aula 02-direito comercial

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Aula do curso exponencial concursos

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  • Aula 02

    Curso: Direito Comercial p/ ICMS RJ

    Professor: Wangney Ilco

  • Curso: Direito Comercial p/ ICMS RJ

    Teoria e Questes comentadas Prof. Wangney Ilco Aula 02

    Prof. Wangney Ilco 2 de 45

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    Assunto Pgina

    1- Introduo 02

    2- Conceito de sociedade 03

    3- Classificao das sociedades 07

    4- Tipos societrios 09

    5- Sociedades no personificadas 11

    6- Sociedades personificadas 16

    7- Questes comentadas 31

    8- Lista de exerccios 41

    9- Gabarito 45

    Ol pessoal! Tudo bem?

    Vamos prosseguir o nosso curso com mais uma aula sobre o Direito

    Societrio, beleza? Ento vamos com muito foco e disciplina.

    Abraos e boa aula!

    Pois bem, pessoal! Em nossa aula demonstrativa conhecemos a

    chamada Teoria da Empresa, definimos o empresrio, a empresa e os

    auxiliares do empresrio. Constatamos que:

    A atividade econmica considerada tpica de empresa quando

    exercida profissionalmente, de forma organizada para a

    produo ou circulao de bens ou de servios.

    Em seguida, tratamos do registro da atividade empresarial, da

    escriturao, do nome empresarial e do estabelecimento empresarial.

    importante recordarmos esses conceitos, pois sero utilizados nesta

    aula de hoje. Partiu?

    1- Introduo

    AULA 02 - Classificao das sociedades empresrias. Sociedades

    contratuais. Tipos sociais.

    "Grandes realizaes no so feitas por impulso,

    mas por uma soma de pequenas realizaes".

    Vincent Van Gogh

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    Bem, o art. 44 do Cdigo Civil relaciona as pessoas jurdicas de direito

    privado da seguinte forma:

    *As pessoas jurdicas em destaque so o nosso objeto de estudo.

    Portanto, a SOCIEDADE uma pessoa jurdica de direito privado

    constituda por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir,

    com bens ou servios, para o exerccio de atividade econmica e a

    partilha, entre si, dos resultados (art. 981, CC). Destaca-se que as

    sociedades podem possuir um ou mais negcios determinados, ou seja, no

    esto obrigadas a exercer exclusivamente somente uma atividade.

    De sua definio podemos observar que h um elemento abstrato e

    subjetivo nas sociedades que a inteno das pessoas de se unirem em

    sociedade, aceitando os riscos e os lucros inerentes atividade econmica. A

    expresso que representa esta inteno a chamada Affectio Societatis

    (ou animus contrahendi). Ressalta-se que a finalidade econmica e a

    distribuio dos lucros o que difere a sociedade (e a EIRELI) das demais

    pessoas jurdicas de direito privado. Vejamos um esquema grfico para

    assimilarmos melhor:

    Obs: A EIRELI ser estudada na prxima aula de forma detalhada e isolada,

    por ser um tipo empresarial novo e peculiar, ok? No momento, basta

    sabermos que a EIRELI tambm possui fins econmicos.

    SOCIEDADE

    Fins econmicos

    Partilha dos resultados (lucros)

    Pluralidade das partes

    Affectio Societatis

    Pessoas Jurdicas de Direito Privado

    Associaes

    Fundaes

    Organizaes Religiosas

    Partidos Polticos

    SOCIEDADES

    EMPRESAS INDIVIDUAIS DE RESPONSABILIDADE

    LIMITADA (EIRELI)

    2- Conceito de sociedade

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    2.1 Sociedade empresria X Sociedade simples

    J com o conceito de sociedade fresquinho na mente, temos que

    diferenciar a sociedade que exerce a atividade empresarial daquela que

    simplesmente possui uma atividade econmica qualquer, ok?

    Assim, as sociedades dividem-se em dois grandes grupos: sociedade

    empresria e sociedade simples. A distino entre elas, em regra, deve-se

    Teoria da Empresa, nos mesmos moldes apresentados em nossa aula

    demonstrativa quando caracterizamos a atividade empresarial.

    Portanto, as sociedades empresrias possuem as mesmas

    CARACTERSTICAS que tornam o indivduo empresrio, enquanto que as

    sociedades simples, de forma excludente, so as demais sociedades que

    no exercem a atividade empresarial. Essa distino est prevista no art.

    982 e a regra geral, PORM temos as seguintes excees:

    SOCIEDADE

    Sociedadeempresria

    Atividade prpria de empresrio

    Sociedadesimples

    Aquela que no empresria

    Independente do objeto social

    Sociedade Annima e Sociedade em

    Comandita por aes

    SEMPRE Sociedade empresria

    Sociedade Cooperativa

    SEMPRE Sociedade Simples

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    Alm destes, devemos nos recordar do caso da ATIVIDADE RURAL,

    onde a sujeio ao regime empresarial uma faculdade do

    indivduo/sociedade, como vimos na aula 01 ao tratar do registro da

    atividade rural. Assim, a sociedade que tenha por objeto a atividade rural ao

    requerer o seu registro no RPEM se sujeitar s regras da sociedade

    empresria.

    (FCC / JUIZ SUBSTITUTO-TJ-MS / 2010) A sociedade

    empresria, no direito brasileiro,

    a) um ente despersonalizado, como regra confundindo-se o patrimnio de

    seus scios com o dela.

    b) no tem atributos do direito da personalidade, no podendo por isso sofrer

    dano moral.

    c) independentemente de seu objeto, considera-se empresria a sociedade

    por quotas de responsabilidade limitada.

    d) tem por objeto o exerccio de atividade prpria de empresrio sujeito a

    registro, salvo as excees expressas em lei.

    e) adquire personalidade jurdica to logo comecem suas atividades, servindo

    a inscrio no registro prprio apenas para sua formalizao.

    Comentrios

    a) Incorreta. A sociedade uma pessoa jurdica (art. 44 do CC), cujo

    nascimento inicia-se com a inscrio dos seus atos constitutivos no registro

    prprio, certo? No caso da sociedade empresria o registro prprio o RPEM

    (Junta Comercial). Assim, a sociedade empresria, sendo uma espcie de

    sociedade, possui personalidade jurdica e como consequncia o seu

    patrimnio no se confunde com o dos seus scios, em razo do princpio da

    separao patrimonial. um ente personalizado.

    b) Incorreta. Em termos gerais, a sociedade empresria, assim como o

    empresrio individual, sujeito de direito, portanto assume as obrigaes

    prprias e adquire direitos no exerccio da atividade empresria. Isso devido

    sua personalidade jurdica. Logo, possui alguns atributos do direito da

    personalidade como, por exemplo, o direito ao nome. Isso j suficiente para

    tornar a alternativa incorreta, j que a mesma firma que a sociedade

    empresria no possui atributos da personalidade, ok? Porm,

    complementando, devemos saber que o CC confere s pessoas jurdicas a

    proteo dos direitos da personalidade, no que couber. Os direitos da

    personalidade so prprios das pessoas naturais, ok? Exemplo: direito ao

    nome, vida, imagem, honra, privacidade, etc. Assim, quando um

    indivduo tem a sua honra ofendida, por exemplo, teremos o chamado dano

    moral. Ento, a alternativa versa sobre a possibilidade de a pessoa jurdica

    sofrer dano moral. Pode isso Arnaldo? Em que pese s discusses

    doutrinrias, serei objetivo: A smula 227 do STJ afirma que A pessoa

    jurdica pode sofrer dano moral. Resumindo: A pessoa jurdica tem a

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    proteo dos direitos da personalidade (art. 52, CC), no que couber, e poder

    sofrer dano moral.

    c) Incorreta. Veremos mais adiante que o tipo societrio por quotas de

    responsabilidade limitada (sociedade limitada) poder ser simples ou

    empresria. O examinador quis confundir o candidato, pois vimos que essa

    disposio refere-se sociedade por aes (art. 982, nico).

    d) Esta a nossa resposta. Ela est praticamente literal ao caput do art. 982,

    CC.

    e) Incorreta. A inscrio da sociedade empresria se d no RPEM (Junta

    Comercial). Assim, nos termos do art. 985 do CC, a sociedade adquire

    personalidade jurdica com a inscrio dos seus atos constitutivos no registro

    prprio.

    2.2 Empresrio Individual x Sociedade empresria

    Aps a devida comparao entre sociedade empresria e

    sociedade simples, devemos cuidar agora do confronto entre empresrio

    individual e sociedade empresria.

    Obs: Apesar de no possuir personalidade jurdica, o empresrio individual

    obrigado a se registrar no Registro Pblico das Empresas Mercantis (RPEM) e

    ao uso de CNPJ.

    Portanto, a responsabilidade do empresrio individual

    ILIMITADA e DIRETA (vimos na aula 00), enquanto que a sociedade

    empresria responde por suas prprias obrigaes. Logo, a responsabilidade

    EMPRESRIOINDIVIDUAL

    No possui personalidadejurdica - sem autonomia

    patrimonial

    Confuso entre os bens particulares do empresrio e

    da empresa;

    Pelas obrigaes da empresa, o empresrio responde com seus prprios bens

    (exceto os de famlia).

    SOCIEDADE EMPRESRIA

    Possui personalidadejurdica - proteo do Princpio da Autonomia

    Patrimonial;

    Os bens particulares dos scios no se confundem com os bens da sociedade;

    A princpio, a sociedade responde com seus

    prprios bens por suas dvidas (art. 1024, CC).

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    dos scios da sociedade empresria , em regra, SUBSIDIRIA (art.

    1.024), pois s respondem pelas dvidas sociais aps executados os bens da

    sociedade.

    No mais, o indivduo que faz parte da sociedade empresria chamado

    de SCIO, mas no empresrio, visto que o empresrio a sociedade. O

    scio aquele que investe na sociedade e um empreendedor. Portanto,

    no podemos confundir o scio com o empresrio individual: SCIO

    DIFERENTE DE EMPRESRIO.

