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1 Aula de Hoje: Filiação Regime de Bens Bem de Família

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Aula de Hoje:Filiação

Regime de BensBem de Família

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Da Filiação.

Arts. 1.596 a 1.606, CC.

Art. 227, § 6º, CF.

ECA (Lei nº 8.069/90).

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FILIAÇÃO

Filiação: é o vínculo que liga pais e filhos.

É relação de parentesco entre parentes consanguíneos (ou civis – adoção

ou socioafetividade) em linha reta de primeiro grau.

Pode ser classificada didaticamente em:

Matrimonial: decorrente de casamento.

Extramatrimonial: pessoas que não querem se casar ou impedidas de

casar

Naturais: ausência de impedimento

Espúrios: presença de impedimento (adulterinos ou incestuosos).

OBS.: Direitos iguais, proibição de discriminação: art. 1.596, CC e art. 227,

§ 6º, CF.

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FILIAÇÃO MATRIMONIAL

Presunção de filiação no casamento: art. 1.597, CC

• Presunção juris tantum (relativa).

• Não se aplicam a união estável (?)

• Incisos I e II têm como base prazos pré-fixados.

• Conflito entre o inciso I e II resolve-se com o art. 1.598, CC.

• Incisos III, IV e V tem como pressuposto técnicas de reprodução

medicamente assistida.

Enunciado 105 (CJF) – art. 1.597: as expressões “fecundação artificial”,

“concepção artificial” e “inseminação artificial” constantes,

respectivamente, dos incs. III, IV e V do art. 1.597 deverão ser

interpretadas como “técnica de reprodução assistida e devem ser

interpretadas restritivamente, não abrangendo a utilização de óvulos

doados e a gestação de substituição (barriga de aluguel).

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Incisos III e IV se baseiam na concepção homóloga.

Enunciado 106 (CJF) – art. 1.597, inc. III: para que seja presumida a

paternidade do marido falecido, será obrigatório que a mulher, ao se

submeter a uma das técnicas de reprodução assistida com o material

genético do falecido, esteja na condição de viúva, sendo obrigatória,

ainda, a autorização escrita do marido para que se utilize seu material

genético após sua morte.

Enunciado 107 (CJF) – art. 1.597, IV: finda a sociedade conjugal, na

forma do art. 1.571, a regra do inc. Iv somente poderá ser aplicada se

houver autorização prévia, por escrito, dos ex-cônjuges para a utilização

dos embriões excedentários, só podendo ser revogada até o início do

procedimento de implantação desses embriões.

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Inciso V se baseia na concepção heteróloga

Enunciado 104 (CJF) – art. 1.597: no âmbito das técnicas de reprodução

assistida envolvendo o emprego de material fecundante de terceiros, o

pressuposto fático da relação sexual é substituído pela vontade (ou

eventualmente pelo risco da situação jurídica matrimonial) juridicamente

qualificada, gerando presunção absoluta ou relativa de paternidade no que

tange ao marido da mãe da criança concebida, dependendo da

manifestação expressa (ou implícita) da vontade no curso do casamento.

Nas presunções dos incisos IV e V surgem diversas questões ligadas

à bioética, tais como: barrigas de aluguel (maternidade de

substituição), direito à origem genética, paternidade/maternidade

sócioafetiva, a possibilidade do doador de sêmen requerer o

reconhecimento da paternidade,...

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• Afastamento da presunção: art. 1.599, CC => impotência

• Adultério confesso da mulher não ilide a presunção: art. 1.600, CC

• Confissão materna não exclui a paternidade: art. 1.602, CC

Ação negatória de paternidade no casamento: art. 1.601, CC

Legitimidade: marido. Referida ação é imprescritível.

Motivos: adultério, impossibilidade de inseminação artificial homóloga

ou não autorização de inseminação heteróloga ou impotência coeundi

ou generandi absoluta.

Enunciado 258 (CJF) - arts. 1.597 e 1.601: não cabe a ação prevista no

art. 1.601 do código civil se a filiação tiver origem em procriação assistida

heteróloga, autorizada pelo marido nos termos do inc. V do art. 1.597, cuja

paternidade configura presunção absoluta.

