aula direito penal ii

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Livro Recomendado: Direito penal esquematizado.. Obra Autor Editor a Edição Lições de Direito Penal, P. Geral Heleno Cláudio Fragoso Forens e 16ª ed. Curso de Direito Penal Brasileiro, P. Geral Luiz Regis Prado RT V. I, Tratado de Direito Penal, P. Geral Cezar Roberto Bitencourt Saraiv a 13ª. Manual de Direito Penal, P. Geral Julio Fabbrini Mirabete e Renato N. Fabbrini Atlas 24ª Manual de Direito Penal Brasileiro, P. G. Eugenio Raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli RT Curso de Direito Penal, P. Geral Fernando Capez Saraiv a V. I, 11ª Manual de Direito Penal, P. Geral e P. E. Guilherme de Souza Nucci RT Curso de Direito Penal Rogerio Greco Direito Penal II Dia 05/02/09 Os 4 elementos constitutivos do crime: - Conduta Humana autoria/participação - Típica bem jurídico tutelado Crime elementos subjetivos: dolo e culpa. - Antijurídica - Culpável : capacidade de entender o que se está fazendo. Erro de Tipo : ocorre na típica. Erro de Proibição : ocorre na culpável. Finalidade da Pena : 1 - Teoria Absoluta: a pena tem caráter retributivo. A pena na exata medida do mal causado. 2 – Teoria Relativista: a pena tem que ser prevenção, não punição. Prevenção Geral e Prevenção Especial. A Prevenção Geral pode ser positiva (para mostrar que o direito funciona) e negativa (impedir que outras pessoas cometam crimes). A Prevenção Especial pode ser positiva (busca a ressocialização do indivíduo) e negativa (retirar o indivíduo da sociedade para ele não cometer mais crimes durante este determinado tempo). 3 - Teoria Mista ou Unificadora da Pena: junta a reprovação do crime e a prevenção. É adotada pelo nosso CP. (art. 59) Direito Penal II – 1ª Aula 1. SISTEMAS PRISIONAIS: a) Pensilvânico : Foi o primeiro sistema criado.

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Page 1: Aula Direito Penal II

Livro Recomendado: Direito penal esquematizado..

Obra Autor Editora Edição

Lições de Direito Penal, P. Geral Heleno Cláudio Fragoso Forense 16ª ed.Curso de Direito Penal Brasileiro, P. Geral Luiz Regis Prado RT V. I, 8ª

Tratado de Direito Penal, P. Geral Cezar Roberto Bitencourt Saraiva 13ª. Manual de Direito Penal, P. Geral Julio Fabbrini Mirabete e Renato N. Fabbrini Atlas 24ª

Manual de Direito Penal Brasileiro, P. G. Eugenio Raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli RT 7ª

Curso de Direito Penal, P. Geral Fernando Capez Saraiva V. I, 11ªManual de Direito Penal, P. Geral e P. E. Guilherme de Souza Nucci RT 2ª

Curso de Direito Penal Rogerio Greco

Direito Penal IIDia 05/02/09 Os 4 elementos constitutivos do crime:

- Conduta Humana autoria/participação

- Típica bem jurídico tuteladoCrime elementos subjetivos: dolo e culpa.

- Antijurídica

- Culpável: capacidade de entender o que se está fazendo.

Erro de Tipo: ocorre na típica.Erro de Proibição: ocorre na culpável.

Finalidade da Pena:1 - Teoria Absoluta: a pena tem caráter retributivo. A pena na exata medida do mal causado.2 – Teoria Relativista: a pena tem que ser prevenção, não punição. Prevenção Geral e Prevenção Especial. A Prevenção Geral pode ser positiva (para mostrar que o direito funciona) e negativa (impedir que outras pessoas cometam crimes).A Prevenção Especial pode ser positiva (busca a ressocialização do indivíduo) e negativa (retirar o indivíduo da sociedade para ele não cometer mais crimes durante este determinado tempo).3 - Teoria Mista ou Unificadora da Pena: junta a reprovação do crime e a prevenção. É adotada pelo nosso CP. (art. 59)Direito Penal II – 1ª Aula

1. SISTEMAS PRISIONAIS:a) Pensilvânico:Foi o primeiro sistema criado.O preso ficava em uma cela isolada, por período integral de pena e silêncio absoluto.b) Auburniano:O preso ficava isolado, durante o dia podia trabalhar fora da cela e continuava em silêncio.c) Progressivo:O sistema adotado pelo Brasil é o progressivo. Era um sistema por estágios, ele ia progredindo. O preso começava em cela individual em silêncio. Depois de um tempo, durante o dia trabalhava e a noite retornava para a cela. Depois ia para um sistema de liberdade vigiada (condicional).

2. ESPÉCIES DE PENAS: (art. 32 CP)As penas proibidas no Brasil: degredo (expulso do país), desterro (expulso da cidade), penas cruéis (tipo castração).a) Morte: (CF/88)Em caso de guerra.b) Privativa de Liberdade:Reclusão; Detenção ou Prisão Simples.

Page 2: Aula Direito Penal II

Ocorre a perda da liberdade de locomoção; perda de direitos políticos.c) Restritiva de Direitos:Prestação pecuniária; Perda de bens e valores; Prestação de serviço a comunidade; Limitação de fim de semana; Limitação de direitos (ex.: perda da carteira de motorista). d) Multa:É calculada em dias/multa, o que equivaleria a cada dia de trabalho.

3. CARACTERÍSTICAS DA PENA:a) Legalidade:A pena deve estar prevista em lei.b) Anterioridade:A pena tem que estar prevista antes do cometimento do crime. c) Individualidade:No direito Penal chama-se o princípio da intranscendência. A pena não pode ultrapassar a figura do criminoso. O criminoso que deve pagar.d) Proporcionalidade:A pena deve ser proporcional ao crime praticado.

4. PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE: (art. 33 - 42 CP)a) Reclusão: (regime fechado; semi-aberto ou aberto)Teoricamente as penas de reclusão são mais graves que as de detenção.Admite prisão preventiva.Se a pena mínima for superior a 2 anos, não cabe fiança. b) Detenção: (regime semi-aberto ou aberto, salvo necessidade de transferência para regime fechado)Delitos de menor gravidade.Não admite prisão preventiva. Salvo em alguns casos.c) Prisão Simples:As contravenções penais são punidas com prisões simples.Dia 12/02 – 2ª Aula (continuação penas privativas de liberdade)A partir do transito em julgado se estabelece as penas.

A. Forma de Cumprimentoa) Regimes: (art. 33 CP)

I. Fechado (art. 34): o réu não realiza trabalho externo, salvo em obras públicas, desde que seja com segurança para que não fuja. Realização de trabalhos internos, cursos. Caracteriza um grau alto de periculosidade do réu. (Segurança máxima ou média. Art. 36, 37 LEP. Aqui ocorre remição de pena na proporção de 3 dias trabalhados a 1 dia de pena.)

II. Semi-aberto (art. 35): durante o dia o preso trabalha fora do sistema penitenciário, inclusive, para empresas privadas; (freqüência a cursos supletivos profissionalizantes). Durante a noite o preso volta para a penitenciária. Colônias penais. Faz o exame criminológico. (Aqui ocorre a remição de pena na proporção de 3 dias trabalhados a 1 dia de pena.)

III. Aberto (art. 36): deveria cumprir em casa de albergado (albergue). O regime aberto pressupõe que o réu esteja apto para o convívio com a sociedade. Estaria envolvido em alguma atividade lícita. Durante a noite, nos feriados se recolheriam nos albergues, que não aparentariam prisão. Em todo Brasil são 3 albergues: 02 em SP e 01 em Porto Alegre - RS. (Aqui não ocorre a remição de pena, pois o trabalho é um requisito para o regime aberto.)

b) Regimes Especiais: (art. 52): são aplicados para réus definitivos e provisórios. I. R.D.D. (Regime Disciplinar Diferenciado) – Lep (lei de execução penal) 7.210/84: tem que se cometer falta

grave quando cumprindo pena de regime fechado (art 50 da lep). Sem direito a nada alem de ler. Solitária por até 360 dias e um sexto da pena total em caso de reincidência.