    (FCC / PROMOTOR DE JUSTIA-MPE-CE / 2009) A

    sociedade empresria, como pessoa jurdica, sujeito de direito

    personalizado. Posta a premissa, FALSA a consequncia seguinte:

    a) a responsabilizao patrimonial, solidria e direta dos scios, em relao

    aos credores, pelo eventual prejuzo causado pela sociedade.

    b) sua titularidade negocial, ou seja, ela quem assume um dos plos na

    relao negocial.

    c) sua titularidade processual, isto , pode demandar e ser demandada em

    juzo.

    d) sua responsabilidade patrimonial, ou seja, tem patrimnio prprio,

    inconfundvel e incomunicvel com o patrimnio individual de seus scios.

    e) extingue-se por um processo prprio, que compreende as fases de

    dissoluo, liquidao e partilha de seu acervo.

    Comentrios

    A letra a) a nossa resposta logo de cara. Como regra, a

    responsabilidade dos scios subsidiria em relao sociedade, ou seja, eles

    sero chamados a responder pelas dvidas sociais depois de esgotados os bens

    patrimoniais da sociedade. Logo, a sua responsabilidade no direta. Em

    relao s demais alternativas, elas esto todas corretas e refletem as

    conseqncias da obteno da personalidade jurdica pela sociedade. Ressalta-

    se que a extino das sociedades veremos com mais detalhes na nossa

    prxima aula. Por enquanto devemos saber apenas que assim como ocorre

    com a pessoa natural, as pessoas jurdicas tambm nascem e morrem. E o

    processo compreende a dissoluo, liquidao e partilha. Ok?

    J com o conceito de sociedade na cabea, bem como a classificao em

    empresria e simples, vamos ver as demais classificaes doutrinrias das

    sociedades, beleza?!

    Ento, as sociedades classificam-se:

    3- Classificao das sociedades

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    Por fim, as sociedades podem ser PLURIPESSOAIS ou

    UNIPESSOAIS, conforme o nmero de scios. Porm, como regra, a

    sociedade deve possuir mais de um scio conforme a sua prpria definio. S

    que em alguns casos admite-se a sociedade com apenas um scio. Vejamos

    uma questo como exemplo dessa classificao. Beleza?

    Quanto personificao/personalizao: regularidade de constituio da sociedade.

    Personificadas

    -Possui personalidade jurdica

    -Atos constitutivos inscritos no registro prprio.

    No personificadas

    -No possui personalidade jurdica

    -Atos constitutivos no inscritos

    -Sociedade em comum

    -Sociedade em conta de participao.

    Quanto estrutura econmica ou composio ou natureza: refere-se alienao da participao societria e entrada de novos scios na sociedade.

    Sociedades de pessoa

    -As qualidades do scio so mais importantes que a sua participao em capital.

    -Novos scios - consentimento dos demais.

    -Ex: Sociedade simples pura.

    Sociedades de capital

    -A participao em capital do scio mais importante que suas caractersticas.

    - Novos scios - depende s da sua contribuio em capital.

    - Ex: Sociedade Annima.

    Quanto responsabilidade dos scios

    ILIMITADA

    -Respondepessoalmente pelas obrigaes sociais

    -Subsidiria

    -Ex: sociedade em nome coletivo

    LIMITADA

    -Responsabilidade limitada a sua contribuio

    -Ex: sociedade limitada

    MISTA

    -Combinao de scios com responsabilidade limitada e ilimitada

    -Ex: Sociedades em comandita simples e em comandita por aes.

    Quanto forma de constituio

    Contratualista

    -Constituda por Contrato Social

    Institucionalista

    -Constituda por Estatuto Social

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    (ESAF / Procurador da Fazenda Nacional / 2006) Julgue

    os itens de acordo com o Cdigo Civil Brasileiro e assinale a opo que contm

    a resposta correta.

    ( ) Admite-se a sociedade unipessoal sem limitaes.

    Comentrios

    O Cdigo Civil adota como regra a pluralidade de scios na

    constituio de uma sociedade (Art. 981, CC). Porm, admitem-se as

    SOCIEDADES unipessoais, em casos excepcionais. Este o tema cobrado

    na questo.

    Uma das excees o caso da UNIPESSOALIDADE TEMPORRIA,

    onde a sociedade deve reconstituir a PLURALIDADE DOS SCIOS no

    prazo de 180 dias, sob a pena de dissoluo. Assim, teramos uma

    sociedade unipessoal temporria (art. 1.033, IV). No entanto, o scio

    remanescente ainda possui a possibilidade de transformar o registro da

    sociedade em empresrio individual ou empresa individual de responsabilidade

    limitada, sem ter a sociedade dissolvida. esta a faculdade apresentada pelo

    pargrafo nico do art. 1033 do CC.

    No caso das sociedades por aes, a Lei 6.404/76 (LSA) prev a

    possibilidade de constituio de uma sociedade com um nico scio chamada

    de Subsidiria Integral, prevista no Art. 251 da LSA. No entanto, tambm

    este um caso especfico e sujeito ao cumprimento de alguns requisitos

    previsto naquele artigo.

    Portanto, a questo est INCORRETA, visto que h certas limitaes no

    caso de sociedade unipessoal. Jamais poderamos dizer que no h limitao

    para a admisso de sociedade unipessoal, j que sabemos que a regra a

    pluralidade dos scios.

    Eis os tipos societrios previstos no Cdigo Civil, segundo a classificao

    em empresria e simples:

    SOCIEDADE SIMPLES SOCIEDADE EMPRESRIA

    Sociedade Simples Pura Sociedade Annima (SA)

    Sociedade Cooperativa Sociedade em Comandita por Aes

    Sociedade em Nome Coletivo

    Sociedade em Comandita Simples

    Sociedade Limitada

    4- Tipos societrios

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    Regra geral exceto o tipo sociedade simples pura e cooperativa, os demais

    so tipos prprios de sociedade empresria.

    Obs: Ainda temos as SOCIEDADES EM COMUM e as SOCIEDADES EM CONTA

    DE PARTICIPAO, que so os tipos de sociedades no personificadas.

    Obs: Tambm temos as Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte

    (EPP), alm da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI).

    Obviamente, estudaremos cada tipo societrio acima. Fiquem

    tranquilos! Agora, vamos ver outros tipos de sociedades presentes no CC.

    4.1- Sociedades dependentes de autorizao

    Algumas sociedades necessitam de AUTORIZAO do Poder Executivo

    Federal para funcionar, pois algumas atividades econmicas caracterizam-se

    pelo interesse pblico, como os servios de sade e educao. So as

    chamadas sociedades dependentes de autorizao (art. 1.123).

    No entanto, a qualquer momento o poder pblico poder cassar a

    autorizao. Sendo que a sociedade autorizada dever entrar em

    funcionamento nos 12 meses seguintes data da publicao do ato, caso

    contrrio a autorizao caduca. Este tipo de societrio pode ser dividido em

    sociedade nacional e sociedade estrangeira.

    (FGV / ICMS-RJ / 2010) Com relao s sociedades

    nacionais e sociedades estrangeiras, analise as afirmativas a seguir.

    I. A sociedade constituda segundo a lei estrangeira poder exercer atividade

    no Brasil, desde que autorizada pelo Poder Executivo, submetendo-se, quanto

    aos atos praticados no Brasil, s leis e aos tribunais do pas em que se

    constituiu.

    II. A sociedade nacional quando organizada em conformidade com a lei

    brasileira, tem a sede de sua administrao no territrio brasileiro e com a

    maioria de seu capital controlado por brasileiros natos.

    Sociedade dependente de AUTORIZAO

    Sociedade NACIONAL

    Constituda conforme leis brasileiras

    Sede no Brasil

    Sociedade ESTRANGEIRA

    Pode ser acionista de SA

    Se sujeita s leis brasileiras

    do Executivo federal

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    III. O estrangeiro est proibido de exercer qualquer atividade empresarial no

    Brasil.

    Assinale:

    a) se nenhuma afirmativa estiver correta.

    b) se somente a afirmativa I estiver correta.

    c) se somente a afirmativa II estiver correta.

    d) se somente a afirmativa III estiver correta.

    e) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

    Comentrios

    I. Est incorreta. O erro desta afirmativa est em dizer que a sociedade

    estrangeira estar sujeita s leis e atos dos tribunais do pas em que se

    constituiu. Como os atos praticados foram no Brasil se sujeitam s leis e

    tribunais brasileiros conforme art. 1.137.

    II. Est incorreta. O CC no faz diferenciao alguma quanto nacionalidade

    dos controladores de uma sociedade, conforme vimos no conceito sobre a

    sociedade nacional (art. 1.126, CC). Basta apenas que a sociedade seja

    constituda sob a lei brasileira e tenha a sede de sua administrao no pas.

    III. Est incorreta. Na parte do Cdigo Civil que trata das sociedades

    estrangeiras no h vedao alguma para que o estrangeiro ou sociedade

    estrangeira exera atividade empresarial no Brasil. O que temos uma srie

    de restries e exigncias.

    Desta forma, como todas as afirmativas esto incorretas, nosso gabarito

    a letra A.

    Meus caros amigos e amigas, a partir de agora iremos estudar

    detalhadamente cada um dos tipos sociais existentes. Ressalto a importncia

    desta parte do programa, pois objeto de diversas questes, ok? Ento,

    primeiramente vamos comear pelas sociedades no personificadas.

    S PARA RELEMBRAR: a sociedade adquire a personalidade jurdica com a

    inscrio dos seus atos constitutivos no registro prprio. Na Junta Comercial

    ocorre o registro das sociedades empresrias; no Registro Civil das Pessoas

    Jurdicas, as simples. Desta forma, sem o registro dos seus atos constitutivos,

    a sociedade no possui personalidade jurdica e o contrato ou acordo s

    tem validade entre os scios, no tendo fora contra terceiros. Ento,

    passamos a ter a chamada sociedade no personificada ou no personalizada

    ou despersonalizada.

    A falta de personalidade jurdica traz uma srie de consequncias, ou

    melhor, restries para a sociedade no exerccio de suas atividades, como no

    5- Sociedades NO personificadas

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    poder se valer do benefcio da recuperao judicial, no poder participar de

    licitaes pblicas, no h a autonomia patrimonial, etc.

