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Aula 8 FINANCIAMENTOS E ALAVANCAGEM DE CAPITAL

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Page 1: Aula 9 - Gestão FOI

Aula 8

FINANCIAMENTOS EALAVANCAGEM DE CAPITAL

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O capital (dinheiro) de uma empresa é formado pelo capital investido pelos sócios e por capital de terceiros. Cada um deles apresenta uma taxa de retorno, que compõe o custo do capital.

Ao decidir por saídas de longo prazo (investimentos) são encontradas opções de financiamentos para realizá-los. É fundamental avaliar o custo de cada uma das opções de financiamento (próprio e de terceiros) para que os resultados não sejam comprometidos.

Nesta aplicação do capital, as empresas buscam alavancar os seus resultados, sejam operacionais e/ou financeiros. O ponto de equilíbrio é uma das ferramentas indispensáveis para que se conheça o ponto de alavancagem.

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ESTRUTURA DE CAPITAL

Ao montar uma empresa há a necessidade de dinheiro, ou seja, de capital, que pode ser:

● Capital próprio: representa os recursos dos sócios da empresa.● Capital de terceiros: são os recursos emprestados, financiados com os não sócios.

A decisão de compor a estrutura de capital da empresa entre capital próprio e capital de terceiros é uma atividade bastante complexa para o gestor financeiro.

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Ao considerar os fluxos de caixa a valor presente líquido, considerando o valor/custo do dinheiro ao longo do tempo, uma decisão errada poderá gerar VPL´s menores, enquanto que as decisões acertadas vão gerar VPL´s maiores.

O quadro identifica a composição da estrutura de capital total:

ESTRUTURA DE CAPITAL

Apesar de algumas fontes divulgarem índices de endividamento por setor ou ramo de atividade, não há uma receita ou fórmula para a sua composição: o ponto de equilíbrio entre o capital próprio e o capital de terceiros

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ESTRUTURA DE CAPITAL

Para evitar a falência da empresa, a estruturação do capital (próprio e de terceiros)considera:● Risco econômico: a preocupação da empresa de não conseguir cobrir os seus custos operacionais.● Risco financeiro: a preocupação de não conseguir cobrir suas obrigações financeiras.

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Também interpretado como a taxa imposta pelos investidores da empresa, os donos do capital. A imposição de altas taxas pode comprometer os resultados. É necessário considerar que se a empresa puder captar recursos de terceiros, poderá investir em novosprojetos ou devolver o capital investido pelos donos. Ao arriscar na aplicação deste capitalde terceiros em novos projetos, estes podem dar certo (aumenta a possibilidade de retornoaos investidores) ou errado (diminuir as chances de retorno).

CUSTO DE AGENCY

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INFORMAÇÃO ASSIMÉTRICA

A preocupação com o desencontro das informações, onde algo positivo pode de fato ser julgado como bom ou não; e vice-versa. A condição deste desencontro de informações, de tempos em tempos, gera nas empresas a necessidade de não esgotarem o seu limite de capital de terceiros e capital próprio, para que possam usar estas reservas para aproveitar oportunidades de investimento.

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Preocupação Fator DescriçãoEmpresas com receitas estáveis e previstaspodem adotar com maior segurançaestruturas de capitais altamente alavancadas,ao contrário das com receitas de vendasvoláteis. Empresas com vendas crescentestendem a se beneficiar com o uso do capitalde terceiros adicional, permitindo benefíciospositivos da alavancagem financeira, a qualamplia o efeito do aumento das vendas

Risco Economico Estabilidade das receitas

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Preocupação Fator DescriçãoNuma nova estrutura de capital, a empresadeve concentrar sua atenção na suacapacidade de gerar os fluxos de caixanecessários para cobrir suas obrigações. Osfluxos de caixa projetados devem se mostrarcapazes de fazer o serviço das dívidas, paraque apoiem qualquer alteração da estruturade capital.