II. Domiciliar (Lep): condenado maior de 70 anos. Deficiente físico ou mental, gestante.c) Estabelecimento do regime inicial de cumprimento: (art. 59; art. 33, II)

I. Competência : quem estabelece o regime inicial de cumprimento da pena, é o juiz do processo.II. Crimes punidos com reclusão : de 0 a 4 anos, o regime será o aberto. Acima de 4 e abaixo de 8 anos, o regime

será o semi-aberto. Mais de 8 anos, o regime de pena será o fechado.III. Crimes punidos com detenção : de 0 a 4 anos, o regime será o aberto. Acima de 4 anos, o regime será semi-

aberto.

Page 3: Aula Direito Penal II

IV. Reincidente : para que seja considerado reincidente, o agente comete novo crime depois de transitado em julgado, não precisando ser o mesmo tipo de crime. (art. 63). Se cometer novo crime depois de 5 anos, o agente volta a ser considerado primário e não reincidente (art. 64).

d) Sistema móvel de cumprimento:I. Progressão : é um misto de tempo mínimo de cumprimento de pena (critério objetivo) com o mérito do

condenado (critério subjetivo). A progressão é uma medida de política criminal que serve de estímulo ao condenado durante o cumprimento de sua pena. O condenado não pode passar do regime fechado diretamente para o aberto, deverá passar obrigatoriamente pelo regime semi-aberto.

II. Requisitos legais para poder progredir de regime:1º - cumprimento de 1/6 da pena;2º - bom comportamento carcerário; (10792/03) (art. 112, I da LEP)* exame criminológico;* parecer técnico.

III. Crimes hediondos :- não permitia a progressão da pena;- crime de tortura;- HC – STF – decisão Erqa Omnus;- modificação da lei nº 8.072/90: o regime inicial é obrigatoriamente fechado. A progressão é permitida desde que atenda os requisitos. * cumprimento de 2/5 (não reincidente) ou 3/5 (reincidente) da pena, para poder progredir regime.

Dia 19/02 – 3ª Aula (continuação: penas privativas de liberdade)B. Regressão de regime:

Sair de um regime mais brando e ir direto para um regime fechado. Art. 118 da LEP – hipóteses onde pode haver regressão.Quem determina a regressão de regime é o juiz da VEP (vara de execução penal).Só o preso definitivo pode ter uma regressão, o provisório não.a) Conceito: constitui-se como sendo uma penalidade imposta ao preso definitivo, quando da prática de uma das condições estabelecidas no art. 118 da LEP.b) Há regressão:- praticar fato definido como crime doloso.- praticar falta grave: ex.: vai do semi-aberto -> fechado. - sofrer condenação posterior: se não for compatível com o atual regime. - frustrar os fins da execução: ex.: regime aberto – abandona o emprego, não cumpre o estabelecido pelo juiz, depois de ter concordado com as condições do regime ele frustra os fins da execução e passa por uma regressão de regime por não estar apto. c) Não há regressão:- Culposo: imperícia, negligência, imprudência, sem vontade. O juiz deixa de regredir. - Contravenções penais: prisão simples, + leves.- Multa

C. Direitos do preso: (LEP art. 41)- Integridade física e moral (art. 38 CP)- Condições mínimas de dignidade da pessoa humana.- Necessidade de assistência religiosa. (art. 24 LEP) - Remição da pena por Trabalho: é um direito do preso (art. 26 LEP). A cada 3 dias trabalhados (pelo menos 6 horas diárias) diminui 1 da pena. Se o Estado por incapacidade administrativa não tiver estrutura para oferecer o trabalho, há a remição da penal igual, mesmo sem o condenado trabalhar (há controvérsias quanto a isto). Porém se o condenado for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido. - Remição da pena pelo estudo (súmula 341)

D. Detração (42CP) (art. 111 LEP)a) Conceito: constitui-se como sendo um beneficio concedido ao preso condenado definitivamente, e importa na diminuição do tempo de prisão provisória no quanto da pena definitiva. Ou seja, permite-se descontar, na pena ou na medida de segurança, o tempo de prisão ou de internação que o condenado cumpriu antes da condenação. Esse período anterior a sentença penal condenatória é tido como de pena ou medida de segurança efetivamente cumpridas. b) Aplicação: o juiz executa a sentença.

E. Superveniência de doença mental (art. 41 CP)

Page 4: Aula Direito Penal II

a) Medida de segurança: - Aqueles que adquirirem durante a pena, devem ser retirados do sistema penitenciário e a pena é substituída pela medida de segurança até que restabeleça a sanidade mental (não dura pra sempre). Caso se recupere antes do final da pena, ele volta para o sistema penitenciário para cumprir o restante da pena. - Aqueles que já possuem doença mental cumprem medida de segurança.

5. INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA:A. Pena Cominada

a) Noções gerais:É a pena que está na lei (abstratamente previsto para o crime)b) Limites: mínimo e máximoPossuem um mínimo e um máximo para a aplicação da pena.

B. Aplicação da penaa) Fundamentação Constitucionalb) Garantir ao condenadoc) Sistemas de aplicação previstos na reforma de 1987:- Bifásico – Roberto Lyra- Trifásico – Nelson Hungriad) Sistema adotado pelo Código:- Regras do art. 68 do CP: é o que estabelece o sistema trifásico. e) Dosimetria: (art. 59 CP)- Escolha da pena: o juiz analisa. A pena pode ser cumulativa ou alternativa. Art. 59 CP.A pena de multa também é dosada. O CP não estabelece nenhum critério para medir a culpabilidade.

A pena vai ser medida: 1º culpabilidade: aqui a culpabilidade funciona como limite da pena, impedindo que a pena seja imposta além da medida prevista pela própria idéia de culpabilidade, aliada a outros critérios. Na verdade, impõe-se que se examine aqui a maior ou menor censurabilidade do comportamento do agente, a maior ou menor reprovabilidade da conduta praticada, não se esquecendo, porém, a realidade concreta em que ocorreu, especialmente a maior ou menor exigibilidade de outra conduta.2º maus antecedentes: fatos anteriores praticados pelo réu que merecem a reprovação da autoridade pública e que representam expressão de sua incompatibilidade para com os imperativos ético-jurídicos. A finalidade é simplesmente demonstrar a maior ou menor afinidade do réu com a prática delituosa. 3º conduta social (como ele é): deve-se analisar o conjunto do comportamento do agente em seu meio social, que poderá ou não ter influenciado no cometimento da infração penal. 4º personalidade: deve ser entendida como síntese das qualidades morais e sociais do indivíduo. Na análise da personalidade deve-se verificar a sua boa ou má índole, sua maior ou menor sensibilidade ético-social, a presença ou não de eventuais desvios de caráter de forma a identificar se o crime constitui um episódio acidental na vida do réu. 5º motivo: os motivos constituem a fonte propulsora da vontade criminosa. Não há crime gratuito ou sem motivo. Para a dosagem da pena é fundamental considerar a natureza e qualidade dos motivos que levaram o indivíduo a prática do crime. 6º circunstâncias: 7º consequências: importa analisar a maior ou menor danosidade decorrente da ação delituosa praticada ou o maior ou menor alarma social provocado, isto é, a maior ou menor irradiação de resultados, não necessariamente típicos, do crime. Ex.: No caso de homicídio, a vítima deixou 4 filhos desamparados. 8º comportamento da vítima: estudos de vitimologia demonstram que, muitas vezes, as vítimas contribuem decisivamente na consecução do crime. Esses comportamentos são, não raro, verdadeiros fatores criminógenos, que, embora não justifiquem o crime, nem isentem o réu de pena, podem minorar a censurabilidade do comportamento delituoso, como, por exemplo, “a injusta provocação da vítima”. Depois de analisadas estas circunstâncias é estabelecida a pena base.Dia 26/02 – 4ª Aula(O CP quer evitar o Bis in idem: que quer dizer, que por um mesmo fato ou idêntica situação o agente seja punido duas vezes.)

