projecto da piscina municipal coberta de seia_prova final
TRANSCRIPT
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
1/97
Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia
o processo de trabalho numa equipa multidisciplinar
a experincia e a prtica de gabinete
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
2/97
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
3/97
Joo Rui Santos Pires gavioProva orientada pelo Arquitecto Antnio BettencourtProva Final da Licenciatura em Arquitectura, Darq, FCTUC, Coimbra,Fevereiro de 2008
Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia
o processo de trabalho numa equipa multidisciplinar
a experincia e a prtica de gabinete
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
4/97
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
5/97
Agradecimentos
... minha famlia (vocs esto l sempre que preciso), minha
namorada (obrigado garota pela compreenso), aos meus amigos,
de agora e de sempre, do curso e do trabalho, ao meu orienta-
dor...enfim, a todos os que me apoiaram e motivaram para que eu
terminasse este trabalho.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
6/97
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
7/97
ndice
Objectivo
Introduo
Como surgiu o projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia
O Processo de Trabalho
Ideia de Edifcio, Ideia de Forma
Implantao
Esquema Funcional
Caracterizao Construtiva
Concluso
Bibliografia
Links
9
11
15
19
29
35
41
75
93
95
97
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
8/97
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
9/97
9
Objectivo
Com esta prova pretendo, atravs do estudo de um projecto
realizado num gabinete multidisciplinar de projectos, debruar-me
sobre a minha primeira experincia prtica de trabalho de uma forma
objectiva e crtica (na medida do possvel, uma vez que no existe o
distanciamento fsico e temporal que permita uma crtica mais profunda).
pretendo fazer uma sntese de tudo o que envolveu o processo de
trabalho. O projecto em causa da Piscina Municipal Coberta de Seia,
tendo como dono de obra a Cmara Municipal de Seia. Neste momento
est em fase de concluso o projecto de execuo enquanto se aguarda
pelo anncio da data do lanamento do concurso para a sua construo.
Com esta prova pretendo discutir prticas e comportamentos que nos
so dados como adquiridos e incontornveis, sem ter, no entanto,
a mnima presuno de afirmar novos paradigmas ou novos rumos
para a arquitectura ou para a arquitectura deste tipo de programas.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
10/97
10
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
11/97
11
Introduo
Quando em Janeiro de 2006, enquanto frequentava o quinto
ano do curso, iniciei o meu percurso profissional, estava longe de
adivinhar a real influncia deste acontecimento no desenrolar, do
que ainda restava, do meu percurso acadmico. No gabinete onde
ainda colaboro, iniciei um projecto que deu origem prova que agora
apresento. Desde cedo que encarei a minha participao neste processo
como um desafio, porque se trata de um projecto de grandes dimenses
e com um programa vasto em que foram introduzidas estratgias e
conceitos que nunca tinha aplicado.
Este gabinete tem na gnese da sua composio e do seu
funcionamento uma ideia fundamental: a multidisciplinaridade. A
procura da relao entre os vrios elementos que executam o
projecto constante, ambicionando deste modo, o total controlo
do projecto, nas suas diferentes fases e valncias. constante o
dilogo entre engenheiros civis, engenheiros mecnicos, engenheiros
electrotcnicos, arquitectos, arquitectos paisagistas, em cadaprojecto. Esta foi, sem dvida, uma boa surpresa. Eu no esperava,
e no estava habituado, a trabalhar com uma equipa to vasta e to
variada, pois durante o percurso acadmico todo o discurso gira em
torno do papel do arquitecto e da sua interveno. Esta interaco
permite perceber a especificidade do trabalho de cada elemento da
equipa facilitando a integrao e a discusso das suas ideias. O facto
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
12/97
12
de haver uma equipa base relativamente pequena permite que seja
exigido mais de cada um, levando a um envolvimento muito grande por
parte de cada elemento.
Se por um lado, foram desenvolvidas no meu processo de
trabalho novas sensibilidades, devido a esse dilogo multidisciplinar,
por outro lado tornou-se necessrio desenvolver uma atitude mais
pragmtica nas diferentes fases do projecto. Esta atitude mais
pragmtica deve-se necessidade de responder aos problemasinerentes a cada especialidade e necessidade de encontrar os
caminhos para a sua eficaz integrao, sempre numa perspectiva
global do projecto. O facto de a equipa de trabalho ser composta
por engenheiros, exceptuando a minha contribuio, no ter,
obrigatoriamente, de levar primazia das componentes estruturais e
infraestruturais em relao ao desenho e arquitectura.
Se em projecto se defende a multidisciplinaridade e
responsabilidade tcnicas, por uma questo de coerncia lgica, emobra, ter de se seguir pelo mesmo caminho. Todos os processos
construtivos estudados e desenvolvidos foram no sentido da sua
aplicao em obra por equipas especializadas, minimizando a relevncia
do trabalho artesanal. Assim, garante-se uma maior responsabilizao
e um trabalho de maior qualidade e preciso em cada empreitada. Esta
procura de abdicar de processos artesanais insere-se na estratgia
do gabinete. De certo modo, deparo-me com uma atitude de afirmao
de um modo de construir que seja identificado como sendo do sculo
XXI.
Outra ideia que se tenta desenvolver em cada projecto, e em
especial neste, a da responsabilidade ambiental. Esta noo de
responsabilidade ambiental insere-se nas prticas de construo
sustentvel e est relacionada com a eficincia energtica, com
o uso racional da gua, a reciclagem dos materiais no fim do seu
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
13/97
13
uso. Defende-se uma viso global do projecto, com a introduo de
conceitos e processos que so trabalhados de uma forma integrada,
evitando o somatrio de tcnicas coladas ao projecto.
A ideia da responsabilidade ambiental ser ou no tida em
conta no foi uma opo. Desde o incio foi vista como uma premissa
fundamental devido ao carcter do programa do edifcio, uma vez que
se trata de um grande consumidor de energia e de gua, e devido ao
facto de ser uma pretenso do dono de obra dispor de um edifcioexemplar do que deve ser um equipamento colectivo e pblico no
sculo XXI. A introduo desta premissa no projecto e no processo
de trabalho no tem por base a procura de uma identificao com
qualquer tipo de corrente estilstica ou panfletria associada
designada arquitectura sustentvel. A introduo desta premissa
assenta numa convico profunda e realista dos ganhos e benefcios,
a diversos nveis, que se obtero com a adopo de uma postura
responsvel e crtica perante as questes ecolgicas e ambientais.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
14/97
14
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
15/97
15
Como surgiu o projecto da Piscina Municipal Coberta de
Seia_intenes e implicaes
Ser porventura questionvel a oportunidade da encomenda do
projecto uma vez que estamos numa fase de cortes financeiros a todos
os nveis e os recursos municipais no abundam, mas j a necessidade
de um novo equipamento deste tipo no Municpio de Seia totalmente
justificvel. Actualmente, a nica piscina municipal est na Escola
EB 2,3 n 1 e dotada com apenas um tanque de aprendizagem com
16 metros por 10 metros. A necessidade da construo de uma nova
piscina coberta prende-se com o facto da existente no conseguir dar
resposta s necessidades da populao (apenas serve a populao
escolar e de um modo deficitrio).
A encomenda deste projecto a esta equipa surgiu depois de
o dono de obra, a Cmara Municipal de Seia, ter abandonado um
projecto anterior (executado por outra equipa projectista), em fase
de projecto de execuo, por este corresponder a elevados custos
de construo e de explorao.Perante isto, sabia-se que a resposta a este desafio teria de ser
efectuada com uma grande intensidade de trabalho e de forma clere.
O processo teve incio em Novembro de 2006, ao passo que neste
momento se procede concluso do projecto de execuo. Todo o
processo de adjudicao da empreitada para a construo dever
estar concludo at meados do ano de 2008, permitindo, certamente
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
16/97
16
por motivos de calendrio eleitoral, que a obra comece antes do
final de 2008. Para alm deste factor temporal, outros apareceram
como primordiais na abordagem do processo de trabalho, como so
a procura de definir um edifcio com baixos custos de explorao e
manuteno e a definio de processos construtivos que originassem
uma construo rpida e com baixos custos. este processo de trabalho
assenta numa viso optimista do futuro e no progresso, numa procura
de relacionar a arquitectura com a sua poca.Houve a necessidade de proceder a uma resposta rpida,
para recuperar todo o tempo perdido. Para tal, foi fundamental
o envolvimento, desde o incio, de todos os membros da equipa
formada, permitindo que todas as componentes do projecto fossem
contempladas e introduzidas as problemticas inerentes desde cedo.
A equipa foi formada, para alm da minha contribuio, por cinco
engenheiros civis, dois engenheiros electrotcnicos e um engenheiro
mecnico. A mim coube-me a responsabilidade pela arquitectura. Estaresponsabilidade assumida apenas perante a equipa projectista,
como bvio, mas sem afectar em nada a minha contribuio e
empenho. Como tal, coube-me a tarefa da definio funcional e formal
do edifcio e de gerir a integrao das especialidades no projecto
de arquitectura. Todo o processo passou por momentos de tomada
de decises importantes para o rumo do projecto. Certamente que a
presena na equipa de mais arquitectos levaria a crtica de encontro
a questes no abordadas. A discusso para a definio formal e
funcional do edifcio faria com que o projecto seguisse um rumo
eventualmente diferente. A crtica, que um factor crucial para o
desenvolvimento do projecto, foi exercida de um modo diferente da
que existe durante o percurso acadmico. Aqui, a crtica foi exercida
de um modo a desenvolver um esprito mais pragmtico na definio
de solues. Tem de haver um esforo muito grande para desenvolver
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
17/97
17
o exerccio de uma autocrtica que seja eficaz, e capaz de provocar
o necessrio afastamento para se poder reflectir sobre o prprio
trabalho. Este facto, a par da experincia de trabalho numa equipa
multidisciplinar, talvez possa ter sido o maior ganho pessoal neste
processo, at agora.
