Atlas de Nova LimaTexto Base

MP Comunicação – Novembro 2005

Sumário

História.............................................................................................................02A mina de Morro Velho...................................................................................06 As talhas da Jaguará.........................................................................................12População negra...............................................................................................13Imigrantes.........................................................................................................15Casa Aristides...................................................................................................19Sindicato dos Mineiros.....................................................................................21Silicose.............................................................................................................25Honório Bicalho...............................................................................................26São Sebastião das Águas Claras.......................................................................28Santa Rita.........................................................................................................29O bondinho de Raposos...................................................................................30Dados gerais e demográficos...........................................................................31Ouro.................................................................................................................38Minério de Ferro..............................................................................................40Meio Ambiente.................................................................................................45Glossário ambiental..........................................................................................56Condomínios....................................................................................................58Poder executivo................................................................................................63Programa Saúde da Família.............................................................................79Programa de Renda Mínima.............................................................................81Sistema Único de Assistência Social...............................................................83Atrativos turísticos...........................................................................................84Projeto Nossas Trilhas.....................................................................................92Culinária..........................................................................................................................93Villa Nova........................................................................................................................94Poder legislativo..............................................................................................................96

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Poder judiciário...............................................................................................................97Personagens...................................................................................................................100Anexos............................................................................................................................105Outros.............................................................................................................................118

Segundo a história mais conhecida, o povoamento da região iniciou-se por volta do ano de 1700, quando o bandeirante paulista Domingos Rodrigues da Fonseca Leme, integrante das primeiras expedições que vieram a Minas, descobre dois córregos auríferos, aí permanecendo por pouco tempo. Outros mineradores entretanto resolvem fixar-se na área que, em 1.720, já possui algumas casas de pedra (fogos) e considerável número de habitantes (almas). O arraial cresce garimpando ouro com uma população flutuante composta de faiscadores, libertos, escravos e aventureiros.

Porém segundo alguns historiadores o descobrimento das primeiras minas pode ter acontecido de maneira diferente. A tese que estes historiadores defendem, inclusive Bráulio Carsalade, autor de Formação Histórica de Nova Lima, é que Borba Gato pode ter sido o primeiro a descobrir ouro em Nova Lima. A história é a seguinte:

Borba Gato foi nomeado guarda-mor da região, encarregado pelo governador da província de São Paulo a Minas de distribuir as lavras de ouro em nome do coroa portuguesa. A coroa por sua vez, por volta de 1680, nomeou um “castelhano” Dom Rodrigo Del Castelo Blanco, especialista em pedras e diamante, e este se sobrepôs em autoridade a Borba Gato. Sabendo que Borba Gato estava residindo na região de Caeté, em Roça Grande, o castelhano veio para as Minas tentando encontrar a bandeira de Fernão Dias (cunhado de Borba Gato). Não o encontrando Fernão Dias recorreu a Borba Gato para se abastecer visando a viagem de retorno a São Paulo. No encontro houve um desentendimento entre os dois e o castelhano foi morto por Borba Gato que se refugiou por um período de dezoito anos. Foi nesta época que, segundo os historiadores, Borba Gato certamente percorreu o hoje território de Nova Lima

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e descobriu ouro Mais tarde Borba Gato obteve o perdão da coroa em troca de certa quantia em ouro e principalmente da entrega da localização de algumas minas. A localização correta destas minas nunca foram esclarecidas. O sistema para encontrar ouro nesta época era subir os rios, localizar os afluentes, subir pelos afluentes e pelos afluentes dos afluentes. Lavrando o ouro no cascalho, o ouro de aluvião, nos barrancos e no leito dos córregos. Acredita-se que Borba Gato possa ter penetrado pelo Rio das Velhas, chegando ao Ribeirão do Campo o que para alguns historiadores era a denominação da época da junção do ribeirão dos Cristais com o ribeirão do Cardoso no local próximo onde hoje está situado o Estádio do Villa Nova. O que se sabe é que o primeiro núcleo do povoamento que deu origem a Nova Lima aconteceu naquela região.

Foram construídas algumas casas (conhecidas na época como fogos) de pedra que atraía mais pessoas (almas) Aos poucos se formava a pequena comunidade de mineradores e exploradores. Os fogos cresceram junto das catas. Ainda hoje a denominação dessas catas prevalece: Bela Fama, Cachaça, Vieira, Urubu, Gaia, Gabriela, Faria Garcês, Batista e Morro Velho.

No começo era só um acampamento de faiscadores de arribação que tinham como referência o núcleo mais importante, o arraial de Raposos. O território de Congonhas, além do arbusto que lhe deu o nome, era coberto por espessas matas onde imperava a disputa aguerrida nos córregos, nas minas, pelas melhores catas. Logo se torna um núcleo populoso com elementos os mais heterogêneos e propício a freqüentes perturbações. Essa situação se evidenciava na promiscuidade sexual, intemperança e no álcool, elementos que explodiam no contexto de busca da riqueza.

Congonhas das Minas de Ouro já era importante arraial de um núcleo aurífero e desde o início do século XVIII a povoação cresceu. O arraial foi elevado a condição de freguesia por ato episcopal de 1748. As descobertas de ouro se sucediam o que impulsionava o comercio que era impulsionado pela grande concorrência de viajantes e tropas. Em 1780 o número de casas do arraial já era insuficiente para abrigar a população, ao ponto de que a Câmara da Villa Real de Sabará entender ser conveniente, entre outras medidas, policiar as estalagens de modo a zelar pelo bem estar dos viajantes. A Lei Provincial no 50 de 8 de abril de 1836 criou o Distrito, subordinado ao município de Sabará, com a denominação alterada para Congonhas de Sabará.

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Congonhas de Sabará teve mais sorte que outros povoados da região central de Minas Gerais e excetuando curtos períodos sempre manteve prosperidade crescente. Em fins do século XVII teve seu território conquistado a partir da margem esquerda do Rio das Velhas. Os pioneiros subiram pelos córregos e ribeirões, atraídos pela riqueza de suas areias e tabuleiros auríferos.Cerca de 130 anos depois das desordenadas explorações e dos processos rudimentaresda mineração colonial, sucedeu um sistema exemplar, posto em prática com os mais variados recursos da mecânica e da mineralogia, e sobre um inesgotável veio de ouro.

Em 1890, sete anos antes da inauguração de Belo Horizonte, o Curral del Rei era um distrito de Sabará e um grande produtor de frutas laranja, abacaxi, pêssego e banana.. Boa parte da produção era vendida nas feiras de Congonhas de Sabará onde os produtores, desde aquela época, reclamavam que o preço era baixo e não pagava os custos... Como a relação comercial entre a cidade e o distrito era muito forte, Augusto de Lima fez gestões para fazer do Curral Del Rei, distrito de Congonhas que buscava a sua emancipação de Sabará. O pedido de Augusto de Lima foi negado pelo governador Bias Fortes. Porém no ano seguinte, 1891, a cidade ganhava 3 novos distritos (Santo Antônio do Rio Acima, Raposos e Santana do Paraopeba) e Augusto de Lima, então juiz de direito e chefe de polícia de Ouro Preto, indicado governador do estado com a missão de proceder a mudança da capital para Belo Horizonte.

No mesmo ato o antigo arraial de Congonhas foi emancipado e constituído o município com a denominação de Villa Nova de Lima, desmembrando-se definitivamente do município de Sabará. Assim, 29 de março de 1891 foi um dia de grandes festejos populares para Nova Lima.

Em 1923 a denominação foi oficialmente simplificada para Nova Lima. A Comarca foi criada em 1938 desligando-se de Sabará. Ainda em 1938 o município adquiriu o Distrito de Raposos, que pertencia a Sabará, perdendo, por outro lado, para o novo município de Brumadinho, o distrito de Piedade do Paraopeba. Em 1948 o município perde os Distritos de Raposos e Rio Acima que passam a constituírem-se independentes. Em 1954 a comarca é elevada à categoria de Segunda entrância, abrangendo também os municípios de Rio Acima e Raposos.

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A MINA DE MORRO VELHO

A mina de Morro Velho foi explorada pela primeira vez em 1725. Naquele ano ela havia sido comprada por familiares do padre Antônio Freitas por 150 mil cruzados. Era lavrada a céu aberto, no alto de um morro onde o minério era broqueado à mão usando-se pólvora para esfacelá-lo. Na falta desta usavam-se fogueiras para aquecer a rocha e em seguida água fria para fragmentá-la. O minério então era moído em pilões e posto para oxidar em calhas. Depois deste primitivo processo era possível extrair ouro 19 quilates. Em 1814, 122 escravos e 24 brasileiros produziram 16 kg de ouro. Com algumas melhorias tecnológicas no engenho, a produção chegava a 100 kg anuais. Mas os melhores dias da exploração na superfície da Morro Velho estavam no fim. O capitão George Lyon então superintendente da mina de Gongo Soco da recém-criada Imperial Brazilian Mining Association na região de Caeté, compra do padre Freitas a mina de Morro Velho. Lyon percebeu que o problema da mina não era exaustão do minério, mas sim falta de tecnologia e capital para extraí-lo. Em 1834 o capitão Lyon revende a Morro Velho com grande lucro e “de porteira fechada” para os também ingleses da Saint Jonhn del Rey Mining Company. A empresa havia sido fundada 4 anos antes em Londres para extrair ouro de mina na serra do Lenheiro em São João Del Rei que se revelou de exploração anti econômica. , com teor de ouro muito baixo e custo operacional elevado. Os ingleses chegaram em Congonhas do Sabará e além da mina compraram ao longo dos anos, todas as terras da região.

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Desde 1832 era Ministro da Fazenda do Imperados Pedro II, Cândido José de Araújo Vianna, mais tarde Marquês de Sapucaí, filho ilustre de Nova Lima, então Congonhas do Sabará. Como ministro o marquês fez uma reforma fundamental no sistema financeiro ao proibir a emissão de moeda pelos estabelecimentos bancários, e fixar o preço do ouro com base nos preços do mercado internacional. Esta medida deu garantia e viabilizou os grandes investimentos necessários para a exploração do ouro em rocha, como no caso da mina de Morro Velho. No momento que Vianna deixava o Ministério da Fazenda a Saint John Del Rey Mining Company entrava em operação em Nova Lima. Nova Lima deve ao seu filho mais ilustre a sua viabilização econômica e social desde a época de Pedro I até os dias atuais. Não se tem notícia no mundo da mineração de outro exemplo de longevidade como foi a da Mina de Morro Velho.

O conhecimento acumulado nos ramos da Mineralogia e da Engenharia Mecânica, a introdução de novas técnicas com base na experiência industrial inglesa, o uso da dinamite e principalmente o emprego cada vez maior do trabalho escravo, levaram a recuperação da mina e a um crescimento contínuo da produção Mesmo com algumas dificuldades, ao longo de mais de 50 anos, até a abolição da escravatura em 1888 a SJDRMC cresceu e deu lucros cada vez maiores aos seus acionistas. Outro fator do sucesso da mina era o alto teor do minério extraído. Enquanto nos Estados Unidos e no Canadá o teor médio das minas é de 7 gramas por tonelada e na África do Sul este número chega no máximo a 10 gramas a mina de Morro Velho tinha um teor médio de 13, 4 gramas de ouro por tonelada podendo chegar nos veios mais ricos a 20 gramas por tonelada.

Mas as novas técnicas utilizadas para otimizar a produção, principalmente nos níveis mais profundos, aumentavam também a possibilidade de ocorrência de acidentes. Em 1857 o primeiro desastre da Mina Grande resultou no desabamento do madeirame de sustentação do teto e levou ao fechamento da mina por 12 meses. Em 1867 um incêndio e o desabamento das galerias, a 360 metros de profundidade, matou 17 escravos e um inglês. Já o grande desastre de 1886 quase levou ao fechamento da mina. Congonhas de Sabará ficou em pânico, pois o desabamento sacudiu o subsolo como um terremoto. A única entrada da mina foi fechada por milhares de toneladas de minério e dezenas de trabalhadores foram enterrados vivos a 570 metros de profundidade.

Lady Isabel Burton, mulher do viajante e explorador inglês Richard Burton, que visitou a mina com seu marido em meados do século XIX, fez

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impressionante relato dessa experiência em seu livro “The Romance of Isabel, Lady Burton”. A inglesa, vestindo capa de mineiro, fez questão de descer dentro de uma caçamba até os recônditos escuros da mina, lugares nos quais o ar só entrava através de um respiradouro. Vendo a condição em que os negros trabalhavam, movimentando-se como gatos, amarrados e dependurados por correntes manejando alavancas e brocas, Lady Burton comparou aquele lugar ao inferno de Dante. Seis meses após a visita dos Burton, a mina foi quase destruída totalmente por um grande incêndio. Cumpria-se a superstição antiga que dizia que quando uma mulher ou um padre entra na mina, algum desastre nela acontece.

Entre 1838 a 1863 foram extraídas da Morro Velho 1.523.274 toneladas de pedra, que produziram 1.972 arrobas, 12 marcos, 3 onças e 2 oitavas ou pouco menos de 29 toneladas de ouro. Não cabiam mais dúvidas acerca da opulência do Morro Velho. O lucro da companhia no período foi de £ 472.264. O pessoal administrativo era composto por um superintendente, um capelão e demais auxiliares em número de quatorze (14), aos quais se agregava o contingente de operários e subalternos que somava 2.522 pessoas.

Certamente, o foco de prosperidade teve enorme influência na atração de imigrantes,o que contribuiu para transformar Congonhas de Sabará num progressivo e agitado centro comercial e industrial. Decididamente, o grande consumo da empresa do Morro Velho de artigos e materiais diversos, com destaque para carvão vegetal, velas, azeite, caixas de madeira para curtume de sola e pólvora, determinou o surgimento das respectivas indústrias, base para a prosperidade de algumas famílias e trabalho para muitos outros. Alguns sinais visíveis desse quadro de prosperidade: em 1852 é construído espaçoso teatro na praça principal da cidade, com o intuito de prover o exercício de arte dramática pelos jovens. Esse teatro fez parte do conjunto exclusivo de três teatros existentes à época na província de Minas Gerais com os outros dois situados em Ouro Preto e Sabará.

A questão da formação profissional para o trabalho na mina já é mencionada nos arquivos da empresa desde os primeiros tempos da companhia. Os documentos da empresa a partir de 1838, mostram atividades de treinamento de meninos escravos para atividades nos ramos de carpintaria, ferreiros e pedreiros. A Saint Jonh também foi pioneira no Brasil no que diz respeito a medicina do trabalho. Data de 1838 a chegada do primeiro médico com a missão de cuidar do tratamento dos escravos da Mineração Morro Velho. Mesmo que se registre o alto índice de acidentes, de mortos e feridos no

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trabalho, a questão da medicina profissional só começa a aparecer no Brasil após 1850, já no contexto do movimento abolicionista.

Em 1884 é indicado para o cargo de superintendente o inglês George Chalmers. Ele chega a cidade com 28 anos e vai permanecer no cargo por 40 anos. A Saint Jonh del Rey Mining Company e Nova Lima devem muito a George Chalmers. Foi ele quem doou para Matriz do Pilar as obras do Aleijadinho que pertenciam a Fazenda da Jaguará. O seu grande mérito como superintendente foi o de perseguir e utilizar toda tecnologia disponível na época. Ele projetou e instalou a ligação de Raposos com Nova Lima através de uma ferrovia elétrica. Na verdade um bondinho . Ele idealizou e construiu o sistema hidrelétrico próprio da companhia no seu entorno e depois projetou e deu início ao sistema de Rio de Peixe. Ele levou mecanização e modernização para Morro Velho e comprou as minas de Cuiabá (em Sabará), do Faria, do Espírito Santo e de Bicalho. Chalmers deixou a Morro Velho em 1924 e morreu quatro anos depois em Londres.

Em 1934 é criado o Sindicato dos Mineiros da Morro Velho que passaria em 1940 a se chamar Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Extração do Ouro e Metais Preciosos de Nova Lima. O surgimento do sindicato dá início a uma nova era na relação capital X trabalho que marcaria a vida política e social da cidade nos próximos anos. Nas décadas de 40 e 50 ocorrem importantes mudanças no país que tem reflexo direto nas relações de trabalho como seria o caso da CLT. Contudo, do ponto de vista da empresa ocorre um fato inusitado em sua história: a oferta de mão-de-obra supera a demanda. Nesse contexto destaque-se a criação do SENAI, em 1945 que ampliou a provisão de trabalhadores especializados nas áreas mecânica e elétrica. Prossegue, igualmente, a política de construção de novas casas para moradia de operários, num total acumulado até o final da década de 1940 de 2.660 unidades.

Na década de 1950 é implantada a atual jornada de trabalho de 6 horas, acrescida de mais 2 horas correspondentes ao trajeto da boca da mina até à frente de trabalho e viceversa, reivindicação histórica do Sindicato dos Mineiros. Nesses anos verificam-se várias ações de reorganização do trabalho na mina.Fato relevante foi a maior mecanização do processo com introdução de perfuratrizes movidas a ar comprimido e substituição do transporte de minério pelo uso de burros por vagonetas puxadas por locomotivas elétricas.

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Em 1959, depois de 125 anos de presença em Nova Lima a Saint John sai de cena e passa o controle da exploração do ouro à companhia norte-americana Hanna Minning Corporation. Na verdade a mudança começa poucos anos antes, uns dois ou três anos com a compra silenciosa e paulatina das ações da Saint Jonh na Bolsa de Londres (em uma operação conhecida no mercado de capitais como take over). Não existia nenhum grande grupo que controlava a companhia. O capital era pulverizado e estava em mãos de muitos, porém pequenos acionistas, espalhados por toda Grã-Bretanha. O preço das ações era muito pequeno. Quando os ingleses perceberam a movimentação e quiseram suspender a venda de ações já era tarde, a Hanna já tinha 70% do capital. A Hanna não estava interessada no ouro, mas tão somente no minério de ferro, rico e abundante nas terras da SJ. As reservas da região, especialmente das minas de Águas Claras e Mutuca, eram do minério de ferro mais puro do mundo até então, com teor de 68% de Fe. Comprada a companhia, a intenção da Hanna era fechar a mina de Morro Velho e se dedicar à mineração de ferro. Mas o governo brasileiro endureceu o jogo, pois na época Morro Velho era a única mina de ouro em atividade no país. Ele condicionou a exploração do ferro à manutenção da atividade da mina.

A partir dai foi feita uma cisão da antiga Saint John, criando-se atividades de pesquisa e lavra de minério de ferro em outra operação independente. Foram mapeadas as áreas que pertenceriam à atividade de ouro e as áreas dedicadas ao ferro. A Hanna reorganizou a exploração do ouro. Um aspecto importante foi a tentativa de desmobilizar o movimento dos mineiros através de um processo de fragilização do sindicato. Este processo compreendia a perseguição de lideranças e a demissão contínua dos empregados antigos e evitando a formação de novas lideranças. Nesta época a companhia estava se mantendo com uma subvenção da SUMOC – Superintendência da Moeda e do Crédito, órgão que antecedeu ao Banco Central. O sindicato então denunciou o uso de verba pública para demissão de empregados. Esta verba foi cortada e a Hanna teve que continuar o processo com verba própria. Mas a empresa conseguiu realmente fragilizar a força do sindicato de Nova Lima que fora até então o maior sindicato do país, maior até mesmo do que a famosa e temida União dos Portuários do Brasil. Então, em 1959, os americanos transferem o controle acionário da atividade aurífera para um grupo brasileiro liderado pelo empresário Walter Moreira Salles (Unibanco). Foram transferidos 80% das ações e a Hanna manteve consigo apenas 20% de ações preferenciais, sem direito a voto. A empresa passa a se chamar Mineração Morro Velho S.A.

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.Em 1975 a Hanna sai do negócio e é feita a associação da Mineração Morro Velho com a Anglo American Corporation, a antecessora da AngloGold, a época a maior empresa de mineração de ouro do mundo.Em 1980, o Grupo Bozano Simonsen adquire a participação nacional da Morro Velho..Em 1993, como parte da reestruturação da AngloAmerican Corporation, o grupo transferiu os ativos brasileiros para o seu braço europeu, a Minorco. Em 1999, a AngloGold adquiriu todos os ativos de ouro da Minorco. A AnlgoGold se instala, assim, no Brasil já tendo uma experiência acumulada de mais de três décadas de atuação no país. Em 2003 encerra-se a produção da mina de Morro Velho depois de 278 anos de exploração quase que ininterrupta e aproximadamente 800 toneladas de ouro extraído. Em 2004, houve a fusão entre AngloGold e Ashanti Goldfields. . A AngloGold Ashanti responde por 10% da produção do metal. Como a república de Gana detinha cerca de 17% da Ashanti Goldfields, com a fusão, ela passa a ser o maior sócio individual com 3,42% da nova empresa.

A AngloGold Ashanti tem sede na África do Sul e é primeiro lugar na mineração mundial de ouro. O Grupo detém operações em 11 países na América do Sul e Norte, África, Austrália e Ásia. Produz de 6 a 7 milhões de onças, entre 187 a 217 toneladas de ouro por ano, correspondendo a 10% da produção mundial. Gera 65.400 empregos e tem ações negociadas nas bolsas de Johanesbugo, Nova Iorque, Sidney, Londres, Paris e Bruxelas.Na América do Sul, a AngloGold Ashanti Mineração tem sede em Nova Lima/MG, com faturamento de US$ 255 milhões, sendo US$ 158 milhões no Brasil e opera 3 minas em Minas Gerais (Mina Cuiabá (Sabará), Córrego do Sítio (Santa Bárbara) e Lamego). Em Goiás, a Mineração Serra Grande opera as Mina III e Mina Nova e na Argentina, a Cerro Vanguardia tem a mina em San Julián na região da Patagônia A produção de ouro no Brasil chega a 13 toneladas por ano, sendo que somente a mina de Cuiabá são extraídos 6,3 toneladas com teor médio de 8 gramas por tonelada de minério. Além da América do Sul, a diretoria sediada em Nova Lima responde também pela operação da empresa na Ásia e na Austrália.

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As Talhas da Jaguara

O homem que contratou o Aleijadinho para fazer os trabalhos que hoje estão na Matriz do Pilar se chamava capitão Antônio de Abreu Magalhães Ele era um rico coletor de impostos e o primeiro dono da fazenda da Jaguará, situada no atual município de Matosinhos/MG.. Para se curar de uma doença ele fez promessa de erguer uma igreja. Curado e para cumprir a promessa ele vai a Vila Rica contratar um escultor para os trabalhos. No Liceu de Artes e Ofícios ele conhece o Aleijadinho e depois de muito regatear contrata seus serviços. Entre o primeiro contato e o acerto final passaram-se dez anos tendo o Aleijadinho muitas dificuldades em receber o pagamento acertado. O capitão pediu ao artista que a igreja fosse dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Aleijadinho até fez as imagens de Santana, São José e Nossa Senhora da Conceição, mas não fez, como era costume, o altar dedicado a Nossa Senhora. Nele Aleijadinho preferiu assinalar algumas referências terrenas como o símbolo, na cabeça do Cristo, da maçonaria a qual pertencia. Outra característica única nos trabalhos do artista é que as peças, com exceção do escudo do arco cruzeiro não foram pintadas. Com exceção do coro que foi feito em vinhático (Platymenia reticulata), todas outras peças da Matriz do Pilar foram feitas em jacarandatã (Machoerium pedicellatum) que é uma espécie extremamente dura e difícil de ser trabalhada. No início do século XX, por iniciativa de um dos sócios da Casa Aristides, coronel Augusto Magalhães, foi feita uma reforma na igreja Nossa Senhora do

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Pilar. O coronel com auxílio de membros da confraria do santíssimo resolveram ampliar a igreja. Na mesma época George Chalmers deixava a superintendência da Morro Velho a cargo de seu filho e vai morar na fazenda da Jaguará, município de Matosinhos, comprada da família do aviador Santos Dumont. Ao saber da reforma empreendida pelo coronel Augusto, seu amigo, George Chalmers doa o conjunto da obra de Aleijadinho que decorava a igreja da fazenda para Nova Lima. Ele próprio supervisiona todo o trabalho de minuciosa desmontagem das peças, de embalagem em palhas de milho e fardos de algodão e do transporte cuidadoso em carros de boi. Ele também vai a Nova Lima acompanhar a montagem do altar principal, altares laterais, púlpitos, coro e arco cruzeiro na Matriz do Pilar.

A igreja Nossa Senhora do Pilar tem este nome por ser a padroeira dos mineradores portugueses e espanhóis. Já os ingleses têm como padroeiro da mineração São João Batista que também é nome da igreja anglicana de Nova Lima.

População Negra

0 Brasil é o país que tem a maior população negra no mundo fora da África. A Nigéria com cerca de 85 milhões de habitantes é o único país do mundo com uma população negra maior que a brasileira.A escravidão no Brasil foi responsável pelo maior tráfico humano da história - entre 3,6 e 5 milhões de africanos foram importados de várias partes do território africano. Os escravos eram aprisionados por seus irmãos africanos. O branco não se envolveu com a captura. Ele montava feitorias nas costas da áfrica onde comprava e embarcava o negro e pagava com açúcar, aguardente, tabaco, tecidos, etc.

A história, pouco conhecida, dos seres humanos escravizados deixou marcas profundas na estrutura social e econômica do país e também influenciou marcantemente a cultura brasileira. Mesmo com a abolição da escravatura em 1888 somente a partir de 1930 com a difusão das teses sobre a miscigenação e a importante contribuição dos negros na formação da nação brasileira é que a questão da democracia racial começa a surgir no país.

O ouro dividiu as Minas em duas: a dos brancos que sonhavam com a riqueza vinda do fundo dos rios ou das entranhas da terra, e a dos negros que faziam de tudo para tornar real o sonho dourado dos brancos .. Em 1738 mais de 100.000 escravos trabalhavam nas minas de ouro. Em Nova Lima foi muito

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grande o contingente de escravos trazidos para trabalhar nas minas e como em todo o país são poucos os documentos que mostram a situação destes escravos. Em 1721 foi feito pela coroa portuguesa um recenseamento para a cobrança de um imposto sobre a propriedade de escravos. Os poucos documentos recuperados apresentam o registro de 625 escravos na Freguesia de Nossa Senhora do Pilar. Os africanos procedentes da Costa da Mina e os oriundos de Angola, entre 15 e 25 anos, principalmente aqueles que dominavam um ofício seja como minerador, carpinteiro, fiandeira ou curandeira, tinha maior valor de mercado. Nestes recenseamentos a maioria dos negros é do sexo feminino e isto pode ser explicado pelo concubinato que era muito praticado. Outra realidade que aparece é o grande número de negros libertos alforriados que possuíam escravos.

Já em 1750 foi feito outro levantamento que mostra que o número de escravos pelas nações a que pertenciam. Foi constatada mais uma vez a preferência pelos negros Mina (45,79%), seguidos pelos provenientes de Angola (18,69%), Courana (9,35%) e Benguela (3,74%) sendo os de outras nações e crioulos (22,43%). A preferência pelo escravo Mina se explica por ele, usando o mesmo método utilizado nas minas na África, ensinar ao português o método primitivo de minerar o ouro. O nome do escravo era grafado seguido da nação a qual ele pertencia e muitas vezes o escravo adotava o sobrenome do senhor. Os escravos nascidos no Brasil eram identificados com a palavra “crioulo” após o nome.. Na região do entorno do arraial, a uma distância segura surgiram vários quilombos formados por negros fugidos do trabalho da mineração. Documentos mostram que em 1745 vários destes quilombos foram fechados e os negros conduzidos de volta à escravidão pelo Capitão-mor do Mato Manoel Moreira Ribeiro contratado pelos donos das minas de Congonhas do Sabará e Santa Rita. Para efeito de divisão de tarefas e de acordo com a compleição física, na mina de Morro Velho os escravos eram classificados em negros de primeira, segunda e terceira categoria.

Da pesquisa do historiador Bráulio Carsalade que resultou no livro Formação Histórica de Nova Lima reproduzo trecho de documento que mostra os costumes da época e de como o senhor dispunha sobre o seu patrimônio, o escravo. Retirado do testamento de um dos primeiros moradores do Arraial da Congonhas, um português, solteiro e grande comerciante de cavalos de nome Luiz Ribeiro:

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“Declaro que tenho dois mulatinhos meus filhos – um por nome Luiz, outro por nome Simão – filhos de uma minha escrava por nome Germana, crioula, a qual deixo por escrava de seu filho o mulatinho Simão e por morte dele ficará de outro filho Luiz e por morte de ambos fique forra”.

ImigrantesNos primeiros tempos da mineração de ouro o escravo negro era preponderante como força de trabalho. Em meados do século XIX com o fim do tráfico negreiro o escravo vai se tornando cada vez mais caro e surge a necessidade de novos braços para o trabalho. Em Nova Lima a primeira leva de imigrantes chega em 1850. Eram 20 portugueses das ilhas de Açores e Madeira, 90 chineses e 35 broqueiros (trabalhador da mina) da região da Cornualha no País de Gales e também alemães, franceses e austríacos. Em 1862 eram 154 europeus trabalhando na mina ao lado de 2.400 brasileiros, escravos e trabalhadores livres. A partir daí o número de imigrantes só aumentou.

Em 1834 com a chegada da Saint John del Rey Mining Company, começava a se delinear um período fundamental da história da cidade. Os ingleses – diretores, funcionários, engenheiros, capitães de mina e broqueiros de companhia – vieram para Nova Lima, trazendo suas famílias e, com elas, os costumes, as tradições, as peculiaridades que, pouco a pouco, marcaram a sua presença.Com o progressivo crescimento das atividades extrativas, as famílias inglesas se multiplicaram e ocuparam os espaços reservados a elas na cidade. A vida social dos ingleses que residiam na cidade era, em geral, reservada e afastada do cotidiano dos novalimenses. A comunidade britânica contava com hospital, cinema, igreja, escola, salão de festa e bairros residenciais próprios,

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os quais eram de uso exclusivo dos ingleses e descendentes. Hoje entre os britânicos de Nova Lima as famílias Lloyd, Senior, Heslop, Birchal, Pearce, Clemence e Jones.

