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  CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR PEDRO IVO www.pontodosconcursos.com.br 1  A ULA 10 – RECURSOS Futuros Aprovados, Hoje chegamos à nossa última aula e trataremos de um tema que deve ser estudado com a maior objetividade possível. É um assunto extremamente amplo e com diversos pontos que não merecem grande atenção, pois nunca apareceram em concursos públicos, sejam estes da área policial, jurídica, tribunais, ou qualquer outro. É um tema que vai exigir o conhecimento de diversos pontos que vimos no decorrer do curso. Sendo assim, se ainda há pendências, minha recomendação é a seguinte: Releia os tópicos anteriores, estude e, somente após, inicie esta aula. Agora, vamos começar a subir o último degrau da nossa escada do processo penal!!! Bons estudos! ******************************************************************* 9.1 – RECURSOS – NOÇÕES GERAIS 9.1.1 CONCEITO Segundo o ilustre E. Magalhães Noronha, recurso “é a providência legal imposta ao juiz ou concedida à parte interessada, objetivando nova apreciação da decisão ou situação processual, com o objetivo de corrigi-la, modificá-la ou confirmá-la.” Podemos, em resumo, dizer que são os meios processuais que as partes dispõem para pedir a reforma, modificação ou esclarecimento de uma decisão  judicial. 9.1.1 FIN AL IDADE O recurso tem por finalidade propiciar o reexame de uma decisão por órgão  jurisdicional de sup erior instância ou pelo mesmo órg ão que a prolatou. Justifica-se, primordialmente na Constituição Federal que instituiu o princípio do duplo grau de jurisdição.

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AULA 10 – RECURSOS

Futuros Aprovados,

Hoje chegamos à nossa última aula e trataremos de um tema que deve ser estudadocom a maior objetividade possível.

É um assunto extremamente amplo e com diversos pontos que não merecemgrande atenção, pois nunca apareceram em concursos públicos, sejam estes daárea policial, jurídica, tribunais, ou qualquer outro.

É um tema que vai exigir o conhecimento de diversos pontos que vimos no decorrerdo curso. Sendo assim, se ainda há pendências, minha recomendação é a seguinte:

Releia os tópicos anteriores, estude e, somente após, inicie esta aula.Agora, vamos começar a subir o último degrau da nossa escada do processopenal!!!

Bons estudos!

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9.1 – RECURSOS – NOÇÕES GERAIS

9.1.1 CONCEITO

Segundo o ilustre E. Magalhães Noronha, recurso “é a providência legal impostaao juiz ou concedida à parte interessada, objetivando nova apreciação da decisãoou situação processual, com o objetivo de corrigi-la, modificá-la ou confirmá-la.”

Podemos, em resumo, dizer que são os meios processuais que as partes

dispõem para pedir a reforma, modificação ou esclarecimento de uma decisão judicial.

9.1.1 FINALIDADE

O recurso tem por finalidade  propiciar o reexame de uma decisão por órgão jurisdicional de superior instância ou pelo mesmo órgão que a prolatou.

Justifica-se, primordialmente na Constituição Federal que instituiu o princípio do

duplo grau de jurisdição.

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9.1.2 CLASSIFICAÇÕES

Existem diversas classificações cabíveis para os recursos. Vamos verificaraquelas que são importantes para sua PROVA:

a) Quant o à obr igator iedade: 

I) Recurso voluntário: é aquele em que a interposição dependeunicamente da vontade das partes. Trata-se de regra no processo penalbrasileiro, pois, segundo o art. 574, caput, os recursos serão voluntários,excetuando-se os casos em que deverão ser interpostos de ofício pelo juiz.

Exemplo: a apelação contra sentença condenatória.

Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz 

OBSERVAÇÃO

A DOUTRINA DIVERGE EM CONSIDERAR O DUPLO GRAU DE

JURISDIÇÃO COMO UM PRINCÍPIO DE PROCESSO INSERIDO NACONSTITUIÇÃO FEDERAL, JÁ QUE INEXISTE A SUA PREVISÃO

EXPRESSA NO TEXTO CONSTIT UCIONAL . DENTRE OS AUTORES

QUE NÃO A ADMITEM, PODE-SE MENCIONAR MANOEL ANTONIO

TEIXEIRA FILHO, ARRUDA ALVIM, TUCCI E CRUZ E TUCCI,

DENTRE OUTROS.

DE OUTRO LADO EXISTEM AUTORES TAIS COMO HUMBERTO

THEODORO JUNIOR E NELSON NERY JUNIOR QUE ADMITEM O

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO, COMO PRINCÍPIO DE PROCESSOINSERIDO NA CONSTITU IÇÃO FEDERAL.

AQUELES QUE ACREDITAM QUE O DUPLO GRAU DE

JURISDIÇÃO É UM PRINCÍPIO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL,INCLUSIVE DE PROCESSO CIVIL, FUNDAMENTAM A SUA

POSIÇÃO, NA COMPETÊNCIA RECURSAL ESTABELECIDA NA

CONSTITUI ÇÃO FEDERAL.

AS BANCAS TEM SE POSICIONADO NO SENTIDO DE QUE O

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO É UM PRINCÍPIO

CONSTITUCIONAL E, PORTANTO, ESTE DEVE SER O

ENTENDIMENTO QUE V OCÊ DEVE LEVAR PARA SUA PROVA.

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II) Reexame necessário: é aquele decorrente de obrigação legal, ouseja, a própria lei obriga à revisão como condição de eficácia para otrânsito em julgado (STF, Súmula 423).

Não se trata propriamente de um recurso, devido ao não interesse recursalpor parte do magistrado. 

Exemplos: concessão de habeas corpus  (art. 574, I), reexame necessárioem relação à absolvição sumária do acusado no procedimento dos crimesdolosos contra a vida (art. 574, II) e quanto à decisão que concedereabilitação criminal (art. 746).

Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: 

I - da sentença que conceder habeas corpus ; II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.

b) Quant o às fontes: 

I) Constitucionais: são os recursos previstos no texto da ConstituiçãoFederal, tais como os recursos: extraordinário (CF/1988, art. 102, III),especial (CF/1988, art. 105, III) e ordinário (CF/1988, arts. 102, II e 105, II). 

II) Legais: são os recursos previstos no CPP ou em leis especiais. É ocaso, por exemplom da apelação (art. 593) e do recurso de agravo emexecução (Lei de Execução Penal, art. 197). 

c) Quanto à m ot ivação: 

I) Recursos ordinários: são os recursos que não exigem ocumprimento de requisitos específicos para sua interposição, bastandoapenas os pressupostos normais atinentes a qualquer recurso. Baseiam-seno mero inconformismo da parte. Exemplo: a apelação interposta contrasentença condenatória. 

II) Recursos extraordinários:  são aqueles que possuem requisitosespecíficos para sua interposição. Exemplo: os embargos infringentes, quesão oponíveis apenas contra acórdãos não unânimes e desfavoráveis aoréu. 

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9.1.3 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE

Um recurso só é viável quando presentes os chamados pressupostos objetivos esubjetivos.

