assistencialismo na contemporaneidade e as polÍticas sociais pÚblicas

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES URI – SÃO LUIZ GONZAGA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE SERVIÇO SOCIAL BRUNA GUIMARÃES TRINDADE ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

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Page 1: ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE  E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕESURI – SÃO LUIZ GONZAGA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADASCURSO DE SERVIÇO SOCIAL

BRUNA GUIMARÃES TRINDADE

ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

SÃO LUIZ GONZAGA2015

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BRUNA GUIMARÃES TRINDADE

ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI – São Luiz Gonzaga, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.

Orientadora: Prof.ª. Mestre Lucineide Orsolin

São Luiz Gonzaga2015

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ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

Elaborado por

BRUNA GUIMARÃES TRINDADE

Como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Serviço Social pela

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI

COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________________Profª. Ms. Lucineide Orsolin – URI/SLG

Orientadora

___________________________________Prof.ª Ms. Frida Dinareli– URI/SLG

____________________________________Prof.ª Dr. Lizandra Nascimento – URI/SLG

Conceito Obtido: _________________

São Luiz Gonzaga, _______ de julho de 2015.

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Dedico especialmenteAo meu Pai (in Memoriam)

A minha Mãe (in Memoriam)

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AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos a todos que, de alguma forma, contribuíram

no decorrer dessa jornada, em especial:

Primeiramente agradeço a Deus, por estar presente ao meu lado nos tempos

mais difíceis, protegendo e ajudando a decifrar todos os enigmas que a vida

apresentou em alguns momentos;

Agradeço à minha família:

Meus irmãos que mesmo estando longe me incentivaram e me apoiaram a

sempre lutar por uma conquista;

Meus tios que sempre me apoiaram e me incentivaram a jamais desistir;

Agradeço, especialmente, ao meu companheiro Maurício Nunes Lopes pelo

carinho e compreensão;

Agradeço à minha orientadora Lucineide Orsolin, pelo seu conhecimento,

atenção, participação, crítica, empenho e paciência com que me orientou, fica

registrada minha admiração, pela pessoa e profissional que é.

Agradeço a minha professora e paraninfa da turma Frida Dinareli, pelo apoio

e incentivo;

Agradeço aos colegas pelos momentos felizes que pude vivenciar com eles,

bem como pelo consolo, carinho, amizade e por tudo que pude aprender com o

convívio.

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O momento que vivemos é um momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem. É preciso ter esperança para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar. É necessário alimentar os sonhos e concretizá-los dia-a-dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais justos, mais solitários. (Marilda Iamamoto).

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RESUMO

Este trabalho procura compreender a contextualização da questão social, a partir de diferentes mudanças ocorridas na profissão. Abordou ainda origem e conceituação do assistencialismo e a principal função das políticas sociais públicas, e na segunda parte a história da assistência social no Brasil, antes de se tornar política pública e logo depois a assistência social garantida como política social pública, e para finalizar dizer as práticas não assistencialistas como forma de erradicar a pobreza. A pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, através de artigos científicos, revistas, livros e referenciou-se no método dialético-crítico propositivo e reflexivo, o qual tem como finalidade, permitir que haja uma compreensão ampla da realidade, e tem como tipo de pesquisa a qualitativa, pois trabalham no sentido dos significados, motivações e valores e corresponde ás concepções individuais dos sujeitos.

Palavras chave: Questão Social, políticas sociais públicas, assistencialismo.

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ABSTRACT

This paper seeks to understand the contextualization of social issues, from different changes that had happened in the profession. Yet addressed origin and conceptualization of welfarism and the main function of public social policies, and in the second part the history of social assistance in Brazil, before becoming public policy and soon after social assistance guaranteed as public social policy, and to finalize use non-welfare practices as a way to eradicate poverty. The research is characterized as bibliographic through scientific papers, magazines, books and referenced itself in the dialectical-critical method purposeful and reflective, which aims to allow that there is a broad understanding of reality, and has as the type of research the qualitative because works towards the meanings, motivations and values and corresponds to the individual conceptions of the subjects.

Keywords: Social Issues, public social policies, welfarism

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SUMÁRIO

1 QUESTÃO SOCIAL................................................................................................10

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL NO BRASIL.............................10

1.2 CARACTERIZAÇÕES DO ASSISTENCIALISMO E PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL........................................................................................13

1.3 POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS: QUAL SUA PRINCIPAL FUNÇÃO?..............18

2 HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL.........................................23

2.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................23

2.2 A ASSISTÊNCIA SOCIAL: ORIGEM HISTÓRICA...............................................23

2.3 A ASSISTÊNCIA SOCIAL GARANTIDA COMO POLÍTICA SOCIAL PÚBLICA..25

2.4 PRÁTICAS NÃO ASSISTENCIALISTAS E A ERRADICAÇÃO DA POBREZA...27

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................30

REFERÊNCIAS.........................................................................................................32

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho de Conclusão de Curso versa sobre a relação entre

assistencialismo e Políticas Sociais Públicas. Cabe salientar que a escolha do tema

ora apresentado foi embasada na necessidade de pensar as Políticas Sociais

Públicas para compreender os limites de acesso dos usuários que necessitam das

Políticas Sociais. O Trabalho de Conclusão de Curso, voltado a pesquisar o

assistencialismo, elenca a importância das Políticas Públicas para a sociedade, e da

atuação do Assistente Social numa perspectiva de romper com uma visão

assistencialista, objetivando superar a pobreza e a desigualdade.

Diante disso, abordamos os principais conceitos, primeiramente no que se

refere à questão social, pois sua relação é a expressão da contradição entre

capital e  trabalho, com intuito de minimizar as desigualdades sociais através das

Políticas Sociais Públicas. Logo depois, conceituo a Assistência Social, pois era

baseada na caridade, filantropia e solidariedade, depois passou a ser reconhecida

conforme a Constituição Federal, como Política Social Pública. No entanto, dizer as

práticas não assistencialistas com propósito de erradicar a pobreza e a desigualdade

social na sociedade.

