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ICMS-SP LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL AULA 02 Profs. Marcelo Tannuri e Paulo Dantas www.pontodosconcursos.com.br 1 , Conteúdo APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................... 2 1. ICMS – Obrigação principal (CONTINUAÇÃO) .............................................................. 3 1.7 Cadastro de Contribuintes do ICMS ........................................................................... 3 1.8 Regime de Compensação do ICMS........................................................................... 16 1.8.1 Regime de Compensação – disposições locais. ........................................... 27 1.8.2 Da Vedação do Crédito – disposições locais. ............................................... 40 1.8.3 Do Estorno do Crédito – disposições locais. ................................................. 43 1.8.4 Da Manutenção do Crédito – disposições locais. ........................................ 46 1.8.5 Da Transferência do Crédito – disposições locais. ..................................... 48 1.8.6 Da Compensação do Imposto com crédito acumulado – disposições locais. ....................................................................................................................................... 65 1.8.7 Da apuração do ICMS – disposições locais. .................................................. 68 1.8.8 Da centralização da apuração e do recolhimento – disposições locais: .................................................................................................................................................... 75 1.8.8 Outras formas de apuração – disposições locais........................................ 78 1.8.8 Disposições comuns à apuração do imposto – disposições locais. ...... 78 1.9 Pagamento ......................................................................................................................... 79 1.9.1 Prazos de Pagamento – disposições locais. .................................................. 79 1.9.2 Pagamentos – Guias Especiais de Recolhimento – disposições locais. .................................................................................................................................................... 80 1.9.3 Pagamentos – Outras Formas – disposições locais:.................................. 86 1.9.4 Disposições Comuns – disposições locais ...................................................... 89 Exercícios ..................................................................................................................................... 91 GABARITO.................................................................................................................................. 100

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ICMS-SP LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL AULA 02

Profs. Marcelo Tannuri e Paulo Dantas www.pontodosconcursos.com.br 1

,

Conteúdo

APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 2

1. ICMS – Obrigação principal (CONTINUAÇÃO) .............................................................. 3

1.7 Cadastro de Contribuintes do ICMS ........................................................................... 3

1.8 Regime de Compensação do ICMS ........................................................................... 16

1.8.1 Regime de Compensação – disposições locais. ........................................... 27

1.8.2 Da Vedação do Crédito – disposições locais. ............................................... 40

1.8.3 Do Estorno do Crédito – disposições locais. ................................................. 43

1.8.4 Da Manutenção do Crédito – disposições locais. ........................................ 46

1.8.5 Da Transferência do Crédito – disposições locais. ..................................... 48

1.8.6 Da Compensação do Imposto com crédito acumulado – disposições locais. ....................................................................................................................................... 65

1.8.7 Da apuração do ICMS – disposições locais. .................................................. 68

1.8.8 Da centralização da apuração e do recolhimento – disposições locais: .................................................................................................................................................... 75

1.8.8 Outras formas de apuração – disposições locais. ....................................... 78

1.8.8 Disposições comuns à apuração do imposto – disposições locais. ...... 78

1.9 Pagamento ......................................................................................................................... 79

1.9.1 Prazos de Pagamento – disposições locais. .................................................. 79

1.9.2 Pagamentos – Guias Especiais de Recolhimento – disposições locais. .................................................................................................................................................... 80

1.9.3 Pagamentos – Outras Formas – disposições locais:.................................. 86

1.9.4 Disposições Comuns – disposições locais ...................................................... 89

Exercícios ..................................................................................................................................... 91

GABARITO .................................................................................................................................. 100

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APRESENTAÇÃO

Olá, amigos “concurseiros”.

A aula de hoje é de extrema importância para o seu concurso. Avançamos mais nos conceitos relativos ao ICMS: o núcleo duro da sua prova.

Você deverá lidar com os conhecimentos relativos à legislação local com muita objetividade. A matéria é extremamente extensa, mas são poucos os trechos que deverão ser pedidos nas questões de prova. No decorrer dos comentários, procuremos apontar os trechos mais importantes e assinalar aqueles que você pode desprezar.

Seu bom desempenho dependerá de sabedoria para estudar. Por isso, siga nossas explicações que elas não te tomarão mais tempo que o necessário.

Este curso está sendo escrito na medida em que é publicado. Por isso, se você não compreender algum trecho, peço que avise no Fórum de dúvidas. Se necessário, algumas explicações poderão ser remodeladas para que não restem dúvidas e para que você possa atingir o melhor desempenho possível na prova.

O material de hoje possui exercícios que se relacionam a toda a matéria vista até agora. As aulas seguintes manterão esse ritmo de exercícios que se refiram às matérias anteriores. Assim, você se sentirá sempre obrigado a rever aquilo que passou.

Mãos à obra.

Abraços a todos e bons estudos!

Marcelo Tannuri e Paulo Dantas

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Imposto sobre as Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

Comunicação (ICMS)

(continuação)

1. ICMS – OBRIGAÇÃO PRINCIPAL (CONTINUAÇÃO)

1.7 Cadastro de Contribuintes do ICMS

O cadastro é um banco de dados de que contem todas as informações a respeito de cada contribuinte e de cada um de seus estabelecimentos. O cadastro fornece ao Estado as informações necessárias a respeito da sujeição passiva e da identificação dos locais de operação e de prestação.

A inscrição é a primeira obrigação acessória do contribuinte, e deve ocorrer antes de qualquer operação ou prestação. Durante a atividade, o contribuinte continua obrigado em relação às comunicações relativas às alterações cadastrais, encerramento ou paralisação de atividades.

Observe que essas informações não interessam apenas ao fisco. Interessam também aos outros contribuintes – em caso de desatualização de cadastro, suas relações comerciais poderiam ser afetadas em relação à não cumulatividade do imposto.

Quem deve estar cadastrado?

• o industrial, o comerciante, o produtor e o gerador; • o prestador de serviço de transporte interestadual ou

intermunicipal ou de comunicação (apenas para lembrar: não falamos em incidência de ICMS em prestações de transporte internacional);

• a cooperativa; • a instituição financeira e a seguradora; • a sociedade simples de fim econômico; • a sociedade simples de fim não econômico que explorar

estabelecimento de extração de substância mineral ou fóssil, de produção agropecuária, industrial, ou que comercializar mercadoria que, para esse fim, adquirir ou produzir;

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• os órgãos da Administração Pública, as entidades da administração indireta e as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, que praticarem operações ou prestações de serviço relacionadas com a exploração de atividade econômica regida pelas normas a que estiverem sujeitos os empreendimentos privados, ou em que houver contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas;

• a concessionária ou permissionária de serviço público de transporte interestadual ou intermunicipal, de comunicação ou de energia elétrica;

• o prestador de serviço não compreendido na competência tributária do município, quando envolver fornecimento de mercadoria;

• o prestador de serviço compreendido na competência tributária do município, quando envolver fornecimento de mercadoria, com incidência do imposto estadual ressalvada em lei complementar;

• o fornecedor de alimentação, bebida ou outra mercadoria; • os partidos políticos e suas fundações, os templos de qualquer

culto, as entidades sindicais de trabalhadores, as instituições de educação ou de assistência social, sem fins lucrativos (a imunidade refere-se apenas à obrigação principal);

• o representante comercial ou o mandatário mercantil; • aquele que, em propriedade alheia, produzir mercadoria e

promover saída em seu próprio nome; • aquele que prestar, mediante utilização de bem pertencente a

terceiro, serviço de transporte interestadual ou intermunicipal ou de comunicação;

• as demais pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado que praticarem, habitualmente, em nome próprio ou de terceiro, operações relativas à circulação de mercadoria ou prestações de serviço de transporte interestadual ou intermunicipal ou de comunicação;

• a empresa de armazém geral, de armazém frigorífico, de silo ou de outro armazém de depósito de mercadorias;

• o prestador de serviço de transporte de carga intramunicipal ou internacional.

As duas últimas obrigadas ao cadastro não são contribuintes do ICMS, mas são consideradas, pela legislação, como responsáveis pelas operações que ocorrerem em seus ambientes.

Cada estabelecimento é autônomo. Por isso, na pluralidade de estabelecimentos, o contribuinte deve cadastrar cada um deles.

Pode ser uma questão de prova: a revenda de combustíveis deve sempre ter uma inscrição autônoma. Assim, imagine um daqueles supermercados que vendem combustíveis, eles certamente possuem uma inscrição apartada para essa atividade.

RICMS - São Paulo

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Artigo 19 - Desde que pretendam praticar com habitualidade operações relativas à circulação de mercadoria ou prestações de serviço de transporte interestadual ou intermunicipal ou de comunicação, deverão inscrever-se no Cadastro de Contribuintes do ICMS, antes do início de suas atividades (Lei 6.374/89, art. 16, na redação da Lei 12.294/06, art. 1º, IV):

I - o industrial, o comerciante, o produtor e o gerador;

II - o prestador de serviço de transporte interestadual ou intermunicipal ou de comunicação;

III - a cooperativa;

IV - a instituição financeira e a seguradora;

V - a sociedade simples de fim econômico;

VI - a sociedade simples de fim não econômico que explorar estabelecimento de extração de substância mineral ou fóssil, de produção agropecuária, industrial, ou que comercializar mercadoria que, para esse fim, adquirir ou produzir;

VII - os órgãos da Administração Pública, as entidades da administração indireta e as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, que praticarem operações ou prestações de serviço relacionadas com a exploração de atividade econômica regida pelas normas a que estiverem sujeitos os empreendimentos privados, ou em que houver contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas;

VIII - a concessionária ou permissionária de serviço público de transporte interestadual ou intermunicipal, de comunicação ou de energia elétrica;

IX - o prestador de serviço não compreendido na competência tributária do município, quando envolver fornecimento de mercadoria;

X - o prestador de serviço compreendido na competência tributária do município, quando envolver fornecimento de mercadoria, com incidência do imposto estadual ressalvada em lei complementar;

XI - o fornecedor de alimentação, bebida ou outra mercadoria;

XII - os partidos políticos e suas fundações, os templos de qualquer culto, as entidades sindicais de trabalhadores, as instituições de educação ou de assistência social, sem fins lucrativos;

XIII - o representante comercial ou o mandatário mercantil;

XIV - aquele que, em propriedade alheia, produzir mercadoria e promover saída em seu próprio nome;

XV - aquele que prestar, mediante utilização de bem pertencente a terceiro, serviço de transporte interestadual ou intermunicipal ou de comunicação;

XVI - as demais pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado que praticarem, habitualmente, em nome próprio ou de terceiro, operações relativas à

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circulação de mercadoria ou prestações de serviço de transporte interestadual ou intermunicipal ou de comunicação.

§ 1º - Inscrever-se-ão, também, no Cadastro de Contribuintes do ICMS, antes do início de suas atividades:

1 - a empresa de armazém geral, de armazém frigorífico, de silo ou de outro armazém de depósito de mercadorias;

2 - o prestador de serviço de transporte de carga intramunicipal ou internacional.

§ 2º - Qualquer pessoa mencionada neste artigo que mantiver mais de um estabelecimento, seja filial, sucursal, agência, depósito, fábrica ou outro, inclusive escritório meramente administrativo, fará a inscrição em relação a cada um deles.

§ 3° - A revenda de combustíveis e demais derivados de petróleo, conforme definida na legislação federal, deverá ser inscrita de forma específica e individualizada, quando realizada como atividade secundária.

Do procedimento de inscrição.

A inscrição deve ser solicitada, por requerimento, pelo contribuinte. Há casos, entretanto, que a fiscalização flagra o funcionamento de atividade sem cadastro. Nesses casos, a inscrição deve ser efetuada de ofício.

Em algumas situações, uma determinada atividade pode ser exercida por um período restrito. Nesses casos, a inscrição pode ser concedida por prazo certo.

É prerrogativa do fisco alterar a inscrição, de ofício, a qualquer tempo, podendo obrigar o contribuinte a fazer novas declarações cadastrais atualizadas.

Caso o estabelecimento seja imóvel situado no território de mais de um município: o domicílio fiscal será aquele em que se localize sua sede ou, na impossibilidade de determinação desta, no município onde estiver localizada a maior área territorial do estabelecimento. O motivo desse mandamento é a partilha constitucional do ICMS, em que 25% do imposto é entregue aos municípios. Essa entrega ocorre de acordo com alguns fatores, e o mais importante deles se relaciona com os locais onde as operações e prestações sujeitas ao ICMS ocorrem.

Ambulantes, feirantes, pescadores, armadores de pesca e prestadores autônomos de serviços: seu domicílio fiscal é o local de sua residência.

A falta ou a irregularidade da inscrição inabilita o contribuinte à pratica de operações relativas ao ICMS.

Inscrição concedida por prazo certo: o termo final deverá constar em todos os documentos fiscais emitidos pelo contribuinte. Tipicamente, os contribuintes que exerçam atividades em imóveis alheios possuem esse tipo de cadastro.

RICMS - São Paulo

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Artigo 20 - A inscrição, conforme disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda:

I - deverá ser solicitada, mediante declaração prestada pelo requerente;

II - poderá ser efetuada de ofício, no interesse da Administração Tributária;

III - poderá ser concedida por prazo certo ou indeterminado;

IV - poderá ter sua situação cadastral alterada de ofício, a qualquer tempo.

V - poderá ter a sua renovação exigida a qualquer tempo, quando se fizer necessário aferir a regularidade dos dados cadastrais anteriormente declarados ao fisco e, especialmente, quando for constatada a ocorrência de débito fiscal ou a participação do contribuinte em ilícitos com repercussão na esfera tributária

V - poderá ter a sua renovação exigida, a qualquer tempo, pela Administração Tributária.

§ 1º - Caso o estabelecimento seja imóvel situado no território de mais de um município, o domicílio fiscal será aquele em que se localize sua sede ou, na impossibilidade de determinação desta, no município onde estiver localizada a maior área territorial do estabelecimento.

§ 2º - Em relação aos ambulantes, feirantes, pescadores, armadores de pesca e prestadores autônomos de serviços, considerar-se-á como domicílio fiscal o local de sua residência neste Estado.

§ 3º - A falta ou a irregularidade da inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS inabilita o contribuinte à pratica de operações relativas à circulação de mercadorias e de prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

§ 4º - Na hipótese de inscrição concedida por prazo certo, o termo final deverá constar em todos os documentos fiscais emitidos pelo contribuinte.

§ 5º - A Secretaria da Fazenda poderá utilizar informações constantes de cadastros de outros órgãos públicos ou concessionários de serviços públicos (Lei 6.374/89, art. 16, § 5º, acrescentado pela Lei 13.918/09, art. 12, V, alínea “b”).

O fisco faz algumas exigências e estabelece alguns requisitos para o cadastro ou para a renovação da inscrição. Vale a pena dar uma lida rápida nesses requisitos abaixo.

RICMS - São Paulo Artigo 21 - A Secretaria da Fazenda poderá exigir, antes de deferir o pedido de inscrição ou de sua renovação:

I - o preenchimento de requisitos específicos, conforme o tipo societário adotado, a atividade econômica a ser desenvolvida, o porte econômico do negócio ou o regime de tributação;

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II - a apresentação de documentos, além de outros previstos na legislação, conforme a atividade econômica a ser praticada, que permitam a comprovação:

a) da localização do estabelecimento;

b) da identidade e da residência do titular pessoa física, dos sócios ou diretores;

c) da capacidade econômico-financeira do contribuinte e dos sócios ou diretores para o exercício da atividade pretendida;

III - a apresentação dos documentos submetidos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas;

IV - a prestação, por qualquer meio, de informações julgadas necessárias à apreciação do pedido.

A secretaria da fazenda, competente pela administração do tributo, “tem carta branca” para conceder inscrição que não seja obrigatória, dispensar inscrição (quando entender desnecessária) ou determinar inscrição de estabelecimento que não conste do rol do artigo 19 (quando entender necessária a inscrição).

RICMS - São Paulo Artigo 22 - A Secretaria da Fazenda poderá conceder inscrição que não seja obrigatória, dispensar inscrição, bem como determinar inscrição de pessoa ou estabelecimento não indicado no artigo 19 .

Agora vamos a um tema pedido em uma de cada duas provas de concursos. Estão dispensados da inscrição:

• o profissional ou trabalhador autônomo ou avulso que executar pessoalmente, por encomenda, operação integrante de processo de industrialização, por conta de terceiro regularmente inscrito no Cadastro de Contribuintes do ICMS, de produto destinado a posterior comercialização ou industrialização; - motivo: o ICMS será cobrado na operação seguinte. Além disso, geralmente, essas atividades são tributadas pelo ISS (no primeiro caso) ou disciplinadas pela justiça do trabalho (no segundo caso).

• o prestador autônomo de serviço de transporte de carga que o executar pessoalmente; - veremos que esse é um caso de substituição tributária.

• o representante ou mandatário que se limitar a angariar pedidos de mercadorias a serem remetidas diretamente do estabelecimento fornecedor aos respectivos adquirentes;

• o veículo a que se refere o inciso I do artigo 16 (o veículo utilizado na venda de mercadoria sem destinatário certo, em território paulista, por contribuinte de

outro Estado).

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RICMS - São Paulo Artigo 23 - Salvo exigência da Secretaria da Fazenda, ficam dispensados da inscrição:

I - o profissional ou trabalhador autônomo ou avulso que executar pessoalmente, por encomenda, operação integrante de processo de industrialização, por conta de terceiro regularmente inscrito no Cadastro de Contribuintes do ICMS, de produto destinado a posterior comercialização ou industrialização;

II - o prestador autônomo de serviço de transporte de carga que o executar pessoalmente;

III - o representante ou mandatário que se limitar a angariar pedidos de mercadorias a serem remetidas diretamente do estabelecimento fornecedor aos respectivos adquirentes;

IV - o veículo a que se refere o inciso I do artigo 16.

A secretaria de Fazenda deve disciplinar, por meio de portaria, sobre alguns procedimentos relativos ao cadastro (pouco importante para fins de prova).

RICMS - São Paulo Artigo 24 - A Secretaria da Fazenda estabelecerá disciplina para dispor sobre:

I – solicitação de inscrição cadastral;

II - alteração de dados cadastrais anteriormente informados;

III – comunicação de encerramento de atividades;

IV – prestação de quaisquer outras informações, além das previstas neste regulamento.

V - renovação da inscrição.

V - renovação da inscrição, a qualquer tempo.

O artigo 25 versa sobre a obrigação acessória de informar ao fisco sobre qualquer alteração de dado que deva fazer parte do cadastro do ICMS.

As comunicações devem ser feitas até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência da mudança e as alterações cadastrais podem ser promovidas de ofício pela Secretaria da Fazenda.

A transferência de estabelecimento deve ser efetuada por quem compra e por quem vende, cumulativamente. Assim, evita-se que um transfira suas obrigações tributárias para outro sem a sua concordância.

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RICMS - São Paulo Artigo 25 - A transferência do estabelecimento a qualquer título, a mudança de endereço, a alteração de sócios, a suspensão ou encerramento das atividades do estabelecimento, bem como qualquer outra alteração dos dados anteriormente declarados :

I - deverá ser comunicada à Secretaria da Fazenda, até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência, pelo contribuinte;

II - poderá ser promovida de ofício pela Secretaria da Fazenda, no interesse da Administração Tributária, nos termos de disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

Parágrafo único - A transferência de titularidade do estabelecimento será comunicada tanto pelo transmitente quanto pelo adquirente.

Os dados cadastrais são informados (trata-se de uma atividade unilaterial). Por isso, quem declara deve se responsabilizar pelas informações prestadas. As declarações não implicam em reconhecimento da eficácia do ato nem da existência legal da pessoa inscrita.

Não poderia ser diferente: a prestação de informações é ato unilateral de quem informa.

RICMS - São Paulo Artigo 26 - Os dados cadastrais são de exclusiva responsabilidade do declarante e a inscrição não implicará reconhecimento da eficácia do ato nem da existência legal da pessoa inscrita.

O número de inscrição estadual deve constar de todos os documentos fiscais utilizados pelo contribuinte.

RICMS - São Paulo Artigo 27 - Concedida a inscrição, será atribuído o número correspondente, que deverá constar em todos os documentos fiscais utilizados pelo contribuinte.

Os contribuintes submetem-se a obrigações recíprocas de comprovar sua regularidade perante o fisco e de pedir a confirmação de regularidade da outra parte. O mesmo vale para aquele fizer a intermediação comercial, que deverá verificar a regularidade fiscal das duas partes envolvidas no negócio.

Dessa forma, o fisco pretende que os próprios participantes do mercado procurem garantir a lisura tributária de todas as transações.

RICMS - São Paulo Artigo 28 - O contribuinte, por si ou seus prepostos, sempre que ajustar a realização de operação ou prestação com outro contribuinte, fica obrigado a comprovar a sua regularidade perante o Fisco, de acordo com o item 4 do § 1º do artigo 59, e, também, a exigir o mesmo procedimento da outra parte, quer esta figure como remetente da mercadoria ou prestador do serviço, quer como destinatário ou tomador.

Parágrafo único - A obrigação instituída neste artigo também se aplica à pessoa que promover intermediação comercial, que deverá comprovar a regularidade fiscal das

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pessoas jurídicas que forem parte do negócio por ela intermediado .

CNAE-fiscal. Você vai ouvir falar disso durante a sua vida inteirinha.

O código CNAE identifica, numericamente, cada uma das possíveis atividades econômicas de cada contribuinte.

É atribuição de CNAE fiscal é feita pela Secretaria da Fazenda, quando da inscrição, de acordo com a declaração do contribuinte. O CNAE pode (ou deve) ser modificado na inscrição inicial ou nas alterações de atividade econômica ou quando exigido pela SEFAZ (por perceber irregularidades no cadastro).

As alterações de atividade econômica devem ser levadas ao cadastro até o último dia do mês subsequente ao da alteração de fato.

Percebendo as irregularidades de cadastro (não apenas relativas ao CNAE), a SEFAZ deve fazer as devidas alterações de ofício.

RICMS - São Paulo Artigo 29 - A atividade econômica do estabelecimento será identificada por código numérico atribuído em conformidade com a relação de códigos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, aprovada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, de acordo com a atividade econômica principal do estabelecimento.

§ 1º - O código de atividade será atribuído na forma prevista pela Secretaria da Fazenda, com base em declaração do contribuinte, quando:

1 - da inscrição inicial;

2 - ocorrerem alterações em sua atividade econômica;

3 - exigido pela Secretaria da Fazenda.

§ 2º - Na hipótese do item 2 do §1º, a comunicação deverá ser efetuada até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência do fato.

§ 3º - A Secretaria da Fazenda poderá, sem prejuízo da aplicação de eventual penalidade, alterar de ofício o código de atividade econômica do estabelecimento, quando constatar divergência entre o código declarado e a atividade econômica preponderante exercida pelo estabelecimento.

Em alguns casos, com o objetivo de se esquivar do pagamento de impostos, o contribuinte comete algumas simulações. Nesses casos, é possível que o fisco considere algum cadastro como nulo (com o objetivo, por exemplo, de usar o cadastro feito anteriormente).

Assim, considera-se nulo o cadastro quando for constatada:

• simulação de existência do estabelecimento ou da empresa; • simulação do quadro societário da empresa; • inexistência do estabelecimento para o qual foi concedida a inscrição; • indicação incorreta da localização do estabelecimento; • indicação de outros dados cadastrais falsos.

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Considera-se simulada a existência de estabelecimento ou de empresa quando:

• a atividade relativa a seu objeto social, segundo declaração do contribuinte, não tiver sido ali efetivamente exercida;

• não tiverem ocorrido as operações e prestações de serviços declaradas nos respectivos registros contábeis e fiscais.

Considera-se simulação em relação ao quadro societário, quando a sociedade ou entidade for composta por pessoa interposta, assim entendidos os sócios, diretores ou administradores:

• não sejam localizados nos endereços informados como sendo de sua residência ou domicílio;

• não disponham de capacidade econômica compatível com as funções a eles atribuídas;

• sejam constatadas pelo fisco evidências da qualidade de pessoa interposta.

Em muitos desses casos, suspeita-se de lavagem de dinheiro.

RICMS - São Paulo Artigo 30 - A inscrição no Cadastro de Contribuintes do ICMS será enquadrada como nula, a partir da data de sua concessão ou de sua alteração, quando, mediante processo administrativo, for constatada a :

I - simulação de existência do estabelecimento ou da empresa;

II - simulação do quadro societário da empresa;

III - inexistência do estabelecimento para o qual foi concedida a inscrição;

IV - indicação incorreta da localização do estabelecimento;

V - indicação de outros dados cadastrais falsos.

§ 1° - Considera-se simulação:

1 – a existência do estabelecimento ou da empresa quando:

a) a atividade relativa a seu objeto social, segundo declaração do contribuinte, não tiver sido ali efetivamente exercida;

b) não tiverem ocorrido as operações e prestações de serviços declaradas nos respectivos registros contábeis e fiscais.

2 – relativamente ao quadro societário, quando a sociedade ou entidade for composta por pessoa interposta, assim entendidos os sócios, diretores ou administradores que:

a) não sejam localizados nos endereços informados como sendo de sua residência ou domicílio;

b) não disponham de capacidade econômica compatível com as funções a eles

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atribuídas;

c) sejam constatadas pelo fisco evidências da qualidade de pessoa interposta.

Há algumas razões que ensejam a cassação ou a suspensão da eficácia da inscrição.

A inatividade do estabelecimento (constatada ou presumida) é uma situação que “suja” o banco de dados da secretaria e atrapalha a criação de relatórios gerenciais.

A inatividade é considerada constatada, quando comprovada pelo fisco, e presumida, quando decorrente da falta de entrega de informações econômico-fiscais pelo contribuinte.

Os outros motivos que levam à ineficácia (por cassação ou por suspensão) da inscrição são mais graves e referem-se a praticas de atos ilícitos, dados incorretos relativos a controladores ou beneficiários de empresas de investimentos sediadas no exterior ("offshore" com sócio “laranja”)1, inadimplência fraudulenta (inadimplência sem fraude geralmente não se relaciona a crime)2, sonegação com o objetivo de ganhar a concorrência (já vi muito disso), falta de prestação de garantia, etc.

Considera-se ocorrido o desequilíbrio concorrencial quando: 1. quando os preços de venda de mercadoria ou de serviço são rebaixados, artificialmente; 2. Quando o contribuinte amplia sua participação no segmento econômico, com prejuízo dos seus concorrentes.

A cassação da eficácia da inscrição de estabelecimento sujeita os sócios, em conjunto ou separadamente, às seguintes restrições, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da cassação:

1 - impedimento de exercerem o mesmo ramo de atividade, mesmo que em outro estabelecimento;

2 - impossibilidade de obter inscrição de nova empresa no mesmo ramo de atividade.

(por favor, não me perguntem a respeito da constitucionalidade dos impedimentos acima)

RICMS - São Paulo Artigo 31 - A eficácia da inscrição, nos termos de disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda, poderá ser cassada ou suspensa, de ofício, nas seguintes

1 As “offshore” geralmente pertencem a um “laranja”. Mas toda a forma de lucro é transferida para um "beneficial

owner", que geralmente é o dono de fato dessas empresas de investimento. Muitas delas são constituídas no Uruguai

(mas há “offshore” constituídas em outros países também). Trata-se de um método muito “manjado” de se sonegar os

tributos devidos. 2 Inadimplência fraudulenta: 1. o contribuinte detém disponibilidade financeira comprovada, ainda que por coligadas,

controladas ou seus sócios, mas não paga o débito tributário vencido; 2. débito tributário vencido e não pago decorrente

de retenção por substituição tributária.

