aspectos motivacionais e de engajamento: um estudo...

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PLÍNIO SANTIAGO MARQUES ASPECTOS MOTIVACIONAIS E DE ENGAJAMENTO: UM ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DA CONSTRUÇÃO CIVIL Rio de Janeiro 2018

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PLÍNIO SANTIAGO MARQUES

ASPECTOS MOTIVACIONAIS E DE ENGAJAMENTO: UM

ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Rio de Janeiro

2018

2

PLÍNIO SANTIAGO MARQUES

ASPECTOS MOTIVACIONAIS E DE ENGAJAMENTO: UM

ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Projeto de graduação apresentado

ao Curso de Engenharia Civil da

Escola Politécnica, Universidade

Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Dr. Leandro Torres Di Gregorio

Rio de Janeiro

2018

3

ASPECTOS MOTIVACIONAIS E DE ENGAJAMENTO: UM

ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Plínio Santiago Marques

Projeto de graduação submetido ao corpo docente do curso de Engenharia Civil da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do grau de Engenheiro.

Examinado por:

________________________________

Prof. Dr. Leandro Torres Di Gregorio

Universidade Federal do Rio de Janeiro – Departamento de Construção Civil

________________________________

Profª. Drª. Alessandra Conde de Freitas

Universidade Federal do Rio de Janeiro – Departamento de Construção Civil

________________________________

Dr. Flávio Chedid Henriques

Universidade Federal do Rio de Janeiro – Núcleo Interdisciplinar para o

Desenvolvimento Social

Rio de Janeiro

2018

4

Marques, Plínio Santiago

Aspectos motivacionais e de engajamento: um estudo de caso

de uma empresa de pequeno porte da construção civil/ Plínio

Santiago Marques. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica,

2018.

IV, 104 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Leandro Torres Di Gregorio

Projeto de Graduação – UFRJ / Escola Politécnica / Curso de

Engenharia Civil, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 105-108

1.Introdução 2. Revisão Bibliográfica 3. Resultados e

Discussão 4. Considerações Finais

I. Leandro Torres Di Gregorio II. Universidade Federal do Rio

de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Aspectos motivacionais e de engajamento: um estudo de caso

de uma empresa de pequeno porte da construção civil.

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, por todas as bênçãos que recebi

ao longo de minha vida e por todas as oportunidades que colocou em meu caminho, cada

uma delas se tornou um aprendizado e fez com que eu me tornasse a pessoa que sou hoje.

Agradeço a meus pais por todo suporte, amor e carinho que me deram durante a

vida e pela construção dos meus valores morais.

Agradeço a minha namorada por todo apoio e paciência nessa caminhada.

Agradeço a todos os meus professores que foram essenciais para a minha

formação acadêmica e profissional.

Agradeço a todos aqueles amigos que fiz na universidade e que estiveram

presentes para auxiliar nos estudos, tornando o aprendizado em conjunto algo

fundamental para minha experiência na universidade.

Agradeço a meus familiares e amigos de longa data que sempre mantiveram

nossos laços fortemente atados.

6

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica /UFRJ como

parte dos requisitos mínimos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Aspectos motivacionais e de engajamento: um estudo de caso de uma empresa de

pequeno porte da construção civil

Plínio Santiago Marques

Maio/2018

Orientador: Prof. Dr. Leandro Torres Di Gregorio

Curso: Engenharia Civil

O setor da construção civil apresenta características próprias que o torna um objeto

único de estudo no campo de gestão de pessoas. A alta rotatividade do setor, a grande

exposição aos riscos de acidentes de trabalho, os baixos salários e as condições de

trabalho precárias bem como os fatores gerenciais como a cultura organizacional e a

valorização da equipe de obra são fatores que devem ser analisados a fim de verificar o

nível motivacional e de engajamento dos funcionários para que possam ser aplicadas

novas técnicas de gestão que visem que a melhora da qualidade de vida do empregado

seja revertida em aumento da produtividade e da qualidade do serviço prestado.

Palavras-chave: Construção Civil, Motivação, Engajamento no Trabalho, Gestão de

Pessoas.

7

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment

of the requirements for the degree of Engineer.

Motivational and Engagement Aspects: a case study of a small business in the

civil construction

Plínio Santiago Marques

May/2018

Advisor: Leandro Torres Di Gregorio

Course: Civil Engineer

The civil construction sector has its own characteristics that make it a unique

object of study in the field of people management. The high turnover of the sector, the

great exposure to the risks of accidents at work, low wages and poor working conditions,

as well as managerial factors such as the organizational culture and the valorization of the

workforce are factors that must be analyzed in order to verify the motivational and

employee level of engagement so that new management techniques can be applied that

aim to improve the quality of life of the employee to be reverted in increase of

productivity and quality of the service rendered.

Keywords: Civil Construction, Motivation, Engagement, people management

8

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Rotatividade Descontada Construção Civil – Página 21

Tabela 2 – Rotatividade Descontada Comparação – Página 21

Tabela 3 – Opinião sobre presença feminina no cainteiro de obras – Página 25

Tabela 4 – Idade dos trabalhadores por região – Página 26

Tabela 5 – Estado Civil por Região – Página 27

Tabela 6 – Engajamento no Mundo – Página 36

Tabela 7 – Quantitativo de resposta ao questionário de engajmento – Página 62

Tabela 8 – Resultado proporcional por questão – Página 63

Tabela 9 – Questionário MMT Seção I – Página 66

Tabela 10 – Questionário MMT Seção I – Percentual – Página 67

Tabela 11 – Questionário MMT Seção II – Página 69

Tabela 12 – Questionário MMT Seção II – Percentual – Página 70

Tabela 13 – Questionário MMT Seção III – Página 72

Tabela 14 – Questionário MMT Seção III – Percentual – Página 73

Tabela 15 – Motivação por Funcionário – Página 75

Tabela 16 – Resultado do Questionário Agency-Community – Página 80

Tabela 17 – Coeficientes de Correlação entre os Questionários – Página 91

Índice de Figuras

Figura 1 – Pirâmide das Necessidades de Maslow – Página 30

Figura 2 – Fluxograma da Teoria da Expectativa – Página 33

Figura 3 – Habilidades de Líderes – Página 47

Figura 4 – Estágios de Maturidade – Página 49

Figura 5 – Modelo de Sistema de Gestão OSHAS – Página 51

Figura 6 – Ciclo PDCA – Página 56

Índice de Gráficos

Gráfico 1 – Mão de Obra alocada por etapa da construção – Página 23

Gráfico 2 – Comparativo PIB Brasil e PIB Construção Civil – Página 23

Gráfico 3 – Engajamento na Construção América Latina e Brasil – Página 36

9

Sumário

1. Introdução........................................................................................................... 11

1.1. Apresentação do Tema ................................................................................ 11

1.2. Objetivos...................................................................................................... 13

1.3. Justificativa .................................................................................................. 14

1.4. Metodologia ................................................................................................. 16

1.4.1. Participantes ........................................................................................... 16

1.4.2. Instrumentos utilizados pela empresa ...................................................... 17

1.4.3. Procedimentos ........................................................................................ 17

1.4.4. Análise de dados ..................................................................................... 18

1.5. Estrutura do Trabalho ................................................................................... 18

2. Revisão Bibliográfica ......................................................................................... 19

2.1. A indústria da construção civil ..................................................................... 19

2.1.1. Características gerais .............................................................................. 19

2.1.2. Caracterização da mão de obra ................................................................ 24

2.1.2.1. Sexo .................................................................................................... 24

2.1.2.2. Escolaridade ........................................................................................ 25

2.1.2.3. Idade e Estado Civil ............................................................................. 26

2.1.3. Caracterização do tipo de serviço e local de trabalho ............................... 28

2.1.4. Caracterização dos Equipamentos ........................................................... 28

2.2. Motivação .................................................................................................... 29

2.3. Engajamento no trabalho ............................................................................. 34

2.4. Terceirização................................................................................................ 37

2.5. Gestão de Pessoas ........................................................................................ 40

2.6. Clima Organizacional ................................................................................... 42

2.6.1. Agency Community ................................................................................. 43

2.7. Liderança na Gestão de Pessoas.................................................................... 46

2.8. Aplicabildiade em Normas ........................................................................... 50

2.9. Responsabilidade Social ............................................................................... 52

2.10. Novos Paradigmas de Gestão .................................................................... 54

3. Resultados e Discussão ....................................................................................... 58

3.1. Caracterização da Empresa ........................................................................... 58

3.2. Engajamento no Trabalho ............................................................................. 59

3.3. Motivação para trabalhar .............................................................................. 65

10

3.3.1. Seção I ................................................................................................... 65

3.3.2. Seção II .................................................................................................. 68

3.3.3. Seção III ................................................................................................. 71

3.3.4. Fator Motivacional ................................................................................. 74

3.3.5. Análise ................................................................................................... 75

3.4. Agency Community ...................................................................................... 78

3.5. Responsabilidade Social ............................................................................... 82

3.5.1. O Questionário ....................................................................................... 82

3.5.2. Resultados .............................................................................................. 84

3.5.3. Avaliação Geral ...................................................................................... 88

3.6. Correlação Gestão Empresarial e Comportamento dos Funcionários ............. 89

3.7. Correlação Motivação x Engajamento .......................................................... 90

3.8. Discussão de Propostas ........................................................................................ 96

3.8.1. Metodologia de Implementação ................................................................ 96

3.8.2. Proposta 1 ................................................................................................ 97

3.8.3. Proposta 2 ................................................................................................ 97

3.8.4. Proposta 3 ................................................................................................ 98

3.8.5. Proposta 4 ................................................................................................ 98

3.8.6. Proposta 5 ................................................................................................ 98

3.8.7. Proposta 6 ................................................................................................ 99

3.8.8. Proposta 7 ................................................................................................ 99

3.8.9. Proposta 8 .............................................................................................. 100

3.8.10. Proposta 9 .............................................................................................. 100

3.8.11. Proposta 10 ............................................................................................ 100

4. Considerações Finais ....................................................................................... 101

Referências Bibliográficas ...................................................................................... 105

11

1. Introdução

1.1. Apresentação do Tema

A indústria da construção civil representa para o Brasil um dos principais setores

de geração de trabalho e renda e, consequentemente, desenvolvimento ecônomico (e.g.

Takahashi, 2012; Tortato, 2007). A construção civil é considerada fonte de empregos

diretos e indiretos devido ao consumo de produtos intermediários e finais originados de

outros setores da economia (Andrade, 2004).

Segundo Oliveira e Oliveira (2012), a indústria da construção civil no país é

crescente e infere o desenvolvimento econômico para a geração de emprego. É uma

atividade que contribui para o desenvolvimento regional, a geração de empregos e

mudanças na economia.

A Classsificação Nacional de Atividades Econômicas 2.0 – CNAE (IBGE, 2006),

caracteriza a construção civil como atividades de preparação do terreno, obras de

edificações e engenharia civil, instalações de materiais e equipamentos necessários ao

funcionamento de imóveis, e as obras de acabamento, contempla, ainda, as novas

construções, reformas, restaurações e manutenção. Portanto, entende-se, que a indústria

da construção civil envolve uma grande quantidade de processos e produtos, e, ainda hoje,

é um dos setores econômicos mais significativos do mercado brasileiro (e.g. Oliveira &

Oliveira, 2012; Rohan & França, 2013).

Uma vez que o trabalho se constitui como elemento estruturante da vida humana

- as pessoas buscam no trabalho não só o essencial para sua sobrevivência e de seus

familiares mas também a realização de seus objetivos pessoais - e, diante das

características da construção civil, entende-se que é um setor que apresenta características

12

prejudiciais ao desenvolvimento das pessoas sendo exigido grande esforço físico em

ambientes insalubres com poeira e ruídos (Grabois, 2014).

Os indivíduos constituem o elemento básico das empresas. Eles têm a capacidade

de criar uma vantagem competitiva para as suas organizações, fazendo com que a empresa

exista e possa alcançar seus objetivos. Sua influência nos resultados da organização é

reconhecida pela maioria dos estudiosos (Dobre, 2013; Cardoso, 2012; Novo et al., 2008).

Portanto, se obtivermos excelência nas pessoas, a excelência empresarial será

consequência. Nesse contexto, a gestão de pessoas é de extrema importância para a

sobrevivência, o crescimento e a competitividade das organizações (Guerrero, S., &

Barraud-Didier, V., 2004).

O público interno empresarial, ou seja, seus colaboradores, dispendem de grande

parte de seu tempo dentro da organização a qual pertence buscando atingir seus objetivos.

A relação entre funcionários e organização é mútua, na qual ambas as partes são

dependentes uma da outra para sobreviver. O comprometimento de cada indivíduo

depende de seu grau de satisfação e motivação, influenciando, dessa maneira, sua

produtividade (Ribeiro e Santana, 2015).

Um ambiente de trabalho com melhores condições para seus funcionários e

estratégias empresariais que valorizem seus empregados gerando em seus colaboradores

sentimento de pertencimento àquela empresa, inspirando-os a trabalhar melhor e com

mais consistência, é o que cada organização deveria almejar. Pois, nos tempos atuais, de

mudanças e complexidade, já é consenso que o recurso mais valioso das organizações são

as pessoas. São as pessoas, portanto, o ponto de partida e de sutentação para a ação

estratégica da organização em seu dia-a-dia. Isso se deve ao ambiente competitivo em

que as organizações estão inseridas.(Limongi-França et. al., 2002).

13

O setor de construção civil apresenta um trabalho com grande desgaste físico e

mental dos funcionários, e estes possuem baixa escolaridade, baixa remuneração, poucas

perspectivas para crescimento profissional dentro do setor, altos índices de acidentes,

pressão para cumprir prazos e elevada taxa de rotatividade. Com isso, o papel da gestão

de pessoas torna-se ainda mais peculiar neste ambiente (e.g Borges, Brandão, Marinho,

2010).

Diante do exposto, o presente trabalho possui como objetivo verificar o nível de

motivação e engajamento de trabalhadores de uma empresa de construção civil de

pequeno porte e propor o desenvolvimento de técnicas de gestão que visem o aumento do

potencial produtivo dos funcionários e, consequentemente, da produtividade e lucro.

1.2. Objetivos

Objetivo geral:

Analisar a motivação e o engajamento dos funcionários de uma empresa

de construção civil de pequeno porte e compará-los.

Objetivos específicos:

Avaliar a motivação dos funcionários;

Avaliar o engajamento dos funcionários;

Avaliar a empresa quanto ao quesito responsabilidade social;

Avaliar a gestão da empresa no quesito agency-community;

Realizar análise de comparação dos dados obtidos.

14

1.3.Justificativa

O setor da construção civil caracteriza-se como um segmento marcado pela

escassez de treinamento profissional e precarização do trabalho (e.g. Santana & Oliveira,

2004; Silva & Bemfica, 2015), além de possuir fragilidade dos vínculos empregatícios,

alta rotatividade, baixos salários e níveis de escolaridade (Takahashi, 2012).

A construção civil caracteriza-se pelo intenso uso de mão de obra, além disso,

possui um ritmo muito específíco, dificultando, assim o desenvolvimento de ações de

gestão e de melhorias dos processos de trabalho. As empresas de pequeno porte, possuem

maior especificidade e por estarem centradas na imagem dos proprietários geram uma

fortificação de um modelo de gestão de pessoas engessado e ineficiente, que se torna um

limitador do seu crescimento. Tal modelo, então, não permite o reconhecimento das

oportunidades e ameaças, e o pouco entendimento das perspectivas futuras não permite o

crescimento do negócio, tornando-se, assim, vulnerável. Nesse sentido, a gestão de

pessoas em empresas da indústria da construção, em especial as de pequeno porte,

preparando e transformando seus profissionais em um meio que gera resultados, passa a

ser parte da estratégia de competitividade e sobrevivência no mercado.

A gestão de pessoas nas empresas do setor da construção civil tem sido orientada

como um centro de custos, e não como fonte de produção e sustentabilidade. Para

antender a demanda da mão de obra, as empresas adotam práticas de subcontratação, o

que gera, posteriormente, uma alta taxa de rotatividade.

A ampliação dos investimentos na gestão de pessoas deve ter como objetivo

qualificar as equipes e torná-las mais produtivas e comprometidas com as práticas

organizacionais. Tais investimentos constituem um diferencial estratégico para as

empresas e, destaca-se dentro dessas ações, práticas acerca da motivação e engajamento

dos funcionários.

15

Obter dos funcionários todo o seu potencial no trabalho é um desafio difícil, mas

isso pode ser alcançado motivando-os (Dobre, 2013). Nas organizações, a motivação é

associada ao melhor desempenho dos funcionários e, consequentemente, ao aumento de

sua produtividade. Atualmente, a motivação tem sido vista com uma saída para melhorar

o desempenho profissional no que diz respeito à produtividade, à saúde organizacional e

à satisfação dos trabalhadores.

Um fator relacionado à motivação é o engajamento, o que pode ser definido como

um estado mental positivo, satisfatório e relacionado ao trabalho. Estudos recentes

indicam que os profissionais mais engajados possuem melhores índices de produtividade

e eficiência. Promover o engajamento no trabalho é uma prática que deve ser alinhada no

processo de gestão de pessoas.

O engenheiro civil adquire em sua formação capacidades técnicas para habilitação

na análise, planejamento e execução de projetos, mais especificamente, irá atuar nas áreas

de projeto, estruturas, contrução civil, saneamento e recursos naturais. Portanto, se

capacita para atuar nas áreas de direção, execução e fiscalização de obra e serviço técnico.

Nesse contexto, surge para o engenheiro civil uma realidade profissional que ele precisa

entender, tal área é a gestão de pessoas. Portanto, além de suas atribuições técnicas, torna-

se sua função a gestão dos profissionais que executam as diversas etapas do processo de

construção (Tavares, Longo & Sueth, 2014). Nesse sentido, o engenheiro civil deve

considerar os colaboradores da obra como parte essencial no processo de cumprimento

de prazos e qualidade do serviço sendo, então, responsável pelo bom desempenho de sua

equipe, precisa estar cada vez mais atento as suas responsabilidades dentro do canteiro de

obras (Tavares, 2012).

Na indústria da construção civil é ainda pequeno o número de organizações que

consideram seus funcionários como parceiros, dessa maneira, ainda os consideram como

16

insumos, equiparados a máquinas e instalações. Nesse setor o modelo de gestão está em

sua maioria centralizado no gestor com pouca ou nenhuma comunicação. Portanto, para

seu maior desenvolvimento exige-se, no contexto de competitividade atual, inovações

não só tecnológicas, como também na gestão de pessoas, considerando seus profissionais

como agentes de competividade e valorizando-os (Honório, 2002).

Nesse sentido, o tema apresentado nesse estudo é importante para discutir as

práticas atuais de gestão de pessoas, em especial em relação à motivação e ao

engajamento nas empresas de construção civil, bem como sugerir novas práticas e

metodologias de avaliação para que seja possível a implementação de um sistema de

melhoria continuada.

1.4. Metodologia

No presente trabalho, optou-se pela utilização de mais de uma técnica de pesquisa,

consiste em uma revisão de literatura e um estudo de caso. Este estudo teve um

delineamento transversal, observacional e descritivo e comparativo, de natureza

quantitativa. Dado que a preocupação dos gestores da construção civil com esses temas é

relativamente recente e pouco explorado.

1.4.1. Participantes

Participaram do estudo 12 funcionários de uma empresa de pequeno porte do setor

de construção civil de Minas Gerais, caracterizando uma amostra de conveniência. Esses

funcionários responderam aos questionários de engajamento e de motivação. Participou

também um dos sócios proprietários da empresa que respondeu aos questionários de

agency community e de responsabilidade social. Foram incluídos no estudo indivíduos

maiores de 18 anos e que aceitaram responder aos questionários.

17

1.4.2. Instrumentos utilizados pela empresa

Questionário de engajamento – Elaborado pela empresa Gallup

(2006) para a mensuração do grau de engajamento dos

empregados. É composto por 12 itens com resposta do tipo “sim”

ou “não”.

Medida de Motivação no Trabalho (MMT) – Desenvolvida e

validada por Queiroga e Borges-Andrade (2009) para mensurar a

motivação para o trabalho. Adota a perspectiva de motivação de

Vroom, é composta por 32 itens, sendo 12 de valência, 12 de

instrumentalidade e 8 de expectativa, avaliados em uma escala

Likert de 1 a 5.

Questionário Agency Community – Questionário elaborado por

Bastos e Grangeiro, o questionário apresenta 34 questões com

escores variando de 1 a 7.

