apresentação - direito penal ii - teoria geral da pena

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  • 5/24/2018 Apresenta o - Direito Penal II - Teoria Geral Da Pena

    16/10/2013

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    PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE GOIS

    DIREITO PENAL II

    PROF. JOS AUGUSTO MAGNI DUNCK

    GOINIA, 1/10/2013.

    TEORIAGERALDASANOPENAL

    SANO PENAL: imposio estatal aoresponsvel pela prtica de um delito, aps odevido processo legal.

    Duas espcies de sanes penais: penas emedidas de segurana (art. 96, CP)

    Penas: destinada aos imputveis esemi

    imputveis no perigosos.

    Medidas de Segurana: destinada aosinimputveis e semiimputveisperigosos. Ser estudada em aulaposterior.

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    CONCEITO:

    Pena: espcie de sano penal consiste naprivao ou restrio de determinados bens

    jurdicos do condenado, aplicada pelo Estado emdecorrncia do cometimento de uma infraopenal, com as finalidades retributiva e depreveno geral e especial, para evitar a prtica denovos delitos.

    A pena pode privar a liberdade (penaprivativa de liberdade), limitar o patrimnio (penade multa), tolher a vida (pena de morte, art. 5,XLVII, a, CF), ou restringir outros direitos (penasrestritivas de liberdade)

    PRINCPIOSAPLICADOSSSANESPENAIS

    A) Reserva legal: nulla poena sine lege, somente a leipode cominar a pena. (art. 5, XXXIX, CF, art. 1, CP).

    B) Anterioridade: nulla poena sine praevia lege, a leique comina a pena deve ser anterior ao fatopraticado.

    C) Personalidade/intranscendncia ouresponsabilidade pessoal: a pena no podeultrapassar a pessoa do condenado (art. 5, XLV, CF),salvo a obrigao de reparar o dano que pode sertransmitida aos sucessores at o limite da heranatransmitida (art. 5, XLV, CF). Pena de multa(divergncia)

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    D) Humanidade:respeito a ser humano. No podeviolar integridade fsica ou moral, no pode tertratamento cruel, desumano e degradante, nopode ter pena de morte, salvo exceo, trabalhoforado, banimento, cruis e priso perptua (art.5, XLIX, XLVII, CF).

    E) Proporcionalidade: a pena deve ser justa esuficiente retribuir e prevenir.

    F) Individualizao: aplicar pena individualmente acada agente, observado os aspectos subjetivos eobjetivos do crime. Desenvolvese em trs fase:legislativo, judicial e administrativa.

    TEORIASEFINALIDADESDAPENA

    A) Absoluta: a pena retribuio estatal justa ao malinjusto provocado pelo condenado. Para Kant imperativo de justia, para Hegel retribuio

    jurdica.

    B) Relativa: a pena consiste em prevenir a prtica denovas infraes penais. Preveno geral negativa

    busca intimidar a sociedade, tem o propsito dedesestimular a prtica do crime (estmulopsicolgico). Preveno geral positiva consiste emdemonstrar a existncia, validade e eficincia da leipenal.Preveno especial negativabusca intimidar ocondenado, evitar reincidncia. Preveno especialpositivabusca a ressocializao do condenado.

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    C) Mista:a pena deve castigar o condenado pelomal praticado e evitar a prtica de novos crimes,tanto em relao ao criminoso quanto emrelao sociedade (retribuio, prevenogeral e especial).

    Teoria adotada pelo Cdigo Penal:Mista, o art. 59,caput, do Cdigo Penal, dispe que a pena serfixada pelo juiz conforme seja necessrio e

    suficiente para reprovao e preveno do crime.A Lei de Execuo Penal dispe que a execuopenal deve proporcionar condies para aharmnica integrao social do condenado e dointernado(preveno especial positiva).

    Funo social da pena: A pena deve atenderatende os anseios da sociedade, consistente natutela dos bens jurdicos indispensveis paramanuteno e desenvolvimento da coletividade,observado o Estado Democrtico de Direito.

    Fundamentos da pena: Retribuio, reparao,denncia, incapacitao (isolamento),reabilitao e dissuaso.

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    CLASSIFICAO DAS PENAS:

    ISegundo critrio Constitucional (art. 5, XLVI, CF):

    a)Privao ou restrio da liberdade;

    b)Perda de bens;

    c)Multa;

    d)Prestao social alternativa;

    e)Suspenso ou interdio de direitos.

