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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE LUCIENE MERI NEVES PEREZ ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS Londrina - Paraná 2016

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Page 1: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO EM EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

LUCIENE MERI NEVES PEREZ

ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM

MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS

Londrina - Paraná

2016

Page 2: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

LUCIENE MERI NEVES PEREZ

Londrina - Paraná

2016

ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MÉDICOS

ANESTESIOLOGISTAS

Relatório Técnico apresentado à UNOPAR, como requisito

parcial para a obtenção do título de Mestre Profissional em

Exercício Físico na Promoção da Saúde.

Orientador: Deise Aparecida de Almeida Pires Oliveira

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LUCIENE MERI NEVES PEREZ

ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MÉDICOS

ANESTESIOLOGISTAS

Relatório Técnico apresentado à UNOPAR, referente ao Curso de Mestrado

Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, como requisito parcial para

a obtenção do título de Mestre Profissional conferido pela Banca Examinadora:

_________________________________________

Prof. Dra. Deise Aparecida de Almeida Pires Oliveira

Universidade Norte do Paraná – Unopar

Orientador

_________________________________________

Prof. Dr. Rubens Alexandre Da Silva Júnior

Universidade Norte do Paraná – Unopar

Membro Interno

_________________________________________

Prof. Dr. Karen Barros Parron Fernandes

Universidade Norte Do Paraná – Unopar

Membro Externo

_________________________________________

Prof. Dr. Dartagnan Pinto Guedes

Universidade Norte do Paraná – Unopar

Coordenador do Curso

Londrina, 17 fevereiro de 2016.

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,

POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE

ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação-na-publicação

Universidade Norte do Paraná

Biblioteca Central

Setor de Tratamento da Informação

Perez, Luciene Meri Neves

P515a Atividade física na promoção da saúde em médicos

anestesistas/Luciene Meri Neves Perez. Londrina: [s.n], 2016

75f.

Dissertação (Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção

da Saúde). Universidade Norte do Paraná.

Orientador: Profª. Drª. Deise Aparecida de Almeida Pires Oliveira

1 - Exercício Físico - dissertação de mestrado - UNOPAR 2- Atividade

física 3- Qualidade de vida 4- promoção da saúde 5-Agentes comunitários

de saúde I- Oliveira, Deise Aparecida de Almeida Pires; orient. II-

Universidade Norte do Paraná.

CDU 796:61

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado força e coragem para fazer o mestrado, que era um sonho

para mim. Muito obrigada por mais essa etapa da minha vida concluída.

Ao meu marido Carlos, que sempre esteve ao meu lado e participou de cada etapa do

curso, me ajudando, incentivando e compreendendo. Faltam palavras para agradecer

todo o seu companheirismo. Você é um grande presente e me sinto muito honrada

em ter você na minha vida!

Aos meus pais e irmãs, que sempre me incentivaram. Muito obrigada por acreditar em

mim quando nem eu acreditava, e por me dar força nas horas difíceis e aplausos nos

momentos de vitória.

Aos meus dois filhos, Guilherme e Gustavo, que são a grande razão do meu existir.

Obrigada por me mostrar o que é um amor incondicional e como é amar alguém mais

que a si mesma.

A minha orientadora, que além de uma pessoa maravilhosa, é uma excelente

profissional. Professora querida, obrigada por me acolher, confiar e acreditar em mim.

Obrigada por cada palavra de encorajamento, por toda dedicação e paciência. Você

foi uma peça fundamental na minha formação e na conclusão desse trabalho. Sem a

sua ajuda teria sido muito mais difícil chegar até aqui!

A todos os meus amigos do mestrado. Cada um na sua maneira me ajudou, e me fez

crescer profissionalmente e pessoalmente. Se não fosse por todo o companheirismo

de vocês, eu não teria conseguido passar por esta fase da minha vida.

Muito obrigada a todos!

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DEDICATÓRIA

Dedico este mestrado aos meus filhos,

Guilherme e Gustavo, e ao meu marido

Carlos, pelo incentivo e apoio em todas as

minhas escolhas e decisões. A vitória desta

conquista dedico com todo meu amor a

vocês!

Page 7: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

“O homem não teria alcançado o possível,

se inúmeras vezes não tivesse tentado

atingir o impossível.”

Max Weber

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PEREZ, Luciene Meri Neves. Atividade Física na Promoção da Saúde em Médicos Anestesiologistas. Número total de folhas 66. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2016.

RESUMO

A saúde da população tem apresentado importante melhora ao longo das últimas décadas, aumentando assim a expectativa de vida. Contudo, viver mais, não significa viver melhor, e debates sobre a melhoria da qualidade de vida e propostas de promoção da saúde e da qualidade de vida fazem necessárias. A promoção da qualidade de vida deve ser ampla e ao mesmo tempo contemplar especificidades de diferentes condições sociais e de diferentes ambientes laborais. Nesse sentido, considera-se importante a análise da qualidade de vida de médicos anestesiologistas, profissionais expostos a longas jornadas de trabalho, e grande responsabilidade profissional. Fatos esses que acabam por piorar a qualidade de vida desses profissionais. Com vistas a trazer contribuições para a promoção da qualidade de vida de médicos anestesiologistas, o presente relatório técnico objetivou a construção de um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização do papel do profissional, uma revisão sobre os conceitos envolvidos, qualidade de vida, promoção de saúde e atividade física, demonstrando que embora diversos sejam os fatores envolvidos, a atividade física possui grande importância para a qualidade de vida. Por essa razão, o referido manual incentiva e apresenta diversas possibilidades de incorporação da atividade física no cotidiano dos profissionais e estimula uma mudança de comportamento de indivíduos que não praticam essas atividades regularmente. Uma vez que o público alvo do manual se trata de profissionais com elevado nível intelectual, ao final do mesmo são elencadas diversas dicas que embasam todo o conteúdo do manual especificamente para médicos e para médicos anestesiologistas. Espera-se que a divulgação do manual possa contribuir para informação dos médicos anestesiologistas, bem como aumento do índice de anestesiologistas suficientemente ativos, e por consequência, melhora da qualidade de vida desses profissionais.

Palavras-chave: Atividade física. Qualidade de vida. Exercícios físicos. Promoção da saúde. Agentes comunitários de saúde.

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PEREZ, Luciene Meri Neves. Physical Activity in Health Promotion of Physicians Anesthesiologists. Total number of sheets 66.Technical Report. Professional Master´s in Exercise in Health Promotion. Research Center on Health Sciences. Northern Parana University, Londrina. 2016.

ABSTRACT

Population health has shown significant improvement over the past decades, thus increasing life expectancy. However, living longer does not mean living better, and debates on improving the quality of life and proposals for promoting health and quality of life are needed. The promotion of quality of life should be broad and at the same time to contemplate specificities of different social conditions and different working environments. In this sense, it is considered important to analyze the quality of life of anesthesiologists, workers exposed to long working hours, and great professional responsibility. Facts that ultimately reduce the quality of life of these professionals. In order to bring contributions to the promotion of quality of life of anesthesiologists, this technical report aimed to construct a manual on physical activity and health promotion in anesthesiologists. The manual that provides a contextualization of the professional role, a review of the concepts involved, quality of life, health promotion and physical activity, demonstrating that however diverse are the factors involved, physical activity has great importance to the quality of life. For this reason, the manual that encourages and presents several possibilities of incorporating physical activity in the daily lives of professionals and encourages a change in behavior of individuals who do not practice these activities regularly. Once the manual of the target audience it is professionals with high intellectual level, at the end of the manual are listed various evidence supporting the entire contents of the manual specifically for physicians and anesthesiologists. It is expected that disclosure of the manual to contribute for the information of anesthesiologists, as well as increased sufficiently active anesthesiologists index, and therefore improves the quality of life of these professionals.

Keywords: Physical activity. Quality of life. Physical exercises. Health promotion. Community health workers.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 12

2.1 Qualidade de Vida ........................................................................... 12

2.1.1 Relação Entre Qualidade de Vida e Atividade Física ................. 13

2.2 Qualidade de Vida para os Anestesiologistas ................................. 14

2.3 Benefícios da Atividade Física ........................................................ 16

3 DESENVOLVIMENTO ............................................................................. 18

3.1 Fundamentação Teórica ................................................................. 18

3.2 Construção do Manual .................................................................... 29

3.2.1 Introdução .................................................................................. 29

3.2.2 Relação Entre Qualidade de Vida e Atividade Física ................. 30

3.2.3 Benefícios da Atividade Física .......... ........................................ 30

3.2.4 Atividade Física na Promoção da Saúde em Anestesiologistas..30

3.2.5 Dicas de Atividade Física ........................................................... 31

3.2.6 Qualidade de Vida e Atividade Física em Médicos .................... 31

3.2.7 Conclusão .................................................................................. 31

4 CONCLUSÃO .......................................................................................... 32

4.1 Manual de Operação técnica ............................................................ 32

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 33

APÊNDICE A: Artigo Científico .................................................................... 38

APÊNDICE B: Trabalho Apresentado em Evento Científico ........................ 55

APÊNDICE C: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ...................... 57

ANEXO A: Questionário Internacional de Atividade Física .......................... 58

ANEXO B: Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida .......... 61

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1 INTRODUÇÃO

A saúde da população tem apresentado importante melhora ao longo das

últimas décadas, aumentando a expectativa de vida. Contudo, viver mais não significa

viver melhor, por isso, um dos desafios da atualidade é a melhoria da qualidade de

vida da população. Considera-se crucial a realização de discussões sobre a melhoria

da qualidade de vida e propostas de promoção da qualidade de vida. A promoção da

qualidade de vida deve ser ampla e ao mesmo tempo contemplar especificidades de

diferentes condições sociais e de diferentes ambientes laborais. A busca por uma

melhor qualidade de vida deve ser realizada para os pacientes, mas não podemos

negligencia-las dos próprios profissionais de saúde, que raramente (comparando com

as demais populações) são alvo de pesquisas científicas e materiais voltados para

sua realidade. Nesse sentido, considera-se importante a análise da qualidade de vida

de médicos anestesiologistas, profissionais expostos a longas jornadas de trabalho,

estresse e grande responsabilidade profissional1, 2.