Indicadores de Profundidade de Responsabilidade Social

Empresarial – Indicadores que avaliam o estágio atual da gestão

da empresa em relação a determinadas práticas. Questionário

conta com 13 indicadores e 4 avaliadores de profundidade.

1.4.3. Procedimentos

A empresa foi contatada em dezembro de 2017 para a apresentação da proposta e

autorização do início da análise documental. A coleta de dados foi realizada no mesmo

mês. A pesquisa foi apresentada e foi informado aos funcionários que os questionários

18

eram anônimos e de caráter não-obrigatório. Após a aceitação do funcionário, a entrevista

teve início com a aplicação do Questionário de Engajamento e MMT. A aplicação dos

instrumentos foi realizada em um local privado, estando presentes somente o

entrevistador e o entrevistado.

Os questionários de Agency Community e de Indicadores de Profundiade em

Responsabilidade Social foram entregues juntos à secretária que o encaminhou ao socio

proprietário da empresa, que retornou as respostas no prazo de uma semana.

1.4.4. Análise de dados

Os dados foram coletados e digitados em um banco de dados da versão 20.0 do

software Statistical Package for Social Science - SPSS®. Após comparação das

digitações e análise exploratória dos dados, foram realizadas análises estatísticas

descritivas e inferenciais.

1.5.Estrutura do Trabalho

O presente estudo está dividido em 4 capítulos. O primeiro apresenta os aspectos

introdutórios do tema e do trabalho. O segundo capítulo apresenta uma revisão

bibliográfica abordando uma descrição do setor da construção civil, algumas teorias

motivacionais, o engajamento no trabalho, um panorama geral da gestão de pessoas, a

liderança na gestão de pessoas e questões de normatização. O terceiro apresenta os

resultados do estudo e uma análise crítica e propostas de ações de melhorias. Por fim, o

quarto capítulo apresenta considerações finais acerca do tema.

19

2. Revisão Bibliográfica

2.1.A indústria da construção civil

2.1.1. Características gerais

O produto gerado pelas atividades da construção civil são únicos e cada produto

é executado em locais diferentes, fazendo com que essa indústria seja marcada pela não

continuidade do processo industrial (e.g. Maia, 2001; Silva & Bemfica, 2015). Segundo

dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) (2017) os salários médios na

construção civil em 2015 e 2016, respectivamente, foram de R$2.130,94 e R$2.109,63,

uma queda que é agravada pelo aumento da inflação que diminui o poder de compra do

consumidor, que para esses anos foram de 10,67% e 6,29%.

Além disso, o setor da construção civil é o que apresenta maiores índices de

acidentes de trabalho, chegando a um taxa de 60.000 acidentes fatais a cada ano em todo

o mundo (Organização Internacional do Trabalho – OIT, 2007). A maior mortalidade por

acidentes de trabalho foi estimada na construção civil, que representou cerca de 29,6%

do total de óbitos por acidentes trabalhistas (Health and Safety Executive, 2010). Dentre

2.839 Comunicações de Acidentes de Trabalho (CAT’s) da construção civil analisadas,

encontraram que 70% dos casos registrados estavam divididos entre contusões (26,5%),

ferimentos corto contusos (25%) e fraturas (18,5%) (Didomenico, et al 2010). Um outro

estudo apresentou que os óbitos e ferimentos mais graves são consequência da queda de

altura e de objetos em movimento ou em queda (Haslam; Bentley, 2006).

O relatório de Segurança e Saúde na Indústria da Construção no Brasil diz (2013,

p.9):

No Brasil, dados sobre AT fatais para o total de trabalhadores

provêm do Sistema de Informações sobre Mortalidade, SIM, que

compreende dados das Declarações de Óbito, DO. Em 1997 foi

20

incluído nessas declarações um campo específico para o registro

da informação sobre a relação com o trabalho da causa básica

de morte. Todavia, esse registro não parece ser levado

seriamente em conta pelos que o preenchem. Em 2008, apenas

26% das DO tinham esse campo preenchido, o que compromete

as conclusões que podem ser estabelecidas a partir desses dados

Além dos acidentes fatais o trabalhador está sujeito a outras enfermidades de alto

risco, como dermatites, sintomas músculo esqueléticos, intoxicações por chumbo e

exposição a asbestos. A ocorrência destes problemas de saúde na construção civil podem

ser atribuídas ao grande número de riscos ocupacionais, como o trabalho em grandes

alturas, o manejo de máquinas, equipamentos e ferramentas pérfuro cortantes, instalações

elétricas, posturas antiergonômicas, e o estresse (Maia, 2001). Assim a prevenção de

acidentes de trabalho é a base de uma política de segurança capaz de garantir a saúde e

integridade física dos trabalhadores da construção civil, mitigando assim os encargos

sociais relacionados aos custos de lesões provenientes da atividade laboral (Lehtola,

2008).

Outro ponto importante e que é apresentado pelo RAIS 2016 é sobre a taxa de

rotatividade. Os dados revelam que em 2016 a taxa de rotatividade descontada (excluindo

desligamentos por falecimento e pedidos de demissão) dos trabalhadores da construção

civil foi de 68,13%, o menor valor do período 2002/2016, e chegou ao topo em 2008

quando atingiu 100,78%, o que significa que, em média, mais de um funcionário

preencheu o mesmo posto de trabalho.

21

Tabela 1 – Rotatividade Descontada

Construção Civil

2002 2003 2004 2005

98,16 90,68 93,13 90,71

2006 2007 2008 2009

95,25 90,17 100,78 91,08

2010 2011 2012 2013

98,94 91,49 88,30 88,58

2014 2015 2016

90,33 80,11 68,13

A rotatividade da construção civil é a maior seguido por agropecuária, extração

vegetal, caça e pesca como é possível ver na tabela abaixo:

Tabela 2 – Rotatividade Descontada em Comparação

Agropecuária, extração vegetal, caça e pesca

2002 2003 2004 2005

75,94 78,75 78,75 79,84

2006 2007 2008 2009

80,68 80,60 79,62 74,56

2010 2011 2012 2013

22

75,09 69,68 65,27 65,51

2014 2015 2016

61,09 57,07 56,51

As características do setor geram um regime particular de emprego devido ao

processo produtivo ser descontínuo, no qual as etapas se sucedem para gerar o produto

final, diferentemente de setores em que as etapas são simultâneas. Com isso observa-se

um elevado contingente de trabalhadores independentes e assalariados não registrados,

contribuindo para o alto nível de informalidade. (Costa, 2011)

Segundo dados apresentados pela pesquisa Impactos da Responsabilidade Social

na Indústria da Construção apresentada no 89º Encontro Nacional da Indústria da

Construção (ENIC), o número de trabalhadores com carteira assinada chegava a 2,2

milhões e gastava-se todo mês R$5,2 bilhões com pagamentos de salário. Sendo que

outros 2 milhões de profissionais estavam na informalidade ganhando R$6,5 bilhões por

mês.

Sendo um dos setores da economia mais afetados pela crise financeira e

econômica nacional, a indústria da construção teve uma baixa de 437.260 postos de

trabalho formais entre os anos de 2015 e 2016 (MTE, 2017). O que representava 5,04%

passou a representar 4,31% dos empregos formais. A crise econômica mundial que

ocorreu em 2008 atingiu a construção civil brasileira através da redução de crédito

privado para o setor. Entretanto, a indústria da construção civil brasileira ainda é uma das

que mais empregam no Brasil, caracterizada pelo intenso uso de mão-de-obra,

principalmente a não qualificada (BNDES, 2013), no gráfico abaixo, pode-se observar a

distribuição de pessoal contratado nessa indústria.

23

Gráfico 1 – Mão de Obra alocada por etapa da construção

O desempenho percentual do setor nos anos de 2004 até 2016 é apresentado no

gráfico a seguir:

Gráfico 2 – Comparativo PIB Brasil e PIB Construção Civil

0

200000

400000

600000

800000

1000000

1200000

Preparação doTerreno

Construção deedifícios e obras

de engenharia civil

Obras deinfraestrutura

para engenhariaelétrica e de

telecomunicações

Obras deinstalações

Obras deacabamento

Aluguel deequipamentos de

construção edemolição com

operador

Alocação da Mão-de-obra na construção

10,7

-2,1

0,3

9,2

4,9

7

13,1

8,2

3,24,5

-2,1

-9

-5,6

5,8

3,24

6,15,1

-0,1

7,5

4

1,93

0,5

-3,5 -3,5

-15

-10

-5

0

5

10

15

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Variação PIB Brasil x PIB Construção Civil

PIB Construção Civil PIB Brasil2

24

Tomando-se os dados de 2001 como base e em vista que a responsabilidade de

pagar o INSS é do próprio funcionário, caso este seja autônomo, tem-se que 72,39% do

volume de mão-de-obra ocupada no setor de construção não contribuem para nenhum

tipo de previdência (MTE, 2001).

O Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais

(Sinduscon-MG) contabilizou que 97,39% dos estabelecimentos da construção civil de

todo o país em dezembro de 2010 eram classificáveis como micro ou pequenos (mais de

157,4 mil estabelecimentos) e apenas 2,61% podiam ser considerados como médios ou

grandes (cerca de 4,2 mil empresas).

2.1.2. Caracterização da mão de obra

2.1.2.1.Sexo

A mão-de-obra na construção civil é predominantemente masculina, totalizando

90,09%, enquanto as mulheres somam 9,91% do total do contingente em empregos

formais. Embora o percentual de mulheres tenha aumentado recentemente, estão sendo

alocadas em funções administrativas e de maior qualificação, portanto,

proporcionalmente o nível de instrução é mais elevado do que os homens. (MTE, 2017).

Segundo o relatório encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da

Construção (CBIC) em 2013 a maioria dos trabalhadores considera a presença da mulher

no canteiro de obras como algo positivo.

25

Tabela 3 – Opinião sobre presença feminina no cainteiro de obras

MULHER NO CANTEIRO

DE OBRA

Opinião

Cen

tro-O

este

%

Nord

este

%

Norte

%

São

Pau

lo

%

Sudeste

%

Sul

%

Total

%

Positiva 87,3 89,1 89,1 85,6 87,7 84,9 87,2

Indiferente 5,5 5,0 5,5 7,2 6,0 6,3 6,2

Negativa 6,8 5,3 4,7 7,2 5,4 8,3 5,9

NS/NR 0,4 0,6 0,8 - 0,9 0,5 0,7

Total 100 100 100 100 100 100 100

2.1.2.2. Escolaridade

Para Mankiw (2009) a educação eleva os salários e este fato é explicado

simplesmente através da oferta e da demanda. As empresas estão dispostas a pagar

salários mais altos para pessoas com maior escolaridade e mais especializações devido a

maior produtividade, em contra partida a mão-de-obra com formação mais completa

oferece seus serviços por um valor maior.

Nos últimos dez anos o percentual de analfabetos no setor diminuiu mais de 60%,

de 29 mil em um universo de 1,1 milhão, ou seja 3% para 23 mil em um universo de 2,2

milhões, que não sabiam ler nem escrever o que representa 1% dos operários. O nível de

escolaridade do trabalhador também foi elevado, o número de trabalhadores que

concluíram o ensino médio aumentou 4,5 vezes, totalizando 561 mil trabalhadores (MTE,

2009).

26

Em 2001, 38% haviam cursado apenas o 4º ano do ensino fundamental, seja a 4ª

série incompleta (16,87%) ou a 4ª série completa (20,91%). Em 1988 esse percentual era

de 64,18%. O número de analfabetos no setor também foi reduzido na década de 90,

saindo de um percentual de 5,3% em 1988 para 2,44% em 2001. (MTE, 2001)

Para todo o Brasil, em 2001, 18,99% da mão-de-obra empregada no setor tinha a

8ª série incompleta; outros 17,73% a 8ª série completa e 12,22% tinham o 2º ensino médio

completo. Esses percentuais em 2000 eram de 18,54%, 16,89% e 11,36%,

respectivamente. Estratificando os dados por região o Sul é onde prevalecem os melhores

índices de escolaridade. A região apresenta o menor número de trabalhadores analfabetos

(1,80%) e o maior percentual de trabalhadores com a 8a série primária (46,54% - seja

incompleta ou completa). Na região Nordeste o índice de analfabetismo na construção

chega a 4,16% do total dos trabalhadores e ainda 60,12% destes cursaram somente entre

a 4a série incompleta e a 8a completa. (MTE, 2001)

2.1.2.3.Idade e Estado Civil

Segundo um estudo encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da

Construção (CBIC) o perfil predominante era de trabalhadores na faixa tária de 30 a 39

anos.

Tabela 4 – Idade dos trabalhadores por região

Idadel

Cen

tro-O

este

%

Nord

este

%

No

rte

%

São

Pau

lo

%

Sudeste

%

Su

l

%

To

tal

%

16-17 anos 0,5 0,7 0,7 - - 2,0 0,7

18-24 anos 9,2 13,9 8,0 9,5 9,1 14,5 11,2

27

25-29 18,8 20,4 26,3 16,5 16,1 8,7 17,8

30-39 29,5 31,2 31,9 28,1 27,4 35,0 30,5

40-49 25,1 20,2 19,1 22,2 25,6 27,7 23,5

50-59 13,0 12,2 13,3 21,1 18,6 10,5 14,0

60 anos ou mais 4,0 1,4 0,7 2,5 3,2 1,5 2,3

Total 100 100 100 100 100 100 100

A maior parte dos participantes da pesquisa da CBIC era casada ou vivia em

união estável (62,7%) em famílias de até quatro pessoas.

Tabela 5 – Estado Civil por Região

Estado Civil

Cen

tro-O

este

%

No

rdeste

%

No

rte

%

São

Pau

lo

%

Su

deste

%

Su

l

%

To

tal

%

Solteiro 20,6 31,0 42,3 26,4 27,4 24,8 28,6

Casado/União de fato 71,4 56,9 52,3 63,8 65,1 67,8 62,7

Separado/Divorciado 4,2 3,1 4,6 6,6 4,3 4,7 4,0

Viúvo 0,5 0,3 - 0,6 0,8 0,5 0,5

Outros 1,8 7,8 0,8 0,6 0,9 1,1 3,1

NS/NR 1,5 0,8 - 2,0 1,4 1,0 1,0

Total 100 100 100 100 100 100 100

28

2.1.3. Caracterização do tipo de serviço e local de trabalho

O trabalho na construção civil nos níveis hierárquicos mais baixos exige vigor e

força física para concluir as tarefas no prazo estipulado. Movimentos repetidos e o peso

das ferramentas e materiais de trabalho podem levar o trabalhador ao cansaço,

necessitando pausar o serviço para retomar as forças, portanto, segundo Anjos uma

alimentação reforçada é importante para o trabalhador suportar o desgaste e manter o

vigor físico para desempenhar suas tarefas com êxito

O ambiente de trabalho na obra apresenta diversos fatores que afetam a higiene

do local como poeira, ruído, poluição visual e entulho. Sendo que poeira e ruídos

excessivos podem causar danos à saúde do trabalhador e entulhos podem causar

acidentes.

2.1.4. Caracterização dos Equipamentos

É de importante relevância a caracterização dos equipamentos utilizados na

construção civil pois estes influenciam no sentimento de segurança quanto à integridade

física do funcionário que o manuseia.

Como define Jorge Santos em suas notas de aula:

De forma geral os equipamentos e ferramentas utilizados na

construção civil são simples e rudimentares apesar de existirem

equipamentos sofisticados utilizados principalmente em obras de

grande porte.

Como característica comum, apresentam o fato de contribuírem

pouco para a qualidade e produtividade das obras.

São de uso individual e muitas das vezes de propriedade do

próprio trabalhador. Assim, quando se tratam de equipamentos

de medição, por exemplo, apresentam estado ruim de

29

conservação, não são calibrados e não atendem a precisão

requerida pela tarefa.

Por serem simples os equipamentos e ferramentas não requerem

mão-de-obra especializada. Alguns equipamentos de maior porte

ou mais sofisticados, como é o caso de retroescavadeiras, gruas

e outros requerem mão-de-obra especializada, alguns inclusive

que os profissionais tenham registro específico. Algumas

empresas, entretanto, desconsideram tais exigências e utilizam

pessoal improvisado não qualificado colocando em risco a

operação e o próprio trabalhador.

As condições dos equipamentos dispostos também influênciam diretamente na

qualidade do produto final gerado. Ferramentas em mau estado de conservação podem

gerar não conformidades acarretando em retrabalho.

A utilização de certos equipamentos pode acarretar em danos físicos ao seu

manuseador. Certos danos são graves, tais como a perda de visão quando um soldador

não utiliza do equipamento de segurança ao realizar uma solda, amputação quando um

serralheiro se corta utilizando uma serra circular etc.

2.2.Motivação

O desempenho individual dos envolvidos na cadeia produtiva, tão importante para

a qualidade, é função da sua motivação, pois os indivíduos podem atuar de modo eficaz,

ineficaz, ou sequer trabalhar. O resultado do trabalho não advém apenas da capacidade

de cada funcionário, caso contrário apenas treinamento e programas de capacitação

seriam suficientes para alcançar melhor desempenho (Megginson et al., 1998)

A motivação constitui o elemento principal para a realização pessoal e

profissional, bem como para a eficácia do desempenho das equipes de trabalho (e.g.

Júnior & Barbosa, 2016; Spector, 2012; Queiroga, 2009; Novo et al., 2008; Tamayo).

30

Trabalhadores mais motivados tendem a apresentar um comportamento de maior

comprometimento com a organização e satisfação no trabalho.

Nesse contexto, é fundamental conhecer as teorias do estudo da motivação. Estas

teorias explicam o que leva as pessoas a se empenharem no trabalho, bem como suas

aptidões e seu desempenho (Spector, 2012). As primeiras teorias foram elaboradas na

década de 1950 (Robbins, 2009), e as mais conhecidas serão resumidas a seguir. A Teoria

da Hierarquia das Necessidades (Figura 1), proposta por Maslow, presume que as

necessidades humanas são organizadas em uma hierarquia que inclui as necessidades

fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de autorrealização. E o comportamento

das pessoas se direciona para satisfazê-las.

Figura 1 - Pirâmide das Necessidades de Maslow

Para exemplificar cada categoria tem-se como necessidade fisiológicas como

respiração, fome, sede, calor intenso, sono. Apresentam-se como necessidades de

segurança a proteção contra danos físicos e emocionais a estabilidade financeira familiar.

Como Necessidades sociais a interação social, companheirismo, e amizades. A seguir a

Autorrealização

Estima

Necessidades Sociais

Necessidades de Segurança

Necessidades Fisiológicas

31

necessidade de estima, como amor-próprio, status e reconhecimento. Por fim a

necessidade de autorrealização, envolvendo crescimento pessoal e a realização do próprio

potencial.

Segundo a Teoria dos Dois Fatores, elaborada por Herzberg, existem dois fatores,

o primeiro deles é o dos os fatores higiênicos que se referem a fatores externos, e o

segundo se refere aos fatores motivadores, referentes aos fatores internos. Entre os fatores

higiênicos estão envolvidos a preservação da integridade física, remuneração, programas

de treinamento, condições de trabalho e dos equipamentos, relações interpessoais com os

seus pares, supervisionados e supervisores. Entre os fatores motivadores estão realização

pessoal, reconhecimento, crescimento e desenvolvimento pessoal e dentro da empresa e

os trabalhos desafiadores.

Diferentemente, as Teorias X e Y, formuladas por McGregor, iniciaram o estudo

a partir da prática administrativa e concepções da natureza humana aceitas entre gestores.

Ele conclui que a visão dos gestores e seus comportamentos em relação à equipe de

trabalho baseiam-se em um conjunto de premissas, sendo a Teoria X formada por

premissas basicamente negativas e a Teoria Y positivas. (Zanelli et al., 2014; Spector,

2012; Robbins, 2009; Cavalcanti, Carpilovsky, Lund & Lago, 2009; Novo et al., 2008).

Atualmente, as teorias mais abordadas no estudo da motivação são: a Teoria das

Necessidades Socialmente Adquiridas, formulada por McClelland, o qual propôs que

existem três necessidades no trabalho; a necessidade de realização, de afiliação e de

poder. De acordo com a Teoria da Equidade, proposta por Adams, as pessoas são

motivadas a manter ou atingir uma condição de justiça em suas interações com outras

pessoas e com as organizações, a fim de se sentirem satisfeitas. Para a Teoria do

Estabelecimento de Metas, de Locke e Latham, as pessoas concentram seus esforços em

direção a determinados objetivos (Zanelli et al., 2014; Spector, 2012; Robbins, 2009;

32

Cavalcanti, Carpilovsky, Lund & Lago, 2009; Novo et al., 2008; Pérez-Ramos, 1990).

