associaÇÃo educacional dom bosco - ead.aedb.br · da faculdade de filosofia, ciências e letras...

51
ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO Mantenedora da Faculdade de Ciências Econômicas, Administração e da Computação Dom Bosco, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Dom Bosco, da Faculdade de Engenharia de Resende e do Colégio de Aplicação de Resende. Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB Av. Cel. Prof. Antonio Esteves, nº 01, Campo de Aviação – Resende-RJ CEP: 27.523-000 Tel./Fax: (24) 3383 -9000 www.aedb.br

Upload: vuongthuan

Post on 22-Jan-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL DOM BOSCO Mantenedora da Faculdade de Ciências Econômicas, Administração e da Computação Dom Bosco,

da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Dom Bosco, da Faculdade de Engenharia de Resende e do Colégio de Aplicação de Resende.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB

Av. Cel. Prof. Antonio Esteves, nº 01, Campo de Aviação – Resende-RJ

CEP: 27.523-000 Tel./Fax: (24) 3383 -9000

www.aedb.br

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 2

Olá caros alunos do Curso de Sistemas de Informação da AEDB. Sejam-vindos

à disciplina Introdução ao Direito.

Eu sou o professor-tutor Alex Pimenta. Sou mestre em Direitos Sociais, Difusos

e Coletivos, Especialista em Direito Público e em Sociologia. Atuo como professor

universitário, advogado e Procurador Público Municipal, de carreira. Quem quiser

conhecer um pouco minha trajetória profissional e acadêmica pode clicar no seguinte

link: http://lattes.cnpq.br/5875862280409833

O objetivo desta disciplina é trazer a vocês um panorama do ordenamento

jurídico brasileiro, a organização do sistema legal, as atribuições dos três Poderes da

República Federativa do Brasil (Executivo, Legislativo e Judiciário) e, especialmente,

ferramentas que permitam compreender os motivos e as consequências das regras legais,

bem como os caminhos para cumpri-las, de forma a bem desempenhar as atribuições

profissionais na área de sistemas.

É por isso que no primeiro bimestre vocês terão breves considerações acerca da

relação entre Ética, Moral e Direito, os ramos e as fontes deste, além de abordagens sobre

as leis e a formação do Estado brasileiro, com vistas a dar uma base ao que virá em

seguida.

A partir do segundo bimestre a disciplina passa a ser mais objetiva e formativa,

ao trazer pontos importantes do Direito Público, como o Direito Constitucional e o

Administrativo, necessários ao entendimento dos fundamentos gerais de muitas regras

necessárias à convivência social e profissional, além da estrutura de apoio estatal.

Já no terceiro bimestre são trazidas regras gerais do Direito Penal, tão importantes

àqueles que vão atuar na área de tecnologia da informação. Ao mesmo tempo vocês

começarão a conhecer aspectos que validam ou invalidam contratos; relações comerciais

ou que podem gerar prejuízos às pessoas físicas ou às empresas.

Por fim, as formas corretas de se criar sociedades empresariais, as suas espécies

e as responsabilidades legais respectivas são abordadas ao lado do Código de Defesa do

Consumidor, um dos grandes instrumentos legais para os que lidarão com e-commerce,

por exemplo.

Porém, para que tudo isso seja assimilado, não basta que vocês leiam o material

- e muito menos decorem-no. É primordial que busquem as fontes complementares

indicadas, participem dos fóruns, chats, encontros presenciais, bem como, valendo nota

ou não, pratiquem a partir dos exercícios de fixação propostos.

No mais, observem as regras da AEDB quanto aos direitos e obrigações dos

discentes, especialmente no que se refere às disciplinas em EAD.

Mãos à obra e bons estudos! Prof. Alex Pimenta

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 3

Conteúdo Programático 2.º Bimestre

3. O que é a Constituição

3.1 Histórico das Constituições Brasileiras

3.2 Dos Direitos e Garantias Fundamentais

3.3 Artigo 5º da CRFB/1988 – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

3.4 Da Organização do Estado

3.5 Da Tribulação e do Orçamento

3.6 Da Ordem Econômica e Financeira

4. Introdução e Conceito

4.1 Administração Publica

4.2 Principios da Administração Publica

4.3 Atos e Contratos Administrativos

4.4 Serviços Públicos

4.5 Servidor Público

4.6 Poder de Polícia e Poder Discricionário

4.7 Propriedade Pública

5. Direito Penal

5.1 Fontes

5.2 Crime

5.3 Inimputabilidade

5.4 Penas

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 4

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

O que é Constituição?

Histórico das Constituições Brasileiras

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Artigo 5º da CRFB/1988 – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Objetivos da Unidade

Conhecer os preceitos fundamentais do Direito Constitucional necessários ao

exercício da profissão e à postura cidadã e

Correlacionar direitos e deveres fundamentais, previstos na Constituição Federal,

com condutas capazes de repercutir em diversas esferas, em especial as de natureza civil,

empresarial, trabalhista, tributária e penal.

Introdução

Abrindo nossos estudos de Direito Público, a seguir serão abordadas as principais

questões relacionadas ao Direito Constitucional.

É importante salientar que a Constituição Federal, principal fonte desse direito,

traz diretrizes, princípios, enfim, normas básicas e máximas do sistema jurídico nacional.

Portanto, se algum ato ou lei inferior contrariar o que ela estabelece, será considerado (a)

inconstitucional.

O que é Constituição?

Constituição é “um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que

regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício

do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos

fundamentais do homem e as respectivas garantias.” (SILVA, 2005, p. 37-38)

A Constituição que vigora atualmente no Brasil é a de 1988 e demorou cerca de

3 anos sendo discutida, até entrar em vigor em 5 de outubro do mesmo ano. Ela foi

elaborada após o período ditatorial (1964 a 1985), na onda dos anseios populares por

democracia e direitos sociais e individuais manifestados nas ruas e nas artes, além do

campo político e social.

Quer saber mais sobre o processo de redemocratização do Brasil?

Assista

em: https://www.youtube.com/watch?v=XxWhON7BPlk (Documentário da TV

Cultura – SP.)

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/1988) inaugurou não

apenas novos rumos políticos. Sua preocupação em equilibrar desenvolvimento

econômico com liberdades e avanços sociais demandaram fundamentos consagrados no

artigo 1º, além de diversas diretrizes, dentre as quais; os objetivos fundamentais (art. 3º)

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 5

e os princípios republicanos (art. 4º), bem como a enumeração de direitos e garantias

fundamentais aos cidadãos (art. 5º), aos trabalhadores (art. 7º) e a toda a sociedade (artigo

6º). Veja estes artigos

em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm

Volte a sua Disciplina e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembramos que sua participação é importante e vale pontos.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 6

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Histórico das Constituições Brasileiras

Capa de uma das primeiras edições distribuídas pelo país em 1988.

Imagem Disponivel em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1988

#/media/File:

Constitui%C3%A7%C3%A3o_do_Brasil_de_1988_in_exposition.JPG

(domínio público)

É preciso dizer que de todos esses direitos, muitos deles ainda nem foram

regulamentados por meio de leis (inferiores à Constituição) que especifiquem como

devem ser exercidos. De qualquer maneira, eles já estão lá previstos e devem ser as

referências para a elaboração de todas as leis posteriores a 1988, que se por acaso não

respeitarem as diretrizes estabelecidas pela Constituição, são consideradas

inconstitucionais.