O presente trabalho foi dividido em dois capítulos, sendo o primeiro dedicado

à concepção dos significados da “Questão Social”, tema abordado em três partes

distintas: 1.1 Contextualização da questão social no Brasil; 1.2 Caracterizações do

Assistencialismo; 1.3 Políticas Sociais Públicas e sua principal função.

No segundo capítulo, fez-se referência ao histórico da Assistência Social no

Brasil, a seguir, no item 2.1 foi detalhada a Assistência Social; 2.2 a Assistência

Social garantida como Política Social Pública, e no item 2.3 Práticas não

assistencialistas e a erradicação da pobreza.

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1 QUESTÃO SOCIAL

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL NO BRASIL

A expressão da questão social começou a ser vista por volta de 1830,

ocorrida no século XIX desencadeada pelo processo de industrialização, se tratando

do fenômeno do pauperismo. A origem da questão social, objeto de estudo e

trabalho dos Assistentes Sociais, é a relação capital x trabalho e é diante das

expressões advindas dessa contraditória relação que o profissional busca intervir

nas relações sociais com o intuito de viabilizar direitos e ampliar cidadania.

Segundo Iamamoto (2004, p. 27), questão social caracteriza-se como:

O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade.

Deste modo, torna-se necessário refletirmos sobre as expressões da questão

social, estas expressas pelas desigualdades sociais, políticas, econômicas, culturais,

movimentos de resistências e forças de rebeldia.

A concepção de questão social mais difundida no Serviço Social é a de

Carvalho e Iamamoto (1983, p. 77).

A questão social não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além da caridade e repressão.

A questão social é uma categoria que explica a totalidade da realidade social,

ou seja, a maneira como os indivíduos vivenciam a contradição entre o capital e o

trabalho. Assim, podemos denominar o capitalismo como um sistema econômico e

social, caracterizado pela propriedade privada dos meios de produção, trabalho livre

assalariado e acumulação de capital: riqueza obtida através da mais valia.

Esta contradição é construída na produção e apropriação da riqueza

socialmente gerada: a riqueza é produzida pelos trabalhadores e os capitalistas se

apropriam dela. E esta situação, oriunda do sistema capitalista, se encontra presente

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na maioria da população, que só tem na venda de sua força de trabalho os meios

para garantir sua própria sobrevivência.

José Paulo Netto (2001)1, pensador e pesquisador do Serviço Social, enfatiza

que a expressão Questão Social tem origem recente, uma vez que o emprego desta

terminologia iniciou na terceira década do século XIX.

O autor afirma que a pobreza não se constituiu na época como algo inédito,

uma vez que ela sempre existiu, porém nunca se havia observado tamanha

desigualdade entre ricos e pobres, pois, era diferente a forma de apropriação dos

frutos e privilégios que a pobreza traz, era radicalmente nova a dinâmica da pobreza

que se generalizava.

Assim, observou-se que pela primeira vez na história da humanidade a

pobreza crescia na mesma proporção com que aumentava a capacidade social de

produzir riquezas, ou seja, quanto mais a sociedade crescia na produção de bens e

serviços, tanto mais aumentava o número de pessoas que não tinham acesso à

produção social, tão pouco a qualidade de vida, assim a designação dessa pobreza

pela expressão da Questão Social, relaciona-se diretamente aos seus

desdobramentos sócio-políticos.

Netto (2001, p. 59) define que:

[...] a questão social: [...] não se trata somente da politização das demandas..., trata-se de visualizar a sua solução como processo revolucionário. Isto é: a questão social é colocada no seu terreno específico, o do antagonismo entre o capital e o trabalho, nos confrontos entre seus representantes; é colocada, porém, como objeto de intervenção revolucionário por agentes que se auto-organizam, preocupados com a consciência dos fins e a ciência dos meios.

Castel (1998), em “Metamorfoses da Questão Social: uma crônica do salário”

argumenta que a “questão social” foi se metamorfoseando e sendo transformada

com o passar do tempo, resultado da reestruturação internacional do capitalismo.

Logo depois, gerou um grande número de problemas, como o desemprego estrutural

de longa duração, que marcam uma ruptura na trajetória do assalariado e servem de

fundamento para o que o autor coloca como a existência de uma “nova questão

social”.

1 Conteúdo trabalhado em sala de aula, na disciplina de Serviço Social e Questão Social no ano de 2011 no primeiro semestre.

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A expressão da Questão Social2 está presente em todos os espaços

ocupacionais do Assistente Social: Estatais ou Privados. Caracterizam-se por um

processo de violação de direitos. Deste modo, podemos denominar os espaços

públicos como um lugar destinado à coletividade, podendo ser um espaço de

governo (Estado ou Não). Por espaço estatal entendemos todos os lugares

pertencentes ao Estado (Governo) e por espaço privado os lugares não públicos, de

domínio particular ou então privado.

Potyara Pereira (1998) argumenta que a Questão Social significa a

problematização das questões relacionadas às contradições do capitalismo. Isto é, a

Questão Social se deixa ver através de numerosas expressões oriundas do capital e

do trabalho, ou seja, das desigualdades sociais compreendidas como a falta de

acesso aos direitos sociais (lazer, educação, moradia, saúde, assistência social), e

dos movimentos de resistência e das forças de rebeldia (sindicatos, associações,

partidos políticos). Estas expressões tornam visível a contradição: quem produz não

acessa aos bens e serviços coletivamente produzidos.

Os efeitos da questão social no Brasil ou suas expressões podem ser

compreendidas nas desigualdades e nas exclusões sociais, que se revelam nas

mais variadas  expressões cotidianas como: família, habitação, saúde, educação,

lazer, Assistência  Social no acesso aos serviços públicos, etc.

Assim, vale lembrar que o Serviço Social é uma profissão que provoca

intervenção direta na realidade, pois sua prática acontece a partir das diferentes

expressões da Questão Social, ou seja, das desigualdades sociais e das forças de

resistência.

As constantes mudanças contemporâneas, mais especificamente as

transformações das últimas décadas produziram e produzem novas formas de viver

em sociedade, sendo que atualmente vivemos muitos processos de exclusão

socioeconômica.