Por fim, a explicação mais abrangente sobre motivação é a Teoria da Expectativa

(Robbins, 2009), formulada por Vroom em 1995, e a qual será o foco de atenção do

presente estudo, pois seus conceitos fundamentam as opções metodológicas, as análises

e discussões.

Conforme afirma Spector (2012), a Teoria da Expectativa explica como as

recompensas levam ao comportamento, concentrando-se nos estados cognitivos internos

que levam à motivação. O conceito básico é que as pessoas se motivarão quando

acreditarem que seu comportamento levará a recompensas ou resultados desejados.

Assim, as pessoas decidem sobre suas ações procurando maximizar seus ganhos e

minimizar suas perdas. Então, a escolha das pessoas se basearia no resultado da função

de três fatores cognitivos: valência, instrumentalidade e expectância.

A Valência é a importância de um resultado ou recompensa específica para um

indivíduo. Cada pessoa tem uma preferência para determinados fins. Quanto maior for a

valência maior será o desejo de alcançar o resultado esperado, enquanto quanto menor for

a valência maior será o desejo de esquivar deste resultado.

A Instrumentalidade é a probabilidade subjetiva de que um comportamento

resultará de uma determinada recompensa, ou seja, é a crença de que seu desempenho no

trabalho afetará na recompensa final.

Por fim, a Expectância é a representação antecipada dos resultados da decisão a

ser tomada, ou seja, é a crença de que o esforço levará ao desempenho desejado (Zanelli

et al., 2014; Spector, 2012; Lunenburg, 2011; Pérez-Ramos, 1990).

Baseado nesses três fatores, Vroom formulou o conceito de Força Motivacional,

que é o nível de motivação de uma pessoa para desempenhar um determinado

comportamento (Alves-Filho & Borges, 2014; Spector. 2012).

33

A decisão da escolha de como deve-se agir perante a uma situação é função da

motivação de cada pessoa. O indivíduo relaciona as expectativas do resultado de cada

alternativa de comportamento como consequências de relações entre meios e fins. Há

objetivos considerados intermediários e gradativos, que são meios para atingir um

objetivo de maior valor final, que é o objetivo fim. Ao buscar um resultado intermediário

ou gradativo a pessoa está buscando meios para alcançar um resultado final, por exemplo

aumentar sua produtividade para alcançar melhores benefícios, uma promoção ou

bonificação. A priori resultados intermediários não possuem valência em si mesmos,

entretanto ganham valência enquanto estiverem relacionados com os desejo que o

indivíduo deseja alcançar como resultado final deles (Chiavenato, 2005)

A figura a seguir demonstra um fluxograma representativo para a teoria da

expectativa formulada por Vroom:

Figura 2 – Fluxograma da Teoria da Expectativa

34

A motivação caracteriza-se como um assunto vasto e complexo, com isso, é objeto

de pesquisa constante por parte de cientistas multidisciplinares e gestores. Apesar de ser

um dos temas mais estudados em gestão de pessoas, permanece como um dos aspectos

mais preocupantes do cotidianos das organizações (Limongi-França et. al., 2002). Ao

realizar uma busca com os temos “motivação” e “construção civil” na base Scielo e Web

of Science, encontrou-se um número escassso de trabalhos sobre o tema no setor da

construção civil. Com isso, entende-se ser outro fator de importância para a discussão do

tema no presente trabalho.

2.3.Engajamento no trabalho

Devemos compreender o engajamento no trabalho com um processo dinâmico

que, embora estável ao longo do tempo, pode ser alterado pelas condições laborais. A

pessoa engajada estabelece vínculo com sua atividade laboral, gerando elevados

sentimentos de inspiração, bem-estar e prazer pelo que realiza profissionalmente. É um

estado sempre positivo e relacionado ao modo com as pessoas engajadas realizam seu

trabalho. (Magnan & Vazquez, 2016).

De acordo com Oliveira e Rocha (2017), indivíduos engajados investem mais em

seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional, apresentando maiores chances de ter

um desempenho superior. Esses mesmos autores apontam que a literatura tem

apresentado relações entre engajamento e outros fatores positivos, tanto individuais

quanto organizacionais.

O engajamento é caracterizado por três dimensões: vigor, dedicação e absorção.

Vigor refere-se à energia despendida no trabalho; dedicação à concentração integral na

realização do trabalho; e absorção é estar completamente concentrado e feliz na realização

35

do trabalho (e.g Shaufeli, Salanova, González-Romá & Bakker, 2001; Bakker &

Demerouti, 2008). Nessa perspectiva, engajamento consiste em um estado de alta energia,

forte envolvimento e senso de eficácia (Maslach & Leiter, 2000).

Segundo o Instituto Gallup (Gallup Consulting, 2013) o engajamento pode ser

dividido em 3 estágios: engajado – empregados que trabalham com paixão e sentem uma

conexão com a empresa, eles inovam e movem a empresa; não-engajado – empregados

que apenas querem cumprir a carga horária de serviço, eles não mostram interesse em

segurança, gerar lucro, diminuir o desperdício ou aumentar a produtividade, o que na

indústria da construção pode significar para a empresa processos trabalhistas com

acidentes de trabalho, desperdício de material gerando resíduos e diminuindo o lucro,

falta de compromisso com prazos estabelecidos e patologias construtivas; e ativamente

desengajado – empregados que utilizam seu período de trabalho de forma

contraproducente. Sofrem mais acidentes de trabalho, faltam mais vezes, estão doentes

com maior frequência, o que implica em uma menor acurácia com relação a

planejamentos pois tem menor produtividade e faltam mais.

Em 2013 o Insituto Gallup realizou uma pesquisa para avaliar o engajamento de

tralhadores de diversos setores do Brasil e América Latina. Dentre os setores pesquisados,

o setor da construção civil apresentou, conforme Tabela 3, 51% de funcionários não-

engajados e 28% de funcionários ativamente desengajados, tal índice foi o maior

encontrado na pesquisa. Portanto, é fundamental que o setor da construção civil maximize

o engajamento de seus funcionários, obtendo, assim, maior produtividade e

competitividade, redução de custos e facilidade de retenção de pessoal (Brown, 2014).

36

Tabela 6 – Engajamento no Mundo

O gráfico abaixo mostra como a variável engajamento está presente, em média,

nas empresas de diversos setores do Brasil e da América Latina.

Gráfico 3 – Engajamento na Construção América Latina e Brasil

37

2.4.Terceirização

A legislação trabalhista permite o uso do artifício da terceirização de mão-de-obra

para prestação de serviços. A terceirização é um recurso administrativo no qual as

atividades passam a ser executadas por terceiros. O maior incentivo à terceirização está

na busca por maior competitividade por meio de redução de custos e execução de trabalho

especializado, consequentemente com maior qualidade.

Segundo Silva (1997,p.30), terceirização é:

[...] transferência de atividades para fornecedores

especializados, detentores de tecnologia própria e moderna, que

tenha esta atividade terceirizada com sua atividade-fim,

liberando a tomadora para concentrar seus esforços gerenciais

em seu negócio principal, preservando e evoluindo em qualidade

e produtividade, reduzindo custos e ganhando em

competitividade.

No setor da construção civil o emprego de serviços terceirizados é crescente,

segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) 70% das organizações enquadradas

no grupo da construção civil utilizam serviços terceirizados. O mesmo estudo também

relata que 84% destas organizações pretendem manter e ampliar seu uso para os próximos

anos (SIENGE, 2016).

O formato de trabalho de contratação de serviços terceirizados apresenta aspectos

positivos e também aspectos negativos. Entre os aspectos positivos estão descritos a mão-

de-obra mais especializada que fornece otimização dos serviços, um menor custo de

operação e a possibilidade da contratante disponibilizar seu foco para outras áreas. Entre

os aspectos negativos está descrita a alteração na estrutura hierárquica que dificulta a

administração de conflitos por parte da empresa contratante (FIDELIS; BANOV, 2006).

38

Embora sejam frequentes as utilizações de serviços terceirizados, o

relacionamento entre contratante e contratadas no ramo da construção civil vem se

demonstrando como conflituosa. (Miller; Packham; Thomas, 2002).

O tratamento das necessidades dos funcionários terceirizados, por muitas vezes, é

negligenciado pela empresa contratante, dado que o objetivo da adoção da prática de

terceirização é diminuir custos com efetivo e não ter que realizar esforços no controle e

gestão dos terceirizados. Portanto, alguns aspectos básicos quanto à motivação de pessoas

no que tange aos terceirizados são ignorados.

Os contratos devem conter instrumentos que permitam uma gestão eficaz da mão-

de-obra contratada de forma que sejam menores os conflitos entre os gestores da empresa

contratante. É importante também determinar indicadores de satisfação para manter um

banco de dados das empresas a fim de fazer uma seleção de contratadas no futuro

(Tachizawa et al., 2001).

Contratos de prestação de serviços mal formulados ou descumpridos podem gerar

efeitos desastrosos. Conflitos na esfera legal envolvendo prejuízos financeiros para os

envolvidos. Portanto os contratos devem ser bem redigidos de forma a garantir segurança

jurídica para âmbas as partes, devem ser firmados mediante à uma rigorosa seleção de

parceiros e também deve ser feito o acompanhamento da execução das atividades

(RUSSO, 2007).

Por vezes a empresa contratada, para manter seu nível competitivo, trabalha com

salários menores. É necessário, por parte do contratante, verificar se as obrigações

trabalhistas da terceirizada estão conforme a legislação, isso minimiza possíveis efeitos

negativos do descontentamento e da desmotivação do terceirizado para com seu

empregador (TACHIZAWA et al., 2001).

39

É comum verificar casos de terceirização na construção civil devido às

características do setor, que com atividades sequenciadas e grande tempo demandado para

a execução de cada etapa da obra levam as empresas a três principais alternativas: treinar

e capacitar toda a mão-de-obra para execução de diversos trabalhos; implementar um

sistema de recursos humanos que realize muitas admissões e demissões para poder

contemplar cada etapa de obra e não mater nenhum funcionário ocioso arcando assim

com grande número de atividades burocráticas; e contratar mão-de-obra terceirizada

especializada na execução de apenas uma das etapas da obra.

As empresas buscam, na terceirização, menores custos, maior produtividade e

consequente maior competitividade no mercado. Elas consideram que a simples

contratação de um serviço produzirá bons resultados, por isso não desenvolvem um clima

organizacional que acolha o terceirizado. Como resultados desse pensamento, observa-se

diferenciação de tratamento por parte das equipes – contratados e terceirizados – que

convivem nos mesmos espaços físicos. Esse comportamento é observado quando são

examinadas as condições de conforto e higiene que a empresa contratante determina para

seus empregados e para seus terceirizados. Como consequência desse tratamento

diferenciado, existe, por muitas vezes, insatisfação e desmotivação do terceirizado

(Miranda, 2004).

Embora a terceirização seja vista como uma forma de repassar as

responsabilidades à outra empresa, Queiroz (1998) aponta que, por vezes, convém à

empresa treinar o terceiro para agir como parceiro, pois o desempenho apesar de ser

compreendido em contrato, não necessariamente será satisfatório.

A cultura e o clima organizacional influenciam na experiência do terceirizado na

empresa. O funcionário terceirizado também deve ter treinamento e capacitação

necessária, caso contrário podem não apresentar resultados satisfatórios, entretanto essa

40

atribuição está a cargo da empresa contratante, sendo assim, não havendo discriminação

entre empregados e terceirizados, o contrato passa a ser um instrumento fundamental para

o controle da capacitação dos funcionários (RUSSO, 2007).

2.5.Gestão de Pessoas

As pessoas, atualmente, são vistas como a competência básica da organização, a

principal vantagem competitiva. São o dierencial competitivo que mantém e promove o

sucesso organizacional. Com isso, as empresas passaram a investir em pessoas

(Chiavenato, 2014).

Segundo Chiavenato (2014), as pessoas constituem o principal ativo da

organização. Daí a necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas para

seus funcionários. As organizações bem-sucedidas estão percebendo que somente podem

crescer, prosperar e manter sua continuidade se forem capazes de otimizar o retorno sobre

os investimentos dos funcionários.

Atividades como educação, treinamento da força de trabalho envolvem custos e

são efetuados na expectativa de recuperar durante certo período de tempo e, de forma

análoga a outros investimentos, são executados na esperança de que trarão bons resultados

para a empresa (Ehrenberg e Smith, 2000).

As competências humanas agregam valor econômico e social a indivíduos e a

organizações, contribuindo para a consecução de objetivos organizacionais e individuais

(Carbone, Brandão, Leite & Vilhena, 2009).

De acordo com Chiavenato (2010), os objetivos da Gestão de Pessoas são:

1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão;

2. Proporcionar competitividade à organização;

3. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas;

41

4. Aumentar a autoatualização e a saisfação das pessoas no trabalho;

5. Desenvolver e elevar a qualidade de vida no trabalho;

6. Aministrar e impulsionar a mudança;

7. Manter políticas éticas e comprotamento socialmente responsável; e

8. Construir a melhor empresa e a melhor equipe.

Portanto, a gestão de pessoas refere-se às políticas e às práticas necessárias para

administrar o trabalho das pessoas.

Os fatores internos e externos ao contexto organizacional determinam o

desempenho que se espera das pessoas no trabalho e o modelo de gestão correspondente

(Limongi-França, et al., 2002). Segundo os autores, dentre os fatores internos estão:

1. Tecnologia adotada: o padrão de máquinas utilizado pela empresa

determina fortemente o comportamento que se espera dos funcionários.

2. Estratégia de organização do trabalho: o modelo de gestão de pessoas e o

modelo de gestão de trabalho são inseparáveis. São duas práticas que

incidem sobre as mesmas instâncias organizacionais – as relações

humanas na empresa – e que pretendem alcançar os mesmos objetivos:

determinado padrão de desempenho no trabalho.

3. Cultura Organizacional: um dos principais papéis do modelo de gestão de

pessoas é reforçar e reproduzir pressuspostos da cultura organizacional

vigente, diferenciando e moldando padrões de comportamento.

4. Estrutura organizacional: ou modelo organizacional, delineia as

características do modelo de gestão de pessoas.

Em contrapartida, os fatores externos à organização são classificados com origem

da sociedade e os que têm origem no mercado. Os fatores sociais relacionam-se com a

42

forma como a sociedade regula o trabalho e as relações de trabalho que ocorrem em seu

âmbito. Já o mercado, define o perfil de competências organizacionais exigido pelo

negócio do setor de atividade em que atua.

Pesquisas recentes têm demonstrado que boas práticas de gestão de pessoas

adotadas pelas empresas contribuem para atrair, manter e desenvolver talentos, além disso

são representativas do sucesso organizacional, gerando assim, mais lucratividade para a

empresa (e.g. Limongi-França et. al., 2002).

2.6.Clima Organizacional

O clima organizacional é descrito por Bowditch e Buono (1992) como uma

mensuração do quanto as expectativas das pessoas sobre como se deve trabalhar está

sendo cumprida, ou seja, um indicador de que essas expectativas estão sendo ou não

alcançadas.

Então pode-se dizer que o clima organizacional é o indicador do grau de satisfação

das partes integrantes de uma empresa em relação aos diferentes aspectos vivenciados ou

percebidos nessa organização, tais como missão da empresa, valorização profissional,

políticas de assistência aos funcionários, modelo de gestão, processo de comunicação,

planos de carreira e identificação com a empresa (Bergamini e Coda, 1993).

Segundo Luz (2003) o clima organizacional é influenciado por diferentes fatores

externos à organização, porém atrelados a seus funcionários, como condições de saúde,

habitação, lazer e familiar. Também é influenciado por fatores internos como a cultura

organizacional vigente.

Segundo Luz (1996) o clima pode ser classificado como bom, prejudicado ou

ruim. Quando atitudes positivas, que elevam a qualidade da vivência e das percepções

perante o trabalho são predominantes, o clima é considerado bom. É prejudicado ou ruim

43

quando atitudes negativas, que geram tensões, má comunicação entre as partes envolvidas

no processo, afetam a maioria dos indivíduos.

O êxito do trabalho acontece devido a uma série de fatores. Quanto aos fatores

humanos pode-se dizer que quando um funcionário pode, sabe e quer executar a tarefa

então ela será bem sucedida. Entretanto, quando realiza o trabalho a contragosto, mesmo

que bem executado, ou não faz o trabalho, o resultado é insatisfatório ou indiferente.

Portanto o desejo de realizar a tarefa revela o grau de satisfação dos colaboradores

internos e também determina casos de sucesso ou fracasso nas organizações (Luz, 1996).

A produtividade, a qualidade, a eficácia e a eficiência da organização, ou seja, seu

desempenho na execução dos serviços e produtos ofertados, podem ser aprimorados a

partir de um clima que satisfaça às necessidades dos membros da organização.

2.6.1. Agency Community

Bakan (1966) criou os termos agency e communion com o objetivo de refletir as

duas modalidades de ser da existência humana, que representam os princípios

organizadores da vida, o foco em si mesmo e o foco nas relações interpessoais.

Rousseau e Arthur (1999) elaboram um modelo que busca reunir duas grandes

orientações de políticas e práticas de gestão de pessoas. Para os autores, um dos principais

desafios da gestão de pessoas é o de aplicar práticas que favorecem o surgimento do

empreendedor autônomo (prática individualista) e também as que favorecem o

surgimento do trabalhador comprometido (prática coletivista). As práticas individualistas

são denominadas agency e as práticas coletivistas são denominadas community. Os

autores acreditam que a aplicação dessas práticas opostas (individualistas/coletivistas) é

imprescindível para a sobrevivência da organização no mercado global.

44

Segundo Rousseau e Arthur (1999), para uma organização ser bem sucedida é

importante que ela tenha indivíduos proativos, capazes de tomar decisões rápidas e

assumir para si responsabilidades com o intuito de crescimento pessoal e profissional, e

também é importante ter no quadro de funcionários indivíduos comprometidos com os

objetivos e missão da organização.

O sujeito agency é dotado de características como planejamento, auto-reflexão,

auto-reatividade e intencionalidade. Apesar de suas características individualistas, o

sujeito agency, no exercício de suas atividades impacta diretamente na maneira como

cada um vive (Bandura 2001)

O estudo das tensões entre as características individualistas e coletivistas dentro

do contexto de comportamento organizacional é recente, a partir de 1999 com artigo

publicado por Rousseau e Arthur. De modo geral, o modelo proposto procura alinhar de

forma eficaz estratégias que produzam o comprometimento do trabalhador e suas práticas

socializadoras (identificados com o sujeito community) bem como a capacidade

empreendedora e suas práticas individualistas (identificados com o sujeito com o sujeito

agency).

As diversas características observadas no comportamento dos indivíduos nas

organizações são construídos a partir de ações ou práticas de modelos de gestão de

pessoas, sendo assim um modelo que busque a aproximação das noções agency e noções

community afetarão a vida da empresa.

Como características de destaque, a noção de ação agency defende a habilidade

dos indivíduos de tomarem decisões e agirem conforme seus interesses, estimulando a

proatividade. Dentre outras características, a noção agency desenvolve ideias de auto-

auto-afirmação, responsabilidade e controle direto sobre o ambiente. Neste sentido, o

indivíduo vê oportunidades como formas de obter vantagem competitiva.

45

Em contrapartida à noção agency, o sujeito community reflete sentimentos de

cooperação, adaptação ao ambiente, suporte mútuo entre os colegas de trabalho. O

comportamento coletivista requer maior participação dos indivíduos em relações de

interdependência, aprendizado coletivo, cooperação e suporte. Nessa dimensão as

oportunidades são vistas como caminhos para o engajamento coletivo. A noção de

community é baseada no indivíduo comprometido.

O modelo de gestão de pessoas que busca unir os conceitos de agency e de

community torna o comportamento dos funcionários mais abrangente e flexível, com

indivíduos coletivistas se dedicando à missão e ao sucesso da organização e com

indivíduos individualistas que em busca de seus interesses próprios agem com

proatividade e responsabilidade ao desenvolver suas obrigações.

Segundo Bastos e Grangeiro (2006)

O desenvolvimento do modelo de gestão agency-community

constitui, portanto, uma importante contribuição para os estudos

que procuram analisar a construção de vínculos entre indivíduos

e organizações à luz de como se articulam o conjunto de práticas

de gestão de pessoas. Fenômenos importantes tais como

comprometimento organizacional, percepção de justiça

organizacional, satisfação e motivação no trabalho, por exemplo,

podem ser mais bem compreendidos quando incorporarem em

seus modelos explicativos variáveis com poder de capturarem

dimensões significativas do modelo de gestão utilizado (e não

práticas isoladas) e que podem aproximar ou afastar pessoas e

organizações, tendo em vista os seus valores e expectativas.

