aula 02 - direito constitucional.text.marked.pdf

75
Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF Prof a . Nádia Carolina– Aula 02 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 75 AULA 02: Poder Legislativo. SUMÁRIO PÁGINA 1-Poder Legislativo 1-66 2- Lista de Questões 66-74 3- Gabarito 75 1. Poder Legislativo I. Conceito O Poder Legislativo é o órgão encarregado de elaborar as leis que regulam as ações dos integrantes do Estado, em suas relações entre si ou com o Poder Público. II. Funções As funções típicas do Legislativo são legislar e fiscalizar. No desempenho da primeira, elabora as leis. No exercício da segunda, realiza a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo, bem como investigar fato determinado por meio das comissões parlamentares de inquérito (CPIs). Além dessas funções, o Legislativo tem outras, atípicas. Uma dessas funções é a administrativa, que exerce, por exemplo, quando dispõe sobre sua organização interna ou sobre a criação dos cargos públicos de suas Casas. Outra função atípica é a de julgamento, exercida quando o Legislativo julga autoridades como o Presidente da República, por exemplo (art. 52, I e II e parágrafo único, CF). III. Congresso Nacional O Poder Legislativo federal é representado pelo Congresso Nacional, composto de duas Casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal). O Senado Federal é composto de representantes dos Estados e do Distrito Federal, enquanto a Câmara é composta de representantes do povo. No que se refere à composição, no Legislativo federal vigora o bicameralismo federativo. Por bicameralismo, entende-se o fato de o Legislativo ser composto de duas Casas: a Câmara dos Deputados (composta por representantes do povo) e o Senado Federal (que representa os Estados e o Distrito Federal). Já a denominação “federativo” se deve ao fato de alguns entes federativos (Estados e Distrito Federal) terem representantes no Legislativo federal. Veja o que determina a CF/88:

Upload: ana-domingos

Post on 13-Apr-2016

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 75

AULA 02: Poder Legislativo.

SUMÁRIO PÁGINA

1-Poder Legislativo 1-66

2- Lista de Questões 66-74

3- Gabarito 75

1. Poder Legislativo

I. Conceito

O Poder Legislativo é o órgão encarregado de elaborar as leis que regulam as ações dos integrantes do Estado, em suas relações entre si ou com

o Poder Público.

II. Funções

As funções típicas do Legislativo são legislar e fiscalizar. No desempenho

da primeira, elabora as leis. No exercício da segunda, realiza a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder

Executivo, bem como investigar fato determinado por meio das comissões parlamentares de inquérito (CPIs).

Além dessas funções, o Legislativo tem outras, atípicas. Uma dessas funções é a administrativa, que exerce, por exemplo, quando dispõe sobre sua

organização interna ou sobre a criação dos cargos públicos de suas Casas. Outra função atípica é a de julgamento, exercida quando o Legislativo julga

autoridades como o Presidente da República, por exemplo (art. 52, I e II e parágrafo único, CF).

III. Congresso Nacional

O Poder Legislativo federal é representado pelo Congresso Nacional, composto de duas Casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal). O Senado

Federal é composto de representantes dos Estados e do Distrito Federal, enquanto a Câmara é composta de representantes do povo.

No que se refere à composição, no Legislativo federal vigora o

bicameralismo federativo. Por bicameralismo, entende-se o fato de o

Legislativo ser composto de duas Casas: a Câmara dos Deputados (composta por representantes do povo) e o Senado Federal (que representa os Estados e

o Distrito Federal). Já a denominação “federativo” se deve ao fato de alguns entes federativos (Estados e Distrito Federal) terem representantes no

Legislativo federal. Veja o que determina a CF/88:

Page 2: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 75

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso

Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. (...)

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de

representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

A representação dos Estados e do Distrito Federal no Senado se dá de forma paritária: três senadores para cada ente federado. Com isso, assegura-

se o equilíbrio entre esses entes:

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio

majoritário.

§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três

Senadores, com mandato de oito anos.

Já a representação do povo na Câmara se dá de pelo sistema proporcional, ou seja, de forma proporcional à população de cada ente

federado, de modo a assegurar-se a democracia. Sobre esse sistema, dispõe a

CF/88 que:

Art. 45, § 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será

estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano

anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta

Deputados.

O Poder Legislativo estadual, distrital e municipal é unicameral,

sendo composto por uma única Casa, que representa o povo.

O Congresso Nacional, em regra, atua por meio da manifestação do Senado e da Câmara em separado, de forma autônoma. Cada Casa delibera

sobre as proposições de acordo com seu respectivo regimento interno, sem subordinação de uma Casa a outra.

Entretanto, em algumas situações, há o trabalho simultâneo e conjunto das Casas, por previsão constitucional. Trata-se da sessão conjunta, em que as

Casas deliberam separadamente, com contagem de votos dentro de cada Casa, embora estas atuem ao mesmo tempo. Além de outras hipóteses previstas na

Constituição, o art. 57, §3º da CF determina que a Câmara e o Senado reunir-se-ão em sessão conjunta para:

Inaugurar a sessão legislativa;

Page 3: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 75

Elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às

duas Casas; Receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

Conhecer do veto e sobre ele deliberar.

Outra importante previsão constitucional de sessão conjunta é a reunião para discutir e votar a lei orçamentária (art. 166, CF).

Esquematizando:

Destaca-se também que o texto constitucional prevê uma hipótese de

sessão unicameral do Congresso Nacional (ADCT, art. 3º). Trata-se da reunião, já realizada, para aprovar emendas constitucionais pelo processo

simplificado de revisão, cinco anos após a promulgação da Constituição. O Congresso, nesse caso, atuou como se fosse uma só Casa.

HIP

ÓTE

SES

DE S

ES

O

CO

NJU

NTA

ELABORAR O REGIMENTO COMUM E REGULAR A CRIAÇÃO DE SERVIÇOS COMUNS ÀS DUAS CASAS

RECEBER O COMPROMISSO DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

CONHECER DO VETO E SOBRE ELE DELIBERAR

DISCUTIR E VOTAR A LEI ORÇAMENTÁRIA

OUTRAS HIPÓTESES PREVISTAS PELA CONSTITUIÇÃO

Page 4: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 75

IV. Câmara dos Deputados

O art. 45 da Carta Magna estabelece que a Câmara dos Deputados

compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal. Essa

proporcionalidade é assegurada, dentre outros, pelo art. 45, § 1o, da Carta Magna, que determina que o número total de Deputados, bem como a

representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei

complementar, proporcionalmente à população.

O sistema proporcional visa, portanto, a distribuir os mandatos de modo que o número de representantes em cada circunscrição eleitoral seja dividido

em relação ao número de eleitores. Observa-se, porém, que a Constituição Federal atenuou o critério puro da proporcionalidade entre a população

(representados) e os deputados (representantes). Isso porque determina a realização dos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que

nenhuma das unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta deputados. Além disso, fixa, independentemente da população, o número de

quatro Deputados para cada Território (art. 45, § 2o, CF). Isso gera

distorções na representatividade popular na Câmara dos Deputados, pois o voto do cidadão em um Estado-membro menos populoso vale mais do que o

de o voto em um estado mais populoso.

Para a implementação do sistema proporcional, é necessário regulamentação por lei ordinária, por se tratar de um conceito jurídico

indeterminado (STF, Pleno, Rextr. No 140.543-1/RO, 09.02.1995). Essa lei adotou o método do quociente eleitoral, que consiste no cálculo de quantas

cadeiras serão ocupadas por cada legenda partidária. Para isso, inicialmente, divide-se o total de votos válidos em candidatos pelo número de cargos em

disputa, obtendo-se o quociente eleitoral. O total de votos obtidos por cada

legenda partidária é dividido por esse quociente, chegando-se, finalmente, ao número de cadeiras por legenda.

Problema importante na aplicação do sistema proporcional se refere às

sobras eleitorais, que correspondem às vagas não preenchidas pelo método anterior. Para a solução desse problema, a legislação brasileira adotou o

critério da melhor média. Esse critério consiste na realização do cálculo real do número de votos que o partido necessitou para conquistar cada cadeira. As

cadeiras constantes das sobras eleitorais serão, então, distribuídas aos partidos que obtiveram as melhores médias.

No que se refere à fidelidade partidária, não há disposição expressa da Constituição a respeito. Entretanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o STF

entendem que os partidos políticos e as coligações partidárias têm o direito de preservar a vaga obtida pelo sistema eleitoral proporcional, se, não ocorrendo

razão legítima que o justifique, registrar-se ou o cancelamento de filiação partidária ou a transferência para legenda diversa, do candidato eleito por

Page 5: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 75

outro partido. Esse entendimento estende-se, também, para os cargos

majoritários – senadores, prefeitos, governadores e Presidente da República.

No caso de terem havido coligações partidárias para as eleições proporcionais, a vaga igualmente pertencerá à coligação. Isso porque, segundo

o STF (STF, Pleno, MS 30260/DF, 27.04.2011), a coligação assume perante os demais partidos e coligações, os órgãos da Justiça Eleitoral e, também, os

eleitores, por ter natureza de superpartido. A sistemática estabelecida no

ordenamento jurídico eleitoral para o preenchimento dos cargos disputados no sistema de eleições proporcionais é declarada no momento da diplomação,

quando são ordenados os candidatos eleitos e a ordem de sucessão pelos candidatos suplentes. Qualquer mudança dessa ordem atenta contra o ato

jurídico perfeito e desvirtua o sentido e a razão de ser das coligações. Ao se coligarem, os partidos aquiescem com a possibilidade de distribuição e rodízio

no exercício do poder em conjunto no processo eleitoral.

O Supremo Tribunal Federal (STF) entende, porém, que em algumas situações excepcionais – mudança significativa de orientação programática do

partido ou comprovada perseguição política – tornam legítimo o desligamento

voluntário do partido. Nesse caso, o parlamentar tem direito a instaurar, perante a Justiça Eleitoral, procedimento no qual possa demonstrar a

ocorrência dessas situações, caso em que manterá a titularidade de seu mandato eletivo.

V. Senado Federal

De acordo com o art. 46 da Constituição, o Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o

princípio majoritário. Pelo sistema majoritário simples, considera-se eleito o candidato com maior número de votos nas eleições, excluídos os votos em

branco e os nulos, em um só turno de votação.

Cada Estado e o Distrito Federal elegem três Senadores, com mandato de oito anos (§ 1º, art. 46, CF). A representação de cada Estado e do Distrito

Federal renova-se de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços (§ 2º, art. 46, CF). Cada senador é eleito com dois suplentes (§ 3º, art.

46, CF).

Caso ocorra renúncia ou perda do mandato de senador da República,

deverá ser chamado para assumir a vaga no Senado Federal seu 1o suplente, e, no impedimento deste, sucessivamente o 2o suplente.

Destaca-se que, de maneira semelhante ao que vimos no estudo da

Câmara dos Deputados, entendem o TSE e o STF que perderá a condição de

suplente, mesmo se tratando de mandato majoritário, o candidato diplomado pela Justiça Eleitoral que, posteriormente, se desvincular do partido que o

Page 6: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 75

elegeu. Isso porque os mandatos pertencem, segundo essas Cortes, ao partido

político.

VI. Mesas Diretoras

Os trabalhos do Congresso e de cada uma de suas Casas são dirigidos

pelas Mesas diretoras, comissões permanentes responsáveis pelas funções meramente administrativas.

A Mesa do Congresso Nacional é presidida pelo Presidente do Senado

Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (art. 57,

§ 5º, CF). Já as Mesas da Câmara e do Senado são eleitas, respectivamente, pelos deputados e senadores, devendo assegurar-se, tanto quanto possível, a

representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que

participam da respectiva Casa (art. 58, § 1º, CF).

O art. 57, § 4º, CF, determina que cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da

legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na

eleição imediatamente subsequente. A vedação para a recondução ao mesmo cargo se dá, segundo o STF, dentro de uma mesma legislatura, nada

impedindo a recondução no âmbito de uma legislatura diferente (STF, Pleno, MS no 22.183-6, 12.12.1997).

Além disso, destaca-se que segundo o STF essa vedação não é de reprodução obrigatória nas Constituições dos estados-membros, que poderão

estabelecer a possibilidade de recondução para o mesmo cargo na Mesa da Assembleia Legislativa dentro da mesma legislatura (STF, ADIn 793/RO –

Informativo no 65, ADIn 792/RJ, Informativo STF no 73). Em consonância com esse entendimento, as leis orgânicas dos municípios também poderão

estabelecer a possibilidade de recondução dos membros de suas mesas para o mesmo cargo na eleição subsequente.

Por fim, é importante ressaltar que a composição das Mesas deverá, tanto quanto possível, assegurar a representação proporcional dos partidos ou

dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa (art. 58, § 1º, CF).

VII. Reuniões

O art. 57, “caput”, da Constituição Federal, estabelece que o Congresso

Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Trata-se da sessão legislativa

ordinária.

Cada sessão legislativa ordinária compreende dois períodos legislativos (02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12). Os intervalos entre esses períodos são

Page 7: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 75

chamados recessos parlamentares. No primeiro ano da legislatura, há sessão

preparatória no dia 1º de fevereiro, com a posse dos parlamentares e eleição das Mesas das Casas Legislativas.