A minha participao numa equipa constituda maioritariamente
por engenheiros originou uma relao de colaborao que se
poder, de certa forma, inscrever no conceito de archi-neering.Esta juno de duas palavras e duas actividades (architecture+eng
eneering)foi utilizada como tema de uma exposio, na cidade alem
de Leverkusen em 1999, da obra conjunta do arquitecto alemo
radicado nos Estados Unidos da Amrica Helmut Jahn e do engenheiro
alemo Werner Sobek. A sua obra, exibida na exposio, fruto de um
trabalho multidisciplinar assente numa base de raciocnio pragmtico.
Susanne Anna, responsvel pelo conceito geral da exposio, refere
que: ...actualmente, a relao entre o arquitecto e o engenheirorevela que a sua cooperao geralmente tende a aproximar a tarefa
criativa do arquitecto ao ponto de vista da percepo humana sem
lidar com os problemas sugeridos pelos aspectos tcnicos da
arquitectura. A pertinncia desta questo reside no facto de saber
realmente qual o limite, para o arquitecto, dos seus conhecimentos
tcnicos ligados s engenharias. Neste projecto, atravs do dilogo
interdisciplinar e da troca de ideias e conhecimentos, foi possvel
chegar a respostas conjuntas no que diz respeito aos aspectos
tcnicos da arquitectura.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
18/97
18
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
19/97
19
O processo de trabalho
O processo de trabalho iniciou-se, sem ser obrigatoriamente por
esta ordem, pela visita ao terreno, por reunies com os responsveis
da Cmara Municipal de Seia, pela recolha e anlise da legislao
em vigor relativa ao projecto e ao programa, pelo estudo e definio
do programa atravs da anlise crtica do projecto existente. Com
o decorrer do trabalho continuaram a ser realizadas reunies de
trabalho com a Cmara Municipal, foram iniciados contactos que
deram lugar a reunies de trabalho com o Instituto do Desporto de
Portugal (IDP), com uma empresa (GensInSerDe) que faz a gesto de
piscinas municipais tanto ao nvel da manuteno como ao nvel do
pessoal tcnico, realizadas consultas com representantes de marcas
ligadas a materiais de construo, foram visitadas piscinas que se
aproximassem na dimenso pretendida para esta (Piscina Municipal
de Condeixa, Piscina Municipal de Tomar, Piscina Municipal Rui Abreu
-Eiras, Coimbra). apesar da importncia da recolha de informaes
teis para o desenvolvimento do projecto, atravs do desenho quese consegue modelar o raciocnio. o desenho foi a principal ferramenta
de trabalho e de comunicao, juntamente com o esprito crtico e
bom senso nas tomadas de deciso.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
20/97
20
O terreno
Ao chegarmos ao terreno somos confrontados com a encosta da
serra que se ergue a nascente e com uma vista privilegiada sobre todo
o vale que serve de acesso cidade de Seia a poente. O terreno para
a implantao do edifcio da Piscina localiza-se dentro do permetro
urbano de Seia, numa zona alta da cidade, j no percurso de subida
at ao alto da Serra da Estrela. Inserido no Complexo Desportivo
da Quinta da Nogueira, possui dois acessos: atravs do arruamentoexclusivo do complexo, a Norte, e atravs do sistema urbano virio
(rua Leonardo Pessoa Homem) a Sul.
a zona envolvente ao complexo sobretudo destinada
utilizao residencial, sendo urbanisticamente descaracterizada.
Actualmente o complexo composto pelo Estdio Municipal e pelos
courtsde tnis, estando prevista a instalao, para alm da Piscina
vista area de Seia e localizao do terreno
para a implantao da Piscina
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
21/97
21
Municipal Coberta, de um pavilho gimnodesportivo e de zonas de lazer
desportivo. O complexo tem como referncia a cota 600, ao passo
que a cidade desenvolve-se entre as cotas 500 e 550 e a entrada
noroeste na cidade e o restante vale cota 400.
O terreno, com uma rea aproximada de 37.770 m, ligeiramenteacidentado, apresentando uma diferena entre a cota superior e a
inferior de 15 metros. Esta condicionante pode ser superada devido
vasta extenso do terreno. A zona com maior pendente e com menor
possibilidade para se implantar o edifcio situa-se na parte noroeste.
A pendente, de uma forma genrica, pode ser considerada de Nascente
para Poente, sendo que a Este ergue-se a Serra da Estrela e a Oeste
desenvolve-se a cidade. A localizao do terreno apresenta uma muito
boa exposio solar, tendo apenas algumas obstrues incidncia
da luz durante o perodo da manh devido encosta da serra. O local
foi alvo, recentemente, de pequenos movimentos de terra, pelo que a
vegetao existente quase nula, apenas constituda por vegetao
espontnea. O sistema arbreo existente composto por castanheiros
adultos, apesar de uma grande parte estar em ms condies sendo
inevitvel a sua remoo. ainda de salientar a existncia de alguns
vistas da envolvente do terreno_predominncia da utilizao residencial
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
22/97
22
poos de gua, no na zona definida para a implantao, mas ainda
dentro do Complexo Desportivo da Quinta da Nogueira.
O dono de obra_os seus anseios e objectivos
A posio dos responsveis da Cmara Municipal de Seia pautou-
se pela exigncia da criao de uma obra marcadamente virada parao futuro, no que concerne ao edifcio em si, nos modelos de gesto
do edifcio, na responsabilidade ambiental e, sobretudo, ao papel da
Piscina Municipal na cidade, como meio de responder a uma necessidade
actual mas, tambm, reconhecendo a sua importncia como meio de
desenvolver a vertente desportiva, educativa e ldica. Esta posio
deixava espao de manobra no que respeita explorao de conceitos
inovadores, para o programa em questo, quer ao nvel funcional
quer ao nvel construtivo. Mas esta posio do dono de obra exigiu, e
exige, da equipa projectista tambm muita responsabilidade no alcance
de uma boa resposta aos seus anseios.
A premissa que se definiu como basilar para o desenvolvimento
do projecto foi a de criar um equipamento para todos, estudantes,
desportistas, populao em geral e pessoas com necessidades
especiais. Assim, definiu-se um edifcio cujo pblico-alvo representa
vistas do terreno_morfologia ligeiramente acidentada e relao com a serra
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
23/97
23
toda a populao da cidade e freguesias envolventes. Para alm
de ser importante fomentar a prtica desportiva numa vertente de
competio (para tal foram definidos uma srie de espaos e valncias
que permitem a realizao de competies de nvel regional e asseguram
a componente do treino) revela-se to ou mais fundamental incentivar
a prtica numa vertente ldica e relacionada com a sade.Apenas
deste modo se conseguir rentabilizar a utilizao de um edifcio
desta natureza. O que interessa Cmara Municipal de Seia, que quem no futuro assegurar a manuteno do equipamento, equipa
projectista e ao pblico-alvo que a sua utilizao seja a mxima e
mais variada possvel.
A legislao de referncia_elemento castrador ou ferramenta de
trabalho?
Todo o processo normativo e legislativo tem como objectivos
assegurar a qualidade, a segurana, o melhor desempenho dosequipamentos, dentro de cada campo de aplicao. Se a relao
com os regulamentos e com as normas for estabelecida desde cedo
poder ser evitado, ou pelo menos minimizado, o seu impacto negativo
no processo criativo. Houve o cuidado de recolher toda a legislao
existente e aplicvel a um edifcio deste tipo. Ainda assim, houve
alteraes a fazer, em diferentes fases do projecto, quando se
deparou com alguns incumprimentos. Quanto mais avanada a fase do
projecto, mais difcil se torna a resoluo destas questes. Haver,
de facto, elementos na legislao que so passveis de ser criticados,
e cuja aplicao passvel de ser eliminada, mediante discusso e
negociao com as entidades licenciadoras do projecto.