1) 2ª FASE DA DOSIMETRIA DA PENA:- circunstâncias legais:a) AGRAVANTES: (art. 61, 62 CP)Só vai configurar agravante quando não constituir ou qualificar o crime.

Page 5: Aula Direito Penal II

Art. 61 – circunstâncias agravantes Reincidência (Art. 63)

Reincidência nas contravenções penais (Art. 7º, art. 64º CP) Ter o agente cometido o crime :

I. Motivo fútil (desproporcional, quase ausência de motivos. ex.: matar alguém por ser corintiano) ou Torpe (motivo que causa repugnação. ex.: matar alguém por dinheiro): motivo insignificante.

II. Por conexão (conexão objetiva teleológica: quando um crime é praticado para facilitar outro crime; conexão sequencial: quando um crime é praticado para esconder outro) sendo assim julgado por um mesmo juiz;

III. A traição de emboscada (ex.: tocaia), ou mediante dissimulação (ex.: fingir problemas no carro para assaltar), ou outro recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima;

IV. Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura (pode constituir crime próprio) ou outro meio insidioso ou cruel (ex.: asfixia, crucificação, jogar ácido, comer ou picar alguém ainda vivo), ou de que podia resultar perigo comum (ex.: utilizar explosivo);

V. Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjugue (marido, esposa e conviventes);VI. Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de

hospitalidade, ou com violência contra a mulher;VII. Com abuso de poder ou violação de cargo (cargos públicos, ex.: diretor de escola), ofício (atividades

manuais transferidas de pai pra filho), ministério (ex.: padres) ou profissão (profissões liberais);VIII. Contra criança (ECA - criança até 12 anos), maior de 60 anos (Estatuto do Idoso), enfermo ou mulher

grávida;IX. Quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;X. Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação (ex.: rouba casas) ou qualquer calamidade pública, ou de

desgraça particular do ofendido (ex.: em acidente de carro rouba a vítima);XI. Em estado de embriaguez pré-ordenada (ex.: tomar para criar coragem);

No caso de concurso de agentes (29);I. Promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade (mentor intelectual do crime, o

“cabeça”);II. Coage (faz contra a vontade) ou induz outrem à execução material do crime (tem a idéia e convence

a praticar o crime);III. Instiga (tem a predisposição) ou determina a cometer crime alguém sujeito a sua autoridade (o pai

usa a sua autoridade para o filho cometer o crime) ou não-punível (menor).IV. Executa o crime ou nele participa mediante paga ou promessa de recompensa;

b) ATENUANTES: Ser o agente menor de 21 anos, na data do fato, ou maior de 70 anos, na data da sentença; O desconhecimento da lei: o chamado erro de proibição que, conforme o art. 21º CP diz que o

desconhecimento da lei é inescusável, contudo servirá como circunstância legal atenuante. Ter o agente:

I. Praticado o crime por motivo de relevante valor social (interesse coletivo) ou moral (valor individualizado). Ex. moral: o pai matar o traficante que viciou a sua filha;

II. Diminuir os efeitos do crime (ex.: pratica o crime, mas depois procura a vítima e tenta ressarcir os danos causados);

III. Sob coação resistível, cumprimento de ordem hierárquica; sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;

IV. Confessado;V. Influência de multidão em tumulto;

Qualquer causa (art. 66): a pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.

*cláusula aberta.2) CAUSAS DE AUMENTO OU DIMINUIÇÃO:

a) gerais -> previstas na parte geral do Código:Ex.: art. 14, inciso II; art. 70 e 71.b) especiais -> previstas na parte especial ou legislação extravagante:Ex.: inciso I do art. 121; inciso II do art. 157

3) QUALIFICADORAS:- distinção entre esta e as causas de aumento de pena- sua aplicação na dosimetria

Page 6: Aula Direito Penal II

4) CÁLCULO FINAL:O cálculo da pena, nos termos do art. 68 do CP, deve operar-se em três fases distintas: a pena-base deve ser encontrada analisando-se as circunstâncias judiciais do art. 59; a pena provisória, analisando-se as circunstâncias legais, que são as atenuantes e as agravantes; e, finalmente, chegar-se a pena definitiva, analisando-se as causas de diminuição e de aumento. Ex.: delito: 157, inciso 2º, I C/C 14, IIDia 05/03 – 5ª Aula

PENA DE MULTA (art. 49 - 52 CP)A multa é uma das três modalidades de penas cominadas pelo CP e consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa.

1) DISPOSITIVOS LEGAIS: Art. 49 a 52 co CP. Diferente das sanções civis, essas penas têm caráter penal, individual, não podendo ultrapassar a figura do condenado.

2) ASPECTOS QUAIS:a) Histórico: o Direito Romano já previa penas pecuniárias como pena única para determinados crimes. No

começo da idade média elas começaram a ser substituídas pelas penas corporais. Ao final da idade média, especialmente Beccaria, as penas privativas de liberdade começaram a ser usadas como pena principal.

b) Introdução no Código de 84: O código que antecedeu o código de 84 não estabelecia os dias-multa. Somente no de 84 que isto aconteceu.

3) MULTA COMO PENA:a) Confisco: Confisco é a retenção de tudo o que a pessoa tem. Hoje o Brasil não admite Confisco (CF diz que

não é admissível a pena de confisco). O que existe é a pena de perdimento, que é quando são retidos bens que são adquiridos por meios ilícitos. Ex.: apreendidos instrumentos de crime, ou quando o crime é de contrabando e com este dinheiro são comprados carros, mansões, o réu perde estes bens.

b) Multa Compensatória: não existe no CP. Seria uma multa que compensaria efetivamente o dano causado pelo crime. Quanto maior o dano, maior a multa. Levaria em consideração a condição do réu em relação ao fato. Retribuição.

c) Multa: é pena pecuniária destinada ao Estado, que será calculada no sistema dias-multa.4) CARACTERES:a) É pena: não é pena acessória, é pena principal.b) Intransferível: ela não pode ultrapassar a figura do condenado. Princípio da intranscendência. c) Dívida de valor: ela é executável. Operações realizadas, quantidade de dias-multa x o valor dos dias-multa.5) SISTEMA DE DIAS-MULTA:a) Valores: mínimo e máximo: 10 – 360 (art. 49 CP)b) Forma de estabelecimento: ex: Pena de 1 a 4 anos, o réu pega 1 ano e 10 dias multa. Se aumentar para 1

ano e 6 meses > 1 – 1,6 (50%) 10 – 15 (+ 5 dias = 50%)

- Dosimetria – aplicação dos critérios do art. 59 do CPc) Valor do dia-multa:

- 1 salário mínimo mensal (época do fato, não da prolação da sentença)- poderá ser reduzido até o limite de 1/30 (de 4650,00 para 155,00 reais)- poderá ser aumentado até o limite de 5x (de 465,00 para 23.250,00 reais)- critério especial estabelecido no art. 60, parágrafo 1º (3X)

6) EXECUÇÃO DA PENA DE MULTAa. Prazo para pagamento: 10 dias após o transito em julgado ou da notificação (como acontece).b. Forma de pagamento: única parcela, ou a prazo conforme o juiz estabelecer. Há possibilidade de penhorar

até 30% do salário para pagar dívidas.Possibilidade de conversão: o CP não admite mais. Até 1995 havia possibilidade, mas hoje não há mais essa conversão. Se não for paga, torna-se dívida ativa. Promove-se execução fiscal junto ao juiz da vara civil. (Estado não executa dívida com valor inferior a 10 mil reais)c. Atribuição da competência para executar: Quando o juiz da vara de execuções penais é questionado a

multa pode ser cobrada como dívida ativa pelo juiz da vara civil. Só são executadas as dívidas acima de 10 mil reais.

d. Destinação: fundo da penitenciária estadual (nacional?), que teoricamente deveria investir nas penitenciárias.

e. Prescrição: prescrevem em dois anos. Datando da execução. Pena menor de 6 meses pode ser convertida em multa.

