atps- psicologia social

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Serviço Social

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1INTRODUOOpresentetrabalhofazconsideraesacercadeumbreveestudo, ondeprocuramosmostrar a verdadeira humilhao social, a desigualdade e a invisibilidade social na formaoda sociedade brasileira que traam homens invisveis a margem de uma discriminao semfundamentos, ao trabalho que honesto e digno como qualquer um que contribua de algumaforma para o desenvolvimento da sociedade como um todo. HUMILHAO SOCIAL UM PROBLEMA POLTICO EM PSICOLOGIAAhumilhao social conhece emseu mecanismo, determinaes econmicas einconscientes. !everemos prop"la como uma modalidade de ang#stia disparada pelo enigmaeimpactotraum$ticodadesigualdadedeclassesparaassimcaracteriza"lorecorremos $investigao %ar&ista e a psican$lise. As campanhas de %ar& e de 'reud( nem realidade nemequival)ncia.Omecansmiconohomem, queem%ar&vemcomamercantilizaodasrelaessociaiseem'reud com aformaodaspressesinconscientes,no homemno um fatonatural, mas hist*rico e intersub+etivo. ,omo tal, trata"se de um fenmeno ao mesmo tempopsicol*gicoepoltico.Ohumilhadoatravessaumasituaodeimpedimentoparaasuahumanidade, uma situao reconhecvel nele mesmo, em seu corpo, gestos, imaginao, voz,em seu trabalho e em seu bairro.As pessoas menos favorecidas lamentavelmente carregamo signo da e&cluso,ambientes que poderiam parecer atrativos, no so frequentados pelos pobres, em virtude dam$ distribuio de rendas, o que caracteriza o privatismo capitalista e consequentemente umahumilhao social pelo fato de +$ estar incumbido na mente dos menos favorecidossocialmente. .A humilhao social um fato psicossocial que reconduz sempre o homem aoutrohomem, acondiodeservidohumana.A reificaoagecomoumbloqueadordeapar)ncias, a pessoa por estar em classe inferior acha que no deve frequentar lugares maisrequintados ou finos, as vezes at est$ com dinheiro mas se priva de ir por pensar de formae&cluda e que pode ser humilhada ou discriminada. O seu poder de apario que os mar&istaschamam de concreto e viver concretamente viver num mundo de aparies das coisas dosoutros eden*s mesmos. -iver demaneiraabstrataviver nummundodeapar)ncias,bloqueadas, semapario. Aconcreodeummundoedos outros, encontracondies2materiais apenas numa comunidade de homens livres, iguais e singulares. .ssa humilhaosocial desencadeia a partir dessas desigualdades entre classes, onde os pobres sofrem maustratos psicol*gicos, emvirtude de seremconsiderados inferiores.Osentimento de nopossurem direitos,de pareceremdesprezveis,tornam"secompulsivos,movem"se e falam,quando falam, como seres que ningum v).A igualdade entre classes o que dese+a todo discriminado e todos aqueles que dese+amuma sociedade mais humana. /nfelizmente a desapario do homem dentro de um uniformesem muito valor social real. A humanidade desaparece porque o homem foi reificado por elemesmo, o que vale o que representado materialmente. 0e algum tem um cargo inferiorser$ tratado inferiormente. 0e algum possui maior poder aquisitivo, mesmo que no tenhavalores morais como dignidade e respeito ainda assim esse ser$ valorizado. A humilhaosocial resume"senasatisfaodealgunsbaseadosnainsatisfaodeoutros. 1o nos basta mais ter algo, nos sentimos melhor quando temos algo que o outro nopossa ter, infelizmente esse o pensamento da maioria daqueles vivem no topo da pir2midesocial. .ssa semana no trabalho eu pude ver um e&emplo claro a esse respeito, quando umsuperior hier$rquicodeumgraubastanteelevadonainstituioemquetrabalho3aluno(O!.