A legislao em vigor de referncia para o desenvolvimento
do projecto a seguinte: a Directiva CNQ 23/93 (A qualidade das
piscinas de uso pblico); o Decreto-Lei n 163/2006 de 8 de Agosto
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
24/97
24
(Acessibilidade de espaos pblicos, equipamentos colectivos e edifcios
pblicos e habitacionais); o Decreto Regulamentar n 34/95, de 16 de
Dezembro (Regulamento das condies tcnicas e de segurana dos
recintos de espectculos e divertimentos); o RGFPN (Regulamento
Geral da Federao Portuguesa de Natao) e o regulamento da
Federao Internacional de Natao Amadora (FINA). De todos os
documentos, aquele que mais implicao teve nas decises tomadas
foi, sem dvida, a Directiva CNQ 23/93 (A qualidade das piscinasde uso pblico). Isto deve-se ao facto de ser o nico documento
que incide nica e exclusivamente sobre as disposies de segurana,
hgio-sanitrias, tcnicas e funcionais que devem ser observadas nas
piscinas de uso pblico. O dimensionamento mnimo dos espaos e dos
equipamentos e a lotao mxima de banhistas por hora, por dia e
instantnea, no mbito desta directiva, so definidos a partir da rea
total de superfcies de plano de gua. Ou seja, todos os espaos
e equipamentos da zona de servios anexos esto directamenterelacionados com a rea dos tanques (por exemplo: a rea total dos
locais de vestirios ser de 0,3m por cada 1m de plano de gua;
o nmero de chuveiros nos balnerios ser de 1 por cada 30m de
plano de gua, com o mnimo de 4 por cada sexo). A directiva CNQ
23/93 tambm fixa os requisitos de qualidade e tratamento de gua,
trmicos e de ventilao e de iluminao e acstica, que foram tidos
em conta nos respectivos projectos das especialidades.
O projecto existente_o mesmo programa, outra filosofia
Quando se iniciou a abordagem a este projecto partiu-se
de um programa que era o mesmo do projecto existente, uma vez
que no tinha sido posto em causa o programa, mas antes os seus
aspectos oramentais. Estes aspectos oramentais esto obviamente
relacionados com as definies funcionais e construtivas adoptadas.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
25/97
25
O programa existente consistia em sete sectores: administrao e
direco; balnerios e vestirios; manuteno fsica; recepo e
bar; tanques (competio de 25 metros e aprendizagem) e bancadas;
zona de tcnicos e pessoal; zona tcnica. Por outro lado, teve de
se seguir a Directiva CNQ 23/93 (A qualidade das piscinas de uso
pblico), que o documento que fixa as disposies de segurana,
hgio-sanitrias, tcnicas e funcionais que devem ser observadas nas
piscinas de uso pblico. Na anlise ao projecto existente verificou-se um sobredimensionamento dos espaos e dos sistemas estruturais.
Para alm de lacunas graves sob o ponto de vista funcional e de
sistemas construtivos, este sobredimensionamento geral sobre
o qual o edifcio foi desenvolvido assumia-se como o maior factor
penalizador do projecto.
O anterior projecto, tendo por base o programa existente, estava
dotado para receber provas nacionais ou internacionais, de acordo
com o Regulamento Geral da Federao Portuguesa de Natao(FPN) e com o regulamento da Federao Internacional de Natao
Amadora (FINA). Para tal, torna-se necessrio responder a requisitos
mnimos, como so o dimensionamento do tanque e todos os servios
anexos e de apoio. Este modelo de equipamento torna-se incompatvel,
entrando mesmo em forte contradio, com a utilizao defendida
e preconizada pelo dono de obra. O papel da equipa projectista
passou por tentar esclarecer os prprios responsveis da Cmara
Municipal quanto a esta questo e por procurar encontrar novos
rumos tendo em vista a melhor utilizao do edifcio. Esta posio foi
compreendida e partilhada pela Cmara Municipal de Seia, uma vez
que o seu objectivo no se centra apenas na vertente competitiva/
desportiva, mas antes na prestao de um servio populao.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
26/97
26
Instituto do Desporto de Portugal_a importncia do seu papel
No que respeita ao IDP, o seu papel de extrema importncia em
todo o processo, porque um projecto deste tipo, construo de Piscina
Municipal, tem de receber parecer favorvel na fase de licenciamento
e ser vistoriada depois de concluda, pela mesma entidade. Neste caso
concreto, j foi atribudo o parecer favorvel, como j havia sido
na fase de estudo prvio. De referir que ao projecto anterior no
tinha sido atribudo o parecer favorvel, facto que impossibilitariaa sua execuo sem que se procedesse s devidas correces. O
acompanhamento deste projecto teve incio na execuo do estudo
prvio e durante todo o processo, com algumas reunies e muitas
conversas telefnicas. Durante as reunies que aconteceram foi-nos
exposta uma situao que nos era de todo desconhecida. O IDP depara-
se, hoje, com uma situao algo alarmante. Muitas piscinas municipais
esto a encerrar por todo o pas, por incapacidade financeira, dos
municpios, de as manter, sendo que a grande factura est relacionadacom os consumos energticos. Assim, tornou-se inevitvel para o IDP
acentuar o seu papel na definio, execuo e avaliao da poltica
pblica do desporto, tornando mais rgidas e intransigentes os seus
princpios, tendo em vista o melhor aproveitamento dos equipamentos
e a sua gesto. Sem dvida alguma que, num processo to longo
e demorado, as posies do IDP tornam-no numa das maiores
condicionantes do projecto. Apesar de tudo, neste caso, existiu um
encontro entre as indicaes do IDP e o que se defendia no projecto,
o que fez perceber que se caminhava no sentido certo.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
27/97
27
O clima_uma condicionante nas tomadas de deciso
O concelho de Seia est classificado como zona climtica I3-
V2, verificando-se temperaturas muito baixas no Inverno ao passo
que no vero se observa uma tendncia para um clima quente e seco,
devido maior influncia continental. A mdia das temperaturas
mnimas nos meses de Janeiro varia entre 0C e 2C e a mdia das
temperaturas mximas nos meses de Agosto varia entre 26C e 30C.
No panorama nacional a cidade de Seia das mais frias, podendo atemperatura atingir os -10C. A precipitao elevada, que conjugada
com as baixas temperaturas leva formao de neve. Quando as
temperaturas se encontram entre -2C e -5C a neve hmida, no
causando problemas de maior s estruturas dos edifcios, mas
quando se registam temperaturas muito baixas ela pode acumular
facilmente. Foi frequente a expresso, por parte dos responsveis da
Cmara Municipal em algumas reunies, ...por vezes a neve cola...,
para acentuar a forte possibilidade da acumulao da neve. Sob oponto de vista climtico as maiores implicaes no projecto esto
relacionadas com a grande variao de temperaturas ao longo do
ano e com a ocorrncia de neves.
vista da zona central de Seia sob nevo
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
28/97
28
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
29/97
29
Ideia de edifcio, ideia de forma
Em certa medida, grande parte do projecto definida atravs das
respostas s condicionantes existentes e s condicionantes criadas.
Entendam-se as condicionantes criadas como as ideias e conceitos
que se querem desenvolver no projecto e que no obedecem a uma
imposio, quer seja fsica, ambiental, econmica. O projecto pode ser
desenvolvido deste modo, numa atitude reactiva, de resposta linear
aos problemas existentes, indo de encontro ao modus operandi da
dupla francesa Lacaton & Vassal. A atitude da equipa projectista foi
claramente afirmativa, com uma viso optimista e confiante naquilo
que se prope. Existiu neste processo um desejo de forma. Procurou-
se desenvolver uma arquitectura cuja forma fosse clara, dinmica,
dialogante, no no sentido da procura de uma identidade do lugar mas
no estabelecer de novas relaes com o lugar. A atitude afirmativa
prende-se precisamente com o libertar o projecto de condicionantes
locais que, foram desvalorizadas no processo de trabalho, como
a procura de uma identidade na arquitectura de Seia. Ser que elaexiste? E, mesmo existindo, ser que assim to importante para,
neste caso, justificar tais relaes? Procurou-se fugir ao vcio de
fazer a referncia arquitectura local atravs da simples aplicao
na fachada de materiais locais sob a forma de colagem.
Para alm de todos os problemas encontrados e atrs descritos,
no desenvolvimento do projecto houve que dar resposta, tambm,
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
30/97
30
quelas que eram as ideias e conceitos que se queria ver trabalhados
no edifcio. A ideia de edifcio assenta nos seguintes conceitos:
inovao formal e funcional, leveza, multivalncia e sectorizao e,
sobretudo, na responsabilidade ambiental.
Inovao
A inovao est presente na escolha dos materiais de revestimento
a utilizar e est presente na medida em que procurou contrariar
certos paradigmas que regem a construo de piscinas nos dias de
hoje, que acabam por ser contraproducentes na estratgia global
definida para o edifcio. A inovao no est nos materiais em si,
painel sandwich (painel com dupla face metlica e isolamento em
poliuretano no interior) na cobertura e chapa de policarbonato nas
paredes, mas na forma como so utilizados, uma vez que tm um uso
quase exclusivamente industrial.
A inovao est presente na forma do edifcio. Genericamente,
a grande questo prende-se com a soluo construtiva adoptada
Foto da Maqueta de trabalho concluda e apresentada na fase de estudo prvio
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
31/97
31
para vencer um grande vo, neste caso trata-se de 42,5 metros. A
resposta a este problema levar, em grande parte, definio formal
da piscina. Com um esquema simples, de duas guas na cobertura,
definiu-se um volume nico mas que possui dinamismo devido s
variaes das inclinaes da fachada.