Ao conjunto de quatro sessões legislativas denomina-se legislatura. No

Brasil, de acordo com o parágrafo único do art. 44 da CF/88, cada legislatura terá duração de quatro anos. A legislatura coincide com a duração do mandado

do Presidente da República e dos Deputados Federais.

VIII. Comissões

Com o objetivo de facilitar o trabalho das Casas Legislativas, a

Constituição prevê que algumas atribuições poderão ser realizadas pelas Comissões Parlamentares:

Art. 58, § 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do

regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações

sobre assuntos inerentes a suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas

de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

Essas Comissões são criadas por cada Casa separadamente ou pelo

Congresso Nacional, na forma do regimento interno correspondente. Quando constituídas no âmbito de cada Casa, são compostas por deputados (Câmara)

ou senadores (Senado). No Congresso, pode haver Comissões Mistas, compostas tanto por deputados como por senadores. É o caso da Comissão

Mista que aprecia as medidas provisórias, por exemplo (art. 62, §9º, CF).

O Plenário, órgão de deliberação máxima das Casas Legislativas, é

formado por todos os parlamentares que fazem parte desta.

Page 8: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 75

Na constituição de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível,

a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa (art. 58, §1º, CF).

As comissões podem ser permanentes ou temporárias. As primeiras têm

caráter técnico legislativo ou especializado, apreciando as proposições submetidas a seu exame e exercendo a fiscalização dos atos do poder público,

no âmbito dos respectivos campos de atuação. Integram a própria estrutura da

Casa Legislativa de que fazem parte, tendo suas competências definidas pelo regimento interno respectivo. Já as segundas são criadas para apreciar

determinada matéria, extinguindo-se com o término da legislatura, quando realizam seu objetivo ou quando expira o prazo de sua duração.

Uma importante comissão temporária é aquela prevista no art. 58, §4º,

CF/88:

§ 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão

representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com

atribuições definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da

representação partidária.

Vale lembrar que a sessão legislativa ordinária é composta de dois períodos legislativos (02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12).

IX. Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs)

O art. 58, §3º, CF/88 determina que:

§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão

poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas

Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante

requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões,

se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Assim, para a criação de uma CPI, são necessários três requisitos: requerimento de um terço dos membros da Casa Legislativa (no caso de

comissão mista, um terço dos membros de cada uma das Casas); indicação de fato determinado a ser investigado e fixação de prazo certo para o fim dos

trabalhos. Destaca-se que essa locução “prazo certo”, segundo o STF (RTJ 163/176), não impede prorrogações sucessivas dentro da legislatura, Contudo,

o final da legislatura sempre representará um termo final para as CPIs.

Page 9: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 75

O STF entende ainda que, cumpridos os requisitos para a criação da CPI,

esta se dá no ato mesmo da apresentação do requerimento ao Presidente da Casa Legislativa, independente de deliberação plenária. Além disso, destaca-

se o entendimento da Corte de que o modelo de criação e instauração de CPIs deve ser compulsoriamente observado pelas Assembleias Legislativas dos

Estados.

É importante destacar que a CPI pode investigar mais de um fato,

desde que todos os fatos investigados sejam determinados. Além disso, a regra que determina a necessidade de criação das comissões com objeto

específico não impede a apuração de fatos conexos ao principal, ou, ainda, de outros fatos, inicialmente desconhecidos, que surgirem durante a investigação,

bastando, para que isso ocorra, que haja um aditamento do objeto inicial da CPI (STF, HC no 71.039/RJ, 0704.1994). O STF entende, também, que não há

vedação constitucional à norma regimental que estabeleça limites para a criação simultânea de CPIs.

Outro importante posicionamento do Supremo Tribunal Federal diz

respeito às minorias parlamentares. Segundo o Pretório Excelso, preenchidos

os requisitos constitucionais do art. 58, § 3o, da Constituição Federal, existe direito público subjetivo de as minorias parlamentares verem instaurado o

inquérito parlamentar, com apoio no direito de oposição, legítimo consectário do princípio democrático (STF, Pleno, MS 24831/DF; MS 24845/DF; MS

24846/DF).

O STF declarou, ainda, inconstitucional previsão de Regimento Interno de Assembleia Legislativa que exigia aprovação, por maioria absoluta, do

requerimento de 1/3 dos parlamentares estaduais, tendo afirmado o Ministro Eros Grau que “em decorrência do pacto federativo, o modelo federal de

criação e instauração das comissões parlamentares de inquérito constitui

matéria compulsoriamente a ser observada pelas Casas Legislativas estaduais (…) daí porque se há de ter, na garantia da criação da comissão

parlamentar de inquérito mediante requerimento de criação de um terço dos membros da Assembleia Legislativa, a garantia da sua instalação

independentemente de deliberação do plenário. A sujeição do requerimento de criação da comissão a essa maioria equivaleria a frustração da própria garantia.

As minorias – vale dizer, um terço dos membros da Assembleia Legislativa – já não mais deteriam o direito à criação da comissão parlamentar de inquérito,

que passaria a depender de decisão da maioria, tal como expressa no plenário” (STF, Pleno, ADIn no 3619/SP).

Os poderes de investigação das CPIs são limitados, não alcançando todas as matérias de competência dos membros do Poder Judiciário. Assim, as

CPIs não podem determinar interceptação telefônica ou declarar a indisponibilidade dos bens do investigado, por exemplo. O poder das CPIs

também não alcança os atos de natureza jurisdicional (decisões judiciais), sob pena de se ferir a separação dos Poderes.

Page 10: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 75

Além disso, os poderes das CPIs criadas pelas Casas do Congresso

Nacional não alcançam fatos ligados estritamente à competência dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Também não alcançam os negócios

privados dos indivíduos, quando inexistir nexo causal com a gestão da coisa pública. Entretanto, as CPIs podem investigar fatos relacionados a integrantes

da população indígena, desde que, segundo o STF, o índio seja ouvido dentro da área indígena, em dia e hora previamente acordados com a comunidade e

com a presença de representante da Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e de um antropólogo com conhecimento da mesma comunidade.

Os depoentes devem ter seus direitos constitucionais respeitados pela CPI: direito ao silêncio (art. 5º, LXIII, CF); direito ao sigilo profissional; direito

de assistência por advogado; indenização por danos morais e à imagem etc. Entretanto, uma vez que os trabalhos da CPI têm caráter meramente

inquisitório, ou seja, de reunião de provas para futura acusação a cargo do Ministério Público, não se assegura ao depoente o direito ao contraditório na

fase de investigação parlamentar.

Destaca-se também que as Comissões Parlamentares de Inquérito

devem absoluto respeito à separação de Poderes, ao princípio federativo e, consequentemente à autonomia dos Estados-membros, Distrito Federal e

Municípios.

Segundo a jurisprudência, as CPIs podem:

• Determinar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e de dados.

• Realizar a oitiva de testemunhas, inclusive mediante condução coercitiva. Essa prerrogativa recai sobre qualquer pessoa, servidor público ou

particular, inclusive Ministros de Estado, desde que a oitiva seja necessária à investigação.

• Ouvir investigados ou indiciados, respeitado o direito ao silêncio, consagrado constitucionalmente. Segundo o STF (HC 98441 DF, 31/03/2009),

os poderes da CPI devem ser exercidos com respeito aos direitos constitucionalmente garantidos, tais como: privilégio contra a autoincriminação,

direito ao silêncio e a comunicar-se com o seu advogado. No mais, a jurisprudência da Suprema Corte firmou o entendimento de que o privilégio

contra a autoincriminação se aplica a qualquer pessoa, independentemente de ser ouvida na condição de testemunha ou de investigada (HC nº 79.812/SP,

Plenário, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 16/12/01 e HC nº 92.371-MC/DF, decisão monocrática, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 3/9/07).

Assim, o indiciado ou testemunha tem o direito ao silêncio e de não produzir

prova contra si mesmo (nemo tenetur se detegere), embora esteja obrigado a comparecer à sessão na qual será ouvido, onde poderá, ou não, deixar de

responder às perguntas que lhe forem feitas. Nesse sentido: HC nº 94.082-MC/RS, DJE de 24/3/08; HC nº 92.371-MC/DF, DJ de 3/9/07; HC nº 92.225-

MC/DF, DJ de 14/8/07.

Page 11: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 75

• Realizar perícias e exames necessários à dilação probatória, bem

como requisição de documentos e busca de todos os meios de prova legalmente admitidos (STF, HC no 71.039/RJ, 07.04.1994).

• Determinar buscas e apreensões, respeitada a inviolabilidade domiciliar (art. 5º, XI, CF).

O poder da CPI, entretanto, é limitado pela cláusula de reserva

jurisdicional, que confere ao Judiciário a competência exclusiva para a prática

de determinados atos. Por esse motivo, não podem as CPIs:

• Decretar quaisquer hipóteses de prisão, exceto em flagrante delito. Entende o STF que o “ordenamento constitucional brasileiro, ressalvadas as

situações de flagrância penal ou de prisão na vigência do estado de defesa, somente deferiu competência para ordenar a privação da liberdade individual

aos órgãos que, posicionados na estrutura institucional do Poder Judiciário, acham-se investidos de função jurisdicional. A Comissão Parlamentar de

Inquérito, desse modo, exatamente por não dispor da prerrogativa magna de julgar, não parece possuir, como efeito consequencial, competência para

determinar, “ex auctoritate propria”, a prisão de qualquer pessoa” (HC 71279

RS, DJ 23/03/1994 PP-05741). • Determinar a aplicação de medidas cautelares, tais como

indisponibilidade de bens, arrestos, sequestro, hipoteca judiciária ou, ainda, proibição de ausentar-se da comarca ou do país;

• Proibir ou restringir a assistência jurídica aos investigados. Isso porque a Constituição consagrou, em seu art. 133, a indispensabilidade e a

imunidade do advogado como princípios constitucionais. Nas palavras do eminente Ministro Marco Aurélio, “a assistência por profissional da advocacia

constitui um direito, até mesmo natural, do cidadão, estando pedagogicamente previsto no campo normativo. A admissibilidade integra o devido processo

legal na substância” (HC 98667 DF, DJe-077 DIVULG 27/04/2009 PUBLIC 28/04/2009).

• Determinar a anulação de atos do Poder Executivo, sob pena de violação ao princípio da separação dos Poderes;

• Determinar a quebra do sigilo judicial, pois nem mesmo o Judiciário

detém essa competência (MS 27483 DF, 14/08/2008). • Autorizar a interceptação telefônica, por ser esse ato reservado à

competência jurisdicional (MS 27483 DF, 14/08/2008). • Conferir publicidade indevida a dados sigilosos obtidos em função

de suas investigações. Nesse sentido, entende o STF que "com a transmissão das informações pertinentes aos dados reservados, transmite-se à

Comissão Parlamentar de Inquérito - enquanto depositária desses elementos informativos -, a nota de confidencialidade relativa aos registros sigilosos".

Dessa forma, "constitui conduta altamente censurável - com todas as consequências jurídicas (inclusive aquelas de ordem penal) que dela possam

resultar - a transgressão, por qualquer membro de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, do dever jurídico de respeitar e de preservar o sigilo concernente

Page 12: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 75

aos dados a ela transmitidos" (MS nº 23452/RJ, Rel. Min. Celso de Mello, DJ

12.5.2000).

Page 13: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 75

X. Convocação extraordinária

O art. 57, § 6º, da Constituição Federal, determina que:

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação

de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o

compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a

requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas

as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Esquematizando:

CO

NV

OC

ÃO

EX

TR

AO

RD

IN

ÁR

IA

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

DECRETAÇÃO DE ESTADO DE DEFESA OU DE INTERVENÇÃO

FEDERAL

PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO PARA DECRETAÇÃO DE ESTADO

DE SÍTIO

TOMADA DE COMPROMISSO E POSSE DO PRESIDENTE E DO

VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

PRESIDENTES DA CÂMARA DOS

DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL

CASO DE URGÊNCIA OU INTERESSE PÚBLICO

RELEVANTE

MAIORIA DOS MEMBROS DE AMBAS

AS CASAS LEGISLATIVAS

CASO DE URGÊNCIA OU INTERESSE PÚBLICO

RELEVANTE

Page 14: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 75

Somente a convocação feita pelo Presidente do Senado Federal

independe de aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Na sessão legislativa extraordinária o Congresso apenas deliberará sobre

a matéria para a qual foi convocado (art. 57, §7º, CF) e sobre medidas provisórias em vigor na data da convocação (art. 57, §8º, CF). Além disso, não

há pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação extraordinária.

XI. Atribuições do Congresso Nacional

O art. 48 traz as atribuições do Congresso Nacional que dependem de

sanção do Presidente da República para se aperfeiçoarem. Essas atribuições são um rol meramente exemplificativo, podendo haver outras fora dessas

hipóteses. Deverão ser disciplinadas por meio de lei.

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do

Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de

competência da União, especialmente sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento

anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e

bens do domínio da União;

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas

de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII - concessão de anistia;

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e

organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito Federal;

Page 15: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 75

X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e

funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;

XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal

Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.

Já as atribuições do art. 49 da CF são reguladas por meio de decreto legislativo. Essa espécie normativa dispensa a sanção do Presidente da

República. São as matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional. Veja quais são elas:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos

gravosos ao patrimônio nacional;

II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem

pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei

complementar;

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a

se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;

IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal,

autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de

delegação legislativa;

VI - mudar temporariamente sua sede;

Page 16: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 75

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os

Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; VIII - fixar os subsídios

do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI,

39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente

da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de

suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão

de emissoras de rádio e televisão;

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de

Contas da União;

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de

riquezas minerais;

XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos

hectares.

