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    CURSOS ON-LI NE ECONOMI A I PROF. MOZART FOSCHETE

    w w w . p o n t o d o s c o n c u r s o s . c o m . b r

    1

    Au la 6 : A m oeda e o si st em a bancr io

    Nessa nossa sexta aula, ns vamos entrar nomaravilhoso mundo do dinheiro e dos sistemabancrio-comercial. Primeiro, ns vamos apresentaruns conceitos bsicos sobre moeda, suas origens, suaevoluo e seu papel na economia. Depois, veremoscomo o Banco Central controla a quantidade dedinheiro na economia e como ele controla o sistemabancrio para que este no provoque uma expanso

    descontrolada na quantidade do dinheiro emcirculao.

    Os conceitos monetrios que desenvolve-remosaqui sero bastante teis mais frente, quandoestudarmos o papel da poltica monetria nodesempenho da economia como um todo. Assim,vamos ao que nos interessa aqui.

    6 .1 . I n t r oduz indo o conce it o de m oeda : Evoluo,Formas, Tipos e Funes da Moeda

    Conceitualmente, o termo moeda usado para denominartudo aquilo que geralmente aceito como meio de trocas de bense servios.

    No se pode afirmar com exatido quando surgiu e qual foi aprimeira moeda. Remontando aos primrdios da civilizao,imagina-se facilmente que o homem primitivo produzia tudo

    quanto bastava ao seu sustento. Suas necessidades limitavam-se garantia de sua sobrevivncia. As associaes e odesenvolvimento natural da vida em grupo criaram, porm, outrasnecessidades para cuja satisfao o indivduo, isoladamente, se viuimpotente. Sua auto-suficincia se reduzia na medida docrescimento de suas necessidades.

    Nesta cadeia de raciocnio, o prximo passo foi a introduopaulatina da diviso e especializao do trabalho: cada indivduopassou a produzir um ou poucos produtos, consumindo uma parte

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    deles e tentando passar a outro o seu excedente em troca deoutros bens de que necessitava. Estabeleceu-se, ento, um

    sistema de trocas diretas, isto , mercadorias por mercadorias. fcil imaginar as dificuldades para um razovel funcionamento

    desta econom ia de escam bo : primeiro, esse sistema exigia umapermanente coincidncia de interesses (o indivduo A dispe dearroz e quer trocar por carne; para se realizar esta troca, imprescindvel que ele encontre um indivduo B que no s tenhacarne mas que, tambm, queira arroz!); segundo, h ainda adificuldade de se estabelecerem as relaes ou preos de troca(valores entre dois bens bastante diferentes).

    Por tudo isso, este sistema, que vigorou na mais remotaantiguidade, era claramente ineficiente.

    As mudanas requeridas se realizaram lentamente. O prximopasso foi o surgimento de um sistema de trocas indiretas: por essenovo esquema, uma mercadoria qualquer, que tivesse aceitaogeral, passava a ser usada, por conveno e aceitao do grupo,como meio de pagamento. Tem-se aqui a introduo da moeda nosistema econmico e que, passando por um processo evolutivonatural, d origem a todo o sistema monetrio moderno.

    No desenvolvimento deste novo sistema de trocas indiretas, amoeda assumiu as mais diferentes formas, nos mais diferentespases e pocas. Numa ordem quase cronolgica de seuaparecimento, podemos registrar, sinteticamente, as seguintesformas e tipos de moeda:

    a ) Moeda -mercado r ia : geralmente escolhia-se umamercadoria que fosse relativamente escassa e no facilmenteperecvel (nem sempre possvel). A histria registra que, emdiferentes locais e pocas, foram usados como moeda: sal,

    gado, fumo, peles, trigo, rum, ostra, carne-seca, ferro, cobre,etc.

    b) Meta is p rec iosos: sem dvida, de todas asmercadorias, a preferncia maior recaa, geralmente, sobre osmetais, no s pela sua relativa escassezmas, tambm, pelasua durabilidadee fcil divisibilidade. Muito embora o ferro, ocobre e o bronze tenham sido bastante utilizados, houve umapredominncia do uso dos metais preciosos, notadamente aprata e o ouro.

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    c) Moeda-pape l : com o crescimento do volume e valordas transaes, o manejo de grandes quantidades de metais

    preciosos tornou-se problemtico pelas dificuldades detransporte e os riscos envolvidos. Pouco a pouco, nota-se oaparecimento de casas de custdia desses metais em diversospontos, em diversos pases. Estas casas passaram a receberem depsito os metais preciosos dos comerciantes, emitindoem troca um recibo ou certificado de valor correspondente.Este certificado recebeu a denominao de moeda -pape l eera generalizadamente aceito nas transaes. Suacaracterstica principal era possuir lastro integral em ouro,isto , a qualquer momento o possuidor do certificado poderia

    ir casa de custdia emissora e reconvert-lo em ouro ouprata. Da sua crescente aceitabilidade como meio depagamento em substituio aos prprios metais preciosos.

    d ) Pape l -moeda : com o tempo, e diante da crescentedemanda por tais certificados para atender os negcios emfranca expanso - as casas de custdia passaram a emitircertificados cujo valor global em circulao excedia o valortotal dos metais preciosos ali depositados. A experinciaacumulada pelos custodiadores mostrava que nem todos os

    depositantes resgatavam, ao mesmo tempo, seus depsitos,Alm do mais, enquanto alguns vinham para reconverter seuscertificados em ouro, outros vinham para depositar mais ouro.Assim, com um encaixe metlico menor, era possvel garantira liquidez dos certificados, isto , garantir as reconversesque, em mdia, na semana ou no ms, correspondia a apenasuma frao do total dos certificados em circulao.

    Temos, assim, um novo marco histrico na evoluo das formasde moeda: a passagem da moeda-papel para os certificados

    emitidos sem o correspondente lastro em ouro ou prata e quevieram a ser chamados de pape l -moeda . Pouco a pouco, o papel-moeda passou a ter uso generalizado como meio de pagamentonas transaes pelo simples fato de que sua aceitao era geral,no se questionando sobre a possibilidade de convert-lo ou noem ouro.

