aula 3 dermatologia i 2015

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22/03/2015 1 Universidade da Região da Campanha Centro de Ciências Rurais Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Clínica de Pequenos Animais DERMATOLOGIA Profª Regina Pereira Reiniger Bagé, 2014. ANAMNESE DERMATOLÓGICA Metade do teu diagnóstico dermatológico!!!!!!! Tudo o que é importante perguntar Há quanto tempo iniciaram-se os sintomas de pele? Como eram as primeiras lesões? Como tudo começou? Em que áreas específicas da pele? Prurido, numa escala de 0 a 10, qual nota daria? Onde o animal mais coça? Ele acorda para coçar? Há mais animais na casa? Sadios ou comprometidos? Anamnese dermatológica Já teve otites? Foi tratado com o quê? Tomou algum medicamento antes de ocorrerem os sintomas de pele? Foi aplicado alguma coisa no pelo/pele do animal? Ele é banhado em casa ou em Pet Shop?Qual a frequência? Sabe dizer qual produto usam nos banhos? Anamnese dermatológica Há lesões nas pessoas que convivem com o animal?Há na casa pessoas imunocomprometidas? Tem observado pulgas e/ou carrapatos?Usa alguma coisa para o seu controle? Qual a alimentação do animal?Marca ? Além da ração come alguma outra coisa?Petiscos?Comida caseira?Frutas?Legumes? Anamnese dermatológica Há quanto tempo ingere esta dieta? Como são as fezes do animal na maior parte do tempo?Quantas vezes defeca por dia? Os sintomas dermatológicos podem ser relacionados a alguma estação do ano? O animal toma banho de sol? Em que horário? Há espirros, corrimento ocular ou nasal?

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Universidade da Região da Campanha Centro de Ciências Rurais

Curso de Medicina Veterinária Disciplina de Clínica de Pequenos Animais

DERMATOLOGIA

Profª Regina Pereira Reiniger

Bagé, 2014.

ANAMNESE

DERMATOLÓGICA

Metade do teu diagnóstico

dermatológico!!!!!!!

Tudo o que é importante perguntar

• Há quanto tempo iniciaram-se os sintomas de pele?

• Como eram as primeiras lesões? Como tudo

começou?

• Em que áreas específicas da pele?

• Prurido, numa escala de 0 a 10, qual nota daria?

• Onde o animal mais coça? Ele acorda para coçar?

• Há mais animais na casa? Sadios ou

comprometidos?

Anamnese dermatológica

• Já teve otites? Foi tratado com o quê?

• Tomou algum medicamento antes de ocorrerem os

sintomas de pele?

• Foi aplicado alguma coisa no pelo/pele do animal?

• Ele é banhado em casa ou em Pet Shop?Qual a

frequência?

• Sabe dizer qual produto usam nos banhos?

Anamnese dermatológica

• Há lesões nas pessoas que convivem com o

animal?Há na casa pessoas imunocomprometidas?

• Tem observado pulgas e/ou carrapatos?Usa alguma

coisa para o seu controle?

• Qual a alimentação do animal?Marca ?

• Além da ração come alguma outra

coisa?Petiscos?Comida caseira?Frutas?Legumes?

Anamnese dermatológica

• Há quanto tempo ingere esta dieta?

• Como são as fezes do animal na maior parte do

tempo?Quantas vezes defeca por dia?

• Os sintomas dermatológicos podem ser relacionados a

alguma estação do ano?

• O animal toma banho de sol? Em que horário?

• Há espirros, corrimento ocular ou nasal?

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Anamnese dermatológica

• Houve mudança no ambiente onde o animal vive?

• O animal lambe compulsivamente alguma região do

corpo?

• Mudanças? Construções recentes, reformas na casa?

• De que material são feitos os potes de ração e o de

água?

• O animal tem brinquedos?De que material são feitos?

Anamnese dermatológica

• Apresenta ou já apresentou problemas de

ouvido?Tratou com o quê?