46

2.7.Liderança na Gestão de Pessoas

O líder está em contato direto com seus subordinados, e dele é exigido algum tipo

de habilidade e segundo Hersey e Blanchard (1977) existem três áreas de habilidades

necessárias ao processo da gerência; a habilidade técnica que consiste na capacidade de

aplicar conhecimentos, técnicas, métodos e equipamentos necessários à execução de

tarefas específicas, é adquirida através da experiência, da educação e do treinamento; a

habilidade humana que é a capacidade e o discernimento para trabalhar com e por meio

de pessoas, incluindo o conhecimento do processo de motivação e a aplicação eficaz da

liderança; e a habilidade conceitual que é a capacidade de compreender a complexidade

da organização como um todo e onde cada área específica se enquadra nesse complexo;

permite agir de acordo com os objetivos globais da organização, e não em função de metas

e necessidades imediatas do próprio grupo.

Ainda, Hersey e Blanchard (1977) dizem que a combinação apropriada dessas

habilidades variará à medida que o indivíduo for ascendendo dos níveis inferiores de

supervisão até à cúpula diretiva da organização, conforme ilustra a figura a seguir

apresentada:

47

Figura 3 – Habilidades de Líderes

Segundo Santos:

A medida que sobe na hierarquia de uma empresa, o funcionário

tem cada vez menos necessidade de habilidades técnicas e cada

vez mais necessidades de habilidades conceituais. Os

supervisores, nos escalões inferiores, necessitam de considerável

habilidade técnica porque freqüentemente são solicitados a

treinar e orientar as atividades operacionais das suas seções. No

outro extremo, a alta direção não precisam saber como se

executam as tarefas técnicas ao nível operacional, mas deve ser

capaz de ver como todas essas funções estão relacionadas com a

realização dos objetivos globais da organização.

Enquanto a ênfase nas habilidades técnica e conceitual varia em

função dos diferentes níveis gerenciais, o denominador comum

48

cuja importancia permanece constante em todos os níveis é a

habilidade humana.

A teoria da liderança situacional de Hersey e Blanchard (1977) é uma teoria

contingencial que está voltada também para os liderados. Segundo a teoria situacional, o

sucesso da liderança ocorrerá quando o estilo do líder for adequado ao nível de

maturidade dos liderados.

A cerca do tema maturidade (Cavalcanti et al p.50):

A maturidade inclui dois componentes intimamente

relacionados: a maturidade para o trabalho e a maturidade

psicológica. Um subordinado com alta maturidade tanto tem

aquela para realização do trabalho quanto a psicológica,

sentindo-se confiante para a realização da tarefa e com uma

tendencia a assumir mais responsabilidades para atingir as

metas (Yukl, 1998). A figura abaixo apresenta os 4 estágios da

maturidade relacionado aos aspectos de direçao e de apoio.

49

Figura 4 – Estágios de Maturidade

Esse modelo baseia-se na combinação entre o estilo de liderança (E1, E2, E3 e

E4) e o nível de maturidade dos liderados (M1, M2, M3, M4).

Os estilos de liderança considerados são:

E1: Determinar (foco alto na tarefa e baixo no relacionamento);

E2: Persuadir (foco alto na tarefa e também no relacionamento);

E3: Compartilhar (foco baixo na tarefa e alto no relacionamento) e

E4: Delegar (foco baixo na tarefa e no relacionamento)

Os niveis de maturidade considerados são:

M1: funcionários despreparados e não desejosos de assumir responsabilidades em

relação à tarefa;

M2: fucionários dispostos e solícitos aos pedidos do líder, porém não capacitados

para realizar a tarefa por não terem as habilidades necessárias.

50

M3: funcionários sem motivação e não dispostos a executar a tarefa pedida pelo

líder, porém capazes de realizá-la;

M4: funcionários capazes e motivados.

A adaptabilidade e a amplitude de estilo são consideradas características

importantes para um líder. Para Hersey e Blanchard (1977) a adaptabilidade é a

capacidade de variar o estilo de liderança de acordo com as diferentes situações, então os

líderes mais adaptativos têm potencial para serem eficazes em situações diversas,

enquanto os líderes mais rígidos tendem a ser eficazes em situações específicas em que

seu estilo é compatível com o ambiente. O conceito de amplitude de estilo diz respeito à

capacidade de o líder usar os quatro estilos básicos. Esses autores lembram, ainda, que é

essencial tratar os diversos tipos de subordinados de forma diferenciada e tratar o mesmo

subordinado também de forma diferente, se a situação mudar.

2.8. Aplicabildiade em Normas

Devido à importância da gestão de pessoas na qualidade do produto final o tema

foi incluído na norma ISO9001:2015. Seleme e Stadler (2008) afirmam que a qualidade

não é apenas mais uma opção das instituições, pois a concorrência utiliza metodologias e

ferramentas com objetivos de extrair delas todo o potencial de melhoria e aceitação dos

produtos.” Segundo a norma “O pessoal que executa atividades que afetam a qualidade

do produto deve ser competente, com base em educação, treinamento, habilidade e

experiência apropriados.”

Ainda, a norma define que as organizações devem determinar as competências

necessárias de cada funcionário, fornecer treinamento ou tomar ações para satisfazer as

necessidades de competência, avaliar a eficácia das ações executadas, assegurar que a

mão-de-obra está consciente quanto à pertinência e importância de suas atividades e de

51

como elas contribuem para atingir os objetivos e manter registros apropriados de

educação, treinamento, habilidade e exeperiência.

A fim de aprimorar os sistemas de segurança e saúde no trabalho a norma OSHAS

18001/2007 apresenta diretrizes que auxiliam a implementação de estratégias e avaliação

dos resultados de empresas de qualquer setor. A necessidade da melhoria dos índices dos

sistemas SST surgem devido às exigências dos gestores e executivos visando maiores

lucros através de maior produtividade bem como das exigências legais cada vez mais

restritivas. A imagem seguinte demonstra o modelo de sistema de gestão para SST.

Figura 5 – Modelo de Sistema de Gestão OSHAS

Política de SST

Planejamento

Implementação e operação

Verificação e Ação Corretiva

Revisão Pela Gestão

52

2.9.Responsabilidade Social

O instituto Ethos define a responsabilidadfe social empresarial como a forma de

gestão transparente e ética da empresa com seus públicos com metas empresariais de curto

e longo prazo que promovam o desenvolvimento sustentável, preservação de recursos

ambientais e culturais, respeito à diversidade e à redução de desigualdades sociais.

Segundo a norma de responsabilidade social – ISO 26000:2010 –, a geração de

empregos, o salário pago e outras remunerações dos funcionários são contribuições

importantes em termos econômicos e sociais que uma organização pode oferecer. A

ausência de trabalho pleno e seguro é uma das causas de problemas sociais, portanto as

práticas de trabalho contribuem no respeito do estado de direito e no senso de justiça

presente na sociedade.

A Norma de Responsabilidade Social diz que a liderança é um pilar fundamental

para uma gestão organizacional eficaz. Ela é válida também para as iniciativas por parte

de todos na tomada de decisões e na motivação do empregado para o emprego de boas

práticas e integrá-las na cultura organizacional.

Para facilitar, de forma eficaz, a integração da responsabilidade social as

organizações devem familiarizar-se com os temas de governança organizacional, direitos

humanos, práticas de trabalho, meio ambiente, práticas leais de operação, satisfação do

consumidor e envolvimento e desenvolvimento da comunidade. A importância desses

temas é que cobrem os impactos econômicos, ambientais e sociais mais prováveis que

convém que sejam tratados pelas organizações.

A fim de integrar a responsabilidade social em uma organização de forma eficaz,

esta pode implementar ou aprimorar suas ferramentas de medição de indicadores de

desempenho. Verificar se existe necessidade de mudanças no sistema de governança para

53

que este promova maior liberdade, confiança, autoridade e motivação para a sugestão de

novas ideias durante os processos decisórios.

Para compreender os impactos de suas ações e elaborar estratégias para mitigação

de seus efeitos negativos e estratégias que absorvam o máximo dos efeitos positivos é

importante que a organização identifique os agentes atuantes, os agentes afetados e suas

áreas de atuação, portanto a identificação e o engajamento das partes interessadas são

fundamentais para a implementação da responsabilidade social. Entretanto, deve-se

atentar ao fato de que apesar das partes interessadas ajudarem na identificação de

relevância de assuntos específicos para suas decisões e atividades, elas não são substitutos

da sociedade na elaboração de normas e expectativa de comportamento.

A norma de responsabilidade social diz sobre a importância do engajamento:

Há várias razões para uma organização engajar suas partes

interessadas. O engajamento das partes interessadas pode ser usado

para:

aumentar a compreensão de uma organização dos prováveis

efeitos de suas decisões e atividades em partes interessadas

específicas;

determinar como melhor aumentar os impactos benéficos das

decisões e atividades da organização e como diminuir os impactos

negativos;

determinar se as alegações da organização acerca de sua

responsabilidade social são vistas como confiáveis;

ajudar uma organização a analisar seu desempenho para melhorá-

lo;

54

conciliar conflitos envolvendo seus interesses, os de suas partes

interessadas e as expectativas da sociedade como um todo;

abordar a relação entre os interesses das partes interessadas e as

responsabilidades da organização com a sociedade como um todo;

contribuir para a aprendizagem contínua da organização;

cumprir obrigações legais (por exemplo, com empregados);

tratar de interesses conflitantes, tanto entre a organização e a

parte interessada, como entre partes interessadas;

proporcionar para a organização os benefícios da obtenção de

diferentes perspectivas;

aumentar a transparência de suas decisões e atividades; e

formar parcerias para atingir objetivos mutuamente benéficos.

Ainda segundo a norma de responsabilidade social, a responsabilidade de

assegurar o tratamento justo dos trabalhadores é do governo. Quando a legislação vigente

é adequada basta que as organizações cumpram as exigências estabelecidas, e quando o

governo falha em legislar de maneira eficaz, convém que as organizações adotem,

apliquem, por meio de inspeções do trabalho, e garantam, judicialmente, as diretrizes

vigentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nas normas de trabalho da

Organização Internacional do Trabalho, OIT.

2.10. Novos Paradigmas de Gestão

Devido às exigências do mercado e pela competitividade global, as empresas

tendem a buscar aprimoramentos, melhorando a qualidade de seus produtos finais e

diminuindo o seu custo de produção. Para ter sucesso no mercado competitivo convém

55

que as organizações busquem processos de melhoria continuada e ideias inovadoras.

Nesse contexto, a empresa Toyota é lembrada como uma organização que lidera em

melhores resultados apresentando menor custo, pois fez das suas operações um

diferencial competitivo e estratégico tendo como base a metodologia de melhoria

continuada (Justa, 2009 apud Porter, 1999).

O Sistema Toyota de Produção, ou TPS, é apontado como o gerador do

desempenho da empresa. Para cultura Toyota é primordial reconhecer que as pessoas são

o recurso mais importante da organização e que sem a valorização das pessoas o resultado

positivo não aparecerá. Empresas que desejam implementar essa nova metodologia de

trabalho devem reconhecer e abandonar velhas práticas e antigos vícios.

Para estabelecer um processo de melhoria contínua a Toyota adotou o sistema

PDCA – Plan, Do, Check and Act (Planejar, Fazer, Checar e Agir) – como método de

trabalho. As fases do ciclo são coompreendidas como:

Plan: Nessa fase são definidos os objetivos de cada processo para alcançar

um produto final, para isso deve-se identificar os problemas, estabelecer

metas, analizar o processo e elaborar o plano de ação;

Do: a partir do planejado deve-se treinar as equipes, realizar as eventuais

mudanças estabelecidas pelo plano, medir e registrar resultados;

Check: a partir da execução do planejado deve-se verificar se o plano foi

executado da forma como foi concebido e mapear quais soluções geraram

resultados positivos e quais geraram resultados negativos, bem como suas

causas;

Act: a partir da checagem deve-se tomar decisões, previnir ou corrigir

situações as quais apresentam não conformidades e repetir soluções que se

mostraram adequadas.

56

Figura 6 – Ciclo PDCA

A Toyota desenvolve os seus líderes e CEOs internamente por meio de um

treinamento mentorado que dissemina o ensino da teoria básica do Sistema Toyota de

Produção e os seus princípios filosóficos, o que contraria a corrente do mercado que busca

líderes já formados por outras empresas para contratá-los.

Os líderes formados pela filosofia Toyota eram de diferentes setores da empresa,

sendo dos departamentos de engenharia, manufatura, vendas, etc. Apesar das diferenças

pessoais e de suas origens setoriais nenhum destes líderes se desviou da filosofia TPS

(Liker, 2005).

Segundo Liker (2005), o líder capacita seus funcionários para que estes sejam

capazes de tomar decisões e agir por conta própria, atribuindo tarefas que eles possam ter

liberdade e autonomia em um ambiente que não se preocupem com a competição interna.

Plan

• Definir Metas

• Definir Métodos

Do

• Treinar o Método

• Executar o Trabalho

Check

• Verificar os Resultados

• Verificar as causas dos resultados

Act

• Atuar corrigindo as falhas e mantendo os êxitos

57

Para o sucesso de sua liderança, o líder compreende que é um espelho para seus

subordinados portando deve ser o exemplo a ser seguido.

Sobre a implementação da cultura Toyota, deve ser pensado que seus efeitos

surgirão a longo prazo. Liker (2005) revela que é necessário que as pessos tenham o

sentimento de pertencimento ao grupo, no caso, a empresa. É necessário, não somente

prover o sentimento de segurança como também promover tarefas desafiadoras dando

liberdade e autonomia para que os envolvidos possam ter o controle das decisões, tendo

em vista que estes também serão responsabilizados pelos resultados, gerando assim,

reconhecimento por parte de seus superiores. As equipes de trabalho não devem ser

escolhidas sem antes terem sido treinadas no sistema e cultura.

Para a filosofia Toyota as falhas cometidas no processo são, na maioria das vezes,

responsabilidade dos líderes, ao contrário do que é observado na maioria das empresas

onde o operário de base geralmente é culpabilizado. O que é percebido é que as pessoas

tem orgulho quando seu trabalho gera um produto bem feito e se decepcionam caso

contrário, portanto é provável que as pessoas deixem de exercer corretamente sua função

quando existe uma metodologia de trabalho inadequada, falta de treinamento ou mesmo

a falta de metodologia.

Ao realizar um trabalho com êxito as pessoas sentem-se satisfeitas, portanto é

relativamente fácil mobilizar equipes para implementação de programas de melhoria

continuada. Portanto existe um benefício mútuo pois aumenta o grau de satisfação que os

funcionários sentem ao realizarem suas tarefas, tornando-os mais produtivos, cometendo

menos erros e promovendo assim um benefício para a organização.

O sentimento de pertencimento ao grupo gera intercâmbio de ideias para a

resolução e antecipação de problemas, então seus integrantes, que ao se verem em

situação problemática, sentem-se apoiados no próximo.

58

Convém ao líder acompanhar os processos com proximidade, se possível no

mesmo local onde ele é executado. Esse acompanhamento trará uma melhor visão sobre

o processo como um todo, então seu mapeamento será mais eficaz. Liker (2005) sugere

ao líder que ele mesmo execute, a fim de aprendizado, as tarefas determinadas aos seus

subordinados, para assim, ter maior compreensão do fluxo de processo e da natureza do

trabalho, permitindo realizar melhores observações acerca das possíveis falhas da

operação.

A partir do momento que o líder acompanha o processo em seu local de execução,

ele toma mais ciência das dificuldades envolvidas e pode entender melhor seus

funcionários, isso permite que ele consiga com maior facilidade acompanhar e possibilitar

a autonomia e liberdade de seus funcionários para resolução de problemas em sua etapa

da linha de produção antes que este passe para a etapa seguinte.

Para a melhor detecção de problemas é necessário que crie-se uma cultura de que

deve-se realizar os procedimentos em toda sua conformidade pela primeira vez, isso faz

com que os erros sejam mitigados e que, quando apareçam, tenham sua origem bem

definida no processo, portanto, facilitando no momento de realizar as alterações no plano

de execução.

3. Resultados e Discussão

3.1. Caracterização da Empresa

A empresa que cedeu espaço para a aplicação da pesquisa exerce suas atividades

na Zona da Mata Mineira nos municípios de Juiz de Fora, Matias Barbosa e Simão

Pereira. A organização está sediada em Matias Barbosa, município que conta com 13.435

habitantes, PIB de R$476.103.406 mil e IDH de 0,782. (IBGE 2010).

59

As atividades desenvolvidas variam entre obras de urbanização, incorporação de

empreendimentos imobiliários, loteamentos, terraplanagem, administração de obras

construção de edificações e serviços de engenharia em geral.

A empresa possui capital social estimado em torno de R$1.200.000,00 e um

quadro de funcionários com vínculo empregatício CLT de 16 integrantes além de

terceirizar algumas etapas de empreendimentos específicos.

A empresa apresenta características do subsetor de construção de edifícios como

enorme variabilidade de atividades, baixa qualificação da mão-de-obra, baixa

padronização e industrialização, financia-se em parte por bancos e investidores diretos

cobrando juros elevados, baixo nível de organização da mão-de-obra e domínio de custos,

não existe uma liderança forte e presente que organize a cadeia produtiva e alta

rotatividade no emprego.

A organização cedente tem seu quadro de funcionários com vínculos

empregatícios CLT, mas também contrata serviços terceirizados para a execução de

determinadas tarefas. Para excluir as diferenças nos resultados dos questionários

aplicados foi estabelecido que os funcionários das empresas terceirizadas não

participariam da pesquisa.

3.2. Engajamento no Trabalho

O questionário de engajamento foi aplicado para avaliar o estágio de engajamento

que os funcionários se encontravam. As perguntas do questionário foram respondidas

positivamente ou negativamente, de forma que no terço mais positivo foi considerado o

resultado como engajado, no terço central o resultado foi não-engajado e no terço mais

negativo foi considerado ativamente desengajado.

O questionário avalia, segundo Rodd Wagner e James K.Harter (2006):

60

A primeira questão reflete a claridade quanto à função do indivíduo e sua

compreensão do que ela representa dentro da equipe. Maiores escores positivos implicam

em maior produtividade, sendo em alguns casos, desnecessário dizer ao indivíduo qual

tarefa ele deve fazer e como executá-la;

A segunda questão está relacionada à qualidade dos materiais e equipamentos

disponibilizados, apontando que quando este item não é atingido o indivíduo sente-se

frustrado ou até mesmo furioso. Maiores escores positivos indicam menor risco de sofrer

acidentes;

A terceira questão reflete sobre os talentos naturais individuais. O foco em reduzir

pontos fracos é menos eficaz do que aumentar seus talentos naturais, a tentativa de reduzir

fraquezas pode gerar frustrações, perda de produtividade e menor engajamento.

A quarta questão diz respeito ao reconhecimento e premiação. Os dados obtidos

através de pesquisas anteriores do instituto Gallup mostram que respostas positivas

correlacionam com pelo menos dez porcento em maior produtividade.

A quinta questão diz sobre o quanto os indivíduos sentem-se valorizados como

seres humanos. O sucesso nas empresas requere comprometimento mútuo, a empresa

cuida de seus funcionários e seus funcionários cuidam da empresa.

A sexta questão diz respeito à mentoria, segundo dados apenas um por cento

daqueles que não se sentem mentorados estão engajados no trabalho e daqueles que se

sentem mentorados dois terços estão engajados. Não importando de onde parte o

encorajamento, seja dos superiores, pares ou subordinados.

A sétima questão reflete à valorização das opiniões dos empregados, quando essa

questão é correspondida maior é a segurança, produtividade, lealdade e menor chance de

desligamentos voluntários, ou seja, menor rotatividade.

61

A oitava questão está relacionada ao sentimento de estar conectado a um propósito

considerado nobre durante a execução do trabalho. O valor atribuído a uma causa nobre

pela qual muitas vezes supera os ganhos salariais. Esse item deve ser analisado em duas

partes, primeiro o entendimento de se a organização está tentando seguir a causa ou se

ela acredita que o esforço vale a pena, segundo o entendimento de como as ações

individuais na execução de tarefas auxiliam na busca desse objetivo.