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Dia 12/03 – 6ª AulaPENAS RESTRITIVAS DE DIREITO (art. 43 - 48 CP)

1) PREVISÃO LEGAL: ART. 43 A 482) NOÇÕES GERAIS: Penas alternativas: Medidas alternativas: consenso; doação; etc. Ideologia Características:

- Principal: - Substitutiva:

3) REQUISITOS PARA A CONCESSÃO:a) Objetivos: (Art. 44, inciso 1)

Penas alternativas aliviam o direito penal. São objetivadas a evitar a pena. São aplicadas em crimes de menor potencial ofensivo.

Pena igual ou inferior a 4 anos; O crime não tenha sido praticado mediante violência ou grave ameaça a pessoa.b) Subjetivos: (Art. 44, inciso 2 e 3) Não ser o réu reincidente em crime doloso (art. 63). Reincidência Específica – quando o réu pratica o mesmo

crime várias vezes ou reincidência normal – quando o réu pratica um crime dentro dos 5 anos de trânsito em julgado de algum crime cometido anteriormente. Se o crime for culposo não importa a quantidade de pena.

As circunstâncias judiciais dever ser favoráveis (art. 59)4) OUTROS ASPECTOS:a) Penal igual ou inferior a 1 ano -> pena restritiva ou multa; (Art. 44, p. 2º)b) Pena superior a 1 ano -> restritiva e multa ou 2 restritivas; (Art. 44, p. 2º)c) Reincidente -> possibilidade? (Art. 44, p. 3º)

§ 3º - Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável (critério subjetivo) e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime (critério objetivo).

Reincidente doloso: impossibilidade de substituição. (§3º do art. 44 – medida seja socialmente recomendável > critério subjetivo / e a reincidência não se tenha operado em virtude de prática do mesmo crime > critério objetivo)

Reincidente específico: o mesmo tipo de crime. Ex.: 1º furto, 2º furto... pra ser específico tem que ser culposo

Reincidente culposo: há possibilidade.Analise parte de constatar se o crime é doloso, se não for, deve-se ver se o crime é culposo e reincidentemente específico, se não for, parte para ver se foi praticado com circunstâncias favoráveis. (Unificação de Penas)

d) Conversão em pena privativa de liberdade (Art. 44, p. 4º)e) Nova condenação -> juízo da execução (Art. 44, p. 5º) Conversão facultativa.5) ESPÉCIES:a) Prestação Pecuniária: Pagamento em dinheiro: (Art. 45, p. 1º): que não pode ser executada, por não ser dívida de valor e sim pena

substituta.- a vítima- seus dependentes- entidade pública ou privada com destinação social- importância fixada pelo juiz- 1 (um) a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos

A prestação poderá consistir em prestação de outra natureza. (Art. 45, p. 2º)*desconto do valor pago (ação civil ex.: “delicto”)

b) Perda de Bens ou Valores: (Art. 45, p. 3º) Destinatário Critério: prejuízo ou provento.

O juiz pode aplicar a maior pena.Dia 19/03 – 7ª Aulac) Prestação de Serviços a Comunidade

Page 8: Aula Direito Penal II

- Conceito: é a atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. O condenado deve prestar algum tipo de serviço que saiba realizar. O Juiz decide que tipo de serviço, depois que um assistente social tenha conversado e descoberto qual é a aptidão do réu.- Condições: pena superior a 6 meses e inferior a 4 anos.- Locais de prestação:

Entidades Assistenciais; Hospitais; Escolas; Orfanatos; Demais estabelecimentos similares:

- Cumprimento: 1h/dia de condenação Cumprimento em tempo menor: quando a pena for superior a 1 ano o juiz pode decidir que o

condenado trabalhe o dobro por dia, reduzindo o tempo de serviço prestado em ½.d) Interdição Temporária de Direitos :

- Proibição do exercício de cargo, função, ou atividade pública, bem como, mando eletivo: está relacionada a crimes praticados por funcionários públicos. - Proibição do exercício da profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização pública: como advogados, médicos, etc. - Proibição de freqüentar determinados lugares: menos usada, normalmente é cumulada com alguma outra pena. Quando acima de 1 ano de pena, pode-se acumular.

e) Limitação de Final de Semana :- Conceito: consiste na interdição da locomoção do condenado por um período de tempo, no qual este deverá ser submetido à instrução social ou intelectual.- Cumprimento:

5 horas diárias: albergue/similar: Como no Brasil não existe casa de albergado, existem cursos que devem ser freqüentados pelos condenados. Ex: Palestras de prevenção no trânsito, antidrogas, respeito aos idosos, etc.

CONCURSO DE CRIMES:Existem 4 tipos de concurso: Material, Material Benéfico, Formal Perfeito, Formal Imperfeito.

1) CONCURSO MATERIAL ou REAL DE CRIMES (art. 69)a) Conceito: Dar-se o concurso material quando o agente criminoso, mediante a realização de mais de uma

conduta (ação ou omissão), pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Há pluralidade de condutas e pluralidade de crimes.

b) Conseqüência: aplicação cumulativa das penas privativas de liberdade em que haja ocorrido. Soma ou unificação das penas aplicadas, nos termos do art. 66, III, a, da LEP. (Ex.: lesão corporal, estupro e furto)

c) Espécies: Normal /comum Mais benéfico: consiste na aplicação das regras do concurso material nas hipóteses em que deveria ser

aplicado o regramento referente ao concurso formal perfeito, visto que a pena nestes casos, em razão do concurso material, será mais benéfica que a do concurso formal.

2) CONCURSO FORMAL (art. 70)a) Conceito: há concurso formal quando o agente criminoso, mediante a uma única conduta (ação ou omissão)

obtém diversos resultados. Nessa espécie de concurso há unidade de ação e pluralidade de crimes.b) Espécies:

- Concurso Formal Perfeito (próprio): quando a vontade do agente deve querer realizar apenas um crime, obter um único resultado danoso. Aumentar a pena de 1/6 a ½. (Ex.: dirigindo um carro, dorme e atropela pessoas em um ponto de ônibus)- Concurso Formal Imperfeito (impróprio): quando na realização da única conduta o agente possui desígnios autônomos (vontade, dolo; que se caracteriza pela unidade de ação e multiplicidade de determinação de vontade, com diversas individualizações), ou seja, o agente deseja a realização de mais de um crime, tem consciência e vontade em relação a cada um deles. Neste caso aplica-se a regra estabelecida para o concurso material de crimes. (Ex.: prof. querer matar todo mundo na sala, uma conduta, várias mortes, mas com vontade prévia)

CPC 387. Obrigação de reparar.

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Dia 26/03 – 8ª Aula3) CRIME CONTINUADO (art. 71)

Caracteres:Mais de uma conduta; Diversos resultados; Idênticos.

3.1 Teoria da ficção jurídica3.2 Requisitos para configuração:a) Crimes da mesma espécie: Crimes que tutelam o mesmo bem jurídico (uma corrente doutrinária). Aqueles

tipificados pelo mesmo dispositivo legal, (outra corrente – está sendo mais utilizada). Ex: Furto qualificado, tentado, simples, privilegiado.

b) Idênticas condições de: Tempo: entre um crime e outro é preciso que haja um espaço de tempo pequeno. Sendo esse espaço de

tempo que ser inferior a 30 dias (Jurisprudência Pacífica). Lugar: Mesma comarca ou em comarcas vizinhas, limítrofes. Maneira de execução: Forma pela qual o sujeito está perpretando a conduta tem que ser a mesma. “Modus

Operandi”. Outras: termo genérico para designar outras condições que façam assemelharem-se os crimes. Não são

obrigatórias.c) Elemento volitivo (condições maneiras de execução): premeditação.3.3 Aumento:

1/6 a 2/3 (quanto maior a quantidade de crimes, maior o aumento)3.4 Específico: (p. 1º)

- crimes dolosos;- violência ou grave ameaça;- mesma vítima;- aumento 1/6 ao triplo

3.5 Crime continuado e crimes dolosos contra a vida4) ERRO NA EXECUÇÃO-ABERRATIOICTUS (73):4.1 Caracterização: quando a agente erra na execução do crime, atingindo pessoa diversa daquela pretendida.4.2 Aplicação do p. 3º, do art. 20 do CP.4.3 Ocorrência de dois resultados5) ERRO DE EXECUÇÃO-ABERRATIODELICTI (74): 5.1 Caracterização: Realização de crimes de natureza diversa. A objetivação do agente é cometer um crime, e

acaba cometendo outro. Ex: Uma determinada mulher passa em frente a uma vitrine e decide quebrar a vitrine com uma pedra, mas acaba acertando uma vendedora, provocando lesão.