Conforme Iamamoto, (1998, p.17):

O momento em que vivemos é um momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter esperanças para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar. É Necessário alimentar os sonhos e concretizá-los dia-a-dia no horizonte de novos tempos mais humanos, mais justos, mais solidários.

2 Texto trabalhado em sala de aula na disciplina de Oficina de Formação Profissional II, no ano de 2012 no terceiro semestre do curso.

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É preciso analisar a questão social na atualidade, pois nem toda população

reflete acerca da contradição. Pensar a questão social é encontrar a melhor forma

possível de superar as expressões por ela produzidas: o desemprego; o

analfabetismo; a fome; a favela; a falta de acesso à saúde e educação; a violência; a

inadimplência; bem como os movimentos de resistência e rebeldia, sendo eles os

sindicatos, movimentos sociais, associações e manifestações públicas variadas.

Entretanto, a questão social é objeto de estudo e ação dos Assistentes

Sociais. A realidade social e econômica do Brasil faz com que o trabalho do

profissional seja em grande parte com a população mais excluída da sociedade,

sofrendo consequências do processo de produção das desigualdades sócio

econômicas, pelo modelo capitalista de produzir e consumir bens e serviços.

O Assistente Social intervém no âmbito das desigualdades sociais, ou seja,

na questão social, a partir de suas expressões ou refrações.

Os Assistentes Sociais trabalham com a Questão Social nas suas mais variadas expressões quotidianas, tais como os indivíduos as experimentam no trabalho, na família, na área habitacional, na saúde, na Assistência Social pública, etc. Questão Social que, sendo desigualdade é também rebeldia, por envolver sujeitos que vivenciam desigualdades e a elas resistem e se opõem (IAMAMOTO, 2001, p. 28).

Portanto, a relação entre realidade e a profissão ocorre constantemente, pois

as transformações da sociedade são contínuas, e pensar a profissão na

contemporaneidade requer os olhos abertos para o mundo, a fim de interpretar e

participar de sua recriação, o Assistente Social precisa nitidamente ser um

profissional crítico propositivo e criativo, comprometido com a Sociedade, Ser

Humano e Profissão.

1.2 CARACTERIZAÇÕES DO ASSISTENCIALISMO E PRÁTICA PROFISSIONAL

DO ASSISTENTE SOCIAL

Após conceituar a questão social, a sua origem é a relação Capital x

Trabalho, veremos a seguir o conceito de assistencialismo o qual marcou o

surgimento da profissão.

A relação existente entre a questão social e as práticas assistencialistas é

que, as expressões da questão social são fruto das desigualdades sociais, e as

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práticas assistencialistas são uma doutrina ou prática que presta assistência para

sociedade civil excluída, com finalidade de minimizar as desigualdades sociais.

Na contemporaneidade, ainda existe desigualdade social, porque o sistema

capitalista acumula riqueza, através da minoria e enquanto a maior parte da

sociedade está vivendo em condições precárias, em que muitas das pessoas não

conseguem garantir sua própria sobrevivência, acarretando na produção desigual

das divisões de lucros.

As desigualdades sociais configuram um grande problema do Brasil, e o

maior desafio é de criar uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos possam

acessar seus direitos.

É necessário que se compreenda o conceito de assistencialismo, o qual se

concretizou a partir da matriz do favor, do apadrinhamento, do clientelismo, formas

enraizadas na cultura do País com as classes subalternas.

Alayon (1995, p.58):

[...] estaremos imersos em um cretinismo de assistencialismo, caso considerarmos que a simples implementação de algumas atividades de bem-estar social, sem considerar suas causas e soluções, seja a fórmula para erradicar os problemas. A prática do assistencialismo continua presente nas sociedades, pois não há perspectiva da extinção dos problemas sociais, carências, desigualdade social e falta de informação. São necessárias mudanças na política, no governo, na estrutura social em todo o mundo.

O assistencialismo é a ação de pessoas, organizações governamentais ou

entidades sociais que visam beneficiar as camadas desfavorecidas, marginalizadas,

e hipossuficientes da sociedade caracterizadas pela ajuda momentânea, filantrópica.

O auxílio pode ser considerado como uma ação superficial e imediata, que não

transforma e nem muda a realidade e a condição do indivíduo, por exemplo, apenas

soluciona algo concreto como medicamentos, alimentos e roupas.

Vale ressaltar que a prática assistencialista era vista como paternalista e

clientelista motivado na esmola, na doação, na caridade, tendo uma visão de

dependência entre o que doa e o que recebe. O Assistencialismo surgiu para

minimizar as desigualdades sociais causadas pelas expressões da questão social.

Conforme Alayon (1992 p.15) O assistencialismo é uma das atividades sociais

que historicamente as classes dominantes implementaram para reduzir

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minimamente a miséria. A palavra assistencialismo nos remete a termos

associativos, tais como ajuda, esmola, piedade, e outros fatores do gênero.

Para melhor caracterizar o assistencialismo, através de Alayon (1992, p.15),

destacamos alguns elementos que se fazem necessário: existia no assistencialismo

uma suposta intenção de atacar os efeitos sem o reconhecimento das causas de

fundo que provocam a pobreza, a doença, o analfabetismo; o termo assistencialismo

pode induzir a erro, pois em algumas ocasiões parece que se faz referência a uma

ajuda material de enorme magnitude; outra característica do assistencialismo foi da

mistificação da possibilidade de superação global dos problemas sociais, através do

esforço individual dos próprios carenciados; a desigualdade social se assumia como

uma espécie de fato natural e, portanto, nesta concepção sequer colocava o

questionamento do sistema.

As ações assistencialistas geralmente geram dependência e comodismo nos

beneficiados, além de ser utilizadas por políticos como meio de sua própria

manutenção e permanência no poder. Ações estas consideradas com base na troca

de favores, principalmente no que se refere às políticas partidárias.

A população que depende dos serviços e benefícios transmitidos por essas

práticas parece não se importar com a intenção pela qual estão sendo

desenvolvidas, já que o fundamental é garantir sua própria sobrevivência e que não

morra de fome, ou padeça de outra necessidade qualquer.

Acerca do conceito de assistencialismo faz-se necessário pensar sobre a

origem da profissão em relação às práticas assistencialistas, com anseio de superar

as limitações das instituições.