A inovao est presente na definio espacial. Foram tomadas
algumas decises que vo contra a prtica corrente em programas
deste tipo, como so: a introduo de um tecto falso na zona de cais;a separao da zona de cais da zona das bancadas. Estas solues
permitem criar condies para que haja um maior conforto por parte
do pblico e, sobretudo, para reduzir o volume de ar a tratar na
zona de cais, por esta aco corresponder a mais de 50% da factura
dos consumos energticos.
cobertura plana
esquema formal do edifcio
definio da cumeeira
definio da pendente
definio formalrelao com o terreno
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
32/97
32
Leveza
Apesar da forma afirmativa e da dimenso do edifcio, procurou-se
alcanar uma imagem de leveza, atravs dos processos construtivos e
dos materiais. Esta ideia de leveza no significa que se tenha adoptado
por uma construo mais frgil ou menos robusta, procura-se, ao
invs, retirar a monumentalidade com que este tipo de programas
costuma ser tratado. Neste caso a ideia de leveza est relacionada
com a noo de que no se constri para a eternidade. Os processosconstrutivos definidos neste projecto permitem, mantendo a estrutura
e os elementos de suporte da fachada, a alterao ou substituio
de todos os elementos de revestimento da fachada de uma forma
relativamente fcil e rpida. O material definido para as fachadas
tem uma garantia do fabricante de dez anos, podendo ser reciclado
no seu final de vida. Esta ideia de leveza est tambm relacionada
com o programa, na medida em que se tentou trabalhar a ideia de
translucidez, numa aluso ao elemento gua.
Multivalncia/sectorizao
A multivalncia est relacionada com a definio do programa,
como foi atrs referido. A sectorizao acabou por ser o resultado
do desenvolvimento desta opo programtica que abarca tanto
a dimenso funcional como a dimenso construtiva. Na dimenso
funcional foram aprofundadas as relaes entre os diversos
programas, estabelecendo hierarquias dos espaos e dos percursos.
Foram definidos diferentes sectores consoante o carcter do seu
utilizador: pblico (utilizador das instalaes ou espectador),
pessoal tcnico, pessoal administrativo, pessoal de servio.
Deste modo, os sectores podero ter funcionamentos totalmente
diferenciados, com ganhos substanciais no que respeita eficincia
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
33/97
33
energtica, ao tratamento da qualidade do ar, e prpria gesto do
edifcio na vertente da segurana, atravs da delimitao e controlo
das circulaes. Na dimenso construtiva foram definidos sectores
estruturais, independentes entre si e dimensionados separadamente,
facilitando o seu clculo, produo e montagem. Os sectores esto
separados entre si por juntas de dilatao.
Responsabilidade ambiental
A ideia da responsabilidade ambiental parte integrante
do conceito geral de construo sustentvel, e relaciona-se,
sobretudo, com a condicionante econmica, sob o ponto de vista
da sustentabilidade deste equipamento municipal. Esta noo foi
introduzida no processo desde o incio, tendo existido uma procura de
assegurar em projecto a longevidade da construo, a durabilidade
e adaptabilidade do edifcio, a conservao e o uso racional da gua
e a eficincia energtica, atravs do uso racional de energia e autilizao de fontes de energia renovvel. Foi sob estes temas que
se trabalhou, procurando solues cuja integrao no projecto e
futura aplicao no edifcio se traduzissem em ganhos reais. Tem de
se partir, para o trabalho de qualquer projecto, com a noo atrs
referida, de que hoje no se constri para a eternidade, devido ao
facto de os padres e exigncias de qualidade serem cada vez mais
elevados. No limite poder-se- dizer que um edifcio s durvel se
for transformvel, de forma a se poder adaptar a novas exigncias.
Um edifcio dotado para receber um nmero to grande de
utilizadores acaba por ter sempre grandes consumos de gua e
energia. Procurou-se desenvolver alternativas de abastecimento e
circuitos para o reaproveitamento de determinados usos da gua, como
lavagens, regas, autoclismos. Deste modo reduz-se substancialmente
o consumo de gua. No respeitante eficincia energtica parte-se de
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
34/97
34
duas ideias fulcrais para a utilizao do edifcio: um nico sistema
para fazer a gesto global no edifcio e a existncia da figura de
gestor do edifcio, que controla, toma decises relativamente
aos parmetros que interferem nos sistemas automticos, e gere a
segurana e a manuteno do equipamento. No desenvolvimento do
projecto foi sempre tido em conta esta ideia da eficincia energtica
atravs do melhor aproveitamento da exposio solar e ao mesmo tempo
do seu controlo, da reduo do volume de ar a tratar na zona docais dos tanques, que corresponde a 70% de todos os gastos com os
consumos energticos. Relativamente a fontes de energia renovvel,
foi implementada a utilizao de colectores solares na cobertura
para o aquecimento de guas sanitrias. No esto projectados
sistemas de produo de energia elctrica visto a relao custo/
benefcio ainda no ser muito vantajosa, contudo o edifcio encontra-
se preparado para sua integrao logo que sejam economicamente
viveis.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
35/97
35
Implantao
O terreno para a implantao da Piscina, para alm de ser uma
premissa sempre importante num projecto, possui uma morfologia que
exigiu algum esforo para a boa integrao do edifcio sem criar um
grande movimento de terras, que levaria a custos mais acentuados.
Mais uma vez a condicionante econmica obriga a encontrar outro
tipo de caminhos, que, por sua vez, levam a problemas de arquitectura
que podem gerar solues mais interessantes. No sendo um terreno
plano, teriam sempre de existir dois nveis de entrada no edifcio,
partes do edifcio que ficariam enterradas, fossos para iluminao
e ventilao. Procurou-se, tambm, que este equipamento fizesse a
ligao do Complexo Desportivo da Quinta da Nogueira com a restante
estrutura urbana de Seia, devido ao seu carcter eminentemente pblico
e colectivo, abrindo definitivamente o complexo populao.
A inteno na implantao da Piscina foi a de aproveitar os
desnveis existentes no terreno e a sua morfologia para desenvolver
as vrias entradas do edifcio a diferentes cotas, procurando aminimizao do impacto que a instalao de um equipamento deste tipo
acarreta. Ao nvel do tratamento ambiental da envolvente, procurou-
se reduzir a impermeabilizao do terreno natural permitindo
a infiltrao das guas pluviais, e evitar o abate de rvores,
procedendo sua integrao com o edificado proposto. O sistema
arbreo ser completado com a introduo de novas rvores (de
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
36/97
36
folha caduca) de modo a melhorar a envolvente ambiental do edifcio.
Outra ideia trabalhada na implantao prende-se com a optimizao
da exposio solar, explorando ao mximo o aproveitamento da fonte
contnua de calor e luz, orientando o edifcio segundo o eixo sul-
norte, estabelecendo uma relao franca da zona dos tanques com o
exterior, atravs de uma extensa superfcie envidraada a poente.
implantao_integrao no complexo desportivo e relao com o tecido urbano
localizao e relao do terreno com a encosta da serra
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
37/97
37
Foram definidos dois nveis de entrada e acesso ao edifcio
(cotas 604 e 609 metros), sendo a entrada principal da piscina (para
os utilizadores quotidianos) a Sul e cota 604. A Poente estabelece-
se a relao visual com a cidade, aproveitando o desnvel natural do
terreno permitindo uma vista privilegiada. A Nascente localiza-se o
acesso zona das bancadas, cota 609. Tambm cota 609, a Norte
esto as entradas para a cafetaria e o restaurante e a entrada de
servio, para os atletas nos dias de provas e campeonatos. Existeuma grande rea enterrada, cota 604, com acesso do exterior, e
servida por um fosso que permite a ventilao e entrada de luz. Esse
fosso serve tambm a zona tcnica, pois permite o acesso de veculos
para cargas e descargas.
Pretende-se, com esta implantao, a boa integrao no Complexo
Desportivo atravs do aproveitamento do acesso existente ao Estdio
Municipal e atravs do futuro desenvolvimento de um parque de
estacionamento conjunto que sirva todos os equipamentos da zona.A piscina ir, tambm, cumprir o papel de elemento de abertura e
de relao do Complexo Desportivo da Quinta de Nogueira com o
tecido urbano da cidade de Seia. Esta disposio e orientao do
edifcio no terreno transformam-no na porta pblica de entrada no
complexo, uma vez que o acesso existente a Norte, e que servir
tambm a nova construo, , neste momento, exclusivo do Estdio
Municipal e dos campos de tnis. A entrada principal da piscina
feita precisamente a partir da rua Leonardo Pessoa Homem, a Sul,
afirmando a inteno de aproximao escala urbana da cidade e
terminando com o carcter estanque do complexo. A acentuar esta
posio foi definido um percurso pedonal, que percorre todo o
terreno, uma zona de esplanada junto cafetaria e ao restaurante
e um espelho de gua na frente Poente do edifcio. A cafetaria e
o restaurante tero um funcionamento autnomo em relao aos
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
38/97
38
restantes programas, uma vez que a concesso destes espaos ser
atribuda a terceiros, procurando uma utilizao do complexo por
parte de diferentes pblicos.
