direito processual penal aula 02

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    Direito Processual PenalPC-DF (2013)ESCRIVO DE POLCIA

    Teoria e exerccios comentadosProf. Renan Araujo Aula 02

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    AULA 02: AO PENAL: CONCEITO,

    CONDIES, PRINCPIOS; ESPCIES DE AO

    PENAL.

    SUMRIO PGINAApresentao da aula e sumrio 01I Da Ao Penal 02I.a) Condies da Ao Penal 02I.b) Espcies de Ao Penal 09Resumo 23Lista das Questes 25Questes Comentadas 29Gabarito 40

    Ol, meu povo!

    E a, esto devorando os papiros?

    Hoje vamos estudar a ao penal, analisando suas caractersticas,

    espcies, etc.

    Bons estudos!

    Prof. Renan Araujo

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    I DA AO PENAL

    Quando algum pratica um fato criminoso, surge para o Estado opoder-dever de punir o infrator. Esse poder-dever, esse direito,

    chamado de ius puniendi.

    Entretanto, o Estado, para que exera validamente e legitimamente o

    seu ius puniendi, deve faz-lo mediante a utilizao de um mecanismo

    que possibilite a busca pela verdade material (no meramente a verdade

    formal), mas que ao mesmo tempo respeite os direitos e garantias

    fundamentais do indivduo. Esse mecanismo chamado de Processo

    Penal.

    Mas, professor Renan, onde entra a Ao Penal nisso?A ao

    penal , nada mais nada menos que, o ato inicial desse mecanismo todo

    chamado processo penal.

    I.a) Condies da Ao Penal

    Tal qual ocorre no processo civil, no processo penal a ao tambm

    deve obedecer a algumas condies. Sem elas a ao penal ajuizada deve

    ser rejeitada de imediato pelo Juiz. Nesse sentido temos o art. 395, II do

    CPP:

    Art. 395. A denncia ou queixa ser rejeitada quando:(Redao

    dada pela Lei n 11.719, de 2008).

    (...)

    II - faltar pressuposto processual ou condio para o exerccioda ao penal; ou (Includo pela Lei n 11.719, de 2008).

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
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    So condies da ao penal:

    A) Possibilidade Jurdica do pedido

    Para que esteja configurada essa condio da ao, basta que a

    ao penal tenha sido ajuizada com base em conduta que se

    amolde em fato tpico. Assim, no se exige que a conduta tenha sido

    tpica, ilcita e o agente culpvel. Mesmo se o titular da ao penal (MP ou

    ofendido) verificar que o crime foi praticado em legtima defesa, por

    exemplo, (exclui a ilicitude) a conduta tpica, estando cumprido o

    requisito da possibilidade jurdica do pedido.

    B) Interesse de Agir

    Se no processo civil o interesse de agir caracterizado como a

    necessidade da prestao da tutela jurisdicional, devendo a parte autora

    comprovar que no h outro meio para a resoluo do litgio que no seja

    a via judicial, no processo penal um pouco diferente.

    No processo penal a via judicial obrigatria, no podendo o

    Estado exercer o seu ius puniendi fora do processo penal. O

    processo civil facultativo, podendo as partes resolver a lide sem a

    interveno do Judicirio. O processo penal, por sua vez, obrigatrio,

    devendo o titular da ao penal provocar o Judicirio para que a lide seja

    resolvida.

    H quem defenda, inclusive, que no necessariamente h lide

    no processo penal (a lide o fenmeno que ocorre quando uma parte

    possui uma pretenso que resistida pela outra parte), pois ainda que o

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    acusado reconhea que deve ser punido, a punio s pode ocorrer aps

    o processo penal, dado o interesse pblico envolvido.

    No processo penal o interesse de agir est mais ligado a questes

    como a utilizao da via adequada. Assim, no pode o membro do MPoferecer queixa em face de algum que praticou homicdio, pois se trata

    de crime de ao penal pblica. Nesse caso, o MP parte legtima,

    pois o titular da ao penal. No entanto, a via escolhida est

    errada (deveria ter sido ajuizada ao penal pblica, denncia).

    Alguns autores entendem que o interesse de agir no processo

    penal est relacionado existncia de lastro probatrio mnimo

    (existncia de indcios de autoria e prova da materialidade). Esses

    elementos, no entanto, formam o que outra parte da Doutrina entende

    comojusta causa.

    Obviamente que os autores que entendem serem estes elementos

    integrantes do conceito de interesse de agir, entendem tambm que

    no existe ajusta causacomo uma condio autnoma da ao penal.

    O CPP, no entanto, em algumas passagens, prev a existncia

    dajusta causa:

    Art. 395. A denncia ou queixa ser rejeitada quando:

    (...)

    III - faltar justa causa para o exerccio da ao penal.

    Art. 648. A coao considerar-se- ilegal:

    I - quando no houver justa causa;

    Percebam, no entanto, que em nenhum momento o CPP trata ajusta

    causa como uma condio da ao. Mais que isso: no momento em que o

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    art. 395, II do CPP diz que a denncia ou queixa ser rejeitada quando

    faltar alguma das condies da ao penal, e, logo aps, em inciso

    diverso, diz que tambm ser rejeitada a denncia ou queixa quando

    faltar justa causa, est, implicitamente, considerando que a justa causano uma condio da ao penal.

    O tema bem polmico, e vocs devem saber que h divergncia.

    Em provas discursivas, vale a pena se alongar sobre isso. Em provas

    objetivas, vocs devem ter em mente que, pela literalidade do CPP, a

    justa causa no condio da ao, sendo assim considerada

    apenas por parte da Doutrina.

    O STJ, por sua vez, quando da anlise de diversos HCs que

    pretendiam o trancamento da ao penal por ausncia de justa causa,

    deixou claro que Justa Causa a existncia de lastro probatrio mnimo,

    apto a justificar o ajuizamento da demanda penal em face daqueles

    sujeitos pela prtica daqueles fatos. O julgamento a seguir exemplifica

    isso:

    HABEAS CORPUS. HOMICDIO QUALIFICADO. RECEPTAO SIMPLES.

    ADULTERAO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VECULO AUTOMOTOR.

    FRAUDE PROCESSUAL. CORRUPO PASSIVA. FORMAO DE

    QUADRILHA OU BANDO ARMADO. PLEITO DE TRANCAMENTO DA AO

    PENAL. AUSNCIA DE JUSTA CAUSA. INEXISTNCIA DE INDCIOS DE

    AUTORIA. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE NA VIA ESTREITA DO

    WRIT. E-MAIL ANNIMO DELATANDO A PRTICA DE CRIMES.

    DILIGNCIAS PRVIAS PELO MP A FIM DE VERIFICAR A VERACIDADE

    DAS INFORMAES. EXISTNCIA. ALEGAO DE ARQUIVAMENTO

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    IMPLCITO. PACIENTE NO DENUNCIADO NA PRIMEIRA EXORDIAL

    ACUSATRIA OFERECIDA PELO PARQUET ESTADUAL. PRINCPIOS DA

    INDIVISIBILIDADE DA AO PENAL PBLICA INCONDICIONADA,

    OBRIGATORIEDADE E BUSCA DA VERDADE REAL. CONSTRANGIMENTOILEGAL. INOCORRNCIA.