A origem do Serviço Social no Brasil contribui para a difusão do

assistencialismo, pois se manifesta entre as classes sociais, a classe trabalhadora

entendia a questão social como algo natural e não do modo capitalista de produção

e das desigualdades sociais.

O Serviço Social é uma profissão legitimada pelo capitalismo e que intervém

na realidade social na busca pela garantia dos direitos sociais dos cidadãos. Para

isso “é necessário romper como uma visão endógena, focalista, uma visão de dentro

do Serviço Social, prisioneira de seus muros internos” (IAMAMOTO, 2005 p. 20).

O Serviço Social é uma prática profissional que se origina e se desenvolve a

partir das desigualdades sociais que são causadas pelo processo de

desenvolvimento capitalista. Saber profissional e poder institucional são formas

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históricas na relação entre classes e forças sociais e da relação entre estado e

sociedade.

Para Faleiros (2011, p.10) “[...] o saber resolver problemas é resultado da

correlação de forças dos enfrentamentos e da luta pelo poder. Saber e poder são

meios e fim que se articula em cada conjuntura: saber para poder e poder para

saber”.

Como modo de superação o profissional do serviço social tem em suas mãos

o saber profissional, mas depende do poder institucional para conseguir aplicar o

seu saber, se não houver este poder por parte da instituição esta atuação será

limitada.

Escolher e assumir a profissão de Assistente Social requer preparo para

enfrentar a dura realidade de um país com tantas desigualdades sociais e superar

as práticas assistencialistas existentes na sociedade. Esta profissão desempenha

atividades intermediárias e diversas nas organizações e instituições onde atua o

profissional.

A profissão diante de um Código de Ética comprometido com a sociedade,

busca com seu projeto ético-político a defesa irredutível dos direitos de seu usuário.

O profissional do serviço social atua na perspectiva do direito no exercício da

cidadania.

O Assistente Social em sua atuação cotidiana percebe com olhar crítico as

maneiras que o Estado atua e as ações do mercado capitalista sobre a classe

trabalhadora, cuja defesa de direitos tornou-se marco de rompimento com as antigas

práticas profissionais.

O profissional Assistente Social tem em sua identidade o objetivo de contribuir

para a emancipação dos usuários de seu serviço e também precisa trabalhar no

sentido de garantir direitos para que o sujeito possa de fato se sentir cidadão e

usufruir dos direitos que lhes cabem.

Desta forma, podemos afirmar que o Assistente Social trabalha no campo da

Assistência Social, Saúde, Educação, Habitação, entre outras, prestando serviços

sociais, e participa no combate ao assistencialismo, por meio do fortalecimento dos

direitos sociais na sociedade brasileira (ABEPSS).

Portanto, ter um profissional trabalhando nas instituições é de extrema

relevância, pois a pobreza está se alastrando e o assistente social irá atuar como

mediador, viabilizando direito e intervindo para que o usuário consiga acessar seus

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direitos, no qual o estado garante o direito e a sociedade civil é a portadora dos

direitos garantidos pelo estado, sendo assim o profissional assistente social irá

superar suas origens assistencialistas.

É necessário compreender o assistencial para que se possa enfrentar a

questão social no Brasil, tornando assim os usuários não excluídos da sociedade e

sim como sendo um agente em busca de direitos.

A prática assistencial pode ser caracterizada como sendo uma ação programática, que está vinculada diretamente ao Serviço Social, o qual não se deve tornar assistencialista.

Conforme Sposati (2003), a ação assistencial deve ser uma dimensão da

prática do assistente social “[...] quando o aconselhamento, a reflexão e os

conteúdos ideológicos e educativos forem preponderantes. Hierarquiza-se a ação

educativa frente ao serviço concreto” (SPOSATI, 2003 p. 56).

Não podemos negar que num país com uma grande população pobre como o

Brasil torna-se necessária a utilização de medidas assistenciais, para suprir as

necessidades das pessoas que se encontram em vulnerabilidade social, mas estas

ações devem constituir-se como medidas emergenciais e não práticas permanentes.

De acordo com Sposati:

[...] o assistencialismo consiste em uma atividade que recebeu diferentes mudanças históricas e que não constitui numa excrecência particular do Serviço Social, mas sim uma parte da lógica capitalista. O assistencial torna-se a única face possível do capitalismo a justificar as desigualdades sociais (SPOSATI, 2003, p. 34 e 35).

No que se refere às práticas assistenciais, tem sido comum a confusão na

utilização dos termos assistência e assistencialismo. Esta é uma questão

complicada, daí a importância que se tenha clareza sobre ela, pois quando se

trabalha com a Política de Assistência Social nos espaços em que a intervenção se

caracteriza pelo caráter emergencial é frequente considerar esta atuação como uma

prática assistencialista.

Segundo Alayon:

[...] a atividade assistencial é assumida como direito inalienável da população explorada, interpretada na perspectiva da igualdade e da justiça social e, ao mesmo tempo, se atua contra as grandes causas geradoras da exploração e da miséria, não se pode falar de assistencialismo (1992, p. 54).

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Sendo assim, torna-se significativo distinguir ação de emergência e

assistencialismo, posto que as ações emergenciais são tão corretas e necessárias

quanto às demais ações, o que realmente faz a diferença é a maneira pelas quais

são desenvolvidas.

Segundo Fidélis, (2005, p. 68):

As práticas assistencialistas não emancipam os usuários e não resolvem o problema existente de fato, mas sim reforçam a sua condição de subalternização perante os serviços prestados. Essas ações se constituem na base de troca de favores, afirmando a relação de dominação e exploração, tipicamente capitalista.

O assistencialismo é o oposto da Política Pública de Assistência Social. A

Política de Assistência Social é um direito, isto é, todos que um dia dela

necessitarem poderão dela usufruir. Já as ações assistencialistas configuram-se

como “doações”, em troca de favores.

De acordo com Alayon (1992, p. 53) “[...] a orientação ideológica-política da

prática assistencial é que determina se ela é assistencialista ou não”. Portanto,

apesar de termos legislações que avançaram no sentido do direito social, ainda se

têm por parte dos dirigentes do Estado muitas ações, caracterizadas como sendo de

cunho assistencialista, ou seja, ações que não emancipam os usuários.