Arranjos exteriores
arruamento
percurso pedonal
terreno natural
saibro
calada de granito
lajeado de granito
espelho de gua
rvore existente
rvore proposta
0 10 50metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
39/97
39
A interveno ao nvel dos arranjos exteriores (projecto a
definir em fase posterior pela mesma equipa projectista), ser pautada
pela ideia da criao de um verdadeiro parque desportivo ao servio
da populao, dotado de valncias que proporcionem a fruio
desportiva e ldica, nas mais diversas formas. A estratgia adoptada
tem por base a abertura do complexo populao, terminando com o
carcter hermtico do mesmo. Ser criado um circuito de manuteno,
com estaes de exerccios fsicos, que permita circular por todo oparque e que se relacione com campos de jogos informais.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
40/97
40
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
41/97
41
Esquema funcional
O edifcio desenvolve-se em 3 pisos, estando o piso 0 cota
604, o piso 1 cota 609 e o piso -1 cota 599. Para uma optimizao
da utilizao e funcionamento do edifcio foram distinguidos os usos
e respectivas entradas. No piso 0 est definida a entrada principal e
o acesso a todos os programas relacionados com os utilizadores do
equipamento, funcionrios, pessoal tcnico e administrativo; a zona
de cais e dos tanques; o conjunto dos servios anexos aos tanques
(vestirios, balnerios, instalaes sanitrias, arrumos, zona do
pessoal tcnico); os programas de manuteno fsica, healthcaree
dois campos de squash; e uma zona tcnica. No piso 1 esto definidos
os gabinetes da direco e administrao e os gabinetes do pessoal
tcnico (professores, treinadores, monitores); as instalaes
sanitrias; a bancada e a cabine de imprensa; e o restaurante e
cafetaria. O piso -1 diz respeito zona de tratamento e recolha dos
diversos tipos de gua. Entre o piso 1 e a cobertura situa-se uma
zona tcnica para manuteno do equipamento do tratamento do ar everificao do bom funcionamento do edifcio.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
42/97
42
planta do piso -1 0 5 25metros
legenda: 1-tratamento da gua do tanque de treino 2-tratamento da gua do tanque
de aprendizagem 3-depsitos de gua reutilizvel 4-depsitos de gua quente
3
4
2
1
N
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
43/97
43
legenda: 1-entrada 2-arrumos 3-vestirio/balnerio 4-zona de cais dos tanques
5-ginsio 6-healthcare 7-squash 8-sala de aquecimento 9-zona tcnica 10-zona do pes-
soal tcnico11-sala polivalente
0 5 25metros planta do piso 0
987
6
5
3
1
7
2
2
10
4
11
N
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
44/97
44
0 5 25metrosplanta do piso 1
legenda: 1-zona de gabinetes 2-corredor tcnico 3-instalaes sanitrias 4-
bancadas 5-cafetaria 6-restaurante
43
1
6
5
2
N
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
45/97
45
0 5 25metros planta do piso tcnico
legenda: 1-passadio 2-corredor tcnico 3-zona das mquinas
1
3
3
1
1
2
N
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
46/97
46
0 5 25metrosplanta da cobertura
N
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
47/97
47
0 5 25metros
alado sul_o grande vo envidraado permite a relao entre a zona de entrada
(piso 0) e a zona de gabinetes (piso 1) com o espao exterior de acesso ao edifcio
alado nascente_o acesso s bancadas processa-se de forma autnoma da entrada
principal, permitindo um melhor controlo da utilizao do edifcio
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
48/97
48
0 5 25metros
alado poente_a malha metlica permite a entrada da luz de forma difusa pois a
incidncia dos raios solares do quadrante Oeste rasante ao cho
alado norte_entrada para o restaurante e a cafetaria, estes programas dotam o
equipamento de mais valncias na procura de ganhar mais utilizadores
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
49/97
49
0 5 25metros
corte transversal_definio de um tecto falso na zona de cais a e separao desta
zona das bancadas permite uma diminuio do volume de ar a tratarna nave
corte longitudinal_a zona tcnica, localizada entre o piso 1 e a cobertura, permite
fazer a verificao do correcto funcionamento do edifcio
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
50/97
50
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
51/97
51
Sectorizao funcional
A sectorizao teve um papel crucial na definio dos espaos
e das circulaes, mas sobretudo ao nvel da gesto do edifcio.
Foram definidos dez sectores programticos e sete sectores
construtivos. Os sectores programticos foram estabelecidos para
distinguir e controlar as diferentes utilizaes do edifcio, porque
sempre possvel ter sectores em funcionamento e outros no. Os
sectores construtivos correspondem a sete estruturas totalmenteindependentes separadas por juntas de dilatao. Para alm de
ser uma necessidade, devido dimenso da obra, foi um aspecto do
qual se procurou tirar partido, no do ponto de vista formal mas
do ponto de vista funcional. O esquema estrutural definido permite
uma optimizao dos recursos a utilizar na construo evitando o
sobredimensionamento.
sectores programticos
piso 1piso 0
3
6 5
4
1 2
8
71
3
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
52/97
52
Sector 1 (piso 0 e piso 1)
plantas do piso 0 e piso 1
legenda:
1-antecmara 2-zona de espera 3-atendimento
4-inst. sanitria (deficientes) 5-inst. sanitria
(servio) 6-arrumos 7-gabinete administrativo
8-gabinete tcnico 9-inst. sanitria (pblico)
2
9
87
6
4 5
3
11
9 4
7
7
8
8
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
53/97
53
No primeiro sector est o espao de recepo do edifcio, onde
so distribudos os diferentes fluxos de utilizao do edifcio,
utilizadores (da piscina e da manuteno fsica), acompanhantes,
pessoal tcnico, pessoal administrativo. As entradas e circulaes
so controladas a partir do balco de atendimento. Com uma estreita
relao visual e espacial com o piso 0, o piso 1 acaba por ser o
seguimento programtico da zona de entrada. Neste sector est
definida toda a zona administrativa e tcnica, com acesso por escadae elevador, constituda pelos gabinetes de direco e os gabinetes
dos treinadores. As entradas nos gabinetes so feitas atravs de
uma antecmara, para se poder separar a circulao de servio da
circulao pblica. Esto definidas tambm neste piso as instalaes
sanitrias de carcter pblico (masculinas, femininas e deficientes),
que servem toda a zona de apropriao pblica, quer seja a partir da
bancada, quer seja a partir da zona da entrada principal.
A zona de entrada est prevista como sendo a zona de esperapor excelncia, pois tem uma ptima relao visual com a zona de cais.
Em alternativa, pode-se aceder s bancadas a partir deste sector,
funcionando estas tambm como zona de espera. existe a hiptese do
sector das bancadas ser utilizado como passagem interior da zona
de entrada at zona da cafetaria. Esta soluo depende obviamente
do modelo de gesto encontrado e definido para o edifcio.
A entrada processa-se atravs de uma antecmara, para evitar
as perdas e os ganhos de energia, com as constantes entradas e
sadas de pessoas. A zona da entrada foi definida de forma a enfatizar
as relaes com o exterior do edifcio e tambm com o seu interior.
Tambm dos gabinetes tcnicos existe uma relao visual com a zona
de cais.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
54/97
54
Sector 2 (piso 0)
planta do piso 0
legenda:
1-zona de cais 2-tanque de aprendizagem
3-tanque de treino 4-bancadas amovveis
5-antecmara 6-lava-ps 7-inst. sanitria
8-balnerios 9-vestirios 10-arrumos
7
6 6
5
32
4
1
9 10
8
7 7
7
9 9
9
8 8 8
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
55/97
55
Este sector programtico diz respeito a toda a zona de cais
e respectivas zonas de apoio (vestirios, balnerios, instalaes
sanitrias e arrumos). Este sector contm o programa central e
fundamental do edifcio, no qual esto implantados os dois tanques,
sendo um destinado ao treino e competio (25m x 21m), com a
profundidade a variar entre 1,20m e 2,00m, e o outro destinado
aprendizagem (20m x 10m), com a profundidade entre 0,80m e
1,20m.Os acessos ao cais so efectuados a partir dos balnerios
(masculinos, femininos e para grupos) e a partir da zona dos gabinetes
de vigilncia e monitores, apesar de estar prevista a utilizao deste
acesso apenas em ltimo recurso. Isto deve-se ao controlo que tem de
existir nos acessos ao cais para preservar a higienizao do espao.
Foi definido um percurso no sentido de obrigar os utilizadores a
passarem pelo lava-ps, que atravs de sensores acciona o chuveiro,
proporcionando uma lavagem rpida antes de aceder ao cais. Esteprocesso simples evita a maior parte das contaminaes bacterianas
na gua dos tanques, reduzindo os seus tratamentos.
A zona dos tanques est definida totalmente independente da
zona das bancadas, atravs de superfcies envidraadas. A zona
do cais permite a existncia de uma estrutura de bancada amovvel,
que ser instalada quando existirem encontros ou provas, para os
atletas ficarem sempre em contacto uns com os outros, junto dos
tanques. Existem duas sadas directas para o exterior, integradas
nas superfcies envidraadas a poente.
A zona de vestirios/balnerios est dividida em dois tipos, os
gerais, masculinos e femininos, e os de grupos, que podem ser utilizados
ocasionalmente por grupos ou por crianas com acompanhamento dos
pais. Est sempre salvaguarda a presena de pessoas com mobilidade
condicionada nos vestirios/balnerios gerais.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
56/97
56
Sector 3 (piso 0 e piso 1)
plantas do piso 0 e piso 1
legenda:
1-antecmara 2-vigilantes/monitores
3-primeiros socorros 4-juzes 5-controlo
mdico 6-instalao sanitria
7-balnerios/vestirios 8-entrada de servio
7
6
6
8
7
7
6
3
54
2
1
7
1
8
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
57/97
57
O terceiro sector destina-se utilizao competitiva e tambm
segurana e proteco dos utilizadores dos tanques da piscina.
