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Assuntos 6º ano Mitos e Lendas do Brasil Folclore brasileiro, mitologia, contos e lendas populares, mitos e lendas do Brasil Saci-Pererê: personagem do folclore brasileiro Introdução As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também

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Page 1: Assunto 6º ano

Assuntos

6º ano

Mitos e Lendas do BrasilFolclore brasileiro, mitologia, contos e lendas populares, mitos

e lendas do Brasil

Saci-Pererê: personagem do folclore brasileiro

Introdução 

As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.

Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.

Algumas lendas e mitos do folclore brasileiro:

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BoitatáRepresentada por uma cobra de fogo que protege as matas, florestas e os animais. Possui a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre José de Anchieta, em 1560. Na região Nordeste do Brasil, o boitatá é conhecido como fogo que corre.

BotoA lenda do boto surgiu, provavelmente, na região amazônica. Esta figura folclórica é representada por um homem jovem, bonito e charmoso que seduz  mulheres em bailes e festas. Após a conquista, conduz as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes da madrugada, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se num lindo boto.

CurupiraAssim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.

LobisomemEste mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela

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frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.

Mãe-D'águaEncontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água: a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.

Corpo-secoÉ uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.

PisadeiraÉ uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.

Mula-sem-cabeçaSurgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.

Mãe-de-ouroRepresentada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher

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luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.

Saci-PererêO saci é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

Num reino distante o soberano tinha um único filho, o príncipe Igor, rapaz belo, inteligente e amado por todos os súditos. No reino vizinho havia duas princesas, filhas do rei que governava e era viúvo: Sâmia, a mais nova e Miléia, do primeiro casamento. Ambas foram criadas pelo pai com muito amor e carinho; este não demonstrava mais atenção nem a uma nem a outra. Recebiam ambas o mesmo tratamento afetuoso.

Os dois soberanos haviam combinado que o príncipe Igor e a princesa Miléia se casariam quando atingissem a idade propícia, mas os dois jovens nunca tiveram conhecimento deste acordo. Um dia, a princesa Sâmia e suas damas de companhia cavalgavam pelos campos e, ignorando os limites do reino, atravessaram o rio que separava os domínios do dois soberanos. Ao avistar o grupo de amazonas o príncipe Igor chamou seus cavaleiros e foram ao encontro delas e, de maneira gentil e cordial, dirigiu-se à princesa perguntando-lhe sobre os motivos que a traziam ao território do seu pai.

Encantada pela beleza e educação do jovem a princesa só conseguiu responder que não percebera ter ultrapassado os limites territoriais e, portanto, se desculpava pelo equívoco. O príncipe, gentilmente, se prontificou a acompanhá-la no trajeto de retorno. E assim ambos caminharam lado a lado, conversando

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animadamente, até chegar à margem do rio, onde montaram em seus respectivos animais.

Sabiam estar apaixonados e não conseguiam negar ou disfarçar este fato. Combinaram um novo encontro ali, na curva do rio, naquele recanto florido da planície que se estendia até no sopé da montanha.

Ao tomar conhecimento do ocorrido o rei envia o príncipe Igor para uma longa e demorada missão num país distante. E imediatamente comunica o fato ao soberano, pai da princesa Sâmia, que agradece, mas nada transmite à sua filha.

Mas uma das damas de companhia da princesa Sâmia, que ouvira e compreendera a conversa do rei, decide interferir. Chama um dos guardas palacianos e pede que ele rapte a princesa Miléia e a esconda num vale distante, explicando-lhe que estava salvando sua vida, pois uma terrível conspiração para derrubar o governo de seu pai estava sendo tramada.

O príncipe Igor retorna da missão e, para ganhar tempo, o pai lhe dá outra tarefa igualmente importante. E, no mesmo dia, os dois reis decidem marcar o casamento do príncipe Igor e da princesa Miléia para quando ele voltar. O desaparecimento da princesa Miléia está sendo mantido em sigilo pelo pai.