Enunciado 520 (CJF) - art. 1.601. O conhecimento da ausência de

vínculo biológico e a posse de estado de filho obstam a contestação da

paternidade presumida.

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Prova da filiação: certidão do registro de nascimento (art. 1.603, CC).

Enunciado 108 (CJF) – art. 1.603: no fato jurídico do nascimento, mencionado no

art. 1.603, compreende-se, à luz do disposto no art. 1.593, a filiação

consangüínea e também a socioafetiva.

Erro ou falsidade do registro: contestação da paternidade ou maternidade, art.

1.604, CC

Prova da filiação na falta ou defeito do registro: art. 1.605, CC

Enunciado 109 (CJF) – art. 1.605: a restrição da coisa julgada oriunda de

demandas reputadas improcedentes por insuficiência de prova não deve

prevalecer para inibir a busca da identidade genética pelo investigando.

Ação negatória de maternidade: art. 1.608, CC.

Ação de investigação de filiação (paternidade ou maternidade): art. 1.606, CC.

Legitimidade: o filho.

9

Enunciado 521 (CJF) - Art. 1.606. Qualquer descendente possui

legitimidade, por direito próprio, para propor o reconhecimento do vínculo

de parentesco em face dos avós ou de qualquer ascendente de grau

superior, ainda que o pai não tenha iniciado a ação de prova da filiação

em vida.

Textos recomendados:

COSTA, Everton Leandro. Paternidade sócio-afetiva. Disponível em

http://www.ibdfam.org.br/?artigos&artigo=274

LOBO, Paulo Luiz Netto. Princípio jurídico da afetividade na filiação.

Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=527

LOBO, Paulo Luiz Netto. Paternidade socioafetiva e o retrocesso da

Súmula nº 301 do STJ. Disponível em:

http://jus.uol.com.br/revista/texto/8333/paternidade-socioafetiva-e-o-

retrocesso-da-sumula-no-301-do-stj

OLIVEIRA, Luis Paulo de. Filiação biológica e filiação socioafetiva.

Disponível em: http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3442

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Meu Bem x Meus Bens

Regimes de Bens.

Generalidades dos regimes de bens.

Arts. 1.639 a 1.652, CC.

Princípios.

Regras gerais.

Regimes de Bens em espécie.

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GENERALIDADES ACERCA DOS REGIMES DE BENS

Regras comuns a todos os regimes

Arts. 1.639/1.652, CC

Conceito de regime de bens: conjunto de normas aplicáveis às relações e

interesses econômicos resultantes do casamento.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS REGIMES DE BENS

Variedade do regime de bens:

Quatro tipos de regimes previstos pelo CC

No PEF serão apenas três regimes.

Liberdade dos pactos antenupciais*:

Livre escolha do regime de bens: Art. 1.639, CC; no PEF art. 37, § 1º.

Ver as exceções ao princípio (regime obrigatório): Art. 1.641, CC.

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Pacto antenupcial é um contrato solene, realizado antes do casamento (no

momento da habilitação), por meio do qual as partes (contraentes)

dispõem sobre o regime de bens que deverá vigorar durante o casamento.

Art. 1.639, § 1º, CC. Deve ser por escritura pública. Em regra, é

facultativo, porém necessário se o regime não for o legal ou o obrigatório

(comunhão parcial de bens – desde a Lei 6.515, de 26.12.77, Lei do

Divórcio).

Mutabilidade justificada do regime adotado:

Possibilidade de mudança do regime durante o casamento.

Requisitos: vontade de ambos os nubentes, processo judicial, vontade

justificada, proteção de direitos de terceiros. Art. 1639, § 2º, CC.

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Enunciado 113 (CJF) – “Art. 1.639: É admissível a alteração do regime de

bens entre os cônjuges, quando então o pedido, devidamente motivado e

assinado por ambos os cônjuges, será objeto de autorização judicial, com

ressalva dos direitos de terceiros, inclusive dos entes públicos, após

perquirição de inexistência de dívida de qualquer natureza, exigida ampla

publicidade.”

