projecto da piscina municipal coberta de seia_prova final

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    Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia

    o processo de trabalho numa equipa multidisciplinar

    a experincia e a prtica de gabinete

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    Joo Rui Santos Pires gavioProva orientada pelo Arquitecto Antnio BettencourtProva Final da Licenciatura em Arquitectura, Darq, FCTUC, Coimbra,Fevereiro de 2008

    Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia

    o processo de trabalho numa equipa multidisciplinar

    a experincia e a prtica de gabinete

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    Agradecimentos

    ... minha famlia (vocs esto l sempre que preciso), minha

    namorada (obrigado garota pela compreenso), aos meus amigos,

    de agora e de sempre, do curso e do trabalho, ao meu orienta-

    dor...enfim, a todos os que me apoiaram e motivaram para que eu

    terminasse este trabalho.

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    ndice

    Objectivo

    Introduo

    Como surgiu o projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia

    O Processo de Trabalho

    Ideia de Edifcio, Ideia de Forma

    Implantao

    Esquema Funcional

    Caracterizao Construtiva

    Concluso

    Bibliografia

    Links

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    Objectivo

    Com esta prova pretendo, atravs do estudo de um projecto

    realizado num gabinete multidisciplinar de projectos, debruar-me

    sobre a minha primeira experincia prtica de trabalho de uma forma

    objectiva e crtica (na medida do possvel, uma vez que no existe o

    distanciamento fsico e temporal que permita uma crtica mais profunda).

    pretendo fazer uma sntese de tudo o que envolveu o processo de

    trabalho. O projecto em causa da Piscina Municipal Coberta de Seia,

    tendo como dono de obra a Cmara Municipal de Seia. Neste momento

    est em fase de concluso o projecto de execuo enquanto se aguarda

    pelo anncio da data do lanamento do concurso para a sua construo.

    Com esta prova pretendo discutir prticas e comportamentos que nos

    so dados como adquiridos e incontornveis, sem ter, no entanto,

    a mnima presuno de afirmar novos paradigmas ou novos rumos

    para a arquitectura ou para a arquitectura deste tipo de programas.

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    Introduo

    Quando em Janeiro de 2006, enquanto frequentava o quinto

    ano do curso, iniciei o meu percurso profissional, estava longe de

    adivinhar a real influncia deste acontecimento no desenrolar, do

    que ainda restava, do meu percurso acadmico. No gabinete onde

    ainda colaboro, iniciei um projecto que deu origem prova que agora

    apresento. Desde cedo que encarei a minha participao neste processo

    como um desafio, porque se trata de um projecto de grandes dimenses

    e com um programa vasto em que foram introduzidas estratgias e

    conceitos que nunca tinha aplicado.

    Este gabinete tem na gnese da sua composio e do seu

    funcionamento uma ideia fundamental: a multidisciplinaridade. A

    procura da relao entre os vrios elementos que executam o

    projecto constante, ambicionando deste modo, o total controlo

    do projecto, nas suas diferentes fases e valncias. constante o

    dilogo entre engenheiros civis, engenheiros mecnicos, engenheiros

    electrotcnicos, arquitectos, arquitectos paisagistas, em cadaprojecto. Esta foi, sem dvida, uma boa surpresa. Eu no esperava,

    e no estava habituado, a trabalhar com uma equipa to vasta e to

    variada, pois durante o percurso acadmico todo o discurso gira em

    torno do papel do arquitecto e da sua interveno. Esta interaco

    permite perceber a especificidade do trabalho de cada elemento da

    equipa facilitando a integrao e a discusso das suas ideias. O facto

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    de haver uma equipa base relativamente pequena permite que seja

    exigido mais de cada um, levando a um envolvimento muito grande por

    parte de cada elemento.

    Se por um lado, foram desenvolvidas no meu processo de

    trabalho novas sensibilidades, devido a esse dilogo multidisciplinar,

    por outro lado tornou-se necessrio desenvolver uma atitude mais

    pragmtica nas diferentes fases do projecto. Esta atitude mais

    pragmtica deve-se necessidade de responder aos problemasinerentes a cada especialidade e necessidade de encontrar os

    caminhos para a sua eficaz integrao, sempre numa perspectiva

    global do projecto. O facto de a equipa de trabalho ser composta

    por engenheiros, exceptuando a minha contribuio, no ter,

    obrigatoriamente, de levar primazia das componentes estruturais e

    infraestruturais em relao ao desenho e arquitectura.

    Se em projecto se defende a multidisciplinaridade e

    responsabilidade tcnicas, por uma questo de coerncia lgica, emobra, ter de se seguir pelo mesmo caminho. Todos os processos

    construtivos estudados e desenvolvidos foram no sentido da sua

    aplicao em obra por equipas especializadas, minimizando a relevncia

    do trabalho artesanal. Assim, garante-se uma maior responsabilizao

    e um trabalho de maior qualidade e preciso em cada empreitada. Esta

    procura de abdicar de processos artesanais insere-se na estratgia

    do gabinete. De certo modo, deparo-me com uma atitude de afirmao

    de um modo de construir que seja identificado como sendo do sculo

    XXI.

    Outra ideia que se tenta desenvolver em cada projecto, e em

    especial neste, a da responsabilidade ambiental. Esta noo de

    responsabilidade ambiental insere-se nas prticas de construo

    sustentvel e est relacionada com a eficincia energtica, com

    o uso racional da gua, a reciclagem dos materiais no fim do seu

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    uso. Defende-se uma viso global do projecto, com a introduo de

    conceitos e processos que so trabalhados de uma forma integrada,

    evitando o somatrio de tcnicas coladas ao projecto.

    A ideia da responsabilidade ambiental ser ou no tida em

    conta no foi uma opo. Desde o incio foi vista como uma premissa

    fundamental devido ao carcter do programa do edifcio, uma vez que

    se trata de um grande consumidor de energia e de gua, e devido ao

    facto de ser uma pretenso do dono de obra dispor de um edifcioexemplar do que deve ser um equipamento colectivo e pblico no

    sculo XXI. A introduo desta premissa no projecto e no processo

    de trabalho no tem por base a procura de uma identificao com

    qualquer tipo de corrente estilstica ou panfletria associada

    designada arquitectura sustentvel. A introduo desta premissa

    assenta numa convico profunda e realista dos ganhos e benefcios,

    a diversos nveis, que se obtero com a adopo de uma postura

    responsvel e crtica perante as questes ecolgicas e ambientais.

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    Como surgiu o projecto da Piscina Municipal Coberta de

    Seia_intenes e implicaes

    Ser porventura questionvel a oportunidade da encomenda do

    projecto uma vez que estamos numa fase de cortes financeiros a todos

    os nveis e os recursos municipais no abundam, mas j a necessidade

    de um novo equipamento deste tipo no Municpio de Seia totalmente

    justificvel. Actualmente, a nica piscina municipal est na Escola

    EB 2,3 n 1 e dotada com apenas um tanque de aprendizagem com

    16 metros por 10 metros. A necessidade da construo de uma nova

    piscina coberta prende-se com o facto da existente no conseguir dar

    resposta s necessidades da populao (apenas serve a populao

    escolar e de um modo deficitrio).

    A encomenda deste projecto a esta equipa surgiu depois de

    o dono de obra, a Cmara Municipal de Seia, ter abandonado um

    projecto anterior (executado por outra equipa projectista), em fase

    de projecto de execuo, por este corresponder a elevados custos

    de construo e de explorao.Perante isto, sabia-se que a resposta a este desafio teria de ser

    efectuada com uma grande intensidade de trabalho e de forma clere.

    O processo teve incio em Novembro de 2006, ao passo que neste

    momento se procede concluso do projecto de execuo. Todo o

    processo de adjudicao da empreitada para a construo dever

    estar concludo at meados do ano de 2008, permitindo, certamente

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    por motivos de calendrio eleitoral, que a obra comece antes do

    final de 2008. Para alm deste factor temporal, outros apareceram

    como primordiais na abordagem do processo de trabalho, como so

    a procura de definir um edifcio com baixos custos de explorao e

    manuteno e a definio de processos construtivos que originassem

    uma construo rpida e com baixos custos. este processo de trabalho

    assenta numa viso optimista do futuro e no progresso, numa procura

    de relacionar a arquitectura com a sua poca.Houve a necessidade de proceder a uma resposta rpida,

    para recuperar todo o tempo perdido. Para tal, foi fundamental

    o envolvimento, desde o incio, de todos os membros da equipa

    formada, permitindo que todas as componentes do projecto fossem

    contempladas e introduzidas as problemticas inerentes desde cedo.

    A equipa foi formada, para alm da minha contribuio, por cinco

    engenheiros civis, dois engenheiros electrotcnicos e um engenheiro

    mecnico. A mim coube-me a responsabilidade pela arquitectura. Estaresponsabilidade assumida apenas perante a equipa projectista,

    como bvio, mas sem afectar em nada a minha contribuio e

    empenho. Como tal, coube-me a tarefa da definio funcional e formal

    do edifcio e de gerir a integrao das especialidades no projecto

    de arquitectura. Todo o processo passou por momentos de tomada

    de decises importantes para o rumo do projecto. Certamente que a

    presena na equipa de mais arquitectos levaria a crtica de encontro

    a questes no abordadas. A discusso para a definio formal e

    funcional do edifcio faria com que o projecto seguisse um rumo

    eventualmente diferente. A crtica, que um factor crucial para o

    desenvolvimento do projecto, foi exercida de um modo diferente da

    que existe durante o percurso acadmico. Aqui, a crtica foi exercida

    de um modo a desenvolver um esprito mais pragmtico na definio

    de solues. Tem de haver um esforo muito grande para desenvolver

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    o exerccio de uma autocrtica que seja eficaz, e capaz de provocar

    o necessrio afastamento para se poder reflectir sobre o prprio

    trabalho. Este facto, a par da experincia de trabalho numa equipa

    multidisciplinar, talvez possa ter sido o maior ganho pessoal neste

    processo, at agora.