Esto definidos o gabinete dos monitores e vigilantes, o gabinete dos
primeiros socorros (estes espaos tero uma utilizao contnua), o
gabinete de controlo mdico e o gabinete dos juzes (estes espaos
so vocacionados para apoio s provas e competies). Para a
utilizao de todo os trabalhadores e funcionrios da piscina quer
sejam da limpeza, da manuteno, monitores, professores, foramdefinidas neste sector as instalaes sanitrias e ainda os vestirios
e balnerios. De acordo com a directiva CNQ 23/93, definiu-se um
pequeno ncleo de instalaes sanitrias e balnerios/vestirios
para utilizao exclusiva de rbitros e juzes durante a ocorrncia
de provas e competies. Quer os espaos dos juzes, quer os dos
monitores e dos vigilantes tm uma total relao visual com a zona
do cais, apesar do acesso ao cais, de todos os gabinetes desta zona,
ser efectuado a partir da antecmara existente.Neste sector est definida tambm uma outra entrada no edifcio,
esta destinada aos atletas e participantes em provas e encontros de
natao.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
58/97
58
Sector 4 (piso 0)
planta do piso 0
legenda:
1-sala polivalente
1
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
59/97
59
O quarto sector diz respeito somente sala polivalente.
Este espao no tem um programa rgido e inaltervel. Ele vai ao
encontro da lgica da flexibilidade programtica que foi defendida
no projecto, como forma de dotar o edifcio de espaos que tornem
possvel uma utilizao por pblicos variados. Este claramente
um espao em aberto. Pode ser utilizado como sala de aquecimento
enquanto decorrerem provas ou competies, pode ser utilizado para
exposies e encontros variados, ligados ou no prpria piscina.Apesar da ligao interior com o restante edifcio, esta sala pode ter
uma utilizao totalmente independente.
A sala polivalente, apesar da indefinio programtica, um
espao caracterizado atravs da luz, que se pretende abundante e
difusa, e concomitantemente estabelea uma relao visual com o
circuito exterior da envolvente da Piscina quer com o interior da
nave dos tanques.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
60/97
60
Sector 5 (piso 0)
planta do piso 0
legenda:
1-antecmara 2-zona tcnica 3-ascensor
de cargas 4-casa da caldeira 5-abertura
na laje para passagem de equipamento
5
4
3 2
1
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
61/97
61
Ao quinto sector programtico corresponde zona tcnica
existente no piso 0. Com relao franca com o exterior, para cargas
e descargas, a zona tcnica neste piso tem como principal funo ser
o ponto de relao com o piso -1 (piso tcnico). Esta relao feita
atravs de escada, de ascensor de cargas (2,1m x 2,0m) e atravs de
uma abertura na laje (5,0m x 5,0m) para a passagem de todo o tipo
de equipamento. Est definida tambm a casa da caldeira, com acesso
apenas pelo exterior.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
62/97
62
Sector 6 (piso 0)
planta do piso 0
legenda:
1-ginsio de manuteno 2-sala de repouso
3-sala de massagem 4-zona de banhos
(secos, hmidos, imerso) 5-antecmara
6-vestirio/balnerio/inst. sanitria 7- campo
de squash 8-sala de aquecimento
5
4 6
6
6
6
5
3
2
1
8
77
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
63/97
63
Ao sexto sector correspondem os programas relacionados com
o bem-estar e a manuteno fsica, numa lgica de complementaridade
ao programa principal. Est contemplado um ginsio de manuteno,
dois campos de squash, vestirios/balnerios gerais, sauna (com
cabine de banhos secos, cabine de banhos hmidos, tanque de imerso,
sala de massagem, sala de repouso e vestirios/balnerios prprios)
e arrumos. Est ainda definida uma sala de treino/aquecimento que
comum piscina, podendo a sua utilizao ser controlada segundoas necessidades.
A inteno da Cmara Municipal de Seia integrar este sector
na gesto global do edifcio, pondo de parte, pelo menos para j, a
hiptese da concesso deste conjunto de espaos e de programas.
A concepo deste sector foi feita de forma a salvaguardar esta
hiptese. Apesar das ligaes internas entre os diferentes sectores,
consegue-se proceder autonomizao de cada um deles.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
64/97
64
Sector 7 (piso 1)
planta do piso 1
7 6 5
4
3
2
1
legenda:
1-antecmara 2-restaurante 3--cafetaria
4-balco 5-entrada de servio 6-cozinha
7-inst. sanitria 8-inst. sanitria (deficientes)
9-inst. sanitria (servio)
9
8
7
4
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
65/97
65
Se para o sector anterior est prevista a sua integrao na
gesto global do edifcio, no caso do stimo sector a gesto ser
feita por terceiros, atravs da concesso dos espaos a uma entidade
externa relativamente Cmara Municipal. Esta questo, da gesto
dos espaos ser ou no concessionada, tem grande influncia na
definio dos mesmos. Neste momento, uma questo em aberto, logo
a definio espacial tem de permitir uma e outra soluo. Este o
sector que engloba o restaurante e a cafetaria. Estes espaos estodefinidos e infra-estruturados para que possam funcionar de forma
autnoma em relao Piscina, dotando-a, desta forma, de mais uma
valncia na procura de ganhar o maior nmero de utilizadores.
O restaurante tem capacidade mxima para 68 pessoas em
simultneo. Os servios so comuns ao restaurante e cafetaria,
optimizando o seu funcionamento, que dever ser gerido em conjunto.
Com forte relao com o exterior, tanto o restaurante como a
cafetaria procuram tirar partido da zona de esplanada assumindo,deste modo, o seu carcter nico no mbito do complexo desportivo,
no que diz respeito aos programas existentes e futuros.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
66/97
66
Sector 8 (piso 1)
planta do piso 1
3 3 32
11
legenda:
1-antecmara 2-bancada 3-lugar para
cadeira de rodas 4-cabine de imprensa
432
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
67/97
67
A bancada, que define o oitavo sector, apresenta uma
configurao diferente daquilo que se tornou comum na construo
de piscinas cobertas. A bancada est separada da nave dos tanques
atravs de um envidraado, diminuindo o volume de ar a tratar,
na nave, e aumentando o conforto dos espectadores, uma vez que
no esto expostos aos valores da temperatura e da humidade da
zona dos tanques. Esta soluo tem bvias implicaes na relao
entre espectadores e atletas, mas avaliando a previsvel utilizaocompetitiva deste equipamento, este factor foi desvalorizado tendo
sido dada a prioridade poupana energtica substancial que se
consegue.
Com entrada a partir da cota superior (609), este sector
tem acesso directo do exterior, atravs de duas antecmaras. A
bancada est capacitada para receber 256 espectadores, estando
ainda definidos 4 lugares para cadeiras de rodas junto aos lugares
existentes. Apesar de no estarem marcados e definidos junto aosoutros lugares, existe a possibilidade da permanncia de um maior
nmero cadeira de rodas na zona de acesso s bancadas. Isto
acontece sem que haja um prejuzo na qualidade das circulaes ou
na qualidade dos outros lugares.
Est definido, na zona central da bancada, um gabinete de
imprensa, fechado e devidamente infra-estruturado, com rede de
televiso, Internet e telefone.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
68/97
68
Sector 9 (piso -1)
planta do piso -1
legenda:
1-depsito de gua quente 2-depsito de
gua reutilizvel 3-tanque de compensao
4-filtros 5-bombas 6-ascensor de cargas
7-casa das mquinas 8-abertura na laje
para passagem de equipamento
4
4
5
5
5
555
6
7
8
3
1
1
1
3
2222 2 2
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
69/97
69
O sector nove diz respeito zona tcnica, um espao aberto de
trabalho, onde funcionam os sistemas de tratamento e recolha dos
diversos tipos de gua. Neste espao encontram-se os tanques de
compensao, as bombas, os filtros e os sistemas de tratamento e
correco da gua, relativos a cada um dos tanques (aprendizagem
e treino/competio). A recirculao da gua feita atravs da sua
recolha (caleiras do tipo finlandesa) e armazenamento (tanques de
compensao), seguindo-se a bombagem (grupos de electrobombas compr-filtro), passando pelo sistema de filtragem (atravs de filtros
de areia) e pelos sistemas de aplicao dos produtos e mtodos
para o tratamento da gua (floculao - antes da passagem pelos,
desinfeco por ultravioletas, correco com doseamento de cloro
e correco do PH).
Neste sector esto tambm definidos os depsitos da gua
quente, os dois depsitos das guas dos autoclismos, os dois
depsitos das guas para rega e os dois depsitos das guas para aslavagens. Estes depsitos so abastecidos pela recolha das guas
pluviais, pela recolha das descargas do fundo dos tanques atravs
das segundas caleiras da zona do cais (as primeiras so as caleiras
do tipo finlandesa e canalizam para o tanque de compensao) e
pela recolha da gua do espelho de gua, que se situa em frente
da zona do cais, a poente. Estes processos inserem-se na estratgia
global com que se abordou o projecto, procurando solues para a
conservao e o uso racional da gua.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
70/97
70
Sector 10 (entre o piso 1 e a cobertura)
planta do piso tcnico
2
3
3
1
1
legenda:
1-passadio 2-corredor tcnico 3-zona
das mquinas
1
0 5 25metros
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
71/97
71
Neste sector est definida uma outra zona tcnica, por cima dos
tectos do piso 1, onde se encontram os equipamentos das instalaes
mecnicas e os depsitos de gua que abastecem os autoclismos,
como da estratgia para a reutilizao da gua. O acesso a esta zona
tcnica feito a partir do interior das paredes exteriores, que so
visitveis para a sua total manuteno e para a manuteno de todas
as redes infraestruturais que nelas circulam.
