direito penal ii - exercício 2

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 DIREITO Exercício - 2º Bimestre Nome do aluno: PEDRO PAULO MERSCHER MACHADO Matrícula: 13200597 Disciplina: Direito Penal II  Professor: Larissa Jaretta Turma: Dependência  Valor: 3,0 Nota obtida:  Data: 18/05/2014 1) Concurso de crimes é o instituto que se verifica quando o agente, mediante uma ou várias condutas, pratica duas ou mais infrações penais. O concurso de crimes pode se manifestar sob três formas: concurso material, concurso formal e crime continuado. Sobre o tema, responda: a) Qual o conceito, os requisitos e as consequências do concurso material? Verificando assim a letra da lei, concluímos que concurso de crimes é a ocorrência da pluralidade de crimes, idênticos ou não, mediante uma ou mais de uma ação ou omissão praticada pelo agente. Pluralidade de Condutas: O agente realiza duas ou mais condutas, para que se configure o concurso material, sejam elas dolosas ou culposas, omissivas ou comissivas. Ex: o agente comete o crime de roubo, e em seguida estupra a vítima, matando-a posteriormente para que fique impune. Pluralidade de Crimes: O agente pratica dois ou mais crimes, sejam eles idênticos ou não, porém com liame pela identidade do agente, não se levando em consideração se os crimes ocorreram na mesma ocasião ou em dias diferentes . Verificando o exemplo acima citado o agente cometeu o crime de roubo (art.157,CP), estupro(art.213,CP), e homicídio(art.121,CP). Destarte, sem o preenchimento de ambos os requisitos, não há que se falar em concurso de crimes. Cabe ainda salientar que não haverá concurso de crimes no caso de crimes permanentes (crime prolongado no tempo), tampouco em crime habitual (reiteração do crime), pois há somente um crime. b) Quais as espécies de concurso material? Explique. Concurso material homogêneo: Quando os crimes praticados, são idênticos, ou seja, previstos no mesmo tipo penal. Ex: roubo (art. 157, CP) ocorrido no mês de janeiro de 2008 e roubo (art. 157, CP) no mês de junho de 2008; Obs: Neste caso não há que se falar em crime continuado, pois a jurisprudência firmada pelos Tribunais, afirma que o lapso temporal entre um crime e outro não poderá ultrapassar os 30 dias. Concurso Material heterogêneo: Quando os crimes praticados não são idênticos, ou seja, previstos em tipos penais diversos. Ex: furto (art. 155, CP) e estupro (art. 213, CP). c) Qual o momento adequado para a soma das penas no concurso material? O Código Penal Brasileiro, no que tange a fixação da pena em concurso material, adotou o sistema de cúmulo material, ou seja, considera que as penas dos delitos cometidos devem ser somadas. Assim o  juiz individualizara a pena de cada delito, somando todas ao final de sua sentença. Cabe ressaltar ainda que o artigo 76 do CP determina que no concurso de infrações, será cumprida primeiramente a pena mais grave. d) No concurso material, é possível a cumulação de pena privativa de liberdade com restritiva de direitos? Fundamente. É possível, caso tenha sido concedida a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por um dos crimes (CPB,art.69, §1º), caso contrário, não poderá o agente se beneficiar da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos no outro crime.

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  • 5/26/2018 Direito Penal II - Exerccio 2

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    DIREITOExerccio - 2 Bimestre

    Nome do aluno: PEDRO PAULO MERSCHER MACHADO Matrcula: 13200597

    Disciplina: Direito Penal II Professor: Larissa Jaretta

    Turma: Dependncia Valor:3,0

    Nota obtida:

    Data: 18/05/2014

    1) Concurso de crimes o instituto que se verifica quando o agente, mediante uma ou vriascondutas, pratica duas ou mais infraes penais. O concurso de crimes pode se manifestar sobtrs formas: concurso material, concurso formal e crime continuado. Sobre o tema, responda:

    a) Qual o conceito, os requisitos e as consequncias do concurso material?

    Verificando assim a letra da lei, conclumos que concurso de crimes a ocorrncia da pluralidade decrimes, idnticos ou no, mediante uma ou mais de uma ao ou omisso praticada pelo agente.

    Pluralidade de Condutas: O agente realiza duas ou mais condutas, para que se configure o concursomaterial, sejam elas dolosas ou culposas, omissivas ou comissivas. Ex: o agente comete o crime deroubo, e em seguida estupra a vtima, matando-a posteriormente para que fique impune.

    Pluralidade de Crimes: O agente pratica dois ou mais crimes, sejam eles idnticos ou no, porm comliame pela identidade do agente, no se levando em considerao se os crimes ocorreram na mesmaocasio ou em dias diferentes. Verificando o exemplo acima citado o agente cometeu o crime de roubo

    (art.157,CP), estupro(art.213,CP), e homicdio(art.121,CP).

    Destarte, sem o preenchimento de ambos os requisitos, no h que se falar em concurso de crimes.Cabe ainda salientar que no haver concurso de crimes no caso de crimes permanentes (crimeprolongado no tempo), tampouco em crime habitual (reiterao do crime), pois h somente um crime.

    b) Quais as espcies de concurso material? Explique.Concurso material homogneo: Quando os crimes praticados, so idnticos, ou seja, previstos nomesmo tipo penal. Ex: roubo (art. 157, CP) ocorrido no ms de janeiro de 2008 e roubo (art. 157, CP) noms de junho de 2008; Obs: Neste caso no h que se falar em crime continuado, pois a jurisprudnciafirmada pelos Tribunais, afirma que o lapso temporal entre um crime e outro no poder ultrapassar os

    30 dias.Concurso Material heterogneo: Quando os crimes praticados no so idnticos, ou seja, previstos emtipos penais diversos. Ex: furto (art. 155, CP) e estupro (art. 213, CP).

    c) Qual o momento adequado para a soma das penas no concurso material?O Cdigo Penal Brasileiro, no que tange a fixao da pena em concurso material, adotou o sistema decmulo material, ou seja, considera que as penas dos delitos cometidos devem ser somadas. Assim ojuiz individualizara a pena de cada delito, somando todas ao final de sua sentena. Cabe ressaltar aindaque o artigo 76 do CP determina que no concurso de infraes, ser cumprida primeiramente a penamais grave.

    d) No concurso material, possvel a cumulao de pena privativa de liberdade com restritiva dedireitos? Fundamente. possvel, caso tenha sido concedida a suspenso condicional da pena privativa de liberdade por um doscrimes (CPB,art.69, 1), caso contrrio, no poder o agente se beneficiar da substituio da penaprivativa de liberdade por restritiva de direitos no outro crime.

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    e) Qual o conceito, os requisitos e as consequncias do concurso formal?O artigo 70, 1 parte do CP, traz em seu bojo o conceito de concurso formal/ideal. Acentua que: quando o agente, mediante uma s ao ou omisso, pratica dois ou mais crimes, idnticos ou no,haver concurso formal.Diferencia-se do concurso material, pois os requisitos divergem-se, conforme logo mais exporemos.Conduta nica: O agente realiza uma s conduta, seja ela dolosa ou culposa, omissiva ou comissiva,Fernando Capez ensina: por conduta devemos entender a ao ou omisso humana consciente evoluntria, dirigida a uma finalidade. Compreende um nico ato ou uma seqncia de atosdesencadeados pela vontade humana, objetivando a realizao de um fato tpico. Ex: o agente comnico tiro fere mais de uma pessoa.

    Pluralidade de Crimes: O agente comete dois ou mais crimes, sejam eles idnticos ou no, porm comuma s conduta. Fernando Capez em sua obra assevera: uma s conduta d origem a mais de um fato,ou a mais de um crime, quando atingir mais de um bem penalmente tutelado. Por outro lado, se daconduta nica surgir um nico fato tpico, inexistir o concurso formal. Ex: em um atropelamento, omotorista mata uma pessoa e causa leses corporais em outra. Cumpre ainda ressaltar que a unidade

    de desgnio no faz parte do concurso formal de crimes, pois no esta previsto na lei como requisitopara que o concurso formal se configure. O Cdigo penal adotou a teoria objetiva, deixando a questosubjetiva portanto somente para ser apreciada na aplicao da pena, conforme notamos no art. 70, 2parte do CP.

    f) Quais as espcies de concurso formal? Explique.Subdividem-se em quatro, as espcies de concurso formal, sendo classificados em concurso formalhomogneo, concurso formal heterogneo, concurso formal perfeito/normal/prprio, concurso formalimperfeito/anormal/imprprio.

    Concurso Formal Homogneo: Ocorre o concurso formal homogneo quando os crimes so idnticos,ou seja, descritos no mesmo tipo penal, porem com sujeitos passivos diversos. Ex: um acidente detrnsito com quatro mortes.