No que diz respeito à possível inserção do trabalhador inglês da Saint John no contexto da comunidade novalimense, desde logo fica clara a posição da empresa de que os ingleses deveriam manter certa distância em relação à comunidade local. Percebendo que as normas nessa matéria vinham sendo transgredidas, o superintendente George Chalmers manda afixar um quadro nas dependências da empresa onde apresenta sua posição da seguinte forma: “It has come to my notice that English Employès of this company are disregarding the Rule that they must obtain the superintendents permission before leaving the Establishment. For the future any English Employè going to any Mine, Town, or Place beyond the limits of the Regos will be dismissed unless he has obtained permission from the Superintendent”.

Esta posição da direção da empresa terá efeito marcante em toda a evolução futura da comunidade inglesa presente em Nova Lima. Sem se minimizar a importante influência dos ingleses em Nova Lima, certamente sua postura histórica mais se assemelhou a de um gueto, alheio à realidade local.

O desapego e mesmo pouco valor que o novalimense da a sua história e a sua memória pode ser atribuído ao fato dele querer apagar as marcas de uma “colonização inglesa” que para ele não foi uma coisa boa. Só muito recentemente está acontecendo um processo de valorização da presença dos ingleses na história e na cultura da cidade. E algumas das boas marcas da presença inglesa estão se perdendo. A maioria das casas dos ingleses eram recuadas em relação à rua e sempre tinham um jardim à frente. As casas também tinham horta e produziam legumes. Quanto à sua construção além de amplas tinham uma elevação em relação ao solo para evitar a umidade e respiradouros nos porões para não dar mofo.Poucas casas como estas ainda estão de pé e construções com estas características não são mais edificadas em Nova Lima.

A Morro Velho era mais conhecida do que Villa Nova de Lima. Os ingleses formavam uma comunidade muito fechada e dificilmente um britânico se casava com uma brasileira ou de outra nacionalidade. A coroação da Rainha Elizabeth II, em 1952, foi alvo de festivas homenagens dos súditos. Além das tradições os ingleses mantinham também seus costumes e, entre outras coisas,

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o badmington, o squash e o criquet foram praticados nas quintas em Nova Lima com pioneirismo no Brasil.

Se fala muito do inglês de Nova Lima. Mas entre os britânicos os que em menor número vieram foram ingleses. A maior parte é oriunda da Cornualha, uma região do País de Gales. Muitos outros vieram da Escócia e também irlandeses. Os broqueiros da mina e também o pessoal administrativo e as chefias eram britânicos, súditos da rainha, mas poucos ingleses.

Em 1925 uma tentativa de importar mão-de-obra da Inglaterra fracassou. Dos 215 homens que chegaram no começo do ano, apenas 30 ficaram até o final, recusando-se os demais a trabalharem nas galerias da mina devido às duras condições. Nos anos seguintes o número dos imigrantes foi decrescendo gradativamente. No final dos anos de 1940, 99% dos trabalhadores da mina já eram brasileiros. Originavam-se em sua maioria da zona rural do Estado de Minas e muitos vinham de família de mineiros. Os ingleses, cada vez em menor número, se concentravam nos postos de comando.

Um grande número de imigrantes, fora os britânicos, era formada por portugueses em um primeiro momento e posteriormente por espanhóis das regiões da Galícia e Castilha e italianos. A partir do começo do século XX a imigração ganha um impulso com o recrutamento de grande número de trabalhadores na Europa. O número de contratados italianos e espanhóis é tão expressivo que a partir de 1920 eles passam a constituir as suas respectivas Sociedades se somando a colônia inglesa que já existia. Os membros de cada nacionalidade residiam em casas alugadas a preços módicos pela companhia, próximos uns dos outros e tinham escolas e clubes de ajuda e de lazer próprios. Trabalhavam na Morro Velho em 1920: 197 italianos, 125 espanhóis, 187 ingleses e 82 portugueses. Enquanto que a média de imigrantes em cidades de Minas Gerais não ultrapassava 0,5% da população em Nova Lima este número era de 1,6% por volta de 1940.

Os libaneses e sírios vieram para o comércio Em menor número vieram também suíços, letões, chineses, franceses, austríacos e alemães até migrantes brasileiros como os cariocas que se estabeleceram no bairro das Cabeceiras e ficaram famosos pelas brigas que protagonizaram. .

Os primeiros imigrantes libaneses chegaram ao Brasil ainda em fins do século XIX. No Líbano, país de língua árabe localizado no Oriente Médio, os conflitos religiosos se sucediam e o país era dominado pelas potências

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européias. Após a Primeira Guerra Mundial, era grande o número de árabes, libaneses, turcos e sírios residentes no Brasil. Em Nova Lima, já se formava uma pequena colônia árabe, que logo cresceu e impulsionou o comércio da cidade. Os libaneses se concentraram, em sua maioria, na casas comerciais da Rua Santa Cruz. Vendiam, principalmente, tecidos e influenciariam a cidade com sua forma de vida, a religiosidade cristã, e sua dedicação ao trabalho e a família. Falavam o árabe e o francês, mas logo aprenderam a língua nacional através da convivência com amigos e fregueses.. Alguns costumes e tradições dos imigrantes libaneses foram rapidamente incorporados ao cotidiano da cidade. Com a comunidade árabe, os novalimenses aprenderam a fazer charuto e puderam apreciar novos pratos como o kibe e a esfiha.Entre as famílias árabes pioneiras em Nova Lima estão as famílias Abdo, Wardi, Farah, Kahey, Jorge, Abalén, Khoury e Bedran.

No início do século XX, fugindo da miséria, inúmeras famílias aportaram no Brasil em busca da realização de seus sonhos e na esperança de “dias melhores na América”.Os italianos se fixaram em diversas regiões, notadamente no sul do país e nas grandes cidades. Construíram as primeiras indústrias, trabalharam arduamente na agricultura substituindo os escravos que já eram livres. Alguns chegaram a formar grandes riquezas, diversificando suas atividades.Em Minas Gerais iniciaram suas atividades no campo, principalmente nas lavouras de café e cultivo de uva, constituindo colônias onde se misturavam tradição e costumes da Itália ao povo brasileiro.Chegaram a Belo Horizonte, a nova capital, trabalhando na sua construção e se destacaram muito no desenvolvimento da cidade; foram os primeiros a estabelecer em diversos ramos comerciais.A presença de italianos em Nova Lima foi muito marcante, chegaram a construir uma colônia com características próprias. Funcionava no prédio da Rua de Cocais a Sociedade Italiana de Mútuo Socorro onde eram feitas as comemorações e eram atendidos os italianos que necessitassem de qualquer ajuda. A Escola Italiana funcionava no mesmo prédio e tinha por finalidade ensinar, além do português, o idioma italiano. Era dirigida pelo professor Bonetti e foi fechada durante a Segunda Guerra. Entre os italianos que se fixaram em Nova Lima estão as famílias Mozelli,.Zanforlin, Romani, Alvisi, Bordini, Giorgini, Urbini, Belloni, Biaggi, Gresta, Galastro, Furletti, Sarti, Zanini, Serretti, Ragonezzi, Liboni, Marchesini, Soldani, Fogli, Buzetti, Zambelli, Rossi, Magnani, Pignolatto, Sansevero, Gagliardi, Tofanelli, Torchetti, Rebuitti, Alevato, e mais recentemente, Capellini e Angioletti

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No princípio do século passado, a Mineração Morro Velho exigia uma força extraordinária da mão-de-obra, assegurada, durante um grande período, pelo trabalho dos espanhóis. Os primeiros que chegaram e se estabeleceram logo se preocupavam em apoiar os patrícios recém-chegados. Com o crescimento da colônia surge a Sociedade Cultural e Recreativa funcionando à Rua Pereira de Freitas. Numa casa bem decorada, com salão de danças, sala de jogos, biblioteca e até convênio para atendimento médico-hospitalar aos associados, a Sociedade Espanhola promovia grandes festas, num clima de muita alegria, mesa farta e bebidas. O requinte, o luxo no vestir era um hábito e figuras da sociedade eram convidadas a participar daquele convívio. Com o tempo, os espanhóis foram ficando em números reduzido (morte na mineração, volta a Espanha ou saída para novos caminhos de comércio na capital) e a Sociedade se dissolveu, sendo distribuídos os pertences entre seus membros.. A casa – sede da Sociedade – foi doada a Prefeitura, sendo instalada ali a primeira Escola Municipal – a saudosa Escolinha. O comércio foi a atividade que marcou a presença dos espanhóis em Nova Lima, desde pioneiros como a Pensão e Cervejaria Jesus Othero que depois passou para o ramo de padaria até os Ballesteros ,da Elmo, do ramo de indústria e comércio de calçados.

Casa Aristides. De Armazém a Escola de Arte

A Casa Aristides ocupa um espaço de destaque na história de Nova Lima. A história começou com a chegada de dois irmãos comerciantes portugueses Agostinho e Manoel de Barros Taveira que se estabeleceram na cidade. Em 1860 eles se associaram a outro português Antônio Pereira Borges e criaram a Taveira, Borges e Cia que além das compras para abastecer o armazém fizeram um acordo Saint Jonh del Rey Mining Company e passaram a ser os responsáveis por todas as compras da empresa. Esta “parceria’ inovadora possibilitou compras em escala muito maior e preços menores para ambas as partes. Além disto foi feito um outro acordo para venda aos milhares de empregados da Morro Velho pelo sistema de desconto em folha Este sistema perdurou até os primeiros anos da década de 1960.. Em 1890 foi admitido um novo sócio e os Taveira saíram da sociedade. Alguns anos depois surge em Nova Lima um jovem de nome Aristides que passa a trabalhar na casa comercial, se casa com a filha do proprietário e com a morte dele assume a direção dos negócios. A casa de comércio passa a se chamar então Casa Aristides.

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Era uma importadora que vendia de tudo. Toda a linha de secos e molhados, cereais, conservas, carnes, além de sapatos, roupas, brinquedos, relógios, jóias, prataria, cristais, utensílios domésticos etc. Pela diversidade de produtos oferecidos foi precursora das lojas de departamento muito antes do seu aparecimento. O comércio em Nova Lima disparou a partir da terceirização feita pela SJDRMC. Em Nova Lima se comprava mais barato do que em qualquer lugar no Estado. Comerciantes e famílias se deslocavam para Congonhas do Sabará para fazer suprimentos e compras mensais. Após a inauguração da ferrovia, em 1895, o Hotel Central, no centro de Nova Lima, mantinha uma linha regular de tropas de burros e cavalos entre a Estação de Honório Bicalho e Nova Lima, para os viajantes de todo o Estado fazerem sua compras. A Casa Aristides foi durante muitos anos o maior estabelecimento comercial do Estado.

Depois de funcionar por mais de um século a Casa Aristides não resistiu a concorrência com o sistema de Grupos de Compra idealizado pelo Sindicato dos Mineiros e fechou suas portas. O prédio foi comprado pela prefeitura e teve várias utilizações ate ser fechado para uma completa reforma em 1997. A partir daí ela passou a abrigar uma Escola de Reciclagem projeto inédito no país desenvolvido pela artista plástica Águeda Zanol. O maior mérito do projeto foi despertar a consciência da população em relação a importância da coleta seletiva e da reciclagem de materiais. A participação da sociedade foi imediata e a prefeitura viu a necessidade de apoiar a criação de uma associação e catadores para absorver a grande quantidade de material que era oferecido diariamente a Casa Aristides. A ASMARE de Belo Horizonte foi consultada e seguindo o mesmo modelo foi criada a ASCAP – Associação de Catadores de Papéis e Materiais Recicláveis.

Hoje a Casa está na sua 4a fase e o enfoque com a reciclagem, embora tenha perdido um pouco do espaço, se mantém. São oferecidos 24 cursos gratuitos de arte para comunidade de Nova Lima especialmente para população de menor poder aquisitivo. Entre os mais procurados estão cerâmica (3 técnicas distintas) estamparia de tecidos, batik, papel artesanal, desenho, pintura, marchetaria, escultura, técnicas em madeira, mosaico, tecelagem, culinária, etc. A escola funciona em três turnos e nunca teve tantos alunos. Hoje são cerca de 600 alunos.

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Sindicato dos MineirosA atividade extrativa da SJDRMC de produção intensiva gerou uma grande concentração de mão-de-obra que transformou Nova Lima em um centro industrial de destaque. A atuação da empresa era marcada pela rigidez hierárquica e pelo intenso controle exercido, dentro e fora do ambiente de trabalho. Esta forma de dominação aliada às condições ásperas da natureza da atividade mineradora criou as condições para uma atuação organizada dos trabalhadores na defesa de seus direitos. Contribuiu decisivamente para isto a formação, no início dos anos de 1930, de um núcleo do Partido Comunista Brasileiro em Nova Lima. A primeira célula comunista de Nova Lima surgiu em 1932 e era formada por dois operários e um assistente. A orientação da direção era formar o partido nas empresas e criar o sindicato onde não houvesse. A luta política se daria no sindicato.Enquanto os dois operários iniciaram o trabalho dentro da mina, o assistente que era artesão (sapateiro) montava uma oficina na cidade. O objetivo neste primeiro momento era criar laços de amizade e ganhar confiança e camaradagem com os outros operários. Aos poucos as conversas passam a tocar no mundo do trabalho e no tratamento dispensado pelos ingleses. Com o passar do tempo a criação de um sindicato se torna o assunto principal.

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Para formar o sindicato um núcleo de 17 operários foi constituído. Em 13 de maio de 1934, favorecido pela conjuntura nacional da chegada ao poder de Getúlio Vargas e do advento da legislação sindical e trabalhista é criado o sindicato dos mineiros com o nome de União dos Mineiros da Morro Velho. A data escolhida era uma homenagem a libertação dos escravos e um desafio a SJDRMC que não aceitava a formação do sindicato. A assembléia de fundação contou com a presença de 47 mineiros e de um representante do Ministério do Trabalho. A segunda assembléia já com a presença de 477 associados elegeu através do voto direto a primeira diretoria. Concorreram duas chapas. A chapa 1 formada pelos 17 mineiros que mobilizaram a criação da entidade e a chapa 2 de oposição apoiada pela empresa.. Dos 447 votos, 412 foram dados a chapa 1.. A partir daí o sindicato cresceu e se tornou, já na década de 1940, o maior do país em número de associados superando a poderosa União dos Portuários do Brasil. Foi também pioneiro no país em diversas mobilizações que garantiram direitos trabalhistas hoje estendidos a todas categorias profissionais tais como adicional sobre trabalho noturno e insalubridade Com a derrota nas urnas a Saint Jonh reage e apoiada pela legislação da época que previa pluralidade sindical cria a União dos Empregados da Morro Velho. Por estar instalado na parte alta da cidade passa a conhecido como Sindicato de Cima. Em oposição, a União dos Mineiros passa a ser o Sindicato de Baixo.

A condição de trabalho e vida dos mineiros foi a base para o PCB se implantar em Nova Lima. Com a criação do sindicato o partido se estruturou e cresceu na cidade. Porém com a ditadura do Estado Novo em 1937 ele tem seu registro cassado e passa a atuar na clandestinidade.Com a volta da legalidade concedida por Vargas em maio de 1945 o PCB ressurge com força entre os mineiros da Morro Velho e inaugura sua sede na praça Bernardino de Lima. Nas eleições de 1947 o PCB forma uma coligação com o PSD e elege além de prefeito, vice-prefeito e juiz de paz, 8 vereadores sendo que 4 operários da Morro Velho. Estes ficaram conhecidos como vereadores do povo. O PCB teve 19% dos votos válidos da cidade algo inédito no país. Impulsionado pela representação política o partido amplia sua atuação no sindicato e em toda cidade de Nova Lima que ganha das forças policiais o apelido pejorativo de “cidade vermelha”. A vizinha cidade de Raposos que também teve expressiva votação do PCB passa a ser chamada de Moscouzinha. Ao publicar os resultados das eleições um jornal local, na frente do nome dos operários eleitos, ao invés de colocar a legenda PSD, anotava: comunista. A partir destes fatos o clima de radicalização e confronto entre comunistas e anticomunistas

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em Nova Lima aflora em diversos episódios e perdura até o golpe militar de 1964.

Em março de 1948 explode uma greve relâmpago dos mineiros contra a suspensão de 6 operários. A adesão a inédita greve foi total. Houve passeata, tiros e um mineiro ferido a bala.. A frente do movimento que não foi organizado mas teve apoio do sindicato, um dos vereadores operários eleito: Willian Dias Gomes. Depois de 48 horas a empresa cedeu. As suspensões dos operários foram canceladas e os dias parados não foram descontados. Neste mesmo ano o partido comunista tem novamente o registro cassado e volta a atuar na clandestinidade. Mesmo tendo sido eleitos pela legenda do PSD vereadores operários são proibidos de entrar na Câmara Municipal de Nova Lima e passam a atender no escritório dos vereadores na antiga sede do partido na praça da matriz. Para comemorar o aniversário da revolução russa o Comitê Estadual (CE) do PCB determina a realização de um comício em Nova Lima. Os mineiros de Nova Lima membros do CE se colocam contra a realização do comício, preocupados com o acirramento político vivido na cidade. Mesmo assim a proposta foi aprovada e o evento marcado para o dia 07 de novembro. Na hora do comício a praça da matriz se encontrava repleta de operários, militantes comunistas e anticomunistas, seguranças da Morro Velho e policiais O clima era de confronto aberto. O mesmo Willian Gomes tenta evitar o conflito transferindo o ato para o escritório dos vereadores. Mas é tarde, o local é invadido Tiroteio, luta corporal, facadas, gente pulando pela janela e muita confusão. Willian e outro operário que foi confundido com o conferencista da noite são baleados e mortos. Os operários se dispersam alguns são espancados outros perseguidos. Temendo retaliações, no dia seguinte, muitos mineiros não compareceram ao trabalho, mas são presos pela polícia em casa, na entrada da mina e no bondinho que ligava Raposos a Nova Lima. Willian foi enterrado logo de manhã pela mãe, mulher e filhos. A Morro Velho ignorou a morte de William e do outros operário e não liberou nenhum funcionário para acompanhar o enterro, como era costume. O inquérito policial que se seguiu, conduzido por um delegado de Belo Horizonte, concluiu que a culpa das mortes foi da polícia de Nova Lima que permitiu que funcionasse, “as escâncaras no coração da cidade uma verdadeira célula comunista”. Dentro do clima de acirramento e enfrentamento político, fruto da articulação da ação paroquial da Igreja sobre os mineiros católicos, com todo apoio da companhia, foi criada em 1949 a UNAS – União Novalimense de Assistência Social. A entidade se organizava para combater a infiltração comunista entre os trabalhadores. O surgimento da UNAs foi uma surpresa para os mineiros pois era formada por gente da mina. O líder era um homem

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respeitado pelos comunistas. A partir daí foi-se formando uma liderança operária anticomunista sustentada pela companhia e incentivada pela igreja que informava sobre o movimento operário. A campanha contra o perigo vermelho atingiu tal grau de radicalização que operários faziam declarações públicas de repúdio ao partido para se verem livres de ameaças e intimidações. Em 1949 José dos Santos, conhecido como Lambari, membro do Comitê Municipal é assassinado com 7 tiros em uma tocaia. Um jornal levantou possíveis motivações políticas para o crime já que o operário “...professava ideologia de Moscou e não escondia sua filiação partidária”. Como na morte de Willian a companhia não liberou ninguém para acompanhar o enterro. O inquérito na justiça terminou com a absolvição de um acusado que alegou legítima defesa.

Na tentativa de deter o surgimento de líderes e controlar a explosão da massa de mineiros, a fórmula encontrada foi a demissão de 51 operários líderes sem direito a indenização e sob a acusação de sabotarem a produção. Todos os operários demitidos tinham entre 20 e 30 anos de serviço sem nada que os desabonasse. O processo dos 51 mineiros ficou bastante conhecido na época com ampla cobertura dos jornais. Uma audiência acontecida em Belo Horizonte em 21 de junho de 1949 levou a paralisação da mina e uma enorme e espetacular passeata a pé de milhares de mineiros que por uma picada no mato e cortando a Serra do Curral chegaram a capital descendo pela avenida Afonso Pena se dirigindo até a praça da Liberdade.

Neste clima de radicalização política desponta do uma nova liderança: José Gomes Pimenta, conhecido por todos por Dazinho.. Ele era carreiro e trabalhava com a pá no fundo da mina. Entrou para companhia em 1937, mas só em 1945, de curioso como ele diz, participou pela primeira vez de uma reunião do sindicato. Gostou e passou a freqüentar o sindicato. No começo dos anos de 1950 a igreja no mundo todo estava dividida entre clero conservador e progressista. Preocupada em ter maior penetração nos movimentos sociais é articulada por padres e intelectuais católicos a Ação Católica (mais tarde denominada AP – Ação Popular) e vários grupos são organizados no país. O grupo de Belo Horizonte recebeu a incumbência de formar um núcleo junto aos mineiros de Nova Lima. Dazinho entra na diretoria do sindicato em 1953. Posteriormente assumiu a presidência e em 1961 foi eleito deputado estadual e tevo mandato casado pela ditadura militar.

Desde o século XIX a Casa Aristides fornecia mercadoria aos mineiros mediante desconto em folha. Bastava a companhia informar o teto que cada

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trabalhador teria de gasto e ele fazia suas compra para pagar no mês seguinte. Era um mecanismo de controle da empresa: o endividamento do operário. A insatisfação acumulada ao longo de anos ficou ainda maior quando uma perícia médica revelou casos de desnutrição crônica entre os mineiros. O sindicato liderou a criação em 1939 da Cooperativa de Consumo dos Mineiros. Por mais de 10 anos a cooperativa funcionou bem, mas com problemas administrativos e aumento da tributação os preços dos produtos não diferenciavam do restante do comércio. Para criar uma alternativa definitiva a caderneta da Casa Aristides foi criada em 1953 os chamados Grupos de Compra. Os mineiros se cotizavam e um deles comprava as mercadorias em Belo Horizonte, eliminando o comerciante local como intermediário. A diferença no preço dos produtos chegava a ser de 20% e cerca de 50 grupos de compra se espalharam pela cidade. O sindicato apoiou cedendo um salão para depósito e embalagem das mercadorias a serem distribuídas. No início dos anos de 1960 os grupos além dos gêneros alimentícios se cotizavam para comprar material escolar e utensílios domésticos. A prefeitura pressionada pelo comércio local e envolvendo a Associação Comercial e o governo do Estado, acaba por conseguir submeter os Grupos de Compra a cobrança de impostos estaduais e municipais. O negócio passa a não era mais vantajoso e os operários voltam a fazer suas compras no comércio de Nova Lima.

A Grande Tosse dos Pobres.

Esta história teria ocorrido na cidade de Nova Lima, por volta dos anos 1930...

Existia em Nova Lima uma importante mina de ouro, a mina de Morro Velho que, àquela época, vivia o seu fastígio e era propriedade de uma companhia inglesa. Os operários, nas entranhas da terra, perfuravam a rocha com sua brocas e picaretas e, desta forma, respiravam durante anos, nas galerias fundas, a poeira de pedra que o trabalho levantava.

Sem nenhuma proteção, os mineiros, ao fim de algum tempo, e na sua quase totalidade, contraíam a silicose, causada pelo depósito do pó de pedra em seus pulmões desprotegidos. A silicose, além de encurtar a vida e a capacidade de trabalho, provoca também uma tosse crônica,oca e ressoante, capaz de denunciar a distância a moléstia que lhe dá origem. Nas noites de Nova Lima, quando buscava repouso, a cidade era sacudida e inquietada por uma trovoada surda e cava que, nascendo dos casebres operários, rolava em

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ondas recorrentes até as fraldas das montanhas em torno. Era a grande tosse dos pobres, sintoma e denúncia da silicose que os roía.

Os ingleses, perturbados em seu sono e em sua boa consciência, ao invés de adotarem medidas hábeis para que a silicose cessasse, resolveram enfrentar o problema pelo exclusivo ataque ao sintoma. Montaram em Nova Lima, com banda de música e foguetes, uma fábrica de xarope contra tosse que ao mesmo tempo, produzia para consumo dos colonizadores matéria-prima de refrigerantes não encontrados no país. A fábrica andou de vento em popa, produzindo tonéis e tonéis de xarope, vendido a preço módico, mas não tão modesto que impedisse uma pequena margem de lucro por unidade adquirida. Os ingleses, dessa forma, uniram o útil ao agradável. O abrandamento da grande trovoada brônquica foi transformado em fonte de renda e de sossego, permitindo aos súditos de Sua Majestade Britânica a boa consciência e a possibilidade de um sono reparador. A silicose, intocada, trabalhava em silêncio.

Fonte: www.coseac.uff.br/concursos/huap/2000

Barra do Ribeirão dos Macacos – Honório Bicalho

O primeiro a chegar a região e tomar posse das terras tem até hoje seu nome gravado na memória e nas ruas da cidade. Foi Manoel Afonso Gaia, bandeirante de família tradicional de Santos. Depois de Gaia chegou a região um herdeiro direto da alta estirpe dos bandeirantes paulista. O neto do Caçador de Esmeraldas, o famoso Fernão Dias Paes Leme, com o mesmo nome do avô. Chega e se instala em uma grande fazenda banhada pelo rio das Velhas e pelo ribeirão dos Macacos. A atividade mineradora incansável nos arredores abriu minas e atraiu gente. A região cresceu e prosperou Em recenseamento de 1740 as pessoas mais ricas da Freguesia de Nossa Senhora do Pilar das Congonhas eram todas moradoras de Barra do Ribeirão dos Macacos. Mesmo depois da morte de Fernão Dias e da fragmentação da fazenda, o lugar continuou se desenvolvendo. A fadiga da mineração chega em diversas partes da província a partir de 1760, mas a atividade na região não diminui até fim do século XVIII. Finalmente o ouro não é mais encontrado e a decadência se instala. Era chegada a hora das companhias mineradoras.

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O filão mais rico era a Mina do Faria. A primeira experiência de exploração da mina foi marcada pelos conflitos entre os sócios brasileiros e ingleses. Em 1887 a mina foi comprada e constituída em Paris a Societé de Mines D’or de Faria com capital de 1.800.000 francos.. A região retoma seus melhores dias e até uma fábrica de cerveja foi instalada. Mas problemas com a penetração de água nas galerias e a baixa concentração de ouro por tonelada de minério tornaram o negócio pouco rentável. Depois de 10 anos enfrentando dificuldades os franceses saíram e passaram o negócio para os ingleses. Foi criada a Faria Gold Mining Company of Brazil Limited com capital de 60.000 libras esterlinas. Os mesmos problemas técnicos e agranulação muito fina do minério levaram a empresa a fechar as portas em 1908, vendendo seu espólio a Saint Jonh Del Rey Mining Company.

O imigrante italiano Fioravante Eugênio Armani chegou ao Brasil em 1898. Nascido em 1862 e originário da província de Trento, na Itália, Fioravante dominava sete idiomas e se mudou para Belo Horizonte com o objetivo de ser intérprete da colônia de imigrantes alemães que veio para ajudar na construção da capital mineira.. Era casado com Melânia Penzim, nascida em Milão, na Itália, e teve quatro filhos. Pode-se falar que Melânia era a timoneira da família, pois, além de cuidar da casa e dos filhos, tocava a fábrica de cerveja e de soda limonada do bairro Santa Efigênia em Belo Horizonte (localizada na rua Niquelina, esquina com rua Frutal). Fioravante passava a semana fora cuidando da unidade localizada em Honório Bicalho, distrito de Nova Lima, responsável pelo fornecimento de cerveja Gabel’s aos ingleses da Faria Gold Mining e da Saint Jonh Del Rey Mining. A Gabel’s era conhecida como cerveja-barbante isto porque na época ainda não eram utilizadas tampinhas para fechar as garrafas, e sim, rolhas que precisavam ser amarradas com barbante e coladas com breu. A morte pré-matura de Melânia,, aos 33 anos, levou a Fioravante a fechar a unidade de Honório Bicalho que ia muito bem e a tocar o negócio só em Belo Horizonte

Ainda no império, em 1881 começou a ser implantado o Plano Bicalho que através de ferrovias e trechos navegáveis dos rios criava uma rede de transporte integrando todas as regiões do país. Começou então a ser construída a Estrada de Ferro D. Pedro II. Em 1890, já na república e com a ferrovia rebatizada Estrada de Ferro Central do Brasil, foi inaugurada a estação do trem em Barra do Ribeirão dos Macacos Para homenagear o engenheiro civil que planejou e construiu a ferrovia a estação passou a se chamar, Honório Bicalho. A partir daí e por cerca de 90 anos a estação foi o centro da vida do lugar. Tudo girava em torno dela. O funcionamento dela determinava o ritmo

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das coisas. .Com a desativação do transporte ferroviário a estação foi abandonada e foi pouco a pouco sendo depredada até ser totalmente demolida. O distrito volta a um período de declínio e de dependência agora em relação a sede de Nova Lima.

Honório Bicalho está situada no trajeto da Estrada Real que ligava o Rio de Janeiro às minas chegando até Diamantina. Por este caminho passam hoje as principais ações dos órgãos oficiais assim como dos principais operadores do segmento turístico. A região com grande número de atrativos, históricos e naturais. Honório Bicalho espera se beneficiar por um novo ciclo econômico tendo por base as atividades de ecoturismo..

