aula 02

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CURSO ON-LINE – DIREITO CIVIL TRIBUNAL REGULAR PROFESSOR: DICLER FERREIRA www.pontodosconcursos.com.br 1 A AULA A 2 2 P PES SSOAS S JU URÍDICAS S E E BEN NS Hoje estudaremos três assuntos: - Pessoas Jurídicas; - Direitos da Personalidade; e - Bens. T TÓPI CO : P ÓPI CO 3 PE SO 3: ES OA UR SS A J RÍ I C JU Í D CA DI A T TÓPI CO . 1 ÓPI CO 3 1: on 3. : C nc i t Co ce t o de es ei o d e p so pe oa ur ss a j r í i c j u í d ca di a A pessoa jurídica é o conjunto de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa a consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações. Para existir, são necessários três requisitos: 1) organização de pessoas ou de bens; 2) licitude de propósitos ou fins; e 3) capacidade jurídica reconhecida por norma. Dessa forma, para que o ser humano possa atingir seus fins e objetivos lícitos, ele se une a outros homens formando agrupamentos. A esses grupos a lei atribui personalidade jurídica, capacitando-os a serem sujeitos de direitos e de obrigações. Nesse sentido é que surgem as pessoas jurídicas, também chamadas de pessoas morais, pessoas coletivas, pessoas abstratas, pessoas místicas, pessoas civis ou pessoas intelectuais. T P PICO O 3. 2 3. 2: : C Cl las ssi if i ica ã ão o d da a p pes sso oa a j jur r í di ca í di c a Vários são os critérios adotados para a classificação das pessoas jurídicas, para fins de concurso, destaco os que seguem abaixo: a) Quanto à nacionalidade: as pessoas jurídicas podem ser nacionais ou estrangeiras. b) Quanto à estrutura interna: as pessoas jurídicas podem ser uma universitas personarum (conjunto de pessoas) como é o caso das corporações (associações – fins não econômicos - e sociedades – fins econômicos), ou uma universitas bonorum (patrimônio personalizado) como é o caso das fundações.

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A AUULLA A 2 2 – – P PEES SSSOOAAS S JJU URRÍÍDDIICCAAS S E E BBEEN NSS

Hoje estudaremos três assuntos:

- Pessoas Jurídicas;

- Direitos da Personalidade; e

- Bens.

T TÓPICO : PÓP ICO 3 PE SO3: ES OA URSS A J RÍ ICJU ÍD CA DI A

T TÓPICO .1ÓP ICO 3 1: on3. : C nc itCo ce to de esei o d e p sope oa urss a j rí icju íd ca di a

A pessoa jurídica é o conjunto de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa a

consecução de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e

obrigações. Para existir, são necessários três requisitos:

1) organização de pessoas ou de bens;

2) licitude de propósitos ou fins; e

3) capacidade jurídica reconhecida por norma.

Dessa forma, para que o ser humano possa atingir seus fins e objetivos lícitos, ele

se une a outros homens formando agrupamentos. A esses grupos a lei atribui

personalidade jurídica, capacitando-os a serem sujeitos de direitos e de obrigações.

Nesse sentido é que surgem as pessoas jurídicas, também chamadas de pessoas

morais, pessoas coletivas, pessoas abstratas, pessoas místicas, pessoas civis ou

pessoas intelectuais.

T TÓÓP PIICCO O 3.23. 2: : C Cl laas sssi iffi icca aççã ão o d da a p pees ssso oa a j juur rídicaíd ic a

Vários são os critérios adotados para a classificação das pessoas jurídicas, para

fins de concurso, destaco os que seguem abaixo:

a) Quanto à nacionalidade: as pessoas jurídicas podem ser nacionais ou

estrangeiras.

b) Quanto à estrutura interna: as pessoas jurídicas podem ser uma universitas

personarum (conjunto de pessoas) como é o caso das corporações (associações

– fins não econômicos - e sociedades – fins econômicos), ou uma universitas

bonorum (patrimônio personalizado) como é o caso das fundações.

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c) Quanto às funções e capacidade (arts. 40 a 42 do CC): as pessoas jurídicas são

de direito público (interno – art. 41 do CC - ou externo – art. 42 do CC) e de

direito privado.

Art. 40 do CC - As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Art. 41 do CC - São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código. Art. 42 do CC - São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Art. 44 do CC - São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. § 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. § 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. § 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.

Fazendo um gráfico esquemático juntando as três classificações, temos,

basicamente, o seguinte:

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ADM. DIRETA União / Est. / Territ. / D.F. / Munic. INTERNO

ADM. INDIRETA Aut. e demais entid. criadas por lei. DIREITO

EXTERNO Estados estrangeiros e pessoas regidas pelo D.I.P. SIMPLES PESSOA SOCIEDADE JURÍDICA EMPRESÁRIA

fim econômico CORPORAÇÃO ASSOCIAÇÃO

unni er u iv sitave rs as it s ASSOCIAÇÃO PART. POLÍTICO

DIREITO personarum PRIVADO fim não ORG. RELIGIOSA

econômico

FUNDAÇÃO

un u iv ni ersitave rs as it s

bonorum

A seguir vamos tratar de cada uma das pessoas jurídicas citadas:

1. As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO são aquelas cuja

atuação se restringe aos interesses e limites territoriais do país. Podem ser da

Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) ou

da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, associações públicas e

agências reguladoras).

É comum a ESAF colocar em suas provas a sigla de uma pessoa jurídica e cobrar

do aluno a respectiva classificação. Como a banca em questão costuma utilizar

como base o livro da Profa. Maria Helena Diniz, seguem algumas siglas citadas

pela renomada autora:

- AUTARQUIAS: INSS, INCRA, INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial),

IPHAN (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), USP, Embratur, SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus), CVM (Comissão de Valores

Mobiliários), CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica);

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- ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS: são consórcios públicos com personalidade jurídica

de direito público, por conjugarem esforços visando atingir uma finalidade pública.

Ex: COPATI (consórcio formado por municípios cortados pelo rio Tibagi, no

Paraná, com o fim de preservar esse rio);

- FUNDAÇÕES PÚBLICAS: surgem quando a lei individualiza um patrimônio a

partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando-o à

realização de um fim administrativo, e dotando-o de organização adequada. Ex:

FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), FUNARTE (Fundação Nacional das Artes), FUNASA (Fundação Centro Brasileiro para a

Infância e Adlescência);

- AGÊNCIAS REGULADORAS: são autarquias federais especiais incumbidas de

normatizar, disciplinar e fiscalizar a prestação de certos bens e serviços de grande

interesse público por agentes econômicos públicos e privados. Ex: ANA (Agência

Nacional de Águas), ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), ANCINE (Agência Nacional do Cinema), ANTAQ (Agência Nacional de Transportes

Aquáticos), ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), etc.

-

2. As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO são

regulamentadas pelo direito internacional e compreendem as nações estrangeiras (Ex: Itália, França, Alemanha, Uruguai, etc.) e as pessoas regidas pelo direito internacional público tal como a Santa Sé, uniões aduaneiras com o

objetivo de facilitar o comércio exterior (Ex: MERCOSUL, União Européia, etc) e

organismos internacionais (Ex: ONU, OEA, UNESCO, FMI, INTERPOL, OIT, FAO

– Food and Agriculture Organization, etc.).

3. As PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO são elencadas no art. 44 do

Código Civil. São elas:

: são caracterizadas pela existência de seus membros. Toda - CORPORAÇÕES corporação é representada por um grupo de pessoas (naturais ou jurídicas), sendo

que o patrimônio não é essencial. No Direito Romano, as corporações eram

conhecidas como universitas personarum. Têm por objetivo sempre o bem-estar

de seus membros, ou seja, existem para beneficiar os seus membros.

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O gênero corporações se subdivide em duas espécies: as associações e as

sociedades.

: surgem quando não há um fim lucrativo ou intenção de a) ASSOCIAÇÕES dividir o resultado, embora tenham patrimônio, formado por contribuição de seus

membros para a obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos,

beneficentes, recreativos, morais, etc. Entretanto, não perdem a categoria de

associação mesmo que realizem negócios para manter ou aumentar o seu

patrimônio, desde que não proporcionem ganho aos associados. (Ex: APAE, UNE,

Associação de Pais e Mestres, Associação dos Advogados de São Paulo, etc.)

Art. 53 do CC - Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.

O documento a ser utilizado na constituição da associação é o estatuto. Tal

documento deve possuir os requisitos listados no art. 54 do CC.

Art. 54 do CC - Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

Além disso, como se trata de uma pessoa sem finalidade lucrativa, os associados

devem ter direitos iguais, apesar de ser possível a existência de uma categoria de

associados com vantagens especiais. Um exemplo comum ocorre com os

associados criadores que reservam para si vantagens especiais, enquanto que os

demais associados terão iguais direitos.

Art. 55 do CC - Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.

Outro conceito importante está inserido no art. 56 do CC.

Art. 56 do CC - A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário. Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da

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qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.

Após sua análise, conclui-se que no silêncio do estatuto a qualidade de associado

é intransmissível, seja por ato inter vivos (ex: doação) ou causa mortis

(testamento). Entretanto, é possível a transferência de quota ou fração ideal do

patrimônio da associação.

Ainda sobre o associado, o art. 57 do CC prevê a possibilidade de sua exclusão:

Art. 57 do CC - A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.

Percebe-se que para um associado ser excluído da associação deve haver um

procedimento específico, com a possibilidade de direito de defesa e, também,

possibilidade de recurso quanto à primeira decisão.

: podem ser simples ou empresárias. A sociedade simples visa o b) SOCIEDADES

fim econômico ou lucrativo, pois o lucro obtido deve ser repartido entre os

sócios , sendo alcançado pelo exercício de cenas profissões ou pela prestação de

serviços técnicos. Já a sociedade empresária objetiva o lucro através do

exercício de atividade empresarial ou comercial.

Art. 981 do CC - Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.

: é um acervo de bens livres de ônus e c) FUNDAÇÕES PARTICULARES encargos (universitas bonorum) representando um patrimônio a que a lei atribui

personalidade jurídica, em atenção ao fim a que se destina (fins religiosos, morais,

culturais ou de assistência). O CC começa a regular a criação de uma fundação no

seu art. 62.

Art. 62 do CC - Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.

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Percebe-se que a instituição da fundação é um ato solene que depende de

escritura pública ou testamento. Tais documentos deverão conter a dotação debens a serem transferidos para a fundação, assim como a finalidade a que ela se

destina.

Após a escritura pública ou o testamento, deve ocorrer a elaboração do seu

estatuto. Documento este que deve ser levado à apreciação do MinistérioPúblico (responsável por fiscalizar a fundação) para depois ocorrer o registro noCartório das Pessoas Jurídicas.

Dessa forma, concluímos que a instituição de uma fundação deve atravessar as

seguintes fases:

1) dotação de bens livres: é o momento em que o instituidor destina determinados

bens para a criação da fundação;

2) elaboração do estatuto: pode ser própria (feita pelo próprio instituidor) ou

fiduciária (quando fica a cargo de alguém de confiança do instituidor). Caso a

pessoa responsável pela elaboração do estatuto não o faça no prazo estipulado, o

encargo de elaborar o estatuto caberá ao Ministério Público nos termos do art. 65

do CC;

Art. 65 do CC - Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.

3) aprovação do estatuto pelo Ministério Público: sendo elaborado pelo próprio

instituidor ou pessoa de sua confiança, a aprovação o estatuto fica a cargo do

Ministério Público (MP), entretanto, caso o MP não aprove, poderão passar pela

apreciação do Juiz da comarca, de forma subsidiária, para que a aprovação do MP

seja suprida pelo magistrado; no entanto, se o estatuto for elaborado pelo MP,

sempre deverá passa pela aprovação do juiz; e

4) registro no Cartório das Pessoas Jurídicas: após ultrapassadas as fases

anteriores, a fundação deverá ser registrada no Cartório do Registro Civil das

Pessoas Jurídicas.

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Nos termos do art. 66 do CC, também cabe ao Ministério Público Estadual (MPE)

o encargo de velar pelas fundações.

Art. 66 do CC - Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. § 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8) § 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.

A ADIN em questão, que foi julgada procedente por unanimidade, atribui o

encargo de fiscalizar as fundações que funcionarem no DF ou em um Território ao

Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT). Já nos termos do art. 69 do CC, as hipóteses de extinção de uma fundação são

as seguintes:

- quando vencer o prazo de sua duração (entretanto é raro, tendo em vista que

normalmente não se dispõe prazo de duração);

- quando se tornar ilícita a finalidade da fundação, o Ministério Público poderá

ingressar com uma ação visando à sua extinção; e

- quando se tornar impossível ou inútil a sua manutenção (a causa mais comum,

nessa hipótese, é o surgimento de dificuldades financeiras).