As atribuições do art. 49 da CF são reguladas por meio de decreto

legislativo. Essa espécie normativa dispensa a sanção do Presidente da República.

No que se refere ao inciso V desse artigo, a sustação dos atos

normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos

limites de delegação legislativa é um mecanismo de controle e fiscalização, pelo Legislativo, dos atos do Executivo, dando efetividade ao sistema de freios

e contrapesos. Esse sistema, criado pela doutrina norte-americana, prevê a interferência legítima de um Poder sobre o outro, nos limites estabelecidos

constitucionalmente. Tem como objetivo garantir o equilíbrio necessário à

Page 17: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 75

concretização da soberania popular, evitando o exercício arbitrário das funções

pelos Poderes.

1. (ESAF/2008/MPOG) A Câmara dos Deputados compõe-se de

representantes do povo, eleitos, pelo princípio majoritário, em cada

Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

Comentários:

A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional em cada Estado, em cada Território e no Distrito

Federal (art. 45, “caput”, CF). Questão incorreta.

2. (ESAF/2004/MPU) Os deputados federais são eleitos pelo

sistema majoritário, obedecendo-se às vagas estabelecidas, por meio de lei complementar, para cada Estado e para o Distrito Federal.

Comentários:

A primeira parte da questão está errada. Os deputados federais são eleitos pelo sistema proporcional em cada Estado, em cada Território e no

Distrito Federal (art. 45, “caput”, CF). Já segunda parte está correta: de fato, o número de deputados é estabelecido por lei complementar, para cada Estado

e para o Distrito federal. Questão incorreta.

3. (ESAF/2004/ANEEL) O número de representantes por Estado no

Senado Federal é estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população de cada unidade da Federação.

Comentários:

A Carta Magna fixou o número de três representantes por Estado no

Senado Federal. Já o de número total de Deputados, bem como a

representação por Estado e pelo Distrito Federal, é estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, podendo variar de oito a

setenta. Questão incorreta.

4. (ESAF/2004/MPU) A reunião de inauguração da sessão legislativa do Congresso Nacional ocorrerá sempre no dia 15 de

fevereiro de cada ano.

Page 18: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 75

Comentários:

O art. 57, “caput”, da Constituição Federal, estabelece que o Congresso

Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Trata-se da sessão legislativa

ordinária.

Cada sessão legislativa ordinária compreende dois períodos legislativos

(02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12). A inauguração dessa sessão legislativa se dá no dia 02 de fevereiro. Os intervalos entre esses períodos são chamados

recessos parlamentares. No primeiro ano da legislatura, há sessão preparatória a partir do dia 1º de fevereiro, com a posse dos parlamentares e eleição das

Mesas das Casas Legislativas.

Ao conjunto de quatro sessões legislativas ordinárias denomina-se

legislatura. No Brasil, de acordo com o parágrafo único do art. 44 da CF/88, cada legislatura terá duração de quatro anos. A legislatura coincide com a

duração do mandado do Presidente da República e dos Deputados Federais. Questão incorreta.

5. (ESAF/2008/MPOG) O Senado Federal compõe-se de

representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o sistema proporcional.

Comentários:

Os senadores (representantes dos Estados e do Distrito Federal) são eleitos segundo o princípio majoritário (art. 46, “caput”, CF). Questão

incorreta.

6. (ESAF/2008/CGU) O Senado compõe-se de três representantes

de cada Estado e do Distrito Federal eleitos segundo o princípio majoritário para mandato de oito anos.

Comentários:

Veja o que determina a CF/88:

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio

majoritário.

§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três

Senadores, com mandato de oito anos.

§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por

um e dois terços.

Page 19: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 75

Questão correta.

7. (ESAF/2006/IRB) Nos termos da Constituição Federal, o número

total de Deputados Federais, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, deve ser ajustado por lei, proporcionalmente à

população, no ano das eleições para o Congresso Nacional.

Comentários:

, o art. 45, § 1º, da Carta Magna, estabelece que o número total de

Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população,

procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais

de setenta Deputados. Questão incorreta.

8. (Nádia Carolina/2012) Cada Território elegerá de oito a setenta

deputados, proporcionalmente à sua população.

Comentários:

Reza o art. 45, § 2º, da Constituição, que cada Território elegerá quatro

Deputados. Questão incorreta.

9. (Nádia Carolina/2012) A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,

alternadamente, por um e dois terços.

Comentários:

O art. 46, § 2º, da Carta Magna, estabelece que a representação de cada

Estado e do Distrito Federal no Senado Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. Questão correta.

10. (ESAF/2006/CGU) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal se reunirão em sessão conjunta para deliberar sobre o veto e sobre

medidas provisórias.

Comentários:

A deliberação sobre o veto, de fato, é realizada em sessão conjunta do Congresso Nacional. Já a apreciação das medidas provisórias é feita

separadamente por cada uma das Casas do Congresso Nacional (art. 62, § 9º, CF). Questão incorreta.

Page 20: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 75

11. (ESAF/2006/CGU) Nos termos definidos no texto constitucional,

cada uma das Casas se reúne em sessões preparatórias, no primeiro ano da legislatura.

Comentários:

O art. 57, § 4º, CF, determina que cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da

legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na

eleição imediatamente subsequente. Questão correta.

12. (ESAF/2006/CGU) Nos impedimentos do Presidente do Senado Federal, a Presidência da Mesa do Congresso Nacional é exercida

pelo Primeiro-Vice Presidente do Senado Federal.

Comentários:

Nesses casos, a Presidência é exercida pelo Primeiro Vice-Presidente da

Câmara dos Deputados. Isso porque determina a Carta da República que a Mesa do Congresso Nacional é presidida pelo Presidente do Senado

Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos

ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (art. 57, § 5º, CF). Consequentemente, o Primeiro Vice-Presidente do

Congresso Nacional é aquele ocupante do mesmo cargo na Câmara dos Deputados. Questão incorreta.

13. (ESAF/2008/MPOG) Os senadores podem encaminhar

individualmente pedidos escritos de informação aos Ministros de Estado, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não

atendimento, no prazo de trinta dias.

Comentários:

Determina a Constituição que as Mesas da Câmara dos Deputados e do

Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo,

importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas (art. 50, §

2º, CF). Questão incorreta.

14. (ESAF/2008/MPOG) Os Ministros de Estado podem comparecer

por sua iniciativa a qualquer comissão do Senado Federal para expor assunto de relevância de seu Ministério, independentemente de

comunicação prévia à Mesa respectiva.

Comentários:

Page 21: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 75

Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à

Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de

relevância de seu Ministério (art. 50, § 1º, CF). Questão incorreta.

15. (ESAF/2008/MPOG) Qualquer comissão da Câmara dos Deputados pode convocar Ministro de Estado para prestar,

pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado.

Comentários:

Com o objetivo de facilitar o trabalho das Casas Legislativas, a

Constituição prevê que algumas atribuições poderão ser realizadas pelas Comissões Parlamentares:

Art. 58, § 2º - Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do

regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações

sobre assuntos inerentes a suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas

de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

Questão correta.

16. (ESAF/2006/CGU) Durante o recesso, funciona no Congresso Nacional uma comissão representativa, eleita na última sessão

legislativa para atuar durante a sessão legislativa seguinte.

Comentários:

Page 22: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 75

Uma importante comissão temporária é aquela prevista no art. 58, §4º,

CF/88:

§ 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas

na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição

reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da

representação partidária.

Vale lembrar que a sessão legislativa ordinária é composta de dois períodos legislativos (02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12). A comissão

representativa atuará no recesso, entre esses dois períodos. Questão incorreta.

17. (ESAF/2006/ENAP) As Comissões Permanentes da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal poderão convocar qualquer autoridade ou cidadão para prestar depoimento sobre assunto previamente

estabelecido.

Comentários:

As Comissões Permanentes poderão apenas solicitar depoimento de

qualquer autoridade ou cidadão (art. 58, § 2º, V, CF). Questão incorreta.

18. (ESAF/2006/CGU) As Comissões Permanentes de cada uma das Casas do Congresso Nacional pode convocar qualquer

cidadão para prestar depoimento sobre assunto pré-estabelecido.

Comentários:

As Comissões Permanentes poderão apenas solicitar depoimento de

qualquer autoridade ou cidadão (art. 58, § 2º, V, CF). Questão incorreta.

19. (ESAF/2004/MPU) As Comissões permanentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados têm competência para convocar

autoridades do Poder Executivo ou qualquer cidadão para prestar

informações ou depoimentos perante o Plenário da Comissão.

Comentários:

A ESAF adora essa questão! As Comissões Permanentes poderão apenas solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão (art. 58, § 2º, V, CF).

Questão incorreta.

20. (ESAF/2004/ANEEL) A Constituição proíbe expressamente que as

Comissões Parlamentares de Inquérito exerçam os poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.

Page 23: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 75

Comentários:

O art. 58, §3º, CF/88 determina que:

§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades

judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e

pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a

apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público,

para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

Questão incorreta.

21. (ESAF/2005/MPOG) O Congresso Nacional pode ser convocado extraordinariamente pelo presidente da República, pelo presidente da

Câmara dos Deputados, pelo presidente do Senado Federal ou pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.

Comentários:

O art. 57, § 6º, da Constituição Federal, determina que:

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de

pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-

Presidente- Presidente da República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da

Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as

Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da

maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

Esquematizando:

Page 24: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 75

Questão incorreta.

22. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) Não é possível, em uma sessão

legislativa extraordinária, o Congresso Nacional deliberar sobre matéria para a qual não foi convocado.

Comentários:

Na sessão legislativa extraordinária o Congresso apenas deliberará sobre

a matéria para a qual foi convocado (art. 57, §7º, CF) e sobre medidas

provisórias em vigor na data da convocação (art. 57, §8º, CF). Questão incorreta.

23. (ESAF/2006/CGU) Nos termos definidos no texto constitucional,

cada uma das Casas se reúne em sessões preparatórias, no primeiro ano da legislatura.

Comentários:

O art. 57, §4º, da CF, estabelece que cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da

legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas,

Presidente do SF

Decretação de estado de defesa ou de intervenção

federal

Tomada de compromisso e posse do PR e Vice-PR

Pedido de autorização para decretação de

estado de sítio

Presidentes da CD e do SF

Caso de urgência ou interesse público

relevante

PR Caso de urgência ou

interesse público relevante

Maioria dos membros das duas Casas

Caso de urgência ou interesse público

relevante

Page 25: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 75

para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na

eleição imediatamente subsequente. Questão incorreta.

24. (ESAF/2006/ENAP) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre concessão de anistia.

Comentários:

Questão correta. Fundamento: art. 48, VIII, CF.

25. (ESAF/2004/MPU) É competência exclusiva do Congresso

Nacional aprovar a decretação de intervenção federal e a decretação de estado de sítio ou suspender qualquer uma dessas medidas.

Comentários:

É de competência exclusiva do Congresso Nacional aprovar o estado de

defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender

qualquer uma dessas medidas. Note que, no caso do estado de sítio, a competência do Congresso Nacional é de autorização da medida, não de

aprovação. Questão incorreta.

26. (ESAF/2005/MPOG) O ato que fixa os subsídios dos membros do Congresso Nacional depende de sanção do Presidente da República.

Comentários:

É da competência exclusiva do Congresso Nacional fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores. O exercício dessa competência se

dá por decreto legislativo, sem a sanção do Presidente da República. Questão incorreta.

27. (ESAF/2006/CGU) É competência exclusiva do Congresso Nacional dispor sobre telecomunicações e radiodifusão.

Comentários:

Essas matérias não são da competência exclusiva do Congresso Nacional,

uma vez que não constam do art. 49 da Constituição, mas sim do 48, VIII,

sendo disciplinada por meio de lei. Questão incorreta.

28. (ESAF/2005/SRF) É competência exclusiva do Congresso Nacional a concessão de anistia.

Page 26: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 75

Comentários:

A concessão de anistia não é da competência exclusiva do Congresso

Nacional, uma vez que não consta do art. 49 da Constituição, mas sim do 48, XII, sendo disciplinadas por meio de lei. Questão incorreta.

29. (ESAF/2006/IRB) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, a fixação do subsídio dos Ministros do

Supremo Tribunal Federal, por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado

Federal e do Supremo Tribunal Federal.

Comentários:

De fato, trata-se de competência do Congresso Nacional, a ser exercida

por meio de lei, com a sanção do Presidente da República. Contudo, essa lei, diferentemente do que diz o enunciado, é de iniciativa do próprio STF, com

base no art. 96, II, “b”, da CF/88. Questão incorreta.

Page 27: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 75

XII. Atribuições da Câmara dos Deputados

Apesar de o art. 51 denominar as atribuições nele arroladas como

privativas, trata-se de competência exclusiva, por ser indelegável e exercida sem qualquer interferência ou participação indireta de outro Poder ou órgão.

Veja o que dispõe o texto constitucional:

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração

de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de

sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,

criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da

respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do

art. 89, VII.

