passividade, demora

    de gratificao.

  • o estilo de personalidade borderline

    em psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    Est sujeitado a uma

    imagem de si insegura,

    imatura e nebulosa.

    Frgil controle

    inibitrio.

    O que figura para o

    cliente:

    notvel necessidade de

    amor.

    Palavra-chave: instabilidade

    reao que mais comumente provoca

    no terapeuta:

    Desejo de colocar no colo, d

    ou raiva ante a fragilidade do

    auto-cuidado do cliente.

    estratgias teraputicas

    gerais:

    Mantenha limites muito claros e seja particularmente

    estvel e centrado. Trabalhe

    para aumentar a coeso

    interna entre o eu e os

    afetos.

  • o estilo de personalidade histrinica

    em psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    ao afetada, teatral ou impulsiva, usada a servio

    da necessidade de ateno.

    insacivel no contato.

    O que figura para o

    cliente:

    A ateno do ambiente

    externo.

    Palavra-chave:

    exuberncia

    reao que mais

    comumente provoca no

    terapeuta: Raiva.

    estratgias teraputicas

    gerais

    Foco sobre o plo passivo da experincia do cliente, sua

    capacidade de acomodar os

    acontecimentos sem ter de se

    modificar. Diminuir a centrao

    no outro.

  • o estilo de personalidade narcisista

    em psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    Age um pouco como se fosse uma mensagem

    publicitria; pode-se ver o

    produto mas no se pode

    sabore-lo.

    O que figura para o

    cliente:

    Notvel necessidade de

    ser admirado.

    Palavra-chave: presuno

    reao que mais

    comumente provoca no

    terapeuta: Menos-valia.

    estratgias teraputicas

    gerais

    Aumentar a centrao sobre o outro.

  • o estilo de personalidade esquiva em

    psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    A simbolizao est sujeitada a preocupaes

    constantes com respeito a

    rejeio, ao ridculo e a

    humilhao.

    O que figura para o

    cliente:

    Notvel necessidade de

    ser confirmado.

    Palavra-chave: prudncia

    reao que mais comumente provoca no terapeuta: Desejo

    de encorajar.

    estratgias teraputicas

    gerais

    Aumentar progressivamente a sensibilidade s sensaes

    agradveis e experincia do

    prazer. Fornecer suporte

    tolerncia das sensaes

    ligadas dor. Aumentar a

    capacidade de estar passivo.

  • o estilo de personalidade dependente

    em psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    Uma convico ntima de no estar altura, de

    ser inadequado.

    O que figura para o

    cliente:

    Ter um referencial

    externo.

    Palavra-chave: devoo

    reao que mais comumente

    provoca no terapeuta: Um

    enorme desejo de

    frustrar o cliente.

    estratgias teraputicas

    gerais

    Evitar estar muito ativo. Aumentar o plo ativo da

    experincia do cliente. Dar

    ateno particular tendncia

    do cliente a se descentrar de

    sua experincia para dar conta

    do ambiente.

  • o estilo de

    personalidade obsessivo-

    compulsiva em psicoterapia de curta durao:

    algumas caractersticas

    bsicas:

    Se v como consciencioso, disciplinado, prudente e leal.

    Ao disciplinada, rgida, polida ou obsequiosa.

    O que figura para o

    cliente:

    A ordem, a retido, a

    previsibilidade.

    Palavra-chave:

    conscienciosidade

    reao que mais

    comumente provoca no

    terapeuta: Sono.

    estratgias teraputicas

    gerais

    Tenha uma ateno especial ao dilema da centrao sobre si ou

    sobre o outro. Aumentar a

    capacidade de agir, trabalhando

    sobretudo na energizao.

  • o diagnstico e a queixa

    Ao estudar a queixa do cliente h que se olhar para

    a sua situao de vida e para a sua situao

    clnica, isto , se ele tem alguma manifestao de

    algum transtorno psquico que possa exigir outros

    tipos de interveno.