Art. 69 do CC - Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

: são associações civis defensoras do interesse do d) PARTIDOS POLÍTICOS regime democrático, da autenticidade do sistema representativo e dos direitos

fundamentais definidos na Constituição Federal de 1988. Sua organização e seu

funcionamento são regulados por lei específica (Lei 9.096/95).

: também têm natureza de associação. Além e) ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS disso, a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das

organizações religiosas são livres, sendo vedado ao poder público negar-lhes

reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu

funcionamento.

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Enunciado 142 do CJF, aprovado na Jornada de Direito CIvil de 2004: “Os partidos políticos, os sindicatos e as associações religiosas possuem natureza associativa, aplicando-se-lhes o Código Civil.”

T TÓÓPPI ICCO O 3.33. 3: : CCo omme eç ço o d da a eex xiis sttê ênnc ci ia a lle egga al l d da as s ppe esss sooa as s j juur rííd diic caas s

Enquanto a existência legal das pessoas naturais ocorre através de um fato

biológico (nascimento com vida), a pessoa jurídica tem seu início legal (aquisição da

personalidade) subordinado a um ato jurídico ou a uma norma.

As pessoas jurídicas de direito público são criadas através de fatos históricos (Ex: independência do Brasil), de criação constitucional (ex: Estados- membros da

federação brasileira), de lei especial (ex: autarquias) e de tratados internacionais, caso

se trate de uma pessoa jurídica de direito público externo.

Já o processo de formação das pessoas jurídicas de direito privado é diferente.

Art. 45 do CC - Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Compõe-se de duas fases:

1) a elaboração do ato constitutivo: Sendo uma associação, que tem por

natureza a inexistência de fins lucrativos, deve-se elaborar um estatuto

como ato constitutivo. Se a pessoa jurídica tiver fins lucrativos, seja uma

sociedade simples ou empresária, elabora-se um contrato social como ato

constitutivo. As fundações possuem como ato constitutivo o testamento ou

a escritura pública.

2) o registro do ato constitutivo: para que a pessoa jurídica de direito

privado exista legalmente é necessário inscrever os contratos ou estatutos

no seu registro peculiar. As sociedades empresárias devem se registrar no

Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial), porém, as

demais pessoas jurídicas devem se registrar no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

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Entretanto, algumas pessoas jurídicas necessitam de autorização do Poder Executivo para terem a constituição e o funcionamento válidos. Temos como exemplo as

sociedades estrangeiras, as agências ou estabelecimento de seguros, as caixas

econômicas, as bolsas de valores, as cooperativas, etc.

Faz-se necessário compararmos o início da existência legal (aquisição de

personalidade jurídica) das pessoas naturais e das pessoas jurídicas de direito privado.

O registro, nas pessoas naturais, representa um ato meramente declaratório,

pois, mesmo que uma pessoa nasça e não seja feita a certidão de nascimento, ocorre o

início da personalidade jurídica.

No entanto, o registro, nas pessoas jurídicas, representa um ato constitutivo,

ou seja, apenas com o registro que se adquire personalidade jurídica. A personalidade

não surge, simplesmente, quando se firma o contrato. Conforme o art. 45, § único do CC, havendo defeito no ato constitutivo de uma pessoa

jurídica de direito privado, pode-se desconstituí-la dentro do prazo decadencial de três anos,

contado este prazo a partir da publicação de sua inscrição no Registro. Segue tabela:

REGISTRO CONSEQÜÊNCIA

PESSOA NATURAL

natureza declaratória A personalidade é adquirida antes do registro,

ou seja, através do nascimento com vida.

PESSOA JURÍDICA

natureza constitutiva A personalidade é adquirida através do registro.

T TÓÓPPI ICCO O 3.43. 4: : FFi im m d da a e exxi issttêên ncci ia a l leeg ga al l dda as s p pees ssoa so as s jju urrí íddi icasca s

Os mesmos fatores que dão origem a uma pessoa jurídica de direito público,

também podem acarretar o seu término. Dessa forma, extinguem-se pela ocorrência de

fatos históricos, por norma constitucional, lei especial ou tratados internacionais.

Já a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado termina através da

dissolução (ato declaratório motivado por causas supervenientes à constituição da

sociedade, oriundo de deliberação dos sócios, do Poder Judiciário ou de autoridade

administrativa, com a finalidade de fazer cessar as atividades) e da liquidação (objetiva a

desativação operacional da sociedade e a apuração do ativo e passivo para posterior

pagamento das dívidas e partilha do patrimônio remanescente entre os sócios). Após

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estar encerrada a liquidação promove-se o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica

no respectivo registro. Caso a pessoa jurídica esteja em funcionamento decorrente de

autorização do Poder Executivo, o seu término também pode ocorrer através de um ato governamental que cassar a autorização para o funcionamento.

Art. 51 do CC - Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua. § 1o Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução. § 2o As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado. § 3o Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.

T TÓPI ÓP ICO 3.5CO : D3. 5: esDe cosc nson idsi de açra er ão çã da o d pea p rser onso alna idli ad da de urju e j ídrí ic di a ca

O fato da pessoa jurídica registrar seu ato constitutivo acarreta a sua aquisição da

personalidade, como já vimos. Essa personalidade jurídica é muito importante, pois ela dá

origem ao princípio da autonomia da pessoa jurídica. Ou seja, A pessoa jurídica,

quando personificada, não se confunde com as pessoas que a integram. Dessa forma, é a

pessoa jurídica, e não seus integrantes, que participa dos negócios jurídicos de seu

interesse e titulariza os direitos e obrigações dela decorrentes. Também é ela quem

demanda e é demandada em razão de tais direitos e obrigações. Finalmente, é apenas o

patrimônio da pessoa jurídica (e não o de seus integrantes) que, em princípio, responde

por suas obrigações. Ou seja, com a aquisição da personalidade ocorre uma separação

patrimonial entre os bens da pessoa jurídica e os bens dos sócios e administradores.

Dessa forma, de acordo com o artigo 50 do CC, apesar de haver uma separação

patrimonial entre os bens dos sócios e administradores dos bens da pessoa jurídica, é

possível que em razão de atos fraudulentos e abusivos o juiz, a requerimento da parte

interessada ou do Ministério Público quando couber intervir, decida estender aos bens

dos sócios e administradores a execução por dívidas da pessoa jurídica. Quando este

fenômeno acontece, a doutrina diz que houve uma desconsideração da personalidade

jurídica.

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Art. 50 do CC - Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Este fenômeno, também chamado de disregard of the legal entity, encontra

fundamento no fato de a pessoa jurídica não poder servir de manto protetor aos seus

representantes ou integrantes da diretoria que praticarem atos fraudulentos ou abusivos

contra as demais pessoas (terceiros). O escudo que a personalidade da pessoa jurídica

proporciona aos seus representantes pode ser removido e o manto protetor ser suspenso

pela teoria da desconsideração da personalidade jurídica, também chamada de teoria da

despersonalização ou teoria da penetração.

Ou seja, o juiz (não pode ser autoridade administrativa), desde que

fundamentadamente em processo legalmente estabelecido, pode afastar

temporariamente a personalidade jurídica da pessoa jurídica e determinar que as pessoas

naturais que a representam respondam solidariamente pelos atos e negócios jurídicos

praticados em nome da mesma. Ocorrendo a quebra da personalidade, tais pessoas

naturais serão incluídas no pólo passivo do processo e responderão com seus bens, em

face da fraude ou abuso comprovados e praticados sob o manto protetor da pessoa

jurídica.

Ressalta-se que a desconsideração da personalidade não acarreta a extinção da

pessoa jurídica e nem a exclusão do sócio, apenas permite, em determinada relação

(episodicamente), a execução dos bens dos sócios e representantes em nome da pessoa

jurídica.

Segue quadro resumo sobre o assunto:

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T TÓÓPPI ICCO O 3.63. 6: : RRe eppr rees seen ntta aççã ão o e e rre essp poon nssa abbi illi idda ad dee d da a PPe esss so oa a JJu urrí íddi icca a

Estudamos na aula passada que a capacidade da pessoa jurídica decorre de sua

personalidade reconhecida pela ordem pública no momento de seu registro. Entretanto,

por ser uma instituição jurídica, ela necessita de uma pessoa natural para representá-la

ativa e passivamente, exteriorizando sua vontade nos atos judiciais e extrajudiciais que

participar.

Em se tratando de pessoa jurídica de direito público interno, (art. 12, I e II do CPC)

temos o seguinte:

- União, Estados, Distrito Federal e Territórios: serão representados em juízo,

ativa e passivamente por seus procuradores;

- Municípios: serão representados por seu prefeito ou procurador.

Art. 12 do CPC - Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores;

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO CÓDIGO CIVIL

abuso da personalidade

jurídica

- parte interessada

- Ministério Público (quando couber intervir)

podem solicitar que o juiz decida sobre a extensão dos efeitos de certas e determinadas relações de obrigações da PJ aos bens particulares dos administradores ou sócios da PJ.

desvio de finalidade (Ex: fundação com finalidade lucrativa) confusão patrimonial (Ex: celebrar contrato particular em nome da PJ)

Pela desconsideração da personalidade jurídica fica afastado, provisoriamente, o princípio da autonomia da personalidade jurídica.

A doutrina criou a desconsideração inversa da personalidade jurídica que ocorre quando o juiz decide sobre a extensão dos efeitos de determinada relação jurídica praticada pelo particular aos bens da pessoa jurídica. Como exemplo, temos os casos de separação judicial em que o marido transfere seus bens particulares para a empresa, fazendo com que, na hora da divisão dos bens, a esposa fique quase sem nada. Nesse caso o juiz pode atingir os bens sociais de forma a estabelecer uma correta divisão do patrimônio adquirido de forma conjunta pelo casal.

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II - o Município, por seu Prefeito ou procurador; [...]. VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores; [...].

No tocante às demais pessoas jurídicas (art. 12, V do CPC), em regra, o

representante é indicado no estatuto. Caso haja omissão de tal indicação a pessoa

jurídica será representada pelos seus diretores. Entretanto, os atos dos administradores,

quando exercidos dentro dos limites definidos no estatuto também obrigam a pessoa

jurídica (art. 47 do CC).

Art. 47 do CC - Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.

Caso tais administradores pratiquem desvio ou excesso de poder, deverão

responder pessoalmente com o seu patrimônio pelos atos lesivos causados às pessoas

com quem celebraram negócios.

Caso a pessoa jurídica tenha administração coletiva (gerência colegiada), em

regra, as decisões deverão ser tomadas por metade dos votos dos presentes mais um,

nos termos do art. 48 do CC.

Art. 48 do CC - Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Em se tratando de sociedade, serão necessários votos correspondentes a mais da

metade do capital social da empresa. Já o parágrafo único do dispositivo acima prevê a

possibilidade de anulação de decisão contrária à lei e ao estatuto, ou eivada de vício de

consentimento ou social.

Pelo fato da pessoa jurídica precisar ser representada, ativa ou passivamente, em

juízo ou fora dele, deverá ser administrada, em regra, por quem o estatuto designar.

Porém, se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, caracterizando uma vacância

geral, então o magistrado, nos termos do art. 49 do CC, deverá nomear um administrador

provisório.

Art. 49 do CC - Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.

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Sabe-se, porém, que independentemente da pessoa jurídica, ser representada por

seus diretores ou por quem conste em seus estatutos ou contrato social, poderá (aquela

por intermédio destes), outorgar poderes para terceira pessoa (mandatário), praticar atos

e administrar interesses em seu nome (pessoa jurídica). No mandato, o mandatário atua

por conta e ordem do representado.

Dessa forma, a agilidade do mundo dos negócios impede muitas vezes que os

representantes legais estejam presentes a todos os atos, fazendo, na maioria das vezes,

se representar por mandatário especialmente nomeado.

Assim como a pessoa natural pode nomear mandatário para a administração de

seus bens e interesses, como, por exemplo, alguém que passará longo período fora do

país, a pessoa jurídica, com muito mais razão, também pode usar do mesmo instituto. Há

de se ressaltar que não podemos confundir a figura da representação com a figura do

preposto, apesar de que a pessoa jurídica tem a faculdade de fazer-se representar em

juízo tanto por intermédio de preposto (funcionário credenciado), como por intermédio

de mandatário (não-funcionário). Sobre a responsabilização da pessoa jurídica temos que ela pode ser penal e civil.

A responsabilização penal é prevista na legislação infraconstitucional através da Lei

9.605/1998 que trata dos crimes ambientais. No caso em questão será responsabilizada

tanto a pessoa jurídica como a pessoa física pela qual se exteriorizou o ato danoso. Sobre

a responsabilidade civil, vamos dividi-las em duas:

1) Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado.