5.2 Ocorrência de 2 resultados- Culpa: derivada de ação viciada e crime culposo. - Culpa e Dolo: dolo como antecedente e culpa como conseqüente.

Até aqui trabalhados art. 32 a 74.Lei dos Crimes Hediondos dispõe que a pena deverá ser cumprida integralmente em regime fechado.Dia 02/04 – 9ª Aula

AÇÃO PENAL: (art. 100 CP)1. ASPECTOS GERAIS:

Direito processual como direito material em movimento (antiguidade). Século XVIII passou a se discutir o processo como uma forma de desenvolvimento de atos processuais. Direito de Ação é o direito que o tutelar do bem jurídico tem, de provocar o Estado para garantia de um direito, fazendo assim com que valha a lei no caso concreto. Direito subjetivo e Público. Aciona-se, ou não, o Estado. Direito de Ação não está vinculado a Direito Material. Posso provocar o Estado, mesmo sem direito material estabelecido. Instrumento processual.

1.1 Colocação no Código Penal1.2 Classificação quanto ao sujeito:• Critério Subjetivo - Incondicionada: São aquelas propostas pelo MP (titular da ação)

a) Pública - Condicionada: Representação do ofendido ou a requisição do ministro da justiça.- Ação Penal Pública (art. 41 CPP; art. 129, I, CF)): quando o titular da ação for o MP Estadual ou Federal, representado pelo Promotor de Justiça e Procurador da República. Em todos os casos, salvo se contrario for o CP.- Ação Penal Pública Incondicionada: o MP move ação independentemente de ser movido por outrem.

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- Ação Penal Pública Condicionada: quando há outorga por parte da pessoa lesada. (Representação). - Exclusiva

b) Privada - Personalíssima (art. 236) - Subsidiária (art. 29 do CPP)

- Ação Penal Privada (ex.: art. 145 CP): é exercida pela vítima. Não pode fazer em seu próprio nome, onde faz-se necessária a figura do advogado. Se a vítima estiver morta ou desaparecida, podem os Cônjuges, ascendentes, descendentes ou irmãos (CADI) proporem ação.

2. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA: (art. 100 CP) (art. 27 CPP)O Ministério Público não necessita de autorização ou manifestação de vontade de quem quer que seja para iniciá-la. Basta constatar que está caracterizada a prática do crime para promover a ação penal. Nas mesmas circunstâncias, a autoridade policial, ao ter conhecimento da ocorrência de um crime de ação pública incondicionada, deverá, de ofício, determinar a instauração de inquérito policial para apurar responsabilidades, nos termos do art. 5º, I, do CPP.

2.1 Princípios: Regramento. Regra geral. a) Obrigatoriedade: Ao MP não é permitido por questões de economia ou política criminal, deixar de propor ação. Tem dever funcional de realizar a proposta de ação.b) Indisponibilidade: O MP não pode desistir da ação que houver sido proposta.c) Intranscendência: A Ação penal está vinculada ao sujeito, por isso não pode passar da pessoa do acusado.d) Oficialidade: A atividade procedimental é realizada por órgãos oficiais.

2.2 Exceções: aos princípios da obrigatoriedade e da indisponibilidade, em se tratando de ação penal pública.a) Jecrim – lei nº 9.099/95- Transação Penal (76): todo infrator tem antes do inicio da ação penal, a possibilidade de fazer acordo com o MP. Acordo esse que deve preencher certos requisitos. Se a transação for aceita, cessa o crime, como se não houvesse existido. (exceção ao da obrigatoriedade)- Suspensão Condicional do processo (89): promotor oferece denuncia, juiz recebe e chama o réu. Diz a ele que pode suspender o processo e, se nesse período não voltar, o réu, a delinqüir, se todas as outras propostas forem cumpridas, suspende-se a ação penal. (indisponibilidade)

2.3 Condições da ação: requisitos mínimos de validade para realização de uma ação jurídica.a) Possibilidade jurídica do pedido: O fato deve ser típico, ilícito, determinado ou ao menos determinável, para que possa se entrar com pedido de ação.b) Interesse de agir: Necessidade: toda ação penal é necessária, pois não há outro meio a não ser o processo, para que o Estado atue sobre o indivíduo; Utilidade: deve alcançar o objetivo; Adequação: respeito a todos os critérios estabelecidos na lei.c) Legitimidade de parte: Diz respeito à titularidade da ação penal no pólo ativo e no pólo passivo. No pólo ativo é proposta pelo MP, a não ser quando proposta por particular, em certos casos. No pólo passivo, existem aqueles inimputáveis como os menores de 18 anos.Titularidade da Ação -> MPForo Passivo -> réud) Justa causa: é o lastro probatório mínimo referente à existência de um crime e sua autoria.

2.4 Forma de inícioa) Denúncia (41 C.P.P.)

3. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO:Continua sendo iniciada pelo Ministério Público, mas dependerá, para sua propositura, da satisfação de uma condição de procedibilidade, sem a qual a ação penal não poderá ser instaurada: representação do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo.

3.1 Princípios3.2 Representação: a manifestação formal da vítima que tem por objetivo autorizar o MP a iniciar a chamada

persecução criminal. Outorga da vítima para processar o réu. a) Legitimidade: A lei estabelece que a legitimidade para apresentar representação seja da vítima (ofendido). No caso de incapacidade, são os representantes legais que irão agir. Ex: Pais dos filhos, tutelador dos tutelados e curadores dos curatelados. No caso de morte, ou ausência, serão as pessoas elencadas no art.31 do C.P (CADI) que representarão. b) Momentoc) Retratação: será possível até o oferecimento da denúncia, depois é irretratável.

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d) Prazo: O prazo é de 6 meses, e conta-se a partir do momento em que a vítima saiba quem é o autor do fato criminoso. No caso do menor idade, há duas opções: o prazo do representante; e o prazo do menor que conta a partir do momento em que este completar 18 anos.

4. AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A REQUISIÇÃO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA4.1 Princípios:4.2 A requisição: Ação de procedibilidade que se consubstancia uma determinação oriunda do Ministro da

Justiça para apuração dos crimes que envolvam interesses políticos do Estado, cuja conveniência deverá ser analisada pelo referido ministro. Esses casos são restritos: crimes praticados por estrangeiros contra brasileiros fora do Brasil (art. 7, III, do CP) e nos crimes praticados contra a honra do Presidente ou contra chefe de governo estrangeiro (art. 145, parágrafo único, 1ª parte).a) Momento:b) Prazo: não tem prazo.c) Retratação: não admite retratação.

5. AÇÃO PENAL PRIVADA5.1 Classificação

a) Exclusiva: é aquela na qual a propositura da ação penal fica condicionada a atuação da vítima, seus representantes legais ou substitutos processuais, de acordo com o estabelecido em lei. Aqui o interesse do ofendido é superior ao da coletividade, o Código atribui à aquele o direito privativo de promover a ação penal. b) Personalíssima: é aquela que somente poderá ser proposta pelo ofendido, não admitindo representação ou substituição processual. A única situação usada é a do Art. 236. c) Subsidiária da pública: quando nos crimes de ação penal pública a vítima, seus representantes legais ou substitutos processuais, em decorrência da inércia do MP propuserem de forma subsidiária ação privada.