Essas competências são disciplinadas por resolução da Câmara dos

Deputados, sem sanção do Presidente da República, exceto no que se refere ao inciso IV. Isso porque a Câmara dos Deputados tem apenas a iniciativa de lei

referente a fixação de remuneração dos cargos, empregos e funções de seus serviços.

No que concerne ao inciso I, o STF entende que a necessidade de

autorização da Câmara para formação de processo contra Ministros de Estado

restringe-se aos crimes comuns e de responsabilidade conexo com os de mesma natureza imputados ao Presidente da República.

Outra observação sobre o inciso I é que a autorização da Câmara obriga

à instauração de processo de crime de responsabilidade pelo Senado, mas não obriga o STF a julgar os crimes de sua competência.

Page 28: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 75

30. (ESAF/2011/TRF 1ª Região) É certo que, dentre outras competências, cabe privativamente à Câmara dos Deputados:

a) aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta,

a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente. b) avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional,

em sua estrutura e seus componentes. c) aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício,

do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato. d) proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não

apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.

e) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Comentários:

Veja o que determina a Carta da República:

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração

de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da

República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República,

quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de

sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,

criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e

funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da

respectiva remuneração, observados os parâmetros

estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

Page 29: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 75

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do

art. 89, VII.

Essas competências são disciplinadas por resolução da Câmara dos

Deputados, sem sanção do Presidente da República, exceto no que se refere ao inciso IV. Isso porque a Câmara dos Deputados tem apenas a iniciativa de lei

referente à fixação de remuneração dos cargos, empregos e funções de seus serviços.

No que concerne ao inciso I, o STF entende que a necessidade de autorização da Câmara para formação de processo contra Ministros de Estado

restringe-se aos crimes comuns e de responsabilidade conexo com os de mesma natureza imputados ao Presidente da República. Outra observação

sobre esse inciso é que a autorização da Câmara obriga à instauração de processo de crime de responsabilidade pelo Senado, mas não obriga o STF a

julgar os crimes de sua competência.

A letra C é o gabarito da questão.

31. (ESAF/2003/AFT) O julgamento dos Comandantes da Marinha, do

Exército e da Aeronáutica, pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade, por eles praticados, conexos com crime de

responsabilidade praticado pelo Presidente da República, depende de prévia autorização da Câmara dos Deputados.

Comentários:

A exigência de autorização prévia da Câmara dos Deputados se aplica apenas ao julgamento do o Presidente, do Vice-Presidente da República e dos

Ministros de Estado (art. 51, I, CF). Questão incorreta.

32. (ESAF/2006/CGU) Compete privativamente à Câmara dos

Deputados a fixação da remuneração de seus servidores.

Comentários:

Não é da competência privativa da Câmara a fixação da remuneração de

seus servidores, mas sim a iniciativa legislativa dessa matéria. Questão incorreta.

33. (ESAF/2004/MPU) A fixação da remuneração dos servidores da

Câmara dos Deputados é da sua competência privativa, sendo essa competência exercida por meio de resolução.

Comentários:

Page 30: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 75

Não custa repetir! Não é da competência privativa da Câmara a fixação

da remuneração de seus servidores, mas sim a iniciativa legislativa dessa matéria. Questão incorreta.

Page 31: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 75

XIII. Atribuições do Senado Federal

As atribuições do Senado Federal são arroladas no art. 52 da

Constituição. Apesar de o texto constitucional chamá-las privativas, estas são, na realidade, exclusivas, por serem indelegáveis e não serem exercidas com

participação ou interferência de qualquer outro Poder ou órgão. Veja quais são elas:

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os

Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza

conexos com aqueles;

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal

Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral

da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo

Presidente da República;

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do banco central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição

em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de

interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

Page 32: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 75

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites

globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as

operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e

demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de

garantia da União em operações de crédito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios;

X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei

declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a

exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República

antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e

funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da

respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos

do art. 89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema

Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos

Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal,

limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo,

com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Page 33: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 75

Essas competências são disciplinadas por resolução do Senado Federal,

sem sanção do Presidente da República, exceto no que se refere ao inciso XIII. Isso porque o Senado Federal tem apenas a iniciativa de lei referente a fixação

de remuneração dos cargos, empregos e funções de seus serviços.

Quando o Senado realiza o julgamento das autoridades enumeradas nos incisos I e II, tem-se o chamado “impeachment”. No “impeachment”, o

Presidente do STF é que assume a direção dos trabalhos.

34. (ESAF/2006/CGU) Compete privativamente ao Senado Federal autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da

União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Comentários:

É o que determina o art. 52, V, da Constituição. Questão correta.

35. (ESAF/2004/MPU) O exercício da competência do Senado

Federal quanto à aprovação prévia da escolha do Procurador-Geral da República é feito por meio de voto secreto, após a arguição, em sessão

secreta, do candidato indicado pelo presidente da República.

Comentários:

A aprovação prévia do PGR pelo Senado se dá por meio de voto secreto,

após arguição pública (art. 52, III, “c”, CF). Questão incorreta.

36. (ESAF/2005/MPOG) Incumbe ao Senado Federal o julgamento do presidente da República, por crimes comuns e de responsabilidade.

Comentários:

A competência para julgar o Presidente da República é do Senado Federal apenas no que se refere aos crimes de responsabilidade (art. 52, I,

CF). Questão incorreta.

37. (ESAF/2004/ANEEL) Somente o Poder Judiciário tem competência constitucional para julgar autoridades da República por

crimes de responsabilidade.

Page 34: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 75

Comentários:

O Senado Federal tem competência para julgar processar e julgar o

Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e

da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles. Portanto, essa competência não é exclusiva do Poder Judiciário. Questão

incorreta.

38. (ESAF/2004/MPU) Compete privativamente ao Senado Federal

avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes.

Comentários:

A questão está perfeita, de acordo com o art. 52, XV, CF. Questão correta.

Page 35: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 75

XIV. Imunidades e prerrogativas dos parlamentares

A Carta da República estabelece, na Seção V, Capítulo I, Título IV,

imunidades e vedações aos parlamentares, a fim de garantir tanto ao Poder Legislativo como um todo quanto a seus membros independência e liberdade

no exercício de suas funções constitucionais. A essas regras, a doutrina convencionou chamar estatuto dos congressistas.

Busca-se, com isso, proteger os parlamentares contra abusos e pressões de outros Poderes, conferindo-lhes liberdade de convicção, pensamento e ação.

Como se pode perceber, tal proteção é imprescindível à própria existência da democracia.

i. Imunidades

As imunidades parlamentares são prerrogativas que visam a dar aos congressistas liberdade no exercício do mandato. São um pressuposto da

própria democracia, uma vez que protegem os parlamentares contra ingerência de outros Poderes. Essas imunidades podem ser do tipo material

ou formal.

A primeira delas, a imunidade material, substancial ou de conteúdo,

visa a garantir aos parlamentares liberdade de opinião, palavras e votos (art. 53, “caput”, CF/88), sem pressões ou constrangimentos. Exclui a

antijuricidade, fazendo com que a conduta do parlamentar deixe de ser considerada crime. Entretanto, só protege atos praticados no exercício de

suas funções, dentro ou fora do Congresso Nacional.

Nesse sentido, tem-se o entendimento do Pretório Excelso de que

“existem dúvidas de que as imunidades parlamentares, outorgadas em face da independência do Poder Legislativo, como garantia para o bom desempenho de

função, são prerrogativas constitucionalmente asseguradas. A imunidade material prevista no artigo 53, caput, da Constituição Federal, significa que o

Deputado Federal ou Senador - com extensão aos Deputados Estaduais, por força do artigo 57, da Constituição Estadual - tem ampla liberdade de

expressão, estando isento de enquadramento penal por suas opiniões, palavras e votos, quando no exercício da função parlamentar, considerada em

sentido amplo como atributo essencial à própria existência do Parlamento. Portanto, são passíveis da imunidade parlamentar material os congressistas

nos atos, palavras, opiniões e votos proferidos no exercício da função política, isto é, no exercício do mandato legislativo, qualquer que seja o âmbito

parlamentar ou extraparlamentar, desde que exercida “ratione muneris” (STF-

Inquérito 510-DF. Tribunal Pleno. Rel. Min. Celso de Mello, in RTJ 135/509-510).”

Page 36: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 75

Reforçando esse entendimento, destaca-se julgado em que o Pretório

Excelso esclareceu que a garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, "caput") somente protege o membro do

Congresso Nacional, qualquer que seja o âmbito espacial ("locus") em que este exerça a liberdade de opinião (ainda que fora do recinto da própria Casa

Legislativa), nas hipóteses específicas em que as suas manifestações guardem conexão com o desempenho da função legislativa (prática "in officio")

ou tenham sido proferidas em razão dela (prática "propter officium"). Doutrina. Precedentes. A cláusula de inviolabilidade constitucional, que impede a

responsabilização penal e/ou civil do membro do Congresso Nacional, por suas palavras, opiniões e votos, também abrange, sob seu manto protetor, (1)

as entrevistas jornalísticas, (2) a transmissão, para a imprensa, do

conteúdo de pronunciamentos ou de relatórios produzidos nas Casas Legislativas e (3) as declarações feitas aos meios de comunicação

social, eis que tais manifestações - desde que vinculadas ao desempenho do mandato - qualificam-se como natural projeção do exercício das atividades

parlamentares (Inq 2332 DF, DJe-040 DIVULG 28-02-2011 PUBLIC 01-03-2011 EMENT VOL-02473-01 PP-00034).

Destaca-se que essa espécie de imunidade apresenta peculiaridades.

Primeiramente, refere-se apenas a atos funcionais, ou seja, praticados pelos parlamentares no exercício de suas funções. Além disso, possui eficácia

temporal permanente, perpétua, pois persiste mesmo após o término da

legislatura.

A segunda espécie de imunidade parlamentar, a formal, processual ou de rito, garante ao parlamentar tanto a impossibilidade de ser ou permanecer

preso quanto a possibilidade de sustação do andamento da ação penal pelos crimes praticados após a diplomação.

No que se refere à prisão, dispõe a Carta Magna que, desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo

IM

UN

ID

AD

E M

ATER

IA

L

DO

S P

AR

LA

MEN

TA

RES

INVIOLABILIDADE CIVIL E PENAL POR SUAS OPINIÕES, PALAVRAS E VOTOS

É PERMANENTE: PERSISTE, APÓS A LEGISLATURA

É NECESSÁRIO QUE O PARLAMENTAR ESTEJA NO DESEMPENHO DE SUAS FUNÇÕES

Page 37: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 75

em flagrante delito de crime inafiançável (art. 53, § 2º, CF). Nesse caso, os

autos serão remetidos à Casa respectiva para que, pelo voto aberto da maioria absoluta dos seus membros, resolva sobre a prisão.

Com isso, em regra, não se pode aplicar ao parlamentar a pena de

privação da liberdade. Há, contudo, duas exceções:

No caso de flagrante de crime inafiançável;

No caso de sentença judicial transitada em julgado, segundo jurisprudência do STF (RTJ, 135:509).

Já no que se diz respeito à imunidade processual relativa à prisão, em

regra, oferecida a denúncia contra o parlamentar, o STF poderá recebe-la, independentemente de prévia licença da Casa Legislativa a que ele pertence.

Depois do recebimento da denúncia, no caso de crime cometido após a

diplomação do parlamentar, o Supremo dará ciência à Casa respectiva, para que ela se manifeste. A Casa poderá, então, por iniciativa de partido político

nela representado e pelo voto da maioria absoluta de seus membros, sustar o andamento da ação penal. O pedido de sustação será apreciado pela Casa

respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o

mandato.

IM

UN

ID

AD

E F

OR

MA

L D

OS

P

AR

LA

MEN

TA

RES

RELATIVA À PRISÃO

DESDE A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA

EXCEÇÃO; FLAGRANTE POR CRIME INAFIANÇÁVEL

RELATIVA AO PROCESSO

APENAS PARA CRIMES COMETIDOS APÓS A

DIPLOMAÇÃO

O PROCESSO PODERÁ SER SUSTADO A PEDIDO DE PARTIDO COM REPRESENTAÇÃO NA CASA

LEGISLATIVA

A CASA LEGISLATIVA TERÁ 45 DIAS, IMPRORROGÁVEIS, DO

RECEBIMENTO DO PEDIDO PELA MESA DIRETORA, PARA VOTAR

DECISÃO: VOTO DA MAIORIA ABSOLUTA, OSTENSIVO E

NOMINAL

Page 38: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 75

É importante ressaltar que a imunidade material protege o parlamentar

mesmo depois do mandato. Já a formal é limitada no tempo, protegendo o parlamentar após a diplomação e enquanto durar o mandato. Segundo o STF,

o termo “ad quem” do mandato (ou seja, o seu final) equivale ao início da próxima legislatura (STF, RTJ, 107:911-912).

Por fim, é importante salientar que, segundo o STF, as imunidades não

se estendem aos suplentes. Isso porque elas decorrem do efetivo exercício da

função parlamentar, não são prerrogativas da pessoa. Em outras palavras, elas são objetivas, não subjetivas.

Outro ponto importante é que, de acordo com o art. 27, § 1º, da CF/88,

aos Deputados Estaduais serão aplicadas as regras previstas Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de

mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. Obviamente, deverá ser feita a correspondência: no caso de flagrante delito de

crime inafiançável, por exemplo, os autos deverão ser remetidos à Assembleia Legislativa no prazo de 24 horas para que esta, pelo voto da maioria de seus

membros, resolva sobre a prisão.