O cotidiano laboral aos quais os médicos anestesiologistas estão expostos,

apresenta diversos estímulos estressantes que podem ocasionar prejuízo à saúde,

podendo produzir transtornos psicológicos, somáticos ou ambos, minimizando o bem-

estar e a qualidade de vida. Para a prática clínica da anestesiologia, o profissional

necessita estar em suas melhores condições físicas, psíquicas e emocionais para ter

condições de integrar e aplicar todos os seus conhecimentos, destrezas e

habilidades3.

O cenário de trabalho e vida dos anestesiologistas é conturbado e dinâmico,

impossibilitando ações que interfiram diretamente no seu desempenho profissional.

Dessa maneira, a prática de atividade física surge como uma importante possibilidade

de melhoria da qualidade de vida desses profissionais1, 2.

Apesar de que, pareça simples, para indivíduos que não possuem o hábito de

praticar atividade física, faz-se necessário uma alteração complexa de

comportamento. Embora não existam estudos deste tipo em anestesiologistas no

Brasil, imagina-se que eles não diferem muito da população em geral, em que a

maioria dos que não praticam atividade física se encontram em fase de contemplação

ou preparação. Ou seja, de certo modo a maioria dos indivíduos reconhecem a

importância da prática de atividade física, sendo, portanto, relevante reforçar esse

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conceito e incentivar para que consigam alcançar a ação. E para os indivíduos que já

praticam atividade física, ações de divulgação dos benefícios da atividade física

podem contribuir para que consigam se manter na fase de manutenção da prática

dessa atividade física4.

Em razão das evidências que apontam para problemas na qualidade de vida

de médicos anestesiologistas, e por conta da possível influência que essa variável

possa trazer para a execução dos serviços médicos, afetando negativamente o

atendimento do paciente, faz-se necessário estudos e iniciativas que visem a

alteração desse panorama. Neste sentido, considera-se importante a formulação de

um manual com propostas de atividades físicas, embasado na literatura, com relação

a melhorar a qualidade de vida de médicos anestesiologistas da cidade de Londrina-

PR.

Espera-se que a divulgação do presente manual possa orientar e estimular os

médicos anestesiologistas a desenvolverem atividades físicas regularmente, visando

uma melhora na qualidade de vida destes profissionais. Acredita-se que é possível

disseminar o conhecimento e sensibilizar os profissionais anestesiologistas quanto à

prática de atividades físicas como importante estratégia para a melhoria dos

indicadores de saúde e da qualidade de vida.

Essa ação pode ainda influenciar no sucesso da prestação de serviços da

saúde para a comunidade em geral, denotando não apenas uma contribuição para um

grupo fechado de profissionais, mas sim para diversas pessoas. Por fim, espera-se

ainda que os profissionais que praticam atividade física regularmente sejam

disseminadores desse conhecimento e, uma vez que são reconhecidos formadores

de opinião, sirvam de exemplo para outras pessoas e pacientes.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 QUALIDADE DE VIDA

O conceito de qualidade de vida possui diferentes interpretações, uma vez

que visa integrar dimensões e sensações abstratas. A Organização Mundial da Saúde

(OMS) definiu a qualidade de vida como a “percepção do indivíduo de sua posição na

vida no contexto da cultura e sistema de valores em que vive e em relação aos seus

objetivos, expectativas, padrões e preocupações”5.

Objetivando melhorar a compreensão outros autores definem a qualidade de

vida como o nível de satisfação com a vida. Relacionando essa satisfação com uma

série de fatores, como hábitos de vida de cada indivíduo, prática frequente de

atividades físicas, alimentação, prevenção, bem-estar, condições físicas e do

ambiente, recursos financeiros, compreensão do que é saúde, relacionamento

familiar, amizades e do ponto de vista espiritual e religioso6.

Sendo o ambiente importante para a qualidade de vida dos indivíduos, sujeitos

expostos ao mesmo ambiente podem apresentar características peculiares. Com

relação a isso, destacam-se os ambientes de trabalho e as condições de trabalho ou

associadas ao trabalho. Nesse contexto, avalia-se que a qualidade de vida de médicos

está diretamente relacionada com sua carga de trabalho, em que quanto maior a carga

de trabalho (horas de trabalho), ou quanto menor o período para descanso, em

especial o tempo de sono nos intervalos entre plantões ou no período pós-plantão,

pior é a qualidade de vida7, 8.

A exposição ocupacional ainda pode resultar em estresse laboral, estafa física

e mental, que também são considerados como fatores para pior qualidade de vida9.

Especificamente para médicos anestesiologistas, a responsabilidade configurada no

ato anestésico, oriunda do impacto direto de suas ações para a vida do paciente,

revela-se como uma situação extremamente estressante, podendo gerar impactos

negativos para a qualidade de vida desses profissionais10.

A prática médica em anestesiologia é desgastante e estressante. As

características mais relevantes da vida destes profissionais são a vigilância e o estado

de constante alerta que lhes possibilitam reagir prontamente em situações críticas. As

demandas cognitivas geradas durante o procedimento cirúrgico exigem rápido acesso

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13

e avaliação de informações, com desenvolvimento e implementação de medidas que

mantenham o paciente em condições clínicas adequadas. Além disto, implica no

convívio diário com o sofrimento alheio, demandando constante atualização e

habilidades manuais, constante cobrança de responsabilidades e bom relacionamento

com o paciente e com a equipe multiprofissional. Na maioria das situações, esse

contexto associado ao excesso de trabalho, cria insatisfação, que atinge diretamente,

a qualidade de vida e a saúde dos anestesiologistas8, 11.

2.1.1 Relação Entre Qualidade de Vida e Atividade Física

A Qualidade de Vida e a atividade física estão fortemente relacionadas, pois

a prática regular de atividade física proporciona bem-estar físico, mental e social.

Pessoas ativas fisicamente apresentam maior vigor e vontade de realizar atividades

diárias e profissionais, demonstrando maior energia e menor cansaço, contribuindo

para a melhora das relações interpessoais, familiar e no trabalho12.

Considerando que uma elevada proporção da população mundial é

fisicamente inativa (não pratica nenhuma atividade física) ou insuficientemente ativa

(realizam atividade física em frequência e/ou tempo inferior ao recomendado para a

intensidade realizada), acredita-se que mesmo um pequeno aumento no nível de

atividade física pode representar uma intervenção para a melhoria da saúde coletiva13.

Sendo assim, o American College of Sports Medicine (ACSM) e a American

Heart Association (AHA) recomendam que para a promoção da saúde, todos os

adultos saudáveis (18-65 anos de idade) necessitam de uma atividade física aeróbica

de intensidade moderada por pelo menos 30 minutos, durante cinco dias na semana

ou de uma atividade aeróbica de intensidade vigorosa por pelo menos 20 minutos,

durante três dias na semana. O ACSM ainda salienta que, combinações de atividade

de intensidade moderada e vigorosa podem ser executadas para satisfazer essa

recomendação14.

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2.2 QUALIDADE DE VIDA PARA OS ANESTESIOLOGISTAS

Os profissionais de saúde possuem como responsabilidade a vida e bem-

estar de seus pacientes. O paciente ganha prioridade no agir e cuidar desses

profissionais, deixando em segundo plano a vida e a própria saúde. O médico, como

principal ator na equipe de assistência, tem a responsabilidade pela vida de seus

pacientes, especialmente em situações de risco à vida, como situações de

emergência e cirurgias. Neste contexto, o médico anestesiologista corre o risco de

acabar não olhando para a própria saúde e qualidade de vida15.

Em razão da subjetividade e complexidade do conceito de qualidade de vida,

para melhor avaliar a qualidade de vida dos médicos anestesiologistas faz-se

necessário desmembrar esse conceito em suas principais dimensões mensuráveis:

condições do ambiente, recursos financeiros, hábitos de vida, alimentação, condições

físicas, prática frequente de atividades físicas, relacionamento familiar e amizades6.

Em relação aos domínios envolvidos na qualidade de vida, o ponto mais

explorado na literatura se refere as condições do ambiente, especialmente o ambiente

de trabalho. Ao desempenhar suas funções, o anestesiologista é submetido a

constantes agressões de ordem psicológica, que são causas importantes de estresse.

Problemas e complicações inerentes do cuidado aos pacientes, podem gerar

intranquilidade, ansiedade e sobrecarga de responsabilidade ao anestesiologista

devido as pressões exercidas por parte dos pacientes e de seus familiares8, 9.

A multicausalidade do estresse, soma-se a situações específicas relacionadas

ao ambiente de trabalho, tais como a falta de material adequado para exercer seu

trabalho, presença de ruídos na sala de cirurgia, a sobrecarga de plantões ou jornadas

maiores que 8 horas/dia, a privação do sono e a poluição ambiental. Por fim, o

reconhecimento social do anestesiologista é frequentemente inferior à dos médicos

de outras especialidades, sendo que algumas pessoas não sabem que os

anestesiologistas necessitam de qualificações médicas16-22.