Para a verificação de tais pressupostos, deve ser realizado o chamado juízo deadmissibilidade.

Como, em regra, os recursos são interpostos perante o juízo de primeirainstância, logo que o mesmo é interposto deve ser submetido a tal juízo deadmissibilidade, feito pelo órgão que prolatou a decisão. É o chamado juízo deadmissibilidade pelo juiz a quo. 

Se o juiz a quo, verificando o cumprimento dos pressupostos recursais, receber orecurso, deve remetê-lo ao Tribunal competente para analisá-lo. Tal Tribunaldeverá realizar um novo juízo de admissibilidade e será denominado deTribunal ad quem.

Vamos conhecer agora os pressupostos recursais objetivos e subjetivos:

9.1.3.1 PRESSUPOSTOS RECURSAIS OBJETIVOS

São considerados pressupostos recursais objetivos:

a) Cabimento: o recurso deve estar previsto em lei. 

b) Adequação: o recurso deve ser adequado à decisão que se pretendeimpugnar.

Toa, tal regra não se apresenta como absoluta, pois, por força do princípioda fungibilidade dos recursos, também chamado de teoria do recursoindiferente, salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela

interposição de um recurso por outro (art. 579).

Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro.

Observação: se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recursointerposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recursocabível (art. 579, parágrafo único).

Art. 579 

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[...] 

Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo 

com o rito do recurso cabível.

c) Tempestividade: o recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto emlei.

Os prazos recursais são fatais, contínuos e peremptórios, não seinterrompendo por férias, domingo ou feriado (art. 798).

Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia 

feriado.

No processo penal, em regra, o prazo é de 05 (cinco) dias, embora existamvariações, como, por exemplo: embargos de declaração (02 dias), cartatestemunhável (48 horas), embargos infringentes (10 dias), recursoextraordinário e especial (15 dias).

Observação 01

Os defensores públicos gozam de prazo em dobro para interpor recurso (Leinº 1.060/1950, art. 5º, § 5º, e LC nº 80/1994, art. 44). 

Observação 02

A Lei nº 9.800/1999 passou a permitir que as partes utilizem o sistema detransmissão de dados e imagens do tipo fac-símile para a prática de atosprocessuais que dependam de petição. O que deve ser considerado naaferição da tempestividade do recurso é a data de envio do fax. Os originaispodem ser protocolados até cinco dias depois do término do prazo pararecorrer. 

STF, HC 94.528/ES, DJ 27.03.2009, Informativo 536

Não se tem por válida a interposição de recurso pelo sistema fac-símile,ainda que, no prazo legal, quando a transmissão se dá fora do horário deatendimento ao público e por meio de equipamento não destinado a essefim. 

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d) Regularidade: o recurso deve ser interposto com a observância dasformalidades legais.

O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelorecorrente ou por seu representante. Não sabendo ou não podendo o réuassinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença deduas testemunhas.

Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante.

§ 1o  Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas 

testemunhas.

e) Preparo: a falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei oumarcados pelo juiz, importará deserção do recurso interposto (art. 806, § 2º).

Tal regra aplica-se apenas aos casos de ação penal privada, pois, nas açõespenais públicas, o Ministério Público não está sujeito ao pagamento de custas.

DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO

Pet ição É a mani fes tação escr i ta quanto à vontade de recorrer , ou

se ja , aquela rea l i zada sob a forma de um requer imento.

Termo É a mani fes tação ora l de inconformidade, reduz ida a escr i to

por quem t enha fé públ ica (Escr ivão, por exem plo).

STJ, HC 91.097/MA, DJ 06.04.2009No que diz respeito ao recurso da defesa, em face dos princípiosconstitucionais da presunção de inocência e da ampla defesa, ainterposição de recurso nas ações penais públicas não está sujeita àdeserção por falta de preparo.

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9.1.3.2 PRESSUPOSTOS RECURSAIS SUBJETIVOS

São considerados pressupostos recursais objetivos:

a) Legitimidade para recorrer: segundo o art. 577 do código de ProcessoPenal, são legitimados para recorrer: 

I) Em relação à acusação:

• O Ministério Público; e

• O querelante; 

II) Em relação à defesa:

• O réu (pessoalmente);

• O procurador do réu (advogado munido de procuração); e

• O defensor (nomeado pelo juízo)

Observação

Apesar de já havermos tratado do assistente do Ministério Públicona nossa aula sobre sujeitos processuais, cabe relembrar que:

Quanto ao assistente do Ministério Público, cabe a chamada legitimidade restritae subsidiária, segundo a qual o assistente só poderá recorrer nos casosexpressamente previstos em lei ou definidos pela jurisprudência.

Exemplos:

•  RECURSO EM SENTIDO ESTRITO CONTRA EXT INÇÃO DA PUN IBI LIDADE

(ART. 584 , § 1º);

•  APELAÇÃO CONTRA A IMPRONÚN CIA (ARTS. 416 E 598);

•  APELAÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA OU ABSOLUTÓRIA (ART.598);

•  RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL CONTRA ACÓRDÃO QUE

DECLARAR OU RATIFICAR A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (STF,SÚMULA 21 0 E ART. 584, § 1 º);

•  RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL CONTRA ACÓRDÃO QUE

DESPRONUNCIAR OU RATIFICAR A IMPRONÚNCIA DO ACUSADO (STF,SÚMULA 210).

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b) Interesse: não se admitirá recurso da parte que não tiver interesse nareforma ou modificação da decisão (art. 577, parágrafo único). 

Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.

Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.

Do exposto, podemos resumir: 

PRESSUPOSTOS

OBJETIVOS

PRESSUPOSTOS

SUBJETIVOS

CCAA BB II MM EENN TT OO  LL EEGGII TT II MM II DDAA DDE E PPAA RRAA  RREECCOORRRREERR 

AA DDEEQQUU AA ÇÇÃÃ OO  II NN TTEERREESSSSEE 

TT EEMMPPEESSTT II VV II DDAA DDEE 

RREEGGUU LLAA RRII DDAA DDEE 

PPRREEPPAA RROO 

9.1.5 EXTINÇÃO DOS RECURSOS

A extinção normal de um recurso ocorre após a análise e o julgamento de méritodo Tribunal ad quem. Entretanto, a extinção pode ocorrer através de: 

• Desistência: é o ato pelo qual o recorrente manifesta formalmente, após ainterposição e o recebimento do recurso pelo juízo a quo , o desinteresseno seguimento, processamento e julgamento do recurso.

Essa desistência só é cabível para o querelante, para o assistente deacusação e para a defesa, uma vez que o Ministério Público não poderádesistir de recurso que haja interposto (art. 576). Classifica-se como umfato extintivo. 

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Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto 

• Renúncia: consiste na manifestação da vontade da parte no sentido dedemonstrar que não ingressará com o recurso.

Classifica-se como um fato impeditivo do direito de recorrer e tem comoefeito antecipar o trânsito em julgado da decisão judicial.

