assistência, saúde e sociedade: a sociedade são vicente de

13
Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia 14º SNHCT Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG 08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9 Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de Paulo. Ana Paula Magno Pinto Introdução Esta comunicação tem como objetivo apresentar o andamento da pesquisa de doutoramento, sob o título Assistência, Saúde e Sociedade na Zona da Mata mineira (1895-1930), que analisa as propostas de assistência à pobreza, numa ênfase nas questões da saúde, da Sociedade São Vicente de Paulo em Minas Gerais, em especial na Zona da Mata. O recorte temporal se inicia com os primeiros registros nas atas das conferências vicentinas da intenção da irmandade de construir um hospital na região, em 1895, até sua inauguração, em 1939. De forma mais específica, o estudo trata das alternativas encontradas pela irmandade, em consórcio com as elites locais e o Estado, para enfrentarem os problemas da pobreza no período em que a economia se encontrava em transição para o capitalismo e transformava as cidades, trazendo-lhes características modernas. As principais fontes de pesquisa são as atas de conferências vicentinas realizadas nas cidades da Zona da Mata mineira no período delimitado. São utilizadas as fontes arquivísticas encontradas no Museu Histórico de Rio Pomba, que incluem documentos relativos ao hospital São Vicente de Paulo, jornais regionais, livros de memorialistas; do Conselho Central da Sociedade São Vicente de Paulo, localizado na cidade de Ubá, que incluem os livros de atas das conferências da região, fichas de avaliação de confrades e consorcias e fichas sobre os assistidos, materiais de catequese e publicações históricas referentes à Sociedade; da prefeitura da cidade de Rio Pomba são utilizados os documentos que se referem ao hospital como escrituras do terreno, plantas do edifício, relação nominal dos vereadores e prefeitos da cidade, com a identificação profissional de cada um, discursos proferidos na Câmara de vereadores sobre a irmandade e sobre o hospital; do jornal O imparcial, único jornal local ainda em circulação na cidade, desde o século XIX, das paróquias de São Manoel do Pomba e São Januário de Ubá, como correspondências, registros das conferências vicentinas, de eventos realizados para contribuição para a construção do hospital; arquivos particulares familiares de médicos, farmacêuticos, membros da elite local e de vicentinos, entre outras. Tais fontes Historiadora, Professora de História, Mestre em Memória Social e Documento pela UNIRIO e doutoranda em História das Ciências e da Saúde pela FIOCRUZ.

Upload: others

Post on 01-Oct-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de Paulo.

Ana Paula Magno Pinto

Introdução

Esta comunicação tem como objetivo apresentar o andamento da pesquisa de

doutoramento, sob o título Assistência, Saúde e Sociedade na Zona da Mata mineira

(1895-1930), que analisa as propostas de assistência à pobreza, numa ênfase nas

questões da saúde, da Sociedade São Vicente de Paulo em Minas Gerais, em especial na

Zona da Mata. O recorte temporal se inicia com os primeiros registros nas atas das

conferências vicentinas da intenção da irmandade de construir um hospital na região,

em 1895, até sua inauguração, em 1939. De forma mais específica, o estudo trata das

alternativas encontradas pela irmandade, em consórcio com as elites locais e o Estado,

para enfrentarem os problemas da pobreza no período em que a economia se encontrava

em transição para o capitalismo e transformava as cidades, trazendo-lhes características

modernas.

As principais fontes de pesquisa são as atas de conferências vicentinas realizadas

nas cidades da Zona da Mata mineira no período delimitado. São utilizadas as fontes

arquivísticas encontradas no Museu Histórico de Rio Pomba, que incluem documentos

relativos ao hospital São Vicente de Paulo, jornais regionais, livros de memorialistas; do

Conselho Central da Sociedade São Vicente de Paulo, localizado na cidade de Ubá, que

incluem os livros de atas das conferências da região, fichas de avaliação de confrades e

consorcias e fichas sobre os assistidos, materiais de catequese e publicações históricas

referentes à Sociedade; da prefeitura da cidade de Rio Pomba são utilizados os

documentos que se referem ao hospital como escrituras do terreno, plantas do edifício,

relação nominal dos vereadores e prefeitos da cidade, com a identificação profissional

de cada um, discursos proferidos na Câmara de vereadores sobre a irmandade e sobre o

hospital; do jornal O imparcial, único jornal local ainda em circulação na cidade, desde

o século XIX, das paróquias de São Manoel do Pomba e São Januário de Ubá, como

correspondências, registros das conferências vicentinas, de eventos realizados para

contribuição para a construção do hospital; arquivos particulares familiares de médicos,

farmacêuticos, membros da elite local e de vicentinos, entre outras. Tais fontes

Historiadora, Professora de História, Mestre em Memória Social e Documento pela UNIRIO e

doutoranda em História das Ciências e da Saúde pela FIOCRUZ.