Risco Economico Fluxo de caixa

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Preocupação Fator DescriçãoEmpresas podem estar contratualmentelimitadas quanto ao tipo de fundo que podemcaptar. Exemplo: pode estar proibida deobter capital de terceiros adicional, a não serque os direitos dos fornecedores dos novosrecursos fiquem subordinados aos dostitulares das dívidas já existentes. Tambémpodem existir restrições contratuais à vendade novas ações, bem como à capacidade depagamento de dividendos aos acionistas.

custos de agency Obrigações contratuais

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Preocupação Fator DescriçãoOcasionalmente, a empresa imporá algumarestrição interna sobre o uso de capitalde terceiros, para limitar sua exposição arisco a um nível considerado aceitável pelaadministração. Por força de aversão a risco,a administração limita a estrutura de capitala um nível considerado o verdadeiro ótimoou não.

Preferência

dos administradorescustos de agency

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Preocupação Fator DescriçãoEm geral, somente em empresas fechadasou ameaçadas por tentativas de aquisição ocontrole chega a ser uma questão importantena decisão a respeito da estrutura decapital.

ControleCustos de agency

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Preocupação Fator DescriçãoA capacidade de obter fundos rapidamente ea taxas favoráveis depende das avaliaçõesexternas de risco por fornecedores derecursos e por agências de classificaçãode risco. Consequentemente, a empresadeve considerar o impacto das decisõesrelativas à estrutura de capital sobre o valorda ação e sobre demonstrações financeiraspublicadas, com as quais os fornecedoresde recursos e as agências de classificaçãoavaliam o risco.

Informações Assimétricas Avaliação externa do risco

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Preocupação Fator DescriçãoÀs vezes, quando o nível geral de taxas dejuros é baixo, o financiamento com capitalde terceiros pode ser mais atraente. Emalgumas ocasiões, tanto capital de terceiroscomo capital próprio tornam-se indisponíveisem condições que seriam consideradasrazoáveis. As condições econômicas gerais– em especial as do mercado de capitais –podem assim afetar significativamente asdecisões relativas à estrutura de capital

Informações Assimétricas Oportunidades

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CUSTO DE CAPITAL E FINANCIAMENTOSO gestor financeiro poderá conseguir capital através de diferentes fontes com diferentes custos, e este custo de capital é um fator importante a ser considerado na tomada das decisões financeiras, quanto à estrutura de capital.São análises e decisões que circundam o gestor financeiro, pois em cada uma das situações terá que analisar o custo do capital. As fontes de capital de terceiros e do capital próprio – ambos podem alterar os resultados da empresa.

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CUSTO DE CAPITAL E FINANCIAMENTOSNas fontes de capital de longo prazo temos os projetos de investimentos em ativos permanentes. Este investimento é financiado junto com as instituições financeiras (bancos), conhecido também por financiamentos”. A taxa estabelecida pelo banco varia:

● de instituição para instituição;● do montante captado;● da quantidade de períodos para a devolução deste capital; e,● principalmente da análise que o banco realiza sobre a nossa empresa: o seu tempo demercado, ativo, liquidez, grau de endividamento etc.

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Já o custo do capital próprio é estabelecido pelo dono do capital, sócios da empresa. É uma taxa esperada pelos sócios pela aplicação do seu dinheiro na empresa. Alguns denominam de taxa de oportunidade ou taxa mínima de atratividade.O custo do capital próprio investido na empresa deverá ser no mínimo igual à taxa livre de risco da economia. No Brasil, esta taxa livre de risco é a SELIC (Sistema Especial de Liquidação de Custódia), que reflete o custo do dinheiro para empréstimos bancários baseado na remuneração dos títulos públicos. Se o custo do capital próprio (taxa esperada) for menor que a SELIC, não vale a pena investir na empresa e sim aplicar no mercado financeiro, que seu retorno será maior.

CUSTO DE CAPITAL E FINANCIAMENTOS

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É importante saber que na busca de capital de terceiros, o montante emprestado é pago em diferentes modalidades. Nos primeiros períodos, podemos ter carência de juros e/ou valor emprestado, assim como as parcelas podem ser prefixadas (com juros embutidos) ou corrigidas por um índice.Estes fatores afetam diretamente o orçamento de capital, principalmente na projeção dos resultados. Quando temos um período de carência, talvez pagando apenas os juros, as entradas líquidas de caixa podem ser mais expressivas. Num período começamos a pagar a dívida (amortizar o capital emprestado), além dos juros, o que pode representar entradas líquidas de caixa menor, ou de repente negativa.

