aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

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IBET – São Paulo Regra-matriz de incidência tributária, obrigação e sujeição passiva Maria Rita Ferragut 17/8/2013

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Page 1: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

IBET – São Paulo

Regra-matriz de incidência tributária, obrigação e sujeição

passiva

Maria Rita Ferragut17/8/2013

IBET – São Paulo

Regra-matriz de incidência tributária, obrigação e sujeição

passiva

Maria Rita Ferragut17/8/2013

Page 2: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Fenomenologia da Incidência Tributária

Relação Jurídica

Lei

Fato

Page 3: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

NJGA = {[(h c) (- c s)] [ - (c v s) RJP]}NJGA = {[(h c) (- c s)] [ - (c v s) RJP]}

Norma Primária

Norma primária dispositiva

Norma primária sancionadora

Norma Secundária

NJ geral e abstrata

NJ individual e concreta

NJ geral e abstrata

NJ individual e concreta

Page 4: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

NJGA = {[(h c) }NJGA = {[(h c) }

NJIC = {[(a c) }NJIC = {[(a c) }

Ato de AplicaçãoAto de Aplicação

fato determinadono tempo e no

espaço

fato determinadono tempo e no

espaço

Relação jurídica comsujeitos (ativo e passivo)e objeto determinados

Relação jurídica comsujeitos (ativo e passivo)e objeto determinados

Page 5: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

NJIC = {[(a c) }NJIC = {[(a c) }

fato determinadono tempo e no

espaço

fato determinadono tempo e no

espaço

Relação jurídica comsujeitos (ativo e passivo)e objeto determinados

Relação jurídica comsujeitos (ativo e passivo)e objeto determinados

Sa SpSa SpObjetoDireito SubjetivoDireito Subjetivo Obrigação/DeverObrigação/Dever

Prestação de dar ($) ou de fazer

(deveres instrumentais)

Prestação de dar ($) ou de fazer

(deveres instrumentais)

Crédito TributárioCrédito Tributário Obrigação Tributária/Dever Tributário

Obrigação Tributária/Dever Tributário

Page 6: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Fato

evento

Fato

evento

Page 7: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Critérios da RMIT:

Hipótese: critérios material, espacial e temporal

Conseqüência: critérios quantitativo e pessoal

Critérios da RMIT:

Hipótese: critérios material, espacial e temporal

Conseqüência: critérios quantitativo e pessoal

Page 8: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

1) Critério material

- núcleo da hipótese

- verbo + complemento

- verbo não pode ser impessoal (haver) ou sem sujeito (chover)

- verbo deve manifestar riqueza

1) Critério material

- núcleo da hipótese

- verbo + complemento

- verbo não pode ser impessoal (haver) ou sem sujeito (chover)

- verbo deve manifestar riqueza

Page 9: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

2) Critério espacial

- lugar onde é relevante que o fato ocorra

- pode ser explícito ou implícito

2) Critério espacial

- lugar onde é relevante que o fato ocorra

- pode ser explícito ou implícito

Page 10: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

3) Critério temporal

- identifica preciso instante em que a ocorrência do fato é relevante para fins de tributação

- direito positivo equivocadamente considera o critério temporal como sinônimo de “fato gerador”

- não se relaciona com a data de pagamento

3) Critério temporal

- identifica preciso instante em que a ocorrência do fato é relevante para fins de tributação

- direito positivo equivocadamente considera o critério temporal como sinônimo de “fato gerador”

- não se relaciona com a data de pagamento

Page 11: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Tempo do fato (lançamento = legislação vigente na data do lançamento)

Tempo no fato (evento = legislação da data da ocorrência do fato jurídico tributário)

Tempo do fato (lançamento = legislação vigente na data do lançamento)

Tempo no fato (evento = legislação da data da ocorrência do fato jurídico tributário)

Page 12: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

4) Critério quantitativo

Indica os fatores que conjugados exprimem o valor pecuniário da dívida. É normalmente composto por base de cálculo e alíquota

Base de cálculo

Perspectiva dimensível da hipótese de incidência

4) Critério quantitativo

Indica os fatores que conjugados exprimem o valor pecuniário da dívida. É normalmente composto por base de cálculo e alíquota

