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diagnóstico em Gestalt terapiaTRANSCRIPT
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COMPREENSO DIAGNSTICA EM GESTALT-TERAPIA
PROF. DENILSON GOMES
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A compreenso
diagnstica aqui proposta
se caracteriza pelo uso do
pensamento diagnstico
processual como fundo
para uma caracterologia
gestltica em dilogo com
o DSM-IV-TR.
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A compreenso diagnstica
um valioso instrumento teraputico;
um diagnstico psquico, no apenas psicopatolgico;
leva em conta todo o campo;
baseada muito mais na intuio e na intersubjetividade que na semiologia;
fundamentada no olhar fenomenolgico e holstico caracterstico da abordagem
gestltica;
d suporte para a postura humanizada do gestalt-terapeuta em sua prtica clnica.
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As linhas mestras de uma compreenso diagnstica em Gestalt- terapia:
O diagnstico em Gestalt-terapia no pode ser apenas um diagnstico do
cliente: ele precisa envolver, alm da
intersubjetividade terapeuta-cliente:
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o diagnstico da situao teraputica,
o diagnstico da situao de vida do cliente como um todo e
o diagnstico das disposies do terapeuta ante aquele trabalho clnico.
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As linhas mestras de uma compreenso diagnstica em Gestalt-terapia:
O diagnstico deve levar em conta tanto os aspectos intrapsquicos quanto os relacionais, com nfase nos aspectos relacionais.
O que mais importa para a compreenso diagnstica o vivido pelo cliente.
O diagnstico um indicador de caminhos, um mapa indispensvel.
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As linhas mestras de uma compreenso diagnstica em Gestalt-terapia:
O diagnstico no pode se esgotar no sintoma.
Precisa abarcar o estilo de ser (o carter) do cliente.
Ou seja: a compreenso do sintoma deve ser estreitamente relacionada compreenso da personalidade do paciente.
Por exemplo: uma disfuno ertil de uma pessoa de estilo egotista (narcisista) diferente (e vivida diferentemente) da disfuno ertil de uma pessoa de estilo confluente (dependente).
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As linhas mestras de uma compreenso diagnstica em Gestalt-terapia de Curta
Durao:
Quatro pontos fundamentais, alm da intersubjetividade:
a) a figura trazida pelo cliente, sua dor, o que inclui um cuidadoso olhar para o seu ponto de interrupo mais importante no ciclo do contato neste momento;
b) o fundo, o estilo de personalidade (carter) que d sustentao queixa, ao sintoma;
c) a situao teraputica, a cada sesso;
d) o campo existencial do cliente.
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Perls:
a Gestalt-terapia uma
abordagem existencial, o que
significa que no nos
ocupamos somente em lidar
com os sintomas ou estrutura
de carter, mas com a
existncia total da pessoa.
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A sade para a GT
Critrios mais bsicos:
Como lida com as relaes;
Como lida com o tempo;
Como lida com o espao;
Como lida com a corporeidade;
Como lida com a conscincia;
Como lida com a vida afetiva.
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A sade para a GT
Critrios mais bsicos:
Lembrar sempre que
a subjetividade intersubjetividade e culturalidade (cultura vivida).
meu mundo sempre assim nosso mundo, um mundo intersubjetivo, um
mundo comum. Tatossian
Ateno ao mundo da vida cotidiana Lebenswelt.
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A sade para a GT
possibilidade de viver um fluxo ritmado e energizado de awareness
e de formao figural atravs do qual possa interagir criativamente consigo e com seu meio,
utilizar-se ao mximo dos recursos internos e dos recursos do ambiente para lidar criativa e apropriadamente com o mundo.(Ciornai)
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A sade para a GT
discriminar os contatos mutuamente enriquecedores e
satisfatrios daqueles que so txicos e prejudiciais.
(Ciornai)
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A pessoa sadia aquela que se
apossa plenamente do direito de
sentir-se em casa no mundo, com a
responsabilidade que a contraparte desse direito.
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Sade tambm:
Compreender o ser humano como animobiopsicocultural (ou seja: para alm
do biolgico);
Agir efetivamente no sentido de cuidar do corpo, da mente e da alma;
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Agir efetivamente no sentido de cuidar do ambiente;
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Aceitar a vida como graa.
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Sade tambm:
assumir as precariedades tpicas da condio
humana como forma de escapar da soberba;
no ter o corpo como dolo;
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processo de criao constante do mundo e de si, o que integra tambm o conceito de doena:
sade e doena no representam opostos, so
etapas de um mesmo processo. (Augras, 1981)
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aprender a lidar com as frustraes do dia-a-
dia.
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Sade ainda lidar com a morte
e o morrer.
Sade tambm uma adaptao equilibrada e habilidosa ao sofrimento,
deficincia, doena, envelhecimento e
morte, que atinge a vida de todos.
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Sade plena a entrega apaixonada ao jogo da vida. Entregar-se sem apego s
perdas. ( Eymard Mouro Vasconcelos
)
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Nas reflexes que seguem,
vou dar nfase
compreenso diagnstica
do estilo de personalidade,
ou carter, ou seja, o fundo
do qual se sobressai a
queixa trazida pelo cliente.
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A compreenso diagnstica: singularidades e
pluralidades
o diagnstico procurar dizer em que ponto de sua existncia o indivduo se encontra e que feixes de significados ele constri em si e no mundo. Desta maneira, cada homem ser a medida de sua prpria normalidade. (Augras)
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A compreenso diagnstica: singularidades e
pluralidades
Para que a compreenso
diagnstica no se torne
iatrognico, preciso
que ele no reduza a
singularidade existencial
e a histria do cliente a
um rtulo.
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A compreenso diagnstica: singularidades e
pluralidades
preciso que o terapeuta valorize em
seu cliente a pessoa singular que ele
, de modo que o diagnstico possa alcanar a descrio e a compreenso
de cada pessoa em sua singularidade.
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Um terapeuta chega a uma compreenso melhor da singularidade
de seu cliente se no se prende apenas ao singular que seu cliente .
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A compreenso diagnstica: singularidades e
pluralidades
"todo homem , sob certos aspectos,
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a) como todo homem;
b) como certos homens;
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c) como nenhum outro homem".
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A compreenso diagnstica: singularidades e pluralidades
A identidade, no sentido de conscincia da persistncia da prpria personalidade,
se fundamenta na assemelhao e na
diferenciao com as outras pessoas.
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Cada pessoa uma combinao nova e
nica de elementos somatopsquicos,
sendo que, por sua vez cada um desses
elementos no novo e nico, mas
pertencente ao que h de comum entre os
seres humanos.
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A compreenso diagnstica: singularidades e pluralidades
A compreenso diagnstica ajuda a encontrar
melhor a singularidade em meio ao genrico.
Destaca melhor o que nico e destaca
melhor o que h de positivo, de potencial a
ser desenvolvido.
Compreenso diagnstica no massificao,
antes pelo contrrio.
cuidado para que no se use a compreenso
diagnstica como uma cama de Procusto.