    A minha participao numa equipa constituda maioritariamente

    por engenheiros originou uma relao de colaborao que se

    poder, de certa forma, inscrever no conceito de archi-neering.Esta juno de duas palavras e duas actividades (architecture+eng

    eneering)foi utilizada como tema de uma exposio, na cidade alem

    de Leverkusen em 1999, da obra conjunta do arquitecto alemo

    radicado nos Estados Unidos da Amrica Helmut Jahn e do engenheiro

    alemo Werner Sobek. A sua obra, exibida na exposio, fruto de um

    trabalho multidisciplinar assente numa base de raciocnio pragmtico.

    Susanne Anna, responsvel pelo conceito geral da exposio, refere

    que: ...actualmente, a relao entre o arquitecto e o engenheirorevela que a sua cooperao geralmente tende a aproximar a tarefa

    criativa do arquitecto ao ponto de vista da percepo humana sem

    lidar com os problemas sugeridos pelos aspectos tcnicos da

    arquitectura. A pertinncia desta questo reside no facto de saber

    realmente qual o limite, para o arquitecto, dos seus conhecimentos

    tcnicos ligados s engenharias. Neste projecto, atravs do dilogo

    interdisciplinar e da troca de ideias e conhecimentos, foi possvel

    chegar a respostas conjuntas no que diz respeito aos aspectos

    tcnicos da arquitectura.

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    O processo de trabalho

    O processo de trabalho iniciou-se, sem ser obrigatoriamente por

    esta ordem, pela visita ao terreno, por reunies com os responsveis

    da Cmara Municipal de Seia, pela recolha e anlise da legislao

    em vigor relativa ao projecto e ao programa, pelo estudo e definio

    do programa atravs da anlise crtica do projecto existente. Com

    o decorrer do trabalho continuaram a ser realizadas reunies de

    trabalho com a Cmara Municipal, foram iniciados contactos que

    deram lugar a reunies de trabalho com o Instituto do Desporto de

    Portugal (IDP), com uma empresa (GensInSerDe) que faz a gesto de

    piscinas municipais tanto ao nvel da manuteno como ao nvel do

    pessoal tcnico, realizadas consultas com representantes de marcas

    ligadas a materiais de construo, foram visitadas piscinas que se

    aproximassem na dimenso pretendida para esta (Piscina Municipal

    de Condeixa, Piscina Municipal de Tomar, Piscina Municipal Rui Abreu

    -Eiras, Coimbra). apesar da importncia da recolha de informaes

    teis para o desenvolvimento do projecto, atravs do desenho quese consegue modelar o raciocnio. o desenho foi a principal ferramenta

    de trabalho e de comunicao, juntamente com o esprito crtico e

    bom senso nas tomadas de deciso.

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    O terreno

    Ao chegarmos ao terreno somos confrontados com a encosta da

    serra que se ergue a nascente e com uma vista privilegiada sobre todo

    o vale que serve de acesso cidade de Seia a poente. O terreno para

    a implantao do edifcio da Piscina localiza-se dentro do permetro

    urbano de Seia, numa zona alta da cidade, j no percurso de subida

    at ao alto da Serra da Estrela. Inserido no Complexo Desportivo

    da Quinta da Nogueira, possui dois acessos: atravs do arruamentoexclusivo do complexo, a Norte, e atravs do sistema urbano virio

    (rua Leonardo Pessoa Homem) a Sul.

    a zona envolvente ao complexo sobretudo destinada

    utilizao residencial, sendo urbanisticamente descaracterizada.

    Actualmente o complexo composto pelo Estdio Municipal e pelos

    courtsde tnis, estando prevista a instalao, para alm da Piscina

    vista area de Seia e localizao do terreno

    para a implantao da Piscina

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    Municipal Coberta, de um pavilho gimnodesportivo e de zonas de lazer

    desportivo. O complexo tem como referncia a cota 600, ao passo

    que a cidade desenvolve-se entre as cotas 500 e 550 e a entrada

    noroeste na cidade e o restante vale cota 400.

    O terreno, com uma rea aproximada de 37.770 m, ligeiramenteacidentado, apresentando uma diferena entre a cota superior e a

    inferior de 15 metros. Esta condicionante pode ser superada devido

    vasta extenso do terreno. A zona com maior pendente e com menor

    possibilidade para se implantar o edifcio situa-se na parte noroeste.

    A pendente, de uma forma genrica, pode ser considerada de Nascente

    para Poente, sendo que a Este ergue-se a Serra da Estrela e a Oeste

    desenvolve-se a cidade. A localizao do terreno apresenta uma muito

    boa exposio solar, tendo apenas algumas obstrues incidncia

    da luz durante o perodo da manh devido encosta da serra. O local

    foi alvo, recentemente, de pequenos movimentos de terra, pelo que a

    vegetao existente quase nula, apenas constituda por vegetao

    espontnea. O sistema arbreo existente composto por castanheiros

    adultos, apesar de uma grande parte estar em ms condies sendo

    inevitvel a sua remoo. ainda de salientar a existncia de alguns

    vistas da envolvente do terreno_predominncia da utilizao residencial

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    poos de gua, no na zona definida para a implantao, mas ainda

    dentro do Complexo Desportivo da Quinta da Nogueira.

    O dono de obra_os seus anseios e objectivos

    A posio dos responsveis da Cmara Municipal de Seia pautou-

    se pela exigncia da criao de uma obra marcadamente virada parao futuro, no que concerne ao edifcio em si, nos modelos de gesto

    do edifcio, na responsabilidade ambiental e, sobretudo, ao papel da

    Piscina Municipal na cidade, como meio de responder a uma necessidade

    actual mas, tambm, reconhecendo a sua importncia como meio de

    desenvolver a vertente desportiva, educativa e ldica. Esta posio

    deixava espao de manobra no que respeita explorao de conceitos

    inovadores, para o programa em questo, quer ao nvel funcional

    quer ao nvel construtivo. Mas esta posio do dono de obra exigiu, e

    exige, da equipa projectista tambm muita responsabilidade no alcance

    de uma boa resposta aos seus anseios.

    A premissa que se definiu como basilar para o desenvolvimento

    do projecto foi a de criar um equipamento para todos, estudantes,

    desportistas, populao em geral e pessoas com necessidades

    especiais. Assim, definiu-se um edifcio cujo pblico-alvo representa

    vistas do terreno_morfologia ligeiramente acidentada e relao com a serra

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    toda a populao da cidade e freguesias envolventes. Para alm

    de ser importante fomentar a prtica desportiva numa vertente de

    competio (para tal foram definidos uma srie de espaos e valncias

    que permitem a realizao de competies de nvel regional e asseguram

    a componente do treino) revela-se to ou mais fundamental incentivar

    a prtica numa vertente ldica e relacionada com a sade.Apenas

    deste modo se conseguir rentabilizar a utilizao de um edifcio

    desta natureza. O que interessa Cmara Municipal de Seia, que quem no futuro assegurar a manuteno do equipamento, equipa

    projectista e ao pblico-alvo que a sua utilizao seja a mxima e

    mais variada possvel.

    A legislao de referncia_elemento castrador ou ferramenta de

    trabalho?

    Todo o processo normativo e legislativo tem como objectivos

    assegurar a qualidade, a segurana, o melhor desempenho dosequipamentos, dentro de cada campo de aplicao. Se a relao

    com os regulamentos e com as normas for estabelecida desde cedo

    poder ser evitado, ou pelo menos minimizado, o seu impacto negativo

    no processo criativo. Houve o cuidado de recolher toda a legislao

    existente e aplicvel a um edifcio deste tipo. Ainda assim, houve

    alteraes a fazer, em diferentes fases do projecto, quando se

    deparou com alguns incumprimentos. Quanto mais avanada a fase do

    projecto, mais difcil se torna a resoluo destas questes. Haver,

    de facto, elementos na legislao que so passveis de ser criticados,

    e cuja aplicao passvel de ser eliminada, mediante discusso e

    negociao com as entidades licenciadoras do projecto.

    A legislao em vigor de referncia para o desenvolvimento

    do projecto a seguinte: a Directiva CNQ 23/93 (A qualidade das

    piscinas de uso pblico); o Decreto-Lei n 163/2006 de 8 de Agosto

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    (Acessibilidade de espaos pblicos, equipamentos colectivos e edifcios

    pblicos e habitacionais); o Decreto Regulamentar n 34/95, de 16 de

    Dezembro (Regulamento das condies tcnicas e de segurana dos

    recintos de espectculos e divertimentos); o RGFPN (Regulamento

    Geral da Federao Portuguesa de Natao) e o regulamento da

    Federao Internacional de Natao Amadora (FINA). De todos os

    documentos, aquele que mais implicao teve nas decises tomadas

    foi, sem dvida, a Directiva CNQ 23/93 (A qualidade das piscinasde uso pblico). Isto deve-se ao facto de ser o nico documento

    que incide nica e exclusivamente sobre as disposies de segurana,

    hgio-sanitrias, tcnicas e funcionais que devem ser observadas nas

    piscinas de uso pblico. O dimensionamento mnimo dos espaos e dos

    equipamentos e a lotao mxima de banhistas por hora, por dia e

    instantnea, no mbito desta directiva, so definidos a partir da rea

    total de superfcies de plano de gua. Ou seja, todos os espaos

    e equipamentos da zona de servios anexos esto directamenterelacionados com a rea dos tanques (por exemplo: a rea total dos

    locais de vestirios ser de 0,3m por cada 1m de plano de gua;

    o nmero de chuveiros nos balnerios ser de 1 por cada 30m de

    plano de gua, com o mnimo de 4 por cada sexo). A directiva CNQ

    23/93 tambm fixa os requisitos de qualidade e tratamento de gua,

    trmicos e de ventilao e de iluminao e acstica, que foram tidos

    em conta nos respectivos projectos das especialidades.