    O diagnstico psicolgico se d principalmente

    atravs da compreenso da queixa e de seu

    sentido, alm da compreenso da maneira como

    essa pessoa lida consigo mesma, com sua

    existncia, com seu ambiente e como vive sua

    queixa.

  • o diagnstico e a queixa

    A queixa apresentada pelo cliente denuncia uma atitude existencial que se tornou insatisfatria, uma configurao cristalizada.

    um repetir, um pedir de novo, e de novo, e de novo, e de novo, enfim, uma interrupo que atrapalha ou impede o processo de desenvolvimento da pessoa.

  • Trata-se de uma gestalt incompleta que busca, por sua repetio, um fechamento.

  • o diagnstico e a queixa

    O importante compreender o significado desta queixa, o sentido deste sintoma, bem

    como a maneira com que o cliente o

    experiencia.

  • O que o sintoma aponta?

    Que falta ele denuncia?

    Que perspectivas existenciais ele abre?

  • o diagnstico e a queixa

    O sintoma representa a melhor forma possvel de viver nas condies atuais

    daquela pessoa.

  • O sintoma faz parte de uma histria, um elo de uma extensa corrente de tentativas

    que o cliente fez para atualizar seu potencial

    e continuar seu crescimento.

  • o diagnstico e a queixa

    O sintoma tambm uma maneira de continuar a crescer, ele um ato criativo em prol da vida: no houvesse a possibilidade de a pessoa se desenvolver melhor do que tem conseguido, no haveria dor que a impulsionasse em direo busca de mudana.

    O que di um potencial que no encontrou ainda como se desenvolver suficientemente bem.

  • o diagnstico e a queixa

    Deve-se buscar a relao que existe entre a figura (o sintoma) e o fundo, pois o fundo que d sentido figura.

    Nesse caso, o fundo , alm do estilo de personalidade do cliente, seu momento existencial, o qual inclui sua situao ambiental, sua histria, suas possibilidades.

  • o diagnstico e a queixa

    O que estar impedindo o fechamento desta gestalt?

    Certamente, falta alguma condio, ou algumas condies para que essa gestalt se feche, e por isso que o cliente pede ajuda: ele percebe que sozinho no pode superar os empecilhos que bloqueiam a continuao de seu crescimento.

    funo do terapeuta procurar a maneira como esta gestalt pode se completar para que o indivduo possa retomar a possibilidade de crescimento e de desenvolvimento.

    Interessa demais ao gestalt-terapeuta compreender como seu cliente interrompe seu ritmo de contato, em que ponto do ciclo de contato h mais dificuldades para ele caminhar.

  • o diagnstico e a queixa

    Num certo sentido, o sintoma a tentativa de resoluo de coisas inacabadas;

    tentativa de auto-atualizao.

  • Na medida que muita energia investida em dar conta de situaes inacabadas, sobra

    pouca energia para lidar com situaes

    novas e interrompe-se o processo de

    crescimento.

  • o diagnstico e a queixa

    Toda experincia fica suspensa at que a pessoa a conclui. A maioria dos indivduos tem uma grande

    capacidade para situaes inacabadas -

    felizmente, porque no curso da vida estamos

    condenados a ficar com muitas delas.

  • No obstante, (...) estes movimentos no

    completados buscam um completamento e, quando

    se tornam suficientemente poderosos, o indivduo

    envolvido por preocupaes, comportamentos

    compulsivos, cuidados, energia opressiva e muitas

    atividades auto-frustrantes. (Polsters)

  • o diagnstico e a queixa

    preciso cuidado para que no se pretenda explicar o todo do cliente a partir do sintoma, pois isso seria uma perigosa inverso.

    O sintoma um estado, um processo, no algo esttico e sem perspectiva de transformao.

    H um processo saudvel sustentando o sintoma que o cliente traz

    a doena precisa ser vista como abertura para novas possibilidades existenciais a partir do confronto com determinados impedimentos. (Rehfeld)

  • o diagnstico e a queixa

    O diagnstico deve, ainda, apoiar-se nos aspectos relacionais, quer seja na maneira

    como eles aparecem em terapia, quer seja

    no dia-a-dia do cliente.