1.3 POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS: QUAL SUA PRINCIPAL FUNÇÃO?

O Assistencialismo era uma prática utilizada para suprir as necessidades da

sociedade excluída. Mais tarde, são criadas por parte do Estado, Políticas Sociais

Públicas para minimizar as práticas assistencialistas. A Política Social Pública existe

a partir da intervenção do Estado no âmbito de atender as necessidades sociais

básicas dos cidadãos, expressa nas relações, conflitos e contradições que resultam

das desigualdades do modo de produção capitalista.

Para Faleiros (2002), as Políticas Sociais se apresentam como propostas

planejadas de enfrentamento das desigualdades sociais, as quais têm origem no

modo de produção capitalista. As mesmas tornam-se necessárias, como forma de

intervenção na realidade histórica. As Políticas Sociais Públicas compreendem

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como sendo um conjunto de decisões e ações direcionadas à solução de problemas

econômicos e políticos.

Políticas Públicas são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade, mediações entre atores da sociedade e do Estado (TEIXEIRA, 2002, p.2).

O Estado na sociedade perpassa pelas contradições do sistema capitalista,

objetivando com suas políticas, programas e projetos apoiando e organizando as

relações sociais assumindo então o papel de regulador e fixador das relações.

Para melhor compreender o papel do Estado, buscamos conceituar as

políticas sociais públicas através de Vieira (1992, p.19). Política Social é

compreendida como estratégia governamental de intervenções nas relações sociais,

unicamente pode existir com o surgimento dos movimentos populares do século XIX.

Destacamos o estado de bem-estar nas Políticas Sociais, como sendo objeto

de muitos estudos na sociedade moderna, pois se pode caracterizar a sua

capacidade para enfrentar a desigualdade, o estado de bem-estar trata de garantir

serviços públicos e proteção à população no que diz respeito aos direitos sociais.

A Política Social pode ser contextualizada do ponto de vista do Estado, como

uma proposta de planejamento de enfrentamento das desigualdades sociais, é

importante lembrar que, por trás das Políticas Sociais, existe a questão social

(DEMO, 2004). Ainda conforme o autor, Políticas Sociais são aquelas que existem

para diminuir as desigualdades sociais na sociedade.

A Constituição Federal é a base da fixação das Políticas Públicas, porque, ao

estabelecer princípios e programas normativos, fornece o caminho da atuação

estatal no desenvolvimento das atividades públicas, obrigando o legislador

infraconstitucional (lei ou algo que está abaixo da constituição) e o agente público (é

toda pessoa que presta serviço público) ao seguimento do caminho previamente

traçado ou direcionado. (Constituição da República Federativa do Brasil 1988,

Brasília).

Conforme a Constituição de 1988, política social é um conjunto de ações de

iniciativas dos poderes públicos e da sociedade civil destinada a assegurar os

direitos relativos à política de seguridade social, saúde, educação, habitação,

trabalho, lazer, previdência e a assistência social. (BRASIL, 2004 p. 90).

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20

No Brasil, as Políticas Sociais são produzidas a partir de reivindicações da

classe trabalhadora, a qual luta por seus direitos, devido perceber a real situação de

vida em que se encontra, pois não tinham quaisquer garantia de direitos, assim

como também viviam em condições precárias, tanto de vida, como de trabalho.

As Políticas Sociais Públicas permitem que os cidadãos acessem seus

direitos, bens e serviços sociais necessários, tanto na vida social, econômica,

cultural, político, e ambiental. É parte destes recursos que as Políticas Sociais do

Estado estão voltadas para a realização dos direitos sociais. A Política Pública tem

como principal função minimizar os riscos sociais e permitir oportunidades para a

melhoria das condições da população.

Entende-se por Políticas Públicas um conjunto de programas, ações e

atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente (são os serviços público criado

pelo próprio Estado) ou indiretamente (os serviços prestados por empresa criada

pelo poder público), com a participação de entes públicos ou privados, que visam

assegurar determinado direito de cidadania, de forma longa ou para determinado

seguimento social, cultural, étnico ou econômico. 3

Deste modo, as Políticas Sociais têm como objetivo o atendimento de

necessidades e direitos sociais fundamentais que afetam as condições básicas de

vida da população, principalmente aqueles que dizem respeito à pobreza e à

desigualdade. Tais necessidades e direitos surgem a partir de cada processo

histórico e objetivam garantir segurança ao indivíduo, em determinadas situações.

Nesse contexto, Políticas Públicas são os meios de planejamento para a

execução dos serviços públicos. Em todas as áreas, o Estado deve possuir políticas

públicas de forma clara e precisa estar em busca constante de melhor desempenho

de suas atividades estatais.

As Políticas Públicas podem ser compreendidas como instrumentos de execução de programas políticos, baseados na intervenção estatal na sociedade, com a finalidade de garantir igualdade e oportunidades aos indivíduos, e assim, assegurar as condições materiais de uma existência digna a todos (APPIO, 2006, p. 136).

Podemos definir as Políticas Sociais Públicas como uma ação desencadeada

pelo Estado de direito, previsto na legislação, para combater a questão social. É

3www.jusbrasil.com.br Acesso em 22/05/15.

Page 22: ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE  E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

21

nessa perspectiva que o Estado deve propor ações de prevenção por meio das

Políticas Sociais, combatendo a questão social nas três esferas de governo:

municipal, estadual, e federal, a partir da necessidade e situação de risco em que a

população se encontra, fazendo assim, o seu papel de estado com ação em

beneficio do cidadão por meio das Políticas Sociais Públicas, pois é a partir delas

que os usuários conseguem ter acesso à qualificação profissional e à geração de

renda, e da qualidade de vida propriamente dita.

As Políticas Sociais não podem ser consideradas como sendo

assistencialistas, mas parte dos usuários e da sociedade civil tem dificuldade de

compreender os serviços prestados por essas políticas, e com isso acabam

entendendo como sendo assistencialistas, (beneficentes, caritativas, ações de

ajuda) através de doação do Estado ou de entidades de caridade.