São Sebastião das Águas Claras - Macacos

A origem do arraial é muito antiga e está ligada aos bandeirantes pioneiros Fernão Dias e seu genro Borba Gato. Eles andaram por aquelas matas e deram os nomes primitivos respectivamente do ribeirão dos Macacos e do córrego dos Feixos. Duas circunstâncias se unem para o nascimento do arraial: o ouro e a estrada. Considerando a situação geográfica de Macacos, na forma de um cone, banhada pelos córregos das Taquaras, Fundo, Tamanduá e Marumbé que despejam suas águas no Ribeirão de Macacos, condições que formaram um caminho que atraiu um grande número de mineradores que por conseqüência criou um centro consumidor e pressionou a criação de um outro centro abastecedor.

Macacos começou a ser povoado na primeira metade do século XVIII e, já em 1740, constava como arraial no censo populacional realizado na Vila de Sabará. O Arraial de Macacos, como também é conhecido o povoado, “chegou a ser um povoado animado”, embora de prosperidade efêmera, e tem seu

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crescimento ligado à exploração de ouro no chamado “Descoberto dos Macacos”,quando ocorre em minas uma próxima das outras.. Mineradores e comerciantes locais fizeram construir uma rústica capela para ofícios e festas religiosas. Hoje demolida, mas o local ainda é conhecido pelos moradores como Capela Velha. A atual capela conhecida como "São Sebastião" foi construída na segunda metade do século XVII e reformada em 1801, passou por reparos posteriores, sendo restaurada recentemente.

São Sebastião das Águas Claras difere de todos os outros bairros e distritos do município de Nova Lima tendo vida própria e caracteres inconfundíveis. Guarda ainda hoje algumas construções da época colonial e outras mais recentes. A ocupação principal é a extração de minério de ferro. O comércio é animado pelos turistas que freqüentam as cachoeiras, pousadas, restaurantes e bares do arraial nos fins de semana. A fama do doce de leite de Macacos vai longe e a medicina caseira a base de chás é muito praticada. O dia de São Sebastião é 20 de janeiro, mas já se tornou tradição em Macacos ser comemorado no último domingo de agosto. A festa atrai grande número de fieis e turistas e é a maior do calendário de eventos do distrito.

Santa Rita

O arraial de Santa Rita teve seu momento de apogeu nos primeiros anos do ciclo do ouro. Além da mineração sua importância tem outro motivo. Por estar situada no exato ponto onde os viajantes que vinham da corte no Rio de Janeiro seguiam para. Caeté, Sabará e Raposos atravessavam o Rio das Velhas. Os mapas antigos dão destaque ao arraial de Santa Rita em relação a outros da região como Santo Antônio do Rio Acima e Congonhas do Sabará e se igualando a Macacos. Inicialmente Santa Rita pertenceu a Rio Acima passando a pertencer a Congonhas do Sabará a partir de 1835. A capela de Santa Rita de Cássia de 1735 erguida por pioneiros mineradores ainda se encontra preservada

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O Bondinho de Raposos

A idéia de se construir uma linha férrea entre a estação ferroviária de Raposos e Nova Lima surgiu da necessidade de facilitar o acesso de máquinas, equipamentos e insumos à mina, cuja expansão era cada vez maior. Além disso, o crescimento da mina havia resultado num grande aumento do número dos operários que nela trabalhavam, criando problemas habitacionais na região. Uma significativa parte dos trabalhadores passou a residir em Raposos. A administração da Mina de Morro Velho constituiu a The Morro Velho Railway Co no final da primeira década do século XX com o objetivo de se concretizar essa ligação Suas obras se iniciaram a 30 de Março de 1911. Em 1914 a ferrovia ficou pronta. Era a segunda (a primeira foi Linha do Corcovado no Rio de Janeiro) linha férrea brasileira totalmente eletrificada. O complexo hidrelétrico de Rio de Peixe permitia este luxo.

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As locomotivas elétricas eram alimentadas com corrente contínua de 550 volts, geradas através de duas subestações retificadoras, localizadas nos dois extremos da linha: A distância entre elas era de 5 quilômetros. A E.F. Morro Velho adquiriu sete locomotivas, seis carros-reboque abertos e quatorze vagões. O serviço de passageiros entre as duas localidades era público, embora predominasse o transporte gratuito dos empregados da mina; uma composição circulava entre elas de quarenta em quarenta minutos. A estrada também servia um pequeno povoado no meio do percurso chamado Galo. A ferrovia tinha uma característica peculiar: três vezes por mês o serviço era interrompido, tropas ocupavam toda a linha e composições especiais circulavam por ela levando lingotes de ouro que eram baldeados para trens da Central do Brasil rumo ao Rio de Janeiro.

A concorrência rodoviária, muito mais ágil, fez com que o transporte de passageiros pela E.F. Morro Velho fosse definhando ao longo das décadas de 1950 e 1960. Esse serviço passou a ficar cada vez menos atrativo do ponto de vista econômico, até que a Companhia Morro Velho decidisse desativá-lo no último dia de 1964. O anúncio da paralisação provocou ameaça de greve por parte dos funcionários da empresa, que acabou não se concretizando uma vez que a Prefeitura de Nova Lima o assumiu o serviço. Apesar de toda essa resistência em 1970 a ferrovia foi suprimida, sendo seus trilhos arrancados e substituídos por uma rodovia. Ao contrário do que vinha sendo proposto há anos,a ferrovia não foi preservada, apesar de ter grande importância histórica e grande potencial turístico. Uma das locomotivas da linha se encontra na sede da AngloGold na entrada da Casa Grande.

Dados Gerais

Município: Nova Lima

:Localização: Central

Área: 429 Km2

Altitude:

máxima: 1.583 m (Serra do Cachimbo)

mínima: 722 m (Rio das Velhas)

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Ponto central de cidade: 744 m

Temperatura:

Média anual: 21°C

Média máxima: 26°C

Média mínima: 14°C

Índice pluviométrico anual: 1750 mm

Relevo:

Topografia %Plano 5Ondulado 15Montanhoso 80

Distância dos principais centros (Km):

Belo Horizonte: 22Rio de Janeiro: 455São Paulo: 600Brasília: 765

Principais Aglomerados urbanos - 2002Aglomerado Área km2 Habitantes Sub-bacia

Alto do Gaia0,4354 1320 Água

Suja/CardosoGalo 0,5241 350 Água

Suja/CardosoSanta Rita 0,357 1570 Água

Suja/CardosoSede Municipal 7,403 50288 Água

Suja/CardosoVale do Sereno 0,4481 519 Água

Suja/CardosoVeredas Gerais 0,7736 24 Água

Suja/Cardoso

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Vila Castela 0,5317 306 Água Suja/Cardoso

Vila da Serra 0,6434 126 Água Suja/Cardoso

Vila do Ouro 0,8006 48 Água Suja/Cardoso

Village Terrasse 0,7041 147 Água Suja/Cardoso

Ville Montagne/Ouro Velho/Res.Sul

3,863 2991 Água Suja/Cardoso

Jardim Canadá 3,099 3850 MacacosJardins de Petrópolis 1,3913 99 MacacosParque do Engenho 0,9284 3 MacacosPasárgada 1,688 55 MacacosSão Sebastião das Águas Claras 3,136 904 MacacosAlphaville 2,811 215 PeixeEstoril 1,072 81 PeixeMiguelão 2,914 1215 PeixeMorro do Chapéu 1,837 981 PeixeVale do Sol 1,384 234 PeixeHonório Bicalho 0,5086 2665 Honório Bicalho

     População Residente.

Tabela - População Residente - 1970, 1980, 1991, 2000, 2002

ANOSURBANARURALTOTAL1970 27.377 6.615 33.9921980 35.050 6.173 41.2231991 44.038 8.362 52.4002001 62.951 1.344 64.295

2002(1)     66.909 

    Taxa de crescimento populacional

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Tabela – Crescimento Populacional

Período Taxa Cresc.%1970-80 21,271980-91 27,111991-96 8,70

1996- 2001 12,88

Submetido ao processo de conurbação pelo município vizinho de Belo Horizonte, em função da proximidade e facilidade de acesso e os atrativos naturais de Nova Lima, estima-se que alcance população de 125.188 habitantes em 2020.

     Grau de Urbanização

A cidade possui alto grau de urbanização, conforme se depreende do quadro abaixo.

Tabela – Grau de Urbanização

ANOS% Pop. Urbana% Pop. rural

1970 80,540% 19,460%1980 85,025% 14,975%1991 84,042% 15,958%2001 97,910% 2,090%

É de se destacar o acentuado declínio do percentual de população rural, principalmente nos últimos dez anos.

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     Densidade Demográfica

150,064 Hab/km2 (2001)

Municípios limítrofes:

Belo Horizonte e Sabará a norte, Raposos e Rio Acima a leste, Itabirito a sul e Brumadinho a oeste.

Enquanto a população de Nova Lima cresceu a taxas anuais de 2,5% nos anos 70, de 2,1% de 1980 a 1991 e de 4% de 1991 a 2000, Ribeirão das Neves, na região metropolitana ao norte de Belo Horizonte, teve, respectivamente, taxas anuais de 27,2%, 6,2% e 8,2% nos mesmos períodos.

Principais rodovias que cruzam o município:

MG 030BR 040Rodovia dos Inconfidentes

Reservas minerais:

AlumínioArgilaCalcárioFerroManganêsOuroTalco

Energia elétrica:

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O município é atendido pela CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais e tem o seguinte quadro de consumidores:

Residencial 22.841Comercial 2.530Industrial 640

Poder público 132Rural 69

Total 26212

A empresa tem em Nova Lima 483 Km de fios de rede, 16.609 postes instalados e 14.391 pontos de luz de iluminação pública. Ela também possui três subestações sendo uma na sede, outra no condomínio Morro do Chapéu e outra no Alphaville.

Água e esgoto

A concessionária do serviço de água é a Copasa – Companhia de Saneamento de MG e o serviço de esgoto é de responsabilidade da prefeitura. A Copasa divide Nova Lima em três áreas distintas, a partir das zonas de influência dos respectivos sistemas produtores, quais sejam:• área 1, constituída por sede e Distrito de Santa Rita, sob influência doSistema Produtor do Rio das Velhas;• área 2, incluindo a região do Vila da Serra / Vale do Sereno (onde háatualmente 510 economias, entre elas FIAT e BIOCOR) e de SãoSebastião das Águas Claras / Macacos, com cerca de 700 ligações. Suaprincipal característica é estar sob influência do Sistema Produtor Fechos /Morro Redondo, na região do Vale do Ribeirão Mutuca;• área 3, caracterizada por sistemas independentes, segue ao longo daBR 040, incluindo Jardim Canadá (com cerca de 1 500 ligações), Vale doSol, Miguelão, Alphaville e Água Limpa. Deles, apenas o Jardim Canadá éabastecido pela COPASA, além do condomínio Retiro das Pedras, já noterritório de Brumadinho. Os demais loteamentos têm fonte própria(cisterna, poço artesiano, nascente ou caminhão-pipa). Segundo informações da concessionária, o Plano Diretor de Abastecimento deÁgua da RMBH prevê, entre outras ações, a inclusão de todo o eixo da BR 040,onde hoje se estima haver cerca de 20 mil lotes sem atendimento de redes.Estando grande parte desocupadas, no futuro tais áreas se constituirão em

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demanda para a COPASA, que está estudando três soluções: captação em poços artesianos; utilização da adutora que vem de Fechos e vai abastecer Macacos e região; abastecimento através de nascentes e, eventualmente, de cisternas. Toda a região situada à direita da MG 030 - sentido BH - Nova Lima -, também não conta com atendimento da concessionária, em especial por se tratar de condomínios mais elevados, notadamente Vale do Ouro, Veredas das Gerais e Jardim de Petrópolis. A água hoje fornecida é captada em lençóis superficiais, sendo pouco usual a captação em poços profundos. Segundo informações da COPASA, apesar do município estar inserido na Bacia do Rio das Velhas, responsável por cerca de 70% da água consumida na Capital Estadual, há problemas de abastecimento em Nova Lima, em geral relacionados à reservação insuficiente e intermitência nas áreas mais altas, condicionada pela topografia local.

É o seguinte o quadro de consumidores (economias) da Copasa no município:

Residencial 18.842

Comercial 1.591

Pública 279

Industrial 182

Total 20.896

OURO

O ouro foi provavelmente o primeiro metal a ser descoberto pelo homem. Aliás, a procura deste metal esteve na origem do aparecimento, desenvolvimento e conquistas das primeiras civilizações conhecidas. Estudos arqueológicos revelam que no ano de 4000 a.C., o ouro já era trabalhado na Mesopotâmia. Posteriormente, as técnicas de obtenção do metal e manufatura dos objetos foram transmitidas a todas as civilizações do Mediterrâneo Oriental, com destaque para a egípcia. As civilizações dos Astecas e Maias, no continente americano, também conheciam e trabalhavam o ouro, que consideravam um metal precioso. Na Idade Média, este elemento tinha um papel muito importante como atesta a famosa procura, pelos alquimistas de então, da Pedra Filosofal que converteria qualquer metal em ouro.

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Indiretamente, esta procura contribuiu para o desenvolvimento da Química, da Medicina e da Metalurgia.

O ouro é utilizado como moeda de troca desde 3000 a.C. No entanto, só em finais do século XVIII é que adquiriu um estatuto monetário universal. A maior parte do ouro produzido em todo o mundo é absorvido pelos próprios estados, para cunhagem de moeda e principalmente para reservas bancárias como garantia de equilíbrio nas transações comerciais internacionais. As maiores aplicações não monetárias deste elemento são decorativas e funcionais. Os usos decorativos incluem a joalheria, adornos religiosos, moda, etc. As aplicações funcionais existem na indústria eletrônica e aeroespacial. É comum realizar aplicação de camadas de ouro em componentes eletrônicos, escudos de calor, diodos, circuitos impressos ou pinos de ligação. Também se utiliza ouro em ligas destinadas a próteses dentárias, contatos elétricos, equipamento químico, fotografia, etc.

Nos últimos 6.000 anos foram extraídas no mundo aproximadamente 125.000 toneladas de ouro, sendo  12.500 toneladas até 1848 e 112.500 ton (90%) extraídas a partir de 1848. Cerca de 60% deste total , o equivalente a U$ 350 bilhões em ouro, concentra-se em poder de bancos estatais e governos. As principais reservas são dos Estados Unidos, Alemanha, FMI, França, Suíça e Itália. Os demais países têm reservas somadas de 11 mil toneladas e o Brasil reservas de 150 toneladas. Estima-se que outros 30% de ouro estejam acumulados com particulares em todo mundo na forma de barras, jóias, moedas, etc. Os 10% restantes são consumidos pela indústria (joalheria, odontologia, eletrônica, indústria de precisão, etc). No segmento de joalheria a maior produção de peças em ouro pertence à Índia seguida pela Itália. 

A produção mundial atingiu pouco mais de 2.500 toneladas em 2005. O maior produtor é a República Sul Africana, seguida dos EUA, Austrália, China, e Canadá. A RSA detém ainda 38% das reservas mundiais conhecidas. Nos últimos anos tem-se assistido a uma concentração do setor com pequenas e médias empresas absorvidas por empresas maiores e estas se fundindo entre si.

No Brasil as primeiras ocorrências foram na então Capitania de São Vicente e depois São Paulo. Nas terras daquela que viria a ser a Capitania de Minas Gerais, pelo norte e pelo sul, várias expedições comandadas por paulistas, baianos e pernambucana perambularam entre 1550 e 1660 sem resultados satisfatórios. Em 1664 o Rei Afonso IV confiou ao pernambucano Agostinho Barbalho Bezerra uma expedição definitiva que deveria entrar pelo Rio Doce

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atrás das cobiçadas esmeraldas. Pouco antes da partida porém o bandeirante morre e Fernão Dias Paes, na época com 63 anos, resolve substituí-lo. A bandeira organizada por ele além da buscar pedras preciosas e ouro deveria proceder a ocupação definitiva do território com a criação de pousos e arraiais suficientes para assegurar o abastecimento de gêneros ao longo do caminho. Eram lançadas as bases para os descobrimentos de ouro e para o surgimento dos primeiros povoados mineiros.

O começo da exploração de ouro em Minas data de 1693 quando um paulista de Taubaté, Antônio Rodrigues Arzão descobre um rico filão na região de Caeté. Em 1699 a descoberta é em Vila Rica e as pesquisas e comitivas na região aumentam. Entre os lugares percorridos, um dos que haviam sido citados como promissores era um conhecido como Campos de Congonhas. Com o desenvolvimento da extração passou a ser denominado Campos de Congonhas das Minas de Ouro..

FERRO

A utilização do ferro é bem antiga. Estima-se que a "verdadeira idade do ferro" tenha tido início antes de 1200 a.C. A ilustração abaixo se refere à produção primitiva do ferro. O minério de ferro - magnetita (Fe3O4), hematita (Fe2O3), entre outros - entra em contato com o carvão (C) e o oxigênio (O2) do ar, soprado pelo fole. Esse contato, sob determinadas condições, produz uma liga de ferro metálico e carbono, denominada aço. A liga produzida pelo povo hitita, pioneiro desse processo, era bastante resistente, a ponto de poder ser utilizada para a fabricação de armas. Este "segredo" fez do povo hitita detentor do monopólio da metalurgia do ferro por aproximadamente duzentos

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anos (c. 1400-1200 a.C.). Mais tarde esse povo guerreiro perdeu sua exclusividade e o conhecimento se espalhou para outras civilizações.

O ferro é, entre todos os metais, o mais produzido e consumido no mundo. Fundido, forjado, transformado em aço e até em remédios - tem eficaz ação terapêutica no tratamento de doenças como a anemia - ele está no nosso dia-a-dia como componente essencial para inúmeras aplicações. A atividade de extraí-lo da terra, beneficiá-lo e transformá-lo gera empregos e impostos, e, com eles, qualidade de vida. Mas nem sempre foi assim. Pela sua utilização na produção de armas, armaduras e artefatos de guerra, houve época que chegou a ser mais valioso que o ouro. Ele só se tornou acessível para o uso em diversas aplicações quando novas tecnologias de extração e beneficiamento foram sendo desenvolvidas. Atualmente mais de 99% do minério de ferro extraído é transformado em ferro fundido e aço e utilizado na construção civil, na indústria automobilística, de eletrodomésticos etc.

A siderurgia brasileira começa em 1597 quando Afonso Sardinha constrói dois pequenos engenhos para produção de ferro em Sorocaba, utilizando minério descoberto pelos padres jesuítas proveniente de São Vicente/SP. O primeiro empreendimento para produção de ferro ocorre na fábrica denominada Patriótica, em Congonhas do Campo, pelo Barão de Eschwege em 1811. Operários Alemães em 1814, sobre a direção do Capitão Varnhagen, são responsáveis pela primeira corrida de ferro gusa, em São João do Ipanema no

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Estado de São Paulo. Em 1817 o francês Monlevade instala perto de Caeté o primeiro alto-forno no Brasil para produção regular de ferro-gusa.

Em 1680 a primeira descoberta de ferro em Minas Gerais é atribuída a Borba Gato nas margens do Rio das Velhas. No início do século XX foram descobertas enormes jazidas de minério de ferro em Minas Gerais em uma área posteriormente denominada Quadrilátero Ferrífero. O que não havia na época era investimento para instalar equipamentos de lavra, ferrovias e portos em escala suficientemente grande para processar e transportar essa matéria prima.Depois de quarenta anos da descoberta, sob a ameaça da II Grande Guerra o capital norte-americano entra no país e o aproveitamento de nossas reservas de minério de ferro começa a se tornar realidade. O primeiro passo foi a criação, em 1942, da companhia Vale do Rio Doce e construção da Estrada de Ferro Vitória Minas, ligando as áreas produtoras em Minas ao porto capixaba. Em 1946 entra em funcionamento a Companhia Siderúrgica Nacional, primeira usina siderúrgica brasileira instalada em Volta Redonda/RJ A partir daí o Estado brasileiro assume o investimento para a montagem do parque siderúrgico nacional e são constituídas a Usiminas, Açominas, Cia Siderúrgica de Tubarão, ..... diversas empresas. No começo da década de 1990 todas estas empresas inclusive a Companhia Vale do Rio Doce foram privatizadas. Hoje existem em funcionamento 24 usinas comandadas por 11 empresas que empregaram, em 2004 mais de 90 mil trabalhadores e produziram cerca de 35 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos. A produção mundial de aço, em 2004, foi de 1,050 bilhão de toneladas. Os dez maiores produtores mundiais de aço foram: China, Japão, Estados Unidos, Rússia, Coréia do Sul, Alemanha, Ucrânia, Brasil, Índia e Itália.

O Brasil tem 7% das reservas mundiais do ferro e está em 6º lugar entre os detentores das maiores reservas do mineral. Elas estão concentradas no Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais (72,3%), na província mineral de Carajás no Pará (22,3%), na Serra do Urucum na região de Corumbá no Mato Grosso do Sul (4,3%) e São Paulo (1%). Porém se observado o teor de ferro contido o Brasil apresenta, junto com a Austrália, as maiores reservas. O teor contido no minério do Quadrilátero Ferrífero quando divulgado foi um assombro: 55% de ferro a maior do mundo. Em 1973 foi anunciada a descoberta da jazida de Carajás e o minério com 67% de concentração. Em Mato Grosso do Sul as reservas são conhecidas desde a Guerra do Paraguai e o minério tem 60% de ferro. Quanto à produção o Brasil está em segundo lugar com 18% do ferro produzido perdendo somente para China que produz 25% do ferro mundial. A Companhia Vale do Rio Doce é a maior empresa

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exportadora mundial de minério de ferro beneficiado tendo 25% do comércio mundial e mais de 60% da produção brasileira. Entre as empresas controladas pela Vale está a MBR – Minerações Brasileiras Reunidas que lidera a exploração do minério de ferro em Nova Lima.

A exploração em larga escala do minério de ferro em Nova Lima começa com a saída da Saint Jonh Del Rey Mining Company e a chegada da norte-americana Hanna Mining Corporation em 1959. A Hanna promove a divisão da Saint Jonh em duas empresas. Uma rebatizada em 1960, Mineração Morro Velho, se dedica aos negócios com ouro e a exploração da Mina de Morro Velho. A outra é dedicada a pesquisa e exploração de ferro. Inicialmente a Hanna faz um levantamento das principais áreas de ocorrência de ferro no município. Para não configurar um monopólio a lavra é feita por uma série de companhias mineradoras subsidiárias a Hanna como a Companhia de Mineração Novalimense, Mineração Hannaco Ltda., Mineração Hanna do Brasil, Mineração Águas Claras, Pesquisas Minerais Hecco Ltda. O primeiro grande empreendimento da Hanna em Nova Lima foi a exploração da mina da Mutuca. A extração do minério se iniciou em 1962 e continuou por quase 40 anos até 2001.

Por esta ânsia em explorar as reservas de ferro brasileiras a Hanna foi alvo de movimentos de protesto estudantil, de partidos políticos, de homens públicos de motivação nacionalista, especialmente Gabriel Passos, então Ministro de Minas e Energia. Em 25 de agosto de 1961 Jânio Quadros renunciou ao cargo de presidente da República. Com o objetivo de neutralizar a resistência militar que se opunha à posse do vice-presidente João Goulart, o Congresso aprovou em 2 de setembro emenda constitucional que instituiu o parlamentarismo, restringindo assim os poderes presidenciais do sucessor de Jânio. Tancredo Neves, o primeiro ministro do gabinete parlamentarista, confiou a pasta das Minas e Energia a Gabriel Passos. Preocupado em garantir uma proteção mais eficaz às jazidas de minério de ferro de Minas Gerais, que tinham sido objeto de concessão à Hanna Mining Corporation, Passos determinou a suspensão das atividades da companhia. A Hanna, contudo, conseguiu ter de volta, na justiça, as suas concessões. Gravemente enfermo, Gabriel Passos faleceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1962, sem ter-se afastado da chefia do ministério. Aproveitando a comoção do fato o deputado do PTB Waldomiro Lobo propôs a mudança do nome de Nova Lima para Gabriel Passos, mas a população de Nova Lima não aceitou. A idéia não foi para frente e Waldomiro Lobo perdeu

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o reduto eleitoral que tinha em Nova Lima. Ninguém na cidade queria ser chamado de filho de Gabriel Passos.

Em 1966 a Hanna ganha um sócio brasileiro, o grupo Caemi (Companhia de Administração e Estudos em Mineração) liderado pelo empresário Augusto Trajano de Azevedo Antunes que já era sócio da Hanna na exploração de manganês na Serra do Navio no Estado do Amapá. Antunes lavrava ferro em diversas regiões de Minas desde a década de 1940 e foi o primeiro fornecedor da Companhia Siderúrgica Nacional. Já.com o novo nome MBR – Minerações Brasileiras Reunidas começa em 1972 a exploração da mina de Águas Claras na Serra do Curral, totalmente situada em Nova Lima, quase na divisa com Belo Horizonte. A exploração foi viabilizada com um financiamento no valor de U$ 170 milhões do Banco Mundial, do Eximbank e de várias tradings e bancos europeus e japoneses. A alta qualidade do minério de Águas Claras e a sua grande produtividade fazem a fama da MBR no mercado internacional e a transformam na segunda maior do país só atrás da CVRD. Águas Claras encerra suas atividades em 2002 e em seus 30 anos de funcionamento cerca de 260 milhões de toneladas de minério de ferro foram extraídos.

Em 1986 depois de assumir a lendária Saint Jonh Del Rey Mining Company e passar 27 anos explorando o minério de Nova Lima, a Hanna Mining vende a sua participação (34,27%) para Caemi por U$ 75 milhões. Ela passa a tocar o negócio com vários sócios estrangeiros minoritários. Em setembro 2003 a Companhia Vale do Rio Doce assume o controle da MBR através da compra de 90% das ações da Caemi. Em 2004, a MBR teve lucro líquido de R$ 661,3 milhões, volume 25% superior a 2003 (R$ 527,2 milhões). As vendas também aumentaram alcançando 43,7 milhões de toneladas, 15% maior do que o ano anterior (38 milhões de toneladas). O minério foi exportado para China 32%, Japão 17%, Europa 17%, outros países 18% e mercado interno 16%.. Cerca de 7% do ferro importado pela China é oriundo do município de Nova Lima. A exportação acontece pelo terminal marítimo da Ilha do Guaíba em Mangaratiba/RJ. Ele chega até lá em trens da MRS Logística que viajam a 130 Km/h pelos trilhos da Ferrovia do Aço. Para cruzar a Serra da Mantiqueira são 90 viadutos e 70 túneis o maior deles com 8 Km de extensão. Tanto o terminal marítimo como a MRS Logística também são controlados pela MBR.

Pela MBR a exploração de minério de ferro no município acontece na Mina de Tamanduá, próximo ao condomínio Morro do Chapéu e na Mina de Capão Xavier no Jardim Canadá. O beneficiamento do minério acontece na unidade de Vargem Grande, junto a desativada Mina da Mutuca. Em 2006 será

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implantada uma usina de pelotização de minério próximo a divisa de Nova Lima com Itabirito. Além da MBR - também exploram ferro no município: Magnesita S.A.; Mineração Prima S.A. -Miprisa; Mineração Rio Verde Ltda.; Integral Mineração Ltda.; Mannesmann Mineração Ltda.; Extrativa Mineral Ltda. - Extramil; Pedras Congonhas Extração e Arte Indústria Ltda.

Meio Ambiente

O Rio das Velhas, o maior afluente do Rio São Francisco e as Serras do Curral, do Rola-Moça, e da Moeda, ramificações da cordilheira do Espinhaço, a única cordilheira do país, e recém declarada pela Unesco, Reserva da Biosfera Brasileira, estão no município. O município têm implantadas sete unidades de conservação totalizando 8.718 hectares de áreas preservadas. Fora a grande riqueza em si, quanto maior o número áreas de proteção ambiental e unidades de conservação devidamente registradas maior é o retorno financeiro para o município através do ICMS ecológico. Cerca de 70% do território do município de Nova Lima não é ocupado. Boa parte desta área é coberta por vegetação de transição entre Mata Atlântica e Cerrado. Entre estes dois

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sistemas ocorrem ambientes diversos tais como cerrado, campos rupestres, florestas de galerias e florestas estacionais..A exemplo de vários outros estados do país, o que se observa nesta porção do estado de Minas Gerais, são remanescentes esparsos de formações florestais que não conservam o caráter primário e que mostram a imensa devastação já ocorrida. Os impactos causados são de várias origens, principalmente pela exploração mineral e também pela ocupação agropecuária, pela criação recente de condomínios, loteamentos, ocupações irregulares na área da bacia hidrográfica, desmatamento, queimadas e utilização de áreas para cultivo de monocultura, como eucaliptos.

Parque Estadual da Serra do Rola Moça

O parque foi criado em 1994 e é um dos 23 parques estaduais de Minas Gerais. Com 3.950 hectares, sendo 774 ha. em Nova Lima na região do Jardim Canadá, se estende também pelos municípios de Belo Horizonte, Brumadinho e Ibirité. Tem vegetação típica de cerrado e destacada importância ecológica, devido à grande diversidade de ambientes naturais, determinada pela topografia acidentada e pelas características geológicas. Com colorido especial e relevo peculiar, o Parque apresenta uma vegetação diversificada onde encontramos espécies como o ipê, cambuí, aroeira-branca, sangra-d'água, canela, unha-de-vaca, pau-d'óleo, quaresmeira, cangerana, cedro, cambotá, pau-ferro, pequi, jacarandá-do-cerrado, ipê-cascudo, murici, jatobá-do-cerrado, pau-santo, pau-de-tucano, araticum e canela-de-ema.Sendo habitat natural de espécies da fauna ameaçadas de extinção como a onça-parda, jaguatirica, gato-mourisco, gato-do-mato, lobo-guará, raposa, mão-pelada, coati, irara, lontra, ouriço, preá, tamanduá-de-colete, tatu-peba, tatu-galinha, caititu, veado-catingueiro, veado-campeiro, guigó e mico-estrela.O Parque abriga seis importantes mananciais de água - Tabões, Rola-moça, Bálsamo, Barreiro, Mutuca e Catarina - declarados pelo Governo Estadual como Áreas de Proteção Especial, que garantem a qualidade dos recursos hídricos que abastecem parte da população da região metropolitana.