Page 2: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

permitem traçar o perfil da assistência vicentina na região da Zona da Mata de Minas

Gerais, assinalando as ações de caridade e dos tipos de socorros prestados e possibilitam

a reflexão sobre políticas sociais e de participação do Estado na sociedade beneficente,

no caso, a Sociedade São Vicente de Paulo.

A pesquisa está estruturada em duas partes interligadas, mas distintas. A

primeira parte, dividida em quatro capítulos, trata da confraria e de suas relações na

sociedade local. O primeiro capítulo apresenta a Sociedade São Vicente de Paulo. Tem

como argumento inicial o fato de que a irmandade se encontrava em período de

expansão e encontrou no Brasil condições favoráveis (especialmente o catolicismo) para

sua implantação, inicialmente no Rio de Janeiro e Minas Gerais. O segundo capítulo

trata dos vicentinos na Zona da Mata mineira, pretende discorrer sobre como os

vicentinos se implantaram na região, através de grupos paroquiais e fundando colégios

católicos. O capítulo três analisa a sociedade matense e as relações beneficentes com o

Estado na Primeira República: o que era público e privado na sociedade “familista”

mineira, no período de consolidação do período republicano. São analisadas as relações

entre os vicentinos e moradores da Zona da Mata em relação à assistência: a sociedade

tradicional e suas práticas em contato com as transformações econômicas como o café e

as novas relações com a mão de obra, a chegada da estrada de ferro e os novos

moradores, sem laços de solidariedade, o pauperismo, as novas especialidades

profissionais em processo de afirmação, como médicos e farmacêuticos, a ciência

conquistando espaços sociais, as práticas tradicionais de cura e os vicentinos

conquistando o reconhecimento da população. O quarto capítulo identifica e analisa as

elites em “consórcio”, como os vicentinos mobilizaram as elites católicas para promover

seu projeto de assistência aos pobres, enquanto as elites profissionais se envolviam no

projeto para a conquista de status social e profissional.

A segunda parte da pesquisa se refere à assistência e à saúde no projeto da

irmandade. O capítulo 1 identifica as cidades, o higienismo e a ordem positivista como

valores difundidos e transformadores sociais e arquitetônicos. O capítulo dois tem como

objetivo central a identificação dos novos moradores trazidos pelas novas necessidades

econômicas das cidades, a pobreza presente, a falta de laços de solidariedade e suas

consequências, especialmente em relação à saúde. O terceiro capítulo descreve e analisa

o projeto vicentino de assistência à pobreza, que inclui a fundação de diversas

instituições, como asilos, orfanatos, creches e o hospital, além de ações praticadas nas

visitas semanais aos assistidos, como o auxílio alimentação, aquisição de remédios,

Page 3: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

entre outros. O quarto capítulo analisa a construção do hospital São Vicente de Paulo,

em Rio Pomba, principal objetivo dos vicentinos desde os primórdios de seus encontros

em conferências e do estabelecimento da irmandade na região, em 1895 e inaugurado

em 1939. Pensado nas mais diversas cidades, os vicentinos inauguraram pequenos

hospitais, mas construíram um maior em Rio Pomba, de acordo com as concepções

médicas vigentes e que atenderia a sociedade em geral e os pobres, em especial.

Estudos recentes sobre a História da Saúde no Brasil identificaram atores que

contribuíram para a conformação da assistência e da saúde no país, como as redes de

instituições filantrópicas. Na Primeira República, a assistência era entendida como um

conjunto de ações praticadas por instituições públicas e privadas, laicas e religiosas, que

não atuavam em campos opostos, mas complementares, em que era atribuído o caráter

público, como os cuidados à infância e à velhice, à maternidade e às doenças. Tais ações

eram praticadas em locais diversos, como hospitais, hospícios, asilos, orfanatos,

maternidades, postos médicos, entre outros (SANGLARD: 2008, p. 2-3).

Parte das reflexões da pesquisa pretende identificar o conceito de assistência nas

ações da confraria Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP), período em que o

pauperismo avançava sobre as cidades, mobilizava grupos econômicos, políticos e

caritativos em busca de minimizar seus efeitos.

A Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) é uma das maiores organizações

católicas da atualidade. Caracteriza-se pelas ações filantrópicas voltadas para minimizar

os efeitos da pobreza e da doença, através da construção de suas “obras unidas”, um

conjunto de instituições caritativas como asilos, orfanatos e hospitais. Refletir sobre o

conceito de assistência nas ações da confraria é o objetivo desta comunicação.

Considerações sobre pobreza e caridade

Os primeiros cristãos não identificaram a pobreza e suas consequências como

flagelo ou desgraça, mas como sinal da salvação, pois Jesus viveu como pobre e

defendeu a humildade (GEREMEK: 1986). Só seriam necessitados de cuidados e de

assistência aqueles que não possuíam condições de viver com autonomia, como os

miseráveis, doentes, crianças e idosos. Os cuidados e a assistência seriam tarefas cristãs,

as “boas obras”.

A doutrina católica apresentou as indulgências como um dos caminhos para a

salvação dos pecados. Os sacramentos (batismo, confissão, entre outros) seriam

responsáveis pela salvação do ato do pecado, mas o mal causado por ele seria reparado

pelas indulgências, as penas temporais. O perdão da pena temporal é chamado

Page 4: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

“indulgência plena”, as demais formas de perdão são indulgências parciais. Estas são

mensuradas em número de dias. As indulgências foram concedidas pelas autoridades

eclesiásticas no início da Igreja Católica para reduzir as penitências, porque, a busca da

reparação dos pecados e seus males consequentes resultavam em torturas, mutilações e

em vários casos, a morte do pecador cristão.

Na Idade Média, as esmolas eram utilizadas em diversas obras de caridade para

os pobres, como igrejas, hospitais, leprosarias, instituições beneficentes, entre outras.

As ações de caridade, os cuidados e a assistência, seriam ações consequentes dos

pecadores, que buscavam a salvação.

A partir do século XII o crescimento do comércio gerou o abandono do campo e

os compromissos de ajuda mútua entre os camponeses se dissolveram, ocasionando o

aumento do número de pobres e miseráveis nas cidades. A concentração de pessoas nas

cidades em condições precárias contribuiu para os registros de epidemias e da

ampliação da pobreza e das doenças. A Igreja propôs critérios que definiriam os direitos

e deveres dos pobres, sugerindo que a caridade e suas ações assistenciais estivessem

condicionadas ao merecimento do assistido (GEREMEK:1986; VISCARDI: 2011).

Surgiu nas cidades uma nova categoria social, os trabalhadores desempregados ou

“indigentes”, oriundos dos campos, que perdeu sua identidade local ou profissional

(GEREMEK: 1986) e seus laços de solidariedade e ajuda mútua, constituiu num

problema social.

Após as reformas religiosas do século XVI, a pobreza e a caridade deixaram de

ocupar apenas os religiosos para ocuparem também os leigos católicos. Após o

surgimento de instituições religiosas leigas, como as Irmandades, Confrarias e as

Ordens Terceiras, que associavam a fé e o auxílio mútuo, as doações passaram a ser

destinadas a elas, que mantinham as obras de caridade (SANGLARD: 2008), incluindo

os hospitais de assistência aos pobres. Com valores do Renascimento e do Humanismo,

as esmolas, as doações de alimentos ou cuidados aos doentes abandonados ou

perseguidos adquiriram “alto valor espiritual”, disponível apenas aos portadores da

caridade e da compaixão, de ambos os sexos, determinados pelo dom, pela fé e pela

motivação espiritual da salvação (MARTINS: 2011). Os religiosos continuavam a ver

na caridade seletiva uma solução para o problema da pobreza, pois ações de assistência

poderiam preparar os indigentes merecedores para serem reconduzidos à sociedade,

mantendo discriminados ladrões, falsos mendigos, entre outros (VISCARDI, 2011). As

medidas de assistência pelo poder público ocorriam em situações pontuais, como nas

Page 5: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

epidemias. As iniciativas públicas e privadas para a assistência aos pobres miseráveis,

crianças, doentes e idosos se mantiveram paralelas.

A Revolução Científica e o Iluminismo provocaram novas concepções para a

pobreza europeia no século XVIII, interferindo nas ações de assistência. Sanglard

explica que, em países como a França à ideia de caridade, de origem cristã, foi

adicionada a ideia de filantropia, como ações coletivas particulares leigas de

benemerência, de acordo com os filósofos das “Luzes”, reforçando as ações de

assistência como “utilidade social”, uma virtude dos filantropos, leigos, incluída ao

caráter caritativo, religioso (SANGLARD: 2008). A filantropia seria uma prática de

prevenção da miséria, e não uma forma de suavizá-la. Porém, caridade e filantropia não

eram ideias opostas. Surgiram associações ou sociedades filantrópicas particulares,

laicas ou confessionais, algumas associadas aos valores cristãos da caridade, voltadas

para a amenização da pobreza e da doença.