• Como adquiriu o animal?Conheceu os pais do

animal?E os irmãos de ninhada?Algum tem

problema de pele?

• Sobre o status hormonal:

• ( )fêmea inteira, ( ) macho inteiro, ( )castrado

. se castrado em que idade?

Anamnese dermatológica

• Cruzou alguma vez? Se sim, teve quantos filhotes?

• Já teve pseudo gestação? Galactorreia?

• Os cios são normais?Normalmente duram quanto

tempo?

Anamnese dermatológica

• O animal sente muito frio? Mesmo no verão?

• Come pouco e engorda muito? E a ingestão de água?

• Foi notado o aumento do abdômen nestes últimos tempos?

• Animal é muito ativo ou dorme a maior parte do tempo?

• Já fez algum exame dermatológico com algum outro

veterinário?

• Foi tratado com algum medicamento para este problema de

pele? Tanto via oral como tópico?

Anamnese – vídeo Dr. Marconi – Volume I

Semiologia da Pele Terminologia usada na descrição de lesões dermatológicas

- Lesões Primárias

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

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Semiologia da Pele

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

Alopecia – ausência focal ou generalizada de pelos, podendo ser primária (dermatose endócrina) ou secundária (ectoparasitas ou alergopatias).

Semiologia da Pele

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

Semiologia da Pele

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

Semiologia da Pele

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

Semiologia da Pele

Material sebáceo desidratado, de cor escura, que obstruem a saída do folículo piloso - cravo

Semiologia da Pele

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

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Semiologia da Pele

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

Semiologia da Pele

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

Semiologia da Pele

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

Semiologia da Pele

Leucodermia – perda da pigmentação normal da pele ou pelo. Hiperpigmentação – deposição de pigmentos na pele ou pelos. Aparece como resultado de doenças inflamatórias da pele. Liquenificação – é uma condição crônica caracterizada pelo engrossamento da pele. Como resultado de forças externas, tais como lambedura ou fricção repetida. Fatores internos – inflamação. Calcinose cutânea – depósito de cristais de cálcio na pele – hiperadrenocorticismo.

Colarete epidérmico- resquício de uma pústula ou vesícula ou bolha que se rompeu, permanecendo apenas queratina solta disposta em círculo.

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ENFERMIDADES

Doenças bacterianas da pele

Doenças fúngicas da pele

Doenças parasitárias da pele

Doenças imunológicas da pele

Doenças metabólicas e endócrinas

Alopecias adquiridas

Defeitos de ceratinização

Doenças psicogênicas da pele

Doenças das pálpebras, unhas, sacos anais e canais

auditivos Fonte: Muller et al., 1985.

PIODERMITES

-As doenças bacterianas da pele são vistas com mais frequência em cães do que em qualquer outro mamífero. Relacionada a particularidades histológicas da pele canina.

. A pele canina possui um estrato córneo delgado, composto por 3 a 5 camadas de células queratinizadas. (pele humana – 25 a 30 camadas de células). . O material intercelular lipídico do estrato córneo da pele canina é relativamente pouco compacto e pouco denso, quando comparado ao das demais espécies, representando uma barreira epidérmica pouco eficiente contra o potencial invasor bacteriano.

PIODERMITES

-O óstio do folículo piloso, nos cães não possui um tampão lipídico-escamoso, tornando o folículo uma porta de entrada as infecções bacterianas.

-O pH da pele canina é 7,5 pouco efetivo como inibidor do crescimento bacteriano (o pH da pele humana é 5,5). Piodermite é qualquer infecção piogênica da pele, particularmente BACTERIANA.

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PIODERMITES EXTERNAS

COLONIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE EXTERNA DA PELE, SEM INVASÃO DO ESTRATO CÓRNEO OU FOLICULOS PILOSOS.

