as principais doenÇas da cana-de-aÇÚcar eng. agr. dr

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Curso Tópico da Cultura de Cana IAC 1 __________________________________ 1 ASAS Álvaro Sanguino Assessoria, Planejamento e Consultoria Ltda. Piracicaba SP telefone 19-997196000 AS PRINCIPAIS DOENÇAS DA CANA-DE-AÇÚCAR Eng. Agr. Dr. Alvaro Sanguino 1

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Curso Tópico da Cultura de Cana IAC

1 __________________________________ 1 – ASAS – Álvaro Sanguino Assessoria, Planejamento e Consultoria Ltda.

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AS PRINCIPAIS DOENÇAS DA CANA-DE-AÇÚCAR

Eng. Agr. Dr. Alvaro Sanguino1

Curso Tópico da Cultura de Cana IAC

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1. INTRODUÇÃO

Alvaro Sanguino1

Para relatar a importância das doenças na cultura da cana-de-açúcar, deve-se salientar

que, quando da sua introdução no ocidente, a cultura se assentou principalmente em alguns

cultivares da espécie Saccharum officinarum, fazendo com que os problemas fitossanitários

fossem gradativamente se agravando e até mesmo chegando a um colapso total em

determinadas épocas.

No estado de São Paulo, entre os anos de 1922 e 1930, uma severa epidemia de

“Mosaico” reduziu a produção de açúcar em 93% e a de álcool em 90%, só se recuperando

com a introdução dos cultivares POJ, produzidos no programa de melhoramento da ilha de

Java, que possuíam alguma resistência.

Surtos epifitóticos periódicos são característicos da cana-de-açúcar devido à

importância dada a uma variedade apenas para as características de produção, subestimando

as características de resistência a pragas e doenças ou negligenciando a qualidade

fitossanitaria do material utilizado. O aumento excessivo de áreas com variedades que

apresentam problemas fitossanitários graves, podem representar sérios prejuízos no futuro.

Os casos mais recentes desta prática que podemos citar são, a epidemia de “Carvão”

na década de 1980, sobre a variedade NA56-79, que chegou a ocupar mais de 60% da área

com cana no estado de São Paulo e a ocorrência do vírus do amarelecimento (Amarelinho),

sobre a variedade SP71-6163, na década de 1990.

Nos programas de expansão da lavora canavieira, um grande número de variedades

são introduzidas em novas áreas ou novos locais, sem um adequado sistema de avaliação da

qualidade fitossanitária, que pode cooperar para que algumas doenças sejam disseminadas.

Os resultados desse procedimento unilateral, na tentativa de solucionar problemas referentes

à rápida produção, acarretarão um problema maior pela introdução de uma doença, que

futuramente poderá ser limitante para esta produção.

O ponto de vista do técnico em cana-de-açúcar, deverá considerar conjuntamente os

problemas das variedades, dos locais onde serão plantadas e as possíveis doenças que

poderão ocorrer, evitando que os problemas venham acontecer.

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2. IMPORTÂNCIA DAS DOENÇAS

Na cultura da cana-de-açúcar, a importância das doenças é de difícil quantificação,

pela diversidade das cultivares e das condições ambientais em que são exploradas. Como uma

doença é produto da interação patógeno-hospedeiro-ambiente, seus efeitos podem variar de

um local para outro, e somente com estudos e pesquisas para cada condição, é que se pode

chegar ao estabelecimento da sua importância e dos meios mais eficientes de controle.

O conhecimento das reações das espécies e híbridos do gênero Saccharum para as

principais doenças é de primordial importância para os programas de melhoramento de

variedades onde a resistência às doenças é parte importante do processo. Como é

praticamente impossível se obter um híbrido que seja resistente a todas as doenças e ainda

possua características agroindustriais desejáveis, o controle das doenças pelo uso de

variedades resistentes torna-se um problema complexo, uma vez que, sempre surgirá em

cultivo variedades que são suscetíveis a uma ou algumas doenças. Poderemos, no entanto,

estabelecer prioridades de acordo com a importância econômica de cada doença em

determinadas condições, de forma que as variedades melhoradas tenham como um dos seus

predicados a resistência para as doenças mais importantes de cada região e também as

necessárias orientações para que se mantenham estas variedades em perfeito estado

fitossanitário.