Já as leis anteriores a 1988 que, integralmente ou em alguns pontos, contrariam

os princípios fixados por ela, não foram recepcionadas pela nova ordem constitucional,

vigente a partir de 1988, não devendo mais surtir efeitos.

Volte a sua Disciplina e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembramos que sua participação é importante e vale pontos.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 7

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

O Título II da CRFB/1988 traz quatro capítulos tratando dos Direitos e Garantias

Fundamentais. O capítulo I trata dos direitos e deveres individuais e coletivos, que serão

listados mais abaixo.

O capítulo II dispõe sobre os direitos sociais à educação, à saúde, à alimentação,

ao trabalho, a moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção à

maternidade e à infância, bem como à assistência aos desamparados. (art. 6º).

O capítulo III assegura a nacionalidade brasileira aos natos ou naturalizados (art.

12), vedando a distinção entre eles, exceto nos casos previstos na própria constituição

como a ocupação de alguns cargos públicos (art. 12 § 3º).

O capítulo IV trata dos direitos políticos, donde se destaca a participação popular

por meio do voto e a cassação dos direitos políticos, salvo nos casos expressos de

cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; incapacidade civil

absoluta; condenação criminal transitada em julgado - enquanto durarem seus efeitos;

recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa e condenação por

improbidade administrativa. (art. 15)

Volte a sua Disciplina e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembramos que sua participação é importante e vale pontos.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 8

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Artigo 5º da CRFB/1988 – Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Os direitos e deveres individuais e coletivos estão listados no art. 5ª da

CRFB/1988. Abaixo são destacados alguns deles. Outros serão tratados posteriormente.

Princípio da Igualdade

“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza

(...)”

Porém, esse princípio não impede que se se criem alguns mecanismos para

procurar diminuir as desigualdades reais oriundas de diversos fatores como sexo, regiões,

raças, deficiências, bem como aspectos socioeconômicos. A lógica é que a própria

sociedade que impôs barreiras, criou classes, renegou grande parte da população, tem

agora que dar conta de reparar essas históricas atitudes e criar meios de dar oportunidades

a quem presume-se estar em situação de desvantagem.

Por isso são consideradas constitucionais ações afirmativas que garantem, por

exemplo, cotas para pobres, negros, índios e deficientes.

Existem ainda normas de proteção ao trabalho da mulher, que buscam respeitar

suas as diferenças físicas, sociais e psíquicas em relação ao homem (CLT art. 372 a 400),

sem que isso viole a igualdade de gêneros prevista no inciso I do art. 5º.

A própria Constituição prevê ainda a distribuição diferenciada de parte da

arrecadação federal aos Estados menos desenvolvidos do país (art. 159 I c), como forma

de tentar aproximar as oportunidades de trabalho e renda de suas populações com as dos

mais desenvolvidos, que ao longo do tempo concentraram as atenções e as verbas.

Enfim, o princípio da igualdade tem sido tratado sob a ótica do que disse Rui

Barbosa, ainda em 1921, no discurso “A oração aos moços”: “Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade,

seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.”

Ilustração da ideia de igualdade formal X igualdade real

Princípio da legalidade “II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma

coisa senão em virtude de lei.”

Vedação e punição à tortura “III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento

desumano ou degradante”; “XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de

graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de

entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 9

crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os

executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.”

Liberdade Religiosa

“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo

assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na

forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”

“VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência

religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;”

“VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença

religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar

para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a

cumprir prestação alternativa, fixada em lei;”

Como lembra Alexandre de Moraes, a liberdade de convicção religiosa abrange,

até mesmo, o direito de não acreditar ou de não professar nenhuma fé. Há que se respeitar

também o ateísmo. (MORAES, 2002, p. 74)

Liberdade de Pensamento, de expressão intelectual, artística, científica e de

comunicação. Direito de resposta e responsabilidade por dano material, moral ou à

imagem.

“IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o

anonimato;”

“V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,

além da indenização por dano material, moral ou à imagem;”

“IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,

científica e de comunicação, independentemente de censura ou

licença;”

Embora a manifestação do pensamento seja livre, deve-se tomar cuidado com o

que se fala, escreve, posta e compartilha, seja pessoalmente, no convívio social ou na

internet. As opiniões podem e devem ser emitidas, mas de forma não anônima. Quem se

expressar deve estar ciente de que se o que disse, ainda que verdadeiro, causar algum

prejuízo material (de dinheiro) ou moral (dor, sofrimento, vergonha etc), poderá ter que

responder um processo civil, que, ao final, poderá condenar a pagamento de indenização.

Se o que for dito ainda configurar crime, como nos casos de discriminação ou de injúria,

calúnia ou difamação, poderá também estar sujeito a ser até condenado à prisão.

Quer saber mais sobre liberdade de expressão? Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=I8NL3bkocOw (Programa Fórum -

17/12/11 - Limites da liberdade de expressão, disponibilizado na TV Unesp)

Inviolabilidade à intimidade, vida privada, honra e imagem.

“X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a

imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano

material ou moral decorrente de sua violação.”

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 10

Aqui, além de indenizações em âmbito civil, há que se aproveitar para lembrar

alguns crimes que são comuns na internet e que ofendem esse direito constitucional de

proteção à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem.

Quer saber mais? Veja em: https://www.youtube.com/watch?v=IO14kmyN31U (Advogado fala

sobre crimes na internet, disponibilizado pela TV Brasil)

Assista também: https://www.youtube.com/watch?v=fXZLzlvRvvc (Crimes na Internet, postado

pelo programa Via Legal).

Inviolabilidade domiciliar “XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo

penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de

flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante

o dia, por determinação judicial.”

Sigilo de Correspondência e de comunicação

“XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações

telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no

último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei

estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução

processual penal.”

Saiba mais em: https://www.youtube.com/watch?v=WJXwBwADhGQ

(Jornal da Justiça - Quebra de sigilo, disponibilizado pelo Superior Tribunal de

Justiça.)

Direito de locomoção, a reuniões e a associações

“XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,

podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,

permanecer ou dele sair com seus bens;” “XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais

abertos ao público, independentemente de autorização, desde que

não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o

mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade

competente;” “XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada

a de caráter paramilitar;” “XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de

cooperativas independem de autorização, sendo vedada a

interferência estatal em seu funcionamento;” “XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente

dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial,

exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;” “XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a

permanecer associado;”

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 11

“XXI - as entidades associativas, quando expressamente

autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados

judicial ou extrajudicialmente.”

Sobre o Direito de Manifestação, saiba mais em:

https://www.youtube.com/watch?v=-LJiZEazKrY (Programa Repórter Justiça -

Direito de Manifestação, disponibilizado por TV Justiça)

Proteção à propriedade material e imaterial “XXII - é garantido o direito de propriedade; “ “XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;” “XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação

por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,

mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os

casos previstos nesta Constituição;” “XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade

competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao

proprietário indenização ulterior, se houver dano;” “XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde

que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para

pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,

dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;” “XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,

publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos

herdeiros pelo tempo que a lei fixar;” “XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à

reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades

desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das

obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos

intérpretes e às respectivas representações sindicais e

associativas;” “XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais

privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às

criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de

empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse

social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;” “XXX - é garantido o direito de herança;” “XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será

regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos

brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal

do "de cujus".”

