as empresas pela educação

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Retirado do site; http://www.grace.pt/ GRACE - Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial

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Concepção GraceDesign gráfico SpiritucIlustraçõesLeonor, José Maria,Luna e AntónioImpressão GarTiragem 1000 exemplaresSetembro 2006

As Empresas pela EducaçãoAdaptação do manual “O que as Empresas Podem Fazer pela Educação”, editado pelo Instituto Ethos.

Agradecemos a colaboração das entidades que trabalharam na adaptação deste documento:

AESEBombas Grundfos PortugalBosch Security SystemsFundação PTIBMMcDonaldsNestléProsegur

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p43

p33

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Tendo presente que a Educação consiste no aperfeiçoamento permanente das capacidades especificamente humanas, conseguido primordialmente na família, institucionalmente na Escola e desenvolvido no trabalho pro-fissional, verificamos que se trata de um processo que decorre ao longo de toda a vida. A formação do indivíduo, através da aquisição de conhecimen-tos e do seu relacionamento, a ciência como conhecimento da natureza, a filosofia como capacidade de pensar, a ética para valorizar as acções e o exercício da liberdade como manifestação da formação da vontade, defi-nem o amplo sentido da Educação, a qual ultrapassa a simples aquisição de um conjunto de destrezas técnicas para o desempenho de uma profis-são, mas tem um carácter integral que resulta das sucessivas interacções da pessoa com a sua envolvente ao longo da vida.

Processos Formais e Informais na EducaçãoDe acordo com a descrição feita acima podemos considerar que as várias situações com as quais o indivíduo se depara constituem fluxos educati-vos. No entanto, existe uma estrutura institucionalizada que nos permite considerar a Escola, nos seus diversos níveis de escolaridade e nas suas diversas modalidades, como a vertente formal da Educação, e os restantes ambientes como a componente informal da Educação. A escola contribui para a socialização e para a enculturação das pessoas, pois é também atra-vés dela que os valores e as regras da vida em sociedade são adquiridos.

A vertente informal tem preponderância até aos três anos de idade, perdendo gradualmente peso para a Escola por delegação dos Pais e não por desinteresse. A partir dos 25 anos, idade média de conclusão do pro-cesso de educação estruturada, as situações informais voltam a ter mais peso juntamente com a Formação Profissional.

Enquadramento da Educação em Portugal

Conforme está consagrado na Constituição da República (art. 73º), todos têm direito à Educação e à Cultura, cabendo ao Estado promover a demo-cratização da Educação (Escola e outros meios formativos) assim como todas as condições necessárias para que a igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, o desen-volvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão mútua, de solidariedade e de responsabilidade, em suma, o progresso social e a participação democrática na vida colectiva, seja uma realidade.

É igualmente incumbência do Estado (art. 74º da Constituição da

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República Portuguesa) assegurar o ensino básico e universal, obrigatório e gratuito; a criação de um sistema público e o desenvolvimento do sis-tema geral de educação pré-escolar; a educação permanente e eliminação do analfabetismo; garantir que todos os cidadãos acedam aos graus mais elevados de ensino, da investigação científica e da criação artística que as suas capacidades permitam e, progressivamente, estabelecer a gratuiti-dade de todos os graus de ensino.

O Sistema EducativoA Educação em Portugal foi alvo de uma reforma profunda em 1986, com a introdução da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) que veio estabe-lecer novos princípios a nível de estruturas e planos curriculares, progra-mas e métodos de avaliação, apoios e complementos educativos, recursos humanos, administração e gestão do sistema das escolas.