    IISegundo critrio do Cdigo Penal (art. 32, CP):

    a) Privativas de liberdade (art. 33 a 42, CP);

    b) Restritivas de direitos (art. 43 a 48, CP);

    c) Multa (art. 49 a 52, CP).

    PENAPRIVATIVADELIBERDADE:Incide sobre a liberdade ambulatria do condenado, queperde o direito de ir, vir e permanecer.

    Espcies:

    a)Recluso (art. 33,caput, CP)

    b)Deteno (art. 33,caput, CP)

    c)Priso simples (art. 5, DEL 3688/41 LCP)

    Segundo o art. 1 do DEL 3.914/41: Crime infrao punida com recluso ou dedeteno, quer isoladamente, quer alternativa oucumulativamente com a pena de multa.

    Contraveno infrao punida com pena de prisosimples ou de multa, ou ambas, alternativa oucumulativamente.

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    PENAPRIVATIVA

    DE

    LIBERDADERECLUSO: Admite regime inicial fechado (art. 33, CP)

    DETENO: No admite regime inicial fechado, mas pode resultar deregresso (art. 33, CP)

    PRISO SIMPLES: No admite regime fechado (art. 6, caput, DEL3.688/41)

    SISTEMAS PENITENCIRIOS:

    a) Pensilvnico/Celular/Filadlfico (sec. XVIII): isolamento em celasindividuais, com trabalho na prpria cela;

    b) Auburniano (Sec. XVIII e XIX): Isolamento noturno, trabalho em

    comum durante o dia em silncio absoluto.c) Progressivos (Ingls ou mark system Sec. XIX): estmulo a boa

    conduta e preparao para vida em sociedade. Caractersticas:isolamento celular, trabalho em comum e liberdade condicional.

    O Brasil adotou o sistema progressivo ingls de forma mitigada, emdecorrncias da existncia dos regimes fechado, semiaberto e aberto elivramento condicional.

    PENAPRIVATIVADELIBERDADE:REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE: (art. 33,1, CP):a) Regime fechado: segurana mxima, penitenciria (art. 87, LEP); cadeia

    pblica presos provisrios (art. 102, LEP); vigilncia ostensiva eisolamento noturno; cela individual com dormitrio, aparelho sanitrio elavatrio, com salubridade (fatores de aerao, insolao e cond.trmico, rea mnima de 6m2.

    b) Regime semiaberto: colnia agrcola, industrial ou estabelecimentosimilar, alojamento podem ser coletivos e classificao dos condenados(art. 92, LEP).

    c) Regime aberto: casa de albergado ou estabelecimento adequado,consiste no trabalho em liberdade e sem vigilncia durante o dia erecolhimento durante a noite e nos dias de folga e desenvolvimento deatividades, requisitos (art. 115, da LEP). Regime aberto domiciliar: art.117, LEP (maior de 70 anos; doena grave; condenada com filhosmenores; portador de deficincia e a gestante).

    d) Regime Diferenciado Disciplinar (art. 52, LEP): poder ser aplicadoquando: 1 prtica de crime doloso que ocasione subverso da ordemou disciplina internas; 2 alto risco ordem e seg. do est. penal ousociedade; 3 fundada suspeitas de envolvimento em org. criminosas,quadrilha ou bando.

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    PENAPRIVATIVA

    DE

    LIBERDADESISTEMA PROGRESSIVO: devolve gradativamente a liberdade de acordo com o mrito do

    condenado.

    PROGRESSO:passagem de um regime mais grave para menos grave, no podeser por salto; precisa cumprir cumulativamente os requisitos objetivos e subjetivos, alm derequisito especial no caso de crimes contra Administrao Pblica.