Não são apenas os bens materiais (casas, terrenos, móveis, jóias, equipamentos

eletrônicos etc) dos cidadãos que são protegidos pela Constituição e que somente

poderão ser perdidos em casos excepcionais (ex. desapropriação).

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 12

Os bens imateriais, a propriedade intelectual também é protegida. Os músicos,

atores, diretores, escritores, designers, cientistas, desenvolvedores de games e softwares

tem direito sobre o que intelectualmente criaram (vide incisos XXVII, XXVIII e XXIX,

acima).

Por isso podem exigir o pagamento dos direitos autorais (reparação civil) e exigir

a punição criminal dos que ofenderem tais direitos. Veja o artigo 184 do Código Penal.

“Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. § 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com

intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo,

de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem

autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante,

do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro

direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz

no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de

obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do

direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou

do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou

cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa

autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. § 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante

cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que

permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para

recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por

quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto,

sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista

intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem

os represente: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de

exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos,

em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro

de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só

exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto

ou indireto.”

Quem tiver mais interesse no assunto pode consultar também a Lei Federal nº

9.279/1996, que Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial.

Link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm Veja também: https://www.youtube.com/watch?v=mjNDmEhHO9c

(Artigo 5º - Pirataria e Direitos Autorais. Disponibilizado por TV Justiça.)

RESUMO

A Constituição Federal é a principal fonte do Direito Constitucional que, por sua

vez, deve ser respeitado por todos os demais, sob pena de serem considerados

inconstitucionais.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 13

A Constituição Federal preocupou-se em equilibrar desenvolvimento econômico

com liberdades e avanços sociais.

Os direitos e deveres individuais e coletivos estão listados no art. 5ª da

CRFB/1988, dentre os quais se destacam os princípios da: igualdade, liberdade de

expressão, legalidade, liberdade religiosa e da intimidade.

Atividades Propostas

- Participação e tira dúvidas no (s) fórum(s).

- Exercício de Fixação

Sobre o Princípio da Legalidade, pesquise a diferença entre o previsto no artigo

5º inciso II, com aquele disposto no artigo 37 caput, também da Constituição Federal.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 14

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Da Organização do Estado

Da Tributação e do Orçamento

Da Ordem Econômica e Financeira

Referências

Objetivos da Unidade

Apresentar as atribuições e as principais características dos três poderes da

república conforme a Constituição Federal.

Introdução

Como visto na primeira parte, a Constituição da República Federativa do Brasil

– CRFB, de 1988, além dos direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, tem, dentre

outras atribuições, a missão de regular a estrutura básica do Estado e estabelecer como

ele exercitará os seus poderes em prol do bem comum. É justamente isto que trataremos

a seguir.

Da Organização do Estado

O Estado brasileiro é dividido em 3 poderes independentes e harmônicos entre

si, de forma que não existe um Poder superior ao outro. Legislativo, Executivo e

Judiciário estão no mesmo nível, complementando-se e, ao mesmo tempo, equilibrando

e fiscalizando um ao outro, conforme a Constituição da República Federativa do Brasil

– CRFB/1988. Não há mais um poder supremo, o moderador, a cargo do rei, a exemplo

do que existiu na constituição monárquica de 1824.

Essa separação dos poderes, baseado no jusfilósofo Montesquieu, pode ser

resumido pela seguinte frase extraída da obra “O Espírito das Leis”: “tudo estaria

perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais ou dos nobres ou do povo

exercesse os três poderes” (2000, p.168)

PODER Funções

típicas (mais

comuns)

Funções atípicas

(excepcionais)

Na União Nos

Estados e

no DF

Nos

Município

s

Executivo Administrar

a coisa

pública.

Prestar os

Legislar, por

meio de decretos

e portarias para

regulamentar leis

Chefe do

Poder:

Presidente da

República,

Chefe do

Poder:

Governador

, auxiliado

Chefe do

Poder:

Prefeito,

auxiliado

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 15

serviços

públicos à

população,

tais como

educação,

saúde,

previdência,

infraestrutura

urbana etc.

ou realizar atos

da

Administração.

Julgar seus

próprios

servidores. Ex.

Inquérito

Administrativo.

auxiliado

pelos

Ministros de

Estado.

Art. 76 da

CRFB/1988.

pelos

Secretários

de Estado.

pelos

Secretários

Municipais

.

Legislativ

o

Legislar. Art

. 59 da

CRFB/1988.

Fiscalizar as

contas

públicas.

Administrar sua

própria estrutura.

Ex. Prédios e

pagamentos dos

seus servidores.

Julgar,

excepcionalment

e, os crimes de

responsabilidades

dos chefes do

Executivo.

Congresso

Nacional

=

Senado

+

Câmara dos

Deputados.

Art. 44 da

CRFB/1988.

Assembleia

s

Legislativas

, compostas

pelos

deputados

estaduais.

Câmara de

vereadores.

Judiciário Julgar,

aplicando a

lei a casos

concretos

que lhe são

levados, por

causa de

conflitos de

interesses.

Administrar sua

própria estrutura.

Ex. prédios dos

fóruns e

pagamento dos

seus servidores.

Legislar, criando

regulamentos

internos.

Exercido

pela Justiça

Federal

Comum,

pelas

especializada

s (eleitoral,

militar e do

trabalho),

bem como

pelos

tribunais

superiores

(STF, STJ,

Exercido

pelos

Tribunais

de Justiça e

seus

respectivos

juízes.

Não existe

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 16

TST, TSE,

STM)

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de

Discussões.Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 17

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Da Tributação e do Orçamento

A Administração Pública precisa arrecadar para poder cumprir com suas

obrigações que lhe geram despesas.

Por isso, a Constituição prevê no Título VI como deve se dar a tributação (criação

e cobrança dos impostos, das taxas, das contribuições etc), a partir da enumeração de

princípios gerais, das limitações ao poder de tributar e de como se dará a distribuição do

que for arrecadado, conforme os poderes, a União e os entes federativos (Estados e

Municípios).

No mesmo título expõe os pressupostos do orçamento público, que é “o ato pelo

qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em

pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins

adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das

receitas já criadas em lei.” (BALEEIRO, p. 387.)

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de

Discussões.Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 18

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Da Ordem Econômica e Financeira

O art. 170 da CRFB/1988, abrindo o TÍTULO VII que trata da Ordem Econômica

e Financeira, traz os princípios gerais que devem ser observados na atividade econômica

brasileira, vejam só:

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do

trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a

todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,

observados os seguintes princípios:

I - soberania nacional;

II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento

diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e

serviços e de seus processos de elaboração e prestação;

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte

constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e

administração no País.”

Nota-se que a Constituição de 1988, ao mesmo tempo que se mostra preocupada com a

dignidade humana e o desenvolvimento social, traduzidos nos incisos VI, VII e VIII e

IX, equilibra estes princípios progressistas com diretrizes mais liberais, a exemplo da

livre concorrência e da garantia à propriedade privada, ainda que esta deva se submeter

à função social.

RESUMO

O Estado brasileiro é dividido em 3 poderes independentes e harmônicos entre si

(Legislativo, Executivo e Judiciário), dotados de funções típicas e atípicas.

A Administração Pública precisa arrecadar para poder cumprir com suas

obrigações que lhe geram despesas, motivo pelo qual são fixados em lei tributos

previstos, em termos gerais, na Constituição.