    Num processo evolutivo normal, e com o intuito de evitar riscosde emisses exageradas, o passo seguinte foi dado pelo governos,com a proibio de emisso de papel-moeda pelos bancos privados

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    (antigas casas de custdia), limitando-se o direito de sua emissoa uma instituio oficial que, pouco a pouco, se transformou nos

    atuais bancos centrais de cada pas. E no guardando maisqualquer idia de representatividade, nem valor intrnseco, opapel-moeda passou a ser aceito porque simplesmente se sabeque ser aceito em outra operao amanh (posteriormente, suaaceitao passou a ser imposta por lei).

    e) Moeda escr i tu ra l bancr ia : representada pelosdepsitos vista, do pblico, nos bancos comerciais ouseja, as contas correntes das empresas e dos indivduos materializados, na prtica, pelo cheque.

    Tipos de m oeda

    Numa classificao didtica, temos hoje, as seguintes espciesou formas de moeda:

    I - moeda manual representada pelas moedas metlicas epelo papel-moeda;

    II - moeda escritural ou bancria representada pelosdepsitos vista nos bancos comerciais. Note-se que o depsito

    vista que moeda, e no o cheque. Este ltimo apenas aforma mais comum para se utilizar a moeda depsito vista que , este sim, o meio de pagamento. O cheque sem um depsito vista por trs dele no tem qualquer valor econmico.

    Vale observar que o papel-moeda e a moeda escritural oubancria so chamados moedas fiducirias(isto , em que se temf ou em que se acredita), j que no possuem valor intrnseco,constituindo-se em moeda simplesmente porque tm aceitaogeneralizada nas transaes econmicas.

    Fun es da m oeda

    De uma forma geral, os economistas reconhecem as seguintesfunes desempenhadas pela moeda:

    i) meio de pagamento ou intermedirio de trocas;

    ii) padro de referncia de valor ou unidade de conta; e,

    iii) reserva de valor.

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    Tendo aceitao generalizada como me io de pagamen to nas

    transaes, a moeda desempenha sua funo mais cristalina efundamental que de servir como instrumento ou intermediriade trocasentre os indivduos para satisfao de ambas as partes.

    Como padro de r e fe rnc ia de va lo r , a moeda possibilita quetodos os valores dos bens, servios e fatores de produo sejamexpressos em unidades monetrias, propiciando a fcil avaliao ecomparao de todos os recursos disponveis na Economia.

    A moeda desempenha, tambm, a funo de rese rva de va lo r no sentido de que o indivduo pode manter sua riqueza (ou parte

    dela) sob a forma de moeda, por um perodo de tempo, sabendoque, amanh ou depois, este ativo ser aceito em qualquertransao por ter liquidez absoluta. Trata-se, no entanto, de umafuno que merece duas ressalvas: primeiro, se o indivduo preferemanter sua riqueza sob a forma de moeda, ele deixa de ganhar,pois a moeda em si no gera rendimentos; segundo, e aocontrrio, em perodos inflacionrios o indivduo perde com adesvalorizao da moeda.

    6 .2 I nd i cado res Mone t r i os

    Existem trs conceitos monetrios indicadores do volume dedinheiro na economia que, a despeito de medirem coisasdiferentes, so muitas vezes usados, at mesmo pela imprensa,como se fossem a mesma coisa. Mas, na realidade, so conceitosbastante distintos. Trata-se, no caso, do papel-moeda emitido,do papel-moeda em circulao e do papel-moeda em poder dopblico.

    Diariamente, o Banco Central do Brasil divulga uma estatsticada evoluo do saldo desses diversos conceitos de moeda quepodem assim ser definidos:

    i ) papel -m oeda em i t i do ( PME) trata-se do total dedinheiro autorizado (isto , produzido ou fabricado) pelasAutoridades Monetrias;

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    i i ) pape l -m oeda em c i rcu lao ( PMC) equivale ao total dopapel-moeda emitido menos o dinheiro que se encontra no

    caixa do Banco Central;i i i ) pape l -moeda em poder do pb l ico (PMP) deduzindo-

    se do PMC o dinheiro em caixa dos bancos comerciais, tem-se o total de dinheiro em poder do pblico, isto , todos osindivduos e empresas (exclusive, claro, os bancoscomerciais).

    6.3 . Meios de Pagam ent o

    O pblico a includos os indivduos e as empresas possui,de uma forma geral, diversos ativos ou haveres isto , coisasque tm valor econmico e que constituem seu patrimnio,podendo ser citados entre estes os imveis, fazendas, carros,depsitos de poupana, aplicaes financeiras em bancos, ttulosdo governo, depsitos vista nos bancos comerciais, papel-moedaem espcie em seu poder, aes e outros tantos.

    Cada ativo deste possui um grau diferente de liquidez

    medido este pela capacidade de o ativo se transformar em moedaou em dinheiro propriamente dito. Assim, quanto mais fcil fortransformar um ativo em dinheiro, maior se diria que o seu graude liquidez.

    Do ponto de vista da economia, se o indivduo A tem umafazenda no valor de R$ 100 mil e o indivduo B tem um depsitode poupana tambm no valor de R$ 100 mil, podemos afirmarque ambos tm o mesmo nvel de riqueza, porm a riqueza doindivduo B tem muito mais liquidez. Isso porque muito maisfcil sacar sua riqueza no banco, transformando-o quase queinstantaneamente em dinheiro do que vender a fazenda e recebero dinheiro. Para vender a fazenda, pode-se levar algum tempo;para sacar o depsito do banco no se gasta mais que 30minutos1.

    esta diferena entre os diversos graus de liquidez de umativo que o torna mais ou menos instrumento ou meio de

    1 Jocosamente, diramos que o depositante gastaria no mais que 30 minutos, sendo 15 minutos para

    conseguir uma vaga no estacionamento e outros 15 minutos na fila do banco!

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    pagamento. Poucos, pouqussimos mesmo, so os haveres que soconsiderados, pelo Banco Central, meios de pagamento, valendo

    para estes a seguinte definio:Tecnicamente, consideram-se me ios de

    p a g a m e n t o (M1) todos os haveres possudos pelo

    pblico no-bancrio e que podem ser utilizados aqualquer momento para a liquidao de qualquer dvidaem moeda nacional. Ou seja, so haveres que possuemliquidez absoluta e im ediata.