  • Deve, finalmente, ter claro que a complexidade individual nunca se encerra

    dentro de um diagnstico. (Augras)

  • o diagnstico do terapeuta

    Para finalizar o diagnstico, o terapeuta deve fazer, com cada cliente e a cada situao teraputica, um diagnstico de si mesmo.

    preciso que o terapeuta tenha o mais claro possvel o que o motiva a trabalhar com aquela pessoa, que sensaes, que sentimentos, que reflexes, aquela pessoa provoca.

    O diagnstico que o terapeuta faz de si prprio ante aquele cliente a melhor medida que ele tem sobre sua competncia, ou no, sobre sua disponibilidade, ou no, no processo e a cada sesso, para dispor-se a viver aquela aventura, para entrar naquela relao.

  • o diagnstico do terapeuta

    a condio pessoal do conselheiro no comeo do processo , obviamente, importante tambm: se ele est 'esvaziado' para escutar o cliente ou se ele precisa um pouco mais tempo para 'chegar', se h incertezas em relao ao contrato ou se h uma gestalt aberta da sesso anterior. (Fuhr)

    Somente aps esse auto-diagnstico o terapeuta estar suficientemente esclarecido para viver aquilo que o ponto fulcral de um processo gestalt-teraputico, a relao.

  • o diagnstico do terapeuta

    No meu modo de ver, a postura fundamental do

    psicoterapeuta ao fazer o seu diagnstico aquela

    que Paulo Barros traduz da seguinte maneira:

    para mim, ser terapeuta supe um interesse humano muito grande, um interesse pela pessoa

    que est diante de voc. Supe um interesse pelas

    coisas humanas e uma disponibilidade para

  • perceber o que est acontecendo com a pessoa,

    uma curiosidade especial e especfica a respeito da

    pessoa em questo. (...) fundamental um

    interesse genuno em relao s coisas humanas.

  • o diagnstico do terapeuta

    O processo de diagnstico

    fundamenta-se na

    intersubjetividade, o que

    obriga o terapeuta a observar

    sua prpria subjetividade e

    transform-la em ferramenta

    para a compreenso do outro.

  • o diagnstico do terapeuta

    Torna-se imprescindvel ao psiclogo dois caminhos concomitantes de aperfeioamento:

    aprimorar-se no domnio das tcnicas especficas a sua profisso e

    aprimorar-se no conhecimento de si prprio, inclusive como treino para o conhecimento do cliente.

  • A sade para a GT

    Critrios mais bsicos:

    Como lida com as relaes;

    Como lida com o tempo;

    Como lida com o espao;

    Como lida com a corporeidade;

    Como lida com a conscincia;

    Como lida com a vida afetiva.

  • A sade para a GT

    Critrios mais bsicos:

    Lembrar sempre que

    a subjetividade intersubjetividade e culturalidade (cultura vivida).

    meu mundo sempre assim nosso mundo, um mundo intersubjetivo, um

    mundo comum. Tatossian

    Ateno ao mundo da vida cotidiana Lebenswelt.

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Psicopatologias mais fundamentais:

    (Cuidado: so construtos complexos)

    esquizofrenia e outros transtornos psicticos;

    transtornos de humor;

    transtornos de ansiedade.

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Psicopatologias mais fundamentais:

    esquizofrenia e outros transtornos psicticos:

    conceitualmente definido como uma perda dos limites do ego ou um

    amplo prejuzo no teste de realidade. Os diferentes transtornos

    nesta seo salientam diferentes aspectos das vrias definies de

    psictico. Na Esquizofrenia, no Transtorno Esquizofreniforme e no

    Transtorno Psictico Breve, o termo psictico refere-se a delrios,

    quaisquer alucinaes proeminentes, discurso desorganizado ou

    comportamento desorganizado ou catatnico. No Transtorno

    Psictico Devido a uma Condio Mdica Geral e no Transtorno

    Psictico Induzido por Substncia, psictico refere-se a delrios ou

    apenas quelas alucinaes que no so acompanhadas de

    insight. Finalmente, no Transtorno Delirante e no Transtorno

    Psictico Compartilhado, psictico equivale a delirante.