Base de cálculo

Perspectiva dimensível da hipótese de incidência

Page 13: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Confirma (sintonia BC e CM), infirma (sana incompatibilidade entre BC e CM) ou afirma (qdo obscuro, dá-lhe conteúdo) o critério material

Normalmente quantia em dinheiro, mas pode também ser uma grandeza qualquer (metros de tecido industrializado). Nessa circunstância, alíquota deve necessariamente ser quantia em dinheiro (R$ 1,20/metro)

Confirma (sintonia BC e CM), infirma (sana incompatibilidade entre BC e CM) ou afirma (qdo obscuro, dá-lhe conteúdo) o critério material

Normalmente quantia em dinheiro, mas pode também ser uma grandeza qualquer (metros de tecido industrializado). Nessa circunstância, alíquota deve necessariamente ser quantia em dinheiro (R$ 1,20/metro)

Page 14: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Alíquota

- parte, fração, valor monetário fixo ou variável

- pode ser progressiva, regressiva ou invariável

- alíquota zero é isenção?

Alíquota

- parte, fração, valor monetário fixo ou variável

- pode ser progressiva, regressiva ou invariável

- alíquota zero é isenção?

Page 15: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

5) Critério pessoal (ou subjetivo)

Sujeito ativo: titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária

- pode ser uma pessoa jurídica pública ou privada. Não há limite constitucional para que não seja pessoa física. Em qualquer das hipóteses, o fim público deve ser sempre perseguido

- pode vir explícito ou implícito na RMIT

5) Critério pessoal (ou subjetivo)

Sujeito ativo: titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária

- pode ser uma pessoa jurídica pública ou privada. Não há limite constitucional para que não seja pessoa física. Em qualquer das hipóteses, o fim público deve ser sempre perseguido

- pode vir explícito ou implícito na RMIT

Page 16: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Sujeito passivo

- É a pessoa física ou jurídica, pública ou privada, de quem se exige o cumprimento da prestação

- Consta, obrigatoriamente, do pólo passivo da relação, e não necessariamente tem aptidão para suportar o ônus fiscal

Sujeito passivo

- É a pessoa física ou jurídica, pública ou privada, de quem se exige o cumprimento da prestação

- Consta, obrigatoriamente, do pólo passivo da relação, e não necessariamente tem aptidão para suportar o ônus fiscal

Page 17: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

- Inexistência de previsão constitucional do SP

- Limite constitucional:

(i) pessoas indiretamente vinculadas ao FJT; ou

(ii) direta ou indiretamente vinculadas ao sujeito que o praticou

- Inexistência de previsão constitucional do SP

- Limite constitucional:

(i) pessoas indiretamente vinculadas ao FJT; ou

(ii) direta ou indiretamente vinculadas ao sujeito que o praticou

Page 18: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

O sujeito passivo pode ser contribuinte ou responsável:

contribuinte: realizador do fato jurídico tributário (art. 121, I, do CTN)

responsável: pessoa que, embora não tendo relação direta e pessoal com o fato, é eleita pela lei para satisfazer a obrigação tributária (art. 121, II, do CTN).

- Responsável = deve dispor de meios para se ressarcir do tributo pago (retenção ou reembolso – exceção dolo)

O sujeito passivo pode ser contribuinte ou responsável:

contribuinte: realizador do fato jurídico tributário (art. 121, I, do CTN)

responsável: pessoa que, embora não tendo relação direta e pessoal com o fato, é eleita pela lei para satisfazer a obrigação tributária (art. 121, II, do CTN).