PRINCIPAIS: . DERMATITE ÚMIDA (hot spot)

. INTERTRIGO (PIODERMITE DAS PREGAS CUTÂNEAS)

PIODERMITES EXTERNAS

DERMATITE ÚMIDA

Alergias; Doenças parasitárias; Endocrinopatias; Imunodeficiências; Problemas anatômicos.

Ocorre por autotraumatismo devido a um processo pruriginoso ou doloroso.

P DERMATITE ÚMIDA RINCIPAIS CAUSAS

lesão alopécica única, circunscrita, eritematosa, engrossada e erosiva.

fino exsudato cobre a superfície; lesão geralmente dolorosa.

Sinais Clínicos:

história de trauma na pele; inicio súbito e desenvolvimento rápido;

Diagnóstico:

P DERMATITE ÚMIDA RINCIPAIS CAUSAS

Tratar a causa, manter a área limpa e depilada.

Terapia tópica: tosar e lavar a área com xampu anti-séptico (Clorexidine);

Se dor – sedar ou anestesiar o animal. Secar a lesão com um adstringente (solução de Burow ou

extrato de hamamélis) Usar combinação: antibiótico/esteróide - Nebacetin®, Panalog®,

NeoDexa Spray® 2 x ao dia (BID) por 5 a 10 dias.

Tratamento:

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CAUSAS

Corticoides são indicados – lesão dolorosa e pruriginosa

(alergia);

Corticoide injetável aquoso de curta ação:

- Fosfato de prednisolona – 0,5 mg/kg, IM para efeito rápido, no

dia seguinte passar para Prednisolona oral – 0,5mg/kg – a cada

12 hs (5-7 dias) e depois a cada 24 hs (5-7 dias).

Tratamento:

DERMATITE ÚMIDACAUSAS CAUSAS

Prega labial;

Prega facial

Pregas corporais

Prega vulvar

Prega podal

Prega caudal.

Irritação das pregas cutâneas profundas, onde a pele se esfrega contra si mesma.

INTERTRIGO (PIODERMITE DAS PREGAS CUTÂNEAS)

INTERTRIGO (PIODERMITE DAS PREGAS CUTÂNEAS)

Dica: TALCO! -Dobras da face ou corpo: bom efeito.

-Dobras vulvares, labiais e caudais: sem resposta

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PIODERMITES SUPERFICIAS

OCORRE A INVASÃO BACTERIANA DA EPIDERME –

geralmente por Staphylococcus intermedius.

As bactérias podem penetrar o estrato córneo, com

formação de pústulas subcorneais (IMPETIGO), ou podem

invadir a abertura do folículo piloso (FOLICULITE SUPERFICIAL)

PIODERMITES SUPERFICIAS

IMPETIGO

cães jovens – antes da puberdade;

alimentação deficiente, ambiente sujo, infecção

endo/ectoparasitaria.

PIODERMITES SUPERFICIAS

IMPETIGO

FOLICULITE SUPERFICIAL

Infecção bacteriana no interior do folículo piloso;

Provocada por infecção estafilocócica;

Secundária a fatores hormonais cães jovens ou a tratamentos

dermatológicos inadequados.

Sinais clínicos: Semelhante ao impetigo nas áreas

acometidas; Geralmente há prurido; Pústula inflamatória com fio de pelo no

centro; Curso longo; Histopatologia - exsudato neutrofílico

no interior dos folículos. Tratamento:

Remoção de fatores primários (doenças de base);

Xampus antibacterianos e antisseborreicos;

ATB sistêmico por 30 dias.

FOLICULITE SUPERFICIAL

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ACNE

Inflamação folicular superficial que pode tornar-se infectada;

Lesão primária---- comedão----secundariamente inflamadas;

Acne felina----região mentoniana----não é hormonalmente controlada (área não facilmente higienizada pelos gatos); Acne canina----predileção (Buldogues, boxers, dobermans e dinamarqueses);

Sinais:

Alopecia parcial; Pústulas;

Tratamento:

Antibióticos; Corticosteróides; Limpeza.

Acne

Algumas pústulas visíveis. Pápulas e nódulos fibrosados.