A industrialização e a urbanização redefiniram os pobres na Europa como

“classes trabalhadoras” e os baixos salários definiriam a pobreza. Geremek

(GEREMEK: 1986) usa o termo “pauperismo”, para designar a condição desta

categoria, que seria o alvo das novas políticas sociais higiênicas, enquanto os incapazes

de sobreviverem de forma autônoma, os pobres ou “indigentes”, continuariam assistidos

pelas iniciativas particulares de caridade e/ou filantropia, leigas e religiosas.

São Vicente de Paulo e a Congregação da Missão

São Vicente de Paulo (1581-1660) foi um sacerdote católico francês filho de

camponeses católicos, canonizado em 1737. Um dos protagonistas da Contrarreforma, a

atuação de Vicente de Paulo como sacerdote foi caracterizada pela dedicação aos

pobres, pela defesa da catequese e do hábito da “confissão” do povo, pelos retiros

espirituais para leigos e sacerdotes e pela fundação das conferências semanais nas

confrarias criadas por ele.

Vicente de Paulo fundou na França inicialmente, em 1612, a Confraria do

Rosário, masculina, para a prática de caridade, especialmente para o apoio de doentes,

que eram visitados diariamente (SSVP do Brasil: 1978). Percebendo as péssimas

condições de trabalho a que eram submetidos os trabalhadores nas cidades,

especialmente os que vinham dos campos, preocupou-se com a evangelização dos

pobres do “interior”. Fundou assim, em 1625, a Congregação da Missão, uma

instituição formada por padres seculares e leigos consagrados (irmãos), que recebeu

reconhecimento do Papa apenas em 1633. Os padres da Congregação da Missão foram

Page 6: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

chamados “lazaristas”, porque a primeira sede foi nomeada como “Casa de São Lázaro”

e os leigos foram chamados de “irmãos vicentinos”. Fundou também o movimento das

Senhoras Damas de Caridade, feminino, com a orientação de Luísa de Marillac, que

mais tarde estabeleceu a Confraria das Irmãs de Caridade, atuais Filhas da Caridade

(SSVP do Brasil: 1978).

A missão principal da Congregação da Missão era atender aos apelos dos pobres

do interior e arredores das cidades, através de atividades como oração, confissão,

catequese e visita aos doentes. A Congregação foi dissolvida na Revolução Francesa e

reestabelecida em 1816, chegou ao Brasil em 1819, com os missionários portugueses e

franceses, nas províncias de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em Minas Gerais, os missionários vicentinos ligados à Congregação Lazarista

fundaram, em 1820, o Colégio Caraça, na cidade de mesmo nome, situado nas

montanhas mineiras. A proposta era formar as elites mineiras e brasileiras, nos valores

da religião católica e do espírito cristão consciente de seu papel na definição dos

destinos da nação. Entre os valores católicos, encontra-se a caridade e a atenção aos

pobres e aos doentes. Lá estudaram os presidentes Arthur Bernardes e Afonso Pena,

entre outros membros das elites mineiras. De acordo com Andrade, o Colégio Caraça

funcionou até 1912 e representou um modus operandi de formação das elites dirigentes

mineiras e brasileiras no período (ANDRADE: 2000).

A Sociedade São Vicente de Paulo e a assistência

As instituições devocionais foram responsáveis pela organização da assistência

aos pobres e doentes no Brasil desde o período colonial e o hospital representava a

caridade cristã, para abrigar doentes ou peregrinos. Sob a influência de São Vicente de

Paulo, a SSVP foi criada em 1883 em Paris pelo jovem Antoine Frédéric Ozanam

(1813-1853), aos vinte anos de idade, em conjunto com outros cinco universitários

católicos, como Conferência da Caridade e passou a se chamar Sociedade São Vicente

de Paulo em 1835. O grupo defendia a adaptação da Igreja Católica Romana às

condições sociais resultantes da Revolução Francesa. Ozanam foi beatificado em agosto

de 1997. Seu pai era médico e envolvido nos principais movimentos sociais da sua

época (SSVP do Brasil: 1978).