    Concurso Formal Heterogneo: Caracteriza-se o concurso formal heterogneo quando os crimes sodiversos, ou seja, descritos em tipos penais distintos, tambm com sujeitos passivos diferentes.Ex: um acidente de trnsito com uma morte e uma leso corporal.

    Concurso Formal Perfeito: No concurso formal perfeito, o crime resulta de um nico desgnio, o agentetem em vista um s fim, o impulso volitivo deve ser um s, ou seja, a ao nica, porem os resultadosantijurdicos podem ser muitos. Ex: o motorista dirigindo em alta velocidade atropela e mata trs

    pessoas.

    Concurso Formal Imperfeito: O artigo 70, 2 parte, do CP traz o concurso formal imperfeito. Aqui h umas ao, porem o resultado de desgnios autnomos. O agente deseja os outros resultados ou aceita orisco de produzi-los.

    A autonomia de desgnios ocorre quando o agente pretende praticar vrios crimes, tendo conscincia evontade em relao a cada um deles, embora a conduta seja nica.Ex: o agente dispara um nico tiro e provoca duas mortes, porm ambos os sujeitos passivos ele queriamatar.

    g) Como a aplicao da pena no concurso formal?Quanto fixao da pena, tratando-se de concurso formal depender da circunstancia, se o concursoformal e perfeito ou imperfeito, pois dependendo do caso haver algumas distines conformedetermina o artigo 70, do CP, 2 parte:-Se as penas so iguais, aplica-se somente uma aumentada de 1/6 at a metade;-Se no so idnticas, aplica-se a mais grave aumentada de 1/6 ate a metade;-Se a conduta dolosa e os crimes resultam de desgnios autnomos, adotamos o sistema de cumulo

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    material, ou seja, aplicam-se as penas cumulativamente.

    Havendo ento concurso formal perfeito poderemos ter duas possibilidades:

    - Concurso formal homogneo: aplica-se a pena de qualquer dos crimes, acrescida de 1/6 at a metade.

    - Concurso formal perfeito heterogneo: aplica-se a pena do crime mais grave acrescida de 1/6 at ametade.

    h) O que concurso material benfico?O pargrafo nico do artigo 70 do Cdigo Penal trata do concurso material benfico que quer dizer quemesmo se tratando de concurso formal a aplicao da pena poder ser feita utilizando as regras doconcurso material caso esta for mais benfica do que a pena aumentada. Guilherme Nucci explica se oru est respondendo por homicdio doloso e leses culposas, em concurso formal, valendo-se da regrado art. 70, a pena mnima seria de 6 anos pelo homicdio simplesacrescida de um sexto, diante daexasperao prevista, resultando em 7 anos de recluso. Se fosse aplicada a pena seguindo a regra doconcurso material, a pena ficaria em 6 anos de recluso e 2 meses de deteno. Portanto, j que oconcurso formal um benefcio ao ru, deve ser aplicada a pena como se fosse concurso material.Observa-se que o concurso formal, embora a aplicao da pena siga a regra do concurso material. aopo do legislador pelo sistema do acmulo material.

    i) O que crime continuado?Preconiza o artigo 71, caput do CP: quando o agente, mediante mais de uma ao ou omisso, praticadois ou mais crimes da mesma espcie e, pelas condies de tempo, lugar, maneira de execuo eoutras semelhantes, devem os prximos ser tidos em continuao do primeiro.Conforme conceito de MANOEL PEDRO PIMENTEL: O crime continuado uma fico jurdicainspirada pelo critrio da benignidade; destinada a servir como fator de individualizao da pena ededuzida, por motivos de equidade justificados pela culpabilidade diminuda do agente, dahomogeneidade de condutas concorrentes que ofendem o mesmo bem jurdico.

    Diferentemente do concurso formal onde h apenas uma ao que se desdobra em vrios atos, o crimecontinuado exige a pratica de duas ou mais condutas, com desdobramentos em crimes da mesmaespcie, ou ainda crimes dolosos, cometidos com violncia ou grave ameaa a pessoa, mesmo que ossujeitos passivos sejam diversos, (CP,art 71, pargrafo nico), sendo considerado como crime nicopelo CP por razes de poltica criminal.

    j) Qual a natureza jurdica do crime continuado?Algumas teorias so destacadas que buscam esclarecer a natureza do instituto jurdico do crimecontinuado, sendo elas a teoria da unidade real, da fico jurdica e a mista.Cumpre ressaltar que oCdigo Penal Brasileiro adotou com a reforma de 1984, a teoria da fico jurdica, no fazendonenhuma meno ao elemento subjetivo, levando em considerao somente os elementos objetivos,elencados na lei, justamente por opes de poltica criminal e para que se pudesse evitar sanespenais severas, desnecessrias, o que no o fim buscado pela pena, ao contrario a ela cabejustamente a ressocilaizao e reintegrao do infrator a sociedade.

    k) Quais os requisitos do crime continuado? Explique.So requisitos necessrios para que se configure o crime continuado:

    1- Pluralidade de condutasnecessrio que o mesmo agente pratique duas ou mais condutas, duas oumais aes2- Pluralidade de resultados que sejam crimes da mesma espcie, porem admite o CP que seja

    aplicada a continuidade delitiva em crimes de espcie diferentes.3- Continuidade delitiva apura-se a continuidade delitiva pelas condies de tempo,lugar,maneira deexecuo e outras semelhantes. A jurisprudncia tem entendido que o lapso temporal para queconfigure-se o crime continuado, no deve ser superior a 30 (trinta) dias.

    l) Quais as espcies de crime continuado?

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    So duas as espcies de crime continuado conforme veremos a seguir.

    Crime Continuado Genrico / Comum: a duplicidade de condutas omissivas ou comissivas praticadaspelo agente, desde que os tipos penais sejam da mesma espcie e cometidos sem violncia ou graveameaa a pessoa e ainda que pelas condies de tempo, lugar, maneira de execuo e outrassemelhantes , devem os subsequentes ser havidos como continuao do primeiro, conforme o CP, art.71, caput.Crime Continuado Especifico: So crimes praticados em continuidade delitiva, dolosamente, contra

    vitimas diferentes, cometidos com violncia ou grave ameaa pessoa (CP, art. 71, pargrafonico).Essa espcie alm dos requisitos do crime continuado comum exige ainda que seja o crime:

    a) praticado dolosamente;b) praticado contra vitimas diferentes e;c) com violncia ou grave ameaa.

    m) Quais as consequncias do crime continuado?A consequncia jurdica prevista no Cdigo Penal quando h o reconhecimento do crime continuado que a pena de um s dos crimes (se idnticas), ou a mais grave (se diferentes), seja aumentada de um

    sexto a dois teros. O aumento em questo dever ser analisado caso a caso, mas a jurisprudncia jse posicionou no sentido de que quanto maior o nmero de delitos praticados em continuidade maiorser tambm a exasperao da pena.

    Disso se conclui que a continuidade delitiva s dever ser reconhecida aps a aplicao da pena emsuas trs fases. Afinal, apenas a partir de ento que ser possvel conhecer qual a maior das penasaplicadas ao agente, para que a mesma sofra o aumento previsto no artigo 71.

    n) Como a aplicao da pena no crime continuado?Na aplicao da pena em casos de crime continuado especfico, o juiz tomar em considerao a) aculpabilidade; b) os antecedentes; c) a conduta social; d) a personalidade; e) os motivos e outrascircunstncias do crime. Poder, ento, aumentar a pena de um s dos crimes, se idnticas, ou a maisgrave, se diversas, at o triplo, observadas as regras do pargrafo nico do art. 70 e do art. 75 desteCdigo.

    o) Explique sobre o crime continuado e o conflito de leis no tempo.

    Elemento deveras importante para a configurao do crime continuado o tempo em que so cometidasas aes delinquenciais, mais ou menos afastadas do crime-base ou inicial. Embora no exista umcritrio temporal preciso, a razoabilidade no encadeamento temporal das aes serve para dizer emcotejo com os outros elementos delineadores do crime em continuao se o caso de crime

    continuado ou se de outra espcie de concurso de delitos. E assim tambm a inclinao pretoriana:O fator temporal da continuao h que medir-se em paralelo com a aferio de outras circunstnciasde carter tambm objetivo exigveis configurao do instituto, de modo que o critrio exclusivamentearitmtico de mensurao daquele no cabe, pela fixao apriorstica de seu mximo de extenso, poranular a eventual significao destas.