    O projecto existente_o mesmo programa, outra filosofia

    Quando se iniciou a abordagem a este projecto partiu-se

    de um programa que era o mesmo do projecto existente, uma vez

    que no tinha sido posto em causa o programa, mas antes os seus

    aspectos oramentais. Estes aspectos oramentais esto obviamente

    relacionados com as definies funcionais e construtivas adoptadas.

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    O programa existente consistia em sete sectores: administrao e

    direco; balnerios e vestirios; manuteno fsica; recepo e

    bar; tanques (competio de 25 metros e aprendizagem) e bancadas;

    zona de tcnicos e pessoal; zona tcnica. Por outro lado, teve de

    se seguir a Directiva CNQ 23/93 (A qualidade das piscinas de uso

    pblico), que o documento que fixa as disposies de segurana,

    hgio-sanitrias, tcnicas e funcionais que devem ser observadas nas

    piscinas de uso pblico. Na anlise ao projecto existente verificou-se um sobredimensionamento dos espaos e dos sistemas estruturais.

    Para alm de lacunas graves sob o ponto de vista funcional e de

    sistemas construtivos, este sobredimensionamento geral sobre

    o qual o edifcio foi desenvolvido assumia-se como o maior factor

    penalizador do projecto.

    O anterior projecto, tendo por base o programa existente, estava

    dotado para receber provas nacionais ou internacionais, de acordo

    com o Regulamento Geral da Federao Portuguesa de Natao(FPN) e com o regulamento da Federao Internacional de Natao

    Amadora (FINA). Para tal, torna-se necessrio responder a requisitos

    mnimos, como so o dimensionamento do tanque e todos os servios

    anexos e de apoio. Este modelo de equipamento torna-se incompatvel,

    entrando mesmo em forte contradio, com a utilizao defendida

    e preconizada pelo dono de obra. O papel da equipa projectista

    passou por tentar esclarecer os prprios responsveis da Cmara

    Municipal quanto a esta questo e por procurar encontrar novos

    rumos tendo em vista a melhor utilizao do edifcio. Esta posio foi

    compreendida e partilhada pela Cmara Municipal de Seia, uma vez

    que o seu objectivo no se centra apenas na vertente competitiva/

    desportiva, mas antes na prestao de um servio populao.

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    Instituto do Desporto de Portugal_a importncia do seu papel

    No que respeita ao IDP, o seu papel de extrema importncia em

    todo o processo, porque um projecto deste tipo, construo de Piscina

    Municipal, tem de receber parecer favorvel na fase de licenciamento

    e ser vistoriada depois de concluda, pela mesma entidade. Neste caso

    concreto, j foi atribudo o parecer favorvel, como j havia sido

    na fase de estudo prvio. De referir que ao projecto anterior no

    tinha sido atribudo o parecer favorvel, facto que impossibilitariaa sua execuo sem que se procedesse s devidas correces. O

    acompanhamento deste projecto teve incio na execuo do estudo

    prvio e durante todo o processo, com algumas reunies e muitas

    conversas telefnicas. Durante as reunies que aconteceram foi-nos

    exposta uma situao que nos era de todo desconhecida. O IDP depara-

    se, hoje, com uma situao algo alarmante. Muitas piscinas municipais

    esto a encerrar por todo o pas, por incapacidade financeira, dos

    municpios, de as manter, sendo que a grande factura est relacionadacom os consumos energticos. Assim, tornou-se inevitvel para o IDP

    acentuar o seu papel na definio, execuo e avaliao da poltica

    pblica do desporto, tornando mais rgidas e intransigentes os seus

    princpios, tendo em vista o melhor aproveitamento dos equipamentos

    e a sua gesto. Sem dvida alguma que, num processo to longo

    e demorado, as posies do IDP tornam-no numa das maiores

    condicionantes do projecto. Apesar de tudo, neste caso, existiu um

    encontro entre as indicaes do IDP e o que se defendia no projecto,

    o que fez perceber que se caminhava no sentido certo.

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    O clima_uma condicionante nas tomadas de deciso

    O concelho de Seia est classificado como zona climtica I3-

    V2, verificando-se temperaturas muito baixas no Inverno ao passo

    que no vero se observa uma tendncia para um clima quente e seco,

    devido maior influncia continental. A mdia das temperaturas

    mnimas nos meses de Janeiro varia entre 0C e 2C e a mdia das

    temperaturas mximas nos meses de Agosto varia entre 26C e 30C.

    No panorama nacional a cidade de Seia das mais frias, podendo atemperatura atingir os -10C. A precipitao elevada, que conjugada

    com as baixas temperaturas leva formao de neve. Quando as

    temperaturas se encontram entre -2C e -5C a neve hmida, no

    causando problemas de maior s estruturas dos edifcios, mas

    quando se registam temperaturas muito baixas ela pode acumular

    facilmente. Foi frequente a expresso, por parte dos responsveis da

    Cmara Municipal em algumas reunies, ...por vezes a neve cola...,

    para acentuar a forte possibilidade da acumulao da neve. Sob oponto de vista climtico as maiores implicaes no projecto esto

    relacionadas com a grande variao de temperaturas ao longo do

    ano e com a ocorrncia de neves.

    vista da zona central de Seia sob nevo

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    Ideia de edifcio, ideia de forma

    Em certa medida, grande parte do projecto definida atravs das

    respostas s condicionantes existentes e s condicionantes criadas.

    Entendam-se as condicionantes criadas como as ideias e conceitos

    que se querem desenvolver no projecto e que no obedecem a uma

    imposio, quer seja fsica, ambiental, econmica. O projecto pode ser

    desenvolvido deste modo, numa atitude reactiva, de resposta linear

    aos problemas existentes, indo de encontro ao modus operandi da

    dupla francesa Lacaton & Vassal. A atitude da equipa projectista foi

    claramente afirmativa, com uma viso optimista e confiante naquilo

    que se prope. Existiu neste processo um desejo de forma. Procurou-

    se desenvolver uma arquitectura cuja forma fosse clara, dinmica,

    dialogante, no no sentido da procura de uma identidade do lugar mas

    no estabelecer de novas relaes com o lugar. A atitude afirmativa

    prende-se precisamente com o libertar o projecto de condicionantes

    locais que, foram desvalorizadas no processo de trabalho, como

    a procura de uma identidade na arquitectura de Seia. Ser que elaexiste? E, mesmo existindo, ser que assim to importante para,

    neste caso, justificar tais relaes? Procurou-se fugir ao vcio de

    fazer a referncia arquitectura local atravs da simples aplicao

    na fachada de materiais locais sob a forma de colagem.

    Para alm de todos os problemas encontrados e atrs descritos,

    no desenvolvimento do projecto houve que dar resposta, tambm,

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    quelas que eram as ideias e conceitos que se queria ver trabalhados

    no edifcio. A ideia de edifcio assenta nos seguintes conceitos:

    inovao formal e funcional, leveza, multivalncia e sectorizao e,

    sobretudo, na responsabilidade ambiental.

    Inovao

    A inovao est presente na escolha dos materiais de revestimento

    a utilizar e est presente na medida em que procurou contrariar

    certos paradigmas que regem a construo de piscinas nos dias de

    hoje, que acabam por ser contraproducentes na estratgia global

    definida para o edifcio. A inovao no est nos materiais em si,

    painel sandwich (painel com dupla face metlica e isolamento em

    poliuretano no interior) na cobertura e chapa de policarbonato nas

    paredes, mas na forma como so utilizados, uma vez que tm um uso

    quase exclusivamente industrial.

    A inovao est presente na forma do edifcio. Genericamente,

    a grande questo prende-se com a soluo construtiva adoptada

    Foto da Maqueta de trabalho concluda e apresentada na fase de estudo prvio

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    para vencer um grande vo, neste caso trata-se de 42,5 metros. A

    resposta a este problema levar, em grande parte, definio formal

    da piscina. Com um esquema simples, de duas guas na cobertura,

    definiu-se um volume nico mas que possui dinamismo devido s

    variaes das inclinaes da fachada.