Área de Proteção Ambiental Estadual APA Sul RMBH

Esta APA compreende uma área total de 163.000 ha e envolve doze municípios. São eles: Nova Lima (cerca de 98% do território está localizado na área de proteção), Belo Horizonte, Caeté, Itabirito, Rio Acima, Raposos, Ibirité, Mário Campos, Santa Bárbara, Barão de Cocais,

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Brumadinho e Sarzedo. A Áreal está situada em uma das regiões mais ricas do estado de Minas Gerais. Ela concentra mais de 50% de todas as reservas minerais nacionais de ferro na chamada região do quadrilátero ferrífero, e, ainda, alta densidade industrial e populacional. Deve-se destacar o papel estratégico desta região que é responsável por 70% do abastecimento de água da cidade de Belo Horizonte e 55% dos demais municípios da Região Metropolitana. A proteção tem como objetivo preservar os recursos hídricos que assegurem a viabilidade econômico-ecológica da região, assim como preservar a fauna e flora regional A área da APA Sul apresenta, em termos vegetais, uma diversidade de cobertura vegetal, caracterizados pela presença de campos sujos e cerrados. Destacam-se ainda, extensas áreas de mata, onde se encontram os mananciais de abastecimento público. Estas áreas preservadas apresentam uma grande variedade de espécies vegetais como ipê, candeia, jacarandá, canela, embaúba, aroeira, dentre outras, Nas áreas de campos rupestres ocorrem espécies como canela-de-ema, arnica, orquídeas variadas, alecrim, pepalantus e uma grande variedade de liquens e musgos sobre afloramentos rochosos.Os cerrados apresentam uma gradação que engloba os campos cerrados, o cerrado propriamente dito, e a formação fechada de cerrado, o cerradão. A diversidade da fauna da região é muito grande devido a presença de diferentes biomas. A fauna alada apresenta uma enorme variedade de espécies que podem ser vistas se deslocando na região como o joão-de-barro, jacu, seriema, codorna, bem-te-vi, coruja-buraqueira, perdiz, andorinhão-coleira, anu-preto, anu-branco, dentre outros. Já a fauna terrestre, apesar de pouco observada, ocorre na região de forma mais dispersa e se refugiam nas matas de maior extensão, dentre eles pode-se citar o tapeti, gambá, cuíca, gato-do-mato, tatu, rato-do-campo, rato d’água, preá, caxinguelê, cascavel, cobra-cipó, jararaca, assim como variedades de calangos na região de campos rupestres.

Reserva Particular do Patrimônio Natural Feixos

A reserva administrada pela Copasa e pela MBR foi criada pelo IBAMA em 2002 e tem uma área de 1074 hectares sendo que 416 com cobertura vegetal arbórea. O objetivo é a proteção do manancial da bacia do ribeirão dos Feixos e dos ambientes naturais lá existentes caracterizados com vegetação típica de cerrado. A fauna tem um alto grau de diversidade, espécies endêmicas e contém alguns animais que encabeçam a lista de espécies ameaçadas no estado de MG como o macuco, macaco sauá, mutum-do-sudeste, jacu, pavó, gato-do-mato e capoeira. Outras espécies encontradas são cachorro-do-mato, sagüi, caxinguelê, caititu, tatu-galinha,

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cuíca, curiango, perdiz, bem-te-vi e tuim. Esta unidade de uso sustentável está totalmente localizada no município de Nova Lima e nela são permitidos o desenvolvimento de atividades de pesquisa e de educação ambiental, desde que não venham a afetar o funcionamento dos ecossistemas e a qualidade do manancial.

Reserva Particular do Patrimônio Natural do Jambreiro

A mais importante área verde da região metropolitana de Belo Horizonte está situada na encosta sul da serra do Curral e conta com 912 hectares de matas em estado de regeneração bem desenvolvido. Ela consiste em área remanescente de Mata Atlântica já em transição para cerrado e também recebe o nome de Floresta Estacional Semidecidual. Possui em sua maior parte relevo montanhoso e áreas de alta declividade. A presença de importantes nascentes e córregos tributários do córrego Cardoso, afluente do Rio das Velhas como o Aperta Pé, o Jambreiro, o Águas Claras, o Campo Alegre, o Crioulos, o Criminoso, o Diamante e o Samambaia junto com o relevo acidentado e a ausência de jazidas minerais em sua área podem ter contribuído para sua preservação.Totalmente localizada na Área de Preservação Ambiental Sul, da Região Metropolitana de Belo Horizonte – APA Sul, está em curso, atualmente, o zoneamento e o planejamento de manejo do Jambreiro, conforme a vocação da biodiversidade local. Na prática, isso significa a realização de estudos aprofundados na mata, para indicar como a unidade de conservação poderá ser utilizada futuramente - áreas de preservação, de educação ambiental, de pesquisas, de lazer e recreação programada e de reabilitação. O reconhecimento da área como RPPN também é importante para Nova Lima, pois amplia sua participação no chamado ICMS ecológico. Este imposto beneficia municípios que preservam áreas verdes. A mata abriga mais de 113 espécies de aves e cerca de 400 espécies botânicas importantes como jacarandás, cedros, jequitibás, ipês, braúnas e perobas. Entre os mamíferos citam-se macaco prego, mico estrela, jaguatirica, gato mourisco, capivara, paca, cotia, caxinguelê (esquilinho), quati, gambá, ouriço cacheiro e tamanduá mirim. Estudo realizado mostrou que, do início da década de 70 até hoje, a Mata do Jambreiro acolheu 66 novas espécies de aves, que fazem dali o seu habitat, totalizando 179 espécies de pássaros o que representa mais de 20% da avifauna mineira.

Reserva Particular do Patrimônio Natural Mata Samuel de Paula

O nome vem de uma antiga fazenda que integra atualmente a RPPN. Apresenta áreas com vegetação remanescente de Mata Atlântica, possui

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147,83 hectares e desde 2000 abriga sede do Centro de Educação Ambiental Harry Oppenheimer da AngloGold Ashanti.. O objetivo do CEAHO é desenvolver ações para a melhoria ambiental a partir da participação da comunidade. Em julho de 2004 foi iniciado um estudo específico da RPPN por pesquisadores da UFMG, que ainda está em andamento. De julho de 2004 a fevereiro 2005, foi feito o estudo da Flora e estudo da qualidade das águas no local, com ênfase nos insetos aquáticos e algas. Até junho, já haviam sido identificadas 194 espécies de plantas vasculares e 149 de angiospermas, inclusive identificadas 5 espécies que constam da lista oficial de espécies ameaçadas de extinção da flora de MG. Algumas espécies: Samambaia, avenca, aroeira, embira, araticum, mandiocão, cipós, embaúba, carvalho, mirindiba, cabaça de nego, salgueira, tapiá, ingá, jacarandá, angico, caviúna, licurana, mulungu, canela, jequitibá, quaresmeira, gameleira e outras. Cinco estações para recolhimento de amostras de água do ribeirão dos Cristais foram estabelecidas e os resultados estão sendo avaliados.Até maio de 2007 será apresentado um levantamento completo da fauna da região.

Parque Municipal Rego dos Carrapatos

Um importante marco na preservação ambiental em Nova Lima o parque está situado na área urbana e ocupa uma área de 160 hectares adjacente a Mata do Jambreiro. A área foi repassada ao município em forma de doação pela então Mineradora Morro Velho em 1996. Além do aspecto da educação ambiental que é desenvolvido com os alunos das escolas do município o parque é uma boa opção de lazer para população. É perfeito para uma caminhada em trilhas junto a centenários jacarandás, perobas, cedros, pau d’óleo, pau doce, canelas, cortiças além de plantas ornamentais, lírios nativos da Mata Atlântica e a samambaia açu, planta-símbolo do parque. Podemos encontrar também uma fauna variada formada por saíras, sabiá, bem-te-vi, sanhaço, jacu, (maior ave da região) e mamíferos como: ariranha ou lontra (ameaçado de extinção), paca e gato do mato,entre outros. Inserida dentro do Parque Ecológico do Rego dos Carrapatos, encontra-se a mais antiga banqueta já construída em Nova Lima. A construção data de meados do ano 1810. A Banqueta dos Carrapatos, de 5,5 km de extensão, foi a responsável pela captação de água potável para a então Congonhas do Sabará, hoje Nova Lima. Nos últimos 100 anos, a água da banqueta foi utilizada também para a lavagem do ouro.

Área de Proteção Especial da Mutuca

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A área é de proteção da bacia do córrego Mutuca, tributário do ribeirão dos Cristais, com 1250 hectares. A vegetação preponderante é característica do Cerrado com ocorrência de espécies de transição entre Mata Atlântica e cerrado. A cobertura vegetal arbórea corresponde a 371 ha. A área de proteção especial - APE MUTUCA, está inserida no Parque Estadual Serra do Rola Moça e apresenta uma elevada diversidade de habitats, relativamente heterogêneos. Embora em diferentes estágios de conservação, a vegetação APE-MUTUCA, representa um importante refugio para fauna regional A fauna existente apresenta um alto índice de diversidade e espécies endêmicas (ocorrência restrita). As aves contam 85 espécies, exemplo: sabiá-barranqueiro, tico-tico, codorna, anu-preto, tangará-dançarino, pica-pau, beija-flores, coruja buraqueira, tiê-preto, sendo que duas espécies ameaçadas de extinção jacu e chibante. Já as espécies de mamíferos são 29 entre eles cachorro-do-mato, tatu-galinha, cuíca, gambá-de-orelha-branca, sagui, coati, paca, veado-campeiro, sendo o gato-do-mato ameaçado de extinção. É o lar também de 15 espécies de lepidópteros, nome científico das borboletas A área de proteção da Mutuca é administrada pela Copasa e garante o abastecimento de água para alguns bairros de Belo Horizonte na região do Barreiro. Localizado junto à Área de Proteção do Mutuca, encontra-se o Centro de Educação Ambiental do Mutuca (CEAM), criado em 1998, atendendo um público de mais de 15 mil pessoas especialmente alunos de escolas de ensino fundamental e médio da grande Belo Horizonte.). O sistema de Trilhas Interpretativas é formado por um conjunto de trilhas e locais específicos, denominados:Trilha da Mata Ciliar, Berçário das Borboletas, Comedouro, Trilha do Córrego, Trilha da Paca e Mãe d’água. Locais para palestras e oficinas, captações de água, e várias outras atrações para enriquecimento cultural e ambiental dos visitantes compõem o centro mantido pela Copasa..

Mata Capitão do Mato

Administrada pela MBR a Mata do Capitão do Mato é um expressivo remanescente da Floresta Atlântica próximo ao condomínio Morro do Chapéu. Tem 810 hectares e aguarda seu reconhecimento como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), junto ao IBAMA/MG. Nessa mata, surgem importantes nascentes dos ribeirões Capitão do Mato e Marinhos, tributários do Rio do Peixe, importante contribuinte do Rio das Velhas. Em sua superfície coberta de vegetação predominam a Mata de Galeria, os Campos Abertos e os Campos de Altitude. Independentemente do grau de preservação e regeneração, estes ambientes constituem-se repositórios da vegetação original e funcionam como estoque de biodiversidade A área também abriga

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expressivos representantes da fauna regional, como macaco prego, jaguatirica, capivara e caxinguelê; espécies de aves e flora como angá-ferro, camboata,sangra d’água, açoita cavalo, jacaré, quaresmeiras e plantas medicinais.

Mata do Tumbá

A Mata do Tumba ou Mata de Macacos com 169 hectares de florestas de galeria está localizada na região de São Sebastião das Águas Claras. Sua importância motivou a MBR a considerá-la a partir de 1987, sob regime especial de preservação permanente, antes da existência de mecanismos como as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Na área, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, da Pontifícia Universidade Católica realizaram trabalhos de levantamento de flores e avaliação dos ecossistemas aquáticos. Segundo estudo de cientistas da Fundação Biodiversitas a Mata do Tumba deve ser protegida por ser dos últimos remanescentes de mata nativa e por desempenhar considerável papel na manutenção da diversidade biológica local. A mata está inserida em área de transição entre cerrado e mata atlântica, sendo detectados elementos faunísticos de ambos os ecossistemas e abrigando importantes representantes da nossa fauna.. A reserva se encontra cercada por áreas sujeitas a atividades humanas de alto impacto para ambientes naturais, representados principalmente por minerações e loteamentos urbanos, merecendo atenção especial por parte da comunidade do entorno.

Outras reservas

Conforme o que dispõe a lei florestal do Estado de MG e portarias do IBAMA são também consideradas áreas de reserva legal e de utilização limitada no município de Nova Lima:- Mata Capão Xavier. Administrada pela MBR na região do Jardim Canadá.Área de Preservação Luzia da Mota Tem um conjunto com 3 cachoeiras sendo a última com 15 metros de altura. A área tem 385,46 hectares com terras também nos municípios de Rio Acima e Raposos.Mata do Faria.Área de proteção administrada pela AngloGold com 75 hectares no ribeirão dos Macacos.Mata do Espírito Santo. Apresenta vegetação remanescente de Mata Atlântica e está localizada junto a estrada de acesso a Raposos. Fazenda Fernão Paes. Área de preservação de 71 hectares de responsabilidade da Anglo Gold Ashanti.

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Centro de Educação Ambiental Harry Oppenheimer A Casa de Força da antiga “Máquina” no bairro Cristais, datada de 1800 foi restaurada e abriga o Centro de Educação Ambiental Harry Oppenheimer da AngloGold Ashanti.. Localizado na Mata Samuel de Paula, hoje uma Reserva Particular do Patrimônio Natural que tem cobertura de vegetação remanescente de Mata Atlântica. O objetivo do centro é despertar a consciência ecológica das comunidades do entorno da empresa nas cidades Nova Lima, Rio Acima, Raposos, Caeté, Sabará e Belo Horizonte. Os cerca de 3.000 visitantes a cada ano, especialmente alunos de escolas destas localidades são recebidos por monitores que são filhos ou parentes de trabalhadores da própria empresa. Todos conhecem bem a região e são treinados para atuarem como monitores ambientais. Vários programas de educação ambiental são desenvolvidos para estudantes, professores, trabalhadores e familiares, associações comunitárias e outros visitantes. Nesses programas, são usados recursos multimídia, oficinas, palestras e passeios com o objetivo de proporcionar uma mudança de comportamento e um maior respeito em relação à natureza. No CEA encontra-se a nascente do Rego Grande, um curso d´água vindo do Ribeirão dos Cristais, que atravessa toda a cidade de Nova Lima, percorrendo 4,5 Km.

Centro de Educação Ambiental da MBR

Localizado na Mata do Jambreiro e administrado pela AMDA – Associação Mineira de defesa do Meio ambiente, o Centro de Educação Ambiental da MBR desenvolve um trabalho de conscientização ecológica junto a comunidade. Em média 5.000 pessoas passam por lá anualmente em cursos básicos de formação de monitores ambientais, educação ambiental, visitas orientadas e atividades junto a comunidade. Entre as atividades que mobilizam professores e alunos das escolas da Região Metropolitana de BH estão as trilhas interpretativas pela Mata do Jambreiro, oficinas de criação a partir de material reciclável e manipulação de ervas medicinais nativas. O CEA abriga também um galpão de trabalhos lúdicos, um mirante e uma área de lazer.

Rio das Velhas

Com 761 quilômetros de extensão, da nascente na cachoeira das Andorinhas em Ouro Preto até a foz em Barra do Guaicuí no município de Várzea da Palma, onde deságua no Velho Chico, o rio das Velhas é o maior afluente da bacia do São Francisco, e possui significativa importância histórica,

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econômica e social. Pelos córregos e riachos afluentes chegaram os desbravadores atrás de riquezas. Às margens do Velhas se formaram os primeiros núcleos de população. A bacia tem cerca de 28.867 km2, abrangendo, total ou parcialmente 51 municípios que juntos respondem por 42% do Produto Interno Bruto mineiro e onde vivem 4,5 milhões de pessoas. No seu alto curso está localizada a região metropolitana de Belo Horizonte e os mananciais do rio são responsáveis por 60% de seu abastecimento de água. Hoje o rio sofre os males do crescimento e do progresso desordenado de grandes regiões e com o descaso de autoridades e populações com o meio ambiente. Em diferentes pontos dessa bacia o peixe não é mais pescado e a água não se presta a qualquer forma de utilização. O Rio Arrudas, seu mais importante afluente, em Belo Horizonte, está morto. Ele e a bacia do Córrego do Onça, na região da Pampulha, são os maiores poluidores do Rio das Velhas. A atividade mineradora contribuiu significativamente para a degradação ambiental da bacia através do assoreamento do rio. O principal problema, no entanto, reside no lançamento de esgotos domésticos na rede hidrográfica que representam 78% dos efluentes (esgoto) lançados na bacia. A atividade de mineração e a indústria também contribuem para esta situação, mas apenas são responsáveis por 14% e 6% do total dos efluentes, respectivamente. A situação é exacerbada pelos baixíssimos índices de saneamento e tratamento de esgotos. Depois da sua nascente em Ouro Preto o primeiro grande afluente do rio das Velhas é o rio Itabirito que chega trazendo todo esgoto doméstico e industrial daquela cidade sem qualquer forma de tratamento Depois o rio passa pelo município de Rio Acima onde já foi implantada uma ETE – Estação de Tratamento de Esgoto, mas rejeitos ainda são lançados no rio. Ao entrar no território de Nova Lima onde percorre 12,5 km ele recebe, na altura do povoado de Santa Rita, o córrego Papa Milho Mais na frente em Honório Bicalho está a foz do o ribeirão Macacos e mais a frente, no bairro Bela Fama está localizada a Estação de Tratamento de água para abastecimento de BH. Antes de deixar o território novalimense o Velhas recebe a o ribeirão Água suja/Cardoso trazendo in natura todo o esgoto da cidade. Fora o esgoto a grande agressão que o rio sofre no trecho que percorre no município de Nova Lima é o assoreamento provocado pela enorme quantidade de rejeitos da atividade de mineração. Um projeto experimental de recuperação da calha do rio assoreado pela mineração está sendo desenvolvido em Rio Acima por técnicos do Projeto Manuelzão.

Projeto Manuelzão

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Mobilizando comunidades e autoridades, o Projeto Manuelzão pretende recuperar o Rio das Velhas e torná-lo um instrumento para a inserção socioeconômica das populações ribeirinhas. A opção por trabalhar com uma bacia hidrográfica reside no fato de que ela representa uma unidade territorial de diagnóstico, planejamento, organização, ação e avaliação de resultados. A bacia permite integrar natureza e história, ambiente e relações sociais, delimitando uma área e possibilitando que um complexo sistema seja referenciado na biodiversidade dos corpos d'água da bacia. Pertencer à bacia do Rio das Velhas é pertencer ao mundo. O Rio das Velhas está situado na bacia do Rio São Francisco que, por sua vez, deságua no Oceano Atlântico, que se liga a todos os oceanos do planeta. Tudo que fizermos de bom ou ruim, pequeno ou grande, afetará o mundo (pensar globalmente, agir localmente). O médico e professor Apolo Heringer Lisboa, coordenador do Projeto Manuelzão tem uma concepção curiosa a respeito do exercício da sua profissão. "Médico não é o profissional da saúde, mas da doença; saúde tem a ver é com qualidade de vida, com educação, com moradia, com trabalho e renda." A frase é muito usada por ele para explicar os motivos que o levaram a criar, em 1997 o "Projeto Manuelzão" . O movimento que está conseguindo sensibilizar comunidades, governos, mídia e a opinião pública em torno de uma meta: a de recuperar o Rio das Velhas,hoje intensamente poluído num longo trecho a jusante da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em vários pontos do Rio não existem mais peixes, a água tornou-se imprópria a quase todos os usos. Para mudar esta realidade o Projeto Manuelzão aponta para a cidadania, através de ações voltadas para a educação e a mobilização social, na busca de saneamento ambiental, de saúde, de ambientes saudáveis ecológica e socialmente sustentáveis.

Rio de Peixe

 Mais de 80% de seu curso acontece em platôs com altitudes variando entre 950 e 1.450 m com belíssimas paisagens marcadas por vales e escarpas. Após abandonar o altiplano, até alcançar sua foz, percorre território do município de Rio Acima. Desde o início do século 20, suas águas são utilizadas para geração de energia elétrica para mina de Morro Velho. O sistema é composto por três reservatórios artificiais localizados em cotas elevadas: a Lagoa Grande ou dos Ingleses, a Lagoa do Miguelão e a Represa de Codornas.  No se u entorno as principais atividades econômicas são a mineração e o reflorestamento. Nos últimos 20 anos numerosos condomínios residenciais e sítios de lazer têm sido criados em sua bacia de drenagem. Seus principais

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afluentes são: Ribeirão Congonhas, Córrego Lagoa Grande, Córrego Codornas, Ribeirão Capitão do Mato e Ribeirão dos Marinhos. 

Ribeirão dos Macacos

 Nas partes mais altas da sua baciaé ocupado por grandes áreas de mineração em nas partes mais baixas o espaço é ocupado por numerosos condomínios e sítios de lazer No córrego dos Fechos, a Copasa realiza captação em altitude que permite o abastecimento por gravidade dos bairros mais altos de Belo Horizonte.  Sua bacia tem forte atração para o ecoturismo e o lazer. Seus principais afluentes são córrego dos Fechos, córrego Tamanduá e córrego da Taquara.

Ribeirão Água Suja/ Córrego Cardoso

Drena a encosta oriental da Serra do Curral, divisa dos municípios de Nova Lima e Belo Horizonte. Estão inseridas em sua bacia de drenagem, a sede de Nova Lima e seus principais bairros, assim como bairros ligados à  zona urbana da capital como Vila da Serra, Vale do Sereno e outros.  O Ribeirão Água Suja, que deságua no Rio das Velhas próximo ao bairro do Galo, é formado pelo encontro do córrego Cardoso com o ribeirão Cristais a jusante da área urbana de Nova Lima.  Seus principais contribuintes pela sub-bacia do Cardoso são os córregos Carrapato e Jambreiro, e pela do Cristais os córregos Mutuca e Capão do Boi. Atravessando a área urbana de Nova Lima, desde o século 19, existe um canal de derivação de parte das águas do Ribeirão Cristais para uso em serviços de mineração na Mina Velha. Suas águas retornam pelo córrego Cardoso, pouco a montante da confluência deste com o Ribeirão Cristais. 

Ribeirão Cambimbe

A única sub-bacia situada à margem direita do rio das Velhas. Seus principais afluentes são o córrego. Cabaças e o Córrego do Moreira. A calha do ribeirão Cambimbe serve de divisa entre Nova Lima e Raposos, sendo que a maior parte de sua bacia está no território de Raposos. Próximo a sua foz existe barragem cujo reservatório abastece a Planta Industrial do Queiroz, onde a Mineração Morro Velho realiza o beneficiamento de minério.

Córrego Cubango:

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Está situada no extremo norte do município de Nova Lima, distribuída sobre território deste último e do município de Sabará na encosta sudeste da Serra do Taquaril. Nesta bacia está localizado o aterro sanitário de Nova Lima.

Córrego Catumbi e encostas de Honório Bicalho

Esta sub-bacia é formada por diversas pequenas drenagens, intermitentes ou não, em torno do distrito de Honório Bicalho, que deságuam na margem direita do Rio das Velhas.

Córrego Queiroz

Adjacente à sub-bacia do Ribeirão Água Suja/Cardoso, em sua área de drenagem é realizado o beneficiamento de minério e metalurgia de ouro desde a década de 40.  . Nesta sub-bacia estão localizados os bairros do Galo e Mina D’água.

Córrego Bela Fama e Córrego Pascoal

Com cursos adjacentes e sub-paralelos, deságuam na margem esquerda do Rio das Velhas entre a foz do Ribeirão dos Macacos e a foz do Ribeirão Água Suja.  

Glossário ambiental

DESENHO EXPLICATIVO DE JUSANTE E MONTANTE.

Parque Estadual: Esta categoria de Unidade de Conservação se destina a preservar as áreas naturais ou pouco alteradas, abrangendo paisagens, ecossistemas e/ou sítios geológicos de grande interesse para atividades

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científicas, educacionais e recreativas, de lazer, realizadas em obediência a planos de manejo.

Reserva Particular do Patrimônio Natural: A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica.Só poderão ser permitidos na Reserva Particular do Patrimônio Natural, a pesquisa científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. Os organismos integrantes do SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação prestarão orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da unidade.

Área de Proteção Ambiental Estadual: A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos naturais, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas.Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de Proteção Ambiental.A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente.

Parque Ecológico: O principal objetivo de um parque ecológico é a manutenção de banco genético, permitindo-se a observação da flora e fauna e a caminhada pela mata. O parque ecológico tem a finalidade também de proteção dos atributos da natureza, conciliando a proteção da fauna, da flora e de belezas cênicas naturais, com sua utilização para finalidades cientificas, culturais e recreativas.

Mata Atlântica: A Mata Atlântica é considerada uma das grandes prioridades para a conservação de biodiversidade em todo o continente americano. Em estado crítico, sua cobertura florestal acha-se reduzida a cerca de 7,6% da área original, que perfazia uma extensão de aproximadamente 1.306.421 km2. Distribuído por mais de 17 estados com ambientes bastante diversificados, determinadas pela proximidade da costa, relevo, tipos de solo e regimes pluviométricos. Apesar da devastação acentuada, a Mata Atlântica ainda

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contém uma parcela significativa da diversidade biológica do Brasil, com altíssimos níveis de endemismo. A Mata Atlântica também é abrigo para várias populações tradicionais e garantia de abastecimento de água para mais de 120 milhões de brasileiros. Seus remanescentes regulam o fluxo dos mananciais hídricos, asseguram a fertilidade do solo, controlam o clima, protegem escarpas e encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso. Neste sistema existem ainda, belíssimas paisagens, verdadeiros paraísos tropicais, cuja proteção é essencial ao desenvolvimento do ecoturismo

Floresta Estacional Semidecidual: Caracteriza-se por duas estações climáticas, uma chuvosa e outra seca, que condicionam o comportamento das plantas: Entre as árvores, de 20 a 50% perdem as folhas durante o período seco (dois a três meses). Abrange os trechos de Mata Atlântica encontrados no interior do Estado de São Paulo e Minas Gerais. A floresta estacional semidecidual foi o ecossistema mais devastado no Brasil, por estar localizada nas regiões mais desenvolvidas e densamente povoadas e por geralmente associar-se a solos de fertilidade média a alta, os mais procurados para expansão da fronteira agropecuária.As árvores de madeira nobre mais conhecidas e mais utilizadas durante o século XX eram quase todas provenientes destas florestas, incluindo o cedro, a peroba, a cabreúva, os ipês, o pau-marfim, o jequitibá, o guarantã, o amendoim e muitas outras.

Embaúba Branca (Cecropia hololeuca): De fácil percepção no ambiente da Mata do Jambreiro as embaúbas brancas são plantas características de solos úmidos, beira de rios, córregos, brejos e lagoas. Ocorreram também em bordas e clareiras sendo típicas de matas em processo de regeneração. Tem preferência pelos locais ensolarados sendo mais raras no interior de matas fechadas. Florescem de setembro a outubro e frutificam de maio a junho. O desenvolvimento das plantas no campo é rápido. Os frutos são procurados pelas aves e servem também de alimento a várias espécies de peixes, como o pacu, a piracanjuba e outros.

Condomínios

Nova Lima de cidade mineradora, passa a ser conhecida como importante centro prestador de serviços e, principalmente, como o município mais atrativo para implantação de moradias de alto padrão da RMBH.Com exceção dos bairros Jardim Canadá (na BR 040), José de Almeida e Vila Betânia (na MG 030), todos os demais loteamentos implantados nos eixos das duas

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rodovias são voltados para a classe média-alta e têm estrutura gerencial sob forma dos chamados condomínios. A maioria desses parcelamentos apresenta características de condomínio fechado, com regras próprias e ausência de investimentos públicos. No entanto, ainda que contem com cancelas ou portarias em suas entradas, formalmente suas vias e áreas comuns são consideradas públicas pela Prefeitura Municipal de Nova Lima e por ela denominados loteamentos.

Livre da "periferização", o vetor sul da região metropolitana de BH passa a abrigar os chamados condomínios fechados. Em Nova Lima, foram 16 loteamentos aprovados na década de 70, dois na década de 80 e cinco na década de 90 e ..........nos anos 2000..O aumento do ritmo de ocupação e do interesse pela compra de lotes nesses Condomínios, em grande parte decorreu também devido a rápida ocupação das áreas residenciais situadas ao sul de Belo Horizonte, além do aumento da violência urbana, causando fuga da população de alta renda para áreas limítrofes, situadas principalmente em Nova Lima. A tendência de aproximação das sedes municipais de Nova Lima e de Belo Horizonte, e de sua conseqüente conurbação, portanto, vem ocorrendo nos dois sentidos, visto que também é o vetor sul da Capital o que mais cresce, justamente no sentido de Nova Lima.Por outro lado, o rápido adensamento da região conhecida como Seis Pistas.