    1. A alegada ausncia de justa causa para o prosseguimento da ao

    penal - em razo da inexistncia de elementos de prova que

    demonstrem ter o paciente participado dos fatos narrados na

    denncia e da ausncia de vnculo entre ele e os supostos

    mandantes do crime - demanda a anlise de fatos e provas,

    providncia incabvel na via estreita do habeas corpus, carente de dilao

    probatria.

    2. O trancamento da ao penal pela via do habeas corpus cabvel

    apenas quando demonstrada a atipicidade da conduta, a extino da

    punibilidade ou a manifesta ausncia de provas da existncia do

    crime e de indcios de autoria.

    (...)

    (HC 197.886/RS, Rel. Ministro SEBASTIO REIS JNIOR, SEXTA TURMA,

    julgado em 10/04/2012, DJe 25/04/2012)

    C) Legitimidade ad causam ativa e passiva

    A legitimidade (e aqui nos aproximamos do processo civil) o

    que se pode chamar de pertinncia subjetiva para a demanda.

    Assim, a presena do MP no polo ativo de uma denncia pelo crime de

    homicdio pertinente, pois a Constituio o coloca como titular exclusivo

    da Ao Penal, o que corroborado pelo CPP. Tambm deve haver

    legitimidade passiva, ou seja, quem deve figurar no polo passivo (ser o

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    ru da ao) quem efetivamente praticou o crime, ou seja, o sujeito

    ativo do crime.

    Cuidado! O sujeito ativo do crime (infrator) ser, no processo penal, o

    sujeito passivo na relao processual!

    Parte da Doutrina entende que os inimputveis so partes ilegtimas

    para figurar no polo passivo da ao penal. Entretanto, essa posio

    merece algumas consideraes.A inimputabilidade por critrio meramente biolgico

    somente uma, e refere-se menoridade penal. Ou seja, somente o

    menor de 18 anos ser sempre inimputvel, sem que se exija qualquer

    anlise do mrito da demanda. De plano se pode considerar sua

    ilegitimidade, conforme prev o art. 27 do CP:

    Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos so penalmenteinimputveis, ficando sujeitos s normas estabelecidas na

    legislao especial. (Redao dada pela Lei n 7.209, de

    11.7.1984)

    Assim, se o titular da ao penal ajuza a ao em face de um menor

    de 18 anos, falta uma das condies da ao, que a imputabilidadepenal, pois de maneira nenhuma pode o menor de 18 anos responder

    criminalmente, estando sujeito s normas do ECA.

    Entretanto, se estivermos diante dos demais casos de

    inimputabilidade, a hiptese no de ilegitimidade passiva, pois a

    anlise da imputabilidade do agente depender da avaliao dos

    fatores, das circunstncias do delito, podendo se concluir pela sua

    inimputabilidade. o que ocorre com os doentes mentais que ao tempo

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art27http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art27http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art27http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art27http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art27
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    do crime eram inteiramente incapazes de compreender o carter ilcito da

    conduta e se comportar conforme o direito.

    A prova mais cabal de que nesse caso no h ilegitimidade que,

    considerando o Juiz que o agente era inimputvel poca do fato, norejeitar a denncia ou queixa (o que deveria ser feito, em razo do art.

    395, II do CPP), mas absolver o acusado e aplicar medida de segurana

    (absolvio imprpria). Assim, o Juiz adentrar ao mrito da causa. Ora,

    se a ausncia de condio da ao obsta a apreciao do mrito,

    fica claro que nessa hiptese no h ilegitimidade.

    Quanto pessoa jurdica, pacfico o entendimento doutrinrio e

    jurisprudencial no sentido de que a Pessoa Jurdica pode figurar no polo

    ativo do processo penal, at porque h previso expressa nesse sentido:

    Art. 37. As fundaes, associaes ou sociedades legalmente

    constitudas podero exercer a ao penal, devendo ser

    representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos

    designarem ou, no silncio destes, pelos seus diretores ou

    scios-gerentes.

    Quanto possibilidade de a pessoa jurdica ser sujeito passivo no

    processo penal, ou seja, quanto sua legitimidade passiva, a Doutrina

    se divide, uns entendendo no ser possvel, outros pugnando pela

    possibilidade.

    O STF e o STJ entendem que a Pessoa Jurdica pode figurar no

    polo passivo de ao penal por crime ambiental, conforme previsto

    no art. 225, 3 do CP, regulamentado pela Lei 9.605/98. Quanto aos

    crimes contra a ordem econmica, por no haver regulamentao legal, a

    jurisprudncia no vem admitindo que a pessoa jurdica responda por tais

    crimes.

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    I.b) Espcies de Ao Penal

    A ao penal pode ser pblica incondicionada, pblica

    condicionada, ou privada. Nos termos do quadro esquemtico, para

    facilitar a compreenso de vocs:

    Assim pode se resumir, graficamente, as espcies de ao penal

    previstas no CPP. A Doutrina cita, ainda, a ao penal popular, prevista

    na Lei 1.079/50, mas essa espcie polmica e no possui previso no

    CPP, motivo pelo qual, no ser objeto do nosso estudo.

    Vamos estudar, agora, cada uma das seis espcies de ao penal:

    A) Ao penal pblica incondicionada

    a regra no ordenamento processual penal brasileiro. Sua

    titularidade pertence ao Ministrio Pblico, de forma privativa, nos termos

    do art. 129, I da Constituio da Repblica.

    AO PENAL

    PBLICA

    PRIVADA

    INCONDICIONADA CONDICIONADA

    REPRESENTAO DOOFENDIDO

    REQUISI O DO MINISTRODA JUSTIA

    EXCLUSIVA PERSONALSSIMA SUBSIDI RIA DAPBLICA

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    Alguns princpios regem a ao penal pblica incondicionada:

    Obrigatoriedade Havendo indcios de autoria e prova da

    materialidade do delito, o membro do MP deve oferecer a

    denncia, no podendo deixar de faz-lo, pois no podedispor da ao penal. Atualmente esta regra est

    excepcionada pela previso de transao penal nos Juizados

    especiais (Lei 9.099/95), que hiptese na qual o titular da

    ao penal e o infrator transacionam, de forma a evitar o

    ajuizamento da demanda. A previso no inconstitucional,

    pois a prpria Constituio a prev, em seu art. 98, I. A

    Doutrina admite que, estando presentes causas excludentes da

    ilicitude, de maneira inequvoca, poder o membro do MP

    deixar de oferecer denncia;

    Indisponibilidade Uma vez ajuizada a ao penal pblica,

    no pode seu titular dela desistir ou transigir, nos termos do

    art. 42 do CPP: Art. 42. O Ministrio Pblico no poder

    desistir da ao penal. Esta regra tambm estexcepcionada pela previso de transao penal e suspenso

    condicional do processo, que so institutos previstos na Lei dos

    Juizados Especiais (Lei 9.099/95);