    A inovao est presente na definio espacial. Foram tomadas

    algumas decises que vo contra a prtica corrente em programas

    deste tipo, como so: a introduo de um tecto falso na zona de cais;a separao da zona de cais da zona das bancadas. Estas solues

    permitem criar condies para que haja um maior conforto por parte

    do pblico e, sobretudo, para reduzir o volume de ar a tratar na

    zona de cais, por esta aco corresponder a mais de 50% da factura

    dos consumos energticos.

    cobertura plana

    esquema formal do edifcio

    definio da cumeeira

    definio da pendente

    definio formalrelao com o terreno

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    Leveza

    Apesar da forma afirmativa e da dimenso do edifcio, procurou-se

    alcanar uma imagem de leveza, atravs dos processos construtivos e

    dos materiais. Esta ideia de leveza no significa que se tenha adoptado

    por uma construo mais frgil ou menos robusta, procura-se, ao

    invs, retirar a monumentalidade com que este tipo de programas

    costuma ser tratado. Neste caso a ideia de leveza est relacionada

    com a noo de que no se constri para a eternidade. Os processosconstrutivos definidos neste projecto permitem, mantendo a estrutura

    e os elementos de suporte da fachada, a alterao ou substituio

    de todos os elementos de revestimento da fachada de uma forma

    relativamente fcil e rpida. O material definido para as fachadas

    tem uma garantia do fabricante de dez anos, podendo ser reciclado

    no seu final de vida. Esta ideia de leveza est tambm relacionada

    com o programa, na medida em que se tentou trabalhar a ideia de

    translucidez, numa aluso ao elemento gua.

    Multivalncia/sectorizao

    A multivalncia est relacionada com a definio do programa,

    como foi atrs referido. A sectorizao acabou por ser o resultado

    do desenvolvimento desta opo programtica que abarca tanto

    a dimenso funcional como a dimenso construtiva. Na dimenso

    funcional foram aprofundadas as relaes entre os diversos

    programas, estabelecendo hierarquias dos espaos e dos percursos.

    Foram definidos diferentes sectores consoante o carcter do seu

    utilizador: pblico (utilizador das instalaes ou espectador),

    pessoal tcnico, pessoal administrativo, pessoal de servio.

    Deste modo, os sectores podero ter funcionamentos totalmente

    diferenciados, com ganhos substanciais no que respeita eficincia

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    energtica, ao tratamento da qualidade do ar, e prpria gesto do

    edifcio na vertente da segurana, atravs da delimitao e controlo

    das circulaes. Na dimenso construtiva foram definidos sectores

    estruturais, independentes entre si e dimensionados separadamente,

    facilitando o seu clculo, produo e montagem. Os sectores esto

    separados entre si por juntas de dilatao.

    Responsabilidade ambiental

    A ideia da responsabilidade ambiental parte integrante

    do conceito geral de construo sustentvel, e relaciona-se,

    sobretudo, com a condicionante econmica, sob o ponto de vista

    da sustentabilidade deste equipamento municipal. Esta noo foi

    introduzida no processo desde o incio, tendo existido uma procura de

    assegurar em projecto a longevidade da construo, a durabilidade

    e adaptabilidade do edifcio, a conservao e o uso racional da gua

    e a eficincia energtica, atravs do uso racional de energia e autilizao de fontes de energia renovvel. Foi sob estes temas que

    se trabalhou, procurando solues cuja integrao no projecto e

    futura aplicao no edifcio se traduzissem em ganhos reais. Tem de

    se partir, para o trabalho de qualquer projecto, com a noo atrs

    referida, de que hoje no se constri para a eternidade, devido ao

    facto de os padres e exigncias de qualidade serem cada vez mais

    elevados. No limite poder-se- dizer que um edifcio s durvel se

    for transformvel, de forma a se poder adaptar a novas exigncias.

    Um edifcio dotado para receber um nmero to grande de

    utilizadores acaba por ter sempre grandes consumos de gua e

    energia. Procurou-se desenvolver alternativas de abastecimento e

    circuitos para o reaproveitamento de determinados usos da gua, como

    lavagens, regas, autoclismos. Deste modo reduz-se substancialmente

    o consumo de gua. No respeitante eficincia energtica parte-se de

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    duas ideias fulcrais para a utilizao do edifcio: um nico sistema

    para fazer a gesto global no edifcio e a existncia da figura de

    gestor do edifcio, que controla, toma decises relativamente

    aos parmetros que interferem nos sistemas automticos, e gere a

    segurana e a manuteno do equipamento. No desenvolvimento do

    projecto foi sempre tido em conta esta ideia da eficincia energtica

    atravs do melhor aproveitamento da exposio solar e ao mesmo tempo

    do seu controlo, da reduo do volume de ar a tratar na zona docais dos tanques, que corresponde a 70% de todos os gastos com os

    consumos energticos. Relativamente a fontes de energia renovvel,

    foi implementada a utilizao de colectores solares na cobertura

    para o aquecimento de guas sanitrias. No esto projectados

    sistemas de produo de energia elctrica visto a relao custo/

    benefcio ainda no ser muito vantajosa, contudo o edifcio encontra-

    se preparado para sua integrao logo que sejam economicamente

    viveis.

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    Implantao

    O terreno para a implantao da Piscina, para alm de ser uma

    premissa sempre importante num projecto, possui uma morfologia que

    exigiu algum esforo para a boa integrao do edifcio sem criar um

    grande movimento de terras, que levaria a custos mais acentuados.

    Mais uma vez a condicionante econmica obriga a encontrar outro

    tipo de caminhos, que, por sua vez, levam a problemas de arquitectura

    que podem gerar solues mais interessantes. No sendo um terreno

    plano, teriam sempre de existir dois nveis de entrada no edifcio,

    partes do edifcio que ficariam enterradas, fossos para iluminao

    e ventilao. Procurou-se, tambm, que este equipamento fizesse a

    ligao do Complexo Desportivo da Quinta da Nogueira com a restante

    estrutura urbana de Seia, devido ao seu carcter eminentemente pblico

    e colectivo, abrindo definitivamente o complexo populao.

    A inteno na implantao da Piscina foi a de aproveitar os

    desnveis existentes no terreno e a sua morfologia para desenvolver

    as vrias entradas do edifcio a diferentes cotas, procurando aminimizao do impacto que a instalao de um equipamento deste tipo

    acarreta. Ao nvel do tratamento ambiental da envolvente, procurou-

    se reduzir a impermeabilizao do terreno natural permitindo

    a infiltrao das guas pluviais, e evitar o abate de rvores,

    procedendo sua integrao com o edificado proposto. O sistema

    arbreo ser completado com a introduo de novas rvores (de

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    folha caduca) de modo a melhorar a envolvente ambiental do edifcio.

    Outra ideia trabalhada na implantao prende-se com a optimizao

    da exposio solar, explorando ao mximo o aproveitamento da fonte

    contnua de calor e luz, orientando o edifcio segundo o eixo sul-

    norte, estabelecendo uma relao franca da zona dos tanques com o

    exterior, atravs de uma extensa superfcie envidraada a poente.

    implantao_integrao no complexo desportivo e relao com o tecido urbano

    localizao e relao do terreno com a encosta da serra

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    Foram definidos dois nveis de entrada e acesso ao edifcio

    (cotas 604 e 609 metros), sendo a entrada principal da piscina (para

    os utilizadores quotidianos) a Sul e cota 604. A Poente estabelece-

    se a relao visual com a cidade, aproveitando o desnvel natural do

    terreno permitindo uma vista privilegiada. A Nascente localiza-se o

    acesso zona das bancadas, cota 609. Tambm cota 609, a Norte

    esto as entradas para a cafetaria e o restaurante e a entrada de

    servio, para os atletas nos dias de provas e campeonatos. Existeuma grande rea enterrada, cota 604, com acesso do exterior, e

    servida por um fosso que permite a ventilao e entrada de luz. Esse

    fosso serve tambm a zona tcnica, pois permite o acesso de veculos

    para cargas e descargas.

    Pretende-se, com esta implantao, a boa integrao no Complexo

    Desportivo atravs do aproveitamento do acesso existente ao Estdio

    Municipal e atravs do futuro desenvolvimento de um parque de

    estacionamento conjunto que sirva todos os equipamentos da zona.A piscina ir, tambm, cumprir o papel de elemento de abertura e

    de relao do Complexo Desportivo da Quinta de Nogueira com o

    tecido urbano da cidade de Seia. Esta disposio e orientao do

    edifcio no terreno transformam-no na porta pblica de entrada no

    complexo, uma vez que o acesso existente a Norte, e que servir

    tambm a nova construo, , neste momento, exclusivo do Estdio

    Municipal e dos campos de tnis. A entrada principal da piscina

    feita precisamente a partir da rua Leonardo Pessoa Homem, a Sul,

    afirmando a inteno de aproximao escala urbana da cidade e

    terminando com o carcter estanque do complexo. A acentuar esta

    posio foi definido um percurso pedonal, que percorre todo o

    terreno, uma zona de esplanada junto cafetaria e ao restaurante

    e um espelho de gua na frente Poente do edifcio. A cafetaria e

    o restaurante tero um funcionamento autnomo em relao aos

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    restantes programas, uma vez que a concesso destes espaos ser

    atribuda a terceiros, procurando uma utilizao do complexo por

    parte de diferentes pblicos.

    Arranjos exteriores

    arruamento

    percurso pedonal

    terreno natural

    saibro

    calada de granito

    lajeado de granito

    espelho de gua

    rvore existente

    rvore proposta

    0 10 50metros

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    A interveno ao nvel dos arranjos exteriores (projecto a

    definir em fase posterior pela mesma equipa projectista), ser pautada

    pela ideia da criao de um verdadeiro parque desportivo ao servio

    da populao, dotado de valncias que proporcionem a fruio

    desportiva e ldica, nas mais diversas formas. A estratgia adoptada

    tem por base a abertura do complexo populao, terminando com o

    carcter hermtico do mesmo. Ser criado um circuito de manuteno,

    com estaes de exerccios fsicos, que permita circular por todo oparque e que se relacione com campos de jogos informais.