    Requisito objetivo: (art. 112, LEP)

    a) Crimes comuns: cumprimento de 1/6 da pena, no interessa a reincidncia;

    b) Crimes hediondos: 2/5 primrios 3/5 depois da Lei 11.464/2007, reincidentes(divergncia quanto necessidade de ser especifica),

    Sum. 715 SFT: A PENA UNIFICADA PARA ATENDER AO LIMITE DE TRINTA ANOSDE CUMPRIMENTO, DETERMINADO PELO ART. 75 DO CDIGO PENAL, NO CONSIDERADAPARA A CONCESSO DE OUTROS BENEFCIOS, COMO O LIVRAMENTO CONDICIONAL OU

    REGIME MAIS FAVORVEL DE EXECUO.Requisito subjetivo: (art. 112, LEP)

    a) Bom comportamento carcerrio, atestado pelo Diretor do Estabelecimento.Antes da lei 10.792/2003 exigiase exame criminolgico, mas segundo sum. 439 do STJ,ainda admitese o exame criminolgico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisomotivada, bem como a Sum. Vinculante26 do STF.

    Requisito especial no crimes contra Administrao Pblica: Reparao do danoque causou, ou devoluo do produto do ilcito praticado, com os acrscimos legais (art.33, 4, CP).

    PENAPRIVATIVADELIBERDADEPROGRESSO DE REGIME EM EXECUO PROVISRIA DE PENA: possvel, conforme

    Smula n 716 do STF:ADMITESE A PROGRESSO DE REGIME DE CUMPRIMENTODA PENA OU A APLICAO IMEDIATA DE REGIME MENOS SEVERO NELADETERMINADA, ANTES DO TRNSITO EM JULGADO DA SENTENA CONDENATRIAeResoluo n. 113 do CNJ, art. 8 (expedio de guia de recolhimento provisria).

    REGRESSO: transferncia do condenado para qualquer dos regimes mais rigorosos,quando (art. 118, I a II, e 1, da LEP):

    IPraticar fato definido como crime doloso ou falta grave (art. 50, LEP);

    necessrio o trnsito em julgado da condenao? (divergncia).

    O condenado tem direito de defesa (autodefesa + defesa tcnica).

    II Sofrer condenao, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante dapena em execuo, torne incabvel o regime (artigo 111).

    No necessita de oitiva do condenado.

    1 O condenado ser transferido do regime aberto se, alm das hiptesesreferidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execuo (art. 115, I a III, LEP)ou no pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

    Deve ser oportunizada defesa ao condenado.

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    PENA

    PRIVATIVA

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    LIBERDADEFIXAO DO REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA:Devese observar (art. 33,2 e 3, CP) a quantidade da pena, reincidncia e circunstncias judiciais.

    RECLUSO DETENOPENA:

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    PENAPRIVATIVADELIBERDADEDETRAO: Computamse, na pena privativa deliberdade e na medida de segurana, o tempo de prisoprovisria, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisoadministrativa e o de internao em qualquer dosestabelecimentos referidos no artigo anterior. (art. 42,Cdigo Penal) COMPETNCIA PARA RECONHECIMENTO DA

    DETRAO: Regra, Juzo da Execuo Penal (art. 66,

    III, b, LEP), mas h possibilidade do reconhecimentopelo juzo da sentena, conforme art. 387, 2, CPP o tempo de priso provisria, de prisoadministrativa ou de internao, no Brasil ou noestrangeiro, ser computado para fins dedeterminao do regime inicial de pena privativa deliberdade. (2 do art. 387, CPP, includo pela Lei12.736/2012)

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    PENAPRIVATIVA

    DE

    LIBERDADE

    APLICAO DA DETRAO EM PROCESSOS DIFERENTES: possvel desde que a infrao em cuja condenao sebusca a detrao tenha sido praticada antes da prisoprocessual no outro processo (STJ, Resp 650.405).

    REMIO (art. 126 a 130, LEP): desconto no tempo dapena a cumprir pelos dias trabalhados ou pelo estudo.

    Aplicado aos presos do regime fechado e semiaberto

    (art. 126, LEP), em regra;1 dia de pena a cada 3 (trs) dias de trabalho; 1 dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequnciaescolar divididas, no mnimo, em 3 dias (atividade deensino fundamental, mdio, inclusiveprofissionalizante, ou superior, ou ainda derequalificao profissional)

    PENAPRIVATIVADELIBERDADE1. O estudo pode ser presencial ou distncia, mas devero ser certificadas pelas autoridades

    educacionais competentes dos cursos frequentados;2. As horas dirias de trabalho e de estudo podem ser cumuladas para efeito de remio, se existir

    compatibilidade de horrios;3. O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuar a

    beneficiarse com a remio;4. O tempo a remir em funo das horas de estudo ser acrescido de 1/3 (um tero) no caso de

    concluso do ensino fundamental, mdio ou superior durante o cumprimento da pena, desdeque certificada pelo rgo competente do sistema de educao;

