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Responsabilidade na sucessão empresarial Maria Rita Ferragut Doutora PUC/SP e Livre-docente USP

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Page 1: Responsabilidade na sucessão empresarial Maria Rita Ferragut Doutora PUC/SP e Livre-docente USP

Responsabilidade na sucessão empresarial

Maria Rita FerragutDoutora PUC/SP e Livre-docente USP

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Responsabilidade tributária

NJ lato sensu, de conduta, que, a partir de um fato não tributário, implica a inclusão do sujeito que o realizou no polo passivo de uma RJT.

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Características da responsabilidade tributária:

• Pessoal

• Subsidiária

• Solidária

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Responsabilidade por sucessão – arts. 129 a 133 do CTN

• Transferência da obrigação de quitar o crédito tributário para um terceiro, em virtude do desaparecimento, ou não, do devedor originário

• Inter vivos ou causa mortis

• Regra geral: o sucessor responsabiliza-se pela dívida “existente” na data do evento que motivou a sucessão

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Art. 133 CTN

“A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato”

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• Adquirir significa obter, conseguir, alcançar, comprar, passar a ter.

• Parecer Normativo CST n.º 2/72 – Adquirir, juridicamente, é o ato através do qual se incorpora completa e definitivamente ao patrimônio do seu sujeito os direitos inerentes ao seu objeto.

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Estabelecimento

Complexo de bens materiais e imateriais, visto unitariamente pelo direito (art. 1.142 CC)

Segmentos da sociedade (art, 75. par. 1.º. CC; art. 4.º. LC 116/03, arts. 46, II, 49, 51, par. Único e 127, II do CTN)

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• Há RT por sucessão tanto se ocorrer a aquisição total da PJ, como se ocorrer a aquisição de apenas algum de seus segmentos

• Aquisição de segmentos – não será objeto de sucessão as dívidas não relacionadas ao estabelecimento adquirido

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Fundo de comércio

• Mais valia correspondente ao sobrevalor existente em função da soma dos valores individuais dos bens que compõem o estabelecimento. Consequência provocada pelo conjunto dos bens.

• Consiste em um dos elementos do estabelecimento e não deve ter tratamento isolado, pois não tem existência independente dos demais bens do estabelecimento

Page 10: Responsabilidade na sucessão empresarial Maria Rita Ferragut Doutora PUC/SP e Livre-docente USP

Provas da aquisição do estabelecimento(lista exemplificativa: imprescindível análise contextual do caso concreto)

• Ocupação das mesmas instalações• Utilização dos mesmos equipamentos e utensílios

para o exercício da atividade econômica• Variação da receita, com aumento da sociedade

sucessora e proporcional diminuição da sociedade sucedida

• Mesmo controle acionário

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• Mesma força de trabalho• Mesmo sistema de informática, sobretudo se for algo

específico ao negócio e contiver programação não encontrável em softwares “de prateleira”

• Similaridade do nome comercial, fantasia, logotipo e marcas

• Atendimento da mesma carteira de clientes• Simultaneidade entre o início da exploração da

atividade econômica pelo adquirente dos ativos e a sua interrupção pelo alienante

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• Coincidência de um grande número de prestadores de serviços e fornecedores

• Assunção de dívidas, pelo adquirente, junto a fornecedores do alienante

• Existência de compromisso de não concorrência ou de colaboração

• Celebração de contratos de prestação de serviços envolvendo a transferência de know-how entre as pessoas envolvidas

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Locação

• Não se trata de aquisição de estabelecimento e, portanto, não sujeita o locatário à condição de sucessor das dívidas tributárias

• Parecer Normativo CST n.º 2/72 – não há sub-rogação nas dívidas, mesmo se houver inatividade do locador e locatário passar a atender a clientela

• Provas da simulação

Page 14: Responsabilidade na sucessão empresarial Maria Rita Ferragut Doutora PUC/SP e Livre-docente USP

Venda segregada de ativos

Dever de avaliar se se trata de mera compra de um ativo isolado, que não afetará a atividade desenvolvida pelo alienante, ou se há uma velada aquisição

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Multa também é objeto de sucessão?

• Art. 133 CTN – somente os tributos devidos até a data da sucessão são transferíveis

• Tributo não é multa

• Meu entendimento: dívida passível de sucessão engloba valor atualizados do tributo + multa, já que ambos integram o passivo fiscal. Tributo = crédito tributário no art. 133 do CTN

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Razões:

• Art. 133 está contido na Seção do CTN que trata da resp dos sucessores. Art 129, que a inaugura, trata da resp pelo crédito tributário (“O disposto nessa Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos...”)

• Art. 133 não contempla anistia fiscal

• D Posit. trabalha com vocábulos ambíguos. Nossa interpretação privilegia legalidade e tipicidade