Enunciado 260 (CJF) – “Arts. 1.639, § 2º, e 2.039: A alteração do regime

de bens prevista no § 2º do art. 1.639 do código civil também é permitida

nos casamentos realizados na vigência da legislação anterior.” Ver art. 977,

CC/2002. Efeitos perante terceiros: ex nunc.

Imediata vigência do regime de bens:

Art.1639, § 1º, CC. Período de “vigência do regime de bens”.

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REGRAS GERAIS ACERCA DOS REGIMES DE BENS

Regime legal (também chamado de regime supletivo): comunhão parcial

de bens => a previsão está no Art. 1640, CC (as regras deste regime serão

analisadas na próxima aula)

Forma da escolha do regime (pacto antenupcial): Art.1640, § único, CC.

Casos de obrigatoriedade do regime de separação de bens: Art.1641, CC.

Ver Súmula 377/STF (Este artigo será revogado pelo PEF.)

Súm. 377/STF: “No regime de separação legal de bens, comunicam-se os

adquiridos na constância do casamento.”

Considerações sobre o art. 1.641, CC:

INCISOS I E III: ENUNCIADO 262 (CJF) – “Arts. 1.641 e 1.639: A obrigatoriedade da

separação de bens nas hipóteses previstas nos incs. I e III do art. 1.641 do Código Civil

não impede a alteração do regime, desde que superada a causa que o impôs.”

INCISO II: ENUNCIADO 261 (CJF) – “Art. 1.641: A obrigatoriedade do regime da separação

de bens não se aplica a pessoa maior de sessenta anos, quando o casamento for

precedido de união estável iniciada antes dessa idade.”

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Outorga conjugal: Pode ser uxória ou marital, é a autorização ou

consentimento que um cônjuge deve conceder ao outro para a prática de

certos negócios jurídicos.

Atos autorizados sem outorga conjugal:

Arts.1.642 e 1.643, CC.

Despesas domésticas e atos de administração patrimonial.

Solidariedade nas dívidas domésticas: Art. 1.644, CC

Legitimados: Cônjuge prejudicado:

Art.1.645, CC e Terceiro prejudicado: Art. 1.646, CC

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Atos que necessitam da autorização do outro cônjuge:

Apenas para regimes de comunhão (universal, parcial ou aquestos)

Outorga conjugal (uxória ou marital): Art. 1.647, CC

Inciso I: Fábio Ulhoa Coelho => “A vedação não alcança somente

os bens comuns, mas também os que não integram a comunhão.

Preocupa-se a lei, na verdade, com a solvência da família.”

Inciso II: Litígio judicial

Inciso III: Garantias fidejussórias. Fiança é contrato. Aval é ato

cambiário.

ENUNCIADO 114 (CJF) – “Art. 1.647: O aval não pode ser

anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inc. III do

art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao

cônjuge que não assentiu.”

Inciso IV: Doação de bens comuns

Duas exceções: 1ª: doação remuneratória 2ª: doação para o filho

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Art. 3º da Lei nº 8.245/91 (Lei da Locação de Imóveis)

“Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo,

dependendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos. Parágrafo

único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado a observar

o prazo excedente.”

É NECESSÁRIA A OUTORGA “CONJUGAL” NA UNIÃO ESTÁVEL ??

PAULO LÔBO: “Ainda que o CC apenas aluda aos cônjuges, entende-se

incidente aos companheiros da união estável, até porque a estes se aplica

o regime da comunhão parcial de bens, salvo contrato escrito (Art. 1.725).”

FRANCISCO CAHALI já cuidou do tema pertinente à dispensa de

autorização da outorga do convivente para a venda de imóvel.

“...inexiste qualquer restrição ao proprietário para a alienação ou

imposição de ônus real imobiliário, dispensada a anuência e concordância

do seu companheiro, independentemente de tratar-se de bem exclusivo

do titular, ou com participação do outro em decorrência da presunção legal

ou contratual."

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Suprimento judicial da outorga conjugal:

Art.1.648, CC

Penalidade caso haja descumprimento: ato anulável

Art.1.649, CC

Legitimidade:

Art.1.650, CC

Estatuto das Famílias:

Outorga: Art. 41 é mais claro. Apenas bens comuns. Vai excluir o aval e o

contrato de doação.