Assim:

a) Desistência: é cabível do recurso já interposto;

b) Renúncia: ocorre antes da interposição do recurso.c)  

9.1.5 EFEITOS DOS RECURSOS

São quatro os possíveis efeitos recursais:

a) Devolutivo: é comum a todos os recursos. Significa que a interposiçãoreabre a possibilidade de análise da questão combatida no recurso, por meiode um novo julgamento. A extensão dessa devolução, porém, é questão quedepende de quem seja o recorrente: 

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I) Recurso da acusação: possui limitado efeito devolutivo, uma vezque visa agravar a situação do réu.

Assim, por exemplo, é nulo o acórdão que reconhece contra o réu nulidade

não arguida no recurso da acusação, excetuados os casos de reexamenecessário (STF, Súmula 160). 

II) Recurso da defesa: como visa melhorar a situação do réu, regrageral, possui efeito integral, ou seja, temas que não estiverem expressos naimpugnação poderão ser analisados.

Tal regra não é absoluta, pois o efeito devolutivo da apelação contradecisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição (STF,Súmula 713). 

b) Suspensivo: significa que a interposição do recurso suspende aaplicabilidade da decisão recorrida. Apesar de tal efeito ser exceção noprocesso penal, encontra hipóteses de cabimento, tais como (apenas a títulode conhecimento !!! Não é necessário “decorar”): 

I) Recurso em sentido estrito da decisão que julgar perdido o valor dafiança e daquela que denegar a apelação ou julgá-la deserta (art. 584,caput ).

II) Recurso em sentido estrito contra a decisão que julgar quebrada afiança no que diz respeito à perda da metade de seu valor (art. 584, § 3º).

c) Regressivo: esse efeito faz com que o próprio órgão julgador possareapreciar a matéria, mantendo-a ou reformando-a, total ou parcialmente, antesdo encaminhamento ao juízo ad quem.

São exemplos de recurso com este efeito o recurso em sentido estrito (art. 589)e a carta testemunhável (art. 643). 

d) Extensivo: esse efeito está presente no caso de concurso de agentes, pois

a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos quenão sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. 

Exemplo: Tício e Mévio são condenados em primeira instância pelo crime deroubo.

Tício ingressa com recurso alegando atipicidade do fato.

Caso o juízo ad quem  julgue atípico o fato, tal decisão será extensível a Mévio,não sendo aplicada somente a quem ingressou com o recurso.

Do exposto podemos resumir:

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9.1.5 REFORMATIO IN PEJUS / IN MELLIUS

Mesmo sem conhecer, ainda, as espécies de recursos, você já pôde perceber queexistem recursos interpostos pela acusação (contra o réu) e aquelesapresentados pela defesa.

Quando o réu tem a sua situação jurídica agravada, diz-se que ocorreu areformatio in pejus (que se divide em direta e indireta).

Diferentemente, se a situação do acusado é abrandada, tem-se a reformatio inmellius.

Mas será que na hipótese de recurso exclusivo da defesa, o réu pode ter suasituação agravada? E no caso de recurso da acusação, poderá ter sua penaabrandada? Vamos analisar:

• Reformatio in pejus direta: ocorre quando o juízo ad quem, apreciandorecurso exclusivo da defesa, confere tratamento mais rígido ao réu. 

Tal situação não encontra cabimento no processo penal brasileiro, pois oTribunal não pode proferir decisão que torne mais gravosa a situação doréu, ainda que haja erro evidente na sentença (art. 617).

Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.

•  Reformatio in pejus indireta: caso seja anulada decisão devido a recursoexclusivo da defesa, novo julgamento não poderá tornar a situação do

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acusado mais gravosa do que a proferida no julgamento anterior (STJ, HC108.333/SP, DJ 08.09.2009).

Ainda, agora segundo o STF:

Reformatio in melius : ocorre quando o juízo ad quem, apreciando recursoexclusivo da acusação, confere tratamento mais benéfico ao réu. Segundo o STJ:

9.2 – DOS RECURSOS EM ESPÉCIE

9.2.1 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (arts. 581 a 592).

O recurso em sentido estrito, normalmente chamado de RESE, destina-se aimpugnar decisões interlocutórias. Segundo pacífico entendimento jurisprudenciale doutrinário, limita-se o seu cabimento aos casos expressamente previstos emlei.

É importante ressaltar que, apesar de a lista de casos ser taxativa, a legislaçãoprocessual penal não é estranha à interpretação extensiva. Assim, os casos decabimento apresentados no art. 581 (veremos abaixo), podem ser interpretadosextensivamente.

Assim, admite-se a utilização do recurso em sentido estrito em face de umadecisão interlocutória que se enquadre nas hipóteses do art. 581, a despeito da

STF, HC 89.544/RN, DJ 15.05.2009, Informativos 542 e 546

Anulado o julgamento pelo tribunal do júri e a correspondente sentençacondenatória, transitada em julgado para a acusação, não pode oacusado, na renovação do julgamento, vir a ser condenado a penamaior do que a imposta na sentença anulada, ainda que com base emcircunstância não ventilada no julgamento anterior.

STJ, AgRg no REsp 666.732/RS, DJ 23.11.2009

No processo penal, inexiste óbice legal à reformatio in mellius  em recursoexclusivo da acusação.

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linguagem restrita do rol não elencar explicitamente o caso (STJ, HC 60.624/MS,DJ 07.04.2008).

Vamos, a partir de agora, analisar as hipóteses de cabimento previstas em lei:

9.2.1.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO

Hipóteses de cabimento (art. 581): caberá recurso, no sentido estrito, dadecisão, despacho ou sentença:

A) QUE NÃO RECEBER A DENÚN CIA OU A QUEIX A;

B) QUE CONCLUI R PELA I NCOMPETÊNCIA DO J UÍZ O;

C) QUE JULGAR PROCEDENTES AS EXCEÇÕES, SALVO A DE SUSPEIÇÃO;

D) QUE PRONUN CIAR O RÉU;

E) QUE CONCEDER, NEGAR, ARBITRAR, CASSAR OU JULGAR INIDÔNEA A

FIANÇA, INDEFERIR REQUERIMENTO DE PRISÃO PREVENTIVA OU REVOGÁ-

LA, CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA OU RELAXAR A PRISÃO EM

FLAGRANTE;

F) QUE J ULGAR QUEBRADA A FIA NÇA OU PERDIDO O SEU VA LOR;

G) QUE DECRETAR A PRESCRIÇÃO OU JULGAR, POR OUTRO MODO,

EXTINTA A PUNIBIL IDADE;

H) QUE INDEFERIR O PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO OUDE OUTRA CAUSA EXTINTI VA DA PUNIBILI DADE;

DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO

DECISÃO I NTERLOCUTÓRIA

É O ATO PELO QUAL O JUIZ DECIDE QUESTÃO INCIDENTAL COM OPROCESSO AINDA EM CURSO. NOTE-SE QUE A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

NÃO PÕE FIM AO PROCESSO, DIFERENTE DA SENTENÇA.

INT ERPRETAÇÃO EXTENSIVA

A INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA SE TRADUZ NO ALARGAMENTO DA LETRA

DA LEI, DE MODO A CONFERIR-LHE UM ALCANCE CONFORME AO

PENSAMENTO LEGISLATIVO.