A solicitação noturna é o aspecto mais estressante da prática de um

anestesiologista. Este é considerado o principal motivo para o anseio da

aposentadoria18. Esses aspectos podem se somar à uma remuneração insuficiente e

também à sensação de culpa, nos casos de eventuais complicações, fazendo com

que o anestesiologista esteja sempre sob estresse e necessitando de grande

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15

autocontrole. Outro ponto importante é que a relação entre as agressões psicológicas

e o desempenho profissional parece sofrer influência da experiência profissional,

sendo muito maior nos residentes e durante os primeiros anos da atividade

profissional19.

Um dos motivos que levam ao maior estudo das condições do ambiente é o

impacto que essa variável tem em relação aos demais domínios da qualidade de vida,

tal como os hábitos de vida22. Alterações no ciclo de sono-vigília provoca alteração do

ritmo circadiano, com consequente alteração hormonal, em especial o cortisol; tais

alterações levam a redução da função psicomotora, gerando estado mental similar à

indivíduos alcoolizados23. Alterações no sono podem interferir em outros quesitos,

como piorar a disposição física para realizar a sua rotina diária de trabalho, situação

essa que se agrava com o aumento da idade destes profissionais24.

Ainda englobando os hábitos de vida, verifica-se maior dependência de

substâncias ilícitas (drogas em geral) e lícitas (tranquilizantes, opióides, anestésicos

inalatórios ou venosos) e etilismo em médicos anestesiologistas, quando comparado

com outras especialidades médicas9,20,21,25. Piores hábitos alimentares também são

associados a esses profissionais26,27.

Comparando índice de atividade física de anestesiologistas28,29 e população

geral com alta escolaridade30, estes indicam uma menor porcentagem de atividade

física para os anestesiologistas, sendo poucos os estudos que abordam esse tema no

Brasil. Por outro lado, com relação às questões sobre relacionamento familiar e

amigos, os anestesiologistas passam menos tempo em atividades sociais do que a

população em geral, fato que afeta a avaliação da qualidade de vida desses

profissionais8,9.

Entre as medidas recomendadas para amenizar os problemas relacionados

ao ambiente de trabalho e consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos

anestesiologistas estão: planejamento do trabalho, com horários definidos e não

superiores a 8 horas/dia, períodos de descanso durante a jornada de trabalho,

plantões que não ultrapassem 24 horas, além de um dia de descanso por semana23.

Porém, ressalta-se que essas medidas muitas vezes independem da vontade dos

anestesiologistas, sendo parte de um contexto amplo e de difícil governabilidade.

Frente a isso, faz-se necessário o incentivo a mudanças com maior governabilidade,

como a prática de atividade física31.

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16

2.3 BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA

A atividade física exerce ação direta na saúde mental, pois, contribui para o

bem-estar, favorecendo positivamente a saúde física, emocional e psíquica em todas

as idades e ambos os sexos. Além disso, reduz respostas emocionais frente ao

estresse, estado de ansiedade e abuso de substâncias; reduzindo também níveis

leves e moderados de depressão e ansiedade; amplia a criatividade e memória;

aumenta a capacidade de concentração. Portanto, sugere-se que há relação direta

entre atividade física e saúde mental32.

Pesquisa realizada com alunos, funcionários e professores da Universidade

Católica de Pelotas/Rs evidenciou a existência de uma correlação entre a atividade

física e a qualidade de vida, ou seja, quanto mais ativos fisicamente (avaliando o

tempo, frequência e intensidade), melhor era a qualidade de vida dos participantes.

Além disso, dentre as diferenças na qualidade de vida das pessoas praticantes de

atividades físicas comparadas com as que não praticam, não estão apenas os

aspectos de saúde física, mas também aspectos psicológicos e cognitivos, tais como

melhora da memória e capacidade funcional1,33.

Noce, Simim e Mello34, observaram os benefícios da atividade física em 20

indivíduos do sexo masculino que apresentavam uma deficiência física, sem

comprometimentos cognitivos, divididos em dois grupos. O primeiro foi constituído por

10 indivíduos deficientes em membros inferiores que não praticavam nenhuma

atividade esportiva no mínimo há seis meses; e o segundo grupo foi composto por 10

atletas de basquetebol em cadeira de rodas. O grupo Ativo apresentou escores mais

elevados na qualidade de vida em todas as dimensões (física, psicológica, social e

ambiental) do instrumento. Os resultados obtidos com esse estudo comprovaram que

o nível de qualidade de vida dos deficientes físicos ativos foi melhor do que a dos

sedentários.

Pode-se destacar diversos benefícios de um estilo de vida fisicamente ativo,

tais como diminuição nos fatores de riscos para doenças coronarianas, diabetes e

hipertensão, menor incidência de osteoporose e alguns tipos de câncer. Podendo

ainda melhorar alguns parâmetros como a redução da gordura corporal total, da

pressão arterial reduzida em repouso, e da mortalidade e morbidade. Questões

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17

mentais e o desempenho geral também são melhorados com a prática de atividade

física, como menor ansiedade e depressão, sensações de bem-estar aprimoradas,

menor estresse, tensão e raiva, melhora da saúde muscular e esquelética, e melhor

desempenho nas atividades laborais, recreativas e desportivas35, 36.

Manter o estilo de vida saudável associado à prática de atividades físicas pode

ser considerado uma estratégia importante para a melhora dos indicadores de saúde

e qualidade de vida. Sendo essa uma importante estratégia para enfrentamento da

epidemia de doenças crônicas não transmissíveis, em que se espera realizar uma

redução de 10% na inatividade física da população37.

Devido à relação entre qualidade de vida e atividade física, a importância do

incentivo à prática de atividade física, e ação protetora cardiovascular, pretende-se

que a divulgação de material técnico à médicos anestesiologistas auxilie no processo

de conscientização prática de atividade física.

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18

3 DESENVOLVIMENTO

Para atingir os objetivos propostos para o presente manual, foi realizada uma

busca na literatura para melhor compreensão do tema, especialmente da relação

entre qualidade de vida e atividade física em médicos anestesiologistas. Posterior a

etapa de leitura do material, realizou-se a estruturação do manual, de modo que fosse

apresentado um panorama do profissional anestesiologista, da qualidade de vida, da

prática de atividade física e da importância dessa prática por anestesiologistas na

melhora da promoção de saúde.

O manual foi o principal produto do presente relatório técnico, concomitante,

realizou-se uma pesquisa científica transversal com os anestesiologistas da cidade de

Londrina/PR a fim de verificar a qualidade de vida e nível de atividade física desses

profissionais. Sendo apresentado o Termo de consentimento Livre e Esclarecido a

todos os participantes (Apêndice C) e aplicado dois instrumentos contendo questões

sobre atividade física e qualidade de vida (Anexo A e B).

3.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Procedeu-se buscas nas bases de dados Bireme: (Lilacs, Medline,e Scielo) e

Pubmed, sendo que o tema central da revisão foram trabalhos abordando qualidade

de vida e atividade física em médicos anestesiologistas. Todos os artigos encontrados

foram inicialmente avaliados pelo título. O mecanismo de busca contou com a

utilização de termos booleanos (AND e OR), sendo os respectivos mecanismos de

busca e seus resultados detalhados no quadro 1.

Page 20: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

19

Quadro 1 – Descrição das bases de dados utilizadas na pesquisa, com seus

respectivos termos de busca e número de artigos encontrados.

Bases Termo de busca Artigos

Pubmed (quality of life) AND (activity physical) AND

(anesthesiologist OR fellow)

11

Bireme (qualidade de vida) AND (atividade física) AND

(anestesiologistas) OR (médicos) OR (residentes)

242

Os critérios de inclusão foram: artigos nos idiomas português, espanhol ou

inglês que abordassem o tema central da revisão. Como critérios de exclusão adotou-

se: artigos indisponíveis gratuitamente em sua versão completa e artigos repetidos

entre as bases de dados. Todos os artigos que tiveram seu título avaliado, e estavam

de acordo com o tema central da pesquisa, foram separados para leitura do

resumo/abstract. Por sua vez, todos os artigos que tiveram seu resumo/abstract lidos,

e eram do tema da pesquisa, foram selecionados para leitura completa, sendo nessa

etapa retirados os estudos repetidos e os que não estavam disponíveis gratuitamente

de modo integral (Figura 1).

Page 21: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

20

Figura 1 – Fluxograma de triagem de artigos envolvendo o tema qualidade de vida e

atividade física em médicos anestesiologistas.

Todos os artigos com resultados relevantes para a pesquisa foram lidos

integralmente e utilizados para melhor embasar o manual, sendo utilizados em um

capítulo específico sobre qualidade de vida e atividade física em médicos

anestesiologistas. Considera-se esse passo importante para melhorar o nível de

evidências científicas, bem como o aprofundamento teórico do manual. Os artigos

triados como relevantes podem ser visualizados na tabela 1.

Page 22: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

21

Tabela 1 – Descrição dos artigos relevantes envolvendo triados para composição do manual sobre atividade física e qualidade de

vida em médicos anestesiologistas.

Estudo Periódico Tipo do estudo População de estudo Principal resultado

Haika et al.

(2013)38

Revista de APS Transversal Avalia a qualidade de vida,

satisfação com o trabalho,

presença de transtornos

psíquicos e hábitos de

atividade física entre

trabalhadores da atenção

primária à saúde de Montes

Claros/MG. Incluindo 39

médicos

Como resultado foram verificados

menores índices de qualidade de vida

geral para médicos, em comparação com

os demais profissionais, apresentando

média similar à de agentes comunitários

de saúde. Sendo que apenas o domínio

ambiente foi superior para os médicos

participantes do estudo

Weight et al.