    OficialidadeA ao penal pblica ser ajuizada por um

    rgo oficial, no caso, o MP. Entretanto, pode ocorrer de,

    transcorrido o prazo legal para que o MP oferea a denncia,

    este no o faa nem promova o arquivamento do IP, ou seja,

    fique inerte. Nesse caso, a lei prev que o ofendido poder

    promover ao penal privada subsidiria da pblica (que

    estudaremos melhor daqui a pouco). Assim, podemos

    concluir que a ao penal pblica exclusiva do MP,

    durante o prazo legal. Findo este prazo, a lei estabelece um

    prazo de seis meses no qual tanto o MP quanto o ofendido

    pode ajuizar a ao penal, numa verdadeira hiptese de

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    legitimao concorrente: Art. 29. Ser admitida ao privada

    nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo

    legal, cabendo ao Ministrio Pblico aditar a queixa, repudi-la

    e oferecer denncia substitutiva, intervir em todos os termosdo processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a

    todo tempo, no caso de negligncia do querelante, retomar a

    ao como parte principal. Findo este prazo de seis meses no

    qual o ofendido pode ajuizar a ao penal privada subsidiria

    da pblica, a legitimidade volta a ser do MP, exclusivamente,

    desde que ainda no esteja extinta a punibilidade;

    Divisibilidade Havendo mais de um infrator (autor do

    crime), pode o MP ajuizar a demanda somente em face

    um ou alguns deles, reservando para os outros, o

    ajuizamento em momento posterior, de forma a conseguir

    mais tempo para reunir elementos de prova. No nenhum

    bice quanto a isso, e esta prtica no configura precluso para

    o MP, podendo aditar a denncia posteriormente, a fim de

    incluir os demais autores do crime ou, ainda, promover outra

    ao penal em face dos outros autores do crime;

    Com relao divisibilidade, importante notar que este um

    princpio que, por si s, pulveriza a tese de arquivamento implcito.

    Inclusive essa a orientao firmada pelo prprio STJ:

    HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. ART. 121, . 1, C.C. ART. 29

    DO CDIGO PENAL. PACIENTE INDICIADO. INCLUSO DO PACIENTE NO

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    ROL DOS ACUSADOS EM ADITAMENTO DENNCIA. ARQUIVAMENTO

    IMPLCITO.

    INOCORRNCIA. TRANCAMENTO DA AO PENAL. IMPOSSIBILIDADE.

    HABEAS CORPUS DENEGADO.

    1. Consoante o disposto no art. 569, do Cdigo de Processo Penal, o

    aditamento da denncia perfeitamente admissvel, desde que ocorra

    antes da sentena final e seja garantindo o exerccio da ampla defesa e

    do contraditrio.

    2. "O oferecimento de denncia em desfavor de alguns dos

    indiciados ou investigados em inqurito no implica pedido dearquivamento implcito em relao aos demais, mas to-somente

    indica no ter vislumbrado o membro do Parquet, naquele

    momento, a presena de materialidade e indcios suficientes de

    autoria convergentes para os no-denunciados." (HC 113.560/SP,

    5. Turma, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, DJe de 06/04/2009.)

    3. Habeas corpus denegado.

    (HC 181.179/BA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado

    em 19/06/2012, DJe 28/06/2012)

    B) Ao penal pblica condicionada ( representao do

    ofendido e requisio do Ministro da Justia)

    Trata-se de duas hipteses pertencentes mesma categoria de ao

    penal, a ao penal pblica condicionada.

    Aplica-se a esta espcie de ao penal tudo o que foi dito a respeito

    da ao penal pblica, havendo, no entanto, alguns pontos especiais.

    Aqui, para que o MP (titular da ao penal) possa exercer

    legitimamente o seu direito de ajuizar a ao penal pblica, dever estarpresente uma condio de procedibilidade, que a representao do

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    ofendido ou a requisio do Ministro da Justia, a depender do caso.

    Frise-se que, em regra, a ao penal pblica e incondicionada.

    Somente ser condicionada se a lei expressamente dispuser neste

    sentido.Para facilitar o estudo de vocs, elaborei os seguintes quadros com

    as peculiaridades da ao penal pblica condicionada, tanto no caso de

    condicionamento representao do ofendido quanto no caso de

    requisio do Ministro da Justia:

    AO PENAL PBLICA CONDICIONADA REPRESENTAO DO OFENDIDO

    Trata-se de condio imprescindvel, nos termos do art. 24 do CPP;

    representao admite retratao, mas somente at o

    oferecimento da denncia (cuidado! Costumam colocar em

    provas de concurso que a retratao pode ocorrer at o

    recebimento da denncia. Isto est errado! uma pegadinha!

    No vocabulrio internets, uma cilada, Bino! risos);

    Caso ajuizada a ao penal sem a representao, esta nulidade

    processual pode ser sanada posteriormente, caso a vtima a

    apresente em Juzo (desde que realizada dentro do prazo de seis

    meses que a vtima possui para representar, nos termos do art. 38

    do CP);

    No se exige forma especfica para a representao, bastando que

    seja escrita e descreva claramente a inteno de ver o infrator ser

    processado. A jurisprudncia admite que o simples registro de

    ocorrncia em sede policial, desde que conste informao de

    que a vtima pretende ver o infrator punido, PODE ser

    considerada como representao;

    A representao no pode ser dividida quanto aos autores

    do fato. Ou se representa em face de todos eles, ou no h

    representao, pois esta no se refere propriamente aos agentes

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    que praticaram o delito, mas ao fato. Quando a vtima representa,

    est manifestando seu desejo em ver o fato ser objeto de ao

    penal para que sejam punidos os responsveis. Entretanto,

    embora no possa haver fracionamento da representao,isso no impede que o MP denuncie apenas um ou alguns

    dos infratores, pois um dos princpios da ao penal pblica

    a divisibilidade, lembram-se?

    A legitimidade para oferecer a representao do ofendido, se

    maior de 18 anos e capaz (art. 34 do CP). Embora o dispositivo

    legal estabelea que se o ofendido tiver mais de 18 e menos de 21

    anos tanto ele quanto seu representante legal possam apresentar a

    representao, este artigo perdeu o sentido com o advento do

    Novo Cdigo Civil em 2002, que estabeleceu a maioridade

    civil em 18 anos.

    Se o ofendido for menor ou incapaz, ter legitimidade o seu

    representante legal. Porm, se o ofendido no possuir

    representante legal ou os seus interesses colidirem com o dorepresentante, o Juiz deve nomear curador, por fora do art. 33 do

    CPP (por analogia). Este curador no est obrigado a oferecer

    a representao, devendo apenas analisar se salutar ou

    no para o ofendido (maioria da Doutrina entende isso, mas

    controvertido);

    Se ofendido falecer, aplica-se a ordem de legitimao

    prevista no art. 24, 1 do CP: 1o No caso de morte do ofendido

    ou quando declarado ausente por deciso judicial, o direito de

    representao passar ao cnjuge, ascendente, descendente ou irmo.