5.2 Princípios:a) Oportunidade: a vítima propõe ação penal somente se quiser. b) Disponibilidade: a vítima pode escolher se quer continuar com a ação ou não.

5.3 Titular da ação: a) Vítima: pessoa jurídica pode ser titular da ação penal privada.b) Representante Legalc) Cônjuge, ascendente, descendente e irmão

5.4 Prazo para início da ação penala) 6 meses – art. 38 do C.P.P.

5.5 Institutos aplicáveis (causas extintivas da punibilidade):a) Renúncia: expressa (dizer expressamente que renuncia) ou tácita (quando a vítima pratica atos incompatíveis com a finalidade de processar): A vítima tem o direito de renunciar ao seu direito de ação. A renúncia dado a um, estende-se aos demais do mesmo crime. b) Perdão: expresso ou tácito: o perdão para surtir efeito tem que ser aceito pela parte ré para extinção do processo. Prazo de 3 dias, senão será aceito tacitamente. c) Perempção: a morte da ação pela inércia da parte autora. Art. 60 CPP.

Querelante: é o autor da ação penal privada. Querelado: é o réu. *notícia criminis = BO, prestar queixa.Dia 09/04 – 10ª Aula (prova)

2º Bimestre (prova dia 28 de maio) Manual de direito penal – Ricardo Antonio AndradeTratado de direito penal – Cezar Roberto bitencourtDia 16/04 – 11ª Aula

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (art. 107 do CP)Conceito de punibilidade é externo ao conceito de crime. O fato de ser ou não punível não está atrelado à existência do crime. O “jus puniendi” do Estado é abstrato, na norma quando o legislador cria a norma a ser obedecida e dirigida a todos. Concreto quando nasce a pretensão punitiva, que é a possibilidade e dever que o Estado tem de, em relação aquele agente, de aplicar a sanção penal. Só que o Estado criou algumas regras para que o “jus puniendi” não fosse eterno. Em algumas situações, o próprio Estado estabelece causas extintivas de punibilidade. Retira-se do Estado a capacidade de punir.

• Art. 107 do Código Penal

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Norma Penal em branco: Norma que busca sua total existência fora do sistema penal. Como tráfico de entorpecentes. O que vem a ser entorpecente é definido por órgãos médicos (Ministério da Saúde).

São causas extintivas da punibilidade: (art. 107)a) Morte do agente : se o autor do fato morrer, não se pode aplicar sanção. (Princípio da Intranscendência);b) Graça, anistia e indulto ;c) Abolitio criminis (quando cria-se lei que não considera mais o fato criminoso);d) Prescrição (tem por fundamento a inércia do Estado na aplicação da pena ou em sua execução – perde-se o

direito de punir por ineficácia dos agentes ou por lapso temporal), decadência e perempção;e) Renúncia ao direito de queixa ou pelo perdão aceito : só nos casos privados. f) Pela retratação do agente : pág. 768 livro tratado de direito penalg) Pelo perdão judicial : o juiz que decide.

1) Prescrição:a) Da pretensão punitiva: Prescrição pela pena em abstrato : é a prescrição decorrente da ineficiência estatal e que leva em

consideração a pena abstratamente cominada no seu grau máximo (Ex: Homicídio simples pena de 6 a 20 anos, escolhe os 20 anos) ao crime. Sua contagem projeta-se para frente. Prazos prescricionais art. 109.

Prescrição retroativa : trabalha com o inverso da prescrição pela pena em abstrato. Leva em consideração a pena concreta aplicada ao réu. Parte da sentença transitada em julgado.

Prescrição intercorrente : Leva em consideração a pena concreta aplicada ao réu. O prazo prescricional começa-se a contar a partir da sentença até o trânsito em julgado para a acusação, não havido recurso.

Fato Recebimento Decisão de Trânsito Criminoso da denúncia pronúncia Sentença em julgado

Termo Inicial

Legenda: : Prescrição Retroativa : Prescrição pela pena em Abstrato : Prescrição Intercorrente

Art. 111 -> Termo inicial Art. 117 -> Causas Interruptivas Art. 116 -> Causas SuspensivasArt. 109 -> Prazos Prescricionais:* Decisão de pronúncia: só nos casos dolosos contra a vida. Pena Tempo+12 20+8-12 16+4-8 12+2-4 8+1-2 4-1 2

Prescrição pela pena em perspectiva : Construção jurisprudencial. Quando por conta da lógica do sistema, o operante do direito (promotor) projeta que em um futuro próximo o crime prescreverá, em face da demora do sistema. Exemplo: furto famélico (furta uma lata de leite condensado)

Em concurso material, conta-se cada crime em separado, para sua prescrição. (abstrata). E na idéia das causas de diminuição, pegue-se a menor diminuição (1/3) porque leva-se em consideração a pior situação. E nas de aumento da pena a maior.Já na pena em concreto, somam-se as penas.Ex: Feito Simples: reclusão de 1 a 4 anos. > art. 109: prazos prescricionais.

Sistematização: De marcos interruptivos (prescrição pela pena abstrata) de cima pra baixo e prescrição retroativa de baixo pra cima.

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Dia 23/04 – 12ª AulaCAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE (continuação) arrumar - módulo XI curso Damásio de Jesus

1) PRESCRIÇÃO Fato Recebimento Publicação da Trânsito Início do cumprimento Criminoso da denúncia Sentença em julgado da pena

a) Pretensão Punitiva: Abstrata : abstratamente cominada no seu grau máximo, levando em consideração todas as causas de

aumento e diminuição, bem como agravantes, etc. Retroativa : Concreto > art.109. Conta-se da publicação da sentença para trás. Intercorrente : Da data da publicação da sentença, existe a possibilidade de uma interposição de recurso

(art.593 do CPP – 5 dias). Pode o recurso ser interposto pelo MP ou pelo réu. O recurso não é obrigatório e sim voluntário. Podem coexistir no mesmo processo recursos tanto do MP quanto do réu.

Em perspectiva : Construção doutrinária e jurisprudencial. Não existe no Código. Esta espécie de prescrição em abstrato leva em consideração a possível condenação e quantidade de tempo para que o processo termine. Sendo assim, em perspectiva, antecipadamente, pede-se a prescrição do crime.

b) Pretensão Executória:c) Pena Restritiva de Direitos: Prescreverá no mesmo caso das privativas de liberdade, porque existe

substituição, mas a pena continua sendo a mesma. Art. 109, parágrafo único. d) Pena de multa: Não tem prazo. Mas prescreve em dois anos. Art. 114 do CP. Se aplicada alternada ou

cumulativamente, utiliza-se o prazo da pena privativa de liberdade. Depois de transitado em julgado, aplica-se a lei de execução fiscal (5 anos).

2) CAUSAS SUSPENSIVAS: art. 116 – não é automática, tem que ser declarada.a) Questão prejudicial: (Homogênea - ou Heterogênea – obrigatória [não tem prazo] e facultativa [o juiz

estabelece um prazo]) Quando, por exemplo, existe um problema dentro do processo que deve ser resolvido por outro juiz que não aquele da vara determinada para julgar a ação em andamento. Ex: Crime de Bigamia – alguém contrai 2 matrimônios válidos. Para que fique provado o crime de bigamia, deve ser provada a validade dos dois casamentos. Sendo assim o juiz da vara criminal não pode julgar casamento válido. Deve levar o processo para o juiz da vara cível.

b) Cumprimento de pena no estrangeiro: Prisão no estrangeiro suspende-se o prazo prescricional. Em função dos elementos do processo que não podem ser cumpridos.

c) Suspensão do art. 366 do CPP: No direito processual a relação jurídica só se perfaz com a citação do réu. No processo penal há duas formas de citação: vitalícia ou pessoal. Quando alguém propõe uma ação contra alguém, a parte contrária pode comparecer em juízo para afirmar o fato (no Processo Civil). O processo penal não admite esse reconhecimento jurídico, ou seja, o réu, mesmo confessando, pode ser absolvido. Nesse art. não se confirma quanto é o tempo de suspensão do processo. Existe uma construção doutrinária jurisprudencial. O limite para suspensão do prazo é o limite máximo da data de prescrição em abstrato do art. 109.