Além das imunidades que acabamos de estudar, os parlamentares

apresentam três importantes prerrogativas: a isenção do dever de testemunhar, a necessidade de prévia licença para incorporação às Forças

Armadas e a imunidade parlamentar durante o estado de sítio.

A isenção do dever de testemunhar dos parlamentares é garantida

pela CF/88 em seu art. 53, § 6º. Reza o texto constitucional que os deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas

ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

No que se refere à necessidade de licença para incorporação às

Forças Armadas, determina a CF/88 que esta deverá se dar previamente ao ato, mesmo que o parlamentar seja militar e houver guerra (CF, art. 53, § 7º).

Trata-se, de acordo com a doutrina, de mais uma imunidade, uma vez que livra o parlamentar de uma obrigação constitucionalmente imposta (CF, art.

143).

Por fim, a CF/88 garante aos parlamentares a manutenção de suas

imunidades material e formal durante o estado de sítio (CF, art. 53, § 8º). Essas imunidades só poderão ser suspensas mediante o voto de dois

terços dos membros da Casa respectiva, no caso de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional e que sejam incompatíveis com a execução da

medida. Note que não há possibilidade de suspensão dessas imunidades no estado de defesa.

Page 39: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 75

XV. Incompatibilidades dos parlamentares

De acordo com o art. 54 da Carta Magna, os Deputados e Senadores não

poderão:

Desde a expedição do diploma:

• Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público,

autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a

cláusulas uniformes; • Aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os

de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;

Desde a posse:

• Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela

exercer função remunerada; • Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", em

pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de

economia mista ou empresa concessionária de serviço público; • Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades acima

citadas; • Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

39. (ESAF/2006/ENAP) A partir do ato de sua posse, os membros do Congresso Nacional passam a usufruir de imunidade formal, somente

podendo ser presos em caso de flagrante de crime inafiançável.

Comentários:

Determina o art. 53, § 2º, que desde a expedição do diploma, os

membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e

quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus

membros, resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001). Questão incorreta.

Page 40: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 75

40. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) A inviolabilidade civil e penal

dos Parlamentares, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos, abrange atos praticados fora do exercício da atividade parlamentar.

Comentários:

Segundo o STF, a imunidade parlamentar material, que confere inviolabilidade, na esfera civil e penal, a opiniões, palavras e votos

manifestados pelo congressista (CF, art. 53, caput), incide de forma absoluta quanto às declarações proferidas no recinto do Parlamento. Já no que se refere

aos atos praticados em local distinto, não há proteção absoluta da imunidade, que abarca apenas manifestações que guardem pertinência, por um nexo de

causalidade, com o desempenho das funções do mandato parlamentar (RE 606451 DF, DJe-072 DIVULG 14-04-2011 PUBLIC 15-04-2011 EMENT VOL-

02504-01 PP-00173). Questão incorreta.

41. (ESAF/2004/MPU) A inviolabilidade, ou imunidade material, dos

membros do Congresso Nacional afasta o dever de indenizar qualquer pessoa por danos morais e materiais por ela sofridos em razão de atos

praticados pelo deputado ou senador, no estrito exercício de sua atividade parlamentar.

Comentários:

De acordo com o STF, a garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, 'caput') exclui a possibilidade

jurídica de responsabilização civil do membro do Poder Legislativo por danos eventualmente resultantes de suas manifestações, orais ou escritas, desde que

motivadas pelo desempenho do mandato (prática 'in officio') ou externadas em razão deste (prática 'propter officium'), qualquer que seja o âmbito espacial

('locus') em que se haja exercido a liberdade de opinião, ainda que fora do recinto da própria Casa legislativa, independentemente dos meios de

divulgação utilizados, nestes incluídas as entrevistas jornalísticas (RE 606451 DF, DJe-072 DIVULG 14-04-2011 PUBLIC 15-04-2011 EMENT VOL-02504-01

PP-00173). Questão correta.

42. (ESAF/2004/ANEEL) Pelos discursos que profere no Plenário da

Câmara dos Deputados, em assuntos relacionados com a competência do Legislativo, o deputado não pode ser punido criminalmente, mesmo

que o discurso agrida a imagem de outro deputado.

Comentários:

Nesse caso, há imunidade parlamentar material absoluta (RE 606451 DF,

DJe-072 DIVULG 14-04-2011 PUBLIC 15-04-2011 EMENT VOL-02504-01 PP-00173). Questão correta.

Page 41: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 75

43. (ESAF/2006/CGU) Os Deputados e Senadores, desde a posse,

serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

Comentários:

Determina o art. 53, § 1º, da CF/88 que os congressistas, desde a

expedição do diploma, são submetidos a julgamento perante o STF. Trata-se da chamada prerrogativa de foro dos deputados federais e senadores. Questão

incorreta.

44. (Nádia Carolina/2012) Recebida a denúncia contra o congressista, por crime ocorrido após a diplomação, qualquer partido

político poderá pedir a sustação do processo.

Comentários:

Veja o que estabelece a Carta Magna a respeito:

Art. 53, § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo

Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto

da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 35, de 2001)

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu

recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 35, de 2001)

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional

nº 35, de 2001).

Questão incorreta.

45. (Nádia Carolina/2012) Os deputados e senadores devem

testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, salvo quando o sigilo for essencial à segurança

do Estado.

Comentários:

Pelo contrário: o sigilo da fonte é mais uma garantia conferida, pela

Constituição, aos parlamentares. Veja o que determina a CF/88:

Page 42: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 75

Art. 53, § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a

testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que

lhes confiaram ou deles receberam informações.

Você caiu nessa história de “segurança do Estado”? Foi só para enrolar você! Questão incorreta.

46. (Nádia Carolina/2012) A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, mesmo militares, dependerá de prévia licença

da Casa respectiva, exceto em tempo de guerra.

Comentários:

A CF/88 determina que:

Art. 53, § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados

e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.

Mesmo em tempo de guerra, portanto, é necessária licença da

respectiva Casa para a incorporação do parlamentar às Forças Armadas. Questão incorreta.

47. (ESAF/2009/MPOG) As imunidades de Deputados ou Senadores

só podem subsistir durante o estado de sítio mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados

fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam compatíveis com a

execução da medida.

Comentários:

Veja o que dispõe a CF/88 a respeito:

Art. 53, § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores

subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da

Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a

execução da medida.

Em regra, portanto, os parlamentares não perdem suas imunidades

durante a vigência do estado de sítio e do estado de defesa. A exceção só se aplica ao estado de sítio, em que, pelo voto de dois terços dos membros da

Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional e incompatíveis com a execução da medida. Questão incorreta.

Page 43: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 75

48. (ESAF/2009/MPOG) A partir da expedição do diploma, os

Deputados e Senadores não poderão ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", em pessoa jurídica de direito público,

autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público.

Comentários:

A restrição do enunciado é aplicável desde a posse. Questão incorreta.

Page 44: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 75

XVI. Perda do mandato

O art. 55 da Constituição estabelece as hipóteses em que os

parlamentares perderão o mandato, antes do término da legislatura. São elas:

• Infringência de qualquer das incompatibilidades previstas no art. 54 da

Constituição; • Procedimento declarado incompatível com o decoro parlamentar. Por

decoro parlamentar, entende-se o conjunto de regras legais e morais que

devem balizar a conduta do parlamentar. Segundo o art. 55, § 1o, da

Constituição Federal, são incompatíveis com o decoro parlamentar, além dos

casos descritos no Regimento Interno das Casas Legislativas, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção

de vantagens indevidas. Note que a perda do mandato, nesses casos, deverá ser declarada pela Casa Legislativa respectiva, não competindo ao Poder

Judiciário discutir sobre o mérito da tipicidade da conduta do parlamentar ou mesmo sobre o acerto da decisão, desde que garantido o devido processo

legal, a ampla defesa e o contraditório. Isso porque a competência exclusiva do Poder Legislativo é determinada pela própria Constituição (art. 55, §§ 1o e

2o), sem previsão de qualquer recurso de mérito.

Por fim, destaca-se que essa penalidade é aplicável aos parlamentares

temporariamente afastados para o exercício dos cargos de Ministro de Estado, Secretário de Estado ou Secretário de Prefeitura de Capital. Entende o STF que

o membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para investir-se no cargo de Ministro de Estado não perde os laços que o unem, organicamente,

ao Parlamento. Cumpre-lhe, por isso, guardar estrita observância às vedações e incompatibilidades inerentes ao estatuto constitucional do congressista,

assim como às exigências ético-jurídicas que a Constituição e os regimentos internos das Casas legislativas estabelecem como elementos caracterizadores

do decoro parlamentar. Por esse motivo, os atos ministeriais do parlamentar licenciado se submetem à jurisdição censória da respectiva câmara legislativa

(STF, Pleno, MS no 25579/DF, 19.10.2005).

• Falta de comparecimento, em cada sessão legislativa, à terça parte das

sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

• Perda ou suspensão dos direitos políticos; Decretação pela Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição;

• Condenação criminal em sentença transitada em julgado.

Nos casos de infringência das incompatibilidades previstas no art. 54 da

Constituição, falta de decoro parlamentar e condenação criminal transitada em julgado, a perda do mandato será decidida pela respectiva Casa Legislativa,

por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla

Page 45: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 75

defesa. Caberá ao Judiciário apenas apreciar a legalidade da medida, jamais o

mérito da mesma.

Já nos casos de ausência à terça parte das sessões ordinárias da respectiva Casa, de decretação da perda pela Justiça Eleitoral ou de privação

dos direitos políticos, a perda será declarada pela Mesa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político

representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Destaca-se que na perda do cargo por declaração da perda do mandato

pela Justiça Eleitoral, não se exige o trânsito em julgado da sentença. Isso porque, segundo o STF, a atribuição da Mesa da Casa a que pertence o

parlamentar nos casos previstos nos incisos III e V do art. 55 da CF/88 limita-se a declarar a perda do mandato, dando posse a quem deverá ocupar o cargo,

uma vez que o registro do parlamentar já terá sido cassado pela Justiça Eleitoral, não podendo subsistir, dessa forma, o mandato eletivo (STF, Pleno,

MS 27613/DF. 28.10.2009).

Esquematizando:

Perderá o mandato o Deputado ou Senador...

Que infringir qualquer das proibições do art. 54 da Constituição;

Cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

Que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

A perda do mandato

dependerá de juízo do Plenário da Casa Legislativa (decisão

política)

Que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da

Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

Que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

Quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição.

A perda será declarada pela Mesa da Casa Legislativa, de

ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros,

ou de partido político representado no Congresso

Nacional, assegurada ampla defesa

A Constituição Federal excepciona algumas hipóteses em que não perderá o mandato o Deputado Federal ou Senador (art. 56):

• Quando investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de

Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;

• Quando licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o

afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

Page 46: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 75

49. (ESAF/2009/MPOG) Deputado ou Senador que durante o exercício do mandato patrocinar causa em que seja interessada pessoa

jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público poderá

perder o mandato por declaração da Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido

político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Comentários:

No caso descrito no enunciado (infração a proibição constante do art. 54 da CF/88), a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou

pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no

Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Questão incorreta.

50. (ESAF/2006/CGU) O Senador não perderá o mandato se for

licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, desde que o afastamento não ultrapasse cento e oitenta dias por sessão legislativa.

Comentários:

O congressista não perderá o mandato quando (art. 56, CF):

Investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital

ou chefe de missão diplomática temporária;

Licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem

remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa

Questão incorreta.

51. (ESAF/2006/ENAP) Não perderá o mandato o Deputado ou

Senador investido no cargo de Secretário de Estado ou de Prefeitura.

Comentários:

Page 47: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 75

Não perderá o mandato o congressista investido nos seguintes cargos:

Ministro de Estado;

Governador de Território; Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território ou de Prefeitura

de Capital; Chefe de missão diplomática temporária.

O Secretário de Prefeitura (se não for de capital) perderá, sim, o mandato. Questão incorreta.

52. (ESAF/2006/IRB) Se um Senador, após a posse, continuar como

proprietário de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ele estará sujeito à perda de

mandato, a ser declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou

mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla

defesa.

Comentários:

Nesse caso, por infringir a proibição constante do art. 54, II, “a”, da Constituição, por força do art. 55, I, c/c art. 55, § 2º, da CF/88, a perda do

cargo será decidida pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado

no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Questão incorreta.

53. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) A perda de mandato do

Parlamentar que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado será decidida pela Casa respectiva, por voto secreto e

maioria absoluta.

Comentários:

Nesse caso, por determinação do § 2º do art. 55 da Constituição Federal, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado

Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional,

assegurada ampla defesa. Questão correta.

54. (ESAF/2004/MPU) O deputado que sofrer condenação criminal

em sentença transitada em julgado terá a perda de seu mandato declarada pela Mesa da Câmara dos Deputados.

Comentários:

Page 48: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 75

Nesse caso, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos

Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado

no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. Questão incorreta.

Page 49: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 75

2. A Fiscalização Contábil, Orçamentária, Patrimonial e Operacional

I. Os Controles Interno e Externo

Os dinheiros públicos sofrem duas formas de controle: o interno, realizado no âmbito de cada Poder, e o Externo, de competência do Legislativo.