Como as mais importantes doenças da cana são de caráter sistêmico, portanto

facilmente disseminadas pelas canas usadas nos plantios, deveremos dar especial atenção

para a qualidade das mudas quando vamos expandir os canaviais em um novo local ou região,

pois poderá significar a introdução de uma doença em um ambiente extremamente favorável

ao seu desenvolvimento e provocar sérios problemas.

3. PRINCIPAIS DOENÇAS DA CANA E SUA IMPORTANCIA PARA A CULTURA

3.1 MOSAICO

O mosaico é uma doença de importância oscilante, variando com a estirpe do vírus

predominante, suscetibilidade das variedades e da proximidade dos canaviais de plantas

hospedeiras, dos pulgões transmissores e dos vírus.

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Como já descrevemos anteriormente, a doença assumiu forma epifitótica desastrosa

quando se cultivavam as canas nobres (Saccharum officinarum), decrescendo em sua

importância, quando estas foram substituídas pelas variedades POJ, que também não eram

resistentes, mas, eram tolerantes à doença e produziam satisfatoriamente.

Em nossos dias, é preocupação dos melhoristas, que uma variedade seja resistente à infecção

das estirpes do vírus predominante e não apenas tolerante a doença, pois, variedades

tolerantes aumentam a fonte de inoculo e facilitam a variabilidade dos vírus que poderá

provocar futuras epidemias.

Agente causal - Um vírus de RNA, da família Potyviridae, de forma filamentosa, com

750nm, estando descritos pelo menos 14 estirpes nomeados de A a N com algumas sub-

estirpes dentro de cada uma delas. A estirpe B parece ser a predominante na América do Sul e

também no Brasil.

Para detecções ou mesmo classificações destas estirpes são usadas, testes de PCR,

sorologia e também variedades diferenciais, onde pela sintomatologia pode-se separar as

estirpes.

Sintomas – O principal sintoma para o reconhecimento do mosaico, aparece nas

folhas. A presença de uma alternância, entre o verde normal da folha e um verde mais claro ou

amarelado, formando manchas por todo o limbo foliar, principalmente nas folhas mais novas,

caracterizam a doença. A intensidade deste quadro sintomatológico é bastante variável, pois,

esta manifestação, depende da estirpe do vírus envolvido, da variedade de cana-de-açúcar e

das condições ambientais. Os sintomas são mais facilmente percebidos olhando-se as folhas

contra a luz.

Figura 1. Sintomas do Mosaico

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Em variedades com alta suscetibilidade, as folhas tomam uma coloração amarelada, as

plantas não desenvolvem, chegando em alguns casos à morte por inanição, não sendo difícil

nesses casos o aparecimento de sintomas no próprio colmo, os quais apresentam alternâncias

de cores como nas folhas.

Disseminação – Devido ao seu caráter sistêmico a disseminação do mosaico se dá

principalmente por intermédio das mudas de cana contaminadas e de insetos vetores, os

aphideos (pulgões), entre os quais, o Melanaphys sacchari e o Rhopalosiphum maidis. A

transmissão se dá rapidamente, através da picada de prova (não persistente), onde o inseto,

testa com seu estilete sugador, se este é seu hospedeiro ideal.

Outras culturas, como o milho o sorgo e gramíneas naturais funcionam como

hospedeiras do vírus e dos pulgões e facilitam a disseminação da doença.

Controle – A maioria das medidas de controle para o mosaico baseia-se na utilização

de variedades resistentes. Sendo uma doença sistêmica e de transmissão por insetos vetores,

ela deve ser combatida no campo pela erradicação das touceiras doentes. Esta medida é

normalmente executada durante a formação dos viveiros de mudas e recebe o nome de

“roguing”, que significa eliminação de plantas que estão fora do padrão. Esta eliminação

poderá ser feita com enchadão ou herbicida, eliminando-se a touceira toda.

No caso da eliminação por herbicida usa-se uma solução de glifosato a 3% com 0,02%

de um inseticida sistêmico em água, pulverizando uma pequena quantidade desta solução na

região do “cartucho” das plantas que devem ser eliminadas.

Na eliminação por enxadão, deve-se posteriormente retirar as plantas eliminadas do

interior do canavial para evitar sua rebrota ou que os pulgões que nela estiverem saiam para

sugar outras plantas.