    Muito embora haja controvrsia em relao ao maior ou menor

    grau de liquidez de um ativo, praticamente consensual queapenas dois haveres preencham estas condies de possuremliquidez absoluta e de serem aceitos, de imediato, comopagamento nas transaes: o papel-moeda em poder do pblicoPMP - (a includas no s as notas mas, tambm, as moedasmetlicas) e a moeda escritural ou bancria representada pelosdepsitos vista, do pblico, nos bancos comerciais pblicos eprivados (DVbc).

    Assim, no caso brasileiro, o total de meios de pagamento geralmente denominado M

    1 definido pela expresso:

    M1 = PMP + DVbc

    Este universo M1 corresponde, de outra parte, ao total dachamada oferta monetria.

    No caso brasileiro, as estatsticas mostram que o pblico vemmantendo, na mdia dos ltimos anos, cerca de 14% de seusmeios de pagamento sob a forma de dinheiro no bolso (=PMP) e

    os restantes 86% como depsitos em conta corrente nos bancoscomerciais, sendo interessante observar que estas relaes sorelativamente estveis, s se alterando em funo de umaanomalia no mercado (como foi o caso do confisco dos depsitos,na poca da ex-ministra Zlia, em 1991, e que acabou por alteraraquela composio. Temeroso de novos confiscos, o pblicoreduziu a proporo de seus depsitos nos bancos!).

    Uma ressalva importante que se deve fazer em relao sestatsticas de meios de pagamento, neste conceito de M

    1, que

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    nelas no esto includos nem os depsitos voluntrios ecompulsrios dos bancos comerciais nas Autoridades Monetrias

    (Banco Central) dos quais falaremos mais adiante-, nem osdepsitos da Unio, tambm, no Banco Central.

    fcil entender o porqu disso: como a preocupao, no caso, medir a liquidez do pblico, no h por que incluir os depsitosdos bancos comerciais (que no so parte do pblico); quanto Unio, importante entender que, ao contrrio do pblico, ela nolimita ou condiciona o montante de seus gastos ao volume dedepsitos que, eventualmente, tenha no Banco Central, mas, sim,ao que dispe o oramento federal. Mas, note-se que os depsitosda Unio nos demais bancos que no o Banco Central, bem comoos depsitos dos Estados e Municpios em qualquer banco estocomputados no total do M

    1.

    Out ros conce i tos de moeda : os quase-m oeda

    Alm desse conceito tradicional de meios de pagamento, existeuma gama de outros ativos financeiros que so aceitos comopagamento em diversas transaes ou que podem sertransformados em moeda sem grandes dificuldades e num espaode tempo relativamente curto. A estes ativos se d geralmente onome de quase -moeda que so haveres financeiros de altograu de liquidez, porm de grau inferior ao da moeda manual e aodos depsitos vista.

    Como exemplos de quase-moeda citam-se os depsitos depoupana, depsitos a prazo, ttulos pblicos, etc.

    A partir dessas consideraes, foram desenvolvidos outros

    conceitos e classificaes de meios de pagamento maisabrangentes, de acordo com o grau de liquidez do ativo financeiro.Estas classificaes divergem de autor para autor, terminando,muitas vezes, por serem convencionais e arbitrrias. No casobrasileiro, segue-se o critrio adotado pelo Banco Central critrioeste que tem se alterado muito nestes ltimos anos,principalmente em funo do surgimento de inmeros tipos deaplicaes financeiras. Assim, por exemplo, nos anos noventa, oBanco Central adotava os seguintes conjuntos de meios depagamento:

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    M1

    = PMP + DVbc

    M2

    = M1

    + FAF + ttulos pblicos (federais, estaduais e

    municipais) em poder do pblico

    M3

    = M2

    + depsitos de poupana

    M4

    = M3

    + ttulos privados (depsito a prazo, letrashipotecrias e letras de cmbio)

    A importncia desses conceitos ressaltada no momento emque o Banco Central, por competncia legal, procura controlar aquantidade de moeda na economia, como parte, digamos, de umaestratgia de combate inflao. A questo que, ento, se coloca: no controle da inflao, deve o Banco Central controlar aquantidade de meios pagamento (= oferta monetria). Paratanto, deve aquela autoridade monetria assestar suas bateriassobre qual deles? M

    1? M

    3? M

    4?

    Na verdade, no h consenso sobre isso entre os economistas.O Banco Central, por falta, talvez de condies tcnicas, limita-sea controlar apenas a evoluo do M

    1.

    6.4 . Cr iao e Des t r u io de Moed a

    Este um assunto que, recorrentemente, tem sido objeto dequestes de provas de concursos onde entra a disciplina Economia.E o que vem a ser criao e destruio de moeda (ou,alternativamente, criao e destruio de meios depagamento)? fcil entender isso. Seno, vejamos:

    Diariamente, o pblico - isto , os indivduos e as empresas -,

    realiza operaes com o setor bancrio comercial2

    , operaesestas traduzidas em depsitos, saques, pagamentos diversos (luz,telefone), tomada ou quitao de emprstimos, etc.

    Dependendo da natureza dessas operaes, o total de ativosmonetrios da economia isto , os meios de pagamento (M

    1)

    poder se reduzir ou aumentar. Se o resultado for um aumento

    2 De uma forma simples e sinttica, banco comercial aquele que abre conta corrente e emite tales de

    cheque para seus clientes.

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    dos meios de pagamento, tem-se a uma criao de moeda; seocorrer uma reduo dos meios de pagamento, tem-se uma

    destruio de moeda. Ento, o que se tem de verificar, aps aoperao bancria, se o total de meios de pagamento se alteroupara mais ou para menos.

    Para um melhor entendimento da explicao a seguir, interessante que voc conhea dois conceitos novos: primeiro, oconceito de haver monetrio; segundo, o de haver no-monetrio.

    Haver ou ativo monetrio corresponde a um dos componentesdos meios de pagamento (M1), ou seja, ou o papel-moeda empoder do pblico ou o depsito vista. J haver no-monetrio

    todo ativo possudo pelo pblico que no seja meio de pagamento(M1), como, por exemplo, aes, promissrias, ttulos do governo,carro, lote, imveis, etc.