Alguns condomínios são voltados para o lazer como Jardins de Petrópolis, Arvoredo,Passárgada, Morro do Chapéu e Green Park, e aqueles implantados na região de São Sebastião das Águas Claras (Macacos). Muitasdessas áreas são divididas em glebas – áreas rurais de no mínimo 5 000 m2 - enão são servidas por infra-estrutura.Entre os destinados a residência permanente, há quatro tipos diferentes, três dos quais localizados no eixo da MG 030 e um quarto tipo que engloba os loteamentos situados ao longo da BR 040. O primeiro tipo, classificado como padrão A, é formado pelos condomínios residenciais do Vale do Mutuca, quais sejam: Vila Campestre, Vila Castela, Vila del Rey, Estância del Rey, Village Terrasse, Bosque da Ribeira, Estância Serrana, Vila Alpina, Conde, Glebas Reais e Vila Verde.O segundo tipo (padrão B) é formado pelos loteamentos situados entre o Vale do Mutuca e a sede de Nova Lima, tendo como referência o posto da PolíciaRodoviária, a cerca de 7 Km do BH Shopping. Entre eles, destacam-se oscondomínios Ville de Montaigne, Bosque do Jambreiro, Ouro Velho Mansões, Ipê, Residencial Europa e Residencial Sul.Os loteamentos de padrão C, mais próximos à sede de Nova Lima, são Veredas das Geraes, recentemente implantado, Quintas, Carecas e Vila do Ouro.No eixo da BR 040, os principais

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loteamentos novalimenses são Alphaville Lagoa dos Ingleses, Morro do Chapéu, Manacás, Vale do Sol, Miguelão e Monte Verde. O Alphaville e o Vale do Sol, os dois de maior porte na área, ainda estão em fase de implantação ou com pequeno número de residências.

Encravado na região dos condomínios junto a BR 040 está o Jardim Canadá. Cortado pela rodovia do lado esquerdo, no sentido Belo Horizonte – Rio de Janeiro, a ocupação é composta basicamente por galpões industriais e depósitos, existindo elevada disponibilidade de lotes vagos. Do outro lado, é mais setorizada, com grande área multi familiar horizontal, freqüentemente.com mais de uma edificação por lote, entremeada por usos comerciais e de serviços mais concentrados ao sul. Em sua face norte, a ocupação é mais rarefeita e se caracteriza pela concentração de galpões destinados a atividades não residenciais, muito deles desocupados. A oeste é ainda mais rarefeita, com pequeno núcleo de residências de padrão construtivo médio-alto, entremeadas por grandes áreas vazias, residências de baixo padrão e galpões desocupados.Destaca-se aí a presença de uma hípica e um campo de aeromodelismo. Possui 7 572 lotes e em cerca de 20% deles foram levantadas edificações.

No cadastro do Departamento de Rendas Imobiliárias da Prefeitura consta o registro de 46.412 imóveis em Nova Lima. Sendo 16.291 de uso residencial, 2.965 de uso comercial e 101 imóveis industriais. Curiosamente somente 3 imóveis, dois no Jardim Canadá e outro no Alphaville, são registrados como do setor de prestação de serviço, o setor que mais oferece emprego em Nova Lima, responsável por 56% dos postos de trabalho. O mesmo cadastro informa que 650 novas unidades habitacionais estão em fase de implantação no condomínio Vale dos Cristais, outras 319 edificações estão em construção e que existem 25.102 lotes vagos no município.

Nova Lima conta também com uma série de áreas destinadas à expansãourbana, configurando a oferta de terrenos para ocupação futura, em médio prazo,o que aponta a continuidade do processo de adensamento populacional de seu território.Entre elas, merecem destaque a região localizada entre os condomínios da MG 030 e São Sebastião das Águas Claras; a faixa no limite dos municípios de Sabará e Raposos; todo o eixo da BR 040; e uma grande área no limite com Itabirito, depois do Alphaville.

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Com o esgotamento da exploração de ouro e minério de ferro em muitas áreas, as mineradoras passaram a buscar novas alternativas econômicas, como a transformação de suas terras em grandes empreendimentos imobiliários.Existem uma série de projetos habitacionais previstos em áreas da AngloGold que, junto com a MBR, detém cerca de 55% do território novalimense. Realizados através da Campo Alto, do Grupo AngloGold, são 13 empreendimentos imobiliários, dos quais sete loteamentos para pessoas de classe média/baixa e quatro voltados para classe alta. Entre eles estão: Vale dos Cristais, Quintas do Sol, Cataguases,Solar, Recanto Feliz, Matozinhos, Galo Raposos e Alameda dos Pinheiros.O Projeto Vale dos Cristais abrigará uma população aproximada de 10 000 habitantes. De acordo com representantes da Campo Alto, contará com grande parte comercial, shoppings,infra-estrutura moderna, sistema metroviário e edifícios de alto padrão, voltados para clientela de maior poder aquisitivo.De acordo com informantes da firma, apenas 8% da área total de sua propriedade será usada para fins habitacionais, de forma a evitar o risco de que o local se transforme em uma cidade-dormitório de Belo Horizonte. Para tanto, grande parte dos terrenos serão transformados em reserva natural.Destaca-se ainda o projeto de revitalização da sede urbana de Nova Lima, a ser implantado após adesativação da mina de Morro Velho. Chamado Gold City, ou Nova Lima Down Town, o projeto será composto por condomínios residenciais, próximos ao Córrego dos Carrapatos, e dotado de shopping, campus universitário, cinemas, teatros, hotéis, prédios de escritórios, anfiteatro na rocha viva e teleférico, além de residências de alto padrão com funções hi-tech ou menos poluentes e área para turismo ecológico. A ser implantado em um prazo de cerca de 10 anos, tal projeto prevê também a instalação de um pólo joalheiro,com lojas para comercialização dos produtos e centro de formação de artesãos e ourives novalimenses.

Em Nova Lima não aconteceu a ocupação irregular do território – ao contrário de outras cidades da RMBH -, em especial devido à concentração da propriedade das mesmas em mãos de grandes empresas mineradoras e, em menor medida, de particulares ilhados por áreas de mineração. Hoje porém, a mudança dos padrões de ocupação, caso não controlada pelo poder público, pode levar a uma profunda transformação da área e degradação de suas condições naturais. O novo uso e ocupação do solo estão gerando um novo panorama sócio-econômico, significativamente diferente do vivido pelo município ao longo de sua história.

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Como conseqüência, é de se esperar que a municipalidade venha a receber fortes demandas de incremento de infra-estrutura e serviços públicos que, em geral, exigem tempo, adequado planejamento e recursos financeiros de vulto para serem implantados de forma eficiente. De modo a absorver os novos contingentes populacionais que vêm migrando para o território novalimense - grande parte dos quais com alto poder aquisitivo e grau de exigência compatível, o poder público, em parceria com a iniciativa privada, terá que adequar os serviços que presta, principalmente no que se refere a saneamento básico, saúde, educação, transportes e habitação, além de segurança, hoje considerada precária fora da sede.

Outro aspecto relevante, do ponto de vista econômico, é a afirmação de Nova Lima como receptor de empresas prestadoras de serviços, de caráter no mínimo regional. O município deverá se firmar, de fato, como pólo de comércio e prestação de serviços de médio e grande porte, consolidando o processo de descentralização dessas atividades - muitas das quais antes localizadas na Área Central e na Savassi -, e que sem dúvida atuarão como novos indutores de crescimento. Avalia-se, ademais, que a ocupação da área se concretizará com a desativação das minerações, a recuperação das áreas degradadas e seu posterior loteamento, a exemplo do ocorrido no Village Terrasse, antiga mineração de propriedade da MBR. A tendência será a ocupação de áreas livres hoje existentes, aproximando os limites urbanos de Belo Horizonte e Nova Lima.

Representantes do mercado imobiliário apostam na necessidade de implantação de loteamentos de padrão popular, para assentamento do pessoal que trabalha nos condomínios e empresas de Nova Lima, evitando assim os riscos de ocupações irregulares e invasões. No entanto,a única alternativa hoje existente nesse sentido é o Jardim Canadá, além de alguns bairros no eixo da MG 030 - como Vila Betânia e José de Almeida -,ambos ao lado do Residencial Ouro Velho Mansões. Opções a médio prazo são os loteamentos voltados para as classes populares - projetados pela Mineração Morro Velho e alguns dos quais utilizados como forma de indenizar seus trabalhadores. Por sua vez, a total implantação do Alphaville irá ter impacto significativo sobre o desenvolvimento e o perfil das atividades do entorno, comportando-se como um grande indutor de crescimento, ainda que em prazos mais longos do que o previsto para outras áreas da região.

A Municipalidade deve estar atenta para a manutenção da integridade territorial do município, tendo em vista a hipótese de emancipação de áreas. A

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concretização da citada hipótese sem dúvida dependerá de vários fatores, com destaque para a eficiência no atendimento de novas demandas, a qualidade dos serviços prestados e a capacidade de articulação de interesses de que se mostrar capaz a administração municipal. A mudança das formas de gestão da coisa pública também é uma tendência irreversível, caso queira se manter a mencionada qualidade dos serviços prestados e a capacidade de atração do município - e, conseqüentemente, amanutenção dos níveis desejados de crescimento.Nesse sentido, vale lembrar que o publico que vem migrando para a região, tanto para fins de residência quanto as atividades econômicas, é de alto padrãoe, portanto, alto grau de exigência. Ademais, em geral apresenta elevada escolarização e considerando tal correlação como positiva consciência crítica e politização acima da média.

Uma administração moderna, ágil, eficiente, profissional, democrática e participativa é condição sine qua non para gestão de interesses tão diversos e às vezes conflitantes entre si. Toda mudança se vê reforçada pela atual circunstância de que há cada vez menor volume de recursos disponíveis para governar (no sentido de fazer obras) e é cada vez mais forte a demanda por governo (representando a direção de uma comunidade e a coordenação degrupos de interesse, na procura de objetivos e estratégias comuns). Ou seja, em última instância, o administrador municipal deve deixar de ser apenas um prestador de serviços e diretor de obras, passando a ser um articulador e facilitador de mudanças na comunidade, podendo, assim, concretizar as obras e ações necessárias.

Secretaria do Meio Ambiente de Nova Lima

Nova Lima tem uma rede coletora de esgoto na sede, mas este esgoto não é tratado e jogado diretamente no ribeirão Água suja. A meta e o principal desafio da Secretaria de Meio Ambiente é tratar todo esgoto doméstico do

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município antes de devolvê-lo aos cursos dágua. Também é claro que os custos deste projeto são altos e o trabalho tem que ser feito por etapas. Pelo projeto em cada uma das 4 sub-bacias do município (Água suja/Cardoso, Macacos, Peixe, Honório Bicalho) será construída uma ETE - Estação de Tratamento de Esgoto e na sede uma galeria de captação de águas pluviais deve ser implantada, separada da rede de esgoto. A prefeitura construiu uma Estação de Tratamento de Esgoto na região do Jardim Canadá e existe outra no Vale do Sereno, operada pela Copasa. A Anglo Gold também tem duas estações de tratamento em suas unidades.

A Copasa possui no município uma grande captação e uma Estação de Tratamento de Água- ETA, dentro do Sistema Rio das Velhas que é considerado a maior e a mais estratégica da companhia na região metropolitana de Belo Horizonte. Esse sistema, inaugurado em 1969, localiza-se no distrito de Bela Fama e é responsável pelo fornecimento de água tratada para cerca de 43% da população da RMBH, com uma produção média de 5.500 litros por segundo.

Em parceria com a AngloGold está sendo realizado o Diagnóstico da Água de Nova Lima. O estudo tem o objetivo de diagnosticar a qualidade das águas de Nova Lima, suas nascentes, córregos e rios e faz parte do Plano de Revitalização das Águas do município. Este plano contempla um detalhado diagnóstico ambiental e o desenvolvimento de um plano de gestão contendo recomendações e caminhos para o uso sustentável dos recursos hídricos da região.

Já em parceria com a MBR a Secretaria apóia o projeto de fabricação de um pavimento poliédrico conhecido como Pavieco, fabricado a partir dos rejeitos de minério de antigas mineradoras. Além do aspecto da despoluição e da geração de renda para a comunidade, o projeto visa a recuperação das calhas dos córregos da região Este programa que envolve os habitantes de São Sebastião das Águas Claras está a cargo do Instituto Kairós uma organização não governamental que atua em ações ligadas ao desenvolvimento ambiental e cultural e estuda o aproveitamento dos recursos da região. Outra ONG parceria é a “Verde novo Nova Lima” que junto com outras empresas e organizações é responsável pela implantação e manutenção do Telecentro de Inclusão Digital e Ambiental. A entidade atende a cerca de 300 alunos/mês com capacitação em informática e trabalhos e atividades que despertem a consciência ambiental. A ong mantém também um viveiro de mudas e o trenzinho ecológico que é utilizado em trabalhos de educação ambiental e de

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divulgação.Na área da educação ambiental a Mata Atlântica é tema de uma campanha desenvolvida pela SMA em parceria com a AngloGold Ashanti e dirigida aos alunos das escolas da cidade.

Cerca de 60 toneladas de lixo são coletadas diariamente e depositadas no aterro sanitário municipal.Este aterro inaugurado a dois anos tem uma vida útil de ainda cerca de 20 anos. O departamento de Limpeza Urbana da Secretaria de Obras da prefeitura emprega 86 pessoas diretamente no trabalho de varrição, coleta e capina. O lixo hospitalar é depositado em fossa séptica no próprio aterro sanitário. A coleta seletiva de resíduos cobre 30% do município de Nova Lima. Para aumentar esta coleta vai ser construído um novo galpão para triagem do material. O trabalho é feito pela ASCAPE – Associação de Catadores que utiliza um galpão no bairro Bonfim e conta com o apoio da prefeitura. Já a questão de poluição industrial e rejeitos minerais é de competência estadual. O município notifica a FEAM e são tomadas as providências.

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico está estruturada de forma a apoiar as atividades empresariais no município para gerar crescimento e circulação de riquezas. Tem um programa de Prospecção Empresarial que tem objetivo de atrair novos empreendimentos para o município. O município tem atualmente pelo menos oito distritos industriais. Alguns são inteiramente da iniciativa privada, a saber, Alphaville, Jardim Canadá, São Sebastião das Águas Claras e Vila da Serra. A estes deveremos somar brevemente o de Águas Claras (MBR) e o da Gold City (Anglo-Gold). A Administração Municipal criou mais alguns nas gestões passadas, como o do Bairro Padre Oswaldo Barbosa Penna, o da Bela Fama, o do Alto do Gaia e o de Honório Bicalho (APAC). É urgente a necessidade de criação de mais um, pelo menos para amparar a demanda de lotes para novos empreendimentos que já temos em carteira.

Outro programa é o de Assessoramento Empresarial para assistir os empresários do município em processos de obtenção de financiamento, em “marketing”, em administração da produção, administração financeira e geral. Estes serviços são gratuitos para o empresário novalimense. Outro programa é o de Intermediação de Mão de Obra. Existe uma equipe de Psicólogos integralmente dedicada a este serviço, tanto nos processos de recrutamento se seleção quanto na montagem de cursos de treinamento especial de reforço dos

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candidatos. Nova Lima tem exportado mão de obra para fora do município, atendendo empresas da Região Metropolitana, do Vale do Aço e até mesmo de cidades mais distantes, como Conselheiro Lafaiette e Araxá. Cursos de treinamento e formação de mão de obra são realizados aproveitando convênio com o SENAI e com outras escolas do município. O Laboratório de Informática instalado no centro urbano prepara cerca de 700 alunos por ano em Informática Básica. Outro laboratório semelhante será instalado no Jardim Canadá.. Em andamento uma iniciativa de preparação de alunos do terceiro período do segundo grau para a conquista do primeiro emprego e outro de treinamento de micro e pequenos empresários como parte do programa Comprando em Nova Lima. Este programa abrangeu um contingente de cerca de 180 empresários, em sua primeira parte, ministrada por professores da Escola Técnica do SEBRAE. Etapa conclusiva do programa acontece com a coordenação de professores da Fundação Dom Cabral.

Os segmentos mais numerosos do ramo industrial em Nova Lima são a fabricação de produtos alimentícios e bebidas (89 indústrias), seguido da fabricação de produtos de metal, e construção civil (21 unidades cadastradas cada). No comércio de um total de 587 estabelecimentos, 161 são varejistas de alimentos e bebidas, 84 são do ramo de vestuário, calçados e armarinhos e 57 são casas de material de construção. Já as 574 empresas prestadoras de serviço se concentram no ramo de restaurantes e hotelaria (265 cadastrados) e também cabeleireiros e academias e outros serviços pessoais.

O setor que mais gera emprego em Nova Lima é o setor de serviço. Ele era responsável, em 2001, por 57% dos postos de trabalho na cidade. Quanto ao perfil, a maior parte cerca de 75% das empresas é jovem no mercado e têm menos de 10 anos de fundação. São em sua maioria micro empresas com até 09 funcionários no setor de serviço ou até 19 na indústria. Onde antes destacava o setor mineral hoje a construção civil e a indústria de alimentos tomam seu lugar. Junto com a proliferação dos condomínios residenciais que impulsionam a construção surgem novos empreendimentos não poluentes do setor de tecnologia de ponta e informática, especialmente na região do Anel da Serra. Já no Jardim Canadá os galpões principalmente do ramo moveleiro e o comércio focado no atendimento dos condomínios vem prosperando.

SECRETARIA DE ESPORTE E LAZER E TURISMO

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O calendário do esporte especializado em Nova Lima acontece uma seqüência de competições e uma está ligada à outra. Este calendário começa no final do ano com a realização da Olimpíada Estudantil com a participação de todos os colégios e escolas da cidade. Os atletas que se destacam são convocados e participam, no começo do ano seguinte, dos Jogos Comunitários. Esta competição entre os diversos bairros e distritos de Nova Lima é importante, pois são selecionados os melhores atletas de cada modalidade para compor as equipes de Nova Lima que participam do Jimi – Jogos do Interior de Minas Gerais. No meio do ano acontece o Campeonato Municipal de Futebol de Salão, disputado no sistema de primeira e segunda divisão em todas as categorias – fraldinha, pré-mirim, mirim, infantil, infanto-juvenil, juvenil e adulto. No final do ano, antes da Olimpíada Estudantil, é disputado um mesmo certame com disputas de vôlei, basquete e handbol com equipes formadas por esportistas de Nova Lima, mas que se reúnem livremente sem limitação de bairro ou faixa etária. Além destas competições em 2006 vão ser realizados pela primeira vez os Jogos da Criança de Nova Lima..

O objetivo maior não é desenvolvimento do esporte de competição. A questão está mais ligada a parte do lazer e da cidadania. A principal ação do departamento de esportes é oferecer espaços apropriados para prática esportiva e vivência comunitária em todas regiões do município. Os pedidos de ruas de lazer por parte das associações comunitárias dos bairros são as solicitações mais numerosas. Em média são realizados, três eventos de lazer por mês sendo que um de grande porte. O grande desafio é planejar o calendário de eventos de lazer de forma a atender a demanda e ampliar a oferta do serviço. A secretaria de educação é uma importante parceira para realização de eventos de esporte e lazer. Já no futebol, em 2005 a prefeitura repassou ao Villa Nova cerca de R$650 mil. Esta verba é fundamental para manutenção do time e deve ser aumentada no próximo ano. O Villa com sua tradição é a cara e a grande paixão da cidade por isso recebe todo apóio da prefeitura.

Está sendo feito trabalho de fomento do turismo receptivo de Nova Lima com o treinamento da mão de obra primária que vai lidar diretamente com este turista. O objetivo é despertar no empresário do setor e em seus funcionários os benefícios que o turismo trás para a cidade. É chamar a atenção deles para a importância das peculiaridades da nossa terra. É conhecer a nossa história e vestir a camisa da cidade. A identidade cultural e os atrativos turísticos da cidade têm que ser valorizados e divulgados. O turismo é um setor exigente e o empresário tem que despertar para este fato para poder lucrar com ele.

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O distrito de Macacos já tem um movimento turístico representado pelas pousadas e restaurantes ligados ao turismo ecológico. Lá o trabalho da secretaria é mais de apoio no que diz respeito a trânsito e também de reforço na identidade cultural da comunidade. O distrito de Honório Bicalho vem demonstrando grande potencial de crescimento turístico, pois é o local no município por onde passa este grande vetor do desenvolvimento turístico no Estado que é a Estrada Real. Existe um investimento conscientizando e preparando aquela comunidade para que ela possa se aproveitar de seus atrativos. O importante que o próprio morador de Honório Bicalho aproveite as oportunidades, ocupe os espaços e se beneficie com o movimento turístico.

Existem ainda algumas dificuldades, principalmente na sede, pois muitos ainda não perceberam as possibilidades de crescimento com o turismo. Por exemplo, os donos de restaurante ainda não conseguem pensar em algo além do dia-a-dia, do arroz com feijão.

Além da queca que é original assim como o chá das 5 com leite o forte em Nova Lima é a diversificada comida mineira. Para poder apresentar a rica diversidade da comida mineira com origem em várias regiões do Estado vai acontecer o 1o Festival Gastronômico de NL. E por falar em novidade em comida mineira, vocês já ouviram falar em Costelinha de Porco ao Molho Pardo? Pois é, coisas de Nova Lima.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Historicamente a educação não foi muito valorizada em Nova Lima por causa da questão da mineração. Pra que investir em educação para o trabalhador braçal. Certamente houve um erro de avaliação, pois se sabia que o ouro ia acabar era necessário preparar as pessoas para esta realidade e isto não aconteceu.

O índice de analfabetismo no município de 5,7% embora pequeno comparado com a maioria dos municípios brasileiros é grande para uma cidade como Nova Lima. Nova Lima tem uma arrecadação muito boa, tem uma infra-estrutura de escolas muito boa, mas a questão da educação de jovens e adultos ainda é um desafio. É necessário detectar onde estão estes jovens e adultos e para isto o censo populacional será feito. Estas pessoas são egressas da escola, mas eles hoje não procuram a escola. Todo investimento está sendo feito para trazer este aluno para escola inclusive com opções de manhã e de tarde. Com

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certeza eles sofreram com a escola e têm um sentimento negativo em relação a ela. Através dos alunos de hoje pode-se buscar informações sobre os pais e traze-los para a escola novamente. Está sendo formatado um modelo próprio de escola para jovens e adultos. Este modelo tem um pouco do método de Paulo Freire e também com a concepção construtivista sócio-interacionista que é o modelo que privilegia a interação, o trabalho em grupo, a cooperação e a aprendizagem que parte da realidade do aluno.

Se ainda não foi definida uma política de ação com relação à alfabetização de jovens e adultos já existe um projeto que já vem acontecendo à alguns anos que é o Resgatando a Cidadania. É de alfabetização de adultos que estudam a noite nas escolas da rede municipal. O projeto não tem, porém uma proposta curricular e adota o método tradicional, o silábico, para alfabetização. Estão sendo capacitados professores deste projeto em uma nova proposta e com uma proposta curricular definida. Outro projeto nesta área é o Tele Sala de Minas de 5a a 8a série e de ensino médio. É o telecurso 2000 com acompanhamento de pedagoga e supervisora. Está acontecendo uma procura muito grande de jovens e adultos de volta para escola buscando concluir os estudo fundamental e médio As empresas estão exigindo um grau de escolaridade que não exigiam antes.

São 19 escolas da 1a à 4a série do ensino fundamental e 2 creches e a grande demanda neste momento é por mais vagas nas creches. Todas as crianças a partir de 4 anos tem vaga garantida nas escolas do município. São quase 10.000 alunos atendidos incluindo ai a educação de jovens e adultos (2.000 alunos).

Em Nova Lima existe uma média de 1 supervisor para cada 9 turmas de alunos. O trabalho da supervisora muitas vezes não é bem entendido na comunidade escolar. A supervisora deve ser atuante. Cabe a ela dar notícia de tudo que acontece na sala de aula. Elas dão orientação, avaliam os professores e constantemente estão participando de processo de formação. Cerca de 90% delas têm cursos de pós-graduação e esta questão da supervisão é um diferencial da educação em Nova Lima.

A merenda escolar é de alta qualidade. Uma alimentação balanceada com cardápios variados e definida por nutricionistas. Nas escolas de tempo integral eram 4 refeições diárias e tivemos que suprimir uma pois os meninos estavam ficando gordinhos. Os que ficam só um período na escola têm uma boa refeição diária.

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São 8 escolas com horário integral e 5 de horário semi-integral. Esta é uma questão muito séria. A escola tem que estar preparada para receber a criança por um período de 10 horas. É a cultura do horário integral que demora um tempo para ser absorvida por todos da comunidade escolar. A criança fica duas vezes por semana o dia inteiro na escola. Ela tem as aulas normais, almoça na escola e tem aulas de informática, de inglês, de literatura, de educação física e de arte. Não existe dúvida das vantagens da escola integral é um projeto que já provou que veio pra ficar.

Pela lei transporte escolar é obrigatório para aquele aluno que reside na zona rural e tem aula na cidade, o que não é o caso de Nova Lima. O transporte escolar consome 10% do orçamento da educação. O custo é muito alto e a atitude extremamente paternalista. No transporte as crianças são atendidas com qualidade, mas acredito que existem outras prioridades.

O material didático adotado é do PNLD (Plano Nacional do Livro Didático). Todas as necessidades de material e equipamento didático nas escolas são atendidas. Os alunos carentes recebem todo o material.

Um programa que teve ótima receptividade junto aos professores foi Programa de Formação Continuada dos Profissionais de Educação. São 11 turmas de formação que envolve quase todos professores da rede municipal.

Antes havia uma cultura que o aluno com qualquer tipo de necessidade especial deveria ir para a escola especial. Este conceito está sendo revisto e a inclusão deste aluno nas turmas regulares é uma realidade. Existem casos de altistas, portadores de Síndrome de Down, deficientes auditivos e visuais que vem freqüentando a escola com ótimos resultados tanto para eles como para os outros alunos. O crescimento é de ambas as partes.

Existe um programa de prevenção do uso de drogas que é desenvolvido em algumas escolas, o Proerd, em parceria com a Polícia Militar e na área de esportes estamos recebendo estagiários do curso de Educação física da UFMG que vão desenvolver um trabalho nas escolas tanto nas regulares quanto na escola especial.

Pela primeira vez será realizada uma avaliação dos alunos ao final do segundo ciclo, é o Pro avaliação. Esta avaliação será importante para o planejamento de ações nos próximos anos. Já existiam os sistemas de avaliação federal e

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estadual, mas o municipal está sendo feito agora, Dentro do projeto de valorização dos professores foi instituído o Prêmio Ação Educacional para projetos desenvolvidos pelas nossas professoras e que serão levados para sala de aula. É a primeira vez que um projeto assim será realizado e a participação está sendo muito boa.

São vários os eventos programados no calendário escolar: Desfile de 7 de setembro, semana do meio ambiente, do folclore, festa da família, mostra cultural, festa junina, etc . A festa junina é o evento com maior participação tanto de alunos como familiares, independente de classe social. “Temos uma educação de ótima qualidade, mas temos que avançar para melhorar cada vez mais a qualidade da escola pública”.

Em 2005 em todos os níveis de escolaridade (incluindo educação infantil e educação de jovens e adultos e escola especial e excluindo ensino superior) nas escolas municipais, estaduais e particulares havia 21.143 alunos matriculados em Nova Lima. Deste total 44% freqüentam escolas municipais, 40% escolas estaduais e 16% escolas particulares.

Secretária de Assistência Social

O primeiro trabalho, o emergencial é o plantão social. Assistentes sociais em horário integral que atendem as demandas da comunidade. São as situações de emergência, o imprevisto e todo tipo de demanda: encaminhamento de saúde, algum apoio material, situações de risco, auxílio funeral, etc. Para atendimento a pobreza e as questões de auxílio alimentar o nosso plantão faz o devido encaminhamento. São dois Centros de Referência de Assistência Social onde a população é atendida por cerca de 40 profissionais entre assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros especialistas. Em média, por mês, são realizados cerca de 3.500 atendimentos entre os diversos benefícios e programas oferecidos pela secretaria.

O bolsa-família é um programa do Governo Federal, mas que o órgão gestor no município é a Secretaria de Assistência Social. Em Nova Lima atende a cerca de 3 mil famílias cadastradas que recebem um recurso do governo federal e assumem o compromisso de manter os filhos matriculados na escola. Temos também o Pro Ação que é um programa que está sendo implantado de promoção e inserção de famílias que vivem na pobreza no mercado de trabalho seja formal ou informal. O que importa é a geração de renda para estas famílias. O Pro-Ação é destinado a pessoas com baixa ou nenhuma

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escolaridade e experiência profissional. São cursos de informática, cursos para babá e diaristas e também para construção civil.

Está acontecendo uma mudança muito grande na questão da Assistência Social em todo o país. O modelo de atendimento que antes era centrado no indivíduo, agora passa a ser centrado na família é o chamado princípio da matricialidade. Assim como aconteceu com o serviço público de saúde com a implantação do SUS a assistência social vai passar por uma completa reformulação com a chegada do Sistema Único Assistência Social – SUAS, a partir de 2006. Além do foco centrado na família a assistência não é mais limitada ao município, mas em todo país.

A secretaria é responsável pelo abrigo municipal, (ex-Febem) que se chama Centro Educacional Maria de Magalhães Pinto. Ele recebe crianças que foram encaminhadas pelo Conselho Tutelar e que foram tiradas das famílias por maus tratos, abuso sexual e abandono. O Conselho Tutelar é mantido pela Assistência Social tem uma lei própria e atende a cerca de 15 mil famílias no município. É um número muito grande. O que a gente percebe é que a estrutura familiar está se perdendo e os problemas vêm se agravando. Além do abrigo municipal, existe o acompanhamento das famílias e a questão do adolescente infrator. A maior problema é a droga. A solução é um trabalho sócio-educativo junto com a família.