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A compreenso diagnstica: singularidades e pluralidades
A compreenso diagnstica uma teoria sobre a pessoa que procura a terapia, uma hiptese, um mapa, um como se.
A compreenso diagnstica se fundamenta num construto
Esta condio como se no deve nunca ser perdida de vista.
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A compreenso diagnstica: alguns aspectos
Pensando em termos de psicologia
fenomenolgica, o importante em uma
compreenso diagnstica a atitude que
possibilite o aparecimento do fenmeno em
sua originalidade.
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Isso implica que, no correr da situao
teraputica, o imediato no seja interpretado
somente luz de referenciais anteriores,
mas luz que busca o sentido da
experincia para o cliente naquele momento.
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A compreenso diagnstica: alguns aspectos
para isso, o terapeuta necessita estar
constantemente em um movimento pendular
entre deixar-se envolver existencialmente,
deixando brotar sentimentos e sensaes que
propiciem uma compreenso intuitiva, pr-
reflexiva dessa experincia, para, em seguida,
estabelecer certo distanciamento que lhe permita
uma reflexo em que procurar nomear aquela
vivncia de forma que se aproxime o mais
possvel do prprio vivido. Ou seja, o terapeuta
flui do nada alm que processo, do vivido na
relao, para momento de reflexo sobre esse
vivido. (Ciornai)
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A compreenso diagnstica: alguns aspectos
A compreenso diagnstica visa
principalmente orientar o terapeuta
sobre como se postar e como lidar
com o cliente, e no tem a finalidade
de enquadrar o cliente para lhe
propor mudanas a partir de um
esquema anterior e estreitamente
delimitado sobre sade.
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A compreenso diagnstica: alguns aspectos
diagnosticar detectar a
configurao especfica com que se
articulam as partes em cada
situao concreta. um processo e
o comeo do vislumbre de uma
possvel re-configurao do campo.
vislumbrar a possibilidade de
mudana. Estamos longe do
diagnstico como rotulao.
(Tellegen)
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A compreenso diagnstica: alguns aspectos
a compreenso diagnstica , primeiramente,
um ato descritivo que organiza o que est
sendo percebido no momento.
Tem tambm um significado para alm do
presente, encerrando tanto um padro como
tambm uma predio, ainda que mnima.
uma tentativa de ampliar o quadro, de mover
do que agora observvel ao que habitual,
de costume. (Melnick e Nevis)
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A compreenso diagnstica: alguns aspectos
Ao diagnosticar, o terapeuta est procurando compreender o significado do sofrimento de seu cliente, levando em considerao sua histria e seu momento existencial.
Ao diagnosticar, o terapeuta tem o intuito de compreender como essa pessoa age, sente, pensa, como ela se movimenta, enfim, pelos caminhos da vida.
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A compreenso diagnstica: alguns aspectos
Ao fazer a compreenso diagnstica, o
terapeuta busca uma relao entre o aqui-e-
agora do cliente e o l-e-ento de sua
histria, com o propsito de alcanar a
compreenso da queixa do cliente,
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isso no quer dizer que haja a um raciocnio
baseado em alguma crena de causa e
efeito direto o ser humano complexo
demais para que se possa compreend-lo
baseado numa premissa dessa ordem.
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A compreenso diagnstica: pensamento diagnstico processual
Como hiptese, a compreenso diagnstica em psicoterapia nunca pode ser esttica: ela um processo derivado do que Frazo chama de pensamento diagnstico processual.
A compreenso diagnstica tem que ser cotidianamente refeita e repensada, obrigando o terapeuta a permanecer atento a cada nova configurao que o cliente fizer em sua vida.
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A compreenso diagnstica: pensamento diagnstico processual
A compreenso diagnstica nunca est pronta.
Um gestalt-terapeuta, agindo fenomenologicamente, no est
impedido de fazer uma compreenso diagnstica de seu cliente (antes pelo
contrrio), mas est definitivamente
proibido de fechar esse diagnstico.
A situao clnica sempre impera sobre o diagnstico.
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funes da compreenso diagnstica
Melnick e Nevis:
1. uma bssola que ajuda a organizar a informao e prover uma direo de navegao atravs dos dados coletados.
2. o processo de diagnosticar possibilita ao terapeuta um controle da sua prpria ansiedade, o que, por sua vez, lhe possibilita esperar com mais calma, sem precipitao, que a figura emerja a cada situao clnica.
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funes da compreenso diagnstica
3) possibilita ao terapeuta fazer predies sem
ter que esperar que os dados emerjam da
experincia imediata.
4) o terapeuta precisa estar fundamentado em
uma ampla perspectiva que inclui o futuro e,
particularmente, o passado do cliente,
embora a explorao que faz do passado do
cliente seja fenomenolgica, uma tentativa
de compreenso sem presumir que o
passado causa o presente.
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funes da compreenso diagnstica
Yontef:
no podemos evitar diagnosticar. A nossa opo : faz-lo de maneira superficial ou no deliberada, ou, ao contrrio, de maneira bem-ponderada e com awareness completa.
Se a compreenso diagnstica feita sem awareness, aumenta o risco de se impor ao cliente uma crena ou um sistema de valores, o que seria antiteraputico.
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A compreenso diagnstica: como fazer?
H um campo comum para a formulao diagnstica em Gestalt-terapia, o qual inclui, dentre outros aspectos,
a) a concepo da compreenso diagnstica como uma produo humana na relao intencional com o outro;
b) a colocao da compreenso diagnstica junto da psicoterapia, no como algo alheio a ela ou separado dela;
c) o conceito de compreenso diagnstica como uma ao processual realizada ao longo do processo teraputico. (Pimentel)
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A compreenso diagnstica: como fazer? As proposies fenomenolgicas do psicodiagnstico:
na valorizao e apreenso do
fenmeno tal como ele acontece, no estabelecimento do dilogo, na
valorizao do saber do cliente, na suspenso do julgamento clnico, na
busca da compreenso possvel da
totalidade do cliente como ser humano inserto em um contexto
socioeconmico-histrico-cultural. (Pimentel)
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A compreenso diagnstica, o
carter e o eixo II do DSM-IV
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O QUE
PERSONALIDADE?
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Psicologia da personalidade
Fatores imprescindveis ao se estudar a personalidade humana:
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Gentica, ou seja, corpo;
Crescimento e desenvolvimento, i.e., mudanas no decorrer do tempo;
Relaes familiares, i.e., hereditariedade e apresentao do mundo;
Cultura, geografia e poca, i.e., campo;
Classe social, ou seja, oportunidades.
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Definies de personalidade
A personalidade a
organizao dinmica no
indivduo de sistemas
psicofsicos que
determinam as suas
adaptaes singulares ao
prprio meio.
(Allport)
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Definies de personalidade
a personalidade a
configurao nica
assumida no decurso da
histria de um indivduo
pelo conjunto de sistemas
responsveis por seu
comportamento.