Ato anulável sem outorga no prazo de um ano após a partilha. Art. 42.

Administração dos bens:

Obrigações: Art.1.651, CC

Responsabilidade : Art.1.652, CC

Ver especialmente as situações do art. 1.570, CC.

Estatuto das Famílias: Art. 44.

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PACTO ANTENUPCIAL

Previsão legal: Arts. 1.653/1.657, CC. (Estatuto das Famílias: não será

necessário para regimes previstos pelo Estatuto. Será mera declaração na

habilitação.)

Conceito: Contrato solene (escritura pública => art. 1.640, § único e 1.653, CC)

pactuado entre os nubentes antes do casamento acerca das regras das relações

patrimoniais (regime de bens) que irão vigorar durante o casamento.

Conteúdo do pacto: Somente relações patrimoniais: art. 1.655, CC. Caso seja

escolhido o regime legal (comunhão parcial) ou o obrigatório (separação de bens)

não precisa/não pode fazer o pacto, para todos os outros regimes o pacto é

obrigatório. Caso não siga o casamento, será apenas ineficaz. O casamento é

condição suspensiva. Art. 1.653, CC.

• Pacto feito por menor: Art. 1.654, CC.

• Participação final nos aqüestos: possibilidade de alienação de bens

imóveis sem outorga => 1.656, CC.

• Efeitos perante terceiros: Art. 1.657, CC. Registro no registro de imóveis

em livro especial. Burocracia.

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DO REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL (ARTS. 1.658 A 1.666, CC)

Basicamente exclui da comunhão os bens que os consortes possuem ao se casar

ou que venham a adquirir por causa anterior e alheia ao casamento e inclui na

comunhão os bens adquiridos após o casamento (Sílvio Rodrigues) Art. 1.658.

É o regime legal (ou supletivo), não precisa de pacto antenupcial. Art. 1.640, CC.

Existência de três patrimônios:

• O patrimônio comum ou do casal: comunicável

• O patrimônio pessoal (ou próprio/particular) da esposa: incomunicável

• O patrimônio pessoal (ou próprio/particular) do marido: incomunicável

Estabelece uma sociedade entre os cônjuges (solidariedade).

Exceções à comunhão de bens:

Bens incomunicáveis: Arts. 1.659 e 1.661, CC - sub-rogação: s.f. 1. Ato ou

efeito de sub-rogar. 2. Substituição judicial de uma pessoa ou coisa por

outra. (fonte: http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=sub-

roga%C3%A7%C3%A3o )

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Cuidado com o salário

Ler o artigo: A incomunicabilidade dos proventos do trabalho pessoal de cada

cônjuge nos regimes de comunhão. Autores: Beatriz Helena Bragenholo e

Homero Alvenis Dutra. (Disponível em:

http://www.ibdfam.org.br/?artigos&artigo=478)

“(...) - Em consideração à disparidade de proventos entre marido e mulher,

comum a muitas famílias, ou, ainda, frente à opção do casal no sentido de

que um deles permaneça em casa cuidando dos filhos, muito embora seja

facultado a cada cônjuge guardar, como particulares, os proventos do seu

trabalho pessoal, na forma do art. 1.659, inc. VI, do CC/02, deve-se

entender que, uma vez recebida a contraprestação do labor de cada um,

ela se comunica. (...) - "É difícil precisar o momento exato em que os valores

deixam de ser proventos do trabalho e passam a ser bens comuns,

volatizados para atender às necessidades do lar conjugal.“ (...)”. (STJ. 3ª T.

REsp nº 1024169/RS. Rel. Min. Nancy Andrighi. v.u. J. 13/04/2010. Grifo

nosso)

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Bens comunicáveis:

Arts. 1.660, CC

Presunção legal: Art. 1.662, CC

No tocante ao passivo (dividas):

É importante saber a época da dívida e a causa ou finalidade: Arts. 1.659, III

e 1.663, § 1º, 1.666 e 1.664, CC

Administração dos bens:

Ambos os cônjuges: Arts. 1.663, § 2º e 3º e 1.665, CC

Vídeo recomendado:

GANDRA, Cristiane. (Des)necessidade de outorga conjugal para a venda ou

oneração de bens imóveis por empresário individual. Disponível em:

http://ead01.virtual.pucminas.br/videoconferencia/VC_panorama_cursos/Des_nec

essidade_de_outorga_conjugal_para_a_venda_ou_oneracao_de_bens_imoveis_

por_empresario_individual.htm

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REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS

Patrimônio do marido Patrimônio da esposa

Patrimônio comum

* Essa é a regra geral !!