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Psicopatologias mais fundamentais:

    transtornos de humor; A perturbao fundamental uma alterao do humor ou do afeto,

    quer seja no sentido de uma depresso (com ou sem ansiedade associada), quer seja no de uma elao.

    A alterao do humor em geral se acompanha de uma modificao do nvel global de atividade, e a maioria dos outros sintomas so quer secundrios a estas alteraes do humor e da atividade, quer facilmente compreensveis no contexto destas alteraes.

  • A maioria destes transtornos tendem a ser recorrentes e a ocorrncia dos episdios individuais pode freqentemente estar relacionada com situaes ou fatos estressantes.

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Psicopatologias mais fundamentais:

    transtornos de ansiedade:

    vrias formas de ansiedade patolgica, medos e fobias que podem

    surgir rapidamente ou lentamente, durante um perodo de muitos

    anos, e que interferem na rotina diria do indivduo.

    Os transtornos de ansiedade mais comuns so:

    Sndrome do Pnico

    Fobias

    Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

    Estresse ps-traumtico

    Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

    Agorafobia e outras fobias

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Esquizofrenia e outros transtornos psicticos: Critrios mais bsicos:

    Como lida com as relaes: pobreza de relacionamentos; muita dificuldade para

    realmente perceber o outro; dificuldade com o

    mundo compartilhado perda do senso comum.

    Como lida com o tempo: nega o tempo compartilhado; vazio de tempo, um tempo

    paralisado que diferente do tempo vazio (tdio).

    Como lida com o espao: desajeitadamente; sem destreza; sem graa; rgidamente contido.

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Esquizofrenia e outros transtornos psicticos: Critrios mais bsicos:

    Como lida com a corporeidade: corpo negado, no apossado, no biografado;grande prevalncia do corpo- objeto sobre o corpo-sujeito.

    Como lida com a conscincia: dificuldade com a realidade compartilhada; dificuldade ou impossibilidade de autopercepo; presunoso.

    Como lida com a vida afetiva: distante dos afetos; frio;

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Transtornos de humor. Critrios mais bsicos:

    Como lida com as relaes: ser-para-o-outro e ser-um-com-o-outro(Tellenbach); limites autoimpostos; dificuldade de comunicao;

    Como lida com o tempo: lentificao ou acelerao do tempo; aprisionamento no

    passado (culpa e nostalgia improdutiva); falta

    de horizontes (de futuro).

    Como lida com o espao: falta de elasticidade; falta de luz; pouca ocupao de espao; no se

    sente em casa no mundo.

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Transtornos de humor.

    Critrios mais bsicos:

    Como lida com a corporeidade: lentificao ou acelerao psicomotora; amortecimento do

    corpo; sensao de vazio visceral.

    Como lida com a conscincia: excesso de deverias; impotncia; dificuldade de

    autoaceitao; awareness pobre; sensao de

    vazio.

    Como lida com a vida afetiva: tristeza vital ou euforia; distanciamento dos sentimentos;

    anestesia afetiva;

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Transtornos de ansiedade: Critrios mais bsicos:

    Como lida com as relaes: falta de confiana; insegurana; controle; tenso.

  • Como lida com o tempo: dificuldade de estar no presente;

    oscila entre passado e futuro, com preferncia pelo futuro

    (geralmente temido); expectativas; tenso entre o agora e o depois (Perls).

    Como lida com o espao: com medo, especialmente dos novos espaos; muita ateno.

  • A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV

    Transtornos de ansiedade: Critrios mais bsicos:

    Como lida com a corporeidade: resistncia muscular (Perls); corpo sob controle, com dificuldade de relaxamento e de descarregar a

    excitao.

    Como lida com a conscincia: mais atento s possibilidades catastrficas; perfeccionismo;

    medo de humilhao ou de rejeio; medo de

    palco; interrupo da excitao do crescimento criativo (Perls) .

    Como lida com a vida afetiva: desconfiado, no se entrega; percebe os afetos, mas no confia neles.