No âmbito civil a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser contratual

(decorrente de um contrato) ou extracontratual/aquiliana (decorrente de um delito).

Veremos o assunto com mais detalhes na aula de ato ilícito.

Ressalta-se que toda pessoa jurídica de direito privado, tendo ou não finalidade

lucrativa, responde pelos danos causados a terceiros, qualquer que seja a sua natureza e

os seus fins.

2) Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público interno.

O assunto encontra-se positivado no art. 43 do CC:

Art. 43 do CC - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

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No artigo em questão está consagrada responsabilidade civil objetiva onde a

indenização estatal e cabível na hipótese de danos causados por comportamentos dos

funcionários, a direitos de particulares, bastando a comprovação da existência de

prejuízo.

Por força do art. 37, § 6º da CF, as pessoas jurídicas de direito público e as de

direito privado prestadoras de serviços públicos, respondem pelos danos que seus

funcionários causem a terceiro, sem distinção da categoria do ato, seja comissivo ou

omissivo; entretanto, é cabível ação regressiva contra o agente público, quando tiver

havido culpa deste, de modo a não ser o patrimônio público desfalcado por sua conduta.

T TÓPICO .7ÓP ICO 3 7: om3. : D mi ílDo ic li dací io a p sso d pe so jues oa ur dia j rí ic a íd ca

Assim como a pessoa natural, a pessoa jurídica também deve responder pelos

atos referentes às relações jurídicas em que está envolvida.

O assunto é tratado no art. 75 do CC:

Art. 75 do CC - Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. § 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

A pessoa jurídica não possui residência, mas tem sede ou estabelecimento que a

“prende” a um determinado lugar. Trata-se do domicílio especial da pessoa jurídica que

pode ser livremente escolhido no seu ato constitutivo.

Não havendo tal escolha o domicílio será o lugar onde funcionar as respectivas

diretorias e administrações.

O gráfico a seguir resume o assunto.

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DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO

União o Distrito Federal.

Estados e Territórios as respectivas capitais.

Municípios o lugar onde funcione a administração municipal.

DOMICÍLIO DAS DEMAIS PESSOAS JURÍDICAS

Regra onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.

Na falta de domicílio especial o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações.

Havendo diversos estabelecimentos

(pluralidade domiciliar) cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.

Se a administração ou diretoria tiver sede no estrangeiro

o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

T TÓÓPPIICCO O 3.83. 8: : EEx xeer rccí ícci io os s cco omme ennt taad do os s sso obbr re e a a ppe esss so oa a jju urrí íddi icca a

1. (CESPE - TRE/BA – Analista Administrativo – 2010) A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios são pessoas jurídicas de direito público interno.

C ER1. CE RTTAA. Conforme gráfico esquemático.

2. (CESPE - TRE/GO – Analista Administrativo – 2009) As empresas públicas são

dotadas de personalidade jurídica de direito público.

E RR2. ER RAADDAA. As empresas públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito

privado.

3. (CESPE - CEHAP/PB – Advogado – 2009) A empresa adquire personalidade jurídica com o início de suas atividades empresariais.

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3. E ERRR RAAD DAA. O início da personalidade jurídica da pessoa jurídica de direito privado

ocorre através do registro do ato constitutivo.

4. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) O início da existência legal das associações ocorre com a formalização do estatuto.

E RA4. ER RR AD DAA. O início se dá com o registro e não com a simples formalização.

5. (CESPE - MPE/RR – Oficial de Diligência - 2008) Embora não possua personalidade jurídica, o espólio, em juízo, será representado pelo inventariante.

C RT5. CE ER TAA. O espólio é um conjunto de bens formado com a morte de alguém. Tal

conjunto de bens, segundo o art. 12, V do CPC, apesar de não possuir personalidade

jurídica, possui capacidade processual.

6. (CESPE - STJ – Analista Judiciário – 2004) As associações e as sociedades são constituídas pela união de pessoas naturais para fins, respectivamente, não-lucrativos e lucrativos, sendo que a lei reconhece sua personalidade jurídica e lhes permite o exercício de todos os direitos.

C ER6. CE RTTAA. As associações não possuem finalidade econômica (lucrativa), pois tal

característica é inerente às sociedades. A partir do momento que tais entes registrarem

seus respectivos atos constitutivos irão adquirir personalidade jurídica e estarão aptos a

praticar todos os direitos característicos de uma pessoa jurídica.

7. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) As associações constituem-se pela união de pessoas que se organizaram com fins não-econômicos, e não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocas.

C ER7. CE RTTAA. Conforme estudado na questão anterior, as associações surgem quando não há um fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenham patrimônio,

formado por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais,

educacionais, esportivos, religiosos, beneficentes, recreativos, morais, etc. Entretanto,

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não perdem a categoria de associação mesmo que realizem negócios para manter ou

aumentar o seu patrimônio, desde que não proporcionem ganho aos associados.

8. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) A criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas são livres, mas o poder público poderá negar-lhes o reconhecimento.

E RA8. ER RR AD DAA. Interessante ressaltar que as organizações religiosas têm natureza de

associação. Além disso, segundo o art. 44, § 1º do CC, a criação, a organização, a

estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas são livres, sendo

vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e

necessários ao seu funcionamento.

9. (CESPE - TJ-BA – Juiz – 2004) As fundações, pessoas jurídicas de direito privado, somente podem ser constituídas para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência, cabendo ao Ministério público do estado onde estiverem situadas as fundações velar por elas.

C RT9. CE ER TAA. A fundação é um acervo de bens livres de ônus e encargos (universitas

bonorum) representando um patrimônio a que a lei atribui personalidade jurídica, em

atenção ao fim a que se destina (fins religiosos, morais, culturais ou de assistência).

10. (CESPE - DPE/CE - Defensor Público - 2007) As pessoas jurídicas de direito privado adquirem sua existência própria com a assinatura de seu ato constitutivo. Esse ato constitutivo deverá revestir-se de forma pública, por instrumento público ou por testamento, salvo quando se tratar de fundações de direito público, que são criadas por lei.

E RA10. ER RR AD DAA. A necessidade de forma pública ou testamento é característica das

fundações particulares. A sociedade, por exemplo, pode ser constituída através de um

instrumento particular.

11. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) A fundação que recebe personalidade jurídica para realização de fins religiosos, morais, culturais ou de

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assistência pode ser criada por escritura pública, instrumento particular ou testamento.

E RA11. ER RR AD DAA. É vedada a criação de fundação por instrumento particular, nos termos do

art. 62 do CC.

12. (CESPE - TJ-SE – Juiz – 2004) A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica não conduz à extinção da sociedade, que permanece existindo regularmente, mas, tão somente, afasta a separação patrimonial em uma determinada circunstância.

C RT12. CE ER TAA. Conforme comentários anteriores.

13. (CESPE - PC-AC – Delegado – 2008) O patrimônio social da pessoa jurídica não se confunde com os bens particulares dos sócios ou de seus administradores; por isso, ainda quando desconsiderada a personalidade jurídica, os bens dos sócios e administradores não respondem pelas obrigações assumidas pela sociedade.

E RR13. ER RAADDAA. Quando houver a desconsideração da personalidade jurídica os bens dos

sócios e administradores poderão responder pelas obrigações assumidas pela sociedade.

14. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) A pessoa jurídica é dotada de autonomia patrimonial, no entanto, em caso de abuso da personalidade jurídica, pode o juiz, após extinguir a pessoa jurídica, estender os efeitos de certas e determinadas obrigações aos bens particulares dos sócios proprietários.

ERRA14. E RR ADDAA. Não há extinção da pessoa jurídica por ocasião da decisão do magistrado

pela desconsideração.

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T TÓÓPPI ICCO O 4 4: : D DIIRRE EIITTOOS S DDA A PPE ERRSSO ONNA ALLI IDDA DE ADE

Na conceituação da Profª. Maria Helena Diniz, “os direitos da personalidade são

direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade

física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, corpo alheio vivo ou morto, partes

separadas do corpo vivo ou morto); a sua integridade intelectual (liberdade de

pensamento, autoria científica, artística e literária); e a sua integridade moral (honra,

recato, segredo profissional e doméstico, identidade pessoal, familiar e social)”.

Em razão da matéria tratar de assunto bastante complexo e de significação ética

essencial, o legislador preferiu enunciar no Código Civil poucas normas dotadas de rigor e

clareza, cujos objetivos permitem o desenvolvimento da doutrina e da jurisprudência.

Não só a pessoa natural possui tais direitos, mas também a pessoa jurídica nas

situações que cabem à sua natureza (art. 52 do CC). Dessa forma, a pessoa jurídica pode

titularizar os direitos personalidade no que tange à honra, à imagem e ao nome.

Art. 52 do CC - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.

Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e intransmissíveis, segundo prevê

o art. 11 do CC. Assim, nunca caberá afastamento volitivo (pela vontade do agente) de

tais direitos, como daquele atleta que se expõe a uma situação de risco e renuncia

expressamente a qualquer indenização futura decorrente de lesão ou ameaça a tais

direitos. Tal declaração não valerá. Mas sem dúvidas que o valor da indenização deve ser

reduzido, diante de culpa concorrente da própria vítima, nos moldes dos art. 945 do CC.

Art. 11 do CC - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Art. 945 do CC - Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.

A intransmissibilidade dos direitos da personalidade não é absoluta, pois pode

ocorrer em casos excepcionais, como naqueles envolvendo os direitos patrimoniais do

autor, exemplo sempre invocado pela doutrina. De qualquer forma, não cabe limitação

permanente e geral de direito da personalidade, como cessão de imagem vitalícia,

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conforme reconhece o enunciado nº 4, também aprovado na I Jornada CJF, nos seguintes

termos:

Enunciado 4 da I Jornada de Direito Civil do CJF: “Art.11: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral”.

Para exemplificar a regra acima, caso fosse celebrado em nosso País, não teria

validade o contrato do jogador de futebol Ronaldo com a empresa esportiva Nike, pois,

nesse negócio, pelo menos de forma aparente, há uma cessão vitalícia de direitos de

imagem, o que representa uma limitação permanente do direito de imagem.

O art. 12 do novo Código Civil traz o princípio da prevenção e da reparação

integral nos casos de lesão a direitos da personalidade.

Art. 12 do CC - Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

Esse mesmo art. 12 consagra os direitos do morto, prevendo o seu § único a

legitimidade de ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até quarto graupleitearem indenização no caso de danos à personalidade de pessoa falecida. São os

denominados lesados indiretos, que sofrem muitas vezes um dano reflexo, indireto,

comumente denominado dano em ricochete (maiores detalhes na última aula que tratará

da responsabilidade civil).

Art. 13 do CC - Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

O art. 13 do CC proíbe a disposição de parte do corpo, a não ser em casos de

exigência médica e desde que tal disposição não traga inutilidade do órgão ou contrarie

os bons costumes. Ou seja, é possível a doação voluntária, feita por escrito e na presença

de testemunhas, por pessoa capaz, de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo para

efetivação de transplante ou tratamento, desde que comprovada a necessidade

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terapêutica do receptor, e que não contrarie os bons costumes, nem traga risco para a

integridade física do doador de modo a comprometer suas aptidões vitais ou lhe provocar

deformação ou mutilação, pois não se pode exigir que alguém se sacrifique em benefício

de terceiro.

Art. 14 do CC - É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

O art. 14 do CC veda qualquer disposição de parte do corpo a título oneroso,

sendo possível apenas quando assumir a forma gratuita, com objetivo altruístico ou

científico. A questão é ainda regulamentada pela legislação específica, particularmente

pela Lei nº 9.437/97, que em seu art. 9º dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e

partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências.

Art. 9o da Lei 9.434/97 - É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea.

Ainda sobre a doação para a retirada de órgãos e tecidos post mortem que é

disciplinada no art. 14 do CC ressalta-se que tal doação só é válida se o objetivo for

científico (para fins de pesquisa) ou altruístico (para fins de transplante) e pode ser feita

pela própria pessoa antes de morrer, dando origem ao “princípio do consenso afirmativo”, ou pelo cônjuge do morto.

Os direitos do paciente encontram-se consagrados no art. 15 do CC.

Art. 15 do CC - Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

De acordo com o dispositivo legal em questão, ninguém pode ser constrangido a

tratamento médico ou intervenção cirúrgica que implique em risco de vida. Logicamente,

se a pessoa está necessitando de uma cirurgia, à beira da morte, deve ocorrer a

intervenção, sob pena de responsabilização do profissional de saúde.

O direito ao nome já foi abordado na aula das pessoas naturais.

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Art. 16 do CC - Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Art. 17 do CC - O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18 do CC - Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. Art. 19 do CC - O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.