Outra medida de controle é também evitar o plantio dos viveiros de mudas próximos

de áreas plantadas com milho ou sorgo, pois como dissemos anteriormente estas plantas são

hospedeiras do vírus e dos pulgões, servindo como fontes disseminadoras da doença.

Importância Econômica - O mosaico, devido ao seu poder de disseminação e a

variabilidade do vírus, torna-se uma das mais importantes doenças da cana-de-açúcar, pois

torna proibitivo o uso de variedades suscetíveis pela impossibilidade de recuperação das

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plantas infectadas e também pelas perdas causadas nas produções agrícolas nessas

variedades.

3.2 CARVÃO

É uma das doenças da cana considerada de grande capacidade de disseminação e com

enormes tendências de assumir um estado epifitótico quando abusamos da utilização de

variedades com resistência intermediária ou variedades suscetíveis. A distribuição e

multiplicação de uma variedade, sem o prévio conhecimento da sua reação para o carvão, ou

mesmo a negligência no plantio e no uso de materiais sabidamente suscetíveis ou com

qualidade fitossanitaria duvidosa, poderá acarretar sérias conseqüências.

Agente causal – O fungo Sporisorium scitamineum (sin. Ustilago scitaminea) é um

parasito muito específico da cana-de-açúcar. Penetrando pelas regiões meristemáticas da

planta, pode-se tornar sistêmico. Seu ciclo no interior da planta até sua esporulação (chicote)

pode durar de 50 a 100 dias, dependendo das condições ambientais.

Sintoma e Sinal – Uma touceira de cana afetada pelo carvão, toma o aspecto de uma

touceira de capim com colmos curtos e finos. O sinal característico e que identifica a doença é

um apêndice de coloração preta que cresce através das modificações causadas na gema apical,

que possui entre 20 e 80cm de comprimento e 0,5 e 1cm de diâmetro e é conhecido

popularmente com o nome de “chicote”.

Figura 2. “CHICOTE” DO CARVÃO

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É deste chicote que são liberados os esporos que servirão de inoculo para as novas

infecções. Se o aparecimento destes chicotes for precoce nos brotos da touceira, estes

poderão matar vários brotos e até mesmo a touceira toda.

Disseminação – Cada “chicote” do carvão pode produzir de 3 a 5 bilhões de esporos,

que são disseminados principalmente pelo vento, água de chuva ou irrigação, veículos,

implementos, animais, etc.

A infecção ocorre geralmente através das gemas ou brotos jovens onde o fungo

infectará a região meristemática. As gemas mais jovens são mais vulneráveis. A gemas

infectadas podem produzir chicotes na mesma estação, ou então, o fungo permanece

dormente e os chicotes aparecem somente quando estas gemas são usadas para novos

plantios. Os esporos depositados no solo podem infectar as soqueiras subseqüentes ou as

gemas de um novo plantio.

Em condições favoráveis de umidade e temperatura, a maioria dos esporos do fungo

germinam e caso não tenham contacto com o hospedeiro, não sobrevivem. Em condições de

secas prolongadas, os esporos podem permanecer viáveis por até dois anos. As estações secas

favorecem um grande acumulo de esporos sobre o solo e quando da volta das condições de

umidade, as infecções são mais eficientes e em maior número.

Controle – As medidas de controle para o carvão estão resumidas ao cultivo de

variedades resistentes e a utilização de mudas produzidas através do tratamento térmico e

conduzidas no campo com inspeções de “roguing”.

Importância Econômica – A importância da doença está ligada diretamente aos

prejuízos causados na lavoura pela diminuição da produção e pela impossibilidade de se

cultivar variedades produtivas, mas suscetíveis. Este fato torna mais difícil a obtenção de novas

variedades mais produtivas, onerando ainda mais os programas de melhoramentos.

3.3 RAQUITISMO DA SOQUEIRA

É a doença da cana mais disseminada pelos canaviais do mundo e por não possuir uma

sintomatologia típica, ela é muitas vezes negligenciada e pode provocar grandes perdas na

produção.

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Agente causal – A bactéria Leifsonia xyli sbsp xyli, que coloniza o xilema das plantas

provocando obstrução vascular e conseqüentemente dificultando a translocação de água e

nutrientes nestas plantas, que é manifestada num decréscimo no desenvolvimento.