* pág 783 livro tratado direito penald) Durante o período de prova estabelecido pelo art. 89 da lei nº 9.099/95: Período de Prova, de 2 a 4 anos.

Durante esse período, escolhido pelo juiz do processo, suspende-se o prazo prescricional e também o processo

*período de coleta de provas.3) FORMAS DE CONTAGEM:a) Menor de 21 anos/maior de 70 anos (art. 115): época do fato menor de 21 ou a época da sentença maior de

70, os prazos prescricionais contam-se pela metade;b) No caso de concurso de crimes: 69 (leva-se em conta a pena de cada crime para aplicar prescrição), 70, 71;4) DECADÊNCIA (Ação Penal Privada - APP): Conceito : A perda do direito de ação pelo decurso do tempo em razão do não exercício desta no prazo

estabelecido em lei. Ou seja, não faz a denúncia. A APP deve ser exercida no prazo de 6 meses contado do conhecimento do autor do fato.

Ocorrência :5) PEREMPÇÃO: APP Conceito : É a perda do direito de ação que se dá durante o processo em razão da inércia ou desídia da parte

autora na promoção do processo. Presunção de desistência. Ocorrência : art. 60 do CPP

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Efeitos : Extinção do processo. 6) PERDÃO DO OFENDIDO: APP – é o perdão que se concede ao réu nas ações penais privadas. Conceito : Consiste na desistência do querelante de prosseguir na ação penal, de exclusiva iniciativa privada,

que iniciou através de “queixa-crime”. Não se confunde com o perdão judicial, embora constitua também causa de extinção da punibilidade (art. 107, V, do CP)

Dia 30/04 – 13ª Aula (continuação causas extintivas da punibilidade)

1) MORTE DO AGENTE (art. 107 do CP)a) Fundamento: Princípio da personalidade da pena : (A idéia de que não pode a pena transpassar a figura do condenado é

recente. Em diversos momentos do passado, parentes ou pessoas próximas eram punidas em nome do agente.) Pena não pode transpassar a figura do inimigo e deve ser aplicada ao réu no limite da sua culpabilidade.

“A morte tudo apaga” (Romano): Para os romanos, se o sujeito morresse, a morte dele acabava por extinguir qualquer processo judicial em relação ao réu.

b) Alcance: Todas as penas : se não houver trânsito em julgado. Depois do trânsito em julgado, se já estiver em dívida

ativa, à pena de multa continua mesmo depois da morte do agente, alcançando assim a herança. Se não houver nada o que herdar, não há dívida também.

- é causa personalíssima de extinção de punibilidade: não se estende aos demais co-réus.c) Demonstração: Certidão de óbito : Processo Penal: poucos limites para provas. Necessita de “verdade real”. Só são

inadmissíveis as provas obtidas por meio ilícito. Somente se comprova a morte do agente por meio da certidão de óbito.

A causa extintiva de punibilidade é declarada pelo juiz do processo por meio da Decisão Terminativa de Mérito. Tem essa classificação porque põe fim ao processo, tem efeitos de coisa julgada material, mas não decide a causa penal. A essa decisão caberá recurso em sentido estrito (art. 581 do CPP). Prazo para interposição de recurso é de 5 dias contados da data da decisão.

2) ANISTIA: Instituto de Política Criminala) Conceito “é a exclusão por lei ordinária com efeitos retroativos, de um ou mais fatos criminosos do campo

de incidência do direito penal”. (Difere do “abolitio criminis” porque neste o crime deixa de existir, já na anistia, o crime ainda existe, mas aqueles fatos realizados em determinado tempo, deixam de ser considerados criminosos.) Ex: Políticos na época da ditadura que foram anistiados.

Quem concede a Anistia é quem tem a capacidade de legislar, pode ser o Presidente, pode ser a câmara de deputados...Pode ser total ou parcial.

Iniciativa da lei -> livre: ou seja, qualquer um pode propor a anistia. Destinada a crimes políticos – anistia especial: praticados por um ou contra determinado governo. Em regra,

a anistia é aplicada a crimes políticos, mas pode acontecer de crimes comuns serem anistiados. É dirigida a fatos e não a pessoas Admite imposição de condições ao réu (anistia condicionada): Se a anistia estabelecer condições para sua

aceitação, pode ela ser recusada. b) Classificação:

- Própria – anterior a condenação: ou seja, concedida antes da condenação.- Imprópria – posterior - Condicionada: quando há condições para efetivação da anistia.- Incondicionada: livre de qualquer requisito específico.- Geral ou absoluta: dirigida a todos os fatos e todos os agentes envolvidos neste fato.- Parcial ou relativa – exceções: quando a própria lei de anistia estabelecer exceções a determinados fatos ou pessoas.

Anistia tem efeito “ ex tunc” – declaratório: todos os efeitos retroagem, ou seja, todos os efeitos do fato criminoso desaparecem inclusive os efeitos secundários.

Competência para declaração da extinção da punibilidade : o juízo da vara de cada caso (juiz do processo). No caso de condenação transitada em julgado, é o juízo da VEP que declara a extinção da punibilidade.

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Crimes hediondos – vedação: tráfico de entorpecentes, tortura, hediondos e assemelhados são insuscetíveis de anistia ou graça. São cláusulas pétreas, e a emenda simplesmente não há como modificar.

3) GRAÇA:a) Conceito: “é ato privativo do Presidente da República, dirigido a pena definitivamente imposta, com o

intuito de extingui-la ou diminuí-la”.b) Objeto: crimes comuns com trânsito em julgado;c) Exige provocação -> pessoa determinada: Presidente da República. O MP, o réu, o Diretor do Sistema

Penitenciário podem pedir graça. (188 da LEP)d) Chamado: indulto individuale) Alcança apenas o cumprimento da pena e não os efeitos secundários e civis do crime.f) A Graça poderá ser:

- Plena: extinção completa da pena. - Parcial: diminuição ou comutação da pena (trocar uma pena por outra). Nesse tipo de graça o sujeito pode recusar.

g) Processamento:Petição Conselho Penitenciário para parecer Ministério da Justiça Presidente da República

Petição (cópias do trânsito em julgado, sentença e denúncia, bem como a certidão de antecedentes criminais) > Conselho Penitenciário p/ parecer > Ministério da Justiça > Presidente da República (é ato de governo, não precisa justificativa [ato discricionário])

h) Inaplicabilidade para os crimes hediondos;

4) INDULTO:a) Conceito: “é uma modalidade de clemência concedida espontaneamente pelo Presidente da República a

todo o grupo de condenados que preencherem os requisitos apontados pelo decreto”.b) O indulto (coletivo) poderá ser:

- Total: há extinção da punibilidade- Parcial: Diminuição ou comutação da pena

c) Não se exige o trânsito em julgado: Pode ser concedido tanto antes como depois do trânsito em julgado.d) O indulto leva em consideração a duração da pena aplicada, bem como o preenchimento de determinados

requisitos (objetivos: cumprimento de pena, p. ex e subjetivos: réu primário, p. ex)e) Instituto de política criminal.f) Com relação aos crimes hediondos:

- Inconstitucional: porque na CF não se proíbe o indulto expressamente.- Constitucional – posição do STF: Em razão da idéia do STF de que o indulto seria uma espécie de graça coletiva. Profº: diz que é inconstitucional.

g) Poderá ser recusado;h) Extinguem-se apenas as sanções penais mencionadas no Decreto, subsistindo as demais.

5) ABOLITIO CRIMINIS:a) Conceito: quando uma lei revoga fato que, portanto, deixa de ser crime.b) Perdão Judicial: não é a mesma coisa que perdão. Esse é concedido pelo juiz em casos específicos que a lei

prevê. Quando os efeitos do crime atingem o autor de modo que a aplicação da pena se torna excesso. Ex: Pai atropela o filho sem querer. É necessário o crime culposo.