Atividades Propostas

- Participação e tira dúvidas no (s) fórum (s).

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 19

- Exercício de fixação:

Considerando um juiz, um prefeito e um vereador, relacione o que cada um legalmente

pode e o que não pode fazer, a partir do que foi aprendido acerca das funções típicas e

atípicas dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 20

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Introdução e conceito

Administração Pública

Princípios da Administração Pública

Atos e Contratos Administrativos

Serviços Públicos

Objetivos da Unidade

Definir as classificações e atribuições dos órgãos, dos servidores e das entidades

públicas;

Fixar os princípios administrativos;

Introdução

Nesta unidade vamos trabalhar um pouco com Direito Administrativo, sub-ramo

do Direito Público, já diferenciado do Direito Privado no início dos estudos.

É um tema muito importante não apenas para aqueles que desejam prestar

concurso público, como também para todos os profissionais e cidadãos que, de alguma

forma, tem que se relacionar com os entes públicos.

Conceito

Inicialmente, é preciso definir o Direito Administrativo.

Hely Lopes Meirelles, uma das principais referências no assunto, o sintetiza como

o “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as

atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins

desejados pelo Estado”. (2006, p. 40)

Para José dos Santos Carvalho Filho é “o conjunto de normas e princípios que,

visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e os

órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir.” (2006, p. 6)

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de

Discussões.Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 21

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Administração Pública

Com a institucionalização dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário)

e a divisão política do território nacional, há a necessidade de que cada ente - União,

Estados, Municípios e Distrito Federal (Pessoas jurídicas de Direito Público Interno) -

montem os órgãos e as entidades sobre as quais recaem as funções específicas a serem

desempenhadas por meio dos agentes públicos, a fim de organizar uma estrutura

administrativa capaz de atender às demandas da população.

Como numa casa cheia ou numa grande empresa, há a necessidade de se

organizar, dividir as tarefas. Seja entre pais, filhos, sobrinhos etc ou entre os setores, os

departamentos e as subsidiárias.

Assim, os entes criam repartições, órgãos públicos, como forma

de desconcentrar as funções das mãos de uma única pessoa ou setor, além de autarquias,

fundações públicas e até mesmo empresas públicas e sociedades de economia mista,

exemplos de descentralização da tomada de decisões gerenciais. Aqui temos a diferença

entre Administração Direta (fenômeno da desconcentração) e Administração Indireta

(fenômeno da descentralização).

Administração Direta: “É composta pelos órgãos ligados diretamente aos entes

que compõe a Federação brasileira, ou seja, a União, os Estados federados, o Distrito

Federal e os Municípios.” (conceito extraído do site do STF).

Logo, a execução dos serviços públicos se dá de forma centralizada

em órgãos dos próprios entes.

Administração Indireta: “corresponde às pessoas jurídicas constituídas para o

desempenho especializado de um serviço público. São vinculadas à administração

pública direta, mas gozam de autonomia de gestão.” (site do STF) É representada

principalmente pelas autarquias, fundações, empresas públicas e as sociedades de

economia mista, conforme disposição do art. 4º, II, a, d, Decreto-Lei 200/67.

Autarquia: “entidade estatal da administração indireta, criada

por lei, com personalidade de direito público, descentralizada

funcionalmente, para desempenhar competências administrativas

próprias e específicas, com autonomia patrimonial, administrativa e

financeira.” (MOREIRA NETO, 2005, p. 252)

Fundações Públicas: “são entidades da administração pública

indireta, criadas por autorização legislativa, a fim de desenvolver

atividades específicas, como educação, cultura e pesquisa, todas sem

fins lucrativos. Possuem autonomia administrativa e patrimônio

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 22

próprio, e necessitam de recursos públicos, estando sujeitas à

fiscalização do Ministério Público.” (site do STF).

A fundamentação legal está basicamente no Art. 37, XIX e XX

da Constituição Federal.

Empresa Pública: “é um ente da administração pública

indireta, instituído para explorar atividade econômica ou para prestar

serviços, relativos à administração pública. Só pode ser criada pelo

poder público a partir de lei específica.” (site do STF).

Fundamentação legal: Constituição Federal, art. 22, XXVII;

art. 71, II; art. 165, § 5º; art. 173, § 1º.”

Sociedades de Economia Mista: “é um ente de direito

privado, formado pela colaboração entre o Estado e particulares,

visando a exploração da atividade econômica. Apesar da importância

da presença do Estado, que detém a maioria das ações com direito a

voto, esta sociedade se sujeita ao regime jurídico privado, não se

beneficiando de isenções fiscais ou de foro privilegiado. Fundamentos

legais: arts. 37, XIX; 173, § 1º e 2º da Constituição Federal.”

► Os consórcios públicos, baseados na Lei Federal n° 11.107/2005, feitos entre

Municípios com o objetivo de administrar conjuntamente serviços de tratamento e

armazenamento de lixo, água e esgoto, promoção do desenvolvimento regional etc, são

tidos como espécie de Administração Indireta daqueles que os compõem, nos termos do

respectivo artigo 6º § 1º.

Administração

Pública

Direta Indireta

Forma de

distribuição das

competências

gerenciais

Desconcentração Descentralização

Materialização Órgãos públicos Autarquias, fundações públicas,

empresas públicas e sociedades

de economia mista

Exemplos na

União¹ Ministérios (Fazenda,

Justiça, Meio Ambiente,

Transportes, Comunicações,

Autarquias: INSS, ICMbio,

Banco Central, DNIT, ANATEL,

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 23

Saúde, Educação,

Previdência, Cultura,

Trabalho etc); Advocacia

Geral da

União; Controladoria Geral

da

União; Secretarias (Direitos

Humanos; Comunicação

Social; Assuntos

Estratégicos; Relações

Institucionais etc)

ANEEL, ANA,

ANTT, ANCINE, INEP etc.

Fundações Públicas:

FUNARTE, CAPES, FUNAI,

FIOCRUZ etc.

Empresas Públicas: Caixa,

Correios, EBC, Embrapa e

Infraero etc.

Sociedades de Economia Mista:

Banco do Brasil, Petrobrás,

Furnas, Telebrás etc.

Exemplos nos

Estados

Secretarias Estaduais de

(Fazenda, Meio Ambiente,

Saúde, Educação etc);

Procuradoria Geral do

Estado, Defensoria Pública

etc.

Autarquias (RJ): INEA; Junta

Comercial etc.

Fundações Públicas (RJ):

FAETEC; UERJ; DER; Leão

XIII etc.

Empresas Públicas: EMATER.

Sociedades de Economia Mista:

CEDAE (RJ), SABESP (SP).

Exemplos nos

Municípios

Secretarias Municipais de

(Fazenda, Meio Ambiente,

Saúde, Educação etc);

Procuradoria Geral do

Município, Controladoria

Geral do Município etc

Autarquias: RESENPREVI,

SANEAR, AMAR etc. (Resende-

RJ)

Fundações Públicas: FCCMM e

CONFIAR (Resende-RJ)

Empresas Públicas: EPD -

Empresa de Processamento de

Dados (Volta Redonda – RJ)

Economia Mista: CEDAE e

COMLURB (cidade do RJ)

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 24

Entes de cooperação

Existem ainda as entidades paraestatais ou entes de cooperação com o Estado. De

natureza privada, tem autorização legal para prestar serviços ou promover atividades que

não são exclusivas do Estado, mas que são de interesse público. Ex. SESI, SESC,

SENAC, SENAI, SENAT etc, além das chamadas “OS” - Organizações Sociais que

atendam, dentre outros requisitos, o disposto no artigo 1º da Lei Federal n° 9.637/98:

Art. 1º “O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas

jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao

ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação

do meio ambiente, à cultura e à saúde (...)”. Ex. Pinacoteca de São Paulo; Museu Afro-

Brasil (SP); Santa Casa (SP); Casa de Saúde Santa Marcelina (SP) etc.