(2013)31

Mayo Clinic

Proceedings

Longitudinal 628 médicos foram inseridos

em um programa de atividade

física de 12 semanas para

avaliar o impacto da atividade

física sobre a qualidade de vida

e síndrome de burnout

Os resultados foram avaliados

comparando com grupo controle, sendo

verificado melhor qualidade de vida nos

indivíduos praticantes de atividade física.

Verificou-se menores porcentagens de

burnout nos que praticaram atividade

física, porém não houve diferença

estatística para essa análise

Page 23: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

22

Tabela 1 – Continuação...

Estudo Periódico Tipo do estudo População de estudo Principal resultado

Arenson-

Pandikow et al

(2012)19

Revista Brasileira

de

Anestesiologia

Transversal Avalia diferenças na qualidade

de vida entre 67

anestesiologistas e 69 não

anestesiologistas. Utiliza

ferramentas que dividem a

qualidade de vida em 5

domínios: qualidade de vida

geral, físico, psicológico, social

e meio ambiente

Anestesiologistas apresentam menores

índices nos 5 domínios da qualidade de

vida. Sendo que a pior relação com os

chefes está associada à piores resultados

nos domínios psicológico, social e

qualidade de vida geral, e pouco tempo

para estudos e atualização se associa a

pior índice no domínio social, e o menor

tempo de experiência se associa a pior

índice no domínio meio ambiente

Andrade et al.

(2011)39

Revista Brasileira

de

Anestesiologia

Transversal Pesquisa sobre qualidade de

vida de 49 anestesiologistas de

uma cooperativa de Sergipe

Carga horária maior foi associada com

pior avaliação da qualidade de vida e

como barreira para o lazer

Santos e Oliveira

(2011)29

Revista Brasileira

de

Anestesiologia

Transversal Objetiva avaliar a qualidade de

vida e fatores laborais

associados. 83 médicos de

João Pessoa/PB

Longa jornada e pouco descanso são

associados com menos índices de

qualidade de vida. Associou-se a prática

de atividade física a melhores indicadores

de qualidade de vida

Tabela 1 – Continuação...

Page 24: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

23

Estudo Periódico Tipo do estudo População de estudo Principal resultado

Santos et al.

(2011)28

Revista de

Ciências da

Saúde Nova

Esperança

Transversal Avaliou a qualidade de vida e

fatores laborais associados em

83 médicos de João

Pessoa/PB

Fatores de trabalho, como longa jornada e

pouco descanso são associados com

menos índices de qualidade de vida. A

renda não se associou com melhora na

qualidade de vida

Serralheiro et al.

(2011)40

Arquivos

Brasileiros de

Ciências em

Saúde

Transversal 59 anestesiologistas da região

metropolitana de São Paulo/SP

Demonstra que a prática de atividade

física exerce um fator de proteção para

despersonificação, um dos domínios

utilizados para avaliar a presença da

síndrome de burnout

Torres et al.

(2011)41

Revista Brasileira

de Epidemiologia

Transversal Objetivou avaliar a qualidade

de vida, saúde mental e saúde

física de 1.224 médicos que se

formaram em Botucatu/SP

Boa qualidade de vida se associou a boa

saúde física e mental, bem como com

maior renda, prática de atividade física

regular e não ser tabagista

Tabela 1 – Continuação...

Page 25: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

24

Estudo Periódico Tipo do estudo População de estudo Principal resultado

Calumbi et al.

(2010)11

Revista Brasileira

de

Anestesiologia

Transversal Avaliou a qualidade de vida de

110 anestesiologistas da

cidade de Recife/PE

Identificaram uma correlação entre o

número de turnos trabalhados e a

qualidade de vida, sendo que quanto

menos turnos, melhor a qualidade de vida.

Avaliação do número de dias da semana

trabalhada não mostrou diferença, ou

seja, a carga horária é mais importante do

que a distribuição da jornada de trabalho

Pinto et al.

(2010)42

Arquivos de

Ciências da

Saúde

Revisão Revisão nas bases MedLine,

LILACS e SciElo com foco na

síndrome de burnout em

médicos

Médicos expostos a situações de estresse

buscam diversas estratégias de

enfrentamento, sendo muitas

inadequadas, tais como automedicação,

abuso do álcool ou outras substâncias e

tabagismo

Tabela 1 – Continuação...

Estudo Periódico Tipo do estudo População de estudo Principal resultado

Page 26: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

25

Azoulay et al.

(2009)43

American Journal

Of Respiratory

And Critical Care

Medicine

Transversal Diferentes profissionais

(n=7.498) de Unidade de

Terapia Intensiva (UTI). (323

UTI de 24 países [21% dos

respondedores foram do

Brasil])

Alto percentual de estresse, dependendo

do local, o que gera um ambiente de

trabalho conflituoso. Sendo longas

jornadas como fator de risco para maior

estresse

Rosta (2008)44 Alcohol and

Alcoholism

Transversal

Avalia o consumo de álcool por

diferentes fatores em 1917

médicos, sendo 254

anestesiologistas

(médicos de 515 hospitais da

Alemanha)

Sendo os anestesiologistas a segunda

especialidade com maior risco de

consumo abusivo, atrás apenas dos

urologistas. A especialidade médica se

mostra como fator em modelos de

regressão logística

Firth-Cozens

(2007)45

Advances in

Psychiatric

Treatment

Artigo teórico Objetiva entender os fatores

que levam médicos a

problemas como estresse,

depressão e uso de drogas.

Propõem um modelo de desenvolvimento

de problemas mentais em médicos,

iniciado pela pouca experiência e

aspectos familiares, e piorado pela

responsabilidade do trabalho, propiciando

depressão, alteração do comportamento

sexual, uso de drogas e álcool

Tabela 1 – Continuação...

Estudo Periódico Tipo do estudo População de estudo Principal resultado

Page 27: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

26

Trigo et al.

(2007)46

Revista de

Psiquiatria

Clínica

Revisão Revisão nas bases MedLine,

Scielo, American Psychiatry

Association, Evidence-Based

Mental Health, American

College of Physicians, Agency

for Healthcare Research and

Quality, National Guideline

Clearinghouse e na

Organização Mundial da

Saúde, com foco na síndrome

de burnout em diversos

profissionais, incluindo

médicos

Dependendo do país e do ambiente de

trabalho, as porcentagens da síndrome de

burnout em médicos variaram de 27-86%.

Sendo associada com esgotamento físico

Ortiz (2006)47 Revista

Argentina de

Cirurgía

Transversal

600 médicos cirurgiões

(pesquisa nacional, enviada à

1818 médicos da Argentina)

O estresse possui impactos

principalmente na saúde física dos

médicos, mas acaba refletindo nos

resultados práticos de seu trabalho

Page 28: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

27

Tabela 1 – Continuação...

Estudo Periódico Tipo do estudo População de estudo Principal resultado

Calabrese

(2005)48

Revista

Colombiana de

Anestesiología

Artigo teórico Realiza reflexões a respeito de

alterações laboratoriais

decorrentes do trabalho com a

rotina de trabalho de

anestesiologistas

Associa alterações do sono com

alterações do ciclo circadiano, com

consequente alteração no nível de cortisol

e adrenalina, e com estresse, fadiga,

dificuldades de relacionamento social,

dentre outras

Perales et al.

(2003)49

Anales de la

Facultad de

Medicina

Transversal Objetiva avaliar a saúde mental

e hábitos de vida entre

estudantes de medicina em

comparação com outros

estudantes (508 estudantes de

medicina do Peru)

Associa maiores índices de abuso de

álcool, uso de tabaco, condutas de não

socialização e comportamento violento

em estudantes de medicina, em

comparação com outros estudantes

Kaetsu et al.

(2002)50

Journal of

Epidemiology

Transversal 4190 médicos japoneses para

avaliar relações associadas ao

tabagismo

Associa o não tabagismo a melhores

indicadores de vida saudável, como

prática de atividade física, não ter

problemas cardíacos, fazer exames de

rotina e menor consumo de álcool

Page 29: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

28

Tabela 1 – Continuação...

Estudo Periódico Tipo do estudo População de estudo Principal resultado

Spickard Jr et al.

(2002)51

JAMA Atualização Análise de estudos

longitudinais sobre a satisfação

e evolução da carreira de

médicos dos Estados Unidos e

do Canadá

Demonstra como as relações de trabalho

afetam a vida social de médicos

canadenses, incluindo análises por

especialidades médicas, em que

anestesiologistas apresentam forte

descontentamento com sua vida social.

Coloca a importância de bem-estar físico

para melhoria da satisfação dos médicos

e como proteção para síndrome de

burnout

Töyry et al

(2000)52

Archives of

Family Medicine

Transversal 3313 médicos licenciados na

Finlândia. Avalia estado de

saúde e fatores associados,

comparando médicos

Identifica as principais queixas dos

médicos como sendo dor crônica e

doenças do trato gastrointestinal

Page 30: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

29

Análise dos artigos encontrados demonstra uma maior preocupação da

literatura especialmente com problemas mentais, tal como a Síndrome de Burnout e

no quesito laboral, com a carga horária dos profissionais28,29,38-41. Pouco são os

estudos que trabalham de modo conjunto a qualidade de vida e prática de atividade

física em médicos, sendo esse um tema que além de relevante ainda é pouco

explorado em médicos, especialmente anestesiologistas19,31.