    Outra exigncia para que configurado fique o crime continuado, que haja uma espcie deconexoespacial a unir os crimes componentes. Destaque-se que este aspecto, a exemplo dos demais, nopode ser encarado com excessivo rigor, de modo a recusar a aplicao do instituto aos casos em que adistncia entre os locais da perpetrao das condutas seja maior ou menor.

    p) Explique sobre a pena de multa no concurso de crimes.Conforme artigo 72 do cdigo penal, que diz: No concurso de crimes, as penas de multa so aplicadasdistinta e integralmente.

    2) Com relao ao limite das penas, discorra sobre:

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    a) Os fundamentos sobre o limite das penas.

    Consideraes gerais:

    Proibio de penas de carter perptuo (art. 5, XLVII, b CF/88)permitir a ressocializao docondenado;

    Desta forma, o art. 75 do CP versa que o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdadeno poder exceder 30 anos;

    A justificativa ao limite de trinta anos para o cumprimento da pena est na exposio dos motivos doCdigo Penal (exposio n. 61). De um lado em face da vedao imposio de penas de carterperptuo, de outro a fim de alimentar ...no condenado a esperana da liberdade e a aceitao dadisciplina, pressupostos essenciais da eficcia do tratamento penal.

    Havendo mais de uma pena elas sero somadas, sem, contudo, ultrapassarem o limite de trinta anos, oque exceder este marco desprezado ( 1.).

    A supervenincia de nova condenao, posterior ao incio do cumprimento da pena, determina novaunificao, desprezando-se no clculo o perodo j cumprido ( 2.), sendo tal matria prevista no

    pargrafo nico, bem como no caput,do artigo 111 da Lei de Execues Penais.

    b) A unificao das penas.O artigo 75, em seu 2 do CP, prev que: sobrevindo condenao por fato posterior ao incio documprimento da pena, dever ser feita nova unificao, desprezando-se, para esse fim, o perodo depena j cumprido.

    c) A competncia para unificao das penas.Compete ao juzo das execues da comarca em que o condenado estiver preso, ao qual devero serremetidas as guias de recolhimento, ainda que se cuide de condenaes sejam provenientes de vrios

    Estados da Federao.

    d) Nova condenao e unificao das penas.Tal regra h de ser aplicada quando o agente encontra-se cumprindo pena (privativa de liberdade) e condenado por outro fato cometido aps o incio a submisso da pena relativa ao delito anterior.Se o agente j cumpriu parte da pena do primeiro crime, a frao equivalente ser descontada oudesprezada para efeito de unificao. O tempo que restou da pena anterior e mais o tempo da sanoaplicada no segundo crime serviro para efeito de unificao, afim de atender o limite mximo decumprimento

    3) Surs is a suspenso condicional da execuo da pena privativa de liberdade, na qual o ru,

    se assim desejar, se submete durante o perodo de prova fiscalizao e ao cumprimento decondies judicialmente estabelecidas. Acerca do tema, responda:

    a) Qual a natureza jurdica do instituto?

    Quanto natureza do instituto, ocorre ainda, que a de condio pessoal, j que a execuo da pena

    fica subordinada a acontecimento futuro, no cumprida a clusula imposta a indulgncia deixa de haver

    lugar executando-se a pena. Difere do indulto, que perdo definitivo, e da prescrio, que consiste na

    perda do direito de agir pela negligncia.

    A lei manda que se atenda aos antecedentes do condenado, no apenas os judiciais, mas tambm a

    vida pregressa, como os antecedentes familiares e sociais, alm da ndole, as razes e as

    circunstncias que rodeiam o delito, entre outros

    b) Quais os requisitos para a suspenso condicional da pena? Explique.

    Requisitos objetivos: Pressupostos objetivos so a natureza e a qualidade da pena (art.77 caput do CP)

    e o no cabimento da substituio por pena restritiva de direitos (art.77, III do CP).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Natureza_jur%C3%ADdicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Indulg%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Indulg%C3%AAnciahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Natureza_jur%C3%ADdica
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    Em primeiro lugar, concede-se o sursis somente ao condenado a pena privativa de liberdade, veda-se

    expressamente a suspenso da execuo das penas de multa e restritiva de direitos (art.80 CP).

    Beneficiam-se, portanto somente os condenados, as penas de recluso, deteno e priso simples (nas

    contravenes). Permite-se a concesso do beneficio, a pena privativa de liberdade que no seja

    superior a dois anos, includa nesse limite a soma das penas aplicadas, em virtude de conexo ou

    continncia.

    Excedendo de dois anos, as penas cumulativamente aplicadas no pode o sentenciado ser beneficiadocom o sursis, pouco importando, que qualquer delas, isoladamente consideradas no exceda o limite a

    que se refere o art.77 do CP.

    Para a concesso do sursis especial, menos oneroso que o comum, exige-se mais um requisito objetivo,

    ter o condenado reparado o dano, causado pelo crime, salvo se estiver impossibilidade de faz-lo (art.78

    2 do CP).

    Exigindo-se, por fim, que sejam inteiramente favorveis ao condenado as circunstncias do art.59 do

    CP, entre os quais esto alguns de carter objetivo, como as consequncias do crime, o comportamento

    da vtima ou outras que o juiz entender pertinentes.

    Requisitos subjetivos: Os requisitos subjetivos (i.e., queles que dizem respeito ao agente) da

    suspenso condicional da pena esto previstos no art.77, I e II do CP.

    Em primeiro lugar, necessrio que o condenado no seja reincidente emcrime doloso.

    De acordo com o art. 63 do CP, s h reincidncia nos casos em que o agente comete novo crime,

    depois de transitar em julgado a sentena que condenar o agente. Assim, possvel que a suspenso

    condicional da pena seja aplicada ao ru que j foi anteriormente condenado, desde que a sentena

    condenatria (do crime antecedente) transite em julgado aps o cometimento do crime pelo qual estsendo julgado e com base no qual se est concedendo o sursis. Nesses casos, bom que se antecipe,

    tratando-se de condenao por crime doloso, o sursis dever ser obrigatoriamente revogada (art. 81, I

    do CP); e, tratando-se de condenao por crime culposo, por contraveno, a revogao do sursis ser

    facultativa (art. 81, 1 do CP). Vale lembrar que possvel a concesso quele que, condenado

    anteriormente, s cometeu o ilcito (com base no qual o sursis poder ser concedida) aps o decurso do

    prazo de cinco anos, contados a partir da data do cumprimento ou extino da pena do delito

    antecedente, computado o tempo dosursis ou do livramento condicional anteriores (art. 63 do CP).

    O sursis tambm poder ser concedida ao condenado reincidente emcrime culposo,

    independentemente de ambos os crimes (antecedente e posterior) ou s um deles configurar crime de

    tipo culposo.

    O segundo pressuposto subjetivo reporta-se culpabilidade, aos antecedentes, conduta social e

    personalidade do agente, bem como, aos motivos e s circunstncias (art.77, II do CP). Dessa forma,

    mesmo que o agente no seja reincidente, condenaes anteriores ou envolvimento em inmeros

    processo-crimes podem, se assim o entender o juiz, impossibilitar a concesso da suspenso

    condicional da pena.

    c) Explique as espcies de surs is.- Simples: quando o indivduo cumpriu todas as condies acima; no reparou o dano.- Especial: perfeito; j reparou os danos; uma exceo; no deve quase nada ao Estado.- Etrio: 70 anos ou mais.

    - Humanitrio : tem doena grave.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_dolosohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_culposohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_culposohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crime_doloso
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    No etrio e no humanitrio a pena pode ser de at 4 anos.d) Qual o momento adequado para a concesso do surs is?O benefcio do sursis processual tem momento oportuno para ser proposto, qual seja, o oferecimento dadenncia, no havendo que se falar em suspenso do processo aps a prolao da sentena.

    e) Quais as condies aplicveis surs is?

    Durante o prazo de suspenso condicional da pena, o condenado fica obrigado a certas condies ouexigncias de natureza legal ou judicial.

    Condies legais diretas: Durante o primeiro ano de prova, fica o condenado obrigado a uma ououtra destas duas restries, segundo a escolha do juiz: 1) prestar servios comunidade; 2)sujeitar-se limitao de fim de semana.

    Condies legais indiretas: A ocorrncia destas condies pode acarretar a revogao dosursis: 1) ser irrecorrivelmente condenado por crime doloso; 2) deixar de reparar o dano,injustificadamente.

    Condies judiciais:Quando necessrio, poder o juiz especificar outras condies. Noentanto, devem elas ser adequadas ao fato e a situao pessoal do condenado.

    f) O que o perodo de prova? Como realizada a fiscalizao das condies em de tal perodo?No perodo de prova, no primeiro ano, o condenado dever prestar servios comunitrios (art.46 CP)e/ou submeter-se a limitao de fins de semana (art.48 CP).