No Brasil, a Sociedade fundou sua primeira conferência em 1872, no Rio de

Janeiro, sob “invocação” de São José. De acordo com o Regulamento da Sociedade São

Vicente de Paulo no Brasil de 10 de janeiro de 1873, documento aprovado e assinado

pelo Bispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, D. Pedro Maria de Lacerda, a Sociedade

Page 7: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

se fazia presente no Brasil há “poucos meses” tendo o bispo presidido uma de suas

conferências após a primeira assembleia geral (REGULAMENTO DA SOCIEDADE

SÃO VICENTE DE PAULO, 1877: p. vi). Na ocasião, segundo consta no regulamento,

reuniram-se as duas conferências da cidade que já contavam com 60 “sócios”

(confrades). O pedido de aprovação do regulamento foi aceito pelo bispo, que escreve:

“a sociedade é muito conhecida e querida da Egreja de Deos e enriquecida de

indulgências pelos Summos Pontífices de Roma”. O bispo advertiu que o documento

tratava-se de uma reimpressão do regulamento que foi “mostrado e publicado em

Lisboa em 1857”.

A primeira parte do regulamento tem como título “Indulgências”. Nela, há

informações esclarecedoras acerca das reivindicações dos confrades. São cinco itens,

com as informações abaixo:

1 – Quando um membro é incorporado à confraria recebe 30 indulgências,“tendo-se

confessado 40”.

2 – Cada dia que assistirem a sessão ou assembleia da Sociedade, receberão 20 dias

de indulgências, “tendo-se confessado 40”.

3 – Cada dia que visitarem os pobres a seu cargo, receberão 30 dias de indulgências,

“tendo-se confessado 40”.

4 - Por cada dia em que assistirem aos exercícios espirituais ou só festas ou só

missas da sociedade, receberão 20 dias de indulgências, “tendo-se confessado

40”.

5 – Por cada dia que recitarem a oração Gratias agimus tibi ou sua tradução Senhor

nós vos damos graças, receberão 30 dias de indulgências, “tendo-se confessado

40”. (REGULAMENTO DA SOCIEDADE SÃOVICENTE DE PAULO, 1877:

p. 1).

Porém, sobre a assinatura do bispo, há uma advertência, que sugere a ocorrência

de controvérsias entre os membros da Sociedade sobre as indulgências a serem

concedidas pela benemerência praticada:

“concedemos por um título exposto em um dos números precedentes, não poderão

por essa ocasião ganhar por outro título de outro número: e que essas indulgências

concedemos uma só vez por cada dia e não por cada vez que cumprir-se a obra

presente”.

Sob o título de “Reflexões Preliminares”, o documento alertou:

a “Sociedade de São Vicente de Paulo” não deve ter sua origem atribuída a

ninguém, mas a um grupo de mancebos que discutiram os dogmas católicos em

reuniões literárias e acreditaram que além das palavras eram necessárias as obras”.

Ainda nas reflexões preliminares, há explicação acerca da organização

administrativa da confraria, explicando que, ao se tornarem numerosos, dividiram-se em

conferências “que não devem tomar nenhuma outra denominação para que ninguém a

considere como obra do homem, pois tudo é obra de Deus”. As conferências deveriam

Page 8: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

ser conhecidas pelo nome das paróquias e unidas por cidades, por um conselho

particular. Os diversos conselhos particulares seriam unidos pelo conselho geral.

Outro título do Regulamento possui como título “Os fins da Sociedade”. Nele há

cinco subitens, que são:

1 – Manter seus membros por meio de exemplos e conselhos, na prática da

vida cristã.

2 – Visitar os pobres nos domicílios, dando-lhes consolo em espécie e

conselhos religiosos.

3 – Aplicar a educação religiosa elementar cristã aos membros, mesmo

encarcerados.

4 – Difundir livros morais religiosos.

5 – Prestar-nos a toda obra de caridade que couber nos nossos meios.

Essas finalidades nos sugerem que os membros devam ser letrados, pois

valoriza-se a evangelização e a difusão dos livros, além da caridade prática.

Num outro título do Regulamento, “A Sociedade deve praticar a virtude”, há

cinco enumeradas:

1 – Abnegação de si mesmo.

2 – Prudência cristã: não repelir os pobres cristãos de ambos os sexos –

evitar o escândalo.

3 – Amor ao próximo e zelo da salvação das almas.

4 – Mansidão e humildade, bem aventurado os mansos porque possuirão a

terra.

5 – Fraternidade.

As virtudes vicentinas acima descritas nos remetem às cidades em ordem, com

práticas caridosas e sem escândalos, além da garantia de retorno às ações.

No artigo segundo do Regulamento, há afirmação de que “nenhuma obra de

caridade deveria se considerar estranha à Sociedade”, seus membros deveriam “levar

o consolo aos enfermos e encarcerados, instruir as crianças pobres e prestar socorros

religiosos aos que carecem em relação à morte”.