A década de 90 ficou marcada por: · consagração da escolaridade obrigatória para nove anos; · criação e alargamento dos serviços de Psicologia e Orientação

Educativa; · uma nova concepção curricular do ensino secundário e um novo

quadro regulador do ensino superior (salientando-se a autonomia das instituições e a expansão do ensino superior politécnico particular e cooperativo, bem como a revisão do sistema de acesso a este nível de ensino);

· criação de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária; · desenvolvimento da Rede de Educação Pré-Escolar, passando a ser con-

siderada como parte integrante do sistema com a lei de Julho de 1973 (Lei-5/73). Foram então criadas as Escolas de Educadores de Infância oficiais e, em 1978, foram criados os primeiros jardins-de-infância oficiais do Ministério da Educação (Lei 5/77), e finalmente em 1986 é enquadrada definitivamente no sistema educativo;

· criação de um novo Regime de Autonomia, Administração e Gestão das escolas;

· Educação e Formação de Adultos; · concepção e aplicação de programas Interministeriais (vocacionados

para o combate ao abandono escolar precoce); · Educação para a Cidadania (que inclui as dimensões da convivência

intercultural e da defesa do ambiente).

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Em termos estruturais o Sistema Educativo organiza-se da seguinte forma (LBSE):

1. Educação pré-escolar (facultativa e complementar e/ou supletiva da acção educativa da família);2. Educação escolar:

› Ensino básico (universal, obrigatório e gratuito, com duração de 9 anos e composto por 3 ciclos)

› Ensino secundário (via profissionalizante e via ensino, com duração de 3 anos)

› Ensino superior (ensino universitário e ensino politécnico)· 1º Ciclo – Grau de Licenciado – 6 a 8 semestres.· 2º Ciclo – Grau de Mestre – concedido após um 2º ciclo de formação

superior com a duração de 2 a 4 semestres e integrando uma parte escolar com a duração de 1 a 3 semestres, desde que seja cumprido, em conjunto com a formação do primeiro ciclo, um mínimo de 10 semestres de formação superior.

· 3º Ciclo – Grau de Doutor – concedido após um ciclo de formação supe-rior, com duração mínima de 6 semestres, desde que seja cumprida, em conjunto com formação dos ciclos antecedentes, um mínimo de 16 semestres de formação superior.

› Modalidades especiais de ensinoi. Educação especial (visa a recuperação e integração sócio-educativas das pessoas com necessidades educativas específicas devidas a defici-ências motoras e cognitivas);ii. A formação profissional (complemento da preparação para a vida ac-tiva iniciada no ensino básico, visa uma integração dinâmica no mundo do trabalho pela aquisição de conhecimentos e de competências);iii. O ensino recorrente de adultos (para os indivíduos que já não se encontram na idade “normal” de frequência dos ensinos básico e secundário);

iv. O ensino à distância; v. O ensino da língua portuguesa no estrangeiro;

3. Educação extra-escolar› Consiste em actividades de alfabetização e de educação de base; activi-

dades de aperfeiçoamento e actualização cultural e científica; activi-dades de iniciação, reconversão e aperfeiçoamento profissional. Estas realizam-se num quadro aberto de iniciativas múltiplas, de natureza formal e informal.

Introdução

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O Processo de Bolonha no Ensino SuperiorEm Junho de 1999 Portugal, representado pelo Ministro da Educação, juntamente com mais 29 Estados Europeus, subscreveu a Declaração de Bolonha, que tem como meta estabelecer, até 2010, o Espaço Europeu de Ensino Superior que prevê:

· a adopção de um sistema de graus comparável e legível; · a adopção de um sistema de ensino superior fundamentalmente

baseado em dois ciclos; · o estabelecimento de um sistema de créditos; · a promoção da mobilidade; · a promoção da cooperação europeia no domínio da avaliação

da qualidade;· a promoção da dimensão europeia no Ensino Superior;· a promoção da aprendizagem ao longo da vida; · um maior envolvimento dos estudantes na gestão das instituições

de Ensino Superior;· a promoção da atractibilidade do Espaço Europeu do Ensino Superior.

Este processo implica grandes esforços por parte de cada Estado, devendo o Sistema Educativo Português sofrer mudanças estruturais, tais como: a organização do ensino centrado no aluno e nos objectivos de formação; a passagem de um sistema curricular tradicional baseado na “justaposição” de conhecimentos para um sistema centrado no desenvolvi-mento de áreas curriculares alargadas, desenhadas em função dos objecti-vos de formação a prosseguir; a adopção de metodologias de aprendizagem mais activas e participativas.