    Entendida, assim, a diferena entre haver no-monetrio ehaver monetrio, fica mais fcil entende a criao e a destruiode moeda. Seno, vejamos:

    No processo de criao de moeda, o pblico entrega ao setorbancrio um haver no-monetrio (por exemplo, umapromissria) e recebe deste um haver monetrio (por exemplo,

    um emprstimo traduzido num depsito vista). No caso dedestruio de moeda, o pblico entrega ao banco um ativomonetrio (digamos, dinheiro em espcie) e recebe um ativo no-monetrio (a promissria vencida).

    Vale repetir que a criao ou destruio de moeda s ocorre se,da operao entre o pblico e o banco, resultar uma alterao dototal de meios de pagamento do pblico. Isto significa dizer que,se um indivduo paga sua conta de luz com um cheque de suaconta corrente no haver nem criao nem destruio de moeda,

    pois a queda de seus depsitos vista compensada peloaumento dos depsitos da companhia de eletricidade quetambm pblico. Da mesma forma, se um correntista vai aobanco e saca de sua conta corrente, com um cheque seu, nadaocorre, de vez que ele trocou um ativo monetrio (depsito vista) por outro (dinheiro em espcie). Mas, claro, se ele saca desua conta de poupana, h criao de meios de pagamento, poisos depsitos de poupana so considerados haveres no-monetrios.

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    6.5 . Base Monet r ia e o Mul t ip l i cador Bancr io

    Conceitualmente, a poltica monetria consiste no controle daoferta monetria e das taxas de juros, pelas autoridadesmonetrias (Banco Cetral), atravs do uso de instrumentos diretose indiretos (que sero vistos mais adiante), com vistas a controlaro nvel de liquidez do sistema econmico.

    A poltica monetria deve, por outro lado, se inserir no contextoda poltica econmica global do governo, procurando, sempre que

    possvel, a compatibilizao e o atingimento de seus objetivosmacroeconmicos.

    Quando se fala em controle da oferta monetria, pensa-se,imediatamente, que basta o Banco Central parar de emitir moeda,e tudo se arranja. Mas, as coisas no so assim to simples. Nose pode esquecer que os bancos comerciais tm uma grandecapacidade para criar moeda atravs de emprstimos que setransformam em novos depsitos, que do origem a novosemprstimos, e assim por diante.

    atravs dos emprstimos que os bancos multiplicam odinheiro circulante na economia. Quanto mais emprstimosfizerem, maior ser a multiplicao dos meios de pagamentos. Aorigem desses emprstimos, como se disse, est nos depsitoscaptados pelo banco. Assim, um grande condicionante do volumedos emprstimos o volume de depsitos vista no banco. Umoutro condicionante o montante ou proporo dos depsitos vista que o banco pode emprestar. Obviamente, os bancosgostariam de emprestar todo o volume de depsitos, mas estedesejo esbarra na necessidade imperiosa de se manter em caixa,

    sob a forma de moeda, uma parcela dos depsitos para opagamento de cheques dos clientes. Mas, as limitaes ao volumede emprstimos que os bancos podem efetuar vo mais alm, poisainda existem restries impostas por lei e outras medidasrestritivas, de iniciativa do prprio Banco Central.

    Com estas consideraes, podemos, ento, partir para aderivao do chamado multiplicador bancrio (k) dos meios depagamentos, relativamente ao volume de dinheiro que o BancoCentral coloca em circulao dinheiro, este dito, de alto poder

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    de expanso e que, tecnicamente, denominado de BaseMonet r ia ( B ) .

    Contabilmente, a Base Monetria dada pela soma dos valoresconstantes do chamado passivo monetrio do Banco Central quese compe de:

    i) - o papel-moeda em poder do pblico (PMP);

    ii) - o caixa em moeda corrente dos bancos comerciais (R1);

    iii) - os depsitos voluntrios dos bancos comerciais junto aoBanco Central (R

    2); e,

    iv) - os recolhimentos compulsrios dos bancos comerciais,tambm junto ao Banco Central (R

    3)

    Assim temos:

    B = PMP + R1

    + R2

    + R3

    (1)

    Mas, como PMP + R1 = PMC (veja o item atrs IndicadoresMonetrios), temos que a base monetria pode ser definida ainda

    como:B = PMC + R

    2+ R

    3(2)

    E, j que R = R1 + R2 + R3, ento a base monetria pode tambmser definida como:

    B = PMP + R (3)

    sendo R = total das reservas ou encaixes dos bancos comerciais(R= R

    1+ R

    2+ R

    3).

    J os meios de pagamento (M1), como sabemos, so assim

    constitudos:

    M1

    = PMP + DVbc (4)

    E sendo o total de meios de pagamento um mltiplo da basemonetria (B), resultado do processo multiplicativo dosemprstimos bancrios, deduz-se que o multiplicador (k) dos

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    meios de pagamento dado pela relao entre o total de M1 e abase monetria, ou

    k = M1/B (5)

    ou ainda,

    M1

    = B . k (6)

    Para se achar a expresso ou frmula do valor do multiplicador,consideremos as seguintes expresses:

    Considere as seguintes relaes comport ament ais do pblico:i) d

    1= PMP/M

    1ou, d

    1M

    1= PMP (7)

    ii) d2

    = DVbc/M1 ou, d2M1 = DVbc (8)

    A equao (7) mostra qual a proporo do papel-moeda empoder do pblico em relao ao total de meios de pagamento (M1);

    j a equao (8) indica qual a proporo dos depsitos vista nos

    meios de pagamento.

    Logo,

    M1

    = d1M

    1+ d

    2M

    1(9)

    E, dividindo-se todos os termos da equao (9) por M1, tem-se:

    1 = d1

    + d2

    e,

    d1 = (1 - d2) (10)

    Recorde-se, agora, que a base monetria definida por:

    B = PMP + R (3)

    Para se saber qual a frao ou percentual das reservas ouencaixes totais (r) em relao aos meios de pagamento, dividimosas reservas totais (R) pelos depsitos vista (DVbc), ou:

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    r = R/DVbc ou R = rDVbc ou, ainda, R = rd1M1 (11)

    onde, r = taxa de reserva ou encaixe total.Substituindo (7) e (11) em (3), tem-se:

    B = d1M + rd

    2M

    1(12)

    Substituindo (10) em (12), tem-se:

    B = (1 - d2)M

    1+ rd

    2M

    1(13)

    Operando a expresso (13), obtm-se:

    B

    Md rd

    12 21= +( )

    B

    Md r

    121 1= ( )

    MB

    d r1

    21 1=

    ( )

    Md r

    B12

    1

    1 1=

    ( ).