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I) QUE CONCEDER OU NEGAR A ORDEM DE HABEAS CORPUS ;

J) QUE ANULAR O PROCESSO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, NO TODO OU EMPARTE;

K) QUE INCLUI R JURADO NA LI STA GERAL OU DESTA O EXCLUIR;

L) QUE DENEGAR A A PELAÇÃO OU A J ULGAR DESERTA;

M) QUE ORDENAR A SUSPENSÃO DO PROCESSO, EM VIRTUDE DE QUESTÃO

PREJUDICIAL;

N) QUE DECIDIR SOBRE A UNI FICAÇÃO DE PENAS;

O) QUE DECIDIR O INCIDENTE DE FALSIDADE.

9.2.1.2 PRAZO

O prazo geral para a interposição de recurso em sentido estrito é de 05 (cinco)dias a contar da intimação da decisão (art. 586).

Por sua vez, é de 20 (vinte) dias para interposição do recurso contra decisão queincluir jurado na lista geral ou desta excluir (arts. 581, XIV e 586, parágrafo único).

Observe: Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.

Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados.

9.2.1.3 TRAMITAÇÃO

O recurso em sentido estrito, regra geral, deverá ser processado e subir aoTribunal competente por instrumento ou translado, instruído dos documentospertinentes (art. 587), permanecendo os autos principais em 1º Grau.

OBSERVAÇÃO

ESTA ÚLTIMA SITUAÇÃO DIZ RESPEITO AO RITO PROCEDIMENTAL DOTRIBUNAL DO JÚRI, CABÍVEL NO CASO DE CRIMES DOLOSOS CONTRA A

VIDA.

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Ocorre, toa, que, em casos excepcionais, o recurso em sentido estrito poderáser encaminhado ao juízo ad quem  nos próprios autos em que se encontra adecisão sob a qual recai o recurso. Isto ocorre quando se tratar de (art. 583):

a) Recurso em sentido estrito interposto de ofício pelo magistrado;

b) Decisão que não receber a denúncia;

c) Decisão que julgar procedente a exceção;

d) Decisão que julgar extinta a punibilidade;

e) Sentença que julgar o pedido de habeas corpus ;

f) Caso em que o recurso não prejudicar o andamento do processo.

9.2.1.4 PROCESSAMENTO

Vamos analisar agora qual o trâmite de processamento definido pelo CPP para oRESE:

a) Após a interposição do recurso em sentido estrito, no prazo de cinco dias,os autos serão conclusos para que seja verificado o juízo de admissibilidade

pelo juiz a quo ;b) Caso os pressupostos sejam preenchidos, o recurso será recebido e aspartes serão notificadas para a apresentação das razões (pelo recorrente) edas contrarrazões (art. 588);

c) Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz,que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandandoinstruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários (art. 589);

d) Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simplespetição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo maislícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados,subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado (art. 589, parágrafo único).

e) Se o juiz não se retratar, deverá encaminhar o recurso ao juízo ad quem para julgamento.

9.2.1.5 EFEITOS

O recurso em sentido estrito provoca efeito devolutivo e efeito regressivo. 

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9.2.2 APELAÇÃO (arts 593 a 606).

A apelação destina-se a levar à segunda instância o julgamento de matéria

decidida pelo juiz de primeiro grau, em regra, em sentenças definitivas ou comforça de definitivas.

9.2.2.1 CARACTERÍSTICAS

Pode-se dizer que a apelação é um recurso:

a) Amplo: uma vez que pode devolver ao Tribunal o julgamento pleno da

matéria objeto da decisão;

b) Residual: uma vez que só pode ser interposto se não houver previsãoexpressa de cabimento de recurso em sentido estrito. 

c) Preferível: caso a lei apresente previsão do recurso em sentido estrito paraparte da decisão e a apelação para o restante (em se tratando de uma mesmasentença), prevalecerá a apelação que funcionará como único recursooponível contra toda a decisão. 

9.2.2.2 ESPÉCIES

A doutrina divide a apelação nas seguintes espécies:

a) Apelação plena: ocorre quando se devolve ao conhecimento do Tribunalad quem toda a matéria decidida na primeira instância, ou seja, toda a matériaque gerou sucumbência; 

b) Apelação limitada: ocorre quando a sucumbência é parcial ou quando orecorrente apela de apenas parte da decisão.

Nesse caso, vigora o princípio do tantum devolutum quantum appellatum , nãopodendo o juízo de 2ª instância julgar além dos limites do pedido do recurso.

Vale ressaltar nesse ponto que, embora o Tribunal não possa julgar além dopedido do recorrente, ele está autorizado a rever todas as questõesantecedentes que venham a influenciar esse pedido, ainda que não tenhamsido examinadas na sentença recorrida.

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Tais limites devem ser fixados na petição ou termo do recurso e, na falta delimitação do pedido, presume-se que se trata de apelação plena. 

9.2.2.3 CABIMENTO

Assim como fizemos no Recurso em Sentido Estrito, vamos agora analisar ashipóteses de cabimento previstas no Código de Processo Penal.

Para facilitar, vou separar as situações que tem relação com o processo doTribunal do Júri, daquelas que estão relacionadas com o juízo singular, ok?

Vamos começar:

Hipóteses de cabimento nas decisões do juiz singular (art. 593):Cabe apelação:

a) Das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juizsingular;

b) Das decisões definitivas ou com força de definitivas proferidas por juizsingular, desde que não cabível o recurso em sentido estrito;

Hipóteses de cabimento nas decisões do Tribunal do Júri (art. 593, III):

Cabe apelação:

a) Quando ocorrer nulidade posterior à pronúncia;

OBSERVAÇÃO

HÁ PREVISÃO NA LEI Nº 9.099/1995 DE INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃOCONTRA SENTENÇAS DEFINITIVAS DE CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO ECONTRA DECISÕES QUE HOMOLOGAM OU NÃO A TRANSAÇÃO PENAL OU

QUE REJEITAM A DENÚNCIA OU A QUEIXA.

DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO

PRONÚNCIA

A PRONÚNCIA NÃO É SENTENÇA DE MÉRITO, MAS APENAS UMA DECISÃO

QUE REMETE O RÉU AO TRIBUNAL DO JÚRI. OCORRE QUANDO HÁ INDÍCIOS

DE AUTORIA E PROVA DA EXISTÊNCIA DO DELIT O.

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b) Quando a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou àdecisão dos jurados;

c) Quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da

medida de segurança;d) Quando for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dosautos.

9.2.2.4 PRAZO E FORMA

A apelação será julgada tempestiva se interposta no prazo de 05 (cinco) dias a

partir da intimação da sentença (art. 593). Veja:

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias 

Poderá ser interposta tanto por meio de petição escrita quanto por termo nosautos. Trata-se de modalidade recursal em que as razões poderão serapresentadas em momento posterior (art. 600 § 4º).

Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um para oferecer razões,salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três dias.

[...] 