    Ressalta-se, contudo, que nos termos do art. 12, inciso VII do Cdigo

    de Processo Civil CPC, as sociedades sem personalidade jurdica sero

    representadas em juzo, ativa ou passivamente, pela pessoa a quem

    couber a administrao dos seus bens. Alm disso, as sociedades sem

    personalidade jurdica, quando demandadas, no podero opor a

    irregularidade de sua constituio.

    Assim, temos dois tipos previstos de sociedades no personificadas:

    *LEGISLAO APLICVEL S SOCIEDADES NO PERSONIFICADAS

    (FCC / PROCURADOR DO MUNICPIO-SP / 2008)

    Classificam-se como sociedades no personificadas a sociedade:

    a) limitada e a em comandita por aes.

    b) cooperativa e a annima.

    c) em nome coletivo e a em comandita simples.

    d) em comum e a em conta de participao.

    e) simples e a limitada.

    Sociedades nopersonificadas

    Sociedade em comum

    Possui instrumentoconstitutivo, porm no

    foi registrado

    Sociedade em conta de participao

    Mero contrato. Caso registrado, no confere personalidade jurdica

    1 - Regras prprias de cada uma delas

    2 - Regras das sociedadessimples (subsidiariamente)

    *LIQUIDAO - sujeita-se a prestao de contas da lei processual .

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    Comentrios

    A nica alternativa que apresenta sociedades no personificadas ou

    despersonalizadas a letra d): sociedades em comum e em conta de

    participao (arts. 986 a 996 do CC).

    (FCC / PROCURADOR-BA / 2006) Independentemente de

    seu objeto consideram-se personificadas e

    a) empresrias, as sociedades por aes, e simples as cooperativas.

    b) empresrias, as cooperativas, e simples as que tenham por objeto o

    exerccio de atividade prpria de empresrio rural.

    c) simples, todas as sociedades limitadas, e empresrias todas as sociedades

    em nome coletivo.

    d) empresrias, as sociedades por aes, e simples a sociedade em conta de

    participao.

    e) simples, as sociedades em comum, e empresrias as sociedades limitadas.

    Comentrios

    A questo relaciona a classificao conforme a personificao com a

    classificao em empresria e simples, considerando os tipos societrios. De

    cara, a letra a) a nossa resposta, com fundamento no art. 982, nico.

    Afinal, as sociedades por aes so personificadas e sempre empresrias,

    enquanto que as cooperativas so sempre simples, independente do objeto

    social. As demais alternativas esto incorretas. Ao observar o nosso quadro

    de tipos sociais mais acima verificaremos com tranqilidade quais os erros,

    ok?

    5.1- Sociedade em comum (art. 986 a 990, CC)

    Portanto, a sociedade em comum uma SOCIEDADE SEM REGISTRO.

    Nestes termos, a sociedade em comum diz respeito a uma situao eventual

    de irregularidade pela qual a sociedade passa na realizao de sua atividade

    econmica, como resultado da falta de inscrio.

    De outra forma, importante sabermos para a nossa prova que as

    regras da sociedade em comum so aplicadas s chamadas sociedades

    irregulares ou de fato.

    Sociedade de fato sem qualquer documento escrito.

    Sociedade irregular tem documento escrito, mas no registrado.

    Enquanto NOregistrar seus

    atos constitutivos

    Regras da Sociedade em

    comum

    Subsidiariamente, regras da

    Sociedade Simples

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    A distino acima somente relevante por conta da necessidade de

    documento ou contrato social escrito (embora no registrado na junta

    comercial) para que os scios provem a existncia da sociedade e sua

    qualidade de scio. Deste modo, somente os scios da SOCIEDADE

    IRREGULAR podem pleitear ao de reconhecimento da sociedade; os da

    sociedade de fato no. Porm, os terceiros podem provar a sua existncia

    de qualquer modo.

    Bem, como a sociedade em comum no possui personalidade jurdica,

    qual a situao dos seus bens e dvidas? A sociedade possui patrimnio

    prprio? Como no tem personalidade jurdica nem autonomia patrimonial,

    seguimos a seguinte regra:

    Este patrimnio especial representa o resultado das relaes jurdicas

    praticadas pelos scios na execuo da atividade econmica, em razo da

    problemtica em identificar os bens sociais, por isso, todos os scios so

    titulares desse patrimnio, que garantia de terceiros.

    5.1.1- Responsabilidade dos scios da Sociedade em comum

    Esta uma parte um pouco mais complexa, por isso irei apresentar

    detalhadamente e com calma. Neste curso ainda falaremos muito acerca da

    responsabilidade nas diversas sociedades, ok? Ento, vamos seguir.

    A REGRA GERAL para as sociedades com personalidade jurdica quanto

    responsabilidade pelas dvidas sociais aquela prevista no art. 1.024, pela

    qual os bens dos scios so atingidos depois de exauridos os bens da

    sociedade SUBSIDIARIEDADE.

    Ento como fazer para aplicar esta regra geral s sociedades em

    comum, j que elas no possuem personalidade jurdica? A soluo est no

    patrimnio especial (art. 988, CC), do qual os scios so os titulares. Assim,

    Os bens sociais respondem pelos atos de gesto praticados por

    qualquer dos scios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que

    somente ter eficcia contra o terceiro que o conhea ou deva conhecer..

    Afinal, a administrao numa sociedade em comum presume-se

    DISJUNTIVA, ou seja, os atos de gesto da sociedade cabem a cada um

    dos scios, pelo fato de no possuir contrato social registrado e

    personalidade jurdica. Na sociedade em comum, ressalta-se, ainda, que os

    Sociedade em comum

    BENS + DVIDAS = PATRIMNIO ESPECIAL

    Os scios so os titulares

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    scios so solidrios entre si, ou seja, qualquer um deles poder ser instado

    a responder com seus bens pelas dvidas da sociedade.

    Agora, o que mais nos interessa para a prova que o scio que praticou

    ato pela sociedade NO gozar do BENEFCIO DE ORDEM (responsabilidade

    subsidiria art. 1.024), ficando sujeito a responder com seu patrimnio

    particular pelas dvidas sociais, ANTES mesmo de executados os bens da

    sociedade, ainda mais se ele agiu alm dos interesses da sociedade. Ento, a

    responsabilidade dos scios da sociedade em comum seria:

    5.2- Sociedade em conta de participao

    Bem pessoal, vamos prosseguir?

    Assim, como o contrato da sociedade em conta de participao s

    produz efeitos entre os scios, os terceiros podem provar a sua existncia por

    todos os meios admitidos em direito. E tal como ocorre na sociedade em

    comum, a sociedade em conta de participao constitui patrimnio especial

    pelos DBITOS sociais

    Subsidiria - Bens sciais respondem

    Scio que contratou- Excludo do

    benefcio de ordem

    Todos os scios -SOLIDRIA e

    ILIMITADAMENTE

    Sociedade em conta de participao

    SEM personalidade jurdica

    Mesmo levando o contrato a registro

    SEM: capital, patrimnio, nome

    empresarial e estabelecimento

    Contribuio dos scios - patrimnio

    especial

    Trata-se de merocontrato

    No depende de qualquer formalidade

    e produz efeito somente entre os

    scios

    Pode responder

    qualquer scio

    Pode responder

    diretamente

    No caso de atos de gesto

    praticados, esgota-se os bens.

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    relativo aos negcios sociais, mas produzindo efeitos somente entre os

    scios.

    Com relao aos scios, temos duas espcies na sociedade em conta de

    participao: SCIO OSTENSIVO e SCIO OCULTO (ou participante).

    Scio ostensivo: EMPRESRIO INDIVIDUAL ou SOCIEDADE

    EMPRESRIA. Aparece nos negcios com os terceiros. Utiliza os fundos de

    todos os scios como se seus fossem, respondendo de forma ilimitada

    e pessoal. NO h subsidiariedade ou limitao. No pode admitir a

    entrada de novo scio sem o consentimento dos demais scios, exceto se o

    contrato disser o contrrio.

    Oculto ou participante: NO aparece externamente nas relaes da

    sociedade. Responde somente perante o scio ostensivo, e de acordo com

    o contrato entre eles. Seus fundos so entregues fiduciariamante ao

    scio ostensivo. O scio oculto ao aparecer nas relaes comerciais com

    terceiros, responder solidariamente com o ostensivo e ilimitadamente

    com os seus bens pelas obrigaes que assumiu (art. 993, nico).

    Podemos observar, ento, que a responsabilidade a princpio do scio

    ostensivo e, por isso, h uma grande diferena quanto falncia e

    liquidao da sociedade em conta de participao relativamente aos scios.

    Vejamos!

    Ento, estudaremos as sociedades personificadas segundo a

    classificao adotada no Cdigo Civil e que colocamos na tabela no incio do

    tpico 4 desta aula, beleza? Assim, a sequncia a ser estudada ser:

    Falncia do

    Scio ostensivo

    Dissoluo da sociedade

    LIquidao de sua conta e o saldo constitui crdito

    quirografrio

    Scio oculto

    A sociedade pode continuar e ser

    regida pelas normas de contrato bilateral

    da falencia.

    6- Sociedades personificadas

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    Sociedade simples pura Art. 997 a 1.038

    Sociedade em nome coletivo

    (SNC)

    Art. 1.039 a 1.044

    Sociedade em comandita simples

    (SCS)

    Art. 1.045 a 1.051

    Sociedade cooperativa Art. 1.093 a 1.096

    EIRELI Art. 980-A

    ME e EPP LC 123/2006

    Sociedade limitada (Ltda) Art. 1.052 a 1.087

    Sociedade annima (SA) Art. 1.088 e 1.089, Lei n 6.404/76

    Sociedade em comandita por

    aes (SCA)

    Art. 1.090 a 1.092 e Lei n 6.404/76

    Pois bem, vimos que as sociedades se dividem em dois grandes grupos

    conforme exeram a atividade empresarial ou no: SOCIEDADES

    EMPRESRIAS e SOCIEDADES SIMPLES. Assim sendo, as sociedades

    devem ser organizar segundo um dos tipos sociais acima. Beleza? Todavia,

    ressalta-se:

    Sociedade simples PODE adotar qualquer tipo social, mas ao

    adotar o tipo SA ou SCA ser considerada sociedade empresria;

    SA e SCA sempre sociedade empresria

    Sociedade cooperativa sempre sociedade simples;

    6.1- Sociedade simples pura (Art. 997 a 1.038, CC)

    O tipo sociedade simples pura ou sociedade simples refere-se ao

    modelo bsico de organizao social, que serve de regra subsidiria

    para os demais tipos societrios.