    5. O condenado que cumpre pena em regime aberto, semiaberto e o que usufrui liberdadecondicional podero remir, pela frequncia a curso de ensino regular ou de educaoprofissional, parte do tempo de execuo da pena ou do perodo de prova;

    6. A remio aplicase ao preso provisrio;7. A remio ser declarada pelo juiz da execuo, ouvidos o Ministrio Pblico e a defesa;8. Em caso de falta grave, o juiz poder revogar at 1/3 (um tero) do tempo remido, recomeando

    a contagem a partir da data da infrao disciplinar;9. O tempo remido ser computado como pena cumprida, para todos os efeitos;10. A autoridade administrativa encaminhar mensalmente ao juzo da execuo cpia do registro de

    todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informao dos dias detrabalho ou das horas de frequncia escolar ou de atividades de ensino de cada um deles;

    11. O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal dever comprovarmensalmente, por meio de declarao da respectiva unidade de ensino, a frequncia e oaproveitamento e scolar.

    12. Ao condenado darse a relao de seus dias remidos;13. Constitui o crime do artigo 299 do Cdigo Penal declarar ou atestar falsamente prestao de

    servio para fim de instruir pedido de remio (falsidade ideolgica).

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    PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE GOIS

    DIREITO PENAL II

    PROF. JOS AUGUSTO MAGNI DUNCK

    GOINIA, 11/10/2013.

    DOSIMETRIADAPENAPRIVATIVADELIBERDADE

    FURTOArt. 155Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel:Penarecluso,de um a quatro anos, e multa.

    FURTO QUALIFICADO

    4

    A pena derecluso de dois a oito anos, e multa, se ocrime cometido:Icom destruio ou rompimento de obstculo subtrao

    da coisa;II com abuso de confiana, ou mediante fraude, escalada

    ou destreza;IIIcom emprego de chave falsa;IVmediante concurso de duas ou mais pessoas.

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    DOSIMETRIADA

    PENA

    PRIVATIVA

    DE

    LIBERDADE

    O Juiz deve aplicar a pena de acordo com osparmetros previstos na lei e no tipo penal.

    Critrio para clculo da pena adotado peloCdigo Penal (art. 68, caput, CP): Critriotrifsico, pois a dosimetria da pena privativa deliberdade deve ser realizada em trs fases.

    Art. 68 A pena

    base ser fixadaatendendose ao critrio do art. 59 desteCdigo; em seguida sero consideradas ascircunstncias atenuantes e agravantes;

    por ltimo, as causas de diminuio e deaumento.

    AS FASES SO DISTINTAS E SUCESSIVAS:

    1 =Anlise das circunstncias judiciais previstasno art. 59, CP, e fixao da penabase de acordocom o mnimo e mximo previsto no preceitosecundrio do crime praticado. Ateno: noscrimes qualificados a penabase diferente.

    Exemplo: art. 155, CP, pena: 1 a 4 anos;

    art. 155, 4, I a IV, CP, pena: 2 a 8 anos.2 = Anlise das circunstncias atenuantes eagravantes e fixao da pena intermediria.

    3 = Anlise das causas de diminuio eaumento e fixao pena definitiva.

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    CIRCUNSTNCIAS JUDICIAIS (1 FASE):esto previstas noart. 59,caput, do Cdigo Penal:

    Culpabilidade, antecedentes, conduta social,personalidade do agente,motivos, circunstncias econsequncias do crime, bem como aocomportamento da vtima.

    Nesta fase a fixao da penabase deve respeitar oslimites mnimo e mximo previsto em lei. Ascircunstncias judiciais tem carter subsidirio, pois nodevem ser utilizadas quando configurarem elementos do

    tipo penal, evitandose a dupla punio pelo mesmo fato

    bis in idem. Exemplo: art. 121, 2, I, CP homicdioqualificado por motivo torpe; no se pode analisar omotivo torpecomo circunstncia judicial, pois o motivotorpe, neste caso, faz parte do tipo penal, qualifica ocrime.

    O Juiz deve analisar todas as circunstncias judiciais(8) e fundamentar o porqu so favorveis oudesfavorveis ao ru.