    (Pargrafo nico renumerado pela Lei n 8.699, de 27.8.1993).

    importante observar que essa ordem deve ser observada. Assim,

    havendo cnjuge, e este resolvendo no representar, no poder o

    pai do falecido representar. A Doutrina equipara o companheiro ao

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8699.htm#art24%C2%A72http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8699.htm#art24%C2%A72http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8699.htm#art24%C2%A72
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    cnjuge;

    O prazo para representao est no art. 38 do CPP: Art. 38. Salvo

    disposio em contrrio, o ofendido, ou seu representante legal,

    decair no direito de queixa ou de representao, se no o

    exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que

    vier a saber quem o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do

    dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denncia;

    Se o ofendido for menor de idade, o prazo, para ele, s comea a

    fluir quando este completar 18 anos;

    Se a vtima vier a falecer, o prazo comea a correr para os

    legitimados (cnjuge, ascendente, etc.) quando tomarem

    conhecimento do fato ou de sua autoria (art. 38, nico do CPP);

    A representao pode ser oferecida perante o MP, a autoridade

    policial ou mesmo perante o Juiz;

    J quanto ao penal pblica condicionada requisio do Ministro

    da Justia:

    AO PENAL PBLICA CONDICIONADA REQUISIO DO MINISTRO DA

    JUSTIA

    Trata-se de crimes nos quais existe um juzo poltico acerca da

    convenincia em v-los apurados ou no. So poucas as hipteses,

    citando, como exemplo, o crime cometido contra a honra do

    Presidente da Repblica (art. 141, I, c/c art. 145, nico, do CP);

    Diferentemente do que ocorre com a representao, no h prazo

    decadencial para o oferecimento da requisio, podendo esta

    ocorrer enquanto no estiver extinta a punibilidade do crime;

    A maioria da Doutrina entende que no cabe retratao

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    dessa requisio, ao contrrio do que ocorre com a

    representao do ofendido, por no haver previso legal e por se

    tratar a requisio, de um ato administrativo;

    O destinatrio da requisio o MP, que no est vinculado

    requisio, podendo deixar de ajuizar a ao penal;

    C) Ao penal privada exclusiva

    a modalidade de ao penal privada clssica. aquela na qual a Leientende que a vontade do ofendido em ver ou no o crime apurado e o

    infrator processado so superiores ao interesse pblico em apurar o fato.

    Alguns princpios regem a ao penal privada:

    Oportunidade Diferentemente do que ocorre com relao

    ao penal pblica, que obrigatria para o MP, na ao penal

    privada compete ao ofendido ou aos demais legitimados

    proceder anlise da convenincia do ajuizamento da

    ao;

    Disponibilidade Tambm de maneira diversa do que ocorre

    na ao penal pblica, aqui o titular da ao penal

    (ofendido) pode desistir da ao penal proposta (art. 51

    do CPP);

    Indivisibilidade Outra caracterstica diversa a

    impossibilidade de se fracionar o exerccio da ao penal

    em relao aos infratores. O ofendido no obrigado a

    ajuizar a queixa, mas se o fizer, deve ajuizar a queixa em face

    de todos os agentes que cometeram o crime, sob pena de se

    considerarem perdoados aqueles que no foram includos no

    plo passivo da ao. Assim, considerando que houve o perdo

    a alguns dos criminosos, o perdo se estende tambm aos

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    agentes que foram acionados judicialmente, por fora do art.

    48 do CP: Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime

    obrigar ao processo de todos, e o Ministrio Pblico velar pela sua

    indivisibilidade;

    .O prazo para ajuizamento da ao penal (queixa) decadencial de

    seis meses, e comea a fluir da data em que o ofendido tomou cincia de

    quem foi o autor do delito. O STF e o STJ entendem que se a queixa

    foi ajuizada dentro do prazo legal, mas perante juzo

    incompetente, mesmo assim ter sido interrompido o prazodecadencial, pois o ofendido no ficou inerte.

    HABEAS CORPUS. INJRIA RACIAL (ARTIGO 140, 3, DO CDIGO

    PENAL).

    ALEGADA DECADNCIA. AO PENAL PROPOSTA PELA DEFENSORIA

    PBLICA DENTRO DO PRAZO LEGAL. IRRELEVNCIA DO AJUIZAMENTO

    DA QUEIXA-CRIME PERANTE JUZO INCOMPETENTE. INTERRUPO DO

    PRAZO DECADENCIAL PELO SIMPLES PROTOCOLO DA PETIO INICIAL.

    DESPROVIMENTO DO RECURSO.

    1. Havendo dados seguros de que a queixa-crime foi intentada dentro do

    prazo legal, e inexistindo quaisquer elementos concretos que afastem a

    concluso de que a ao penal privada foi ajuizada pela Defensoria

    Pblica antes da consumao do prazo decadencial, no se pode falar em

    extino da punibilidade do recorrente.

    2. Mesmo que a queixa-crime tenha sido apresentada perante

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    Juzo incompetente, o certo que o seu simples ajuizamento

    suficiente para obstar a decadncia, interrompendo o seu

    Doutrina. Precedentes do STJ e do STF.

    3. Recurso desprovido.

    (RHC 25.611/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado

    em 09/08/2011, DJe 25/08/2011)

    O ofendido pode ainda, renunciar ao direito de ajuizar a ao

    (queixa), e se o fizer somente a um dos infratores, a todos se estender,

    por fora do art. 49 do CPP:

    Art. 49. A renncia ao exerccio do direito de queixa, em relao

    a um dos autores do crime, a todos se estender.

    A renncia s pode ocorrer antes do ajuizamento da demanda

    e pode ser expressa ou tcita.Aps o ajuizamento da demanda o

    que poder ocorrer o perdo do ofendido. Nos termos do art. 51 do

    CPP:

    Art. 51. O perdo concedido a um dos querelados aproveitar a

    todos, sem que produza, todavia, efeito em relao ao que o

    recusar.

    A utilizao do termo querelado denota que s pode ocorrer o

    perdo depois de ajuizada a queixa, pois s aps este momento h

    querelante (ofendido) e querelado (autor do crime).

    O perdo, semelhana do que ocorre com a renncia ao direito de

    queixa, tambm pode ser expresso ou tcito. No primeiro caso, simples,

    decorre de manifestao expressa do querelante no sentido de que

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    perdoa o infrator. No segundo caso, decorre da prtica de algum ato

    incompatvel com a inteno de processar o infrator (ex.: Casar-se com o

    infrator).

    Na ao penal privada pode ocorrer, ainda, a perempo da aopenal, que a perda do direito de prosseguir na ao como punio ao

    querelante que foi inerte ou negligente no processo. As hipteses esto

    previstas no art. 60 do CPP:

    Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa,

    considerar-se- perempta a ao penal:

    I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o

    andamento do processo durante 30 dias seguidos;

    II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua

    incapacidade, no comparecer em juzo, para prosseguir no

    processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer daspessoas a quem couber faz-lo, ressalvado o disposto no art.

    36;

    III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo

    justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar

    presente, ou deixar de formular o pedido de condenao nas

    alegaes finais;

    IV - quando, sendo o querelante pessoa jurdica, esta se

    extinguir sem deixar sucessor.