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situações:

I - inatividade do estabelecimento para o qual foi obtida a inscrição;

II - prática de atos ilícitos que tenham repercussão no âmbito tributário;

III - indicação incorreta ou não indicação dos dados de identificação dos controladores ou beneficiários de empresas de investimento sediadas no exterior, que figurem no quadro societário ou acionário de empresa envolvida em ilícitos fiscais;

IV - inadimplência fraudulenta;

V - práticas sonegatórias que levem ao desequilíbrio concorrencial;

VI - falta de prestação de garantia ao cumprimento das obrigações tributárias, quando exigida nos termos do artigo 21;

VII – falta de comunicação de reativação das atividades ou de apresentação de pedido de baixa de inscrição, após decorridos 12 (doze) meses contados da data da comunicação da interrupção temporária das atividades.

VIII - falta de solicitação de renovação da inscrição no prazo estabelecido ou indeferimento do pedido de renovação da inscrição.

VIII - outras hipóteses não incluídas nos incisos anteriores.

IX - indeferimento do pedido de alteração de dados cadastrais, nos casos expressamente previstos na legislação;

X - cancelamento ou não obtenção de registro, autorização ou licença necessária para o exercício da atividade, nos termos da legislação pertinente.

§ 1º - A inatividade do estabelecimento, a que se refere o inciso I, será:

1 - constatada, se comprovada pelo fisco;

2 - presumida, se decorrente da falta de entrega de informações econômico-fiscais pelo contribuinte.

§ 2º - Incluem-se entre os atos ilícitos a que se refere o inciso II:

1 - a participação em organização ou associação constituída para a prática de fraude fiscal estruturada, assim entendida aquela decorrente da implementação de esquema de evasão fiscal mediante artifícios envolvendo a simulação ou dissimulação de atos, negócios ou pessoas, e com potencial de lesividade ao erário;

2 - o embaraço à fiscalização, como tal entendida a falta injustificada de apresentação de livros, documentos e arquivos digitais a que estiver obrigado o contribuinte, bem como o não fornecimento ou o fornecimento de informações incorretas relativamente a mercadorias e serviços, bens, negócios ou atividades, próprias ou de terceiros que tenham interesse comum em situação que dê origem à obrigação tributária;

3 - a resistência à fiscalização, como tal entendida a restrição ou negativa de acesso

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da autoridade fiscal ao estabelecimento ou a qualquer de suas dependências, ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde o contribuinte exerça sua atividade ou onde se encontrem mercadorias, bens, documentos ou arquivos digitais de sua posse ou propriedade, relacionados com situações que dêem origem à obrigação tributária;

4 - a receptação de mercadoria roubada ou furtada;

5 - a produção, aquisição, entrega, recebimento, exposição, comercialização, remessa, transporte, estocagem ou depósito de mercadoria falsificada ou adulterada;

6 - a utilização como insumo, comercialização ou estocagem de mercadoria objeto de contrabando ou descaminho.

7 - a simulação da realização de operação com combustíveis ou solventes, assim considerada aquela em que o respectivo documento fiscal: (Item acrescentado pelo Decreto 51.733, de 04-04-2007; DOE 05-04-2007)

a) indique como destinatário, estabelecimento em situação irregular perante o fisco ou que não tenha encomendado, adquirido ou recebido o produto;

b) contiver declaração falsa quanto ao local de saída do produto;

c) não corresponder a uma efetiva saída do estabelecimento do emitente.

§ 3º - A cassação da eficácia da inscrição de estabelecimento, em razão das hipóteses descritas nos itens 5 e 6 do § 2º, sujeitará os sócios, pessoas físicas ou jurídicas, em conjunto ou separadamente, às seguintes restrições, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da cassação:

1 - impedimento de exercerem o mesmo ramo de atividade, mesmo que em outro estabelecimento;

2 - impossibilidade de obter inscrição de nova empresa no mesmo ramo de atividade.

§ 4º - Para efeito do disposto no inciso III, considera-se:

1 - empresa de investimento sediada no exterior ("offshore"), aquela que tem por objeto a inversão de investimentos financeiros fora de seu país de origem, onde é beneficiada por supressão ou minimização de carga tributária e por reduzida interferência regulatória do governo local;

2 - controlador ou beneficiário, a pessoa física que efetivamente detém o controle da empresa de investimento ("beneficial owner"), independentemente do nome de terceiros que eventualmente figurem como titulares em documentos públicos.

§ 5º - Para o efeito do inciso IV, considera-se inadimplência fraudulenta a falta de recolhimento de:

1 - débito tributário vencido, quando o contribuinte detém disponibilidade financeira comprovada, ainda que por coligadas, controladas ou seus sócios;

2 - débito tributário decorrente de retenção por substituição tributária.

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§ 5º - Para efeito do disposto no inciso IV, considera-se inadimplência fraudulenta a falta de pagamento de débito tributário vencido, quando o contribuinte detém disponibilidade financeira comprovada, ainda que por coligadas, controladas ou sócios ou por decisão judicial.

§ 6º - Para efeito do disposto no inciso V, fica caracterizada a prática sonegatória que leve ao desequilíbrio concorrencial quando comprovado que o contribuinte tenha:

1 - rebaixado, artificialmente, os preços de venda de mercadoria ou de serviço ou se aproveitado de crédito fiscal indevido;

2 - ampliado sua participação no segmento econômico, com prejuízo aos seus concorrentes, em decorrência de um dos procedimentos descritos no item 1.

Os ilícitos acima, mesmo que não repercutam no âmbito tributário, ensejarão cassação da eficácia da inscrição se houver previsão legal.

Se o ilícito estiver tipificado como crime ou contravenção, a cassação da eficácia da inscrição (que é um procedimento administrativo) deve aguardar o trânsito em julgado da decisão judicial condenatória para ter início.

RICMS - São Paulo Artigo 31-A - A eficácia da inscrição poderá ser também cassada, de ofício, nos termos de disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda, na hipótese de ocorrência de ilícito não indicado no artigo 31 e que não tenha repercussão direta no âmbito tributário, desde que haja expressa previsão legal.

Parágrafo único - Em se tratando de ilícito que configurar, em tese, crime ou contravenção penal, somente será iniciado o procedimento administrativo de cassação da eficácia da inscrição estadual após o trânsito em julgado da decisão judicial condenatória.

1.8 Regime de Compensação do ICMS

A não-cumulatividade do ICMS já foi analisada na aula “demo”. Vamos repetir os exemplos dados para reintroduzir o tema e, em seguida, tratar das contribuições trazidas pela LC 87/96 ao tema.

João fabrica um produto A, que serve de matéria-prima para o produto B (produzido pela indústria Alpha). A loja “Vende Tudo Ltda” compra o produto B para comercializar para o consumidor final.

Os preços das negociações são os seguintes:

Produto A – 500 reais (preço de venda de João para a indústria Alpha)

Produto B – 800 reais (preço pelo qual a indústria Alpha vende no atacado para a “Vende Tudo”)

Produto C – 1.200 reais (preço pelo qual a “Vende Tudo” oferece o produto no varejo)

Assumimos as seguintes hipóteses simplificadoras para o exemplo:

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• Que a alíquota do ICMS seja, para todos esses produtos (A e B), de 18%. • Não há hipótese de responsabilidade3 tributária no exemplo.

1a Negociação – João vende produto para a indústria Alpha.

ICMS (destacado na Nota Fiscal) = 500 . (18%) = 90 reais.

Assim, o contribuinte (João) deverá recolher 90 reais aos cofres públicos.

2a Negociação – A indústria Alpha consumiu toda a matéria-prima A na produção de B, que foi vendido para a loja “Vende Tudo”.

A indústria Alpha deverá se creditar do ICMS recolhido por João (pelo princípio da não cumulatividade), uma vez que o imposto recolhido por João virá destacado em sua Nota Fiscal.

ICMS a recolher = [800 . (18%)] - 90 = 144 - 90 = 54 reais. (o ICMS não é cumulativo, ou seja, não deve incidir sobre a fração do produto sobre o qual já tenha sido recolhido o imposto). (observe que a Alpha recolhe o ICMS referente ao valor agregado)

3a Negociação – A loja “Vende Tudo” comercializou o produto com o consumidor final.

A “Vende Tudo” deverá creditar-se do ICMS recolhido pela indústria Alpha (novamente pelo princípio da não cumulatividade), uma vez que o imposto recolhido pela indústria Alpha virá destacado em sua Nota Fiscal.

Nota Importante: A Nota Fiscal emitida pela Industria Alpha para a “Vende Tudo” destacará o ICMS no valor de 144 reais (54 + 90). Caso não fosse assim, o princípio da não-cumulatividade não seria respeitado.

ICMS a recolher = [1200 . (18%)] - 90 = 216 - 144 = 72 reais. (o ICMS não é cumulativo, ou seja, não deve incidir sobre a fração do produto sobre o qual já tenha sido recolhido o imposto).

(observe que a “Vende Tudo” recolhe o ICMS referente ao valor agregado)

Lei Complementar 87/1996

Art. 19. O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado.

3 O Conceito de Responsabilidade Tributária, para quem tiver dúvidas em relação ao assunto, está no artigo 121 do

CTN.

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O artigo 20 da LC 87/1996 traz alguns conceitos que precisam ser rapidamente analisados:

Entrada real ou simbólica da mercadoria – há situações em que a mercadoria não ingressa fisicamente no estabelecimento do contribuinte. É possível, por exemplo, negociar grãos que estejam estocados em armazém geral sem retirá-lo do armazém. Nesse caso, terá havido a entrada simbólica do bem no estabelecimento. Não é sempre que o proprietário de um bem tem interesse em manter a posse direta.

O crédito do imposto é garantido ao sujeito passivo. Você deverá tomar cuidado: seu examinador tentará induzi-lo ao erro de dizer que é sempre o contribuinte quem se credita. O crédito aproveita a quem tiver desembolsado, pode ser o contribuinte ou o responsável tributário.

Geram crédito:

• mercadorias que ingressarem para comercialização ou industrialização;

• mercadorias destinadas ao uso e consumo; (será válido apenas a partir de 1o de janeiro de 2020 – ver artigo 33)

• bens destinados ao ativo permanente; • recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal; • recebimento de serviços de comunicação;

Os Estados tentar fazer com que o ICMS apenas seja compensado quando a operações forem seguidas por saídas tributadas. Entretanto, por motivos políticos, com o objetivo de se diminuir o “custo-Brasil”, a LC 87/96 prevê o crédito do imposto para a introdução de bens no ativo permanente e de mercadorias destinadas ao uso e consumo de contribuinte. Esta última, entretanto, deverá ser válida apenas a partir de 2020.

Mercadorias destinadas ao uso e consumo são aquelas que não são comercializadas nem empregadas diretamente na produção. Exemplos: materiais de limpeza, graxa de máquina, material de escritório, etc.

Em regra, as entradas de mercadorias e serviços isentos ou não tributados não geram crédito de imposto. Também não geram crédito as entradas de mercadorias ou serviços que sejam estranhos à atividade do estabelecimento.

A não geração de crédito pelas entradas isentas e não tributadas anulam qualquer benefício fiscal que possa ser concedido por um desses meios (invalidam para fins econômicos). É possível, entretanto, por meio de convênio entre os Estados, a concessão de créditos presumidos.

Em relação aos bens destinados ao ativo permanente, podem-se creditar em relação aos equipamentos utilizados na produção e comercialização. Veículos de transporte pessoal, em regra, são considerados alheios a atividade do estabelecimento.

Carros utilizado por vendedores – geram crédito.

Máquinas utilizadas na produção – geram crédito.

Balcões frigoríficos que façam parte de um estabelecimento – geram crédito.

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Veículos utilizados na entrega de produtos vendidos – geram crédito.

Computadores que controlem a produção – geram crédito.

Carros comprados para a utilização dos diretores – não geram crédito.

Computadores utilizados no escritório – não geram crédito.

Os bens destinados ao ativo permanente devem ser creditados durante 48 meses (1/48 em cada mês). Além disso, a LC 87/96 impõe um limite: apenas haverá o crédito na proporção de operações tributadas. Alguns assuntos são mais facilmente compreendidos por meio de exemplos.

Em primeiro de janeiro de 2012, a gráfica “Print All Ltda” compra uma Kombi para o transporte de matérias primas e materiais impressos.

A Kombi (toda completa) custou 48 mil reais.

Em janeiro, a empresa (gráfica) se creditou de 1/48 do total do ICMS:

Crédito de janeiro = (18%) . 1.000 = 180

Em fevereiro começou a bagunça (que você deverá desfazer). A empresa obteve as seguintes receitas:

Receitas de exportação = 15.000

Receitas de vendas de livros impressos = 11.000

Receitas de vendas isentas = 9.000

Receitas totais = 35.000 (houve outras receitas que não estão listadas).

Pergunta: qual será o valor do crédito de ICMS da gráfica no mês de fevereiro?

Antes de resolver, você deverá ler o § 5o do art. 20 da LC 87/96 e verificar que o crédito será descontado na proporção das saídas tributadas, não haverá crédito na proporção das saídas não tributadas, exceto aquelas que se referirem à saída de papel para a impressão de livros jornais e periódicos e às exportações.

Observe, porém, que a venda de livros é diferente da saída de papel para a impressão de livros. Assim, tal atividade (imune) diminuirá proporcionalmente o crédito relativo ao veículo.

As receitas de exportação serão equiparadas às receitas tributadas.

Proporção de receitas tributadas = (35.000 – 9.000 – 11.000)/35.000 = 42,85%

Assim, o crédito permitido em fevereiro será = (42,85%) . 180 = 77,14 reais.

Caso o bem (do ativo permanente) seja alienado antes dos 48 meses, o contribuinte deve deixar de se creditar do imposto daí para frente.

Crédito de operações anteriores às operações não tributadas: Em regra, os Estados não devem permitir o crédito relativo a entradas de mercadorias ou serviços cujas saídas correspondentes não forem tributadas (exceto exportação). É prevista, entretanto, a possibilidade de edição de convênio entre os Estados permitindo tal prática.

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Tal regra encontra exceção relativa aos produtos agropecuários. Permite-se também que a lei estadual estabeleça outras exceções.

Não entendeu? Então, vejamos:

Determinado produto agropecuário foi vendido por 1.000 para a empresa X.

ICMS incidente = (18%) . 1000 = 180

A empresa X vendeu esse produto por 2.000 para a empresa Y em operação isenta.

Nesse caso, a empresa Y poderá se creditar do imposto recolhido na primeira operação.

Caso a empresa Y venda o produto agropecuário por 3.000, o ICMS a recolher será:

(18%) . 3.000 – 180 = 540 – 180 = 360.

Para que produtos isso vale? Resposta: vale para os produtos agropecuários e para os outros que forem estabelecidos pela lei estadual.

Lei Complementar 87/1996

Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.

§ 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento.

§ 2º Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do estabelecimento os veículos de transporte pessoal.

§ 3º É vedado o crédito relativo a mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços a ele feita:

I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto se tratar-se de saída para o exterior;

II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subseqüente não forem tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as destinadas ao exterior.

§ 4º Deliberação dos Estados, na forma do art. 28, poderá dispor que não se aplique, no todo ou em parte, a vedação prevista no parágrafo anterior.

§ 5o Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado:

I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no

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estabelecimento;

II – em cada período de apuração do imposto, não será admitido o creditamento de que trata o inciso I, em relação à proporção das operações de saídas ou prestações isentas ou não tributadas sobre o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo período;

III – para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) da relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as saídas e prestações com destino ao exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos;

IV – o quociente de um quarenta e oito avos será proporcionalmente aumentado ou diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês;

V – na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o prazo de quatro anos contado da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento de que trata este parágrafo em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio;

VI – serão objeto de outro lançamento, além do lançamento em conjunto com os demais créditos, para efeito da compensação prevista neste artigo e no art. 19, em livro próprio ou de outra forma que a legislação determinar, para aplicação do disposto nos incisos I a V deste parágrafo; e

VII – ao final do quadragésimo oitavo mês contado da data da entrada do bem no estabelecimento, o saldo remanescente do crédito será cancelado.

§ 6º Operações tributadas, posteriores a saídas de que trata o § 3º, dão ao estabelecimento que as praticar direito a creditar-se do imposto cobrado nas operações anteriores às isentas ou não tributadas sempre que a saída isenta ou não tributada seja relativa a:

I - produtos agropecuários;

II - quando autorizado em lei estadual, outras mercadorias.

Regra: na entrada de uma mercadoria no estabelecimento, o sujeito passivo deve se creditar do imposto até então pago. Quando a saída ou prestação subsequente for isenta ou não tributada, tal crédito deve ser estornado.

É claro, entretanto, que o contribuinte não deverá se creditar quando souber, de antemão, que a saída não será tributada.

Quando a mercadoria, inicialmente comprada para o processo produtivo, for consumida com finalidade alheia à atividade do estabelecimento, o crédito também deverá ser estornado.

Já vimos também que no caso de deterioração da mercadoria, o crédito do imposto correspondente também deve ser estornado.

O artigo 21 repete e nós repetiremos também: quando a operação ou prestação posterior for referente a exportação ou papel destinado à

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impressão de livros, jornais e periódicos (operações em que não incide o ICMS), não se deve estornar o crédito do ICMS.

Lei Complementar 87/1996

Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento:

I - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço;

II - for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto;

III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento;

IV - vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se.

§ 2o Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a ser objeto de operações ou prestações destinadas ao exterior ou de operações com o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.

§ 3º O não creditamento ou o estorno a que se referem o § 3º do art. 20 e o caput deste artigo, não impedem a utilização dos mesmos créditos em operações posteriores, sujeitas ao imposto, com a mesma mercadoria.

Os créditos acobertados por documentos fiscais inidôneos são vedados. A perda do prazo e o descumprimento de condições estabelecidas pela legislação para a escrituração também constituem vedações ao crédito do imposto.

O prazo máximo para a utilização do crédito tributário é de 5 anos contados da data de emissão do documento fiscal.

Lei Complementar 87/1996

Art. 23. O direito de crédito, para efeito de compensação com débito do imposto, reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e, se for o caso, à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.

Parágrafo único. O direito de utilizar o crédito extingue-se depois de decorridos cinco anos contados da data de emissão do documento.

Antes de analisar o artigo 24 da LC 87/96, devemos nos socorrer do conceito introduzido pelo artigo 96 do CTN:

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a expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Assim, as obrigações vencem a cada final de período de apuração (geralmente mensal – cada Estado tem liberdade para dispor sobre seu período de apuração). Nesse momento (no fim de cada período de apuração), as obrigações tributárias devem ser liquidadas pelo pagamento ou pela compensação com créditos tributários (quando houver).

Observe que os incisos de I a III do artigo 24 (abaixo) descrevem didaticamente a técnica de compensação de créditos e débitos.

Talvez você possa ter dificuldade para imaginar uma situação em que o montante de créditos do ICMS supere os débitos. Assim, vamos imaginar um exemplo:

A empresa Alpha vende seus produtos para os mercados interno e externo.

No mês de outubro de 2012, a empresa:

- Comprou 10.000 unidades de um determinado produto por R$ 1,00 cada.

- Vendeu, no mercado interno, 5.000 unidades por R$ 1,50 cada.

- Vendeu, para o mercado externo (exportação), 5.000 unidades por R$ 2,00 cada.

(consideramos a alíquota do ICMS para o produto: 18%)

Na compra, o crédito de ICMS terá sido: (18%) . 10.000 = 1.800,00

Apenas a venda no mercado interno gerará débito do ICMS. A venda no mercado externo não gerará débito e não causará o estorno de créditos anteriores.

Assim, o débito de ICMS será: 5.000 . 1,5 . (18%) = 1.350

Nesse caso, os créditos serão maiores que os débitos.

Ao final do período de apuração (que será estabelecido pela legislação estadual), a empresa Alpha liquidará o crédito por meio de compensação tributária.

A diferença (450 reais) será transportada para o mês seguinte.

Lei Complementar 87/1996

Art. 24. A legislação tributária estadual disporá sobre o período de apuração do imposto. As obrigações consideram-se vencidas na data em que termina o período de apuração e são liquidadas por compensação ou mediante pagamento em dinheiro como disposto neste artigo:

I - as obrigações consideram-se liquidadas por compensação até o montante dos créditos escriturados no mesmo período mais o saldo credor de

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período ou períodos anteriores, se for o caso;

II - se o montante dos débitos do período superar o dos créditos, a diferença será liquidada dentro do prazo fixado pelo Estado;

III - se o montante dos créditos superar os dos débitos, a diferença será transportada para o período seguinte.

Já discutimos que cada estabelecimento do titular é autônomo para fins de ICMS (LC 87/96, art. 11, § 3º). Os créditos e débitos de cada estabelecimento, entretanto, devem ser compensados entre si (apenas dentro do Estado).

O contrário não seria lógico. Imagine a bagunça que seria se isso fosse diferente.

Imagine que a “Óticas Olhão LTDA” possua lojas em cidades do interior dos Estados de São Paulo e de Minas Gerais. As apurações de ICMS foram as seguintes em determinado mês:

Estado de Minas Gerais:

Loja de Uberlândia � crédito de 2.000 reais

Loja de Uberaba � crédito de 1.000 reais

Loja de Araguari � débito de 1.500 reais

Loja de Pouso Alegre � crédito de 500 reais

A apuração final do mês dará: 2.000+1.000+500-1500 = 2.000 (de crédito)

Estado de São Paulo:

Loja de Marília � débito de 1.500 reais

Loja de Bauru � crédito de 2.500 reais

Loja de Ribeirão Preto � débito de 500 reais

Loja de Araraquara � débito de 1.000 reais

A apuração final do mês dará: (-1500)+ 2500 -500-1000 = 500 (de débito)

Nesse mês, a “Óticas Olhão LTDA” se creditará de ICMS em Minas Gerais, mas terá que pagar ICMS em São Paulo.

(observe, as apurações são apartadas em cada Estado)

Você deve ter percebido que existe a possibilidade de acumulo de créditos de ICMS. Existem, para isso, duas soluções:

O saldo credor de ICMS gerado pela exportação de mercadorias pode ser imputado a outro estabelecimento do mesmo contribuinte, desde que sejam situados no mesmo Estado.

O saldo credor de ICMS pode ser transferido a outro contribuinte do mesmo Estado mediante a emissão, pela autoridade competente, de documento que reconheça o crédito (é uma operação que não pode ser feita sem a anuência da administração tributária).

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Observação relativa ao § 2º do artigo 25: sua existência perdeu o sentido depois da nova redação do caput.

Lei Complementar 87/1996

Art. 25. Para efeito de aplicação do disposto no art. 24, os débitos e créditos devem ser apurados em cada estabelecimento, compensando-se os saldos credores e devedores entre os estabelecimentos do mesmo sujeito passivo localizados no Estado.

§ 1º Saldos credores acumulados a partir da data de publicação desta Lei Complementar por estabelecimentos que realizem operações e prestações de que tratam o inciso II do art. 3º e seu parágrafo único podem ser, na proporção que estas saídas representem do total das saídas realizadas pelo estabelecimento:

I - imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado;

II - havendo saldo remanescente, transferidos pelo sujeito passivo a outros contribuintes do mesmo Estado, mediante a emissão pela autoridade competente de documento que reconheça o crédito.

§ 2º Lei estadual poderá, nos demais casos de saldos credores acumulados a partir da vigência desta Lei Complementar, permitir que:

I - sejam imputados pelo sujeito passivo a qualquer estabelecimento seu no Estado;

II - sejam transferidos, nas condições que definir, a outros contribuintes do mesmo Estado.

Em relação ao cotejo entre créditos e débitos do ICMS, o artigo 26 da LC 87/96 prevê três prerrogativas para a Lei Estadual:

• Determinar que o cotejo ocorra por mercadoria ou serviço dentro de determinado período;

• Determinar que o cotejo ocorra por mercadoria ou serviço em cada operação;

• Determinar que o imposto seja calculado por estimativa, para um determinado período, assegurado ao sujeito passivo o direito de impugná-la – nesse caso, deve ser feito ajuste ao final de cada período (com base na escrituração do próprio contribuinte, que é uma obrigação acessória) – poderá haver pagamento complementar ou compensação de valores futuros a pagar.

Lei Complementar 87/1996

Art. 26. Em substituição ao regime de apuração mencionado nos arts. 24 e 25, a lei estadual poderá estabelecer:

I - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou

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serviço dentro de determinado período;

II - que o cotejo entre créditos e débitos se faça por mercadoria ou serviço em cada operação;

III - que, em função do porte ou da atividade do estabelecimento, o imposto seja pago em parcelas periódicas e calculado por estimativa, para um determinado período, assegurado ao sujeito passivo o direito de impugná-la e instaurar processo contraditório.

§ 1º Na hipótese do inciso III, ao fim do período, será feito o ajuste com base na escrituração regular do contribuinte, que pagará a diferença apurada, se positiva; caso contrário, a diferença será compensada com o pagamento referente ao período ou períodos imediatamente seguintes.

§ 2º A inclusão de estabelecimento no regime de que trata o inciso III não dispensa o sujeito passivo do cumprimento de obrigações acessórias.

O artigo 33 traz informações que já foram salpicadas no decorrer desta aula. Entretanto, vale a pena resumi-las com objetivos mnemônicos.

• mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento � gerarão crédito se ingressadas a partir de 1o de janeiro de 2020

• energia elétrica – gera crédito nas seguintes condições:

o quando for objeto de operação de saída de energia elétrica (compra e venda de energia elétrica – energia elétrica como mercadoria);

o quando consumida no processo de industrialização (nesse caso, a Energia elétrica será considerada matéria-prima para o processo de industrialização);

o quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais (nesse caso, a Energia elétrica será considerada matéria-prima para o processo de industrialização – exportação sempre permite a manutenção do crédito); (*) e

o a partir de 1o de janeiro de 2020 nas demais hipóteses;

• crédito as mercadorias destinadas ao ativo permanente do estabelecimento � para o crédito, basta que a mercadoria tenha entrado no estabelecimento depois da entrada em vigor da LC 87/96.

• serviços de comunicação - gera crédito nas seguintes condições: o quando tiver sido incorporado para prestação seguinte de

serviço da mesma natureza; o quando a utilização do serviço der origem a exportação (na

proporção de exportações) (*);

o a partir de 1o de janeiro de 2020 nas demais hipóteses;

(*) : Observação importante: a prestação de serviços de comunicação e as operações com Energia Elétrica, em regra, só geram crédito de ICMS quando forem integradas às operações seguintes. Em relação às exportações, entretanto, essas operações gerarão créditos proporcionais, mesmo que não sejam diretamente

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relacionadas às operações subsequentes. Por exemplo: a energia elétrica gasta pelo escritório de uma indústria gerará crédito na proporção das suas exportações.

A empresa Alpha teve 500.000 reais de faturamento total em um determinado período de apuração. Desse valor, 200.000 reais foram relativos às exportações da empresa.

Devemos calcular quando essa empresa terá de crédito relativo ao ICMS oriundo de energia elétrica.

Dados: alíquota do ICMS para E.E nesse Estado = 20%

Conta de Energia Elétrica relacionada à produção = 20.000 reais

Conta de Energia Elétrica não relacionada à produção = 10.000 reais

Resolução:

- E.E relacionada à produção � gera crédito.