    Quanto mais circunstncias favorveis a favor doru deve a pena ser fixada prxima ou no mnimolegal, quanto mais desfavorveis, deve ser fixadaprxima ou no mximo legal, de acordo com oslimites do preceito secundrio de cada tipo penalsimples ou qualificado.

    ESTUDO DAS CIRCUNSTNCIAS:

    1) CULPABILIDADE: grau de reprovabilidade daconduta, que verificada aps a anlise das demaiscircunstncias judiciais.

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    2) ANTECEDENTES: vida pregressa do ru na seara penal,registrados em documento folha de antecedentes.Maus antecedentes so oriundas somente decondenaes definitivas, leiase, transitada em julgado!

    Smula 444 STJ = vedada a utilizao de inquritospoliciais e aes penais em curso para agravar a penabase.

    Conferir tambm: STF, HC 97.665/RS e Art. 20,paragrafo nico, CPP.

    Gera maus antecedentes: condenaes que no

    geram reincidncia, como crime militar ou poltico(art. 64, I, CP), condenao definitiva com decurso deprazo de 5 anos aps extino da pena (art. 64, II, CP)e crime cometido antes da condenao definitiva poroutro delito.

    3) CONDUTA SOCIAL: maneira como o ru vive emsociedade. O Juiz pode questionar o ru no momento dointerrogatrio, ou via testemunhas; crtica DireitoPenal do Autor ou do Fato?

    4) PERSONALIDADE DO AGENTE: anlise do perfilsubjetivo do ru, se voltado para prtica de crimes;crtica Juiz no tem formao tcnica para anlise.

    5) MOTIVOS DO CRIME: que levam a pessoa a praticar o

    crime. S tem relevncia como circunstncia judicial se omotivo do crime no configurar qualificadora, causa deaumento ou diminuio, agravante ou atenuante, parano ocorrer bis in idem. Ex.: motivo ftil qualificadorado homicdio (art. 121, 2, II, CP) e agravante (art. 61, II,a, CP), portanto, no pode ser considerada com umacircunstncia judicial desfavorvel ao Ru.

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    6) CIRCUNSTNCIAS DO CRIMES: modo deexecuo, instrumentos empregados, local,tempo, ligao agenteofendido etc.

    7) CONSEQUNCIAS DO CRIMES: danoscausados pelo prtica do crime, na vtima,familiares, sociedade etc.

    8) COMPORTAMENTO DA VTIMA: conduta davtima de provocar ou facilitar a prtica docrime.

    CIRCUNSTNCIAS AGRAVANTES (2 FASE): esto taxativamenteprevistas na parte geral do Cdigo Penal (art. 61 e 62), servem paraagravar a pena de acordo com o convencimento do Juiz, pois noexiste quantidade fixada na lei, alguns penalistas defendem 1/6 dapena. O agravamento no pode resultar na majorao da pena acimado mximo legal. Existem agravantes previstas em leis especiais. Ex.:art. 298, Lei 9.503/97.CircunstnciasagravantesArt. 61 So circunstncias que sempre agravam a pena, quando noconstituem ou qualificam o crime:

    I

    a reincidncia;IIter o agente cometido o crime:

    a) por motivo ftil ou torpe;b) para facilitar ou assegurar a execuo, a ocultao, a impunidadeou vantagem de outro crime;c) traio, de emboscada, ou mediante dissimulao, ou outrorecurso que dificultou ou tornou impossvel a defesa do ofendido;d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meioinsidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;

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    e) contra ascendente, descendente, irmo ou cnjuge;f) com abuso de autoridade ou prevalecendose de relaes domsticas, decoabitao ou de hospitalidade, ou com violncia contra a mulher na forma dalei especfica;(Redao dada pela Lei n 11.340, de 2006)g) com abuso de poder ou violao de dever inerente a cargo, ofcio, ministrioou profisso;h) contra criana, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grvida;(Redao dada pela Lei n 10.741, de 2003)i) quando o ofendido estava sob a imediata proteo da autoridade;j) em ocasio de incndio, naufrgio, inundao ou qualquer calamidadepblica, ou de desgraa particular do ofendido;l) em estado de embriaguez preordenada.