3.2 CONSTRUÇÃO DO MANUAL

O manual apresentado tem as seguintes especificações: medida de 22 cm

de altura por 15,3 cm de largura; tipologia em relação ao título: Lucida Bright; ao texto:

Life LT Std; a legenda: LTErgo. O papel utilizado para a confecção da capa foi o

Supremo 300g; para o Miolo foi o Couche Fosco 115g; com total de 48 páginas; projeto

gráfico e arte final por Visualitá Criação Visual; impressão realizada pela Midiograf; e

para as imagens foi utilizado o Banco de Imagens Shutterstock.

O manual foi escrito em 7 tópicos principais: Introdução, Relação Entre

Qualidade de Vida e Atividade Física, Benefícios da Atividade Física, Atividade Física

na Promoção da Saúde em Anestesiologistas, Dicas de Atividade Física, Qualidade

de Vida e Atividade Física em Médicos e Conclusão. Encerrando o manual com as

referências utilizadas para embasamento cientifico.

3.2.1 Introdução

A introdução foi descrita com o objetivo de apresentar uma contextualização

histórica do profissional médico anestesiologista, ressaltando sua importância social

e os desafios laborais que ele enfrenta. Uma subseção intitulada Médico

Anestesiologista foi levantada em relação aos impactos da carga-horária laboral das

quais esses profissionais são expostos, e as consequências para sua saúde e

qualidade de vida. Essa subseção se encerra com a adaptação de um modelo sobre

qualidade de vida e as principais variáveis citadas na literatura que envolvem o

cotidiano dos anestesiologistas.

Page 31: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

30

A segunda subseção da introdução, intitulada Qualidade de Vida, teve por

objetivo conceituar o que é a qualidade de vida, e quais os seus principais

componentes. Por último, a terceira subseção da introdução, intitulada Qualidade de

Vida em Anestesiologistas, foi detalhado os principais fatores que interferem na

qualidade de vida desses profissionais, e enfatizando a importância de ações que

visem a melhoria da qualidade de vida, especialmente a prática regular de atividade

física.

3.2.2 Relação Entre Qualidade de Vida e Atividade Física

Nesse capítulo foram exploradas as relações entre qualidade de vida e a

prática de atividade física, desde os mecanismos biológicos de reforço, como a

importância de uma mudança de comportamento, e que ocorre uma melhora

progressiva da capacidade física, possibilitando aumento da atividade

desempenhada.

3.2.3 Benefícios da Atividade Física

Nesse capítulo os benefícios da atividade física são detalhados, desde os

benefícios para a saúde física (melhora do tônus muscular, vigor e vitalidade), mental

(melhora da capacidade de concentração, humor) e diminuição do risco de doenças,

como a depressão, doenças cardiovasculares e metabólicas, sendo portanto

associado com redução da morbidade e mortalidade.

3.2.4 Atividade Física na Promoção da Saúde em Anestesiologistas

Com base nas recomendações do Colégio Americano de Medicina Esportiva

(American College of Sports Medicine – ACSM) e a Associação Americana de

Cardiologia (American Heart Association - AHA) são realizadas sugestões e

consideração com o objetivo de informar e sensibilizar os anestesiologistas sobre a

importância da prática de atividade física14.

Page 32: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

31

Diversos exemplos de atividade são descritos, desde atividades leves, que

não contribuem para o indivíduo ser considerado como suficientemente ativo, até

atividades moderadas e intensas.

3.2.5 Dicas de Atividade Física

Dando continuidade ao capítulo anterior, são realizadas sugestões de modo

simples de como é possível incorporar o hábito de prática de atividade física na rotina

dos anestesiologistas, dando dicas de como fazer diferentes atividades simples do

cotidiano.

3.2.6 Qualidade de Vida e Atividade Física em Médicos

Esse capítulo apresenta de modo resumido as principais considerações da

revisão de literatura a sobre qualidade de vida e atividade física em médicos, os

benefícios em potenciais e os desafios enfrentados pelos médicos.

Embora seja uma profissão com alto risco para estresse e burnout, a prática

de atividade física tem se mostrada importante para diminuir esses fatores e melhorar

a qualidade de vida desses profissionais.

3.2.7 Conclusão

O manual se encerra resumindo a mensagem principal do mesmo, dos quais

os médicos, especialmente os anestesiologistas, apresentam diversos fatores que

podem desencadear o estresse, limitação de tempo para o lazer e outras condições

que podem aumentar a chance de que esses profissionais tenham pior qualidade de

vida. Para melhorar essa realidade, incentiva-se a prática de atividade física. E

seguindo recomendações internacionais, recomenda-se o mínimo de 30 minutos de

atividade física moderada, 5 vezes por semana, ou 20 minutos de atividade física

vigorosa, 3 dias por semana.

Page 33: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

32

4 CONCLUSÃO

A dinâmica de trabalho dos médicos, especialmente dos anestesiologistas,

apresenta diversos fatores estressores, limitação de tempo para o lazer e outras

condições que podem aumentar a chance de que esses profissionais tenham pior

qualidade de vida. Frente a essa realidade, considera-se importante o incentivo a

prática de atividade física de médicos anestesiologistas, fato esse que além de

promover diretamente melhora na qualidade de vida, pode ainda iniciar um processo

de redefinição do autocuidado e aumentar indiretamente o tempo dedicado para o

lazer e atividades sociais.

Para que os benefícios da prática de atividade física se reflitam de modo

adequado também como fator de proteção cardiovascular, enfatiza-se a necessidade

de seguir as recomendações internacionais, ou seja, mínimo de 30 minutos de

atividade física moderada, 5 vezes por semana, ou 20 minutos de atividade física

vigorosa, 3 dias por semana.

O presente manual contemplou os objetivos propostos, de servir como uma

fonte de informação sobre o tema qualidade de vida em médicos anestesiologistas.

Além disso, considera-se que a sua divulgação possui imenso potencial para

incentivar que anestesiologistas iniciem a prática regular de atividade física, auxiliando

então, na saúde e qualidade de vida desses profissionais.

Pela relação entre atividade física e qualidade de vida ser muito ampla,

percebe-se que serão necessários futuros estudos, principalmente investigando a

associação entre elas, sobretudo em grupos mais específicos, como é o caso dos

médicos. Observa-se, particularmente, a necessidade de estudos com delineamento

experimental e longitudinal e com métodos precisos de medida da atividade física.

Dessa maneira será possível melhor compreender a relação entre atividade física e

qualidade de vida.

4.1 Manual de Operação Técnica

Impresso.

Page 34: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM · um manual sobre atividade física e promoção da saúde em médicos anestesiologistas. O referido manual traz uma contextualização

33

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APÊNDICE A: Artigo Científico

Atividade Física e Qualidade de Vida em Médicos Anestesiologistas da

Cidade de Londrina/PR

Physical Activity and Quality of Life of Anesthesiologists in the City of

Londrina/PR

Artigo a ser enviado para a Revista Brasileira de Medicina do Esporte.

Luciene Meri Neves PEREZ1, Deise Aparecida de Almeida PIRES-OLIVEIRA2

1. Possui graduação em Medicina – Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2003). Fez Residência Médica em Anestesiologia – Hospital Evangélico de Londrina-Pr (2008). Mestranda em Exercício Físico na Promoção da Saúde pela Universidade Norte do Paraná – Unopar (2014-2016).

2. Docente da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, docente dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado e Doutorado em Ciências da Reabilitação - Programa associado UEL/UNOPAR, e do Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde - UNOPAR.

Correspondência:

Luciene Meri Neves Perez. Médica Anestesiologista do Hospital Universitário do

Norte do Paraná (Londrina- Pr). E-mail: [email protected]

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RESUMO

Os médicos anestesiologistas são expostos a diversos fatores laborais que interferem em sua qualidade de vida, priorizando o paciente e sua carreira profissional. Diante disso faz-se necessário a pesquisa de variáveis e ações que possam melhorar a qualidade de vida dos anestesiologistas. O presente estudo visa caracterizar a qualidade de vida e prática de atividade física em médicos anestesiologistas na cidade de Londrina/PR, correlacionando e associando as variáveis de estudo. Trata-se de um estudo transversal, realizado nos 8 principais hospitais secundários e terciários da cidade de Londrina/PR. Todos os anestesiologistas dos hospitais selecionados foram convidados para participar da pesquisa, que foi composta por questões sociodemográficas e pelos questionários IPAQ (International Physical Activity Questionnaire) versão curta e o SF-36 (Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey). Dos 64 anestesiologistas que trabalhavam nos hospitais em estudo, 12 se recusaram a participar, sendo a população de estudo composta por 52 profissionais. Desses, 76,9% praticam algum tipo de atividade física regularmente, sendo que do total, quase a metade (48,1%) foram considerados como suficientemente ativos. O domínio capacidade funcional foi o que apresentou melhor resultado para a população pesquisada (1º quartil:76,2), sendo a saúde geral (1º quartil:52,0) e a vitalidade (1º quartil:50,0) os piores domínios da qualidade de vida. A prática de atividade física se correlacionou diretamente com melhores valores para os domínios capacidade funcional (Rs:0,649), estado geral da saúde (Rs:0,420), vitalidade (Rs:0,395), aspectos sociais (Rs:0,452), aspectos emocionais (Rs:0,296) e saúde mental (Rs:0,305); todos com p<0,05. Sendo que a caracterização de suficientemente ativos se associou com os domínios capacidade funcional (p<0,001), estado geral da saúde (p=0,022) e aspectos sociais (p=0,048). Os resultados foram sustentados pela literatura, reforçando o papel da atividade física como promotora da qualidade de vida.

