aula 04 - aÇÕes nas pontes

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CONSTRUÇÃO DE PONTES Professora: Engª Civil Silvia Romfim UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso

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  • CONSTRUO DE PONTES Professora: Eng Civil Silvia Romfim

    UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso

  • AULA 04

    Pontes de Concreto

    4 AES NAS PONTES

    a) Aes Permanentes

    b) Aes Variveis

    c) Aes Excepcionais

  • AES NAS PONTES

  • Introduo

    Como as pontes so um tipo particular de estrutura, a

    considerao das aes e da segurana deve ser feita de acordo com a

    norma NBR 8681:2003 "Aes e segurana nas estruturas", que classifica

    as aes da seguinte forma:

    a) Aes Permanentes

    Diretas

    Indiretas

    b) Aes Variveis

    Normais

    Especiais

    c) Aes Excepcionais

  • Introduo

    Segundo a norma NBR 7187:2003 "Projeto e

    execuo de pontes de concreto armado e protendido", as

    aes podem ser agrupadas na forma que se segue:

  • Aes Permanentes

    Peso prprio dos elementos estruturais;

    Peso da pavimentao, dos trilhos, dos dormentes, dos lastros, dos revestimentos, das defensas, dos guarda-rodas, dos guarda-corpos e de dispositivos de sinalizao;

    Empuxos de terra e de lquidos;

    Foras de protenso;

    Deformaes impostas, provocadas por fluncia e retrao do concreto, e por deslocamentos de apoios.

    Introduo

  • Aes variveis

    As cargas mveis (ao gravitacional, fora centrfuga choque lateral; efeitos

    de frenagem e acelerao)

    As carga de construo;

    A ao do vento;

    O empuxo de terra provocado por cargas mveis;

    A presso da gua em movimento;

    O efeito dinmico do movimento das guas;

    As variaes de temperatura.

    Introduo

  • Aes Excepcionais

    Durao extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrncia durante a vida da construo.

    Choques de objetos mveis, as exploses, os fenmenos naturais como enchentes catastrficas e sismos.

    Introduo

  • AES PERMANENTES

    Peso prprio dos elementos estruturais

    No caso de pontes metlicas ou de madeira, o maior nmero de

    peas torna conveniente a avaliao prvia do peso prprio da estrutura que

    pode ser por meio de frmulas empricas que variam de acordo com as

    caractersticas da obra.

    Ao contrrio, em concreto armado ou protendido, esboa-se um

    anteprojeto da ponte, fixando as dimenses (pr-dimensionando) com base

    na observao de estruturas anteriormente projetadas; a seguir, calcula-se o

    peso prprio a partir do volume de concreto de cada pea.

    Devem ser tomados, no mnimo, os seguintes valores dos pesos

    especficos:

    concreto simples: 24 kN/m3 concreto armado ou protendido: 25 kN/m3

    PERMANENTES

  • AES PERMANENTES

    Peso prprio dos elementos estruturais

    Quando a discrepncia entre os valores do peso prprio

    estimado e o resultante do dimensionamento definitivo for

    maior que 5%, recomenda-se refazer o clculo das solicitaes

    devidas a essa ao.

    PERMANENTES

  • Peso prprio dos elementos estruturais

    Longarinas (vigas) - superestrutura

    PERMANENTES

    Concretagem laje - superestrutra

  • Peso de elementos no estruturais

    1. Pavimentao

    No caso de pontes rodovirias, deve ser considerado o

    peso da pavimentao e prever ainda um eventual recapeamento.

    Para o peso especfico da pavimentao deve-se

    empregar no mnimo o valor de 24 kN/m.

    Para o recapeamento deve-se prever uma carga adicional

    de 2 kN/m. A considerao desta carga adicional pode ser

    dispensada a critrio do proprietrio da obra, no caso de pontes

    de grandes vos.

    PERMANENTES

  • AES PERMANENTES

    Peso de elementos no estruturais

    2. Lastro ferrovirio, trilhos e dormentes

    No caso de pontes ferrovirias deve-se prever, conforme a

    situao da ferrovia, o peso do lastro, dos trilhos e dos dormentes.

    Para o material do lastro deve ser considerado um peso especfico

    aparente de 18 kN/m.

    Na ausncia de indicaes precisas, a carga referente aos

    dormentes, trilhos e acessrios deve ser considerada no mnimo igual

    a 8 kN/m por via.

    PERMANENTES

  • AES PERMANENTES

    Deformaes Impostas

    1 - Fluncia

    A fluncia acarreta acrscimo de deformao nas

    estruturas, de concreto armado ou protendido. Este acrscimo de

    deformaes com o tempo deve ser levado em conta na verificao

    do estado limite de deformaes excessivas. No caso de elementos

    comprimidos, este acrscimo de deformaes pode produzir

    acrscimos significativos nas solicitaes, que tambm devem ser

    objeto de ateno na verificao do estado limite ltimo.