    Portanto, no tocante as condies obrigatrias, o juiz dever, ao conceder o sursis, fazer a escolha entre

    as hipteses previstas nos 1 e 2 do art.78, c, impondo uma das trs para o primeiro ano.

    A prorrogao desse lapso de prova obrigatria, nos termos do 2 do art.81 do CP, sempre quedurante esse perodo, o condenado estiver sendo processado.

    A fiscalizao do cumprimento das condies impostas atribuda ao servio social penitenciriopatronato, conselho da comunidade ou instituio beneficiada com a prestao de servios,inspecionados pelo conselho penitencirio, pelo Ministrio Pblico, ou ambos (art.158 3 da Lei deExecues Penais).

    g) possvel a revogao do surs is? Explique.A revogao do sursis no pode ser feita arbitrariamente. To s quando acontecerem as causasexpressamente enumeradas no Cdigo Penal.

    Quando, no curso do prazo, o beneficirio condenado, em sentena irrecorrvel, por crimedoloso.

    Quando no efetua, sem motivo justificado, a reparao do dano. A primeira parte do inciso II, doart. 81, do CP (frustra, embora solvente a execuo da pena de multa) no causa derevogao, pois o inadimplemento da pena de multa no mais permite em converso em penaprivativa de liberdade e nesta toada deve ser tido como dvida de valor e cobrado na forma daexecuo fiscal.

    Quando, no primeiro ano do prazo, descumprir as condies de prestar servios a comunidade oulimitao de fim de semana.

    h) possvel a prorrogao do perodo de prova? Fundamente.Poder o juiz ao invs de decretar a revogao, prorrogar o perodo de prova at o mximo, se este nofoi o fixado. Haver ainda prorrogao do perodo de prova no caso do beneficirio est sendoprocessado por outro crime ou contraveno.

    i) Explique a diferena entre o surs is e a suspenso condicional do processo.

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    No sursis o agente foi condenado e a concesso da suspenso condicional da pena somente ocorreraps o trnsito em julgado da sentena condenatria, na audincia admonitria;

    Na suspenso condicional do processo, o juiz somente recebe a denncia, sendo que os demais atos doprocesso ficaro suspensos, no havendo que se falar, pois, em condenao do ru;

    4) Acerca do livramento condicional, discorra sobre:

    a) Seu conceito e sua natureza jurdica.O livramento condicional constitui o ltimo degrau do sistema progressivo brasileiro de cumprimento depena privativa de liberdade. Iniciado o cumprimento das penas de recluso e deteno no regimefechado, semi-aberto ou aberto, o condenado poder, depois de certo tempo e se satisfizer a algunsrequisitos de natureza subjetiva, obter o livramento condicional, por meio do qual conquistar aliberdade.

    b) A diferena com o surs is.Neste sentido no se confunde com osursis, que a suspenso condicional da pena. Enquanto nolivramento condicional um preso liberto, no sursis a pena deixa de ser aplicada.

    c) Seus requisitos.Podem ser de duas ordens: objetiva e subjetiva. So requisitos objetivos necessrios concesso dolivramento condicional:

    a) pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos (art. 83, caput) ! admite-se a soma daspenas, mesmo que em processos distintos, para atingir esse limite mnimo, bem como a detrao penal.A condenao a pena inferior a dois anos pode ensejar o sursis, jamais o livramento;

    b) cumprimento parcial da pena ! o tempo mnimo necessrio para a concesso do livramentodepender de dois fatores: a reincidncia e a natureza do crime, de acordo com a seguinte tabela:

    deve cumprir mais de um tero (1/3 ) da pena se o condenado no for reincidente em crimedoloso e tiver bons antecedentes, (art. 83, I);

    deve cumprir mais da metade (1/2) da pena se ele for reincidente em crime doloso, (art.83, II); deve cumprir mais de dois teros (2/3) da pena se, condenado por crime hediondo, prtica de

    tortura, trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, desde que no reincidenteespecfico em crimes desta natureza, (art. 83, V);

    O reincidente especfico em crime hediondo, prtica de tortura, trfico ilcito de entorpecentes edrogas afins, e terrorismo no tem direito a livramento condicional. Ressalte-se que essareincidncia especfica em qualquer dos crimes desta natureza, no necessitando que a

    reincidncia seja pelo mesmo delito (p. ex.: reincidente especfico quem condenado porextorso mediante seqestro (CP., art. 159) e depois por latrocnio (CP.,art. 157, 3).

    c) reparao do dano, salvo efetiva impossibilidade de faz-lo (art. 83, IV).

    So requisitos subjetivos do livramento condicional:

    a) bons antecedentes ! para o condenado que no seja reincidente em crime doloso; se for reincidente,com ou sem bons antecedentes, dever cumprir mais da metade da pena para poder pleitear obenefcio;

    b) comportamento satisfatrio durante a execuo ! no somente durante o encarceramento, deve sersatisfatrio dentro e fora da priso (trabalho externo, cursos de instruo), como indcio de readaptaosocial;

    c) bom desempenho no trabalho;

    d) aptido para prover a prpria subsistncia com trabalho honesto;

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Sursishttp://pt.wikipedia.org/wiki/Sursis
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    e) prognose favorvel ! diz o art. 83, pargrafo nico, que para o condenado por crime doloso, cometidocom violncia ou grave ameaa pessoa, a concesso do livramento ficar tambm subordinada constatao de condies pessoais que faam presumir que o liberado no voltar a delinqir; essacomprovao pode ser feita por exame criminolgico, se o juiz entender necessrio.

    d) O procedimento.Concedido o livramento condicional e especificadas as condies s quais se submeter o liberado,expede-se CARTA DE LIVRAMENTO, com cpia integral da sentena, em duas vias, enviando uma

    delas para a autoridade administrativa incumbida da execuo e outra ao Conselho Penitencirio.

    O presidente do Conselho Penitencirio, em seguida, designa data para a cerimnia do livramento, a serrealizada no estabelecimento onde o liberado estava preso, mediante leitura integral da sentena aomesmo, na presena dos demais condenados.

    O liberando deve aceitar as condies impostas no livramento, mediante manifestao de vontade.Lavra-se termo em livro prprio e envia-se cpia do mesmo ao juiz da execuo.

    Ao deixar o estabelecimento ser entregue ao condenado um salvo-conduto, no qual conste as

    condies do livramento.

    e) As suas condies.Tal qual no sursis, existem condies de imposio obrigatria e facultativa; por ser um perodo detransio entre o encarceramento e a liberdade definitiva, as condies representam restries liberdade de locomoo.So condies obrigatrias a serem cumpridas durante o benefcio (art. 132,1o, LEP):

    a. obter ocupao lcita, em tempo razovel, se for apto para o trabalho;

    b. comunicar ao juiz periodicamente a sua ocupao;

    c. no mudar de comarca sem autorizao judicial.

    As condies de imposio facultativa ficam a cargo do juiz e, dentre elas, a LEP enumera as seguintes:

    d. no mudar de residncia sem comunicar ao juiz e s autoridades incumbidas da observao eproteo cautelar; e. recolher-se habitao em hora fixada;

    f. no freqentar determinados lugares.

    A doutrina ainda aponta que o juiz poder impor como condio que o liberado abstenha-se de praticarinfraes penais.

    As condies judiciais podem ser modificadas no curso do livramento para atender aos fins da pena e situao do condenado (art. 144, LEP). No havendo aceitao das condies impostas ou alteradas,apena dever ser cumprida normalmente, ficando sem efeito o livramento condicional.

    f) A revogao do instituto.Segundo o art. 86, CP, so causas de revogao obrigatria do benefcio:

    a) se o liberado vem a ser condenado irrecorrivelmente a pena privativa de liberdade por crime cometido

    durante a vigncia do livramento

    b) se o liberado vem a ser condenado irrecorrivelmente a pena privativa de liberdade por crime por crime

    anterior, neste caso observando-se o disposto no art. 84.Neste caso, se, somando-se as penas da nova

    condenao com a anterior o liberado poder continuar em liberdade, se o tempo de cumprimento da

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    pena atual includo o perodo em que esteve em liberdade condicional for tempo suficiente para o

    livramento condicional em relao s duas penas somadas.