(Filloux)
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Definies de personalidade
um especfico e relativamente estvel modo de organizar os componentes cognitivos,
emotivos e comportamentais da prpria
experincia. O significado (cognitivo) que
uma pessoa atribui aos eventos (de
comportamento) e os sentimentos
(emocional) que acompanham esses eventos
permanecem relativamente estveis ao longo
do tempo e proporcionam um senso
individual de identidade. Personalidade
esse senso de identidade e o impacto que
ele provoca nas outras pessoas. (Delisle)
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Definies de personalidade
Padres persistentes de perceber,
relacionar-se e pensar sobre o ambiente e
sobre si mesmo. Os traos de personalidade
so aspectos proeminentes da
personalidade, exibidos em uma ampla faixa
de contextos sociais e pessoais importantes.
Apenas quando so inflexveis, mal
adaptativos e causam prejuzo funcional
significativo ou sofrimento subjetivo, os
traos de personalidade constituem um
Transtorno de Personalidade. (DSM-IV-TR, 2002)
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Psicologia da personalidade
Personalidade estrutura e
processo,
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Personalidade um
sistema.
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Psicologia da personalidade
Estrutura o que se repete, so
os padres reincidentes.
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Estrutura so as semelhanas reincidentes e consistncias do comportamento ao longo
do tempo e atravs das situaes.
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Psicologia da personalidade
Processo o que se inova
e se renova, o criativo,
momentneo e
circunstancial.
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o inesperado.
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A estrutura possibilita uma certa
previsibilidade e o auto-
conhecimento.
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O processo traz a possibilidade da
surpresa, da inovao, da aventura e pode provocar mudanas em partes
da estrutura.
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Psicologia da personalidade
Sistema o
complexo
relacionamento
entre estrutura e
processo.
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Tipologia da personalidade
O conceito de tipo [ou carter]
refere-se ao aglomerado de vrios
traos diferentes.
Traos so categorias para a descrio e o estudo ordenados
do comportamentos de pessoas.
O conceito de tipo [ou carter]
estuda principalmente as estruturas
da personalidade.
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Ao lado do que podemos chamar de estruturas naturais da personalidade humana, h o que
Laura Perls chama de uma segunda natureza, o carter, o qual se constri a partir da combinao da natureza dada com
a existncia vivida, especialmente nos
primeiros anos de vida, compondo um jeito
de ser, que no necessariamente
patolgico, e que se mantm relativamente
inalterado em seus fundamentos ao longo da
vida.
Esses padres de comportamento que compe o carter so, via de regra, egossintnicos.
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O carter estrutura desenvolvida ao longo da vida e atravs de defesas que permitem lidar
melhor com os estmulos internos e externos
vividos pela pessoa.
A estrutura caracterolgica, a qual se desenha a partir das mltiplas relaes ao longo do
desenvolvimento pessoal, especialmente nos
primeiros anos da vida, tem como funo
facilitar a lida com a realidade, atravs de
uma certa forma relativamente padronizada
de ser e agir que pode, sob circunstncias
ameaadoras em demasia, cristalizar-se,
gerando vivncias psicopatolgicas.
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S idealmente podemos conceber uma
pessoa to flexvel que no tivesse um
carter.
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Na lida cotidiana dos processos
psicoteraputicos, o que encontramos
so pessoas que precisam conhecer,
aceitar e flexibilizar seu carter. Ajud-
las nessa tarefa , no meu modo de ver,
o limite da psicoterapia.
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Penso que no possvel a um trabalho psicoteraputico ajudar uma pessoa a alterar
seu carter o limite da psicoterapia, qualquer que seja a abordagem utilizada, auxiliar a
pessoa a conhecer, aceitar e flexibilizar seu
carter.
A dissoluo de um carter, a volta a uma natureza primordial no , nem pode ser, o
propsito da psicoterapia, pois est para alm
das possibilidades desse tipo de trabalho.
A fronteira ltima da psicoterapia a facilitao da conscientizao, da aceitao e
da flexibilizao do carter do cliente.
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Conhecer e integrar o prprio carter significa experimentar limites e possibilidades de
maneira a que a pessoa possa se tornar
confiante nas previses que faz de si, ao
mesmo tempo em que se mantm aberta a se
surpreender consigo mesma.
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Requer a busca de um autoconhecimento tal que permita ter uma ideia suficientemente
apurada das repeties s quais se propende,
de modo a poder, a partir desse conhecimento,
transform-las em escolhas.
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Aceitao do prprio carter, no passividade ou
conformismo, pois no h o que fazer.
Longe disso!
Aceitar o prprio carter significa aceitar que h lutas
que se apresentaro por toda a vida, exigindo
cuidados especiais e ateno crtica para que o
infinito processo de auto-atualizao seja sempre o
mais pleno possvel, para que as mudanas
alcanadas sejam frutferas e duradouras, para que
os obstculos inerentes ao carter sejam enfrentados
e as sabedorias inerentes ao carter sejam
desenvolvidas e colocadas a servio da vida.
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Tipologia [caracterologia ] da
personalidade
Uma caracterologia eficaz
ajuda a compreender as
pessoas com base em
certos padres universais a
partir dos quais se organiza
a singularidade de cada
pessoa.
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o diagnstico do carter
Na compreenso do fundo, quer dizer, do estilo de personalidade [carter] que d sustentao ao sintoma,
uma tipologia auxilia sobremaneira o terapeuta.
O desenvolvimento de uma caracterologia:
1. fornece elementos para diagnstico,
2. favorece uma compreenso relacional,
3. favorece considerao e respeito para com o cliente,
4. favorece aceitar as diferenas sem julgamento,
5. possibilita ajudar ao outro como ele necessita ser ajudado, e no segundo um padro estereotipado
de ajuda.
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o diagnstico do estilo de personalidade
Uma tipologia ajuda a estar atento s probabilidades psicopatolgicas a que cada cliente possa propender, sempre lembrando que no existem tipos puros uma tipologia consiste de elementos referenciais para um diagnstico.
Uma tipologia eficaz ajuda a compreender as pessoas a partir de certos padres universais a partir dos quais se organiza a singularidade de cada pessoa.
Uma tipologia, ao auxiliar um diagnstico, uma reduo, mas no pode ser um reducionismo.
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A compreenso da
personalidade aqui proposta
se caracteriza pelo uso de
uma caracterologia gestltica
em dilogo com o DSM-IV-
TR, eixo II.
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o diagnstico do estilo de personalidade [carter]
O conceito de carter:
facilita compreender meu cliente, seu jeito de ser e sua experincia,
facilita compreender como o cliente se relaciona consigo mesmo e com o meio,
permite apressar a compreenso de suas faltas e de suas necessidades, de suas sabedorias e de suas potencialidades.
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o diagnstico do carter
ilumina para o terapeuta o caminho entre a percepo e compreenso da originalidade de meu cliente e a percepo e compreenso do que ele tem de comum com outros seres humanos, trajeto bsico para um diagnstico bem feito.
Como todo instrumento psicolgico, tambm uma caracterologia no permite esgotar a compreenso do cliente, o que obriga a constantemente refazer o diagnstico.
a experincia do cliente sempre maior que qualquer diagnstico que se possa fazer dele.