Os arts. 16 a 19 do CC confirmam a proteção do nome da pessoa natural, sinal

que representa a mesma no meio social, bem como do pseudônimo, nome atrás do qual

esconde-se o autor de uma obra cultural ou artística. Entretanto, nos termos do art. 52

do CC, tal proteção também se aplica à pessoa jurídica.

O art. 20 consagra expressamente a proteção da imagem, sub-classificada em

imagem retrato (aspecto físico da imagem, a fisionomia de alguém) e imagem atributo

(repercussão social da imagem).

Art. 20 do CC - Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

Esse dispositivo legal teve a redação um pouco “embolada”. Devemos entender

que a utilização de imagem retrato alheia somente é possível mediante autorização do

seu legítimo detentor. Mas o comando legal prevê duas situações de exceção: a primeira

nos casos envolvendo a administração da justiça, a segunda nos casos envolvendo a

ordem pública.

Ainda existe a discussão se a pessoa investigada ou que teve imagem exposta

sem autorização (ex: pessoa foragida procurada pela polícia) interessa ou não à

sociedade como um todo. Logicamente, cabe a análise ao juiz que deverá analisar cada

caso concreto.

Caso a pessoa que sofra lesão à imagem esteja morta, terão legitimidade para

promover a ação indenizatória os descendentes, ascendentes e o cônjuge.

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IMPORTANTE !!! No caso de lesão ao direito de imagem, a lei não reconhece legitimidade aos colaterais até quarto grau.

Vejamos o quadro a seguir:

DIREITOS DA PERSONALIDADE EM

GERAL

(art. 12, § único do CC)

DIREITO À IMAGEM

(art. 20, § único do CC)

Em se tratando de morto, terão legitimidade,

pela lei, os descendentes, ascendentes,

cônjuge e colaterais até quarto grau. Pelo

nosso entendimento está incluído o

companheiro ou convivente.

Em se tratando de morto, terão legitimidade,

pela lei, os descendentes, ascendentes e

cônjuge. Pelo nosso entendimento está

incluído o companheiro ou convivente.

Conclui-se que o art. 12 do CC trata da lesão/ameaça a um direito da

personalidade de forma geral, ao passo que o art. 20 do CC trata apenas da lesão ao

direito de imagem.

O art. 21 do CC, último dispositivo que cuida dos direitos da personalidade,

confirma o direito à intimidade, já reconhecido na Constituição Federal, sendo inviolável a

vida privada da pessoa natural e cabendo sempre medidas visando proteger essa

inviolabilidade.

Art. 21 do CC - A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

Com certeza você percebeu que o Código Civil trata dos direitos da personalidade

de forma bem sucinta. Com essa atitude, pretendeu o legislador estabelecer diretrizes

gerais sobre o tema, de modo a propiciar que a própria doutrina e jurisprudência

pudessem atribuir um tratamento mais detalhado com condições de acompanhar as

diversas e freqüentes inovações trazidas com o mundo moderno.

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T TÓÓPPI ICCO O 4.14. 1: : EEx xeer rccí ícci io os s cco omme ennt taad do os s sso obbr re e d direir ei itto os s d da a p peer rsso onna alli idda addee

(CESPE - TRE/MT – Analista Administrativo – 2010) Quanto aos direitos da personalidade, analise as alternativas abaixo:

15. O direito à integridade física é um direito da personalidade absolutamente indisponível, que, por isso, não admite temperamentos.

ERRA15. E RR ADDAA. O direito à integridade física admite temperamentos e, por isso, é relativo.

Um exemplo da relatividade de tal direito ocorre no art. 13 do CC.

16. Quando há violação dos direitos da personalidade, deve-se pedir indenização por perdas e danos, não sendo possível propositura de ação que faça cessar a lesão.

ERRA16. E RR ADDAA. O art. 12 do novo Código Civil traz o princípio da prevenção e da reparação

integral nos casos de lesão a direitos da personalidade. Ou seja, é possível a proposição

de ação.

17. O ordenamento legal brasileiro não outorga proteção ao pseudônimo.

ERRA17. E RR ADDAA. Apesar do pseudônimo não integrar o nome civil, ele goza da mesma

proteção que se dá ao nome quando adotado para finalidades lícitas.

18. Os direitos da personalidade, via de regra, são intransmissíveis, ou seja, não podem ser transferidos à esfera jurídica de outrem.

18. C CEERRTTAA. Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e intransmissíveis, segundo

prevê o art. 11 do CC.

19. A disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, com fins científicos ou altruísticos, é perfeitamente válida e não admite posterior revogação.

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19. E ERRR RAAD DAA. Através do art. 14 do CC percebe-se que o ato de disposição gratuita de

órgãos, tecidos e partes do corpo humano post mortem para fins científicos ou de

transplante em paciente com doença progressiva ou incapacitante é revogável.

20. (CESPE - TJ/DFT – Analista Judiciário – 2008) A vida privada da pessoa natural é inviolável e, no curso de um processo, independentemente de requerimento do interessado, o juiz adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a essa norma.

E RA20. ER RR AD DAA. O erro da questão, contrariando o art. 21 do CC, é afirmar que independe

de requerimento do intressado.

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T TÓÓPPI ICCO O 5 5: : B BEEN NSS

Considera-se bem tudo aquilo que existe no universo e que é útil ao homem.

O Código Civil classifica os bens, em dois grandes grupos. O primeiro classifica os

benspor si mesmos, não os comparando ou ligando com nenhum outro. É o caso bos

bens móveis e imóveis, fungíveis e infungíveis, divisíveis e indivisíveis, dentre outros. Já o

segundo classifica os bens de forma recíproca fazendo uma comparação entre dois bens.

Veja a tabela a seguir:

Bens Considerados em Si Mesmos Bens Reciprocamente Considerados

- móveis e imóveis;

- fungíveis e infungíveis;

- consumíveis e inconsumíveis;

- divisíveis e indivisíveis; e

- singulares e coletivos.

- principais e acessórios.

A primeira classificação dos bens em si mesmos é a que divide os bens em

móveis e imóveis:

a) Bens imóveis: é tudo que se incorpora naturalmente (acessão natural) ou

artificialmente (acessão artificial) ao solo. Ou seja, são os bens que não podem ser

transportados sem destruição ou diminuição de valor de um lugar para outro.

Art. 79. do CC -. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 80 do CC - Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

No artigos 79, 80 e 81 o Código Civil classifica os bens imóveis em:

- Bens imóveis por natureza: preliminarmente, consideram-se bens imóveis por

natureza o solo e seus acessórios e adjacências, ou seja, tudo aquilo que adere ao solo

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naturalmente, a exemplo das árvores, frutos e subsolo. Alguns autores entendem que

deveria ser bem imóvel por natureza somente o solo; acessórios e adjacências deveriam

ser chamados bens imóveis por acessão natural.

- Bens imóveis por acessão industrial (artificial): é definido como tudo aquilo que

resulta do trabalho do homem, tornando-se permanentemente incorporado ao solo. Tem

como exemplo as construções e as plantações.

- Bens imóveis por acessão intelectual (por destinação do proprietário): a lei

considera bem imóvel por acessão intelectual aqueles bens móveis que aderem a um

bem imóvel pela vontade do dono, para dar maior utilidade ao imóvel ou até mesmo para

o seu embelezamento, aformoseamento, a exemplo de um trator comprado para melhor

utilização em uma fazenda, pois, enquanto o trator estiver a serviço da fazenda, será

considerado como bem imóvel por acessão intelectual. São aqueles bens móveis

incorporados ao bem imóvel pela vontade do dono. Assim como o proprietário imobilizou

o bem móvel, ele poderá, conseqüentemente, mobilizá-lo novamente quando não for

utilizá-lo mais para aquilo a que se destinava.

- Bens imóveis por determinação legal: são determinados bens que somente são

imóveis porque o legislador resolveu enquadrá-los como tal, para que se possibilite, em

regra, maior segurança jurídica nas relações que os envolvam. Podemos citar o direito à

sucessão aberta, ainda que o acervo seja composto única e exclusivamente de bens

móveis (ex: cinco carros); os direitos reais sobre imóveis e as ações que o asseguram; as

apólices da dívida pública, quando oneradas com cláusula de inalienabilidade.

b) Bens móveis: determina o artigo 82 do Código serem bens móveis os bens

suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia.

Art. 82 do CC - São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

Podem ser classificados da seguinte maneira:

- Bens móveis por natureza: são bens móveis por natureza não só aqueles que têm

movimento próprio, como também aqueles que não têm movimento próprio. Subdividem-

se em bens móveis propriamente ditos (aqueles que não têm movimento próprio) e bens

semoventes (aqueles que têm movimento próprio).

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- Bens móveis por antecipação: aqueles bens imóveis que têm uma finalidade última

como móvel. Assim, mesmo temporariamente imóveis não perdem o caráter de bem

móvel, em razão de sua finalidade, a exemplo das árvores plantadas para corte.

- Bens móveis por determinação legal: são alguns bens que a lei considera móveis por

determinação legal, e conseqüentemente, aplicando as disposições sobre bens móveis

nas relações que os envolvam. São eles: Os direitos reais sobre objetos móveis e

respectivas ações; os direitos de obrigação, e respectivas ações; além dos direitos do

autor. Conforme o art. 83 do CC.

Art. 83 do CC - Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Sobre os navios e aeronaves, apesar de poderem ser dados em hipoteca (instituto

característico de bens imóveis), tais bens não perdem a característica de bens móveis.

Sobre os bens móveis ainda temos o art. 84 do CC:

Art. 84 do CC - Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

Ou seja, se eu compro um conjunto de telhas em uma loja de construção,

enquanto eu não empregar as telhas na obra elas serão consideradas bens móveis,

porém, após o emprego, serão consideradas bens imóveis por acessão industrial ou

artificial. Caso ocorra a demolição da casa a telha novamente será considerada bem

móvel.

O art. 85 do CC distingue a classificação dos bens móveis em dois tipos:

Art. 85 do CC - São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

- bens fungíveis: são aqueles bens móveis que podem ser substituídos por outros da

mesma espécie, natureza e qualidade. - bens infungíveis: são os que possuem características especiais que os tornam distintos

de outros da mesma espécie e qualidade, não permitindo, dessa forma, a sua

substituição.

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Ressalta-se que, excepcionalmente, bens imóveis podem ser considerados bens

fungíveis, a exemplo de várias pessoas proprietárias, em condomínio, de um conjunto de

lotes ainda não divididos, ocasião em que cada um é proprietário de um número

determinado de lotes, fungíveis, posto que ainda não identificados os seus proprietários.

A fungilibilidade ou a infungibilidade, podem decorrer também da vontade das

partes, a exemplo de bens fungíveis emprestados para ornamentação e posterior

devolução, a que a doutrina dá o nome de comodatum ad pompam vel ostentationem.

O art. 86 do CC, trata do bem consumível.

Art. 86 do CC - São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.

Ou seja, os bens que podem ser usados várias vezes são inconsumíveis e os que

podem ser usados apenas uma vez são consumíveis. Destaca-se o bem destinado à

alienação que é consumível de direito, ou seja, o vendedor não pode vender um bem para

duas pessoas sob pena de estelionato (art. 171 do CP). Conclui-se que o bem destinado

à alienação só pode ser vendido uma vez e, por isso, é consumível.

Os arts. 87 e 88 do CC classificam os bens em divisíveis e indivisíveis.

Interpretando o art. 87 do CC, são divisíveis as coisas que podem ser partidas em

porções distintas, formando, cada porção, um todo perfeito. Assim, o bem é divisível

quando cada porção continua com as características do todo.

Art. 87 do CC - Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Nos termos do art. 88 do CC, a indivisibilidade pode resultar da natureza, da lei e

da vontade das partes:

Art. 88 do CC - Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.

- Bem indivisível por natureza: é aquele que, se for dividido, perde a característica do

todo, a exemplo de um animal.

- Bem indivisível por lei: existem alguns bens que por natureza talvez fossem

considerados divisíveis, entretanto a lei os torna indivisíveis.

Como exemplo, podemos citar o Estatuto da Terra que, nos casos de área rural,

exige que os terrenos rurais tenham, no mínimo, três alqueires. Assim, numa área rural, o

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terreno de três alqueires torna-se indivisível para evitar que se tenham partes de terra

muito pequenas.

- Bem indivisível por vontade das partes: há a possibilidade, nos casos de condomínio,

das partes convencionarem a indivisibilidade do bem.

Os artigos 89, 90 e 91 do CC atribui características aos bens singulares e

coletivos.

Art. 89 do CC - São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. Art. 90 do CC - Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. Art. 91 do CC - Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

Os bens singulares são considerados na sua individualidade, como é o caso de

um livro. Entretanto, quando o livro é observado no conjunto de uma biblioteca, agregado

a outros, então temos uma universalidade (bem plural).