- Responsável = deve dispor de meios para se ressarcir do tributo pago (retenção ou reembolso – exceção dolo)

Page 19: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Espécies de responsabilidade tributária:

1) Solidariedade

2) Sucessão

3) Substituição

4) Terceiros

5) Por infrações

Espécies de responsabilidade tributária:

1) Solidariedade

2) Sucessão

3) Substituição

4) Terceiros

5) Por infrações

Page 20: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Solidariedade – art. 124 do CTN

- Sempre que houver mais de um devedor, na mesma RJ, cada um obrigado ao pagamento integral da dívida

- não há benefício de ordem

- Ex.: IPTU de um condomínio, 2 adquirentes de um mesmo imóvel

Solidariedade – art. 124 do CTN

- Sempre que houver mais de um devedor, na mesma RJ, cada um obrigado ao pagamento integral da dívida

- não há benefício de ordem

- Ex.: IPTU de um condomínio, 2 adquirentes de um mesmo imóvel

Page 21: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Art. 124, I e II:

I – interesse comum na situação que constitua o FJT (deve ser entendido como mesmos direitos e deveres decorrentes da situação que constitua o FG)

II – designação expressa em lei (estrita legalidade – hipóteses do CTN)

Art. 124, I e II:

I – interesse comum na situação que constitua o FJT (deve ser entendido como mesmos direitos e deveres decorrentes da situação que constitua o FG)

II – designação expressa em lei (estrita legalidade – hipóteses do CTN)

Page 22: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Sucessão – arts. 129 a 133 do CTN

- Quando a obrigação tributária muda de titular

- Hipóteses contempladas no CTN – Transferência da obrigação de quitar o débito para um terceiro, em virtude do desaparecimento, ou não, do devedor originário

- Extingue sempre RJT anteriormente constituída. Pode ser inter vivos ou causa mortis

- Regra geral: sucessor responsabiliza-se pela dívida existente na data do evento que motivou a sucessão

Sucessão – arts. 129 a 133 do CTN

- Quando a obrigação tributária muda de titular

- Hipóteses contempladas no CTN – Transferência da obrigação de quitar o débito para um terceiro, em virtude do desaparecimento, ou não, do devedor originário

- Extingue sempre RJT anteriormente constituída. Pode ser inter vivos ou causa mortis

- Regra geral: sucessor responsabiliza-se pela dívida existente na data do evento que motivou a sucessão

Page 23: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Substituição – § 7º do art. 150 da CF + legislação ordinária

- Exonera o substituído de cumprir com a obrigação (sujeito esse que não chega a integrar a RJT, mas cujas características devem ser sempre consideradas)

- 3 formas de substituição: para trás, convencional e para frente

Substituição – § 7º do art. 150 da CF + legislação ordinária

- Exonera o substituído de cumprir com a obrigação (sujeito esse que não chega a integrar a RJT, mas cujas características devem ser sempre consideradas)

- 3 formas de substituição: para trás, convencional e para frente

Page 24: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Responsabilidade de terceiros – art. 135 do CTN

- Há responsabilidade quando infração “resulta” na obrigação tributária

- Falta de pagamento de tributo (isoladamente) não encontra fundamento de validade no art. 135. Súmula 430 do STJ

- Requer a presença de dolo

Responsabilidade de terceiros – art. 135 do CTN

- Há responsabilidade quando infração “resulta” na obrigação tributária

- Falta de pagamento de tributo (isoladamente) não encontra fundamento de validade no art. 135. Súmula 430 do STJ

- Requer a presença de dolo

Page 25: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Culpa é insuficiente, dado:

1) A separação das personalidades jurídica e física

2) A necessidade de gerir sociedades economicamente estáveis e instáveis

3) O direito constitucional à propriedade

4) A não utilização do tributo com efeitos confiscatórios

Culpa é insuficiente, dado:

1) A separação das personalidades jurídica e física

2) A necessidade de gerir sociedades economicamente estáveis e instáveis

3) O direito constitucional à propriedade

4) A não utilização do tributo com efeitos confiscatórios

Page 26: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Dois elementos são necessários para a configuração do art. 135 do CTN:

1) Elemento pessoal: sujeito responsável pela prática do ilícito (executor material, partícipe ou mandante da infração. É o administrador, proposto, empregado, diretor, gerente)

2) Elemento fático: condutas reveladoras de infração que exija dolo – excesso de poderes, infração de lei, do contrato social ou estatuto

Dois elementos são necessários para a configuração do art. 135 do CTN:

1) Elemento pessoal: sujeito responsável pela prática do ilícito (executor material, partícipe ou mandante da infração. É o administrador, proposto, empregado, diretor, gerente)

2) Elemento fático: condutas reveladoras de infração que exija dolo – excesso de poderes, infração de lei, do contrato social ou estatuto

Page 27: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Infração de lei

Violação de toda norma vinculada ao exercício da administração, cujo desrespeito implique a ocorrência de fatos jurídicos tributários.