    (14)

    Ou seja, M1

    igual ao valor da base monetria (B) vezes omultiplicador (k), sendo

    kd r

    =

    1

    1 12 ( ) (15)

    onde,

    d2

    = frao dos meios de pagamentos que o pblico mantmsob a forma de depsitos vista nos bancos comerciais; e,

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    r = frao dos depsitos vista que os bancos comerciaismantm como encaixes totais.

    Vejamos um exemplo numrico:Suponha que os depsitos vista correspondam a 80% dos MP

    e que a taxa de reservas bancrias (r) seja 30% dos depsitos vista. Com esses dados, vamos calcular o valor de k:

    Fazendo as devidas substituies na equao (15), acima,temos:

    7,237,0

    1

    63,01

    1

    )7,0(9,01

    1

    )3,01(9,01

    1==

    =

    =

    =k

    Pela expresso (15), pode-se deduzir que a expanso dos meiosde pagamento, isto , da oferta monetria, pode ocorrer em trssituaes:

    i) - por aumento das operaes ativas do Banco Central viaaumento da emisso (o que aumenta B);

    ii) - por aumento de d2, isto , da proporo dos depsitos

    vista do pblico nos bancos comerciais em relao ao total

    dos meios de pagamentos; e,iii) por reduo da relao encaixes/depsitos vista nos

    bancos comerciais.

    Deve-se observar que, na execuo da poltica monetria e paracontrole da oferta monetria, as autoridades monetrias tmrelativo controle sobre os itens (i) e (iii), mas nenhum controlesobre (ii) que depende exclusivamente do comportamento dopblico.

    No entanto, como se admite uma relao mais ou menosestvel ou pelo menos previsvel entre os DVbc e M1, pode-se, emprincpio, afirmar que as autoridades monetrias podem controlarrelativamente a expanso da oferta monetria. Este controle exercido diretamente sobre a base monetria e indiretamentesobre o multiplicador (k) atravs do uso de diversos instrumentos.

    6 .6 I ns t r um ent os Clss icos de Con t ro le Mone t r io

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    Como foi visto, o volume da oferta monetria (= meios de

    pagamento) depende de mudanas na base monetria e/ou dealteraes no valor do multiplicador (k).

    A tarefa fundamental do Banco Central o de adequar o volumede meios de pagamento s reais necessidades da economia tendoem vista o atingimento dos objetivos macroeconmicos. Ocorre,no entanto, que, mesmo que haja uma programao monetria pela qual se prev a evoluo dos agregados monetrios, ms ams, em decorrncia do esperado comportamento das contasexternas do Pas, das operaes do Banco Central com o Tesouro

    Nacional e de emprstimos dos bancos oficiais aos bancos privadose ao setor produtivo nem sempre o programado se comportacomo esperado. Vez por outra, observa-se uma expansoexagerada dos meios de pagamento; outras, uma contrao desseagregado, com evidente escassez de dinheiro na economia, comgraves prejuzos para os negcios.

    Para controlar a liquidez da economia, mantendo-a em nveiscompatveis com as necessidades conjunturais da economia, oBanco Central dispe de diversos instrumentos que ora atuamsobre a base monetria, ora sobre o multiplicador bancrio (k).

    Os instrumentos mais tradicionais geralmente usados peloBanco Central so:

    a) controle da emisso;

    b) fixao da taxa de recolhimento compulsrio;

    c) operaes de redesconto de liquidez; e,

    d) operaes de mercado aberto (open market).

    a) Contro le da emisso sobre este instrumento no ho que falar. Basta que se desligue a tomada da mquinaimpressora de dinheiro e a emisso monetria estarcontrolada.

    b) Fixao da taxa de reco lh imento compu ls r io trata-se de um percentual dos depsitos vista que osbancos comerciais devem recolher peridica eobrigatoriamente ao Banco Central.

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    Claramente, quanto maior esta taxa, maior ser o valor de r (taxa de encaixes totais) e vice-versa, j que os recolhimentos

    compulsrios so uma parte das reservas totais dos bancos.Assim, na medida em que o Conselho Monetrio Nacional decide

    elevar o percentual dos recolhimentos compulsrios (r3), omultiplicador (k) se reduz, uma vez que a medida levar a umadisponibilidade menor de recursos para os bancos efetuarememprstimos. A recproca , tambm, verdadeira.

    c) Operaes de redesconto consistem numemprstimo de ltima instncia e de curtssimo prazo que oBanco Central faz aos bancos comerciais sempre que estes

    estiverem com falta de liquidez, isto , com falta de recursosem caixa para atender s demandas de seus clientes. Por issomesmo so tambm chamados de emprstimos de liquidez.

    Ao realizar tais operaes, o Banco Central funciona comobanco dos bancos, descontando ttulos dos bancos a taxas de jurosprefixadas.

    Como instrumento de controle monetrio, o redesconto inibe ouestimula os bancos a tomar o emprstimo atravs de:

    a) alteraes das taxas de juros cobradas pelo Banco Central;

    b) mudana dos prazos concedidos para que os bancos quitemsua dvida;

    c) fixao de tetos ou limites para a tomada do emprstimo;

    d) exigncia de garantias (ttulos pblicos ou o prpriocompulsrio);

    e) controle da freqncia de utilizao do emprstimo.

    d) operaes de m ercado aber to ( o p e n m a r k e t ) omercado aberto, num sentido amplo, pode ser entendidocomo o mercado onde so transacionados os mais diversosttulos pblicos federais e estaduais e bancrios privados, derentabilidade pr ou ps-fixada.