    6.1.1- Constituio e contrato social

    A sociedade simples possui natureza contratual, ou seja, o seu ato

    constitutivo o CONTRATO SOCIAL. O contrato social escrito poder ser

    particular ou pblico, devendo ser inscrito no Registro Civil das Pessoas

    Jurdicas (RCPJ) no prazo de 30 (trinta) dias aps a sua constituio. O

    contrato social da simples pura deve conter as seguintes CLUSULAS

    OBRIGATRIAS (art. 997):

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    Destaca-se, ainda, que clusula obrigatria estipular SE os scios

    respondem, ou no, subsidiariamente, pelas obrigaes sociais. Mais

    a frente retornaremos a este tema!

    Desde modo, essas clusulas so essenciais no contrato social, sendo

    que qualquer pacto em separado e contrrio a elas ineficaz perante

    terceiros. No mais, as modificaes no contrato social devem ser averbadas

    no RCPJ e podem ser realizadas da seguinte forma:

    Por fim, a sucursal, filial ou agncia constituda pela sociedade simples

    deve ser inscrita nos RCPJs de sua sede (matriz) e de sua circunscrio.

    6.1.2- Direitos e obrigaes dos scios

    Contrato social

    Dados dos scios

    Nome empresarial, sede e prazo

    Capital social

    Participao dos scios (quotas)

    Deveres do scio de servios

    Participao nos lucros e perdas

    Administradores -poderes e atribuies

    Contrato Social ALTERAO

    Clusulasobrigatrias

    UNANIMIDADEdos scios

    Demais clusulas

    Maioria Absoluta, (se o contrato se

    omitir).

    Na omisso, prevalece a

    proporo na participao

    das quotas

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    Pessoal, as obrigaes dos scios tm incio com a assinatura do

    contrato se outra data no for fixada e trmino com a liquidao da

    sociedade, ok? Assim, talvez a principal obrigao dos scios seja contribuir

    para o capital social e integralizar as quotas subscritas (prometidas). Porm,

    caso o scio no cumpra essa obrigao na forma e prazos previstos no

    contrato social, ser caracterizado como SCIO REMISSO e passar a ser

    regulado da seguinte forma (art. 1.004):

    Desta forma, no caso de excluso ou reduo da quota ao montante j

    realizado pelo scio remisso, poder haver a correspondente REDUO DO

    CAPITAL SOCIAL se os demais scios NO suprirem o valor das quotas.

    Vejamos em contrapartida alguns DIREITOS DOS SCIOS (garantias)

    na sociedade simples pura:

    SCIO REMISSO

    Notificao da sociedade: 30 dias para cumprir a obrigao

    No cumpriu => MORA

    MAIORIA DOS DEMAIS SCIOS decidem pela

    Ou Excluso do

    scio remisso

    Ou Reduo da

    quota dele ao

    montante

    realizado

    Ou Indenizao:

    quota + danos

    emergentes da

    mora

    Cesso total ou parcial de quota

    DEPENDE

    A substituio do scio

    Participao nos lucros:

    o Na proporo das quotas;

    o Aquele que contribui com servios na proporo da mdia do valor das quotas.

    o Lucros ilcito/fictcio responsabilidade solidria e ilimitada dos administradores que distriburem os lucros e dos scios que

    receberem.

    Exame de livros e documentos a qualquer tempo, salvo se

    determinao de poca prpria para o exame.

    Consentimento dos

    demais scios

    +

    Modificao do contrato social

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    Agora, vejamos outras OBRIGAES DOS SCIOS:

    (FGV / JUIZ SUBSTITUTO-MT / 2008) As sociedades

    simples tm natureza de sociedades de pessoas.

    Comentrios

    Nesta afirmativa, devemos nos recordar da classificao das sociedades

    quanto estrutura econmica ou natureza. Assim, elas podem ser de pessoas

    (intuitu personae) ou de capitais (intuitu pecuniae). Ento, pelo fato das

    sociedades simples serem um modelo bsico de constituio societria, onde a

    entrada de novas pessoas no quadro social depender do consentimento

    unnime dos demais scios e da correspondente modificao contratual (art.

    1.002, CC), podemos concluir que seja uma sociedade de pessoas. Aqui, o

    affectio societatis (inteno de unir-se em sociedade) mais intenso que nas

    de capitais. Assim, como as sociedades simples so consideradas aquelas que

    exercem atividade econmica no-comercial ou no-empresarial, como as de

    profisso intelectual, de natureza cientfica, literria ou artstica, salvo se

    referida atividade constituir-se em elemento de empresa, temos que as

    sociedades simples tm natureza de sociedades de pessoas ou intuitu

    personae.

    Obs: NULA a disposio que exclua qualquer scio de participar dos lucros e

    das perdas. Vale ainda dizer que permitida a distribuio no igualitria

    dos lucros e perdas entre os scios, desde que razovel e justificvel.

    Cesso de quotas O scio que ceder sua quota responde

    solidariamente com o cessionrio por at 2 (dois) anos

    contados da averbao da modificao do contrato pelas

    obrigaes que tinha como scio. Logo, o scio admitido obriga-se

    por dvidas anteriores no pode eximir-se (art. 1.025).

    Transferncia a ttulo de quota social:

    o De domnio, posse ou uso o scio responde pela evico;

    o De crdito o scio responde pela solvncia do devedor;

    Contribuio em servios salvo conveno em contrrio, o

    scio no pode empregar-se em atividade estranha sociedade,

    sob pena de ser privado dos lucros e dela excludo.

    Participao nas perdas na proporo das quotas.

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    6.1.3- Deliberaes dos scios

    Pessoal, a deliberao social representa a deciso dos scios sobre os

    negcios da sociedade para assuntos previstos em lei ou contrato. Deste

    modo, vimos mais acima que para alterar o contrato social, a deliberao

    social se d pela UNANIMIDADE de todos os scios (clusulas obrigatrias-

    art. 997) OU pela MAIORIA ABSOLUTA (demais clusulas), quando o

    contrato no determinar deliberao unnime.

    Assim, a regra geral para as deliberaes sociais a MAIORIA DE

    VOTOS, segundo o valor das quotas de cada scio (art. 1.010).

    ATENO: Nota-se que o CC no menciona se maioria simples ou maioria

    absoluta; fala apenas em maioria de votos. Porm, a corrente majoritria

    entende que se trata de MAIORIA ABSOLUTA como exigncia. No mais, a

    maioria absoluta corresponde a mais da metade do capital social.

    E no caso da deliberao social resultar em empate?

    Por fim, no intuito de proteger a sociedade simples, o CC disciplina que o

    scio cujo voto foi responsvel pela aprovao de deliberao contrria aos

    interesses da sociedade responder por perdas e danos.

    6.1.4- Administrao

    A administrao da sociedade rgo de representao legal,

    por meio do qual a sociedade exterioriza sua vontade e realiza os seus

    negcios jurdicos, nos limites do objeto social. Assim, como vimos, uma das

    clusulas obrigatrias do contrato social a disposio sobre a administrao

    da sociedade (art. 997).

    Devido a sua personalidade jurdica, a sociedade passa a ser detentora

    de direitos e obrigaes no exerccio de seu objeto social, bem como pode

    Lucros e perdas

    Excluir qualquer scio de participar

    Disposio NULA

    Distrubio no igualitria, desde

    que razovel e justificvel

    PERMITIDO!

    EMPATEA deciso do maior n de

    scios

    Se persistir, deciso do juiz

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    atuar judicialmente atravs dos administradores legalmente constitudos e

    com poderes especiais, ou, no os havendo, por intermdio de qualquer

    administrador (art. 1.022 e art. 47 do CC). Os atos dos administradores

    praticados nos limites definidos obrigam a sociedade. O administrador pode

    ser scio ou no scio.

    Ressalta-se, ainda, que a administrao da sociedade poder competir

    separadamente a vrios administradores. Ento pergunto: qualquer pessoa

    natural poder ser administrador? No! Vejamos (art. 1.011, 1, CC):

    Porm, caso o contrato social no trate dos administradores (omisso),

    a administrao da sociedade simples pura compete a cada scio

    separadamente, ok? Repetindo:

    SILNCIO DO CONTRATO a administrao da sociedade de

    responsabilidade de cada scio separadamente.

    6.1.5- Nomeao dos administradores

    Bem, pessoal! Obviamente, o normal que os administradores sejam

    nomeados por meio do contrato social, por conta da inscrio dos atos

    constitutivos no RCPJ. Porm, o CC prev que o administrador possa vir a ser

    nomeado posteriormente em ato separado, vindo a RESPONDER PESSOAL

    E SOLIDARIAMENTE com a sociedade pelos atos que praticar antes de

    requerer a averbao da nomeao. Logo, temos a seguinte regra geral (art.

    1.019):

    Sendo que essa justa causa deve ser reconhecida judicialmente a

    pedido de qualquer scio. Agora temos os seguintes casos em relao

    nomeao dos administradores e seus poderes:

    ADMINISTRADORES no contrato social

    Pessoas naturaisPessoa Jurdica NO pode ser

    Poderes e atribuies

    Impedidos por lei especial (serv. pblico, militar,..)

    Condenados (vedao a cargo pblico, crime falimentar, ...)

    ADMINISTRADORDA SOCIEDADE

    SIMPLESScio

    Nomeado no contrato social

    PODERES IRREVOGVEIS

    Salvo, JUSTA CAUSA

    No podem ser

    administrador

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    Portanto, verifica-se esta importante diferena na designao do

    administrador da sociedade simples conforme seja nomeado em contrato ou

    ato separado e seja scio ou no.