    PERMANENTES

  • AES PERMANENTES

    Deformaes Impostas

    2 Retrao: Reduo do volume pela perca de umidade.

    A retrao provocar o aparecimento de solicitaes quando

    as deformaes da estrutura oriundas desta ao forem impedidas.

    o caso das pontes com estrutura principal hiperesttica, nas quais as

    diversas partes constituintes devem ser projetadas para resistirem a

    esses acrscimos de tenses.

    Nas pontes com estrutura principal isosttica essas deformaes

    devem ser levadas em conta no projeto dos aparelhos de apoio, caso

    contrrio aparecero esforos adicionais correspondentes s

    deformaes impedidas.

    PERMANENTES

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel

    1 Pontes rodovirias e passarelas

    As cargas a serem consideradas no projeto das pontes

    rodovirias e das passarelas so definidas pela norma NBR 7188

    "Carga mvel em ponte rodoviria e passarela de pedestres".

    Os veculos mais pesados que trafegam pelas rodovias

    normalmente so os caminhes, as carretas e, mais recentemente,

    as chamadas CVC Combinaes de Veculos de Carga, que

    correspondem a uma unidade tratora e duas ou mais unidades

    rebocadas.

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel

    1 Pontes rodovirias e passarelas

    Na Tabela 1 -Alguns dos principais valores estabelecidos pela Lei da Balana de 1998.

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel

    1 Pontes rodovirias e passarelas

    Na Fig. 2, apresentam-se alguns tipos representativos

    de caminhes, carretas e CVC utilizados no Brasil. Apresenta-se

    a carga distribuda equivalente determinada considerando a

    carga total do veculo uniformemente distribuda,

    correspondente a duas hipteses:

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel

    1 Pontes rodovirias e passarelas

    a) rea de projeo do veculo com largura e todos os casos

    de 2,6 m.

    b) Considerando rea retangular da largura da faixa de

    rolamento, adotada igual 3,5 m em todos os casos, e

    comprimento igual ao do veculo mais 15 m de folga entre

    veculos consecutivos, que corresponderia a uma situao

    normal de trfego.

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    Aps essas consideraes preliminares so

    apresentados os valores indicados pela norma NBR 7188.

    Segundo a norma em questo, em pontes rodovirias, a carga

    mvel constituda por um veculo e por cargas q e q'

    uniformemente distribudas (Fig. 3).

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    1. A carga q aplicada em todas as faixas da pista de

    rolamento, nos acostamentos e afastamentos,

    descontando-se apenas a rea ocupada pelo veculo.

    2. A carga q' aplicada nos passeios.

    Essas cargas so fictcias, e procuram levar em

    considerao a ao de multido e de outros veculos mais

    leves ou mais afastados das zonas onde as cargas produzem

    maiores esforos solicitantes, com um esquema de

    carregamento mais cmodo para o clculo.

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    Para efeito de escolha das cargas mveis, a Norma NBR

    7188, divide as pontes rodovirias em trs classes, discriminadas

    a seguir:

    Classe 45:

    Na qual a base do sistema um veculo-tipo de 450 kN de peso total;

    Classe 30:

    Na qual a base do sistema um veculo tipo de 300 kN de peso total;

    Classe 12:

    Na qual a base do sistema um veculo tipo de 120 kN de peso total.

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    Na Tabela 2 apresentam-se o peso do veculo e os

    valores das cargas q e q' para cada uma das classes de pontes.

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    Comparando os valores da carga distribuda q com os

    valores das cargas distribudas equivalentes da Fig. 2, observa-

    se que o valor de q corresponderia a uma situao normal de

    utilizao das pontes.

    Naturalmente, uma situao de congestionamento

    sobre as pontes pode levar a valores de carga distribudas

    equivalentes maiores.

    VARIVEIS

  • VARIVEIS

    Situao de Congestionamento

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    Na Tabela 3 apresentam-se as caractersticas dos veculos.

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    Ainda sobre este assunto a norma NBR 7188 estabelece:

    Para passarela de pedestres: classe nica, na qual a carga

    mvel uma carga uniformemente distribuda de intensidade

    q = 5 kN/m no majorada pelo coeficiente de impacto.

    Para qualquer estrutura de transposio definida por esta

    norma, cuja geometria, finalidade e carregamento no se

    encontrem aqui previstos, a carga mvel fixada em

    instruo especial redigida pelo rgo com jurisdio sobre a

    referida obra.

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Carga mvel 1 Pontes rodovirias e passarelas

    Com relao aos passeios, a norma NBR 7188,

    estabelece que os mesmos devem ser carregados com a carga q'

    sem acrscimo devido ao efeito dinmico, no entanto, as peas

    que suportam diretamente os passeios, ou seja, a estrutura de

    suporte do passeio, devem ser verificadas para a ao de uma

    sobrecarga de 5 kN/m, sem acrscimo devido ao efeito dinmico.

    Os guarda-rodas e as defensas, centrais ou extremos,

    devem ser verificados para uma fora horizontal de 60 kN, sem

    acrscimo devido ao efeito dinmico, aplicada na aresta superior,

    como conseqncia da finalidade desses elementos. A norma

    permite, para a avaliao das solicitaes na implantao desses

    elementos, a distribuio a 45 do efeito da citada fora

    horizontal.