    D) Ao penal privada subsidiria da pblica

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    Trata-se de hiptese na qual a ao penal , na verdade, pblica, ou

    seja, o seu titular o MP. No entanto, em razo da inrcia do MP em

    oferecer a denncia no prazo legal (em regra, 15 dias se ru solto, ou 05

    dias se ru preso), a lei confere ao ofendido o direito de ajuizar uma aopenal privada (queixa) que substitui a ao penal pblica. Esta previso

    est contida no art. 29 do CPP:

    Art. 29. Ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica,

    se esta no for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministrio

    Pblico aditar a queixa, repudi-la e oferecer denncia

    substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer

    elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso

    de negligncia do querelante, retomar a ao como parte

    principal.

    Entretanto, o ofendido tem um prazo de seis meses para

    oferecer a ao penal privada, que comea a correr no dia em que

    se esgota o prazo do MP para oferecer a denncia, conforme art. 38

    do CPP:

    Art. 38. Salvo disposio em contrrio, o ofendido, ou seu

    representante legal, decair no direito de queixa ou de

    representao, se no o exercer dentro do prazo de seis

    meses, contado do dia em que vier a saber quem o autor do

    crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o

    prazo para o oferecimento da denncia.

    Se o MP requer ao Juiz dilao de prazo para realizao de diligncias

    ou promove o arquivamento do IP, no se pode admitir a ao penalprivada, pois esta somente existe para os casos nos quais o MP

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    permaneceu inerte, sem nada fazer. Se o MP pratica uma destas

    condutas, no h inrcia, mas apenas a prtica de atos que lhe so

    permitidos. Inclusive o STJ j decidiu sobre isso:

    CRIMINAL. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. EMBARGOS DE

    DECLARAO. INQURITO. ARQUIVAMENTO. AO PENAL PRIVADASUBSIDIRIA. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS ACOLHIDOS APENAS

    PARA SANAR A OMISSO. ACRDO EMBARGADO MANTIDO.

    (...)

    Amparada pelo art. 5, inciso LXI, da Constituio Federal e pelo art. 29

    do Cdigo de Processo Penal, a ao penal privada subsidiria cabvel

    na hiptese de a ao penal pblica, condicionada ou incondicionada, noser intentada no prazo legal, isto , em caso de restar evidenciada a

    inrcia do Ministrio Pblico.

    O pedido de arquivamento no hbil a configurar inrcia do

    Parquet, afastando, portanto, a possibilidade de levar a efeito a

    ao penal privada subsidiria.

    Precedentes do STJ e do STF.

    Embargos acolhidos, to-somente para sanar a omisso, mantido o

    acrdo impugnado.

    (EDcl no AgRg no Inq .528/MT, Rel. Ministro GILSON DIPP, CORTE

    ESPECIAL, julgado em 19/12/2007, DJe 03/03/2008)

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    Por fim, no admissvel o perdo do ofendido na ao penal

    privada subsidiria da pblica, pois se trata de ao originariamente

    pblica, na qual s se admitiu o manejo da ao privada em razo de

    uma circunstncia temporal. Tanto assim que o art. 105 do CPestabelece que:

    Art. 105 - O perdo do ofendido, nos crimes em que somente

    se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da

    ao.

    Ora, se o artigo fala em crimes em que somente se procede

    mediante queixa, exclui desta lista a ao penal privada subsidiria da

    pblica.

    E) Ao penal personalssima

    Trata-se de modalidade de ao penal privada exclusiva, cuja nica

    diferena que, nesta hiptese, somente o ofendido (mais ningum,

    em hiptese nenhuma!) poder ajuizar ao. Assim, se o ofendido

    falecer, nada mais haver a ser feito, estando extinta a punibilidade, pois

    a legitimidade no se estende aos sucessores, como acontece nos demais

    crimes de ao privada.

    Alm disso, se o ofendido menor, o seu representante no pode

    ajuizar a demanda. Assim, deve o ofendido aguardar a maioridade para

    ajuizar a ao penal privada.

    A nica hiptese ainda existente no nosso ordenamento o

    crime previsto no art. 236 do CP:

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    Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o

    outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que no seja

    casamento anterior:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos.

    Pargrafo nico - A ao penal depende de queixa do contraente

    enganado e no pode ser intentada seno depois de transitar em

    julgado a sentena que, por motivo de erro ou impedimento,

    anule o casamento.

    Bons estudos!

    Prof. Renan Araujo

    A ao penal o instrumento que d incio ao processo

    penal, atravs do qual o Estado poder exercer seu ius puniendi.

    Pode ser de trs espcies:

    Pblica Incondicionada;

    Pblica Condicionada;

    Privada

    A ao penal pblica (tanto a incondicionada quanto

    RESUMO

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    condicionada) de titularidade exclusiva do MP e goza das

    seguintes caractersticas:

    Obrigatoriedade;

    Oficialidade;

    Indisponibilidade;

    Divisibilidade

    A ao penal privada de titularidade do ofendido e goza das

    seguintes caractersticas:

    Indivisibilidade; Oportunidade;

    Disponibilidade;

    Quando se tratar de crime de ao penal pblica, e o MP nada

    fizer no prazo legal de oferecimento da denncia (inrcia do MP),

    o ofendido, ou quem lhe represente, poder ajuizar ao penal

    privada subsidiria da pblica, tendo essa legitimidade umprazo de validade de seis meses, a contar do dia seguinte em que

    termina o prazo para manifestao do MP (consolidando sua

    inrcia).

    O pedido de arquivamento ou requerimento de novas

    diligncias no configura inrcia do MP (STJ);

    A justa causa a existncia de elementos de prova mnimos,

    aptos a justificar a demanda penal (STJ);

    Na ao penal privada o ofendido pode renunciar ao direito de

    queixa, perdoar os infratores e, ainda, ser penalizado pela inrcia

    na conduo da ao (perempo). Estes institutos no se aplicam

    ao penal privada subsidiria da pblica.

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    01 - (CESPE 2009 BACEN PROCURADOR)

    No que concerne denncia, assinale a opo correta.

    a)A denncia deve conter a identificao e qualificao do denunciado, de

    maneira que no haja dvida sobre a autoria, e a descrio pericial do

    fato criminoso em todas as circunstncias agravantes e atenuantes

    contidas no tipo.

    b)A denncia deve conter o histrico da vida pregressa do denunciado,

    descrevendo todos os dados fticos necessrios determinao da

    infrao penal, a opinio doctorum sobre o delito, tipificando o delinquente

    e a vtima e estabelecendo as medidas de controle social cabveis.

    c)Na denncia, os dados fticos que correspondem aos elementos do tipo

    penal so considerados circunstncias identificadoras de tipo, enquanto os

    elementos que correspondem identificao do denunciado so

    chamados de circunstncias identificadoras do agente.

    d)A falta de descrio de uma elementar na denncia provoca sua

    inpcia.

    e)Quando inepta, a denncia no pode ser rejeitada, mas possvel

    trancar a ao penal por meio de habeas corpus.

    02 - (CESPE 2002 SENADO FEDERAL CONSULTOR

    LEGISLATIVO)

    Caio foi acusado, em juzo, pelo cometimento de crime sujeito a ao

    penal pblica incondicionada e, quanto ao seu procedimento, s

    LISTA DAS QUESTES

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    disposies do CPP. Nesse caso, a acusao pode ter-se originado tanto

    de uma denncia quanto de uma queixa.