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o diagnstico do carter
O estudo do carter no pode ser visto como uma
camisa de fora ou uma gaveta onde se deva
encaixar cada pessoa em nome de uma suposta
uniformidade, mas deve ser visto, da maneira como
o uso em psicoterapia, como um instrumento
auxiliar para o terapeuta em seu trabalho de
compreenso e acolhimento de seu cliente.
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Esse uso da tipologia no ameaa ou substitui a
originalidade de cada cliente. Antes pelo contrrio,
reala-a no encontro teraputico.
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o diagnstico do carter
Quando fao um diagnstico e me utilizo da
caracterologia, busco compreender o fundamento,
a estrutura e o processo em que se apia o
sofrimento denunciado pelo cliente.
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No dilogo com o DSM-IV-TR, ao diagnosticar,
trabalho com o que o DSM-IV-TR denomina
transtornos de personalidade no somente no
sentido de transtorno ou de patologia, mas num
sentido de estilo de personalidade, de carter, um
modo de se relacionar e de estar no mundo.
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o diagnstico do carter
No DSM-IV-TR, a diferena entre a pessoa que desenvolve um transtorno de personalidade e a que no desenvolve apenas de flexibilidade; na caracterologia gestltica o patolgico a cristalizao e a falta de flexibilidade que permita pessoa ser conduzida pela situao.
DSM-IV-TR: todos ns temos a possibilidade de desenvolver um transtorno de personalidade em algum momento de nossa vida, e o transtorno que desenvolveremos, se for o caso, ser baseado em nosso estilo de personalidade.
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o diagnstico do carter
DSM-IV-TR: o transtorno o estilo que se cristalizou e, por isso, causa sofrimento;
Gestalt-terapia: o carter causa sofrimento
quando cristalizado, rgido.
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os transtornos [e os caracteres] no so, por
si ss, doenas ou caractersticas
ontolgicas, so construtos que descrevem
estilos de ser desenvolvidos ao longo da vida
e que podem, sob determinadas
circunstncias, levar a problemas que geram
angstias e mal-estares.
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o diagnstico do carter
Ao fazer essa anlise da personalidade do cliente,
no estou particularmente interessado na
determinao da presena ou da ausncia de uma
enfermidade,
mas
em compreender um jeito de ser, um estilo de lidar
com as relaes, de lidar com a vida e com os
problemas existenciais.
Procuro antes olhar para a sade que para a
doena, para o que o cliente traz de criativo mais
do que para o que o cliente traz de problemtico,
visando, assim, ampliar o sentido de cooperao
necessrio no processo teraputico.
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o diagnstico do carter
Quando priorizo o aspecto saudvel e criativo do
cliente, no me coloco (e nem o convido para se
colocar) em luta contra algum aspecto de si que
deva ser eliminado ou modificado, mas me coloco
(e o convido para se colocar) em aliana com
aquilo que nele ainda no pde se desenvolver
suficientemente e precisa ser desenvolvido.
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Agindo assim, estou mais atento ao sentido do
sofrimento denunciado que s suas causas.
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o diagnstico do carter
Assim como o terapeuta tem um estilo bsico, tambm os clientes o tem;
assim como o terapeuta aprende seletivamente, baseado em quem ele , assim tambm os clientes.
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o diagnstico do carter
O que precisa ser modificado o que porventura haja de cristalizado, e no o carter de cada pessoa.
O carter deve ser melhor conhecido, como maneira de o cliente se descobrir mais, se compreender melhor e desenvolver mais adequadamente seus potenciais.
Diferentes caracteres respondero a diferentes agentes catalisadores como indutores de mudana.
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O ciclo de contato aqui ser tomado com oito etapas:
1. a sensao, ou percepo corporal de alguma necessidade;
2.a conscientizao dessa necessidade;
3.a mobilizao para atender essa necessidade;
4.a ao proveniente dessa mobilizao;
5.a interao que essa ao provoca;
6. o contato final movido pela necessidade; o fechamento
proveniente desse contato final e, fechando o ciclo,
7.a retirada, para que novo ciclo se inicie, num processo sem fim
por toda a vida.
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Em termos de compreenso diagnstica, alm de
compreendermos, a partir desse modelo de ciclo de contato,
como se d o contato, podemos compreender tambm como se
do as descontinuaes desse contato, tambm chamados de
bloqueios de contato ou de resistncias.
Prefiro o termo descontinuao porque me parece que ele
descreve melhor o que acontece na experincia das pessoas,
uma vez que o contato no deixa de existir, portanto, no fica
bloqueado, mas fica descontinuado, com seu ritmo quebrado e
sua plenitude reduzida.
No gosto do termo mecanismo (em mecanismo de defesa) porque entendo que ele se fundamenta numa viso muito
cartesiana, a qual utiliza a mquina como metfora para
entender o homem, desrespeitando, portanto, a enorme
complexidade que somos.
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Para cada etapa do contato h uma maneira de se o descontinuar.
a descontinuao para a sensao a dessensibilizao;
a descontinuao para a conscientizao a deflexo;
a descontinuao para a mobilizao a introjeo;
a descontinuao para a ao proveniente da mobilizao a projeo;
a descontinuao para a interao a proflexo;
a descontinuao para o contato final a retroflexo;
a descontinuao para o fechamento proveniente desse contato final o egotismo;
finalmente, a descontinuao para a retirada a confluncia.
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Mobilizao Introjeo:
esquiva
Conscincia Deflexo:
histrinico
Sensao Dessensibilizao:
esquizide e
esquizotpico
Abertura
para a
vivncia
Ao
Projeo:
paranide
Interao
Proflexo:
borderline Contato final
Retroflexo: obsessivo-
compulsivo Fechamento
Egotismo: narcisista e
antissocial. Retirada Confluncia:
dependente
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Entendo que cada descontinuao
pode aparecer em, basicamente,
trs formas, no necessariamente
excludentes. A descontinuao
pode ser um ato, um estado ou
um carter. Nas trs formas ela
pode ser saudvel, ou no, a
depender das circunstncias.
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Uma descontinuao um ato quando
episdica, espordica, apenas um
momento, no uma repetio: o
caso, por exemplo, de quando, em
determinada situao, retrofletimos
para evitar uma discusso improdutiva
com um superior hierrquico.
Nesses casos, em que no h
repeties, no h a necessidade de
intervenes psicoteraputicas.
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Uma descontinuao constitui um estado quando a pessoa se apia na
descontinuao em funo de exigncia situacional, quer dizer, em determinada
situao, por um determinado tempo, a pessoa se vale de sua capacidade de
flexibilizar seu carter e vive aquela situao praticamente como se tivesse um outro
carter.
Essa vivncia possvel apenas por um determinado perodo e em determinada
situao, e logo a pessoa precisar voltar a se apoiar em seu carter de base.
Quando esse movimento saudvel, essa porta de passagem entre o carter e a
descontinuao como estado permanece aberta e disponvel para novas incurses
quando a situao vivida exigir. Quando essa porta fica truncada, o apoio em um
carter secundrio pode se repetir de maneira cristalizada, constituindo uma situao
patolgica.