Portanto, as Políticas Públicas Sociais são os processos de enfrentamentos

às desigualdades sociais e as mesmas precisam ser mais efetivas, pois, na

atualidade, as dificuldades enfrentadas na operacionalização das políticas são

resultados do sistema capitalista. Desta forma, a Política Social deve contribuir para

a população universalizar seus direitos, gerando qualidade de vida com dignidade e

liberdade de produzir cultura, saúde, educação e proteção, tornando assim um

desafio de ampliar as Políticas Públicas no Brasil, também aumentar a quantidade e

melhorar a qualidade para que possa diminuir as desigualdades. Sendo assim,

romper com as práticas assistencialistas.

As Políticas Públicas emancipatórias se dão a partir da necessidade de

construir exercício pleno de cidadania, e na luta por justiça social. O principal desafio

das Políticas Públicas é ter a capacidade de emancipar os usuários, proporcionando

autonomia para a vida em sociedade e dando oportunidades para uma inserção

social, cultural e econômica.

Pela emancipação política o Estado e a sociedade civil precisam avançar no

processo de ampliar a concepção de ser humano. Sendo assim, a emancipação

econômica se dá a partir dos programas de transferência de renda, bolsa família,

benefício de prestação continuada, o que não pode deixar de considerar é que se

não tiver a emancipação política não adianta ter a emancipação econômica e mais

do que isto com a geração e acesso a pleno emprego e a todos os direitos sociais

constitucionalmente assegurados.

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22

Com a política emancipatória, o sujeito não irá mais precisar das ações do

Estado para sobreviver, pois está política torna os mesmos autônomos de seus

próprios atos, buscando as soluções para os problemas onde os quais não precisam

mais ser tratados como minorias ou de maneira diferenciada.

Segundo Demo (2004, p.22), “a Política Social deve ser sempre que possível

emancipatória, unindo autonomia econômica (auto sustentação) e política

(cidadania)”.

Precisamos de Políticas Públicas emancipatórias que beneficiam a todos,

operacionalizadas por governos que garantam a igualdade entre todos os cidadãos,

tendo uma distribuição ou redistribuição igualitária de recursos, bens e serviços, de

respostas coletivas às políticas de necessidade, tanto individuais, quanto coletivas, e

que assumem a responsabilidade de colocá-las em prática, gerando mais inclusão

social.

Page 24: ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE  E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

23

2 HISTÓRICO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL

2.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este Trabalho de Conclusão de Curso em Serviço Social: Assistencialismo na

Contemporaneidade e Políticas Sociais Públicas têm como objetivo geral: Identificar

quais são as Práticas Assistencialistas Contemporâneas Relativas ás Políticas

Sociais Públicas. A pesquisa foi baseada em revisão bibliográfica: artigos, notas de

sala de aula, livros sobre questão social, assistencialismo, políticas sociais públicas,

e serviço social.

A pesquisa bibliográfica constitui-se como passo inicial para a construção

efetiva da investigação, uma vez que é indispensável fazer uma revisão bibliográfica

da temática pesquisada.

Buscou-se com esse trabalho pesquisar sobre as práticas assistencialistas

contemporâneas ignoradas pela maioria da população, procurando oportunizar o

esclarecimento das distinções entre Política Social Pública e Assistencialismo.

2.2 A ASSISTÊNCIA SOCIAL: ORIGEM HISTÓRICA

A Assistência Social no Brasil tem sua origem histórica baseada na caridade,

filantropia e na solidariedade religiosa. Era vista sob a ótica do assistencialismo,

assumindo a dimensão da ajuda e da caridade, estas ações filantrópicas estavam

voltadas para a solidariedade aos que não tinham condições de garantir a sua

própria sobrevivência.

Uma nova percepção da Assistência Social busca ir além do assistencialismo,

do paternalismo/clientelismo, do primeiro-damismo e do tradicionalismo da caridade

da assistência aos mais necessitados, marca que interrompeu os séculos desde a

criação das primeiras escolas do Serviço Social no Brasil, na década de 1930, até a

chegada da Constituição Federal de 1988, e pela Lei Orgânica da Assistência Social

(1993), quando a Assistência Social passa a se configurar como direito do cidadão e

dever do Estado (VERONEZE, 2004).

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24

A filantropia e Assistência Social associavam-se às práticas de caridade no

Brasil, as quais dependiam das iniciativas voluntárias e isoladas de auxílio aos

pobres, essas iniciativas vinham das instituições religiosas que ofereciam cuidados,

alimentos, roupas, e abrigo às crianças e as pessoas idosas.

A ajuda ao outro, enquanto prática social nasceu no interior da sociedade civil

e foi historicamente referendada pela Igreja Católica que, durante um longo período

histórico, alicerçou as condutas morais de seus seguidores na caridade e amor ao

próximo (SPOSATI, 2006).

Potyara (2008, p. 66) lembra que: “a Assistência Social é geralmente

identificada com um ato mecânico e emergencial de mera provisão, desvinculada da

linguagem dos direitos e de projetos coletivos de mudança social”.

No processo histórico, a Assistência Social era conhecida como

assistencialista, clientelista, voluntariado e caridade, associada às primeiras damas

com um caráter de benesse, em que transformava o usuário dependente e jamais

como cidadão. Estas práticas se perpetuavam através de esmolas e auxílio com a

intenção de ajudar o próximo por boa vontade e pelo amor a humanidade.

O histórico da Assistência Social, antes de se tornar uma Política Pública, é caracterizado pelo assistencialismo, pelo clientelismo, pela caridade, pelo voluntariado e estes sentidos ainda estão presentes no cotidiano desta política (PESTANO; REIS, 2006).  

Ao longo dos tempos, essas práticas foram desenvolvidas pelas damas de

caridade as quais eram vistas como as moças boazinhas que ajudavam as pessoas

da sociedade com ações direcionadas aos excluídos, através do favor ou do

voluntariado, a pobreza e a desigualdade aumentava cada vez mais.

Conforme Torres (2002, p. 93)

O imaginário coletivo em relação ao papel da primeira-dama vai prevalecer às ideias de filantropia e de benesse, porque assim foram veiculadas e direcionadas aos usuários dos serviços sociais. Assim, a Assistência Social é associada à bondade dos governantes pelas mãos “generosas” das primeiras-damas.