Fonte:[1] Ver mais em: http://www.governoeletronico.gov.br/sics-do-governo-

federal/ministerios-e-orgaos-vinculados

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 25

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios da Administração Pública

Arrolados explicitamente no artigo 37 da Constituição Federal, são eles:

L egalidade

I mpessoalidade

M oralidade

P ublicidade

E ficiência

Fonte: http://www.transparencia.sp.gov.br/organizacoes.html

Princípio da legalidade: o administrador público somente pode fazer o que a lei

autoriza, ou seja, o que está previsto em lei. Do contrário, o ato realizado é nulo. Por

exemplo: todos os gastos no setor público tem que estar previstos no orçamento,

anualmente aprovado pelo Poder Legislativo.

ATENÇÃO: não se deve confundir a legalidade do artigo 37 (legalidade estrita)

com a do artigo 5º II (legalidade em sentido amplo), também da Constituição Federal.

(vide noções de direito constitucional)

Veja em: https://www.youtube.com/watch?v=1DpT_cbXVeE

Vídeo Juridiquês: Conheça a expressão Princípio da legalidade estrita, disponibilizado

por CNJ (Conselho Nacional de Justiça)

Princípio da impessoalidade: a atividade deve voltar-se a todos os cidadãos, sem

distinção quanto à pessoa. Não se deve fazer ou deixar de fazer algo em nome da

Administração Pública apenas por ser essa ou aquela pessoa. Não é pelo fato de alguém

ser amigo de um servidor público ou de um mandatário de cargo eletivo (deputado,

vereador, governador etc) que tem que ter prioridade no atendimento ou preferência na

contratação de um serviço, por exemplo.

A lógica do privilégio aos amigos do “rei” e do

“você sabe com quem está falando?” não combina com esse princípio constitucional.

Princípio da moralidade: além de respeitar a lei, deve-se verificar se o que se

realiza por conta da Administração Pública é honesto. Algo pode estar sendo feito dentro

da lei, mas afrontar a moralidade, a honestidade. Ex. pode ser realizada uma obra pública

respeitando-se todos os trâmites legais, mas a mesma ser considerada imoral por ser um

claro desperdício de dinheiro público. É o caso de se asfaltar uma rua ou construir

calçadões de granito, sem que nas mesmas ruas haja ao menos rede de água e esgoto.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 26

Princípio da Publicidade: garante que todos os atos, contratos, convênios

realizados pela Administração Pública sejam oficialmente publicados, para que possam

ter validade e permitir o controle por qualquer interessado. O sigilo é exceção para os

casos em que seja conveniente ao interesse público, a exemplo de investigações, de

questões de segurança nacional e de informações que possam causar risco a projetos de

pesquisa e ao desenvolvimento científico ou tecnológico estratégicos ao país. O acesso

às informações constantes nos entes públicos hoje é disciplinada na Lei Federal n°

11.527/2011, que regulamenta de forma detalhada o art. 5º incisos XXXIII e XXXIV da

CRFB/1988.

Princípio da Eficiência: objetiva aumentar a produtividade do setor público, de

forma a prestar serviços melhores e, ao mesmo tempo, mais baratos, rápidos e adequados.

► Além desses cinco princípios enumerados no artigo 37 da Constituição

Federal, sobre os quais nos limitaremos neste curso, os estudiosos do tema arrolam

dezenas de outros, ditos implícitos, como os da: finalidade (interesse público);

continuidade dos serviços públicos; indisponibilidade; autotutela; supremacia do

interesse público; igualdade; motivação; razoabilidade etc.

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de

Discussões.Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 27

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Atos e Contratos Administrativos

Atos administrativos são os atos praticados pelos agentes da Administração Pública

dotados de poderes públicos. Deles se presumem que são legítimos, além de terem como

atributos também a imperatividade, a exigibilidade e a auto-executoriedade.

Para serem válidos é necessário que sejam feitos por quem tenha competência

legal para fazê-los; que o objeto (o conteúdo) seja lícito, possível, determinado ou

determinável; que a forma seja a prevista na lei; que a finalidade seja sempre o interesse

público e, por fim, que os motivos (as justificativas) estejam claros.

Contratos administrativos devem, em regra, ser precedidos de licitação, exceto

nas hipóteses em que a lei autoriza sua dispensa ou considera inexigível

tal procedimento objetivo de escolha.

Na Lei Federal n° 8.666/1993, que trata das licitações e contratos administrativos

mencionados no artigo 37 XXI da CF/1988, destacam-se os princípios da: supremacia e

indisponibilidade do interesse público; legalidade; moralidade; impessoalidade;

igualdade; razoabilidade e proporcionalidade; motivação; publicidade; economicidade;

eficiência; probidade administrativa; vinculação ao instrumento convocatório; e

julgamento objetivo.

Lamentavelmente muitas vezes esses princípios licitatórios, que objetivam o bem

comum, são esquecidos.

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 28

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Serviços Públicos

Os serviços públicos podem ser realizados diretamente pelo Poder Público, através dos

órgãos da Administração Direta ou pelas entidades da Administração Indireta, bem como

podem ser transferidos a particulares, por meio de concessão, permissão ou autorização

de serviço.

Ex1. Taxistas tem autorização legal dos municípios para explorar o serviço de

transporte de passageiros.

Ex2. Existem estradas que são cuidadas diretamente pelo Poder Público, como a

RJ 155 (Rodovia Saturnino Braga) que liga Barra Mansa à Angra dos Reis, gerida pelo

DER-RJ, como tem aquelas em que ficou a cargo da iniciativa privada a conservação,

como a Via Dutra, em que a CCR ganhou a concessão após um processo licitatório, para

prestar o serviço pelo período de 25 anos definido pelo governo, a contar de 1996.

Ex3. Operadoras de telefonia móvel como a Vivo, Claro, Oi e Tim tem

permissões obtidas, após leilão, para operar nos canais disponíveis para essas

transmissões de dados.

A fiscalização pelo Poder Público dos serviços públicos a cargo da iniciativa privada se

dá diretamente ou por meio de entes especializados como as Agências Reguladoras.

DICA: Conheça as agências reguladoras federais no Portal Brasil:

Link: http://www.brasil.gov.br/governo/2009/11/agencias-reguladoras

Da mesma forma que os exemplos acima são as emissoras de TV e de Rádio. Elas são

proprietárias dos prédios, dos equipamentos e do conteúdo produzido, mas não são donas

dos canais por onde transmitem. Todas as freqüências de AM, FM, OC, VHF e UHF -

onde as rádios e TV´s abertas e comerciais transmitem suas ondas eletromagnéticas - são

públicas, apenas usadas por elas, após conseguirem a concessão ou a permissão,

conforme artigos 21 XII “a” e 223 da CF/1988.