    No entanto, entendido como instrumento de poltica monetria,as operaes de mercado aberto consistem na compra e/ou vendade ttulos pblicos federais (NTN, LBC, LFT, BTN, etc.) pelo Banco

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    Central, com o objetivo de influenciar o nvel das reservasbancrias e, da, o fluxo de crdito.

    As operaes de mercado aberto, pela sua flexibilidade, seconstituem no mais poderoso instrumento de que dispe o BancoCentral para regular o nvel de liquidez da economia no curtssimoprazo. Assim, por exemplo, quando as autoridades monetriasdesejam enxugar o mercado monetrio, emitem e vendem lotesvolumosos de ttulos federais, retirando dos bancos e do pblico aquantidade desejada de moeda. Contrariamente, se a inteno fora oposta, isto , expandir o nvel de oferta monetria, o BancoCentral realiza operaes macias de resgate (isto , de compra)desses ttulos, injetando moeda no sistema.

    Estes so, em sntese, os instrumentos clssicos de controlemonetrio usados pelo Banco Central. Obviamente, sempreexistiro outros que, eventual e conjunturalmente, podem serutilizados, como, por exemplo, a limitao ou fixao de tetos paraemprstimos, medida que, no raras vezes, foi usada no Brasil aolongo dos anos 80.

    6 .7 . Teor ia Quan t i ta t i va da Moeda

    A teoria quantitativa, na verso clssica, enfatiza a funo damoeda como meio de trocas. Assim, em qualquer perodo, o valorglobal das transaes igual ao nmero de transaes (T),multiplicado pelo seu preo mdio (P). Esse valor, por seu turno,ser idntico ao fluxo monetrio que igual quantidade demoeda ou meios de pagamento (M) multiplicado pelo nmero devezes que a moeda trocou de mo (V) naquele perodo. Resulta,da, a conhecida equao das trocas que geralmente

    apresentada como:

    MV = PT (16)

    Posteriormente, por razes essencialmente prticas, o nmerode transaes (T) foi substitudo pelo nvel de renda (Y) uma vezque se dispe de estatsticas sobre a renda e no sobre aquantidade de transaes. Neste caso, feita a hiptese de que o

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    nvel das transaes totais seja proporcional ao nvel da renda,passando a equao (16) a ser, ento, reescrita como:

    MV = PY (17)

    onde,

    M = estoque de moeda (meios de pagamento)

    V = a velocidade de circulao deste estoque, isto , o nmerode vezes que cada unidade monetria empregada durante operodo escolhido;

    P = o nvel mdio de preos (ndice); e,

    Y = o nvel da renda ou produto real.

    Tal como se apresenta, dada a definio de V, a equao (16) necessariamente verdadeira em relao a quaisquer valores de M,P e Y. Trata-se, no caso, de uma equao definicional outautolgica, isto , verdadeira em si mesma e, como tal, nadaacrescenta de novo teoria econmica.

    No entanto, introduzindo-se certas hipteses sobre algumas de

    suas variveis, tal como fizeram os clssicos, a equao das trocaspode se tornar de alguma utilidade. Deste modo, so colocadas asseguintes hipteses:

    I - a oferta monetria exgena, no sentido de que asautoridades monetrias (no caso, o Banco Central)controlam a quantidade de moeda na Economia;

    II - supe-se que no h desemprego no pas, e que,portanto, o nvel da renda ou produto constante no curtoprazo, ao nvel do pleno emprego dos fatores;

    III - tambm a velocidade de circulao da moeda (V) constante no curto prazo dado que determinada porfatores institucionais, padres comerciais, e hbitos decompras e pagamentos, alm do estado da tecnologiautilizada no processo de transaes, citando-se, entre estes,os seguintes:

    a) institucionalizao, por determinaes legais, daperiodicidade de pagamentos salariais (semanal, mensal);

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    b) o grau de sofisticao do sistema financeiro,especialmente na compensao de cheques; e,

    c) os hbitos de compras da populao.Todos estes fatores so, a rigor, constantes num curto perodo,

    digamos, 6 meses. Assim, com as hipteses de que V e Y soinvariveis a curto prazo, uma alterao na quantidade de M (paramais ou para menos), determina uma variao, na mesmaproporo, no nvel mdio de preos. E a igualdade expressa naequao (16) se transforma numa teoria de determinao depreos, ou seja:

    P = MVY

    (17)

    Um exemplo numrico:

    Suponha que, hoje, os valores das variveis da equao (16)sejam:

    M = 200; V = 5 (constante, no curto prazo); P = 10; e

    Y = 100.

    Substituindo estes valores na equao (16), temos:200 x 5 = 10 x 100

    ou, 1000 = 1000,

    Suponha, agora, que o Banco Central aumente a quantidade demeios de pagamento (atravs, por exemplo, de uma emissomonetria) no montante de 30%, ou, em valores absolutos, em 60unidades monetrias. Como V e Y, por hiptese, so valoresconstantes no curto prazo, o ajuste da equao (16) para queseus dois lados tenham o mesmo valor, ocorrer no nvel de

    preos (P), assim:260 x 5 = P x 100

    13100

    300.1

    100

    5260===

    xP

    ou seja, o nvel geral dos preos (P) se elevou de 10 para 13,um aumento de 30% - exatamente igual ao aumento ocorrido naquantidade de dinheiro em circulao. Ou seja, aumentos de

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    moeda, sem que o nvel do PIB tenha aumentado, s concorrepara gerar inflao.

    Da, vem a concluso dos tericos da escola clssica: a moeda um fator tipicamente neutro, servindo, por assim dizer, apenascomo um lubrificante para a melhor operao das foras reais daeconomia. Para os clssicos, variaes na quantidade real demoeda somente afetam o nvel agregado de preos.

    6.8 . S is tema F inance i ro Nac iona l : Cons t i tu io e

    Funes

    O Sistema Financeiro Nacional (brasileiro) constitudo de doisgrupos distintos de entidades financeiras:

    I - Sis tema Monet r io composto pelas entidades quecriam moeda, isto , meios de pagamento (= papel moedaem poder do pblico e depsitos vista, do pblico, nos bancoscomerciais). Fazem parte deste sistema o Banco Central doBrasil chamado de Autoridades Monetrias que tem opoder de emitir moeda , e os bancos comerciais, pblicos eprivados que recebem depsitos vista do pblico e efetuamemprstimos de curto prazo.