A contradição entre capital e trabalho representa-se em uma relação de

classes que se caracterizam como dominantes e dominados, levando em

consideração a ideia de que sempre existiriam os sujeitos vulneráveis. "A

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25

assistência, no seu sentido mais lato, significa auxílio, socorro." (MESTRINER, 2008,

p.15 apud CORREIA, 1999, p.13).

Com a sociedade capitalista aumentava-se as expressões da questão social,

e basicamente a miséria e a pobreza eram visíveis no País. Para diminuir essas

desigualdades o Estado atuava de forma estratégica com a intenção de conformar

os indivíduos para não enxergar a sua realidade e assim através de ações

assistencialistas o Estado não seria ameaçado por reinvindicações e movimentos

sociais. Desta forma, pode-se notar que o assistencialismo não permite aos

usuários a acessar os direitos, e sim são apenas práticas na ótica de ajuda, caridade

e solidariedade.

2.3 A ASSISTÊNCIA SOCIAL GARANTIDA COMO POLÍTICA SOCIAL PÚBLICA

Assistência Social é uma Política Pública regulamentada pela Lei Orgânica da

Assistência Social, LOAS, prevista na Constituição Federal de 1988, formando o

tripé da Seguridade Social, estabelecida como dever do Estado e direito do cidadão,

o qual deve prover os mínimos sociais através de um conjunto integrado de ações

de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades

básicas dos usuários que necessitam desta política.

A LOAS foi sancionada pelo Presidente Itamar Franco em 7 dedezembro de

1993 e publicada no Diário Oficial da União de 8 dedezembro de 1993, sem o

consenso dos órgãos gestores quanto ao reordenamento ou extinção das

instituições gestoras da Assistência Social no Brasil. A LOAS apresenta uma nova

forma de discutir a questão da Assistência Social, substituindo a visão centrada na

caridade e no favor (Lei Orgânica da Assistência Social, publicada em dezembro de

1993).

Com a promulgação da LOAS, iniciou uma grande luta para se implementar e

se regulamentar como Garantia de Direitos Sociais, e a Assistência Social passou

ser introduzida como política pública.

A Lei Orgânica de Assistência Social propõe romper com uma longa tradição,

cultural e política, e foca suas diretrizes no atendimento aos cidadãos que se

encontram em situação de vulnerabilidade social e extrema pobreza.

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26

A Assistência Social, Política Pública não contributiva, é dever do Estado e

direto de todo cidadão que dela necessitar. Com a LOAS a Assistência Social

passou a ser reconhecida com um direito e não como sendo um favor.

A Assistência Social, direito do cidadão e dever do Estado, são Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas (BRASIL, 2001, p.7).

A Assistência Social é efetivamente direito do cidadão e dever do Estado,

sendo assim todo e qualquer cidadão que da Assistência Social precisar terá acesso

à política.

De acordo com LOAS, a assistência passa ter os programas contínuos, os

cidadãos têm acesso aos bens e serviços, direito assegurados por lei, os programas

são públicos, transforma e dá autonomia para os usuários, respeitando-os como

cidadãos que agem, pensam e participam.

Observar a trajetória da Assistência Social é perceber o próprio percurso do

Serviço Social e, mais ainda, os avanços do direito e da cidadania. A Assistência

Social enquanto direito é ato de cidadania. E enquanto necessidade básica é dever

do Estado. Nestes sentidos tão singulares e complexos está à atuação de um

profissional que atua na contrapartida da garantia de direitos e humanização do

sistema com o comprometimento ético-político da profissão. 

Com a promulgação da Constituição de 1988, a Assistência Social passa a

ser reconhecida como dever do Estado e não mais política isolada e a Assistência

Social procura garantir os direitos àqueles que se encontram em extrema situação

de vulnerabilidade social podendo assim almejar direitos, primeiramente ao direito

do amparo.

Conforme a Constituição Federal de 88:

Art. 203. A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir

Page 28: ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE  E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

27

meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

A Política Pública de Assistência Social, a partir da Constituição, realiza de

forma integrada às políticas setoriais tendo por objetivo promover serviços,

programas, projetos e benefícios de proteção social básica e especial, contribuindo

com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso

aos bens e serviços sócio assistenciais em áreas urbana e rural, além de assegurar

as ações que garantam a convivência familiar e comunitária.

A proteção social básica é aquela que previne situações de risco por meio do

desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos

familiares e comunitários, e a proteção especial está dividida em média

complexidade e alta complexidade, a primeira irá atender as famílias e indivíduos

com seus direitos violados, e a segunda refere-se á garantia e proteção integral,

como moradia, alimentação, higienização e trabalho garantindo assim as famílias e

indivíduos que se encontram em situação de ameaça, necessitando ser retirados de

sue núcleo familiar ou comunitário.

A Assistência enquanto Política Social não pode ser submetida à lógica do

mercado, pois não pode gerar lucro, e sim se constituir num direito gratuito e não

contributivo. Deve, ainda, prover os mínimos sociais, garantindo o atendimento às

necessidades sociais básicas através da universalidade.

Segundo o Guia de Políticas e Programas do Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome- MDS, a Assistência Social, a partir da Constituição

Federal de 1988, passou a integrar o sistema de Seguridade Social, como uma

Política Pública não contributiva. Portanto, como direito do cidadão e dever do

Estado.

2.4 PRÁTICAS NÃO ASSISTENCIALISTAS E A ERRADICAÇÃO DA POBREZA

No mundo contemporâneo, evidenciamos a pobreza e a desigualdade, no

nosso dia a dia sob a ótica de um pensamento oriundo das ações assistencialistas

praticadas por entidades filantrópicas e pessoas voluntárias, através dessas ajudas

buscam-se soluções para combater a pobreza, nesta perspectiva precisamos

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28

romper com uma visão assistencialista, objetivando vencer a pobreza e a

desigualdade social.

