atípico cisto ósseo simples em criança de 7 anos · pdf...

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Universidade do Sagrado Coração Rua Irmã Arminda, 10-50, Jardim Brasil – CEP: 17011-060 – Bauru-SP – Telefone: +55(14) 2107-7000 www.usc.br 61 ATÍPICO CISTO ÓSSEO SIMPLES EM CRIANÇA DE 7 ANOS Heitor Albergoni da Silveira 1 ; Marcos Martins Curi 2 ; Rafael Zetehaku Araujo 2 ; Raniel Ramon Neves 1 ; Carlos César de Antoni 2 ; Cláudia Curra 2 ; Andréia Aparecida da Silva 2 ; Camila Lopes Cardoso 2 1 Aluno de Graduação do Curso de Odontologia da Universidade do Sagrado Coração, Bauru, São Paulo. - [email protected] 2 Professor Doutor do Curso de Odontologia da Universidade do Sagrado Coração, Bauru, São Paulo. O cisto ósseo simples (COS), também referido como cisto ósseo traumático, solitário ou cavidade óssea idiopática, é um pseudocisto intraósseo, sem revestimento epitelial, contendo fluido seroso, sanguíneo ou ausente. O COS é mais observado na segunda década de vida, sendo a mandíbula mais afetada. Radiograficamente, se apresenta radiolúcido, uni ou multilocular, sem expansão de corticais, com margens festonando as raízes dentárias da região afetada. Clinicamente é assintomático e o diagnóstico final se dá durante a exploração cirúrgica. A literatura é controversa a respeito de como conduzir essa entidade, se através de acompanhamento ou exploração cirúrgica. O objetivo do presente caso é ilustrar um atípico caso de COS, pela sua grande extensão e moderada expansão óssea. Paciente do sexo feminino, 10 anos de idade, apresentava área radiolúcida multilocular na região anterior e corpo de mandíbula esquerda, assintomática, descoberta em exame radiográfico panorâmico. Tomografia computadorizada de feixe cônico demonstrou extensa área hipodensa na região afetada. As reconstruções axiais revelaram expansão moderada das corticais. As principais hipóteses de diagnóstico foram tumor odontogênico queratocístico e COS. Diante da exuberância da alteração e ansiedade dos pais, foi planejado uma exploração cirúrgica da área alterada para estabelecer o diagnóstico. Durante o trans-operatório foi constatada uma cavidade vazia confirmando ser COS. Após 3 anos da exploração, a região afetada se encontra completamente reparada, corroborando com a literatura a respeito do seu tratamento. Como conclusão, o presente caso ilustra a exuberância de um COS e discute sobre a decisão clínica de explorar cirurgicamente ou proservar essa entidade clínica. Palavras-chave: Cisto ósseo simples. Cisto ósseo solitário. Cisto ósseo traumático.

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Page 1: ATÍPICO CISTO ÓSSEO SIMPLES EM CRIANÇA DE 7 ANOS · PDF file · 2017-04-28Microsoft Word - 061-Heitor Albergoni Silveira.docx Created Date: 20170425183002Z

Universidade do Sagrado Coração Rua Irmã Arminda, 10-50, Jardim Brasil – CEP: 17011-060 – Bauru-SP – Telefone: +55(14) 2107-7000

www.usc.br 61

ATÍPICO CISTO ÓSSEO SIMPLES EM CRIANÇA DE 7 ANOS Heitor Albergoni da Silveira1; Marcos Martins Curi2; Rafael Zetehaku Araujo2; Raniel Ramon Neves1; Carlos César de Antoni2; Cláudia Curra2; Andréia Aparecida da Silva2; Camila Lopes Cardoso2

1Aluno de Graduação do Curso de Odontologia da Universidade do Sagrado Coração, Bauru, São Paulo. - [email protected] 2Professor Doutor do Curso de Odontologia da Universidade do Sagrado Coração, Bauru, São Paulo. O cisto ósseo simples (COS), também referido como cisto ósseo traumático, solitário ou cavidade óssea idiopática, é um pseudocisto intraósseo, sem revestimento epitelial, contendo fluido seroso, sanguíneo ou ausente. O COS é mais observado na segunda década de vida, sendo a mandíbula mais afetada. Radiograficamente, se apresenta radiolúcido, uni ou multilocular, sem expansão de corticais, com margens festonando as raízes dentárias da região afetada. Clinicamente é assintomático e o diagnóstico final se dá durante a exploração cirúrgica. A literatura é controversa a respeito de como conduzir essa entidade, se através de acompanhamento ou exploração cirúrgica. O objetivo do presente caso é ilustrar um atípico caso de COS, pela sua grande extensão e moderada expansão óssea. Paciente do sexo feminino, 10 anos de idade, apresentava área radiolúcida multilocular na região anterior e corpo de mandíbula esquerda, assintomática, descoberta em exame radiográfico panorâmico. Tomografia computadorizada de feixe cônico demonstrou extensa área hipodensa na região afetada. As reconstruções axiais revelaram expansão moderada das corticais. As principais hipóteses de diagnóstico foram tumor odontogênico queratocístico e COS. Diante da exuberância da alteração e ansiedade dos pais, foi planejado uma exploração cirúrgica da área alterada para estabelecer o diagnóstico. Durante o trans-operatório foi constatada uma cavidade vazia confirmando ser COS. Após 3 anos da exploração, a região afetada se encontra completamente reparada, corroborando com a literatura a respeito do seu tratamento. Como conclusão, o presente caso ilustra a exuberância de um COS e discute sobre a decisão clínica de explorar cirurgicamente ou proservar essa entidade clínica. Palavras-chave: Cisto ósseo simples. Cisto ósseo solitário. Cisto ósseo traumático.