Crédito = (20%) . 20.000 = 4.000 reais

- E.E não relacionada à produção � gera crédito proporcional às exportações.

Proporção de Exportações = 200.000 / 500.000 = 40%.

Crédito = (20%) . 10.000 . (40%) = 800 reais

A empresa Alpha poderá se creditar de 4.800 reais de ICMS relativo à energia elétrica.

1.8.1 Regime de Compensação – disposições locais:

O ICMS tem natureza não cumulativa. O valor pago em uma operação (ou prestação) deve abater o valor devido na operação seguinte.

A legislação paulista traz a seguinte condição: “acompanhada de documento fiscal hábil, emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco”. Isso significa que apenas gera crédito de ICMS a mercadoria acompanhada de documentação fiscal hábil (que esteja completamente de acordo com a legislação tributária).

Já vimos que a compensação do ICMS pode se dar por período (mais comum), por mercadoria (ou serviço) ou por estimativa dentro de um período.

A estimativa (quando aplicada) deve levar em conta o porte e a atividade do estabelecimento estimado. O pagamento deve ser estabelecido em parcelas periódicas e assegura-se ao contribuinte o direito de impugnar (essa impugnação não possui efeito suspensivo4). Ao final do período faz-se o ajuste com base na escrituração (obrigação acessória) do contribuinte. Se houver

4 Efeito suspensivo de um recurso é aquele que impede que o objeto contraditado surta seus efeitos enquanto não for

definitivamente decidido.

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pagamento a menor, o valor deve ser complementado. Se houver pagamento a maior, o excesso é considerado como parte do pagamento do período seguinte (compensação).

Vimos anteriormente que cada Estado pode estabelecer seu período de apuração. Os estados elegeram o mês como período de apuração.

Vamos a um pequeno glossário (para alinhar nossos entendimentos aos conceitos utilizados pela legislação:

imposto devido: é o resultante da aplicação da alíquota sobre a base de cálculo de cada operação ou prestação sujeita à cobrança do tributo;

imposto anteriormente cobrado: é a importância calculada nos termos do item precedente e destacada em documento fiscal hábil;

documento fiscal hábil: é o que atenda a todas as exigências da legislação pertinente, seja emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco e esteja acompanhado, quando exigido, de comprovante do recolhimento do imposto;

situação regular perante o fisco: é a situação do contribuinte que, à data da operação ou prestação, esteja inscrito na repartição fiscal competente, se encontre em atividade no local indicado e possibilite a comprovação da autenticidade dos demais dados cadastrais apontados ao fisco.

IMPORTANTE: não geram crédito tributário os valores não cobrados por observância a qualquer subsídio, redução da base de cálculo, crédito presumido ou outro incentivo ou benefício fiscal.

RICMS - São Paulo Artigo 59 - O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação ou prestação com o anteriormente cobrado por este ou outro Estado, relativamente à mercadoria entrada ou à prestação de serviço recebida, acompanhada de documento fiscal hábil, emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco (Lei 6.374/89, art. 36, com alteração da Lei 9.359/96).

§ 1º - Para efeito deste artigo, considera-se:

1 - imposto devido, o resultante da aplicação da alíquota sobre a base de cálculo de cada operação ou prestação sujeita à cobrança do tributo;

2 - imposto anteriormente cobrado, a importância calculada nos termos do item precedente e destacada em documento fiscal hábil;

3 - documento fiscal hábil, o que atenda a todas as exigências da legislação pertinente, seja emitido por contribuinte em situação regular perante o fisco e esteja acompanhado, quando exigido, de comprovante do recolhimento do imposto;

4 - situação regular perante o fisco, a do contribuinte que, à data da operação ou prestação, esteja inscrito na repartição fiscal competente, se encontre em atividade no local indicado e possibilite a comprovação da autenticidade dos demais dados

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cadastrais apontados ao fisco.

§ 2º - Não se considera cobrado, ainda que destacado em documento fiscal, o montante do imposto que corresponder a vantagem econômica decorrente da concessão de qualquer subsídio, redução da base de cálculo, crédito presumido ou outro incentivo ou benefício fiscal em desacordo com o disposto no artigo 155, § 2º, inciso XII, alínea "g" da Constituição Federal.

Também não geram crédito tributário os valores não cobrados por observância a isenção ou a não-incidência, salvo determinação em contrário. Também acarretará a anulação do crédito relativo às operações ou prestações anteriores, salvo determinação em contrário.

Observe que essa regra que acabamos de reproduzir aceita exceções.

Porque? R: a isenção e a não incidência que não gerem crédito tributário não desoneram, de fato, a linha produtiva. Além disso, uma isenção ou não incidência que acarrete a anulação dos créditos tributários anteriores onera ainda mais a linha de produção.

Assim, essas são regras gerais. Se nada for dito em relação a uma isenção, a uma não incidência ou a uma redução de base de cálculo, ela não implicará em crédito nas operações seguintes e acarretarão a anulação do crédito relativo às prestações anteriores.

RICMS - São Paulo Artigo 60 - A isenção ou a não-incidência, salvo determinação em contrário (Lei 6.374/89, art. 37):

I - não implicará crédito para compensação com o valor devido nas operações ou prestações seguintes;

II - acarretará a anulação do crédito relativo às operações ou prestações anteriores.

Parágrafo único - O disposto no caput também se aplica no caso de operação ou prestação sujeita a redução de base de cálculo, proporcionalmente à parcela correspondente à redução. (Acrescentado o parágrafo único pelo inciso I do art. 2º do Decreto 50.436 de 28-12-2005; DOE 29-12-2005; efeitos a partir de 1°-04-2006)

A legislação volta a descrever o método de compensação (asseverando a possibilidade de crédito de mercadorias que tenham entrado no estabelecimento apenas de forma simbólica). Muitas das informações já foram discutidas (discutiremos apenas aquilo que for novidade).

O que há de novo?

- o crédito se condiciona à idoneidade da documentação e à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.

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- emitido o documento, o contribuinte (destinatário) tem 5 (cinco) anos para utilizar o crédito. Havendo motivo real para a não utilização do crédito, poderá ser constituído extemporaneamente:

1. no livro Registro de Entradas, mencionando-se no campo "Observações" as causas determinantes do lançamento extemporâneo, ou no livro Registro de Apuração do ICMS;

2. pela fiscalização, nos casos de reconstituição de escrita.

Bens destinados ao ativo permanente (sem novidades):

• a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês; • Pode-se usar o crédito na proporção de saídas tributadas e operações

relativas às exportações; • alguns meses não possuem 30 dias – a parcela de 1/48 deverá ser

proporcionalmente aumentada ou diminuída de acordo com o número de dias de cada mês;

• perecido o bem, não se admite que o contribuinte continue a se creditar;

• ao final do 48º mês, qualquer crédito que não tenha sido compensado deve ser cancelado;

• se o bem do ativo permanente mudar de estabelecimento ( de um mesmo contribuinte), o crédito passa a ser aproveitado pelo estabelecimento novo;

• “na hipótese de aquisição de bens destinados ao ativo permanente de estabelecimento ainda em fase de implantação, aplicar-se-á o fator obtido pela razão entre a unidade e o número estabelecido pela diferença entre quarenta e oito e a quantidade de meses transcorridos entre a entrada do bem no estabelecimento e o efetivo início de suas atividades” – sim, o texto foi copiado. Algumas coisas merecem um exemplo ao invés de uma explicação: A indústria FF Ltda estava implantando novo estabelecimento. Em janeiro de 2005, comprou uma máquina a ingressar em seu ativo permanente. O estabelecimento começou a funcionar em 1 de julho de 2005. Observe que o estabelecimento “perdeu” 6 meses em que poderia ter se creditado do ICMS pago na compra do equipamento. Assim, os créditos não serão mais de 1/48, mas de 1/42.

Nas seguinte situações: II - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a

saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, exceto se tratar-se de

saída para o exterior;

III - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subseqüente

não forem tributadas ou estiverem isentas do imposto, exceto as destinadas ao exterior;

As operações seguintes e tributadas dão ao estabelecimento que as

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praticar direito a creditar-se do imposto cobrado nas operações anteriores às isentas ou não tributadas sempre que a saída isenta ou não tributada seja relativa a produtos agropecuários. Exemplo: o fertilizante comprado pelo plantador de hortaliças vem com o ICMS destacado. Se esse produtor vender para uma indústria, o imposto sairá com diferimento. A indústria poderá se creditar do ICMS referente ao fertilizante.

Controle de Crédito do ICMS do Ativo Permanente (CIAP) –

Deve ser escriturado:

• até cinco dias da entrada ou saída do bem do estabelecimento, respectivamente, a correspondente nota fiscal;

• no último dia do período de apuração, o valor do crédito a ser apropriado;

• até cinco dias da data em que ocorrer deterioração, perecimento ou extravio do bem ou em que se completar o quadriênio, o cancelamento do crédito.

Permite-se ao contribuinte:

• utilizar o sistema eletrônico de processamento de dados; • manter os dados em meio magnético, desde que autorizado pelo

fisco.

Energia elétrica – Apenas aquilo que se refere à operação pode ser objeto de crédito do ICMS (aquilo que se referir às atividades acessórias poderá gerar crédito a partir de 2020 – mas já geram na proporção das exportações realizadas). Assim, geram crédito em relação ao consumo de Energia Elétrica:

• objeto de operação de saída de energia elétrica; • consumida no processo de industrialização, inclusive no depósito,

armazenagem, entrepostagem, secagem e beneficiamento de matéria-prima;

• seu consumo resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais.

Prestação de serviços: A idéia é a mesma da Energia Elétrica. Assim, gera crédito quando:

• tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza;

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• sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais.

A partir de 1º de janeiro de 2020, as mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento somente darão direito a crédito.

Quais são as mercadorias destinadas ao uso e consumo? Resposta: “a que não seja utilizada na comercialização e a que não seja empregada para integração no produto ou para consumo no respectivo processo de industrialização ou na produção rural”.

O que se entende por “consumo no respectivo processo de industrialização ou na produção rural”? Resposta: “a total destruição da mercadoria”.

As microempresas e as empresas de pequeno porte sujeitas às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional” não farão jus à apropriação de crédito de ICMS.

Compra de mercadorias de optantes do Simples Nacional:

Aquele que compra mercadorias (com posterior comercialização ou industrialização) de optante do Simples pode se creditar até o limite do valor devido pelo remetente. Exceto quando:

• a microempresa ou empresa de pequeno porte estiver sujeita à tributação do ICMS no Simples Nacional por valores fixos mensais;

• a microempresa ou empresa de pequeno porte estiver sujeita, no mês da operação, à isenção:

o prevista no art. 3º do Anexo VIII deste Regulamento (receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao do período de apuração não ultrapasse R$ 360.000,00), no caso de aquisição de microempresa ou empresa de pequeno porte estabelecida no Estado;

o prevista na legislação de outro Estado ou do Distrito Federal; • a microempresa ou empresa de pequeno porte considerar, por opção,

que a base de cálculo sobre a qual serão determinados os valores devidos no Simples Nacional será representada pela receita recebida no mês (regime de caixa);

• operação for imune ao ICMS.

RICMS - São Paulo Artigo 61 - Para a compensação, será assegurado ao contribuinte, salvo disposição em contrário, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado, nos termos do item 2 do § 1º do artigo 59, relativamente a mercadoria entrada, real ou simbolicamente, em seu estabelecimento, ou a serviço a ele prestado, em razão de

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operações ou prestações regulares e tributadas .

§ 1º - O direito ao crédito do imposto condicionar-se-á à escrituração do respectivo documento fiscal e ao cumprimento dos demais requisitos previstos na legislação.

§ 2º - O crédito deverá ser escriturado por seu valor nominal.

§ 3º - O direito ao crédito extinguir-se-á após 5 (cinco) anos, contados da data da emissão do documento fiscal.

§ 4º - Salvo hipótese expressamente prevista neste regulamento, é vedada a apropriação de crédito do imposto destacado em documento fiscal se este:

1 - indicar como destinatário da mercadoria ou tomador do serviço estabelecimento diverso daquele que o registrar;

2 - não for a primeira via ou Documento Fiscal Eletrônico - DFE. (Redação dada ao item pelo Decreto 52.097, de 28-08-2007; DOE 29-08-2007)

§ 5º - Se o imposto for destacado a maior do que o devido no documento fiscal, o excesso não será apropriado como crédito.

§ 6º - O disposto no parágrafo anterior também se aplicará quando, em operação interestadual, o Estado de origem fixar base de cálculo superior à estabelecida em lei complementar ou em acordo firmado entre os Estados.

§ 7º - O crédito será admitido somente após sanadas as irregularidades contidas em documento fiscal que:

1 - não for o exigido para a respectiva operação ou prestação;

2 - não contiver as indicações necessárias à perfeita identificação da operação ou prestação;

3 - apresentar emenda ou rasura que lhe prejudique a clareza.

§ 8º - Quando se tratar de mercadoria importada que deva ser registrada com direito a crédito, o imposto pago em conformidade com o disposto na alínea "a" do inciso I e na alínea "b" do inciso IV do artigo 115 poderá ser escriturado no período de apuração em que tiver ocorrido o seu recolhimento, ainda que a entrada efetiva da mercadoria se verifique em período seguinte.

§ 10 - O crédito decorrente de entrada de mercadoria destinada à integração no ativo permanente, observado o disposto no item 1 do § 2º do artigo 66:

1 - será apropriado à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento;

2 - para seu cálculo, terá o quociente de um quarenta e oito avos proporcionalmente aumentado ou diminuído "pro rata die", caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês.

§ 11 - Na transferência de bem pertencente ao ativo imobilizado antes de ser

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concluída a apropriação de crédito prevista no parágrafo anterior, fica assegurado ao estabelecimento destinatário o direito de creditar-se das parcelas remanescentes até consumar-se o aproveitamento integral do crédito relativo àquele bem, observado o procedimento a seguir:

1 - na Nota Fiscal relativa à transferência do bem deverão ser indicados no campo "Informações Complementares", a expressão "Transferência de Crédito do Ativo Imobilizado - Artigo 61, § 11 do RICMS", o valor total do crédito remanescente, a quantidade e o valor das parcelas, o número, a data da Nota Fiscal de aquisição do bem e o valor do crédito original;

2 - a Nota Fiscal prevista no item anterior deverá ser acompanhada de cópia reprográfica da Nota Fiscal relativa à aquisição do bem, a qual deverá ser conservada nos termos do artigo 202.

§ 12 - Na entrada de mercadoria ou bem decorrente de operação interestadual de devolução ou retorno, inclusive em caso de transferência, o direito ao crédito fica limitado ao valor do imposto destacado no documento fiscal relativo à remessa para o outro Estado.

§ 13 - As microempresas e as empresas de pequeno porte sujeitas às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional” não farão jus à apropriação nem transferirão créditos relativos ao imposto, exceto a hipótese prevista no inciso XI do artigo 63 (Lei Complementar federal 123/06, art. 23, “caput”). (Redação dada ao parágrafo pelo Decreto 54.136, de 17-03-2009; DOE 18-03-2009; Efeitos para os fatos geradores ocorridos a partir de 1° de janeiro de 2009)

§ 14 - Na hipótese em que o documento fiscal deva ser registrado eletronicamente na Secretaria da Fazenda, nos termos do artigo 212-P, o crédito somente será admitido se, observadas as demais condições previstas na legislação: (Parágrafo acrescentado pelo artigo 2º do Decreto 52.097, de 28-08-2007; DOE 29-08-2007)

1 - o respectivo Registro Eletrônico de Documento Fiscal - REDF tiver sido regularmente gerado;

2 - na ausência do respectivo Registro Eletrônico de Documento Fiscal - REDF, o destinatário comunicar o fato à Secretaria da Fazenda, nos termos de disciplina por esta estabelecida;

3 - havendo divergência entre os dados constantes no documento fiscal e as informações contidas no respectivo Registro Eletrônico de Documento Fiscal - REDF, o destinatário comunicar a irregularidade à Secretaria da Fazenda, nos termos de disciplina por esta estabelecida.

Créditos Outorgados do Imposto. Créditos Outorgados são aqueles que a LC 87/96 chama de créditos presumidos. Os últimos editais deixaram o tema de fora, por isso deixaremos também.

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Caso o seu edital seja publicado com o assunto em seu bojo de assuntos, esse tema será editado e o assunto será tema de um artigo na parte aberta do site do Ponto.

Seguimos, então, em diante.

Permite-se o crédito do imposto (independentemente de autorização) nos casos que se relacionem com a própria sistemática de cálculo. Da mesma forma que o contribuinte fica responsabilizado por calcular os valores devidos, fica também incumbido de se creditar de valores pagos a maior.

A legislação específica procura determinar a totalidade dessas possibilidades, mas você guardará, para a sua prova, a incumbência conferida ao contribuinte de calcular seus débitos e seus créditos perante o fisco estadual.

O contribuinte deve se creditar do imposto nos casos de devolução de mercadoria nas seguintes situações:

• devolução de mercadoria, em virtude de garantia ou troca, efetuada por pessoa não contribuinte ou não obrigada à emissão de documentos fiscais;

• retorno de mercadoria por qualquer motivo não entregue ao destinatário;

• devolução de mercadoria, efetuada por estabelecimento submetido ao Simples Nacional, ou por estabelecimento sujeito a regime especial de tributação sempre que for vedado o destaque do valor do imposto no documento fiscal emitido por esses estabelecimentos;

Credita-se também o valor do imposto pago indevidamente, em virtude de erro de fato ocorrido na escrituração dos livros fiscais ou no preparo da guia de recolhimento, mediante lançamento, no período de sua constatação, no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos", anotando a origem do erro. Observe que o crédito ocorrido fora do período de sua constatação depende de autorização do fisco.

O contribuinte pode creditar-se, independentemente de autorização, ainda:

• do valor do imposto correspondente à diferença, a seu favor, verificada entre a importância recolhida e a apurada em decorrência de desenquadramento do regime de estimativa;

• do valor do crédito recebido em devolução ou transferência, efetuada em hipótese expressamente autorizada e com observância da disciplina estabelecida pela legislação, no período de seu recebimento;

• do valor do imposto indevidamente pago, inclusive em caso de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, quando a restituição tiver sido requerida administrativamente e, por motivo a que o interessado não tiver dado causa, a decisão não tiver

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sido proferida no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contados da data do respectivo pedido;

• do valor recolhido antecipadamente, relativo à substituição tributária de operações posteriores, no caso de não ocorrer o fato gerador;

• do valor do imposto indevidamente pago em razão de destaque a maior em documento fiscal, até o limite estabelecido pela Secretaria da Fazenda, mediante lançamento no livro Registro de Apuração do ICMS - somente poderá ser efetuado à vista de autorização firmada pelo destinatário do documento fiscal, com declaração sobre a sua não-utilização, devendo tal documento ser conservado;

• do valor do imposto destacado na Nota Fiscal relativa à aquisição do bem pela empresa arrendadora, por ocasião da entrada no estabelecimento de bem objeto de arrendamento mercantil – observe que essa é uma compra ficta nos casos mais usuais de arrendamento mercantil – na prática, o arrendamento mercantil funciona como um contrato de financiamento e a compra é feita pelo arrendatário – a letra legal, entretanto, considera formalmente que o comprador é o arrendador, e não o arrendatário.

• do valor do imposto relativo às mercadorias existentes no estoque, no caso de enquadramento no Regime Periódico de Apuração - RPA após exclusão do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional. – No enquadramento no Simples, as mercadorias entradas de acordo com o mecanismo anterior de débitos e créditos geram seus créditos instantaneamente. Caso contrário, esses créditos seriam perdidos.

• do valor correspondente às parcelas restantes do imposto relativo à entrada de mercadoria destinada à integração no ativo permanente ocorrida anteriormente à exclusão do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional – o mesmo vale para as mercadorias ingressadas ao ativo permanente antes do enquadramento da pessoa jurídica no Simples Nacional;

• do valor do imposto relativo à mercadoria adquirida de contribuinte submetido ao “Simples Nacional”, desde que a mercadoria seja destinada à industrialização ou à comercialização (o valor deve ser indicado no campo “Informações Complementares” ou no corpo da Nota Fiscal).

RICMS - São Paulo Artigo 63 - Poderá, ainda, o contribuinte creditar-se independentemente de

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autorização (Lei 6.374/89, arts. 38, § 4º, 39 e 44, e Convênio ICMS-4/97, cláusula primeira):

I - do valor do imposto debitado por ocasião da saída da mercadoria, no período em que tiver ocorrido a sua entrada no estabelecimento, e observadas as disposições dos artigos 452 a 454, nas seguintes hipóteses:

a) devolução de mercadoria, em virtude de garantia ou troca, efetuada por produtor ou por qualquer pessoa natural ou jurídica não considerada contribuinte ou não obrigada à emissão de documentos fiscais;

b) retorno de mercadoria por qualquer motivo não entregue ao destinatário;

c) devolução de mercadoria, efetuada por estabelecimento de contribuinte sujeito às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional”, ou por estabelecimento sujeito a regime especial de tributação sempre que for vedado o destaque do valor do imposto no documento fiscal emitido por esses estabelecimentos; (Redação dada pelo artigo 1º do Decreto 52.104, de 29-08-2007; DOE 30-08-2007)

II - do valor do imposto pago indevidamente, em virtude de erro de fato ocorrido na escrituração dos livros fiscais ou no preparo da guia de recolhimento, mediante lançamento, no período de sua constatação, no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos", anotando a origem do erro;

III - do valor do imposto correspondente à diferença, a seu favor, verificada entre a importância recolhida e a apurada em decorrência de desenquadramento do regime de estimativa, no período de sua apuração, observado o disposto na alínea "a" do inciso II do artigo 92;

IV - do valor do crédito recebido em devolução ou transferência, efetuada em hipótese expressamente autorizada e com observância da disciplina estabelecida pela legislação, no período de seu recebimento;

V - do valor do imposto indevidamente pago, inclusive em caso de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, quando a restituição tiver sido requerida administrativamente e, por motivo a que o interessado não tiver dado causa, a decisão não tiver sido proferida no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contados da data do respectivo pedido, observado o disposto nos §§ 1º a 3º;

VI - do valor recolhido antecipadamente, a título de imposto, nos termos do art. 60 da Lei 6.374, de 1º-03-89, no caso de não ocorrer o fato gerador;

VII - do valor do imposto indevidamente pago em razão de destaque a maior em documento fiscal, até o limite estabelecido pela Secretaria da Fazenda, mediante lançamento no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos", com a expressão "Recuperação de ICMS - Art. 63, VII, do RICMS", observado o disposto no § 4º;

VIII - do valor do imposto destacado na Nota Fiscal relativa à aquisição do bem pela empresa arrendadora, por ocasião da entrada no estabelecimento de bem objeto de arrendamento mercantil, observadas às regras pertinentes ao crédito, inclusive sobre

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vedação e estorno, contidas neste regulamento, e o disposto no § 5º.

IX - do valor do imposto relativo às mercadorias existentes no estoque, no caso de enquadramento no Regime Periódico de Apuração - RPA após exclusão do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional. (Inciso acrescentado pelo Decreto 53.356, de 26-08-2008; DOE 27-08-2008; Efeitos desde 1º de julho de 2007)

X - do valor correspondente às parcelas restantes do imposto relativo à entrada de mercadoria destinada à integração no ativo permanente ocorrida anteriormente à exclusão do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional, nas condições do § 10 do artigo 61. (Inciso acrescentado pelo Decreto 53.356, de 26-08-2008; DOE 27-08-2008; Efeitos desde 1º de julho de 2007)

XI - do valor do imposto indicado no campo “Informações Complementares” ou no corpo da Nota Fiscal relativa à mercadoria adquirida de contribuinte sujeito às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional”, desde que a mercadoria seja destinada à industrialização ou à comercialização, observado o disposto nos §§ 7º e 8º (Lei Complementar federal 123/06, art. 23, §§ 1º e 2º).

§ 1º - Na hipótese do inciso V, a superveniente decisão contrária obrigará o contribuinte a efetuar o recolhimento da importância creditada, até 15 (quinze) dias contados da data da notificação, com atualização monetária e acréscimos legais, inclusive multa, mediante a utilização de guia de recolhimentos especiais.

§ 2º - O recurso interposto contra decisão que tiver negado a restituição não terá efeito suspensivo para o fim do parágrafo anterior.

§ 3º - Para efeito da atualização monetária prevista no § 1º, far-se-á:

1 - a conversão da importância creditada em quantidade determinada de Unidades Fiscais do Estado de São Paulo - UFESPs, considerado o seu valor no último dia do período de apuração em que for constatada a falta de pagamento do imposto em razão do lançamento como crédito;

2 - a reconversão em moeda corrente, pelo valor daquela unidade fiscal na data do efetivo pagamento.

§ 4º - O crédito a que se refere o inciso VII somente poderá ser efetuado à vista de autorização firmada pelo destinatário do documento fiscal, com declaração sobre a sua não-utilização, devendo tal documento ser conservado nos termos do artigo 202.

§ 5° - O crédito do imposto de que trata o inciso VIII será lançado à vista de via adicional ou de cópia autenticada da primeira via da Nota Fiscal relativa à aquisição do bem pelo arrendador, na qual deverão constar, além dos demais requisitos, os dados cadastrais do estabelecimento arrendatário, observadas as regras pertinentes ao crédito do imposto relativo a bem do ativo permanente.

§ 6º - Na hipótese do inciso IX: (Parágrafo acrescentado pelo Decreto 53.356, de 26-

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08-2008; DOE 27-08-2008; Efeitos desde 1º de julho de 2007)

1 - o direito ao crédito restringe-se às mercadorias:

a) existentes no estoque inicial do dia a partir do qual o contribuinte estiver enquadrado no Regime Periódico de Apuração - RPA;

b) recebidas de contribuintes enquadrados no Regime Periódico de Apuração - RPA, desde que a operação subseqüente seja tributada ou, não o sendo, haja expressa previsão legal de manutenção do crédito;

2 - o direito ao crédito fica condicionado ao levantamento do estoque de mercadorias existente no dia imediatamente anterior ao da exclusão do Simples Nacional, mediante escrituração do livro Registro de Inventário, modelo 7, na forma do artigo 221, desde a data da entrada das referidas mercadorias no estoque;

3 - o valor do crédito será apurado com base nos documentos fiscais relativos às entradas das mercadorias no estabelecimento, observado o critério contábil PEPS - primeiro que entra, primeiro que sai.

§ 7º - Na hipótese do inciso XI: (Parágrafo acrescentado pelo Decreto 54.136, de 17-03-2009; DOE 18-03-2009; Efeitos para os fatos geradores ocorridos a partir de 1° de janeiro de 2009)

1 - o valor do crédito fica limitado ao valor do imposto efetivamente devido pelo remetente sujeito às normas do Simples Nacional em relação à respectiva operação;

2 - a alíquota aplicável ao cálculo do crédito:

a) deverá estar informada no campo “Informações Complementares” ou no corpo da Nota Fiscal relativa à entrada da mercadoria;

b) corresponderá ao percentual do imposto previsto na legislação federal que disciplina o Simples Nacional para a faixa de receita bruta a que o remetente estiver enquadrado.