Palavras-chave: Atividade física. Qualidade de vida. Promoção da saúde. Anestesiologista. Médico.

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ABSTRACT The anesthesiologists are exposed to various work factors that interfere with their quality of life, prioritizing the patient and his professional career. Thus is it important to research variables and actions that can improve the quality of life of anesthesiologists. Therefore, this study aims to characterize the quality of life and physical activity in medical anesthesiologist in Londrina / PR, correlating and linking the study variables. It is a cross-sectional study, conducted in leading 8 secondary- or tertiary-level hospitals in the city of Londrina / PR. All anesthesiologists of the selected hospitals were invited to participate in the survey, which consisted of sociodemographic questions and the IPAQ questionnaires (International Physical Activity Questionnaire) short version and SF-36 (Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey). Of 64 anesthesiologists working in hospitals under study, 12 refused to participate, and the study population comprised of 52 professionals. Of these, 76.9% practice some regular physical activity, with the total almost half (48.1%) were considered as sufficiently active. The functioning domain showed the best result for the studied population (1º quartile:76.2), and general health (1º quartile:52.0) and vitality (1º quartile:50.0) the worst areas of quality of life. The physical activity is directly correlated with better values for the domains functional capacity (Rs:0.649), general health (Rs:0.420), vitality (Rs:0.395), social aspects (Rs:0.452), emotional aspects ( Rs:0.296) and mental health (Rs:0,305); all p <0.05. Since the characterization of sufficiently active it was associated with the domains functional capacity (p<0.001), general health (p=0.022) and social aspects (p=0.048). The results were supported by the literature, strengthening the role of physical activity as a promoter of quality of life.

Key words: Physical activity. Quality of life. Health promotion. Anesthesiologist.

Doctor.

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41

INTRODUÇÃO

O conceito de qualidade de vida possui diferentes interpretações, uma vez que

visa integrar dimensões e sensações abstratas. A Organização Mundial da Saúde

(OMS) define qualidade de vida como a “percepção do indivíduo de sua posição na

vida no contexto da cultura e sistema de valores em que vive e em relação aos seus

objetivos, expectativas, padrões e preocupações”1. Objetivando melhorar a

compreensão outros autores definem a qualidade de vida como o nível de satisfação

com a vida. Relacionando essa satisfação com uma série de fatores, como hábitos de

vida de cada indivíduo, prática frequente de atividades físicas, alimentação,

prevenção, bem-estar, condições físicas e do ambiente, recursos financeiros,

compreensão do que é saúde, relacionamento familiar, amizades e do ponto de vista

espiritual e religioso2.

Considerando a importância do ambiente para a qualidade de vida dos

indivíduos, sujeitos expostos ao mesmo ambiente podem apresentar características

peculiares. Com relação a isso, destacam-se os ambientes de trabalho e as condições

de trabalho ou associadas ao trabalho. Nesse contexto, avalia-se que a qualidade de

vida de médicos está diretamente relacionada com sua carga de trabalho, em que

quanto maior a carga de trabalho (horas de trabalho), ou quanto menor o período para

descanso, em especial o tempo de sono nos intervalos entre plantões ou no período

pós-plantão, pior é a qualidade de vida3,4. A exposição ocupacional ainda pode resultar

em estresse laboral, estafa física e mental, que também são considerados como

fatores para pior qualidade de vida5. Especificamente para médicos anestesiologistas,

a responsabilidade configurada no ato anestésico, oriunda do impacto direto de suas

ações para a vida do paciente, revela-se como uma situação extremamente

estressante, podendo gerar impactos negativos para a qualidade de vida desses

profissionais6.

Embora muitos estudos enfoquem as características do trabalho, variáveis do

estilo de vida possuem influência em diversos domínios da qualidade de vida.

Alterações no ciclo de sono-vigília provoca alteração do ritmo circadiano, com

consequente alteração hormonal, em especial o cortisol.

Tais alterações levam a redução da função psicomotora, gerando estado

mental similar à indivíduos alcoolizados7. Alterações no sono podem interferir em

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outros quesitos, como aumentando a suscetibilidade física à rotina de trabalho,

situação essa que piora com o aumento da idade8.

Verifica-se maior dependência de substâncias ilícitas (drogas em geral) e

lícitas (tranquilizantes, opióides, anestésicos inalatórios ou venosos) e etilismo em

médicos anestesiologistas, quando comparado com outras especialidades médicas5,9-

11. Piores hábitos alimentares também são associados a esses profissionais12,13. Com

relação às questões sobre relacionamento familiar e amigos, os anestesiologistas

passam menos tempo em atividades sociais do que a população em geral, fato que

afeta a avaliação da qualidade de vida desses profissionais4, 5.

Entre as medidas recomendadas para amenizar os problemas relacionados

ao ambiente de trabalho e consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos

anestesiologistas estão: planejamento do trabalho, com horários definidos e não

superiores a 8 horas/dia, períodos de descanso durante a jornada de trabalho,

plantões que não ultrapassem 24 horas, além de um dia de descanso por semana7.

Porém, ressalta-se que essas medidas muitas vezes independem da vontade dos

anestesiologistas, sendo parte de um contexto amplo e de difícil governabilidade.

Frente a isso, faz-se necessário o incentivo a mudanças com maior governabilidade,

como a prática de atividade física14.

Tendo em vista os desafios profissionais e os problemas laborais enfrentados

por médicos anestesiologistas, a identificação do panorama de qualidade de vida e

prática de atividade física é imprescindível para a orientação de campanhas de

esclarecimento e incentivo à prática de atividade física e melhora da qualidade de

vida. Por essa razão, o presente estudo tem por objetivo analisar a possível

associação entre a prática de atividade física e qualidade de vida em médicos

anestesiologista na cidade de Londrina/PR.

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MÉTODO

Trata-se um estudo transversal com médicos anestesiologistas da cidade de

Londrina/PR. Foram elegíveis todos os anestesiologistas em atividade profissional nos

8 principais hospitais terciários e secundários na cidade de Londrina. Em cada hospital

os questionários foram entregues ao médico anestesiologista responsável, a fim de

que entregasse os formulários para cada profissional. Antes da entrega ao médico

responsável foi realizada uma reunião com o objetivo de explicar todo o procedimento

da pesquisa.

Todos os entrevistados foram apresentados aos objetivos do estudo, sendo

respeitados os preceitos éticos e realizada a pesquisa apenas nos que concordaram

em participar mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Os entrevistados tiveram um tempo para responderem aos questionários,

permanecendo em posse dos anestesiologistas por um período de 15 dias, dando

tempo hábil para preencher os dois formulários distribuídos. A medida que respondiam

os questionários, estes eram devolvidos ao responsável e posteriormente recolhidos

para serem analisados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em

Seres Humanos da Universidade Norte do Paraná (número 276.702).

O critério de exclusão foi a recusa em responder as questões relativas à

atividade física e/ou qualidade de vida. O critério de perda foi a recusa em participar

da pesquisa. A pesquisa foi realizada no período de abril a junho de 2015.

Foram aplicados os questionários IPAQ (International Physical Activity

Questionnaire)15 versão curta e o SF-36 (Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form

Health Survey)16 para avaliação da prática de atividade física e qualidade de vida,

respectivamente. Variáveis sociodemográficas e relacionadas à atividade profissional

foram coletadas para melhor caracterização dos resultados.

Os instrumentos foram digitados em duplicata no programa Epi Info (Versão

3.5.4), consolidados e analisados por meio do programa SPSS (versão 19). Para

análise da atividade física, as respostas do questionário IPAQ foram utilizas para o

calculado do tempo de atividade física total de cada entrevistado. Para esse cálculo o

tempo semanal de atividade física leve foi multiplicado por 0 (zero), o tempo semanal

de atividade física moderada foi multiplicado por 1 (um) e o tempo semanal de

atividade física intensa foi multiplicado por 2 (dois). O somatório desse tempo de

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atividade foi empregado para, com base nas recomendações do American College of

Sports Medicine e da American Heart Association17, classificar os participantes em

inativos, insuficientemente ativos e suficientemente ativos.

A qualidade de vida foi avaliada por meio do cálculo dos 8 dominios da SF-

36: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral da saúde, vitalidade,

aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental.16Cada domínio pode ser

pontuado de zero a cem, sendo que quanto maior o valor, melhor é a qualidade do

domínio. Os dados foram analisados pela média, desvio-padrão, frequência e

porcentagem. Os domínios da SF-36 foram submetidos ao teste de normalidade

Shapiro-Wilk, e posteriormente realizado o coeficiente de Spearman para correlação

com o tempo de prática da atividade física semanal.

Com o objetivo de verificar a associação entre a prática de atividade física

categorizada de acordo com o American College of Sports Medicine e da American

Heart Association17, os domínios da SF-36 foram categorizados segundo os tercis de

distribuição. O tercil com menor foi denominado de “ruim”, o tercil intermediário de

“médio”, e o tercil de maior pontuação foi denominado de “bom”. Então, realizou-se o

teste Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn.

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45

RESULTADOS

Dos 64 anestesiologistas elegíveis, 12 (18,7% do total) se recusaram a

participar. Não houve nenhuma exclusão, ficando a população com 52 entrevistados.

A maioria dos entrevistados era do sexo masculino (71,2%) com idade média de 46

anos (±12,6) (Tabela 1).

Tabela 1 – Caracterização sociodemográfica dos anestesiologistas da cidade

de Londrina/PR (2015).