    03 - (CESPE 2002 SENADO FEDERAL CONSULTOR

    LEGISLATIVO)

    Macrio foi acusado, em juzo, pelo cometimento de crime sujeito a ao

    penal pblica condicionada. Quanto ao procedimento, luz das

    disposies do CPP, julgue o item subseqente.

    Cuidando-se de ao penal condicionada representao do ofendido ou

    de seu representante legal, dever ele optar entre representar aoMinistrio Pblico ou, diretamente, oferecer queixa em juzo.

    04 - (CESPE 2002 SENADO FEDERAL CONSULTOR

    LEGISLATIVO)

    Macrio foi acusado, em juzo, pelo cometimento de crime sujeito a ao

    penal pblica condicionada. Quanto ao procedimento, luz dasdisposies do CPP, julgue o item subseqente.

    05 - (CESPE 2002 SENADO FEDERAL CONSULTOR

    LEGISLATIVO)

    Lauro est sendo acusado, em juzo, por crime que deixou vestgios,

    havendo a polcia arrecadado os objetos que compem o corpo de delito.

    De acordo com a legislao pertinente ao caso descrito no texto, julgue o

    item subseqente.

    Lauro no deveria estar respondendo ao penal se no se sabe, ao

    menos, o seu nome e filiao.

    06 - (CESPE 2004 DPF DELEGADO DE POLCIA FEDERAL)

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    Com relao ao direito processual penal, julgue o item subseqente.

    Em face de crime de ao penal privada, cabvel a decretao de priso

    preventiva.

    07 - (CESPE 2010 AGU PROCURADOR FEDERAL)

    A respeito de ao penal, julgue o prximo item.

    A possibilidade jurdica do pedido, como condio da ao penal,

    exemplificada pela doutrina com a impossibilidade de se instaurar ao

    penal se o fato narrado na denncia ou queixa evidentemente no

    constituir crime e com a impossibilidade de imposio de pena em caso defato que, pela inicial, no previsto na lei como crime.

    08 - (CESPE 2003 - DPE/AL DEFENSOR PBLICO)

    Em princpio, toda ao penal pblica, pois um direito subjetivo do

    titular perante o Estado-juiz. A distino que se faz entre ao pblica e

    ao privada se estabelece apenas em razo da legitimidade para agir; se promovida pelo Estado, por intermdio do Ministrio Pblico, ela ao

    penal pblica; se a lei defere o direito de agir vtima, ao penal

    privada.

    Julio Fabbrini Mirabete. Cdigo de processo penal interpretado. 5.

    Ed. Atlas, 1997, p. 65 (com adaptaes).

    Considerando as idias do texto acima e os dispositivos legais acerca daao penal, julgue o item seguinte.

    Ao receber os autos do inqurito policial, o Ministrio Pblico dever

    oferecer denncia no prazo de cinco dias, se o ru estiver preso, ou

    quinze dias, se ele estiver solto. Porm, tratando-se de crime de

    imprensa, o prazo ser de dez dias para oferecimento.

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    09 - (CESPE 2012 MPE/TO PROMOTOR DE JUSTIA)

    Jair, dirigindo de maneira imprudente, causou a coliso de seu veculo

    com o de Maria, que sofreu leso corporal grave, consistente na

    amputao de membro inferior, conforme comprovado por laudoproduzido pelo perito que realizou seu exame de corpo de delito.

    Com base nessa situao hipottica, assinale a opo correta no que

    concerne ao penal.

    a)Em razo da gravidade das leses sofridas por Maria, o titular da ao

    penal, nesse caso, o MP, que deve oferecer denncia

    independentemente de manifestao da ofendida.b)Maria ou seu representante legal tm o prazo de at seis meses,

    contado da data do acidente, para oferecer queixa-crime contra Jair,

    podendo dela se retratar a qualquer tempo.

    c)A ao penal, nessa situao, s pode ser proposta por Maria, no se

    admitindo a propositura por representante legal nem por seus sucessores,

    no caso de sua morte ou ausncia.

    d)Maria poder representar criminalmente contra Jair se o MP deixar de

    oferecer a denncia no prazo decadencial, caso em que poder ingressar

    na relao processual como assistente de acusao.

    e)Nesse caso, a ao penal pblica condicionada representao da

    vtima, tendo Maria o prazo decadencial de seis meses, contado da data

    em que tomou conhecimento de que o autor da leso foi Jair, para contra

    ele representar.

    10 - (CESPE 2008 TJ/DF ANALISTA JUDICIRIO EXECUO

    DE MANDADOS)

    Nas aes penais pblicas condicionadas representao da ofendida,

    esta pode renunciar representao perante o juiz ou a autoridade

    policial, no mximo, at a data do oferecimento da denncia.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 02

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    11 - (CESPE 2008 PC/TO DELEGADO DE POLCIA)

    Considere a seguinte situao hipottica.

    Valmir, penalmente imputvel, agrediu fisicamente Leandro, produzindo-lhe leses corporais de natureza leve, constatadas em laudo pericial.

    Apresentado o fato autoridade policial, e aps a representao do

    ofendido, foi formalizado e remetido ao Poder Judicirio o respectivo

    termo circunstanciado.

    Nessa situao, uma vez procedida a representao pela vtima, esta no

    mais poder desistir da persecuo penal, devendo a ao penal seguir

    sua tramitao sob a titularidade do Ministrio Pblico, at deciso final.

    12 - (CESPE 2010 DETRAN-ES ADVOGADO)

    Nas aes penais de natureza privada, no se admite o perdo do

    ofendido depois do trnsito em julgado da sentena condenatria.

    01 - (CESPE 2009 BACEN PROCURADOR)

    No que concerne denncia, assinale a opo correta.

    a) A denncia deve conter a identificao e qualificao do

    denunciado, de maneira que no haja dvida sobre a autoria, e adescrio pericial do fato criminoso em todas as circunstncias

    agravantes e atenuantes contidas no tipo.

    b) A denncia deve conter o histrico da vida pregressa do

    denunciado, descrevendo todos os dados fticos necessrios

    determinao da infrao penal, a opinio doctorum sobre o delito,

    tipificando o delinquente e a vtima e estabelecendo as medidas

    de controle social cabveis.

    QUESTES COMENTADAS

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 02

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    c) Na denncia, os dados fticos que correspondem aos elementos

    do tipo penal so considerados circunstncias identificadoras de

    tipo, enquanto os elementos que correspondem identificao do

    denunciado so chamados de circunstncias identificadoras doagente.

    d) A falta de descrio de uma elementar na denncia provoca sua

    inpcia.

    e) Quando inepta, a denncia no pode ser rejeitada, mas

    possvel trancar a ao penal por meio de habeas corpus.

    COMENTRIOS:A) ERRADA: O item est errado, pois a denncia deve conter a exposio

    do fato criminoso e a qualificao do acusado ou elementos pelos quais se

    possa identific-lo, no se exigindo prova da autoria, eis que nessa fase

    se exige, apenas, indcios de autoria, nos termos do art. 41 do CPP:

    Art. 41. A denncia ou queixa conter a exposio do fato criminoso, com

    todas as suas circunstncias, a qualificao do acusado ou

    esclarecimentos pelos quais se possa identific-lo, a classificao do crime

    e, quando necessrio, o rol das testemunhas.