Veja o que dispõe a Constituição sobre o controle interno:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno

com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano

plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à

eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,

bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão

institucional.

Trata-se do controle realizado pela Receita Federal, por exemplo, ao

avaliar a efetividade de seus projetos institucionais, ou do Judiciário, ao rever as contratações de pessoal, por exemplo. Determina a Carta Magna que os

responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, deverão cientificar o Tribunal de Contas da União

(TCU), sob pena de responsabilidade solidária (art. 74, CF/88).

Já o controle externo é exercido por órgão DIFERENTE daquele a ser

fiscalizado, de onde vem seu nome. Trata-se do controle realizado pelo Legislativo sobre os demais Poderes, como veremos mais detalhadamente a

seguir.

É importante ressaltar que, nesse controle, é possível haver participação popular. Segundo a Constituição, qualquer cidadão, partido político, associação

ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União (art. 74, § 2º, CF).

II. A Fiscalização Contábil, Orçamentária, Patrimonial e Operacional

Page 50: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 75

A fiscalização contábil, orçamentária, patrimonial e operacional da União

e das entidades da Administração Direta e Indireta tem como responsável o Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU). Nos

Estados, são as Assembleias Legislativas as responsáveis pela fiscalização, auxiliadas pelos Tribunais de Contas dos Estados.

Veja importante entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre

esse assunto:

De acordo com o STF, o poder de fiscalização da ação administrativa do Poder Executivo é

outorgado aos órgãos coletivos de cada Câmara do Congresso Nacional, no plano federal, e da

Assembleia Legislativa, no dos Estados; nunca, aos seus membros individualmente, salvo, é claro,

quando atuem em representação de sua Casa ou comissão (ADI 3.046, DJ de 28.05.2004)

A fiscalização realizada pelo Legislativo tem como objeto a legalidade, a legitimidade, a economicidade, a aplicação das subvenções e a renúncia de

receitas (art. 70, “caput”, CF/88) e como fundamentos os princípios da

legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, dentre outros. Portanto, são quatro as facetas dessa fiscalização:

Fiscalização da legalidade: compreende a análise da obediência do

administrador à lei. Verifica-se a validade dos atos administrativos em face do ordenamento jurídico;

Fiscalização financeira: refere-se à aplicação das subvenções, à renúncia de receitas, às despesas e às questões contábeis;

Fiscalização da legitimidade: representa a análise da aceitação, pela população, da gestão da coisa pública;

Fiscalização da economicidade compreende a análise de custo/benefício

das ações do Poder Público.

III. Tribunais de Contas

Os Tribunais de Contas são órgãos vinculados ao Poder Legislativo, sem subordinação hierárquica a qualquer órgão deste Poder. Sua autonomia é

garantida constitucionalmente. Destaca-se que, embora pertençam ao Poder

Legislativo, não exercem função legislativa, mas de fiscalização e controle, de natureza administrativa.

A missão desses órgãos é ORIENTAR o Poder Legislativo no exercício do

controle externo. Para isso, a CF/88 lhes confere autonomia. Esses órgãos podem, inclusive, realizar o controle de constitucionalidade das leis. Veja o que

entende o STF a respeito desse assunto:

Page 51: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 75

Súmula 347 do STF

O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a

constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.

Esse controle de constitucionalidade não se dá em abstrato (lei em tese), mas sim no caso concreto (via de exceção). Por meio dele, pode a Corte de

Contas deixar de aplicar um ato por considera-lo incompatível com a

Constituição.

IV. O Tribunal de Contas da União

O Tribunal de Contas da União (TCU) é composto de nove Ministros. Tem sede no Distrito Federal e jurisdição em todo o território nacional. Seus

Ministros dispõem das mesmas prerrogativas, impedimentos, vencimentos e

vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para sua investidura, é necessário o cumprimento dos requisitos enumerados no art. 73,

§1º, da CF:

Mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; Idoneidade moral e reputação ilibada;

Notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;

Mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados acima.

A escolha de um terço (três) desses Ministros cabe ao Presidente da República, com posterior aprovação dos nomes pelo Senado Federal. Dois

desses Ministros deverão ser escolhidos alternadamente entre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice

pelo TCU, segundo critérios de antiguidade e merecimento. Os outros dois terços são escolhidos pelo Congresso Nacional, na forma de seu regimento

interno.

Os Ministros do TCU têm as mesmas prerrogativas, garantias,

impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de acordo com o art. 73, § 3º, da CF. Logo, têm como garantias

a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de seus subsídios. Também se lhe aplicam as regras do art. 4º da CF/88 referentes a

aposentadoria e pensão.

Destaca-se, ainda, que o auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício

das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal

(art. 73, § 4º, da CF/88). Como o auditor é substituto do Ministro, a ele se aplica a exigência de idade mínima de 35 anos. Nesse sentido, entende o STF

Page 52: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 75

(ADI 373/PI, DJ de 6.5.1994) que é razoável a exigência desse limite de idade

para ingresso no cargo de auditor de Tribunal de Contas estadual, uma vez que as normas estabelecidas para o TCU na CF/88 se aplicam, de regra, aos

Tribunais de Contas dos Estados.

O art. 70 da Constituição, como vimos anteriormente, determina que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da

União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo

sistema de controle interno de cada Poder.

Determina também, em seu parágrafo único, que prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,

guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de

natureza pecuniária.

Desse modo, o controle das contas públicas é de competência do

Congresso Nacional, que o exercerá com auxílio do TCU (art. 71, “caput”, CF). Vamos ler esse artigo?

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,

será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser

elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da

administração direta e indireta, incluídas as fundações e

sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou

outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

Destaca-se que no que se refere às contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos, a competência do TCU é para julgá-las.

Já no que concerne às contas do Presidente da República, cabe à Corte apenas apreciá-las, mediante parecer prévio, elaborado no prazo de sessenta dias,

de caráter meramente opinativo. O julgamento, então, será realizado pelo Congresso Nacional.

Outro ponto de destaque é que entende o STF (MS 25.092, DJ de 17.3.2006) que as empresas públicas e as sociedades de economia mista,

integrantes da Administração Indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime

Page 53: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 75

celetista. No mesmo sentido, entende a Corte (MS 21.644, DJ 8.11.1996) que

entidades de direito privado sujeitam-se á fiscalização do Estado quando dele recebem recursos, devendo seus dirigentes prestar contas dos valores

recebidos. Além disso, também os conselhos profissionais (Conselhos Federais e Conselhos Regionais de classe profissional), por terem natureza autárquica,

devem prestar contas ao TCU (MS 21.797, DJ 18.5.2001). Continuemos a análise do artigo...

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao

qual compete: (...)

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração

direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de

provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias

posteriores que não alterem o fundamento legal do ato

concessório;

Nesse sentido, observamos a posição do STF de que é necessária a observância do devido processo legal em processo administrativo no âmbito do

TCU.

Súmula Vinculante n. 03

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla

defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo

que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão

inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Sobre a concessão de aposentadoria, destaca-se, ainda, que segundo o STF configura ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido à condição resolutiva, não se

operam os efeitos da decadência antes da vontade final da Administração (MS

21.466, DJ de 17.10.1997).

Outro importante entendimento da Corte se refere á impossibilidade de o Tribunal de Contas suprimir vantagem pecuniária incluída nos proventos de

servidor por decisão judicial transitada em julgado (MS 25.460, DJ de 10.2.2006). Esse tipo de decisão, segundo a Corte, só pode ser modificada por

meio de ação rescisória. Voltemos à análise do art. 71 da CF/88:

Page 54: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 75

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,

será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (...)

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados,

do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades

administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais

de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros

instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso

Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em

lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as

providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se

verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado

Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou

abusos apurados.

§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de

imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

Page 55: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 75

§ 2º - Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo

de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

Os atos administrativos podem ser sustados diretamente pelo TCU,

sendo comunicada a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Já no que se refere aos contratos administrativos, a sustação caberá ao

Congresso Nacional, que solicitará ao Executivo a anulação desses atos. Caso

essas medidas não sejam adotadas no prazo de noventa dias, o TCU adquirirá competência para decidir a respeito.

Segundo o STF, o TCU tem legitimidade

para a expedição de medidas cautelares.

Entende o STF que o TCU tem legitimidade para expedir medidas cautelares para prevenir a ocorrência de lesão ao erário ou a direito alheio,

bem como para garantir a efetividade de suas decisões. Isso decorre da teoria de poderes implícitos, segundo a qual a toda competência prevista

constitucionalmente há previsão, ainda que implicitamente, das prerrogativas necessárias para lhe dar efetividade (MS 26.547/DF, 23.05.2007).

Entretanto, não tem a Corte de Contas, segundo o STF, poder para

decretar quebra de sigilo bancário (Notícias STF, 17.12.2007). Isso porque o TCU é um órgão auxiliar do Poder Legislativo, mas não se confunde com este.

Cabe ao Legislativo, não ao TCU, determinar a invasão dos dados bancários.

Também não tem o TCU função jurisdicional (de “dizer o direito”).

Entende o Pretório Excelso que o TCU não é um tribunal administrativo, no sentido francês, dotado de poder de solução dos conflitos em última instância.

O princípio da inafastabilidade da jurisdição impede que haja essa equiparação, além do que os poderes desse órgão estão devidamente delimitados

constitucionalmente no artigo 71.( MS 29599 DF, DJe-030 DIVULG 14/02/2011 PUBLIC 15/02/2011).

Art. 71, § 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.

§ 4º - O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,

trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

V. O TCU e a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e

Fiscalização (CMO)

Page 56: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 75

A CF/88 criou um mecanismo especial de fiscalização dos indícios de

despesas não autorizadas, como forma de assegurar a obediência à lei orçamentária. Trata-se de fiscalização realizada pela Comissão Mista de Planos,

Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) com o auxílio do TCU.

Determina a Constituição, em seu artigo 72, que a CMO, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos

não programados ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade

governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários. Não prestados os esclarecimentos, ou

considerados estes insuficientes, a Comissão solicitará ao TCU pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. Entendendo o Tribunal

irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional

sua sustação.

VI. Os Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios

Os Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal são compostos

de sete conselheiros (art. 75, parágrafo único, CF). Esses Tribunais se regem pelas Constituições Estaduais, devendo seguir o modelo previsto pela CF/88

para o TCU.

Por esse motivo, a nomeação dos Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados segue os mesmos critérios estabelecidos pela CF/88 (art. 73, §

1º). Nesse sentido, sobre a proporção das vagas a serem preenchidas pela

escolha do Executivo e do Legislativo (2/3 e 1/3, respectivamente, no modelo federal), entende o STF que:

Súmula 653 do STF:

No Tribunal de Contas Estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela

Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um

dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.

Note-se ainda que os vencimentos dos Conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados deverão ter como parâmetro aqueles dos

desembargadores do Tribunal de Justiça (ADI 396, DJ de 5.8.2005).

“E a quem o Tribunal de Contas Estadual prestará contas, professora?”

Excelente pergunta! À Assembleia Legislativa do Estado. Entende o STF

(ADI 687, DJ 10.02.2006) que o Tribunal de Contas está obrigado, por

Page 57: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 75

expressa determinação constitucional, a encaminhar, ao Poder Legislativo a

que se acha institucionalmente vinculado, tanto relatórios trimestrais quanto anuais de suas próprias atividades, com o objetivo de expor a situação das

finanças públicas administradas por esses órgãos.

Passaremos, agora, à análise da fiscalização do Município. Veja o que determina o art. 31 da Constituição acerca da fiscalização dos Municípios:

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos

sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º - O controle externo da Câmara Municipal será exercido

com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do

Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

Verifica-se, portanto, que a fiscalização do Município será feita pelo

Legislativo Municipal (controle externo) e pelo Executivo Municipal (controle interno), na forma da lei. No controle externo, a Câmara Municipal contará

com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. Note,

entretanto, a vedação feita pela Constituição em outro parágrafo do mesmo artigo:

§ 4º - É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

Destaca-se a posição do STF de que poderá ser instituído no Município

um Tribunal de Contas que, embora atue em um Município específico, será um órgão estadual. Esse órgão será denominado Conselho ou Tribunal de Contas

dos Municípios (ADI 687, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 10.02.2006).

É essencial salientar também que os Tribunais que existiam quando da

promulgação continuam válidos e permanecem em funcionamento. É o caso, por exemplo, do Tribunal de Contas de São Paulo (TCM/SP), criado em 1968.

Outro ponto importante é o que estabelece a Constituição a respeito do

parecer prévio emitido pela Câmara dos Vereadores.

Art. 31, § 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão

competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços

dos membros da Câmara Municipal.

Esse parecer é bastante diferente daquele emitido pelo Tribunal de

Contas da União e pelo Tribunal de Contas do Estado quando da análise das

Page 58: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 75

contas do Presidente da República e do Governador de Estado,

respectivamente. Ao contrário do que ocorre na análise das contas do Presidente, aqui há presunção da validade do parecer. A regra é a prevalência

do parecer, que só poderá ser derrubado por decisão de 2/3 dos membros da Câmara Municipal.

55. (ESAF/2006/CGU) Nos termos da Constituição Federal, é da

competência do Tribunal de Contas da União a avaliação do cumprimento das metas previstas no plano plurianual.