Bens adquiridos após o casamento.

Doação Herança

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DO REGIME DE COMUNHÃO UNIVERSAL (ARTS. 1.667 A 1.671, CC)

Somente é estipulado por meio de pacto antenupcial.

Não só os bens presentes e futuros, adquiridos antes ou depois do casamento,

mas também as dívidas tornam-se comuns: Art. 1.667, CC

Constitui uma massa única de bens.

Antes da dissolução do casamento não há meação, mas tão-somente metade

ideal.

PEF arts. 51 e 52

Os cônjuges são meeiros em todos os bens.

A administração do patrimônio comum é de ambos os cônjuges.

Administração: igual ao regime de comunhão parcial. Art. 1.670, CC

Responsabilidade e extinção do regime: Art. 1.671, CC

Nesse regime os cônjuges não podem ser sócios empresariais: Art. 977, CC

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Exceções à comunhão:

Bens personalíssimos previstos no Art. 1.668, CC

Inciso I: bens herdados ou doados com a cláusula de incomunicabilidade

Incomunicáveis também os seguintes bens: Bens doados com cláusula de

reversão ou com cláusula de inalienabilidade

Inciso II: Fideicomisso: Arts. 1.951 a 1.960, CC.

Fideicomitente (testador) => fiduciário => fideicomissário

Inciso III: Dívidas anteriores ao casamento sem vinculação com a família

Inciso IV: Doações antenupciais

Inciso V: bens de uso pessoal, livros, instrumentos da profissão, proventos*,

pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.

ATENÇÃO: Comunicação dos frutos de bens incomunicáveis: Art. 1.669, CC

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DO REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS

ARTS. 1.687 A 1.688, CC

Cada consorte conserva seus bens e suas dívidas

presentes e futuros.

Espécies:

Legal/Obrigatório

Em tese absoluta, porém conforme Súmula 377/STF é relativa

Convencional (Pacto Antenupcial)

Absoluta

Relativa

“No regime de separação legal de bens,

comunicam-se os adquiridos na constância

do casamento.”

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Separação convencional (com pacto):

Absoluta: incomunicabilidade de todos os bens

Relativa: convenção acerca dos aqüestos (exceções à incomunicabilidade)

Somente através de pacto antenupcial, se for convencional.

Dois patrimônios: o patrimônio próprio do marido e o patrimônio próprio da

mulher.

Obrigação legal de contribuir para a mantença da família. Salvo pacto em

contrário: Art. 1.688, CC.

Não há proibição de gravar de ônus real ou alienar bens sem o consentimento do

outro cônjuge para os casos de separação convencional absoluta: Art. 1.647, CC

Na prática não é bem assim !!!

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DO REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS (1.672 A 1.686)

Somente é estipulado por meio de pacto antenupcial.

É regime novo. Surgiu com o CC/2002. Vai desaparecer com o Estatuto das

Famílias: “Suprimiu-se o regime de bens de participação final nos aqüestos,

introduzido pelo Código Civil, em virtude de não encontrar nenhuma raiz na

cultura brasileira e por transformar os cônjuges em sócios de ganhos futuros reais

ou contábeis, potencializando litígios.” (Justificativa do Estatuto)

Regime misto (ou também chamado de regime híbrido): durante o casamento se

assemelha com a separação de bens e na dissolução do casamento – partilha –

aplicam-se regras semelhantes ao regime da comunhão parcial.

Comunicam-se os bens adquiridos pelo esforço comum dos consortes a título

oneroso. Art. 1.672, CC.

Há formação de massas particulares e incomunicáveis durante o casamento,

que se tornam comuns na dissolução do casamento: art. 1.672, CC.