Acne severa: intenso corrimento de um líquido purulento nas fístulas.

Fonte: Wilkinson e Harvey, 1996

Caso brando de Acne, tratamento local.

Fonte: Wilkinson e Harvey, 1996

PIODERMITE MUCOCUTÂNEA

Afeta primariamente lábios e pele perioral; Etiologia desconhecida; Qualquer idade, raça ou sexo;

Sinais: Eritema e edemaciação simétrica dos lábios, crostas, fissuras,

erosões; exudato, despigmentaçãao, sensibilidade;

Diagnóstico Responde a terapia antibacteriana sistêmica ou tópica; Mupirocina SID.

López, 2003 e 2010, Carlotti, 2003

Aguda; Secundária ao auto trauma; Clima quente e úmido; Pulgas; Lesões;

Tratamento:

Tratar causa base; Limpeza da região; Agentes secantes: Permanganato de potássio a cada 8 a 12h; Antiinflamatórios tópicos; Predinisolona 0.5 a 1.0 mg/kg SiD; Antibióticos (3 a 4 semanas).

DERMATITE PIOTRAUMÁTICA

López, 2003 e 2010; Apostila CMPA II, 2010.

ANTIBIÓTICOS EMPREGADOS EM DERMATOLOGIA . Eritromicina – 15mg/Kg – TID, VO . Lindomicina – 22mg/Kg – BID, VO . Cefalosporinas 1ª geração – Cefalexina – 22mg/Kg, BID, VO . Sulfonamida-trimetropim – 22 mg/Kg, BID, VO . Enrofloxacina – 5 mg/Kg BID ou SID, VO ou SC.

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PIODERMATITE PROFUNDA

INFECÇÕES ABAIXO DA MEMBRANA BASAL DERME E

HIPODERME

ETIOLOGIA E PATOGENIA:

. Consequência de piodermatite superficial (piotraumática)

. Após ruptura da parede dos folículos (furunculose)

. Gatos – inoculação direta por meio de feridas contaminadas ou

de corpos estranhos penetrantes

. Idiopáticos

. Secundária a demodicose, imunossupressão e endocrinopatias.

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

Etiologia

-Staphilococcus intermedius e Gram negativas

-Infecções secundárias:

-Proteus sp., Pseudomonas sp., Escherichia coli

Lesões clínicas

-Eritema

-Inchaço

-Ulcerações

-Crostas hemorrágicas

-Alopecia

-Tratos drenantes (exsudato)

As lesões tipicamente são encontradas:

- Ponta do focinho

- Queixo

- Cotovelos

- Jarretes

- Áreas interdigitais

-OBS: lesões geralmente dolorosas e pruriginosas.

Diagnóstico

-Simples, porém com a resposta ao tratamento imprevisível;

-Raspado de pele

- Esfregaços diretos

-Cultura de fungos

- Biópsia

-Culturas bacterianas

-Antibiograma

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Tratamento

Piodermatites crônicas, recorrentes ou profundas:

≥ 8 semanas

-Compressas com água morna

- Hidroterapia

-Antibioticoterapia

- Xampu para remoção das crostas e escamas

- Pomada de Mupirocina 2%

Foliculite localizada e furunculose na cabeça de um Golden Retriever. Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

FOLICULITE E FURUNCULOSE

Consequência de uma foliculite superficial a partir de causa bacteriana, fúngica ou parasitária.

Aumento de extensão da lesão e ruptura do folículo.

Apresenta fístulas que drenam um exsudato purulento.

Síndrome geral: Piodermatite nasal Piodermatite de ponto de pressão Pododermatite Piodermatite generalizada

FOLICULITE E FURUNCULOSE

Fonte: Muller, Kirk e Scott, 1985

Furunculose estafilocócica em cão. Observar a ruptura folicular com a resultante reação dérmica piogranulomatosa, em torno do folículo piloso.

Piodermatite profunda localizada em área depilada.