A nona questão diz respeito à percepção de comprometimento dos colegas de

trabalho. Uma maior exigência de qualidade no início dos empreendimentos e tarefas

pode fazer com que a performace da equipe diminua, os iniciantes não acompanharão o

ritmo e qualidade dos mais experientes enquanto estes sentirão que estão tendo o trabalho

todo para si para poder cumprir as metas estabelecidas, portanto podem reduzir também,

de maneira estressante, sua performace.

A décima questão está relacionada a um sentimento de companheirismo, que

implica em uma maior suporte e divisão de responsabilidades quando alguma tarefa não

é executada conforme o planejado. O maior número de respostas positivas à este item está

correlacionado com menores índices de acidente, menor perda de inventário e maior

felicidade entre os funcionários.

A décima primeira questão é relativa ao quanto o funcionário sente que a

organização valoriza seu trabalho. Quanto mais positivas as respostas maiores as

probabilidades do indivíduo ser mais produtivo, permanecerem na empresa por mais

tempo, acreditar que são remunerados de forma justa.

A última questão diz respeito à obtenção de satisfação através do sentimento de

aprendizado e crescimento. Tanto executivos quanto trabalhadores de chão de fábrica tem

a necessidade de crescer como indivíduos, seja na esfera privada ou no ambiente de

trabalho.

62

Tabela 7 – Quantitativo de resposta ao questionário de engajmento

Questionário de Engajamento I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12

Eu sei o que esperam de meu trabalho N N S N S N N N S S N S

Eu tenho materiais e equipamentos necessários para trabalhar corretamente N N N N N N N N N N N N

No meu trabalho eu tenho a oportundade de fazer o que eu faço de melhor todo dia N N S N N N N N N N S S

Recebi um elogio ou fui recomendado na última semana N N S N N N N N S N N N

Meu superior ou alguém do meu trabalho parece se preocupar comigo como pessoa N N S N N N N N N N N N

Tem alguem no meu trabalho que encoraja meu desenvolvimento N N N N N N N N N N N N

No trabalho, minhas opiniões contam N N S N N N N N N S N N

A missão e o propósito da empresa me fazem sentir fazendo um trabalho importante N N S N N N N N N N N N

Meus associados estão comprometidos a fazer um trabalho de qualidade N N N S S N N S S N N N

Tenho um amigo no trabalho S S S S S S S S S S S S

Nos últimos seis meses alguém do meu trabalho conversou comigo sobre meu desenvolvimento na empresa N N N N N N N N N N N N

No último ano tive oportunidades de aprender e crescer no trabalho S N S S N S S S N N S N

Total de respostas positivas 2 1 8 3 3 2 2 3 4 3 3 3

63

A partir dos dados da Tabela 4, observa-se que a amostra possui 0 funcionários

engajados, 1 não-engajado e 11 ativamente desengajados.

Para buscar soluções para aumentar o nível de engajamento dos trabalhadores o

questionário dedicado ao tema foi analisado com base nas respostas de todo o grupo em

questão, não avaliando o resultado individual.

Tabela 8 – Resultado proporcional por questão

Eu sei o que esperam de meu trabalho 41,7%

Eu tenho materiais e equipamentos necessários para trabalhar corretamente 0,0%

No meu trabalho eu tenho a oportundade de fazer o que eu faço de melhor todo dia 25,0%

Recebi um elogio ou fui recomendado na última semana 16,7%

Meu superior ou alguém do meu trabalho parece se preocupar comigo como pessoa 8,3%

Tem alguem no meu trabalho que encoraja meu desenvolvimento 0,0%

No trabalho, minhas opiniões contam 16,7%

A missão e o propósito da empresa me fazem sentir fazendo um trabalho importante 8,3%

Meus associados estão comprometidos a fazer um trabalho de qualidade 33,3%

Tenho um amigo no trabalho 100,0%

Nos últimos seis meses alguém do meu trabalho conversou comigo sobre meu

desenvolvimento na empresa 0,0%

No último ano tive oportunidades de aprender e crescer no trabalho 58,3%

Através dos dados obtidos pelo questionário de engajamento foi observado que

nenhum dos entrevistados respondeu positivamente às questões 2, 6 e 11 sobre a

qualidade dos materiais e equipamentos, encorajamento no desenvolvimento por parte de

64

colegas de trabalho ou superiores e no desenvolvimento dentro da empresa

respectivamente.

A questão 1 obteve 41,7% de respostas positivas, um diagnóstico possível é a má

comunicação entre os funcionários de vários níveis hierárquicos e também pode ser

devido à baixa qualidade técnica fazendo com que os empregados não saibam quando e

como deve ser sua inclusão no processo produtivo.

Quanto à questão 2, nenhum funcionário respondeu positivamente se existem

ferramentas e equipamentos de qualidade disponíveis para a execução de seu trabalho. Os

dados obtidos através do questionário não são suficientes para poder confirmar a origem

dos equipamentos de trabalho, se são de propriedade do funcionário, ou de propriedade

da empresa. Para essa questão pode-se fazer algumas suposições, uma delas é de que a

empresa não fornece as ferramentas e equipamentos necessários para os funcionários,

então, estes têm que arcar com os custos para obtê-los. Outra suposição seria a de que as

ferramentas disponibilizadas pela empresa estão em más condições de conservação.

A questão 5 obteve apenas 8,3% de respostas positivas, os funcionários sentem-

se descartáveis, não existe um fortalecimento nos laços empregatícios, isso pode

desgastar o ambiente de trabalho de forma que exista tensões entre os chefes e seus

subordinados.

Aponta-se como prováveis explicações para esse resultado das questões 6 e 11 a

alta rotatividade no setor e a baixa escolaridade como impedimentos ao crescimento

dentro da empresa. Da mesma forma que apontado na questão 5, o funcionário sente-se

descartável e desvalorizado.

No que tange o índice de 100% de respostas positivas à questão 10, pode-se inferir

que o ambiente de trabalho permite relações sociais de forma com que todos os

entrevistados tenham pelo menos um amigo no emprego.

65

Embora o resultado positivo da questão 10, 33,3% dos entrevistados declararam,

na questão 9, que não acreditam que seus associados estão comprometidos com suas

atividades laborais. Esse índice aponta que cada um sente-se exigido demais e que seus

companheiros não estão acompanhando seu ritmo de trabalho, por que são incompetentes,

mal preparados ou porque não estão comprometidos com a realização das tarefas

determinadas.

A última questão diz que 58,3% dos funcionários acreditam que tiveram uma ou

mais oportunidades de crescer e aprender no trabalho. Esse índice pode revelar que os

empregados vêem na empresa uma oportunidade de crescimento e aprendizado, novos

contratados ingressam como serventes e no decorrer das atividades laborais aprendem

ofícios como carpinteiros, pedreiros, armadores, azulejeiros, entre outros, e assim,

conseguem vislumbrar a oportunidade de se tornarem mais qualificados e ascenderem em

seus postos de trabalho.

3.3. Motivação para trabalhar

A medida de motivação no trabalho foi aplicada a fim de saber o nível de

motivação dos funcionários para o trabalho realizado. O questionário é subdivido em três

seções: Seção I – avalia a valência, seção II – instrumentalidade e seção III expectativa.

Os dados obtidos estão apresentados nas tabelas 6, 7 e 8.

3.3.1. Seção I

Os dados obtidos através da seção de valência do questionário de motivação para

trabalhar estão representados nas tabelas 9 e 10, como dados globais e dados em

percentuais por questão.

66

Tabela 9 – Questionário MMT Seção I

Seção I I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12

... Ter oportunidades de me tornar mais qualificado 2 1 3 1 5 A 1 1 2 5 1 5

... Sentir-me valorizado pelas pessoas 2 1 4 4 5 A 1 1 2 1 1 4

... Ter retorno econômico 1 1 3 1 5 A 1 5 1 5 4 5

... Fazer amizades 5 5 4 5 5 A 3 5 3 4 3 5

... Obter assistências como transporte, educação, saúde, moradia, aposentadoria, etc 1 1 3 2 5 A 2 1 2 1 3 5

... Poder aprender novas coisas 4 1 4 1 5 A 3 1 3 5 1 5

... Poder dar assistência para minha família 5 1 4 4 5 A 4 1 4 5 1 5

... Poder contribuir para o progresso da sociedade 2 1 3 5 5 A 2 1 2 1 1 4

... Sentir-me reconhecido no que faço 1 1 4 1 5 A 3 1 2 1 1 5

... Sentir que sou uma pessoa produtiva 1 1 4 4 5 A 2 1 1 3 1 5

... Poder expressar minha criatividade 2 1 5 2 5 A 3 1 2 1 1 3

... Ter indepêndencia financeira 3 1 2 3 5 A 1 1 3 5 4 5

Média 2,42 1,33 3,58 2,75 5,00 A 2,17 1,67 2,25 3,08 1,83 4,67

Média da Seção 2,80

Obs: A = Ausente

67

Tabela 10 – Questionário MMT Seção I – Percentual

Considero importante...

1 2 3 4 5

.. Ter oportunidades de me tornar mais qualificado 45% 18% 9% 0% 27%

... Sentir-me valorizado pelas pessoas 45% 18% 0% 27% 9%

... Ter retorno econômico 45% 0% 9% 9% 36%

... Fazer amizades 0% 0% 27% 18% 55%

... Obter assistências como transporte, educação, saúde, moradia,

aposentadoria, etc 36% 27% 18% 0% 18%

... Poder aprender novas coisas 36% 0% 18% 18% 27%

... Poder dar assistência para minha família 27% 0% 0% 36% 36%

... Poder contribuir para o progresso da sociedade 36% 27% 9% 9% 18%

... Sentir-me reconhecido no que faço 55% 9% 9% 9% 18%

... Sentir que sou uma pessoa produtiva 45% 9% 9% 18% 18%

... Poder expressar minha criatividade 36% 27% 18% 0% 18%

... Ter indepêndencia financeira 27% 9% 27% 9% 27%

Quanto à valência, observou-se que 63% dos entrevistados dizem que o trabalho

é nada ou pouco importante para ter oportunidades de se tornar mais qualificado, sentir-

se valorizado pelas pessoas, obter assistências de transporte educação, saúde e outros,

para contribuir para o progresso da sociedade, ser reconhecido pelo que faz e para

expressar a sua criatividade, 45% acham que é importante ou muito importante para ter

retorno econômico e para aprender coisas novas, 72% acham que o trabalho é importante

ou muito importante para dar assistência às suas famílias, 54% acham que é pouco ou

68

nada importante para perceber-se como produtivo e 36% dizem que é pouco ou nada

importante assim como outros 36% dizem que o trabalho é importante ou muito

importante para obter independência financeira.

3.3.2. Seção II

Os dados obtidos através da seção de instrumentalidade do questionário de

motivação para trabalhar estão representados nas tabelas 11 e 12, como dados globais e

dados em percentuais por questão.

69

Tabela 11 – Questionário MMT Seção II

Seção II I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12

... Ter oportunidades de me tornar mais qualificado 1 A 3 1 1 A 3 1 3 2 1 1

... Sentir-me reconhecido pelo que faço 1 A 4 2 1 A 2 1 2 1 1 1

... Ser independente financeiramente 2 A 2 4 5 A 3 1 3 1 2 5

... Sentir-me valorizado 1 A 5 1 2 A 1 1 1 1 1 1

... Conquistar a confiança de meus superiores 2 A 5 2 2 A 2 1 3 1 1 2

... Sentir-me uma pessoa digna 4 A 5 4 1 A 3 1 4 1 1 3

... Aprender coisas novas 3 A 4 5 1 A 3 3 3 3 2 4

... Contribuir para o progresso da sociedade 1 A 4 5 1 A 4 1 1 1 1 3

... Perceber-me como produtivo 2 A 4 2 1 A 3 1 2 3 1 2

... Expressar minha criatividade 2 A 3 2 1 A 2 1 2 1 1 1

... Obter assistencias como transporte, educação, saúde, moradia, aposentadoria, etc 1 A 5 1 2 A 1 1 1 1 1 1

... Dar assistência para minha família 1 A 5 2 4 A 1 1 1 4 1 3

Média 1,75 A 4,08 2,58 1,83 A 2,33 1,17 2,17 1,67 1,17 2,25

Média da Seção 2,10

Obs: A= Ausente

70

Tabela 12 – Questionário MMT Seção II – Percentual

A realização do meu trabalho é útil para...

1 2 3 4 5

... Ter oportunidades de me tornar mais qualificado 60% 10% 30% 0% 0%

... Sentir-me reconhecido pelo que faço 60% 30% 0% 10% 0%

... Ser independente financeiramente 20% 30% 20% 10% 20%

... Sentir-me valorizado 80% 10% 0% 0% 10%

... Conquistar a confiança de meus superiores 30% 50% 10% 0% 10%

... Sentir-me uma pessoa digna 40% 0% 20% 30% 10%

... Aprender coisas novas 10% 10% 50% 20% 10%

... Contribuir para o progresso da sociedade 60% 0% 10% 20% 10%

... Perceber-me como produtivo 30% 40% 20% 10% 0%

... Expressar minha criatividade 50% 40% 10% 0% 0%

... Obter assistencias como transporte, educação, saúde, moradia,

aposentadoria, etc 80% 10% 0% 0% 10%

... Dar assistência para minha família 50% 10% 10% 20% 10%

Em relação à instrumentalidade, 70% dos participantes consideram que a

realização do seu trabalho é pouco ou nada útil para se tornarem mais qualificados e se

perceberem como membros produtivos da sociedade, 90% dizem que a realização de seu

trabalho é pouco ou nada útil para sentir-se reconhecido pelo que faz, serem valorizados,

expressar sua criatividade e obter assistências, 30% consideram que seu trabalho é útil ou

muito útil para ser independentes financeiramente, para aprenderem novas coisas, para

contribuir para o progresso da sociedade e para dar assistência a seus familiares. 80%

71

acham que é pouco ou nada útil para conquistar a confiança de seus superiores e 40%

dizem que é útil ou muito útil para sentir-se mais digno.

3.3.3. Seção III

Os dados obtidos através da seção de expectativa do questionário de motivação

para trabalhar estão representados nas tabelas 13 e 14, como dados globais e dados em

percentuais por questão.

72

Tabela 13 – Questionário MMT Seção III

Seção III I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I11 I12

... Maiores oportunidades de me tornar mais qualificado 1 A 4 2 1 A 3 2 3 2 1 2

... Reconhecimento pelo que faço 1 A 5 2 1 A 2 1 2 1 1 2

... Confiança dos meus superiores 1 A 4 2 2 A 1 1 3 1 1 3

... Crescimento profissional 1 A 5 3 1 A 3 1 3 3 1 3

... Sentimento de dignidade 1 A 4 2 1 A 3 1 3 1 1 1

... Aprendizagem de novas coisas 1 A 5 2 3 A 2 2 2 3 1 3

... Contribuição para o progresso da sociedade 1 A 3 5 3 A 3 1 2 3 1 2

... Oportunidades de influenciar nas decisões da empresa 1 A 3 3 1 A 1 1 1 1 1 1

Média 1,00 A 4,13 2,63 1,63 A 2,25 1,25 2,38 1,88 1,00 2,13

Média da Seção 2,03

Obs: A=Ausente

73

Tabela 14 – Questionário MMT Seção III – Percentual

É provável que o meu trabalho possa trazer...

1 2 3 4 5

... Maiores oportunidades de me tornar mais qualificado 30% 40% 20% 10% 0%

... Reconhecimento pelo que faço 50% 40% 0% 0% 10%

... Confiança dos meus superiores 50% 20% 20% 10% 0%

... Crescimento profissional 40% 0% 50% 0% 10%

... Sentimento de dignidade 60% 10% 20% 10% 0%

... Aprendizagem de novas coisas 20% 40% 30% 0% 10%

... Contribuição para o progresso da sociedade 30% 20% 40% 0% 10%

... Oportunidades de influenciar nas decisões da empresa 80% 0% 20% 0% 0%

Na seção de expectativa 70% consideram que tem pouca ou nenhuma

oportunidade de se tornarem mais qualificado, 90% que tem pouca ou nenhuma chance

de serem reconhecidos pelo seu trabalho, 70% consideram que tem pouca ou nenhuma

chance de obterem confianca dos supervisores, 50% acham que talvez consigam

crescimento profissional exercendo seu trabalho, 70% acreditam que executando seu

trabalho é pouco ou nada provável que se sintam dignos, 60% consideram que é pouco

ou nada provável que consiga aprender novas coisas, 50% acham que seu trabalho pode

contribui pouco ou nada para o progresso da sociedade e 80% acreditam que não é nada

provável que tenham oportunidades de influenciar nas decisões da empresa.

74

3.3.4. Fator Motivacional

A expressão do instrumento MMT é dada pelo produto da média dos escores de

cada seção:

𝑀 = 𝑉 × 𝐼 × 𝐸

Sendo:

M = Fator Motivação para trabalhar

V = Média dos escores da seção de valência

I = Média dos escores da seção de instrumentalidade

E = Média dos escores da seção de expectativa

É necessário tratar os dados de forma que os valores fiquem linearmente entre -1

e 1. Valores negativos atribuídos ao fator motivação para trabalhar indicam que é

provável que os funcionários estejam evitando realizar as tarefas, e quanto mais negativo

maior é essa intensidade. Valores positivos mostram que os funcionários estão se

dedicando ao cumprimento das tarefas de forma ativa, quanto mais próximo de 1, maior

é a intensidade com que o funcionário se dedica à tarefa.

Portanto, no presente estudo, o quadro de funcionários tem como fator de

motivação para trabalhar o escore de -0,357 pontos em uma escala que varia de -1 a 1.

Apresentando, então, um fator motivacional baixo com provável fuga ao cumprimento

das tarefas atribuídas.

Ao analisar o fator motivação para trabalhar de cada funcionário individualmente

tem-se que apenas 1 funcionário está motivado, enquanto 3 estão muito desmotivados, 5

estão desmotivados e 2 não estão nem motivados ou desmotivados.

Os dados obtidos seguem apresentados na seguinte tabela:

75

Tabela 15 – Fator Motivação por funcionário

I1 I3 I4 I5 I7 I8 I9 I10 I11 I12

Sessão I 2,42 3,58 2,75 5,00 2,17 1,67 2,25 3,08 1,83 4,67

Sessão II 1,00 4,13 2,63 1,63 2,25 1,25 2,38 1,88 1,00 2,13

Sessão III 1,00 4,13 2,63 1,63 2,25 1,25 2,38 1,88 1,00 2,13

M 2,42 61,06 19,02 13,28 10,99 2,61 12,74 10,89 1,83 21,19

M tratado -0,83 0,47 -0,17 -0,32 -0,39 -0,81 -0,33 -0,39 -0,89 -0,12

3.3.5. Análise

Comparando os resultados das seções 1 e 2 do questionário de Medidas de

Motivação para Trabalhar tem-se o resultado de que 72% acham que o trabalho é

importante ou muito importante para dar assistência às suas famílias, frente a 60% que

acreditam que o trabalho que exercem nessa empresa de construção civil é pouco ou nada

útil para atender à esse quesito. Sendo assim, uma possível inferência é de que os

funcionários não estão suprindo suas necessidades de assistir ao seu ambiente familiar,

ou gostariam de contribuir com maiores valores financeiros em suas residências.

Para 70% dos entrevistados o trabalho é pouco ou nada útil para perceberem-se

como membros produtivos da sociedade, frente à 55% que acham que perceber-se como

produtivo é pouco ou nada importante. Portanto existe uma parcela dos trabalhadores que

acreditam que podem contribuir para o progresso civilizatório, entretanto estão

desempenhando tarefas às quais não acreditam serem úteis, então não se identificam com

as políticas da empresa, seja sua missão ou sua forma de execução de tarefas.

76

Ter independência financeira é importante ou muito importante para 36% dos

entrevistados e 30% dos mesmos disseram que o trabalho é útil ou muito útil para

conquistá-la. Portanto, em certo grau, pode-se inferir que alguns funcionários estão

satisfeitos com seus salários, embora a maioria não considere importate a recompensa

financeira.

Sentir-se reconhecido é pouco ou nada importante para 63% dos entrevistados e

70% dos mesmos disseram que o trabalho é pouco ou nada útil para conseguir sentir-se

reconhecido pelo que faz. Isso revela que a autoestima dos funcionários está baixa, tanto

eles não a consideram importante quanto não acreditam que o trabalho ajudará em sua

conquista.

O trabalho na construção requer diferentes habilidades e qualificações, 80% dos

entrevistados acham que o trabalho é pouco ou nada útil para tornarem-se mais

qualificados frente a 27% que disseram que é muito importante, portanto existe um grupo

que deseja se qualificar e permanecer no setor. Algumas inferências são possíveis, a

empresa pode não estar apresentando novos desafios, então o funcionário sente-se

estagnado, ou não existe interesse por parte do funcionário em continuar no setor e

considera-o como um trabalho temporário, ou o padrão de qualidade exigido é baixo

levando ao desinteresse em executar a tarefa com maestria.