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    Esquema funcional

    O edifcio desenvolve-se em 3 pisos, estando o piso 0 cota

    604, o piso 1 cota 609 e o piso -1 cota 599. Para uma optimizao

    da utilizao e funcionamento do edifcio foram distinguidos os usos

    e respectivas entradas. No piso 0 est definida a entrada principal e

    o acesso a todos os programas relacionados com os utilizadores do

    equipamento, funcionrios, pessoal tcnico e administrativo; a zona

    de cais e dos tanques; o conjunto dos servios anexos aos tanques

    (vestirios, balnerios, instalaes sanitrias, arrumos, zona do

    pessoal tcnico); os programas de manuteno fsica, healthcaree

    dois campos de squash; e uma zona tcnica. No piso 1 esto definidos

    os gabinetes da direco e administrao e os gabinetes do pessoal

    tcnico (professores, treinadores, monitores); as instalaes

    sanitrias; a bancada e a cabine de imprensa; e o restaurante e

    cafetaria. O piso -1 diz respeito zona de tratamento e recolha dos

    diversos tipos de gua. Entre o piso 1 e a cobertura situa-se uma

    zona tcnica para manuteno do equipamento do tratamento do ar everificao do bom funcionamento do edifcio.

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    planta do piso -1 0 5 25metros

    legenda: 1-tratamento da gua do tanque de treino 2-tratamento da gua do tanque

    de aprendizagem 3-depsitos de gua reutilizvel 4-depsitos de gua quente

    3

    4

    2

    1

    N

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    legenda: 1-entrada 2-arrumos 3-vestirio/balnerio 4-zona de cais dos tanques

    5-ginsio 6-healthcare 7-squash 8-sala de aquecimento 9-zona tcnica 10-zona do pes-

    soal tcnico11-sala polivalente

    0 5 25metros planta do piso 0

    987

    6

    5

    3

    1

    7

    2

    2

    10

    4

    11

    N

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    0 5 25metrosplanta do piso 1

    legenda: 1-zona de gabinetes 2-corredor tcnico 3-instalaes sanitrias 4-

    bancadas 5-cafetaria 6-restaurante

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    1

    6

    5

    2

    N

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    0 5 25metros planta do piso tcnico

    legenda: 1-passadio 2-corredor tcnico 3-zona das mquinas

    1

    3

    3

    1

    1

    2

    N

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    0 5 25metrosplanta da cobertura

    N

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    0 5 25metros

    alado sul_o grande vo envidraado permite a relao entre a zona de entrada

    (piso 0) e a zona de gabinetes (piso 1) com o espao exterior de acesso ao edifcio

    alado nascente_o acesso s bancadas processa-se de forma autnoma da entrada

    principal, permitindo um melhor controlo da utilizao do edifcio

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    48

    0 5 25metros

    alado poente_a malha metlica permite a entrada da luz de forma difusa pois a

    incidncia dos raios solares do quadrante Oeste rasante ao cho

    alado norte_entrada para o restaurante e a cafetaria, estes programas dotam o

    equipamento de mais valncias na procura de ganhar mais utilizadores

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    0 5 25metros

    corte transversal_definio de um tecto falso na zona de cais a e separao desta

    zona das bancadas permite uma diminuio do volume de ar a tratarna nave

    corte longitudinal_a zona tcnica, localizada entre o piso 1 e a cobertura, permite

    fazer a verificao do correcto funcionamento do edifcio

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    Sectorizao funcional

    A sectorizao teve um papel crucial na definio dos espaos

    e das circulaes, mas sobretudo ao nvel da gesto do edifcio.

    Foram definidos dez sectores programticos e sete sectores

    construtivos. Os sectores programticos foram estabelecidos para

    distinguir e controlar as diferentes utilizaes do edifcio, porque

    sempre possvel ter sectores em funcionamento e outros no. Os

    sectores construtivos correspondem a sete estruturas totalmenteindependentes separadas por juntas de dilatao. Para alm de

    ser uma necessidade, devido dimenso da obra, foi um aspecto do

    qual se procurou tirar partido, no do ponto de vista formal mas

    do ponto de vista funcional. O esquema estrutural definido permite

    uma optimizao dos recursos a utilizar na construo evitando o

    sobredimensionamento.

    sectores programticos

    piso 1piso 0

    3

    6 5

    4

    1 2

    8

    71

    3

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    Sector 1 (piso 0 e piso 1)

    plantas do piso 0 e piso 1

    legenda:

    1-antecmara 2-zona de espera 3-atendimento

    4-inst. sanitria (deficientes) 5-inst. sanitria

    (servio) 6-arrumos 7-gabinete administrativo

    8-gabinete tcnico 9-inst. sanitria (pblico)

    2

    9

    87

    6

    4 5

    3

    11

    9 4

    7

    7

    8

    8

    0 5 25metros

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    No primeiro sector est o espao de recepo do edifcio, onde

    so distribudos os diferentes fluxos de utilizao do edifcio,

    utilizadores (da piscina e da manuteno fsica), acompanhantes,

    pessoal tcnico, pessoal administrativo. As entradas e circulaes

    so controladas a partir do balco de atendimento. Com uma estreita

    relao visual e espacial com o piso 0, o piso 1 acaba por ser o

    seguimento programtico da zona de entrada. Neste sector est

    definida toda a zona administrativa e tcnica, com acesso por escadae elevador, constituda pelos gabinetes de direco e os gabinetes

    dos treinadores. As entradas nos gabinetes so feitas atravs de

    uma antecmara, para se poder separar a circulao de servio da

    circulao pblica. Esto definidas tambm neste piso as instalaes

    sanitrias de carcter pblico (masculinas, femininas e deficientes),

    que servem toda a zona de apropriao pblica, quer seja a partir da

    bancada, quer seja a partir da zona da entrada principal.

    A zona de entrada est prevista como sendo a zona de esperapor excelncia, pois tem uma ptima relao visual com a zona de cais.

    Em alternativa, pode-se aceder s bancadas a partir deste sector,

    funcionando estas tambm como zona de espera. existe a hiptese do

    sector das bancadas ser utilizado como passagem interior da zona

    de entrada at zona da cafetaria. Esta soluo depende obviamente

    do modelo de gesto encontrado e definido para o edifcio.

    A entrada processa-se atravs de uma antecmara, para evitar

    as perdas e os ganhos de energia, com as constantes entradas e

    sadas de pessoas. A zona da entrada foi definida de forma a enfatizar

    as relaes com o exterior do edifcio e tambm com o seu interior.

    Tambm dos gabinetes tcnicos existe uma relao visual com a zona

    de cais.

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    Sector 2 (piso 0)

    planta do piso 0

    legenda:

    1-zona de cais 2-tanque de aprendizagem

    3-tanque de treino 4-bancadas amovveis

    5-antecmara 6-lava-ps 7-inst. sanitria

    8-balnerios 9-vestirios 10-arrumos

    7

    6 6

    5

    32

    4

    1

    9 10

    8

    7 7

    7

    9 9

    9

    8 8 8

    0 5 25metros

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    Este sector programtico diz respeito a toda a zona de cais

    e respectivas zonas de apoio (vestirios, balnerios, instalaes

    sanitrias e arrumos). Este sector contm o programa central e

    fundamental do edifcio, no qual esto implantados os dois tanques,

    sendo um destinado ao treino e competio (25m x 21m), com a

    profundidade a variar entre 1,20m e 2,00m, e o outro destinado

    aprendizagem (20m x 10m), com a profundidade entre 0,80m e

    1,20m.Os acessos ao cais so efectuados a partir dos balnerios

    (masculinos, femininos e para grupos) e a partir da zona dos gabinetes

    de vigilncia e monitores, apesar de estar prevista a utilizao deste

    acesso apenas em ltimo recurso. Isto deve-se ao controlo que tem de

    existir nos acessos ao cais para preservar a higienizao do espao.

    Foi definido um percurso no sentido de obrigar os utilizadores a

    passarem pelo lava-ps, que atravs de sensores acciona o chuveiro,

    proporcionando uma lavagem rpida antes de aceder ao cais. Esteprocesso simples evita a maior parte das contaminaes bacterianas

    na gua dos tanques, reduzindo os seus tratamentos.

    A zona dos tanques est definida totalmente independente da

    zona das bancadas, atravs de superfcies envidraadas. A zona

    do cais permite a existncia de uma estrutura de bancada amovvel,

    que ser instalada quando existirem encontros ou provas, para os

    atletas ficarem sempre em contacto uns com os outros, junto dos

    tanques. Existem duas sadas directas para o exterior, integradas

    nas superfcies envidraadas a poente.

    A zona de vestirios/balnerios est dividida em dois tipos, os

    gerais, masculinos e femininos, e os de grupos, que podem ser utilizados

    ocasionalmente por grupos ou por crianas com acompanhamento dos

    pais. Est sempre salvaguarda a presena de pessoas com mobilidade

    condicionada nos vestirios/balnerios gerais.

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    Sector 3 (piso 0 e piso 1)

    plantas do piso 0 e piso 1

    legenda:

    1-antecmara 2-vigilantes/monitores

    3-primeiros socorros 4-juzes 5-controlo

    mdico 6-instalao sanitria

    7-balnerios/vestirios 8-entrada de servio

    7

    6

    6

    8

    7

    7

    6

    3

    54

    2

    1

    7

    1

    8

    0 5 25metros

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    O terceiro sector destina-se utilizao competitiva e tambm

    segurana e proteco dos utilizadores dos tanques da piscina.