Comentários:

Compete ao sistema de controle interno avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual (art. 74, I, CF). Questão incorreta.

56. (ESAF/2008/CGU) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados

quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem

como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado, são finalidades do sistema de controle interno que devem ser

mantidos de forma integrada pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Comentários:

É o que determina o art. 74, II, da Constituição. Questão correta.

57. (ESAF/2006/CGU) Os responsáveis pelo controle interno que

deixarem de dar ciência ao Tribunal de Contas da União de irregularidades que tomarem conhecimento assumirão

responsabilidade subsidiária em relação a eventual prejuízo ao Erário, decorrente dessa irregularidade.

Comentários:

Reza o art. 74, § 1º, da Constituição que os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,

dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária. Questão incorreta.

Page 59: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 75

58. (ESAF/2006/CGU) O Tribunal de Contas da União só pode

realizar inspeções de natureza operacional nas unidades do Poder Executivo, quando solicitado pela Câmara dos Deputados, pelo

Senado Federal ou por Comissão Permanente ou Temporária do Congresso Nacional ou de qualquer de suas Casas.

Comentários:

Os Tribunais de Contas são órgãos vinculados ao Poder Legislativo, sem subordinação hierárquica a qualquer órgão deste Poder. Sua autonomia é

garantida constitucionalmente. Destaca-se que, embora pertençam ao Poder Legislativo, não exercem função legislativa, mas de fiscalização e controle, de

natureza administrativa. Questão incorreta.

59. (Nádia Carolina/2012) As Cortes de Contas possuem legitimidade

para realizar o controle de constitucionalidade das leis pela via de exceção.

Comentários:

A missão das Cortes de Contas é orientar o Poder Legislativo no

exercício do controle externo. Para isso, a CF/88 lhes confere autonomia. Esses

órgãos podem, inclusive, realizar o controle de constitucionalidade das leis, conforme dispõe a Súmula 347 do STF. Esse controle de constitucionalidade

não se dá em abstrato (lei em tese), mas sim no caso concreto (via de exceção). Por meio dele, pode a Corte de Contas deixar de aplicar um ato por

considera-lo incompatível com a Constituição. Questão correta.

60. (ESAF/2009/ANA) A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será

exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo

sistema de controle interno de cada Poder.

Comentários:

A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,

quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e

renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder (art. 70, “caput”, da

CF/88). Questão correta.

61. (ESAF/2006/CGU) Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos entre brasileiros que, entre outros requisitos,

possuam notórios conhecimentos jurídicos, contábeis ou financeiros ou de administração pública.

Page 60: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 75

Comentários:

O Tribunal de Contas da União (TCU) é composto de nove Ministros.

Tem sede no Distrito Federal e jurisdição em todo o território nacional. Seus Ministros dispõem das mesmas prerrogativas, impedimentos, vencimentos e

vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para sua investidura, é necessário o cumprimento dos requisitos enumerados no art. 73,

§1º, da CF:

Mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; Idoneidade moral e reputação ilibada; Notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou

de administração pública; Mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade

profissional que exija os conhecimentos mencionados acima.

Questão correta.

62. (ESAF/2006/IRB) Compete ao Tribunal de Contas da União

apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas e pensões, bem como a legalidade dos atos

de concessão de melhorias posteriores, mesmo que delas não decorra alteração no fundamento legal do ato concessório.

Comentários:

Veja o que determina a Carta Magna:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,

será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao

qual compete: (...)

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de

admissão de pessoal, a qualquer título, na administração

direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas

pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de

provimento em comissão, bem como a das concessões de

aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as

melhorias posteriores que não alterem o fundamento

legal do ato concessório;

Questão incorreta.

63. (ESAF/2008/CGU) A respeito da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União, é correto afirmar

que prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública, exceto

Page 61: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 75

privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro,

bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Comentários:

Também as pessoas privadas nesse caso, por determinação do parágrafo único do art. 70 da Constituição. Questão incorreta.

64. (ESAF/2008/CGU) O ato de sustar a execução de contrato ilegal

não é de competência do Tribunal de Contas da União porque deve ser adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de

imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

Comentários:

No caso de contratos administrativos irregulares, o ato de sustação

caberá ao Congresso Nacional, que solicitará ao Executivo a anulação desses atos. Questão correta.

65. (ESAF/2006/CGU) As decisões do Tribunal de Contas da União das quais resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título

executivo judicial, quando forem proferidas em sede de processo de tomada de contas especial.

Comentários:

Com o objetivo de dar efetividade às decisões do TCU, determina a Carta Magna (art. 71, § 3º) que as decisões do Tribunal de que resulte imputação de

débito ou multa terão eficácia de título executivo. A Constituição não restringe a eficácia desse dispositivo aos processos de tomada de contas especial.

Questão incorreta.

66. (ESAF/2008/CGU) O Tribunal de Contas da União não possui competência para realizar, por iniciativa própria, inspeções e

auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional

e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Comentários:

Reza a Constituição que compete ao TCU realizar, por iniciativa própria,

da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de

inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos

Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário (art. 71, IV). Questão incorreta.

Page 62: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 62 de 75

67. (ESAF/2008/CGU) As decisões do Tribunal de Contas da União de

que resulte imputação de débito ou multa não terão eficácia de título executivo.

Comentários:

Determina o § 3º do art. 71 da Carta Magna que as decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão, sim, eficácia de título

executivo. Questão incorreta.

68. (ESAF/2008/CGU) O Tribunal de Contas da União possui competência para aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de

despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano

causado ao erário.

Comentários:

Segundo a CF/88, compete ao TCU aplicar aos responsáveis, em caso de

ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano

causado ao erário (art. 71, VIII). Questão correta.

69. (ESAF/2004/MPU) Compete ao Tribunal de Contas da União

comunicar ao Congresso Nacional os casos de ilegalidade de despesas apurados, a fim de que tome as providências necessárias para a

aplicação aos responsáveis das sanções previstas em lei.

Comentários:

Nesse caso, caberá ao próprio Tribunal, devido à autonomia que

constitucionalmente lhe foi concedida, aplicar aos responsáveis as sanções previstas em lei (art. 71, VIII, CF). Questão incorreta.

70. (ESAF/2008/CGU) Tribunal de Contas da União encaminhará ao Congresso Nacional, bimestral e anualmente, relatório de suas

atividades.

Comentários:

O examinador trocou a periodicidade da obrigação, para confundir você!

Segundo o art. 71, § 4º, da CF, o Tribunal de Contas da União encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Questão incorreta.

Page 63: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 63 de 75

71. (ESAF/2008/CGU) A respeito da fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial da União, é correto afirmar que quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das

subvenções e renúncia de receitas, será exercida diretamente pelo Tribunal de Contas da União, mediante controle externo, e pelo

sistema de controle interno de cada poder.

Comentários:

Segundo o “caput” do art. 70 da Lei Fundamental, a fiscalização contábil,

financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,

economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de

controle interno de cada Poder. Nessa atividade, contará com auxílio do Tribunal de Contas da União, o qual, de acordo com o art. 71, § 4º, da CF,

encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Questão incorreta.

72. (ESAF/2008/CGU) A respeito da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União, é correto afirmar

que no caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder

Executivo as medidas cabíveis.

Comentários:

Perfeito! No caso de contratos administrativos irregulares, o ato de

sustação caberá ao Congresso Nacional, que solicitará ao Executivo a anulação desses atos (art. 71, § 1º, CF). Questão correta.

73. (ESAF/2006/CGU) É atribuição do Tribunal de Contas da União

fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo

capital social a União participe, de forma direta ou indireta.

Comentários:

É o que determina o art. 71, V, da Constituição. Questão correta.

74. (ESAF/2006/CGU) Na composição dos Tribunais de Contas dos

Estados, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal, caberá ao Governador a indicação de dois Conselheiros, sendo uma das vagas

ocupada, alternadamente, por integrante da carreira de auditor e por integrante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas.

Comentários:

Page 64: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 75

De acordo com a Súmula 653 do STF, no Tribunal de Contas Estadual,

composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este

indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha. Questão incorreta.

75. (ESAF/2003/Auditor Municipal de Fortaleza) Todos os membros

do Tribunal de Contas do Estado são livremente escolhidos pelo

Governador do Estado, devendo o nome ser aprovado pela Assembleia Legislativa.

Comentários:

Quatro dos membros do TCE devem ser escolhidos pela Assembleia

Legislativa e três pelo Governador, cabendo a este indicar um dentre auditores

e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha. Questão incorreta.

76. (ESAF/2006/SRF) Após a Constituição de 1988, ficou vedada a

criação, no âmbito do Estado, de Tribunal de Contas dos Municípios.

De acordo com o art. 31, § 4º, da Carta Magna, é vedada a criação de

Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais. Destaca-se, contudo, a posição do STF de que poderá ser instituído no Município um Tribunal de

Contas que, embora atue em um Município específico, será um órgão estadual. Esse órgão será denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos Municípios

(ADI 687, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 10.02.2006).Questão incorreta.

77. (ESAF/2005/SEFAZ-MG) O Município pode, como decorrência do seu poder de auto-organização, criar um tribunal de contas municipal

para efetuar o controle externo do Poder Executivo municipal.

Comentários:

A Constituição veda a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de

Contas pelo Município (art. 31, § 4º, CF). Questão incorreta.

78. (ESAF/2006/TCU) O parecer prévio sobre as contas prestadas

pelo prefeito, elaborado pelo órgão auxiliar da Câmara Municipal, é meramente indicativo, podendo ser rejeitado pelos vereadores, por

decisão tomada pela maioria simples, presentes à deliberação a maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.

Comentários:

Vejamos o que estabelece a Constituição a respeito do parecer prévio emitido sobre as contas do Prefeito:

Page 65: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 65 de 75

Art. 31, § 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente

sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara

Municipal.

Esse parecer é bastante diferente daquele emitido pelo Tribunal de Contas da União e pelo Tribunal de Contas do Estado quando da análise das

contas do Presidente da República e do Governador de Estado,

respectivamente. Ao contrário do que ocorre na análise das contas do Presidente, aqui há presunção da validade do parecer. A regra é a

prevalência do parecer, que só poderá ser derrubado por decisão de 2/3 dos membros da Câmara Municipal. Questão incorreta.

79. (ESAF/2009/ANA) No exercício do controle externo, ao

Congresso Nacional compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da

administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles

que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que

resulte prejuízo ao erário público.

Comentários:

Reza a Constituição que o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao

qual compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por

dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e

as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público (art. 71, II). Questão incorreta.

Page 66: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 66 de 75

LISTA DE QUESTÕES

1. (ESAF/2008/MPOG) A Câmara dos Deputados compõe-se de

representantes do povo, eleitos, pelo princípio majoritário, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

2. (ESAF/2004/MPU) Os deputados federais são eleitos pelo sistema majoritário, obedecendo-se às vagas estabelecidas, por meio de lei

complementar, para cada Estado e para o Distrito Federal.

3. (ESAF/2004/ANEEL) O número de representantes por Estado no Senado Federal é estabelecido por lei complementar,

proporcionalmente à população de cada unidade da Federação.

4. (ESAF/2004/MPU) A reunião de inauguração da sessão legislativa

do Congresso Nacional ocorrerá sempre no dia 15 de fevereiro de cada ano.

5.(ESAF/2008/MPOG) O Senado Federal compõe-se de representantes

dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o sistema proporcional.

6. (ESAF/2008/CGU) O Senado compõe-se de três representantes de cada Estado e do Distrito Federal eleitos segundo o princípio

majoritário para mandato de oito anos.

7.(ESAF/2006/IRB) Nos termos da Constituição Federal, o número total de Deputados Federais, bem como a representação por Estado e

pelo Distrito Federal, deve ser ajustado por lei, proporcionalmente à

população, no ano das eleições para o Congresso Nacional.

8. (Nádia Carolina/2012) Cada Território elegerá de oito a setenta deputados, proporcionalmente à sua população.

9. (Nádia Carolina/2012) A representação de cada Estado e do

Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,

alternadamente, por um e dois terços.

10. (ESAF/2006/CGU) A Câmara dos Deputados e o Senado Federal se reunirão em sessão conjunta para deliberar sobre o veto e sobre

medidas provisórias.

11. (ESAF/2006/CGU) Nos termos definidos no texto constitucional,

cada uma das Casas se reúne em sessões preparatórias, no primeiro ano da legislatura.

Page 67: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 67 de 75

12. (ESAF/2006/CGU) Nos impedimentos do Presidente do Senado

Federal, a Presidência da Mesa do Congresso Nacional é exercida pelo Primeiro-Vice Presidente do Senado Federal.

13. (ESAF/2008/MPOG) Os senadores podem encaminhar

individualmente pedidos escritos de informação aos Ministros de Estado, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não

atendimento, no prazo de trinta dias.

14. (ESAF/2008/MPOG) Os Ministros de Estado podem comparecer

por sua iniciativa a qualquer comissão do Senado Federal para expor assunto de relevância de seu Ministério, independentemente de

comunicação prévia à Mesa respectiva.

15. (ESAF/2008/MPOG) Qualquer comissão da Câmara dos

Deputados pode convocar Ministro de Estado para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado.