§ 8º - O contribuinte não terá direito ao crédito do imposto referido no inciso XI na hipótese de (Lei Complementar federal 123/06, art. 23, § 4º): (Parágrafo acrescentado pelo Decreto 54.136, de 17-03-2009; DOE 18-03-2009; Efeitos para os fatos geradores ocorridos a partir de 1° de janeiro de 2009)

1 - o remetente:

a) estar sujeito à tributação no Simples Nacional por valores fixos mensais;

b) não informar o valor do crédito do imposto e a alíquota a que se refere o item 2 do § 7º na Nota Fiscal relativa à saída da mercadoria;

c) optar pela incidência da alíquota a que se refere o item 2 do § 7º sobre a receita recebida no mês;

2 - haver isenção para a faixa de receita bruta na qual o remetente estiver

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enquadrado no mês em que ocorrer a operação;

3 - a operação ou prestação estiver amparada por imunidade ou não-incidência.

Do momento da escrituração do crédito de ICMS. O crédito deve ser escriturado no momento em que ocorre o fato que o deu origem (entrada da mercadoria no estabelecimento, por exemplo - qualquer discussão excessiva sobre o tema fará com que você perca tempo).

Mesmo no caso de reconstituição de escrita fiscal, o crédito deve ser escriturado no prazo dado, pelo fisco, para que a reconstituição ocorra. Ou seja, não saímos da regra: o crédito é escriturado no momento da escrituração do fato que lhe deu origem.

RICMS - São Paulo Artigo 64 - A escrituração de crédito previsto neste capítulo será efetuada (Lei 6.374/89, arts. 36, § 2º, 38, § 1º, e 67, "caput"):

I - quanto ao aludido no artigo 61, no período em que se verificar a entrada da mercadoria no estabelecimento ou a utilização do serviço;

II - nas demais hipóteses, nos momentos definidos nos artigos 62 e 63.

---

Artigo 65 - A escrituração fora dos momentos aludidos no artigo anterior somente poderá ser feita quando (Lei 6.374/89, art. 38, § 1º):

I - tiverem sido anotadas as causas determinantes da escrituração extemporânea:

a) na hipótese do crédito previsto no artigo 61, no documento fiscal respectivo e na coluna "Observações" do livro Registro de Entradas;

b) nas demais hipóteses, no quadro "Observações" do livro Registro de Apuração do ICMS;

II - for decorrente de reconstituição de escrita fiscal, observado o disposto no artigo 226.

1.8.2 Da Vedação do Crédito – disposições locais:

O artigo 66 se aproxima bastante do artigo 20 na Lei Kandir e veda a apropriação de créditos do ICMS nas seguintes situações:

• entradas de mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento; - presume-se ao uso e ao consumo – não confunda com a entrada de bens relativos ao ativo permanente.

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• para integração no produto ou consumo em processo de industrialização ou produção rural de produto cuja saída não seja tributada ou esteja isenta do imposto; - a saída não tributada, como já discutimos, impede (em regra) a manutenção do crédito tributário.

• para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subseqüentes não forem tributadas ou forem isentas do imposto; - a saída não tributada, como já discutimos, impede (em regra) a manutenção do crédito tributário.

• que exceder ao montante devido, por erro ou inobservância da correta base de cálculo, determinada em lei complementar ou na legislação deste Estado; - o crédito que excede o montante correto (matematicamente dizendo) não pode ser escriturado.

• para uso ou consumo do próprio estabelecimento, assim entendida a mercadoria que não for utilizada na comercialização ou a que não for empregada para integração no produto ou para consumo no respectivo processo de industrialização ou produção rural, ou, ainda, na prestação de serviço sujeita ao imposto. – por exemplo: a compra de materiais de limpeza por um estabelecimento comercial não pode ter o crédito de ICMS escriturado.

• para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, para comercialização ou para prestação de serviço, quando a saída do produto ou a prestação subseqüente for beneficiada com redução da base de cálculo, proporcionalmente à parcela correspondente à redução; - por exemplo: uma mercadoria que entre em determinado estabelecimento com redução de 50% da base de cálculo do ICMS apenas poderá gerar 50% do crédito que geraria em outras circunstâncias.

• para comercialização em área onde se realize a atividade de revenda de combustíveis e de outros derivados de petróleo, conforme definida em legislação federal, quando essa não for a atividade preponderante do estabelecimento, por serem considerados alheios à sua atividade;

• por contribuinte sujeito às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional” – o contribuinte submetido ao Simples Nacional recolhe seu ICMS de acordo com uma sistemática própria, abandonando o método tradicional.

Sempre que houver a vedação do crédito do ICMS relativo à mercadoria que entra em um estabelecimento, haverá a vedação também referente aos serviços que com a mercadoria se relacionarem.

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A vedação do crédito relativo à mercadoria destinada a integração no ativo permanente tem lugar nas seguintes hipóteses:

• se previsivelmente, sua utilização relacionar-se exclusivamente com mercadoria ou serviço objeto de operações ou prestações isentas ou não tributadas – Se a mercadoria entra no estabelecimento sem o recolhimento do imposto, não pode gerar crédito de ICMS;

• em qualquer hipótese em que o bem deixar de ser utilizado no estabelecimento para o fim a que se destinar antes de decorridos os prazos previstos no § 10 do artigo 61, a partir da data da ocorrência do fato, em relação à parcela restante do crédito – se o bem, antes de decorridos os 48 meses que ele leva para ter seu crédito completamente escriturado, deixar de ser utilizado para o fim que se destina, deverá deixar de ter o crédito mensal escriturado.

Se a mercadoria que tiver entrado no estabelecimento para algum motivo que vede o crédito do ICMS, repentinamente, for utilizada para a comercialização ou para a industrialização, então o crédito poderá, nesse momento, ser escriturado.

O contribuinte que tiver adquirido produtos agropecuários com isenção ou não tributação poderá creditar-se do imposto incidente em operação anterior à isenta ou não tributada, desde que a saída que promover seja onerada pelo imposto.

RICMS - São Paulo Artigo 66 - Salvo disposição em contrário, é vedado o crédito relativo à mercadoria entrada ou adquirida, bem como ao serviço tomado:

I - alheios à atividade do estabelecimento;

II - para integração no produto ou consumo em processo de industrialização ou produção rural de produto cuja saída não seja tributada ou esteja isenta do imposto;

III - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subseqüentes não forem tributadas ou forem isentas do imposto;

IV - que exceder ao montante devido, por erro ou inobservância da correta base de cálculo, determinada em lei complementar ou na legislação deste Estado;

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V - para uso ou consumo do próprio estabelecimento, assim entendida a mercadoria que não for utilizada na comercialização ou a que não for empregada para integração no produto ou para consumo no respectivo processo de industrialização ou produção rural, ou, ainda, na prestação de serviço sujeita ao imposto.

VI - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, para comercialização ou para prestação de serviço, quando a saída do produto ou a prestação subseqüente for beneficiada com redução da base de cálculo, proporcionalmente à parcela correspondente à redução.

VII - para comercialização em área onde se realize a atividade de revenda de combustíveis e de outros derivados de petróleo, conforme definida em legislação federal, quando essa não for a atividade preponderante do estabelecimento, por serem considerados alheios à sua atividade (Lei 6.374/89, art. 40, § 4º, acrescentado pela Lei 11.929/05, art. 8º, III).

VIII - por contribuinte sujeito às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional”. (Inciso acrescentado pelo artigo 2º do Decreto 52.104, de 29-08-2007; DOE 30-08-2007)

§ 1º - A vedação do crédito estende-se ao imposto incidente sobre serviço de transporte ou de comunicação relacionado com mercadoria que vier a ter qualquer das destinações mencionadas neste artigo.

§ 2º - Além da aplicação, no que couber, das hipóteses previstas no "caput", é também vedado o crédito relativo à mercadoria destinada a integração no ativo permanente:

1 - se previsivelmente, sua utilização relacionar-se exclusivamente com mercadoria ou serviço objeto de operações ou prestações isentas ou não tributadas;

2 - em qualquer hipótese em que o bem deixar de ser utilizado no estabelecimento para o fim a que se destinar antes de decorridos os prazos previstos no § 10 do artigo 61, a partir da data da ocorrência do fato, em relação à parcela restante do crédito.

§ 3º - Uma vez provado que a mercadoria ou o serviço mencionados neste artigo tenham ficado sujeitos ao imposto por ocasião de posterior operação ou prestação ou, ainda, que tenham sido empregados em processo de industrialização do qual resulte produto cuja saída se sujeite ao imposto, pode o estabelecimento creditar-se do imposto relativo ao serviço tomado ou à respectiva entrada, na proporção quantitativa da operação ou prestação tributadas.

§ 4º - O contribuinte que tiver adquirido produtos agropecuários com isenção ou não tributação poderá creditar-se do imposto incidente em operação anterior à isenta ou não tributada, desde que a saída que promover seja onerada pelo imposto.

1.8.3 Do Estorno do Crédito – disposições locais:

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Quando uma mercadoria entra no estabelecimento, geralmente, espera-se que sua saída seja tributada. Nesse caso, credita-se do imposto destacado na nota fiscal que documentou a chegada dessa mercadoria.

Há situações em que algum evento novo acontece e torna o crédito ilegítimo. Nesses casos, estorna-se o crédito.

O Estorno do crédito é atitude a ser tomada quando surgir alguma situação nova que vede o crédito anteriormente escriturado.

As situações listadas pela legislação são as seguintes:

• for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou bem ou da utilização do serviço;

• for integrado ou consumido em processo de industrialização, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto;

• vier a ser utilizado em fim alheio à atividade do estabelecimento;

• for objeto de operação ou prestação subseqüente com redução de base de cálculo, hipótese em que o estorno será proporcional à redução;

• vier a perecer, deteriorar-se ou for objeto de roubo, furto ou extravio;

• for integrada ou consumida em processo de industrialização ou produção rural, ou objeto de saída ou prestação de serviço, com redução da base de cálculo, sendo esta circunstância imprevisível à data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço, hipótese em que o estorno deverá ser proporcional à parcela correspondente à redução;

• estiver acobertada por documento fiscal quenão tenha sido registrado ou apresente divergências entre os dados nele constantes e as informações contidas no respectivo Registro Eletrônico de Documento Fiscal - REDF.

Basicamente, são 4 situações básicas.

• A primeira situação é a verificação de que a saída não será tributada (na comercialização ou na industrialização) – observe que essa hipótese não abarca a exportação;

• A segunda situação é a verificação de que a utilização será outra, diferente do fim específico do estabelecimento. Exemplo disso é a hipótese em que um supermercado retira parte do seu estoque de produtos de limpeza para a faxina interna;

• A terceira é a redução de base de cálculo. Se a saída gozar da redução de base de cálculo de 60% (por exemplo), o crédito referente a esse produto também será reduzido em 60%;

• A quarta é a perda da mercadoria.

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A empresa XPTO compra insumos para a produção um produto que goze de redução de 65% da Base de Cálculo.

Todos os insumos somados, em determinado mês, custaram 10.000 reais.

Em situações normais, a empresa se creditaria de 1.800 reais de ICMS.

Com a redução de base de cálculo, o crédito será: (65%) . 1.800 = 1.170

Obviamente, os créditos utilizados (ou apenas escriturados também) em desacordo com a legislação devem ser estornados.

Quando não conhecido o valor exato a se estornar (ocorre em situações de fiscalização), a legislação manda que todos os insumos sejam somados. Esse valor será a soma do custo da matéria-prima, material secundário e de acondicionamento. Pode também ser calculado pela multiplicação do preço mais recente de entrada da mercadoria pela alíquota na data do estorno.

Vale a pena observar que, na hipótese acima, o estorno do crédito, em geral, dá ensejo ao lançamento de ICMS. Logicamente, se isso ocorrer durante uma fiscalização, esse lançamento será de feito de ofício pela autoridade fiscal (você).

RICMS - São Paulo Artigo 67 - Salvo disposição em contrário, o contribuinte deverá proceder ao estorno do imposto de que se tiver creditado, sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento (Lei 6.374/89, arts. 41 e 42, o primeiro na redação da Lei 10.619/00, art. 1º, XXI):

I - vier a perecer, deteriorar-se ou for objeto de roubo, furto ou extravio;

II - for objeto de saída ou prestação de serviço não tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível à data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço;

III - for integrada ou consumida em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do produto resultante não for tributada ou estiver isenta do imposto, sendo esta circunstância imprevisível à data de entrada da mercadoria ou à utilização do serviço;

IV - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento;

V - para industrialização ou comercialização, vier a ser utilizada ou consumida no próprio estabelecimento.

VI - for integrada ou consumida em processo de industrialização ou produção rural, ou objeto de saída ou prestação de serviço, com redução da base de cálculo, sendo esta circunstância imprevisível à data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço, hipótese em que o estorno deverá ser proporcional à parcela correspondente à redução. (Acrescentado o pelo inciso I do art. 2º do Decreto 50.436 de 28-12-2005; DOE 29-12-2005; efeitos a partir de 1°-04-2005)

VII - estiver acobertada por documento fiscal que, após decorridos os prazos de que

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trata o § 2° do artigo 212-P, não tenha sido registrado ou apresente divergências entre os dados nele constantes e as informações contidas no respectivo Registro Eletrônico de Documento Fiscal - REDF. (Inciso acrescentado pelo Decreto 53.217, de 07-07-2008; DOE 08-07-2008)

§ 1º - Havendo mais de uma operação ou prestação e sendo impossível determinar a qual delas corresponde a mercadoria ou o serviço, o imposto a estornar deverá ser calculado mediante aplicação da alíquota vigente na data do estorno sobre o preço mais recente da aquisição ou do serviço tomado.

§ 2º - Sem prejuízo das demais hipóteses previstas na legislação, o imposto creditado nos termos do inciso VIII do artigo 63, deverá, também, ser integralmente estornado quando o arrendatário, qualquer que seja o fator determinante, promover a devolução do bem ao arrendador.

§ 3º - O estorno do crédito estende-se ao imposto incidente sobre serviço de transporte ou de comunicação relacionado com mercadoria que vier a ter qualquer das destinações mencionadas neste artigo.

§ 4º - O contribuinte que efetuar operações interestaduais com gasolina resultante da mistura de álcool etílico anidro combustível - AEAC com aquele produto deverá efetuar o estorno do crédito do imposto correspondente ao volume de álcool etílico anidro combustível - AEAC contido na mistura (Convênio ICMS-110/07, cláusula vigésima primeira, § 10). (Parágrafo acrescentado pelo Decreto 53.480, de 25-09-2008; DOE 26-09-2008; Efeitos desde 01-09-2008)

§ 5º - O contribuinte que efetuar operações interestaduais com a mistura óleo diesel/biodiesel deverá efetuar o estorno do crédito do imposto correspondente ao volume de B100 contido na mistura.

1.8.4 Da Manutenção do Crédito – disposições locais:

Há situações que, de acordo com a regra geral da saída não tributada, o crédito deveria ser estornado. Mas a legislação, por algum motivo, permite a manutenção do crédito tributário.

Exemplos de situações em que se permite a manutenção do crédito tributário:

• a mercadorias e serviços que venham a ser objeto de operações ou prestações destinadas ao exterior; - já vimos que não incide o ICMS em operações de exportação – vimos também que a exportação mantém o direito ao crédito do imposto – a venda de mercadorias para as embarcações e aeronaves estrangeiras (mesmo aportadas no Brasil) são consideradas exportações, uma vez que são consideradas território estrangeiro;

• a operações que destinem, a outros Estados, petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados; - Já vimos que a saída desses produtos para outros Estados obedece ao parâmetro de destino, ou seja, saem sem a incidência de ICMS no

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Estado de origem. O crédito segue (mesmo sem a incidência do imposto) para o destinatário que deverá ser o contribuinte).

• em relação à operação com papel destinado à impressão de livro, jornal ou periódico – trata-se da imunidade objetiva prevista pela Constituição Federal, em que o contribuinte que recebeu essas mercadorias poderá manter o crédito mesmo que a saída (dessas mercadorias ou dos produtos dessas mercadorias) seja imune.

RICMS - São Paulo Artigo 68 - Não se exigirá o estorno do crédito do imposto :

I - em relação às operações não tributadas, previstas no inciso V e no § 1° do artigo 7° .

III - na saída, com destino a outro Estado, de energia elétrica ou petróleo, inclusive lubrificante ou combustível, líqüido ou gasoso, dele derivados.

IV - em relação à operação com papel destinado à impressão de livro, jornal ou periódico.

Em regra, o Estado de São Paulo veda:

• a restituição ou a autorização para aproveitamento como crédito fiscal do valor do imposto que tiver sido utilizado como crédito pelo estabelecimento destinatário; - essa regra é absoluta!

• a restituição ou a autorização para aproveitamento, de saldo de crédito existente na data do encerramento das atividades de qualquer estabelecimento; - regra relativa.

• a transferência de saldo de crédito de um para outro estabelecimento. – regra relativa.

Estado algum pode permitir a utilização do mesmo crédito por dois contribuintes diferentes. Por outro lado, a transferência de créditos entre estabelecimentos e a restituição de crédito no momento do encerramento de atividades são regras justas.

RICMS - São Paulo Artigo 69 - Ressalvadas disposições em contrário, é vedada (Lei 6.374/89, arts. 45 e 46):

I - a restituição ou a autorização para aproveitamento como crédito fiscal do valor do imposto que tiver sido utilizado como crédito pelo estabelecimento destinatário;

II - a restituição ou a autorização para aproveitamento, de saldo de crédito existente na data do encerramento das atividades de qualquer estabelecimento;

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III - a transferência de saldo de crédito de um para outro estabelecimento.

1.8.5 Da Transferência do Crédito – disposições locais:

Transferência do crédito – entrada de bem ao ativo permanente.

O artigo 70 descreve a transferência de créditos relativos às entradas de bens ao ativo permanente entre estabelecimentos do mesmo titular. Tal hipótese é muito importante porque é comum, por exemplo, que um determinado estabelecimento apenas pratique saídas não tributadas. Transfere-se também em relação a bens agregados ao ativo permanente entre estabelecimentos interdependentes.

Em relação de cooperativa– entrada de bem ao ativo permanente.

Permite-se que o crédito seja transferido entre cooperativa e cooperado, entre estabelecimentos de uma cooperativa ou entre centralizações geográficas de grupos cooperados.

As condições mínimas para essas transferências de crédito (bens entrados no ativo permanente – entre estabelecimentos do mesmo titular, cooperativas ou estabelecimentos interdependentes) são as seguintes:

• dependerá de prévia autorização da Secretaria da Fazenda; • será limitada ao menor valor de saldo credor apurado no livro de

Registro de Apuração do ICMS - RAICMS e transcrito na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA no período compreendido desde o mês do direito ao crédito até o da transferência;

• não poderá ser requerida para crédito relativo a período anterior a 60 (sessenta) meses, contados da data da protocolização do pedido;

• será vedada ao contribuinte que, por qualquer estabelecimento paulista, tiver débito fiscal sujeito às mesmas condições previstas no artigo 82;

• não poderá ser requerida por estabelecimento de contribuinte que optou por adotar a centralização da apuração do imposto prevista no artigo 96 (não faz sentido transferir crédito quando a apuração do ICMS for centralizada);

• salvo disposição em contrário somente poderá ser feita entre estabelecimentos situados em território paulista;

• somente será admitida se o estabelecimento do contribuinte interessado estiver em efetiva atividade na data da apresentação do pedido (considera-se inativo o estabelecimento quando ficar evidenciada, pela análise das informações econômico-fiscais disponíveis, a paralisação continuada do movimento de operações e prestações sujeitas ao imposto).

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A Secretaria da Fazenda poderá condicionar a transferência (menos importante no contexto):

• à confirmação da legitimidade dos valores lançados a crédito na escrituração fiscal (faz parte da atividade fiscalizatória);

• ao regular lançamento do crédito nos livros fiscais e demonstrativos de controle próprios na forma e prazo estabelecidos na legislação;

• a que todos os estabelecimentos do contribuinte situados em território paulista estejam com os dados atualizados no Cadastro de Contribuintes do ICMS e em dia com as obrigações principais e acessórias.

Observe que a única hipótese que se relaciona com a atividade fiscalizatória (que é uma prerrogativa do Estado) é a primeira. As outras duas não se relacionam, de fato, a direitos da administração pública, mas a deveres. A administração pública apenas poderá autorizar a transferência do crédito quando a escrituração estiver regular e quando as obrigações acessórias (inclusive de atualização de cadastro) estiverem satisfeitas.

Sobre a existência de auto de infração. O imposto exigido mediante auto de infração deve ser deduzido do valor do crédito passível de transferência, até que:

1 - seja proferida decisão definitiva na esfera administrativa, favorável ao contribuinte;

2 - ocorra o pagamento integral do débito fiscal correspondente.

Ou seja, havendo crédito lançado por intermédio de auto de infração, ele deverá ser descontado do valor passível de transferência, mesmo que ainda não tenha sido finalmente julgado.

RICMS - São Paulo Artigo 70 - É permitida a transferência de crédito simples do imposto, decorrente da entrada de bem destinado à integração no ativo permanente, nos termos de disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda (Lei 6.374/89, art. 46):

I - de um para outro estabelecimento do mesmo titular;

II - entre estabelecimentos:

a) de cooperativa e seus cooperados;

b) de uma mesma cooperativa;

c) de cooperativa e da cooperativa central ou da federação de cooperativas da qual fizer parte;

d) de cooperativa central e de federação de cooperativas da qual fizer parte;

III - entre estabelecimentos interdependentes, observado o disposto no inciso II e §

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1º do artigo 73.

§ 1º - A transferência prevista neste artigo:

1 - dependerá de prévia autorização da Secretaria da Fazenda;

2 - será limitada ao menor valor de saldo credor apurado no livro de Registro de Apuração do ICMS - RAICMS e transcrito na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA no período compreendido desde o mês do direito ao crédito até o da transferência;

3 - não poderá ser requerida para crédito relativo a período anterior a 60 (sessenta) meses, contados da data da protocolização do pedido;

4 - será vedada ao contribuinte que, por qualquer estabelecimento paulista, tiver débito fiscal sujeito às mesmas condições previstas no artigo 82;

5 - não poderá ser requerida por estabelecimento de contribuinte que optou por adotar a centralização da apuração do imposto prevista no artigo 96;

6 - salvo disposição em contrário somente poderá ser feita entre estabelecimentos situados em território paulista;

7 - somente será admitida se o estabelecimento do contribuinte interessado estiver em efetiva atividade na data da apresentação do pedido.

§ 2º - Para os efeitos do item 7 do § 1º, além das demais hipóteses previstas na legislação, considera-se inativo o estabelecimento quando ficar evidenciada, pela análise das informações econômico-fiscais disponíveis, a paralisação continuada do movimento de operações e prestações sujeitas ao imposto.

§ 3º - A Secretaria da Fazenda poderá condicionar a transferência:

1 - à confirmação da legitimidade dos valores lançados a crédito na escrituração fiscal;

2 - ao regular lançamento do crédito nos livros fiscais e demonstrativos de controle próprios na forma e prazo estabelecidos na legislação;

3 - a que todos os estabelecimentos do contribuinte situados em território paulista estejam com os dados atualizados no Cadastro de Contribuintes do ICMS e em dia com as obrigações principais e acessórias.

§ 4° - O imposto exigido mediante auto de infração, em decorrência de infração relativa ao crédito do imposto ou relativa à operação ou prestação em que tenha havido falta de pagamento do imposto, será deduzido do valor do crédito passível de transferência, até que:

1 - seja proferida decisão definitiva na esfera administrativa, favorável ao contribuinte;

2 - ocorra o pagamento integral do débito fiscal correspondente.

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§ 5° - A dedução prevista no § 4º:

1 - será realizada em cada mês de apuração e considerará o imposto exigido relativo às infrações ocorridas no mês correspondente, de modo que, existindo saldo credor que repercuta em período subsequente, o imposto exigido relativo às infrações ocorridas no referido mês será deduzido do valor passível de transferência de período subsequente;

2 - ficará limitada ao menor saldo credor que for apurado entre o mês de ocorrência da infração e o que anteceder ao mês de referência do pedido de transferência, sem prejuízo da aplicação do disposto no item 2 do § 1°;

3 - na hipótese de o imposto exigido ser superior ao valor passível de transferência, a importância remanescente da exigência será deduzida do valor passível de transferência nos meses subsequentes, até que se esgote, enquanto existir saldo credor suficiente para tanto;

4 - caso a transferência já tenha sido feita, sem a dedução referida neste artigo, o estabelecimento interessado deverá pagar a importância correspondente ou eventual diferença com os acréscimos legais, mediante o uso da Guia de Arrecadação Estadual - GARE-ICMS.

O crédito é considerado:

- informado: quando declarado o respectivo valor em sistema informatizado da Secretaria da Fazenda;

- utilizável: quando o valor for disponibilizado pelo Fisco, em conta corrente do sistema informatizado, conforme disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

Não acreditamos que a sua banca fará perguntas específicas sobre a transferência do crédito de produtor rural. Vamos, então, listar aquilo que poderia ser perguntado.

O produtor rural que possuir crédito pode transferir para (essa transferência também depende de prévia autorização da Secretaria da Fazenda):

• para estabelecimento destinatário da mercadoria localizado neste Estado, quando o produtor a saída da sua mercadoria não for tributada;

• aos estabelecimentos que lhe fornecerem insumos ou implementos de produção agrícola;

• para outro estabelecimento rural pertencente ao mesmo titular – corresponde à transferência de créditos entre estabelecimentos do mesmo titular.

IMPORTANTE: A Fazenda Santa Rita e a Fazenda São José Pertencem a Manuel e Miguel. Elas apenas poderão ser consideradas “estabelecimentos do mesmo particular” se as frações pertencentes a cada um forem as mesmas em ambas as fazendas.

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RICMS - São Paulo Artigo 70-A - É permitida a transferência de crédito do imposto, nos termos de disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda (Lei 6.374/89, art. 46):

I - do estabelecimento rural de produtor, que o possuir em razão de sua atividade:

a) para estabelecimento destinatário da mercadoria localizado neste Estado, quando o produtor não estiver obrigado ao pagamento do imposto em seu próprio nome em saída que efetuar, ainda que a saída seja isenta ou não-tributada;

b) aos estabelecimentos indicados no item 2 do § 1º para pagamento de aquisição de mercadorias ou de bens, desde que destinados exclusivamente à utilização na atividade rural do próprio estabelecimento ou de estabelecimento rural situado neste Estado pertencente ao mesmo titular, observado o disposto no § 5°;

c) para outro estabelecimento rural pertencente ao mesmo titular, observado o disposto no § 5°;

II - por estabelecimento de cooperativa de produtores rurais, do crédito recebido em transferência de seus cooperados, para pagamento de aquisição das mercadorias adiante indicadas, desde que destinadas exclusivamente à revenda aos seus cooperados, aos seguintes estabelecimentos:

a) fabricante ou revendedor autorizado, tratando-se de máquinas e implementos agrícolas;

b) fabricante ou revendedor, tratando-se de insumos agropecuários, sacaria nova e outros materiais de embalagem.