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Existem dois patrimônios:

Inicial: conjunto de bens anteriores e posteriores ao casamento de cada

cônjuge

Final: verificável no momento da dissolução do casamento (art. 1.672, 1.673

e 1.674, CC).

Durante o casamento existe apenas ‘expectativa’ de meação.

Administração dos bens: Art. 1.673, § único, CC.

Em regra, há necessidade da outorga conjugal: 1.647, CC

Só pode ser afastada com pacto antenupcial expresso => ver art. 1.656, CC.

Débitos: Arts. 1.677, 1.678 e 1.686, CC.

Com a dissolução apura-se o montante a ser partilhado conforme arts. 1.676,

1.683, 1.684, 1.686, CC, excluindo-se o constante do art. 1.674, CC.

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Regras gerais:

Doações: 1.675, CC

Bens em condomínio: 1.679, CC

Bens móveis: 1.680, CC

Bens imóveis: 1.681, CC

A meação é irrenunciável, impenhorável e inalienável: art. 1.682, CC

Dissolução por morte: 1.685, CC

“[...] Neste regime, o direito que cada consorte tem não é sobre o acervo

patrimonial do outro, mas sobre o saldo eventualmente apurado, após a

compensação dos acréscimos de bens a título oneroso na constância do

matrimônio.” (Nelson Rosenvald e Christiano Chaves)

“[...] Daí porque o regime da participação final nos aquestos, embora simpático na

sua essência, acaba por vir a ser uma opção problemática.” (Sílvio Rodrigues)

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BEM DE FAMÍLIA

CONCEITO: Visa a proteger a moradia da família, ficando isento de execução por

dívidas, eis que torna impenhorável determinado imóvel afetado pelo chefe de

família.

Classifica-se em:

• a) legal (lei nº 8.009/90).

• b) convencional (arts. 1711 a 1722 do C.C.).

Legal (Lei 8.009/90)

Instituiu o bem de família legal como o imóvel residencial próprio do casal ou da

entidade familiar, bem como os móveis que o guarnecem, isento de

penhorabilidade por determinação legal. Esse imóvel pode ser urbano ou rural.

Como decorre diretamente da lei, não necessita de manifestação de vontade para

sua instituição, sendo automático e obrigatório.

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Convencional O bem de família convencional é o imóvel residencial próprio,

urbano ou rural, destinado por quaisquer dos cônjuges à residência da família,

ficando isento de penhora.

Seus requisitos são:

a) o instituidor deve ser proprietário do bem;

b) no ato da instituição, o instituidor não pode ter dívidas cujo pagamento possa

ser por ele prejudicado;

c) deve ser feita a instituição por escritura pública transcrita no registro de

imóveis

Natureza jurídica: Controvertida, defendendo uns que trata-se de transmissão de

propriedade e outros de patrimônio com destinação específica

Duração: Vai até a morte de ambos os cônjuges (arts. 1716 e 1722). Em caso de

morte dos cônjuges, o bem de família convencional só existirá se houver filhos do

casamento e, até que completem sua maioridade – desde que não estejam sobre

curatela

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Objetivo deste instituto: proteger a moradia familiar, isentando-a de execução

por dívidas.

Características:

a) o imóvel deve ser próprio do casal ou da entidade familiar (união estável);

b) deve o imóvel ser a residência da família;

c) deve o imóvel ser impenhorável por dívidas

Imóvel de solteiro é bem de família?

Há controvérsia quanto à pessoa solteira que more sozinha, entendendo a

maioria que sua residência não terá a proteção do bem de família legal, nem

quanto aos móveis que guarnecem a residência. Assim, seria penhorável sua

residência. Questiona a corrente minoritária que entende que esta residência

merece proteção legal eis que, não seria constitucional a discriminação em

relação ao estado civil das pessoas.

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Imóvel de um união homoafetiva é bem de família?