    B) ERRADA: Como j dito, a denncia deve conter, apenas, a exposio

    clara do fato criminoso, com todas as suas circunstncias e a qualificao

    do acusado, ou elementos pelos quais se possa identific-lo, alm da

    classificao que se d ao crime e, eventualmente, rol de testemunhas,nos termos do art. 41 do CPP:

    C) ERRADA: Os elementos que identificam o crime so chamados de

    classificao do delito, ou tipificao, e os elementos referentes

    identificao do infrator so chamados de qualificao do acusado;

    D) CORRETA: No sendo descrita uma elementar do tipo na denncia,

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    ela ser inepta, eis que a denncia deve conter a exposio do fato

    criminoso com todas as suas circunstncias, nos termos do art. 41 do

    CPP;

    E) ERRADA: Uma vez inepta a denncia deve ser rejeitada, nos termos

    do art. 395, I do CPP:

    Art. 395. A denncia ou queixa ser rejeitada quando: (Redao dada

    pela Lei n 11.719, de 2008).

    I - for manifestamente inepta; (Includo pela Lei n 11.719, de 2008).

    Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA D.

    02 - (CESPE 2002 SENADO FEDERAL CONSULTOR

    LEGISLATIVO)

    Caio foi acusado, em juzo, pelo cometimento de crime sujeito a

    ao penal pblica incondicionada e, quanto ao seu procedimento,s disposies do CPP. Nesse caso, a acusao pode ter-se

    originado tanto de uma denncia quanto de uma queixa.

    COMENTRIOS: A questo perniciosa, pois ao mencionar que o

    acusado teria praticado crime de ao penal pblica incondicionada leva o

    candidato a pensar que somente poderia ter sido manejada denncia pelo

    MP.

    No entanto, no podemos esquecer da possibilidade de ao penal

    privada subsidiria da pblica. Vejamos a redao do art. 29 do CPP:

    Art. 29. Ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta

    no for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministrio Pblico aditar a

    queixa, repudi-la e oferecer denncia substitutiva, intervir em todos os

    termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a

    http://177.71.179.202/adminconsole-restrito/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://177.71.179.202/adminconsole-restrito/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://177.71.179.202/adminconsole-restrito/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://177.71.179.202/adminconsole-restrito/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://177.71.179.202/adminconsole-restrito/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://177.71.179.202/adminconsole-restrito/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://177.71.179.202/adminconsole-restrito/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1http://177.71.179.202/adminconsole-restrito/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
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    todo tempo, no caso de negligncia do querelante, retomar a ao como

    parte principal.

    Desta forma, pelas informaes fornecidas, de fato, no podemos saberse foi acusado mediante denncia ou queixa (subsidiria).

    Portanto, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

    03 - (CESPE 2002 SENADO FEDERAL CONSULTOR

    LEGISLATIVO)

    Macrio foi acusado, em juzo, pelo cometimento de crime sujeito

    a ao penal pblica condicionada. Quanto ao procedimento, luz

    das disposies do CPP, julgue o item subseqente.

    Cuidando-se de ao penal condicionada representao do

    ofendido ou de seu representante legal, dever ele optar entre

    representar ao Ministrio Pblico ou, diretamente, oferecer queixaem juzo.

    COMENTRIOS: A afirmativa est errada. Seno vejamos:

    Nos crimes de ao penal pblica condicionada representao, esta

    (representao) indispensvel, sendo considerada condio de

    procedibilidade da ao penal, que de titularidade do MP.

    Assim, o MP s pode denunciar o infrator se o ofendido der o seu aval.No entanto, no permitido ao ofendido ajuizar, ele prprio, a ao penal

    pblica condicionada (salvo na excepcionalssima hiptese da ao

    privada subsidiria da pblica), eis que a titularidade desta ao penal

    do MP, embora a lei confira ao ofendido o poder de vetar o ajuizamento

    da ao penal.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

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    04 - (CESPE 2002 SENADO FEDERAL CONSULTOR

    LEGISLATIVO)

    Macrio foi acusado, em juzo, pelo cometimento de crime sujeito

    a ao penal pblica condicionada. Quanto ao procedimento, luzdas disposies do CPP, julgue o item subseqente.

    A morte do ofendido faz desaparecer o direito de representao.

    COMENTRIOS: No caso de morte do ofendido, nos crimes de ao

    penal pblica condicionada ou privada, o direito de representao ou de

    oferecimento da queixa, passa aos seus sucessores, nos termos do CPP.

    Vejamos a redao do art. 24, 1 do CPP:

    Art. 24. Nos crimes de ao pblica, esta ser promovida por denncia do

    Ministrio Pblico, mas depender, quando a lei o exigir, de requisio do

    Ministro da Justia, ou de representao do ofendido ou de quem tiver

    qualidade para represent-lo.

    (...)

    1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente

    por deciso judicial, o direito de representao passar ao

    cnjuge, ascendente, descendente ou irmo. (Pargrafo nico

    renumerado pela Lei n 8.699, de 27.8.1993)

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    05 - (CESPE 2002 SENADO FEDERAL CONSULTOR

    LEGISLATIVO)

    Lauro est sendo acusado, em juzo, por crime que deixou

    vestgios, havendo a polcia arrecadado os objetos que compem o

    corpo de delito.

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    De acordo com a legislao pertinente ao caso descrito no texto,

    julgue o item subseqente.

    Lauro no deveria estar respondendo ao penal se no se sabe,

    ao menos, o seu nome e filiao.

    COMENTRIOS: A afirmativa est errada, eis que a ausncia de

    identificao civil no impede a instaurao do IP e nem a propositura da

    ao penal, devendo a denncia ou queixa, neste caso, apontar outros

    elementos pelos quais o acusado possa ser identificado. Nos termos do

    art. 41 do CPP:

    Art. 41. A denncia ou queixa conter a exposio do fato criminoso, comtodas as suas circunstncias, a qualificao do acusado ou

    esclarecimentos pelos quais se possa identific-lo, a classificao do crime

    e, quando necessrio, o rol das testemunhas.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    06 - (CESPE 2004 DPF DELEGADO DE POLCIA FEDERAL)Com relao ao direito processual penal, julgue o item

    subseqente.

    Em face de crime de ao penal privada, cabvel a decretao de

    priso preventiva.

    COMENTRIOS: No h nenhum bice decretao da preventiva em

    crimes de ao privada. Ao contrrio, expressamente permitido, como

    podemos extrair da redao do art. 311 do CPP, que fala em

    "querelante":

    Art. 311. Em qualquer fase da investigao policial ou do processo penal,

    caber a priso preventiva decretada pelo juiz, de ofcio, se no curso da

    ao penal, ou a requerimento do Ministrio Pblico, do querelante ou do

    assistente, ou por representao da autoridade policial.

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    Portanto, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

    07 - (CESPE 2010 AGU PROCURADOR FEDERAL)

    A respeito de ao penal, julgue o prximo item.