§ 4 o  Se o apelante declarar, na petição ou no termo , ao interpor a apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes,observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.(grifei)

OBSERVAÇÃO

O EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO CONTRA DECISÕES DO JÚRI É

ADSTRITO AOS FUNDAMENTOS DE SUA INTERPOSIÇÃO (STF, SÚMULA 713).ASSIM, POR EXEMPLO, CASO INTERPOSTA APELAÇÃO COM ALEGAÇÃO DE

NULIDADE, O TRIBUNAL NÃO PODERÁ ENTENDER POR UM NOVOJULGAMENTO DEVIDO À DECISÃO DOS JURADOS HAVER SIDO CONTRÁRIA

AOS AUTOS.

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Nos crimes de competência do Tribunal do Júri ou do juiz singular, se da sentençanão for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou osucessor (art. 31), ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá

interpor apelação.O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia emque terminar o do Ministério Público (art. 598, parágrafo único).

Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.

Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.

9.2.2.5 PROCESSAMENTO

a) Após a interposição da apelação, esta será encaminhada ao juiz a quo a fimde que seja procedido o controle de admissibilidade com base nos

pressupostos recursais (subjetivos e objetivos).b) Caso denegada a apelação, terá cabimento o recurso em sentido estrito, afim de contestar a denegação.

c) Caso aceita a apelação, deverão ser notificados o apelante e o apeladopara, no prazo de 08 (oito) dias, apresentarem suas razões e contrarrazões,respectivamente. Cabe ressaltar que, no caso de contravenção penal, o prazoserá de 03 (três) dias (art. 600, caput ).

d) Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de 03 (três) dias, após oMinistério Público (art. 600, § 1º).

OBSERVAÇÃO

A LEI Nº 9.099/1995, AO DISPOR SOBRE OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS,DEFINE QUE O PRAZO PARA A APELAÇÃO É DE 10 (DEZ) DIAS E QUE AS

RAZÕES DEVERÃO SER APRESENTADAS NO PRÓPRIO ATO DE

INTERPOSIÇÃO.

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e) Se a ação penal for privada, o Ministério Público oferecerá suas razõesapós o querelante, no prazo de 03 (três) dias.

f) Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância

superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 05 (cinco) dias, salvo assituações em que a comarca não é sede de Tribunal de apelação e, portanto,deve ficar traslado dos termos essenciais do processo em cartório por razão dadistância. Nesses casos, o prazo será de 30 (trinta) dias. 

9.2.2.6 EFEITOS

A apelação tem sempre efeito devolutivo, não possui efeito regressivo e, regrageral, possui efeito suspensivo.

9.2.3 EMBARGOS INFRINGENTES (art. 609, parágrafo único).

9.2.3.1 CABIMENTO

Os embargos infringentes são recursos oponíveis contra decisão não unânime desegunda instância, desde que desfavorável ao réu. Nesse contexto, caracterizam-

se como recursos exc lus ivos  da defesa.

Seu cabimento ocorrerá somente quando se tratar de acórdão que se refira a julgamento de recurso em sentido estrito ou de apelação.

9.2.3.2 PRAZO E PROCESSAMENTO

Os embargos infringentes deverão ser opostos no prazo de 10 (dez) dias,contados da publicação do acórdão embargado, apenas por petição, não seadmitindo termo.

OBSERVAÇÃO

Fuga do réu e deserção da apelação

O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão(STJ, Súmula 347). Por meio desta súmula, o STJ entendeu pelainconstitucionalidade do art. 595, revogando-o tacitamente. 

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A petição, acompanhada das razões, será dirigida ao relator do acórdãoembargado. Este analisará a admissibilidade com base no cumprimento dospressupostos recursais.

Caso tenham sido cumpridos os pressupostos legais, será definido novo relator,que não tenha tomado parte da decisão embargada, e novo revisor.

Em seguida, será realizado o julgamento com o novo relator, o novo revisor e comos outros integrantes da câmara que haviam tomado parte no julgamento anterior,os quais poderão manter ou modificar seus votos.

Da nova decisão, mesmo que não unânime, não caberão novos embargosinfringentes.

9.2.3.3 EFEITOS

Os embargos infringentes têm sempre efeito devolutivo. Não possuem efeitoregressivo e, regra geral, não possuem efeito suspensivo. 

9.2.4 EMBARGOS DECLARATÓRIOS (arts. 619 e 620).

9.2.4.1 CABIMENTO

Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas,poderão ser opostos embargos de declaração, quando houver, na decisão,ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.

É pacífico o entendimento no sentido de que a possibilidade de atribuição deefeitos infringentes ou modificativos a embargos de declaração somentesobrevém como resultado da presença de omissão, obscuridade ou contradiçãoa serem corrigidas no acórdão embargado (STJ, Pet 4.284/RJ, DJ 15.03.2010).

9.2.4.2 PRAZO E PROCESSAMENTO

Os embargos serão opostos no prazo de 02 (dois) dias, contados da publicaçãodo acórdão embargado, apenas por petição, não se admitindo termo.

A petição deverá apresentar, fundamentadamente, os pontos da decisão quenecessitam de esclarecimento ou complemento. 

Caso tenham sido cumpridos os pressupostos recursais, os embargos serão julgados pelo próprio órgão prolator. 

Se providos, o Tribunal ou o juiz corrigirá ou completará a decisão embargada.

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9.2.4.3 EFEITOS

Os embargos declaratórios interrompem o prazo para o recurso cabível (STF, AI301.187/MA, DJ 26.03.2010). 

9.2.5 REVISÃO CRIMINAL (arts. 621 a 631)

A revisão criminal é o instrumento processual, exclusivo da defesa, que tem porobjetivo a desconstituição da decisão judicial condenatória transitada emjulgado. É considerada a ação rescisória do processo penal. Apesar de prevista  no título destinado ao regramento de recursos no CPP,prevalece o entendimento segundo o qual tem ela a natureza de ação penal deconhecimento de caráter desconstitutivo e não de recurso. 

9.2.5.1 CABIMENTO

A revisão criminal será cabível:

a) Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da leipenal ou à evidência dos autos;

b) Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames oudocumentos comprovadamente falsos;

c) Quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência docondenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especialda pena.

Observação

A Lei nº 9.099/1995, ao prever, em seu art. 83, os embargos de declaração,atribui a esta espécie de recurso um prazo de 05 (cinco) dias para seu ingresso etraz a possibilidade de serem opostos verbalmente (com redução a termo).

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9.2.5.2 PRAZO

A revisão poderá ser requerida a qualquer tempo, antes ou depois da extinção

da pena. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novasprovas.

Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após.

Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas.

9.2.5.3 PROCESSAMENTO

a) A revisão deverá ser endereçada ao presidente do Tribunal e poderá serpedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso demorte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

b) O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendofuncionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado decisãoem qualquer fase do processo.

c) Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao

interesse da justiça que se apensem os autos originais, deverá indeferirliminarmente o pedido, dando recurso para as câmaras reunidas ou para oTribunal, conforme o caso.

d) Se o requerimento não for indeferido in limine , abrir-se-á vista dos autos aoprocurador-geral, que dará parecer no prazo de 10 (dez) dias.

e) Em seguida, examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelorelator e revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar.

f) Por fim, a decisão será tomada pelo órgão competente.