Conceituar as práticas não assistencialistas significa refletir as Políticas

Sociais Públicas, como estratégia para reduzir a exclusão social causada pela

pobreza, é através dessas Políticas Sociais que o sujeito terá a possibilidade de se

inserir na sociedade de maneira efetiva e permanente, favorecendo assim a

integração do indivíduo ao Estado e garantindo os direitos que lhe permitam

participar da vida pública.

As Políticas Sociais Públicas são capazes de produzir efeitos que beneficiam

o bem-estar da população e por consequência diminuem os problemas sociais, a

qual favorece a integração do indivíduo permitindo desenvolver sua criticidade

perante sua realidade, podendo reivindicar seus direitos e deveres enquanto um

agente transformador do meio em que pertence.

Além disso, outra medida favorável na diminuição da pobreza e desigualdade

faz-se pela implementação de políticas educacionais de qualidade. A Assistência

Social pode ser considerada como uma estratégia para responder à questão das

necessidades sociais e enfrentamento da pobreza. Neste sentido, todos os cidadãos

estariam aptos a lutar pela sua melhoria social, tornando desnecessárias as práticas

assistencialistas.

As ações de Assistência Social existentes devem ser fortalecidas e

complementadas para que possam inserir as pessoas em situação de extrema

pobreza na sociedade promovendo assim sua cidadania.

Segundo Covre, (1991, p. 11)

(...) a cidadania é o próprio direito à vida no sentido pleno. Trata-se de um direito que precisa ser construído coletivamente, não só em termos do atendimento às necessidades básicas, mas de acesso a todos os níveis de existência, incluindo o mais abrangente, o papel do(s) homem(s) no Universo.

Investir em Política Social Pública é muito importante, pois as mesmas podem

reduzir a pobreza e inserir os usuários na sociedade como um cidadão podendo

reivindicar seus direitos sociais e civis.

Na contemporaneidade, as Políticas Sociais Públicas são de grande

importância, posto que as mesmas intervêm na sociedade podendo ser definida

como meio de conquista da autonomia. Compreende-se por autonomia a

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29

capacidade de autodeterminação do indivíduo para tomar decisões que influenciam

sua vida e as relações com outras pessoas, através dos direitos sociais como a

educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a

previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos

desamparados, presente no art. 6º da Constituição Federal de 1988.

A partir de uma breve análise sob o viés das Políticas Públicas o usuário

estará mais próximo da realidade na medida em que seja almejado um novo modelo

de sociedade, em que oportunidades referentes às Políticas Públicas façam-se

presente no âmago social.

A emancipação pode ser entendida como aquela a partir da qual o indivíduo

possa estabelecer a sua liberdade perante a sociedade de forma participativa.

Entretanto, é preciso refletir as práticas não assistencialistas, pois esta prática é de

suma importância no que se refere à emancipação dos usuários possibilitando que

não aconteça exploração desigual produzida pela sociedade burguesa.

As questões que chegam aos Assistentes Sociais são demandas que se

articulam em estratégias para mudanças, mas a ênfase deve ser nas mudanças

estruturais e na mudança dos sujeitos. E não em aspectos superficiais o que não

promovam o efetivo acesso aos direitos e à vivência plena da cidadania.

Segundo Faleiros (2002), o Serviço Social se inscreve numa relação social,

numa perspectiva emancipatória, numa perspectiva de mudança, de transformação

social, mudança na trajetória do sujeito por meio das relações de força e de poder.

Portanto, o profissional precisa intervir na mudança e no significado da vida,

na valorização do gênero humano, na autonomia, que significa uma possibilidade de

independência para que as pessoas possam, nessa trajetória, enfrentar os poderes

e a situação de vulnerabilidade em que se encontram na construção de uma nova

vida em sociedade. Sendo assim, destaca-se a necessidade de consolidação das

Políticas Sociais Públicas, pois combate à pobreza e reduz a desigualdade social.

Page 31: ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE  E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluirmos os estudos indispensáveis à elaboração deste TCC,

observam que as expressões da questão social ocorrem a partir das desigualdades

sociais e econômicas, diante da qual os profissionais Assistentes Sociais intervêm

com o propósito de viabilizar direitos e ampliar a cidadania. É importante lembrar

que a cidadania só irá existir se os direitos individuais e sociais forem garantidos.

Além disso, a questão social é fruto das desigualdades e as práticas

assistenciais são aquelas que prestam assistência para as pessoas que se

encontram em situação de vulnerabilidade social. Sendo assim, para diminuir a

pobreza e as desigualdades protegendo os indivíduos e as famílias de situações de

vulnerabilidade e risco social é que são implantadas as Políticas Sociais Públicas,

para que os sujeitos possam enfrentar a pobreza. Ainda existe a pobreza, pois a

sociedade é injusta e desigual.

Sendo assim, por meio das Políticas Públicas é possível minimizar os

problemas sociais, produzindo o bem-estar da população, bem como desenvolver a

criticidade dos indivíduos perante à realidade, viabilizando diretos e ampliando a

cidadania.

As desigualdades são um grande problema do Brasil e o maior desafio é de

criar uma sociedade onde todos tenham acesso aos seus direitos. A desigualdade

social leva às famílias mais pobres a possuírem menor acesso à educação formal e

às informações necessárias para promoverem o próprio desenvolvimento, soma-se

a isso a má distribuição de renda, problema crônico na sociedade brasileira.

Entende-se que as Políticas Sociais Públicas são importantes, pois, lutam

contra a desigualdade e a pobreza, podendo dessa maneira tornar os usuários

emancipados para que construam uma vida melhor na sociedade. A pesquisa

bibliográfica possibilitou dar maior ênfase ao tema.

Contudo, entende-se que nenhuma Política Social Pública é assistencialista e

sim as mesmas têm o propósito de oportunizar a emancipação do sujeito

assegurando os seus direitos garantidos por lei.

Considera-se que as Políticas Sociais Públicas são de extrema importância

para viabilizar a emancipação dos usuários que necessitam da Assistência Social,

garantindo a igualdade a todos os sujeitos. A Política de Assistência Social é de

direito do cidadão e dever do Estado e não prática meramente assistencialista.

Page 32: ASSISTENCIALISMO NA CONTEMPORANEIDADE  E AS POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS

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