Sintomas – Os sintomas da presença do raquitismo da soqueira em um canavial, não

podem ser avaliados por processos visuais por poder ser confundido com sintomas de outras

doenças, tais como, a Escaldadura, Fusarium, Nematóides ou deficiências minerais. Estes

sintomas que se caracterizam pelo aparecimento de “virgulas” de coloração avermelhada na

região nodal do colmo de canas adultas, podem não aparecer em algumas variedades. O

crescimento irregular, colmos finos, entrenós curtos e baixa produção que são agravados por

condições de seca, sozinhos, não servem para avaliar a doença.

O método mais rápido e eficiente de se avaliar a doença é aquele que alem dos

sintomas acima, avalia a presença da bactéria na seiva do xilema, usando técnicas de PCR ou

sorologia.

Disseminação – Para esta doença, o homem é o principal agente disseminador, pois a

doença se propaga através dos facões de corte, maquinas de cultivo e de colheita e por meio

do uso de canas contaminadas para o plantio.

Figura 3. Raquitismo da soqueira

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Controle – O tratamento térmico em água a 52°C por 30 minutos ou 50,5°C por 120

minutos são os meios mais eficientes de controle da doença, uma vez que, não se conhece até

o momento, uma fonte de resistência genética que possa ser usada na obtenção de variedades

tolerância à bactéria, ou seja, não apresentam diferenças significativas na produção, quando

se comparam variedades tratadas termicamente e variedades inoculadas com a bactéria. A

utilização da amônia quaternária na desinfecção de facões e máquinas agrícolas é hoje o

método mais eficiente de se evitar a disseminação da doença dentro dos canaviais. Uma

solução de amônia quaternária a 0,2% em água, partindo de uma amônia quaternária a 30%,

apresenta os resultados esperados.

Importância Econômica – Como é praticamente impossível se obter um controle

absoluto da doença e da sua disseminação, é recomendável o uso de todas as medidas viáveis

para se evitar a doença em novas áreas ou canaviais, pois como sabemos, as doenças podem

variar em seus efeitos de acordo com o ambiente onde elas ocorrem.

3.4 ESCALDADURA

A escaldadura é uma das doenças mais perigosas da cana-de-açúcar, ela interfere

como vigor dos colmos e a sobrevivência das touceiras. Por sua sintomatologia não estar

sempre presente e sendo alterada de acordo com as condições ambientais, torna impossível

sua avaliação pela simples inspeção dos canaviais.

Agente causal - A bactéria que coloniza o xilema da planta (sistêmica), Xanthomonas

albilineans (Ashby) Dowson.

Sintomas - A bactéria estando presente na cana-de-açúcar pode manifestar-se de três

formas: forma latente, forma crônica e forma aguda, dependendo da variedade, das condições

ambientais, e do estágio da cultura.

A forma latente é a mais perigosa, sendo praticamente impossível de avaliar sua

presença a olho nu, devido à falta de qualquer sintoma externo na planta. Nesta forma e que

na maioria das vezes a bactéria é disseminada para outras áreas ou regiões e posteriormente

evoluir para as formas crônicas e agudas.

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A forma crônica manifesta-se pelo aparecimento nas folhas de estrias brancas bem

definidas, geralmente paralelas à nervura central que podem descer pela bainha foliar.Estas

estrias podem evoluir para grandes áreas brancas no limbo foliar. Normalmente, este sintoma

desaparece com o desenvolvimento da planta, mas, sem que a planta se recupere da bactéria,

podendo conduzir a conclusões errôneas sobre o estado sanitário de um canavial. Caso o

desenvolvimento da planta seja prejudicado, este sintoma poderá evoluir para a fase aguda da

doença.

Na forma aguda, as plantas apresentam folhas anormais, com grandes áreas

esbranquiçadas, as gemas do colmo sofrem intensa brotação vindo da base do colmo para a

ponta (quebra da dominância apical) com as folhas destes brotos já apresentando lista ou

áreas brancas. Cortando-se longitudinalmente os colmos atacados nota-se um escurecimento

dos vasos na região nodal, que muitas vezes passa pelos entrenós. Seu efeito maior é no

murchamento e morte dos colmos afetados e provocando grandes falhas de brotação nas

soqueiras.