    Ex: Em outubro de 1990, A, reincidente, foi condenado a 10 anos de recluso. Em outubro de 1995, foi

    concedido livramento condicional. Em janeiro de 1998, foi condenado a 4 e 2 meses anos por crime

    cometido em setembro de 1990. No caso, somando-se as penas, o agente teria um total de 14 anos e 2

    meses. Como o cumprimento teve incio em outubro de 1990, ele, somadas as penas, teria um total acumprir de 7 anos e 1 ms. Assim, quando foi condenado, em janeiro de 1998, o sujeito j cumprira

    (contados perodo preso e perodo do livramento) 7 anos e 3 meses, prazo que lhe faculta permanecer

    em liberdade. Se o tempo da pena no for suficiente, o condenado regressar priso e, quando

    completar o tempo, poder voltar liberdade condicional.

    Existem tambm as causas de revogao facultativa: ocorrendo uma delas, o juiz ter trs opes:

    revogar o livramento, advertir o liberado ou agravar as condies. Se o juiz decidir pelarevogao,dever ouvir antes o liberado.

    Pelo art. 87, CP, as causas de revogao facultativa so:

    a) o descumprimento de qualquer das condies obrigatrias ou facultativas impostas;

    b) a condenao irrecorrvel por crime ou contraveno a pena que no seja privativa de liberdade (e a

    no importa se a infrao foi cometida antes ou depois de concedido o benefcio). Quanto condenao

    irrecorrvel a pena privativa de liberdade por contraveno, houve um equvoco do legislador, que seesqueceu de contempl-lapara alguns, tal omisso no pode ser suprida pelo juiz; para outros, como

    Cezar Bitencourt e Mirabete, deve ser considerada como causa de revogao facultativa, pois se a

    aplicao de pena menos grave (restritiva de direito ou multa) uma dessas causas, a de pena mais

    grave (privativa de liberdade) tambm tem que ser.

    g) A suspenso do instituto.Suspenso do livramento condicional s pode ser decretada dentro do perodo de provas, sem o que,automaticamente ser extinta a pena.

    h) A extino da pena e o livramento condicional.A disciplina do artigo 89, do CP, impede a extino da pena do liberado quando processado por crimecometido no curso do livramento. Quando processado por contraveno posterior no h, ex vi legis,bice extino da pena.

    De outro lado, decorrido o prazo do livramento de se considerar cumpridas suas condies,prorrogando-se, segundo a doutrina, o perodo de prova. Isso at o trnsito em julgado da sentenacondenatria.

    5) Efeitos da condenao so todas as consequncias que, direta ou indiretamente, atingem a

    pessoa do condenado por sentena penal transitada em julgado. Responda:

    a) Quais os efeitos genricos da condenao? Explique.Os efeitos genricos so automticos, ou seja, no precisam ser abordados pelo juiz na sentena. Estesso aplicveis a qualquer crime e esto listados no artigo 91 do Cdigo Penal Brasileiro.

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    Alm das sanes impostas pelo Cdigo Penal, a Constituio Federal, em seu artigo 15, inciso III,determina como efeito genrico da condenao, a suspenso dos direitos polticos enquanto durar ocumprimento da pena.Os efeitos genricos decorrem da prpria natureza da sentena condenatria, abrangem todos oscrimes e no dependem de pronunciamento judicial (so automticos), conforme art. 91/CP.b) Quais os efeitos especficos da condenao? Explique.Quanto aos efeitos especficos, estes no so automticos, s se aplicam a determinados crimes e emsituaes especficas. Incumbe ao juiz mencion-los expressamente na sentena, sob pena de perda desua eficcia (efeitos).

    J os efeitos especficos limitam-se a alguns crimes, dependendo de pronunciamento judicial a respeito,e no se confundem com as penas de interdio temporria de direitos, visto que estas so sanespenais, substituindo a pena privativa de liberdade pelo tempo de sua durao, enquanto aqueles soconsequncias reflexas do crime, permanentes e de natureza extrapenal, conforme art. 92/CP.

    c) Existem, ainda, efeitos fora do Cdigo Penal. Quais so?

    Existem, porm efeitos que se apresentam fora da esfera penal, estes so chamados de efeitos Extra-penais. So efeitos da condenao extrapenal genricos: Tornar certa a obrigao de indenizar: asentena penal condenatria faz coisa julgada no cvel, valendo como ttulo executivo (CPC, art. 584, II).Assim, no juzo Cvel, no precisar o interessado obrigado a comprovar, autoria, materialidade eilicitude; E especficos: Especficos: no so automticos, devendo ser motivadamente impostos nasentena. Exe: a) Perda de cargo, funo pblica ou mandato eletivo.

    6) Reabilitao o instituto jurdico-penal que se destina a promover a reinsero social docondenado, a ele assegurando o sigilo de seus antecedentes criminais, bem como a suspensocondicional de determinados efeitos secundrios de natureza extrapenal e especficos da

    condenao, mediante a declarao judicial no sentido de que as penas a ele aplicadas formacumpridas ou por qualquer outro modo extintas. Busca, pois, reintegrar o condenado que tenhacumprido a pena na posio jurdica que desfrutava anteriormente prolao da sentenacondenatria. Responda:

    a) Qual a natureza jurdica da reabilitao?

    Para Bitencourt, trata-se de medida de poltica criminal que objetiva restaurar a dignidade pessoal efacilitar a reintegrao do condenado comunidade, que j deu mostras de sua aptido para exercerlivremente a sua cidadania. O juzo competente para conhecer do pedido de reabilitao o da

    condenao (art. 743, caput, CPP), e o recurso cabvel da deciso que concede ou denega o pedido a

    apelao, visto se tratar de deciso com fora de definitiva (art. 593, II, CPP), sendo caso tambm dorecurso ex officio, previsto no art. 746, CPP.

    b) Quais os pressupostos e os requisitos da reabilitao? Explique.

    requisito para imputao da reabilitao a condenao irrecorrvel e decurso de tempo de dois anos apartir do dia em que foi extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execuo; de notar-se quedeve ser computado o perodo de prova do sursis e o do livramento condicional, se no sobrevierrevogao (art. 94, caput). Ainda, so necessrios os requisitos previstos nos incisos do referido art. 94,quais sejam que o interessado tenha domiclio no pas durante o prazo acima referido; que tenha dado,

    durante esse perodo, demonstrao efetiva e constante de bom comportamento pblico e privado, noapenas durante os dois anos subseqentes extino ou cumprimento da pena, mas tambm durantetodo o perodo que antecede a reabilitao; que tenha ressarcido o dano causado pelo crime oudemonstre a absoluta impossibilidade de faz-lo, at o dia do pedido, ou exiba documento quecomprove a renncia da vtima ou novao da dvida.

    c) Quais as modalidades de reabilitao no Cdigo Penal?

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    Anistia, graa e indulto.

    d) Explique sobre a revogao da reabilitao.

    De acordo com o art. 95, CP, a reabilitao ser revogada, de ofcio ou a requerimento do MinistrioPblico, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por deciso definitiva, a pena que no seja ade multa. Embora a lei fale em pena que noseja de multa, no ser possvel a condenao a penarestritiva de direitos, visto que a reincidncia, quando especfica, impede a substituio por tal pena (art.

    44, II). Revogada a reabilitao, os efeitos suspensos se restabelecem.

    7) Com relao s medidas de segurana, discorra sobre:

    a) Seu conceito.

    A medida de segurana tratamento a que deve ser submetido o autor de crime com o fim de cur-loou, no caso de tratar-se de portador de doena mental incurvel, de torn-lo apto a conviver emsociedade sem voltar a delinqir (cometer crimes).

    b) A distino entre pena e medida de segurana.

    A natureza das medidas de segurana, ou simplesmente medidas, no propriamente penal, por no

    possurem um contedo punitivo, mas o so formalmente penais, e em razo disso, so elas impostas econtroladas pelos juzes penais.

    Ao contrrio da pena, a medida de segurana no visa to somente punir o autor, mas sim no fim decur-lo.

    c) Os princpios das medidas de segurana.

    Para as Medidas de Segurana aplicam-se os seguintes princpios: a) LEGALIDADE - s a lei pode criarmedida de Segurana. Devemos tomar a palavra "Lei" no sentido amplo, como a lei complementar, a leiordinria, a lei delegada e a Medida de Provisria; b) ANTERIORIDADE - a Medida de Segurana spode ser aplicada se sua cominao legal procede a pratica do crime, pois em relao a ela vigora oprincipio da irretroatividade da LEX GRAVIOR; e c) JURISDICIONALIDADE - Ela s pode ser aplicadapelo Juiz Criminal, mediante a observncia do Due Process of law.

    d) As suas espcies.