Os capítulos que se seguem regulam as rotinas das conferências, que deveriam

ser iniciadas pelo presidente ao invocar São Vicente de Paulo recitando uma oração: a

seguir, o presidente deveria fazer uma leitura espiritual de escolha de um membro do

grupo. O secretário deveria fazer a leitura da ata da última sessão e apresentar os novos

sócios. Os membros deveriam se pronunciar. O tesoureiro faria a declaração do fluxo de

caixa e distribuiria os bilhetes aos sócios para que fossem entregues pessoalmente aos

pobres, de acordo com as necessidades pronunciadas e distribuídos às famílias. Todos

deveriam ouvir com benevolência as dificuldades e pedidos de conselhos para seus

comportamentos e deveriam distribuir os conselhos de acordo com a experiência da

caridade. Os pedidos de dinheiro, roupas e livros deveriam ser avaliados pela

Page 9: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

conferência. Se aprovado, deveriam ser acompanhados de perto seu uso. Não deveria

ser aceita família para ser ajudada sem a aprovação prévia de suas necessidades pela

conferência. Os membros que precisassem se afastar das tarefas deveriam comunicar

previamente ao presidente e a conferência deveria ser finalizada citando a oração de São

Vicente de Paulo.

Adotaram como rotina da SSVP as reuniões para as orações com a invocação do

Espírito Santo e a coleta em dinheiro anônima, pois “o objetivo era menos de

beneficência e mais de moralização e confraternização” (BOLETIM DA SSVP do

Brasil: 1978). Após a conferência, faziam as visitas aos domicílios das famílias pobres

com o intuito de cadastrá-las e oferecer ajuda como os auxílios morais com a catequese

e materiais em forma de “vales”, para descontos com determinados fornecedores de

alimentos e assistência médica.

No Boletim nº 11, de novembro de 1886 da Sociedade de São Vicente de Paulo,

uma publicação mensal do Conselho Superior do Brasil, editado na Typographia

Montenegro, situada no Largo da Mãe do Bispo, com o preço da assinatura fixado em

3$000, há informação de que o papa Leão XIII encaminhou ao seu secretário, F. Della

Volpe, a concessão a todos os membros da Sociedade a “indulgência plena” nos dias de

festa da Imaculada Conceição da Santa Virgem e de São Vicente de Paulo.

De acordo com as atas das conferências do Conselho Central de Ubá, a partir de

1895 a SSVP já estava presente em bairros e cidades da Zona da Mata mineira. Era

composta por membros das elites locais, além de outros membros da sociedade, alguns

ex-alunos do Colégio Caraça. Em relação às ações da confraria, as elites realizaram as

“obras unidas”, instituições de apoio aos pobres “indigentes” e incapazes (crianças,

idosos e doentes). As instituições são orfanatos, asilos, pequenos ambulatórios

hospitalares, alguns com sede própria que mantinham leitos de internação e contavam

com o apoio dos profissionais de saúde católicos locais, especialmente os médicos e

farmacêuticos.

A confraria na Zona da Mata mineira seguiu a organização interna da SSVP

francesa, os valores caritativos e filantrópicos para a benemerência foram associados,

incluindo as doações dos confrades e consorcias, nem sempre registrados em

documentos ou tais registros se encontram preservados em seus acervos, pois as atas das

conferências registram a presença de confrades e consorcias, mas não há arquivos

específicos destes membros. Entre as diversas “obras unidas”, o principal objetivo da

Page 10: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

confraria matense era a construção de um hospital beneficente, informação contida nas

primeiras atas, de 1895.

Havia uma preocupação no atendimento à saúde das famílias de presidiários e

“indigentes”. O hospital foi mencionado nas atas como uma “necessidade das cidades

modernas” (SSVP: ata da Conferência de 17/07/1895), as quais as elites matenses se

identificavam. Durante a Primeira República foram buscadas as condições para a

construção do hospital, sob diversos contextos. Havia consenso na confraria para a

localização do hospital na cidade de Rio Pomba, próxima a Ubá, Cataguases,

Leopoldina e Juiz de Fora. O Estado colaborou com quantias significativas para a

confraria em ocasiões diversas e convocando os grupos de confrades para atendimento

aos necessitados numa espécie de parceria ou consórcio e de consentimento às ações

vicentinas.