§ 1° - Relativamente ao disposto:

1 - na alínea "a" do inciso I, a transferência de imposto não será admitida na saída de mercadoria que deva retornar ao estabelecimento rural do produtor;

2 - na alínea "b" do inciso I, a transferência de imposto somente poderá ser efetuada nas aquisições adiante indicadas aos seguintes estabelecimentos:

a) fabricante ou revendedor autorizado, tratando-se de máquinas e implementos agrícolas;

b) fabricante ou revendedor, tratando-se de insumos agropecuários, sacaria nova e outros materiais de embalagem;

c) revendedor de combustíveis, conforme definido na legislação federal, tratando-se de combustíveis utilizados para movimentação de máquinas e implementos agrícolas ou para abastecimento de veículo de propriedade do produtor, utilizado exclusivamente para transporte de carga na atividade rural;

d) empresa concessionária de serviço público, tratando-se de energia elétrica;

e) cooperativa, inclusive de eletrificação rural, da qual faça parte, tratando-se de

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máquinas e implementos agrícolas, insumos agropecuários, energia elétrica, sacaria nova e outros materiais de embalagem.

§ 2º - A transferência dependerá de prévia autorização da Secretaria da Fazenda.

§ 3º - As máquinas e os implementos agrícolas mencionados na alínea "a" do inciso II e nas alíneas "a" e "e" do item 2 do § 1º:

1 - são os discriminados na relação a que se refere o inciso V do artigo 54;

2 - deverão permanecer na posse do produtor pelo prazo mínimo de 1 (um) ano;

3 - deverão ser efetivamente utilizados na atividade de produção rural do próprio estabelecimento do produtor.

§ 4º - Para fins do disposto na alínea "a" do inciso II e nas alíneas "a" do item 2 do § 1º, considera-se:

1 - fabricante - a empresa industrial que realiza a fabricação ou montagem de máquinas e implementos agrícolas;

2 - revendedor autorizado - a empresa comercial pertencente à respectiva categoria econômica, que realiza a comercialização de máquinas e implementos agrícolas novos e de suas partes, peças e acessórios, presta assistência técnica a esses produtos e exerce outras funções pertinentes à atividade.

§ 5°- Para efeito das alíneas "b" e "c" do inciso I, consideram-se estabelecimentos rurais pertencentes ao mesmo titular aqueles que possuírem os mesmos titulares, detendo cada um desses titulares a mesma participação em cada um dos estabelecimentos.

---

Artigo 70-B - O crédito dos estabelecimentos mencionados no artigo 70-A dir-se-á:

I - informado, quando declarado o respectivo valor em sistema informatizado da Secretaria da Fazenda;

II - utilizável, quando o valor correspondente for disponibilizado pelo Fisco, em conta corrente do sistema informatizado, conforme disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

A transferência do crédito é solicitada por sistema informatizado (mas a SF pode estabelecer que se substitua o sistema informatizado por outra forma).

Após autorizado o crédito pelo fisco, a informação aparece no extrato da conta corrente (de débitos e créditos) do sistema informatizado.

Nesse momento, o contribuinte deve escriturar seu crédito no livro Registro de Apuração do ICMS - RAICMS e transcrever na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos".

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RICMS - São Paulo Artigo 70-C - A transferência de crédito deverá ser solicitada e far-se-á mediante autorização gerada através de sistema informatizado, observada a disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

Parágrafo único - A Secretaria da Fazenda poderá estabelecer que a autorização eletrônica seja substituída por forma diversa.

---

Artigo 70-D - O documento de autorização eletrônica relativo à transferência:

I - será lançado pelo Fisco na conta corrente do sistema informatizado;

II - deverá ser escriturado pelo destinatário diretamente no livro Registro de Apuração do ICMS - RAICMS e transcrito na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos".

Parágrafo único - Na hipótese do destinatário ser estabelecimento de cooperativa de produtores rurais, o lançamento de que trata o inciso II será efetuado pelo Fisco na sua conta corrente do sistema informatizado.

A SEFAZ de SP tem o “pé no chão” e assume publicamente que a transferência de crédito é um negócio entre partes. Assim, se o negócio jurídico pago pela transferência do crédito de ICMS for desfeito antes da utilização do crédito pelo destinatário, é possível a devolução do crédito ao estabelecimento de origem (total ou parcialmente).

Para se receber um crédito pelo sistema (mesmo em caso de devolução), o estabelecimento deve requerer a autorização para o recebimento por meio do próprio sistema.

Quem envia o crédito (mesmo que em devolução) deve sempre registrar seu aceite em relação à transferência que se opera.

RICMS - São Paulo Artigo 70-E - Sobrevindo o desfazimento do negócio ou ato que justificou a transferência, o crédito transferido, desde que não utilizado pelo destinatário, será devolvido ao estabelecimento de origem:

I - totalmente, se total o desfazimento;

II - parcialmente, se parcial o desfazimento, em importância igual à que exceder o valor final do negócio ou ato.

§ 1º - O estabelecimento de origem, para receber o crédito em devolução, deverá previamente requerer autorização, por meio do sistema informatizado.

§ 2º - O estabelecimento que devolver o crédito recebido deverá acessar o sistema e

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registrar seu aceite ao pedido de devolução feito nos termos do § 1°.

§ 3º - Autorizada a devolução, o estabelecimento que devolver o crédito recebido deverá lançar o valor devolvido no livro Registro de Apuração do ICMS - RAICMS com a correspondente transcrição na Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, no quadro "Débito do Imposto - Outros Débitos".

§ 4º - Confirmado, pelo Fisco, o lançamento a que se refere o § 3º, o valor devolvido será lançado a crédito na conta corrente do sistema informatizado.

§ 5º - Na hipótese deste artigo, quando o crédito transferido tiver sido utilizado pelo destinatário, o valor deverá ser recolhido pelo estabelecimento de origem, por meio de Guia de Arrecadação Estadual - GAREICMS, com os acréscimos legais contados a partir do último dia do mês em que ocorreu a transferência.

§ 6º - O valor do imposto efetivamente recolhido conforme o § 5º, poderá ser objeto de solicitação para seu lançamento pelo Fisco a crédito na conta corrente do sistema informatizado.

Para que serve o crédito transferido? Serve para extinguir o crédito tributário por meio de compensação.

Você já estudou o assunto em direito tributário, mas não custa resgatar. A compensação é uma forma de extinção do crédito em que as dívidas (de um para outro) se compensam (ver Código Civil, 368 e CTN, 170).

RICMS - São Paulo Artigo 70-G - O débito fiscal relativo ao imposto poderá ser liquidado mediante compensação com crédito disponível na conta corrente do sistema informatizado, observadas, no que couber, as disposições dos artigos 586 a 592 .

Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica ao débito fiscal relativo ao imposto retido em razão do regime jurídico-tributário de sujeição passiva por substituição.

Não se transfere crédito de estabelecimentos (inclusive cooperativas) que tenham débitos fiscais. Por óbvio, esse crédito deve ficar no estabelecimento para satisfazer créditos tributários devidos.

RICMS - São Paulo Artigo 70-H - São vedadas as transferências de crédito de produtor rural e de cooperativas de produtores rurais que, por qualquer estabelecimento paulista, tiverem débito fiscal relativo ao imposto sujeito às mesmas condições previstas no artigo 82.

Sobre a Formação do Crédito acumulado.

Quais créditos do imposto deve ser considerados créditos acumulados:

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• aplicação de alíquotas diversificadas em operações de entrada e de saída de mercadoria ou em serviço tomado ou prestado;

• operação ou prestação efetuada com redução de base de cálculo nas hipóteses em que seja admitida a manutenção integral do crédito;

• operação ou prestação realizada sem o pagamento do imposto nas hipóteses em que seja admitida a manutenção do crédito, tais como isenção ou não incidência, ou, ainda, abrangida pelo regime jurídico da substituição tributária com retenção antecipada do imposto ou do diferimento.

É possível também a transferência do crédito acumulado pela saída da mercadoria em alíquota interestadual (que é mais baixa). Para tanto, é necessário que a mercadoria, cumulativamente:

• seja fisicamente remetida para o Estado de destino; • não regresse a São Paulo, ainda que simbolicamente.

RICMS - São Paulo Artigo 71 - Para efeito deste capítulo, constitui crédito acumulado do imposto o decorrente de (Lei 6.374/89, art. 46, e Convênio AE-7/71, cláusula primeira):

I - aplicação de alíquotas diversificadas em operações de entrada e de saída de mercadoria ou em serviço tomado ou prestado;

II - operação ou prestação efetuada com redução de base de cálculo nas hipóteses em que seja admitida a manutenção integral do crédito;

III - operação ou prestação realizada sem o pagamento do imposto nas hipóteses em que seja admitida a manutenção do crédito, tais como isenção ou nãoincidência, ou, ainda, abrangida pelo regime jurídico da substituição tributária com retenção antecipada do imposto ou do diferimento.

Parágrafo único - Em se tratando de saída interestadual, a constituição do crédito acumulado nos termos do inciso I somente será admitida quando, cumulativamente, a mercadoria:

1 - for fisicamente remetida para o Estado de destino;

2 - não regresse a este Estado, ainda que simbolicamente.

IMPORTANTE:

O crédito que tenha se acumulado em função de alguma ocorrência descrita no artigo acima dependerá de prévia autorização da Secretaria da Fazenda. Por outro lado, o crédito que tenha se acumulado por causa de exportação de mercadorias pode ser acumulado sem qualquer forma de autorização do fisco.

A lógica comercial levar ao raciocínio de que os preços das saídas são sempre maiores que os preços de entrada das mercadorias. Isso refletiria em um em um eterno pagamento de imposto. Acontece que algumas práticas

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comuns, como as compras de insumos sazonais (motivos naturais) ou as saídas com redução de base de cálculo ou sem tributação (motivos da administração) podem fazer com que o crédito de ICMS se acumule.

O crédito apenas se considera acumulado para fins de transferência depois que a saída da mercadoria (que a ele se refere) acontece. A essa forma de apuração, dá-se o nome de “apuração pela sistemática de custeio”.

RICMS - São Paulo Artigo 72-A - O crédito acumulado gerado em cada período de apuração do imposto será determinado por meio de sistemática de custeio que identifique na saída de mercadoria ou produto e na prestação de serviços, observada a disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda, o custo e o correspondente imposto relativo:

I - à entrada de mercadoria destinada à revenda;

II - à entrada de insumo destinado à produção ou à prestação de serviços;

III - ao recebimento de serviço relacionado às situações indicadas nos incisos anteriores;

IV - à entrada de mercadoria ou ao recebimento de serviço, com direito a crédito do imposto, consumido ou utilizado na estocagem, comercialização e entrega de mercadorias.

§ 1º - As informações relativas ao custeio:

1 - abrangerão a totalidade das operações de entrada e saída de mercadorias e das prestações de serviço recebidas ou realizadas pelo contribuinte;

2 - serão apresentadas por meio de arquivo digital, em padrão, forma e conteúdo que atendam a disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

§ 2° - Caso o estabelecimento gerador do crédito acumulado registre entrada de mercadoria por transferência, poderá ser exigida a comprovação do custo e do correspondente imposto, conforme sistemática de custeio prevista neste artigo.

Artigo 72 - O crédito acumulado dir-se-á (Lei 6.374/89, art. 46):

I - gerado, quando ocorrer hipótese descrita no artigo 71;

II - apropriado, após autorização do Fisco, mediante notificação específica, observado o disposto nesta subseção e a disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda, quando lançado o respectivo valor, concomitantemente:

a) pelo contribuinte, no livro Registro de Apuração do ICMS e transcrito na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, no quadro “Débito do Imposto - Outros Débitos”;

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b) pelo Fisco, em conta corrente de sistema informatizado mantido pela Secretaria da Fazenda;

III - utilizável, quando o valor correspondente estiver disponível na conta corrente de sistema informatizado mantido pela Secretaria da Fazenda.

Como estabelece o artigo 72, o crédito é considerado apropriado depois que o fisco lança o valor em na conta corrente de seu sistema informatizado e o contribuinte lança o valor no livro Registro de Apuração do ICMS e transcreve na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, no quadro “Débito do Imposto - Outros Débitos”.

Essa apropriação:

• ficará condicionada à prévia autorização do Fisco, observada a disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda;

• será limitada ao menor valor de saldo credor apurado no Livro de Registro de Apuração do ICMS e transcrito na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA no período compreendido desde o mês da geração até o da apropriação;

• salvo disposição em contrário, somente abrangerá o valor do saldo credor resultante das operações e prestações próprias do estabelecimento gerador;

• não poderá ser requerida para período anterior a 60 (sessenta) meses, contados da data da protocolização do pedido;

• somente será admitida se o estabelecimento do contribuinte interessado estiver em efetiva atividade na data da apresentação do pedido (considera-se inativo o estabelecimento quando ficar evidenciada, pela análise das informações econômico-fiscais disponíveis, a paralisação continuada do movimento de operações e prestações de serviços sujeitas ao imposto).

Em relação à exportação, existem duas informações que você precisa levar para a prova:

1. O crédito que se acumula por conseqüência de exportação apenas pode ser apropriado a partir da efetiva exportação;

2. O envio de mercadorias para a Zona Franca de Manaus equivale a uma exportação. Assim, o crédito pode ser apropriado a partir do momento da ingresso da mercadoria nas áreas incentivadas.

RICMS - São Paulo Artigo 72-B - A apropriação do crédito acumulado gerado:

I - ficará condicionada à prévia autorização do Fisco, observada a disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda;

II - será limitada ao menor valor de saldo credor apurado no Livro de Registro de Apuração do ICMS e transcrito na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA no período compreendido desde o mês da geração até o da apropriação;

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III - salvo disposição em contrário, somente abrangerá o valor do saldo credor resultante das operações e prestações próprias do estabelecimento gerador;

IV - não poderá ser requerida para período anterior a 60 (sessenta) meses, contados da data da protocolização do pedido;

V - somente será admitida se o estabelecimento do contribuinte interessado estiver em efetiva atividade na data da apresentação do pedido.

§ 1º - Para os efeitos do inciso V, além das demais hipóteses previstas na legislação, considera-se inativo o estabelecimento quando ficar evidenciada, pela análise das informações econômico-fiscais disponíveis, a paralisação continuada do movimento de operações e prestações de serviços sujeitas ao imposto.

(...)

§ 3º - Somente se admitirá a apropriação do crédito acumulado gerado, após a comprovação:

1 - da efetiva exportação, em se tratando de crédito acumulado decorrente de operação de exportação ou de saída referida no item 1 do § 1º do artigo 7º;

2 - do ingresso da mercadoria nas áreas incentivadas sob administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, em se tratando de crédito acumulado decorrente de operação referida no artigo 84 do Anexo I e no artigo 14 das Disposições Transitórias.

Já vimos o assunto anteriormente.

Sobre a existência de auto de infração. O imposto exigido mediante auto de infração deve ser deduzido do valor do crédito passível de transferência, até que:

1 - seja proferida decisão definitiva na esfera administrativa, favorável ao contribuinte;

2 - ocorra o pagamento integral do débito fiscal correspondente.

Ou seja, havendo crédito lançado por intermédio de auto de infração (em decorrência de infração relativa ao crédito do imposto, ou relativa à operação ou prestação em que tenha havido falta de pagamento do imposto), ele deverá ser descontado do valor passível de transferência, mesmo que ainda não tenha sido finalmente julgado.

RICMS - São Paulo Artigo 72-C - O imposto exigido mediante auto de infração e imposição de multa, em decorrência de infração relativa ao crédito do imposto, ou relativa à operação ou prestação em que tenha havido falta de pagamento do imposto, será deduzido do valor do crédito acumulado gerado passível de apropriação, até que:

I - seja proferida decisão definitiva na esfera administrativa, favorável ao

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contribuinte;

II - ocorra o pagamento integral do débito fiscal correspondente.

§ 1º - A dedução de que trata este artigo será realizada em cada mês de geração do crédito acumulado e considerará o imposto exigido relativo às infrações ocorridas no mês correspondente.

§ 2º - Não tendo ocorrido geração ou não tendo sido requerida apropriação para determinado mês e, em existindo saldo credor que repercuta em período subseqüente, o imposto exigido relativo às infrações ocorridas no referido mês será deduzido do valor passível de apropriação de período subseqüente.

§ 3º - A dedução prevista no § 2º ficará limitada ao menor saldo credor que for apurado entre o mês de ocorrência da infração e o que anteceder ao mês de referência da geração, sem prejuízo da aplicação do disposto nos incisos II e III do artigo 72-B.

§ 4º - Na hipótese de o imposto exigido ser superior ao valor passível de apropriação, a importância remanescente da exigência será deduzida do valor passível de apropriação nos meses subseqüentes, até que se esgote, enquanto existir saldo credor suficiente para tanto.

§ 5º - Caso a apropriação já tenha sido feita, sem a dedução referida neste artigo, na hipótese de o crédito acumulado:

1- ainda não ter sido utilizado, o valor equivalente ao imposto exigido, deverá ser reincorporado ao livro Registro de Apuração do ICMS, nos termos do artigo 80, antes de qualquer outra utilização;

2 - já ter sido utilizado, ainda que parcialmente, deverá:

a) reincorporar o valor disponível, nos termos do item 1, quando houver saldo na conta corrente a que se refere a alínea “b” do inciso II do artigo 72 ;

b) pagar a importância correspondente ou eventual diferença com os acréscimos legais.

É possível a concessão de regime especial relativo à permissão do fisco à apropriação do crédito acumulado, de modo que essa verificação fiscal fique sumarizada, desde que o contribuinte concorde em oferecer alguma garantia.

Despachada a concessão desse regime especial, as operações a partir do mês seguinte passam a ser objeto desse regime especial.

RICMS - São Paulo Artigo 72-D - Mediante Regime Especial, sem prejuízo das disposições deste Capítulo e atendidas as condições nele previstas, poderá ser autorizada a apropriação do crédito acumulado mediante verificação fiscal sumária e oferecimento de garantia, observada a disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

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Parágrafo único - O Regime Especial aplicar-se-á às operações geradoras que se realizarem a partir de mês seguinte ao do despacho de concessão.

Regras de transferência para o crédito que se acumula (para quem pode ser transferido o crédito acumulado):

• para outro estabelecimento da mesma empresa; • para estabelecimento de empresa interdependente, mediante

prévio reconhecimento da interdependência pela Secretaria da Fazenda;

• para estabelecimento fornecedor nas operações de compra de (observe que o crédito é usado como parte de pagamento de coisas novas):

o matéria-prima, material secundário ou de embalagem, para uso pelo adquirente na fabricação, neste Estado, de seus produtos;

o máquinas, aparelhos ou equipamentos industriais, novos, para integração no ativo imobilizado e utilização, pelo prazo mínimo de um ano, em estabelecimento da empresa localizado neste Estado;

o caminhão ou chassi de caminhão com motor, novos, para utilização direta em sua atividade no transporte de mercadoria, pelo prazo mínimo de um ano, em estabelecimento da empresa localizado neste Estado;

o mercadoria ou material de embalagem a serem empregados pelo adquirente no acondicionamento ou reacondicionamento de produtos, realizada neste Estado;

• para estabelecimento fornecedor a título de pagamento das aquisições feitas por estabelecimento comercial, nas operações de compra de:

o mercadorias inerentes ao seu ramo usual de atividade, para comercialização neste Estado;

o bem novo, exceto veículo automotor, destinado ao ativo imobilizado, para utilização direta em sua atividade comercial, pelo prazo mínimo de um ano, em estabelecimento da empresa localizado neste Estado;

o caminhão ou chassi de caminhão com motor, novos, para utilização direta em sua atividade comercial no transporte de mercadoria, pelo prazo mínimo de um ano, em estabelecimento da empresa localizado neste Estado;

• para o fornecedor de leite situado no Estado de Minas Gerais, observado o disposto em acordo celebrado pelas unidades federadas envolvidas e disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda;

• para o estabelecimento industrializador do petróleo bruto, decorrente de operação com combustível liquido ou gasoso ou lubrificante, derivado de petróleo, na hipótese do inciso III do artigo 71, ou decorrente de operação interestadual com álcool carburante, na hipótese do inciso I desse artigo;

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• para estabelecimento industrializador, decorrente de operação interna realizada por estabelecimento atacadista com amendoim em baga ou em grão, adquirido de produtor paulista e ao abrigo do diferimento previsto no inciso II do artigo 350.

• para estabelecimento de cooperativa centralizadora de vendas de que faça parte, por estabelecimento fabricante de açúcar ou álcool, observada a disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

O critério de relação de interdependência, para a legislação específica de São Paulo, deve ser entendida:

• Uma delas, por si, for titular de 50% (cinqüenta por cento) ou mais do capital da outra;

• Seus sócios ou acionistas forem titulares de capital social não inferior a 50% (cinqüenta por cento) em uma e a 30% (trinta por cento) na outra.

Se você for prestar concursos de vários Estados, sugiro que dê uma última olhada no conceito de interdependência antes da prova.

É importante saber também que, em relação a venda à ordem ou para entrega futura, a transferência somente poderá ocorrer após o efetivo recebimento da mercadoria.

RICMS - São Paulo Artigo 73 - O crédito acumulado poderá ser transferido:

I - para outro estabelecimento da mesma empresa;

II - para estabelecimento de empresa interdependente, observado o disposto no § 1º, mediante prévio reconhecimento da interdependência pela Secretaria da Fazenda;

III - para estabelecimento fornecedor, observado o disposto no § 2º, a título de pagamento das aquisições feitas por estabelecimento industrial, nas operações de compra de:

a) matéria-prima, material secundário ou de embalagem, para uso pelo adquirente na fabricação, neste Estado, de seus produtos;

b) máquinas, aparelhos ou equipamentos industriais, novos, para integração no ativo imobilizado e utilização, pelo prazo mínimo de um ano, em estabelecimento da empresa localizado neste Estado;

c) caminhão ou chassi de caminhão com motor, novos, para utilização direta em sua atividade no transporte de mercadoria, pelo prazo mínimo de um ano, em estabelecimento da empresa localizado neste Estado;

d) mercadoria ou material de embalagem a serem empregados pelo adquirente no acondicionamento ou reacondicionamento de produtos, realizada neste Estado; (Alínea acrescentada pelo Decreto 56.101, de 18-08-2010; DOE 19-08-2010; Efeitos

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a partir de 1º de abril de 2010)

IV - para estabelecimento fornecedor, observado o disposto nos itens 1 e 3 do § 2º, a título de pagamento das aquisições feitas por estabelecimento comercial, nas operações de compra de:

a) mercadorias inerentes ao seu ramo usual de atividade, para comercialização neste Estado;

b) bem novo, exceto veículo automotor, destinado ao ativo imobilizado, para utilização direta em sua atividade comercial, pelo prazo mínimo de um ano, em estabelecimento da empresa localizado neste Estado;

c) caminhão ou chassi de caminhão com motor, novos, para utilização direta em sua atividade comercial no transporte de mercadoria, pelo prazo mínimo de um ano, em estabelecimento da empresa localizado neste Estado;

V - para o fornecedor de leite situado no Estado de Minas Gerais, observado o disposto em acordo celebrado pelas unidades federadas envolvidas e disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda;

VI - para o estabelecimento industrializador do petróleo bruto, decorrente de operação com combustível liquido ou gasoso ou lubrificante, derivado de petróleo, na hipótese do inciso III do artigo 71, ou decorrente de operação interestadual com álcool carburante, na hipótese do inciso I desse artigo;

VII - para estabelecimento industrializador, decorrente de operação interna realizada por estabelecimento atacadista com amendoim em baga ou em grão, adquirido de produtor paulista e ao abrigo do diferimento previsto no inciso II do artigo 350.

VIII - para estabelecimento de cooperativa centralizadora de vendas de que faça parte, por estabelecimento fabricante de açúcar ou álcool, observada a disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

§ 1º - Para efeito do inciso II, consideram-se interdependentes duas empresas quando:

1 - uma delas, por si, for titular de 50% (cinqüenta por cento) ou mais do capital da outra;

2 - seus sócios ou acionistas forem titulares de capital social não inferior a 50% (cinqüenta por cento) em uma e a 30% (trinta por cento) na outra.

§ 2º - Relativamente ao disposto nos incisos III e IV, observar-se-á o seguinte:

1 - nos casos de venda à ordem ou para entrega futura, a transferência somente poderá ocorrer após o efetivo recebimento da mercadoria;

2 - as máquinas, aparelhos e equipamentos industriais referidos na alínea “b” do inciso III são os discriminados na relação a que se refere o inciso V do artigo 54;

3 - as transferências referidas nas alíneas “c” dos incisos III e IV somente poderão ser feitas para estabelecimento fabricante do caminhão ou chassi com motor novo ali

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indicado, ainda que adquirido de estabelecimento revendedor.

Sua banca deverá tentar te confundir: apenas se transfere créditos relativos ao mesmo sujeito ativo. Dizendo de outra forma, apenas são transferidos os créditos entre estabelecimentos situados dentro do Estado.

RICMS - São Paulo Artigo 74 - Salvo disposição em contrário, a transferência somente poderá ser feita entre estabelecimentos situados em território paulista.

Aqui, pulamos alguns artigos que não trazem conceitos novos e que, portanto, não deverão ser pedidos. Caso você queira verificar a redação desses artigos, basta acessar:

http://info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=sefaz_tributaria:vtribut

Desfazimento do negócio jurídico que justificou a transferência do crédito.

A SEFAZ de SP tem o “pé no chão” e assume publicamente que a transferência de crédito é um negócio entre partes. Assim, se o negócio jurídico pago pela transferência do crédito de ICMS for desfeito antes da utilização do crédito pelo destinatário, é possível a devolução do crédito ao estabelecimento de origem (total ou parcialmente).

Para se receber um crédito pelo sistema (mesmo em caso de devolução), o estabelecimento deve requerer a autorização para o recebimento por meio do próprio sistema.

Quem envia o crédito (mesmo que em devolução) deve sempre registrar seu aceite em relação à transferência que se opera.

RICMS - São Paulo Artigo 77 - Sobrevindo o desfazimento do negócio ou ato que justificou a transferência, o crédito acumulado transferido, desde que não utilizado pelo destinatário, será devolvido ao estabelecimento de origem:

I - totalmente, se total o desfazimento;

II - parcialmente, se parcial o desfazimento, em importância igual à que exceder o valor final do negócio ou ato.

§ 1º - O estabelecimento de origem para receber o crédito acumulado em devolução deverá previamente requerer autorização, por meio da internet.

§ 2º - O estabelecimento que devolver o crédito acumulado deverá acessar o sistema e registrar seu aceite ao pedido de devolução feito nos termos do § 1°.

§ 3º - Autorizada a devolução, o estabelecimento que devolver o crédito deverá lançar o valor devolvido no livro Registro de Apuração do ICMS com a correspondente transcrição na Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, no

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quadro “Débito do Imposto - Outros Débitos”.

§ 4º - Confirmado, pelo Fisco, o lançamento a que se refere o § 3º, o valor devolvido será lançado na conta corrente prevista na alínea “b” do inciso II do artigo 72.

§ 5º - na hipótese deste artigo, quando o crédito acumulado transferido tiver sido utilizado pelo destinatário, o valor deverá ser recolhido pelo estabelecimento de origem, por meio de guia de recolhimentos especiais, com os acréscimos legais contados a partir do último dia do mês em que ocorreu a transferência, podendo o estabelecimento de origem, em relação ao valor do imposto efetivamente recolhido:

1 - lançar a crédito, no quadro “Crédito do Imposto - Outros Créditos” da Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, ou;

2 - solicitar o lançamento a crédito na conta corrente de que trata a alínea “b” do inciso II do artigo 72.