Em cada um dos topos do edifcio est definida uma lage debeto armado para suportar as cargas associadas instalao de
todas as mquinas e depsitos. para permitir o acesso e a manuteno
de toda a zona, a circulao est definida atravs de percursos
criados com a colocao de chapas metlicas perfuradas ligadas
estrutura principal.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
72/97
72
vista geral da proposta
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
73/97
73
vista geral da proposta
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
74/97
74
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
75/97
75
Caracterizao construtiva
Com algum distanciamento, hoje consigo perceber o conceito
construtivo adoptado para o edifcio de uma forma diferente da minha
percepo inicial, daquela que eu tinha quando estava envolvido no
processo de trabalho. Para alm da sectorizao, que um dado
objectivo, apesar de no ter reflexo na formalizao do edifcio, os
aspectos que esto mais realados so o tratamento da fachada e a
forma geral do volume. so estes os elementos mais caracterizadores
do projecto.
os elementos caracterizadores: a sectorizao, o tratamento da fachada e a forma
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
76/97
76
Sectorizao
Como foi atrs referido, a sectorizao do edifcio foi
desenvolvida tanto na vertente funcional como construtiva,
tendo sido definidos sete sectores estruturais, independentes
entre si e dimensionados separadamente. O que era partida uma
inevitabilidade devido dimenso e extenso do edifcio, a definio
de estruturas independentes e a criao de juntas de dilatao,
tornou-se em mais um dado de projecto, em que se procurou, em certamedida, uma correspondncia entre os sectores construtivos e os
sectores programticos. Foram definidos sete sectores, sendo que
esta sectorizao construtiva no revelada na expresso formal
do edifcio. Optou-se por um volume unitrio e por relaes com o
terreno, de modo a tirar partido dos desnveis para ter parte do
programa enterrado.
os sete sectores construtivos
3
65
4
1 2
7
31 2
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
77/97
77
Estrutura
Os elementos estruturais foram definidos em beto armado (nas
fundaes e muros de suporte de terras) e, sobretudo, em perfis
de ao. O principal problema na concepo e definio do esquema
estrutural esteve relacionado com a dimenso do vo a vencer,
que neste caso de 42,50 metros. A soluo passou pela definio
de trelias compostas por tubulares de ao, de seco quadrada,
suportadas por perfis em ao, do tipo HEA. O conjunto definido pelatrelia e pelos pilares metlicos estabelece o mdulo estrutural que
ir dar forma ao edifcio. Nos sectores do edifcio que se encontram
abaixo do nvel da superfcie do terreno, o sistema estrutural
composto por muros de suporte de beto armado e tambm por pilares
em perfis de ao. As lajes so do tipo fungiforme e aligeirada. Os
mdulos esto dispostos segundo os eixos estruturais, que tm um
afastamento entre si de 5 metros, sendo a ligao entre si feita por
vigas em perfis de ao do tipo HEA. Apesar da definio do mdulotipo e da procura pela sistematizao dos elementos a utilizar, cada
uma das 17 trelias foi definida com um desenho nico, devido
complexidade da conjugao dos diversos factores em causa: a
pendente da cobertura; as cargas suplementares nas trelias dos
sectores 1 e 3 (devidos ao pisos tcnicos que contm todas as
mquinas dos sistemas tratamento de ar da nave dos tanques e dos
sistemas de insuflao e extraco de ar).
Outro aspecto relativo estrutura prende-se com a fachada. Os
elementos estruturais da fachada assumiram um papel fundamental
na estabilizao e concretizao do desenho estrutural atravs da
sua funo de ligao dos mdulos estruturais estabelecendo uma
malha unificadora, para alm de servir de suporte aos elementos
da fachada. A fachada est definida com uma dupla parede de
policarbonato, criando uma caixa-de-ar no interior com mltiplas
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
78/97
78
funes: controlo do comportamento trmico, atravs da criao de
uma cortina fresca no vero e de uma cortina quente no Inverno;
parede tcnica, pelo facto de nela se encontrar os circuitos das
redes elctricas, de ITED (infra-estrutura de telecomunicaes em
edifcios), das guas, dos sistemas AVAC (aquecimento, ventilao e
ar condicionado); corredor tcnico no segundo sector programtico
e construtivo, de acesso ao piso tcnico das trelias, podendo ainda
ser visitvel noutros sectores para aces de manuteno.
segundo sector construtivo_o esquema estrutural composto por trelias
(tubulares de ao de seco quadrada) e pilares (perfis de ao do tipo HEA)
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
79/97
79
cortes de fachada
foi definida uma laje de piso
sobre uma caixa de ar venti-
lada, ao invs de uma laje depavimento trreo, para, assim,
servir de proteco contra o
rado.
a malha metlica, afastada da
superfcie envidraada, com-
bina uma eficaz filtrao dos
raios solares (rasantes ao
cho) com a entrada da luz de
forma difusa.
para a definio da fachada
foi criada uma parede dupla de
policarbonato. na caixa-de-ar
vai circular ar tratado, aque-
cido ou arrefecido, consoante
a estao do ano.
na cobertura est definida a
utilizao de painis sand-
wich. est prevista a incorpo-
rao, na cobertura, de painis
solares trmicos, sendo que de
momento, os painis fotovolta-
icos no estam contemplados.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
80/97
80
Policarbonato_limitaes e potencialidades da sua aplicao
A utilizao de chapas alveolares de policarbonato no
revestimento de fachadas muito comum em edifcios de carcter
industrial, sobretudo pela sua relao qualidade/preo. Actualmente
a sua utilizao bem mais variada tendo sido utilizado em obras de
alguns importantes gabinetes de arquitectura como balos & Herreros
(Complexo de Reciclagem de Resduos Urbanos de Valdemingmez em
Madrid), Herzog & De Meuron (Armazm e Sede da Fbrica RicolaEurope em Frana e o Centro de Dana Laban em Inglaterra) ou Office
for Metropolitan Architecture (Museu de Arte Snu na Coreia do Sul),
entre muitos outros exemplos.
Este material utilizado sobretudo em substituio do
vidro, tendo como grandes trunfos o facto de ser um material
leve, com elevada resistncia ao impacto, ptima translucidez,
bom comportamento trmico, sobretudo quando comparado com o
vidro, e com uma fcil e rpida aplicao. Por ser um polmero, mais
precisamente um termoplstico por ser moldvel quando aquecido,
Centro de Dana Laban (Herzog & De Meuron); Museu de Arte Snu (OMA)
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
81/97
81
acarreta um elevado custo energtico para a sua produo. Este
ser o factor mais penalizante acerca da utilizao do policarbonato,
sobretudo quando existem preocupaes relacionadas com prticas
construtivas sustentveis. Todavia, possvel a reciclagem deste
material, que, aliada rpida e fcil aplicabilidade, minimiza os
custos inerentes sua produo. Este um factor que normalmente
desprezado na arquitectura e na construo mas que tem de ser
tido em conta quando estamos numa poca em que as preocupaesambientais assumem particular importncia. S se poder calcular,
de uma forma eficiente, o impacto ambiental de um edifcio se for
contabilizado o impacto do seu desmantelamento (em fim de vida do
edifcio) ou substituio (em actos de reconstruo). A reciclagem
revela-se fundamental para a minimizao deste impacto. A garantia
do fabricante para este material de dez anos, mas acredita-se que a
sua durabilidade chegue perfeitamente aos 30/40 anos.
A utilizao deste material, foi de encontro s ideias de leveza,de transparncia, com que se pretendeu desenvolver o projecto,
tendo tambm em considerao a importncia da luz. O objectivo
foi definir toda uma massa translcida, aproveitando a vantajosa
exposio solar de uma forma total mas difusa. A estratgia passou
por aproveitar ao mximo a exposio solar do edifcio que, excepo
da cobertura e das grelhas de ventilao, faz o total aproveitamento
dos raios solares que incidem sobre as suas superfcies.
A parede exterior composta por duas chapas alveolares de
policarbonato que definem uma caixa-de-ar. A chapa de policarbonato
do lado exterior da parede do tipo branco opalino, com quatro
centmetros de espessura e com seis paredes internas, permitindo a
entrada da luz de forma difusa, e a chapa do lado interior do tipo
transparente, com quatro centmetros de espessura e com seis paredes
internas, para ser um bom difusor da luz existente da caixa-de-ar.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
82/97
82
Esta situao ocorre durante o dia mas durante os perodos sem
luz solar est definido um sistema de iluminao artificial existente
entre as duas chapas de policarbonato para tirar partido das suas
propriedades translcidas. Este sistema independente da iluminao
de funcionamento do edifcio, sendo que a soluo a adoptar ainda
est em fase de estudo, efectuado por equipas especializadas das
marcas fornecedoras.