    No cdigo penal atual, existem duas espcies de medidas de segurana, a internao em hospital de

    custdia e tratamento psiquitrico; e o tratamento ambulatorial. As primeiras, internao em hospital decustdia e tratamento psiquitrico constituem a modalidade detentiva. a fuso do que era previsto naredao pretrita do cdigo de 1940. Estes se destinam obrigatoriamente aos inimputveis que tenhamcometido crime punvel com recluso e facultativamente aos que tenham praticado delito cuja naturezada pena abstratamente cominada de deteno. (art. 97)

    A segunda, tratamento ambulatorial, medida de segurana restritiva, introduzindo como inovao nareforma de 1984. Nessa modalidade, so dispensados cuidados mdicos pessoa submetida atratamento que no implica internao. Quando sujeito a esse tratamento, o delinquente devecomparecer ao hospital nos dias em que o mdico determinar, para que, de tal forma, seja aplicada aterapia prescrita. Esto sujeitos a esse tratamento os inimputveis cuja pena privativa de liberdade sejade deteno e os semi-imputveis, na mesma situao. (arts. 97 e 98 do CP).

    e) Os requisitos para a sua aplicao.

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    Primeiramente, antes de qualquer averiguao, faz-se necessrio que ocorra a prtica de fato punvel.Outro requisito, um dos principais, a periculosidade do agente, que ocorre independentemente daprtica de um ato punvel. No pode ser presumida, e sim comprovada, que se desdobra em doismomentos distintos: o primeiro consiste na comprovao da qualidade sintomtica de perigo(diagnstico da periculosidade); e o segundo na comprovao da relao entre a qualidade e o futurocriminal do agente (prognose criminal).Por fim, a ausncia de imputabilidade plena, em que vedada aaplicao de medida de segurana aos imputveis.

    f) A aplicao da medida de segurana.

    Primeiramente o juiz deve determinar a fixao da pena privativa de liberdade, s depois, na prpriasentena, substitui-la pela medida de segurana. A sentena que conceder a medida de segurana devefixar o prazo mnimo de internao ou tratamento ambulatorial, que pode ser de um a trs anos.

    g) O prazo de cumprimento.

    O prazo mnimo deve ser estabelecido pelo Juiz que aplica a medida de segurana: de um a trs anos(art. 97, 1, do CP). No foi previsto pelo Cdigo Penal prazo mximo de durao da medida desegurana. No entanto, como a Constituio Federal determina que no Brasil no haver pena decarter perptuo e que o tempo de priso no exceder 30 anos (art. 75 do CP), possvel afirmar quea medida de segurana no pode ultrapassar 30 anos de durao.

    h) O conceito e as espcies de periculosidade.

    A periculosidade pode ser: a) REAL - Ocorre quando a periculosidade deve ser averiguada pelo juiz no

    caso concreto; ou b) PRESUMIDA - ocorre quando a prpria lei penal estabelece que determinadoindivduo perigoso, devendo o juiz sujeita-lo a medida de segurana, sem necessidade de ser avaliadaa situao de perigo que a lei presume ter o agente. Como reza, infelizmente o art.97 do CP, apresuno jris et juren de periculosidade em relao aos inimputveis do art. 26 caput. Mesmo assim,sujeita-lo a Medida de Segurana. No caso do semi-imputvel, vigora o sistema de periculosidade real,ficando a cargo de o juiz investiga-la no caso concreto. Porem na pratica a percia psiquitrica funcionacomo brao direito do magistrado, auxiliando no juzo de prognose real.

    i) A desinternao ou liberao condicional e a reinternao do agente.Se ficar constatada atravs de percia mdica que ocorreu a cessao da periculosidade (a pessoa noest mais doente), o Juiz da execuo penal dever determinar a desinternao condicional do interno.

    A desinternao ser condicional pelo prazo de um ano. Se nesse perodo o liberado no praticar fatoque indique persistncia da periculosidade, estar encerrada a medida de segurana. Ele volta a ser umcidado comum e livre.

    j) A extino da punibilidade na medida de segurana.

    Depois de extinta a punibilidade, no se impe medida de segurana nem subsiste a que lhe tenha sidoimposta. O prazo prescricional o mesmo das penas que seriam impostas, de acordo com o artigo 109e 110 do Cdigo Penal.

    k) Os direitos do internado.

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    O artigo 3 da LEP assegura aos presos e aos internados todos os direitos no atingidos pela sentenaou pela lei. Entre os direitos do internado esto o de ser tratado dignamente, em local adequado e porprofissionais competentes; o de ser submetido a tratamento adequado a proporcionar sua cura erecuperao e consequente retorno ao convvio social; o direito de ser submetido percia mdica anualpara verificao da cessao de periculosidade; o direito de ser defendido por advogado de suaconfiana ou, na ausncia, por profissional nomeado pelo Juiz (art. 41 c/c. art. 42 e arts. 99, 100 e 101da LEP).

    8) Ao penal o direito de exigir do Estado a aplicao do direito penal objetivo em face doindivduo envolvido em um fato tipificado em lei como infrao penal. Acerca do tema, discorrasobre:

    a) As caractersticas da ao penal;

    So caractersticas da ao no Direito Processual Penal:

    Direito subjetivo: a prestao de fazer justia de competncia do Estado e o titular do direitosubjetivo pode exigir dele a prestao jurisdicional.

    Direito abstrato: o titular do direito tem a faculdade de provocar o poder Pblico, atravs dosrgos judicirios, isso decorrente da autonomia do direito de ao em relao ao direitomaterial. No importa se aquilo que est sendo alegado verdadeiro ou no, pois independentedisso o Estado dever manifestar-se contra ou a favor do titular da pretenso punitiva.

    Direito autnomo: para que o direito de ao seja exercido no imprescindvel que tenha sidotransgredido um direito material. Isso se explica quando houve o exerccio da ao penal, masinexistiu o direito que a ao tinha por fim tornar efetivo. Logo, ele independe da existncia dodireito subjetivo material que o direito de punir.

    Direito Pblico: o direito de ao um Direito Pblico visto que serve para provocar o Estadoatravs dos rgos jurisdicionais, pois esta uma funo eminentemente pblica e de relevanteinteresse social.

    b) As condies da ao.

    So condies da ao: a) possibilidade jurdica do pedido; b) legitimidade para agir; e c) interesse deagir.

    c) As espcies de ao penal.

    Ao Penal Pblica Incondicionada: A ao penal pblica incondicionada est prevista no artigo

    100, caput, 1 parte do Cdigo Penal e no artigo 24, caput, 1 parte do Cdigo de Processo

    Penal. Ela regra no sistema penal brasileiro e, por isso, no tem previso legal expressa. Issopor uma razo de racionalidade ou economicidade, ou seja, o Cdigo Penal aps definir umdelito, sempre se refere ao penal, mas, nos casos de ao pblica incondicionada, pelosmotivos j expostos acima, no h essa definio expressa, apenas nos casos de aes pblicascondicionadas e aes de iniciativa privativa do ofendido.

    Ao Penal Pblica Condicionada:As aes penais pblicas condicionadas esto dispostas no

    artigo 100, 1 do Cdigo Penal e no artigo 24, caput, 2 parte do Cdigo de Processo Penal eesto reguladas, basicamente, pelos mesmos princpios das aes pblicas incondicionadas, jexplicitados anteriormente, podendo-se acrescentar, apenas, o princpio da oportunidade, uma

    vez que, esse tipo de ao depende do ofendido, nos casos de representao e do Ministro daJustia, nos casos de requisio. Nesse tipo de ao, o exerccio do seu direito se subordina auma condio, qual seja, a manifestao de vontade do ofendido ou de seu representante legalou de requisio do Ministro da Justia.

    So dois os tipos de ao pblica condicionada: representao: cuja titularidade da ao continuasendo do Ministrio Pblico. Contudo, este s ir atuar quando a vtima ou seu representante legal

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    autorizarem e uma vez dada a autorizao para o Ministrio Pblico, este a assume incondicionalmente.A representao a manifestao de consentimento do ofendido, uma condio de procedibilidadeestabelecida pela lei e o Ministrio Pblico s poder promov-la quando satisfeita essa condio sinequa non para a propositura da ao penal.

    Ao Penal Privada: A ao de iniciativa privada se diferencia da ao pblica no que tange ao

    direito de agir, uma vez que, esse direito, na ao privada, dado ao particular. Porm, a ao

    continua sendo pblica, mas com iniciativa privada. Nesse tipo de ao, o Estado transfere aoofendido ou ao seu representante legal a legitimidade para propor a ao penal. O ofendido sedirige ao rgo jurisdicional para ver sua pretenso ser satisfeita, no s com o objetivo depunio do autor do fato, mas, como uma forma de voltar-se ao interesse social com apreocupao de punio para aqueles que infringem o dispositivo penal. Trata-se de legitimaoextraordinria e foi conferida essa legitimidade ao ofendido por razes de poltica criminal.