Principais Desafios da Educação em Portugal

A Europa procura promover a coesão social e a participação mais activa dos cidadãos na vida política e social, estando cada vez mais em destaque a Europa do Conhecimento,onde a competitividade e o desenvolvimento constituem elementos-chave.

Mas este desenvolvimento pressupõe abertura dos sistemas educativos e da mobilidade (fomentando a aprendizagem), no seu sentido mais lato.

Em Portugal, como vértice central do sistema educativo, temos a Escola, que hoje se defronta com novos desafios.

Hoje, o trabalho pedagógico tem que se centrar na aquisição de com-petências para toda a vida (formação e participação cívica, capacidade

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empreendedora, aprender a viver em sociedade, a educação para a saúde, entre tantas outras).

Para cimentar esta nova realidade, os agentes da educação, educado-res e professores, devem beneficiar da estabilização do corpo docente das escolas e da colaboração da sociedade, uma vez que estes desafios que se apresentam são comuns a todos – escolas, empresas e cidadãos em geral.

De acordo com o Ministério da Educação, podemos salientar alguns dos principais desafios que se colocam à Educação em Portugal, podemos salientar:

· Financiamento da Educação. Segundo dados da OCDE de 2004, Portugal gasta com a educação básica e secundária 4,1% do PIB;

· O combate ao abandono escolar e ao insucesso. Dados de 2001, do Ministério da Educação, revelam que cerca de 10.5% dos alunos com 14/15 anos abandonaram a escola, sendo 70% dos abandonos de alunos repetentes. Já as taxas de retenção no ensino básico foram, em 2004, de 12%. De salientar ainda que, em 2001, 52% dos indivíduos entre 25 e 39 anos só possuíam a escolaridade obrigatória;

· O analfabetismo, que apresenta ainda níveis elevados na camada mais envelhecida da população;

· A reforma do ensino secundário; · O desemprego.· A desarticulação entre os diferentes ciclos com patamares de exigência

desnivelados.· A desadequação entre a oferta do Sistema Educativo e a procura

do mercado de trabalho.· O fosso quantitativo com os parceiros europeus;· A diminuição da população estudantil em idade “normal”. No ensino

secundário, de acordo com dados de 2001 do Ministério da Educação, registou-se uma diminuição de 23%;

· O reduzido ingresso na pré-primária – apenas 77,9% em 2003/2004;· A criação de um sistema de avaliação com equidade e que valorize

a aquisição de competências e de capacidades. Mas os desafios não param aqui. É necessário implementar de forma

coerente a formação contínua e incentivar a aprendizagem após o ingresso no mercado de trabalho, o que só se tornará uma realidade quando o próprio mercado de trabalho reconhecer a utilidade desta actualização de competências. E aqui as empresas desempenham um papel fundamental.

Introdução

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Parceria Escola e Empresa

A actual situação conjuntural do País obriga a uma promoção do aumento da sua produtividade e competitividade. Para tal, e pese embora a existên-cia de outras variáveis, o factor humano torna-se o elemento central de todo este processo. Colaboradores bem preparados, com formação ade-quada, motivados e agindo com objectivos concretos, são base fundamen-tal para a necessária mudança na posição socio-económica nacional.

Mas para que tal aconteça, que a força de trabalho esteja preparada para enfrentar os desafios e as exigências que a vida activa requer, é necessário que tudo comece a ser planeado desde muito cedo e cada vez mais com recurso a parcerias. Isto é, sempre que possível se procure encontrar um maior ajustamento entre a oferta académica e a procura profissional.

A relação que se pode criar entre as escolas e as empresas, aos seus mais diversos níveis, será o ponto de partida para que aquilo que cada um possa aprender esteja adequado às necessidades do mercado de trabalho. Não quer isto dizer que se tenha de escolher uma profissão, uma ocupa-ção, em função das necessidades das empresas mas sim, que quando seja feita a opção, a escola esteja munida das ferramentas necessárias para melhor preparar os seus alunos para o mundo de trabalho. E aí, para além da abertura/receptividade das próprias escolas, é fundamental o papel das empresas nesta relação.