Por exemplo, em determinadas depresses uma pessoa pode ter a introjeo como
defesa, repetidamente. Nesses casos, uma interveno teraputica pode ajudar a
pessoa a desenvolver outras maneiras de lidar com o mundo, abandonando essa
postura introjetiva repetida e deixando de reagir depressivamente s situaes.
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Uma descontinuao constitui um
carter quando se configura como
estrutura da personalidade, modo
peculiar e habitual de estar no
mundo.
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A maioria do gestalt-terapeutas que teorizaram sobre o ciclo de contato toma cada descontinuao do contato como um estado, portanto, um
processo, algo que pode ter um fim, o que me parece correto.
Este tipo de uso do ciclo de contato j est consagrado na abordagem gestltica. Ele se assemelha ao eixo I do DSM-IV. O que proponho aqui
um avano para alm disso, uma nova compreenso desse conceito
clareador para a compreenso do ser humano, um uso que se assemelha
ao Eixo II do DSM-IV.
Estou me referindo possibilidade de se perceber cada descontinuao descrita no ciclo de contato como uma base para um tipo de carter, sem
deixar de considerar cada um desses pontos como possivelmente
tambm um estado ou um ato, como expliquei acima e reafirmo aqui:
cada ponto do ciclo de contato pode caracterizar um ato, momentneo; um
estado, quer dizer, uma resposta situacional que pode se cristalizar; uma
estrutura, ou carter, ou seja, uma forma de organizao e de ao, um
jeito de estar no mundo. Como estado, ele pode ser dissolvido e
ultrapassado; como estrutura, ele precisa ser conhecido, compreendido,
flexibilizado e aceitado.
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Quanto mais saudvel uma pessoa, menos previsvel
comportamentalmente ela , mas alguma previsibilidade
necessria, minimamente que seja para garantir que h uma
continuidade, que h uma histria.
Desse modo, quanto mais saudvel uma pessoa, mais difcil
identificar-se qual seu estilo preponderante, mas,
seguramente, sempre h um estilo que se impe no cotidiano.
Dizendo de outra maneira: quanto mais neurotizada est uma
pessoa, menos flexibilidade ela tem, mais previsvel ela se
torna, menos ela explora os outros modos de ser existentes nela
mas no predominantes, mais ela tem dificuldades de responder
situao presente, mais ela se estereotipa.
-
Quanto mais atualizada est uma pessoa, mais ela
pode responder situao que se apresenta com o
estilo requerido naquele momento, embora mantenha
uma inclinao por um determinado padro e saiba
que, ao se apoiar no estilo que no o seu de origem,
est como visitante, de maneira temporria, ainda que
confortvel.
Assim que, por exemplo, uma pessoa de estilo
egotista estar pronto para a ao e para novos
contatos mesmo depois de ministrar por trs dias um
curso de tempo integral para um grupo, ao passo que
uma pessoa de estilo retrofletor, depois de ministrar o
mesmo curso, necessitar de um tempo de
recolhimento para que se abra plenamente a novos
contatos.
-
Assim, a pessoa saudvel aquela que vive com
ampla aceitao o estilo que lhe exige a situao, mas
que fica confortvel mesmo quando a situao exige
o estilo que predominante.
Mesmo sendo de um estilo confluente, uma pessoa
pode tornar-se suficientemente autnoma, mas, de
tempos em tempos, necessitar que algum em quem
confie lhe diga que ela , sim, capaz de sustentar sua
autonomia.
Da mesma maneira, uma pessoa defletora saber
colocar-se na coxia quando isso for conveniente, mas
pisar o palco to logo tenha uma oportunidade para
isso.
-
Cada um de ns tem um jeito de ser que se repete, com maior ou menor plasticidade, desde
a mais tenra existncia at a morte. Isso o que
caracterizo como estrutura (ou estilo) da
personalidade, ou carter.
Essa estrutura no necessariamente patolgica, antes pelo contrrio, embora possa
estar adoecida, quer dizer, rgida, cristalizada,
de maneira que, em vez de servir de suporte
para mudanas, serve de barreira e estagnao.
-
O dilogo que tento estabelecer, atravs
do ciclo de contato, entre a Gestalt-terapia e o DSM-IV, eixo II, como referncias de
estilos de personalidade encontra sentido em meu trabalho a partir de algumas
reflexes, das quais quero destacar o cunho descritivo do DSM-IV, o que facilita
um olhar fenomenolgico para ele e
permite que ele seja uma referncia para a viso gestltica sobre a psicoterapia.
-
Delisle:
com exceo dos transtornos mentais orgnicos, nenhum dos
transtornos mentais descritos no DSM tem uma etiologia
estabelecida. Pode at ser difcil de acreditar, mas as causas do
transtorno histrinico ou da agorafobia so desconhecidas.
bvio, os clnicos disputaro a validade de diversas hipteses
explicativas. Aprendizagem social, desequilbrio hormonal,
dinmica edpica ou relaes objetais so todas especulaes
inteligentes que nunca puderam ser adequadamente verificadas
em bases cientficas. por isso que as categorias clnicas do
DSM, com exceo das desordens nas quais alguma leso do
sistema nervoso central ocupa papel significante, esto
baseadas mais em um critrio descritivo que em inferncias,
sem qualquer referncia implcita a causas e etiologia.
-
o diagnstico do carter
esquizide; O DSM-IV descreve os
seguintes dez tipos de
transtorno de
personalidade, os quais
entenderei, como j
expliquei, como estilos de
personalidade:
paranide;
esquizotpica;
anti-social;
borderline;
histrinica;
narcisista;
esquiva;
dependente;
obsessivo-compulsiva.
-
Personalidade
o diagnstico do carter
Os Transtornos da Agrupamento A (parecem "esquisitos"):
so reunidos em
trs agrupamentos,
com base em similaridades
descritivas.
Paranide;
Esquizide;
Esquizotpica.
-
o diagnstico do carter
Agrupamento B
(parecem dramticos,
emotivos, errticos):
Anti-Social;
Borderline;
Histrinica;
Narcisista.
-
Agrupamento C
(parecem ansiosos ou
medrosos.):
Esquiva;
Dependente;
Obsessivo-
Compulsiva.
-
O que defendo que podemos
compreender, sob o ponto de vista
gestltico, cada um desses estilos
de personalidade do DSM-IV, cada
um desses caracteres, como
apoiado preferencialmente em
uma descontinuao do contato, o
que caracteriza o carter na
linguagem gestltica.
-
personalidade paranide carter projetivo;
personalidades esquizides e esquizotpicas pessoas
dessensibilizadas;
personalidade borderline carter proflexivo;
personalidade histrinica carter deflexivo;
personalidade narcsica e a personalidade antissocial carter
egotista;
a personalidade esquiva um carter introjetivo;
personalidade dependente carter confluente;
personalidade obsessivo-compulsiva carter retrofletor.