CUSTO DE CAPITAL E FINANCIAMENTOS

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O quadro ilustra um projeto de investimento inicial de R$ 40.000,00, gerando entradas anuais de R$ 18.000,00; no qual nos dois primeiros anos serão pagos apenas os juros e a partir do 3º ano, além dos juros também será amortizado o empréstimo nos quatro anos seguintes. Serão considerados os valores fixos, não atualizando a valor presente.

verifica-se que durante os seis períodos as entradas foram iguais, nos dois primeiros períodos foram pagos juros e nos quatro anos seguintes foi paga a parcela mais os juros. As entradas líquidas iniciais foram altas, mas as finais baixas.

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CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC)

O custo do capital de uma organização representa a taxa de juros necessária para satisfazer esta estrutura de capital próprio e de terceiros.Para isso se faz necessário determinar o Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC).- a média ponderada entre o custo do capital próprio e o custo do capital de terceiros, após o Imposto de Renda.

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CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC)

Para você investir na camisaria, necessita de R$ 10.000,00, dos quais:● Capital Próprio: dispõe de R$ 4.000,00 que estão aplicados na poupança, com rendimento de 9% a.a.● Capital de Terceiros: o banco emprestará R$ 4.000,00 a uma taxa de 20% a.a.

Um amigo irá lhe emprestar os R$ 2.000,00 restantes, que para ele rendem 14% a.a. numa aplicação.Ao final de um ano, você deverá devolver os valores tomados, acrescidos dos juros devidos:- Você deverá resgatar os R$ 4.000,00, acrescidos dos 9% de juros, R$ 360,00.- Ao banco deverá pagar R$ 4.000,00, acrescidos dos 20% de juros, R$ 800,00.- Ao seu amigo deverá devolver R$ 2.000,00, acrescidos dos 14% de juros, R$ 280,00.

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Resumidamente, ao final do ano a camisaria deverá, no mínimo, conseguir devolver os R$ 10.000,00 que você investiu, mais a soma dos juros no valor de R$ 1.440,00. Desta forma, a taxa mínima requerida para pagar os fornecedores do capital é de 14,40% 1.440,00/10.000,00).Cada uma das fontes de capital: você, o banco e seu amigo, tem participações distintas na estruturação do capital, que é igual à média ponderada das taxas de juros de cada fonte, ou seja:

CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC)

CMPC = (4000 * 0,09) + (4000 * 0,20) + (2000 * 0,14) = 1.440/R$ 10.000,00= 14,40%.

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Ao demonstrar esta composição num balanço patrimonial, teríamos o seguinte:

No passivo consta a composição do capital, o que integra o caixa e que representa o total do ativo. Neste exemplo não consideramos as demais contas do balanço, apenas para ilustrar a demonstração da estrutura do capital.

CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC)

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ALAVANCAGEMO gestor financeiro precisa lidar com a alavancagem da empresa, que pode ser:● Operacional: quando o percentual aumento das operações é superior ao aumento de seus custos. Exemplo: a elevação da produção é percentualmente superior ao custo de produção; ou ainda, quando a elevação das vendas é percentualmente superior aos custos.● Financeira: quando a empresa consegue usar os encargos financeiros fixos para aumentar o seu lucro ● Combinada: a alavancagem é combinada entre operacional e financeira – é o efeito da variação percentual da receita operacional no lucro líquido.

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ALAVANCAGEM

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Ao estudar alavancagem é necessário também conhecer o conceito de ponto de equilíbrio, do inglês break-even-point. O ponto de equilíbrio é o momento em que as receitas (entradas) pagam todas as despesas (saídas) e o resultado final é 0 (zero).

Quando os resultados são inferiores ao ponto de equilíbrio, significa dizer que há prejuízo, faltam recursos para as contas. Já quando os resultados superam o ponto de equilíbrio, há resultado. O ponto de equilíbrio pode ser operacional e financeiro.O ponto de equilíbrio operacional é obtido no momento em que as vendas cobrem as despesas operacionais, então temos o “Lucro antes de despesas financeiras e IR” = 0 (zero).