Por isso, para manterem essa essas concessões devem observar o que determina

a Constituição Federal no artigo 221, quanto à programação dar prioridade a finalidades

educativas, artísticas, culturais e informativas, além de ter que respeitar também os

direitos humanos, dentre eles: a pluralidade de ideias; a diversidade (étnica, religiosa,

sexual, cultural e política) com espaços equivalentes; a proteção à infância e à

adolescência; a garantia ao direito de resposta rápido, eficaz e na mesma proporção,

dentre outros.

RESUMO

O Direito Administrativo trata, necessariamente, das normas e princípios que

regem as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado.

Dentro dos três Poderes, a Administração respectiva pode desconcentrar suas

atividades, criando órgãos públicos, ou descentralizá-las, a partir da formação de

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 29

entidades autônomas da Administração Indireta, formando autarquias, fundações,

empresas públicas ou sociedades de economia mista.

Os princípios básicos previstos para a Administração Pública na Constituição

Federal são os da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Atividades Propostas

- Participação e tira dúvidas no (s) fórum(s).

- Exercício de Fixação

Com o objetivo de fixar, a partir de exemplos concretos, os conceitos, objetivos e

características das entidades da Administração Pública Indireta, pesquise nos respectivos

portais na internet do Município de São José dos Campos – SP, por exemplo, e de um

dos Estados da Federação, como São Paulo, sobre as autarquias, fundações, empresas

públicas e sociedades de economia mista pertencentes a tais entes.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 30

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Servidor Público

Poder de Polícia e Poder Discricionário

Propriedade Pública. (bens públicos)

Objetivos da Unidade

Conhecer as espécies de servidores públicos, com suas principais características;

Diferenciar os poderes administrativos e

Identificar os bens públicos

Introdução

Continuando na esfera do Direito Administrativo, passaremos a estudar os

servidores públicos civis, os poderes necessários ao exercício das funções públicas, bem

como os respectivos bens.

Servidor Público

A partir do que define José dos Santos Carvalho Filho (p.501, 2006) é possível dizer

que servidores públicos civis são todos aqueles que de forma permanente e por relação

de trabalho exercem uma função pública dentro das pessoas federativas (União, Estados

e Municípios), bem como nas respectivas autarquias e das fundações públicas.

Existem autores que, ao contrário de Carvalho Filho e de Hely Lopes Meirelles,

também classificam como servidores os empregados de estatais (Empresas Públicas e

Sociedades de Economia Mista), bem como os que atuam nas fundações públicas de

direito privado. É o caso de Maria Sylvia Di Pietro e de Celso Antônio Bandeira de Melo.

A Constituição Federal de 1988 proíbe a acumulação de cargos, empregos ou

funções públicas na Administração Pública Direta e Indireta.

Assim, alguém somente pode ter dois vínculos públicos nas hipóteses ressalvadas

por ela no inciso XVI do artigo 37, mesmo assim quando houver compatibilidade de

horários. Eis as exceções sobre a acumulação do que comumente se chama de

“matrículas”:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico ou

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com

profissões regulamentadas;

Em termos gerais, as características dos servidores públicos civis estão

representadas no quadro abaixo. [1]

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 31

Servidores Públicos Civis – Art. 37 I CF/1988.

Requisito para

Admissão

Vínculo

Jurídico

Regime

Previdenciário

Características

Estatutários Concurso

público (art. 37

II, III e IV

CF/88)

Estatuto. (Art.

39 CF/88.)

Exemplos. 1)

Lei 8112/90

(estatuto dos

servidores

federais)

2) Dec.-Lei

220/1975

(estatuto dos

servidores do

Estado do RJ)

Próprio (art. 40

CF/88)

- Estabilidade após três

anos. Podem ser

demitidos via

administrativa ou Judicial,

mas apenas nos casos

previstos em lei (estatuto)

- Vitaliciedade após 02

anos (apenas para

servidores especiais como

Juízes e Promotores).

Somente podem ser

demitidos por via judicial.

Trabalhistas

ou celetistas

Concurso

público (art. 37

II, III e IV

CF/88)

CLT Geral (INSS, art. 201

CF/88).

Não tem estabilidade. Por

isso tem direito ao FGTS,

ao contrário dos

estatutários.

Temporários

Simples

nomeação

(Art. 37 IX

CF/1988)

Precário (livre

nomeação ou

exoneração)

Geral (INSS, art. 201

CF/88).

Podem ser exonerados a

qualquer momento.

Processo

seletivo

simplificado

(Art. 37 IX

CF/1988)

Geral (INSS, art. 201

CF/88).

Podem ter o contrato de

trabalho temporário

extinto até mesmo antes

do prazo pré-estabelecido,

mediante normas e

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 32

indenizações

eventualmente previstas.

[1] ATENÇÃO: quadro genérico, onde são excluídas diversas especificidades.

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no blocoFóruns de

Discussões.Lembrando que sua participação importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 33

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Poder de Polícia e Poder Discricionário

PODERES ADMINISTRATIVOS

Poder Vinculado. Entende-se como poder vinculado aquele que se manifesta por

ato administrativo também denominado de vinculado, porque deve se dar estritamente

nos limites do que prevê a lei. O agente público não pode fugir do que a lei determina. É

verdadeira concretização do Princípio da Legalidade. Exemplo: mercadorias sendo

transportadas sem nota fiscal. O agente fiscalizador não tem opção, ele tem que tomar as

medidas previstas na lei para o caso, como a apreensão e multa. Se ele não o fizer poderá

ser responsabilizado (administrativa e até criminalmente).

Poder discricionário. Neste a Administração Pública tem certa liberdade para

agir conferida pela lei. Por isso o agente responsável pelo ato pode exercer análise de

conveniência e de oportunidade, ou seja, verificar o mérito respectivo. Exemplo: um

prefeito pode analisar o que é mais conveniente, como a reforma de hospital antigo ou a

construção de um novo.

Poder de Polícia

A Administração Pública precisa ter mecanismos garantidos pela lei para atuar

sobre os particulares em prol da coletividade.

Conceito: “Prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza a

Administração Pública a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade em

favor do interesse da coletividade.” (CARVALHO FILHO, 2006, p. 64)

Não há que se confundir com as atribuições das polícias (Exemplo: PM, PF, PRF

etc.), enquanto corporações de segurança pública. O que se estuda aqui é a função de

todos os órgãos administrativos (inclusive daquelas) de fiscalizar; impor normas de

segurança, higiene, meio ambiente e de funcionamento de atividades dependentes de

autorização; disciplinar a produção de bens com a respectiva colocação no mercado etc.

Para isso, há que se verificar as competências dos entes federativos (União;

Estados e Municípios) previstas na Constituição Federal (artigos 21 a 25 e 30 da

CRFB/1988). Exemplos: Fixar o horário de atendimento das agências bancárias –

competência da União. Fixar o horário de funcionamento das lojas comerciais –

competência dos Municípios.

O Poder de Polícia pode se manifestar de duas formas:

- por meio de atos normativos (decretos, regulamentos, portarias, resoluções,

instruções etc.) a todos dirigidos, dado o conteúdo genérico, abstrato e impessoal de tais

atos.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 34

Exemplos. Normas para edificações em uma cidade. Normaspara o exercício de

profissões, tais como os definidos pelos conselhos (CREA; CFM; COREN; OAB).