Exemplos: 1. Importação de mercadoria com classificação

fiscal errada e mais vantajosa para o contribuinte

2. Venda de mercadorias antes de confeccionado o talonário de notas fiscais requerido por lei

Infração de lei

Violação de toda norma vinculada ao exercício da administração, cujo desrespeito implique a ocorrência de fatos jurídicos tributários.

Exemplos: 1. Importação de mercadoria com classificação

fiscal errada e mais vantajosa para o contribuinte

2. Venda de mercadorias antes de confeccionado o talonário de notas fiscais requerido por lei

Page 28: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Excesso de poderes

O excesso de poderes ocorre quando o administrador pratica algum ato, ainda que em nome da sociedade, extrapolando os limites contidos no contrato social.

É ato “além do autorizado”, e não contrário a alguma disposição expressa.

Excesso de poderes

O excesso de poderes ocorre quando o administrador pratica algum ato, ainda que em nome da sociedade, extrapolando os limites contidos no contrato social.

É ato “além do autorizado”, e não contrário a alguma disposição expressa.

Page 29: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Excesso de poderes

Exemplos: sócio de soc exclusivamente comercial que decide passar a prestar serviços e diretor de RH que fecha negócios não autorizados pelo contrato social

Excesso de poderes é diferente da impossibilidade de o administrador praticar todo e qualquer ato não expressamente permitido (art. 1.015 do CC). O excesso se configura quando o fato for alheio aos fins da sociedade, e provocar conseqüências fiscais típicas

Excesso de poderes

Exemplos: sócio de soc exclusivamente comercial que decide passar a prestar serviços e diretor de RH que fecha negócios não autorizados pelo contrato social

Excesso de poderes é diferente da impossibilidade de o administrador praticar todo e qualquer ato não expressamente permitido (art. 1.015 do CC). O excesso se configura quando o fato for alheio aos fins da sociedade, e provocar conseqüências fiscais típicas

Page 30: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Infração do contrato social ou estatuto

Desrespeito a uma disposição expressa constante do contrato social ou estatuto, e que tem por conseqüência o nascimento da relação jurídica tributária.

Exemplo: alienação desautorizada de ativo fixo da sociedade.

Infração do contrato social ou estatuto

Desrespeito a uma disposição expressa constante do contrato social ou estatuto, e que tem por conseqüência o nascimento da relação jurídica tributária.

Exemplo: alienação desautorizada de ativo fixo da sociedade.

Page 31: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Responsabilidade por infrações – arts. 136 e 137 do CTN

Art. 136 do CTN – a regra geral é de que a responsabilidade por infrações independe da intenção do agente ou do responsável, bem como do dano provocado pela conduta

Infração fiscal é, por isso, objetiva (já a responsabilidade de terceiro é subjetiva)

Responsabilidade por infrações – arts. 136 e 137 do CTN

Art. 136 do CTN – a regra geral é de que a responsabilidade por infrações independe da intenção do agente ou do responsável, bem como do dano provocado pela conduta

Infração fiscal é, por isso, objetiva (já a responsabilidade de terceiro é subjetiva)

Page 32: Aula 17 08 - dra. maria rita ferragut

Art. 137 do CTN

Exige a constatação da conduta dolosa por parte do infrator.

- - Inciso I – crimes ou contravenções. Dolo genérico

- - Inciso II – crimes ou contravenções. Dolo específico

- Inciso III – crimes ou contravenções. Dolo específico + crime próprio

Art. 137 do CTN

Exige a constatação da conduta dolosa por parte do infrator.

- - Inciso I – crimes ou contravenções. Dolo genérico

- - Inciso II – crimes ou contravenções. Dolo específico

- Inciso III – crimes ou contravenções. Dolo específico + crime próprio