-
Embora o DSM-IV-TR aponte diferenas entre os estilos esquizide e esquizotpico
da personalidade, penso que entre eles h mais semelhanas que diferenas, ambos
apoiados especialmente na dessensibilizao, por isso os reno em
um nico carter.
No caso do narcisismo, penso, com
Lowen, que o estilo antissocial o narcisista muito adoecido, por isso os
reno aqui no carter egotista.
-
Cada um desses tipos ilumina, dentre outros
aspectos, um propsito amplo para o processo
teraputico, o que, por sua vez, orienta o
terapeuta em seu trabalho.
-
Alm desse propsito amplo, cada um desses
caracteres exigir do terapeuta um cuidado
especfico no que diz respeito comunicao
(verbal e no-verbal), ao tato, ao acolhimento e
confrontao, dentre outros aspectos.
-
No que diz respeito ao propsito amplo da psicoterapia para
cada tipo de carter, isso quer dizer que cada um deles tender
a demandar um tipo de mudana, uma rota no caminho da
flexibilizao, um norte.
o norte para as pessoas dessensibilizadas passa por uma
reapropriao corporal;
para o carter projetivo, busca-se a possibilidade de um maior
distanciamento entre os aspectos emocionais e os cognitivos,
-
de modo a ampliar a crtica ao vivido e o tempo de reao a
cada emoo percebida;
para o carter proflexivo, o norte a ampliao do
autoconhecimento como forma de se diferenciar do outro e de
buscar guiar-se mais por si;
-
para o carter egotista, o norte a ampliao da capacidade de
empatia e de humildade;
para o carter defletor, a possibilidade de se aprofundar mais;
para o carter confluente, o norte a possibilidade de ampliao
da autonomia;
para o retrofletor, a liberdade e a soltura;
para o introjetivo, a ampliao da capacidade crtica e da
agressividade.
Embora cada um desses nortes servem para todas as pessoas;
o que afirmo aqui que h, para cada carter, um sobressair
dessas finalidades apontadas acima.
-
Quando digo que para cada tipo de personalidade h um trajeto j esboado (e apenas esboado), isso obriga a prestar ainda mais ateno nas
diferenas individuais.
O apontar de caminhos que se pode depreender do estilo de personalidade de cada cliente feito grosso modo, devendo ser especificado cuidadosa e
continuamente para cada cliente em cada momento do processo teraputico.
Cabe ainda ressalvar que no existe algum que possa ser enquadrado em um estilo puro de personalidade, mas que sempre h um estilo que
prevalece no cotidiano da pessoa.
De uma maneira geral, tenho observado que o mais comum poder-se compreender cada cliente como tendo um estilo prevalente e, ao menos, um
outro que se pode denominar de auxiliar, os dois demandando especial ateno por parte do psicoterapeuta ao fazer o diagnstico de fundo.
Alm disso, importante lembrar que, como em qualquer outra caracterologia, cada pessoa tem a possibilidade de lidar com algumas
situaes em qualquer um dos estilos existentes.
-
o diagnstico do carter
O apontar de caminhos que se
pode depreender do carter de
cada cliente feito grosso
modo, devendo ser especificado
cuidadosa e continuamente para
cada cliente em cada momento
do processo teraputico.
-
o diagnstico do estilo de personalidade
No existe algum que possa ser enquadrado em
um estilo puro de personalidade, mas sempre
h um estilo que prevalece no cotidiano da pessoa.
Pode-se compreender cada cliente como tendo um
estilo prevalente e, ao menos, um outro que se
pode denominar de estilo auxiliar, os dois
demandando ateno por parte do psicoterapeuta
ao fazer o diagnstico de fundo.
Cada pessoa tem a possibilidade de lidar com
algumas situaes em qualquer um dos estilos
existentes, pois, como j afirmou Terncio, nada
do que humano me estranho.
-
o estilo de personalidade esquizide
em psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
Indiferena interpessoal; fracas necessidades
afetivas ou sexuais;
funcionamento sub-
intelectual.
O que figura para o
cliente:
Necessidade de
segurana e de
independncia ante o
terapeuta.
Palavra-chave: solido
reao que mais
comumente provoca no
terapeuta: Frieza.
estratgias teraputicas
gerais:
Aumentar progressivamente a
sensibilidade s sensaes
agradveis. Ateno
cuidadosa rede social.
Ampliar cognio.
-
o estilo de personalidade paranide
em psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
Est sujeitado a uma imagem de si inviolvel,
associada a idias
persistentes de importncia
e de referncia.
O que figura para o
cliente:
O medo.
Palavra-chave: vigilncia
reao que mais
comumente provoca no
terapeuta: Parania.
estratgias teraputicas
gerais
No tente subtrair-se de sua suspeio.
Trabalhe para diminuir
a coeso entre os plos
cognitivo e emotivo.
-
o estilo de personalidade esquizotpica
em psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
Est sujeitado a uma imagem de si como sendo
estranho, despersonalizado
e dissociado de sua
experincia. Excntrico.
O que figura para o
cliente:
Excentricidade.
Palavra-chave: marginalidade
reao que mais comumente
provoca no terapeuta:
Pensamentos msticos.
estratgias teraputicas
gerais:
No se perca na confuso dele. Trabalhe para
aumentar a coeso entre o
plo cognitivo e os
comportamentos
interpessoais.
-
o estilo de personalidade anti- social
em psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
sujeito a uma imagem de si como autnomo, livre das
convenes sociais e no
atrapalhado pelas
convenincias.
O que figura para o
cliente:
Ele mesmo.
Palavra-chave: temeridade
reao que mais
comumente provoca no
terapeuta: Mais-valia.
estratgias teraputicas
gerais:
Diminuir a centrao sobre si. Aumentar a
tolerncia
passividade, demora
de gratificao.
-
o estilo de personalidade borderline
em psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
Est sujeitado a uma
imagem de si insegura,
imatura e nebulosa.
Frgil controle
inibitrio.
O que figura para o
cliente:
notvel necessidade de
amor.
Palavra-chave: instabilidade
reao que mais comumente provoca
no terapeuta:
Desejo de colocar no colo, d
ou raiva ante a fragilidade do
auto-cuidado do cliente.
estratgias teraputicas
gerais:
Mantenha limites muito claros e seja particularmente
estvel e centrado. Trabalhe
para aumentar a coeso
interna entre o eu e os
afetos.
-
o estilo de personalidade histrinica
em psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
ao afetada, teatral ou impulsiva, usada a servio
da necessidade de ateno.
insacivel no contato.
O que figura para o
cliente:
A ateno do ambiente
externo.
Palavra-chave:
exuberncia
reao que mais
comumente provoca no
terapeuta: Raiva.
estratgias teraputicas
gerais
Foco sobre o plo passivo da experincia do cliente, sua
capacidade de acomodar os
acontecimentos sem ter de se
modificar. Diminuir a centrao
no outro.
-
o estilo de personalidade narcisista
em psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
Age um pouco como se fosse uma mensagem
publicitria; pode-se ver o
produto mas no se pode
sabore-lo.