As universalidades são bens coletivos e se dividem em dois tipos: universalidade

de fato (ex: biblioteca) ou universalidade de direito (ex: herança).

Temos também a divisão dos bens em principais e acessórios quando se trata dos

bens reciprocamente considerados. Principais são os que existem em si e por si, abstrata

ou concretamente; acessórios são aqueles cuja existência supõe a existência do principal.

Os principais tipos de bens acessórios são:

a) frutos: são aqueles bens acessórios produzidos periodicamente pela coisa, cuja

percepção e consumo não alteram a substância da coisa principal.

Quanto à origem os frutos dividem-se em:

- frutos naturais: aqueles produzidos pela força orgânica (ex: bezerro, carneiro,

maçã, laranja);

- frutos industriais: os produzidos pela arte humana (ex: tecido produzido pelo

tear); e

- frutos civis: aqueles produzidos pela coisa em razão da cessão remunerada da

posse (ex: rendimentos, juros, aluguel).

Quanto ao estado, os frutos classificam-se da seguinte forma:

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- frutos pendentes: enquanto estão unidos à coisa que os produziu;

- frutos percebidos ou colhidos: estão separados do bem principal;

- frutos estantes: estão separados e armazenados ou acondicionados para venda;

- frutos percipiendos: deviam ser, mas não foram colhidos ou percebidos;

- frutos consumidos: são aqueles que não mais existem porque foram utilizados.

b) produtos: são acessórios que não se produzem com periodicidade e seu consumo

altera a substância da coisa principal, reduzindo, portanto, o seu valor. Ex: o

petróleo, o ouro, as pedras preciosas, etc.

c) pertenças: são bens utilizados com o objetivo de embelezar, melhorar ou

conservar a coisa principal, sem ser parte integrante. Ex: o sofá de uma casa.

d) benfeitorias: compreendem as obras ou despesas que se fazem em bem móvel

ou imóvel para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. Se classificam em: - Necessárias: objetiva conservar a coisa ou evitar que ela se deteriore. Ex.

substituição de ligamentos podres no telhado.

- Úteis: aumentam ou facilitam o uso da coisa. Ex. construção de garagem.

- Voluptuárias: as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do

bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. Ex. piscina.

O assunto é abordado nos arts. 92 a 97 do CC.

Art. 92 do CC - Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Art. 94 do CC - Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. Art. 95 do CC - Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. Art. 96 do CC - As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. § 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. § 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. § 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Art. 97 do CC - Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

Em um negócio jurídico que envolva o bem principal, a regra (art. 94 do CC) é que

o bem acessório também esteja envolvido. Porém, essa regra não inclui as pertenças, ou

seja, se eu comprar a sua casa e o contrato nada dispuser a respeito, entende-se que o

sofá que está na sua sala não faz parte no negócio.

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Classificados conforme os titulares de seu domínio, os bens se dividem em

públicos e particulares. O artigo 98 do Código Civil considera públicos os bens que

pertencem à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; todos os demais

são considerados particulares.

Art. 98 do CC - São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Entretanto, é interessante ressaltarmos o Enunciado 287 da IV Jornada de Direito

Civil do CJF:

287 – Art. 98. O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos.

Os bens públicos dividem-se em (art. 99 do CC):

Art. 99 do CC - São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

- de uso comum do povo: todos aqueles de utilização comum, sem maiores ônus, pela

coletividade, a exemplo das estradas, ruas, mares, praças; ressalte-se que é uma

enumeração meramente exemplificava;

- de uso especial: bens destinados ao funcionamento e aprimoramento dos serviços

prestados pelo Estado, de utilização, por vezes, concedida aos particulares, em regra

mediante contraprestação. Temos como exemplo os edifícios onde funcionam os serviços

públicos;

- dominicais (ou dominiais): aqueles que pertencem ao domínio privado do poder

público, e desde que estejam desafetados de qualquer utilização pública, podem ser

alienados, de acordo com as regras previstas para alienação de bens da administração, a

exemplo da licitação. São exemplos o terreno baldio e as terras devolutas.

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Cabe também a análise do art. 103 do CC.

Art. 103 do CC - O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem.

Conclui-se que os bens podem ser utilizados gratuita ou onerosamente, conforme

for estabelecido, por lei, pela entidade a cuja administração pertencerem. A regra geral é

o seu uso gratuito, dado que são destinados ao serviço do povo ou da comunidade, que

para tanto paga uma carga extremamente alta de impostos. Todavia, não perderão a

natureza de bens públicos se leis ou regulamentos administrativos condicionarem ou

restringirem o seu uso a certos requisitos ou mesmo se instituírem pagamento de

retribuição. Por exemplo, pedágio nas estradas, venda de ingresso em museus, para

contribuir para sua conservação ou custeio.

Os arts. 100 e 101 do CC dispõem que a inalienabilidade, que é peculiar dos bens

públicos, somente poderá ser afastada por lei, que por sua vez retira do bem a função

pública à qual este se liga. A tal procedimento dá-se o nome de desafetação.

Art. 100 do CC - Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Art. 101 do CC - Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

De forma sintética, ocorre a desafetação quando a lei autoriza a venda de um bem

público, desligando-o da função pública a que ele serve. Ocorre a afetação quando o bem

dominical passa a ser utilizado como bem público.

Finalizando o assunto bens temos o art. 102 do CC.

Art. 102 do CC - Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Ou seja, além da inalienabilidade, os bens públicos também são impenhoráveis e

imprescritíveis, pois não estão sujeitos ao usucapião que é uma espécie de prescrição

aquisitiva.

A doutrina divide ainda os bens em dois tipos: bens que integram o comércio e

bens que estão fora do comércio.

- Bens que integram o comércio: são os bens alienáveis, disponíveis, que se encontram

livres de quaisquer restrições que impossibilitem sua transferência ou apropriação,

podendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio a outro.

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- Bens que estão fora do comércio: são coisas fora do comércio as insuscetíveis de

apropriação, e as legalmente inalienáveis. Tipos de bens inalienáveis.

a) Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o

ar, o mar, a luz solar; porém a captação, por meio de aparelhagem, do ar

atmosférico ou da água do mar para extrair certos elementos com o escopo de

atender determinadas finalidades, pode ser objeto de comércio.

b) Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de

apropriação pelo homem, têm sua comercialidade excluída pela lei; tais como os

bens públicos; os bens das fundações; o terreno onde está edificado em edifício

de condomínio por andares; o bem de família; as terras ocupadas pelos índios,

etc.

c) Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de

inalienabilidade, temporária ou vitalícia, nos casos e formas previstos em lei, por

ato inter vivos ou causa mortis. Como exemplo na doação com encargo, onde o

doador estabelece cláusula de inalienabilidade, gravando o bem doado,

impossibilitando, com efeito, o donatário de transferir o domínio do referido bem.

T TÓPI ÓP ICO 5.1CO : E5. 1: xeEx rcer íccí io ci s cos omco enme tant do ad s sos obso re br e b bensen s

21. (CESPE - PC-ES – Delegado – 2006) Ana Célia construiu uma casa de campo de madeira, em Campos de Jordão – SP. Alguns anos depois, adquiriu um terreno na Bahia e decidiu contratar empresa especializada para transportar a referida casa para o terreno na Bahia. Nessa situação, por ter sido separada do solo, a casa de Ana Célia perde sua característica de bem imóvel.

E RR21. ER ADRA DAA. A casa de Ana Célia conserva a característica de bem imóvel nos termos

do art. 81 do CC.

22. (CESPE - TRE/MA – Analista Administrativo - 2009) Os direitos autorais de um escritor são considerados como móveis para os efeitos legais.

C ER22. CE RT TAA. Os direitos autorais de um escritor são exemplos de direitos pessoais de

caráter patrimonial e, por isso, são bens móveis por determinação legal.

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23. (INSS – Analista: Direito – 2008) Os armários embutidos instalados em um imóvel residencial são considerados bens imóveis por acessão intelectual. C

C RT23. CE ER TAA. Os armários embutidos são bens móveis que aderem a um bem imóvel pela

vontade do dono, para dar maior utilidade ao imóvel.

24. (CESPE - DPE-CE - Defensor Público - 2008) São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, e também os bens que podem ser removidos sem alteração de sua substância econômica. Os materiais destinados a uma construção mantêm a qualidade de móveis enquanto não forem imobilizados com a sua utilização. Assim, não perde a característica de imóvel o telhado provisoriamente separado da casa.

C ER24. CE RTTAA. Conforme o art. 81, I do CC.

25. (MPE-MT - Promotor de Justiça - 2005) A pertença se distingue do bem acessório por nem sempre seguir o bem principal, seja em decorrência da vontade das partes ou das circunstâncias do próprio negócio.

CERT25. C ER TAA. Conforme o art. 94 do CC.

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L LIISSTTA A DDAAS S QQUUEESSTTÕÕEES S AAPPRREESSEENNTTAADDAASS

1. (CESPE - TRE/BA – Analista Administrativo – 2010) A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios são pessoas jurídicas de direito público interno.

2. (CESPE - TRE/GO – Analista Administrativo – 2009) As empresas públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito público.

3. (CESPE - CEHAP/PB – Advogado – 2009) A empresa adquire personalidade jurídica com o início de suas atividades empresariais.

4. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) O início da existência legal das associações ocorre com a formalização do estatuto.

5. (CESPE - MPE/RR – Oficial de Diligência - 2008) Embora não possua

personalidade jurídica, o espólio, em juízo, será representado pelo inventariante.

6. (CESPE - STJ – Analista Judiciário – 2004) As associações e as sociedades são constituídas pela união de pessoas naturais para fins, respectivamente, não-lucrativos e lucrativos, sendo que a lei reconhece sua personalidade jurídica e lhes permite o exercício de todos os direitos.

7. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) As associações constituem-se pela união de pessoas que se organizaram com fins não-econômicos, e não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocas.

8. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) A criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas são livres, mas o poder público poderá negar-lhes o reconhecimento.

9. (CESPE - TJ-BA – Juiz – 2004) As fundações, pessoas jurídicas de direito privado, somente podem ser constituídas para fins religiosos, morais, culturais ou de

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assistência, cabendo ao Ministério público do estado onde estiverem situadas as fundações velar por elas.

10. (CESPE - DPE/CE - Defensor Público - 2007) As pessoas jurídicas de direito privado adquirem sua existência própria com a assinatura de seu ato constitutivo.

Esse ato constitutivo deverá revestir-se de forma pública, por instrumento público ou por testamento, salvo quando se tratar de fundações de direito público, que são criadas por lei.

11. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) A fundação que recebe personalidade jurídica para realização de fins religiosos, morais, culturais ou de assistência pode ser criada por escritura pública, instrumento particular ou testamento.

12. (CESPE - TJ-SE – Juiz – 2004) A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica não conduz à extinção da sociedade, que permanece existindo regularmente, mas, tão somente, afasta a separação patrimonial em uma determinada circunstância.

13. (CESPE - PC-AC – Delegado – 2008) O patrimônio social da pessoa jurídica não se confunde com os bens particulares dos sócios ou de seus administradores; por isso, ainda quando desconsiderada a personalidade jurídica, os bens dos sócios e administradores não respondem pelas obrigações assumidas pela sociedade.

14. (CESPE - TCE/TO - Analista de Controle Externo - 2008) A pessoa jurídica é dotada de autonomia patrimonial, no entanto, em caso de abuso da personalidade jurídica, pode o juiz, após extinguir a pessoa jurídica, estender os efeitos de certas e determinadas obrigações aos bens particulares dos sócios proprietários.

(CESPE - TRE/MT – Analista Administrativo – 2010) Quanto aos direitos da personalidade, analise as alternativas abaixo:

15. O direito à integridade física é um direito da personalidade absolutamente indisponível, que, por isso, não admite temperamentos.

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16. Quando há violação dos direitos da personalidade, deve-se pedir indenização por perdas e danos, não sendo possível propositura de ação que faça cessar a lesão.

17. O ordenamento legal brasileiro não outorga proteção ao pseudônimo.

18. Os direitos da personalidade, via de regra, são intransmissíveis, ou seja, não podem ser transferidos à esfera jurídica de outrem.

19. A disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, com fins científicos ou altruísticos, é perfeitamente válida e não admite posterior revogação.

20. (CESPE - TJ/DFT – Analista Judiciário – 2008) A vida privada da pessoa natural é inviolável e, no curso de um processo, independentemente de requerimento do interessado, o juiz adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a essa norma.