%/45 fazia o seguinte coment$rioa respeitoda nova lei das empregadas domsticas(6-oudemitirminhaempregada, poiselaest$seachandodemais, daqui aalgunsdiaselaestar$ vindotrabalhar de carro, e almoandonomesmorestaurante queeu, isso umabsurdo78 essas foram suas palavras, o mesmo estava inconformado e se indagando comouma classe de empregadas domsticas conseguiram esses direitos, ha+a vista que as mesmasnoestudaram enotinham nenhum grau deculturae escolaridade.9udo isso em plenosculo ::/.A DESIGUALDADE E A INVISIBILIDADE SOCIAL NA FORMAODA SOCIEDADE BRASILEIRAO artigo 6A desigualdade e a invisibilidade social na formao da sociedade ;rasileira8,escritopor Avada0ilva,arvalho,arneiroanalisaotemadadesigualdadesocial, e, porconseguinte da invisibilidade, na sociedade ;rasileira, amparada pela pesquisa do soci*logoniversidade de 0o ?aulo e as empregadasdomsticas, as pessoas carentes em todo ;rasil, sem qualificao profissional e intelectual sotratadas de forma preconceituosa, humilhadas, enfatizando a e&ist)ncia da desigualdadesocial, constitudaaolongodaformaodasociedadebrasileira, otraopermanentenocotidiano do seu povo.A invisibilidade p#blica desponta como um fenmeno psicossocial,definido como o desaparecimento de um homem entre outros homens. A invisibilidade seria oresultado do processo de humilhao social, construdo durante sculos e sempredeterminantesnocotidianodosindivduosdasclassespobres.@embremo"nosoquefezoancora do 0? passavam por ele e noo reconheciam por causa do uniforme. Os vezes, esbarravam em seu ombro e, sem ao menospedir desculpas o seguiam ignorando, como estivessem se encostado a um poste, ou em umorelho. 1oprimeirodiadetrabalhoparouprocaf. .lescolocaramumagarrafatrmicasobre uma plataforma de concreto. 0* que no tinha caneca. Gavia um clima estranho no ar,eu era um su+eito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavamcomigo, algunsseapro&imavamparaensinaroservio. >mdelesfoi atolatodeli&opegouduaslatinhasderefrigerantecortouaslatinhaspelametadeeserviuocafali, nalatinha su+a e grudenta. .comoeles estavamnumgrupogrande, esperouque eles seservissem primeiro. .u nunca tinha apreciado o sabor do caf, mas, intuitivamente, sentiu quedeveriatom$"lo, eclaro, nolivredesensaesruins.Afinal, ocaratirouaslatinhasderefrigerante de dentro de uma li&eira, que tem su+eira, tem formiga, tem barata, tem de tudo.1omomentoemqueelesepreparouparatomarnacanecaimprovisada, parecequetodomundo parou para assistir K cena, como se perguntasse( J. a, o +ovem rico vai se su+eitar abeber nessacanecaHJ .elebebeu. /mediatamenteaansiedadeparecequeevaporou. .lespassaram a conversar com ele, a contar piada, brincar. O que voc) sentiu na pele, trabalhandocomo gariH N>ma vez, um dos garis o convidou pra almoar na bande+o central, ai ele entrouno/nstitutode?sicologiaparapegar dinheiro, passoupeloandar trreo, subiuaescada,passoupelosegundo andar,pelabiblioteca,desceu a escada,passou em frente ao centroacad)mico,passou em frente a lanchonete,tinha muita gente conhecida..le fez todo essetra+eto e ningum em absoluto o viu. .le teve uma sensao muito ruim seu corpo tremiacomo se ele no o dominasse, uma ang#stia, como se ele tivesse sido sugado. 