    6.1.6- Responsabilidade dos administradores

    Pois bem, o indivduo, estando apto administrao e sendo nomeado

    administrador da sociedade,

    ...dever ter, no exerccio de suas funes, o cuidado e a diligncia

    que todo homem ativo e probo costuma empregar na administrao de

    seus prprios negcios (art. 1.011).

    importante termos em mente esse mandamento, pois ele serve para

    todo tipo societrio, ok? Alm do cuidado e diligncia, o administrador a frente

    da sociedade possui outras obrigaes e atribuies, como:

    Bem, a sociedade pode vir a ser administrada por vrios

    administradores. Neste caso, h regras especficas:

    No mais, como regra, o contrato social deve definir os poderes e

    atribuies das pessoas incumbidas da administrao da sociedade simples

    ADMINISTRADORDA SOCIEDADE

    SIMPLES

    Scio ou

    No

    Ato separado

    PODERES REVOGVEIS

    Administrador

    NO PODE fazer-se substituir no exerccio das suas funes

    PRESTAR contas aos scios de sua administrao

    PODE constituir mandatrios nos limites de seus poderes atos especficos

    APRESENTAR aos scios, anualmente: o inventrio, o balano patrimonial e de resultado econmico.

    Administrao compete a diversos

    administradores

    -Necessrio o concurso de todos, exceto em casos urgentes que possam ocasionar dano irreparvel.

    -Cada administrador pode impugnar o ato do outro, cabendo a deciso final aos scios por maioria de votos.

    -Responde por perdas e danos o administrador que agir contrrio a maioria.

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    pura (Art. 997, VI), correto? Porm, o contrato social pode ser OMISSO e no

    dizer nada com relao administrao. E como fica? Neste caso, os

    administradores podem praticar todos os atos pertinentes gesto da

    sociedade, conforme o art. 1.015.

    Portanto, se no houver definio no contrato social de quais os poderes

    e atribuies dos administradores, estes tm carta-branca. Quer dizer,

    podem praticar todos os atos pertinentes gesto da sociedade simples pura,

    inclusive a venda de bens imveis quando este for o objeto social. Caso, o

    objeto social seja outro, a onerao ou venda de bens imveis depende da

    deliberao da maioria dos scios. Contudo, o mais comum que o

    contrato social defina os poderes e atribuies dos administradores.

    No entanto, pode ocorrer a prtica de atos com excesso de poder por

    parte dos administradores. Neste caso, a sociedade simples

    responsvel pelos atos praticados pelos administradores, mesmo com

    excesso de poderes. Isso devido teoria da aparncia, adotada pelo

    Cdigo Civil de 2002, e que confere validade jurdica aos atos praticados em

    nome da sociedade pelos administradores sem os poderes competentes ou

    cujos atos fossem estranhos ao objeto social.

    A teoria da aparncia colhida pela doutrina e jurisprudncia. uma

    forma de proteo ao terceiro de boa-f, diante dos atos praticados com

    excesso de poderes pelos administradores. Vejamos que aparentemente os

    administradores estariam agindo conforme seus regulares poderes e objeto

    social, portanto a sociedade seria responsvel por esses atos.

    No entanto, essa regra no absoluta, e o pargrafo nico do Art.

    1.015 traz algumas hipteses onde os administradores sero responsveis

    pessoais pelos atos praticados com excesso de poderes. Ento, a

    responsabilidade passa a ser dos administradores somente se ocorrer pelo

    menos uma dessas hipteses:

    Limitao de poder inscrita ou averbada no registro da sociedade;

    Prova de que a limitao de poder era conhecida do terceiro;

    Operao evidentemente estranha aos negcios da sociedade.

    Assim, a terceira hiptese acima representa a chamada teoria ultra

    vires. Por esta teoria, alguns atos seriam praticados de forma evidentemente

    estranha ao objeto social. Notemos que o ato deve ser evidentemente

    estranho aos negcios da sociedade. Portanto, de forma contrria, a pessoa

    jurdica responde pelos atos praticados em seu nome, quando compatveis

    com o seu objeto. Se for estranho ao objeto social da sociedade, pelo ato deve

    responder o administrador que agiu em nome da sociedade.

    Vejamos a esquematizao abaixo para facilitar o aprendizado:

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    Pelo esquema acima podemos notar outra importante responsabilidade

    dos administradores (art. 1.016), onde respondem SOLIDARIA e

    ILIMITADAMENTE perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por

    culpa no desempenho de suas funes.

    Por fim, na ltima parte da esquematizao acima, destaca-se que a

    responsabilidade do administrador no depender de dolo ou culpa se ele

    aplicar crditos ou bens sociais em proveito prprio ou de terceiros sem

    consentimento escrito dos scios. Neste caso, ter de restitu-los sociedade,

    ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se houver

    prejuzo, por ele tambm responder PERDAS e DANOS. Tambm, ficar

    sujeito s sanes o administrador que, tendo em qualquer operao interesse

    contrrio ao da sociedade, tome parte na correspondente deliberao.

    6.1.7- Responsabilidade dos scios

    Ateno a este tpico!!! Bem, uma das clusulas obrigatrias do

    contrato da sociedade simples pura dispor acerca da responsabilidade

    subsidiria, ou no, dos scios pelas obrigaes sociais. Acontece que o

    termo subsidiariamente previsto no art. 997, VIII do CC, deve ser

    interpretado como solidariamente, j que a regra geral para a sociedade

    simples a responsabilidade subsidiria dos scios, conforme previsto nos

    arts. 1.023 e 1.024. Portanto, a responsabilidade do scio depende de

    previso no contrato, por meio do qual os scios podem convencionar a

    limitao de suas responsabilidades em relao a terceiros.

    Responsabilidade dos

    administradores

    Ilimitada e pessoal

    (excesso de poder)

    Limitao de poder averbada

    Prova de que o terceiro conhecia os poderes

    Ato ultra vires -evidentemente estranho

    Solidria e ilimitadamente

    Culpa no desempenho de suas funes

    Distribuio de lucros ilcitos/fictcios

    Por perdas e danos

    Operaes em desacordocom a maioria

    Utiliza bens da sociedade sem consentimento

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    Vejamos:

    Resumindo, a responsabilidade dos scios pelas obrigaes da

    sociedade simples pura vai depender do que dispuser o contrato social. Em

    caso de omisso, a responsabilidade ILIMITADA e SUBSIDIRIA. Logo,

    se os bens da sociedade no lhe cobrirem as dvidas, respondem os scios

    pelo saldo, na proporo em que participem das perdas sociais, salvo clusula

    de responsabilidade solidria (Art. 1023).

    6.1.8- Resoluo da sociedade em relao a um scio

    Para finalizar o estudo da sociedade simples pura, devemos cuidar

    agora das questes relativas sada do scio da sociedade e suas

    consequncias.

    Assim, cuidemos dos casos de morte do scio, o direito de retirada,

    excluso do scio por falta grave e de pleno direito. Vamos seguir a

    esquematizao abaixo, ok?

    Abaixo temos as situaes que envolvem a sada do scio por

    vontade prpria, j que ningum est obrigado a se manter associado o

    chamado DIREITO DE RETIRADA ou DE RECESSO do scio (art. 1.029):

    SempreSubsidiria

    Os scios sero chamados a responder pelas dvidas sociais somente aps atingidos os bens da sociedade -benefcio de ordem (art. 1.023 e 1.024).

    PrevisoContratual

    Art. 997, VII - Deve prever o limite de responsabilidade dos scios pelas dvidas da

    sociedade simples - participao nas perdas (Resp. LIMITADA a participao no capital).

    Art. 1.023, parte final - Deve prever expressamentese os scios so solidrios entre si pelo saldo da dvida

    social.

    Omissocontratual

    A responsabilidade ser ILIMITADA e SUBSIDIRIA (art. 1.023 e 1.024).

    Morte de scio

    Regra Geral - Liquidao da quota social

    Apurao dos haveres

    OU Proceder conforme estipulado no contrato social

    OU Scios decidem pela dissoluo da sociedade

    OU Substituio do falecido - acordo com herdeiros

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    Obs: Lei ou contrato pode dispor sobre outros casos de retirada do scio.

    Obs: Os demais scios PODEM dissolver totalmente a sociedade nos 30 dias

    subsequentes notificao acima.

    Obs: O cdigo civil no definiu o que falta grave. O scio majoritrio pode

    ser excludo tambm.

    Obs: Na insuficincia de recursos particulares do scio-devedor, o seu credor

    poder executar a participao do scio nos lucros da sociedade, ou na parte

    resultante da liquidao.

    Em todos esses casos de resoluo da sociedade, o capital social

    sofre a reduo correspondente, SALVO se os demais scios suprirem

    esse valor. Antes, porm, deve-se calcular o valor da quota em questo, ou

    seja, ser realizada a apurao dos haveres nos seguintes termos (art.

    1.031):

    Retirada do scio da sociedade

    (vontade prpria)

    Sociedade de prazo indeterminado

    Notificao aos demais scios

    60 dias de antecedncia

    Sociedade de prazo determinado

    Justa causa provada

    judicialmente

    Excluso do scio

    Scio Remisso(art. 1.004)

    Faculdade maioria dos demais scios

    No cumprimento de suas

    obrigaes por falta grave Iniciativa da maioria

    dos scios -JUDICIALMENTE

    Incapacidade superveniente

    Excluso de pleno direito -

    imediata

    Scio declarado falido

    Scio cuja quota foi liquidada

    A requerimentodo credor do scio-devedor

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    Obs: Nos casos acima de resoluo da sociedade, o scio ou seus herdeiros

    respondem pelas obrigaes anteriores at DOIS ANOS aps a

    averbao da resoluo da sociedade. Adicionalmente, o scio retirante e o

    excludo tambm respondem pelas obrigaes posteriores por DOIS ANOS,

    enquanto no averbada a resoluo.

    6.2- Sociedade em nome coletivo

    Bem, estas so as principais caractersticas deste tipo societrio!

    Ressalta-se que as regras das sociedades simples pura so aplicadas de

    forma supletiva. Alm disso, as clusulas contratuais obrigatrias do art. 997

    devem ser observadas pela sociedade em nome coletivo.

    Por fim, como regra geral, o credor particular de scio no pode

    pretender a liquidao da quota do devedor, exceto:

    Quando dissolver-se a sociedade;

    A sociedade houver sido prorrogada tacitamente;

    Apurao dos haveres

    Quota = Montante efetivamente realizado.