O que figura para o
cliente:
Notvel necessidade de
ser admirado.
Palavra-chave: presuno
reao que mais
comumente provoca no
terapeuta: Menos-valia.
estratgias teraputicas
gerais
Aumentar a centrao sobre o outro.
-
o estilo de personalidade esquiva em
psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
A simbolizao est sujeitada a preocupaes
constantes com respeito a
rejeio, ao ridculo e a
humilhao.
O que figura para o
cliente:
Notvel necessidade de
ser confirmado.
Palavra-chave: prudncia
reao que mais comumente provoca no terapeuta: Desejo
de encorajar.
estratgias teraputicas
gerais
Aumentar progressivamente a sensibilidade s sensaes
agradveis e experincia do
prazer. Fornecer suporte
tolerncia das sensaes
ligadas dor. Aumentar a
capacidade de estar passivo.
-
o estilo de personalidade dependente
em psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
Uma convico ntima de no estar altura, de
ser inadequado.
O que figura para o
cliente:
Ter um referencial
externo.
Palavra-chave: devoo
reao que mais comumente
provoca no terapeuta: Um
enorme desejo de
frustrar o cliente.
estratgias teraputicas
gerais
Evitar estar muito ativo. Aumentar o plo ativo da
experincia do cliente. Dar
ateno particular tendncia
do cliente a se descentrar de
sua experincia para dar conta
do ambiente.
-
o estilo de
personalidade obsessivo-
compulsiva em psicoterapia de curta durao:
algumas caractersticas
bsicas:
Se v como consciencioso, disciplinado, prudente e leal.
Ao disciplinada, rgida, polida ou obsequiosa.
O que figura para o
cliente:
A ordem, a retido, a
previsibilidade.
Palavra-chave:
conscienciosidade
reao que mais
comumente provoca no
terapeuta: Sono.
estratgias teraputicas
gerais
Tenha uma ateno especial ao dilema da centrao sobre si ou
sobre o outro. Aumentar a
capacidade de agir, trabalhando
sobretudo na energizao.
-
o diagnstico e a queixa
Ao estudar a queixa do cliente h que se olhar para
a sua situao de vida e para a sua situao
clnica, isto , se ele tem alguma manifestao de
algum transtorno psquico que possa exigir outros
tipos de interveno.
O diagnstico psicolgico se d principalmente
atravs da compreenso da queixa e de seu
sentido, alm da compreenso da maneira como
essa pessoa lida consigo mesma, com sua
existncia, com seu ambiente e como vive sua
queixa.
-
o diagnstico e a queixa
A queixa apresentada pelo cliente denuncia uma atitude existencial que se tornou insatisfatria, uma configurao cristalizada.
um repetir, um pedir de novo, e de novo, e de novo, e de novo, enfim, uma interrupo que atrapalha ou impede o processo de desenvolvimento da pessoa.
-
Trata-se de uma gestalt incompleta que busca, por sua repetio, um fechamento.
-
o diagnstico e a queixa
O importante compreender o significado desta queixa, o sentido deste sintoma, bem
como a maneira com que o cliente o
experiencia.
-
O que o sintoma aponta?
Que falta ele denuncia?
Que perspectivas existenciais ele abre?
-
o diagnstico e a queixa
O sintoma representa a melhor forma possvel de viver nas condies atuais
daquela pessoa.
-
O sintoma faz parte de uma histria, um elo de uma extensa corrente de tentativas
que o cliente fez para atualizar seu potencial
e continuar seu crescimento.
-
o diagnstico e a queixa
O sintoma tambm uma maneira de continuar a crescer, ele um ato criativo em prol da vida: no houvesse a possibilidade de a pessoa se desenvolver melhor do que tem conseguido, no haveria dor que a impulsionasse em direo busca de mudana.
O que di um potencial que no encontrou ainda como se desenvolver suficientemente bem.
-
o diagnstico e a queixa
Deve-se buscar a relao que existe entre a figura (o sintoma) e o fundo, pois o fundo que d sentido figura.
Nesse caso, o fundo , alm do estilo de personalidade do cliente, seu momento existencial, o qual inclui sua situao ambiental, sua histria, suas possibilidades.
-
o diagnstico e a queixa
O que estar impedindo o fechamento desta gestalt?
Certamente, falta alguma condio, ou algumas condies para que essa gestalt se feche, e por isso que o cliente pede ajuda: ele percebe que sozinho no pode superar os empecilhos que bloqueiam a continuao de seu crescimento.
funo do terapeuta procurar a maneira como esta gestalt pode se completar para que o indivduo possa retomar a possibilidade de crescimento e de desenvolvimento.
Interessa demais ao gestalt-terapeuta compreender como seu cliente interrompe seu ritmo de contato, em que ponto do ciclo de contato h mais dificuldades para ele caminhar.
-
o diagnstico e a queixa
Num certo sentido, o sintoma a tentativa de resoluo de coisas inacabadas;
tentativa de auto-atualizao.
-
Na medida que muita energia investida em dar conta de situaes inacabadas, sobra
pouca energia para lidar com situaes
novas e interrompe-se o processo de
crescimento.
-
o diagnstico e a queixa
Toda experincia fica suspensa at que a pessoa a conclui. A maioria dos indivduos tem uma grande
capacidade para situaes inacabadas -
felizmente, porque no curso da vida estamos
condenados a ficar com muitas delas.
-
No obstante, (...) estes movimentos no
completados buscam um completamento e, quando
se tornam suficientemente poderosos, o indivduo
envolvido por preocupaes, comportamentos
compulsivos, cuidados, energia opressiva e muitas
atividades auto-frustrantes. (Polsters)
-
o diagnstico e a queixa
preciso cuidado para que no se pretenda explicar o todo do cliente a partir do sintoma, pois isso seria uma perigosa inverso.
O sintoma um estado, um processo, no algo esttico e sem perspectiva de transformao.
H um processo saudvel sustentando o sintoma que o cliente traz
a doena precisa ser vista como abertura para novas possibilidades existenciais a partir do confronto com determinados impedimentos. (Rehfeld)
-
o diagnstico e a queixa
O diagnstico deve, ainda, apoiar-se nos aspectos relacionais, quer seja na maneira
como eles aparecem em terapia, quer seja
no dia-a-dia do cliente.
-
Deve, finalmente, ter claro que a complexidade individual nunca se encerra
dentro de um diagnstico. (Augras)
-
o diagnstico do terapeuta
Para finalizar o diagnstico, o terapeuta deve fazer, com cada cliente e a cada situao teraputica, um diagnstico de si mesmo.
preciso que o terapeuta tenha o mais claro possvel o que o motiva a trabalhar com aquela pessoa, que sensaes, que sentimentos, que reflexes, aquela pessoa provoca.
O diagnstico que o terapeuta faz de si prprio ante aquele cliente a melhor medida que ele tem sobre sua competncia, ou no, sobre sua disponibilidade, ou no, no processo e a cada sesso, para dispor-se a viver aquela aventura, para entrar naquela relao.