Em termos latos, podemos caracterizar a relação institucional escola/empresa como uma parceria, uma relação de colaboração entre instituições que partilham objectivos ou interesses comuns. Na base desta parceria deverá estar o respeito pela actividade específica de cada entidade e a orientação para o alcance de um objectivo comum.

Uma parceria é construída gradualmente e precisa de ser constan-temente fomentada, isto é, requer diálogo, negociação e vontade para ultrapassar os obstáculos que possam surgir. Para que tal aconteça, é fundamental que ambas as instituições se conheçam, pois o seu modo de funcionamento e os valores pelos quais se regem poderão não ser necessa-riamente os mesmos.

Se a empresa puder, por exemplo, oferecer meios para que os alunos visitem as suas instalações, esta será uma óptima experiência para eles, pois poderão presenciar parte de uma realidade que tantas vezes ouvem falar. Poderão inclusivamente, ter a hipótese de acompanhar as várias etapas da elaboração de um produto ou serviço.

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Por sua vez, quando a empresa conhece a realidade interna da Escola, fica com uma visão mais alargada dos problemas que esta enfrenta, facilitando desta forma a colaboração com a equipa escolar na procura de soluções. Este envolvimento pode ainda gerar a possibilidade das empre-sas contribuírem mais activamente no desenho de políticas públicas, por forma a que estas melhor atendam às necessidades dos alunos. Tal poderá ser conseguido, por exemplo, com palestras dadas pelos próprios colabora-dores, sobre diferentes áreas e temas de interesse dos alunos.

Em suma, todos beneficiam:· A escola passa a contar com um parceiro que a poderá ajudar a colocar

em prática diferentes tipo de projectos e, acima de tudo, a ajustar as actividades académicas previstas no decorrer do ano lectivo às necessi-dades e exigências do mercado;

· Os alunos têm a hipótese de contactar com o mundo profissional logo desde muito cedo, têm assim a possibilidade de começar a delinear escolhas e preferências para o seu ingresso no mercado de trabalho, vivenciando experiências que de outra forma se poderiam mostrar difíceis de concretizar;

· A empresa terá a possibilidade de contactar com pessoas com uma visão diferente da sua e que a poderão ajudar a melhor se posicionar em relação ao mundo académico. Para além disso, tudo o que de novo os alunos possam trazer para a empresa, ajudará sem dúvida a alavan-car o seu potencial interno e a aumentar a motivação dos colaborado-res. O facto de estar mais próxima do mundo académico e de melhor o compreender, poderá contribuir para que a esta funcione como um influenciador das políticas públicas.

Introdução

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Conhecer a realidade

Para poder fixar metas e promover um salto qualitativo em relação à Educação dos seus colaboradores, o primeiro passo é conhecer as suas habilitações académicas de forma pormenorizada, bem como os objectivos e motivações profissionais e as e dificuldades com que se deparam neste âmbito. O mesmo se aplica em relação aos seus filhos. Níveis académicos, disciplinas com maior dificuldade, ciclos de escolaridade incompletos e razões do abandono, são exemplos de informação extremamente per-tinente que é essencial reunir ao nível de todas as empresas para poder avaliar os recursos necessários para poder subir um degrau na qualificação das pessoas.

Encontrar quem apoie

A Responsabilidade Social implica que se crie uma comunidade de esforços. Neste âmbito, e com base nas dificuldades acima inventariadas, poderá sensibilizar os Quadros mais qualificados a prestarem apoio aos colaborado-res com dificuldades ou que queiram superar objectivos educativos específi-cos, disponibilizando a empresa horas de serviço para esse efeito.

A ocupação e orientação dos filhos dos colaboradores fora dos períodos lectivos é outro problema candente da sociedade actual. Porque não olhar para ele?