    A ao privada se divide em trs modalidades: I - Ao penal privada propriamente dita: aquela que spode ser exercida pelo ofendido ou por seu representante legal, e, no caso de morte do ofendido oudeclarada a sua ausncia, por qualquer uma das pessoas elencadas no artigo 31 do Cdigo de

    Processo Penal, quais sejam: cnjuge, ascendente, descendente e irmo, os quais podero prosseguirna ao penal j instaurada; II - Ao penal privada subsidiria da pblica: iniciada atravs de queixaquando embora se trate de crime de ao pblica, o Promotor no haja oferecido a denncia no prazolegal. Nesse caso, a ao penal originariamente de iniciativa pblica mas, o Ministrio Pblico nopromove a ao penal no prazo estabelecido pela lei, e, por isso, o ofendido ou o seu representantelegal podero de forma subsidiria ajuiz-la. Previso feita no artigo 5, inciso LIX da ConstituioFederal de 1988; e III - Ao privada personalssima: O Ilustre Promotor de Justia, Fernando Capez,afirma que a Sua titularidade atribuda nica e exclusivamente ao ofendido, sendo o seu exercciovedado at mesmo ao seu representante legal, inexistindo, ainda, sucesso por morte ou ausncia. [8].S h um caso de ao penal privada personalssima: crime de induzimento a erro essencial ouocultao de impedimento (art. 236 do Cdigo Penal). Poderamos mencionar o crime de adultrio, maseste j foi revogado pela Lei 11.106/2005.

    d) A ao penal nos crimes complexos.

    Segundo artigo 101 do Cdigo Penal, quando a lei considera como elemento ou circunstncias do tipolegal fatos que, por si mesmo, constituem crimes, cabe ao pblica em relao quele, desde que, emrelao a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministrio Pblico. Ou seja, quando o tipopenal for um crime complexo e contra qualquer dos tipos penais que o compem caiba ao penalpblica, o Ministrio Pblico ser o titular da ao penal.

    9) Acerca da extino da punibilidade, discorra sobre:

    a) O conceito de extino da punibilidade.

    Extino de punibilidade a impossibilidade de punir o autor de um crime.

    Punibilidade a possibilidade subjetiva doEstado punir o autor de umCrime.No se deve confundir

    Punibilidade, que uma situao ou caracterstica que produz efeito posterior ao crime consumado e

    reconhecido, caracterstica que impede que o autor seja punido; com aCulpabilidade, que um

    pressuposto deAutoria (direito penal),pressuposto sem a qual, mesmo j estando efetivado o crime,

    no se reconhece a sua autoria pois o agente no possui culpa, no pode ser responsabilizado por seusatos.

    Como exemplo de excluso de culpabilidade temos o agente totalmente incapaz mentalmente, que

    comete um homicdio nesse estado. Sendo plenamente incapaz, no tem culpa, e a lei diz que ele no

    pode ser responsabilizado por este crime, situao que no mudar em relao a esse delito nem caso

    um dia cure-se e torne-se consciente e responsvel pelos seus atos a partir da. J como exemplo

    http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-acao-penal-conceito-especies-caracteristicas-e-principios-um-olhar-critico-sobre-o-instituto,47745.html#_ftn8http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-acao-penal-conceito-especies-caracteristicas-e-principios-um-olhar-critico-sobre-o-instituto,47745.html#_ftn8http://pt.wikipedia.org/wiki/Estadohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crimehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Culpabilidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Autoria_(direito_penal)http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoria_(direito_penal)http://pt.wikipedia.org/wiki/Culpabilidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Crimehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estadohttp://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-acao-penal-conceito-especies-caracteristicas-e-principios-um-olhar-critico-sobre-o-instituto,47745.html#_ftn8
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    de extino de punibilidade, temos o agente que, capaz e consciente foi acusado de praticar homicdio.

    Caso, aps a condenao ele venha a morrer, sua punibilidade estar extinta, porm sua culpa quanto

    ao delito no ter deixado de existir. Caso venha a se provar em Ao de Reviso Criminal a sua

    inocncia, caber, como exemplo, pedido de indenizao por parte do Estado a seus descendentes.

    b) Morte do agente.A extino pela morte do agentese d pela impossibilidade de punir o criminoso em funo de suamorte. O juiz, em posse da certido de bito decretar a extino da punibilidade.

    Ocorre em alguns casos de o agente forjar a prpria morte e emitir certido falsa para de livrar dacondenao. O juiz aps decretar a extino da punibilidade, faz com que o processo transite emjulgado. Com a emisso do documento falso, no se poder destituir a coisa julgada atravs de RevisoCriminal, pois esta s pode ser realizada se a sentena for condenatria, em sentenas absolutrias oudeclaratrias no h a possibilidade de Reviso Criminal. Desta forma, conforme a jurisprudncia oagente no responder pelo crime cuja punibilidade foi extinta, mas somente pelo crime de falsidade.Entretanto, em 2010, o STF decidiu que o processo dever voltar tramitar no caso de certidofalsificada .

    c) Anistia, graa e indulto.A Anistiaocorre quando uma lei extingue o crime e seus efeitos, beneficiando todas as pessoas quetenham praticado o determinado crime.

    O Indulto resulta da concesso pelo Presidente da Repblica ou por seus delegatrios do perdo dedeterminado crime determinada categoria ou grupo de pessoas.

    A graae o indulto so concedidos pelo Presidente Repblica, por meio de decreto presidencial econsubstanciam-se, assim como a graa, em forma de extino da punibilidade. A diferena entre agraa e o indulto reside no fato de que a graa concedida individualmente, enquanto o indulto de

    maneira coletiva a determinados fatos impostos pelo Chefe do Poder Executivo, da a opo de algunsdoutrinadores em denominar a graa de indulto individual.

    A anistia, como visto, pode ser prpria ou imprpria (concedida antes ou depois da condenaocriminal), o que a distingue da graa e do indulto, pois estes institutos pressupem condenao.

    d) Abol i t io cr imin is. a descriminalizao de certa conduta at ento considerada criminosa, extinguindo todos seus efeitos,antes ou aps condenao, de forma retroativa.

    e) Prescrio, decadncia e perempo.A Prescrio o no exerccio da Pretenso Punitiva ou Executria do Estado no perodo de tempo

    determinado pela lei, assim o mesmo perde o direito de ver satisfeitos os dois objetos do processo.

    A Decadncias ocorre nos crimes deAo Penal de iniciativa privada e nos crimes em que a AoPenal de iniciativa pblica condicionada representao. A decadncia a perda do direito da vtimade oferecer a queixa ou representao pelo transcurso do prazo decadencial de seis meses.

    Perempo corresponde sano de perda do direito de prosseguir com a ao imposta ao autor da

    Ao Penal de iniciativa Privada pelo abandono ou inrcia na movimentao do processo por trinta dias,pela morte do querelante (quando no houver habilitao dos herdeiros em sessenta dias), pelo no

    comparecimento sem justificativa aos atos processuais, pela no ratificao do pedido de condenaonas alegaes finais ou pela extino da pessoa jurdica (quando esta for vtima de crimes) semsucessor.

    f) Renncia ao direito de queixa ou perdo aceito nos crimes de ao penal privada.

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    A Renncia ocorre quando a vtima abre mo de seu direito de oferecer a queixa crime (Nos crimes daAo Penal de Iniciativa Privada), antes do recebimento da mesma, independente da anuncia doagente.

    Quando o ofendido (vtima) perdoa o agente criminoso pela ofensa praticada contra ele, extingue-se oprosseguimento da ao penal se esta for de Iniciativa Privada. O perdo oferecido a um dos agentesestender-se- aos demais. No caso de vrias vtimas, o perdo oferecido por um deles, no prejudicaro direito dos demais continuarem a ao.

    g) Retratao do agente nos casos em que a lei admite.Existir Retratao do agente quando este assumir que o crime por ele praticado se fundou em erro ouausncia de verdade, como na Difamao e na Calnia (Crimes contra a honra objetiva). Assim, se oagente afirmar que o fato imputado vtima errneo e falso ter ele se Retratado.Se a vtima se casar com o ru, a punibilidade se extinguir desde que o casamento se realize antesque a ao transite em julgado. Neste caso, a extino se estender aos co- autores e partcipes.

    h) Perdo judicial.O Perdo judicial consiste no perdo concedido pelo Estado ao ru, deixando o juiz de aplicar a pena,

    embora este reconhea a prtica da infrao penal. Esta modalidade de extino da punibilidade spode ser aplicada em hipteses expressamente previstas em lei (Artigos 107, IX e 120 do CdigoPenal).