Figura 4. Escaldadura das folhas

Disseminação – O principal agente de disseminação da Escaldadura assim como do

Raquitismo da Soqueira é o próprio homem, uma vez que, a doença se propaga principalmente

através dos facões de corte, maquinas agrícolas, colhedoras e pelo uso de canas contaminadas

nos plantios.

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Controle – O controle se baseia na utilização de variedades com maior resistência,

desinfecções de facões maquinas e implementos com amônia quaternária e utilização de

mudas de qualidade nos plantios. A desinfecção de facões e maquinas deve ser feita antes de

passar o trabalho de uma área para outra, e mesmo dentro das áreas, o mais freqüente

possível.

Importância Econômica - Nas condições brasileiras, a escaldadura é a bacteriose mais

importante e seus prejuízos manifestam-se principalmente na má brotação dos toletes nos

plantios, morte de canas ou touceiras que provocam as falhas no canavial. Estes danos são

negligenciados ou atribuídos a outras causas. As condições climáticas adversas são grandes

aliadas da escaldadura, por facilitarem a colonização do hospedeiro, e consequente

multiplicação da bactéria.

A infecção sistêmica da bactéria provoca uma maior suscetibilidade da variedade de

cana ao fungo do carvão, podendo portanto, alterar o grau de resistência de uma planta.

3.5 FERRUGEM

A ferrugem da cana-de-açúcar é a doença de mais rápida disseminação. Relatada pela

primeira vez sobre canaviais comerciais em 1940, na África do Sul, sobre a variedade Co301.

Dispersou-se rapidamente por todo o continente Africano.

No continente Americano, a ferrugem foi relatada em 1978 na Republica Dominicana,

sobre a variedade B4362.Em 1980, todos os países que cultivavam a variedade B4362 nas

Américas Central, do Norte e do Sul, apresentavam problemas com a ferrugem, onde a doença

causou sérios prejuízos.

Em 1986 a ferrugem foi encontrada no Brasil sobre a variedade SP71-799 no município

de Capivari do estado de São Paulo e em poucos meses, já era descrita em vários outros

estados.

Agente Causal - O fungo Puccinia melanocephala, um parasito obrigatório das espécies

de Saccharum, com grande capacidade de esporulação e esporos facilmente dispersos pelos

ventos por longas distâncias.

Sintomas – Inicialmente a doença se manifesta sob a forma de pequenas manchas

cloróticas nas folhas, alongadas, de coloração amarela pálida, visíveis em ambas às faces da

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folha. Estas lesões medem de 1 a 10 mm de comprimento por 1 a 3mm de largura, evoluem

rapidamente adquirindo uma coloração marrom, rodeadas por um halo amarelo pálido. Os

sintomas são mais severos em canaviais com 4 a 6 meses de idade, plantados em locais onde a

umidade relativa permanece superiores a 70%, por mais tempo. As variedades atacadas pela

ferrugem reduzem seu crescimento e afinam seus colmos. A avaliação da resistência de uma

variedade é feita pela intensidade do ataque da ferrugem na folha +1.

Figura 5. FERRUGEM

Disseminação - A disseminação do fungo se dá pelo vento, água, restos de cultura e

objetos levados pelo homem. A dispersão dos esporos é relativamente rápida em

temperaturas entre 28° e 30°C. A infecção ocorre quando a umidade é superior a 70% e a

temperatura está entre 20° e 25°C.

Os esporos podem permanecer viáveis por até cinco semanas em temperaturas entre

18° e 28°C, perdendo rapidamente sua viabilidade em temperaturas superiores a 30°C.

Controle – Devido ao seu poder de disseminação, é praticamente impossível deter o

avanço da ferrugem após constatados os primeiros focos. O uso de fungicidas é hoje inviável

economicamente.

O uso de variedades resistentes é sem dúvida o método mais eficiente e viável de se

controlar a doença. Quase todos os programas de melhoramentos de variedades possuem

como preocupação que suas variedades melhoradas sejam resistentes à ferrugem.

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Importância Econômica – A importância econômica da ferrugem está ligada

principalmente ao percentual de plantio comercial que representa a variedade suscetível, na

região afetada e pelas alterações provocadas, nos programas de melhoramento varietal,

visando obter variedades resistentes.