Formação de múltiplos seios e piodermatite profunda na região distal do membro de um cão.

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

Piodermatite nasal

Encrostação no focinho e a ausência de lesões no plano nasal. Este é o ponto-chave quando se tenta fazer a diferenciação entre a piodermatite profunda e a doença imunomediata.

Fonte: Harvey e McKeever, 2004.

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É uma foliculite-furunculose profunda, dolorosa;

Raças mais afetadas: Pastor Alemão, Collie, Pointer e raças

caçadoras;

Causa desconhecida – arrancamento de pelos, traumatismo local;

Tratamento: Gel tópico de peróxido de benzoíla

Antibioticoterapia

Fonte: Wilkinson e Harvey, 1996

Lesões típicas da infecção profunda com maceração do tecido superficial e formação de fístulas.

Fonte: Wilkinson e Harvey, 1996

Piodermatite das calosidades na superfície lateral da articulação do jarrete. Observar as fístulas produzindo corrimento. A pododermatite profunda é visível no aspecto lateral do pé.

Pododermatite

Fonte: Wilkinson e Harvey, 1996

Tumefação interdigital, vindo a formar fístula: granuloma interdigital.

Pododermatite interdigital profunda.

Lesões nodulares dolorosas;

Infecção bacteriana profunda;

Raças: Sharpei, Labrador e Buldogue – pelos eriçados e curtos (entre

dedos);

Tratamento: Antibiótico (oxacilina ou cefalexina) – 3 a 4 (8)semanas

Pedilúvios – água morna com ou sem clorexidina

Pomada de Mupirocina

Anti-histamínico (se prurido)

Fonte: Muller, Kirk, Scott, 1993

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Piodermatite do Pastor Alemão

Fonte: Wilkinson e Harvey, 1996

-Sinais clínicos: pirexia e linfadenopatia, fístulas com corrimento, seios, sangramento e formação de crostas. Prurido variável, frequentemente com dor.

-Diferenciar – demodicose, dermatofitose e micoses subcutâneas.

Fonte: Wilkinson e Harvey, 1996

Furunculose anal é observada quase que exclusivamente em Pastores Alemães. É comum a perda da integridade cutânea, com esfacelamento e fistulações.

Fonte: Wilkinson e Harvey, 1996

CELULITE JUVENIL

Região labial edemaciada e tumefata, alopecia, foliculite e formação pustular.

Fonte: Muller, Kirk e Scott, 1985

É uma doença vesículo pustular

Acomete cães com menos de 4 meses e mais de 3 semanas;

Causa: S. aureus

Locais afetados: face, cabeça, orelhas, ânus e prepúcio

Lesões: Eritema e alopecia, pus e soro podem exsudar das

crostas

Destruição dos folículos pilosos – cicatriz

Linfoadenopatia regional, febre, anorexia e depressão

Tratamento: Antibioticoterapia – cefalosporina

Corticóide

Solução de Burow – 3 a 4 x dia/5 a 10 minutos

Dermatopatias Fúngicas

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DERMATOFITOSE

Dermatofitose Definição

• Dermatofitose é uma infecção dos tecidos queratinizados.

• Comum e importante em cães e gatos jovens, a grande maioria até um ano de idade, os jovens possuem um maior risco de adquirir a doença.

Espécies mais comuns de dermatófitos

• Microsporum canis

• Microsporum gypseum

• Trichophytom mentagrophytes

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Dermatofitose

• Contagiosa de animal para animal e para os humanos (cuidado com as crianças, pessoas imunossuprimidas e idosos).

• Persistem em condições secas por anos.

• Cuidado com os portadores sadios (animais sem lesões visíveis mas que tem o material infectante)

Microsporum canis em humanos

Dermatofitose em humanos, mais comum em crianças

Trichophyton em humano

Dermatofitose Infecção

• Locais: animais, ambiente, pelos e caspas, escovas, pentes e camas tanto dos animais quanto dos humanos.