Os usuários de drogas são atendidos e se for o caso internados através de convênio com uma instituição chamada Núcleo de Valorização da Vida, desde que haja vontade do adolescente de se tratar. Estas parcerias diminuem e amenizam, mas não resolvem o problema das drogas que é um problema muito grave como em qualquer parte do país.

A questão da violência contra crianças e adolescentes é camuflada. Os casos que aparecem são extremos. O que acontece é que a partir do momento que existe um problema de violência na família esta mesma família esconde este problema até para se proteger. Mas o Conselho Tutelar faz o trabalho de acompanhamento para identificar estas situações e agir se for necessário. O conselho tem 5 membros sendo um presidente e atua em todo município. Além de atender diretamente as crianças e adolescentes e também aos seus pais e responsáveis cabe ao conselho requisitar serviços públicos em diversas áreas para também prestar atendimento.

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A secretaria atende a cerca de 400 idosos por semana. Todas as atividades são promovidas no Centro Ideal e os 7 grupos de convivência que existem no município freqüentam o clube e lá desenvolvem suas atividades. Tem algumas coisas que são rotina. Eles se reúnem às quartas feiras à tarde e sempre tem o bingo e a dança que é uma opção deles. Além deste funciona um núcleo no Jardim Canadá com toda cobertura da secretaria. Os idosos participam de diversas atividades e festas. O carnaval e as quadrilhas das festas juninas são as que tem maior participação.

As pessoas portadoras de deficiência física são atendidas pela secretaria através de parceria com a Fundação Ângela do Nascimento.

O Conselho Municipal da Assistência Social composto de 12 membros tem a finalidade de formular e controlar a execução das políticas públicas na área. Além disto faz o acompanhamento de todas as entidades que atuam no setor, verificando o cumprimento de metas estabelecidas e como estão desempenhando o seu papel. Já o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente tem as mesmas atribuições do é um conselho mais forte com maior participação e com um fundo próprio composto a partir de imposto devido por empresas que atuam no município.

SECRETARIA DE SAÚDE

A estrutura organizacional da secretaria de saúde é engessada e a idéia é transformá-la aos poucos. São 16 unidades básicas de saúde que ainda se chamam centro ou posto de saúde. Este centro de saúde após a implantação do PSF (Programa Saúde da Família) vai se transformar na porta de entrada do serviço público de saúde. Nestas unidades a população encontra hoje vacinas, curativos, injeções, odontologia, pediatria, ginecologia, e clínica médica. Com o PSF além de tratar a doença cabe ao médico e sua equipe promover a saúde.

Desde 2001 existe o Programa Agente Comunitário de Saúde – PACS com 136 agentes distribuídos em 7 grandes áreas da cidade. Estas áreas foram definidas junto com o Departamento de Zoonoses e com a Vigilância Sanitária. Cada Agente comunitário é responsável por uma micro-área que faz parte de uma destas 7 grandes áreas que tem em cada uma um coordenador enfermeiro. Os recursos para o programa são repassados diretamente do Ministério da Saúde para o Fundo Municipal de Saúde.

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Além dos 16 centros de saúde existe um serviço de pronto atendimento municipal, mais conhecido como policlínica. O pronto atendimento de urgências e emergências funciona de 7 as 19 horas e no período noturno o atendimento é feito no Hospital Nossa Senhora de Lourdes que é um hospital administrado por uma fundação filantrópica que atende pelo SUS e com um sistema de co-gestão municipal. Este hospital funciona como uma retaguarda para urgências, outras especialidades e internações. Mais de 90% das demandas são atendidas no município e somente alguns exames e a chamada alta complexidade médica necessita atendimento fora de Nova Lima. São realizados mensalmente nas unidades de atendimento de saúde de Nova Lima em média mais de 40.000 procedimentos odontológicos, cerca de 22.000 procedimentos de enfermagem e outros 12.800 procedimentos médicos. Atendendo na rede de saúde do município, entre cooperados e pessoal efetivo, estão 89 médicos, 62 dentistas, 113 enfermeiros e técnicos em enfermagem e mais 178 profissionais e pessoal de apoio.

Outros hospitais localizados no município como o Anel da Serra, Hospital de Olhos e Biocor são parceiros e foi celebrado um convênio com a prefeitura para exames laboratoriais e prestação de outros serviços. A farmácia municipal, o laboratório de análises clínicas assim como o serviço de vigilância sanitária e de vigilância epidemiológica terão seus serviços descentralizados a partir da implantação do PSF.

A desafio é a implantação do PSF e a reforma organizacional da secretaria. O modelo ainda não foi definido, mas é certo que deve ter algumas características para atender a nossa necessidade. Esta organização deve ter uma visão mais ampla. Uma coordenação de atenção básica ligada a uma coordenação de especialidades que por sua vez está ligada ao pronto atendimento. Com a atenção básica estruturada se atende à cerca de 80% da demanda, ou seja, só 20% seria encaminhado para o pronto atendimento e para as especialidades. Esta é a meta a partir dos 2 e 1/2 primeiros anos da implantação do Programa Saúde da Família. Com o programa bem implantado o resultado é que se modifica até os hábitos da população de sempre procurar o posto ou o hospital a qualquer problema. Com esta porta de entrada para atenção básica a saúde bem estruturada, no lugar de se tratar à doença, passa-se a ao trabalho de prevenção e de promoção da saúde da população.

Os programas específicos tais como saúde mental, hanseníase, vacinação, hipertensão e diabetes, mulher e criança hoje são separados e estanques e o

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grande desafio é pensá-los de uma maneira integrada junto com as diversas ações de saúde no município.

Para portadores de sofrimento mental foram entregues um ambulatório de atenção básica e um serviço de atendimento de casos mais graves. Este atendimento é realizado em uma casa onde os pacientes passam o dia. Para aqueles casos onde é preciso o atendimento noturno o paciente é encaminhado ao hospital Nossa Senhora de Lourdes. O grande trabalho e o desafio é fazer a reinserção social daqueles pacientes que tiveram alta hospitalar.

SECRETARIA DA FAZENDA

O orçamento da Prefeitura de Nova Lima para o exercício de 2006 é de R$ 133.700.000,00 . Este total é composto pelo repasse de diferentes impostos arrecadados pela União e pelo Estado e também por arrecadação própria do município.

Composição do orçamento do executivo para 2005

Recurso Origem Participação %

Cota/parte do ICMS

Estado 44,3

ISSQN Município 12,6Royalte Mineral União 10,1

FPM União 8,8IPTU Município 7,8

FUNDEF União/Estado 4,6Cont. Ilum. Publ. Estado 2,7

ITBI Município 2,6IPVA Estado 2,3SUS União 1,2

Outros 3,0

Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda

A cota/parte do Imposto Circulação de Mercadorias e Serviços foi de R$ 59.200.000 e é referente a arrecadação de dois anos atrás. No seu cálculo está

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incluído o ICMS ecológico e cultural que dizem respeito a preservação ambiental e do patrimônio cultural. O Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza tem uma alíquota de 2% a 5% sobre os serviços prestados no município e gerou uma receita de R$ 16.200.000.,00.A Compensação Financeira para Recursos Minerais no valor e R$ 13.585.000,00 é referente ao minério extraído a dois anos. Dos 46.412 imóveis cadastrados em Nova Lima, 1680 foram isentos do pagamento do IPTU e os restantes geraram uma arrecadação de R$ 10.500.000,00. Aposentados, proprietários com renda familiar de até 3 salários mínimos e proprietários de imóveis de até 100m2 podem solicitar a isenção/redução do imposto. Inscritos em Dívida Ativa no município estão créditos no valor de R$ 49 milhões relativos a IPTU e outros R$ 10 milhões relativos a ISSQN. O FUNDEF - Fundo de Manutenção do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério somou R$ 6.200.000,00. È uma transferência multigovernamental (União e Estado) e pode ser utilizada para pagamento de até 60% dos salários do pessoal da educação. A Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública é um repasse por parte do Estado de recursos arrecadados pela CEMIG. O valor foi de R$ 3.620.000,00.. O Imposto de Transferência inter vivos de Bens Imóveis e direitos reais sobre imóveis é um imposto municipal que rendeu R$3.500.000,00 e incide sobre a compra e venda de imóveis com uma alíquota média de 2,5%. O Imposto sobre Veículos Automotores devolve aos cofres municipais 50% do valor recolhido pelo Estado. A frota emplacada no município é de cerca de 16.300 veículos e o repasse foi de R$ 3.080.000,00. O repasse federal do Sistema Único de Saúde foi de R$ 1.605.000,00 enquanto que o recebimento de dívidas, aplicações financeiras, taxas sobre diversos serviços e outros repasses correspondem aos outros R$ 4.000.000,00 do orçamento.

MINERACOES BRASILEIRAS REUNIDAS S/A, RIO VERDE MINERACAO S/A, ST JUDE MEDICAL BRASIL LTDA, ANGLOGOLD ASHANTI MINERACAO LTDA, MINERACAO SERRA GRANDE AS, EXTRATIVA MINERAL LTDA, INDUSTRIAS QUIMICAS CATAGUASES LTDA, TROPICAL MERCANTIL LTDA, POSTO BFM LTDA, CARREFOUR COMERCIO E INDUSTRIA LTDA, PEDRAS CONGONHAS EXTRACAO ARTE INDU, GRAFER COMERCIAL LTDA, IRMAOS FARID LTDA, COOPERATIVA NACIONAL DE APICULTURA, CITRAL NUTRIENTES LTDA, MONTEMEC MONTAGENS ENGENHARIA COME, BROOKS INDUSTRIA LTDASALES & ALANE COMERCIO LTDA, POSTO FERNANDA LTDA, ENALTER ENGENHARIA INDUSTRIA E COME são, em ordem decrescente, as 20 empresas instaladas em Nova Lima que mais contribuem

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para a arrecadação municipal através do repasse da cota/parte do ICMS pelo Estado de Minas Gerais.

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M

Ano Posição Relativa de Nova Lima ÍndiceBrasil Minas Gerais RMBH

1991 393ª 17ª 3ª 0,7442000 221ª 13ª 2ª 0,821

Embora o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de nossa cidade tenha tido uma evolução significativa de 1991 para 2000, ou seja 10,35 %, conforme tabela abaixo, outros indicadores sócio-econômicos são extremamente preocupantes, tais como o índice de Gini, que meda a concentração de renda, o índice de intensidade da indulgência e da pobreza e o índice de vulnerabilidade familiar.

Índice de Concentração de Renda

Ano Posição Relativa de Nova Lima ÍndiceBrasil Minas Gerais RMBH

1991 1807ª 296ª 7ª 0,552000 450ª 46ª 1ª 0,64

Intensidade da Pobreza

Ano Posição Relativa ÍndiceBrasil Minas Gerais RMBH

1991 4605ª 734ª 23ª 37,802000 3928ª 461ª 17ª 39,19

Orçamento 2006 por órgão ou secretaria

Órgão/secretaria Valores em R$ %Educação 33.500.000,00 25,32

Saúde 21.120.100,00 15,96

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Planejamento 13.902.888,12 10,51Obras 9.935.789,91 7,51

Encargos Gerais 9.810.000,00 7,41Ação Social 6.783.109,71 5,13

Administração 6.737.302,79 5,09Câmara 5.188.000,00 3,92

Segurança/Trânsito 4.576.512,65 3,46Procuradoria 4.210.295,10 3,18

Administração Regional 2.798.868,96 2,12Fazenda 2.880.775,73 2,18Cultura 2.228.837,02 1,68

Meio Ambiente 1.888.632,97 1,43Esporte/Lazer 1.879.392,73 1,42Comunicação 1.464.550,25 1,11

Desenvolvimento 1.162.813,82 0,88Gabinete Prefeito 987.925,64 0,75

Habitação 764.088,01 0,58Gabinete Vice 280.231,15 0,21

Ouvidoria 217.885,43 0,16

O orçamento das secretarias de Ação Social e Desenvolvimento Econômico foi acrescido de R$17 milhões a mais no orçamento da área social. Isto porque embora o município tenha subido de 3º para 2º lugar na pesquisa de IDH – Índice de Desenvolvimento Humano realizadas em 1991 e 2001, no quesito concentração de renda Nova Lima saltou de 7º para 1º lugar na região metropolitana de Belo Horizonte. Em lado oposto o índice que mede a concentração de indigência mais do que dobrou em dez anos. Outro índice que cresceu muito foi a intensidade da pobreza Em outras palavras. Vem diminuindo o número de indigentes e pobres no município, porém estes estão se tornando cada vez mais indigentes e mais pobres.

Outro aspecto negativo é a questão da vulnerabilidade social. Um dado desta vulnerabilidade é o índice das adolescentes grávidas. Em 1991, 2,6% das adolescentes de Nova Lima estavam grávidas ou já tinham filhos. Em 2001 este número subiu para 6,18% . E pior, já existe 0,36% de crianças de 10 a 14 anos da cidade que estão grávidas ou têm filhos.

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Estes quadros apontam por um lado para uma profunda concentração de renda no município. Mostra também uma concentração da pobreza e um dado estarrecedor uma a cada 4 crianças é extremamente pobre Para reverter esta realidade é premente a ação do Governo Municipal no sentido de investir na área social, possibilitando a inserção de parcela expressiva da população no mercado de trabalho e consumo.Para 2006 já estão assegurados recursos no orçamento para implantação do PSF – Programa Saúde da Família, do SUAS – Sistema Único da Assistência Social e do Programa de Renda Mínima. Só a complementação municipal para o Programa de Renda Mínima do governo federal vai consumir recursos de R$1.680.000,00.

Os dados mostram também que o modelo de desenvolvimento de Nova Lima está muito ligado à expansão de BH. O índice Receita per capta teve um grande crescimento que é facilmente explicável pela grande transferência de população de alto poder aquisitivo de Belo Horizonte para Nova Lima nos últimos anos. Este índice é o determinante na definição do coeficiente do IDH. O crescimento acontece devido a um fator externo do que a melhoria da condição interna do município. Os outros índices considerados são de escolaridade e de longevidade que também tiveram melhoria considerável. Até agora este fenômeno de expansão da zona sul de BH em direção a Nova Lima não tem nenhuma interferência ou ação do poder público municipal e é muito mais produto da especulação do mercado imobiliário.

PSF - A saúde na casa do brasileiro.

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Implantado no Brasil, em 1994, pelo Ministério da Saúde, o Programa Saúde da Família teve como precursor o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) que foi o primeiro a estabelecer um relacionamento mais próximo com a realidade da população, ofertando serviços básicos no combate a epidemias. O PSF baseia-se no paradigma da promoção e valorização da saúde. Trabalha também em setores como: educação, meio ambiente, saneamento, onde são enfatizadas a cultura, condições econômicas e condições sanitárias de cada localidade. Tendo como base o núcleo familiar, o PSF promove o acesso aos serviços públicos de saúde.

A decisão de implantar o PSF cabe ao Município, se for do interesse deste, a solicitação deve ser encaminhada a Secretaria Estadual de Saúde que enviará ao Ministério da Saúde para aprovação e posterior implantação e manutenção do PSF no município. Para estar incluído no programa, o município deve ter uma estrutura de saúde mínima, como um local para servir de "base" da equipe. O investimento inicial deverá ser utilizado para a compra de instrumentais e materiais para o atendimento à população, e mensalmente o MS repassará os recursos de manutenção e salários dos profissionais. Para iniciar o trabalho é feito previamente o mapeamento da área a ser beneficiada e o levantamento populacional para a correta divisão e implantação do número de equipes necessárias por área.

A escolha dos recursos humanos no PSF é um fator decisivo para obtenção de êxito no programa. O perfil do profissional da equipe é diferenciado, pois se trata de um trabalho que envolve o profissional diretamente no núcleo familiar, no qual ele terá que lidar com as mais diversas situações a fim de promover saúde mais do que simplesmente curar doenças.

O PSF atua na área de atenção primária, porém, necessitando o usuário de atendimento em outros níveis de complexidade, será encaminhado para os serviços de atenção secundária e terciária e depois para o acompanhamento e manutenção da saúde, dispondo também de AIH (Autorização de Internação Hospitalar) e TFD (Tratamento Fora de Domicílio).

Dessa forma, a implantação do PSF evita ou minimiza as filas desnecessárias em Unidades, Centros de Saúde, e Hospitais, pois o atendimento é feito no próprio domicílio do usuário ou na sede do programa através de agendamento prévio. Observa-se, portanto, que a implantação do PSF, não cria novas unidades de serviço, mas vincula-se e utiliza a estrutura do SUS (local,

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regional e central) a fim de ofertar os serviços já existentes de forma integral, igualitária e organizada, tendo como ponto de partida a atenção primária.

A família cadastrada no PSF, poderá usufruir dos diversos serviços e programas do SUS (Hipertensão, AIDS, Diabetes, etc.) como qualquer outro usuário, porém com o diferencial de manter-se sempre assistido pela Equipe de Saúde da Família, é a chamada Vigilância à saúde, pressuposta no paradigma da promoção de saúde que o PSF semeia, em oposição ao modelo “hospitalocêntrico” ainda em plena atividade. O investimento na atenção primária tem como conseqüência, mesmo que em longo prazo, uma diminuição com gastos em saúde, pois, além dos serviços básicos terem baixos custos, a prevenção de doenças e a intervenção ainda em estágios iniciais diminuirão a demanda de pacientes em postos de saúde, prontos-socorros e hospitais, e também a reduzirão a prestação de serviços de alta complexidade de doenças crônico-degenerativas.

A Constituição Brasileira afirma que a saúde é um direto de todos e um dever do Estado, nas últimas décadas as políticas públicas em saúde que foram implantadas procuraram satisfazer este direito. Dentre os modelos assistenciais já implantados, o PSF é o que mais se aproxima na teoria e principalmente na prática (que é o que importa) dos princípios organizativos e doutrinários do SUS. O PSF está em franca expansão pelo Brasil e os resultados que se esperam ainda não estão visíveis, pois sabe-se que virão à longo prazo dadas as condições gerais de saúde do Brasil (na estrutura de saúde) e do brasileiro. É um programa que como qualquer outro está passível de falhas, porém entende-se que para o seu sucesso é fundamental obter no Município uma excelência em sua gestão, não só de recursos financeiros, mas também dos recursos humanos, na qualificação destes, e num correto planejamento das atuações do programa nas áreas implantadas, a fim de suprir as reais necessidades locais. É este o tipo de política que o brasileiro precisa ter dentro de casa, uma política pública de saúde, que chega a pé, mas eficiente; básica, porém fundamental para manutenção da saúde; para todos, mas visando o indivíduo no contexto familiar, com o objetivo de promover a qualidade de vida da população em todos os níveis de atenção.

PROGRAMA DE RENDA MÍNIMA

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Programas de renda mínima resultam em redistribuição de renda e na melhoria das condições de vida da população. A distribuição de renda brasileira é perversamente injusta, levando milhões de famílias a viverem em situação de extrema penúria, com conseqüências dramáticas principalmente para as crianças.

Mudanças na distribuição de renda dependem muito mais da gestão de recursos fora do alcance dos governos locais. Estes governos, no entanto, podem influir significativamente neste quadro, através de suas políticas sociais. A adoção de programas que garantam uma renda mínima (PGRM) é uma das estratégias de maior impacto. Inicialmente proposta pelo senador Eduardo Suplicy para o governo federal a idéia tem se disseminando pelo país em vários estados e municípios há leis em tramitação e, em alguns, os programas já estão em funcionamento.

Programas de garantia de renda mínima (PGRM) são instrumentos de política social que garantem aos cidadãos beneficiados disporem de um valor mínimo de renda em dinheiro. Caso a renda do cidadão não alcance o mínimo determinado, ele recebe um complemento financeiro para que sua renda atinja aquele patamar. Os recursos para a concessão de benefícios vêm de rubricas do orçamento público destinadas ao programa. Na maioria dos casos o acesso ao benefício é dado àqueles que satisfizerem algumas condições complementares. Com isso, pode-se conseguir que as famílias beneficiadas tomem iniciativas que contribuam para o rompimento do ciclo de miséria a que foram submetidas.

A participação dos cidadãos nos programas deve ser, preferencialmente, vinculada a compromissos seus com ações voltadas a seu desenvolvimento pessoal e familiar: mais comumente, apresenta-se, nesta hipótese, a obrigatoriedade de manutenção de crianças na escola. Outras formas podem ser a participação em programas de saúde preventiva (especialmente para gestantes), participação de cidadãos desempregados em atividades profissionalizantes ou de reciclagem funcional, participação em grupos locais de ajuda mútua, participação em cursos de alimentação alternativa

É equivocado entender que mecanismos de garantia de renda mínima substituem o conjunto das ações sociais do governo. É necessário que o benefício monetário seja acompanhado de outros programas sociais. Na verdade, o programa de renda mínima é apenas mais um dentre os instrumentos de que o governo dispõe para produzir ações coordenadas na

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área social. Não pode ser adotado, portanto, como um programa isolado das demais políticas sociais. Pelo contrário, a infra-estrutura e as ações realizadas para sua aplicação podem ser um valioso instrumento de política social.

Sistema Único da Assistência Social (SUAS)

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Em novembro de 2003, o antigo Ministério da Assistência Social (MAS) apresentou durante a IV Conferência Nacional suas propostas para a construção efetiva de um Sistema Único de Assistência Social, mais eficaz para atender os novos desafios no setor.

Com um sistema descentralizado e participativo, o governo tem condições de atuar de forma mais integrada com as políticas setoriais e as diferentes esferas da administração pública, assumindo compromissos de co-responsabilidade e co-financiamento no desenvolvimento de ações voltadas para a inclusão social e diminuição de desigualdades.

Dez anos após a promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), o Governo Federal conseguiu avançar muito pouco no setor, dentro da atribuição que lhe compete como definidor de diretrizes para a Política Nacional. A construção do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) interrompe o modelo de programas impostos de cima para baixo, que desconsideram necessidades reais e especificidades locais.

O SUAS tem o objetivo de identificar os problemas sociais na ponta do processo, focando as necessidades de cada município, ampliando a eficiência dos recursos financeiros e da cobertura social. O Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ganha espaço para definir políticas e fiscalizar sua execução. Trata-se de um modelo democrático, descentralizado, que tem a missão de ampliar a rede de assistência social brasileira.

ATRATIVOS TURÍSTICOS

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Situada na Região Metropolitana de Belo Horizonte e na área de crescimento da zona sul da capital, o município de Nova Lima tem um grande potencial turístico com um dos maiores índices de área verde por habitante do país. De maneira paradoxal este importante e rico legado é fruto das reservas preservadas pelas mineradoras locais. Com clima tropical de altitude caracterizado por uma bruma constante e temperaturas amenas, além de construções de diversas épocas, herança dos povos que há 300 anos ajudaram a construí-la, Nova Lima vem buscando se preparar para atender a demanda crescente de turistas na região.

Históricos

Açude / Máquina / Banqueta do Rego Grande / Peneira / Bicame / Rego dos AmoresPara ser feita a lavagem do ouro na mina, era necessário água. Os ingleses, em 1890, fizeram com que as águas claras do Ribeirão dos Cristais atravessassem a cidade e chegassem à mina através da construção de uma banqueta d’água. A banqueta tem 4.676,7 m de comprimento e uma vazão de 20.000 litros por minuto, e mantém até hoje as características e o trajeto originais. O represamento da água no açude, a energia gerada pela Máquina, o transporte da água pela Banqueta, peneiramento da água na Peneira, o desvio da água no aqueduto do Bicame, finalizando no Rego dos Amores, e a utilização da água na lavagem do ouro – fazem parte do patrimônio cultural e são marcantes na paisagem urbana de Nova Lima. Atualmente a água que passa pelo aqueduto do Bicame é destinada ao abastecimento de hidrantes contra incêndios.Com 194 m de comprimento e 12,87m de altura, sua construção ganha expressão arquitetônica graças às arcadas superpostas em madeira. É a construção-símbolo da cidade.

Quintas dos InglesesConjunto de casas em estilo europeu – parte delas do século XIX , construído para abrigar os diretores e engenheiros da "Saint John Del Rey Mining Company". As casas são afastadas do plano da rua e cercadas por amplos jardins. Do alto das Quintas se tem uma visão panorâmica da cidade, com suas igrejas e matas.Pelas Quintas passa o córrego Rego Grande que tem as águas captadas por um aqueduto com estrutura de madeira, ainda no alto da montanha. É o BICAME, também construído por ingleses para servir no beneficiamento de minério.

Sistema hidrelétrico e arquitetônico de Rio de Peixe

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As lagoas de Miguelão, das Codornas e dos Ingleses ou lagoa Grande funcionavam como reservatórios de água construídos pela Sain Jonh Del Rey Minning Company, no início do século, para garantir o acionamento do sistema hidrelétrico Rio do Peixe. O primeiro sistema integrado de energia elétrica do Estado e composto por dez pequenas usinas com capacidade conjunta de 56 mil Kw/hora. Foi idealizado pelo célebre superintendente George Chalmers e garantiu a modernização e uma série de melhorias na mina de Morro Velho. Fato curioso é que as peças e equipamentos das usinas, alguns com mais de 8 toneladas, foram transportadas até lá a partir de estação de Honório Bicalho em reforçados carros de boi. Rio de Peixe também garantiu o fornecimento de energia para parte da cidade de Belo Horizonte na região do Barreiro por muitos anos. No pequeno povoado, onde ainda hoje moram alguns funcionários da Morro Velho, as casas são em estilo inglês e a paisagem é simplesmente deslumbrante, rodeada de vertentes e falésias, riachos e cachoeiras. O lugar não dispõe de infra-estrutura. Para conhecer, só conseguindo autorização da AngloGold.

Casa GrandePrimeiro foi moradia do Padre Freitas antigo dono da mina. Posteriormente tornou-se residência dos superintendentes da Saint Jonh Del Rey Minning Company. O prédio do século XVIII hoje abriga o Centro de Memória da Mineração Morro Velho. Possui em seu acervo coleções de pedras e armas antigas, instrumentos utilizados nas diferentes fases do processo de mineração, álbuns de geologia e engenharia, fotografias e registros do início do século passado, além de uma rica biblioteca com clássicos da literatura inglesa.

Casarão da Mina Antiga pensão onde se hospedavam os visitantes ilustres da Morro Velho. Localizado próximo ao Bicame, o casarão, construído pelos ingleses na segunda metade do século XIX, foi clube e restaurante. Hoje é sede de empresa de empreendimentos imobiliários da AngloGold.

Rua do Zigue-Zague Grande Formada por um conjunto de rampas bidirecionais em pedra, com escadaria lateral, servia para dar maior segurança para pedestres e montarias, no acesso às partes alta e baixa da cidade. Por seu traçado, a rua Augusto de Lima foi denominada pela população Rua Ziguezague. A centenária rua foi construída em 1894. Naquele ano, o então presidente da Câmara de Nova Lima, o padre João de Deus, adquiriu uma gleba na parte alta da vila, hoje conhecida como Rua Nova, para implantar o bairro Municipal. A única via de acesso ao local

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ia do Largo da Matriz do Pilar até as imediações do Rego Grande. O caminho, de terra bruta extremamente inclinado, tornava difícil qualquer passagem pela rua..Com uma inclinação bastante acentuada, os pedestres eram obrigados, para amenizar o trajeto, a fazê-lo em "S" ou em "ziguezague". Para facilitar a passagem e o transporte de material, foram construídos degraus em diagonal por toda sua extensão. A construção foi toda feita em pedra seca, escorada por coqueiros, além de escadas.O nome escolhido em homenagem ao ilustre político novalimense. Após sua construção, foi aplicado o pé-de-moleque. A via ainda preserva as características e traçado original.

Rua Zigue-Zague Pequeno A rua do Ziguezague Pequeno é um trecho da atual rua Professor Celso Dias (antiga rua Cocais) compreendida entre a Avenida Rio Branco e a travessa Antenor Martins da Silva. Teve sua construção datada em fins do século XIX e início do século XX e um dos locais de ligação do centro de Nova Lima aos bairros mais altos. A rua é composta por 12 rampas., inclinadas em “Z” e conhecidas como ziguezagues que visa diminuir a forte inclinação do trecho, possibilitando tráfego mais fácil.As rampas são pavimentadas com seixos rolados. As pedras que compõem o calçamento foram recolhidas do leito dos cursos dágua da região, fixados sobre pressão e posteriormente calafetados com cascalho fino do rio. Tombada pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Lima.

Teatro Municipal Manoel Franzen de LimaO prédio do Teatro Municipal de Nova Lima foi construído por iniciativa do prefeito Manoel Franzen de Lima e foi inaugurado em 1943. Com projeto de Rafaello Berti de 1939 o edifício foi construído no estilo art deco, que surgiu na década de 20 e teve seu apogeu nos anos 30. Nos anos 60 passou a funcionar como cinema até 1995 até ser fechado para reforma. Em 1997 reabriu e em 2004 passou por uma completa restauração que valorizou os elementos arquitetônicos do projeto original.Ainda hoje, é considerada uma das melhores casas de espetáculos de Minas Gerais. Hoje em plena atividade, tem sido palco para apresentações musicais e teatrais de Nova Lima (como as peças produzidas e encenadas por alunos das oficinas de teatro do CEACOM) e de outras regiões do país, por sua estrutura que comporta produções de qualquer parte do país.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário Notável exemplo de construção do barroco mineiro foi construída no alto de

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uma das colinas de Nova Lima pelos membros da irmandade Nossa Senhora do Rosário Suas obras foram iniciadas na primeira metade do século XVIII e concluídas em 1774 (mais de um século para ser construída). A igreja é tombada pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Lima tem interior ricamente talhado e figuras em cores originais.. A construção destaca-se na paisagem sendo vista de todos pontos da cidade. Relatos de moradores mais antigos indicam o fato que os negros não admitiam que os anjinhos ficassem de costas para o sacrário, por isso dois deles foram colocados de cabeça para baixo, em devoção a imagem do cristo. No último domingo de outubro é celebrada festa de Nossa Senhora do Rosário.