Para 35% dos entrevistados, o trabalho é importante ou muito importante para

sentirem-se valorizados, entretanto 90% disseram que acham que a sua execução é pouco

ou nada útil para alcançar esse objetivo, o que pode indicar que existem funcionários que

não se sentem valorizados pelos seus superiores, colegas de trabalho ou mesmo pela

sociedade embora almejem isso.

Para 60% dos funcionários, o trabalho é pouco ou nada útil para o progresso da

sociedade enquanto 63% acreditam que esse quesito é pouco ou nada importante. A partir

77

destes dados é possível inferir que as preocupações dos trabalhadores estão em um nível

mais pessoal e familiar.

Quanto às questões sobre criatividade, 90% acham que seu trabalho é pouco ou

nada útil e 63% acreditam que exercer sua criatividade é pouco ou nada importante. Assim

como as questões relativas ao reconhecimento e valorização do seu trabalho, a autoestima

está baixa, revelando que as motivações para trabalhar são basicamente de cunho

financeiro e de manter-se no emprego.

Correlacionando a teoria da expectativa de Vroom com a teoria da hierarquia das

necessidades de Maslow constata-se alguns fatores importantes:

O questionário de motivação aplicado não revela dados sobre as necessidades

fisiológicas, desgaste físico, ruídos excessivos, condições do ar etc. Estes dados seriam

de imortante relevância para entender o setor da construção civil nesse aspecto.

As necessidades de segurança podem não estar sendo atendidas, baixos salários e

alta rotatividade no setor gera insegurança quanto à demissão, portanto observa-se que os

maiores índices na seção de valência estão relacionados à segurança financeira e sustento

familiar. O questionário mostra-se incompleto pois não permite a observância quanto ao

quesito segurança em relação à saúde do trabalhador, sendo o setor da construção civil

um ambiente em que ocorrem muitos acidentes de trabalho.

Quanto às necessidades sociais, um grande número de funcionários acredita que é

importante ou muito importante fazer amigos no trabalho. Devido às características do

questionário aplicado, não é possível obter mais informações sobre essa questão,

entretanto, observa-se através do questionário de engajamento que a necessidade social,

quando se fala em amizade, está sendo satisfeita.

As necessidades de estima e autorrealização mostram-se com os menores índices

na seção de valência, os funcionários não se sentem valorizados e nem reconhecidos pelo

78

seu trabalho, além de acreditarem que não podem exercer sua criatividade, e tampouco

acreditam que esses quesitos são importantes demonstrando um baixo índice nesses

quesitos no que compreende à seção de valência.

Traçando um paralelo entre as duas teorias tem-se como inferência possível que

devido às necessidades de segurança não estarem sendo atendidas não existe uma

expectativa de recompensa aos fatores de estima e auto realização, e embora algumas das

necessidades sociais estejam sendo atendidas, estas não são suficientes para elevar o

índice de medida de motivação para trabalhar.

3.4.Agency Community

Rousseau e Arthur (1999) criaram um instrumento, conhecido como Escala

Agency Community (EAC) a fim de realizar um diagnóstico que permite investigar os

vínculos que são criados, fortalecidos ou enfraquecidos entre indivíduos e organizações

a partir dos modelos de gestão de pessoas empregados.

O instrumento permite avaliação tanto pelo ponto de vista dos trabalhadores

quanto do ponto de vista da organização. Devido à complexidade dos itens avaliados é

recomendado que os respondentes do teste tenham, no mínimo, ensino médio concluído.

Para o caso em questão somente o ponto de vista da organização foi avaliado.

Os indicadores são medidos da seguinte forma:

Princípios community (PRCo) – escore médio dos itens 1, 3, 6, 11, 16,

20, 25, 28 e 32.

Princípios agency (PRAg) – escore médio dos itens 7, 10, 12, 15, 22, 26

e 27.

Práticas community (PTCo) – escore médio dos itens 5, 8 9, 13, 18, 21,

23, 30 e 31.

79

Práticas agency (PTAg) – escore médio dos itens 2, 4, 14, 17, 19, 24, 29,

33 e 34.

Com base nos valores obtidos através dos itens avaliados é calculado outros dois

fatores:

Força dos elementos community na gestão de pessoas (FCom): média

aritmética de PRCo e PTCo, com escores variando de 1 a 7.

Força dos elementos agency na gestão de pessoas (FAgen): escore médio

de PRAg e PTAg, com escores variando de 1 a 7.

FCom – Escores mais elevados indicam maior peso dos elementos community,

seja como princípios orientadores ou práticas de gestão empregadas. Portanto, escores

elevados indicam que a organização possui um conjunto de políticas e práticas de gestão

que incentivam o comprometimento e fortalecem vínculos entre os funcionários e a

organização. Tais políticas e práticas incentivam os indivíduos a compartilharem valores

da cultura organizacional.

FAgen – Escores mais elevados indicam maior presença de elementos agency nos

princípios orientadores e nas práticas de gestão de pessoas. Portanto, maiores escores

indicam que a organização incentiva valores individualistas, que vê seu funcionário como

indivíduo responsável por sua própria carreira.

Com base nos escores obtidos na aplicação do questionário é possível avaliar o

quanto a organização valoriza cada um dos conceitos.

O resultado da pesquisa está presente na tabela a seguir:

80

Tabela 16 – Resultado do Questionário Agency-Community

1. Estimular a cooperação entre os trabalhadores. 5

2. Recompensar diferencialmente o trabalhador pelo seu desempenho individual. 3

3. Preocupar-se com o trabalhador em todas as suas dimensões. 4

4. Priorizar as ações de recrutamento e seleção pela transitoriedade dos contratos de

trabalho.

1

5. Oferecer oportunidades internas de crescimento na carreira. 5

6. Estimular o trabalho em equipe com troca de conhecimentos e aprendizagens 3

7. Considerar que o vínculo com o trabalhador pode ser rompido a qualquer instante. 7

8. Oferecer suporte para a recolocação das pessoas que deixam a organização 2

9. Recompensar o trabalhador a partir do desempenho coletivo. 1

10. Considerar natural que seus empregados protejam e defendam seus próprios

interesses.

7

11. Fortalecer o vínculo de comprometimento do trabalhador com a organização. 4

12. Oferecer alto grau de liberdade para o trabalhador, permitindo que ele expresse sua

forma peculiar de desempenhar o trabalho.

3

13. Assegurar recursos para o bem estar pessoal e familiar do trabalhador. 6

14. Enfatizar aqueles treinamentos voltados para o desempenho das tarefas do trabalho. 2

15. Valorizar o trabalhador que trata o seu emprego como se fosse um negócio próprio. 1

16. Preocupar-se em manter os seus colaboradores. 6

17. Deixar para o trabalhador a responsabilidade por manter a sua empregabilidade. 3

18. Favorecer a socialização que fortaleça a identificação do trabalhador com a cultura

organizacional.

2

81

19. Cumprir apenas as exigências legais por ocasião do término do contrato. 6

20. Estimular a criação de redes interpessoais no seu interior. 5

21. Criar mecanismos para integrar os seus trabalhadores à organização. 2

22. Estimular algum nível de competição para melhorar o desempenho dos

trabalhadores.

1

23. Valorizar o intercâmbio de experiências e aprendizagens entre os trabalhadores. 5

24. Recompensar de modo diferenciado os trabalhadores que sejam mais

empreendedores.

3

25. Estimular o suporte mútuo entre os trabalhadores. 4

26. Incentivar que o trabalhador construa redes fora da organização para assegurar novas

oportunidades de trabalho.

2

27. Reconhecer que os trabalhadores devem agir para afirmar os seus interesses pessoais. 7

28. Estabelecer vínculos com o trabalhador que possam ser duradouros. 5

29. Nas ações de qualificação, priorizar o preparo para as tarefas a ele confiadas. 6

30. Nos processos de seleção, valorizar a congruência entre valores pessoais e

organizacionais.

5

31. Oferecer apoio para que as pessoas fortaleçam sua capacidade de responder às

transformações no trabalho

3

32. Estimular a comunicação, ampliando as trocas de experiências e aprendizagens entre

os trabalhadores.

4

33. Estimular o trabalhador a participar da elaboração do desenho do seu cargo. 4

34. Oferecer aos trabalhadores oportunidades de construir competências necessárias para

o desenvolvimento de carreiras futuras mesmo fora da organização.

5

82

Princípios community (PRCo) – 4,44

Princípios agency (PRAg) – 4,43

Práticas community (PTCo) – 3,44

Práticas agency (PTAg) – 3,67

Resultado final

Forças community (FCom) – 3,94

Forças agency (FAgen) – 4,05

O resultado revela que tanto os fatores agency quanto os fatores community estão

pouco desenvolvidos na organização. Uma das inferências possíveis a serem feitas sobre

a causa desse resultado é de que ao não definir formalmente, por meio escrito, as práticas

de gestão de pessoas, tanto a empresa quanto seus funcionários passam a ter noções

difusas sobre como a organização se comporta com relação à gestão de pessoas.

3.5.Responsabilidade Social

3.5.1. O Questionário

O questionário de Responsabilidade Social Empresaria foi desenvolvido pelo

Grupo Ethos e consta com diversos indicadores avaliados em Questões de Profundidade

e Questões Binárias. Os indicadores avaliam os seguintes temas:

Valores, Transaparência e Governança;

Público Interno;

Meio Ambiente;

Consumidores e Clientes;

Comunidade e

Governo e Sociedade.

83

Para desenvolver o presente documento foram considerados os indicadores de

Questões de Profundidade no quesito de Público Interno por terem maior correlação com

o tema deste trabalho.

O quesito Público Interno apresenta os seguintes indicadores:

Relações com Sindicatos;

Gestão Participativa;

Compromisso com o Futuro das Crianças;

Compromisso com o Desenvolvimento Infantil;

Valorização da Diversidade;

Compromisso com a Não-Discriminação e Promoção da Equidade Racial;

Compromisso com a Promoção da Equidade de Gênero;

Relações com Trabalhadores Terceirizados;

Política de Remuneração, Benefícios e Carreira;

Cuidados com Saúde, Segurança e Condições de Trabalho;

Compromisso com o Desenvolvimento Profissional e Empregabilidade;

Comportamento nas Demissões;

Preparação para a Aposentadoria.

O indicador de profundidade permite avaliar o estágio atual da gestão da empresa

em relação a determinada prática. É representado por quatro quadros contíguos que

apresentam estágios dessa prática cujo nível de desempenho evolui do primeiro até o

quarto estágio, permitindo à empresa situar-se facilmente na escala. Esses quatro estágios

têm a seguinte interpretação:

1 – Representam um estágio básico de ações da empresa, no qual ela ainda se

encontra em nível reativo às exigências legais.

84

2 – Representa um estágio intermediário de ações, no qual a empresa mantém uma

postura defensiva sobre os temas, mas já começa a encaminhar mudanças e avanços em

relação à conformidade de suas práticas.

3 – Representa um estágio avançado de ações, no qual já são reconhecidos os

benefícios de ir além da conformidade legal, preparando-se para novas pressões

regulamentadoras no mercado, da sociedade, etc. A responsabilidade social e o

desenvolvimento sustentável são tidos como estratégicos para o negócio.

4 – Representa um estágio proativo no qual a empresa atingiu padrões

considerados de excelência em suas práticas, envolvendo fornecedores, consumidores,

clientes, a comunidade e também influenciando políticas públicas de interesse da

sociedade.

Apenas um dos quatro estágios pode ser escolhido, devendo-se optar por aquele

que mais se aproxima da realidade da empresa. Nessa avaliação, é preciso considerar que

a escolha de um estágio pressupõe o cuprimento do nível anterior.

Na hipótese de nenhum dos quadros corresponder à realidade da empresa, deve-

se assinalar um dos seguintes motivos:

Não havíamos tratado antes desse assunto;

Não vemos aplicação disso em nossa empresa

Assinalando a segunda opção, a empresa deve apresentar uma justificativa no

espaço reservado para comentários

3.5.2. Resultados

Relações com Sindicatos

Não exerce pressão e oferece liberdade de atuação dos sindicatos no local de

trabalho.

85

Estágio 2 – Representa um estágio intermediário de ações, no qual a empresa

mantém uma postura defensiva sobre os temas, mas já começa a encaminhar mudanças e

avanços em relação à conformidade de suas práticas.

Gestão Participativa

Não havíamos tratado antes desse assunto

Compromisso com o Futuro das Crianças

Não havíamos tratado antes desse assunto

Compromisso com o Desenvolvimento Infantil

Obedece a legislação em vigor relativa à proteção à maternidade, paternidade,

amamentação e creche, proibindo formalmente qualquer tipo de discriminação à mulher

gestante e a empregados (mulheres e homens, incluindo terceirizados) com filhos

menores de 6 anos de idade em processos admissionais, em promoções ou na mobilidade

interna

Estágio 1 – Representam um estágio básico de ações da empresa, no qual ela ainda

se encontra em nível reativo às exigências legais.

Valorização da Diversidade

Segue rigorosamente a legislação relacionada a preconceito e discriminação

negativa e se declara contra comportamentes discriminatórios que não promovam

igualdade de oportunidades no ambiente interno e na relação com seus clientes,

fornecedores e comunidade de entorno.

86

Estágio 1 – Representam um estágio básico de ações da empresa, no qual ela ainda

se encontra em nível reativo às exigências legais.

Compromisso com a Não-Discriminação e Promoção da Equidade Racial

Segue rigorosamente a legislação em vigor que proibe a discriminação racial no

mundo do trabalho e assume internamente uma postura contrária a qualquer tipo de

preconceito em relação a todas as partes interessadas. Exige em contrato que a legislação

seja cumprida rigorosamente também pelos empregados terceirizados

Estágio 1 – Representam um estágio básico de ações da empresa, no qual ela ainda

se encontra em nível reativo às exigências legais.

Compromisso com a Promoção da Equidade de Gênero

Segue rigorosamente a Constituição Brasileira que proíbe a discriminação de

gênero no mundo do trabalho e assume internamente uma postura contrária a qualquer

tipo de preconceito em relação a todas as partes interessadas. Exige em contrato que a

legislação seja cumprida também pelos empregados terceirizados.

Estágio 1 – Representam um estágio básico de ações da empresa, no qual ela ainda

se encontra em nível reativo às exigências legais.

Relações com Trabalhadores Terceirizados

Monitora periodicamente o cumprimento dos requisitos estabelecidos na

contratação, exigindo que sejam feitos ajustes que garantam o correto cumprimento da

legislação.

87

Estágio 2 – Representa um estágio intermediário de ações, no qual a empresa

mantém uma postura defensiva sobre os temas, mas já começa a encaminhar mudanças e

avanços em relação à conformidade de suas práticas.

Política de Remuneração, Benefícios e Carreira

Busca superar os pisos salariais firmados com os sindicatos.

Estágio 1 – Representam um estágio básico de ações da empresa, no qual ela ainda

se encontra em nível reativo às exigências legais.

Cuidados com Saúde, Segurança e Condições de Trabalho

Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

A empresa cumpre as exigências legais, mas não existem planos e metas definidas.

Compromisso com o Desenvolvimento Profissional e Empregabilidade

Promove atividades de treinamento pontuais, focadas no desempenho das tarefas

especificas.

Estágio 1 – Representam um estágio básico de ações da empresa, no qual ela ainda

se encontra em nível reativo às exigências legais.

Comportamento nas Demissões

Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

A empresa cumpre as obrigações legais. Em alguns casos pedimos que outra

empresa contrate o funcionário.

Preparação para a Aposentadoria

88

Não havíamos tratado antes desse assunto

3.5.3. Avaliação Geral

Número de respostas por estágio:

Estágio 1 – 6

Estágio 2 – 2

Não havia pensado – 3

Não vemos aplicação disso em nossa empresa – 2

A empresa se enquadra em 6 indicadores no Estágio 1, 2 indicadores no estágio 2,

em 3 indicadores o sócio proprietário afirmou que não havia pensado no assunto e em

outros 2 indicadores foi afirmado que não vê aplicação prática, justificando que já cumpre

as exigências legais.

Conclui-se que a empresa está em estágio reativo e defensivo com relação a

responsabilidade social no que tange ao seu público interno. Cumpre as leis, entretanto

não existe um esforço adicional para atingir os objetivos da responsabilidade social.

Pode-se especular alguns dos motivos que levam à esse resultado, dentre eles

destacam-se, que a empresa por ser de pequeno porte, tem custos financeiros relativos

maiores do que empresas de grande porte, portanto em algumas questões isso pode

significar seu fracasso. As políticas que a organização não aborda e que não geram

despesas despendem de trabalho para serem implementadas e continuadas, esse trabalho

deve ser executado por alguém com cargo de gerência ou chefia, e como a empresa possui

apenas dois gerentes, tal tempo pode ser considerado uma demanda excessiva.

89

3.6.Correlação Gestão Empresarial e Comportamento dos Funcionários

As práticas e princípios orientadores desenvolvidas pela empresa não são

formalizadas via escrito, então existe um sentimento difuso com relação aos seus

empregados. O funcionário não se sente como indivíduo pertencente a um grupo e

também não se sente autônomo e valorizado.

Comparando as respostas obtidas pelos questionários de Motivação Para

Trabalhar, de Engajamento e de Agency-Community percebe-se que a empresa não

estabelece padrões que fortalecam a noção agency, e como possível consequência, as suas

características individualistas não são percebidas pelos seus funcionários, eles não se

sentem livres para demonstrar suas opiniões, ou aplicar sua criatividade, e tampouco

consideram isso importante, mostrando que os pontos de gestão de pessoas que valorizam

a responsabilidade e autonomia não estão sendo aplicados e esse efeito surge em seus

funcionários.

Em relação às noções community é possível perceber que, como também não são

plenamente desenvolvidas, os funcionários não manifestam suas características coletivas,

eles acreditam que o seu companheiro não se esforça tanto quanto ele, não se sente

pertencente a um grupo e não acham relevante ou importante poder contribuir para o

progresso da sociedade.

Comparando os questionários de motivação e de engajamento com o questionário

de indicadores de responsabilidade social empresarial observa-se que do ponto de vista

dos funcionários, eles dizem que não acham que seu trabalho possa ser útil para trazer

benefícios como educação, saúde e aposentadoria e do ponto de vista empresarial, o gestor

sócio proprietário limita-se a cumprir a legislação vigente.

90

3.7.Correlação Motivação x Engajamento

Foi realizada uma análise de correlação de Spearman com os dados do

questionário de engajamento e a seção de expectativa da medida de motivação no

trabalho. Tal análise foi realizada com o objetivo de investigar a associação entre

engajamento e expectativas em relação ao trabalho. A maior correlação foi encontrada

entre a questão 2 da seção III da medida de motivação para trabalhar e a questão 4 do

questionário de engajamento foi r=0,625; p < 0,001. Infere-se desta correlação que os

funcionários que receberam um elogio na última semana pelo supervisor, avaliam como

provável a possibilidade de que o trabalho executado por eles gere reconhecimento por

parte de seus supervisores.

Valores acima de 0,9 representam fortíssima correlação, entre 0,7 e 0,9

apresentam forte correlação, entre 0,5 e 0,7 apresentam correlação moderada, entre 0,3 e

0,5 correlação fraca e entre 0 e 0,3 fraquíssima correlação.