Estabelecer metas

É desejável medir o que é feito na empresa ao nível da Educação. Neste caso, se no final de um ou dois anos, a percentagem de colaboradores com níveis de escolaridade mais elevada evoluir, incluindo aqui todos os graus – desde a escolaridade obrigatória até ao doutoramento – e, além disso, os filhos dos colaboradores apresentarem melhores rendimentos escolares, atitudes mais pro-activas nas aulas, menos incidentes de comportamento, então valeu a pena o esforço.

Mas, como em tudo, após o diagnóstico é preciso definir algumas metas para cada ano. Para tal, é fundamental atribuir responsabilidades.

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Avaliar resultados

Uma avaliação dos resultados obtidos deve incluir os progressos alcan-çados em termos académicos, mas também a evolução da satisfação dos colaboradores em relação ao apoio que a empresa prestou nos diversos aspectos relacionados com a sua formação académica e a Educação das suas famílias.

Correlacionar a satisfação e os seus diversos atributos com a motiva-ção dos colaboradores é um exercício valioso, de grande utilidade para o desenvolvimento de acções futuras e para o “bem-estar” da empresa.

Acções de apoio aos colaboradores

O papel da empresa na qualidade da Educação interna é um desafio exten-sível a toda a organização.

Neste âmbito, a empresa deverá ter como um objectivo melhorar o desempenho dos seus colaboradores, através da definição de um plano de formação adequado às necessidades dos colaboradores, contribuindo para a sua motivação pessoal.

Para tal, a empresa deverá sensibilizar toda a organização para a impor-tância da Educação, a começar pelos gestores de topo, de forma a facilitar a implementação dos programas internos desenvolvidos a este nível.

Escolaridade A empresa poderá proceder a uma pesquisa sobre o nível de escolaridade de cada colaborador. Por outro lado, torna-se importante perceber quais as expectativas em relação aos estudos, sensibilizando aqueles que abando-naram precocemente a escola a retomar a sua frequência, ficando desta forma mais aptos a ajudar os filhos nas suas tarefas escolares.

Uma possibilidade de parceria empresa/escola será o convite ao corpo docente das escolas locais para o desenvolvimento de actividades lectivas directamente nas empresas, favorecendo o ensino nas suas instalações.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

McDONALD’SOs restaurantes McDonald’s pretendem ser uma porta fácil ao primeiro emprego, formação e igualdade de oportunidades.

Mais de 75% dos colaboradores são estudantes e são vários os pro-

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gramas que procuram estimular, desenvolver e fomentar a prossecução de estudos, a todos os 6000 funcionários.

Flexibilidade de horários, promoções de carreira e formação comple-mentar, são alguns exemplos desta política.

BOSCHEm relação aos trabalhadores estudantes, e para além do cumprimento da legislação, esta empresa permite a sua saída todos os dias uma hora mais cedo para a frequência das aulas.

Promover o desenvolvimento de competênciasIncentive os colaboradores a desenvolverem as suas competências e formação académica. As pessoas são o activo mais importante de qualquer empresa, pelo que deverão ser encaradas como tal.

A autorização para a frequência de aulas durante o horário de trabalho ou subsídios e comparticipações em custos com a frequência de especia-lizações, pós-graduações, mestrados ou doutoramentos são alguns dos exemplos do que poderá ser feito neste domínio.

Considere a possibilidade de reconhecer publicamente aqueles que conseguem concluir, com o apoio da empresa, os diversos graus de ensino.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

NESTLÉA Nestlé aposta largamente no desenvolvimento dos seus recursos huma-nos e coloca ao seu alcance todos os instrumentos para a sua concretiza-ção efectiva. A formação assume-se, pois, de importância crucial para a Nestlé pois permite assegurar uma aprendizagem de qualidade ao longo da carreira dos seus colaboradores no sentido do desenvolvimento das suas competências e na melhoria do seu desempenho, gerando uma maior motivação.