Os profissionais de saúde católicos colaboravam no atendimento nas obras

unidas da SSVP. Assim que as receitas médicas eram emitidas aos “indigentes”, a

confraria as encaminhava às farmácias para a finalidade de ter o medicamento adquirido

pelo “indigente”. Contudo, o Hospital São Vicente de Paulo da cidade de Rio Pomba, o

maior da região da Zona da Mata na Primeira República, iniciou suas atividades como

um pequeno número de ambulatórios mantidos pela confraria e só conseguiu a condição

de hospital após uma doação à confraria de um terreno feita pela prefeitura e da

instalação de uma comissão pró-hospital em Rio Pomba, formada por médicos

católicos, farmacêuticos e a confraria, com o apoio de Estado. Seu funcionamento como

hospital se iniciou em 1932, sob a legislação do governo Vargas, mas foi ampliado e

inaugurado em 1939.

A Zona da Mata mineira na Primeira República

A Zona da Mata mineira se situa na porção sudeste do estado, próxima aos

estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Segundo Chaves, a vida econômica e social

da região foi marcada, desde sua fundação, pela ação da Igreja Católica. Após o declínio

aurífero, a agricultura mercantil de subsistência ganhou maior destaque, num processo

que incluía a reavaliação do trabalho escravo e de base familiar, com produção pecuária

voltada para o mercado interno (CHAVES: 1999). Gomes afirma que esses agricultores

dedicavam-se ao mercado interno e mantinham relações sociais domésticas, que deram

certa identidade ao povo mineiro, incluindo relações entre escravos e senhores

(GOMES, 2005, p. 62).

Page 11: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

No fim do século XVIII a região da Zona da Mata havia sido aberta à

colonização para locar, entre outros, os desempregados da já decadente região aurífera.

O café trouxe o progresso para a Zona da Mata mineira nos meados do século XIX e

primeiros anos da República. Ramais da Estrada de Ferro Leopoldina foram destinados

aos municípios; a ferrovia nasceu das necessidades de transporte da produção de café

até os portos do litoral. O incremento populacional e o fluxo comercial na Zona da Mata

mineira também trouxeram a pobreza e as doenças epidêmicas foram identificadas,

como a varíola e o cólera.

As profundas diferenças entre as regiões internas de Minas levaram a sociedade

mineira a novas composições, que não transformaram nem renovaram as elites. No final

do século XIX o Brasil favoreceu a imigração, que se dirigiu em grande parte aos

centros de cafeicultura, pecuária e novos mercados urbanos, mas Minas Gerais, com

suas fronteiras internas, teria uma posição geopolítica desfavorável em relação aos

estados do sul e de São Paulo para receber imigrantes, recebendo um fluxo menor em

comparação a São Paulo (GOMES: 2005). Por volta de 1883, vieram para a região

cafeicultora cerca de seis mil escravos para a lavoura. Com a Abolição, a região recebeu

imigrantes italianos, e de outras origens (O IMPARCIAL, 2014).

Wirth abordou a participação das elites mineiras na consolidação da República.

Afirmou que as bases culturais coloniais foram mantidas, desde a mineração. Segundo o

autor, as elites mineiras viajavam menos ao exterior, cultivaram princípios de lealdade e

reciprocidade, o que não favorecia programas políticos de mudanças e possuíam alto

senso de lugar e de família. Diferentemente das elites paulistas, que experimentaram

greves e grupos econômicos intermediários descontentes, chegando a tensões

sociopolíticas associadas à modernização, as elites mineiras eram mais conservadoras,

devido ao crescimento econômico menor e às características culturais locais (WIRTH:

1982). Destaca a importância do catolicismo, que influenciou o desenvolvimento da

ideia de caridade e de filantropia.

Ao analisar a participação de Minas Gerais na consolidação da república no

Brasil, marcado pelas relações entre os interesses políticos locais, Blasenheim ressaltou

a participação das elites da Zona da Mata na composição política republicana em seus

primórdios, nos níveis local, estadual e federal, na criação do PRM (Partido

Republicano Mineiro), importante articulador da chamada “política dos governadores”

(BLASENHEIM: 2013). A associação das elites ao projeto vicentino para a

Page 12: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

conformação de um sistema de saúde na região é o objetivo central desta pesquisa em

andamento.

Considerações parciais

A Zona da Mata mineira é uma das regiões que se encontrava em plena transição

econômica para o capitalismo, com as novas atividades e relações de trabalho nas

indústrias, portanto, com a formação de uma “classe trabalhadora” em situação de

pauperismo, uma população crescente e desempregada, considerada como “indigentes”,

além da população considerada pobre incapaz, como crianças, idosos e doentes.