-
o diagnstico do terapeuta
a condio pessoal do conselheiro no comeo do processo , obviamente, importante tambm: se ele est 'esvaziado' para escutar o cliente ou se ele precisa um pouco mais tempo para 'chegar', se h incertezas em relao ao contrato ou se h uma gestalt aberta da sesso anterior. (Fuhr)
Somente aps esse auto-diagnstico o terapeuta estar suficientemente esclarecido para viver aquilo que o ponto fulcral de um processo gestalt-teraputico, a relao.
-
o diagnstico do terapeuta
No meu modo de ver, a postura fundamental do
psicoterapeuta ao fazer o seu diagnstico aquela
que Paulo Barros traduz da seguinte maneira:
para mim, ser terapeuta supe um interesse humano muito grande, um interesse pela pessoa
que est diante de voc. Supe um interesse pelas
coisas humanas e uma disponibilidade para
-
perceber o que est acontecendo com a pessoa,
uma curiosidade especial e especfica a respeito da
pessoa em questo. (...) fundamental um
interesse genuno em relao s coisas humanas.
-
o diagnstico do terapeuta
O processo de diagnstico
fundamenta-se na
intersubjetividade, o que
obriga o terapeuta a observar
sua prpria subjetividade e
transform-la em ferramenta
para a compreenso do outro.
-
o diagnstico do terapeuta
Torna-se imprescindvel ao psiclogo dois caminhos concomitantes de aperfeioamento:
aprimorar-se no domnio das tcnicas especficas a sua profisso e
aprimorar-se no conhecimento de si prprio, inclusive como treino para o conhecimento do cliente.
-
A sade para a GT
Critrios mais bsicos:
Como lida com as relaes;
Como lida com o tempo;
Como lida com o espao;
Como lida com a corporeidade;
Como lida com a conscincia;
Como lida com a vida afetiva.
-
A sade para a GT
Critrios mais bsicos:
Lembrar sempre que
a subjetividade intersubjetividade e culturalidade (cultura vivida).
meu mundo sempre assim nosso mundo, um mundo intersubjetivo, um
mundo comum. Tatossian
Ateno ao mundo da vida cotidiana Lebenswelt.
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Psicopatologias mais fundamentais:
(Cuidado: so construtos complexos)
esquizofrenia e outros transtornos psicticos;
transtornos de humor;
transtornos de ansiedade.
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Psicopatologias mais fundamentais:
esquizofrenia e outros transtornos psicticos:
conceitualmente definido como uma perda dos limites do ego ou um
amplo prejuzo no teste de realidade. Os diferentes transtornos
nesta seo salientam diferentes aspectos das vrias definies de
psictico. Na Esquizofrenia, no Transtorno Esquizofreniforme e no
Transtorno Psictico Breve, o termo psictico refere-se a delrios,
quaisquer alucinaes proeminentes, discurso desorganizado ou
comportamento desorganizado ou catatnico. No Transtorno
Psictico Devido a uma Condio Mdica Geral e no Transtorno
Psictico Induzido por Substncia, psictico refere-se a delrios ou
apenas quelas alucinaes que no so acompanhadas de
insight. Finalmente, no Transtorno Delirante e no Transtorno
Psictico Compartilhado, psictico equivale a delirante.
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Psicopatologias mais fundamentais:
transtornos de humor; A perturbao fundamental uma alterao do humor ou do afeto,
quer seja no sentido de uma depresso (com ou sem ansiedade associada), quer seja no de uma elao.
A alterao do humor em geral se acompanha de uma modificao do nvel global de atividade, e a maioria dos outros sintomas so quer secundrios a estas alteraes do humor e da atividade, quer facilmente compreensveis no contexto destas alteraes.
-
A maioria destes transtornos tendem a ser recorrentes e a ocorrncia dos episdios individuais pode freqentemente estar relacionada com situaes ou fatos estressantes.
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Psicopatologias mais fundamentais:
transtornos de ansiedade:
vrias formas de ansiedade patolgica, medos e fobias que podem
surgir rapidamente ou lentamente, durante um perodo de muitos
anos, e que interferem na rotina diria do indivduo.
Os transtornos de ansiedade mais comuns so:
Sndrome do Pnico
Fobias
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
Estresse ps-traumtico
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
Agorafobia e outras fobias
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Esquizofrenia e outros transtornos psicticos: Critrios mais bsicos:
Como lida com as relaes: pobreza de relacionamentos; muita dificuldade para
realmente perceber o outro; dificuldade com o
mundo compartilhado perda do senso comum.
Como lida com o tempo: nega o tempo compartilhado; vazio de tempo, um tempo
paralisado que diferente do tempo vazio (tdio).
Como lida com o espao: desajeitadamente; sem destreza; sem graa; rgidamente contido.
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Esquizofrenia e outros transtornos psicticos: Critrios mais bsicos:
Como lida com a corporeidade: corpo negado, no apossado, no biografado;grande prevalncia do corpo- objeto sobre o corpo-sujeito.
Como lida com a conscincia: dificuldade com a realidade compartilhada; dificuldade ou impossibilidade de autopercepo; presunoso.
Como lida com a vida afetiva: distante dos afetos; frio;
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Transtornos de humor. Critrios mais bsicos:
Como lida com as relaes: ser-para-o-outro e ser-um-com-o-outro(Tellenbach); limites autoimpostos; dificuldade de comunicao;
Como lida com o tempo: lentificao ou acelerao do tempo; aprisionamento no
passado (culpa e nostalgia improdutiva); falta
de horizontes (de futuro).
Como lida com o espao: falta de elasticidade; falta de luz; pouca ocupao de espao; no se
sente em casa no mundo.
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Transtornos de humor.
Critrios mais bsicos:
Como lida com a corporeidade: lentificao ou acelerao psicomotora; amortecimento do
corpo; sensao de vazio visceral.
Como lida com a conscincia: excesso de deverias; impotncia; dificuldade de
autoaceitao; awareness pobre; sensao de
vazio.
Como lida com a vida afetiva: tristeza vital ou euforia; distanciamento dos sentimentos;
anestesia afetiva;
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Transtornos de ansiedade: Critrios mais bsicos:
Como lida com as relaes: falta de confiana; insegurana; controle; tenso.
-
Como lida com o tempo: dificuldade de estar no presente;
oscila entre passado e futuro, com preferncia pelo futuro
(geralmente temido); expectativas; tenso entre o agora e o depois (Perls).
Como lida com o espao: com medo, especialmente dos novos espaos; muita ateno.
-
A compreenso diagnstica e o eixo I do DSM-IV
Transtornos de ansiedade: Critrios mais bsicos:
Como lida com a corporeidade: resistncia muscular (Perls); corpo sob controle, com dificuldade de relaxamento e de descarregar a
excitao.
Como lida com a conscincia: mais atento s possibilidades catastrficas; perfeccionismo;
medo de humilhao ou de rejeio; medo de
palco; interrupo da excitao do crescimento criativo (Perls) .
Como lida com a vida afetiva: desconfiado, no se entrega; percebe os afetos, mas no confia neles.