Dia 07/05 – 14ª Aula

1) SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA – sursis 1.1)Dispositivos legais art. 77 a 821.2)Sistemas:

Anglo - americano ou probation system; Probation of first offender act. Franco – belga (adotado no Brasil)

1.3)Conceito: “é a suspensão condicional da execução da pena privativa de liberdade, na qual o réu, se assim desejar, se submete durante o período de prova à fiscalização e ao cumprimento de condições judicialmente estabelecidas”.

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1.4)Natureza jurídica Instituto de política criminal: Não é direito subjetivo do réu. É um meio pelo qual o Estado, em

determinadas condições, vai facilitar o cumprimento da pena. É o Estado que escolhe atenuar a pena, não é um direito do réu.

1.5)Condições para a concessão: art. 78a) Objetivas: Natureza da pena: A pena tem que ser privativa de liberdade. Sendo a pena de multa ou restritiva de

direitos, modalidades às quais não cabe sursis. Quantidade da pena: Regra geral, réu condenado a pena não superior a 2 anos de pena privativa de

liberdade. Exceção: 4 anos. Ausência de Substituição: só se não for possível substituir a pena, em razão de natureza do crime, por

exemplo, é que se aplica a suspensão condicional.b) Subjetivas: Não reincidência em crime doloso: Pode reincidir em crime culposo. Circunstâncias judiciais favoráveis: art. 59 - Culpabilidade, antecedentes, conduta social do agente,

personalidade do agente, motivos e circunstâncias do crime. Essas circunstâncias devem ser favoráveis ao réu. Se uma dessas circunstâncias não for favorável, o juiz pode não conceder o sursis.

1.6)Espécies: pág. 699 Sursis > pena privativa de liberdade até 2 anos. Sursis etário > privativa de liberdade até 4 anos + idade superior a 70 anos a época da sentença. Sursis humanitário > até 4 anos + saúde Sursis Simples > ausência de reparação do dano e de forma injustificada e/ou circunstâncias judiciais

desfavoráveis Sursis Especial > reparação e circunstâncias favoráveis

1.7)Período de Prova (pág. 701): Consiste em um lapso temporal no qual o condenado beneficiado pelo sursis ficará sujeito ao cumprimento das condições impostas na sentença e referendadas na audiência admonitória. Contravenções – 1 a 3 anos / sursis comum e crimes ambientais – 2 a 4 anos / etário ou humanitário – 4 a 6

anos; Segundo orientação do STF deve-se iniciar o período de prova de acordo com o mínimo legal, salvo se

justificada a razão para aplicação de período de provas maior. Causas de revogação de benefício: O período de suspensão condicional da pena não serve para detração. Fiscalização feita por órgãos patronais, no caso do Brasil o pró-egresso.

1.8) Revogação do Benefício (pág. 702) Obrigatória:

- condenado definitivamente por crime doloso, - frustra a execução de pena de multa,- não efetiva sem justo motivo a reparação do dano,- descumpri as condições impostas (prestação de serviços/limitação de fim de semana)

Facultativa:- descumprimento de qualquer outra obrigação,- condenado definitivamente por crime culposo de contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos,- antes da revogação, o condenado deverá ser ouvido* em qualquer dos casos anteriores pode, o juiz, estabelecer o período de provas.1.9) Prorrogação do Período de Prova:- processamento por outro crime ou contravenção: * automática- nas hipóteses de revogação facultativa.1.10) Sursis para Estrangeiro:- residente: não há nenhuma limitação. - não-residente: tem duas posições: a 1ª posição (majoritária) estabelece que ao condenado estrangeiro não-residente não há o benefício do sursis; a 2ª posição é a favor desde que o réu comprove que há condições de cumprir a pena. 1.11) Cassação do Sursis: (anterior ao cumprimento)- não comparecimento a audiência admonitória;- renúncia ao benefício;- condenação definitiva antes do início do período de prova;- majoração da pena-recurso do MP

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1.12) Extinção da Pena: (pág. 706)- decisão declaratória -> extinção da pena privativa de liberdade: efeito ex tunc.

Dia 14/05 – 15ª Aula

LIVRAMENTO CONDICIONAL (art. 83-90) pág 707Possível para as penas privativas de liberdade.Requisitos objetivos (art. 83, incisos I, II e V)

1) Conceito: Trata-se de um benefício de direito penal material, concedido ao condenado que haja cumprido os requisitos objetivos e subjetivos previstos em lei, com a conseqüente colocação condicional e precária da liberdade do condenado.

2) Natureza Jurídica:Benefício legal concedido ao réu em algumas hipóteses (posição majoritária) ou direito subjetivo do réu (posição minoritária) e por isso o poder judiciário, se preenchidos os requisitos, estaria obrigado a conceder o benefício. Três características: Colocação em liberdade do réu; Liberdade é condicionada, porque o sujeito tem que cumprir determinadas obrigações, durante o período de prova; e, por fim, a liberdade é precária, porque ela pode a qualquer tempo ser revogada.

3) Requisitos: (I, II e V)a) Requisitos objetivos: - Penal igual ou superior a 2 anos.- Cumprimento de + 1/3 da pena privativa de liberdade se for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes.- Se reincidente deve-se cumprir a metade da pena.- Não é concedido “ex oficio”, ou seja, deve ser concedido, provocado. - Crime Hediondo deve-se cumprir 2/3. - O Brasil não adota reincidência específica, salvo em determinados casos.b) Requisitos Subjetivos:- Comportamento satisfatório durante a execução da pena.- Bom desempenho no trabalho que lhe for atribuído.- Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto.- Tenha reparado o dano causado por infração, salvo impossibilidade de fazê-lo.- Crime doloso cometido com violência ou grave ameaça, o livramento fica subordinado a condições pessoais que mostrem que o réu não voltará a delinqüir. Art. 84 – As penas devem ser somadas para efeitos de livramento.

Leis de Execuções Penais – Art. 132

4) Condições:Obrigatórias ou Legais: Serão impostas sempre.

a) Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, desde que apto ao trabalho.b) Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação.c) Não mudar do território da comarca sem prévia autorização do juiz.

Facultativas ou Judiciais:

a) Não mudar de residência sem comunicar ao juiz.b) Recolher-se em horário determinado.c) Não freqüentar determinados lugares.

Quem pode conceder livramento?

Art. 712 do CPP – Sentenciado, cônjuge, parentes em linha reta, o diretor do sistema penitenciário ou por iniciativa do Conselho Penitenciário.

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PROCESSAMENTO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL (art. 83-90) Agravo

em execução

Requerimento ao Vista ao Decisão audiência de C.T.J. Declaração daJuiz de Execução Ministério do Juiz livramento extinção da pena (art. 90)

concede não concede Período de Prova -> prorrogação

Agravo em execução

1 – Requerimento ao juízo da execução.2 – Vista ao MP.3 – Decisão do Juiz: Não concede > agravo em execução Concede > Agravo em execução – se o MP não concordar4 – Audiência de Livramento: art. 137 do LEP. A partir desse momento começa o período de prova.5 – Período de prova (art. 89): Correspondente a quantidade de pena que resta para ser cumprida.6 – Declaração da extinção da pena (Art. 90).

Revogação do livramento:1) Condenado a pena privativa de liberdade: durante a vigência ou antes dele;2) Descumprimento das condições ou condenado por pena não privativa de liberdade.

Dia 21/05 – 16ª AulaEFEITOS DA CONDENAÇÃO

Condenação com trânsito em julgado1) Princípios -> aplicação de pena2) Secundáriosa) Penais

- Induz a reincidência - Impede ou revoga a “sursis”- Revoga a reabilitação

b) Extra penaisi) Genéricos (art. 91): * não precisam ser declarados- Dever de Indenizar (art. 63 CPP liquidação de sentença)- Confisco de bens e valores- Supressão de direitos políticosii) Específicos (art. 92): * precisam ser declarados- Perda de cargo ou função ou mandato- Perda do poder familiar- Inabilitação para dirigir quando utilizado como meio para cometer crime doloso.Obs.: se está no Código de Trânsito é pena e não efeito secundário.