Mas, através de um dos seus cavaleiros, o príncipe Igor fica sabendo do plano do pai e também do desaparecimento da princesa Miléia, não comentado pelo pai dela. Naquela noite ele parte a galope para se encontrar furtivamente com a princesa Sâmia, que vai esperá-lo na curva do rio.

Ao se ver diante da amada ele explica o plano dos dois soberanos. Combinam se encontrar do outro lado do grande mar, no alto da montanha, pois ele está incumbido de conduzir um povo numa expedição de conquista e ocupação daquela ainda pouco conhecida região. Despedem-se e retornam aos seus respectivos palácios.

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Mas o plano do príncipe Igor é descoberto pelo seu pai, que o chama e informa que a sua missão será adiada até o início do ano seguinte. E sem que o príncipe soubesse a expedição partiu naquela noite, sob comando de um dos sobrinhos do rei. A princesa Sâmia, animada pela esperança de ser feliz ao lado do seu amado, parte às escondidas e, disfarçada, cruza o grande mar. Após intensas dificuldades ela alcança a grande montanha e, no alto, se depara com uma povoação.

É recebida com muita alegria e surpresa pelos nativos, que fazem festa e cantam comemorando a sua chegada. Acostumados a viver praticamente nus em contato direto com a Natureza eles ficam admirados pela beleza da jovem branca, suas vestimentas e seus longos cabelos louros. Não conseguem compreender que uma pessoa possa ter cabelos daquela cor e só na luz do Sol encontram um elemento de comparação. E assim, passam a considerá-la uma deusa e a chamá-la de Guaraciaba, “cabelos do Sol”. Constroem para ela uma simples e aconchegante cabana numa pequena elevação a poucos metros da entrada da aldeia; e satisfazem com imenso prazer todos os seus gozos e caprichos. Ela se adapta rapidamente àquela forma de vida; transmite-lhes alguns dos hábitos de seu povo e, à noite, sempre diante da fogueira, conta-lhes histórias fantásticas do mundo que eles não conhecem.

Narra os acontecimentos que a levaram até aquela região e declara que representantes do seu povo estão para chegar e no comando vem o seu noivo, com quem se casará. Todos se alegram com estas notícias e passam a vigiar todos os dias na esperança de avistar logo os tão esperados visitantes. Muitos meses decorrem sem que se tivessem notícias dos

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aventureiros. Os mensageiros informam apenas que homens brancos chegaram em grandes canoas e se instalaram em vários pontos do litoral e no planalto. A princesa se impacienta com a falta de notícias. Não consegue imaginar o que pode ter ocorrido e se deixa invadir pela tristeza.

Mas, numa tarde, homens brancos se aproximam da aldeia numa expedição de reconhecimento. Os nativos correm a recebê-los, para conduzi-los à princesa. Surpresos pela festiva recepção eles se deixam levar até a cabana da deusa Guaraciaba. Mais surpresos ficam quando a reconhecem. Como sabiam do envolvimento dela com o príncipe Igor eles narram os fatos de que têm conhecimento. Informam que o príncipe se casara com a princesa Miléia, por determinação do seu pai, que alegara ter a princesa Sâmia desaparecido. Seu pai descobrira que a princesa Miléia tinha sido raptada por uma das suas damas de companhia e fora, por um dos guardas, escondida no alto da montanha. Com a ameaça de mandar enforcar a dama de companhia e o guarda os dois soberanos conseguiram convencer o príncipe Igor a aceitar o matrimônio.

A princesa se desespera. Todos os seus sonhos de felicidade se desvanecem naquele momento. Na aflitiva angústia de ver perdidas todas as suas esperanças ela sai correndo pela montanha, chorando alucinadamente. Ninguém conseguiria conter-lhe o desespero. No dia seguinte, bem cedo, os nativos decidem sair à sua procura. Dividem-se em grupos e seguem em várias direções. Encontram, e ficam conhecendo, inúmeras cachoeiras cuja existência ignoravam e, na sua simplicidade, atribuem a origem das quedas d’água às lágrimas copiosas que a deusa houvera derramado.