1.8.6 Da Compensação do Imposto com crédito acumulado – disposições locais:

O RICMSSP permite a compensação do crédito tributário com crédito acumulado desde que tenha sido conferido regime especial para tal operação.

Observe (isso é importante) que o crédito pode ser usado também para a compensação de multa moratória e de juros de mora.

RICMS - São Paulo Artigo 78 - Por regime especial, o imposto exigível mediante guia de recolhimentos especiais poderá ser compensado com crédito acumulado.

§ 1º - Tratando-se de importação, o regime especial somente será concedido se o desembarque e desembaraço aduaneiro forem processados em território paulista.

§ 2º - No caso de importação de que trata o § 1º poderá ser compensado com crédito acumulado além do imposto, a multa moratória e os juros de mora, quando for o caso.

IMPORTANTE: o crédito acumulado não pode ser utilizado para extinguir débito fiscal relativo ao imposto retido em razão de sujeição passiva por substituição. Ou seja, não pode o substituto tributário pagar o imposto relativo às operações subseqüentes com crédito acumulado. Pode, entretanto, compensar o imposto devido pela operação própria.

RICMS - São Paulo Artigo 79 - Segundo as regras dos artigos 586 a 592, o débito fiscal relativo ao imposto poderá ser liquidado mediante compensação com crédito acumulado (Lei 6.374/89, art. 102 ).

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§ 1º - O disposto neste artigo não se aplica ao débito fiscal relativo ao imposto retido em razão do regime jurídico-tributário de sujeição passiva por substituição.

Os créditos reputados como acumulados, para a compensação de débitos para com o fisco, devem ser reincorporados à escrita fiscal do contribuinte.

Talvez você ainda não tenha compreendido o conceito de crédito acumulado. Vamos explicar de outra forma. O crédito acumulado é aquele que sobra no período final da apuração. Esse crédito deve ficar registrado no sistema informatizado da SEFAZ. Tanto a sua utilização, quanto a sua transferência, devem ser feitas em perfeito compasso com o sistema da SEFAZ.

Assim, para a compensação de débitos tributários do próprio contribuinte, deve-se informar ao fisco para que haja baixa na conta corrente do sistema informatizado. Escritura-se o crédito no livro Registro de Apuração do ICMS e transcreve-se na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, no quadro “Crédito do Imposto - Outros Créditos”.

Observe que, havendo crédito acumulado, o RICMSSP obriga o contribuinte a reincorporar o crédito sempre que houver saldo devedor (no período) no livro Registro do ICMS.

Leia o parágrafo segundo. Dessa leitura, você deverá concluir que essa reincorporação deverá sempre ser a maior possível, até o limite do débito tributário do contribuinte.

RICMS - São Paulo Artigo 80 - O valor do crédito acumulado lançado na conta corrente prevista na alínea “b” do inciso II do artigo 72 poderá ser reincorporado, total ou parcialmente, hipótese em que o estabelecimento deverá: (Lei 6.374/89, art. 46):

I - informar, por meio da internet, na forma estabelecida pela Secretaria da Fazenda, o valor para a baixa na conta corrente;

II - no último dia do mês, escriturá-lo no livro Registro de Apuração do ICMS e transcrevê-lo na correspondente Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, no quadro “Crédito do Imposto - Outros Créditos”.

§ 1º - A reincorporação será obrigatória sempre que, num mesmo período, no livro Registro de Apuração do ICMS e na conta corrente, se apurar, cumulativamente:

1 - saldo devedor no mencionado livro fiscal;

2 - saldo de crédito acumulado não utilizado no mês.

§ 2º - Relativamente ao disposto no parágrafo 1º, o crédito acumulado será reincorporado:

1 - em valor igual ao do saldo devedor, se superior ou igual a este;

2 - totalmente, se inferior ao saldo devedor.

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As regras de utilização do crédito acumulado são exatamente as mesmas relativas à utilização que vimos no artigo anterior (em relação aos contribuintes que tiverem gerado o crédito).

O artigo 81 não foi completamente transcrito pois entendemos que não seria produtiva a sua leitura.

RICMS - São Paulo Artigo 81 - Poderá ser autorizada a apropriação e a utilização como crédito acumulado, pelo estabelecimento de destino, do crédito recebido em transferência nos termos do artigo 73 ou decorrente de autorização do Secretário da Fazenda.

(...)

Regra de ouro: não pode utilizar o crédito acumulado aquele contribuinte que tiver débito fiscal de ICMS (mesmo que a exigibilidade esteja suspensa por parcelamento). Motivo: o crédito fica como garantia do fisco de satisfação da dívida do contribuinte.

Observe, entretanto, que o crédito apurado, mas não definitivamente julgado não veda a utilização do crédito acumulado. Também não veda a utilização a existência de débito inscrito em dívida ativa quando oferecidas as devidas garantias.

RICMS - São Paulo Artigo 82 - São vedadas a apropriação e a utilização de crédito acumulado ao contribuinte que, por qualquer estabelecimento paulista, tiver débito fiscal relativo ao imposto, inclusive se objeto de parcelamento.

§ 1º - O disposto neste artigo não se aplica ao débito:

1 - apurado pelo fisco enquanto não julgado definitivamente, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 72-C;

2 - objeto de pedido de liquidação, nos termos do artigo 79;

3 - inscrito na dívida ativa e ajuizado, quando garantido, em valor suficiente para a integral liquidação da dívida e enquanto ela perdurar, por depósito, judicial ou administrativo, fiança bancária, imóvel com penhora devidamente formalizada ou outro tipo de garantia, a juízo da Procuradoria Geral do Estado.

§ 2º - As vedações previstas no “caput” deste artigo estendem-se à hipótese de existência de débito do imposto, inclusive àquele objeto de parcelamento, por qualquer estabelecimento paulista de:

1 - sociedade cindida, até a data da cisão, de cujo processo resultou, total ou parcialmente, o patrimônio do contribuinte;

2 - empresa em relação à qual o fisco apure, a qualquer tempo:

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a) que o contribuinte é sucessor de fato;

b) a ocorrência de simulação societária tendente a ocultar a responsabilidade do contribuinte pelo respectivo débito.

O uso do crédito acumulado não homologa (tacitamente ou expressamente) lançamento do ICMS.

RICMS - São Paulo Artigo 83 - O uso da faculdade prevista neste capítulo não implicará reconhecimento da legitimidade do crédito acumulado, nem homologação dos lançamentos efetuados pelo contribuinte (Convênio AE-7/71, cláusula quinta).

1.8.7 Da apuração do ICMS – disposições locais:

A rigor, o ICMS deveria ser recolhido por operação, tendo em vista as operações “de entrada” que lhe deram origem. Na impossibilidade de se fazer tal escrituração, o legislador estabeleceu um conjunto de procedimentos que permitam a escrituração em conjunto.

Faz-se, então, um somatório de débitos e créditos dentro de um determinado período de tempo e, assim, apura-se o ICMS devido (ou que sobra). O ICMS não se relaciona, então, à determinada operação de entrada ou de saída, mas relaciona-se às operações de determinado período.

O artigo 85 detalha, da forma mais pueril possível, a sistemática de débitos e créditos do ICMS (princípio da não cumulatividade).

Assim, se uma criança de 4 anos de idade te perguntar o que é não cumulatividade, você pode dizer que é a situação em que “imposto a recolher corresponde à diferença, em cada período de apuração, entre o imposto devido sobre as operações ou prestações tributadas e o cobrado relativamente às anteriores”.

RICMS - São Paulo Artigo 85 - O valor do imposto a recolher corresponderá à diferença, em cada período de apuração, entre o imposto devido sobre as operações ou prestações tributadas e o cobrado relativamente às anteriores.

Há dois regimes de apuração para o ICMS: o regime periódico e o regime de estimativa.

RICMS - São Paulo Artigo 86 - Salvo disposição em contrário, o estabelecimento de contribuinte obrigado à escrituração fiscal deverá apurar o valor do imposto a recolher, em conformidade com o regime em que estiver enquadrado (Lei 6.374/89, art. 48):

I - regime periódico de apuração;

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II - regime de estimativa.

Em relação ao regime periódico de apuração, os principais livros fiscais são os seguintes:

• Livro Registro de Saídas, em que se regitram: o o valor contábil total das operações ou prestações; o o valor total da base de cálculo das operações ou prestações

com débito do imposto e o valor total do respectivo imposto debitado;

o o valor fiscal total das operações ou prestações isentas ou não tributadas;

o o valor fiscal total de outras operações ou prestações sem débito do imposto;

• Livro Registro de Entradas, em que se registram: o o valor contábil total das operações ou prestações; o o valor total da base de cálculo das operações ou prestações

com crédito do imposto e o valor total do respectivo imposto creditado;

o o valor fiscal total das operações ou prestações isentas ou não tributadas;

o o valor fiscal total de outras operações ou prestações sem crédito do imposto;

• Livro Registro de Apuração do ICMS, em que se registram, após os lançamentos de que tratam os incisos anteriores:

o o valor do débito do imposto, relativamente às operações de saída ou às prestações de serviço;

o o valor de outros débitos; o o valor dos estornos de créditos; o o valor total do débito do imposto; o o valor do crédito do imposto, relativamente às entradas de

mercadoria ou aos serviços tomados; o o valor de outros créditos; o o valor dos estornos de débitos; o o valor total do crédito do imposto; o o valor do saldo devedor, que corresponderá à diferença entre

os valores totais do imposto e os valores dos créditos; o o valor das deduções previstas pela legislação;

Regra de ouro: a apuração do imposto far-se-á mensalmente, no último dia do mês.

RICMS - São Paulo Artigo 87 - Os estabelecimentos enquadrados no regime periódico de apuração, em

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relação às operações ou prestações efetuadas no período, apurarão:

I - no livro Registro de Saídas:

a) o valor contábil total das operações ou prestações;

b) o valor total da base de cálculo das operações ou prestações com débito do imposto e o valor total do respectivo imposto debitado;

c) o valor fiscal total das operações ou prestações isentas ou não tributadas;

d) o valor fiscal total de outras operações ou prestações sem débito do imposto;

II - no livro Registro de Entradas:

a) o valor contábil total das operações ou prestações;

b) o valor total da base de cálculo das operações ou prestações com crédito do imposto e o valor total do respectivo imposto creditado;

c) o valor fiscal total das operações ou prestações isentas ou não tributadas;

d) o valor fiscal total de outras operações ou prestações sem crédito do imposto;

III - no livro Registro de Apuração do ICMS, após os lançamentos de que tratam os incisos anteriores:

a) o valor do débito do imposto, relativamente às operações de saída ou às prestações de serviço;

b) o valor de outros débitos;

c) o valor dos estornos de créditos;

d) o valor total do débito do imposto;

e) o valor do crédito do imposto, relativamente às entradas de mercadoria ou aos serviços tomados;

f) o valor de outros créditos;

g) o valor dos estornos de débitos;

h) o valor total do crédito do imposto;

i) o valor do saldo devedor, que corresponderá à diferença entre os valores mencionados nas alíneas "d" e "h";

j) o valor das deduções previstas pela legislação;

l) o valor do imposto a recolher ou o valor do saldo credor a transportar para o período seguinte, que corresponderá à diferença entre os valores mencionados nas

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alíneas "h" e "d".

(...)

Em relação ao regime de estimativa, o estabelecimento deve conhecer, antecipadamente, o valor mensalmente a ser pago ao fisco.

Com o objetivo de facilitar a apuração do imposto, o regime de estimativa consiste em ampliar o prazo do cotejo entre débitos e créditos (6 meses no Estado de São Paulo). Assim, estima-se o valor a ser pago mensalmente e, ao final do período, calcula-se o valor realmente devido e faz-se os ajustes necessários.

O enquadramento no regime de estimativa obedece a critérios do fisco, que poderá ter em conta categorias, grupos ou setores de atividades econômicas.

Os montantes das operações de entrada e de saída de mercadoria e das prestações tomadas e realizadas, bem como o valor do imposto a recolher são estimados com base em dados declarados pelo contribuinte e em outros de que dispuser o fisco.

Assim, o valor estimado para todo o período é dividido pelo número de meses relativo ao período da estimativa.

RICMS - São Paulo Artigo 88 - O estabelecimento enquadrado no regime de estimativa terá o valor do imposto a recolher mensalmente determinado pelo fisco (Lei 6.374/89, art. 50).

§ 1º - O imposto será estimado para período certo e prevalecerá enquanto não revisto.

§ 2º - O enquadramento do estabelecimento no regime de estimativa obedecerá a critérios do fisco, que poderá ter em conta categorias, grupos ou setores de atividades econômicas.

§ 3º - Com base em dados declarados pelo contribuinte e em outros de que dispuser o fisco, serão estimados os montantes das operações de entrada e de saída de mercadoria e das prestações tomadas e realizadas, bem como o valor do imposto a recolher no período considerado.

§ 4º - O valor do imposto a recolher, estimado na forma do parágrafo anterior, será dividido em parcelas, em quantidade correspondente ao número de meses compreendidos no período.

O fisco calcula a parcela e notifica o contribuinte do enquadramento e do valor mensal a ser pago.

O contribuinte, em relação a cada estabelecimento enquadrado no regime de estimativa, fica obrigado:

• a recolher, mensalmente, as parcelas do imposto estimadoaté o dia 16 do mês subsequente ao de referência;

• em relação às operações ou prestações que realizar: o a emitir os documentos fiscais regulamentares;

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o a escriturar os livros fiscais regulamentares; • a apresentar a guia de informação correspondente ao período, no prazo a

que se refere o artigo 254, vedada a sua apresentação segundo o regime periódico de apuração.

Artigo 254 - Salvo disposição em contrário, a guia de informação será entregue no mês subseqüente ao

da apuração e até os dias a seguir indicados, de acordo com o último algarismo do número de inscrição

estadual do estabelecimento:

I - finais 0 e 1 - até o dia 11;

II - finais 2, 3 e 4 - até o dia 12;

III - finais 5,6 e 7 - até o dia 13;

IV - finais 8 e 9 - até o dia 14.

RICMS - São Paulo Artigo 89 - O contribuinte será notificado do seu enquadramento no regime de estimativa e da parcela a recolher em cada mês (Lei 6.374/89, art. 51).

---

Artigo 90 - Notificado nos termos do artigo anterior, o contribuinte, em relação a cada estabelecimento enquadrado no regime de estimativa, fica obrigado:

I - a recolher, mensalmente, as parcelas do imposto estimado, no prazo a que se refere o artigo 113;

II - em relação às operações ou prestações que realizar:

a) a emitir os documentos fiscais previstos no artigo 124;

b) a escriturar os livros fiscais previstos no artigo 213;

III - a apresentar a guia de informação correspondente ao período, no prazo a que se refere o artigo 254, vedada a sua apresentação segundo o regime periódico de apuração.

As obrigações acessórias no regime de estimativa são as mesmas impostas aos demais contribuintes. É apenas a o “batimento” de valores que se posterga. Ou seja, é feito uma vez para um período muito maior que um mês (como vimos, São Paulo estende o período de apuração para 6 meses).

O cálculo é exatamente o mesmo: calcula-se a diferença entre o ICMS devido nas operações de saída e subtrai-se o ICMS destacado nas notas das operações de entrada. Acrescenta-se, entretanto, os valores de ICMS lançados de ofício (geralmente por Auto de Infração).

Se a apuração semestral demonstrar um valor final favorável ao fisco, o valor deve ser pago sem nenhum acréscimo até o último dia útil do mês subseqüente ao término do período de apuração.

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Se o valor for favorável ao contribuinte, o valor poderá ser objeto de compensação em eventos futuros.

RICMS - São Paulo Artigo 91 - O contribuinte, em relação a cada estabelecimento enquadrado no regime de estimativa, fará, em 30 de junho e 31 de dezembro de cada exercício, a apuração de que trata o artigo 87 .

§ 1° - Os valores do imposto e das operações de entrada e saídas de mercadorias e dos serviços prestados ou tomados relacionados com infrações, cujos débitos exigidos em auto de infração tenham sido recolhidos no curso do respectivo período, devem ser considerados na apuração de que trata este artigo.

§ 2° - A diferença do imposto verificada entre o montante determinado pelo fisco e o apurado no livro Registro de Apuração do ICMS:

1 - se favorável ao fisco, observado o disposto no artigo 566, poderá ser recolhida sem os acréscimos legais correspondentes à multa prevista no artigo 528 e aos juros de mora, independentemente de qualquer iniciativa fiscal, até o último dia útil do mês subseqüente ao término do período de apuração;

2 - se favorável ao contribuinte, será deduzida em recolhimentos futuros.

§ 3º - A dedução de que trata o item 2 do parágrafo anterior poderá ser efetuada pela Secretaria da Fazenda, independentemente de requerimento, desde que:

1 - o contribuinte tenha entregue, em prazo, a guia de informação prevista no artigo 253, e recolhido todas as parcelas do imposto estimado;

2 - a análise da guia de informação e de outros elementos indiciários confirme o saldo apurado pelo contribuinte.

Se o regime de estimativa for interrompido, a apresentação a guia de informação correspondente ao período fica antecipada.

O artigo 92 traz uma novidade em relação ao que acabamos de discutir: em caso de cessação de atividade, o valor a favor do contribuinte pode ser restituído (uma vez que não há sentido permitir que o imposto seja objeto de compensação futura).

RICMS - São Paulo Artigo 92 - Interrompida a aplicação do regime de estimativa, antecipar-se-á o cumprimento da obrigação prevista no inciso III do artigo 90 e no "caput" do artigo anterior, hipótese em que a diferença do imposto verificada entre o montante determinado pelo fisco e o apurado:

I - se favorável ao fisco, no caso de cessação de atividade do estabelecimento ou de seu desenquadramento do regime de estimativa, observar-se-á o disposto no item 1 do § 2º do artigo anterior;

II - se favorável ao contribuinte, será:

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a) compensada, nos casos de desenquadramento, mediante lançamento no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos", com a expressão "Excesso de Estimativa";

b) restituída, a requerimento do contribuinte, nos casos de cessação de atividade, observada a vedação contida no inciso II do artigo 69.

Parágrafo único - Relativamente ao disposto na alínea "b" do inciso II, a Secretaria da Fazenda, após verificação fiscal, se necessária, efetuará a restituição no prazo de 90 (noventa) dias, contados da data em que o pedido tiver sido protocolado, implicando a inobservância desse prazo atualização monetária, a partir do protocolamento, segundo a variação da UFESP.

O aproveitamento de diferença de ICMS, ou mesmo a sua restituição, não impedem possível levantamento fiscal (isso vale para quase todas as situações no direito tributário).

RICMS - São Paulo Artigo 93 - O aproveitamento de diferença ou a restituição, de que tratam os artigos 91 e 92, não impedirá a feitura de levantamento fiscal, nos termos do artigo 509, nem a sua revisão .

São prerrogativas do fisco estadual:

• Enquadrar estabelecimento no regime de estimativa; • Rever valores estimados e reajustar parcelas no decorrer do período; • Promover o desenquadramento de qualquer estabelecimento.

Conclusão: o regime de estimativa é prerrogativa do fisco. Essa possibilidade deve ser usada para “facilitar a vida” do fisco e, eventualmente, do contribuinte.

RICMS - São Paulo Artigo 94 - O fisco poderá, a qualquer tempo e a seu critério (Lei 6.374/89, art. 53):

I - promover o enquadramento de qualquer estabelecimento no regime de estimativa;

II - rever os valores estimados e reajustar as parcelas mensais subseqüentes à revisão, mesmo no curso do período considerado;

III - promover o desenquadramento de qualquer estabelecimento do regime de estimativa.

Se a atitude do fisco (que acabamos de expor) contrariar os interesses do contribuinte, existe a possibilidade de elaborar uma reclamação ao Chefe da repartição fiscal. Sendo negada a reclamação, cabe recurso à autoridade imediatamente superior.

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A reclamação e o recurso não oferecem efeito suspensivo e devem ser interpostos no prazo de 30 dias contados da ciência do fato.

RICMS - São Paulo Artigo 95 - A questão objeto de reclamação relacionada com a aplicação do disposto no artigo anterior será decidida pelo Chefe da repartição fiscal a qual o estabelecimento estiver vinculado, com recurso à autoridade imediatamente superior.

Parágrafo único - As reclamações e recursos não terão efeito suspensivo, sendo de 30 (trinta) dias o prazo para sua interposição, contados, para a reclamação, da data da respectiva notificação e, para o recurso, da data da intimação do despacho que julgar a reclamação.

1.8.8 Da centralização da apuração e do recolhimento – disposições locais:

O artigo 25 da Lei Kandir permite que os saldos apurados entre diversos estabelecimentos do mesmo titular sejam compensados. A apuração deve ser sempre individual, mas o pagamento pode ser apurado pela compensação desses saldos.

RICMS - São Paulo Artigo 96 - Os saldos devedores e credores resultantes da apuração prevista nos artigos 87 ou 88, efetuada a cada período em cada um dos estabelecimentos do mesmo titular localizados em território paulista, poderão ser compensados centralizadamente, sendo o resultado, quando devedor, objeto de recolhimento único.

O estabelecimento centralizador pode ser escolhido pelo próprio titular. Há apenas uma exigência: a escolha deve ser feita entre os estabelecimentos que apresentarem menor prazo para o recolhimento do ICMS. Assim, a escolha de um estabelecimento centralizador poderá significar, para o contribuinte, a perda de alguns dias de prazo para o pagamento de ICMS.

Não se pode misturar, entretanto, na compensação, estabelecimentos sujeitos a regimes diferentes de recolhimento. Assim, um contribuinte que possua estabelecimentos enquadrados em regime de estimativa e estabelecimentos enquadrados em regime de apuração periódica não poderá centralizar seus recolhimentos em apenas um estabelecimento.

Assim, é necessário que o parágrafo 1º e o parágrafo 2º sejam lidos em conjunto. Todos os estabelecimentos, de fato, devem ser incluídos na centralização, desde que enquadrados no mesmo regime do imposto.

Na apuração centralizada ocorre uma transferência de créditos entre estabelecimentos. Apenas o crédito que puder ser consumido deve ser transferido. Na sobra de crédito, não se deve transferir tudo, apenas a medida consumível.

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RICMS - São Paulo Artigo 97 - Para compensação, os saldos referidos no artigo 96 serão transferidos, total ou parcialmente, para estabelecimento centralizador, eleito segundo o regime de apuração do imposto, pelo titular, entre aqueles que estiverem sujeitos ao menor prazo para recolhimento do imposto.

§ 1º - A compensação somente se fará entre estabelecimentos enquadrados no mesmo regime de apuração do imposto.

§ 2º - Todos os estabelecimentos pertencentes a uma mesma empresa, situados neste Estado, deverão ser incluídos na centralização, elegendo-se, dentre eles, um como centralizador.

§ 3º - Adotada a forma centralizada de apuração e recolhimento do imposto prevista nesta subseção, em relação aos saldos transferidos, deverá ser observado o seguinte:

1 - se o saldo for devedor, a transferência deverá ser total;

2 - se o saldo for credor, a transferência não poderá exceder o montante a ser absorvido pelo estabelecimento centralizador no mesmo período de apuração, observado o disposto no parágrafo único do artigo 99.

O artigo 98 descreve a sistemática de transferência do crédito, que ocorre pela emissão de nota fiscal com os seguintes requisitos e indicações:

• natureza da operação: Transferência de Saldo (Devedor/Credor) - Art. 98 do RICMS;

• como destinatário, o estabelecimento centralizador, com seus dados identificativos;

• no campo “Informações Complementares”, a expressão: Transferência do Saldo (Devedor/Credor) - Apuração do Mês de ........................;

• o valor do saldo transferido, em algarismos e por extenso;

A nota fiscal deve ser registrada no livro Registro de Saídas anotando-se a expressão “transferência de saldo (credor ou devedor).

Observe que não é apenas o crédito de ICMS que se transfere nesse momento. O ICMS devido é também transferido, uma vez que estamos falando da centralização de créditos e débitos para alcançar um valor total (devido ou a recuperar).

O valor transferido deve ser lançado no no livro Registro de Apuração do ICMS.

RICMS - São Paulo Artigo 98 - Para a transferência de que trata o artigo 97, deverá o estabelecimento:

I - emitir Nota Fiscal que conterá, além dos demais requisitos, as seguintes indicações:

a) natureza da operação: Transferência de Saldo (Devedor/Credor) - Art. 98 do

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RICMS;

b) como destinatário, o estabelecimento centralizador, com seus dados identificativos;

c) no campo “Informações Complementares”, a expressão: Transferência do Saldo (Devedor/Credor) - Apuração do Mês de ........................;

d) o valor do saldo transferido, em algarismos e por extenso;

II - registrar a Nota Fiscal no livro Registro de Saídas, com a utilização, apenas, das colunas “Documento Fiscal” e “Observações”, anotando-se nesta a expressão: Transferência de Saldo (Devedor/Credor) - Art. 98 do RICMS;

III - lançar o valor transferido, no mesmo período de apuração do imposto, no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro “Crédito do Imposto - Outros Créditos”, se o valor se referir a saldo devedor ou no quadro “Débito do Imposto - Outros Débitos”, se o valor se referir a saldo credor apurado, com a expressão “Transferência de Saldo - Art. 98 do RICMS”.

Em seguida, o valor (débito ou crédito) chega ao estabelecimento centralizador, que lança o valor recebido em transferência no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro “Débito do Imposto - Outros Débitos”.

RICMS - São Paulo Artigo 99 - O estabelecimento centralizador deverá lançar o valor recebido em transferência, no mesmo período de apuração do imposto, no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro “Débito do Imposto - Outros Débitos” ou no quadro “Crédito do Imposto - Outros Créditos”, conforme o caso, com a indicação do número e data de emissão do documento fiscal e o número de inscrição estadual do estabelecimento transmitente.

Parágrafo único - Fica vedado ao estabelecimento centralizador apurar saldo credor em razão das transferências previstas nesta subseção.

A sistemática que acabamos de apresentar apenas diz respeito ao ICMS próprio (já falamos disso). No caso de haver imposto devido por substituição tributária, seu recolhimento deve ocorrer em separado. No entanto, a parcela referente ao ICMS da própria operação pode, sem problemas, fazer parte da centralização da apuração.

Também não fazem parte da centralização os saldos devedores e credores resultantes da atividade de revenda de combustíveis e demais derivados de petróleo.

RICMS - São Paulo Artigo 101 - O disposto nesta subseção não se aplica:

I - ao valor do imposto devido na condição de sujeito passivo por substituição tributária com retenção antecipada do imposto;

II - à operação ou prestação, relativamente à qual a legislação exija recolhimento do

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imposto em separado;

III - aos saldos devedores e credores resultantes da atividade de revenda de combustíveis e demais derivados de petróleo, conforme definido na legislação federal, com os saldos devedores e credores de outro estabelecimento do mesmo titular que exerça atividade diversa.

1.8.8 Outras formas de apuração – disposições locais:

O artigo 103 prevê que o contribuinte não obrigado a manter escrituração fiscal deve, também, observar a sistemática de cálculo comum do ICMS. O imposto a ser pago corresponde à diferença entre o imposto devido sobre operação ou prestação tributada e o cobrado na imediatamente anterior, efetuada com a mesma mercadoria ou seus insumos ou com o mesmo serviço.