21. (CESPE - PC-ES – Delegado – 2006) Ana Célia construiu uma casa de campo de madeira, em Campos de Jordão – SP. Alguns anos depois, adquiriu um terreno na Bahia e decidiu contratar empresa especializada para transportar a referida casa para o terreno na Bahia. Nessa situação, por ter sido separada do solo, a casa de Ana Célia perde sua característica de bem imóvel.

22. (CESPE - TRE/MA – Analista Administrativo - 2009) Os direitos autorais de um escritor são considerados como móveis para os efeitos legais.

23. (INSS – Analista: Direito – 2008) Os armários embutidos instalados em um imóvel residencial são considerados bens imóveis por acessão intelectual. C

24. (CESPE - DPE-CE - Defensor Público - 2008) São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, e também os bens que podem ser removidos sem alteração de sua substância econômica. Os materiais destinados a uma construção mantêm a

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qualidade de móveis enquanto não forem imobilizados com a sua utilização. Assim, não perde a característica de imóvel o telhado provisoriamente separado da casa.

25. (MPE-MT - Promotor de Justiça - 2005) A pertença se distingue do bem acessório por nem sempre seguir o bem principal, seja em decorrência da vontade

das partes ou das circunstâncias do próprio negócio.

GABARITO

1-C 2-E 3-E 4-E 5-C

6-C 7-C 8-E 9-C 10-E

11-E 12-C 13-E 14-E 15-E

16-E 17-E 18-C 19-E 20-E

21-E 22-C 23-C 24-C 25-C

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L LIISST TA A DDE E QQU UEES STTÕ ÕEES S DDA A FFU UNND DAAÇ ÇÃÃO O CCA ARRLLO OS S CCH HAAG GA AS S ( (FFCCC C) ) P POOR R AAS SSSU UNNTTO O

PESSOAS JURÍDICAS

1. (MPE/SE – Técnico do Ministério Público – Administração – 2009) De acordo com o Código Civil brasileiro, são consideradas pessoas jurídicas de direito público, dentre outras, (A) os partidos políticos, as autarquias federais e os municípios. (B) as autarquias federais, as associações públicas e as empresas públicas. (C) as organizações religiosas, os partidos políticos e a União. (D) as associações públicas, os partidos políticos e as autarquias federais. (E) as organizações religiosas, as empresas públicas e a União.

2. (TRE/PB - Técnico Judiciário - Taquigrafia – 2007) São pessoas jurídicas de direito público interno (A) os partidos políticos. (B) as autarquias. (C) as sociedades de economia mista. (D) as fundações. (E) as organizações religiosas.

3. (TRT 2ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2008) Os partidos políticos, as associações públicas e as organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito (A) privado. (B) privado, público e público, respectivamente. (C) público, privado e privado, respectivamente. (D) público. (E) privado, público e privado, respectivamente.

4. (TRE/PI – Analista Judiciário – Taquígrafo – 2009) Nos termos do Código Civil Brasileiro são consideradas pessoas jurídicas de direito público, (A) as sociedades de economia mista. (B) as autarquias. (C) os partidos políticos. (D) as organizações religiosas. (E) as fundações.

5. (TCE-SP – Auditor – 2008) A existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa (A) com a autorização ou aprovação do órgão competente do Poder Executivo, para iniciar o seu funcionamento. (B) com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, tendo sido abolida, depois da Constituição Federal de 1988, qualquer exigência de autorização ou aprovação do Poder Executivo, independentemente da atividade a ser exercida. (C) pela celebração do contrato de sociedade, pela aprovação de seu estatuto nos casos das associações e pelo registro do testamento ou lavratura de escritura pública da instituição, no caso das fundações. (D) com a publicação no Diário Oficial de seus atos constitutivos.

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(E) com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo.

6. (TRT 7ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2009) As associações (A) só não poderão ter fins lucrativos se constituídas também para fins morais. (B) poderão ter fins lucrativos se constituídas também para fins religiosos. (C) poderão ter fins lucrativos se constituídas também para fins políticos. (D) jamais poderão ter fins lucrativos. (E) poderão, quando comerciais, ter fins lucrativos.

7. (TCE-SP – Auditor – 2008) Será possível distinguir uma associação de uma sociedade se aquela (A) se constituir apenas de pessoas físicas e esta se constituir por pessoas físicas e por pessoas jurídicas. (B) não possuir bens e esta possuir bens. (C) for instituída por dotação de bens mediante escritura pública ou testamento e esta por um contrato. (D) tiver prazo determinado de existência e esta não tiver prazo determinado de existência. (E) não tiver fins econômicos e se esta tiver fins econômicos.

8. (PGE-SE – Procurador - 2005) Falecendo o associado de uma entidade de fins esportivos, cujo patrimônio tenha sido constituído também com recursos do finado, que, por isto, é titular de quota patrimonial, e nada dispondo a respeito o estatuto da associação, seus herdeiros: (A) Não passarão à qualidade de associado, mas poderão herdar sua quota parte do patrimônio. (B) Serão automaticamente admitidos como associados, perdendo a sua quota do patrimônio para a associação. (C) Serão automaticamente admitidos como associados e perderão sua quota do patrimônio para os demais associados. (D) Não passarão à qualidade de associado e os bens que compunham a quota ´parte do falecido serão destinados ao Município onde se situarem. (E) Serão admitidos como associados e os bens que compunham a quota parte do falecido serão alienados em leilão, podendo os herdeiros exercer o direito de preferência.

9. (TRT 18ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2008) A respeito das associações, é correto afirmar: (A) A decisão do órgão que, de conformidade com o estatuto, decretar a exclusão de associado é irrecorrível. (B) Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins econômicos. (C) A qualidade de associado é sempre transmissível, não podendo o estatuto dispor em contrário. (D) Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto pode instituir categorias com vantagens especiais. (E) Entre os associados, há direitos e obrigações recíprocas, que devem obrigatoriamente constar do estatuto.

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10. (TRT 15ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2009) A respeito das associações, é correto afirmar que (A) entre os associados não há direitos e obrigações recíprocos. (B) os estatutos não podem instituir categorias de associados com vantagens especiais. (C) a qualidade de associado é intransmissível, mesmo se o estatuto dispuser o contrário. (D) da decisão do órgão que, de conformidade com o estatuto, decretar a exclusão de associado, não cabe recurso para a Assembleia Geral. (E) se constituem através da união de pessoas que se organizem para fins econômicos.

11. (MPU – Técnico Administrativo – 2007) A respeito das pessoas jurídicas analise: I. As autarquias, os partidos políticos e as organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito público interno. II. Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes. III. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. IV. As fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. É correto o que consta APENAS em (A) I, II e III. (B) I, II e IV. (C) II e III. (D) II, III e IV. (E) II e IV.

12. (TRT 15ª - Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2009) A respeito das fundações é correto afirmar: (A) A fundação deve ser instituída por escritura pública, através de dotação especial de bens, sendo que seu ato constitutivo não pode fixar prazo para a sua existência. (B) A alteração do estatuto da fundação deve ser aprovada pelo órgão do Ministério Público, não podendo o juiz supri-la a requerimento do interessado. (C) Se a fundação tiver sede no Rio de Janeiro, mas as suas atividades se estenderem por mais de um Estado, caberá, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público o encargo de por ela velar. (D) A fundação criada para fins econômicos será submetida à fiscalização do Ministério Público e do Banco Central. (E) A fundação criada para fins políticos deverá ter o seu estatuto registrado no Tribunal Regional Eleitoral do lugar da sua sede.

13. (TCE/AL – Procurador – 2008) As organizações religiosas são classificadas como (A) pessoas jurídicas de direito público interno, se não tiverem ramificações em outros países e de direito público externo, se tiverem ramificações em outros países. (B) entes despersonalizados, embora seus atos constitutivos possam ser registrados em cartório. (C) pessoas jurídicas de direito público externo, sempre que constituídas em outros países, ainda que exercendo atividade no território brasileiro. (D) pessoas jurídicas de direito privado, podendo, entretanto, o poder público negar-lhes reconhecimento ou registro de seus atos constitutivos.

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(E) pessoas jurídicas de direito privado, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento e registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.

14. (TJ/PE – Analista Judiciário – 2007) No que concerne às pessoas jurídicas, é correto afirmar: (A) Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. (B) Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões serão tomadas necessariamente pela maioria de votos dos presentes. (C) Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, de ofício, nomear-lhe-á administrador provisório. (D) O poder público poderá negar o reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao funcionamento das organizações religiosas. (E) Na hipótese de confusão patrimonial não caberá a desconsideração da personalidade jurídica para atingir os bens particulares dos sócios.

15. (TRT 11ª – Juiz Substituto – 2007) A desconsideração da personalidade jurídica, segundo o direito positivo vigente, visa (A) anular, por ato do Juiz, os negócios jurídicos realizados pela pessoa jurídica com desvio de finalidade ou quando houver abuso de poder por parte dos administradores. (B) extinguir a pessoa jurídica quando agir com desvio de finalidade ou ocorrer confusão patrimonial. (C) estender, por ato do Juiz ou de autoridade administrativa, os efeitos de certas relações de obrigações aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. (D) estender, por ato do Juiz, os efeitos de certas relações de obrigações aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. (E) estender, por ato do Juiz e somente em ação autônoma proposta pelo Ministério Público ou por qualquer interessado, os efeitos de certas relações de obrigações aos bens particulares de sócios e administradores de pessoa jurídica, nos casos de desvio de finalidade ou confusão patrimonial.

16. (Pref. São Paulo/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal – 2007) As condições para a desconsideração da personalidade jurídica, tais como regidas pelo Código Civil e pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei no 8.078/90), são (A) idênticas. (B) distintas, porque pelo Código Civil é necessária a prova do excesso de poder por parte do sócio, ao passo que pelo Código de Defesa do Consumidor é necessária a prova da fraude contra o consumidor. (C) distintas, porque além das condições já previstas pelo Código Civil, o Código de Defesa do Consumidor exige, adicionalmente, a comprovação da violação dos estatutos ou do contrato social em detrimento do consumidor. (D) distintas, porque o Código Civil permite a desconsideração apenas em casos de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, ao passo que o Código de Defesa do Consumidor traz hipóteses mais amplas. (E) distintas apenas no campo de sua aplicação, pois o Código de Defesa do Consumidor restringe-se às relações de consumo, sendo nos demais aspectos idênticas.

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17. (Prefeitura de Salvador/BA – Procurador - 2006) A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica poderá ser decidida se: (A) Pelo Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando comprovada fraude de execução. (B) Por autoridade administrativa ou judicial, quando se verificar confusão patrimonial, no interesse das pessoas jurídicas públicas. (C) De ofício, pelo Juiz, sempre que os bens das sociedades forem insuficientes para pagar suas dívidas. (D) Pelo Juiz, a requerimento da parte ou do Ministério Público quando couber intervir, se verificar desvio de finalidade ou confusão patrimonial. (E) Por autoridade administrativa, independentemente de intervenção judicial, se comprovada simulação ou enriquecimento ilícito dos sócios ou administradores.

18. (TJ/RR – Juiz Substituto – 2008) A doutrina do disregard of legal entity tem por finalidade superar ou desconsiderar a personalidade jurídica de pessoas jurídicas, (A) para atingir o patrimônio dos sócios ou administradores, sempre que se verificar fraude contra credores, o que, na legislação brasileira, será possível por decisão judicial a requerimento da parte ou do Ministério Público. (B) responsabilizando-lhes os administradores e, para isto, considera inexistente a personificação. (C) para atingir o patrimônio dos sócios, sempre que se verificar confusão patrimonial, permitindo a legislação brasileira que a desconsideração se dê por ato administrativo ou judicial. (D) responsabilizando-lhes os sócios ou administradores, mas sem considerar nula a personificação, apenas a tornando ineficaz para certos atos. (E) para atingir o patrimônio dos sócios, implicando, na legislação brasileira, a declaração de nulidade de seus estatutos ou atos constitutivos no que se referir à distinção entre a personalidade jurídica dos sócios e da sociedade.

19. (DPE/SP – Defensoria Pública – 2007) Sociedade de pessoas voltadas à consecução de atividades econômicas em que todos os sócios, pessoas físicas, responderão, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais, podendo os bens particulares dos sócios responder por débitos da sociedade. O enunciado refere-se a (A) cooperativa. (B) sociedade em nome coletivo. (C) sociedade em conta de participação. (D) sociedade simples. (E) sociedade em comandita simples.

20. (FGV - AUDITOR – TCM-PA – 2008) Analise as afirmativas a seguir: I. As fundações somente podem ser constituídas para fins morais, culturais, religiosos ou de assistência. II. Os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito privado. III. As associações são espécie de sociedade sem fim lucrativo. Assinale: (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente a afirmativa I estiver correta. (C) se todas as afirmativas estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

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(E) se somente a afirmativa III estiver correta.