Estima-se que em variedades suscetíveis, quando as condições são favoráveis, as

perdas na produção podem atingir de 20% a 50%. Em 1980, em Cuba, onde a variedade B4362

representava aproximadamente 40% da área dos canaviais, o prejuizo foi de um milhão de

toneladas de açúcar.

3.6 SINDROME DO AMARELECIMENTO FOLIAR (AMARELINHO)

Reportada pela primeira vez no Brasil no inicio da década de 1990, sobre a variedade

SP71-6163, que representava quase 30% dos canaviais do Estado de São Paulo, provocou

grandes prejuízos pela necessidade da rápida substituição desta variedade, como também pela

rápida queda de produção destes canaviais.

Agente causal – Um vírus do grupo Polerovirus que é transmitido por insetos.

Sintomas – Os sintomas estão associados à condições de estresse hídrico por excesso

ou falta. Em variedades muito suscetíveis os sintomas são bastante evidentes nas folhas +1 e

+2, onde se observa um amarelecimento da parte inferior da nervura central da folha e um

avermelhamento da parte superior. Com o passar do tempo o amarelecimento atinge o limbo

foliar dando o aspecto amarelo ao canavial.

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Figura 6. ( SAFCA) – AMARELINHO

A obstrução vascular provocada pelo vírus determina que haja uma grande

concentração de sacarose na nervura da folha. O sistema radicular das plantas afetadas é

bastante reduzido no seu desenvolvimento e diâmetro.

Disseminação - A disseminação da doença se dá através de mudas contaminadas e

através de insetos vetores, como os pulgões Melanaphis sacchari e Rhopalosiphum maidis.

Não foi comprovada a transmissão por instrumentos de corte.

Controle – O uso de variedades resistentes e mudas com qualidade parecem ser o

melhor método. O tratamento térmico para o controle do raquitismo da soqueira não tem

ação sobre o vírus do Amarelinho.

Importância Econômica – Existem variedades suscetíveis que podem apresentar de

30% a 50% de perdas na produção, enquanto em outras variedades sintomáticas, a doença

não apresenta nenhum efeito.

3.7 PODRIDÃO VERMELHA

É uma das doenças mais conhecidas da cana-de-açúcar por estar associada à broca da

cana e pelos transtornos provocados na industria para a extração do açúcar.

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Agente causal - O fungo Colletotrichum falcatum (Went).

Sintomas – A Podridão Vermelha se manifesta de duas formas na cana-deaçúcar,

sobre as folhas e no interior dos colmos. Sobre as folhas, as lesões estão restritas à nervura

central , sob a forma de manchas alongadas de coloração vermelha intenso inicialmente,

tornando-se mais claras no centro em estágios mais avançados. Sobre estas lesões, é que o

fungo esporula, dando origem ao inoculo que irá infectar os colmos. Nos colmos é onde a

doença provoca os maiores prejuízos, causando uma podridão vermelha opaca, que somente é

visível, cortando-se os colmos longitudinalmente. Sobre o tecido avermelhado, aparecem

manchas claras dispostas transversalmente, sendo este o quadro sintomatológico típico da

Podridão Vermelha.

Figura 7. Podridão vermelha nas folhas e nos colmos

Freqüentemente, existe uma intima associação desta doença com a Podridão de

Fusarium, o que tornam as colorações dos tecidos mais escurecidas e comumente os prejuízos

são atribuídos ao conjunto das podridões.

Disseminação – Os agentes naturais, chuva e ventos, são os principais disseminadores

da doença, pois, a esporulação em acérvulos do C. falcatum, necessita da ação da água ou

orvalho para liberar os seus conídios da mucilagem que os prende, e carrega-los até a região

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das gemas no colmo, onde se dá a penetração. O vento é o agente disseminador para longas

distâncias.

O fungo penetra no colmo principalmente pelas perfurações provocadas pela broca da

cana Diatraea saccharalis, fazendo com que a importância da doença esteja intimamente

ligada a infestação deste inseto. Aparentemente, as infecções nos colmos, não são

responsáveis pela disseminação da doença, quando estes colmos são usados como mudas.