    A possibilidade jurdica do pedido, como condio da ao penal,

    exemplificada pela doutrina com a impossibilidade de se instaurar

    ao penal se o fato narrado na denncia ou queixa

    evidentemente no constituir crime e com a impossibilidade de

    imposio de pena em caso de fato que, pela inicial, no previstona lei como crime.

    COMENTRIOS: De fato, a condio da ao penal conhecida como

    IMPOSSIBILIDADE JURDICA DO PEDIDO se caracteriza pela pretenso de

    condenao de uma pessoa por um fato que no constitui crime, ou seja,

    no possui previso tpica. Assim, juridicamente impossvel a ao penal

    que pretenda a condenao de algum por adultrio, j que esta conduta

    no considerada crime. Logo, impossvel esta condenao.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

    08 - (CESPE 2003 - DPE/AL DEFENSOR PBLICO)

    Em princpio, toda ao penal pblica, pois um direito

    subjetivo do titular perante o Estado-juiz. A distino que se fazentre ao pblica e ao privada se estabelece apenas em razo

    da legitimidade para agir; se promovida pelo Estado, por

    intermdio do Ministrio Pblico, ela ao penal pblica; se a lei

    defere o direito de agir vtima, ao penal privada.

    Julio Fabbrini Mirabete. Cdigo de processo penal interpretado. 5. Ed.

    Atlas, 1997, p. 65 (com adaptaes).

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 02

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    Considerando as idias do texto acima e os dispositivos legais

    acerca da ao penal, julgue o item seguinte.

    Ao receber os autos do inqurito policial, o Ministrio Pblico

    dever oferecer denncia no prazo de cinco dias, se o ru estiverpreso, ou quinze dias, se ele estiver solto. Porm, tratando-se de

    crime de imprensa, o prazo ser de dez dias para oferecimento.

    COMENTRIOS: De fato, uma vez recebidos os autos do IP, o membro

    do MP, caso no requeira o arquivamento do IP, dever oferecer

    denncia, no prazo de 05 dias, estando o ru preso, ou de 15 dias, caso o

    ru esteja solto. Vejamos o que diz o art. 46 do CPP:

    Art. 46. O prazo para oferecimento da denncia, estando o ru preso,

    ser de 5 dias, contado da data em que o rgo do Ministrio Pblico

    receber os autos do inqurito policial, e de 15 dias, se o ru estiver solto

    ou afianado. No ltimo caso, se houver devoluo do inqurito

    autoridade policial (art. 16), contar-se- o prazo da data em que o rgo

    do Ministrio Pblico receber novamente os autos.

    No que tange aos processos dos crimes de imprensa, o CPP no se

    aplicava a estes crimes, mas como a declarao de inconstitucionalidade

    da Lei de Crimes de Imprensa (Lei 5.250/67), o art. 40, 1 da Lei

    perdeu a validade.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST CORRETA (DESATUALIZADA).

    09 - (CESPE 2012 MPE/TO PROMOTOR DE JUSTIA)

    Jair, dirigindo de maneira imprudente, causou a coliso de seu

    veculo com o de Maria, que sofreu leso corporal grave,

    consistente na amputao de membro inferior, conforme

    comprovado por laudo produzido pelo perito que realizou seu

    exame de corpo de delito.

  • 7/27/2019 Direito Processual Penal Aula 02

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    Com base nessa situao hipottica, assinale a opo correta no

    que concerne ao penal.

    a) Em razo da gravidade das leses sofridas por Maria, o titular

    da ao penal, nesse caso, o MP, que deve oferecer dennciaindependentemente de manifestao da ofendida.

    b) Maria ou seu representante legal tm o prazo de at seis

    meses, contado da data do acidente, para oferecer queixa-crime

    contra Jair, podendo dela se retratar a qualquer tempo.

    c) A ao penal, nessa situao, s pode ser proposta por Maria,

    no se admitindo a propositura por representante legal nem porseus sucessores, no caso de sua morte ou ausncia.

    d) Maria poder representar criminalmente contra Jair se o MP

    deixar de oferecer a denncia no prazo decadencial, caso em que

    poder ingressar na relao processual como assistente de

    acusao.

    e) Nesse caso, a ao penal pblica condicionada

    representao da vtima, tendo Maria o prazo decadencial de seis

    meses, contado da data em que tomou conhecimento de que o

    autor da leso foi Jair, para contra ele representar.

    COMENTRIOS: No caso em tela, fora praticado o delito de leses

    corporais culposas, previsto no art. 129, 6 do CP.

    De acordo com o art.88 da Lei 9.099/95, este delito de ao penal

    pblica condicionada representao. Vejamos:

    Art. 88. Alm das hipteses do Cdigo Penal e da legislao especial,

    depender de representao a ao penal relativa aos crimes de leses

    corporais leves e leses culposas.

    Nesse caso, a vtima tem um prazo decadencial de seis meses, a contar

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    da data em que soube quem era o autor do fato, para representar contra

    este, de modo que o MP possa denunci-lo, conforme art. 38 do CPP.

    Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA A LETRA E.

    10 - (CESPE 2008 TJ/DF ANALISTA JUDICIRIO EXECUO

    DE MANDADOS)

    Nas aes penais pblicas condicionadas representao da

    ofendida, esta pode renunciar representao perante o juiz ou a

    autoridade policial, no mximo, at a data do oferecimento da

    denncia.

    ERRADA: Cuidado com esta pegadinha! O CPP no fala em renunciar

    representao, mas em se retratar da representao j formulada.

    Conforme artigo 25 do CP: Art. 25. A representao ser irretratvel, depois

    de oferecida a denncia.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    11 - (CESPE 2008 PC/TO DELEGADO DE POLCIA)

    Considere a seguinte situao hipottica.

    Valmir, penalmente imputvel, agrediu fisicamente Leandro,

    produzindo-lhe leses corporais de natureza leve, constatadas em

    laudo pericial. Apresentado o fato autoridade policial, e aps a

    representao do ofendido, foi formalizado e remetido ao PoderJudicirio o respectivo termo circunstanciado.

    Nessa situao, uma vez procedida a representao pela vtima,

    esta no mais poder desistir da persecuo penal, devendo a

    ao penal seguir sua tramitao sob a titularidade do Ministrio

    Pblico, at deciso final.

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    ERRADA: O ofendido tem o direito de se retratar da representao

    oferecida, desde que o faa antes do oferecimento da denncia pelo MP,

    nos termos do art. 25 do CP.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    12 - (CESPE 2010 DETRAN-ES ADVOGADO)

    Nas aes penais de natureza privada, no se admite o perdo do

    ofendido depois do trnsito em julgado da sentena condenatria.

    CORRETA: O perdo do ofendido instituto que s pode ser praticado

    dentro do processo penal. Assim, trata-se de instituto que somente o

    querelante pode praticar em benefcio do querelado. Estes termos

    (querelante e querelado) deixam de existir quando o processo transita em

    julgado, pois nesse momento o processo se encerra, no sendo mais

    possvel a concesso do perdo do ofendido.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

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    1. ALTERNATIVA D2. CORRETA3. ERRADA4. ERRADA5. ERRADA6. CORRETA7. CORRETA8. CORRETA (DESATUALIZADA)9. ALTERNATIVA E10. ERRADA11. ERRADA12.

    CORRETA