21. (FGV - AUDITOR – TCM-PA – 2008) Assinale a assertiva correta. (A) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica pode ser aplicada às sociedades em comum, comprovado o desvio de finalidade. (B) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica pode ser aplicada às sociedades em conta de participação, comprovada a confusão patrimonial. (C) A teoria desconsideração da personalidade jurídica não determina a extinção ou dissolução da sociedade. (D) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica não foi positivada no Código Civil, e sim no Código de Defesa do Consumidor. (E) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica é aplicada quando a sociedade não possui patrimônio, mas o sócio é considerado solvente.

Gabarito: 1-B 2-B 3-E 4-B 5-E 6-D 7-E 8-A 9-D 10-A 11-D 12-C 13-E 14-A 15-D 16-D 17-D 18-D 19-B 20-A 21-C

DOMICÍLIO

1. (TJ/PA – Analista Judiciário – Direito – 2009) Considerando o domicílio a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito, é correto afirmar que: (A) os ciganos, andarilhos e caixeiros viajantes, tem que ter obrigatoriamente uma residência habitual. (B) uma pessoa pode ter mais de um domicílio, mas não pode ter várias residências. (C) é impossível alguém ter domicílio sem ter residência. (D) a residência é um elemento do conceito de domicílio, o seu elemento objetivo. (E) o agente diplomático que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, não poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

2. (TJ/SE – Analista Judiciário – Direito – 2009) O domicílio (A) dos oficiais da marinha é o lugar onde servem. (B) do marítimo é o lugar em que o navio estiver atracado. (C) do incapaz é o lugar em que foi registrado o seu nascimento. (D) do militar do Exército é a sede do comando a que se encontrar subordinado. (E) do preso é o lugar em que cumpre a sentença.

3. (TRE/AM – Analista Judiciário - Área Judiciária – 2009) Considere as assertivas abaixo a respeito do domicílio. I. Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. II. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. III. O domicílio do militar da Marinha é o local onde o navio estiver matriculado. IV. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS em (A) II, III e IV. (B) I, II e III.

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(C) I, II e IV. (D) I e IV. (E) II e III.

4. (TRT 16ª – Analista Judiciário - Área Judiciária – 2009) Pessoa que seja possuidora de duas residências regulares. O seu domicílio poderá ser (A) a localidade em que por último passou a residir. (B) o local de sua propriedade em que começou a residir em primeiro lugar. (C) qualquer das residências. (D) o local onde estiver residindo há mais tempo. (E) somente se o imóvel for de sua propriedade.

5. (TRE/PI – Analista Judiciário – Taquígrafo – 2009) Sobre o domicílio civil, considere: I. Nos contratos escritos não poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. II. Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. III. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. IV. O agente diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve. De acordo com o Código Civil Brasileiro, está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III. (B) I, III e IV. (C) II e III. (D) II, III e IV. (E) II e IV.

6. (TJ/PA – Auxiliar Judiciário – 2009) NÃO é exemplo do domicílio necessário o do (A) incapaz, que é o mesmo de seu representante legal. (B) cigano, que é o local onde for encontrado. (C) funcionário público, que é o local onde estiver servindo. (D) militar, que é onde estiver servindo. (E) preso, que é onde estiver cumprindo a pena.

7. (TJ/PA – Auxiliar Judiciário – 2009) A respeito do domicílio, é correto afirmar que: (A) se confunde com habitação ou moradia. (B) não é o local onde responde por suas obrigações. (C) não é o local onde a pessoa estabelece a sua residência com ânimo definitivo. (D) é o local onde a pessoa pratica habitualmente seus atos e negócios jurídicos. (E) a residência não é elemento do conceito de domicílio.

8. (DPE/MT – Defensor Público Substituto – 2009) Assinale a alternativa que se coaduna com o Código Civil brasileiro. (A) Tem domicílio necessário o absolutamente incapaz, o servidor público, o militar e o marítimo, apenas. (B) O domicílio necessário do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar,

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onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença. (C) O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo, não admitindo o direito atualmente vigente a pluralidade de domicílios. (D) Consideram-se bens imóveis para os efeitos legais o direito à sucessão aberta e os direitos reais e as ações que os asseguram. (E) Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei, mas não por vontade das partes.

9. (TJ/PA – Oficial de Justiça Avaliador – 2009) Considerando o domicílio a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito, é correto afirmar que: (A) os ciganos, andarilhos e caixeiros viajantes, tem que ter obrigatoriamente uma residência habitual. (B) uma pessoa pode ter mais de um domicílio, mas não pode ter várias residências. (C) é impossível alguém ter domicílio sem ter residência. (D) a residência é um elemento do conceito de domicílio, o seu elemento objetivo. (E) o agente diplomático que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, não poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.

10. (MPE/SE – Técnico do Ministério Público – Administração – 2009) Com relação ao domicílio é INCORRETO afirmar: (A) Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. (B) Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas. (C) O domicílio do marítimo será a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado. (D) Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. (E) Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

11. (TRT 15ª - Técnico Judiciário - Área Administrativa – 2009) Pedro é militar da Marinha e está servindo na cidade de Foz do Iguaçu. A sede do comando a que se encontra imediatamente subordinado situa-se em Santos. Sua esposa mora em Registro. Seu filho é domiciliado em Guarujá. Seus pais residem em Curitiba. O domicílio civil de Pedro é em (A) Registro. (B) Foz de Iguaçu. (C) Santos. (D) Guarujá. (E) Curitiba.

12. (TRT 18ª – Analista Judiciário – Administrativa – 2008) O domicílio do marítimo é onde (A) estabeleceu sua residência com ânimo definitivo. (B) o navio estiver matriculado. (C) o navio estiver atracado. (D) for encontrado.

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(E) residir sua família.

13. (TRT 2ª - – Analista Judiciário – Execução de Mandado – 2008) Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. É certo que o domicílio do (A) servidor é o lugar em que tomou posse do cargo público. (B) incapaz é o lugar do seu nascimento. (C) preso é o lugar em que cumprir a sentença. (D) militar é o lugar onde residir a sua família. (E) marítimo é o lugar onde o navio estiver atracado.

14. (TCE/AL – Procurador – 2008) A pessoa natural tem domicílio plural (A) quando for itinerante. (B) quanto às relações concorrentes à profissão, quando a exercitar em lugares diferentes. (C) se for absoluta ou relativamente incapaz, e residir em lugar diverso de seu representante ou assistente. (D) se for militar da Marinha ou da Aeronáutica. (E) se for servidor público ou preso que aguarda julgamento.

15. (ANS – Analista em Regulação – Especialidade Direito – 2007) Uma pessoa jurídica de direito privado estrangeira tem a respectiva diretoria sediada em Bordeaux (França) e possui filiais no Brasil. Nesse caso, no que concerne às obrigações contraídas pelas filiais situadas no Brasil, haver-se-á por domicílio dessa empresa (A) o lugar em que está sediada a diretoria (Bordeaux França). (B) o lugar da filial situada no Brasil a que a elas corresponder. (C) a capital do Estado estrangeiro onde está sediada a diretoria. (D) a capital do Estado brasileiro onde estiver a filial a que a elas corresponder. (E) o lugar que corresponder à principal filial brasileira.

16. (TRF 2ª - Analista Judiciário- Administrativa – 2007) O domicílio do (A) servidor público é o lugar onde residia antes da posse no cargo. (B) incapaz é o lugar onde residir com ânimo definitivo. (C) preso é o lugar onde foi proferida a sentença condenatória. (D) militar da aeronáutica é o lugar onde residir a sua família. (E) marítimo é o lugar onde o navio estiver matriculado.

17. (TRE/SE - Analista Judiciário – Judiciária – 2007) De acordo com o Código Civil brasileiro, têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. O domicílio do militar da marinha do Brasil será (A) o lugar em que fixou a sua última residência em definitivo. (B) o lugar em que exercer permanentemente suas funções. (C) o local em que os navios estiverem matriculados. (D) a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado. (E) o domicílio civil de seus genitores, cônjuge ou descendentes.

18. (TJ/PE - Técnico Judiciário – 2007) Considere as afirmativas abaixo sobre domicílio civil.

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I. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada. II. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, apenas sua sede será considerada domicílio para quaisquer atos praticados. III. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. IV. Nos contratos escritos, o domicílio deve ser necessariamente o local da residência dos contraentes. É correto o que se afirma APENAS em: (A) I e II. (B) I, II e III. (C) I e III. (D) II e III. (E) III e IV.

19. (TRF 1ª - Técnico Judiciário - Administrativa – 2007) Segundo as normas preconizadas no Código Civil Brasileiro, com relação ao domicílio é INCORRETO afirmar: (A) Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio da União é o Distrito Federal. (B) O domicílio do militar da Marinha é o local em que o navio estiver matriculado. (C) Se a pessoa natural exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem. (D) Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. (E) Em regra, muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.

20. (TRE/SE - Técnico Judiciário - Administrativa – 2007) Maria, artista circense, nasceu em Salvador. Maria faz espetáculos por todo o Brasil, com a companhia de circo de que faz parte. Considerando que seu marido e filho residem em Olinda e que seus ascendentes mais próximos residem em Ilhéus, ter-se-á por domicílio de Maria (A) a cidade de Ilhéus. (B) o local em que for encontrada. (C) apenas a cidade de Salvador. (D) apenas a cidade de Olinda. (E) as cidades de Salvador ou Olinda.

21. (TRE/PB - Técnico Judiciário - Taquigrafia – 2007) Considere: I. servidor público. II. militar. III. Presidente de empresa Multinacional. IV. preso. V. comandante de avião comercial. De acordo com o Código Civil têm domicilio necessário, dentre outros, as pessoas indicadas APENAS em: (A) II, III, IV e V. (B) I, II, IV e V. (C) I, II, III e IV. (D) I, II e IV. (E) I, III e V.

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Gabarito: 1-D 2-E 3-C 4-C 5-D 6-B 7-D 8-B 9-D 10-C 11-C 12-B 13-C 14-B 15-B 16-E 17-D 18-C 19-B 20-B 21-D

DIREITOS DA PERSONALIDADE

1. (TRE/PI - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2009) No que se refere às pessoas naturais, de acordo com o Código Civil é correto afirmar que: (A) É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita ou onerosa do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. (B) Cessará a incapacidade para os menores, com dezesseis anos completos, pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento particular, independentemente de homologação judicial. (C) Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência, se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. (D) São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. (E) Os direitos da personalidade são, em regra, intransmissíveis e irrenunciáveis, mas o seu exercício poderá sofrer limitação voluntária.

2. (TRT 16ª - Analista Judiciário – Administrativa – 2008) Diante do que estabelece o Direito Positivo brasileiro, a personalidade, por ser a aptidão genérica para a aquisição de direitos e obrigações, é privativa (A) exclusivamente dos brasileiros natos, quer sejam capazes ou incapazes. (B) apenas do ser humano com capacidade plena. (C) do espólio, da massa falida, dos órgãos públicos e da herança jacente. (D) tão somente do ser humano. (E) de todos os seres humanos e dos entes morais, tais como sociedades, fundações e associações.

3. (TRE/PB - Analista Judiciário - Administrativa – 2007) A respeito da personalidade e capacidade das pessoas naturais, é correto afirmar que (A) são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. (B) cessará, para os menores, a incapacidade pela colação de grau em curso de ensino médio. (C) presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão provisória. (D) são relativamente incapazes os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil. (E) o pseudônimo adotado para atividades lícitas não goza da mesma proteção dada ao nome.

4. (TCE/GO – Analista de Controle Externo – Jurídica – 2009) A respeito dos direitos da personalidade, é correto afirmar que (A) ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica.

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(B) os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, mas o seu exercício pode sofrer limitação voluntária. (C) o ato de disposição do próprio corpo para depois da morte com objetivo altruístico deve ser gratuito, mas, com objetivo científico, pode ser oneroso. (D) o pseudônimo adotado para atividades lícitas não goza da proteção que se dá ao nome. (E) o ato de disposição do próprio corpo para depois da morte, no todo ou em parte, para fins altruísticos, não comporta revogação.