Controle - A utilização de variedades resistentes e principalmente o controle da broca

da cana, são os meios mais eficientes para minimizar os prejuízos causados.

Importância Econômica – Como já foi citada, a doença é intimamente ligada ao ataque

da broca da cana-de-açúcar e sua maior importância está na inversão da sacarose dos colmos,

que em casos extremos, pode chegar a 50% de perdas de sacarose. Quando o ataque se dá em

variedades suscetíveis e as condições ambientais são favoráveis ao desenvolvimento da

doença, A Podridão Vermelha pode matar as canas afetadas.

Em alguns países, a infecção no colmo, pode provocar falhas na brotação, em novos

plantios. Este fato, não representa até o momento, problema nos plantios em nossas

condições.

3.8 ESTRIAS VERMELHAS

As estrias vermelhas são uma doença bacteriana, que atualmente possui importância

secundária, mas, com a expansão dos canaviais para locais mais quentes e com épocas de alta

umidade relativa, associada a uma melhoria da fertilidade do solo, podem causar sérios

prejuízos, pois algumas variedades atualmente em uso não possuem resistência satisfatória.

Agente causal – A bactéria Acidovorax avanae subsp avenae, (sin: Pseudomonas

rubrilineans)

Sintomas – A doença se manifesta primeiramente no limbo foliar, provocando o

aparecimento de estrias longas, de coloração vermelha escura, paralelas à nervura central.

Quando as estrias aparecem em grande número, podem se unir, formando uma faixa de tecido

afetado. Na face inferior da folha afetada, podem aparecer sobre as estrias, escamas brancas,

provenientes das exsudações bacterianas, através da aberturas naturais da folha.

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Quando as condições são favoráveis ao desenvolvimento da doença, a bactéria pode

atacar o “cartucho” foliar, apodrecendo o meristema apical do colmo e muitas vezes descendo

pelo interior do colmo, apodrecendo totalmente. Este apodrecimento desprende um cheiro

forte e desagradável, que em severos ataques de uma variedade, podem ser sentidos nos

bordos dos canaviais.

Figura 8. Estrias Vermelhas

Disseminação – A bactéria é facilmente disseminada pelo vento, água de chuva ou

orvalho, não existindo evidencias da sua transmissão por instrumentos de corte, colmos

usados como mudas, ou através de insetos.

Dias nublados com temperas superiores a 25°C, com umidade relativa superior a 80%, são

condições extremamente favoráveis para a evolução da doença.

Controle – A utilização de variedades resistentes e evitar o plantio de variedades

suscetíveis, em locais de solo fértil ou muito fertilizado, em baixadas úmidas, são os meios de

controle para esta doença.

Importância Econômica – Como já dissemos, a estria vermelha é hoje uma doença de

importância secundária estando restrita a alguns locais de solo fértil, ou áreas de fertirrigação,

onde foram plantadas variedades suscetíveis.

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3.9 PODRIDÃO ABACAXI

A Podridão Abacaxi é atualmente uma doença bastante associada ao plantio

mecanizado, quando este é realizado em condições desfavoráveis para a brotação das gemas

no solo, provocando grandes falhas nos canaviais plantados.

Agente causal – O fungo Ceratocystis paradoxa, que é um habitante natural dos

nossos solos.

Sintomas – Nos toletes plantados, o fungo penetra pelas extremidades cortadas ou

rachaduras da superfície do tolete. Os toletes colonizados, quando rachados

longitudinalmente, exalam um cheiro característico de abacaxi maduro, devido à produção de

etil acetato, toxina que é responsável pela inibição da brotação das gemas. No estagio mais

avançado da doença os tecidos parenquimatosos são destruídos, restando somente os feixes

fibrovasculares, cobertos pelos esporos escuros do fungo.

Figura 9. Podridão Abacaxi

Disseminação – O fungo C. paradoxa é um habitante natural dos solos, onde persiste

como saprofita em matéria orgânica ou atacando outros hospedeiros, entre os quais, a

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bananeira, o abacaxizeiro, o cafeeiro , os coqueiros, etc. Portanto, a doença não necessita de

meios especiais para disseminação.