    Regra geral: Quota ser liquidada

    C/ Base na situao patrimonial na data

    da resoluo

    Em balano patrimonial especial

    Paga em dinheiro em 90 dias da liquidao

    SALVO estipulao contratual em

    contrrio

    SOCIEDADE EM NOME COLETIVO

    Pode ser Simples ou Empresria

    Duas ou mais PESSOAS FSICAS

    FIRMA ou RAZO SOCIAL

    Todos scios - solidria e ilimitadamente responsveis

    No ato constitutivo ou por unanimidade posterior - limitar responsabilidade entre scios

    Normas da sociedade simples - supletiva

    Administrador - somente SCIO

    A firma privativa de quem tem os poderes

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    Quando for acolhida judicialmente oposio do credor no prazo de

    90 dias, contado da publicao do ato de prorrogao contratual da

    sociedade.

    6.3- Sociedade em comandita simples

    A sociedade em comandita simples conhecida por possuir duas

    categorias de scios: os comanditados e os comanditrios.

    Obs: uma dica para no confundir os scios: O comanditrio no otrio.

    Lembrando que o comanditrio tem responsabilidade apenas limitada.

    A administrao da SCS cabe ao scio comanditado, portanto no pode

    o comanditrio praticar qualquer ato de gesto, nem ter o nome na

    firma social, sob pena de ficar sujeito s responsabilidades de scio

    comanditado. O COMANDITRIO deve permanecer em uma posio discreta

    e secundria na sociedade para no dar a impresso de que seja scio

    solidrio ou gerente. No entanto, o comanditrio poder obter procurao para

    praticar atos especficos e com poderes especiais.

    Em relao ao nome empresarial, a sociedade em comandita simples

    deve utilizar firma ou razo social: nome dos scios comanditados ou de

    alguns deles, seguido da expresso & Companhia, por extenso ou

    abreviadamente, & Cia.

    Se o Capital Social diminuir devido a perdas supervenientes, o

    comanditrio no poder receber quaisquer lucros antes do capital ter sido

    reintegrado. Porm, se o comanditrio receber lucros de boa f e de acordo

    com o balano, ele no ser obrigado reposio desses lucros.

    Em caso de morte de scio comanditrio, a sociedade prossegue

    com seus sucessores, salvo disposio contrria do contrato (Art. 1050).

    Sociedade em comandita simples

    Scio Comanditado

    Empreendedor,pessoa fsica

    Resp. Ilimitada,

    gerente (regra)

    Scio Comanditrio

    Investidor, Resp. Limitada ao valor da quota

    Pessoa fsica ou jurdica

    administrao

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    Em relao ao scio comanditado a sociedade em comandita simples

    seria uma sociedade de pessoas, j que este scio estaria sujeito ao

    mesmo regime jurdico da sociedade em nome coletivo, nos termos do

    Art. 1.046, nico, CC. Tambm esta a razo da responsabilidade ser

    solidria e ilimitada.

    J em relao ao comanditrio, a SCS seria uma sociedade de

    capitais. Esta hiptese justificada pelo fato de que este scio apenas tem a

    obrigao de participar da formao do Capital Social, sem qualquer outra

    responsabilidade, j que no poder participar da gesto da sociedade, como

    vimos anteriormente.

    Portanto, como as normas das sociedades simples e em nome coletivo

    aplicam-se subsidiariamente s sociedades em comandita simples, a

    sociedade em comandita simples uma sociedade de pessoas.

    Bem, meus amigos e amigas, esta foi a nossa aula 02, ok? Na prxima

    aula veremos juntamente com a sociedade limitada, a sociedade cooperativa,

    as Microempresas e empresas de pequeno porte e a chamada EIRELI.

    No mais, desejo bons estudos a todo!

    Segue uma bateria de questes comentadas sobre a aula de hoje.

    Abraos

    Wangney

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    1. (FCC / AUDITOR FISCAL DO MUNICPIO-SO PAULO /2007) Uma

    sociedade limitada, com dois scios, teve seus atos constitutivos assinados,

    mas no arquivados no rgo competente. No obstante a falta de

    arquivamento, iniciou-se a operao empresarial. De acordo com o contrato

    social, os scios podiam praticar isoladamente quaisquer atos compreendidos

    no objeto da sociedade. Na eventualidade de a sociedade contrair dvidas de

    natureza civil, o respectivo credor poder satisfazer-se com os bens

    a) sociais, apenas.

    b) pessoais de quaisquer dos scios, mas no poder penhorar bens sociais.

    c) pessoais de quaisquer dos scios, independentemente da existncia de

    bens sociais suficientes para liquidar a dvida.

    d) sociais ou, subsidiariamente, de quaisquer dos scios.

    e) sociais ou do scio que se obrigou pela sociedade, indistintamente.

    Comentrios

    Pelo enunciado observamos uma sociedade empresria sem

    personalidade jurdica por no ter arquivado seus atos constitutivos no

    registro competente. Deste modo, ela se sujeitar s regas da sociedade em

    comum (art. 986), ok? Ainda pelo enunciado, a administrao compete

    isoladamente a cada um dos scios. Deste modo, indaga-se acerca da

    responsabilidade pelas dvidas da sociedade.

    Bem, olhando o nosso esquema da sociedade em comum, podemos

    notar que o scio que praticou o ato PODER responder diretamente pelas

    dvidas da sociedade em comum por estar excludo do benefcio de ordem

    (art. 990 e art. 1.024). A regra da subsidiariedade fica afastada. Logo, o

    credor poder satisfazer-se com os bens sociais (patrimnio especial) ou com

    os bens do scio que contratou pela sociedade, sem benefcio de ordem

    (indistintamente). Gabarito: E

    2. (ESAF / Auditor Fiscal-CE / 1998) Tm responsabilidade subsidiria e

    solidria os scios:

    a) comanditados, nas sociedades em comandita.

    b) comanditrios, nas sociedades em comandita.

    c) ocultos, nas sociedades em conta de participao.

    d) de indstria, nas sociedades de capital e indstria.

    e) gerentes, nas sociedades por quotas de responsabilidade limitada.

    Comentrios

    7- Questes Comentadas

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    O enunciado da questo menciona a responsabilidade subsidiria e

    solidria dos scios. Por subsidiria, entendemos a responsabilidade dos scios

    pelas obrigaes da sociedade aps executados os bens sociais. Por

    solidariedade, entendemos que os scios so igualmente responsveis pelas

    obrigaes da sociedade, onde o credor pode cobrar a dvida da sociedade de

    qualquer um dos scios. Vejamos as alternativas.

    a) Correta e b) Incorreta. Pelo pargrafo nico do art. 1.046 do CC, aos scios

    comanditados cabem os mesmos direitos e obrigaes dos scios da sociedade

    em nome coletivo. Assim, como o art. 1.039 atribui a todos scios da

    sociedade em nome coletivo a responsabilidade ilimitada e solidria pelas

    obrigaes da sociedade, conclumos que os scios comanditados da

    sociedade em comandita simples so solidrios.

    c) Incorreta. Na sociedade em conta de participao, a responsabilidade

    prpria e exclusiva do scio ostensivo. Ao scio oculto, cabe responder

    exclusivamente perante o scio ostensivo nos termos do que estabelece o

    contrato social. Logo, esta alternativa est incorreta, porque na sociedade em

    conta de participao, a responsabilidade solidria cabe aos scios ostensivos.

    d) Incorreta. A sociedade de capital e indstria no est mais prevista no CC.

    Este tipo de sociedade possua scios que contribuam com capital, e scios

    que contribuam com trabalho. Sendo que, o scio de capital possua

    responsabilidade solidria e ilimitada pelas dvidas e obrigaes da sociedade.

    O scio de indstria no tinha responsabilidade perante os credores.

    Tranquilo? Voltando a alternativa. Ela est incorreta, visto que a

    responsabilidade solidria era atribuda ao scio de capital.

    e) Alternativa incorreta, por omitir a ao por culpa do administrador no

    desempenho de suas funes, para que ocorra a responsabilidade solidria

    dos administradores (art. 1.016). As regras das sociedades simples que j

    vimos podem ser aplicadas de forma supletiva s sociedades por quotas de

    responsabilidade limitada (tema da prxima aula). Gabarito: A

    3. (ESAF / Auditor do Tesouro Municipal-Recife / 2003) Nos termos do

    Cdigo Civil, as sociedades so classificadas:

    a) Empresrias e simples

    b) de pessoas e de capitais.

    c) unipessoais e pluripessoais.

    d) grupadas e isoladas.

    e) com finalidade econmica e com finalidade religiosa ou cultural.

    Comentrios

    Pessoal, observemos que mais de uma alternativa acima tida como

    classificao das sociedades, conforme estudamos. Contudo, ressalto que

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    devemos ler com ateno o enunciado das questes. Vejamos que se pede a

    classificao das sociedades de acordo com o Cdigo Civil. Logo, das

    classificaes que vimos, a nica que explicitada no CC, a classificao

    entre sociedades empresrias e simples (art. 982). As demais so

    classificaes doutrinrias. Assim, a alternativa correta a letra A. Agora, a

    letra E no tem muito sentido, j que as sociedades tem por objetivo um fim

    econmico. Gabarito: A

    4. (ESAF / Auditor do Tesouro Municipal-Recife / 2003) Em relao s

    Juntas Comerciais, elas:

    d) efetuam o registro de empresas estrangeiras aps autorizadas pelo rgo

    federal competente.

    Comentrios

    A sociedade estrangeira deve ter autorizao do Poder Executivo

    Federal para funcionar no pas. Depois de autorizada via decreto de

    autorizao, a sociedade estrangeira deve publicar no rgo oficial da Unio

    em 30 dias os documentos do requerimento e contrato ou estatuto social. Esta

    publicao serve de prova para a sociedade se inscrever no registro prprio.

    Sendo que A sociedade autorizada no pode iniciar sua atividade antes de

    inscrita no registro prprio do lugar em que se deva estabelecer (Art. 1.136).