A Sociedade São Vicente de Paulo mineira era composta pelas elites católicas

que participavam da vida política da república recente e se mostravam interessadas na

normatização da vida pública, na organização das cidades para o seu progresso,

conforme o lema republicano positivista, com suas ações para o assistencialismo e

práticas de benemerência. Concordavam com as modernas concepções do trabalho

como um valor e com as modernas concepções de pobreza a ser assistida com auxílio

moral e material. O objetivo da assistência era, portanto, reconduzir o pobre ao mundo

do trabalho e manter a organização social.

A preocupação no cuidado com o pauperismo se deve também às modernas

concepções de doenças, como um fenômeno social que atinge a todos e que deve ser

evitada. O hospital era o objetivo principal da confraria, pois era o local de acolhimento

dos necessitados, evitando a ocupação com os doentes pobres nas ruas.

Podemos afirmar que a Sociedade São Vicente de Paulo encontrou na Zona da

Mata mineira um ambiente favorável ao seu estabelecimento e crescimento, devido às

características específicas da sociedade no período: predominantemente católica, com a

economia em transição para o capitalismo.

Referências

SSVP: ata da Conferência de 17/07/1895

ANDRADE, Mariza Guerra de. A educação exilada: Colégio do Caraça. Belo Horizonte: Editora

Autêntica, 2000 (Coleção Historial).

BLASENHEIM, Peter. Uma História Regional da Zona da Mata de Minas Gerais (1870-1906). Tese

de doutoramento desenvolvida na Universidade de Stanford, publicada em inglês em 1982. Tradução de

Maria Domingues Bitarello in LOCUS, revista de história, Juiz de Fora, v.36, n.01, p. 121-161, 2013.

BOLETIM DA SSVP do Brasil, 1886 e 1978.

CHAVES, Bráulio Silva. Instituições de saúde e a ideia de modernidade em Minas Gerais na Primeira

Metade do Século XX. In: MARQUES, Rita de Cássia; SILVEIRA, Anny Jackeline Torres;

FIGUEIREDO, Betânia Gonçalves (orgs). História da Saúde em Minas Gerais: Instituições e

Patrimônio Arquitetônico (1808-1958). Barueri, SP: Minha Editora, 2011.

Page 13: Assistência, Saúde e Sociedade: A Sociedade São Vicente de

Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT

Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9

ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS. Publicação comemorativa do 23º aniversário

do IBGE. 1959, v. 27. Acervo do Arquivo Público Mineiro – Belo Horizonte/MG.

GEREMEK, Bronislaw. A Piedade e a Forca. História da miséria e da caridade na Europa. Lisboa,

Portugal: Terramar, 1986.

MARTINS, Ana Paula Vosne. Gênero e Assistência: considerações histórico-conceituais sobre práticas e

políticas assistenciais in História, Ciências, Saúde – Manguinhos. v.1, n.1 (jul-out.1994). Rio de

Janeiro, Fundação Oswaldo cruz, Casa de Oswaldo Cruz, 2011.

O IMPARCIAL. As migrações e imigrações – Origem de nosso povo. Disponível em <

http://oimparcialriopomba.com.br/noticia/1697/As-migracoes-e-imigracoes-%E2%80 %93-Origem-de-

nosso-povo >. Acessado em 12 jan. 2014.

REGULAMENTO DA SOCIEDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO, 1877.

SANGLARD, Gisele. Assistência entre o Liberalismo e o Bem-Estar Social. In: Anais eletrônicos do

XIII Encontro de História da Anpuh-Rio – Identidades, Rio de Janeiro, 2008.

_________________. Entre os salões e o laboratório: Guilherme Guinle, a saúde e a ciência no Rio de

Janeiro, 1920-1940. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2008.

SANTIAGO, Sinval Batista. História do Município de Rio Pomba. Belo Horizonte: Imprensa Oficial,

1991.

SOCIEDADE SÃO VICENTE DE PAULO. Atas de conferências 1895-1939.

_____________. Vida de Frederico Ozanam. Rio de Janeiro: Conselho Superior do Brasil da SSVP -

CIA Brasileira de Artes Gráficas, 1978.

VISCARDI, Cáudia. Pobreza e assistência no Rio de Janeiro na Primeira República in História,

Ciências, Saúde – Manguinhos. v.1, n.1 (jul-out.1994). Rio de Janeiro, Fundação Oswaldo cruz, Casa de

Oswaldo Cruz, 2011.

WIRTH, John D. O Fiel da Balança. Minas Gerais na Federação Brasileira 1889-1937. RJ: Paz e Terra,

1982.