Controle - O plantio em época favorável para uma boa brotação, onde a temperatura e

a umidade do solo favorecem a brotação da gema, evitam que medidas como a utilização de

fungicidas, sejam a única capaz de combater o ataque do fungo. Fungicidas como o benomil e

o triadimenol quando usados na concentração de 0,6g por litro de água, na imersão dos

toletes por 10 a 15 minutos oferecem proteção aos toletes. Pulverizações destes fungicidas

nos sulcos de plantio não apresentaram o efeito desejado.

Importância Econômica – No sudeste, quando as canas são plantadas no inverno seco

e com baixas temperaturas no solo, a podridão abacaxi pode causar até 70% de falha na

brotação das gemas.

3.10 POKKAH BOENG

Uma doença bastante comum em nossos canaviais no período em que as plantas estão

em intensa vegetação. Pode provocar a morte de colmos em variedades suscetíveis ou

deformações no colmo.

Agente causal – O fungo Fusarium moniliforme

Sintomas – Em geral, o sintoma característico do “pokkah boeng” é o desenvolvimento

de regiões cloróticas na base das folhas novas, acompanhadas com uma distorção e

encurtamento da folha. As plantas apresentam o “cartucho” foliar distorcido, com folhas

cloróticas curtas, apresentando nestas regiões cloróticas, pequenas estrias avermelhadas. Os

sintomas da doença são bastante confundidos com a deficiência de boro e podem na maioria

das vezes, estarem ligados a este fator.

Disseminação – Nos tecidos afetados e mortos o fungo esporula abundantemente,

sendo os conídios transportados pelo vento e outros agentes naturais.

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Figura 10. Pokkah Boeng

Controle – Normalmente não se adotam medidas de controle para esta doença, pois

as variedades atualmente em uso, apesar de apresentarem os sintomas, possuem uma

recuperação satisfatória dos sintomas.

3.11 MANCHA OCULAR

A mancha ocular é uma doença que já provocou grandes prejuízos no passado,

principalmente em locais de solos férteis e com temperaturas amenas no inverno.

Agente causal - O fungo Bipolaris sacchari

Sintomas – Inicialmente aparecem no limbo foliar, manchas aquosas, de crescimento

rápido, que apresentam um centro necrótico rodeado por um halo amarelo, tomando o

aspecto de olho e que dá o nome a doença. Em variedades suscetíveis, plantadas em

condições favoráveis para a doença, as manchas aparecem em grande número e a partir delas

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Figura 11. Mancha Ocular

surgem estrias que, inicialmente são cloróticas, mas, evoluem rapidamente para uma

coloração parda avermelhada. As estrias são alongadas, podendo atingir todo o comprimento

da folha e são provocadas por uma toxina produzida pelo fungo nas manchas. O canavial

afetado fica com aspecto de folhas queimadas.

Quando a infestação é alta, o fungo pode atacar a região do cartucho foliar e matar o

meristema apical do colmo.

Controle – A utilização de variedades resistentes e evitar o plantio de variedades mais

sensíveis em locais férteis, úmidos e com temperaturas amenas, parecem ser as principais

medidas de controle.

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3.12 MANCHA PARDA

Doença bastante freqüente em nossos canaviais, muitas vezes confundida à distancia

com a ferrugem, mas, sem relatos de perdas econômicas.

Agente causal – O fungo Cercospora longipes

Sintomas – Pequenas manchas de forma ovalada, vermelhas escuras, rodeadas por

halos amarelados. Aparecem em grande quantidade quando os canaviais que estão em bom

desenvolvimento. Estas manchas podem ser percebidas mesmo em folhas secas.

Figura 12. Mancha Parda

Disseminação – O fungo esporula nas manchas e seus esporos são disseminados pelos

ventos , respingos de chuva e orvalho.

Controle – Devido a falta de relatos de prejuízos econômicos, não se recomenda

nenhuma medida de controle para esta doença.

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4. BIBLIOGRAFIA

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HUGHES, C. G. et al. Sugacane diseases of the world. Amsterdan, Elsevier Publishing Co. 1964,

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TOKESHI,H. Doenças da cana-de-açúcar. PLANALSUCAR, Instituto do Açúcar e do Álcool. 70p.

SANGUINO. A. Principais moléstias da cana-de-açúcar. In Cana-de-Açúcar Cultivo e utilização.

Fundação Cargil, 1987, Vol 2, 741 – 757.