Entristecidos, eles continuam as buscas por dias e semanas. A cada nova cachoeira encontrada confirma-se a certeza de ter a deusa passado pelo local. Mas ela não seria encontrada, jamais. Guardaram na memória a bela imagem da deusa branca de cabelos do Sol, passando a cultuá-la em seus rituais. E até hoje chamam a região de Mantiqueira, “serra que chora”.

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Conto extraído do livro “PROSA E POESIA – Nas encostas da serra que chora” de João Cândido da Silva Neto, ainda sem edição. (E-mail: [email protected])

Mitologia Grega Características da Mitologia

Grega, principais mitos e lendas, deuses gregos, Minotauro, Medusa,

Hércules, a influência da religião na vida política,

econômica e social dos gregos

Minotauro: figura da mitologia grega 

Introdução

Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos.

Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que

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eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.

 Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos,  políticos e culturais.

Entendendo a Mitologia Grega. 

Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram :

- Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e Aquiles.

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- Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.- Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.- Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.- Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.- Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa- Quimeras : mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.

Medusa: mulher com serpentes na cabeça

O Minotauro 

É um dos mitos mais conhecidos e já foi tema de filmes, desenhos animados, peças de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabeça de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro.

Certo dia, o rei Egeu resolveu enviar para a ilha de Creta seu filho, Teseu, que deveria matar o minotauro. Teseu recebeu da filha do rei de Creta, Ariadne, um novelo de lã e uma espada. O herói entrou no labirinto, matou o Minotauro com um

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golpe de espada e saiu usando o fio de lã que havia marcado todo o caminho percorrido.

Deuses gregos

De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos.

Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.

Conheça os principais deuses gregos :

Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza.Poseidon - deus dos mares Hades - deus das almas dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.Apolo - deus da luz e das obras de artes.Ártemis - deusa da caça e da vida selvagem.Ares - divindade da guerra..Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de AtenasCronos - deus da agricultura que também simbolizava o tempoHermes - divindade que representava o comércio e as comunicaçõesHefesto - divindade do fogo e do trabalho.

Texto Narrativo

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Texto narrativo  é aquele que engloba personagens desenvolvendo  ações ao longo do tempo. Envolve um narrador, espaço, tempo, enredo e os citados personagens, no desenrolar de fatos.

Dentre os personagens, haverá um ou mais protagonistas, onde estará centrada a trama e onde circundam os demais personagens, geralmente havendo também os antagonistas, em contrariedade aos protagonistas.

São chamados de coadjuvantes  aqueles que não se enquadram como protagonistas ou antagonistas, embora sua existência seja propícia para o desenvolvimento dos fatos que envolvem um texto narrativo.

E, falando em narrativa, é ela quem vai apresentar e desenvolver os personagens e fatos no tempo e espaço em que se situa o enredo. Entre os tipos de textos narrativos estão, por exemplo, o romance, a crônica, o conto, a fábula, a parábola, o texto descritivo, informativo, dissertativo, infantil, ficcional, expositivo, etc.

O modelo de texto narrativo escolhido dará o tom do enredo, determinando como será contada a estória de acordo com suas características básicas até que esteja pronto, seja uma texto pequeno ou grande.

Tipos de textos narrativos

Por Araújo, A. Ana Paula de

A narração é um dos gêneros literários  mais fecundos, portanto, há atualmente diversos tipos de textos narrativos que comumente são produzidos e lidos por pessoas de todo o mundo.

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Entre os tipos de textos mais conhecidos, estão o Romance, a Novela, o Conto, a Crônica, a Fábula, a Parábola, o Apólogo, a Lenda, entre outros.

O principal objetivo do texto narrativo é contar algum fato. E o segundo principal objetivo é que esse fato sirva como informação, aprendizado ou entretenimento. Se o texto narrativo não consegue atingir seus objetivos perde todo o seu valor. A narração, portanto, visa sempre um receptor.

Vejamos os conceitos de cada um desses tipos de narração e as diferenças básicas entre eles.

Romance: em geral é um tipo de texto que possui um núcleo principal, mas não possui apenas um núcleo. Outras tramas vão se desenrolando ao longo do tempo em que a trama principal acontece. O Romance se subdivide em diversos outros tipos: Romance policial, Romance romântico, etc. É um texto longo, tanto na quantidade de acontecimentos narrados quanto no tempo em que se desenrola o enredo.