16. (ESAF/2006/CGU) Durante o recesso, funciona no Congresso

Nacional uma comissão representativa, eleita na última sessão legislativa para atuar durante a sessão legislativa seguinte.

17. (ESAF/2006/ENAP) As Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão convocar qualquer autoridade

ou cidadão para prestar depoimento sobre assunto previamente estabelecido.

18. (ESAF/2006/CGU) As Comissões Permanentes de cada uma

das Casas do Congresso Nacional pode convocar qualquer cidadão para prestar depoimento sobre assunto pré-estabelecido.

19. (ESAF/2004/MPU) As Comissões permanentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados têm competência para convocar

autoridades do Poder Executivo ou qualquer cidadão para prestar informações ou depoimentos perante o Plenário da Comissão.

20. (ESAF/2004/ANEEL) A Constituição proíbe expressamente que as

Comissões Parlamentares de Inquérito exerçam os poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.

21. (ESAF/2005/MPOG) O Congresso Nacional pode ser convocado extraordinariamente pelo presidente da República, pelo presidente da

Câmara dos Deputados, pelo presidente do Senado Federal ou pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.

22. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) Não é possível, em uma sessão

legislativa extraordinária, o Congresso Nacional deliberar sobre

matéria para a qual não foi convocado.

Page 68: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 68 de 75

23. (ESAF/2006/CGU) Nos termos definidos no texto constitucional,

cada uma das Casas se reúne em sessões preparatórias, no primeiro ano da legislatura.

24. (ESAF/2006/ENAP) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção

do Presidente da República, dispor sobre concessão de anistia.

25. (ESAF/2004/MPU) É competência exclusiva do Congresso

Nacional aprovar a decretação de intervenção federal e a decretação de estado de sítio ou suspender qualquer uma dessas medidas.

26. (ESAF/2005/MPOG) O ato que fixa os subsídios dos membros do

Congresso Nacional depende de sanção do Presidente da República.

27. (ESAF/2006/CGU) É competência exclusiva do Congresso

Nacional dispor sobre telecomunicações e radiodifusão.

28. (ESAF/2005/SRF) É competência exclusiva do Congresso Nacional a concessão de anistia.

29. (ESAF/2006/IRB) Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, a fixação do subsídio dos Ministros do

Supremo Tribunal Federal, por lei de iniciativa conjunta dos Presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado

Federal e do Supremo Tribunal Federal.

30. (ESAF/2011/TRF 1ª Região) É certo que, dentre outras competências, cabe privativamente à Câmara dos Deputados:

a) aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente.

b) avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional,

em sua estrutura e seus componentes.

c) aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de

ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato.

d) proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura

da sessão legislativa.

e) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da

União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

31. (ESAF/2003/AFT) O julgamento dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, pelo Senado Federal, nos crimes de

responsabilidade, por eles praticados, conexos com crime de

Page 69: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 69 de 75

responsabilidade praticado pelo Presidente da República, depende de

prévia autorização da Câmara dos Deputados.

32. (ESAF/2006/CGU) Compete privativamente à Câmara dos Deputados a fixação da remuneração de seus servidores.

33. (ESAF/2004/MPU) A fixação da remuneração dos servidores da Câmara dos Deputados é da sua competência privativa, sendo essa

competência exercida por meio de resolução.

34. (ESAF/2006/CGU) Compete privativamente ao Senado Federal autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da

União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

35. (ESAF/2004/MPU) O exercício da competência do Senado Federal quanto à aprovação prévia da escolha do Procurador-Geral da

República é feito por meio de voto secreto, após a arguição, em sessão secreta, do candidato indicado pelo presidente da República.

36. (ESAF/2005/MPOG) Incumbe ao Senado Federal o julgamento do

presidente da República, por crimes comuns e de responsabilidade.

37. (ESAF/2004/ANEEL) Somente o Poder Judiciário tem

competência constitucional para julgar autoridades da República por crimes de responsabilidade.

38. (ESAF/2004/MPU) Compete privativamente ao Senado Federal

avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário

Nacional, em sua estrutura e seus componentes.

39. (ESAF/2006/ENAP) A partir do ato de sua posse, os membros do Congresso Nacional passam a usufruir de imunidade formal, somente

podendo ser presos em caso de flagrante de crime inafiançável.

40. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) A inviolabilidade civil e penal

dos Parlamentares, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos, abrange atos praticados fora do exercício da atividade parlamentar.

41. (ESAF/2004/MPU) A inviolabilidade, ou imunidade material, dos

membros do Congresso Nacional afasta o dever de indenizar qualquer pessoa por danos morais e materiais por ela sofridos em razão de atos

praticados pelo deputado ou senador, no estrito exercício de sua atividade parlamentar.

42. (ESAF/2004/ANEEL) Pelos discursos que profere no Plenário da Câmara dos Deputados, em assuntos relacionados com a competência

Page 70: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 70 de 75

do Legislativo, o deputado não pode ser punido criminalmente, mesmo

que o discurso agrida a imagem de outro deputado.

43. (ESAF/2006/CGU) Os Deputados e Senadores, desde a posse, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

44. (Nádia Carolina/2012) Recebida a denúncia contra o congressista, por crime ocorrido após a diplomação, qualquer partido

político poderá pedir a sustação do processo.

45. (Nádia Carolina/2012) Os deputados e senadores devem testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do

exercício do mandato, salvo quando o sigilo for essencial à segurança do Estado.

46. (Nádia Carolina/2012) A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, mesmo militares, dependerá de prévia licença

da Casa respectiva, exceto em tempo de guerra.

47. (ESAF/2009/MPOG) As imunidades de Deputados ou Senadores só podem subsistir durante o estado de sítio mediante o voto de dois

terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados

fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam compatíveis com a execução da medida.

48. (ESAF/2009/MPOG) A partir da expedição do diploma, os

Deputados e Senadores não poderão ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", em pessoa jurídica de direito público,

autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público.

49. (ESAF/2009/MPOG) Deputado ou Senador que durante o exercício do mandato patrocinar causa em que seja interessada pessoa

jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público poderá

perder o mandato por declaração da Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido

político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

50. (ESAF/2006/CGU) O Senador não perderá o mandato se for licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, desde que o

afastamento não ultrapasse cento e oitenta dias por sessão legislativa.

51. (ESAF/2006/ENAP) Não perderá o mandato o Deputado ou Senador investido no cargo de Secretário de Estado ou de Prefeitura.

Page 71: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 71 de 75

52. (ESAF/2006/IRB) Se um Senador, após a posse, continuar como

proprietário de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ele estará sujeito à perda de

mandato, a ser declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido

político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

53. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) A perda de mandato do Parlamentar que sofrer condenação criminal em sentença transitada

em julgado será decidida pela Casa respectiva, por voto secreto e maioria absoluta.

54. (ESAF/2004/MPU) O deputado que sofrer condenação criminal

em sentença transitada em julgado terá a perda de seu mandato declarada pela Mesa da Câmara dos Deputados.

55. (ESAF/2006/CGU) Nos termos da Constituição Federal, é da competência do Tribunal de Contas da União a avaliação do

cumprimento das metas previstas no plano plurianual.

56. (ESAF/2008/CGU) Comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e

patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito

privado, são finalidades do sistema de controle interno que devem ser

mantidos de forma integrada pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

57. (ESAF/2006/CGU) Os responsáveis pelo controle interno que

deixarem de dar ciência ao Tribunal de Contas da União de irregularidades que tomarem conhecimento assumirão

responsabilidade subsidiária em relação a eventual prejuízo ao Erário, decorrente dessa irregularidade.

58. (ESAF/2006/CGU) O Tribunal de Contas da União só pode realizar inspeções de natureza operacional nas unidades do Poder

Executivo, quando solicitado pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal ou por Comissão Permanente ou Temporária do

Congresso Nacional ou de qualquer de suas Casas.

59. (Nádia Carolina/2012) As Cortes de Contas possuem legitimidade para realizar o controle de constitucionalidade das leis pela via de

exceção.

60. (ESAF/2009/ANA) A fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,

Page 72: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 72 de 75

economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será

exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

61. (ESAF/2006/CGU) Os Ministros do Tribunal de Contas da União

serão escolhidos entre brasileiros que, entre outros requisitos, possuam notórios conhecimentos jurídicos, contábeis ou financeiros

ou de administração pública.

62. (ESAF/2006/IRB) Compete ao Tribunal de Contas da União

apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas e pensões, bem como a legalidade dos atos

de concessão de melhorias posteriores, mesmo que delas não decorra alteração no fundamento legal do ato concessório.

63. (ESAF/2008/CGU) A respeito da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União, é correto afirmar

que prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública, exceto privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro,

bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

64. (ESAF/2008/CGU) O ato de sustar a execução de contrato ilegal

não é de competência do Tribunal de Contas da União porque deve ser adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de

imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

65. (ESAF/2006/CGU) As decisões do Tribunal de Contas da União

das quais resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo judicial, quando forem proferidas em sede de processo de

tomada de contas especial.

66. (ESAF/2008/CGU) O Tribunal de Contas da União não possui

competência para realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional

e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

67. (ESAF/2008/CGU) As decisões do Tribunal de Contas da União de

que resulte imputação de débito ou multa não terão eficácia de título executivo.

68. (ESAF/2008/CGU) O Tribunal de Contas da União possui competência para aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de

despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano

causado ao erário.

Page 73: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 73 de 75

69. (ESAF/2004/MPU) Compete ao Tribunal de Contas da União

comunicar ao Congresso Nacional os casos de ilegalidade de despesas apurados, a fim de que tome as providências necessárias para a

aplicação aos responsáveis das sanções previstas em lei.

70. (ESAF/2008/CGU) Tribunal de Contas da União encaminhará ao Congresso Nacional, bimestral e anualmente, relatório de suas

atividades.

71. (ESAF/2008/CGU) A respeito da fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial da União, é correto afirmar que quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das

subvenções e renúncia de receitas, será exercida diretamente pelo Tribunal de Contas da União, mediante controle externo, e pelo

sistema de controle interno de cada poder.

72. (ESAF/2008/CGU) A respeito da fiscalização contábil, financeira,

orçamentária, operacional e patrimonial da União, é correto afirmar que no caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente

pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

73. (ESAF/2006/CGU) É atribuição do Tribunal de Contas da União

fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta.

74. (ESAF/2006/CGU) Na composição dos Tribunais de Contas dos Estados, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal, caberá ao

Governador a indicação de dois Conselheiros, sendo uma das vagas ocupada, alternadamente, por integrante da carreira de auditor e por

integrante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas.

75. (ESAF/2003/Auditor Municipal de Fortaleza) Todos os membros

do Tribunal de Contas do Estado são livremente escolhidos pelo Governador do Estado, devendo o nome ser aprovado pela Assembleia

Legislativa.

76. (ESAF/2006/SRF) Após a Constituição de 1988, ficou vedada a criação, no âmbito do Estado, de Tribunal de Contas dos Municípios.

77. (ESAF/2005/SEFAZ-MG) O Município pode, como decorrência do seu poder de auto-organização, criar um tribunal de contas municipal

para efetuar o controle externo do Poder Executivo municipal.

78. (ESAF/2006/TCU) O parecer prévio sobre as contas prestadas pelo prefeito, elaborado pelo órgão auxiliar da Câmara Municipal, é

meramente indicativo, podendo ser rejeitado pelos vereadores, por

Page 74: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 74 de 75

decisão tomada pela maioria simples, presentes à deliberação a

maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.

79. (ESAF/2009/ANA) No exercício do controle externo, ao Congresso Nacional compete julgar as contas dos administradores e

demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades

instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles

que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.

Page 75: Aula 02 - Direito Constitucional.Text.Marked.pdf

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Constitucional para ATA/MF

Profa. Nádia Carolina– Aula 02

Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 75 de 75

Questão Resposta Questão Resposta Questão Resposta

1 Incorreta 34 Correta 67 Incorreta

2 Incorreta 35 Incorreta 68 Correta

3 Incorreta 36 Incorreta 69 Incorreta

4 Incorreta 37 Incorreta 70 Incorreta

5 Incorreta 38 Correta 71 Incorreta

6 Correta 39 Incorreta 72 Correta

7 Incorreta 40 Incorreta 73 Correta

8 Incorreta 41 Correta 74 Incorreta

9 Correta 42 Correta 75 Incorreta

10 Incorreta 43 Incorreta 76 Incorreta

11 Correta 44 Incorreta 77 Incorreta

12 Incorreta 45 Incorreta 78 Incorreta

13 Incorreta 46 Incorreta 79 Incorreta

14 Incorreta 47 Incorreta

15 Correta 48 Incorreta

16 Incorreta 49 Incorreta

17 Incorreta 50 Incorreta

18 Incorreta 51 Incorreta

19 Incorreta 52 Incorreta

20 Incorreta 53 Correta

21 Incorreta 54 Incorreta

22 Incorreta 55 Incorreta

23 Incorreta 56 Correta

24 Correta 57 Incorreta

25 Incorreta 58 Incorreta

26 Incorreta 59 Correta

27 Incorreta 60 Correta

28 Incorreta 61 Correta

29 Incorreta 62 Incorreta

30 C 63 Incorreta

31 Incorreta 64 Correta

32 Incorreta 65 Incorreta

33 Incorreta 66 Incorreta