ALAVANCAGEM- PONTO DE EQUILÍBRIO

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As empresas necessitam operar no ponto de equilíbrio operacional, para evitar prejuízos, e podem alavancar as operações através:• Do aumento do preço de venda e/ou o aumento da quantidade vendida e/ou ainda o ajuste dos custos das mercadorias vendidas e das despesas.• Ao lidar com o ponto de equilíbrio operacional, decidimos o preço. A teoria da demanda.• A teoria da demanda elástica estabelece que: o aumento do preço pode gerar uma queda na demanda, a redução do preço pode gerar um aumento na demanda; desconsiderando qualquer ação de valor agregado.

ALAVANCAGEM- PONTO DE EQUILÍBRIO

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Vamos recorrer ao DRE da nossa camisaria, relembrando alguns elementos:- O custo da camiseta é de R$ 7,00.- O preço de venda é de R$ 10,00.- Os impostos totalizam 10% sobre as vendas, ou seja, R$ 1,00 por camiseta.- Os custos fixos (despesas administrativas e de pessoal) totalizam R$ 21.600,00.

Desta forma, com a venda de 10.800 camisetas, atingimos o ponto de equilíbrio, ou seja, as receitas cobrem as despesas.

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O quadro a seguir apresenta uma simulação da alavancagem operacional, no qual se apresenta uma situação inicial para avaliar o impacto no lucro considerando uma redução e um aumento de 10% na receita operacional bruta - vendas

O exemplo acima apresenta uma variação, tanto positiva quanto negativa, da ordem de 20% no lucro, com uma variação de apenas 10% na receita operacional. Neste caso, é preciso considerar alguns pontos no dia a dia:

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Ao comprarmos menos, pois as vendas são menores (10%), podemos nos deparar com preços mais altos. Da mesma forma que ao comprar uma quantidade maior (10%), podemos conseguir custos e despesas variáveis mais baixos.Os custos e despesas operacionais fixas podem sofrer alterações, dependendo do volume de serviço: reduzindo as vendas pode-se ter pessoas ociosas, já para alcançar um volume de vendas maior, pode-se ter a necessidade de contratação de mais pessoas.

ALAVANCAGEM

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A partir destas informações podemos determinar o GAO (Grau de Alavancagem Operacional), que vai demonstrar quantos pontos percentuais haverá de variação no lucro antes dos juros e IR (LAJIR) a cada variação de um ponto percentual na variação da receita operacional.

GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL

Interpretamos do seguinte modo: para cada ponto percentual que variar a receita da empresa, o lucro antes dos juros e IR (LAJIR) terá uma variação de dois pontos percentuais.

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Agora, o quadro a seguir irá apresentar a alavancagem financeira, com o mesmo crescimento de 10% a.a.:

Novamente, precisamos compreender que as despesas financeiras estão fixas, ou seja, não está sendo considerada a variação das despesas financeiras, elas podem aumentar ou diminuir em função do volume de compras e/ou dos prazos concedidos aos clientes

ALAVANCAGEM

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Vamos determinar o GAF (Grau de Alavancagem Financeira), que vai demonstrar quantos pontos percentuais haverá de variação no Resultado a cada variação de um ponto percentual no lucro antes dos Juros e IR (LAJIR).

GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA

Interpretamos do seguinte modo: para cada ponto percentual que variar o lucro antes dos juros e IR (LAJIR), teremos uma variação de 1,67 pontos percentuais no resultado

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Agora vamos combinar a alavancagem operacional e a alavancagem financeira, no que se denomina de alavancagem combinada:

ALAVANCAGEM COMBINADA

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GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRAVamos determinar o GAC (Grau de Alavancagem Combinada), que vai demonstrar quantos pontos percentuais haverá de variação no resultado a cada variação de um ponto percentual na receita operacional.

Interpretamos do seguinte modo: para cada ponto percentual que variar a receita operacional, teremos uma variação de 3,33 pontos percentuais no resultado.

Page 36: Aula 9 - Gestão FOI

Para o DRE, determine o GAO, GAF e GAC, considerando uma variação (negativa e positiva) de 20% na receita operacional.-

EXERCÍCIO