Normas para recolhimento de tributos definidas pelas receitas federal, estaduais e

municipais. Normas para o transporte de pessoas e de mercadorias pelo Ministério dos

Transportes. Portarias ambientais expedidas pelo Ministério do Meio Ambiente, ICMbio

etc.

- por meio de atos concretos junto a pessoas físicas ou jurídicas determinadas,

em função do descumprimento de alguma regra, o que pode gerar sanções, a exemplo

daquelas elencadas por Carvalho Filho (2006, p. 78) - multa, inutilização de bens

privados; interdição de atividade; embargo de obra; cassação de patentes; proibição de

fabricar produtos etc - ou da necessidade de se conceder, por exemplo, licenças, alvarás

e autorizações.

Para que os atos feitos em nome do poder de política sejam lícitos devem respeitar

os requisitos de validade dos atos administrativos em geral (ver acima), como também o

Princípio da Proporcionalidade. Neste princípio a medida adotada com vistas a satisfazer

uma norma de interesse público deve ser proporcional ao fim que se deseja. Do contrário,

poderá configurar abuso de poder, fundamento então para a invalidação do ato na via

judicial. Exemplo. Numa fiscalização sanitária os fiscais devem agir dentro dos limites

necessários a verificar, por exemplo, se os alimentos estão estragados ou fora de

validade. Não podem se exceder.

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no blocoFóruns de

Discussões.Lembrando que sua participação importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 35

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Propriedade Pública. (bens públicos)

De acordo com o artigo 98 do CC (Código Civil), os bens de propriedade pública

são aqueles que pertencem à União, aos Estados e aos Municípios, suas autarquias ou

fundações públicas. Todos os que não são públicos obviamente são privados

(particulares).

O artigo 99 do CC indica as espécies de bens públicos:

I- os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou

estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os

de suas autarquias;

III- os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito

público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Enquanto os dominicais a Administração Pública os tem como se particular fosse,

usando-os, por exemplo, para obter renda (caso de aluguel para um particular), os de uso

comum do povo e os de uso especial tem destinação pública e, por isso, tem

como características:

I nalienabilidade - não podem ser vendidos a um particular.

I mprescritibilidade – não estão sujeitos a usucapião. Assim, se por um terreno

público for invadido, os posseiros nunca poderão se tornar donos, mesmo que ficarem

ali por muitos anos, ao contrário de um terreno particular.

I mpenhorabilidade – os bens públicos não podem ser penhorados pela Justiça

para pagar dívidas da Administração Pública.

Os bens da União, ditos federais, estão exemplificados no artigo 20 da Constituição

Federal e os dos Estados no artigo 26 da mesma. Os bens dos Municípios não estão

listados, mas são todos aqueles de seu domínio, como os seus prédios públicos, suas ruas,

praças, verbas, créditos etc.

RESUMO

Servidores são aqueles exercem algum tipo de função pública junto aos entes

estatais.

Para exercerem suas atribuições em prol do interesse público eles são dotados de

poderes.

Os bens públicos são inalienáveis, impenhoráveis e imprescritíveis.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 36

Atividades Propostas

Participação e tira dúvidas no(s) fórum(s).

Exercício de Fixação:

A questão abaixo, extraída da prova de concurso para analista do Conselho

Nacional do Ministério Público, elaborada em 2015 pela FCC - Fundação Carlos Chagas,

tem como alternativa correta a letra “d”. Pesquise os motivos.

A Administração é dotada de poderes administrativos dentre os quais figuram os

poderes:

a) militar, disciplinar, discricionário e hierárquico.

b) disciplinar, político, vinculado e hierárquico.

c) político, vinculado, hierárquico e de polícia.

d) disciplinar, discricionário, regulamentar e de polícia.

e) regulamentar, vinculado, disciplinar e militar.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 37

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Introdução e conceito

Fontes

Crime

Inimputabilidade

Penas

Referências

Objetivos da Unidade

- Conhecer os princípios do Direito Penal Brasileiro e

- Reconhecer os preceitos penais nos atos criminosos mais comuns no âmbito

profissional.

Introdução

Muito se poderia dizer sobre o Direito Penal, mas em função do tempo exíguo

serão abordados apenas alguns pontos objetivamente pertinentes ao curso.

Conceito

Conceito: dá-se o nome de Direito Penal à “reunião das normas jurídicas pelas

quais o Estado proíbe determinadas condutas, sob ameaça de sanção penal,

estabelecendo ainda os princípios gerais e os pressupostos para a aplicação das penas

e das medidas de segurança”. (MIRABETE, 1999, p. 22)

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de

Discussões.Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 38

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Fontes

As principais fontes do Direito Penal são: a Constituição Federal; o Código Penal

- CP e leis esparsas.

Na Constituição temos alguns incisos do já estudado art. 5º, dos quais se

destacam:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que

lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem

prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e

liberdades fundamentais;

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,

sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça

ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas

afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles

respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los,

se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos

armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado

Democrático;

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a

obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser,

nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,

até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,

as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 39

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII - não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,

XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo

com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam

permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso

de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado

envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma

da lei;

LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político

ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade

competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido

processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos

acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com

os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios

ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de

sentença penal condenatória;

(...)

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita

e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos

de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 40

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão

comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou

à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de

permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de

advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua

prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade

judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei

admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo

inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a

do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se

achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de

locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

(...)

Há que se esclarecer que as regras acima estão no artigo 5º da Constituição, sendo

então consideradas cláusulas pétreas, cuja característica é a impossibilidade de alteração

através de Emenda Constitucional, conforme o respectivo art. 60 § 4º. A pena de morte,

por exemplo, somente seria possível no Brasil, caso uma nova Constituição fosse

promulgada, o que não se imagina plausível dentro de um sistema democrático estável.

Assim como na Constituição, que fixa diversos princípios aplicáveis na esfera

criminal, o CP - Código Penal (Decreto-Lei n° 2848, de 07/12/1940) fixa regras gerais

entre os artigos 1° e 120 (Parte Geral do Código Penal), dentre as quais se destacam:

ATENÇÃO

Na chamada “Parte Especial do Código Penal” (artigos 121 a 361) encontram-se os

crimes em si, com a descrição das condutas e das penas a serem aplicadas.

Princípio da legalidade ou da reserva legal em matéria penal (art. 5º e XXXIX

e 1º do Código Penal)

Art. 1º do CP - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem

prévia cominação legal.

Como ensina Mirabete (1999, p.56) “pelo princípio da legalidade alguém só

pode ser punido se, anteriormente ao fato por ele praticado, existir uma lei que o

considere como crime. Ainda que o fato seja imoral, anti-social ou danoso, não haverá

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 41

possibilidade de se punir o autor, sendo irrelevante a circunstância de entrar em vigor,

posteriormente, uma lei que o preveja como crime.”

Tal princípio se desdobra em outros quatro: a) nullum crimen, nulla poena sine

lege praevia (proibição da edição de leis retroativas que fundamentem ou agravem a

punibilidade); b) nullum crimen, nulla poena sine lege scripta (proibição da

fundamentação ou do agravamento da punibilidade pelo direito consuetudinário

(baseado nos costumes)); c) nullum crimen, nulla poena sine lege stricta (proibição da

fundamentação ou do agravamento da punibilidade por analogia); d) nullum crimen,

nulla poena sine lege certa (a proibição de leis penais indeterminadas).