Novela: muitas vezes confundida em suas características com o Romance e com o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, possui apenas um núcleo, ou em outras palavras, a narrativa acompanha a trajetória de apenas uma personagem. Em comparação ao Romance, se utiliza de menos recursos narrativos e em comparação ao Conto tem maior extensão e uma quantidade maior de personagens.

OBS: A telenovela é um tipo diferente de narrativa. Ela advém dos folhetins, que em um passado não muito distante eram publicados em jornais. O Romance provém da história, das narrativas de viagem, é herdeiro da epopéia. A novela, por sua vez, provém de um conto, de uma anedota, e tudo nela se encaminha para a conclusão.

Conto: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é reduzido e contém poucas personagens que existem em função de um núcleo. É o relato de uma situação que pode acontecer na vida

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das personagens, porém não é comum que ocorra com todo mundo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma que o tempo pode ser cronológico ou psicológico.

Crônica: por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não necessariamente precisa se passar em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto, de minutos ou horas normalmente.

Fábula: É semelhante a um conto em sua extensão e estrutura narrativa. O diferencial se dá, principalmente, no objetivo do texto, que é o de dar algum ensinamento, uma moral. Outra diferença é que as personagens são animais, mas com características de comportamento e socialização semelhantes às dos seres humanos.

Parábola: é a versão da fábula com personagens humanas. O objetivo é o mesmo, o de ensinar algo. Para isso são utilizadas situações do dia a dia das pessoas.

Apólogo: é semelhante à fábula e à parábola, mas pode se utilizar das mais diversas e alegóricas personagens: animadas ou inanimadas, reais ou fantásticas, humanas ou não. Da mesma forma que as outras duas, ilustra uma lição de sabedoria.

Anedota: é um tipo de texto produzido com o objetivo de motivar o riso. É geralmente breve e depende de fatores como entonação, capacidade oratória do intérprete e até representação. Nota-se então que o gênero se produz na maioria das vezes na linguagem oral, sendo que pode ocorrer também em linguagem escrita.

Lenda: é uma história fictícia a respeito de personagens ou lugares reais, sendo assim a realidade dos fatos e a fantasia estão diretamente ligadas. A lenda é sustentada por meio da oralidade, torna-se conhecida e só depois é registrada através da escrita. O

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autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura. Normalmente fala de personagens conhecidas, santas ou revolucionárias.

Estes acima citados são os mais conhecidos tipos de textos narrativos, mas podemos ainda destacar uma parcela dos textos jornalísticos que são escritos no gênero narrativo, muitos outros tipos que fazem parte da história, mas atualmente não são mais produzidos, como as novelas de cavalaria, epopéias, entre outros. E ainda as muitas narrativas de caráter popular (feitas pelo povo) como as piadas, a literatura de cordel, etc.

Devido à enorme variedade de textos narrativos, não é possível abordar todos ao mesmo tempo, até mesmo porque cotidianamente novas formas de narrar vão sendo criadas tanto na linguagem escrita quanto na oral, e a partir destas vão surgindo novos tipos de textos narrativos.http://www.infoescola.com/sociologia/entretenimento/

A serra do rola-moça

Mário de Andrade

A Serra do Rola-MoçaNão tinha esse nome não...

Eles eram do outro lado,Vieram na vila casar.E atravessaram a serra,O noivo com a noiva deleCada qual no seu cavalo.

Antes que chegasse a noiteSe lembraram de voltar.Disseram adeus pra todosE se puserem de novo

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Pelos atalhos da serraCada qual no seu cavalo.

Os dois estavam felizes,Na altura tudo era paz.Pelos caminhos estreitosEle na frente, ela atrás.E riam. Como eles riam!Riam até sem razão.

A Serra do Rola-MoçaNão tinha esse nome não.

As tribos rubras da tardeRapidamente fugiamE apressadas se escondiamLá embaixo nos socavões,Temendo a noite que vinha.