RICMS - São Paulo Artigo 103 - Tratando-se de contribuinte não obrigado a manter escrituração fiscal, bem como em outros casos expressamente previstos, o valor do imposto a recolher corresponderá à diferença entre o imposto devido sobre operação ou prestação tributada e o cobrado na imediatamente anterior, efetuada com a mesma mercadoria ou seus insumos ou com o mesmo serviço, observado o disposto no inciso VIII do artigo 115.

Contribuintes que apenas efetuam operações ou prestações em períodos específicos, a apuração do imposto será feita:

• provisoriamente, pelo fisco, mediante estimativa do montante das operações ou prestações;

• pelo contribuinte, na própria guia de recolhimento, quanto à diferença entre o valor real e o valor estimado.

RICMS - São Paulo Artigo 105 - Em relação aos contribuintes que só efetuem operações ou prestações durante períodos determinados, tais como finados, festas natalinas, juninas ou carnavalescas, em caráter eventual e transitório, a apuração do imposto, observado o disposto nos incisos XI e XII do artigo 115, será feita (Lei 6.374/89, art. 67, "caput", e § 1º):

I - provisoriamente, pelo fisco, mediante estimativa do montante das operações ou prestações;

II - pelo contribuinte, na própria guia de recolhimento, quanto à diferença entre o valor real e o valor estimado.

1.8.8 Disposições comuns à apuração do imposto – disposições locais:

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Quando o contribuinte apurar diferença de imposto a pagar após o período regulamentar de pagamento, deve informar o valor no RAICMS e efetuar o pagamento por guia de recolhimentos especiais, da correção monetária e dos acréscimos legais.

RICMS - São Paulo Artigo 108 - A diferença de imposto apurada pelo contribuinte será lançada no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro "Débito do Imposto - Outros Débitos", com a expressão "Diferenças Apuradas", consignando-se em "Observações" a origem da diferença (Lei 6.374/89, art. 59).

Parágrafo único - A providência a que se refere este artigo será adotada sem prejuízo do recolhimento, por guia de recolhimentos especiais, da correção monetária e dos acréscimos legais.

O contribuinte deve informar os valores detalhados de suas operações ao fisco por meio de uma guia de informação.

RICMS - São Paulo Artigo 109 - Os valores das operações ou prestações, o valor do imposto a recolher ou, em sendo a hipótese, o saldo credor a ser transportado, obtidos ao final de cada período de apuração, serão declarados em guia de informação, observado o disposto nos artigos 253 a 258 .

1.9 Pagamento

Depois de apurado o imposto, cabe ao contribuinte efetuar o pagamento, trata-se do cumprimento da obrigação principal.

O pagamento é feito mediante o preenchimento de uma guia – é apenas assim que o fisco pode imputar o pagamento a determinado sujeito passivo e reputar extinto o crédito tributário.

A escolha do sistema de recolhimento é prerrogativa da SEFAZ, que pode, ainda, exigir retribuição pelos custos dos sistemas de pagamento (uma pergunta sobre esse assunto derrubaria 98 % dos candidatos).

RICMS - São Paulo Artigo 111 - O recolhimento do imposto será feito mediante guia preenchida pelo contribuinte, conforme modelo aprovado pela Secretaria da Fazenda, que fixará, também, a quantidade de vias e sua destinação.

Parágrafo único - A Secretaria da Fazenda poderá determinar que o recolhimento se faça mediante guia por ela fornecida ou por meio de outro sistema, ficando-lhe facultado exigir retribuição pelo custo.

1.9.1 Prazos de Pagamento – disposições locais:

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Os prazos para recolhimento do ICMS (Anexo IV) devem ficar de fora do seu edital, por isso não entraremos nos detalhes.

Até as datas limites, o contribuinte pode efetuar o pagamento sem os acréscimos legais. A referência ao revogado artigo 566 referia-se à antiga necessidade de se atualizar os valores monetariamente pela UFESP.

RICMS - São Paulo Artigo 112 - O imposto apurado na forma do artigo 87 e declarado nos termos dos artigos 253 a 258, observado o disposto no artigo 566, poderá ser recolhido sem os acréscimos legais, tais como a multa prevista no artigo 528 e os juros de mora, até o dia indicado no Anexo IV.

O contribuinte enquadrado no regime de estimativa deve fazer os recolhimentos das parcelas até o dia 16 do mês seguinte ao de referência.

A primeira parcela pode ser recolhida dentro de 15 dias (antigamente era atualizado pela UFESP) a contar da data em que fora notificado o contribuinte do enquadramento no regime de estimativa.

RICMS - São Paulo Artigo 113 - O contribuinte enquadrado no regime de estimativa, observado o disposto no artigo 566, poderá recolher as parcelas mensais até o dia 16 do mês subseqüente ao de referência, sem os acréscimos legais, tais como a multa prevista no artigo 528 e os juros de mora.

§ 1º - O pagamento da primeira parcela, observado o disposto no artigo 566, poderá ser efetuado dentro de 15 (quinze) dias a contar da data da notificação do enquadramento, sem os acréscimos legais.

§ 2º - Sendo a guia de recolhimento fornecida pela Secretaria da Fazenda, o dia do pagamento será o nela fixado, observado o disposto no artigo 566.

1.9.2 Pagamentos – Guias Especiais de Recolhimento – disposições locais:

A guia de recolhimentos especiais é o meio de pagamento relativo às hipóteses listadas pelo artigo 115. São situações em que o contribuinte não depende de mecanismos de créditos e débitos do imposto para aferir o valor devido.

A leitura é muito simples (e o assunto é especifico demais para ser pedido em prova), por isso não vemos motivo para repetir a informação.

RICMS - São Paulo Artigo 115 - Além de outras hipóteses expressamente previstas, o débito fiscal será recolhido mediante guia de recolhimentos especiais, observado o disposto no artigo 566, podendo efetivar-se sem os acréscimos legais, tais como a multa prevista no artigo 528 e os juros de mora, até os momentos adiante indicados, relativamente aos seguintes eventos :

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I - operação de importação de mercadoria ou bem do exterior:

a) até o momento do desembaraço aduaneiro, exceto em relação aos contribuintes inscritos no Cadastro de Contribuintes do ICMS detentores de regime especial e desde que o desembaraço ocorra em território paulista; - pessoas físicas, por exemplo, que importem produtos, recolherão por guia especial de recolhimento.

b) em hipóteses não abrangidas pela alínea anterior, inclusive naquelas em que a entrega da mercadoria ocorra antes do desembaraço aduaneiro ou naquelas em que, por qualquer motivo, não puder ter sido exigido o pagamento ali indicado - no recebimento da mercadoria ou do bem; - havendo qualquer percalço que altere a sistemática da importação, o imposto será recolhido por meio de guia especial de recolhimento.

II - operação realizada por estabelecimento rural de produtor, quando não estiver atribuída ao destinatário a responsabilidade pelo pagamento do imposto, conforme segue, observado o disposto no § 1º: - a regra geral, em relação ao produtor rural, é o diferimento do imposto. Nos casos que não estiverem submetidos a essa regra, o recolhimento se dará por guia especial de recolhimento (pode-se abater na própria guia de recolhimentos especiais o crédito do imposto).

a) na saída de mercadoria com destino a outro Estado, ao exterior ou a pessoa de direito público ou privado não inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS - pelo produtor, no momento da saída;

b) na transmissão de propriedade de mercadoria depositada em seu nome em armazém geral ou qualquer outro local, quando não transitar pelo estabelecimento depositante ou deste tiver saído sem o pagamento do imposto, salvo se o adquirente for comerciante, industrial, cooperativa ou pessoa de direito público ou privado inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS, estabelecido neste Estado - pelo produtor, no momento da saída;

c) na saída de mercadoria sem destinatário certo - pelo produtor, no momento da saída;

d) na saída de mercadoria com destino a consumidor ou a outro produtor - pelo produtor, relativamente às saídas efetuadas no mês, até o dia 15 (quinze) do mês seguinte;

III - operação a ser realizada em território paulista, sem destinatário certo, com mercadoria oriunda de outro Estado - pelo detentor da mercadoria, observado o disposto no artigo 433; - é comum o ingresso de caminhões com produtos a venda sem destinatário certo.

IV - operação de saída de mercadoria, decorrente de:

a) arrematação judicial - pelo arrematante, antes da expedição da carta de arrematação ou adjudicação;

b) arrematação de mercadoria importada do exterior, em leilão ou licitação, promovidos pelo poder público - pelo arrematante, até o momento do registro da Declaração de Arrematação ou documento equivalente;

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V - operação de saída de mercadoria, decorrente de alienação em leilão, falência ou inventário - pelo contribuinte, leiloeiro, síndico ou espólio, quando da alienação, no início da remessa da mercadoria;

VI - operação eventual realizada por contribuinte de outro Estado com mercadoria existente em território paulista - pelo contribuinte, no momento da saída da mercadoria ou da operação; - exemplo típico é a negociação de mercadoria depositada em armazém geral.

VII - operação de saída de mercadoria de estabelecimento beneficiador de produtos agrícolas, com destino a pessoa ou estabelecimento diverso daquele que a tiver remetido para beneficiamento - pelo estabelecimento beneficiador, no momento da saída da mercadoria; - se a mercadoria tivesse o estabelecimento de origem como destino final, o ICMS não seria cobrado (hipótese de suspensão).

VIII - na hipótese do artigo 103 relativamente às operações realizadas no mês - pelo contribuinte, no momento da saída da mercadoria, observado o disposto no § 2º; - trata-se do contribuinte desobrigado de manter escrituração fiscal – seu recolhimento se dá por meio de guia especial de recolhimento (deverão ser anexados à guia de recolhimento os documentos fiscais comprobatórios da identidade da mercadoria ou do serviço e do pagamento do imposto na operação ou prestação imediatamente anterior).

IX - prestação de serviço de transporte de carga, com início em território paulista, realizada por transportador autônomo, qualquer que seja o seu domicílio, ou por empresa transportadora estabelecida fora do território paulista e não inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS deste Estado, na hipótese de inaplicabilidade da sujeição passiva por substituição prevista no artigo 316 - pelo transportador autônomo ou pela empresa transportadora, no momento do início da prestação, observado o disposto nos §§ 3º e 5º; - já vimos que o transporte submete-se à substituição tributária. Nesse caso, é impossível cobrar o tomador do serviço, por isso o imposto é cobrado do próprio transportador por intermédio de guia especial de recolhimento.

X - prestação de serviço de transporte de pessoas ou passageiros, com início em território paulista, realizada por transportador autônomo, qualquer que seja o seu domicílio, ou por empresa transportadora estabelecida fora do território paulista e não inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS deste Estado - pelo transportador autônomo ou pela empresa transportadora, no momento do início da prestação, observado o disposto no § 5º;

XI - operação ou prestação efetuada por contribuinte que só opere em períodos determinados, tais como finados, festas natalinas, juninas ou carnavalescas, ainda que em estabelecimento provisório, inclusive o instalado em lugar destinado a recreação, esporte, exposições ou outras atividades semelhantes - pelo contribuinte, no momento do início da prestação de serviço ou da movimentação da mercadoria para o estabelecimento transitório ou local de atividade, observado o disposto no inciso I do artigo 105; - trata-se do contribuinte de atividade habitual, que recolhe também por intermédio de guia especial de recolhimento

XII - diferença verificada entre o valor estimado e o valor efetivo da operação ou prestação efetuada na forma do inciso anterior - no dia imediato ao da cessação da atividade, observado o disposto no inciso II do artigo 105; - a operação acima

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sujeita-se ao regime de estimativa. A eventual diferença entre o valor estimado e o valor escriturado é recolhido por intermédio de guia especial de recolhimento.

XIII - exigência decorrente de ação fiscal - dentro do prazo fixado na notificação ou no auto de infração; - O lançamento de ofício dá ensejo a obrigações que são satisfeitas por intermédio de guia especial de recolhimento.

XIV - saídas de produtos resultantes da industrialização do petróleo bruto promovidas pelo estabelecimento refinador de petróleo no período de 1° (primeiro) a 15 (quinze) de cada mês, observado o disposto no § 6°, no dia 25 (vinte e cinco) do mesmo mês, não se aplicando em relação:

a) a querosene de aviação, querosene iluminante, gasolina de aviação e óleo combustível,

b) ao valor do imposto retido a título de substituição tributária.

XV - saídas de subprodutos da matança do gado para outro Estado - no momento da saída ou conforme o disposto no item 1 do § 1º do artigo 383;

XV-A - na entrada em estabelecimento de contribuinte sujeito às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional”, até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente ao da entrada: (Inciso acrescentado pelo artigo 2º do Decreto 52.104, de 29-08-2007; DOE 30-08-2007)

a) de mercadoria destinada a industrialização ou comercialização, material de uso e consumo ou bem do ativo permanente, remetido por contribuinte localizado em outro Estado ou no Distrito Federal, o valor resultante da multiplicação do percentual correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual pela base de cálculo, quando a alíquota interestadual for inferior à interna (Lei Complementar federal 123/2006, art. 13, § 1°, XIII); (Redação dada à alínea pelo Decreto 52.858, de 02-04-2008; DOE 03-04-2008)

a) de mercadorias adquiridas de contribuinte localizado em outro Estado ou no Distrito Federal, qualquer que seja a sua destinação, o valor correspondente à carga tributária praticada por contribuinte deste Estado sujeito ao Regime Periódico de Apuração - RPA, subtraído do que for efetivamente pago à outra unidade federada;

b) de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia elétrica, oriundos de outro Estado ou Distrito Federal, quando não destinados à comercialização ou industrialização, calculado pela alíquota interna.

XVI - casos não regulados - até 15 (quinze) dias, contados da data da operação, do ato ou da prestação que tiver dado origem à obrigação.

§ 1º - Na hipótese do inciso II, o produtor poderá abater na própria guia de recolhimentos especiais o crédito do imposto, na forma estabelecida pela Secretaria da Fazenda.

§ 2º - Relativamente ao inciso VIII, deverão ser anexados à guia de recolhimento os documentos fiscais comprobatórios da identidade da mercadoria ou do serviço e do

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pagamento do imposto na operação ou prestação imediatamente anterior.

§ 3º - Relativamente ao inciso IX:

1 - a guia de recolhimentos especiais, que servirá, se for o caso, como comprovante para crédito do imposto, deverá conter, além dos demais requisitos, ainda que no verso, os seguintes dados:

a) o preço do serviço;

b) a base de cálculo do imposto, se o seu valor for diferente do preço;

c) a alíquota aplicável e o valor do imposto;

d) o número, a série e a data da emissão do documento fiscal relativo à mercadoria transportada;

e) a identificação do tomador do serviço: nome, endereço e números de inscrição, estadual e no CNPJ ou CPF;

f) os locais de início e fim da prestação do serviço;

g) a identificação do transportador: nome, placa do veículo e nome do motorista, no caso de transporte rodoviário, ou outros elementos identificativos, nos demais casos;

2 - ressalvado o disposto no item seguinte, fica dispensada a emissão de conhecimento de transporte, desde que, em havendo documento fiscal referente à mercadoria ou bem, nele conste, além dos demais requisitos, os seguintes dados relativos à prestação do serviço:

a) o preço;

b) a base de cálculo do imposto, se o seu valor for diferente do preço;

c) a alíquota aplicável e o valor do imposto;

d) a identificação do responsável pelo pagamento do imposto: nome, endereço e números de inscrição, estadual e no CNPJ, ou CPF;

3 - a empresa transportadora estabelecida fora do território paulista e não inscrita no Cadastro de Contribuintes deste Estado deverá:

a) emitir o correspondente conhecimento de transporte ao final da prestação do serviço;

b) escriturar o referido documento fiscal no livro Registro de Saídas, utilizando apenas as colunas "Documento Fiscal" e "Observações", e anotando nesta a expressão "§ 3º do Art. 115 - RICMS/SP";

c) recolher eventual diferença de imposto devido a este Estado por meio de Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais, até o dia 9 (nove) do mês subseqüente ao do início da prestação;

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4 - o estabelecimento que fizer a entrega da mercadoria ao transportador autônomo ou à empresa transportadora estabelecida em outro Estado deverá exigir destes a guia de recolhimento do imposto, ainda que via adicional ou cópia reprográfica, que deverá conservar pelo prazo definido no artigo 202, sob pena de responsabilidade solidária prevista no inciso XII do artigo 11;

5 - caso o início da prestação ocorra em dia ou hora em que não haja expediente bancário:

a) por meio de regime especial e desde que o titular do estabelecimento que efetuar a entrega da carga ao transportador autônomo ou à empresa transportadora estabelecida em outro Estado, assuma a responsabilidade solidária pelo pagamento do imposto devido na prestação, o imposto poderá ser recolhido até o primeiro dia útil seguinte;

b) efetuado o recolhimento do imposto pelo responsável solidário nos termos da alínea anterior, o transportador autônomo ou a empresa transportadora estabelecida em outro Estado fica dispensada do cumprimento daquela obrigação.

§ 4º - Nos casos em que o imposto deva ser recolhido no momento da saída da mercadoria ou do início da prestação do serviço, a guia de recolhimento, que conterá, além dos demais requisitos, ainda que no verso, o número, a série e a data da emissão do respectivo documento fiscal, acompanhará a mercadoria ou o transporte para ser entregue ao destinatário da mercadoria ou ao tomador do serviço.

§ 5º - Relativamente aos incisos IX e X, o recolhimento do imposto poderá ser feito antecipadamente em outro Estado por meio de guia nacional de recolhimento aprovada por acordo celebrado entre os Estados.

§ 6º - Relativamente ao inciso XIV, a informação do recolhimento será apenas indicada no campo "Observações" do Livro Registro de Apuração do ICMS, com a expressão "Recolhimento Especial de Imposto, nos termos do § 6º do artigo 115", vedado qualquer lançamento no quadro "Crédito do Imposto". (Redação dada pelo inciso I do art. 1º do Decreto 45.824 de 25/05/01; DOE 26/05/01; efeitos a partir de 01/06/01)

§ 6º - Relativamente ao inciso XIV, o imposto efetivamente recolhido será lançado no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos", com a expressão "Imposto Recolhido por Guia de Recolhimentos Especiais nº, nos termos do § 6º do artigo 115", para efeito da apuração periódica do imposto prevista no artigo 87.

§ 7º - O disposto no inciso I aplica-se ao contribuinte sujeito às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional”. (Parágrafo acrescentado pelo artigo 2º do Decreto 52.104, de 29-08-2007; DOE 30-08-2007)

§ 8° - Para fins do disposto na alínea “a” do inciso XV-A, a alíquota interestadual a ser adotada será a de 12% (doze por cento). (Redação dada ao parágrafo pelo Decreto 52.858, de 02-04-2008; DOE 03-04-2008)

§ 8° - Na hipótese da alínea “a” do inciso XV-A deverá ser adotado, na

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impossibilidade de aferição do valor correspondente ao que for pago ao outro Estado, o menor percentual previsto na coluna “ICMS” do Anexo I da Lei Complementar n° 123, de 2006. (Redação dada pelo inciso I do artigo 1º do Decreto 52.147, de 10-09-2007; DOE 11-09-2007)

§ 8º - Na hipótese da alínea “b” do inciso XV-A deverá ser adotado, na impossibilidade de aferição do valor correspondente ao que for pago ao outro Estado, o menor percentual previsto na coluna “ICMS” do Anexo I da Lei Complementar nº 123, de 2006.

1.9.3 Pagamentos – Outras Formas – disposições locais:

Quando o destinatário for o substituto tributário, responsável pelo pagamento do imposto referente à mercadoria entrada em seu estabelecimento, ele deverá fazer os registros no RAICMS e no Registro de Entradas. O crédito cabível poderá ser aproveitado.

Observe que esse artigo apenas se aplica para as situações em que o imposto deva ser lançado no próprio momento da entrada (ou na operação contígua). Em casos em que o diferimento não se extinguir na entrada da mercadoria no estabelecimento, não haverá escrituração ou aproveitamento de créditos possível.

RICMS - São Paulo Artigo 116 - Quando estiver atribuída ao destinatário da mercadoria ou ao tomador do serviço a obrigação de pagar o imposto relativo à mercadoria entrada, real ou simbolicamente, em seu estabelecimento ou ao serviço tomado, o contribuinte deverá, no período de ocorrência do evento, observar as seguintes normas:

I - o imposto será escriturado no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro "Débito do Imposto - Outros Débitos", com a expressão "Entradas com Imposto a Pagar" ou "Utilização de Serviços com Imposto a Pagar", conforme o caso;

II - o imposto será computado, quando for o caso, como crédito no livro Registro de Entradas, no mesmo período em que o serviço tiver sido tomado ou a mercadoria tiver entrado no estabelecimento.

Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica:

1 - à operação ou prestação em que o lançamento do imposto deva ser efetuado em momento subseqüente, hipótese em que se observará o disposto no artigo 430;

2 - quando este regulamento conferir ao destinatário a obrigação de recolher, mediante guia de recolhimentos especiais, o imposto relativo ao serviço tomado ou à mercadoria entrada em seu estabelecimento, hipótese em que:

a) o imposto a pagar será recolhido nos prazos fixados neste regulamento;

b) o imposto será computado como crédito, quando cabível, no período em que for

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efetivamente recolhido, unicamente no livro Registro de Apuração do ICMS, no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos", com a expressão "Entradas com Imposto a Pagar mediante Guia de Recolhimentos Especiais" ou "Utilização de Serviços com Imposto a Pagar mediante Guia de Recolhimentos Especiais".

Na entrada de mercadoria advinda de outro Estado, destinada a uso, consumo ou integração no ativo imobilizado (são as hipóteses em que a mercadoria deixa de ser considerada mercadoria), cabe aquilo que chamamos de diferencial de alíquota. Na entrada, o contribuinte deverá escriturar no livro Registro de Apuração do ICMS, no período em que a mercadoria tiver entrado ou tiver sido tomado o serviço.

Caso a mercadoria não perca a característica de mercadoria (ou seja, caso ela esteja vinculada a operação posterior), o valor referente ao diferencial de alíquota se grega ao imposto devido na operação seguinte – por isso a legislação não se preocupa com essa hipótese (tudo o que foi descrito para as mercadorias serve também para os serviços tomados).

O valor do imposto pago no Estado de origem deve ser objeto de crédito na escrita fiscal no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos", com a expressão "Inciso I do Art. 117 do RICMS".

Deve ser objeto de débito do imposto, no quadro "Débito do Imposto - Outros Débitos", com a expressão "Inciso II do Art. 117 do RICMS", o valor do imposto decorrente da aplicação da alíquota interna sobre a base de cálculo.

Dessa diferença entre crédito e débito, tem-se o imposto que deve ser recolhido a título de diferencial de alíquota.

O artigo é longo e quase inteiro irrelevante para a sua prova. Por isso, as informações importantes estão grifadas em azul:

RICMS - São Paulo Artigo 117 - Em caso de entrada, real ou simbólica, de mercadoria oriunda de outro Estado, destinada a uso, consumo ou integração no ativo imobilizado, ou de utilização de serviço cuja prestação se tiver iniciado fora do território paulista e não estiver vinculada a operação ou prestação subseqüente alcançada pela incidência do imposto, sendo a alíquota interna superior à interestadual, o contribuinte deverá escriturar no livro Registro de Apuração do ICMS, no período em que a mercadoria tiver entrado ou tiver sido tomado o serviço (Lei 6.374/89, art. 59):

I - como crédito, no quadro "Crédito do Imposto - Outros Créditos", com a expressão "Inciso I do Art. 117 do RICMS", o valor do imposto pago em outro Estado, relativo à respectiva operação ou prestação;

II - como débito, no quadro "Débito do Imposto - Outros Débitos", com a expressão "Inciso II do Art. 117 do RICMS", o valor do imposto decorrente da aplicação da alíquota interna sobre a base de cálculo correspondente à operação ou prestação aludida no inciso anterior.

§ 1º - O documento fiscal relativo à operação ou à prestação será escriturado no livro Registro de Entradas, devendo ser anotado, na coluna "Observações", o valor correspondente à diferença do imposto devido a este Estado, com utilização das colunas sob os títulos "ICMS - Valores Fiscais" e "Operações ou Prestações sem

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Crédito do Imposto".

§ 2º - O procedimento referido no "caput" não se aplica às situações a seguir indicadas, hipótese em que o imposto devido será recolhido mediante guia de recolhimentos especiais, na qual se deduzirá o valor do imposto pago a outro Estado:

1 - em relação a contribuinte:

a) enquadrado no regime de estimativa;

b) não obrigado à escrituração fiscal, inclusive produtor;

2 - quando o imposto for exigido antecipadamente, nos termos do artigo 118.

§ 3º - Em havendo devolução da mercadoria, o imposto debitado na forma do inciso II será lançado como crédito no quadro "Crédito do Imposto - Estornos de Débitos", do livro Registro de Apuração do ICMS, com a expressão "§ 3º do Art. 117 do RICMS".

§ 4º - Com exceção do disposto no § 1º, não se aplicam as disposições deste artigo aos casos em que haja isenção da parcela do imposto relativa ao diferencial de alíquota.

§ 5° - Na hipótese de o remetente da mercadoria localizado em outro Estado ou o prestador do serviço estar sujeito ao Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - “Simples Nacional”, o contribuinte deverá escriturar no livro Registro de Apuração do ICMS, no período em que a mercadoria tiver entrado ou tiver sido tomado o serviço:

1 - como crédito, no quadro “Crédito do Imposto - Outros Créditos”, com a expressão “Inciso II do Art. 117 do RICMS”, o valor do imposto resultante da aplicação da alíquota interestadual de 12% (doze por cento) sobre a base de cálculo correspondente à respectiva operação ou prestação;

2 - como débito, no quadro “Débito do Imposto - Outros Débitos”, com a expressão “Inciso II do Art. 117 do RICMS”, o valor do imposto decorrente da aplicação da alíquota interna sobre a base de cálculo correspondente à operação ou prestação aludida no item 1.

Os contribuintes submetidos ao regime especial de fiscalização poderão ter exigido seu recolhimento antecipadamente (no momento da entrega ou remessa da mercadoria ou no início da prestação do serviço).

RICMS - São Paulo Artigo 118 - O recolhimento do imposto poderá ser exigido antecipadamente em operação ou prestação promovida por contribuinte submetido a regime especial de fiscalização, no momento da entrega ou remessa da mercadoria ou no início da prestação do serviço (Lei 6.374/89, art. 60).

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1.9.4 Disposições Comuns – disposições locais:

O fisco pode tentar a cobrança amigável do crédito tributário até o 60º dia posterior ao vencimento da obrigação principal. A partir desse momento, a administração tributária deve adotar medidas assecuratórias do êxito da execução fiscal a ser proposta (não está escrito, mas a partir do 60º dia, deve iniciar a ação fiscal).

RICMS - São Paulo Artigo 119 - Dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data a que se refere o artigo 112, o imposto apurado e declarado nos termos do artigo 253, bem como o transcrito pelo fisco nos termos do artigo 257, poderá ser recolhido independentemente de autorização fiscal, com os acréscimos legais .

Parágrafo único - No prazo de que trata o “caput” e até o 60º (sexagésimo) dia seguinte, poderá o fisco intentar cobrança amigável e, não havendo o recolhimento do débito, adotar medidas assecuratórias do êxito da execução fiscal a ser proposta.

IMPORTANTE: o fisco paulista considera que o crédito deve ser inscrito a partir do 61º dia após o vencimento.