    VARIVEIS

  • VARIVEIS

    Laje e guarda rodas concludos - superestrutra

  • AES VARIVEIS

    Ao do Vento

    A norma NBR 7187 no indica nenhum procedimento

    para a determinao da ao do vento em pontes; apenas

    recomenda seguir o disposto na norma NBR 6123, que trata da

    ao do vento em edifcios.

    A ao do vento traduzida por carga uniformemente distribuda

    horizontal, normal ao eixo da ponte.

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Ao do Vento

    Sobre que superfcie atua o VENTO?

    Admitem-se dois casos extremos, para a verificao:

    1) Tabuleiro sem trfego

    Considera-se como superfcie de incidncia do vento, a projeo

    da estrutura sobre plano normal direo do vento. Admite-se

    que a presso do vento seja de 1,5 kN/m, qualquer que seja o

    tipo de ponte.

    VARIVEIS

  • 1) Tabuleiro sem trfego

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Ao do Vento

    2) Tabuleiro ocupado por veculos

    Essa projeo acrescida de uma faixa limitada superiormente por

    linha paralela ao estrado, distante da superfcie de rolamento 3,50 - 2,00

    - 1,70 m, conforme se trate, respectivamente, de ponte ferroviria,

    rodoviria ou para pedestres. Admite-se que o vento atue com menor

    intensidade: 1,0 kN/m para pontes ferrovirias ou rodovirias, e

    0,7 kN/m em pontes para pedestres (Fig. 6).

    VARIVEIS

  • VARIVEIS

    2) Tabuleiro ocupado por veculos

  • AES VARIVEIS

    Ao do Vento

    Figura 6.a Projeo da Estrutura em ponte Ferroviria Carregada

    3,50 m

    1,5 KN/m

    Ponte Descarregada

    1,0 KN/m

    Ponte Carregada

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Ao do Vento

    Figura 6.b Projeo da Estrutura em ponte Rodoviria Carregada

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Ao do Vento

    Figura 6.c Projeo da Estrutura em ponte Para Pedestres

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Ao do Vento

    Figura 7 Efeito da ao do vento na superestrutura em ponte de laje.

    Quando a estrutura principal for laje, dispensa a norma o

    clculo da ao do vento, tendo em considerao a grande rigidez

    toro dessa estrutura, sua ampla capacidade de resistir ao

    horizontal e, mesmo, a pequena superfcie exposta (Fig. 7).

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Ao do Vento

    Figura 8 Exemplos ilustrativos de estruturas em que a ao do vento pode ser dispensada.

    O clculo dos esforos causados pelo vento tambm

    dispensado quando se tratar de abbadas com largura nas nascenas

    superior a 1/10 do vo, ou de ponte com arcos paralelos e tabuleiro

    superior, desde que tenha contraventamento contnuo e que a distncia

    entre os eixos dos arcos externos seja superior a 1/9 do vo (Fig. 8).

    VARIVEIS

  • AES VARIVEIS

    Cargas de construo

    Durante a fase construtiva podero ocorrer aes provisrias

    que devem ser consideradas no projeto. Nesse sentido, a norma NBR

    7187 estabelece que no projeto e clculo devem ser consideradas as

    aes das cargas passveis de ocorrer durante o perodo da construo,

    notadamente aquelas devidas ao peso de equipamentos e estruturas

    auxiliares de montagem e de lanamento de elementos estruturais e

    seus efeitos em cada etapa executiva da obra. Estas cargas devem

    ser

    consideradas na estrutura com o esquema esttico, resistncia

    dos materiais, e sees resistentes existentes por ocasio da sua

    aplicao.

    VARIVEIS

  • VARIVEIS

    Lanamento longarinas (vigas) - superestrutura

  • AES EXCEPCIONAIS

    Segundo a norma NBR 8681, aes excepcionais so aquelas

    que tm durao extremamente curta e muito baixa probabilidade de

    ocorrncia durante a vida da construo, mas que devem ser

    consideradas no projeto de determinadas estruturas.

    No caso das pontes, a norma NBR 7187 cita:

    a. os choques de objetos mveis,

    b. as exploses,

    c. os fenmenos naturais pouco freqentes: como enchentes

    catastrficas e sismos,

    d. entre outros.

    EXECPCIONAIS

  • EXECPCIONAIS

    Choques de objetos mveis

  • EXECPCIONAIS

    Choques de objetos mveis

  • EXECPCIONAIS

    Enchentes

  • AES EXCEPCIONAIS

    Sobre a considerao de outras aes excepcionais, a

    Norma NBR 7187 estabelece que devem ser feitas em

    construes especiais, a critrio do proprietrio da obra.

    EXECPCIONAIS

  • Bibliografia

    LEONHARDT, F. Construes de concreto, vol. 6: Princpios bsicos

    da construo de pontes de concreto. Rio de Janeiro, Editora

    Interciencia, 1979.

    SILVEIRA, Ricardo A.M. - PONTES: introduo e fundamentos para

    anlise e projeto. Minas Gerais, Universidade Federal de Ouro Preto,

    2002.

    TAKEYA, Toshiaki. Introduo s Pontes de Concreto. So Paulo, So

    Carlos, 2007.