A tabela a seguir destaca todos os valores de correlação obtidos através dos

questionários de motivação e de engajamento, utilizando como nomenclatura uma

abreviatura do questionário utilizado mais o número da questão:

91

Tabela 17: Coeficientes de Correlação entre os questionários

Eu sei o que

esperam do

meu trabalho

No meu

trabalho eu

tenho a

oportunidade

de fazer o

que eu faço

de melhor

todo dia

Recebi um

elogio ou fui

recomendado

na última

semana

Meu superior

ou alguém

do meu

trabalho

parece se

preocupar

comigo

como pessoa

No meu

trabalho,

minhas

opiniões

contam

A missão e o

propósito da

empresa me

fazem sentir

fazendo um

trabalho

importante

Meus

associados

estão

comprometidos

a fazer um

trabalho de

qualidade

No último ano

tive

oportunidades

de aprender e

crescer no

trabalho

... Ter oportunidades de me tornar mais

qualificado

r ,871** ,263 ,237 ,229 ,475 ,229 ,027 -,615*

σ ,000 ,410 ,458 ,475 ,119 ,475 ,934 ,033

... Sentir-me valorizado pelas pessoas

r ,521 ,206 ,277 ,319 0,000 ,319 ,349 -,153

σ ,100 ,544 ,409 ,340 1,000 ,340 ,293 ,653

... Ter retorno econômico

r ,466 ,313 -,241 0,000 ,281 0,000 ,064 -,280

σ ,149 ,349 ,476 1,000 ,403 1,000 ,851 ,405

... Fazer amizades

r -,128 -,214 -,453 -,166 -,247 -,166 ,231 -,128

σ ,708 ,527 ,162 ,626 ,464 ,626 ,494 ,708

... Obter assistências como transporte,

educação, saúde, moradia,

aposentadoria, etc

r ,480 ,637* ,194 ,260 -,077 ,260 ,062 -,120

σ ,135 ,035 ,569 ,441 ,821 ,441 ,856 ,725

92

... Poder aprender novas coisas

r ,779** ,134 ,077 ,156 ,426 ,156 -,217 -,480

σ ,005 ,694 ,821 ,647 ,192 ,647 ,521 ,135

... Poder dar assistência para minha

família

r ,581 -,068 -,079 -,053 ,237 -,053 -,095 -,367

σ ,061 ,842 ,817 ,877 ,483 ,877 ,781 ,267

... Poder contribuir para o progresso da

sociedade

r ,359 ,100 ,154 ,207 -,116 ,207 ,341 -,030

σ ,278 ,769 ,650 ,541 ,735 ,541 ,306 ,930

... Sentir-me reconhecido no que faço

r ,663* ,353 ,326 ,328 ,041 ,328 ,033 -,316

σ ,026 ,287 ,328 ,325 ,905 ,325 ,924 ,344

... Sentir que sou uma pessoa produtiva

r ,578 ,272 -,039 ,264 ,275 ,264 ,063 -,243

σ ,062 ,418 ,909 ,434 ,413 ,434 ,854 ,471

... Poder expressar minha criatividade

r ,480 ,235 ,348 ,467 ,077 ,467 ,062 0,000

σ ,135 ,487 ,294 ,147 ,821 ,147 ,856 1,000

...Ter independência financeira

r ,594 ,266 -,153 -,206 ,153 -,206 0,000 -,475

σ ,054 ,430 ,653 ,544 ,653 ,544 1,000 ,140

93

... Ter oportunidades de me tornar mais

qualificado

r ,359 -,043 ,697* ,465 ,498 ,465 -,203 -,081

σ ,309 ,905 ,025 ,176 ,143 ,176 ,573 ,823

... Sentir-me valorizado pelas pessoas

r ,080 ,043 ,697* ,598 ,249 ,598 ,081 ,285

σ ,827 ,905 ,025 ,068 ,488 ,068 ,823 ,425

... Ter retorno econômico

r ,249 ,078 -,044 -,178 -,489 -,178 ,254 -,363

σ ,488 ,831 ,903 ,623 ,151 ,623 ,479 ,302

... Fazer amizades

r ,497 ,271 ,435 ,745* ,435 ,745* ,051 -,051

σ ,144 ,449 ,209 ,013 ,209 ,013 ,889 ,889

... obter assistências como transporte,

educação, saúde, moradia,

aposentadoria, etc.

r ,414 ,123 ,753* ,565 ,094 ,565 ,077 -,077

σ ,234 ,734 ,012 ,089 ,796 ,089 ,833 ,833

... Poder aprender coisas novas

r ,073 ,120 ,639* ,548 ,137 ,548 -,075 ,261

σ ,841 ,742 ,047 ,101 ,706 ,101 ,838 ,467

... Poder dar assistência para minha

família

r ,037 ,203 ,233 ,373 ,233 ,373 -,076 ,190

σ ,919 ,573 ,517 ,289 ,517 ,289 ,835 ,599

94

... Poder contribuir para o progresso da

sociedade

r -,118 ,215 ,098 ,394 ,098 ,394 -,121 ,362

σ ,745 ,551 ,787 ,260 ,787 ,260 ,740 ,304

... Sentir-me reconhecido no que faço

r ,292 ,080 ,411 ,548 ,685* ,548 -,522 ,037

σ ,413 ,827 ,238 ,101 ,029 ,101 ,122 ,919

... Sentir-me que sou uma pessoa

produtiva

r -,077 -,042 ,625 ,577 ,192 ,577 -,079 ,432

σ ,833 ,908 ,053 ,081 ,594 ,081 ,829 ,212

... Poder expressar minha criatividade

r ,497 ,271 ,435 ,745* ,435 ,745* ,051 -,051

σ ,144 ,449 ,209 ,013 ,209 ,013 ,889 ,889

... Ter independência financeria

r ,708* ,285 ,186 ,559 ,699* ,559 -,114 -,380

σ ,022 ,425 ,606 ,093 ,025 ,093 ,754 ,278

... Maiores oportunidades de me tornar

mais qualificado

r ,292 ,080 ,685* ,548 ,411 ,548 -,037 ,037

σ ,413 ,827 ,029 ,101 ,238 ,101 ,919 ,919

... Reconhecimento pelo que faço

r ,269 ,336 ,625 ,577 ,192 ,577 -,079 ,079

σ ,452 ,343 ,053 ,081 ,594 ,081 ,829 ,829

95

... Confiança dos meus superiores

r ,673* ,408 ,701* ,561 ,187 ,561 ,191 -,344

σ ,033 ,242 ,024 ,092 ,605 ,092 ,597 ,331

... Crescimento profissional

r ,462 ,252 ,577 ,577 ,577 ,577 -,236 -,118

σ ,179 ,482 ,081 ,081 ,081 ,081 ,512 ,746

... Sentimento de dignidade

r ,118 ,043 ,738* ,591 ,246 ,591 ,040 ,241

σ ,745 ,906 ,015 ,072 ,493 ,072 ,912 ,502

... Aprendizagem de novas coisas

r ,803** ,239 ,320 ,548 ,639* ,548 -,037 -,484

σ ,005 ,506 ,368 ,101 ,047 ,101 ,919 ,156

... Contribuição para o progresso da

sociedade

r ,292 -,199 ,091 ,243 ,365 ,243 ,149 -,149

σ ,413 ,581 ,802 ,498 ,299 ,498 ,681 ,681

... Oportunidades de influenciar nas

decisões da empresa

r 0,000 ,218 ,375 ,667* ,375 ,667* ,102 ,408

σ 1,000 ,545 ,286 ,035 ,286 ,035 ,779 ,242

*. A correlação é significativa no nível 0,05 (2 extremidades).

**. A correlação é significativa no nível 0,01 (2 extremidades).

***. Não se aplica o coeficiente de correlação aos itens faltosos.

96

3.8. Discussão de Propostas

3.8.1. Metodologia de Implementação

Antes de tratar sobre a discussão de propostas é fundamental tratar sobre a

metodologia de implementação das mesmas para que sua execução seja realizada

conforme os padrões estabelecidos.

Revisando o modelo sugerido pelas normas um sistema de melhoria continuada

pode ser utilizado como forma de implementação e verificação das ações planejadas.

Tendo em vista que os efeitos das ações propostas sejam de longo prazo, uma medida a

ser implementada é a diminuição da taxa de rotatividade, mantendo o funcionário por

mais tempo no cargo consegue-se ter uma avaliação longitudinal da efetividade dos

mecanismos propostos.

Após planejar a nova metodologia de trabalho, o líder deve treinar os membros da

equipe para esse novo modelo e garantir que ele seja empregado corretamente, então deve

acompanhar a equipe de trabalho de forma a observar e anotar seus resultados e pontos

de possíveis falhas. Após diagnosticar as falhas nas etapas do processo, deve-se alterar a

metodologia para eliminá-las, e as etapas em que o processo obtiver êxito devem ser

mantidas.

Aplicar com periodicidade os questionários apresentados no presente trabalho

como forma de avaliar os resultados das ações implementadas. Como programas que

melhoram os aspectos associados ao engajamento e motivação para trabalhar necessitam

de uma escala de tempo maior devido ao tempo necessário de adaptação dos funcionários

às novas políticas e ações implementadas, a periodicidade de aplicação dos questionários

também deve compreender essa limitação, portanto em períodos semestral ou anual

seriam capazes de revelar os resultados.

97

Além dos questionários aqui apresentados a organização deve manter dados sobre

indicadores importantes na construção civil:

Absenteísmo e suas causas

Demissões e suas causas

Desvio do Custo da Obra

Desvio do Prazo da Obra

Taxa de Frequência de Acidentes e suas causas

Índices de não conformidades e retrabalhos

Índice e Percentual de Funcionários Treinados

Obtendo assim, não somente uma avaliação sobre a motivação e o engajamento

dos funcionários, mas também uma avaliação de índices importantes que demonstram a

efetividade das ações aplicadas em áreas com implicações financeiras elevadas. As

melhoras nesses itens trarão maior incentivo ao gestor em continuar com os programas.

3.8.2. Proposta 1

Supracitada como ação propositiva, a diminuição da taxa de rotatividade eleva o

sentimento de pertencimento ao grupo de trabalho. Estreitar laços com empresas que

terceirizam a mão-de-obra estabelecendo contratos mais frequentes com estas também

gera resultado similar.

3.8.3. Proposta 2

Uma possível solução seria a mudança na cultura organizacional de forma que os

empregados percebam possibilidades de continuar trabalhando na mesma empresa, uma

cultura que valorize o funcionário de forma a diminuir a rotatividade e incentive o

98

aprendizado de novas habilidades a fim de crescimento profissional, subindo de cargo

dentro da organização.

3.8.4. Proposta 3

A solução para aumentar o engajamento no que tange às ferramentas seria a

empresa prover itens adequados e garantir seu estado de conservação, sendo estes itens

com baixos custos à empresa. Essa medida também poderia influenciar na redução dos

acidentes de trabalho, portanto no maior sentimento de segurança do operário. Uma

redução no índice de acidentes também diminui o índice de absenteísmo, elevando, assim

a produtividade da equipe.

3.8.5. Proposta 4

Realizar um mapeamento do comportamento dos líderes em seus diversos níveis

hierárquicos. Para a realização deste mapeamento pode ser feito um questionário

investigativo para determinar os estilos de liderança. Com base no conceito de liderança

situacional deve-se determinar se os líderes utilizam o estilo E1, E2, E3 ou E4,

respectivamente, determinar, persuadir, compartilhar e delegar. Com base nos resultados

obtidos através dos questionários de motivação os líderes com cagos de gestor devem

orientar os líderes em cargos abaixo da gerência a seguir um estilo compatível com o

estágio de maturidade dos seus subordinados diretos.

3.8.6. Proposta 5

Para tornar o sentimento de satisfação com relação ao cumprimento das tarefas

deve-se analizar a metodologia atual empregada e, observando seus pontos falhos, alterá-

la de forma a mitigar os erros. Ao observar o aprimoramento do resultado final do seu

99

trabalho, é provável que os funcionários tenham sentimento de que seu esforço resultou

em melhorias de suas habilidades e capacidades, então se perceberá mais produtivo e mais

capaz.

Com o aumento da produtividade e percebendo a melhoria da qualidade dos

serviços prestados, o líder deve encorajar as equipes de trabalho, incentivando o

compromisso em continuar aplicando a metodologia nova. Então o líder deve elogiar e

valorizar todos os integrantes que alcançaram êxito em suas tarefas, e para aqueles que

não alcançaram devem ser cobrados em local privativo e individualmente.

3.8.7. Proposta 6

Incluir sistemas de bonificação financeira quando as equipes conseguirem cumprir

as metas de prazo e redução de gastos com consumo de materiais. Como apontado nas

análises motivacionais, o principal fator motivacional é financeiro, portanto a inclusão de

bonificações é importante e deve estar nos planos da empresa.

3.8.8. Proposta 7

Buscar junto ao SESI-MG os serviços de treinamentos em Segurança e Saúde do

Trabalho, que visam ao atendimento das necessidades das indústrias para o cumprimento

das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego com o objetivo de

atender também os interesses dos trabalhadores na prevenção de acidentes, melhoria da

qualidade de vida e tomada de decisões corretas no ambiente laboral. Tal atitude

demonstraria para os funcionários que a empresa se preocupa com sua integridade e

saúde, elevando assim seu sentimento de segurança.

Como benefício da aquisição dos serviços de treinamento em Segurança e Saúde

do Trabalho, o produto “Orientações Técnicas em Perícias de SST” é um serviço gratuito

oferecido pelo SESI, para as empresas que já são clientes dos programas de Segurança e

100

Saúde no Trabalho. Seu objetivo é auxiliar o empresário, orientando através de um olhar

jurídico, sobre a melhor prática nas ocorrências de perícias em processos judiciais

trabalhistas, levantando os pontos fortes e os que precisam de melhoria, acarretando em

um processo interno mais efetivo.

3.8.9. Proposta 8

Estabelecer um modelo de gestão de pessoas mais claro e tornar escritos os seus

princípios e práticas tornando-os claros e diminuindo, portanto, o sentimento de difusão.

Dentro do modelo estabelecido deve-se atentar para as características que

desenvolvam as pessoas de forma que elas se tornem comprometidas com a organização,

tendo assim um sentimento de communidade, e também que desenvolvam o senso de

responsabilidade e de capacidade proativa. Fazendo assim, uma melhor abordagem dos

conceitos agency e community.

3.8.10. Proposta 9

Criar um banco de dados de empresas parceiras atuantes na mesma área para que,

em caso de demissão de funcionários, absorver a mão-de-obra não mais empregada, dessa

forma fazendo com que os seus funcionários sintam-se de alguma forma amparados em

caso de demissão.

3.8.11. Proposta 10

Treinar os funcionários celetistas a fim de observar um comportamento não

discriminatório para com os funcionários terceirizados, promovendo assim um ambiente

de trabalho mais agradável, sem conflitos entre as partes.

101

A empresa deve manter os benefícios já existentes, como servir o café da manhã

e da tarde, tanto para os celetistas quanto para os terceirizados.

Ainda com relação aos terceirizados, é interessante que exista uma relação de

parceiria entre as empresas contratada e contratante, mantendo o clima melhor entre os

que ocupam cargos de chefia de âmbas as empresas. Embora as terceirizações recorrentes

do setor não sejam contratos de longo prazo, durando, na maioria das vezes, o período de

conclusão da etapa ao qual o serviço foi demandado, é interessante que essas parcerias

sejam mais frequentes com as mesmas empresas e não ocorram muitas alternâncias entre

as empresas prestadoras de serviço escolhidas.

4. Considerações Finais

Este estudo teve como objetivos analisar a motivação e o engajamento dos

trabalhadores de baixo nível hierárquico de uma empresa de pequeno porte do setor da

construção civil. Consiste em um estudo que traz informações relevantes para o contexto

organizacional, pois o tema abordado neste trabalho é pouco explorado pelos

profissionais e pesquisadores da construção civil. O presente trabalho aponta necessidade

dos gestores da área se atentarem para as questões pessoais do ambiente de trabalho.

Quanto ao objetivo de avaliar a motivação dos funcionários, apesar do fator

motivacional ter sido baixo, observa-se que a maioria considera importante a qualidade

das relações interpessoais. Em contraste, os processos de trabalho não são vistos como

meios de impactar seu trabalho. A Teoria das expectativas é uma teoria dinâmica e

passível de operacionalização, permitindo aos gestores analisar o processo que governa a

conduta motivada de um indivíduo dentro da organização. As informações obtidas a partir

da aplicação do questionário de motivação apontam para a necessidade da empresa

organizar uma capacitação para seus funcionários e criar políticas de valorização dos

102

mesmos. A visão atual das grandes organizações é tratar seus colaboradores como

talentos, capazes de gerar lucro se vicenciar um processo de gestão de pessoas adequado.

Com o objetivo de analisar o engajamento dos funcionários, observou-se que a

maioria dos trabalhadores da organização está ativamente desengajada com seu trabalho.

Um fator preocupante, já que, conforme suparacitado, o engajamento constitui-se com

um importante fator para o desenvolvimento organizacional.

Avaliando a questão de gestão de pessoas, observou-se que a empresa não

apresenta suas práticas e princípios bem estabelecidos formalmente por escrito, dessa

forma tornando-se a implementação de uma cultura de valorização de funcionários algo

ainda mais difícil, pois assim não existem parâmetros que possam ser utilizados como

norteadores de uma política empresarial forte.

O comportamento dos funcionários passa a ser reflexo de um produto de fatores

envolvendo suas necessidades, desejos, contexto e ambiente da empresa que, no presente

estudo, mostrou-se pouco empenhada no desenvolvimento de fortes políticas

organizacionais. Portanto, a falta de direcionamento, por parte da gestão, leva os

funcionários a sentirem-se desamparados.

A escolha da empresa de apenas cumprir a legislação vigente e não atuar de modo

mais incisivo em benefício de seu funcionário pode ser uma das causas de seus

empregados não se sentirem livres para tomar decisões e inovarem com soluções

criativas, tampouco se sentirem capazes de influenciar nas políticas e desempenho da

empresa.

Organizações menores tendem a apresentar maiores preocupações com o

cumprimento do essencial, do básico legal e não criarem um modelo de gestão mais

robusto. Em contexto como o da construção civil, onde o trabalho é desgastante, a

remuneração baixa, as condições do ambiente de trabalho oferecem riscos à saúde do

103

trabalhador, a limitação ao cumprimento do básico legal sem uma forma de gestão

solidificada e trabalhada reflete no comportamento e na satisfação de seus funcionários,

tornando-os menos produtivos, menos engajados.

O funcionário não se sente parte da empresa que não se compromete com a

responsabilidade social, não se engaja em seu trabalho e não se sente motivado a cumprir

suas tarefas, de fato, sente-se impelido a fugir delas. Os empregados devem ter suas

necessidades atendidas e também trabalhar em um contexto que possam atuar como

empreendedores, de forma a expressar sua criatividade e tomar decisões rápidas, e

também atuar como membros de uma comunidade, que sintam-se responsáveis pelo

sucesso dos seus companheiros de trabalho e da organização de qual eles fazem parte.

Os resultados obtidos no presente trabalho revelam a necessidade de estudos sobre

implementação de políticas de gestão e valorização das pessoas em pequenas empresas

da indústria da construção. Os dados colhidos foram referentes a uma empresa que opera

dentro dos padrões legais, em um município pequeno, e que casos semelhantes são

observados em todo o território nacional, portanto é uma área de interesse grande.

Este estudo limitou-se a estudar algumas variáveis do contexto organizacional do

setor de construção civil. Estudos futuros podem incluir variáveis de trabalho, familiares,

estilos de liderança e modelos de gestão para compreender seu relacionamento com a

motivação e o engajamento no trabalho, bem como apresentarem abordagem estatística

com um banco de dados maior, obtendo valores de diversas empresas de portes diferentes,

para analisar como essas variáveis organizacionais interagem entre si no setor da

construção civil.

Uma limitação do estudo está relacionada ao tipo de coleta de dados, a entrevista

face-face e dentro do ambiente de trabalho do entrevistado. Estudos futuros podem sugerir

104

outras formas de coleta de dados, ou mesmo aplicar esta mesma metodologia para uma

amostragem maior.

105

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World Health Organization, Plan of Global Action: Workers’ health 2008-2017,

2017.

109

Anexos

110

Medida de Motivação no Trabalho- MMT

Seção I. Utilizando os números da escala abaixo, indique o grau de

importância que você atribui para os itens listados a seguir.

1 2 3 4 5

Nada Importante Muito Importante

Considero importante....

1 ...ter oportunidades de me tornar mais qualificado. 1 2 3 4 5

2 ...sentir-me valorizado pelas pessoas. 1 2 3 4 5

3 ...ter retorno econômico. 1 2 3 4 5

4 ...fazer amizades. 1 2 3 4 5

5 ...obter assistências como transporte, educação, saúde,

moradia, aposentadoria, etc.

1 2 3 4 5

6 ...poder aprender novas coisas. 1 2 3 4 5

7 ...poder dar assistência para minha família. 1 2 3 4 5

8 ...poder contribuir para o progresso da sociedade. 1 2 3 4 5

9 ...sentir-me reconhecidono que faço. 1 2 3 4 5

10 ...sentir que sou uma pessoa produtiva. 1 2 3 4 5

11 ....poder expressar minha criatividade. 1 2 3 4 5

12 ...ter independência financeira. 1 2 3 4 5

Seção II. Utilizando os números da escala abaixo, indique em que medida

você considera que o seu trabalho é útil para alcançar os itens listados a seguir.

1 2 3 4 5

Nada útil Muito útil A realização do meu trabalho é útil para...