Além do Princípio da Legalidade, outro importante é o da Presunção de

Inocência, pelo qual ninguém deve ser considerado culpado até o trânsito em julgado

(quando não cabem mais recursos) da sentença penal condenatória, expedida após ser

possibilitada a mais ampla defesa (ver art. 5º LVII da CRFB/1988).

► Por isso deve-se tomar cuidado com condenações precipitadas feitas pela

sociedade, baseadas em meras possibilidades e acusações, inclusive aquelas estimuladas

pela imprensa, sob pena de se execrarem pessoas, famílias, empresas e até instituições

que ainda não tiveram todas as chances de provar a sua inocência. Deve-se notar que os

espaços na mídia para retratação ou para a divulgação de absolvições são notória e

infinitamente menores que os destaques dados quando alguém é suspeito de um crime.

Saiba mais sobre o emblemático caso da Escola Base, ocorrido em SP no ano de

1994,

Link: https://www.youtube.com/watch?v=tN4D_vMtSMw

Postado no YouTube pela TV Brasil

O Código Penal fixa no artigo 2º a regra de que ninguém pode ser punido por fato

que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os

efeitos penais da sentença condenatória.

No parágrafo único do mesmo artigo 2º, vê-se que os efeitos de uma lei nova

somente retroagem em relação a crimes ocorridos anteriormente, caso esta nova seja

mais vantajosa para quem os cometeu.

Art. 2º Parágrafo único – “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o

agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória

transitada em julgado.”

Exemplo: caso o “contrabando” (vide art. 334-A do CP) algum dia deixe de ser

crime, todos os que estão respondendo ou já cumprindo pena por esse crime terão os

processos e as penas extintas (serão soltos).

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 42

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de

Discussões.Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 43

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Crime

Crime = Fato Típico + Antijurídico

Fato típico “é o comportamento humano (positivo ou negativo) que provoca, em regra,

um resultado, e é previsto como infração penal.” (MIRABETE, 1999, p. 98).

São elementos do fato típico:

a) conduta (ação ou omissão);

b) o resultado;

c) a relação de causalidade;

d) a tipicidade.

Fato antijurídico “é aquele que contraria o ordenamento jurídico. No Direito Penal,

a antijuricidade é a relação de contrariedade entre o fato típico praticado e o ordenamento

jurídico. Se em princípio for injurídico o fato típico, não será contrário ap direito quando

estiver protegido pela própria lei penal. Exemplificando: matar alguém é fato típico se o

agente o fez dolosa e culposamente, mas não será antijurídico se o agente praticar a

conduta em estado de necessidade, em legitima defesa etc. Não há, nessas hipóteses,

crime.” (MIRABETE, 1999, p. 98).

A seguir alguns aspectos do crime como previstos na parte geral do Código Penal.

TÍTULO II do CÓDIGO PENAL

DO CRIME

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem

lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria

ocorrido.

Superveniência de causa independente

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando,

por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os

praticou.

Relevância da omissão

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar

o resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 44

Art. 14 - Diz-se o crime:

Crime consumado

I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

Tentativa

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à

vontade do agente.

Pena de tentativa

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena

correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede

que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Arrependimento posterior

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano

ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do

agente, a pena será reduzida de um a dois terços.

Crime impossível

Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta

impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime doloso

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou

imperícia.

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato

previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Agravação pelo resultado

Art. 19- Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o

houver causado ao menos culposamente.

Erro sobre elementos do tipo

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas

permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

Descriminantes putativas

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 45

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe

situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando

o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Erro determinado por terceiro

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

Erro sobre a pessoa

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não

se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa

contra quem o agente queria praticar o crime.

Erro sobre a ilicitude do fato

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se

inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a

consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir

essa consciência.

Coação irresistível e obediência hierárquica

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem,

não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da

ordem.

Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade;

II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Excesso punível

Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo

excesso doloso ou culposo.

Estado de necessidade

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo

atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio

ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o

perigo.

§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser

reduzida de um a dois terços.

Legítima defesa

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 46

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios

necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de

Discussões.Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 47

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Inimputabilidade

Imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um indivíduo a responsabilidade

por uma infração. Assim, Inimputabilidade penal é a incapacidade que tem o agente em

responder por sua conduta delituosa, ou seja, o sujeito não é capaz de entender que o fato

é ilícito e de agir conforme esse entendimento.

(Fonte: http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1033/Inimputabilidade)

TÍTULO III do CÓDIGO PENAL

DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental

incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz

de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse

entendimento.

Redução de pena

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude

de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou

retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de

determinar-se de acordo com esse entendimento.

Menores de dezoito anos

Art. 27- Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos

às normas estabelecidas na legislação especial.

Emoção e paixão

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão;

Embriaguez

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso

fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de

entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,

proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da

omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se

de acordo com esse entendimento.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 48

Volte ao seu curso e participe dos fóruns que estão no bloco Fóruns de Discussões.

Lembrando que sua participação é importante e vale ponto.

ANOTAÇÕES:

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 49

NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Penas

De acordo com o artigo 32 do Código Penal, as penas são: I) privativas de

liberdade (reclusão em regime fechado, semi-aberto ou aberto e detenção em regime

semi-aberto ou aberto); II) restritivas de direitos (prestação pecuniária; perda de bens ou

valores; prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; interdição

temporária de direitos; limitação de fim de semana); III) de multa.

CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES

As circunstâncias agravantes da pena (tem como efeito aumentá-la) estão

previstas nos artigos 61 a 64 do CP, enquanto que as atenuantes (servem para diminuir a

sua fixação) estão nos artigos 65 e 66 do CP.

RESUMO

O Direito Penal é composto por normas jurídicas pelas quais o Estado proíbe

determinadas condutas. A pessoa que as descumpre está sujeita a sofrer alguma

penalidade, cujas espécies são: privativas de liberdade; restritivas de direitos e/ou de

multa.

As principais fontes do Direito Penal são: a Constituição Federal; o Código Penal

- CP e as leis esparsas (ou leis especiais).

Crime = fato típico + antijurídico.

Atividades Propostas

- Participação e tira dúvidas no (s) fórum(s).

- Exercício de Fixação

Pesquise na parte especial do Código Penal sobre os seguintes crimes mais

comuns no exercício das suas atividades profissionais:

Contrabando;

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 50

Descaminho;

Calúnia (+ injuria e difamação);

Constrangimento Ilegal;

Furto;

Roubo;

Extorsão;

Dano;

Apropriação Indébita;

Estelionato;

Receptação;

Violação de Direito Autoral;

Falsificação de documentos;

Corrupção Ativa e Passiva.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:

< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em 25.

Abril. 2017.

Núcleo de Educação a Distância – NEAD/AEDB 51

BRASIL, Código Penal. Disponível em:

< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm> Acesso em

25. Abril. 2017.

DIREITONET. Disponível em

<http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1033/Inimputabilidade> Acesso em

25. Abril. 2017.

FOLHA, para entender Direito. Disponível em:

<http://direito.folha.uol.com.br/blog/category/crime%20continuado%20comum> Acess

o em 25. Abril. 2017.

MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 15ª ed., São Paulo: Atlas,

1999.

MARTINS, Sérgio Pinto. Instituições de Direito Público e Privado. 16ª ed. São Paulo:

Atlas 2016.