9.2.5.4 EFEITOS

Julgando procedente a revisão, o Tribunal poderá alterar a classificação dainfração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. Observe o textolegal.

Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.

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Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista.

9.2.6 CARTA TESTEMUNHÁVEL (arts. 639 a 646).

É o instrumento pelo qual a parte, a quem se denegue a interposição ou oseguimento de algum recurso, leva a questão ao conhecimento do juízo ad quem ,para que este mande admitir ou subir o mesmo recurso ou dele conheçaimediatamente, julgando o mérito.

9.2.6.1 CARACTERÍSTICAS

A carta testemunhável apresenta as seguintes características:

a) É modalidade de recurso residual, ou seja, só será cabível na ausência dequalquer outra via recursal;

b) É cabível, unicamente, quando obstado ou negado seguimento a recursoscujos julgamentos sejam de competência da instância superior;

c) É dirigida, na interposição, ao escrivão, diretor de secretaria ou secretárioda presidência do Tribunal (art. 640);

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas.

d) Não possui efeito suspensivo.

Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

9.2.6.2 CABIMENTO

Será cabível a carta testemunhável da decisão que:

a) Não receber recurso na fase do juízo de admissibilidade;

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b) Admitindo o recurso, obstar a sua expedição ao juízo ad quem .

9.2.6.3 PRAZO E PROCESSAMENTO

A carta testemunhável será requerida ao escrivão ou ao secretário do Tribunal,conforme o caso, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ao despacho quedenegar o recurso.

O escrivão ou o secretário do Tribunal dará recibo da petição à parte e, no prazomáximo de 05 (cinco) dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de 60(sessenta) dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta,devidamente conferida e concertada (art. 641).

O escrivão ou o secretário do Tribunal que se negar a dar o recibo ou deixar de

entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por 30 (trinta) dias(art. 642).

Extraída e autuada a carta, seguirá, no primeiro grau, o rito procedimental dorecurso em sentido estrito, ou seja, caberá efeito regressivo.

O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo dorecurso denegado (art. 645).

9.2.6.4 EFEITOS

A carta testemunhável tem efeito devolutivo e regressivo, não cabendo efeitosuspensivo (art. 646).

Futuros e Futuras Aprovados,

Parabéns por mais uma etapa completada!!!

Neste momento, chegamos ao final do nosso curso (pelo menos da parte teórica) equeria que soubessem que para mim é uma grande felicidade saber que, mesmocom uma pequena parcela, pude contribuir nesta busca árdua pela aprovação.

Conforme prometido, fechamos o curso com cerca de 230 exercícios e esperosinceramente ter correspondido à confiança que depositaram no meu trabalho aoescolherem este curso e ter conseguido atingir o meu objetivo principal de transmitira vocês o Direito Penal de maneira clara, objetiva e agradável.

Como não poderia deixar de ser...CHEGAMOS AO ÚLTIMO DEGRAU!!!

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Agora, antes de finalizar, gostaria de passar para vocês um pouquinho (também deforma objetiva e rápida...rsrs) do caminho que percorri até ser aprovado....talvezvocês se identifiquem...

Vivi como um autêntico Concurseiro de novembro de 2005 até janeiro de 2007,quando fui aprovado no cargo que atualmente desempenho. Durante esse meuperíodo de estudos para concurso, lutei muito, senti angustia, receio, medo, dúvida,enfim, vários sentimentos que, com certeza, vocês compreendem bem. Incontáveisvezes duvidei que algum dia estaria em condição de competir por uma vaga, masprossegui em busca do meu sonho.

Durante esta fase, questionava-me bastante quanto à validade de abrir mão detantas coisas e pessoas com um único objetivo que não sabia quando ou se iriaatingir. Escutei afirmações do tipo “Vai curtir a vida e esquece isso”, mas persisticom empenho na minha empreitada com foco total no que eu queria.

Após muito estudo, no dia 07 de janeiro de 2007 estava eu em uma sala de aula,

com um lápis, uma caneta preta, uma borracha e um frio na barriga que parecia queeu ia congelar, esperando para fazer a tão temida prova. Situação que em brevevocês passarão.

Fiz a prova e o dia em que li o meu nome no Diário Oficial como aprovado, vi quetudo realmente tinha valido a pena.

Hoje sou servidor público, faço uma das coisas que mais gosto nesta vida, que élecionar para quem realmente quer estudar (VOCÊS!!!), e tenho tempo para mededicar às pessoas que sempre estiveram ao meu lado e outras que surgiram emminha vida após minha aprovação.

Mas por que estou dizendo isto tudo?

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Para que você perceba que a diferença entre a minha história e a sua são só asdatas. Para que você veja que as mesmas aflições e dúvidas que está sentindo ouvai sentir, nós, professores, já passamos e vencemos, assim como você PODE EIRÁ VENCER!!!

Tenha fé e confiança no seu trabalho. Pense na prova não como uma inimiga, mascomo uma AMIGA de quem realmente estudou. Independentemente de sua religião,confie que há alguém que olha por você e que sabe o quanto você está lutando parasair vitorioso(a).

Muito sucesso a todos!!!

Abraços e bons estudos,

Pedro Ivo

[email protected]

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PPRRIINNCCIIPPAAIIS S AARRTTIIGGOOS S TTRRAATTAADDOOS S NNA A AAUULLAA 

DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITOArt. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

I - que não receber a denúncia ou a queixa;

II - que concluir pela incompetência do juízo;

III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;

IV – que pronunciar o réu;

V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir

requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou

relaxar a prisão em flagrante;

VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;

VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;

IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa

extintiva da punibilidade;

X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;

XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;

XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;

XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;

XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;

XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;

XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;

XVII - que decidir sobre a unificação de penas;

XVIII - que decidir o incidente de falsidade;

XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;

XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;

XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;

XXII - que revogar a medida de segurança;

XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita

a revogação;

XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.

Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:

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I - quando interpostos de oficio;

II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;

III - quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.

Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de

concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.

§ 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do

art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.

§ 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento.

§ 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o

efeito de perda da metade do seu valor.

Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.

Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da

data da publicação definitiva da lista de jurados.

Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no

respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda

traslado.

Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de cinco

dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se

por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de

interposição.

Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em

que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as

razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo.

Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do

defensor.Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz,

que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando

instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários.

Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por

simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo

mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados,

subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.

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Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei,

poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro.

Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem , dentro de

cinco dias da publicação da resposta do juiz a quo , ou entregues ao Correio dentro

do mesmo prazo.

Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem , deverão os autos ser

devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo .

DA APELAÇÃO

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:

I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz

singular;

II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular

nos casos não previstos no Capítulo anterior;

III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;

b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos

 jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de

segurança;

d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.

Art. 594. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o

disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas

de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena.Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o julgado,

quer em relação a parte dele.

Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão

o prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de

contravenção, em que o prazo será de três dias.

§ 1o Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério

Público.

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§ 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista

dos autos, no prazo do parágrafo anterior.