    II - Sis tem a No-Monet r io abrange todas as entidadesde intermediao financeira no-bancria (isto , exclusivebancos comerciais). Fazem parte desse sistema diversasentidades financeiras que se distinguem uma da outra pela suaprincipal operao passiva (captao de recursos) e suaprincipal operao ativa (aplicao dos recursos captados).Como principais entidades do sistema no-monetrio, citam-se:

    a) Bancos de Desenvolvimento so entidades oficiais(governamentais) de crdito, cujas principais operaes passivasso os recursos do PIS/PASEP, FINSOCIAL, transferncias dooramento do governo e emprstimos externos; suas operaesativas se limitam a emprstimos para capital de giro e de capitalfixo para empresas (para implantao ou expanso). A principal

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    entidade deste subsistema o Banco Nacional de DesenvolvimentoEconmico e Social (BNDES) havendo diversos outros bancos re-

    gionais e estaduais de desenvolvimento (BDMG, BRB, BANDESUL,BANDERJ).

    b) Bancos de Investimentosso entidades privadas, comfinalidades semelhantes s dos bancos de desenvolvimento,atuando, de certa forma, como complementares a estes nofornecimento de crdito s empresas, mas seguindo as leis e taxasde juros praticadas no mercado. Suas principais fontes de recursosso os depsitos a prazo (CDB) e emprstimos externos.

    c) Sistema Financeiro da Habitao tendo como rgo

    central a Caixa Econmica Federal. Fazem parte deste subsistemaas entidades que tm como objetivo captar recursos atravs decadernetas de poupana e, eventualmente, atravs de venda deletras hipotecrias ou imobilirias, e destinando tais recursos aofinanciamento de construo e/ou aquisio de moradias. Soexemplos as Caixas Econmicas Estaduais, as Sociedades deCrdito e Investimentos (SCI) e as entidades dos bancos privadosque compem o Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo(SBPE).

    d) Sociedades de Crdito, Financiamento e Investimentomais conhecidas como financeiras, so aquelas entidades quetm na venda de letras de cmbio sua principal operao passivae, como principal operao ativa, o financiamento ao consumidorpara aquisio de bens de consumo durveis (eletrodomsticos,automveis, etc.).

    Importante observar que essas entidades no existemisoladamente. Em geral, fazem parte de uma empresa maior aholding. Assim, por exemplo, o BRADESCO uma grande holdingdo sistema financeiro, composto de um Banco Comercial Bradesco,

    um Banco de Investimento Bradesco, uma Financeira Bradesco,uma Seguradora Bradesco, uma Corretora e uma DistribuidoraBradesco, e assim por diante.

    6.9 . Fun es Clss icas de um Banco Cent r a l

    As funes tpicas ou clssicas de um banco central so:

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    a) banco emissor de papel-moeda;

    b) banqueiro dos bancos comerciais;

    c) banqueiro do Tesouro Nacional;

    d) depositrio das reservas internacionais do Pas.

    Se se organizarem as contas de captao e de aplicao derecursos do Banco Central sob a forma de um balancete compassivo (fontes de recursos) e a t i vo (aplicao de recursos) veremos que aquelas funes esto espelhadas nas diversasrubricas ou contas do balancete.

    Para melhor anlise, costuma-se dividir as contas do passivoem dois grupos: pass ivo m one t r io e pass ivo no -m one t r io,conforme a natureza da conta. Os recursos no-monetrios soaqueles que no se encontram disposio do pblico, no sendo,portanto, exigveis a curto prazo. J os recursos monetrios seconstituem de todos aqueles valores exigveis a curto prazo (oPMC, os depsitos voluntrios e compulsrios dos bancoscomerciais). Registre-se desde j que, por definio, o passivomonetrio do Banco Central igual Base Monetria, como se

    ver mais adiante.Voltando, agora, ao balancete do Banco Central, nota-se que,como rgo emissor de papel-moeda, o total emitido aparece nopassivo monetrio, como uma das fontes de financiamento doBanco Central, lembrando que, na prtica, aparece, apenas, oPMC, de vez que na consolidao do balancete, elimina-se do ativoe do passivo o encaixe em moeda do Banco Central (recordandoque PME encaixe do Banco Central = PMC).

    Continuando, como banqueiro dos bancos, aparecem no passivo

    os depsitos voluntrios e o recolhimento compulsrio dos bancoscomerciais, enquanto no ativo aparecem os redescontos e outrosemprstimos queles bancos.

    Como banqueiro do Tesouro Nacional, aparecem no passivo osdepsitos do Tesouro Nacional (geralmente, frutos da arrecadaode impostos) e, no ativo, o saldo dos ttulos pblicos federias eemprstimos Unio.

    Como depositrio das reservas internacionais do Pas, apareceno ativo o contra-valor dessas reservas em cruzeiros.

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    Como banco de fomento, funo que o Banco Central do Brasilvem, paulatinamente, abandonando para se tornar um verdadeiro

    banco central nos moldes clssicos, aparecem no passivo recursosde diferentes fontes legais e, no ativo, o repasse desses recursos aentidades oficiais (ou mesmo privadas) de crdito parafinanciamento dos setores produtivos.

    * * *

    Com essas colocaes, encerramos esta nossa 6 Aula. Aseguir, so apresentados alguns exerccios de reviso e fixaosobre balano de pagamentos e taxa de cmbio. At nossaprxima aula.