Exposio solar_procura da mxima rentabilidade
Da mesma forma que se procurou tirar o mximo proveito
dessa fonte inesgotvel de energia que o sol, teve-se, igualmente,
pormenores horizontais_parede de policarbonato (situao comum e junta de dilatao)
legenda:
1-perfil de ao HE 400A 2-tubular de ao 100x100x6,3mm 3-tubular de ao
60x50x3mm 4-tubular de ao 100x60x3mm 5-placa de policarbonato PC2540-6
6-chapa de alumnio 7-caixilharia de alumnio ARKIAL, sistema de batente B90
interior interior
exterior exterior
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
83/97
83
ateno ao controlo dos efeitos nocivos da exposio solar, tendo
em considerao as actividades a desenvolver nos espaos. Deste
modo, foram definidos sistemas de obscurecimento e proteco
solar diversificados, de acordo com as necessidades de cada
espao. Na zona do cais dos tanques o envidraado est orientado
a poente, ou seja, a luz quando incide directamente f-lo de uma
forma quase rasante ao cho tornando difcil a visualizao das
proteco solar_nos gabinetes foi definifido um sistema de lminas fixas no exterior
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
84/97
84
superfcies de plano de gua, por causa do reflexo causado. Definiu-se
um sistema de proteco, afastado da caixilharia, que filtra os raios
de forma eficaz e contnua, sem por em causa a iluminao do espao.
Este sistema composto por mdulos de malhas metlicas fixadas
aos perfis metlicos da estrutura da fachada.
Nos gabinetes, no primeiro sector programtico, foi definido um
sistema de lminas fixas no exterior, para evitar o sobreaquecimento
do vidro e a transmisso trmica, j que se encontram expostos asul. Nestes espaos, como tambm acontece no restaurante, no bar e
na sala polivalente, esto contemplados sistemas de blackout pelo
interior. Nos restantes espaos no se justificam quaisquer tipos de
proteco solar.
O isolamento trmico do edifcio_isolamento trmico e propriedades
translcidas
O isolamento trmico do edifcio desempenha um papel fulcralna vida do edifcio, tanto ao nvel do conforto (com especificaes
definidas na legislao), como ao nvel da eficincia energtica.
Neste projecto tornou-se um desafio aliciante conjugar, na
parede exterior, um eficiente isolamento trmico com propriedades
translcidas. O isolamento trmico feito, por meios mecnicos,
atravs da circulao de ar na caixa-de-ar, ar quente no Inverno e
ar fresco no vero. No vero ser injectado, na caixa-de-ar, ar que
recolhido no exterior e que ser canalizado em profundidade e
conduzido, em manilhas de beto, pelo espelho de gua situado em
frente zona dos tanques, a dois metros de profundidade (onde o
ar substancialmente mais fresco). O ar circular na caixa-de-ar
formando uma barreira de ar fresco em redor do edifcio, minimizando
os ganhos de calor do exterior para o interior. No Inverno pretende-
se que o efeito seja precisamente o oposto, isto , que em redor
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
85/97
85
do edifcio o ar que circula seja aquecido e tenha uma temperatura
relativamente superior temperatura existente no exterior. Durante
o dia existe o aproveitamento da radiao solar, criando um efeito de
estufa na caixa-de-ar, reduzindo a necessidade do seu aquecimento.
Durante a noite, como os espaos so climatizados, a existncia de
uma caixa-de-ar ventilada faz com que se reduzam as perdas de calor
por transmisso.
A cobertura, devido sua extenso, assume particular relevncianas transmisses trmicas. Para minimizar este facto, foi definida a
aplicao de placas de painel sandwichcom a espessura de oito
centmetros no isolamento em poliuretano. Esta soluo tem custos
muito inferiores em relao a todas as outras solues correntes e
tem uma fcil e modular aplicao.
Espelho de gua_para alm da funo de enquadramento paisagstico
O espelho de gua, para alm das suas funes de embelezamentopaisagstico, integrado no complexo desportivo, e de refrigerador do
ar que passa nas condutas, tem outra funo associada qualificao
ambiental do edifcio no Vero. Nos meses quentes, devido ao aumento
da temperatura, ocorre a evaporao da gua que, pela aco dos
ventos (o edifcio est relativamente exposto aco do vento por
se encontrar numa zona alta e por no ter barreiras fsicas que a
impeam) cria uma cortina fresca junto fachada poente do edifcio.
Deste modo, atravs da explorao de processos bioclimticos e com
uma infra-estrutura simples, consegue-se reduzir o impacto da elevada
temperatura no edifcio que na cidade de Seia, frequentemente, atinge
valores muito elevados.
O espelho de gua ter uma grelha metlica colocada a vinte
centmetros de profundidade, servindo de proteco zona mais
profunda, que permite uma utilizao pelas crianas, e no s, com
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
86/97
86
espelho de gua_elemento importante na qualificao ambiental do edifcio
toda a segurana. O abastecimento ao espelho de gua ser feito
atravs dos poos existentes no Complexo, estando definida ainda
uma ligao aos tanques de armazenamento da gua destinada rega
de todos os espaos verdes.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
87/97
87
relao da Piscina com a rua_pretende-se fazer com que o Complexo Desportivo da
Quinta da Nogueira seja mais permevel aos circuitos e dinmicas da cidade
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
88/97
88
acesso zona tcnica_atravs do fosso criado, o edifcio ganhou mais uma fachada
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
89/97
89
relao com o local_pretend-se estabelecer novas relaes com o meio envolvente,
atravs de uma forma afirmativa e de um optimismo responsvel em relao ao futuro,
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
90/97
90
procurou-se tirar o mximo rendimento dessa fonte inesgotvel de energia que o sol,
sob o ponto de vista do conforto trmico e sob o ponto de vista da luminosidade
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
91/97
91
a luminosidade foi trabalhada no apenas com o objectivo de receber e tratar
a luz recebida, mas tambm com o objectivo de oferecer luz cidade
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
92/97
92
neste projecto procurou-se dar resposta, atravs da arquitectura, s exigncias pre-
sentes e futuras , sob o ponto de vista social, econmico, ecolgico e tecnolgico
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
93/97
93
Concluso
Tenho a noo que se no tivesse realizado esta prova, o
projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia teria sido realizado e
eu teria, da mesma forma, feito parte da sua equipa projectista. todo
o perodo em que estive envolvido, e ainda estou, neste processo
corresponde ao perodo destinado realizao da prova final.
mas o valor que retiro deste trabalho muito mais alargado que
esta coincidncia de prazos. realizar a prova tendo como objecto
de trabalho um projecto que ainda decorre, e que ser executado,
permitiu-me fazer uma verdadeira sntese de todo o processo at
data. procurei estabelecer uma distncia, relativamente ao projecto,
que me permitisse pensar e intervir de uma forma mais crtica. se o
consegui na totalidade, como foi o objectivo partida, no sei. talvez
um dia consiga obter tal resposta. apenas sei que esta experincia,
por ter sido muito diferente daquilo a que estava habituado durante
o percurso acadmico, me permite, hoje, ver a prtica arquitectnica
de maneira diferente.
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
94/97
94
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
95/97
95
Bibliografia
AAVV; A Green Vitruvius - Princpios e Prticas de Projecto para
uma Arquitectura Sustentvel; Ordem dos Arquitectos; 2001
AAVV; El Croquis 60+84 - Herzog & De Meuron 1981-2000;
Elcroquis Editorial; Madrid; 2000
AAVV; El Croquis 109+110 - Herzog & De Meuron 1998-2002;
Elcroquis Editorial; Madrid; 2002
AAVV; El Croquis 129+130 - Herzog & De Meuron 2002-2006;
Elcroquis Editorial; Madrid; 2006
AAVV; 2G Libros - Lacaton & Vassal; Editorial Gustavo Gili, SA;
Barcelona; 2007
AAVV; Operative Optimism in Architecture; Actar; Barcelona; 2005
Amery, Colin; Architecture, Industry and Inovation - The Early Work
of Nicholas Grimshaw & Partners; Phaidon Press Limited; 1995
Anna, Susanne; Archi-neering; Hatje Cantz Verlag; 1999
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
96/97
96
Gauzin-Mller, Dominique; Arquitectura ecolgica; Editorial
Gustavo Gili, SA; Barcelona; 2003
Kaltenbach, Frank; Materiales traslcidos -Vidrio, plstico, metal
(DETAIL Praxis); Editorial Gustavo Gili, SA; Barcelona; 2004
Pearman, Hugh; Equilibrium - The work of Nicholas Grimshaw &
Partners; Phaidon Press Limited; 2000
Powell, Kenneth e Moore, Rowan; Structure, Space and Skin
- The work of Nicholas Grimshaw & Partners; Phaidon Press
Limited; 1996
Serra, Rafael; Arquitectura y Climas; Editorial Gustavo Gili, SA;
Barcelona; 1999
-
8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final
97/97
Links
Agncia Portuguesa do Ambiente - www.iambiente.pt
Associo Portuguesa da Energia - www.apenergia.pt
BCSD Portugal_Conselho Empresarial para o Desenvolvimento
Sustentvel - www.bcsdportugal.org
Cmara Municipal de Seia - www.cm-seia.pt
Federao Internacional de Natao - www.fina.org
Federao Portuguesa de Natao - www.fpnatacao.pt
Portal sobre Construo Sustentvel - www.construcaosustentavel.pt