No que diz respeito à formação externa, esta subdivide-se também em local e internacional. Ao nível local, a Nestlé promove a participação dos seus colaboradores não só em conferências e seminários mas também em especializações, pós-graduações, mestrados e doutoramentos, através de parcerias que desenvolve com as entidades responsáveis pelos mesmos, em alguns casos formalizadas por protocolos. Ao nível internacional, a Nestlé possui parcerias com o MCE (Management Centre Europe) e com o IMD (International Institute for Management Development) na Suíça, com

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Escolas de Línguas e outras Escolas de Especialidade no sentido de ter à disposição dos seus gestores de topo soluções na área da sua formação ou outra relevante para o cargo que desempenham.

A diversificação das fontes e das metodologias de aprendizagem permi-tem responder assim, com maior eficiência e eficácia, às necessidades de cada colaborador, disponibilizando aliás a flexibilidade que lhe propor-cione uma melhor articulação entre a vida pessoal, social, profissional e familiar.

Prémio NestléDesde 1988, aos colaboradores que decidem individualmente concluir o 12º ano ou prosseguir os seus estudos académicos (licenciatura, plano de especialização, pós-graduação, mestrado, doutoramento) a Nestlé Portugal concede um Prémio e distingue anualmente todos aqueles que concretizam efectivamente tais estudos, mediante a atribuição de um valor pecuniário e de um diploma numa cerimónia pública intitulada “Prémio Nestlé”, elogiando assim o esforço, o empenho e a dedicação dos colaboradores na persecução dos seus estudos.

BOSCHA Bosch proporciona aos seus colaboradores pós-graduações e outras especializações em diferentes áreas de interesse para o seu negócio.

Todos os custos inerentes a estas actividades são da responsabilidade da empresa.

EURONEXT LISBONDe entre os vários projectos internos levados a cabo no domínio da Educação, salienta-se os diversos incentivos à frequência e o financiamento de cursos de pós-graduação e outros por parte dos seus colaboradores.

IBMA IBM revolucionou o conceito de formação tradicional junto dos seus colaboradores através do e-learning. A formação pode ser levada a cabo a qualquer hora, em qualquer lugar, contendo um vasto leque de conteúdos formativos nas mais variadas áreas de actuação. A IBM foi pioneira na disponibilização desta formação junto dos seus colaboradores, ao desen-volver um portal de formação, o “IBM Global Campus”, que reúne mais de 3500 cursos e conta com uma equipa de especialistas para assegurar a actualização e o rigor dos conteúdos.

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Apesar da crescente utilização do e-learning, a IBM continua a utilizar a formação “tradicional” como um complemento de determinados cursos online. Em termos globais podemos dizer que na IBM cada colaborador dedica em média 5 dias de formação por ano.

A IBM disponibiliza ainda um programa, denominado “Tuition”, que subsidia a formação dos empregados ao nível universitário (pós-gradua-ções, mestrados, MBA).

Educação para a Segurança, Saúde e Bem-EstarA segurança, a saúde e o bem-estar dos colaboradores deverá sempre ser salvaguardada pela empresa.

No entanto, importa assegurar práticas de educação para a saúde que vão muito para além dos imperativos legais. Estas práticas, como workshops e outros eventos, poderão igualmente ser extensíveis ao agre-gado familiar dos colaboradores.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

NESTLÉPrograma WellNesA Nestlé, Companhia de Alimentação, Nutrição, Saúde e Bem-Estar está fortemente comprometida com a educação alimentar não só dos seus con-sumidores mas especialmente dos seus colaboradores. Com esse intuito, deu início a um programa interno que visa essencialmente educar e sensi-bilizar os seus colaboradores para esta temática, convertendo-os nos seus melhores “embaixadores”. Com início em Outubro de 2003, o Programa WellNes tem como objectivos dotar os colaboradores da Companhia de conhecimentos básicos na área da nutrição tendo em conta o seu traba-lho diário numa empresa líder mundial de alimentação, nutrição, saúde e bem-estar, sensibilizando-os para a importância dos estilos de vida, com grande enfoque para a importância da alimentação aliada à actividade física e incentivando-os à adopção de estilos de vida saudáveis.