    Agravantes no caso de concurso de pessoasArt. 62A pena ser ainda agravada em relao ao agente que:

    I promove, ou organiza a cooperao no crime ou dirige a atividade dosdemais agentes;

    IIcoage ou induz outrem execuo material do crime;IIIinstiga ou determina a cometer o crime algum sujeito sua autoridade ou

    nopunvel em virtude de condio ou qualidade pessoal;IV executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de

    recompensa.

    CIRCUNSTNCIAS ATENUANTES (2 FASE):estoprevista exemplificadamente na parte Geral doCdigo Penal (art. 65 e 66), servem para atenuara pena de acordo com o convencimento do Juiz,pois no existe quantidade fixada na lei, algunspenalistas defende 1/6 da pena. A atenuaono pode resultar na reduo da pena abaixo do

    mnimo legal, conforme Smula 231 do STJ: Aincidncia de circunstncia atenuante no podeconduzir reduo da pena abaixo do mnimolegal tema de divergncia doutrinria emdecorrncia da literalidade do art. 65, CP.

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    Art. 65

    So circunstncias que sempre atenuam a pena:I ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maiorde 70 (setenta) anos, na data da sentena;IIo desconhecimento da lei;IIIter o agente:

    a) cometido o crime por motivo de relevante valor social oumoral;b) procurado, por sua espontnea vontade e com eficincia, logoaps o crime, evitarlhe ou minorarlhe as conseqncias, ou ter,antes do julgamento, reparado o dano;c) cometido o crime sob coao a que podia resistir, ou emcumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob ainfluncia de violenta emoo, provocada por ato injusto davtima;d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoriado crime;e) cometido o crime sob a influncia de multido em tumulto, se

    no o provocou.Art. 66A pena poder ser ainda atenuada em razo de circunstnciarelevante, anterior ou posterior ao crime, embora no previstaexpressamente em lei (atenuante inominada ou inespecfica)

    CAUSAS DE AUMENTO DA PENA (3 FASE): esto previstas naparte geral e especial do Cdigo Penal e na legislao especial.Diferentemente das circunstncias atenuantes e agravantes, aquantidade do aumento fixada na lei, em frao fixa ouvarivel, e pode elevar a pena acima do mximo legal.Exemplos: parte geral arts. 70, 71, 73 e 74, CP; parte especial

    arts. 155, 1, 157, 2 e 158, 1, CP; legislao especial art. 40, da Lei 11.343/2006.

    CAUSAS DE DIMINUIO DA PENA (3 FASE): esto previstas

    na parte geral e especial do Cdigo Penal e na legislaoespecial. Diferentemente das circunstncias atenuantes eagravantes, a quantidade da diminuio fixada na lei, emfrao fixa ou varivel, e pode reduzir a pena abaixo do mnimolegal. Exemplos: parte geral art. 14, paragrafo nico, 16, 24,2 e 26, paragrafo nico; parte especial arts. 121, 1 e art.155, 2; legislao especial art. 33, 4, Lei 11.343/06.

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    REINCIDNCIA (Agravante, art. 61, I, CP):CONCEITO:

    Art. 63, CP: Verificase a reincidncia quandoo agente comete novo crime, depois de transitarem julgado a sentena que, no Pas ou noestrangeiro,o tenha condenado por crime anterior.

    Art. 7, DEL. 3.688/41: Verificase areincidncia quando o agente pratica uma

    contraveno depois de passar em julgado asentena que o tenha condenado, no Brasil ou noestrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, pormotivo de contraveno.ATENO: Somente existe reincidncia quanto onovo crime for praticado depois do trnsito em

    julgado da condenao anterior.

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    Para alguns penalistas a ltima hiptese(contraveno + crime) falha legislativa, paraoutros questo de justia, vez que o agravamentoda pena seria pouco razovel, pois uma meracontraveno no justificaria a intensidade daagravao da pena de um crime.

    CONDENAES QUE NO INDUZEMREINCIDNCIA (art. 64, II, CP):

    Crime poltico: atentam contra a organizaodo Estado (Lei 7.170/83)

    Crime militar prprio: fato tpico previstoexclusivamente no Cdigo Penal Militar (DEL.