§ 3o Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.

§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que

deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem

onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes

pela publicação oficial.

Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância

superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do

art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias.

§ 1o Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não

tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos,

o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de trinta dias, contado da

data da entrega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a

apresentação das do apelado.

§ 2o As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o

pedido for de réu pobre ou do Ministério Público.

Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresentados ao

tribunal ad quem ou entregues ao Correio, sob registro.

Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Federal e nas

comarcas que forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos

termos essenciais do processo referidos no art. 564, III.

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO

E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃOArt. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de

Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida

nas leis de organização judiciária.

Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância,

desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão

ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do

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art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de

divergência.

Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e

nas apelações interpostas das sentenças em processo de contravenção ou de crime

a que a lei comine pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista ao

procurador-geral pelo prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo,

ao relator, que pedirá designação de dia para o julgamento.

Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as partes,

com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito e, em

seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a palavra aos

advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer,

por igual prazo.

DOS EMBARGOS

Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas,

poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da

sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição

ou omissão.

Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que

constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.

§ 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de

revisão, na primeira sessão.

§ 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá

desde logo o requerimento.

DA REVISÃO

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:

I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à

evidência dos autos;

II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou

documentos comprovadamente falsos;

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III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do

condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da

pena.

Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da

pena ou após.

Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em

novas provas.

Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente

habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou

irmão.

DA CARTA TESTEMUNHÁVEL

Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:

I - da decisão que denegar o recurso;

II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para

o juízo ad quem .

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do

tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que

denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser

trasladadas.

Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e, no

prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de sessenta

dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente

conferida e concertada.

Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, oudeixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta

dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de representação do

testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob a

mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. Se o

testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao presidente do tribunal ad quem ,

que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena.

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Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a

592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o

recurso extraordinário, se deste se tratar.

Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se

desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver

suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis .

Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o

processo do recurso denegado.

Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

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EEXXEERRCCÍ Í CCIIOOS S  

1. (TJ-PI / 2009) São pressupostos comuns a todos os recursos:

A) Oportunidade, indivisibilidade, unirrecorribilidade.

B) Possibilidade jurídica, interesse de agir, indesistibilidade.

C) Previsão legal, forma prescrita em lei e tempestividade.

D) Formalidade, publicidade e oficialidade.

E) Iniciativa das partes, impulso oficial e publicidade.

GABARITO: C

COMENTÁRIOS: São pressupostos comuns a todos os recursos:

• Cabimento; 

• Adequação; 

• Tempestividade; 

• Regularidade; 

• Preparo. 

2. (Analista Judiciário / 2007) São pressupostos subjetivos dos recursos:

A) legitimidade e adequação.

B) cabimento e tempestividade.

C) interesse jurídico e legitimidade para recorrer.

D) prequestionamento e adequação.

E) cabimento e interesse jurídico.

GABARITO: C

COMENTÁRIOS: São pressupostos subjetivos dos recursos:

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•  Legitimidade para recorrer; 

•  Interesse. 

3. (TJ-PA / 2009) O princípio da fungibilidade autoriza o juízo a receber o

recurso equivocadamente interposto como se fosse o adequado.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Por força do princípio da fungibilidade dos recursos, também

chamado de teoria do recurso indiferente, salvo a hipótese de má-fé, a parte não

será prejudicada pela interposição de um recurso por outro.

4. (MPE-RN/ 2009) Aos Defensores Públicos é concedido prazo em dobro para

a interposição dos recursos criminais.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Os defensores públicos gozam de prazo em dobro para inter-

por recurso (Lei nº 1.060/1950, art. 5º, § 5º, e LC nº 80/1994, art. 44).

5. (Promotor / 2009) Caberá recurso em sentido estrito contra a decisão que

receber a denúncia ou queixa.

GABARITO: ERRADACOMENTÁRIOS: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho

ou sentença que não receber a denúncia ou a queixa.

6. (Promotor / 2008) Da decisão judicial que determina o arquivamento de

autos de inquérito policial, a pedido do Ministério Público, cabe recurso em

sentido estrito.

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GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Da decisão judicial que, acolhendo manifestação do Ministério

Público, ordena o arquivamento de inquérito policial, não cabe recurso (STJ, RMS

24.328/PR, DJ 10.03.2008).

7. (Promotor / 2008) Cabe recurso em sentido estrito da decisão que nega a

fiança e da que indefere pedido de revogação da prisão preventiva.

GABARITO: ERRADA COMENTÁRI-

OS: O art. 581, V, dispõe:

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho 

ou sentença: 

[...]  V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança,

indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder 

liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;  

Assim, como a lista apresentada no art. 581 é taxativa, não cabe recurso da decisão

que decretar a prisão preventiva ou indeferir o pedido de liberdade provisória ou

relaxamento da prisão. A decisão que revoga a prisão preventiva por excesso de

prazo, não equivale à concessão da liberdade provisória; logo também é irrecorrível. 

8. (Promotor / 2008) Não cabe recurso em sentido estrito da decisão que

admitir ou não admitir o assistente de acusação.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A questão exige o conhecimento do art. 273 do CPP. Observe o

texto legal:

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Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá 

recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a 

decisão. 

9. (TJ-PA / 2009) O recurso de embargos infringentes é cabível quando for

unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Os embargos infringentes são recursos oponíveis contra decisão

não unânime de segunda instância, desde que desfavorável ao réu. Nesse

contexto, caracterizam-se como recursos exclusivos da defesa.

Seu cabimento ocorrerá somente quando se tratar de acórdão que se refira a

 julgamento de recurso em sentido estrito ou de apelação.

10. (Juiz Substituto / 2007) Os embargos infringentes deverão ser opostos noprazo de 05 (cinco) dias, contados da publicação do acórdão embargado,

apenas por petição, não se admitindo termo.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Nos termos do parágrafo único do art. 609, os em-

bargos infringentes deverão ser opostos no prazo de 10 (dez) dias, contados da

publicação do acórdão embargado, apenas por petição, não se admitindo termo.

11. (TJ-PA / 2009) A decisão que deixa de receber a denúncia, ofertada por

crime de roubo, pode ser atacada por apelação.

GABARITO: ERRADA

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COMENTÁRIOS: A questão está incorreta, pois, nos termos do art. 581, I, para a

decisão que deixa de receber a denúncia cabe RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.

A apelação destina-se a levar à segunda instância o julgamento de matéria de-

cidida pelo juiz de primeiro grau, em regra, em sentenças definitivas ou com

força de definitivas.

As hipóteses de cabimento da apelação encontram-se no art. 593 do CPP nos

seguintes termos:

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 

I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas 

por juiz singular; 

II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas 

por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; 

III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 

b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à 

decisão dos jurados; 

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da 

medida de segurança; 

d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos 

autos.

12. (MPE-SE / 2009) Contra a decisão de impronúncia cabe o recurso de

apelação.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Nos crimes afetos ao Tribunal do Juri, ao final da instrução

preliminar, abrem-se ao juiz as seguintes alternativas:

(a) pronúncia;

(b) impronúncia;

(c) absolvição sumária; e

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(d) desclassificação.