    Esto definidos o gabinete dos monitores e vigilantes, o gabinete dos

    primeiros socorros (estes espaos tero uma utilizao contnua), o

    gabinete de controlo mdico e o gabinete dos juzes (estes espaos

    so vocacionados para apoio s provas e competies). Para a

    utilizao de todo os trabalhadores e funcionrios da piscina quer

    sejam da limpeza, da manuteno, monitores, professores, foramdefinidas neste sector as instalaes sanitrias e ainda os vestirios

    e balnerios. De acordo com a directiva CNQ 23/93, definiu-se um

    pequeno ncleo de instalaes sanitrias e balnerios/vestirios

    para utilizao exclusiva de rbitros e juzes durante a ocorrncia

    de provas e competies. Quer os espaos dos juzes, quer os dos

    monitores e dos vigilantes tm uma total relao visual com a zona

    do cais, apesar do acesso ao cais, de todos os gabinetes desta zona,

    ser efectuado a partir da antecmara existente.Neste sector est definida tambm uma outra entrada no edifcio,

    esta destinada aos atletas e participantes em provas e encontros de

    natao.

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    Sector 4 (piso 0)

    planta do piso 0

    legenda:

    1-sala polivalente

    1

    0 5 25metros

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    O quarto sector diz respeito somente sala polivalente.

    Este espao no tem um programa rgido e inaltervel. Ele vai ao

    encontro da lgica da flexibilidade programtica que foi defendida

    no projecto, como forma de dotar o edifcio de espaos que tornem

    possvel uma utilizao por pblicos variados. Este claramente

    um espao em aberto. Pode ser utilizado como sala de aquecimento

    enquanto decorrerem provas ou competies, pode ser utilizado para

    exposies e encontros variados, ligados ou no prpria piscina.Apesar da ligao interior com o restante edifcio, esta sala pode ter

    uma utilizao totalmente independente.

    A sala polivalente, apesar da indefinio programtica, um

    espao caracterizado atravs da luz, que se pretende abundante e

    difusa, e concomitantemente estabelea uma relao visual com o

    circuito exterior da envolvente da Piscina quer com o interior da

    nave dos tanques.

  • 8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final

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    Sector 5 (piso 0)

    planta do piso 0

    legenda:

    1-antecmara 2-zona tcnica 3-ascensor

    de cargas 4-casa da caldeira 5-abertura

    na laje para passagem de equipamento

    5

    4

    3 2

    1

    0 5 25metros

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    Ao quinto sector programtico corresponde zona tcnica

    existente no piso 0. Com relao franca com o exterior, para cargas

    e descargas, a zona tcnica neste piso tem como principal funo ser

    o ponto de relao com o piso -1 (piso tcnico). Esta relao feita

    atravs de escada, de ascensor de cargas (2,1m x 2,0m) e atravs de

    uma abertura na laje (5,0m x 5,0m) para a passagem de todo o tipo

    de equipamento. Est definida tambm a casa da caldeira, com acesso

    apenas pelo exterior.

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    Sector 6 (piso 0)

    planta do piso 0

    legenda:

    1-ginsio de manuteno 2-sala de repouso

    3-sala de massagem 4-zona de banhos

    (secos, hmidos, imerso) 5-antecmara

    6-vestirio/balnerio/inst. sanitria 7- campo

    de squash 8-sala de aquecimento

    5

    4 6

    6

    6

    6

    5

    3

    2

    1

    8

    77

    0 5 25metros

  • 8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final

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    Ao sexto sector correspondem os programas relacionados com

    o bem-estar e a manuteno fsica, numa lgica de complementaridade

    ao programa principal. Est contemplado um ginsio de manuteno,

    dois campos de squash, vestirios/balnerios gerais, sauna (com

    cabine de banhos secos, cabine de banhos hmidos, tanque de imerso,

    sala de massagem, sala de repouso e vestirios/balnerios prprios)

    e arrumos. Est ainda definida uma sala de treino/aquecimento que

    comum piscina, podendo a sua utilizao ser controlada segundoas necessidades.

    A inteno da Cmara Municipal de Seia integrar este sector

    na gesto global do edifcio, pondo de parte, pelo menos para j, a

    hiptese da concesso deste conjunto de espaos e de programas.

    A concepo deste sector foi feita de forma a salvaguardar esta

    hiptese. Apesar das ligaes internas entre os diferentes sectores,

    consegue-se proceder autonomizao de cada um deles.

  • 8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final

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    Sector 7 (piso 1)

    planta do piso 1

    7 6 5

    4

    3

    2

    1

    legenda:

    1-antecmara 2-restaurante 3--cafetaria

    4-balco 5-entrada de servio 6-cozinha

    7-inst. sanitria 8-inst. sanitria (deficientes)

    9-inst. sanitria (servio)

    9

    8

    7

    4

    0 5 25metros

  • 8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final

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    Se para o sector anterior est prevista a sua integrao na

    gesto global do edifcio, no caso do stimo sector a gesto ser

    feita por terceiros, atravs da concesso dos espaos a uma entidade

    externa relativamente Cmara Municipal. Esta questo, da gesto

    dos espaos ser ou no concessionada, tem grande influncia na

    definio dos mesmos. Neste momento, uma questo em aberto, logo

    a definio espacial tem de permitir uma e outra soluo. Este o

    sector que engloba o restaurante e a cafetaria. Estes espaos estodefinidos e infra-estruturados para que possam funcionar de forma

    autnoma em relao Piscina, dotando-a, desta forma, de mais uma

    valncia na procura de ganhar o maior nmero de utilizadores.

    O restaurante tem capacidade mxima para 68 pessoas em

    simultneo. Os servios so comuns ao restaurante e cafetaria,

    optimizando o seu funcionamento, que dever ser gerido em conjunto.

    Com forte relao com o exterior, tanto o restaurante como a

    cafetaria procuram tirar partido da zona de esplanada assumindo,deste modo, o seu carcter nico no mbito do complexo desportivo,

    no que diz respeito aos programas existentes e futuros.

  • 8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final

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    Sector 8 (piso 1)

    planta do piso 1

    3 3 32

    11

    legenda:

    1-antecmara 2-bancada 3-lugar para

    cadeira de rodas 4-cabine de imprensa

    432

    0 5 25metros

  • 8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final

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    67

    A bancada, que define o oitavo sector, apresenta uma

    configurao diferente daquilo que se tornou comum na construo

    de piscinas cobertas. A bancada est separada da nave dos tanques

    atravs de um envidraado, diminuindo o volume de ar a tratar,

    na nave, e aumentando o conforto dos espectadores, uma vez que

    no esto expostos aos valores da temperatura e da humidade da

    zona dos tanques. Esta soluo tem bvias implicaes na relao

    entre espectadores e atletas, mas avaliando a previsvel utilizaocompetitiva deste equipamento, este factor foi desvalorizado tendo

    sido dada a prioridade poupana energtica substancial que se

    consegue.

    Com entrada a partir da cota superior (609), este sector

    tem acesso directo do exterior, atravs de duas antecmaras. A

    bancada est capacitada para receber 256 espectadores, estando

    ainda definidos 4 lugares para cadeiras de rodas junto aos lugares

    existentes. Apesar de no estarem marcados e definidos junto aosoutros lugares, existe a possibilidade da permanncia de um maior

    nmero cadeira de rodas na zona de acesso s bancadas. Isto

    acontece sem que haja um prejuzo na qualidade das circulaes ou

    na qualidade dos outros lugares.

    Est definido, na zona central da bancada, um gabinete de

    imprensa, fechado e devidamente infra-estruturado, com rede de

    televiso, Internet e telefone.

  • 8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final

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    Sector 9 (piso -1)

    planta do piso -1

    legenda:

    1-depsito de gua quente 2-depsito de

    gua reutilizvel 3-tanque de compensao

    4-filtros 5-bombas 6-ascensor de cargas

    7-casa das mquinas 8-abertura na laje

    para passagem de equipamento

    4

    4

    5

    5

    5

    555

    6

    7

    8

    3

    1

    1

    1

    3

    2222 2 2

    0 5 25metros

  • 8/9/2019 Projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia_Prova Final

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    69

    O sector nove diz respeito zona tcnica, um espao aberto de

    trabalho, onde funcionam os sistemas de tratamento e recolha dos

    diversos tipos de gua. Neste espao encontram-se os tanques de

    compensao, as bombas, os filtros e os sistemas de tratamento e

    correco da gua, relativos a cada um dos tanques (aprendizagem

    e treino/competio). A recirculao da gua feita atravs da sua

    recolha (caleiras do tipo finlandesa) e armazenamento (tanques de

    compensao), seguindo-se a bombagem (grupos de electrobombas compr-filtro), passando pelo sistema de filtragem (atravs de filtros

    de areia) e pelos sistemas de aplicao dos produtos e mtodos

    para o tratamento da gua (floculao - antes da passagem pelos,

    desinfeco por ultravioletas, correco com doseamento de cloro

    e correco do PH).

    Neste sector esto tambm definidos os depsitos da gua

    quente, os dois depsitos das guas dos autoclismos, os dois

    depsitos das guas para rega e os dois depsitos das guas para aslavagens. Estes depsitos so abastecidos pela recolha das guas

    pluviais, pela recolha das descargas do fundo dos tanques atravs

    das segundas caleiras da zona do cais (as primeiras so as caleiras

    do tipo finlandesa e canalizam para o tanque de compensao) e

    pela recolha da gua do espelho de gua, que se situa em frente

    da zona do cais, a poente. Estes processos inserem-se na estratgia

    global com que se abordou o projecto, procurando solues para a

    conservao e o uso racional da gua.