    Logo, esta uma das atribuies das Juntas Comerciais. Gabarito: Correta

    5. (ESAF / Auditor Fiscal TERESINA / 2002) Sociedades em conta de

    participao assemelham-se s sociedades irregulares por

    a) no terem personalidade jurdica.

    b) organizarem empresas em que h apenas dois scios.

    c) faltar contrato escrito.

    d) no se admitir registro dos contratos.

    e) haver mais de uma espcie de scios.

    Comentrios

    A questo ressalta a comparao entre a sociedade irregular e a

    sociedade em conta de participao (SCP). A sociedade refere-se sociedade

    em comum, visto que seus atos constitutivos no foram levados a registro,

    como j vimos, beleza? Bem, de cara observamos que a alternativa a) est

    correta, pois tanto as sociedades irregulares quanto as SCP no possuem

    personalidade jurdica, beleza? Vamos analisar as demais alternativas!

    A letra b) est incorreta porque ambas as sociedades podem possuir

    mais de dois scio. Quanto a letra c), tanto a SCP quanto a sociedade irregular

    possui contrato escrito. No caso da irregular, ele no foi levado a registro; na

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    SCP, trata-se de mero contrato escrito que mesmo registrado no resultar na

    aquisio de personalidade jurdica.

    A letra d) est incorreta porque no proibido o registro dos contratos

    dessas sociedades. Acontece que para a SCP, o registro do contrato no

    significa a aquisio de personalidade jurdica. J a letra e), est correta para

    a SCP, mas no est para a sociedade irregular, que no possui espcies de

    scios. Gabarito: A

    6. (ESAF / AFRF / 2009) A sociedade em conta de participao uma

    pessoa jurdica.

    Comentrios:

    Vimos que a constituio da SCP no depende de qualquer formalidade

    ou solenidade e a eventual inscrio seus atos constitutivos no registro prprio

    no resulta na aquisio de personalidade jurdica. Portanto, a SCP no uma

    pessoa jurdica. Afirmativa INCORRETA. No entanto, para fins tributrios, a

    sociedade em conta de participao equipara-se pessoa jurdica, ok?

    Gabarito: Incorreta

    7. (FCC / PROCURADOR-PGE-SE / 2005) Dois mdicos constituram uma

    sociedade, sob a forma limitada, para exerccio conjunto da profisso em

    carter no empresarial, e registraram-na na Junta Comercial. A sociedade:

    a) no adquiriu personalidade jurdica, porque o registro irregular, e os

    scios so pessoalmente responsveis pelas dvidas sociais.

    b) automaticamente torna-se empresria pelo registro na Junta Comercial,

    independentemente do carter do exerccio da atividade.

    c) no poderia ter adotado a forma limitada, que privativa das sociedades

    empresrias.

    d) rege-se somente pelas regras relativas sociedade simples, mesmo tendo

    adotado a forma limitada.

    e) na verdade empresria, pois toda sociedade prestadora de servios tem

    essa natureza.

    Comentrios

    Primeiramente, a atividade descrita no enunciado diz respeito

    atividade de profissional liberal, conforme disciplinado no nico, art. 966,

    exercida de forma no empresarial, ou seja, no constitui elemento de

    empresa. Vamos s alternativas!

    a) Correta. De acordo com o enunciado, a atividade econmica exercida de

    carter no empresarial, por tanto representa uma sociedade simples, cujo

    registro seria no RCPJ. Contudo, o registro de seus atos constitutivos ocorreu

    no RPEM e desta forma, a sociedade considerada irregular e sem

    personalidade jurdica, ficando sujeita s regras da sociedade em comum.

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    Deste modo, os scios podem ser responsabilizados pessoalmente pelas

    dvidas da sociedade (art. 989 e 990.

    b) Incorreta, visto ir de encontro definio de empresrio e sociedade

    empresria, conforme arts. 966 e 982 do CC. Tambm, o registro na Junta

    Comercial no torna a pessoa ou sociedade empresria; o registro apenas

    declaratrio, no constitutivo.

    c) Incorreta, pois como vimos no nosso quatro de tipos societrios a forma de

    sociedade limitada pode ser adotada tanto por sociedade empresria quanto

    por sociedade simples (Art. 983).

    d) Incorreta. A sociedade constituda de acordo com o enunciado da questo

    no possui personalidade jurdica, j que est irregular e seus atos

    constitutivos no foram inscritos no registro prprio, logo, a sociedade ser

    regida pelas regras das sociedades no personificadas, mais especificamente

    pelas regras da sociedade em comum (arts. 986 a 990).

    e) Incorreta. Qualquer atividade econmica a princpio pode ser empresria;

    vai depender se seu objeto for tpico de empresa. Ento, as sociedades

    prestadoras de servio PODEM ser consideradas empresrias. Gabarito: A

    8. (FCC / Defensor Pblico-PA / 2009) O credor de uma sociedade

    empresria:

    a) s pode cobrar seus crditos diretamente da pessoa jurdica, pois esta no

    se confunde com seus scios.

    b) pode cobrar seus crditos tanto da pessoa jurdica como dos scios,

    diretamente e como regra, j que solidria a responsabilidade.

    c) somente em caso de extino da pessoa jurdica poder cobrar seus

    crditos dos scios, j que nesse caso desaparece o patrimnio da sociedade.

    d) dever cobrar seus crditos da pessoa jurdica e, subsidiariamente, poder

    pedir a desconsiderao de sua personalidade jurdica nos casos previstos em

    lei, para requerer a responsabilidade pessoal dos scios.

    e) apenas quando se tratar de sociedade em nome coletivo poder cobrar

    seus crditos diretamente dos scios, solidariamente com a sociedade.

    Comentrios

    Trata-se da responsabilidade pelas obrigaes sociais, de forma geral

    para as sociedades empresrias. Como vimos no decorrer desta aula, a regra

    que a responsabilidade subsidiria dos scios em relao sociedade pelas

    dvidas sociais. Ou seja, primeiramente a pessoa jurdica chamada e depois

    os scios de forma pessoal a responder pelas dvidas sociais. A forma como os

    bens particulares dos scios so atingidos se d atravs do chamado Princpio

    da Desconsiderao da Personalidade Jurdica nos casos previstos me lei. Este

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    tema ser debatido em nossa aula 04, ok? Portanto, a nossa resposta a

    alternativa d). Gabarito: D

    9. (FGV / Procurador-TCM-RJ / 2008) Assinale a afirmativa incorreta.

    a) Nas sociedades em nome coletivo, os scios somente podem ser pessoas

    naturais.

    b) As sociedades em comandita simples so consideradas sociedades de

    pessoas.

    c) As antigas sociedades civis so as atuais sociedades simples.

    d) As sociedades em comum tm capacidade processual.

    e) As sociedades limitadas podem ser de pessoas ou de capital, simples ou

    empresrias.

    Comentrios

    a) Correta, conforme o art. 1.039, CC. Somente pessoa fsica na sociedade em

    nome coletivo.

    b) Correta. Como vimos mais acima na aula, a sociedade em comandita

    simples uma sociedade de pessoas. As regras das sociedades em nome

    coletivo e simples aplicam-se subsidiariamente s sociedades em comandita

    simples.

    c) Este o nosso gabarito. O Cdigo Civil de 2002 divide as sociedades em

    simples e empresria. As antigas sociedades civis podem ser classificadas em

    simples ou empresrias, de acordo com a forma pela qual a atividade

    econmica exercida: se organizada, ser empresria; se no organizada,

    ser simples. Logo, as antigas sociedades civis no necessariamente so as

    atuais sociedades simples. Logo, a alternativa C est incorreta.

    d) Correta. A sociedade em comum no possui personalidade jurdica, de

    acordo com o art. 986 c/c 985 do CC. E a est a dificuldade da questo. No

    entanto, pelo art. 12, VII do Cdigo de Processo Civil CPC, as sociedades

    sem personalidade jurdica possuem capacidade processual.

    e) Correta. Observando os quadros resumos na introduo desta aula,

    conclumos que a sociedade limitada pode ser simples ou empresria. Pelo

    contrato, os scios definiro a natureza personalstica da sociedade limitada,

    podendo ser de pessoas ou de capital. O art. 1.053 definir qual regramento

    ser supletivo s limitadas: sociedade simples ou annima. Gabarito: C

    10. (FCC / OAB-SP / 2005) O scio de uma sociedade simples que:

    a) ceder suas quotas, responde, por dois anos, depois de averbada a

    modificao do contrato, solidariamente com o cessionrio, perante a

    sociedade e terceiros, pelas obrigaes que tinha como scio.

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    b) ceder parte ou totalidade de suas quotas, poder faz- lo sem o

    consentimento dos demais scios, desde que tenha participao majoritria no

    capital social.

    c) contribuir com seus servios sociedade, pode empregar- se em atividade

    estranha mesma, independentemente de conveno no contrato social,

    desde que avise os demais scios.

    d) vier a ser admitido em sociedade j constituda, exime-se das dvidas

    sociais anteriores admisso.

    Comentrios

    a) Correta. Conforme o art. 1.003, nico do CC. Vimos este tema no quadro-

    resumo da sociedade simples.

    b) Incorreta. Conforme o art. 1.003 no ter eficcia contra os demais scios

    e a sociedade.

    c) Incorreta. O scio que contribui com servios numa sociedade simples

    no poder empregar-se em atividade estranha mesma, SALVO se

    houver conveno em contrrio (art. 1.006).

    d) Incorreta. Conforme o art. 1.025, o scio admitido no se exime de dvidas

    anteriores. Gabarito: A

    11. (FCC / Promotor-MPE-AL / 2012) NO so empresrias

    a) as sociedades cooperativas.

    b) as sociedades por aes que tenham por objeto a prestao de servios.

    c) quaisquer sociedades limitadas.

    d) apenas as sociedades no personificadas.

    e) as sociedades em nome coletivo, qualquer que seja o seu objeto.

    Comentrios

    A letra a) a nossa resposta, logo de cara. Basta relembrarmos de

    nossa aula demonstrativa e das excees teoria da empresa. Tambm est

    expresso no art. 982, nico do CC, que independente do objeto as

    cooperativas sempre sero sociedades simples. Vejamos as demais

    alternativas! As sociedades por aes sempre sero empresrias independente

    do seu objeto social (art. 982, nico) alternativa b) incorreta. J as

    sociedades limitadas podem ser simples ou empresrias letra c) incorreta.