RICMS - São Paulo Artigo 120 - Não sendo pago no prazo de que trata o artigo anterior, o débito fiscal será inscrito na dívida ativa (Lei 6.374/89, art. 62).

Após o 60º dia, o recolhimento depende de autorização prévia (só assim o fisco pode impedir a inscrição em Dívida Ativa). Após a inscrição, o pagamento deve observar as regras da PGE (geralmente incide, além dos acréscimos legais, as custas processuais relativas ao processo de execução).

Quem paga mal, “corre o risco de pagar duas vezes – mesmo que tenha direito a restituição posterior”: o recolhimento efetuado com inobservância do disposto neste artigo não anula nem invalida a exigência do débito fiscal.

RICMS - São Paulo Artigo 121 - Depende de prévia autorização fiscal o recolhimento do imposto após decorrido o prazo de que trata o "caput" do artigo 119 e antes de inscrito o débito fiscal na dívida ativa (Lei 6.374/89, arts. 62, § 2º, e 63).

§ 1º - Após a inscrição na dívida ativa, o recolhimento do débito deverá observar as normas da Procuradoria Geral do Estado.

§ 2º - O recolhimento efetuado com inobservância do disposto neste artigo não anula nem invalida a exigência do débito fiscal, qualquer que seja a fase em que se encontre a cobrança, podendo a importância recolhida ser, a critério do fisco, objeto de restituição pela via administrativa ou de utilização como crédito do imposto.

No Regime de Estimativa, o recolhimento em atraso também depende de autorização fiscal, pois passando o momento do vencimento (16º dia do mês seguinte), o crédito segue para a inscrição em Dívida Ativa.

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RICMS - São Paulo Artigo 122 - Depende de autorização fiscal o recolhimento da parcela mensal do imposto devida por contribuinte enquadrado no regime de estimativa, após o período de apuração (Lei 6.374/89, art. 64).

Parágrafo único - Não sendo paga a parcela mensal dentro do período de apuração, inscrever-se-á o débito na dívida ativa, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo anterior.

Regra de ouro: quase nada elide o direito de a Fazenda do Estado proceder a posterior revisão fiscal. Qual é a exceção dessa regra? É a posterior homologação do crédito tributário (seja ela tácita ou expressa).

RICMS - São Paulo Artigo 123 - A cobrança e o recolhimento efetuados nos termos desta seção não elidem o direito de a Fazenda do Estado proceder a ulterior revisão fiscal (Lei 6.374/89, art. 65).

Na próxima aula, seguiremos até o final das disposições gerais a respeito do ICMS (que devem cobrir 60% da sua prova).

Peço que resolva os exercícios. Teremos mais na próxima aula.

Bons estudos.

Marcelo Tannuri

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Exercícios

1. FCC – 2009 – SEFAZ-SP A Indústria Química Bonfante produz anticorrosivos e desinfetantes industriais. Para a fabricação de seus produtos, utiliza alguns componentes químicos importados do exterior. Considerando que no mês de abril de 2009 realizou diversas importações desses insumos, (A) o depositário estabelecido em recinto alfandegado poderá entregar as mercadorias importadas ao importador, à vista da autorização dada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço, circunstância em que o desobriga de qualquer responsabilidade fiscal, mesmo que não lhe seja apresentado o comprovante do pagamento do imposto ou outro documento equivalente. (B) o crédito poderá ser apropriado pela empresa, no mês de abril de 2009, ainda que a entrada efetiva dos insumos no estabelecimento se verifique no mês de maio do mesmo ano. (C) o valor de importação expresso em moeda estrangeira, para a determinação da base de cálculo, será convertido em moeda nacional pela taxa de câmbio do dia do despacho aduaneiro, devendo ser ajustado, se houver variação da taxa de câmbio, até o pagamento do efetivo preço. (D) o fato gerador do imposto ocorre no momento da entrada da mercadoria importada no estabelecimento, mas o seu pagamento deve ser efetuado antes do desembaraço aduaneiro, por expressa disposição da lei. (E) em face do princípio da não-cumulatividade, tratando-se de insumos importados do exterior, não haverá direito ao crédito.

2. FCC – 2009 – SEFAZ-SP Com frequência, estabelecimentos apresentam saldo credor do imposto quando, em sua conta gráfica, o total dos créditos for superior ao total dos débitos, em determinado período de apuração. Em algumas situações, são considerados créditos acumulados gerados; em outras hipóteses, são considerados créditos simples ou saldo credor. Considere que, em todas as seguintes situações hipotéticas, os créditos foram maiores do que os débitos.

I. Indústria de celulose de Suzano-SP vende papel destinado à fabricação de apostilas para concurso a uma editora sediada em Piracicaba-SP.

II. Atacadista de louças e porcelanas de Santos-SP vende azulejos a preços promocionais para empresa de construção civil de Niterói-RJ.

III. Loja de armarinhos de Campinas-SP, em grande liquidação de estoque, vende camisas a 90% do preço de custo.

IV. Mineradora exporta ferro fundido ao exterior.

V. Atacadista do Gasômetro (São Paulo-SP) vende madeiras compensadas para loja de Campo Grande-MS.

É correto afirmar que trata-se de

(A) créditos simples o que se afirma apenas nos itens I, II e III.

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(B) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens I, II, IV e V.

(C) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens I, IV e V.

(D) créditos simples o que se afirma apenas nos itens II, III e V.

(E) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens II, IV e V.

3. FCC – 2009 – SEFAZ-SP O crédito acumulado gerado e devidamente apropriado com prévia autorização da Secretaria da Fazenda poderá ser transferido, nas condições definidas no art. 73 do RICMS. Com base nesse dispositivo, é permitida a transferência de crédito acumulado do estabelecimento detentor ao estabelecimento fornecedor, para pagamento pela aquisição de

(A) automóvel utilizado pela diretoria, mediante transferência de empresa comercial de Jales-SP para concessionária de automóveis de Bauru-SP.

(B) microcomputador utilizado no setor administrativo, mediante transferência de empresa comercial de Mogi das Cruzes-SP para loja de eletrônicos de Poá-SP.

(C) caminhão fabricado em Curitiba-PR, mediante transferência de empresa transportadora de Osasco-SP para concessionária de caminhões de Birigui-SP.

(D) material de uso ou consumo, mediante transferência de estabelecimento industrial de Santos-SP para loja comercial de Guarujá-SP.

(E) energia elétrica utilizada no setor industrial, mediante transferência de estabelecimento industrial de Pindamonhangaba-SP para a companhia distribuidora de energia elétrica de Salto-SP.

4. FCC – 2009 – SEFAZ-SP NÃO está beneficiada pela não-incidência do imposto a seguinte operação: (A) Madeireira vende assoalhos de ipê para uma Trading Company, para fins de exportação ao exterior.

(B) Comercial exportadora vende para outra empresa, do mesmo ramo de atividade, mercadoria adquirida para fins de exportação e depositada em armazém alfandegado paulista, mediante autorização da SEFAZ.

(C) Comercial Catering vende refeições gourmet para aeronave de bandeira estrangeira, aportada no país, com preço expresso em moeda estrangeira e pagamento efetuado em reais, após conversão em moeda nacional pela taxa de câmbio oficial.

(D) Entreposto aduaneiro de Santos remete mercadoria para entreposto aduaneiro do Espírito Santo, para fim específico de exportação, cuja ocorrência foi comunicada ao Posto Fiscal de vinculação do remetente, no prazo de 15 dias.

5. FCC – 2009 – SEFAZ-SP

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A indústria Farrusca, de Cubatão-SP, realiza beneficiamento de resíduos sólidos industriais, cujos produtos resultantes são: 80% tributados pelo ICMS e 20% isentos desse imposto. No dia 12 de junho de 2009, adquiriu uma máquina de grande porte para a fábrica, com ICMS destacado, nos documentos fiscais, no montante de R$ 36.000,00 e de R$ 1.200,00 sobre a mercadoria e o frete, respectivamente. A parcela do crédito a que terá direito, em face da entrada de bens destinados ao ativo permanente da empresa, e que poderá ser apropriada no período, é

(A) R$ 600,00 e R$ 20,00

(B) R$ 750,00 e R$ 25,00

(C) R$ 600,00 e nihil

(D) R$ 750,00 e nihil

(E) R$ 36.000,00 e R$ 1.200,00

6. FCC – 2009 – SEFAZ-SP A empresa Zidefonte, fabricante de máquinas para indústria metalúrgica, vende uma lingoteira para uma siderurgia, por R$ 100.000,00, cobrando, ainda, do cliente, com base em cláusula contratual, os seguintes valores: R$ 30.000,00 a título de serviços de montagem; R$ 10.000,00 de despesas de frete; R$ 12.000,00 de despesas de guindaste; R$ 3.000,00 de escolta e R$ 5.000,00 de seguros. Considerando que o IPI destacado na NF foi de R$ 10.000,00, o valor da base de cálculo é, em R$,

(A) 140.000,00

(B) 145.000,00

(C) 155.000,00

(D) 160.000,00

(E) 170.000,00

7. FCC – 2009 – SEFAZ-SP O local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços é fundamental para a definição do sujeito ativo da obrigação principal, titular da competência para exigir o cumprimento da obrigação tributária, como também para a definição do sujeito passivo responsável pelo seu cumprimento. Com base no art. 11 da Lei Complementar no 87/96, NÃO é

devido ao Estado de São Paulo o imposto decorrente de

(A) importação de mercadoria do exterior, desembaraçada no porto de Vila Velha-ES, e enviada diretamente para estabelecimento comercial localizado em Campinas-SP.

(B) apreensão de mercadoria por AFR, em um plantão rodoviário, na Rodovia Castelo Branco, no município de Cravinhos-SP, a qual se encontrava em situação irregular pela falta de documentação fiscal.

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(C) importação de mercadoria do exterior, apreendida pela Receita Federal no aeroporto de Viracopos, em Campinas-SP, leiloada em Londrina-PR e arrematada por comerciante de Cotia-SP.

(D) aquisição de bens destinados a uso ou consumo do estabelecimento, por contribuinte de Cotia-SP, oriundos de empresa localizada em Betim-MG, relativamente ao diferencial de alíquota.

(E) fornecimento de energia elétrica pela Usina Hidrelétrica de Furnas, estabelecida no rio Corumbá, em Caldas Novas-GO, para adquirente de Serra Negra-SP.

8. FCC – 2009 – SEFAZ-SP Numa fábrica de camisas, localizada no bairro do Brás, em São Paulo-SP, ocorreram os seguintes eventos no mês de junho de 2009:

I. Em 15/06/09, recebeu em devolução, por empresa capixaba, um lote de camisas no valor de R$ 10.000,00. Na saída, o remetente capixaba emitiu Nota Fiscal com o mesmo valor pelo qual havia recebido as mercadorias, porém destacou imposto alterando a alíquota de 7% para 12% pelo fato de estar remetendo as mercadorias para São Paulo.

II. Em 19/06/09, recebeu máquina adquirida para utilizar na produção, com ICMS destacado no valor de R$ 14.400,00.

III. Em 24/06/09, recebeu mesa, cadeiras, estantes, quadros e outros objetos de decoração, tudo destinado à sala de reuniões da diretoria. O ICMS destacado em Nota Fiscal foi de R$ 2.400,00.

Considere que, em junho de 2009, as operações de saídas de mercadorias da empresa foram integralmente tributadas pelo ICMS, e que não há redução da base de cálculo em nenhuma dessas operações.

Em relação aos eventos I, II e III, o valor do crédito fiscal que poderá ser escriturado em junho de 2009 é

(A) R$ 850,00

(B) R$ 1.000,00

(C) R$ 1.300,00

(D) R$ 1.350,00

(E) R$ 1.450,00

9. FCC – 2009 – SEFAZ-SP Considere os seguintes lançamentos a crédito efetuados por contribuintes paranaenses:

I. Crédito levado a efeito por comerciante, em julho de 2009, referente ao ICMS efetivamente pago por meio de guia de recolhimentos especiais, por ocasião do desembaraço aduaneiro de mercadorias importadas ocorrido em 31/07/09, sendo que as mercadorias ingressaram no estabelecimento do comerciante apenas em 03/08/09.

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II. Crédito do ICMS, destacado em Nota Fiscal de aquisição de ferramentas e peças de reposição de veículos de passeio, feito por empresa fabricante de suco de laranja.

III. Crédito do ICMS incidente sobre a energia elétrica consumida na fabricação de pães e doces, efetuado por panificadora.

IV. Crédito do ICMS, na aquisição de óleo diesel para abastecimento de caminhões próprios, utilizados por empresa distribuidora de refrigerantes, na entrega das mercadorias cujo ICMS fora retido antecipadamente por substituição tributária.

Com base na atual legislação do ICMS, estão corretos os lançamentos

(A) I, II, III e IV.

(B) I e III, apenas.

(C) I, III e IV, apenas.

(D) II e IV, apenas.

(E) III e IV, apenas.

10. FCC – 2009 – SEFAZ-SP O diferimento do ICMS é

(A) uma espécie de suspensão do pagamento do imposto. Nele, ocorre a postergação do momento do lançamento do ICMS, mas não se altera a pessoa responsável pelo seu pagamento. Não se trata de benefício fiscal, portanto prescinde de autorização por convênio do CONFAZ.

(B) uma medida adotada pelo fisco para facilitar o controle da arrecadação e fiscalização do pagamento do imposto. Nele, ocorre a isenção do imposto em determinadas etapas iniciais da circulação da mercadoria, postergando a incidência do ICMS. Portanto, faz-se necessária autorização mediante convênio do CONFAZ.

(C) a transferência da responsabilidade tributária do ICMS para um contribuinte que participe de uma etapa subsequente da circulação da mercadoria. Não caracteriza benefício fiscal, não necessitando, portanto, de convênio do CONFAZ para sua instituição.

(D) um benefício fiscal que necessita de autorização, mediante convênio do CONFAZ, para sua legitimação. No diferimento, ocorre uma postergação do momento do pagamento do ICMS, transferindo-se a responsabilidade para um substituto tributário.

(E) usado pelos Estados para facilitar o controle e a arrecadação do ICMS. Nele, o momento do lançamento do imposto é postergado, mas não é alterada a responsabilidade pelo pagamento. Trata-se de benefício fiscal que depende de autorização mediante convênio do CONFAZ.

11. FCC – 2009 – SEFAZ-SP

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A empresa paranaense Y realizou as seguintes operações sujeitas à tributação do ICMS:

− Comprou da empresa paranaense A mercadorias no valor de R$ 2.000,00, em operação tributada, e as revendeu por R$ 4.000,00 para consumidor final paulista.

− Comprou do produtor paranaense B mercadorias no valor de R$ 4.000,00, em operação diferida, e as revendeu por R$ 8.000,00 para consumidor final mineiro, não-contribuinte do ICMS.

− Comprou do produtor paranaense C mercadorias no valor de R$ 4.000,00, em operação diferida, as quais se perderam em virtude de uma enchente.

Considerando as operações acima, e uma alíquota uniforme de 18%, o débito total do ICMS a ser lançado pela empresa paulista Y no livro próprio é

(A) R$ 2.880,00

(B) R$ 3.240,00

(C) R$ 2.400,00

(D) R$ 2.160,00

(E) R$ 2.520,00

12. FCC – 2009 – SEFAZ-SP Conforme os ditames da legislação paranaense do ICMS, bem como da Lei Complementar no 116/03, considere as situações descritas a seguir.

I. João, residente em Londrina, proprietário de um veículo de luxo, leva seu carro a uma empresa paulista de blindagem automotiva, que lhe cobra R$ 100.000,00, dos quais 80% se referem a partes e peças aplicadas na blindagem.

II. Uma seguradora paulista adquire, diretamente do fabricante localizado em Paranaguá, aparelho de ar condicionado de sua linha comercial de produção. O fabricante lhe cobra R$ 4.500,00 pelo aparelho, além de R$ 500,00 pela instalação.

III. Antes de viajar para lua de mel, um casal pretende se hospedar no Hotel Constelação, localizado em Curitiba, e observa na tabela de diárias os seguintes preços para a suíte real: R$ 300,00 a diária simples e R$ 500,00 a diária completa. O casal opta por duas diárias completas, que incluem café, almoço e jantar.

Considerando a alíquota uniforme de 18%, os montantes de ICMS devidos ao Estado do Paraná, nas situações I, II e III, são, respectivamente,

(A) R$ 14.400,00; R$ 0 e R$ 72,00

(B) R$ 14.400,00; R$ 810,00 e R$ 72,00

(C) R$ 14.400,00; R$ 900,00 e R$ 0

(D) R$ 18.000,00; R$ 810,00 e R$ 72,00

(E) R$ 18.000,00; R$ 900,00 e R$ 0

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13. CESPE - UnB – 2006 – SEFAZ-AC (Adaptada) Assinale a opção que apresenta uma situação sobre a qual não incide imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS).

A) Operação de arrendamento mercantil.

B) Serviço de transporte de carga para dentro do estado, cuja prestação se tenha iniciado no exterior.

C) Entrada no território do estado de mercadoria sujeita ao regime de pagamento antecipado do imposto, proveniente de outra unidade federada.

D) Entrada no território do estado de mercadoria a ser comercializada sem destinatário certo, proveniente de outra unidade federada.

14. CESPE - UnB – 2006 – SEFAZ-AC (Adaptada)

Com relação às operações de circulação de mercadorias, incide o ICMS sobre A) operação que destine lubrificantes a outra unidade federada, para industrialização. B) operação com ouro, quando definido em lei como instrumento cambial. C) operação com periódicos e livros. D) operação de fornecimento de alimentação e bebidas em qualquer estabelecimento, incluídos os serviços prestados.

15. CESPE - UnB – 2006 – SEFAZ-AC (Adaptada) Na hipótese de o chefe do Poder Executivo do estado do Acre editar um decreto que estabeleça uma isenção do ICMS não prevista em qualquer convênio celebrado entre as unidades da Federação, surgirão automáticas conseqüências jurídicas. Essas conseqüências não incluem a A) anulabilidade do decreto. B) ineficácia do crédito fiscal atribuído ao estabelecimento recebedor da mercadoria e beneficiado com o decreto. C) exigibilidade de eventual imposto não pago em razão do decreto. D) exigibilidade de eventual imposto devolvido em razão do decreto

16. CESPE - UnB – 2006 – SEFAZ-AC (Adaptada) Relativamente às alíquotas aplicáveis ao ICMS, assinale a opção incorreta. A) A alíquota interna deve ser aplicada quando da entrada de mercadoria importada e apreendida. B) Aplica-se a alíquota interestadual nas operações de prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outra unidade da Federação quando o destinatário for contribuinte do imposto.

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C) A alíquota interna é aplicada nas operações de prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outra unidade da Federação quando o destinatário não for contribuinte do imposto. D) Aplica-se a alíquota interestadual na arrematação de mercadorias e bens apreendidos. 17. CESPE - UnB – 2006 – SEFAZ-AC (Adaptada) A base de cálculo do ICMS assume diferentes contornos, de acordo com a operação tributável. Quando a operação consistir na importação de mercadorias, a base de cálculo vai além do valor dessas mercadorias, pois acrescentam-se outros componentes em sua formação. Nesse sentido, os componentes acrescidos à base de cálculo no caso de importação de mercadorias não incluem o valor pago ou devido a título de A) imposto de importação. B) serviços de despachante aduaneiro. C) imposto sobre produtos industrializados. D) imposto sobre operações de câmbio. 18. CESPE - UnB – 2006 – SEFAZ-AC (Adaptada) Para efeitos da legislação tributária sobre o ICMS, a definição do estabelecimento é matéria essencial, pois nele ocorre o fato gerador, ainda que presumido, da obrigação tributária. Relativamente às normas sobre a definição de estabelecimento para efeitos de ICMS, assinale a opção que apresenta afirmativa que não tem amparo na legislação. A) O conceito de estabelecimento pode referir-se a local privado ou público, edificado ou não, próprio ou de terceiro. B) O conceito de estabelecimento limita-se aos locais em que as pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas atividades em caráter permanente. C) Na impossibilidade de determinação do estabelecimento, considera-se como tal o local em que tenha sido encontrada a mercadoria. D) O conceito de estabelecimento autônomo compreende o veículo empregado no comércio ambulante. 19. Questão criada para o presente curso Assinale a alternativa incorreta: (A) O ICMS não incide sobre a prestação de serviços internacionais de transporte. (B) O ICMS incide sobre as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores (C) O ICMS incide sobre o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares. (D) Energia elétrica é pacificamente entendida como mercadoria para fins de ICMS. (E) Constitui fato gerador do ICMS o deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.

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20. Questão criada para o presente curso Assinale a alternativa incorreta: (A) Em relação às operações de importação, o Fato Gerador ocorre no momento do desembaraço aduaneiro. (B) Na hipótese de entrega de mercadoria ou bem importados do exterior antes do desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o fato gerador na entrada no estabelecimento. (C) O ICMS incide sobre todos outros impostos e custos relativos à importação. (D) O ICMS incide na importação de serviços de comunicação, mas não incide na importação de serviços de transporte. 21. Questão criada para o presente curso O Armazém Geral não é responsável, em relação à mercadoria: (A) pela saída real ou simbólica de mercadoria depositada neste Estado por contribuinte de outra unidade federada; (B) pela manutenção em depósito de mercadoria com documentação fiscal irregular ou inidônea; (C) pela manutenção em depósito de mercadoria desacompanhada de documentação fiscal; (D) pelas operações ocorridas, dentro do seu ambiente, sempre que o contribuinte for do próprio Estado. 22. Questão criada para o presente curso Não é solidariamente responsável pelo pagamento do imposto: (A) o despachante que tenha promovido o despacho ou redespacho de mercadorias sem a documentação fiscal exigível. (B) o entreposto aduaneiro ou industrial que promovam, sem a documentação fiscal exigível reintrodução de mercadoria. (C) o contribuinte substituído, quandoo imposto não tenha sido retido, no todo ou em parte, pelo substituto tributário. (D) o contribuinte substituído, ocorrido infração à legislação tributária para a qual o contribuinte substituído não tenha concorrido. 23. Questão criada para o presente curso Assinale a alternativa incorreta: (A) Serviços de comunicação interestadual, quando não medidos, cabem em partes iguais aos Estado de origem e de destino. (B) Não incide ICMS sobre a TV aberta. (C) A venda de cartões telefônicos configura o Fato Gerador do ISS. (D) Todas os preços acessórios aos serviços de comunicação devem ser incluídos na base de cálculo. (E) O imposto incide no momento da compra de créditos para celulares pré-pagos.

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GABARITO

1 B RICMS – art. 5º e LC 87/96 art. 12

Observe que o fato gerador ocorre no momento do desembaraço aduaneiro.

2 C

A questão não faz tanto sentido para o Estado do Paraná. Alguns Estados dividem o crédito em simples ou acumulado. O crédito acumulado é aquele que se forma por causa de alguma regra legal (exportação, venda de papel para impressão de jornais ou periódicos, venda interestadual, etc). Os créditos simples são aqueles que se formam por algum fato que seja inerente ao próprio contribuinte, como uma queima de estoque.

Não é impossível que a sua banca peça esse tema, pois ele faz parte de discussões doutrinárias acirradas.

3 D RICMS – 41 e 42.

4 C RICMS 62.

O fornecimento de alimentação para aeronaves estrangeiras é operação equiparada à exportação.

5 A

36.000/48 = 750

1.200/48 = 25

Observe que o crédito deverá ser proporcional ao valor das operações de saída tributadas em relação ao valor total das saídas. Assim, as saídas não tributadas, exceto exportação, excluem o valor do crédito no período.

Assim:

750 . 0,80 = 600

25 . 0,80 = 20

6 E Observe que para a empresa que compra, a lingoteira não é uma mercadoria pois ingressará no ativo permanente.

Assim, todos os custos passam a integrar a BC do ICMS

7 C

A questão não precisa de adaptação.Na sua prova, entretanto, a banca deverá referir-se ao Paraná como Estado principal.

Ver LC 87/96, art. 11, I, f.

Em se tratando de leilões, o ICMS é devido ao Estado onde tiver ocorrido o leilão.

8 B

I. Crédito de 700 reais (7%) – o destaque de 12 % está errado por se tratar de uma devolução.

II. Crédito de 300 reais – 1/48 do crédito total por tratar-se de inserção de mercadoria no ativo fixo.

III. Mesas para a diretoria não correspondem à atividade fim da empresa. Não há crédito de ICMS.

Total = 1.000 reais.

9 C

I. Correto – o FG ocorre no momento do desembaraço.

II. Errado – A atividade-fim é a produção de suco de laranja. Peças de reposição de automóveis não devem gerar crédito do imposto.

III. Correto – A energia elétrica utilizada na atividade-fim gera crédito do

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ICMS.

IV. Correto – Combustível gera crédito para empresa de transporte.

10 C

Diferimento não é benefício fiscal, pois não desonera o produto. Por não ser benefício fiscal, não exige convênio entre os Estados.

No diferimento, a responsabilidade é transferida para outro contribuinte que esteja a frente na linha de produção.

11 A

Você caiu nessa? Eu também caí quando resolvi pela primeira vez.

A questão não pergunta o resultado da escrituração do ICMS. Apenas pergunta a soma dos débitos.

1ª operação: crédito = 360, débito = 720.

2ª operação: crédito = nihil, débito = 1440.

3ª operação: crédito = nihil, débito = 720.

Total dos débitos = 2.880

(observação: a enchente provoca o estorno dos créditos relativos às mercadorias perdidas)

12 C

I. 80.000 de partes � ICMS = 0,18 . 80.000 = 14.4000

II. 5.000 . 0,18 = 900 (a instalação foi feita pelo próprio vendedor)

III. nada. A hospedagem engloba a alimentação inclusa na diária. Incide o ISS sobre o total pago.

13 A

Sob protesto!

De fato, a operação de arrendamento mercantil é hipótese de não incidência do ICMS.

Já vimos, entretanto, que a prestação de serviços de transportes internacionais estão fora da incidência do ICMS.

Se uma questão desse tipo vier em sua prova, você deverá perceber que a alternativa A é mais incorreta que a alternativa B (ou melhor, é mais clara a não incidência nessa situação que na prestação de transporte internacional). Por isso, é melhor assinalar a alternativa A.

14 D Já vimos que o fornecimento de refeições está na base de cálculo do ICMS.

15 A

O decreto será nulo de plano. Por isso, não será anulável.

Todas as outras consequencias serão esperadas dessa situação.

O oferecimento de qualquer benefício fiscal depende de convênio entre as unidades da federação.

16 D Na arrematação, a alíquota aplicável deve ser a interna.

17 B Na importação, o ICMS incide sobre todos os outros impostos que possam incidir. Não incide,porém, sobre as despesas aduaneiras.

18 B

Estabelecimento é o local, privado ou público, edificado ou não, próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas atividades em caráter temporário ou permanente, bem como onde se encontrem armazenadas mercadorias.

19 E A mera transferência de mercadoria entre estabelecimentos do mesmo

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contribuinte não configura a circulação tributada pelo ICMS.

20 C O ICMS incide sobre todos os outros impostos que incidem na importação. Mas não incide sobre os custos aduaneiros.

21 D A única hipótese que não responsabiliza o armazém geral é o depósito de mercadorias por contribuinte do próprio Estado.

22 D O contribuinte substituído apenas será responsável solidário quando tiver concorrido para a ocorrência de infração à legislação tributária.

23 C