Variável n %

Sexo

Feminino 15 28,8

Masculino 37 71,2

Idade (anos)

26-34 13 25,0

35-46 15 28,8

47-56 13 25,0

57-73 11 21,2

A análise da qualidade de vida demonstrou que o domínio com pior qualidade

foi o estado geral da saúde, seguido pela vitalidade. Como destaque positivo destaca-

se o domínio capacidade funcional, com maior média 86,4 e com um valor mínimo de

60,0, muito superior aos demais domínios (Tabela 2). Com relação à prática de

atividade física, de acordo com os critérios seguidos, 12 (23,1%) dos anestesiologistas

foram classificados como inativos, 15 (28,8%) como insuficientemente ativos, e 25

(48,1%) como suficientemente ativos.

Avaliação da normalidade dos domínios da SF-36 apresentou valor de p<0,05,

ou seja, não há normalidade dos dados. Diante disso, foi realizado o coeficiente de

Spearman para correlação entre qualidade de vida e tempo semanal de prática de

atividade física, que demonstrou significância estatística entre o maior tempo semanal

de prática de atividade física moderada e intensa e maiores resultados nos domínios:

capacidade funcional, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos

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emocionais e saúde mental (Tabela 3). A categorização das variáveis apresentou um

resultado semelhante, com diferença apenas para os domínios saúde mental,

vitalidade e aspectos emocionais, que não apresentaram diferença estatística nessa

análise (Tabela 4).

Tabela 2 – Aspectos quantitativos da avaliação da qualidade de vida (SF-36) para

cada domínio da escala SF-36 (Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health

Survey) em anestesiologistas da cidade de Londrina/PR (2015).

Domínios Mínimo 1º quartil Mediana 3º quartil Máximo

Capacidade Funcional 60,0 76,2 90,0 95,0 100,0

Aspectos Físicos 0,0 75,0 100,0 100,0 100,0

Dor 41,0 62,0 72,0 84,0 100,0

Estado Geral da Saúde 35,0 52,0 57,0 62,0 82,0

Vitalidade 20,0 50,0 65,0 75,0 90,0

Aspectos Sociais 12,5 62,5 87,5 100,0 100,0

Aspectos Emocionais 0,0 66,7 100,0 100,0 100,0

Saúde Mental 24,0 68,0 76,0 84,0 92,0

Tabela 3 – Correlação de Spearman (Rs) entre para cada domínio da escala SF-36

(Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey) e o tempo semanal de

prática de atividade física em anestesiologistas da cidade de Londrina/PR (2015).

Domínios Rs p

Capacidade Funcional 0,649 <0,001

Aspectos Físicos 0,271 0,052

Dor 0,206 0,143

Estado Geral da Saúde 0,420 0,002

Vitalidade 0,395 0,004

Aspectos Sociais 0,452 0,001

Aspectos Emocionais 0,296 0,036

Saúde Mental 0,305 0,028

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Tabela 4 - Teste de Kruskal-Wallis com pós-teste de Dunn entre os tercis dos domínios

da qualidade de vida e a prática de atividade física de anestesiologistas de Londrina,

PR (2015).

Domínios

Inativo

Insuficiente-

mente ativo

Suficiente-

mente ativo

p n % n % n %

Capacidade Funcional <0,001

Ruim 6 46,2 6 46,2 1 7,7

Média 6 31,6 7 36,8 6 31,6

Boa 0 0,0 2 10,0 18 90,0

Aspectos Físicos 0,067

Ruim 4 36,4 5 45,5 2 18,2

Média 1 14,1 3 42,9 3 42,9

Boa 7 20,6 7 20,6 20 58,8

Dor 0,112

Ruim 7 29,2 9 37,5 8 33,3

Média 0 0,0 2 28,6 5 71,4

Boa 3 37,5 0 0,0 5 62,5

Estado Geral da Saúde 0,022

Ruim 7 35,0 8 40,0 5 25,0

Média 3 21,4 4 28,6 7 50,0

Boa 2 11,8 3 17,6 12 70,6

Vitalidade 0,113

Ruim 5 31,3 6 37,6 5 31,3

Média 5 21,7 7 30,4 11 47,8

Boa 1 9,1 2 18,2 8 72,7

Aspectos Sociais 0,048

Ruim 6 40,0 5 33,3 4 26,7

Média 5 23,8 6 28,6 10 47,6

Boa 1 6,7 4 26,7 10 66,7

Aspectos Emocionais 0,101

Ruim 5 55,6 2 22,2 2 22,2

Média 1 16,7 2 33,3 3 50,0

Boa 6 16,2 11 29,7 20 54,1

Saúde Mental 0,503

Ruim 6 40,0 4 26,7 5 33,3

Média 2 10,0 7 35,0 11 55,0

Boa 4 23,5 4 23,5 9 52,9

Total 12 23,1 15 28,8 25 48,1

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DISCUSSÃO

O percentual de anestesiologistas que se recusaram a participar do estudo,

embora possa parecer elevado (18,7%), se encontra abaixo do relatado em outras

pesquisas envolvendo médicos3,18,19 e médicos anestesiologistas20-22. O percentual de

recusa/perda para essas pesquisas variou de 20,0-68,7%3,5,18-22, ou seja, mesmo

cientes da importância de pesquisas científicas, a falta de tempo e cansaço acabam

diminuindo substancialmente a participação nesses profissionais em estudos

científicos.

O gênero dos anestesiologistas varia de acordo com cada região, fato

evidenciado ao comparar o elevado percentual de homens no presente estudo

(71,2%) com a literatura, em que a porcentagem de homens varia de 31%- 63,9%9,21-

23. Com relação a faixa etária, os anestesiologistas do presente estudo apresentaram

idade média similar à literatura9,21-23.

A literatura apresenta poucos estudos com anestesiologistas, sendo o

principal enfoque no estresse, burnout e na jornada de trabalho4,10,24,25. Dentre os

poucos trabalhos que investigam a qualidade de vida de anestesiologistas, Arenson-

Pandikow e colaboradores12, encontraram melhores médias nas questões

relacionadas com o domínio da capacidade física. Esse resultado é concordante com

o encontrado por Andrade e colaboradores26, em que o domínio físico apresentou

melhor média em comparação com os demais domínios. Além disso, foi evidenciado

menor média para o domínio de qualidade de vida geral. Vale ressaltar que no

presente estudo os dados foram apresentados na forma de mediana, por serem não

paramétricos, porém a literatura citada apresenta os valores de média, que por sua

vez foram comparados com as médias do presente estudo.

Em aprofundamento da análise dos domínios, realizada por Santos e

colaboradores23, é confirmado o encontrado pelos demais autores, melhores médias

para o domínio físico e pior média para o domínio da qualidade de vida geral. Como

diferencial, os autores realizaram comparação de média em grupos estratificados, ou

seja, comparando se grupos com diferenças nas variáveis sexo, jornada de trabalho,

turnos trabalhados e renda apresentavam diferenças nos domínios de qualidade de

vida.

Foi evidenciado que a jornada de trabalho semanal influência direta na

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qualidade de vida dos anestesiologistas, em que indivíduos que trabalham 60 horas

ou mais apresentam menores médias no domínio ambiente. Do mesmo modo, menor

renda também apresentou menor média para o domínio ambiente. Outras análises

apresentaram resultados interessantes, embora sem significância estatística, fato

esse que pode ser causado pelo baixo número amostral do estudo, que é um fator

limitante em estudos com anestesiologistas.

Com relação ao percentual de anestesiologistas que praticam atividade física,

considerando apenas os suficientemente ativos, o percentual encontrado (48,1%) foi

levemente superior ao relatado pelo Inquérito Vigitel27 para diversas capitais

brasileiras, que variou de 30,4% a 47,1%. O Vigitel considera para essa porcentagem

indivíduos que praticam ao menos 150 minutos de atividade física moderada por

semana, fato esse que possibilita a comparação dos valores percentuais. Porém, não

é possível inferir diferenças ou semelhanças, uma vez que o estudo Vigitel evidenciou

que em homens e em pessoas com maior escolaridade ocorrem maiores percentuais

de indivíduos suficientemente ativos, e a população do presente estudo é composta

por maioria de homens e todos com escolaridade elevada.

Poucos estudos investigam a prática de atividade física por anestesiologistas.

Santos e colaboradores23 identificaram que 30,8% dos anestesiologistas

entrevistados em João Pessoa fazem atividade física regularmente. Serralheiro e

colaboradores21 encontraram um percentual de 45,8% de anestesiologistas

praticando atividade física, sendo que 40,7% praticam de duas a três vezes na

semana. Embora qualquer comparação seja limitada pela não avaliação do tempo

semanal e a intensidade das atividades físicas praticadas, pode-se verificar que o

percentual de anestesiologistas suficientemente ativos é seguramente maior no

presente estudo.

A correlação encontrada entre a prática de atividade física e domínios da

qualidade de vida é relatada em outros estudos com populações diversas28-33 e com

anestesiologistas23. Na literatura, especialmente em estudo com elevado número

amostral, todos os domínios da qualidade de vida são maiores em indivíduos que

praticam atividade física28-33. Diante disso, infere-se que na população estudada os

domínios que não apresentaram significância estatística podem ter sido prejudicados

pelo número amostral limitado da população de interesse. Além de realizar correlação,

a descrição e associação encontrada entre indivíduos considerados suficientemente

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50

ativos comprovam a necessidade de um período mínimo semanal para

potencialização dos efeitos benéficos da atividade física17.

Existem diversas possibilidades para melhorar a qualidade de vida dos

médicos anestesiologistas, sendo a prática de atividade uma dessas possibilidades14.