    1.001/69). Ex.: Desero (art. 187, CPM).PERODO DEPURADOR: aps 5 anos daextino da pena anterior, a prtica de novainfrao penal no induz reincidncia (art. 64, I,CP)

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    PROVA DA REINCIDNCIA:Duas posies.a) Certido expedida pelo cartrio judicial, onde

    conste dados da condenao anterior com datado trnsito em julgado (posio majoritria);

    b) Folha de antecedentes, onde conste acondenao anterior;

    REINCIDNCIA GENRICA: prtica de crimes

    diversos. Ex.: furto depois roubo.

    REINCIDNCIA ESPECFICA: prtica de crimesidnticos. Ex.: roubo depois roubo.

    CONCURSO DE AGRAVANTES E ATENUANTES: em regrase compensam, salvo se existir circunstnciaspreponderantes (art. 67, CP).

    Art. 67No concurso de agravantes e atenuantes, apena deve aproximarse do limite indicado pelascircunstncias preponderantes, entendendosecomo tais as que resultam dos motivosdeterminantes do crime(agravante ou atenuante),da personalidade do agente (agravante ouatenuante) e dareincidncia(agravante).

    REINCIDNCIA (agravante) x CONFISSO ESPONTNEA(atenuante):Qual deve prevalecer?STF = reincidncia (HC 102.486/MS)STJ = devem ser compensadas (ERESP 1.154.752/RS)

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    REINCIDNCIA. CONFISSO ESPONTNEA.COMPENSAO. A Seo, por maioria, entendeu quedevem ser compensadas a atenuante da confissoespontnea e a agravante da reincidncia por seremigualmente preponderantes. Segundo se afirmou, aconfisso revela trao da personalidade do agente,indicando o seu arrependimento e o desejo deemenda. Assim, nos termos do art. 67 do CP, o pesoentre a confisso que diz respeito personalidade doagente e a reincidncia expressamente prevista noreferido artigo como circunstncia preponderante deve ser o mesmo, da a possibilidade decompensao. (STJ, EREsp 1.154.752RS, Rel. Min.Sebastio Reis Jnior, julgados em 23/5/2012)

    HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL. CONCURSO DEATENUANTE E AGRAVANTE. ALEGAO DE QUE A CONFISSOESPONTNEA CIRCUNSTNCIA PREPONDERANTE. PEDIDO DECOMPENSAO COM A REINCIDNCIA: IMPOSSIBILIDADE.PRECEDENTES. 1. Pedido de compensao, na segunda fase daimposio de pena ao ru, da agravante da reincidncia com aatenuante da confisso espontnea. 2. A reincidncia umacircunstncia agravante que prepondera sobre as atenuantes, comexceo daquelas que resultam dos motivos determinantes do crime ouda personalidade do agente, o que no o caso da confisso

    espontnea. Precedentes. 3. A confisso espontnea ato posterior aocometimento do crime e no tem nenhuma relao com ele, mas, tosomente, com o interesse pessoal e a convenincia do ru durante odesenvolvimento do processo penal, motivo pelo qual no se inclui nocarter subjetivo dos motivos determinantes do crime ou napersonalidade do agente. 4. Ordem denegada. (HC 102486,Relator(a): Min. CRMEN LCIA, Primeira Turma, julgado em06/04/2010, DJe091 DIVULG 20052010 PUBLIC 21052010 EMENTVOL0240205 PP01094)

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    CONCURSO ENTRE CAUSAS DEAUMENTO E DIMINUIO

    Paragrafo nico do art. 68, CP:No concursode causas de aumento ou de diminuioprevistas na parte especial, pode o juizlimitarse a um s aumento ou a uma s

    diminuio, prevalecendo, todavia, a causaque mais aumente ou diminua.

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    Assim, na sentena, o Juiz estabelecer, nestaordem (art. 59, I a IV, CP):I as penas aplicveis dentre as cominadas(privativa de liberdade, restritiva de direito oumulta);II a quantidade de pena aplicvel, dentro doslimites previstos(sistema trifsico);III o regime inicial de cumprimento da penaprivativa de liberdade (fechado, semiaberto ouaberto, observada as regras do art. 33, 2, 3 e4, CP)IV a substituio da pena privativa da liberdadeaplicada, por outra espcie de pena, se cabvel(restritivas de direito, observada as regras do art.44, CP, ou multa, conforme previso legal, Ex.: art.155, 2, CP, ou aplicao dosursis, art. 77, CP)