5. (TRE – AL – Analista Administrativo – 2010) De acordo com o Código Civil Brasileiro, pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo (A) apenas o cônjuge sobrevivente. (B) apenas o cônjuge sobrevivente ou qualquer parente em linha reta até o segundo grau. (C) o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o terceiro grau. (D) apenas o cônjuge sobrevivente ou qualquer parente em linha reta até o terceiro grau. (E) o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

6. (DPE/MA – Defensor Público – 2009) Os direitos de personalidade são direitos subjetivos (A) intransmissíveis e irrenunciáveis em qualquer hipótese, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. (B) intransmissíveis e irrenunciáveis, embora excepcionalmente o seu exercício possa sofrer limitação voluntária, mesmo sem expressa previsão legal. (C) e, por essa razão, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, em qualquer hipótese, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. (D) fundamentais, razão pela qual a vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (E) fundamentais, razão pela qual é válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição onerosa do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

7. (TRE/MS – Analista Judiciário – Judiciária – 2007) No que concerne aos direitos da personalidade é correto afirmar que (A) o pseudônimo adotado para atividades lícitas e ilícitas goza da proteção que se dá ao nome. (B) a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, é válida com objetivo altruístico. (C) é lícito o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, mesmo se não houver exigência médica. (D) eles são intransmissíveis e irrenunciáveis, em regra, mas o seu exercício poderá sofrer limitação voluntária. (E) em se tratando de pessoa pública o nome desta poderá ser utilizado em propaganda comercial, ainda que sem autorização.

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8. (DPE/SP – Defensoria Pública – 2007) Princípio que consagra o direito da pessoa capaz, de manifestar sua vontade e de dispor gratuitamente do próprio corpo, no todo ou em parte, após a sua morte, com objetivo científico ou terapêutico é chamado pela doutrina de princípio (A) da beneficência altruísta. (B) do consenso beneficente. (C) do consenso afirmativo. (D) do consentimento válido. (E) da autonomia de vontade.

9. (TRE/MG - Técnico de Controle Externo I - Direito – 2007) Sobre os direitos da personalidade, considere as seguintes afirmações: I. exceto nos casos previstos em lei, são intransmissíveis e irrenunciáveis. II. sujeitam-se a prazos prescricionais, mas não a prazos decadenciais. III. não se reconhece lesão a direitos da personalidade, se o suposto ofendido já for morto. IV. a proteção dos direitos da personalidade em algumas hipóteses se aplica às pessoas jurídicas. V. é validade, com objetivo científico, a disposição total ou parcial do corpo para depois da morte, a título gratuito ou oneroso. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) I e IV. (C) II e III. (D) II e V. (E) III e IV.

10. (TRE/PB - Técnico Judiciário - Taquigrafia – 2007) No que concerne aos direitos da personalidade, de acordo com o Código Civil, é correto afirmar: (A) Com exceção dos casos previstos em lei, o exercício dos direitos da personalidade não pode sofrer limitação voluntária. (B) Havendo lesão a direito da personalidade de pessoa falecida terá legitimação para reclamar perdas e danos o cônjuge sobrevivente ou qualquer parente em linha reta ou colateral até o terceiro grau. (C) O nome da pessoa pode ser empregado por outrem em publicações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. (D) O pseudônimo adotado para atividades lícitas não goza da proteção que se dá ao nome. (E) A pessoa pode ser constrangida a submeter-se a tratamento médico ou intervenção cirúrgica com risco de vida.

Gabarito: 1-C 2-E 3-A 4-A 5-E 6-D 7-B 8-C 9-B 10-A

BENS

1. (TRE/PB - Técnico Judiciário - Taquigrafia – 2007) É considerado bem móvel, de acordo com o Código Civil: (A) As energias que tenham valor econômico.

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(B) O direito à sucessão aberta. (C) Os direitos reais sobre imóveis. (D) O solo. (E) Os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

2. (TRE/SE - Técnico Judiciário - Administrativa – 2007) Mário resolveu mudar-se do Estado da Bahia para o Paraná, uma vez que sua fábrica não estava dando lucro. Tendo em vista que só possuía direito real sobre um terreno na cidade de Curitiba, resolveu levar a casa préfabricada que residia, fechar sua fábrica e demolir o prédio onde estava sediada. Neste caso é (são) considerado (s), bem (s) imóvel (is) para efeitos legais (A) a casa pré-fabricada de Mário e o direito real que ele possui sobre o terreno. (B) apenas a casa pré-fabricada de Mário. (C) a casa pré-fabricada de Mário e os matériais provenientes da demolição do prédio de sua empresa. (D) apenas os materiais provenientes da demolição do prédio de sua empresa. (E) o direito real que ele possui sobre o terreno e os materiais provenientes da demolição do prédio de sua empresa.

3. (TRF 2ª – Analista Judiciário – Especialidade Execução de Mandados – 2007) Consideram-se bens imóveis (A) os materiais provenientes da demolição de algum prédio. (B) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados. (C) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reintegrarem. (D) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. (E) as energias que tenham valor econômico.

4. (TRF 2ª - Analista Judiciário- Administrativa – 2007) Um quilo de ouro é um bem (A) móvel, fungível e indivisível. (B) imóvel, infungível e divisível. (C) móvel, fungível e divisível. (D) imóvel, infungível e indivisível. (E) móvel, infungível e divisível.

5. (TJ/AP – Juiz de Direito Substitututo – 2009) Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis (A) exclusivamente se comprometer sua utilidade econômica, com o se verifica no estabelecimento, por lei, de parcela mínima de fracionamento dos imóveis rurais ou urbanos. (B) apenas em razão de cláusula testamentária ou de contrato de doação, não podendo exceder o prazo de dez anos. (C) por vontade das partes, porém o acordo não pode estabelecer prazo maior do que cinco anos para a indivisão, suscetível de prorrogação ulterior. (D) perpetuamente, em razão de disposição testamentária. (E) apenas em razão de disposição legal, para atender o interesse público.

6. (TJ/SE – Analista Judiciário – Direito – 2009) A respeito das diferentes classes de bens, é correto afirmar:

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(A) Os bens naturalmente divisíveis não podem tornar-se indivisíveis por vontade das partes. (B) Consideram-se imóveis para os efeitos legais as energias que tenham valor econômico. (C) Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertencentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. (D) Considera-se móvel para os efeitos legais o direito à sucessão aberta. (E) São necessárias as benfeitorias que aumentam ou facilitam o uso do bem.

7. (TRE/AM – Analista Judiciário – Administrativa – 2009) Considere as assertivas abaixo a respeito das classificações dos bens. I. Consideram-se móveis para os efeitos legais os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. II. Constitui universalidade de fato a pluralidade o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. III. Consideram-se imóveis para os efeitos legais o direito à sucessão aberta. IV. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. De acordo com o Código Civil brasileiro, está correto o que se afirma APENAS em (A) I, III e IV. (B) II, III e IV. (C) I, II e III. (D) I e IV. (E) II e IV.

8. (TRF 4a – Analista Judiciário – Judiciário – 2010) No que concerne aos Bens Reciprocamente Considerados, é INCORRETO afirmar: (A) São voluptuárias as benfeitorias de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. (B) Em regra, os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal abrangem as pertenças. (C) Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal. (D) Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. (E) Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

9. (MPE/SE – Técnico do Ministério Público – Administração – 2009) Considere: I. Para os efeitos legais, são imóveis, dentre outros, as energias que tenham valor econômico e os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. II. Constitui universalidade de fato o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. III. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. IV. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. De acordo com o Código Civil brasileiro está correto o que se afirma APENAS em (A) I, II e III.

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(B) I e IV. (C) II e III. (D) II, III e IV. (E) III e IV.

10. (TCE/RR – Procurador de Contas – 2008) No que se refere aos bens, é INCORRETO afirmar: (A) Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico. (B) Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. (C) São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. (D) O direito à sucessão aberta é um bem incorpóreo considerado como imóvel para os efeitos legais. (E) Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

11. (MPE/PE – Promotor de Justiça e Promotor de Justiça Substituto – 2008) Consideram-se, dentre outros, bem móveis para os efeitos legais (A) as energias que tenham valor econômico. (B) o direito à sucessão aberta decorrente da declaração de ausência ou óbito. (C) as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local. (D) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reintegrarem. (E) os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram.

12. (ANS – Analista em Regulação – Especialidade Direito – 2007) A respeito das diferentes classes de bens, é correto afirmar que (A) os bens que formam universalidade de fato não podem ser objeto de relações jurídicas próprias. (B) os bens naturalmente divisíveis não podem tornar-se indivisíveis por vontade das partes. (C) não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. (D) os frutos e produtos ainda não separados do bem principal não podem ser objeto de negócio jurídico. (E) são considerados bens móveis, para os efeitos legais, os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram.

13. (TRF 4ª - Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2007) Considere: I. uma Biblioteca; II. um Rebanho; III. uma Frota de automóveis; IV. uma Herança; V. uma Esquadrilha. De acordo com o Código Civil brasileiro, constitui uma universalidade de fato os bens indicados APENAS em

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(A) I, IV e V. (B) I e IV. (C) I, II e III. (D) I, II, III e V. (E) II, III e V.

14. (TRF 1ª - Técnico Judiciário - Administrativa – 2007) Considere as seguintes assertivas a respeito das classes de bens adotadas pelo Código Civil Brasileiro: I. São fungíveis os bens móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. II. Constitui universalidade de direito a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. III. Os bens que formam uma universalidade de fato não podem ser objeto de relações jurídicas próprias. IV. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. Estão corretas SOMENTE (A) I e IV. (B) II e III. (C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) II, III e IV.

15. (TRE/SE - Técnico Judiciário - Administrativa – 2007) Considere as afirmativas abaixo a respeito das diferentes classes de bens. I. Os bens naturalmente divisíveis podem se tornar indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. II. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. III. Constitui uma universalidade de direito a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. IV. São infungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. É correto o que se afirma APENAS em: (A) I e II. (B) I, II e III. (C) I e IV. (D) II, III e IV. (E) III e IV.

16. (TRF 4ª - Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2007) Maria está na praça Beija Flor, em frente ao prédio da prefeitura da cidade de Lagoas, ao lado direito de um terreno baldio que é patrimônio da prefeitura e ao lado esquerdo do prédio da autarquia federal W. De acordo com o Código Civil brasileiro, em regra, a praça, o prédio da Prefeitura, o terreno baldio e o prédio da autarquia federal W são considerados, respectivamente, bens públicos (A) dominical, de uso comum do povo, dominical e de uso especial. (B) de uso comum do povo, de uso comum do povo, dominical e de uso especial. (C) de uso comum do povo, dominical, de uso especial e dominical.

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(D) de uso comum do povo, dominical, dominical e de uso especial. (E) de uso comum do povo, de uso especial, dominical e de uso especial.

17. (TRF 1ª - Técnico Judiciário - Administrativa – 2007) As praças, os rios e o edifício onde funciona a Prefeitura Municipal são, respectivamente, bens públicos de uso (A) especial, dominical e dominical. (B) comum do povo, de uso comum do povo e dominical. (C) comum do povo, dominical e de uso especial. (D) comum do povo, de uso comum do povo e de uso especial. (E) especial, de uso comum do povo e dominical.

18. (MPU – Técnico Administrativo – 2007) De acordo com a classificação dos bens adotada pelo Código Civil brasileiro, é correto afirmar: (A) Os rios, mares, estradas, ruas e praças são considerados bens públicos de uso especial. (B) Consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram. (C) Consideram-se bens imóveis para os efeitos legais, as energias que tenham valor econômico. (D) São infungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. (E) Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.

19. (TRF 3ª – Analista Judiciário – Execução de Mandados – 2007) Considere os seguintes bens públicos: I. Rios e mares. II. Prédio integrante do patrimônio da União. III. Estradas. IV. Terrenos destinados a serviço da administração estadual. V. Ruas e praças. VI. Edifícios destinados a instalação da administração municipal. São bens de uso especial os indicados APENAS em (A) I, III e V. (B) II, V e VI. (C) II e III. (D) III, IV e V. (E) IV e VI.

20. (TRT 3ªAnalista Judiciário – Execução de Mandados – 2009) A respeito das diferentes classes de bens, é correto afirmar que (A) os frutos e produtos só podem ser objeto de negócio jurídico após separados do bem principal. (B) consideram-se imóveis para os efeitos legais os direitos pessoais de caráter patrimonial e as respectivas ações. (C) são fungíveis os móveis ou imóveis que podem substituir- se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. (D) os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por vontade das partes.

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(E) são públicos dominicais os edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual ou municipal.

21. (TRE – AL – Analista Administrativo – 2010) Considere os seguintes bens: Praça do Coração; Prédio da administração da Prefeitura da cidade X; Rio Alegre que liga a cidade C a cidade B; Prédio da administração da autarquia municipal W. De acordo com o Código Civil Brasileiro estes bens são, respectivamente, de uso (A) comum do povo; especial, comum do povo; especial. (B) comum do povo; especial, comum do povo; dominical. (C) comum do povo; dominical, especial; especial. (D) especial; especial, comum do povo; especial. (E) especial; comum do povo, especial; comum do povo.

Gabarito: 1-A 2-A 3-C 4-C 5-C 6-C 7-A 8-B 9-E 10-E 11-A 12-C 13-D 14-A 15-A 16-E 17-D 18-E 19-E 20-D 21-A