• Muito cuidado com os locais de banho e tosa!!!!!!

Áreas mais afetadas

• Para M.canis: cabeça e membros

• Para M.gypseum: focinho e tórax

• Para Trichophyton sp.: tórax, cabeça e

membros

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Lesões

• Alopecia que pode ser localizada, multifocal ou difusa

• Placas eritematosas

• Foliculite

• No gato costuma se apresentar como uma dermatite miliar

Sintomas

• Prurido em 50% dos casos, quando ocorre é moderado nos felinos, principalmente nos jovens.

• Alopecia que vai desde localizada até multifocal ou difusa, nos felinos o mais comum é ser localizada.

• Áreas com pápulas são mais vistas nos cães.

Blefarite em um gato por M.canis M. canis na cabeça de um gato

M. canis na orelha de um gato Quadro seborreico no rabo de um gato com M.canis

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Dermatofitose generalizada num felino com muitas crostas

Microsporum gypseum com lesões generalizadas Trichophyton com muitas crostas na cabeça de um gato

Diagnóstico

• Exame direto dos pelos afetados, obtidos através de arrancamento, o diagnóstico pode ser dado em 70% das vezes, colocar em lâmina com óleo mineral.

• Cultura, deverá ser feita nos casos duvidosos.

• Exame através da Lâmpada de Wood, pouco preciso, mas fácil de ser feito, o pelo afetado fica “esverdeado”

Microsporum canis + Pela Lâmpada de Wood

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Tratamento

• Importante desinfetar o ambiente, cuidado com os locais de “banho e tosa”, pelos voando contaminados com fungos, contaminam todos.

• Ideal é queimar os pelos retirados dos animais contaminados/suspeitos.

• Muito cuidado com pessoas idosas e com crianças, são mais susceptíveis.

Tratamento tópico

• Cremes, loções, xampus a base de cetoconazol, miconazol e clotimazol.

• Xampus, na frequência de 1 banho a cada 5 ou 7 dias, inicialmente, depois espaçar.

• Cremes e loções na frequência de 2 a 3 vezes por dia.

• Mínimo de 4 semanas de duração

Alguns nomes comerciais para aplicação tópica

• Miconazol

– Dermolene® aerossol e creme ( vet.)

– Daktarin®, Vodol® ( humano)

• Clotrimazol

– Micosten® creme e spray e Micotrizol® creme (hum.)

• Cetoconazol

– (Cetocon Top®,Cetoconazol® banho e spray 2% • Obs: produtos a base de tiabendazole são pouco efetivos.

Importante nos pacientes com pelame longo

–Tosa parcial ou completa, será necessária quando as lesões forem severas, tanto cães quanto gatos.

– Não esqueça de dizer ao proprietário:

“Pelo,cresce de novo”

Tratamento sistêmico

• O tratamento sistêmico deverá ser instituído sempre que tivermos lesões múltiplas e generalizadas, acompanhado de tratamento tópico.

• Quando tivermos pacientes felinos o tratamento deverá ser efetuado em todos os gatos que “habitam” o ambiente, mesmo aqueles que são só “querenciados”.

Drogas sistêmicas

• Griseofulvina 25 a 50 mg/kg, v.o, sid ou bid sempre com alimento.

• Cetoconazol 10 mg/kg, v.o, bid

• Itraconazol 10 mg/kg, v.o, sid

• Fluconazol 2,5 a 5,0 mg/kg, v.o, sid

– Tempo de terapia 30 a 90 dias, todas estas drogas são teratogênicas, portanto são contra indicadas durante e gestação.

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Nomes comerciais

• Griseofulvina ( Dufulvin® suspensão oral laboratório Duprat, Griseoderm® comprimidos, laboratório Virbac)

• Cetoconazol ( Cetoconazol® suspensão oral, laboratório Ibasa)

• Itraconazol ( ITL® itraconazol comprimidos de 25,50,100 mg, laboratório Cepav)

• Fluconazol , só tem medicamento humano, (Zolstatin®, Fluconazol®)

Muito Importante!!!!