Entende a corrente minoritária que não teriam as pessoas que vivessem sob

essas uniões direito à regra da impenhorabilidade do bem de família (não existe

lei federal regulamentado a matéria, nem sequer previsão constitucional). Uma

corrente majoritária (TJ/RS) diz que é uma afronta aos princípios constitucionais

da isonomia e da dignidade da pessoa humana. Até porque, hoje as questões

relativas às uniões homoafetivas estão sendo resolvidas na jurisprudência por

analogia às uniões estáveis. Se possuir a família mais de um imóvel, a

impenhorabilidade recairá sobre o imóvel de menor valor, salvo se outro estiver

registrado para este fim no R.I., na forma do dos arts. 1711 e 1715, cc (art. 5º, lei

8.009/90).

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Excetuam-se da impenhorabilidade os veículos de transporte, as obras de arte e os

adornos suntuosos (art. 2º, lei 8.009/90).

No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade recai sobre os bens móveis quitados da

residência (art. 2º, § único, lei 8.009/90).

A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução, salvo os elencados

no art. 3º:

I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria residência e das respectivas

contribuições previdenciárias;

II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à

aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do

respectivo contrato;

III - pelo credor de pensão alimentícia;

IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em

função do imóvel familiar;

V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou

pela entidade familiar;

VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal

condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.

VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.

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Textos recomendados:

BRAGANHOLO, Beatriz Helena. CASAMENTO CIVIL: regime de bens e seus reflexos patrimoniais e

sucessórios. Disponível em: http://www2.cjf.jus.br/ojs2/index.php/cej/article/viewFile/725/905

HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. O casamento e regime de bens. Disponível em:

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4095

NEGRÃO, Sônia Regina. Regime de bens: o novo Código Civil e a Súmula 377 do Supremo Tribunal

Federal. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6828

PEREIRA, Fabrícia Cristina E. Figueiredo. A possibilidade de alteração do regime de bens do

casamento no novo Código Civil e as consequências no mercado imobiliário. Disponível em:

http://jus.uol.com.br/revista/texto/15110/a-possibilidade-de-alteracao-do-regime-de-bens-do-

casamento-no-novo-codigo-civil-e-as-consequencias-no-mercado-imobiliario

TARTUCE, Flávio. A questão da outorga conjugal. Alguns pontos do art. 1.647 do Código Civil.

Disponível em: http://www.flaviotartuce.adv.br/secoes/artigos/TARTUCE_OUTORGA.doc

TEIXEIRA, Paulo Ricardo Gois. A validade do aval despido de outorga conjugal. Disponível em:

http://www.abdir.com.br/doutrina/ver.asp?art_id=1481&categoria=Contratos

FORTES, José Carlos. Implicações do regime de comunhão parcial de bens nas empresas. Disponível

em: http://josecarlosfortes.blogspot.com/2009/09/implicacoes-do-regime-de-comunhao.html

MADALENO, Rolf. A Fraude Material na União Estável e Conjugal. Disponível em:

http://www.rolfmadaleno.com.br/site/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=43

SOUZA, Vanessa Ribeiro Corrêa Sampaio. Relações patrimoniais de Família: alguns

questionamentos. Disponível em: http://www.ibdfam.org.br/?artigos&artigo=499

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Bibliografia desta parte de aula:

• CÓDIGO CIVIL/2002

• CONSTITUIÇÃO FEDERAL

• DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. v. 5. São

Paulo: Saraiva.

• GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. v. VI. São

Paulo: Saraiva.

• RIZZARDO, Arnaldo. Direito de Família. Rio de Janeiro: Forense.

• VENOSA, Silvio. Direito Civil. v. V. São Paulo: Atlas.

• COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil. Família. Sucessões.

São Paulo: Saraiva.

• FARIS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Direito das

Famílias. Rio de Janeiro: Lúmen Juris.

• Exercícios

• Em grupos de até 04 (quatro) alunos, fazer fichamento em 02

(duas) laudas sobre o artigo:

http://www.unibrasil.com.br/arquivos/direito/20092/helio-

chin-da-silva-lemos.pdf

• Entrega até a última aula antes da prova. (Vale 0,5 para a AP2)

• Em grupos de até 04 (quatro) alunos, fazer fichamento em 02

(duas) laudas sobre o artigo:

http://www.jurisite.com.br/textosjuridicos/texto80.html

• Entrega até a última aula antes da prova. (Vale 0,5 para a AP2)

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