Capela do Senhor do BonfimNasceu praticamente junto com a cidade no início do século XVIII. A capela foi a primeira edificação religiosa e o seu entorno referência da conformação urbana original. Seu altar originalmente era um oratório, onde ficava depositada a imagem do Senhor do Bonfim Sofreu adaptação em 1950 para receber o altar original da Matriz do Pilar com talha da terceira fase do barroco em Minas. É tombada pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Lima..

Matriz de Nossa Senhora do PilarConstrução do século passado, a Matriz de Nossa Senhora do Pilar destaca-se entre os valores culturais e artísticos da cidade pela grandeza dos altares. Esculpidos por Aleijadinho no século XVIII, vieram para Nova Lima da Fazenda Jaguara, município de Matosinhos, doados pelo inglês George Chalmers, ex-diretor da Mineração Morro Velho.A igreja abriga tendências estilísticas distintas dentro de um conjunto harmonioso.

Santuário do Senhor do Bom Jesus de MatozinhosConstrução setecentista, localizada no distrito de Honório Bicalho e concluída no ano de 1760. Ao longo do tempo o prédio passou por sucessivas reformas que alteraram suas características arquitetônicas, mas as feições barrocas ainda prevalecem. Entre 14 e 21 de setembro é celebrado o Jubileu de Bom Jesus do Matosinhos quando fiéis e devotos de várias partes do Estado para lá se dirigem para pagar promessas.

Capela de São SebastiãoO grande atrativo turístico e uma das poucas construções de interesse histórico de São Sebastião das Águas Claras. Construção do século XVIII, emoldurada

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por vasta vegetação, tem à sua frente um grande cruzeiro de madeira, e em seu interior está guardado um acervo importante formado pelo retábulo do altar-mor e imagens em madeira. A construção é tombada pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Lima

Cruzeiros Nova Lima tem cinco cruzeiros principais- o do Alto da Boa Vista, do Bairro Cruzeiro, do Alto da Mina D'Água, do aqueduto da Copasa e o Cruzeiro do Alto do Rosário. Localizado na Praça do Rosário em frente a igreja foi erguido pelos escravos no século XVIII. Têm fixado em sua estrutura os objetos usados na martirização de Cristo.

Igreja AnglicanaEm estilo normando a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil foi construída por volta de 1830. Todo o material usado em sua construção foi importado da Inglaterra, inclusive as pedras que revestem a fachada e a madeira utilizada na confecção das peças que compõem o seu interior. Atrás do altar existe um belo vital colorido com cenas do nascimento e ascensão de cristo. No seu centenário em 1930 a igreja recebeu um órgão de fole dos diretores SJDRMC.

Curral de Pedra dos Escravos Atrativo constituído por um curral construído por escravos no século XVIII, que utilizaram a pedra como matéria prima. Apesar de estar situado na Mata do Cambimba no distrito de Honório Bicalho, o acesso é fácil, podendo se chegar de veículo até bem próximo do atrativo. O curral tem aproximadamente um metro de largura por um metro e meio de altura.

Igrejinha do Padre Pequeno Construção em ruínas situado no alto de um morro que, conforme a tradição oral serviu de refúgio para um padre que era pároco do bairro de Honório Bicalho e que construiu tal igrejinha onde permaneceu até sua morte. A lenda diz ainda que tal padre rogou uma praga que dali em diante nenhum tipo de negócio daria certo naquela localidade. Apesar de estar em ruínas, é um belo atrativo, pois plantas trepadeiras a ornamentaram fazendo com que se tornasse belo. O percurso até ela não poder ser realizado de veículo.

Escola Casa Aristides – Atelier de artes e ofíciosEdificação datada do início de século XIX, porém com características arquitetônicas do período colonial e das edificações do século XVIII. Foi

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recuperada pela Prefeitura de Nova Lima em 1997 e passou a abrigar a Escola Casa Aristides, a primeira escola de reciclagem do Brasil. Hoje a Casa está em nova fase e o enfoque com a reciclagem, embora tenha perdido um pouco do espaço, se mantém. São oferecidos 24 cursos gratuitos de arte para comunidade de Nova Lima especialmente para população de menor poder aquisitivo. Entre os mais procurados estão cerâmica (3 técnicas distintas) estamparia de tecidos, batik, papel artesanal, desenho, pintura, marchetaria, escultura, técnicas em madeira, mosaico, tecelagem, culinária, etc. A escola funciona em três turnos e tem cerca de 600 alunos.

Casa de Cultura Professor Wilson Chaves Edificada pela Saint Jonh Del Rey Minning Company em 1849 é a construção mais representativa da presença inglesa no município.De estilo eclético com forte influência européia encontra-se em excelente estado de conservação após passar por um completo processo de restauração. A Casa de Cultura Professor Wilson Chaves foi inaugurada em 27/11/99, funcionando hoje no prédio a Secretaria Municipal de Cultura, Galeria de Arte e Biblioteca Cultural. Está situado na Av. rio Branco, 308 e é tombada pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Lima.

Centro Cultural de Nova LimaImportante exemplar da arquitetura art deco construído no final da década de 1930 e localizado na rua Tiradentes, no centro. Foi recentemente restaurado e abriga o Centro de Informações Folclóricas, Departamento de Memória e Patrimônio Cultural, Centro de Memória, Grupos de Estudos Museológicos, Grupo de Estudos Literários, Arquivo Público Municipal, Instituto Histórico e Geográfico.

Estádio Municipal Castor CifuentesCom capacidade para 12 mil torcedores, o Estádio recebeu recentemente um dos mais modernos sistemas de iluminação do interior de Minas, que permite, além da realização das partidas de futebol noturnas, novas opções de lazer à população. Abriga, também, uma sala com exposição fotográfica e de troféus, que contam a história do tradicional Villa Nova Atlético Clube.

ATRATIVOS NATURAIS

São Sebastião das Águas Claras – Macacos

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Povoado de São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos, atrai turistas de várias regiões do estado e do país, que se encantam com as belas cachoeiras e paisagens da região, seus famosos restaurantes, suas pousadas, a tradicional Festa de São Sebastião, seus doces e sua tranqüilidade.A cachoeira de Macacos é formada por uma única queda de cerca de 2m de altura com a água a uma temperatura média de 20° C. O local tem vegetação característica de mata de galeria com fauna representada por uma grande variedade de aves, borboletas e insetos.

Morro do Elefante É um mirante natural que se encontra a 1.195 m de altitude. A formação rochosa é coberta por vegetação rasteira e arbustos de pequeno porte. A imagem de um elefante que dá nome a montanha é melhor percebida do Km 24 da rodovia MG 030.. A trilha que leva ao topo do morro possui 5km de extensão e aproximadamente 2h de caminhada. Do morro avista-se toda a cidade de Nova Lima e o começo da zona urbana de Belo Horizonte, próxima ao BH Shopping. É local de devoção religiosa e diversas comunidades de Nova Lima fazem uma caminhada até o cume na sexta-feira da paixão

Lagoa CambimbasLocalizada entre o Morro do Galo (Bairro do Galo) e o distrito de Honório Bicalho. Acesso através da estrada que leva a Raposos. A entrada é antes da ponte. A mata do onde está a cachoeira recebe o mesmo nome e, com suas trilhas, é ideal para prática de caminhadas, treking, montain bike e outros esportes de natureza.

Poço dos MalucosSituado no distrito de São Sebastião das Águas Claras e formado por pequenas quedas d'água que descem das rochas ao longo do percurso do ribeirão Macacos..

Poço AzulãoUm dos mais conhecidos atrativos naturais de Honório Bicalho, o Poço Azulão é constituído por uma queda d’água de aproximadamente 3 a 4 metros de altura e um poço que possui cerca de 2 metros de profundidade e 6 metros de largura. A água é límpida e tem temperatura em torno de 20ºC. O local é ideal para banhos e atividades de lazer. O acesso a este é fácil: começa em uma trilha situada à margem da Estrada Real, continua por uma banqueta por onde passa a água que desce do poço e que também serve para abastecer o

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bairro. Esta banqueta possui um caminho de terra que segue paralelo a ela até a chegada ao atrativo.

Cachoeira do Cristal Com completa infra-estrutura para turismo. Sete nascentes de águas cristalinas formam a queda, que possui várias piscinas naturais.

Cachoeira do Zumbi Situada no distrito de Honório Bicalho com acesso através de trilhas. É uma queda d’água de aproximadamente 3 metros situada em uma mata que leva o mesmo nome.

Cachoeira da Mata do Espírito SantoSede do município

Cachoeira da Fazenda do MaracujáVereda das Gerais

Alguns eventos que acontecem na cidade: Aniversário de Nova Lima – 05 de fevereiro Jubileu de Bom Jesus de Matozinhos – 14 a 21 de setembro Carnaval – data móvel Festa de São Sebastião – último final de semana de agosto Festa do Cavalo – 3º final de semana de maio Cavalhada de São Jorge – 23 de abril Cavalhada de Honório Bicalho – 01 de maio Festa de Nossa Senhora do Pilar – 15 de agosto

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Projeto Nossas Trilhas

O município de Nova Lima tem a maior parte, cerca de 70%, do seu território ainda não ocupado e cobertos por matas algumas delas declaradas unidades de conservação. Além disto 98% de seu território estar dentro da APA-SUL (Área de Proteção Ambiental da região sul da grande Belo Horizonte). O projeto Nossas Trilhas consiste em um trabalho de levantamento, análise, catalogação e mapeamento das trilhas do município, a fim de servir de base para a realização de ações voltadas para a utilização sustentável dos recursos naturais, educação ambiental e conservação do patrimônio natural e histórico-cultural. Para o levantamento das trilhas o município foi dividido em três regiões:Honório Bicalho, Santa Rita e Nova Suíça; Macacos, Jardim Canadá e Alphaville e Sede.Uma comissão multidisciplinar foi composta para avaliação das trilhas sob vários aspectos: acesso, grau de dificuldade, estado de conservação, grau de interesse turístico, recursos naturais, atividades de ecoturismo que podem ser desenvolvidas, etc. O mapeamento já se encontra concluído na região de Honório Bicalho e dez trilhas foram catalogadas. As trilhas ainda são pouco conhecidas, estão em bom estado de conservação e o maior problema é a erosão em algumas trilhas causada pelas motocicletas. A região foi escolhida para o início dos trabalhos, pois se encontra em área de vocação em projetos de ecoturismo e inserida em projetos de desenvolvimento turístico estadual e federal como o programa Estrada Real. As próximas trilhas a serem mapeadas são as da região de Macacos.

A queca hoje é muito conhecida em Nova Lima e nada mais é que o cake bolo de natal inglês. Tem um bolo de maçã com gengibre, canela e nozes que também é receita inglesa e era muito apreciado pelas famílias daqui.

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A lamparina é uma receita de doce que só existe em Nova Lima e a sua origem é a Pousada Congonhense da bela mulher francesa e seu marido. La belle femme era uma cozinheira e uma quituteira de mão cheia. A comida e principalmente os doces da pousada faziam a sua fama.Os viajantes que vinham da corte, Rio de Janeiro em direção a Vila Rica tinham no aparador da pousada Congonhense uma parada obrigatória. Neste aparador tinha destaque uma adaptação do pastel de Belém português com uma roupagem nova. O recheio era de coco a massa fina e decorada com pequenas cruzes embebidas em azeite que eram acessas na hora de servir e que acabaram por dar nome ao doce. Detalhar receita.

Em Nova Lima se come muito angu. A este angu que hoje é conhecido como angu a bahiana já foi chamado de angu condimentado se adiciona ou carne moída ou carne de porco ou torresmo. Outra receita de Nova Lima é a receita italiana do bolo tricolor que é um prato muito bonito, servido em tranças e colorido com beterraba e abóbora.

O scone é outra receita inglesa que ficou. É um pequeno pãozinho assado, semelhante ao nosso pão de minuto e que pode receber tanto recheio doce quanto salgado. Nas mesas de chá ele é servido com presunto, mussarela, pasta de atum, pasta de ovo (muito apreciada pelos ingleses) ou com geléias de vários sabores. Pode-se dizer que este é um pão típico de Nova Lima.

Mesmo não sendo o chá das cinco em Nova Lima se toma muito chá e chá com leite. Inclusive o chá mate é tomado com leite. Nos canteiros das casas daqui você sempre vai encontrar alguns tipos de chá. Esta que já era uma tradição mineira foi exacerbada no contato com os ingleses.

Na feira da sexta na praça tem a barraca da Marilene que mais parece um restaurante. Lá se pode provar mais de 10 pratos tradicionais da comida mineira. Língua, moela, vaca atolada, dobradinha com feijão branco, cansanção, ora-pro-nobis, guizado com costelinha, canjiquinha com costelinha, angu, torresmo e pernil com pão de queijo.

Em Nova Lima o Coração é do Leão

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O Villa Nova Atlético Clube, também batizado Leão do Bonfim, foi fundado em 28 de junho, de 1908, em Nova Lima, por operários e mineradores ingleses da São João Del Rey Minning Company, atual Anglo Gold Ashanti. Seus uniformes obedecem às cores vermelha e branca, sendo um com listas verticais e todo branco com detalhes vermelhos. O time profissional do Villa participou até agora de todos os campeonatos promovidos pela Federação Mineira de Futebol. Sendo juntamente com o América, o terceiro clube de Minas, em títulos regionais conquistados.

Primeiro time de Minas Gerais a ceder jogadores para a Seleção Brasileira, é considerado um dos maiores berços de craques do futebol brasileiro.. Em 1932, o Villa Nova foi profissionalizado. Em Minas, o profissionalismo só foi implantado no ano seguinte. O Leão do Bonfim foi o primeiro tricampeão mineiro nos anos de 1933/1934/1935. Daí para frente foram muitas conquistas. Em 1951, foi o Super Campeão Mineiro, ao abater seu velho e tradicional rival: o Clube Atlético Mineiro de maneira inapelável.. O técnico era Martim Francisco, que pela primeira vez no mundo armou um time de futebol no sistema 4-2-4, sistema que mais tarde levaria a Seleção Brasileira ao seu primeiro título de Campeão Mundial na Suécia. Vinte anos depois, em 1971 também sobre o comando do revolucionário Martim Francisco o Villa conquista seu primeiro título nacional ao vencer de virada o Remo por 2 X 1 no Estádio Independência em Belo Horizonte. No final do jogo enquanto a equipe tocava bola e gastava o tempo a charanga do Leão do Bonfim atacou de Adeus Belém do Pará

No Villa, já despontaram craques como Arizona, Juca, Anísio Clemente (Seleção Brasileira), Lito, Tião, Gato, Escurinho (um dos maiores ponta esquerda do futebol brasileiro), Gil (Seleção Brasileira), Totonho, Luizinho (Seleção Brasileira), Perácio, Zezé Procópio, Geninho, Chico Preto, Canhoto, Alfredo Bernardino e tantos outros. Alguns desses grandes jogadores figuraram na Seleção Brasileira de 1938, que disputou a Copa na Itália.

Após a conquista do título de Campeão Mineiro do Módulo II, em 1995, o Villa Nova retornou a divisão de elite do Futebol Mineiro. O Villa tem uma história que se mistura a história da cidade. O símbolo é o leão, expressão da realeza inglesa. A charanga, a segunda a ser criada no Brasil, depois da do Flamengo (Rio/1944), saía tocando pela cidade nos dias de jogos, atraindo torcedores para o campo. Quando o Villa perdia alguma partida, a charanga tocava do mesmo jeito, como se fosse um lamento. Em 1997 o Villa Nova disputou com muita fibra e garra o título de Campeão Mineiro. Mesmo com a

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conquista do vice-campeonato, o "Leão do Bonfim" voltou a fazer pulsar forte o coração de sua fervorosa e fiel torcida que enfeitou toda cidade de Nova Lima com as cores vermelha e branca. A Terra do Ouro se uniu empolgada no refrão: Ah... Eu Tô Maluco!!! Ah... Leão Maluco!!!

Títulos Conquistados

1933/1934/1935 – Tricampeão Mineiro1937/1945/1946/1947/1953/1997 – Vice-campeão Mineiro1951 – Supercampeão Mineiro1968 – Campeão Festas Populares e Folclóricas1968 – Campeão da Copa Centro Sul1971 – Campeão Nacional da Primeira Divisão1974 – Campeão da Copa Centro de Minas Gerais1976 – Campeão do Torneio de Incentivo/Federação Mineira de Futebol1977 – Campeão da Taça Minas Gerais1987 – Campeão do Torneio de Incentivo1996/1997/1998/1999 – Tetracampeão Mineiro do Interior

Poder Legislativo

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A Câmara Municipal é a mais antiga instituição brasileira. Ela existe no país desde 1532 quando foi instalada a primeira em São Vicente, Estado de São Paulo. Diferentemente do Congresso Nacional e das Assembléias Estaduais as Câmaras Municipais raríssimas vezes deixou de funcionar mesmo nos períodos autoritários. O poder legislativo pela sua constituição e no seu funcionamento se apresenta como o mais democrático dos três poderes. Neste sentido as Câmaras Municipais se apresentam como as bases locais da democracia nas cidades. Composta por vereadores eleitos diretamente pelo povo, através do sistema do voto proporcional dos partidos, na câmara estão representados os diversos

No prédio funcionava a Cadeia Pública até a emancipação do município em 1891. A partir dessa data, foi dividida em duas partes: uma para a Câmara a outra para a cadeia.Em 1916 foi construído o parque municipal no largo da matriz, hoje denominado Pça Bernardino de Lima. Esse parque era conhecido na época como Pça do Jardim, palco de grandes eventos públicos.Até o ano de 1930 o prédio funcionou como Câmara municipal. Com a modificação na Constituição Federal, passou a ser Prefeitura Municipal.Em 1948, com a primeira eleição democrática realizada no país, a Câmara passou a funcionar na sede do Vila Nova onde hoje está localizado o Parque Aquático.Em 1980, a Prefeitura foi transferida para a "Casa Aristides" e em seguida para o Prédio Francisco Sales Barbosa, construído especialmente para esse fim.Nesse Mesmo ano, a Câmara Municipal retornou para suas antigas instalações. Em 1998, o prédio da  Câmara, com o apoio da Prefeitura Municipal foi totalmente restaurada e ampliada.

Poder Judiciário

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A sede do poder judiciário de Nova Lima é o Fórum Augusto de Lima localizado na Praça Bernardino de Lima. A comarca de Nova Lima reúne também as cidades de Raposos e Rio Acima. . As três cidades juntas têm, segundo dados do IBGE de 2004, cerca de 93 mil habitantes. Das 4 varas existentes duas são varas cíveis, uma é a vara criminal que funciona junto com a de infância e juventude e mais uma vara especial cível.

Nas varas cíveis o maior número de petições são relativas a questões de família, separação, divórcio, guarda de menores, pensão, tutela etc. O segundo maior são as execuções fiscais. Na área criminal em média 80 processos dão entrada por mês O maior número de petições se referem a crime contra o patrimônio (roubo, furto estelionato), seguido de ações relativas a tóxicos e crimes contra a pessoa.

Para tornar mais ágil a tramitação dos processos foi criado o Juizado Especial Cível que substituiu o antigo juizado de pequenas causas. É destinado exclusivamente a pessoas físicas em ações contra pessoas físicas ou jurídicas em processos na área cível com valor de até 40 salários mínimos ou na área criminal com penas de até 2 anos. Ela tem um julgamento rápido o chamado rito sumaríssimo na linguagem jurídica. Antes da audiência com o juiz existe uma audiência de conciliação onde é buscado um acordo entre as partes. Na maioria das vezes a audiência com o juiz serve para confirmar este acordo.

.No Fórum Augusto de Lima entre quadro efetivo, servidores de outros órgãos e terceirizados são cerca de 80 funcionários. Estão ativos no Fórum mais de 10.000 processos Entram em média por mês 300 ações cíveis, 80 criminais e outras 30 ações cíveis e criminais da vara especial de infância e juventude

São quatro as promotorias de justiça em Nova Lima:

- A 1a Promotoria de Justiça recebe processos encaminhados pela 1a Vara Cível em causas relativas a defesa do meio ambiente, a defesa do patrimônio histórico e cultural, a acidentes de trabalho e a defesa de pessoas portadoras de deficiência e a idosos.

- A 2a Promotoria de Justiça recebe processos relativos a defesa da infância e da juventude, defesa dos direitos humanos, controle externo da atividade policial e execução penal.

- A 3a promotoria de Justiça recebe processos encaminhados pela 2a Vara Cível em causas relativas a defesa do patrimônio público, defesa da saúde e tutela das fundações.

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- A 4a Promotoria de Justiça recebe processos do Juizado Especial Criminal, de defesa da ordem econômica e tributária, de apoio comunitário de conflitos agrários, de combate ao crime organizado e de defesa do consumidor.

Localizada na rua Melo Viana 277, no centro funciona a Vara da Justiça do Trabalho de Nova Lima que julga as ações trabalhistas de Nova Lima, Raposos e Rio Acima. Em setembro de 2005 na justiça trabalhista de Nova Lima havia 2225 ações pendentes de sentença, 161 outras foram resolvidas em 287 audiências No mesmo período foram arquivados 186 processos outros 462 estão em execução,113 estão em fase de cálculo e outras 1532 ações foram recebidas. As 161 sentenças proferidas geraram R$380.656,58 em condenação e os reclamantes receberam outros R$229.038,74. Em termos de custas para união foram arrecadados R$1.251,46 e dispensados valores no total de R$5.783,48.

Raffaelo Berti: Arquiteto italiano nascido em Colledslvetti na província de Pisa em 1900. Após concluir seus estudos veio pára o Brasil a convite fixando-se inicialmente no Rio de Janeiro. No final de 1929 muda-se para a

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capital mineira onde desenvolve intensa atividade. Foi autor de inúmeros projetos em BH entre eles da Prefeitura Municipal. Minas Tênis, Conservatório de Música, hospitais Felício Roxo, Vera Cruz, Odete Valadares e Odilon Behrens e outros Foi um dos fundadores da Escola de Arquitetura da UFMG na década de 1930 e lá lecionou até 1970. Berti faleceu na Capital mineira em 1972. Raffaelo Berti é autor do projeto do Teatro Municipal Manoel Franzen de Lima no centro de Nova Lima.

Honório Bicalho – Engenheiro mineiro, nascido em 1839. Formou-se na Escola Militar no Rio de Janeiro e seguiu para Paris onde se especializou em “Pontes e Calçadas” na época pré Engenharia Civil. No Brasil ocupou vários cargos e voltou a Europa onde estudou Engenharia Hidráulica por mais 4 anos. Foi ministro de obras públicas de Dom Pedro II. Projetou e executou obra do porto na barra do Rio Grande, no RS. Honório também é autor do Plano Bicalho. O projeto previa através de trechos de ligação ferroviária e outros com aproveitamento dos rios, construir um caminho que circundasse o território brasileiro. Morreu no Rio em 1886.

Pedro I - Primeiro monarca brasileiro. Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon nasceu em 12 de outubro de 1798 na sala D. Quixote do palácio de Queluz, próximo a Lisboa. Era filho do futuro rei de Portugal, D. João VI, então príncipe regente, e da infanta Carlota Joaquina, filha de Carlos IV da Espanha. O príncipe, entretanto, jamais se prendeu aos estudos e preferia a vida solta no paço de São Cristóvão e na fazenda de Santa Cruz. Em abril de 1821, Pedro foi nomeado regente do Reino do Brasil. Em 9 de janeiro de 1822 pronunciou a frase histórica: "Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico!" Em abril, a popularidade do príncipe foi comprovada durante uma viagem a Minas Gerais. De lá, seguiu para São Paulo, a fim de pacificar rebeliões na província. Em 7 de setembro*, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu notícias de Portugal por cartas da esposa e de seu ministro José Bonifácio. Assim tomou conhecimento de que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Ali mesmo, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI proferiu o grito de "independência ou morte" e rompeu os últimos vínculos entre Brasil e Portugal. De volta ao Rio de Janeiro, em 12 de outubro foi proclamado imperador e "defensor perpétuo do Brasil". Em 1º de dezembro foi sagrado e coroado. Mas o reinado não foi tranqüilo, além da revolta de algumas províncias e dos constantes atritos com a assembléia, a vida privada do

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imperador também contribuía para o desgaste de sua imagem. O constante declínio de seu prestígio levou o imperador a abdicar em favor do filho Pedro, em 7 de abril de 1831, e a retornar à Europa.

Marquês de Sapucai: Cândido José de Araujo Viana (1793-1875), eminente político e integrante de vários gabinetes ao longo do Império. Nasceu em Nova Lima quando ainda era Congonhas de Sabará e faleceu no Rio de Janeiro. Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra (1821), seguiu a carreira da Magistratura, aposentando-se como Ministro do Supremo Tribunal (1860). Eleito senador em 1840, pela província de Minas Gerais, ocupou a Presidência do Senado de 1851 a 1853. Foi Deputado constituinte em 1823 e Deputado Geral representando Minas Gerais por três mandatos. Ocupou as presidências das províncias de Alagoas e do Maranhão. Foi ainda Procurador da Coroa, fiscal do Tesouro e Ministro do Supremo Tribunal de Justiça, Ministro da Fazenda e nomeado membro extraordinário do Conselho de Estado a partir da data de sua criação. Em 1839, foi nomeado mestre de literatura e ciências positivas de D. Pedro II (então herdeiro do Trono); posteriormente, também cuidou da educação da princesa Isabel. Como Ministro do Império no 2º Gabinete conservador (1841-43), referendou a lei que dava aos senadores o solene tratamento de "Sua Excelência".Condecorado com a Comenda de Cavalheiro da Ordem de Cristo e Oficial da Ordem do Cruzeiro, recebeu do Imperador o título de Visconde em 1854 e de Marquês em 1872.Tem lugar de destaque na história do Correio Brasileiro por ter sido o responsável, quando Ministro dos Negócios do Império, pela criação e emissão dos primeiros selos postais no país.

Aleijadinho - Antônio Francisco Lisboa nasceu em Vila Rica no ano de 1730. É o maior artista do Barroco Mineiro Trabalhou em diversas cidades e suas obras se destacavam pela leveza, pelo equilíbrio e harmonia. São desta época, entre outras, a igreja São Francisco de Assis em Ouro Preto e as talhas da Jaguará que hoje estão na Matriz do Pilar de Nova Lima Por volta de 40 anos de idade, começa a desenvolver uma doença degenerativa nas articulações. Mesmo com todas as limitações, continua trabalhando na construção de igrejas e altares em outras cidades do ciclo do ouro em Minas Gerais.  Já com a doença Aleijadinho começa a dar um tom mais expressionista às suas obras. É deste período o conjunto de esculturas Os Passos da Paixão e Os Doze Profetas, da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo. Teve seu talento reconhecido em seu tempo. Morreu pobre e abandonado na cidade de Ouro Preto em 18 de novembro de 1814.

Pedro II: Imperador do Brasil durante quase cinqüenta anos, D. Pedro II passou à história como um intelectual, apreciador da ciência, das artes e da liberdade de informação e como homem tolerante, aberto ao diálogo e às

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transformações do mundo. D. Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga nasceu no palácio de São Cristóvão (Quinta da Boa Vista), no Rio de Janeiro RJ, em 2 de dezembro de 1825. Sétimo filho e terceiro varão de D. Pedro I e D. Maria Leopoldina, era herdeiro do trono desde o berço, pois seus dois irmãos mais velhos já haviam morrido antes de completar um ano. Em 7 de abril de 1831, com a abdicação do pai, foi aclamado segundo imperador do Brasil, aos seis anos de idade. José Bonifácio de Andrada e Silva, tutor do menino, apresentou-o ao povo de uma janela do paço da Cidade. Com diversos mestres ilustres de seu tempo, o jovem imperador instruiu-se em português e literatura, francês, inglês, alemão, geografia, ciências naturais, música, dança, pintura, esgrima e equitação. A um de seus preceptores, o de português e literatura, Cândido José de Araújo Viana, futuro marquês de Sapucaí, atribui-se influência não pequena nas atitudes resolutas do jovem de apenas 15 anos. Pouco antes de iniciar o seu reinado, ao receber a delegação parlamentar que lhe fora indagar se desejava esperar mais três anos ou assumir desde logo o poder, respondeu: "Quero já!". Proclamado maior em 23 de julho de 1840 e coroado em 18 de julho do ano seguinte, D. Pedro II iniciou um reinado que só terminou com a república, 48 anos depois.

Antônio Augusto de Lima: Nasceu no Morro do Pires, município de Nova Lima, em 5 de abril de 1859. Em 1878 ingressava na famosa Faculdade de Direito de São Paulo onde bacharelou-se em 1882. Foi um dos fundadores do Partido Republicano em Minas. As reuniões se davam em Ouro Preto, na casa de seu irmão Bernardino, então advogado nessa cidade. Nessa época discutia-se a mudança da Capital do Estado, Augusto de Lima foi um dos mais ardorosos mudancistas e escolhera o sítio do Curral d’EL Rei, para o local da nova capital. O Barão de Lucena, Ministro da Justiça do Governo Provisório, convidou-o para ocupar o governo de Minas com a missão de mudar capital mas antes submeteu a mudança a aprovação do congresso Mineiro. Após promover a mudança da Capital para Belo Horizonte, Augusto de Lima é nomeado diretor do Arquivo Público Mineiro e reassumi sua cátedra na Faculdade Livre de Direito em Belo Horizonte. Em 1903 candidata-se a vaga da cadeira n.º 12 da Academia Brasileira de Letras, em sessão presidida por Machado de Assis. Foi eleito por unanimidade. Em 1910 Augusto de Lima se elege deputado federal com a expressiva votação. A partir daí até 1930 foi membro da Câmara Federal, onde se distinguiu por sua fácil oratória. Foi de sua iniciativa a primeira lei de preservação do patrimônio florestal do Brasil. Ocupou-se da defesa do subsolo, da exploração do ouro, e empenhou-se na siderurgia em alta escala e defendeu com coragem os direitos feministas.