13...ter oportunidades de me tornar mais qualificado 1 2 3 4 5

14 ...sentir-me reconhecido pelo que faço 1 2 3 4 5

15 ...ser independente financeiramente. 1 2 3 4 5

111

16 ...sentir-me valorizado. 1 2 3 4 5

17...conquistar a confiança dos meus superiores 1 2 3 4 5

18 ...sentir-me uma pessoa digna 1 2 3 4 5

19 ...aprender coisas novas. 1 2 3 4 5

20 ...contribuir para o progresso da sociedade. 1 2 3 4 5

21 ...perceber-me como produtivo. 1 2 3 4 5

22 ...expressar minha criatividade. 1 2 3 4 5

23 ... obter assistências como transporte, educação, saúde,

moradia, aposentadoria, etc.

1 2 3 4 5

24 ...dar assistência para minha família 1 2 3 4 5

Seção III. Utilizando os números da escala abaixo, indique em que medida

você considera provável que o seu trabalho possa trazer os itens listados a seguir.

1 2 3 4 5

Nada provável Muito provável É provável que o meu trabalho possa trazer...

25 ...maiores oportunidades de me tornar mais qualificado. 1 2 3 4 5

26 ...reconhecimento pelo que faço. 1 2 3 4 5

27 ...confiança dos meus superiores. 1 2 3 4 5

28 ...crescimento profissional 1 2 3 4 5

29 ...sentimento de dignidade. 1 2 3 4 5

30 ...aprendizagem de coisas novas. 1 2 3 4 5

31 ...contribuição para o progresso da sociedade. 1 2 3 4 5

32 ...oportunidades de influenciar nas decisões da empresa. 1 2 3 4 5

112

Questionário de Engajamento

Utilizando o espaço a seguir responda as perguntas marcando SIM ou

NÃO de acordo com sua experiência na empresa.

Eu sei o que esperam de meu trabalho SIM NÃO

Eu tenho materiais e equipamentos necessários para trabalhar

corretamente

SIM NÃO

No trabalho, eu tenho a oportunidade de fazer o que eu faço de

melhor todo dia

SIM NÃO

Recebi um elogio ou fui reconhecido na última semana SIM NÃO

Meu supervisor ou alguém do meu trabalho parece se preocupar

comigo como pessoa

SIM NÃO

Tem alguém no meu trabalho que encoraja meu desenvolvimento SIM NÃO

No trabalho, minhas opiniões contam SIM NÃO

A missão e o propósito da empresa me fazem sentir fazendo um

trabalho importante

SIM NÃO

Meus associados estão comprometidos a fazer um trabalho de

qualidade

SIM NÃO

Tenho um amigo no trabalho SIM NÃO

Nos últimos seis meses alguém do meu trabalho conversou

comigo sobre meu desenvolvimento na empresa

SIM NÃO

No último ano tive oportunidades de aprender e crescer no

trabalho

SIM NÃO

113

Questionário de Responsabilidade Social

Avaliação Quesito Público Interno

Indicador 1 – Relações com Sindicatos

Quanto à participação de empregados em sindicatos e ao relacionamento com

seus representantes, a empresa:

[ ] Não exerce pressão sobre os empregados envolvidos em atividades

sindicais

[ ] Não exerce pressão e oferece liberdade de atuação dos sindicatos no

local de trabalho

[ ]Além de permitir atuação dos sindicatos no local de trabalho, fornece

informações sobre as condições de trabalho e se reúne periodicamente com os

sindicatos para ouvir sugestões e negociar reinvindicações

[ ]Além disso possui canal de comunicação consolidado com os

sindicatos, mantendo-os informados e fornecendo-lhes dados financeiros e

relativos a objetivos estratégicos que afetem os empregados para subsidiar

discussões

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Indicador 2 – Gestão Participativa

Quanto ao envolvimento dos empregados na gestão, a empresa:

[ ] Disponibiliza informações sobre a empresa (histórico, missão, visão,

políticas, organograma, mercados, principais parceiros, clientes etc.) e treina os

empregados (no momento da admissçao, em programas de integração, em

treinamento sobre novos produtos e serviços, em seminários e palestras sobre

novas políticas e estratégias etc) para que possam compreendê-las e analisá-

las

[ ] Além disso, disponibiliza para os empregados informações econômico-

financeiros

114

[ ] Além do exposto nos dois estágios anteriores, tem um processo

estruturado de discussão e análise das informações econômico-financeiras com

seus empregados, a fim de prepará-los para contribuirem com os comitês de

gestão ou nas decisões estratégicas, apresentando informações importantes

para a gestão de riscos e oportunidades.

[ ] Representantes dos empregados participam ativamente dos comitês de

gestão ou das decisões estratégicas e tem comunicação regular com os

membros da governança

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Indicador 3 – Compromisso com o Futuro das Crianças

No tratamento da questão do combate ao trabalho infantil, a empresa:

[ ] Além de respeitar a legislação brasileira, que proibe o trabalho de

pessoas com menos de 16 anos (exceto na condição de aprendiz, entre os 14 e

18 anos), discute internamente a importância da educação e as consequencias

do trabalho infantil

[ ] Além de respeitar a legislação que proibe o trabalho infantil e discutir a

questão internamente, possui projetos que contribuem para o desenvolvimento

dos filhos de seus empregados (inclusive terceirizados), estimulando suas

competências técinas e psicossociais (cidadania, esportes, artes etc)

[ ] Além do Descrito no estágio anterior, desenvolve ou apoia projetos para

as crianças e adolescentes da comunidade

[ ] Coordena seus projetos com outros realizados na comunidade, atua

junto ao poder público em benefício da criança e do adolescente e estimula que

as políticas e programas da empresa relacionadas ao tema sejam replicados em

toda a cadeia produtiva

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

115

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Indicador 4 – Compromisso com o Desenvolvimento

Infantil

Considerando sua contribuição para o desenvolvimento infantil no país e o

compromisso com os direitos das crianças, a empresa:

[ ] Obedece a legislação em vigor relativa à proteção à maternidade,

paternidade, amamentação e creche, proibindo formalmente qualquer tipo de

discriminação à mulher gestante e a empregados (mulheres e homens, incluindo

terceirizados) com filhos menores de 6 anos de idade em processos

admissionais, em promoções ou na mobilidade interna

[ ] Possui políticas ou iniciativas internas para facilitar a consulta pré-natal

e o acompanhamento da infância dos fillhos de seus empregados (mulheres e

homens, incluindo terceirizados) e oferece orientação médica, nutricional e

psicológica específica para acompanhamento desses períodos, a fim de

assegurar que as competências para o desenvolvimento integral dessas

crianças (sobrevivência, desenvolvimento, participação e proteção) sejam

alcançadas

[ ] Por compreender que o sucesso dessas políticas e/ou iniciativas está

relacionado à formação educacional dos pais e à sua condição de vida, integra

esse aspecto às ações destinadas ao desenvolvimento pessoal e profissional de

seus empregados. Além disso desenvolve campanhas de orientação voltadas

para a comunidade e estende a discussão do tema a seus fornecedores

[ ] Entende que a proteção à maternidade e à infância é um direito e uma

contribuição fundamental para o desenvolvimento das presentes e futuras

gerações e se envolve na elaboração, aperfeiçoamento, execução, controle ou

avaliação de políticas públicas voltadas para a promoção dos direitos da infância.

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

116

Indicador 5 – Valorização da Diversidade

Reconhecendo a obrigação ética das empresas em combater todas as formas

de discriminação negativa e de valorizar as oportunidades oferecidas pela riqueza da

diversidade de nossa sociedade, a empresa:

[ ] Segue rigorosamente a legislação relacionada a preconceito e

discriminação negativa e se declara contra comportamentes discriminatórios que

não promovam igualdade de oportunidades no ambiente interno e na relação

com seus clientes, fornecedores e comunidade de entorno.

[ ] Além disso, promove a diversidade por meio de normas escritas que

proíbem práticas discriminatórias negativas, regulando os processos de seleção,

admissão e promoção, bem como a mobilidade interna, e orientando sobre o

encaminhamento de possíveis denúncias

[ ] Além de possuir normas escritas e canais para possíveis denúncias

contra práticas discriminatórias negativas, realiza treinamentos e seminários de

conscientização específicos sobre o tema e utiliza indicadores para identificar

áreas problemáticas e estabelecer estratégias de recrutamento e promoção

[ ] Estende essas ações a toda a cadeia produtiva e participa de fóruns de

valorização de segmentos em desvantagem, como negros (pretos e pardos),

mulheres, pessoas com deficiência e acima de 45 anos de idade, entre outros

segmentos e situações

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Indicador 6 – Compromisso com a Não-Discriminação e

com a Promoção da Equidade Racial

Considerando a formação da sociedade brasileira e as persistentes

desvantagens que caracterizam a situação da população negra (pretos e pardos) no

país, a empresa:

[ ] Segue rigorosamente a legislação em vigor que proibe a discriminação

racial no mundo do trabalho e assume internamente uma postura contrária a

qualquer tipo de preconceito em relação a todas as partes interessadas. Exige

117

em contrato que a legislação seja cumprida rigorosamente também pelos

empregados terceirizados

[ ] Realiza censo interno periódico para avaliar necessidades, situações

ou áreas críticas em relação à equidade racial. Essas informações são utilizadas

para subsidiar o planejamento de ações afirmativas, reforçar as campanhas de

conscientização, rever processos e políticas etc.

[ ] Possui compromisso público de promover a equidade racial,

materializada por meio de políticas formais de gestão de pessoas que priorizam

a equidade e pela promoção de ações afirmativas para garantir oportunidades

iguais para negors nos processos de admissão, promoção e mobilidade interna.

[ ] Além de manter programas de desenvolvimento profissional, coaching

e/ou mentoring voltados para empregados negros, estimula a promoção da

igualdade racial em toda sua cadeia produtiva e investe em programas para a

comunidade que tenham o mesmo objetivo, contribuindo na conscientização da

sociedade sobre o tema

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

__________________________

Indicador 7 – Compromisso com a Promoção da Equidade

de Gênero

Com o objetivo de cooperar para combater o preconceito, ampliar as chances

das mulheres no mercado de trabalho e sua capacitação para funções especializadas,

a empresa:

[ ] Segue rigorosamente a Constituição Brasileira que proíbe a

discriminação de gênero no mundo do trabalho e assume internamente uma

postura contrária a qualquer tipo de preconceito em relação a todas as partes

interessadas. Exige em contrato que a legislação seja cumprida também pelos

empregados terceirizados.

[ ] Realiza censo interno periódico para avaliar necessidades, situações

ou áreas críticas em relação à equidade de gênero. Essas informações são

utilizadas para subsidiar o planejamento de ações afirmativas, campanhas de

conscientização etc.

118

[ ] Possui compromisso público de promover a equidade de gênero,

materializada por meio de políticas formais de gestão de pessoas que garantam

oportunidades iguais para mulheres e homens nos processos de admissão,

promoção e mobilidade interna. Realiza ações afirmativas para garantir

oportunidades iguais de crescimento para as mulheres e os homens que

trabalham na empresa.

[ ] Além de manter programas de desenvolvimento profissional coaching

e/ou mentoring específico para as mulheres, a fim de estimular a formação de

lideranças femininas na empresa, envida esforços para que a atitude de

promover a equidade de gênero seja replicada em toda a sua cadeia produtiva

e investe em programas da comunidade que tenham por objetivo a valorização

da mulher.

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Indicador 8 – Relações com Trabalhadores Terceirizados

Em suas relações com trabalhadores receirizados e/ou fornecedores desses

serviços, a empresa:

[ ] Mantém relação contratual dentro dos parâmetros legais de co-

responsabilidade pelo cumprimento das obrigações trabalhistas e

previdenciárias.

[ ] Monitora periodicamente o cumprimento dos requisitos estabelecidos

na contratação, exigindo que sejam feitos ajustes que garantam o correto

cumprimento da legislação.

[ ] Além de monitorar o cumprimento da legislação, negocia com seus

fornecedores para que proporcionem a seus empregados níveis salariais

compatíveis com as médias de mercado

[ ] Oferece ao trabalhador terceirizado as mesmas condições de saúde e

segurança e acesso a benefícios básicos gozados pelos empregados regulares,

como transporte, alimentação, creche, ambulatório etc

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

119

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Indicador 9 – Política de Remuneração, Benefícios e

Carreira

Em sua política de remuneração, benefícios e carreira, a empresa:

[ ] Busca superar os pisos salariais firmados com os sindicatos.

[ ] Trata os empregados como um recurso, estimulando-os por meio de

remuneração e do investimento em seu desenvolvimento profissional, segundo

política estruturada de carreira, e levando em conta as habilidades necessárias

para seu desempenho atual

[ ] Valoriza competências potenciais, estimulando os empregados por

meio da remuneração e do investimento em seu desenvolvimento profissional

levando em conta sua capacidade de crescimento e o desenvolvimento de novas

habilidades

[ ] Trata os empregados como sócios e, além de valorizar competências

potenciais por meio da remuneração e do desenvolvimento profissional,

estabelece mecanismos para que seus representantes participem da formulação

de políticas de remuneração e benefícios, desenvolvimento profissional e

mobilidade interna.

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

120

Indicador 10 – Cuidados com Saúde, Segurança e

Condições de Trabalho

Visando assegurar boas condições de trabalho, saúde e segurança, a empresa:

[ ] Cumpre rigorosamente as obrigações legais e tem planos e metas para

alcançar os padrões de excelência em saúde, segurança e condições de trabalho

em seu setor.

[ ] Possui indicadores para monitorar os planos e metas para ultrapassar

os padrões de excelência em saúde, segurança e condições de trabalho em seu

setor.

[ ] Além disso, desenvolve campanhas regulares de conscientização e

pesquisa o nível de satisfação dos empregados em relação ao tema,

evidenciando áreas críticas

[ ] Além de desenvolver campanhas e realizar pesquisas, conta com a

participação dos empregados na definição de metas e indicadores de

desempenho relacionados a condições de trabalho, saúde e segurança, os quais

são incluídos no planejamento estratégico e divulgados amplamente

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Indicador 11 – Compromisso com o Desenvolvimento

Profissional e a Empregabilidade

Para desenvolver seus recursos humanos, a empresa:

[ ] Promove atividades de treinamento pontuais, focadas no desempenho

das tarefas especificas.

[ ] Mantém atividades sistemáticas de desenvolvimento e capacitação,

visando o aperfeiçoamento contínuo de todo o seu pessoal e considerando a

aplicabilidade em sua função atual.

[ ] Além de promover capacitação contínua, oferece a seus empregados

bolsas de estudo ou similares para a aquisisção de conhecimentos com impacto

121

positivo em sua empregabilidade, independentemente da aplicabilidade em sua

função atual

[ ] Promove capacitação contínua em todos os níveis hierárquicos e

oferece a seus empregados bolsas de estudo ou similares para a aquisição de

conhecimentos com impacto positivo em sua empregabilidade,

independentemente de sua aplicabilidade em sua função atual

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Indicador 12 – Comportamento nas Demissões

Para conduzir processos demissionais, a empresa:

[ ] Segue rigorosamente a legislação em vigor e fornece ao demitido

orientações em relação aos procedimentos necessários. Em casos de

necessidade de redução de pessoal, procura analisar alternativas de contenção

(como verificar com outras empresas a possibilidade de transferência temporária

do excedente de empregados, reduzir a carga horária etc) e redução de

despesas, para evitar demissão em massa

[ ] Possui políticas e processos demissionais que permitem que as

desições sejam tomadas com base em avaliações por competência técnica,

psicológica e comportamental, que garantem a impessoalidade da decisão e

permitem acesso às informações que balizaram o processo como forma de

propiciar o crescimento profissional da(s) pessoa(s) demitida(s). Caso haja

necessidade de demissão em massa, analisa indicadores socioeconômicos

(idade, estado civil, número de dependentes etc) para orientar prioridades.

[ ] Oferece serviços de recolocação e manutenção de benefícios por

tempo determinado ao trabalhador demitido sem justa causa. Caso haja

necessidade de demissão em massa, realiza previamente um programa de

demissão voluntária, oferecendo benefícios por tempo determinado, salário por

ano de casa etc

[ ] Além disso, financia recapacitação (mentoring, coaching etc.) dos

empregados demitidos sem justa causa

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

122

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Indicador 13 – Preparação para Aposentadoria

Visando preparar seus empregados para a aposentadoria, a empresa:

[ ] Oferece informações básicas quanto à obtenção da aposentadoria.

[ ] Orienta e oferece assessoramento regular quanto a modificações na

legislação, alternativas e procedimentos administrativos necessários para a

obtenção da aposentadoria

[ ] Desenvolve atividades sistemáticas de orientação (coletiva e

individual), aconselhamento e preparação para a aposentadoria, discutindo seus

aspectos psicológicos e de planejamento financeiro

[ ] Além de possuir programa sistemático de preparação interna, oferece

oportunidades de aproveitamento da capacidade de trabalho dos aposentados

[ ] Não havíamos tratado antes desse assunto

[ ] Não vemos aplicação disso em nossa empresa (Justifique.)

__________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

123

Questionário de Agency-Community

Como devem ser as relações entre trabalhadores e organizações? Em que

medida estas relações estão presentes na organização em que você trabalha?

Avalie, com base na escala abaixo, cada um dos itens que descrevem formas de

relação entre organizações e trabalhadores. Na coluna, ao lado de cada item,

indique o nível em que você considera que esta característica está presente na

organização em que você trabalha atualmente, utilizando a seguinte escala:

124

1. Discordo plenamente

2. Discordo muito

3. Discordo levemente

4. Não discordo, nem concordo

5. Concordo levemente

6. Concordo muito

7. Concordo plenamente

1. Estimular a cooperação entre os trabalhadores.

2. Recompensar diferencialmente o trabalhador pelo seu desempenho

individual.

3. Preocupar-se com o trabalhador em todas as suas dimensões.

4. Priorizar as ações de recrutamento e seleção pela transitoriedade dos

contratos de trabalho.

5. Oferecer oportunidades internas de crescimento na carreira.

6. Estimular o trabalho em equipe com troca de conhecimentos e

aprendizagens.

7. Considerar que o vínculo com o trabalhador pode ser rompido a qualquer

instante.

8. Oferecer suporte para a recolocação das pessoas que deixam a

organização

9. Recompensar o trabalhador a partir do desempenho coletivo.

10. Considerar natural que seus empregados protejam e defendam seus

próprios interesses.

11. Fortalecer o vínculo de comprometimento do trabalhador com a

organização.

12. Oferecer alto grau de liberdade para o trabalhador, permitindo que ele

expresse sua forma peculiar de desempenhar o trabalho.

13. Assegurar recursos para o bem estar pessoal e familiar do trabalhador.

14. Enfatizar aqueles treinamentos voltados para o desempenho das tarefas

do trabalho.

15. Valorizar o trabalhador que trata o seu emprego como se fosse um negócio

próprio.

16. Preocupar-se em manter os seus colaboradores.

17. Deixar para o trabalhador a responsabilidade por manter a sua

empregabilidade.

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18. Favorecer a socialização que fortaleça a identificação do trabalhador com

a cultura organizacional.

19. Cumprir apenas as exigências legais por ocasião do término do contrato.

20. Estimular a criação de redes interpessoais no seu interior.

21. Criar mecanismos para integrar os seus trabalhadores à organização.

22. Estimular algum nível de competição para melhorar o desempenho dos

trabalhadores.

23. Valorizar o intercâmbio de experiências e aprendizagens entre os

trabalhadores.

24. Recompensar de modo diferenciado os trabalhadores que sejam mais

empreendedores.

25. Estimular o suporte mútuo entre os trabalhadores.

26. Incentivar que o trabalhador construa redes fora da organização para

assegurar novas oportunidades de trabalho.

27. Reconhecer que os trabalhadores devem agir para afirmar os seus

interesses pessoais.

28. Estabelecer vínculos com o trabalhador que possam ser duradouros.

29. Nas ações de qualificação, priorizar o preparo para as tarefas a ele

confiadas.

30. Nos processos de seleção,valorizar a congruência entre valores pessoais

e organizacionais.

31. Oferecer apoio para que as pessoas fortaleçam sua capacidade de

responder às transformações no trabalho

32. Estimular a comunicação, ampliando as trocas de experiências e

aprendizagens entre os trabalhadores.

33. Estimular o trabalhador a participar da elaboração do desenho do seu

cargo.

34. Oferecer aos trabalhadores oportunidades de construir competências

necessárias para o desenvolvimento de carreiras futuras mesmo fora da

organização.