    J as sociedades no personificadas possuem um regramento prprio

    das sociedades sem registro. Porm, vai depender da forma que o seu objeto

    social est sendo exercido. A palavra apenas deixa a alternativa

    completamente incorreta, pois as sociedades personificadas podem ser

    empresrias. A letra e) est incorreta porque as sociedades em nome coletivo

    podem ser simples ou empresrias. Gabarito: A

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    12. (FCC / Analista de Controle-TCE-PR / 2011) A questo refere-se a

    Direito Empresarial. A sociedade simples

    a) constitui-se mediante contrato escrito, particular ou pblico, que, alm de

    clusulas estipuladas pelas partes, conter requisitos previstos em lei.

    b) no necessita de inscrio de seu contrato social no Registro Civil das

    Pessoas Jurdicas do local de sua sede.

    c) requer que as modificaes do contrato social necessitem sempre do voto

    da maioria absoluta de seus membros.

    d) vlida previso contratual que exclua qualquer scio de participar dos

    lucros e perdas.

    e) admite livre substituio de scio, no exerccio das suas funes,

    independentemente do consentimento dos demais scios.

    Comentrios

    a) Correta. Alternativa est quase literal ao art. 997 que introduz a sociedade

    simples.

    b) Incorreta. obrigatria a inscrio da sociedade simples no RCPJ do local

    da sua sede em at 30 dias aps a sua constituio (art. 998).

    c) Incorreta. Como vimos no item sobre a constituio e contrato social da

    sociedade simples, em caso de alterao do contrato temos dois quoruns:

    UNANIMIDADE (clusulas obrigatrias) e MAIORIA ABSOLUTA de votos

    (demais clusulas), nos termos do art. 999.

    d) Incorreta. A clusula contratual que exclua qualquer scio de participar dos

    lucros e perdas nula, como vimos na aula. Mas pode haver a participao

    no igualitria.

    e) Incorreta. Um dos direitos dos scios de no ser substitudo de suas

    funes sem o consentimento unnime dos demais e com a devida

    modificao do contrato social (art. 1.003). Gabarito: A

    13. (FCC / Procurador MP Especial de Contas-TCM-BA / 2011) correto

    afirmar:

    e) Os bens sociais nas sociedades no personificadas respondem pelos atos de

    gesto praticados por qualquer dos scios, sem ressalva ou limitao possvel.

    Comentrios

    Pessoal, esta afirmativa est incorreta pela sua parte final.

    Normalmente em questes objetivas de concurso, o uso de expresses

    extremistas como sem ressalva, nunca, sempre, etc, deixa a assertiva

    incorreta. Como vimos, na sociedade em comum os bens sociais respondem

    pelos atos de gesto praticados por qualquer dos scios, EXCETO no caso de

    pacto expresso limitativo de poderes (art. 989). Gabarito: Incorreta

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    14. (FCC / Procurador MP Especial de Contas-TCM-BA / 2011) Na

    sociedade personificada,

    a) a constituio feita por meio de contrato, verbal ou escrito, particular ou

    pblico, a ser oportunamente inscrito no Registro Civil das Pessoas

    Jurdicas.

    b) o scio pode ser livremente substitudo no exerccio de suas funes.

    c) as obrigaes dos scios, como regra, comeam com a inscrio do

    contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurdicas do local de sua sede.

    d) o scio que, a ttulo de quota social, transmitir domnio, posse ou uso,

    responde pela evico e pela solvncia do devedor, aquele que transferir

    crdito.

    e) o scio, cuja contribuio consista em servios, pode empregar-se

    livremente em atividades estranhas sociedade de que faa parte.

    Gabarito

    a) Incorreta. A sociedade personificada possui personalidade jurdica, portanto

    seus atos constitutivos foram registrados ou no RCPJ ou no RPEM. Logo, a

    alternativa est correta por mencionar como forma de contrato o verbal e

    somente o RCPJ.

    b) Incorreto. Tratando-se de sociedade simples pura e outra que utilizar

    supletivamente as suas regras, o scio no poder ser substitudo de suas

    funes sem o consentimento unnime dos scios e da correspondente

    modificao do contrato social (art. 1.002).

    c) Incorreta. Como j vimos, as obrigaes do scio tem incio imediatamente

    com a assinatura do contrato, se este no estipular outra data. O seu

    trmino se d com a liquidao da sociedade e extino das

    responsabilidades sociais.

    d) Correta. Alternativa literal ao art. 1.005 do CC.

    e) Incorreta. A regra que o scio que contribua com servios no poder

    empregar-se em outra atividade estranha sociedade sob pena de ficar

    privado dos seus lucros e ser excludo da sociedade. SALVO se houver

    conveno em contrrio (art. 1.006). Gabarito: D

    15. (FGV / Auditor-TCM-RJ / 2008) As sociedades simples podem adotar

    qualquer tipo societrio especfico das sociedades empresrias.

    Comentrios

    Esta assertiva gerou diversos recursos poca. Ela foi

    considerada correta pela banca FGV. Contudo, h controversas.

    Coloquei aqui para tocarmos nesse assunto e vocs saberem

    desse ponto. A questo toda gira em torno da possibilidade da

    sociedade simples (no empresria) adotar o tipo societrio

    sociedade por aes (sociedade annima e sociedade em

    comandita por aes).

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    Bem, o art. 983 afirma que as sociedades simples podem adotar os

    tipos sociais: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples,

    sociedade limitada, sociedade annima e sociedade em comandita por aes.

    Isto o que se entende da leitura literal e restrita do artigo. Acontece que as

    sociedades por aes s podem ser empresrias. Isso que determina o art.

    982, nico bem como a Lei das Sociedades Annimas. O nosso quadro de

    tipos sociais esclarece bem este tema; vale voltar nele!!! Enfim, a banca

    considerou correta esta afirmativa, ento peo que fiquem atentos, mesmo

    acreditando que a FCC no ir adotar o entendimento de que a sociedade

    simples pode adotar qualquer tipo societrio. Gabarito: Correta

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    1. (FCC / AUDITOR FISCAL DO MUNICPIO-SO PAULO /2007) Uma

    sociedade limitada, com dois scios, teve seus atos constitutivos assinados,

    mas no arquivados no rgo competente. No obstante a falta de

    arquivamento, iniciou-se a operao empresarial. De acordo com o contrato

    social, os scios podiam praticar isoladamente quaisquer atos compreendidos

    no objeto da sociedade. Na eventualidade de a sociedade contrair dvidas de

    natureza civil, o respectivo credor poder satisfazer-se com os bens

    a) sociais, apenas.

    b) pessoais de quaisquer dos scios, mas no poder penhorar bens sociais.

    c) pessoais de quaisquer dos scios, independentemente da existncia de

    bens sociais suficientes para liquidar a dvida.

    d) sociais ou, subsidiariamente, de quaisquer dos scios.

    e) sociais ou do scio que se obrigou pela sociedade, indistintamente.

    2. (ESAF / Auditor Fiscal-CE / 1998) Tm responsabilidade subsidiria e

    solidria os scios:

    a) comanditados, nas sociedades em comandita.

    b) comanditrios, nas sociedades em comandita.

    c) ocultos, nas sociedades em conta de participao.

    d) de indstria, nas sociedades de capital e indstria.

    e) gerentes, nas sociedades por quotas de responsabilidade limitada.

    3. (ESAF / Auditor do Tesouro Municipal-Recife / 2003) Nos termos do

    Cdigo Civil, as sociedades so classificadas:

    a) Empresrias e simples

    b) de pessoas e de capitais.

    c) unipessoais e pluripessoais.

    d) grupadas e isoladas.

    e) com finalidade econmica e com finalidade religiosa ou cultural.

    4. (ESAF / Auditor do Tesouro Municipal-Recife / 2003) Em relao s

    Juntas Comerciais, elas:

    d) efetuam o registro de empresas estrangeiras aps autorizadas pelo rgo

    federal competente.

    8 - Lista de Exerccios

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    5. (ESAF / Auditor Fiscal TERESINA / 2002) Sociedades em conta de

    participao assemelham-se s sociedades irregulares por

    a) no terem personalidade jurdica.

    b) organizarem empresas em que h apenas dois scios.

    c) faltar contrato escrito.

    d) no se admitir registro dos contratos.

    e) haver mais de uma espcie de scios.

    6. (ESAF / AFRF / 2009) A sociedade em conta de participao uma

    pessoa jurdica.

    7. (FCC / PROCURADOR-PGE-SE / 2005) Dois mdicos constituram uma

    sociedade, sob a forma limitada, para exerccio conjunto da profisso em

    carter no empresarial, e registraram-na na Junta Comercial. A sociedade:

    a) no adquiriu personalidade jurdica, porque o registro irregular, e os

    scios so pessoalmente responsveis pelas dvidas sociais.

    b) automaticamente torna-se empresria pelo registro na Junta Comercial,

    independentemente do carter do exerccio da atividade.

    c) no poderia ter adotado a forma limitada, que privativa das sociedades

    empresrias.

    d) rege-se somente pelas regras relativas sociedade simples, mesmo tendo

    adotado a forma limitada.

    e) na verdade empresria, pois toda sociedade prestadora de servios tem

    essa natureza.

    8. (FCC / Defensor Pblico-PA / 2009) O credor de uma sociedade

    empresria:

    a) s pode cobrar seus crditos diretamente da pessoa jurdica, pois esta no

    se confunde com seus scios.

    b) pode cobrar seus crditos tanto da pessoa jurdica como dos scios,

    diretamente e como regra, j que solidria a responsabilidade.

    c) somente em caso de extino da pessoa jurdica poder cobrar seus

    crditos dos scios, j que nesse caso desaparece o patrimnio da sociedade.

    d) dever cobrar seus crditos da pessoa jurdica e, subsidiariamente, poder

    pedir a desconsiderao de sua personalidade jurdica nos casos previstos em

    lei, para requerer a responsabilidade pessoal dos scios.

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