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Além da atividade política cultivava o gosto pela poesia e pela música. Tocava gaita, clarinete e piano. Produziu peças sacras, militares e peças de salão.. O Estado de Minas Gerais, sensível a seus merecimentos reverenciou sua memória intitulando um município vizinho de Corinto e de Diamantina, com o seu nome. Belo Horizonte também o homenageou, batizando com o seu nome uma de suas mais belas avenidas.

Domingos Rodrigues da Fonseca Leme: Nasceu na Vila da Parnaíba, São Paulo, em meados do século XVII. Foi um bandeirante extraordinário e de notáveis façanhas. Descobriu vários ribeirões com ricos veios auríferos, entre eles o Ribeiro do Campo e as cabeceiras do Ribeirão do Sabarabuçu. No Ribeiro do Campo, que margeia a cidade de Nova Lima, descobriu uma rica jazida que, em 1700. O Governador Artur de Sá e Meneses nomeou-o para o posto de Sargento-mor e depois Guarda-mor do Distrito do Rio das Velhas. Por ocasião da investida do Almirante francês Duguay Trouin contra o Rio de Janeiro, a contribuição do cel. Domingos Rodrigues foi da maior importância para repelir o invasor. As tropas de Minas, cerca de 6.000 homens, se reuniam em sua fazenda de Borda do Campo. Assistiu a toda tropa com os alimentos necessários, à sua custa. Sua fazenda da Borda do Campo tornou-se arraial e depois vila (Barbacena). Foi um bandeirante pioneiro do mais alto quilate. Embora não tenha sido diretamente o fundador de Nova Lima, como o foi de Borda do Campo, não há dúvida de que o seu achado do Ribeiro do Campo propiciou o aparecimento do arraial e embrião da cidade. Faleceu em seu sítio de Taguatinga, no distrito de São Roque – SP, em 1738.

Francisco de Paula Alvarenga: Irmão do Marquês de Sapucaí nasceu em Congonhas do Sabará em 7 de julho de 1801. Quando jovem trabalhou, como ajudante, no laboratório da farmácia do seu pai em Congonhas. Em 1825 deixou a farmácia para continuar seus estudos no Rio de Janeiro na Escola Médico-Cirúrgica onde se diplomou cirurgião. Em 1834, doutorou-se na Faculdade de Medicina, recém-constituída, em sua primeira turma. Retornou a Minas onde casou e transferiu-se para o município de Pomba onde exerceu sua profissão por cerca de cinqüenta anos.Granjeou grande reputação por sua capacidade profissional sendo procurado por pessoas de fora, até mesmo do exterior, para serem consultados. Foi um assíduo estudioso e pesquisador incansável tendo produzido diversos trabalhos. No dizer de J. Pedro Xavier da Veiga, foi ao seu tempo “uma das maiores notabilidades médicas do Brasil.” Profundo conhecedor de latim e do idioma grego cultuou também as letras e a música sendo exímio tocador de violão. Faleceu em 23 de junho de 1887.

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Johan George Grimm: Pintor paisagista alemão formado pela Academia de Belas Artes de Munique nascido em 1846. Chegou ao Brasil ainda criança e lecionou na Academia Imperial de Belas-Artes. Revolucionou os métodos tradicionais da pintura, levando seus alunos, entre eles Castagneto e Antônio Parreiras a trabalhar ao ar livre. Entre 1885 e 1886, o artista passou a pintar, sob encomenda, em Minas Gerais, tendo feito alguns trabalhos para a Companhia do Morro Velho.Retornou à Europa em 1887, morrendo pouco depois em Palermo, na Itália.

Anexos

Glossário da língua da mina

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A língua é um dos elementos mais importantes para identidade de um grupo. Existem alguns que defendem que o uai típico do mineiro surgiu em Nova Lima quando a dificuldade de comunicação entre os ingleses e os trabalhadores virou motivo de brincadeira por parte dos mineiros. A mão de obra da mina era oriunda de diversas regiões do Estado de Minas e quando retornava às suas cidades,após um período de trabalho, difundiram a interjeição. O mineiro de dentro da mina de Morro Velho, ao longo de anos de convivência, criou um linguajar próprio, incompreensível para quem é de fora, mas muito eficiente na comunicação entre eles.. A linguagem da mina criada no dia-a-dia do trabalho era uma forma de relaxar com bom humor diante da tensão de um trabalho tão perigoso.

Grizu: Mortal. Refere-se ao gás de mina

Panela: Rocha onde escapa o gás mortal.

Shaft: Poço

Gaiola: Elevador

Cordão de São Francisco: Campainha do elevador.

Stop: Andar

Pica-pau: Marceneiro. Empregado que faz o escoramento com madeira das galerias e os caminhos para os trilhos do carro.

Horizonte: Lugar de trabalho

Realce: Salões em forma de caverna. Local de uma turma de trabalho

O Chapéu: Capitão-geral.Responsável pelo trabalho no interior da mina. O chefe. Tinha este nome por ser o inglês o único a usar esta indumentária.

Terno: Turno de trabalho.

Capitão de terno: Chefe do turno de trabalho.

Reportagem: Relato do chefe do turno para o chefe do próximo turno.

Patrão: Encarregado do stop ou andar.

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Feitor: Fiscaliza o trabalho do patrão. Confere o carregamento dos carros e desprende os chocos.

Carreiro: O homem da pá. O operário que enche o carro de minério.

Carro: Vagonete

Fogo: Explosão

Choco: Pedaço de pedra que se quebra no fogo (explosão), mas não se solta da rocha. Cabe ao feitor com uma alavanca de aço forçar o choco em uma operação das mais perigosas do fundo da mina. O nome se deve ao barulho da pedra ao cair.

Fogo falhado: Quando a dinamite não explode.O perigo são os estilhaços da pedra

Bumbe: Recipiente de água levada aos carreiros no fundo da mina

Bombeiro: Carregador do bumbe

Sambado: O que não resiste ao trabalho no fundo da mina. Moça, fêmea.

Cunhado: Aquele que resiste ao trabalho na mina. Macho, viril.

Xaula: Pá

Stete: Setor da construção civil

Xops: Setor de manutenção mecânica

Hino dos Mineiros da Morro Velho

Letra: Wilson Carneiro VidigalMúsica: Elias Salomé

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Glorioso sindicato dos Mineiros,Pavilhão de lutas e de glórias,Seu nome e seu símbolo altaneiro,Nos recordam imortais vitórias.

Tradição de bravos companheiros Unidos em lutas memoráveis,Forja de valores verdadeiros,Na sucessão de gerações admiráveis.

Fundado em data festejadaGrande marco de libertação,“O Sindicato”, também ficou gravadaComo era de nossa redenção.

Bravos companheiros que tombaramEm lutas gloriosa e varonil.Outros, porém, continuaram,Peljando pela grandeza do Brasil.

Aqueles que ficaram pela estrada,Nosso preito de eterna gratidão,Aos filhos, a bandeira imaculadaEntregamos como símbolo de união.

Salve a liberdade dos escravosGrilhões a rolarem pelo chão,Liberdade, para outros bravos,Quebrando outras formas de opressão.

Assim se escreve, brasileiros!Guardem todos, para posteridade:Etapas e episódios sobranceiros,A história da luta pela liberdade.

Hino do Villa Nova

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Aquele Clube que existe em Nova Lima Amado por todos e por mim Villa Nova, Villa Nova, Tu és o Leão do Bonfim Villa Nova tantas vezes campeão Tu vives dentro do meu coração Tua raça que te faz tão grande assimVilla Nova Leão do BonfimVilla Nova da Terra do Ouro Tu és de Nova Lima um tesouro Não existe outro time para mim Eu adoro este Leão do Bonfim

Hino de Nova Lima

Nova Lima, cidade do amor,Namorada do sol, do luar;Deu-te o nome teu filho poeta,Deu-te Deus esse encanto sem par.

Nova Lima, cidade da paz,Do calor fraternal verdadeiro,Tu progrides ao som do trabalhoDo teu povo afável e ordeiro.

Nova Lima, poema de luz,Meiga dádiva da natureza,Iluminam as tuas montanhasPlenilúnios de rara beleza.Nova Lima do rico metal,Terra do ouro de lúcido brilhoNas entranhas da terra e tambémDentro do coração de teu filho.

Autor - Cássio Magnani

Hino Oficial do Villa Nova

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Autor: Prof. Luiz Lacerda (1.916)

A equipe gloriosa

Que se empenha valorosa

Na luta rival não tem

E ao Alvi-rubro sustem

O nome do campeão

Honrando seu pavilhão

Pois enfrenta combinada

Qualquer outra bem treinada

Estribilho

Alterta Jovens valentes

Jogai, jogai, contentes

Para num futuro de glória(bis)

Iluminar a nossa História Eis o farol da glória

Que ilumina nossa história

Conservamos o brasão

Do alvi-rubro pendão

Estribilho

Alterta Jovens valentes

Jogai, jogai, contentes

Para num futuro de glória(bis)

Iluminar a nossa História

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Saudamos aos torcedores

Que entre risos e flores

Ao campo nos vão levar

As forças para lutar.

Se o passado, a lembrança

Força nos dá esperança

Unidos sempre sejamos

Para que nunca percamos

Os louros já conquistados

Lutemos como soldados

Ao campo para jogar

E qualquer clube enfrentar

Estribilho

Alterta Jovens valentes

Jogai, jogai, contentes

Para num futuro de glória(bis)

Iluminar a nossa História

Se a pugna é destemida

Entremos na luta renida

Queremos nos animar

Avante! Ouvimos bradar

Em Minas quem poderá

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Afirmar que vencerá

O Villa Nova querido

Sempre forte destemido

Eis o farol da glória

Que ilumina nossa história

Conservamos o brasão

Do alvi-rubro pendão.

Bairros

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Santa Rita, Enforcados, Matozinhos, Olaria de Bicalho, Gaia de Bicalho, Nova Suíça, Honório Bicalho, Alto do

Gaia, Bela Fama, Campo do Pires, Mário Melo (Fazenda do Benito), Nossa Senhora de Fátima, Bonfim, Rosário,

Centro, Mingú , MinaD'Água, Rua Nova, Banqueta do Bananal, Boa Vista, Vista Alegre, Olaria, Vila Industrial, José de

Almeida, Vila Odete, Vila Nova Betânia, Vila Aparecida, Vila Serrana , Pau

Pombo, Vale do Sereno, Vila da Serra, S. S. das Águas Claras, Grota Fria,

Jardim Amanda, Capela Velha, Matadouro, Barra do Céu, Cruzeiro,

Montividiu, Vila Monte Castelo, Morro das Pedrinhas, Vila Marise, Vale da Esperança, Cascalho, Chácara Bom

Retiro, Vila São Luiz, Galo Novo, Galo Velho, Parque Santo Antônio, Alvorada,

Vila Lacerda. Padre Valeriano, Vila Passos, Vila Operária, Bom Jardim,

Cristais, Chácara dos Cristais, Jardim das Américas, BNH, Chácara Silveira

Ramos, Retiro, Quintas, Cariocas,

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Cabeceiras, Vila Maria do Carmo, Silicóticos, Vila Madeira, Bela Vista,

Parque Aurilândia, Vila São José, Jardim Canadá, Água Limpa e Estoril.

Condomínios

Jardins de Petrópolis, Arvoredo, Passárgada, Morro do Chapéu, Green

Park, Vila Campestre, Vila Castela, Vila del Rey, Estância del Rey, Village

Terrasse, Bosque da Ribeira, Estância Serrana, Vila Alpina, Conde, Glebas

Reais, Vila Verde, Ville de Montaigne, Bosque do Jambreiro, Ouro Velho Mansões, Ipê, Residencial Europa,

Residencial Sul, Veredas das Geraes, Quintas, Carecas, Vila do Ouro, Alphaville Lagoa dos Ingleses,

Manacás, Parque do Engenho,Vale do Sol, Miguelão, Monte Verde, Vale dos Cristais, Quintas do Sol, Cataguases,

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Solar, Recanto Feliz, Matozinhos, Galo Raposos e Alameda dos Pinheiros

In: Noturno de Belo horizonte – Mário de Andrade – Clã do Jabuti - 1927 A serra do Rola-Moça Não tinha este nome não... Eles eram do outro lado, Vieram na vila casar. E atravessaram a serra, O noivo com a noiva dele Cada qual no seu cavalo. Antes que chegasse a noite Se lembraram de voltar. Disseram adeus para todos E se puseram de novo Pelos atalhos da serra Cada qual no seu cavalo.

Os dois estavam felizes Na altura tudo era paz. Pelos caminhos estreitos

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Ele na frente, ela atrás. E riam. Como eles riam! Riam até sem razão.

A serra do Rola-Moça Não tinha este nome não.

As tribos rubras da tarde Rapidamente fugiam E apressadas se escondiam Lá em baixo nos sacavões Temendo a noite que vinha.

Porém os dois continuavam Cada qual no seu cavalo, E riam. Como eles riam! E os risos também casavam Com as risadas dos cascalhos Que pulando levianinhos Da vereda se soltavam Buscando o despenhadeiro.

Ah, Fortuna inviolável! O casco pisara em falso Dão noiva e cavalo um salto Precipitados no abismo Nem o baque se escutou. Faz um barulho de morte. Na altura tudo era paz... Chicoteando seu cavalo, No vão do despenhadeiro O noivo se despenhou.

E a serra do Rola-Moça Rola-Moça se chamou.

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GANA

Com forte tradição tribal, esse país da África Ocidental serve como porto de embarque da maioria dos escravos levados para os EUA nos séculos XVIII e XIX. Hoje é uma das nações economicamente mais estáveis do continente. Seu principal produto de exportação é o cacau, que corresponde a 15% da produção mundial. Gana também se destaca como um dos dez maiores produtores de ouro e extrai grande quantidade de manganês e diamante. Em contrapartida, sofre de problemas ambientais, como rios poluídos e devastação florestal, provocados pela mineração. O atual território de Gana começa a ser explorado em 1471 pelos portugueses, que o denominam Costa do Ouro, por causa das reservas desse metal. O tráfico de escravos tem início no século XV, quando o povo Ashanti, que migrara do centro-norte da África para a região, no século anterior, passa a capturar nativos de Gana e vendê-los a mercadores estrangeiros em troca de tecidos e outros bens. Nos séculos XVI e XVII, a região é ocupada por traficantes europeus de escravos. Em 1850, o tráfico é abolido pelo Reino Unido, que adquire o controle da região. Em 1946, os britânicos promulgam uma Constituição pela qual os africanos obtêm a maioria das cadeiras no Legislativo.. A independência acontece em 1957.

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Hoje Gana é uma república presidencialista com19 milhões de habitantes e sua capital é Acra. Em 2004 a AngloGold pela bagatela de 1,55 bilhões de dólares compra a Ashanti Goldfields sediada em Gana e forma a AngloGold Ashanti. O Governo de Gana que tinha 17% das ações da Goldfields passa a ser o maior sócio individual da AngloGold Ashanti com 3,42% de participação. Após esta aquisição a AngloGold se torna a maior empresa de ouro do mundo.

Dados GeraisNome oficial: República de Gana (Republic of Ghana) Capital: Acra Nacionalidade: ganense Idioma: inglês (oficial), línguas regionais Religião: crenças tradicionais 38%, islamismo 30%, cristianismo 24% (protestantes 4,9%, anglicanos 2,1%, católicos 12,1%, cristãos africanos 4,9%), outras 8% (1995) Moeda: cedi novo Cotação para 1 US$: 2.303,36 (jul./1998)

Geografia Localização: oeste da África Características: litoral baixo com lagunas e baías; extensa planície do rio Volta (de SE a NE), limitada por planaltos; cadeia montanhosa (SE) Clima: equatorial Área: 238.538 km² População: 18,9 milhões (1998) Composição étnica: acãs 44%, móssi-dagombas 16%, euês 13%, gás 8%, outros 19% (1996) Cidades principais: Acra (949.100), Kumasi (385.200), Tamale (151.100), Tema (110.000), Sekondi-Takoradi (103.600) (1988) Patrimônios da Humanidade: Castelos e Fortes de Gana, na costa do país, entre Keta e Beyn; Construções Tradicionais Ashanti, a noroeste de Kumasi

GovernoRepública presidencialista. Divisão administrativa: 10 regiões subdivididas em 110 distritos. Chefe de Estado e de governo: presidente Jerry John Rawlings (NDC) (desde 1981) (eleito em 1992 e reeleito em 1996).

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Principais partidos: Congresso Nacional Democrático (NDC), Novo Patriótico (NPP). Legislativo: unicameral - Parlamento com 200 membros eleitos por voto direto para mandato de 4 anos. Constituição em vigor: 1992.

EconomiaAgricultura: cacau (370 mil t), café (3 mil t), banana (4 mil t), óleo de palma (100 mil t), coco (240 mil t), limão e lima (30 mil t), noz de cola (13 mil t) (1997) Pecuária: eqüinos (14,6 mil), bovinos (1,15 milhão), suínos (395 mil), ovinos (2,1 milhões), caprinos (2,2 milhões), aves (13,3 milhões) (1997) Pesca: 371,2 mil t (1995) Mineração: ouro (49,2 t), diamante (715 mil quilates), bauxita (631 mil t), minério de manganês (789 mil t) (1996) Indústria: alimentícia, têxtil, automobilística, materiais de construção (cimento), papel, química Parceiros comerciais: Reino Unido, EUA, Alemanha, Nigéria, Japão, Suíça, Holanda (Países Baixos)

DROPS

Nova Lima, através do Villa Nova, foi um grande celeiro de craques e jogadores de destaque no futebol brasileiro.Transações milionárias com times de Rio e São Paulo foram feitas envolvendo atletas do leão do Bonfim. Mas mesmo assim vitórias espetaculares sobre os times grandes eram uma constante. O Villa foi o primeiro tricampeão mineiro de futebol em 1933/34/35 e após esta conquista seu presidente a época, Castor Cifuentes, recebeu um convite para uma partida contra um combinado carioca no Estádio das Laranjeiras. Torcedores do Villa que foram ao Rio contam que antes do jogo membros da aristocrática torcida do fluminense se perguntavam como seria o treino. O placar do primeiro tempo já mostrava 4 X 0 para o Villa com atuação magistral da equipe. Assustado e pressionado pela torcida, o técnico dos cariocas mudou o time todo e veio pra cima. O jogo foi disputadíssimo com a torcida pressionando, mas o Villa resistiu e 4 X 3 foi o placar final.. Sobre o silêncio da torcida carioca os jogadores de Nova Lima comemoraram mais uma grande conquista.

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Outra coisa que trazia fama era a braveza do povo de Nova Lima. Tudo aqui era com muito ambiente de guerra. No sindicato aconteceram situações homéricas e não eram incomuns reuniões que terminavam com brigas e mortes. As partidas do Villa Nova dificilmente terminavam sem briga e mesmo a polícia era perseguida e apedrejada pela torcida. Os bailes nos clubes da cidade, no Retiro Esporte Clube, no Centro Ideal Clube, no Clube Aurilândia quase nunca terminavam sem briga. Geralmente eram rapazes de Nova Lima contra rapazes de fora que vinham paquerar as moças da cidade. Esta animosidade se transpunha também para política.

Nova Lima teve um interventor que ficou por quase 15 anos no poder, em dois mandatos consecutivos, dr. Manoel Franzen de Lima que era da UDN. Primo de Manoel, dr Heraldo Lima, médico, era um líder político baixo, magro mais muito invocado. Ele andava a cavalo pela cidade com um chicote de tala longa sempre na cintura. Ele tratava inimigo político a chicote. Surrava-os com o chicote em plena via pública em quem falasse mal dele ou de seus correligionários. Na época de eleição então a cidade era um bombardeio só. Sempre foi muito difícil a convivência política em Nova Lima. As pessoas se tornavam inimigos políticos mesmo.e ninguém perdoa ninguém. Hoje as coisas não são com toda esta agressividade, mas percebe-se que muitas feridas continuam abertas.

O clima de animosidade sempre existiu em Nova Lima, mas a partir da separação entre Morro Velho e MBR a partir de 1959 a cidade foi se tornando mais pacata.

Na década de 20 abriu-se uma continuação da estrada de rodagem União Indústria fazendo a ligação com Belo Horizonte. Saindo de Nova Lima quase se alcançava Sabará e se chegava a Belo Horizonte pelo bairro Taquaril. Era uma viagem de 1h45m e os passageiros nos ônibus superlotados viajavam de guarda-pó. Com o calor então não era uma experiência muito agradável. Em Belo Horizonte os novalimenses eram facilmente identificáveis, pela cabeça loura da poeira da estrada e pelo colarinho amarelado pelo suor e pela poeira. A viagem era de tal forma marcante que quando a estrada atual foi inaugurada, na década de 60, muitos daqueles viajantes veteranos da estrada poeirenta fizeram uma cerimônia de inauguração da nova estrada, no bairro Cabeceiras, e queimaram os encardidos guarda-pós. A viagem passou de 1h45m para 20 minutos. Com a inauguração da estrada iniciou a decadência do comércio de

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Nova Lima. Com a inauguração do shopping na divisa com BH, nos anos 70 esta situação ficou ainda pior.

A maioria da população não gostava dos ingleses, o povo tinha uma auto-estima muito fraca e não se tinha preocupação com a preservação da memória. A partir do fim da atividade da Morro Velho está acontecendo um resgate do lado bom desta presença e da influência que ela teve sobre a cidade.

Cunhada pela Morro Velho, circulou por um período em Nova Lima uma moeda de chumbo para os funcionários da Morro Velho fazerem suas compras na Casa Aristides. Uma espécie de vale-refeição da época.

Por volta de 1850 havia em Nova Lima três núcleos de povoamento. Havia o núcleo do Bonfim com a igreja do Pilar. Naquela região no entorno da igreja havia uma fábrica de cerveja, uma fábrica de medicamento (xarope) e um mercado florescente. O contato deste mercado era muito maior com a região da Bela Fama do que com o núcleo minerador. Havia o núcleo da Bela Fama no atual distrito de Honório Bicalho e que na época era o núcleo mais próspero. E havia o núcleo que cresceu no entorno da Morro Velho com os bairros operários e as áreas de moradia dos ingleses que acabou formando o arraial Morro Velho que devido a seu rápido crescimento acabou por se fundir com o arraial das Congonhas.

A Morro Velho também promovia bailes em sua sede. Eram bailes suntuosos, cujo ponto alto eram as lindas e nobres danças palacianas da Grã-Bretanha. Esses bailes eram freqüentados pelos britânicos, europeus e altos funcionários brasileiros da companhia, além de convidados especiais.

As histórias de assombração eram muito contadas em Nova Lima.

Nova Lima serviu de cenário para o filme Alvorada da Glória. Uma companhia cinematográfica carioca veio com seu cast de artistas principais e movimentou a cidade no começo da década de 1950. As gravações foram feitas no córrego dos Carrapatos e as cenas de bastidores animavam a rapaziada da época que se aglomerava junto ao set de gravação.

Os dois cinemas eram a grande diversão da cidade. Era o cine Ouro e o cinema municipal. Os dois prédios eram arrendados pela companhia exibidora chamada irmãos Cupelo.

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A Rádio Itatiaia nasceu em Nova Lima. Durante alguns anos mantinha um programa de auditório que se realizava no Cine-Teatro Ouro.A Elmo Calçados nasceu em Nova Lima, por volta de 1942. Chamava-se então Sapataria Moderna.A Casa do Rádio nasceu em Nova Lima, tendo depois de muitos anos se mudado para Belo Horizonte.

As casas geminadas conhecidas como Bom Será eram conjunto de moradias construído para os trabalhadores solteiros da mina de Morro Velho. Ganhou este nome porque os mineiros solteiros falavam que “bom será” o dia que ele se casar e sair dali.

Donald Kochesperger, cidadão norte-americano, engenheiro de minas e ........da Morro Velho. Era um sujeito alto, valentão e conhecido pelos mineiros como coça-pulga. Foi ele o responsável pela administração do plano de fragilização do Sindicato . Apesar da fama de durão, ele era uma pessoa de bondade extrema. Cultivava a amizade dos trabalhadores a quem tratava sempre pelo primeiro nome e não admitia o mau trato de subordinados. Nada o amedrontava e algumas vezes brigou com operários agressivos dentro da mina. Despertava a simpatia de muitos pela sua coragem e simplicidade. Houve uma época em que ele esteve ameaçado de morte e o governo do Estado mandou proteção policial para vigiar sua casa. À noite ele ludibriava a patrulha e se dirigia a mina. Ele tinha uma missão difícil, que provavelmente conflitava com sua personalidade, talvez por isso bebia demais. Condizente com a vida de risco ele teve uma morte literalmente explosiva em um atentado terrorista na seção de bagagem do aeroporto de Nova York, na passagem de um Ano Novo.

O núcleo da Bela Fama fica na região de Honório Bicalho no caminho da Estrada Real. Naquela região, para os viajantes que vinham do Rio de Janeiro com destino as Minas especialmente a Vila Rica havia a Pousada Congonhense. O lugar não tinha nenhum atrativo natural, mas tinha este nome por causa da boa reputação da pousada administrada por um casal francês. Ele se chamava Jean Marcel e veio para o Brasil para trabalhar como operador do elevador da mina. Depois de um tempo ele passa a trabalhar na fazenda da companhia em Santa Rita, com outros imigrantes suíços, alemães e franceses onde produziam queijos, leite, ovos e outros produtos. Logo a mulher que se chamava Josephine chega ao Brasil e se junta ao marido. Jean Marcel evitava chamar a mulher pelo nome para não despertar ligações com o passado bonapartista. Por isso se referia a ela como la belle femme que para o mineiro

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virou bela fama. Além de bela, Josephine era uma cozinheira e uma quituteira das melhores e passou a oferecer pouso e comida para os tropeiros. A fama logo se espalha e a Pousada Congonhense passa a atender encomendas principalmente de quitutes. Entre os quitutes mais apreciados estava a lamparina a pequena empada com massa fina doce com coco. Ganhou este nome porque o doce era decorado com pequenas cruzes embebidas em azeite que eram acesas ao serem servidas.

Grêmio Artístico Novalimense – Existiu antes da SOARTE - Sociedade Artística Novalimense - SOARTE – Companhia de teatro local. Sucedeu o GAN, após a inauguração do Teatro Municipal

Durante o século XIX, em função do Ciclo do Ouro, ou mesmo da Saint John Del Rey Mining Company Ltd.,muitos cientistas e pesquisadores passaram pela região em viagens de estudos. Entre eles Auguste de Saint-Hilaire, Sir Richard Burton, Ralph Walsh, Charles James Fox Bunbury, Francis Castelnau, Johann Baptist von Spix, Carl Friedrich Philipp von Martius, Pedro Taques de Almeida Paes Leme, Georg Wilhelm Freireyss, Visconde Ernest de Courcy, W. L. von Eschwege, Jean Louis Rodolphe Agassiz, Elizabeth Cary Agassiz, e outrosQueca

A notícia do início do processo de tombamento da Queca como patrimônio cultural de Nova Lima despertou o assunto. Quem faz a melhor queca da cidade? Qual a melhor receita? Têm aquelas que preferem a fórmula e os ingredientes tradicionais e sempre dizem ao servir - esta é a autêntica, já outros defendem adaptações e variações. A receita que vai ser adotada para o novo bem cultural de Nova Lima vai ser escolhida através de concurso. A que apresentamos abaixo é do curso de Culinária da Escola Casa Aristides. O modo de fazer está me parecendo muito resumido, mas talvez uma dose de segredo faz parte da receita da Queca de Nova Lima.

03 kg de farinha de trigo 02 dúzias de ovos 01kg de margarina ou gordura vegetal 01 litro de conhaque escuro 01 e ½ litro de calda (½ kg de açúcar queimado) 01 pacote de erva doce 02 nozes moscadas raladas ou 01 colher de noz moscada em pó 01 colher (sopa) de canela em pó

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01 colher (sopa) de cravo em pó 01 colher (sopa rasa) de sal 250ml de óleo (opcional) 01 colher (sopa) de bicarbonato de sódio 03 colheres (sopa) de fermento em pó 02 laranjas (raspas) 01kg de passas brancas 01kg de passas pretas 300gr de ameixa preta 300gr de damasco 300gr de cereja 01kg de castanha do Pará descascada e picada 500gr de nozes descascadas e picadas

FRUTAS CRISTALIZADAS (POLVILHADAS)

300gr de abacaxi cristalizado 300gr de mamão verde cristalizado 300gr de mamão vermelho cristalizado 500gr de figo verde cristalizado 300gr de cidra verde cristalizada 300gr de laranja da terra cristalizada ½ kg de farinha

MODO DE PREPARAR

Fazer uma massa com os ovos, a farinha, o claybom, o conhaque, a calda e os temperos.Bater até ficar lisa. Colocar o fermento e depois as frutas, passas e castanhas polvilhadas, mexer levemente e colocar nas formas.Formas untadas com óleo e cobertas com papel impermeável.Assar com um tabuleiro com água no fundo do forno.

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