Entretanto, com o advento da nova lei, quando o juiz impronuncia o réu (não está

convencido da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de

autoria), o recurso cabível contra essa decisão é a apelação. Antes da entrada em

vigor da Lei 11.689/08, o recurso adequado era o recurso em sentido estrito.

13. (TJ-PA / 2009) O recurso de apelação deve ser interposto somente por

petição.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: O recurso de apelação pode ser interposto por petição ou por

termo nos autos.

14. (OAB-SP / 2009) Assinale a opção que representa, segundo o CPP, recurso

cujas razões podem ser apresentadas, posteriormente à interposição do

recurso, na instância superior.

A) embargos de nulidade

B) embargos de declaração

C) apelação

D) carta testemunhável

GABARITO: C COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 600 do CPP, na apelação, as razões podem

ser apresentadas, posteriormente a interposição do recurso, na instância superior.

A fim de que você relembre, apresento abaixo o rito procedimental cabível para a

apelação.

Processamento:

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1. Após a interposição da apelação, esta será encaminhada ao juiz a quo a fim

de que seja procedido o controle de admissibilidade com base nos pressupostos

recursais (subjetivos e objetivos).

2. Caso denegada a apelação, terá cabimento o recurso em sentido estrito, a fim

de contestar a denegação.

3. Caso aceita a apelação, deverão ser notificados o apelante e o apelado para,

no prazo de 08 (oito) dias, apresentarem suas razões e contrarrazões,

respectivamente. Cabe ressaltar que, no caso de contravenção penal, o prazo

será de 03 (três) dias (art. 600, caput ).

4. Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de 03 (três) dias, após o

Ministério Público (art. 600, § 1º).

5. Se a ação penal for privada, o Ministério Público oferecerá suas razões após

o querelante, no prazo de 03 (três) dias.

6. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior,

com as razões ou sem elas, no prazo de 05 (cinco) dias, salvo as situações em

que a comarca não é sede de Tribunal de apelação e, portanto, deve ficar

traslado dos termos essenciais do processo em cartório por razão da distância.

Nesses casos, o prazo será de 30 (trinta) dias. 

15. (Promotor – MPE-CE / 2008) Dar-se-á carta testemunhável da decisão que

denegar o recurso ou obstar o seu seguimento.

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: A questão está correta, pois a carta testemunhável é oinstrumento pelo qual a parte, a quem se denegue a interposição ou o seguimento

de algum recurso, leva a questão ao conhecimento do juízo ad quem , para que este

mande admitir ou subir o mesmo recurso ou dele conheça imediatamente, julgando

o mérito.

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16. (Promotor – MPE-CE / 2008) Não poderá o acusado apelar sem recolher-se

à prisão, ou prestar fiança, salvo se for primário e de bons antecedentes,

assim reconhecido na sentença condenatória, ou condenado por crime de que

se livre solto.

GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIOS: Preceituava o artigo 594 do Código de Processo Penal, com a

redação determinada pela Lei 5.941, de 22 de novembro de 1973, que o réu não

poderá apelar sem recolher-se à prisão, ou prestar fiança, salvo se for primário e de

bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória, ou condenado por

crime de que se livre solto. Tal dispositivo há tempos já não era aceito pela

  jurisprudência e, em 2008, com o advento da lei nº 11.719/2008, foi retirado de

nosso ordenamento jurídico.

17. (Promotor – MPE-CE / 2008) Poderá ser pedida a revisão criminal, no caso

de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, em

qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. 

GABARITO: CERTA

COMENTÁRIOS: Está de acordo com o art. 623 do CPP que dispõe:

Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por 

procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo 

cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

18. (Promotor – MPE-CE / 2008) Poderão ser opostos embargos de declaração

contra acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas,

no prazo de cinco dias contados da sua publicação.

GABARITO: ERRADA

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COMENTÁRIOS: Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou

turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, quando houver, na decisão,

ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.

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LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS

1. (TJ-PI / 2009) São pressupostos comuns a todos os recursos:

A) Oportunidade, indivisibilidade, unirrecorribilidade.

B) Possibilidade jurídica, interesse de agir, indesistibilidade.

C) Previsão legal, forma prescrita em lei e tempestividade.

D) Formalidade, publicidade e oficialidade.

E) Iniciativa das partes, impulso oficial e publicidade.

2. (Analista Judiciário / 2007) São pressupostos subjetivos dos recursos:

A) legitimidade e adequação.

B) cabimento e tempestividade.

C) interesse jurídico e legitimidade para recorrer.

D) prequestionamento e adequação.

E) cabimento e interesse jurídico.

3. (CESPE / TJ-PA / 2009) O princípio da fungibilidade autoriza o juízo a receber

o recurso equivocadamente interposto como se fosse o adequado.

4. (CESPE/MPE-RN/ 2009) Aos Defensores Públicos é concedido prazo em

dobro para a interposição dos recursos criminais.

5. (Promotor / 2009) Caberá recurso em sentido estrito contra a decisão que

receber a denúncia ou queixa.

6. (Promotor / 2008) Da decisão judicial que determina o arquivamento de

autos de inquérito policial, a pedido do Ministério Público, cabe recurso em

sentido estrito.

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7. (Promotor / 2008) Cabe recurso em sentido estrito da decisão que nega a

fiança e da que indefere pedido de revogação da prisão preventiva.

8. (Promotor / 2008) Não cabe recurso em sentido estrito da decisão que

admitir ou não admitir o assistente de acusação.

9. (TJ-PA / 2009) O recurso de embargos infringentes é cabível quando for

unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu.

10. (Juiz Substituto / 2007) Os embargos infringentes deverão ser opostos no

prazo de 05 (cinco) dias, contados da publicação do acórdão embargado,

apenas por petição, não se admitindo termo.

11. (TJ-PA / 2009) A decisão que deixa de receber a denúncia, ofertada por

crime de roubo, pode ser atacada por apelação.

12. (MPE-SE / 2009) Contra a decisão de impronúncia cabe o recurso de

apelação.

13. (TJ-PA / 2009) O recurso de apelação deve ser interposto somente por

petição.

14. (OAB-SP / 2009) Assinale a opção que representa, segundo o CPP, recurso

cujas razões podem ser apresentadas, posteriormente à interposição do

recurso, na instância superior.

A) embargos de nulidade

B) embargos de declaração

C) apelação

D) carta testemunhável

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15. (Promotor – MPE-CE / 2008) Dar-se-á carta testemunhável da decisão que

denegar o recurso ou obstar o seu seguimento.

16. (Promotor – MPE-CE / 2008) Não poderá o acusado apelar sem recolher-se

à prisão, ou prestar fiança, salvo se for primário e de bons antecedentes,

assim reconhecido na sentença condenatória, ou condenado por crime de que

se livre solto.

17. (Promotor – MPE-CE / 2008) Poderá ser pedida a revisão criminal, no caso

de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, em

qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. 

18. (Promotor – MPE-CE / 2008) Poderão ser opostos embargos de declaração

contra acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas,

no prazo de cinco dias contados da sua publicação.