• Todo tratamento para dermatofitose, deverá

ter no mínimo 4 semanas de duração e

deverá persistir até 2 semanas após não

termos mais lesões visíveis.

...a griseofulvina na dose de 50 mg/Kg, ainda permanece como droga de escolha nas infecções dermatofíticas... ...é bastante efetiva, desprovida de efeitos colaterais e de custo bastante acessível aos proprietário... Balda et al. (2007)

Tratamento do meio ambiente

• Queimar todos os pelos provenientes da tosa e do ambiente onde o animal fica.

• Os pelos contaminados que ficam “voando” podem infectar outros animais.

– Hipoclorito de sódio 1:30

– Enxôfre calcáreo em solução a 2% para o meio externo

– Formalina a 1%.

• ambientes muito contaminados limpeza diária ou então semanal

Não esqueçam!!!

• M. canis é uma zoonose, portanto pode

contaminar pessoas que convivem com animais

infectados, pessoas imuno comprometidas (AIDS,

quimioterapia etc..)

- as crianças e os idosos são mais pré-dispostas.

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Sinais clínicos -Localizadas ou generalizadas; -Regiões mais comumente afetadas:

-Conduto auditivo externo -Face -Pescoço (face ventral) -Axilas -Virilha -Pele interdigital

-Eritema -Alopecia -Crostas ou exsudatos gordurosos Casos crônicos – hiperpigmentação e liquenificação

OBS: parece estar associada com alterações de hipersensibilidade, ectoparasitos e defeitos de queratinização.

PRURIDO VARIÁVEL

Diagnóstico

Aspecto clínico

Citológico

Cultura

Esporotricose

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Sporothrix schenckii

Equinos, cães, felinos, ratos, camundongos, muares, suínos, chipanzé, tatu e bovinos

• Inoculação traumática

Agente

Sporothrix schenckii

é uma micose subcutânea piogranulomatosa;

- Fungo geofílico e dimórfico;

- Cascas de árvores, solos rico em matéria orgânica e vegetação, cresce em locais úmidos e quentes.

Agente

Sporothrix schenckii

apresenta-se na forma: cutânea localizada

cutânea linfática

cutânea disseminada

Agente

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Material aula – Prof. Cristiano Rosa (UFPel)

Traumatismo

Arranhões, penetração corpos estranhos

Vias alternativas – aéreas ou digestiva

Zoonose

Transmissão Patogenia

Sistema

linfático

Linfática

Hematógena

Ossos, olhos, trato gastrointestinal, SNC

• Nódulos

• Alopecia

• Crostas

• CABEÇA

• TRONCO

Sinais clínicos

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Silva et al., 2007

Diagnóstico

Material aula – Prof. Cristiano Rosa (UFPel)

Cultura fúngica .Tempo – 10 a 14 dias

Citologia Baixo custo

Sensibilidade

-Estruturas leveduras

Diagnóstico

Pereira et al., 2011

Diagnóstico histopatológico – Biópsia com SACABOCADO

Material aula – Prof. Cristiano Rosa (UFPel)

Material aula – Prof. Cristiano Rosa (UFPel)

Material aula – Prof. Cristiano Rosa (UFPel)

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Biópsia e PCR (Reação em cadeia da polimerase)

Bons resultados

Não realizado comercialmente

Diagnóstico

Pereira et al., 2011

Diagnósticos diferenciais

#Criptococose

#Blastomicose

#Demodicose

#Piodermite profunda

#Penetração de corpos estranhos

#Infecção micobacteriana oportunista

#Neoplasias

• Itraconazol 2,3 mg/kg VO BID, ou 10 mg/Kg VO SID até remissão das lesões + 30 dias*

• Iodeto de sódio

• Iodeto de potássio

Tratamento

Terbinafina Cetoconazol

Tópico

Meinerz et al., 2007 *Corgozinho (2006)