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    Sector 10 (entre o piso 1 e a cobertura)

    planta do piso tcnico

    2

    3

    3

    1

    1

    legenda:

    1-passadio 2-corredor tcnico 3-zona

    das mquinas

    1

    0 5 25metros

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    Neste sector est definida uma outra zona tcnica, por cima dos

    tectos do piso 1, onde se encontram os equipamentos das instalaes

    mecnicas e os depsitos de gua que abastecem os autoclismos,

    como da estratgia para a reutilizao da gua. O acesso a esta zona

    tcnica feito a partir do interior das paredes exteriores, que so

    visitveis para a sua total manuteno e para a manuteno de todas

    as redes infraestruturais que nelas circulam.

    Em cada um dos topos do edifcio est definida uma lage debeto armado para suportar as cargas associadas instalao de

    todas as mquinas e depsitos. para permitir o acesso e a manuteno

    de toda a zona, a circulao est definida atravs de percursos

    criados com a colocao de chapas metlicas perfuradas ligadas

    estrutura principal.

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    72

    vista geral da proposta

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    vista geral da proposta

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    Caracterizao construtiva

    Com algum distanciamento, hoje consigo perceber o conceito

    construtivo adoptado para o edifcio de uma forma diferente da minha

    percepo inicial, daquela que eu tinha quando estava envolvido no

    processo de trabalho. Para alm da sectorizao, que um dado

    objectivo, apesar de no ter reflexo na formalizao do edifcio, os

    aspectos que esto mais realados so o tratamento da fachada e a

    forma geral do volume. so estes os elementos mais caracterizadores

    do projecto.

    os elementos caracterizadores: a sectorizao, o tratamento da fachada e a forma

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    Sectorizao

    Como foi atrs referido, a sectorizao do edifcio foi

    desenvolvida tanto na vertente funcional como construtiva,

    tendo sido definidos sete sectores estruturais, independentes

    entre si e dimensionados separadamente. O que era partida uma

    inevitabilidade devido dimenso e extenso do edifcio, a definio

    de estruturas independentes e a criao de juntas de dilatao,

    tornou-se em mais um dado de projecto, em que se procurou, em certamedida, uma correspondncia entre os sectores construtivos e os

    sectores programticos. Foram definidos sete sectores, sendo que

    esta sectorizao construtiva no revelada na expresso formal

    do edifcio. Optou-se por um volume unitrio e por relaes com o

    terreno, de modo a tirar partido dos desnveis para ter parte do

    programa enterrado.

    os sete sectores construtivos

    3

    65

    4

    1 2

    7

    31 2

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    Estrutura

    Os elementos estruturais foram definidos em beto armado (nas

    fundaes e muros de suporte de terras) e, sobretudo, em perfis

    de ao. O principal problema na concepo e definio do esquema

    estrutural esteve relacionado com a dimenso do vo a vencer,

    que neste caso de 42,50 metros. A soluo passou pela definio

    de trelias compostas por tubulares de ao, de seco quadrada,

    suportadas por perfis em ao, do tipo HEA. O conjunto definido pelatrelia e pelos pilares metlicos estabelece o mdulo estrutural que

    ir dar forma ao edifcio. Nos sectores do edifcio que se encontram

    abaixo do nvel da superfcie do terreno, o sistema estrutural

    composto por muros de suporte de beto armado e tambm por pilares

    em perfis de ao. As lajes so do tipo fungiforme e aligeirada. Os

    mdulos esto dispostos segundo os eixos estruturais, que tm um

    afastamento entre si de 5 metros, sendo a ligao entre si feita por

    vigas em perfis de ao do tipo HEA. Apesar da definio do mdulotipo e da procura pela sistematizao dos elementos a utilizar, cada

    uma das 17 trelias foi definida com um desenho nico, devido

    complexidade da conjugao dos diversos factores em causa: a

    pendente da cobertura; as cargas suplementares nas trelias dos

    sectores 1 e 3 (devidos ao pisos tcnicos que contm todas as

    mquinas dos sistemas tratamento de ar da nave dos tanques e dos

    sistemas de insuflao e extraco de ar).

    Outro aspecto relativo estrutura prende-se com a fachada. Os

    elementos estruturais da fachada assumiram um papel fundamental

    na estabilizao e concretizao do desenho estrutural atravs da

    sua funo de ligao dos mdulos estruturais estabelecendo uma

    malha unificadora, para alm de servir de suporte aos elementos

    da fachada. A fachada est definida com uma dupla parede de

    policarbonato, criando uma caixa-de-ar no interior com mltiplas

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    funes: controlo do comportamento trmico, atravs da criao de

    uma cortina fresca no vero e de uma cortina quente no Inverno;

    parede tcnica, pelo facto de nela se encontrar os circuitos das

    redes elctricas, de ITED (infra-estrutura de telecomunicaes em

    edifcios), das guas, dos sistemas AVAC (aquecimento, ventilao e

    ar condicionado); corredor tcnico no segundo sector programtico

    e construtivo, de acesso ao piso tcnico das trelias, podendo ainda

    ser visitvel noutros sectores para aces de manuteno.

    segundo sector construtivo_o esquema estrutural composto por trelias

    (tubulares de ao de seco quadrada) e pilares (perfis de ao do tipo HEA)

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    cortes de fachada

    foi definida uma laje de piso

    sobre uma caixa de ar venti-

    lada, ao invs de uma laje depavimento trreo, para, assim,

    servir de proteco contra o

    rado.

    a malha metlica, afastada da

    superfcie envidraada, com-

    bina uma eficaz filtrao dos

    raios solares (rasantes ao

    cho) com a entrada da luz de

    forma difusa.

    para a definio da fachada

    foi criada uma parede dupla de

    policarbonato. na caixa-de-ar

    vai circular ar tratado, aque-

    cido ou arrefecido, consoante

    a estao do ano.

    na cobertura est definida a

    utilizao de painis sand-

    wich. est prevista a incorpo-

    rao, na cobertura, de painis

    solares trmicos, sendo que de

    momento, os painis fotovolta-

    icos no estam contemplados.

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    Policarbonato_limitaes e potencialidades da sua aplicao

    A utilizao de chapas alveolares de policarbonato no

    revestimento de fachadas muito comum em edifcios de carcter

    industrial, sobretudo pela sua relao qualidade/preo. Actualmente

    a sua utilizao bem mais variada tendo sido utilizado em obras de

    alguns importantes gabinetes de arquitectura como balos & Herreros

    (Complexo de Reciclagem de Resduos Urbanos de Valdemingmez em

    Madrid), Herzog & De Meuron (Armazm e Sede da Fbrica RicolaEurope em Frana e o Centro de Dana Laban em Inglaterra) ou Office

    for Metropolitan Architecture (Museu de Arte Snu na Coreia do Sul),

    entre muitos outros exemplos.

    Este material utilizado sobretudo em substituio do

    vidro, tendo como grandes trunfos o facto de ser um material

    leve, com elevada resistncia ao impacto, ptima translucidez,

    bom comportamento trmico, sobretudo quando comparado com o

    vidro, e com uma fcil e rpida aplicao. Por ser um polmero, mais

    precisamente um termoplstico por ser moldvel quando aquecido,

    Centro de Dana Laban (Herzog & De Meuron); Museu de Arte Snu (OMA)

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    acarreta um elevado custo energtico para a sua produo. Este

    ser o factor mais penalizante acerca da utilizao do policarbonato,

    sobretudo quando existem preocupaes relacionadas com prticas

    construtivas sustentveis. Todavia, possvel a reciclagem deste

    material, que, aliada rpida e fcil aplicabilidade, minimiza os

    custos inerentes sua produo. Este um factor que normalmente

    desprezado na arquitectura e na construo mas que tem de ser

    tido em conta quando estamos numa poca em que as preocupaesambientais assumem particular importncia. S se poder calcular,

    de uma forma eficiente, o impacto ambiental de um edifcio se for

    contabilizado o impacto do seu desmantelamento (em fim de vida do

    edifcio) ou substituio (em actos de reconstruo). A reciclagem

    revela-se fundamental para a minimizao deste impacto. A garantia

    do fabricante para este material de dez anos, mas acredita-se que a

    sua durabilidade chegue perfeitamente aos 30/40 anos.

    A utilizao deste material, foi de encontro s ideias de leveza,de transparncia, com que se pretendeu desenvolver o projecto,

    tendo tambm em considerao a importncia da luz. O objectivo

    foi definir toda uma massa translcida, aproveitando a vantajosa

    exposio solar de uma forma total mas difusa. A estratgia passou

    por aproveitar ao mximo a exposio solar do edifcio que, excepo

    da cobertura e das grelhas de ventilao, faz o total aproveitamento

    dos raios solares que incidem sobre as suas superfcies.

    A parede exterior composta por duas chapas alveolares de

    policarbonato que definem uma caixa-de-ar. A chapa de policarbonato

    do lado exterior da parede do tipo branco opalino, com quatro

    centmetros de espessura e com seis paredes internas, permitindo a

    entrada da luz de forma difusa, e a chapa do lado interior do tipo

    transparente, com quatro centmetros de espessura e com seis paredes

    internas, para ser um bom difusor da luz existente da caixa-de-ar.