    10) Prescrio a perda da pretenso punitiva ou da pretenso executria em face da inrcia doEstado durante determinado tempo legalmente previsto. Sobre o tema, responda:

    a) Qual a natureza jurdica da prescrio?

    Parte da doutrina entende que a prescrio tem natureza mista, ou seja, pertencente ao Direito Penal eao Direito Processual e, outra parte, entende tratar- e de um instituto apenas de Direito Penal. Para

    Damsio de Jesus e Fernando Capez, a prescrio tem natureza exclusivamente penal, tento que estaelencada no Cdigo Penal como causa de extino de punibilidade.

    b) Quais os fundamentos?H vrias opinies a respeito. Alguns autores dizem que o fundamento seria a negligncia dos titularespara com seus direitos. Mas ojuristaClvis Bevilqua escreveu que o verdadeiro fundamento anecessidade de ordem e paz. Portanto, uma regra imposta pela necessidade de certeza nas relaesjurdicas. O interesse do titular do direito violado no pode prevalecer contra a necessidade de pazsocial. por isso que o titular do direito subjetivo possui um lapso temporal determinado em lei para quepossa exercer sua pretenso.

    c) Quais as espcies de prescrio?

    Existem duas espcies de prescrio penal reguladas em nossa legislao:

    1. PRESCRIO DA PRETENSO PUNITIVA. Ocorre antes de transitar em julgado a sentenafinal da ao. Regula-se pelo art. 109 do CP, o qual se enquadram inclusive as subespcies deprescrio: prescrio retroativa e prescrio intercorrente ou superveniente; e

    2. PRESCRIO DA PRETENSO EXECUTRIA. Nesta modalidade a prescrio tem seu prazoem curso aps o transito em julgado da sentena final.

    d) O que imprescritibilidade penal?

    A Constituio da Repblica, excepcionando a regra da prescrio elegeu duas hipteses em que apretenso punitiva ou a pretenso executria do Estado no so atingidas pelo decurso do prazo, asaber:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Juristahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%B3vis_Bevil%C3%A1quahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_jur%C3%ADdicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_jur%C3%ADdicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_jur%C3%ADdicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%A3o_jur%C3%ADdicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Cl%C3%B3vis_Bevil%C3%A1quahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jurista
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    1. A prtica de crimes de racismo;2. A ao de grupos armados, civis ou militares, contra a Ordem Constitucional e o Estado

    Democrtico.

    e) Quais as diferenas entre prescrio e decadncia?

    Prescrio a perda do direito de pretenso pelo decurso do tempo. (art. 189 CC), j a decadncia aperda do direito em si, em razo do seu titular no exerc-lo dentro do prazo estipulado em lei ouconveno.

    f) Como ocorre a prescrio da pena privativa de liberdade?

    O artigo 109 do CP estabelece que o prazo de prescrio regula-se pelo mximo de pena privativa deliberdade cominada ao crime. Veja-se:

    I - mais de 12 anos = 20 anos;

    II - de 8 a 12 anos = 16 anos; IIIde 4 a 8 anos = 12 anos; IVde 2 a 4 anos = 8 anos; Vde 1 a 2 anos = 4 anos; VImenos de 1 ano = 2 anos.

    g) Como ocorre a prescrio das penas restritivas de direitos?

    Levando-se em conta o pargrafo nico do art. 109/CP, no que tange a substituio da pena privativa deliberdade pela pena restritiva de direito, nessa hiptese reger-se- nos mesmos prazos previstos naprimeira.

    h) Como ocorre a prescrio da pena de multa?

    O artigo 114 do Cdigo Penal dispe que a pena de multa sendo ela a nica abstratamente cominada, oprazo para a prescrio ser sempre em dois anos (inciso I), e quando ela for cumulativamente oualternativamente aplicada com outro tipo de pena (recluso ou deteno), o prazo prescricional ser omesmo estabelecido para a prescrio da pena de liberdade.

    i) Qual o momento para o reconhecimento da prescrio?

    Conforme dispe art.61 do CPP, a prescrio da pretenso punitiva pode ser declarada a qualquermomento da aa penal, podendo ser declarada de ofcio ou mediante requerimento de qualquer daspartes. O reconhecimento da prescrio impede a anlise do mrito, vez que, seus efeitos so toamplos quanto os de uma sentena absolutria. Por fim, cabe-se ressaltar que a prescrio dapretenso punitiva se subdivide. em prescrio intercorrente, prescrio retroativa e prescrio virtual.

    j) O que prescrio retroativa?A prescrio retroativa produto de uma construo pretoriana. O Supremo Tribunal Federal, a partir doano 1961, editou a Smula n. 146: A prescrio da ao penal regula -se pela pena concretizada,quando no h recurso da acusao. A prescrio retroativa leva em considerao a pena aplica da, inconcreto, mesmo sendo uma espcie de prescrio da pretenso punitiva, que na regra geral deveriaser aplicada a pena in abstrato, por fundamento o princpio da pena justa, significando que, ausente o

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    recurso da acusao ou improvido este, a pena aplicada na sentena era, desde a prtica do fato, anecessria e suficiente para aquele caso concreto. Por isso deve servir de parmetro para a prescrio,desde a consumao do fato, inclusive. Nestes termos, a prescrio retroativa pode ser consideradaentre a consumao do crime e o recebimento da denncia, ou entre este e a sentena condenatria(art. 110, 2 do CP). A pronncia nos crimes contra a vida, tambm cria um marco interruptivo para aprescrio retroativa.

    k) Qual o termo inicial da prescrio antes e depois de transitar em julgado a sentena?

    A prescrio antes do trnsito em julgado da sentena representa a prescrio da ao penal ou dapretenso punitiva e regula-se pelo mximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, nosprazos previstos no art. 109 do CP.

    A prescrio depois do trnsito em julgado da sentena representa a prescrio da pretensoexecutria, regulada pelos mesmos prazos do art. 109 do CP, ou seja, da pena abstrata. O CP trazainda as hipteses de prescrio retroativa e prescrio superviniente ou intercorrente. A primeiraencontra fundamento no 2 do art. 110, cujo clculo prescricional refeito, retroagindo-se, passando-se a contar da data do fato; e a ltima, ocorre depois do trnsito em julgado, para a acusao ou doimprovimento do seu recurso, tomando-se como base a pena fixada na sentena penal condenatria.

    l) possvel a reduo dos prazos prescricionais? Explique.

    Sim. Pois segundo o artigo 115 do CP, regulamenta que: So reduzidos de metade os prazos deprescrio quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data dasentena, maior de 70 (setenta) anos.

    m) Quais as causas suspensivas da prescrio?

    As causas impeditivas ou suspensivas dizem respeito prescrio da pretenso punitiva propriamentedita.

    O artigo 116/CP estabelece que no corre a prescrio: a) enquanto no resolvida, em outro processo,questo de que dependa o reconhecimento da existncia do crime (artigo 116, inciso I); b) enquanto oagente cumpre pena no estrangeiro (artigo 116, inciso II).

    Sobre a matria, a Smula 415 do Superior Tribunal de Justia orienta que: o perodo de suspenso do

    prazo prescricional regulado pelo mximo da pena cominada.

    n) Quais as causas interruptivas da prescrio?

    As causas interruptivas da prescrio esto elencadas no artigo 117/CP: a) pelo recebimento dadenncia ou da queixa; b) pela pronncia; c) pela deciso confirmatria da pronncia; d) pela publicaoda sentena ou acrdos condenatrios recorrveis; e) pelo incio ou continuao do cumprimento dapena; f) pela reincidncia.

    A Smula 191 do Superior Tribunal de Justia enunciou que: a pronncia causa interruptiva da

    prescrio, ainda que o Tribunal do Jri venha a desclassificar o crime.

    As causas interruptivas da prescrio fazem o prazo voltar a correr do incio, ou seja, possuem o condode determinar o reincio da contagem do prazo prescricional, vertendo em sua integralidade a partir dodia da interrupo. No caso de continuao do cumprimento de pena, h uma exceo regra geral,uma vez que a prescrio dever ser regulada pelo tempo restante da pena (artigo 117, pargrafosegundo).

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    o) Como ocorrer a prescrio no caso de concurso de crimes?

    A prescrio nos casos dos crimes de concurso material, formal e crime continuado devem obedecer aotexto do art. 119 do Cdigo Penal que diz no caso de concurso de crimes, a extino da punibilidade

    incidir sobre a pena de cada um, isoladamente.

    p) A detrao penal (art. 42 do CP) influencia na prescrio?

    Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justia, o perodo em que o ru permanece presoprovisoriamente, em razo de flagrante, serve apenas para desconto da reprimenda a ser cumprida, nose empregando a detraopara fins prescricionais.