Ao nível da formação são organizadas acções de formação em nutrição, workshops, palestras, sessões de esclarecimento e são disponibilizados cur-sos de nutrição básica em ambiente de e-learning e blended learning acessí-veis a todos os colaboradores e disponíveis numa plataforma de Internet.

Os workshops de nutrição, contam com as apresentações da WellNes Champion da Nestlé Portugal e dos departamentos de Serviço ao Consumidor e Market Intelligence, e onde se procura promover a sensibi-

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lização dos colaboradores para os benefícios de um produto nutricional-mente diferenciado, baseado na investigação científica feita pelos centros de pesquisa Nestlé e abordam-se temas actuais como a obesidade, a diabe-tes, as doenças cardiovasculares e a osteoporose. Delineiam-se os concei-tos básicos da nutrição e discutem-se as principais tendências da ciência. Além dos workshops, em 2005, foram desencadeadas semanas temáticas para a promoção do bem-estar físico e psicológico através de uma divul-gação dos efeitos de uma boa alimentação na saúde. A semana da fibra, “Fibra, uma aliada para o seu bem-estar” no mês de Fevereiro; “Mime o seu coração”, no mês de Maio o mês do Coração; e por último a semana do “Bem Estar com conta, peso e medida” no mês de Outubro. Estas semanas são pautadas por uma envolvência em torno do tema principal conseguida com o envio diário de e-mails informativos, com a decoração do edifício sede, com a criação de ementas específicas no restaurante e o envio de uma brochura coleccionável. Além das referidas, estas semanas incluíram também, no âmbito da sua temática, um rastreio de colesterol, tensão arterial e peso aos colaboradores da sede, uma palestra pela Fundação Portuguesa de Cardiologia e uma palestra dada pela Clínica Metabólica sobre controlo de peso e actividade física. Quando oportuno é também distribuído material promocional pelos colaboradores alusivo ao tema.

Neste ano de 2006 foram já realizadas duas semanas temáticas: “Pequeno-Almoço para um dia em Grande”, que procurou sensibilizar os colaboradores para a importância e para os benefícios de um bom pequeno-almoço logo pela manhã, e “O Arco-Íris no seu prato” que pro-curou associar de uma forma pedagógica as cores do arco-íris às cores dos alimentos, assinalando os benefícios aportados por cada cor presente em cada um deles, sendo que o segredo reside na combinação e na mistura de alimentos de todas as cores.

McDONALD’SFoi criado um Guia de Estilos de Vida Activos, com o principal objectivo de informar as equipas McDonald’s sobre esta temática, mostrando a varie-dade nos produtos da empresa e, simultaneamente, dando informação sobre estilos de vida activos, integrando-os no seu dia-a-dia.

O Guia dispõe de informação básica sobre nutrição e dicas para a prá-tica de exercício físico, tendo como referência o exemplo de uma semana, e foi a base para vários programas de formação ao nível dos restaurantes.

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IBMA IBM dedica uma atenção muito especial à saúde e ao bem-estar dos seus colaboradores e familiares directos. É, pois, neste contexto que o plano de programas e benefícios da Companhia tem uma forte incidência em iniciativas que se prendem com a saúde, seja ao nível do acompanhamento assegurado pelo Gabinete Médico, seja ao nível da negociação de seguros existentes no mercado, que melhor satisfaçam os interesses e necessida-des do universo dos IBMers, quer no activo quer em situação de reforma. A IBM possui um Plano Médico muito vantajoso que tem como objectivo assegurar a protecção dos colaboradores e dos seus agregados familiares em caso de doença. O prémio do Plano Base é suportado integralmente pela IBM. Este Plano Médico permite ainda aos colaboradores da IBM e respectivos agregados familiares a adesão a um Plano Complementar que permite uma cobertura alargada a um custo muito competitivo. Este Plano é suportado pelos colaboradores aderentes.

Paralelamente, e a par e passo com as campanhas de sensibilização que a IBM desenvolve regularmente (p.e. rastreio de colesterol, hipertensão arte-rial, diabetes), a Companhia lançou uma outra campanha, mais específica, que visa alertar e promover a saúde alimentar de todos os colaboradores.