'ui almoar,nosentiuogostodacomidaevoltouparaotrabalhoatordoado.N.depoisdeumm)strabalhandocomogariH/ssomudouHN'oi sehabituandoaisso, assimcomoeles vosehabituandotambmasituaes poucosaud$veis. .nto, quandoeleviaumprofessor seapro&imando"professormeu"atparavadevarrer,porqueeleiapassarpormim, podiatrocar uma ideia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma $rvore,um orelho.N. quando voc) volta para casa, para seu mundo realH N.u choro. F muito triste,6porque, a partir do instante em que voc) est$ inserido nessa condio psicossocial, no seesquece +amais. .ssa e&peri)ncia o dei&ou curado da doena burguesa. ?ois aqueles homensho+eeramseusamigos, conheceuafamliadeles, frequentouacasadelesnasperiferias.%udou. 1unca dei&ou de cumprimentar um trabalhador, faz questo de o trabalhador saberque ele sabe que ele e&iste. 6.les so tratados pior do que um animal domstico, que sempre chamadopelonome, sotratados comose fossemuma ,O/0A8, ouse+a, sohomensinvisveis..&istem muitos outros casos em que o trabalhador humilhado socialmente ondeconsiderado invisvel pela sociedade,citamos comoe&emplosasempregadasdomsticasque sofrem todo tipo de humilhaes. ?ara melhor entendermos, descobrimos que uma dasvertentes da origem do trabalho domstico est$ ligada K escravido o que contribuiu para adepreciao hist*rica dessa prestao de servios, averdade que os empregadosdomsticos, no ;rasil, almde herdaremo an$tema da escravido, emsua maioria,compem"sedemulheres, oqueinevitavelmentecontribui paraoseuesquecimento.Adin2micas*cio"hist*ricadasociedadebrasileiravital paraacompreensodotrabalhodomstico atual, visto que este uma das pro+ees grosseiramente falando do escravismona atualidade. Algumas leis foram criadas para proteger o trabalhador domstico tais como(,@9 PeditadaemIQ demaiodeIDMRPe&pressamentee&clui osempregadosdomsticos do2mbito de sua aplicao 3artigo SQ, NaN5. A @ei nQ T.UTD, de II de dezembro de IDSB, dispesobre a profisso de empregado domstico, conferindo"lhe direito a frias e aos benefcios eservios previstos na @ei Org2nica da ?revid)ncia 0ocial, na qualidade de seguradoobrigat*rio. A ,onstituio 'ederal de IDUU, no V #nico do artigo SQ, estendeu K categoriados domsticos direitos previstos naquele dispositivo para os trabalhadores urbanos, rurais eavulsos 3incisos /-, -/, -///, :-, :-//, :-///, :/:, ::/ e ::/-5. A @ei nW IC.BCU, de BRde maro de BCCI, acrescentou dispositivos K @ei nW T.UTD, de II de dezembro de IDSB, parafacultaroacessodoempregadodomsticoao'undodeXarantiado9empode0ervio3'X905 eaoseguro"desemprego.A@ei nQ II.RBM, deIDde+ulhodeBCCY, alterandodispositivosdas@eisnQ D.BTCZDT, U.BIBZDI, U.BIRZDIeT.UTDZSB, bemcomorevogandodispositivo da @ei nQYCTZMD, contemplou os obreiros domsticos com direitos de naturezaprevidenci$ria e trabalhista. A mais recente .ntrou em vigor, este m)s, o ?ro+eto de .menda,onstitucional MSUZBCIC, que alterou o artigo SQ da ,onstituio da 4ep#blica, assegurando7novos direitos aos empregados domsticos Ponde seinclui caseiro, bab$, empregadadomstica, motorista, e outros. O pro+eto garante benefcios como horas e&tras3considerando+ornadapadrodeUhoras di$rias eMMhoras semanais5, adicional pelotrabalho noturno 3realizado entre BBh e Th5, sal$rio"famlia, au&lio creche e pr"escola parafilhos e dependentes at T anos de idade, 'undo de Xarantia por 9empo de 0ervio, multa deMC[ em caso de resciso, seguro"desemprego, seguro por acidente de trabalho e adicionalde periculosidade ou insalubridadeENTREVISTAS?rocuramos entrevistar duas profissionais domsticas, a0ra.%arleneAntonia de@ima, MT anos e