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    Esta situao ocorre durante o dia mas durante os perodos sem

    luz solar est definido um sistema de iluminao artificial existente

    entre as duas chapas de policarbonato para tirar partido das suas

    propriedades translcidas. Este sistema independente da iluminao

    de funcionamento do edifcio, sendo que a soluo a adoptar ainda

    est em fase de estudo, efectuado por equipas especializadas das

    marcas fornecedoras.

    Exposio solar_procura da mxima rentabilidade

    Da mesma forma que se procurou tirar o mximo proveito

    dessa fonte inesgotvel de energia que o sol, teve-se, igualmente,

    pormenores horizontais_parede de policarbonato (situao comum e junta de dilatao)

    legenda:

    1-perfil de ao HE 400A 2-tubular de ao 100x100x6,3mm 3-tubular de ao

    60x50x3mm 4-tubular de ao 100x60x3mm 5-placa de policarbonato PC2540-6

    6-chapa de alumnio 7-caixilharia de alumnio ARKIAL, sistema de batente B90

    interior interior

    exterior exterior

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    ateno ao controlo dos efeitos nocivos da exposio solar, tendo

    em considerao as actividades a desenvolver nos espaos. Deste

    modo, foram definidos sistemas de obscurecimento e proteco

    solar diversificados, de acordo com as necessidades de cada

    espao. Na zona do cais dos tanques o envidraado est orientado

    a poente, ou seja, a luz quando incide directamente f-lo de uma

    forma quase rasante ao cho tornando difcil a visualizao das

    proteco solar_nos gabinetes foi definifido um sistema de lminas fixas no exterior

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    superfcies de plano de gua, por causa do reflexo causado. Definiu-se

    um sistema de proteco, afastado da caixilharia, que filtra os raios

    de forma eficaz e contnua, sem por em causa a iluminao do espao.

    Este sistema composto por mdulos de malhas metlicas fixadas

    aos perfis metlicos da estrutura da fachada.

    Nos gabinetes, no primeiro sector programtico, foi definido um

    sistema de lminas fixas no exterior, para evitar o sobreaquecimento

    do vidro e a transmisso trmica, j que se encontram expostos asul. Nestes espaos, como tambm acontece no restaurante, no bar e

    na sala polivalente, esto contemplados sistemas de blackout pelo

    interior. Nos restantes espaos no se justificam quaisquer tipos de

    proteco solar.

    O isolamento trmico do edifcio_isolamento trmico e propriedades

    translcidas

    O isolamento trmico do edifcio desempenha um papel fulcralna vida do edifcio, tanto ao nvel do conforto (com especificaes

    definidas na legislao), como ao nvel da eficincia energtica.

    Neste projecto tornou-se um desafio aliciante conjugar, na

    parede exterior, um eficiente isolamento trmico com propriedades

    translcidas. O isolamento trmico feito, por meios mecnicos,

    atravs da circulao de ar na caixa-de-ar, ar quente no Inverno e

    ar fresco no vero. No vero ser injectado, na caixa-de-ar, ar que

    recolhido no exterior e que ser canalizado em profundidade e

    conduzido, em manilhas de beto, pelo espelho de gua situado em

    frente zona dos tanques, a dois metros de profundidade (onde o

    ar substancialmente mais fresco). O ar circular na caixa-de-ar

    formando uma barreira de ar fresco em redor do edifcio, minimizando

    os ganhos de calor do exterior para o interior. No Inverno pretende-

    se que o efeito seja precisamente o oposto, isto , que em redor

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    do edifcio o ar que circula seja aquecido e tenha uma temperatura

    relativamente superior temperatura existente no exterior. Durante

    o dia existe o aproveitamento da radiao solar, criando um efeito de

    estufa na caixa-de-ar, reduzindo a necessidade do seu aquecimento.

    Durante a noite, como os espaos so climatizados, a existncia de

    uma caixa-de-ar ventilada faz com que se reduzam as perdas de calor

    por transmisso.

    A cobertura, devido sua extenso, assume particular relevncianas transmisses trmicas. Para minimizar este facto, foi definida a

    aplicao de placas de painel sandwichcom a espessura de oito

    centmetros no isolamento em poliuretano. Esta soluo tem custos

    muito inferiores em relao a todas as outras solues correntes e

    tem uma fcil e modular aplicao.

    Espelho de gua_para alm da funo de enquadramento paisagstico

    O espelho de gua, para alm das suas funes de embelezamentopaisagstico, integrado no complexo desportivo, e de refrigerador do

    ar que passa nas condutas, tem outra funo associada qualificao

    ambiental do edifcio no Vero. Nos meses quentes, devido ao aumento

    da temperatura, ocorre a evaporao da gua que, pela aco dos

    ventos (o edifcio est relativamente exposto aco do vento por

    se encontrar numa zona alta e por no ter barreiras fsicas que a

    impeam) cria uma cortina fresca junto fachada poente do edifcio.

    Deste modo, atravs da explorao de processos bioclimticos e com

    uma infra-estrutura simples, consegue-se reduzir o impacto da elevada

    temperatura no edifcio que na cidade de Seia, frequentemente, atinge

    valores muito elevados.

    O espelho de gua ter uma grelha metlica colocada a vinte

    centmetros de profundidade, servindo de proteco zona mais

    profunda, que permite uma utilizao pelas crianas, e no s, com

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    espelho de gua_elemento importante na qualificao ambiental do edifcio

    toda a segurana. O abastecimento ao espelho de gua ser feito

    atravs dos poos existentes no Complexo, estando definida ainda

    uma ligao aos tanques de armazenamento da gua destinada rega

    de todos os espaos verdes.

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    relao da Piscina com a rua_pretende-se fazer com que o Complexo Desportivo da

    Quinta da Nogueira seja mais permevel aos circuitos e dinmicas da cidade

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    acesso zona tcnica_atravs do fosso criado, o edifcio ganhou mais uma fachada

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    relao com o local_pretend-se estabelecer novas relaes com o meio envolvente,

    atravs de uma forma afirmativa e de um optimismo responsvel em relao ao futuro,

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    procurou-se tirar o mximo rendimento dessa fonte inesgotvel de energia que o sol,

    sob o ponto de vista do conforto trmico e sob o ponto de vista da luminosidade

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    a luminosidade foi trabalhada no apenas com o objectivo de receber e tratar

    a luz recebida, mas tambm com o objectivo de oferecer luz cidade

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    neste projecto procurou-se dar resposta, atravs da arquitectura, s exigncias pre-

    sentes e futuras , sob o ponto de vista social, econmico, ecolgico e tecnolgico

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    Concluso

    Tenho a noo que se no tivesse realizado esta prova, o

    projecto da Piscina Municipal Coberta de Seia teria sido realizado e

    eu teria, da mesma forma, feito parte da sua equipa projectista. todo

    o perodo em que estive envolvido, e ainda estou, neste processo

    corresponde ao perodo destinado realizao da prova final.

    mas o valor que retiro deste trabalho muito mais alargado que

    esta coincidncia de prazos. realizar a prova tendo como objecto

    de trabalho um projecto que ainda decorre, e que ser executado,

    permitiu-me fazer uma verdadeira sntese de todo o processo at

    data. procurei estabelecer uma distncia, relativamente ao projecto,

    que me permitisse pensar e intervir de uma forma mais crtica. se o

    consegui na totalidade, como foi o objectivo partida, no sei. talvez

    um dia consiga obter tal resposta. apenas sei que esta experincia,

    por ter sido muito diferente daquilo a que estava habituado durante

    o percurso acadmico, me permite, hoje, ver a prtica arquitectnica

    de maneira diferente.

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    Bibliografia

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    AAVV; El Croquis 60+84 - Herzog & De Meuron 1981-2000;

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    AAVV; El Croquis 109+110 - Herzog & De Meuron 1998-2002;

    Elcroquis Editorial; Madrid; 2002

    AAVV; El Croquis 129+130 - Herzog & De Meuron 2002-2006;

    Elcroquis Editorial; Madrid; 2006

    AAVV; 2G Libros - Lacaton & Vassal; Editorial Gustavo Gili, SA;

    Barcelona; 2007

    AAVV; Operative Optimism in Architecture; Actar; Barcelona; 2005

    Amery, Colin; Architecture, Industry and Inovation - The Early Work

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    Anna, Susanne; Archi-neering; Hatje Cantz Verlag; 1999

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    Gauzin-Mller, Dominique; Arquitectura ecolgica; Editorial

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    Kaltenbach, Frank; Materiales traslcidos -Vidrio, plstico, metal

    (DETAIL Praxis); Editorial Gustavo Gili, SA; Barcelona; 2004

    Pearman, Hugh; Equilibrium - The work of Nicholas Grimshaw &

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    Powell, Kenneth e Moore, Rowan; Structure, Space and Skin

    - The work of Nicholas Grimshaw & Partners; Phaidon Press

    Limited; 1996

    Serra, Rafael; Arquitectura y Climas; Editorial Gustavo Gili, SA;

    Barcelona; 1999

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    Links

    Agncia Portuguesa do Ambiente - www.iambiente.pt

    Associo Portuguesa da Energia - www.apenergia.pt

    BCSD Portugal_Conselho Empresarial para o Desenvolvimento

    Sustentvel - www.bcsdportugal.org

    Cmara Municipal de Seia - www.cm-seia.pt

    Federao Internacional de Natao - www.fina.org

    Federao Portuguesa de Natao - www.fpnatacao.pt

    Portal sobre Construo Sustentvel - www.construcaosustentavel.pt