    ___________________

    EXERC CI OS DE REVI SO E FI XAO: ( gab ar i t o ao f in al)

    1. Com relao s diversas formas assumidas pela moeda, ao longo dahistria, esto corretas as afirmat ivas abaixo, exceto:aa)) eeccoonnoommiiaa ddee eessccaammbboo aaqquueellaa eemm qquuee ssee ttrrooccaamm mmeerrccaaddoorriiaass ppoorr

    mmeerrccaaddoorriiaa,, nnoo eexxiissttiinnddoo mmooeeddaa ccoommoo mmeeiioo ddee ttrrooccaa;;bb)) mmooeeddaa--ppaappeell eerraa uumm cceerrttiiffiiccaaddoo ccoomm llaassttrroo iinntteeggrraall ((ee,, ddeeppooiiss,, ppaarrcciiaall))eemm oouurroo;;

    cc)) oo ppaappeell--mmooeeddaa nnoo ddiissppee ddee llaassttrroo eemm oouurroo,, oouu sseejjaa,, nnoo ppooddee sseerrrreessggaattaaddoo;;

    dd)) aa mmooeeddaa bbaannccrriiaa oouu eessccrriittuurraall rreepprreesseennttaaddaa ppeelloo ddiinnhheeiirroo eemm ccaaiixxaannooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss ee ppeellaa eemmiissssoo mmoonneettrriiaa;;

    ee)) aa mmooeeddaa--mmeerrccaaddoorriiaa aassssuummiiuu ddiivveerrssaass ffoorrmmaass,, ccoommoo,, ppoorr eexxeemmpplloo,, ssaall,,ppeelleess,, oossttrraass,, eettcc..

    22.. CCoomm rreellaaoo eevvoolluuoo ee ffoorrmmaass ddee mmooeeddaa,, eessttoo ccoorrrreettaass aass aalltteerrnnaattiivvaassaabbaaiixxoo,, eexxcceettoo::aa)) ppeelloo ssiisstteemmaa ddee ttrrooccaass iinnddiirreettaass,, uummaa mmeerrccaaddoorriiaa qquuaallqquueerr eessccoollhhiiddaa

    ccoommoo mmeeiioo ddee ttrrooccaa,, ppoorr ccoonnvveennoo ssoocciiaall..bb)) ppaarraa qquuee uummaa mmeerrccaaddoorriiaa ssee mmaannttiivveessssee ppoorr lloonnggoo tteemmppoo ccoommoo mmooeeddaa

    eerraa iinnddiissppeennssvveell qquuee ffoossssee eessccaassssaa,, nnoo--ppeerreeccvveell ee ppaassssvveell ddee ddiivviissoo;;cc)) ooss ssiisstteemmaass ddee ttrrooccaass ddiirreettaass ssoo aaqquueelleess eemm qquuee ssee uuttiilliizzaamm

    mmeerrccaaddoorriiaass ccoommoo mmooeeddaa;;dd)) eenntteennddee--ssee ccoommoo mmooeeddaa--ppaappeell ooss cceerrttiiffiiccaaddooss ddee ddeeppssiittooss eemmiittiiddooss ppeellaass

    ccaassaass ddee ccuussttddiiaa ee qquuee ttiinnhhaamm llaassttrroo eemm mmeettaaiiss pprreecciioossooss,,ppaarrttiiccuullaarrmmeennttee eemm oouurroo;;

    ee)) eenntteennddee--ssee ppoorr rreeccoonnvveerrssoo ddee uumm cceerrttiiffiiccaaddoo ddee ddeeppssiittoo aa ssuuaa ttrrooccaappeelloo llaassttrroo mmeettlliiccoo qquuee llhhee ddeeuu oorriiggeemm..

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    bb)) rreedduuoo ddaa rreellaaoo eennccaaiixxee//ddeeppssiittooss vviissttaa ddooss bbaannccoossccoommeerrcciiaaiiss;;

    cc)) aauummeennttoo ddaa pprrooppoorroo ddooss ddeeppssiittooss vviissttaa ddoo ppbblliiccoo nnooss

    bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss eemm rreellaaoo aaoo ttoottaall ddee mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo;;dd)) aauummeennttoo ddaa pprrooppoorroo ddoo ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppbblliiccoo eemm

    rreellaaoo aaoo ttoottaall ddee mmeeiiooss ddee ppaaggaammeennttoo..

    2266.. SSoo iinnssttrruummeennttoossccllssssiiccooss ddee ccoonnttrroollee mmoonneettrriioo,, eexxcceettoo::aa)) ooppeerraaeess ddee rreeddeessccoonnttoo ddee lliiqquuiiddeezz;;bb)) ooppeerraaeess ddee mmeerrccaaddoo aabbeerrttoo;;cc)) aa lliimmiittaaoo ddoo vvoolluummee ddee ppaappeell--mmooeeddaa eemm ppooddeerr ddoo ppbblliiccoo;;dd)) aa ffiixxaaoo ddaa ttaaxxaa ddee rreeccoollhhiimmeennttoo ccoommppuullssrriioo ssoobbrree ooss ddeeppssiittooss

    vviissttaa nnooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss..

    2277.. NNoo sseennttiiddoo rreessttrriittoo ddee iinnssttrruummeennttoo ddee ppoollttiiccaa mmoonneettrriiaa,, aass ooppeerraaeess ddeemmeerrccaaddoo aabbeerrttoo ccoonnssiisstteemm::aa)) nnuumm mmeerrccaaddoo oonnddee ssoo ttrraannssaacciioonnaaddooss ooss mmaaiiss ddiivveerrssooss ttttuullooss

    ppbblliiccooss ee bbaannccrriiooss pprriivvaaddooss;;bb)) nnuumm mmeerrccaaddoo oonnddee ssoo ttrraannssaacciioonnaaddooss ttttuullooss ddee rreennttaabbiilliiddaaddee

    nnoo ffiixxaaddaa;;cc)) nnaa ccoommpprraa ee//oouu vveennddaa ddee ttttuullooss ppbblliiccooss ffeeddeerraaiiss ppeelloo BBaannccoo

    CCeennttrraall;;dd)) nnaa ccoommpprraa ee//oouu vveennddaa ddee ttttuullooss ppbblliiccooss ffeeddeerraaiiss ee ttttuullooss pprriivvaaddooss

    ppeellooss bbaannccooss ccoommeerrcciiaaiiss ee ppbblliiccoo eemm ggeerraall..__________________

    G A B A R I T O:

    1. d; 2. c; 3. c; 4. c; 5. a;6. b; 7. b; 8. d; 9. b; 10. c;11. aN; bN; cD; dC; eD; fC; gC; hD; iD; jN; kN.12. b; 13. a; 14. c; 15. b; 16. d;17. e; 18. d; 19. b; 20. d; 21. a;22. c; 23. e; 24. d; 25. d; 26. c; 27. c.

    ______________