Porém os dois continuavamCada qual no seu cavalo,E riam. Como eles riam!E os risos também casavamCom as risadas dos cascalhos,Que pulando levianinhosDa vereda se soltavam,Buscando o despenhadeiro.

Ali, Fortuna inviolável!O casco pisara em falso.Dão noiva e cavalo um saltoPrecipitados no abismo.Nem o baque se escutou.Faz um silêncio de morte,Na altura tudo era paz ...Chicoteado o seu cavalo,No vão do despenhadeiroO noivo se despenhou.

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E a Serra do Rola-MoçaRola-Moça se chamou.

Fonte: www.secrel.com.br

Denotação e Conotação

Nos textos literários nem sempre a linguagem apresenta um único sentido, aquele apresentado pelo dicionário. Empregadas em alguns contextos, elas ganham novos sentidos, figurados, carregados de valores afetivos ou sociais.

Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no dicionário) dizemos que foi empregada denotativamente. 

Quando é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, dizemos que foi empregada conotativamente, este recurso é muito explorado na Literatura.

A linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia, etc.

Observe um trecho da canção “Dois rios”, de Samuel Rosa, Lô Borges e Nando Reis, note a caracterização do sol,  ele foi empregado conotativamente:

O sol é o pé e a mão O sol é a mãe e o pai Dissolve a escuridão

O sol se põe se vai E após se pôr O sol renasce no Japão ... Que os braços sentem

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E os olhos vêem Que os lábios sejam Dois rios inteiros Sem direção

Que os braços sentem E os olhos vêem Que os lábios beijam Dois rios inteiros Sem direção

Note que a expressão “dois rios inteiros” também foi empregada conotativamente e compõe um dos elementos básicos para a interpretação da letra.

Por Marina Cabral Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil Escola

Charge

Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Muito utilizadas em críticas políticas no Brasil. Apesar de ser confundido com cartoon (ou cartum), que é uma palavra de origem inglesa, é considerado como algo totalmente diferente, pois ao contrário da charge, que sempre é uma crítica contundente, o cartoon retrata situações mais corriqueiras do dia-a-dia da sociedade. Mais do que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social onde o artista expressa graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas através do humor e da sátira. Para entender uma charge, não é preciso ser necessariamente uma pessoa culta, basta estar por dentro do que acontece ao seu redor. A charge tem um

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alcance maior do que um editorial, por exemplo, por isso a charge, como desenho crítico, é temida pelos poderosos. Não é à toa que quando se estabelece censura em algum país, a charge é o primeiro alvo dos censores.

Um cartoon, cartune ou cartum é um desenho humorístico acompanhado ou não de legenda, de caráter extremamente crítico retratando de uma forma bastante sintetizada algo que envolve o dia-a-dia de uma sociedade.

O termo é de origem britânica, e foi pela primeira vez utilizado neste contexto na década de 1840, quando a revista Punch publicou uma série de charges que parodiavam o Palácio de Westminster, adaptados para satirizar acontecimentos da política contemporânea. O significado original da palavra cartoon é mesmo "estudo", ou "esboço", e é muito utilizada nas artes plásticas.

Este tipo de desenho é ainda considerado uma forma de comédia e mantém o seu espaço na imprensa escrita atual.

Provérbio ou Ditado popular, do latim proverbium, é uma frase de carácter popular, com um texto mínimo de autor anónimo que é várias vezes repetido e se baseia no senso comum de um determinado meio cultural, como por exemplo: “O seguro morreu de velho”.

Provérbios populares

"Não diga tudo quanto sabesnão faças tudo quanto podesnão creias em tudo quanto ouves

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não gastes tudo quanto tens

porquequem diz tudo quanto sabequem faz tudo quanto podequem crê em tudo quanto ouvequem gasta tudo quanto tem

muitas vezesdiz o que não convémfaz o que não devejulga o que não vêgasta o que não pode"-- Provérbio Árabe

"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida."-- Provérbio Chinês

"A palavra é prata, o silêncio é ouro."-- Provérbio Chinês