Nesse sentido, fazem-se necessários materiais de incentivo e esclarecimento

direcionados a esse público, visando o aumento da prática de atividade física e como

consequência, melhora da qualidade de vida.

O presente estudo conta com uma fragilidade que é o baixo número amostral,

fato que limitam as análises estatísticas. Contudo, é importante considerar que todo o

universo amostral pretendido foi incluso na pesquisa, não houve amostragem. E, uma

vez que a maioria dos anestesiologistas possuem vínculo com mais de uma instituição

e a pesquisa foi realizada nos principais serviços de saúde da cidade, considera-se

que os resultados são representativos para a população de anestesiologistas de

Londrina/PR.

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51

CONCLUSÃO

O presente estudo identificou que a maioria dos anestesiologistas de Londrina

(76,9%) pratica alguma atividade física regularmente, sendo que do total quase a

metade (48,1%) são considerados como suficientemente ativos. O domínio

capacidade funcional foi o que apresentou melhor resultado para a população

pesquisada, sendo a saúde geral e a vitalidade os piores domínios da qualidade de

vida.

A prática de atividade física se correlacionou diretamente com melhores

valores para os domínios capacidade funcional, estado geral da saúde, vitalidade,

aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Sendo que a caracterização

de suficientemente ativos se associou com os domínios capacidade funcional, estado

geral da saúde e aspectos sociais. Espera-se dessa maneira, orientar a construção

de materiais educativos para incentivar os anestesiologistas a realizar atividade física.

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APÊNDICE B: Trabalho Apresentado em Evento Científico

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APÊNDICE C: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: ATIVIDADE FÍSICA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MÉDICOS

ANESTESIOLOGISTAS

Prezado (a) Senhor (a), o objetivo deste trabalho é analisar o nível de atividade física e a qualidade de

vida dos médicos Anestesiologistas da cidade de Londrina-PR, buscando verificar se há relação entre a

prática de atividades físicas e a melhoria na qualidade de vida desses profissionais e para isso precisamos

de sua colaboração.

Necessitamos que você responda a dois questionários o questionário IPAQ (International Physical

Activity Questionnaire) versão curta para analisar o nível de atividade física dos Anestesiologistas e o

questionário SF-36, (Medical Outcomes Study36- Item Short- Form Health Survey) no qual se buscará

analisar a qualidade de vida dos entrevistados tendo em vista os seguintes aspectos: capacidade

funcional; aspectos físicos; aspectos emocionais; dor; estado geral de saúde; vitalidade; aspectos sociais.

Esta pesquisa não lhe trará despesas, gastos ou danos. Você terá livre acesso aos pesquisadores

envolvidos no projeto para esclarecimento de eventuais dúvidas.

Os principais investigadores são: Profª. Dra. DEISE A.A. PIRES OLIVEIRA, professora da

Universidade Norte do Paraná, no telefone 3371-9848 ou 9919-0839 e a aluna de mestrado do Programa

de Mestrado em Exercício Físico na Promoção da Saúde da Unopar, LUCIENE MERI NEVES PEREZ,

no telefone 3029-1575 ou 9965-1575.

Lembramos ainda que o senhor (a) terá acesso aos resultados da pesquisa ao final da mesma. É garantida

a liberdade da retirada deste consentimento a qualquer momento e deixar de participar do presente

estudo. Os dados coletados serão mantidos sob sigilo e as informações obtidas serão analisadas em

conjunto com outros profissionais, não sendo divulgada a identificação de ninguém. Há o compromisso

dos pesquisadores de utilizar os dados e o material coletado somente para fins científicos.

Eu, ___________________________________________________________, após ter lido e entendido

as informações e esclarecido todas as minhas dúvidas referentes a este estudo, CONCORDO,

VOLUNTARIAMENTE, a participar do mesmo.

______________________________________________ Data____/____/____

Assinatura do participante ou responsável

Eu, _________________________________________, na qualidade de entrevistador, declaro que

forneci todas as informações referentes ao estudo para o participante.

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ANEXO A: Questionário Internacional de Atividade Física

QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA - Versão curta

Nome: _______________________________________________________

Data: ______/ _______ / ______ Idade: ______ Sexo: F ( ) M ( )

Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas

fazem como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo que

está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos

ajudarão a entender que tão ativos nós somos em relação às pessoas de outros

países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade

física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você faz no

trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou como

parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO

importantes. Por favor responda cada questão mesmo que considere que não seja

ativo. Obrigado pela sua participação!

Para responder as questões lembre-se que:

� atividades físicas VIGOROSAS: são aquelas que precisam de um grande esforço

físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal

� atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum

esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal

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Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza

por pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez.

1a- Em quantos dias da última semana você CAMINHOU por pelo menos 10

minutos contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um

lugar para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

1b- Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos

quanto tempo no total você gastou caminhando por dia?

horas: ______ minutos: _____

2a- Em quantos dias da última semana, você realizou atividades

MODERADAS por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve

na bicicleta, nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar vôlei recreativo,

carregar pesos leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como

varrer, aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar

moderadamente a sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO

INCLUA CAMINHADA)

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

2b- Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos

10 minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades

por dia?

horas: ______ minutos: _____

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3a- Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS

por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica

aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços

domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos

elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou

batimentos do coração.

dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum

3b- Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10

minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades por

dia?

horas: ______ minutos: _____

Estas últimas questões são sobre o tempo que você permanece sentado todo

dia, no trabalho, na escola ou faculdade, em casa e durante seu tempo livre. Isto inclui

o tempo sentado estudando, sentado enquanto descansa, fazendo lição de casa

visitando um amigo, lendo, sentado ou deitado assistindo TV. Não inclua o tempo

gasto sentado durante o transporte em ônibus, trem, metrô ou carro.

4a- Quanto tempo no total você gasta sentado durante um dia de semana?

horas: ____ minutos: _____

4b- Quanto tempo no total você gasta sentado durante em um dia de final de

semana?

horas: ____ minutos: _____

Referência: Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Braggion G. Questinário

internacional de atividade física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Revista

brasileira de atividade física e saúde. 2001; 6(2): 05-18.

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ANEXO B: Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida (SF-36)

1- Em geral você diria que sua saúde é:

Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim

1 2 3 4 5

2- Comparada há um ano atrás, como você classificaria a sua idade em geral,

agora?

Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a Mesma Um Pouco

Pior

Muito Pior

1 2 3 4 5

3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente

durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer

estas atividades? Neste caso, quando?

Atividades

Sim, dificulta

muito

Sim, dificulta

um pouco

Não, não

dificulta de

modo algum

a) Atividades Rigorosas, que

exigem muito esforço, tais como

correr, levantar objetos pesados,

participar em esportes árduos.

1

2

3

b) Atividades moderadas, tais

como mover uma mesa, passar

aspirador de pó, jogar bola, varrer a

casa.

1

2

3

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c) Levantar ou carregar

mantimentos

1 2 3

d) Subir vários lances de escada

1 2 3

e) Subir um lance de escada 1 2 3

f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-

se

1 2 3

g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3

h) Andar vários quarteirões 1 2 3

i) Andar um quarteirão 1 2 3

j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com

seu trabalho ou com alguma atividade regular, como consequência de sua saúde

física?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava

ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras

atividades.

1 2

d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras

atividades (por exemplo: necessitou de um esforço extra).

1 2

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63

5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com

seu trabalho ou outra atividade regular diária, como consequência de algum

problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?

6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas

emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família,

amigos ou em grupo?

De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave

1 2 3 4 5 6

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao

seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria?

1 2

c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto

cuidado como geralmente faz

1 2

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8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho

normal (incluindo o trabalho dentro de casa)?

De maneira

alguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido

com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma

resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às

últimas 4 semanas.

Todo

Tempo

A maior

parte

do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Algum

parte

do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a) Quanto tempo

você

tem se sentindo cheio

de vigor, de vontade,

de força?

1

2

3

4

5

6

b) Quanto tempo

você

tem se sentido

uma pessoa muito

nervosa?

1

2

3

4

5

6

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c) Quanto tempo

você

tem se sentido tão

deprimido que nada

pode anima-lo?

1

2

3

4

5

6

d) Quanto tempo

você

tem se sentido calmo

ou tranqüilo?

1

2

3

4

5

6

e) Quanto tempo

você tem se

sentido com muita

energia?

1

2

3

4

5

6

f) Quanto tempo

você tem se

sentido desanimado

ou abatido?

1

2

3

4

5

6

g) Quanto tempo

você

tem se

sentido esgotado?

1

2

3

4

5

6

h) Quanto tempo

você

tem se sentido

uma pessoa feliz?

1

2

3

4

5

6

i) Quanto tempo

você

tem se sentido

cansado?

1

2

3

4

5

6

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10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física

ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como

visitar amigos, parentes, etc)?

Todo

Tempo

A maior parte

do

tempo

Alguma parte

do

tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma

parte do

tempo

1 2 3 4 5

11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

Muito obrigada.

Referência: Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos W, Meinão I, Quaresma MR. Tradução para a língua

portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-

36). Revista Brasileira de Reumatologia. 1999; 39(3): 143-50.

Definitivamente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Não sei

A maioria

das vezes

falso

Definitivamente

falso

a) Eu costumo

obedecer um pouco

mais facilmente que

as outras pessoas

1

2

3

4

5

b) Eu sou tão

saudável quanto

qualquer pessoa que

eu conheço

1

2

3

4

5

c) Eu acho que a

minha saúde vai piorar

1

2

3

4

5

d) Minha saúde é

excelente

1

2

3

4

5

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