Esta consiste num conjunto de acções que incluem ementas da cafetaria especialmente concebidas com o objectivo de proporcionar uma alimentação mais saudável. Novos menus “saúde matinal” disponíveis no bar, assim como um novo programa orientado para ajudar a combater o excesso de peso, hipertensão, colesterol, que ministra ensinamentos sobre alimentação variada e regrada com controlo diário de índice de massa muscular (IMC).

Acções de apoio à Educação na família

As empresas e o seu apoio aos colaboradores enquanto paisOs pais são os primeiros e principais educadores. Da sua acção e do seu conhecimento dos filhos e das especificidades psicológicas de cada idade, da sua consciencialização da necessidade de acompanhar a Escola e de dedicar aos filhos, mais do que quantidade de tempo, tempo de qualidade, vai depender em grande medida a personalidade dos jovens e futuros cidadãos.

É de recomendar às empresas com preocupações de Responsabilidade Social que, não só facilitem esse tempo de qualidade de acordo com a idade de cada filho, mas também que estabeleçam protocolos com

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Instituições de Educação Familiar, especializadas no tratamento e orienta-ção de famílias nestes temas, para a realização de programas de formação para os seus colaboradores.

Instituições de Educação Familiar como o CENOFA, Centro de Orientação Familiar, têm larga experiência na realização de Programas de Educação para Pais com filhos em diversas fases do seu desenvolvimento.

Mediante a estrutura da empresa, é natural que as prioridades de apoio à família variem, em particular no que diz respeito aos escalões etários médios dessa mesma estrutura.

No entanto, esta área pode revelar-se uma grande mais valia para os colaboradores da empresa, reforçando a sua motivação e reconhecimento pela organização onde trabalham.

Em alguns casos, os benefícios concedidos pela empresa neste âmbito tornam-se excelentes regalias sociais.

Num formato mais lato, o investimento na Educação da família reforça o nível geral das comunidades locais e da população portuguesa, tor-nando-a mais competitiva perante as novas economias.

Um programa de apoio à Educação das famílias poderá ser lançado den-tro da empresa com ideias simples e pouco complexas, investindo de forma crescente ao aumentar os recursos financeiros e humanos da organização. Passamos a enumerar algumas ideias.

Os colaboradores com filhos em idade pré-escolarA realidade sócio-educativa dos nossos dias demonstra que o sucesso escolar é superior quando as crianças frequentam estabelecimentos de ensino pré-escolar. O estímulo educativo positivo precoce, é hoje uma necessidade face às imensas solicitações que, de outra forma, dispersa-riam as crianças.

Por outro lado, o modelo familiar actual exige uma entrada no mundo da escolaridade formal muito mais cedo.

A rede de ensino Pré-Escolar Oficial muitas vezes não responde às crescentes necessidades da sociedade actual, tendo os colaboradores das empresas que recorrer a estabelecimentos cuja relação conveniência de horários/proximidade/preço/qualidade, lhes levanta verdadeiros dramas.

A colaboração das empresas neste domínio será muito desejável, através da criação de estabelecimentos próprios ou, alternativamente, através da atribuição de subsídios que permitam aos colaboradores uma maior facilidade de escolha, ou até da disponibilização dos transportes da empresa para movimentar as crianças.

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O QUE ESTÁ A SER FEITO

MILLENNIUM BCPColégio O ParqueO Millennium BCP criou um Jardim-Escola destinado exclusivamente aos filhos dos seus colaboradores, situado no Tagus Park, em Oeiras.

Esta estrutura, com uma área de aproximadamente 700m2 de área coberta e 1000m2 de jardim, acolhe cerca de 80 crianças entre os 4 meses (berçário) e os 6 anos de idade (pré-primária). Em todos os níveis é posto em prática o programa “Os Cinco Sentidos”.

O Millennium BCP não comparticipa directamente na mensalidade dos alunos. No entanto, ao ceder as instalações ao O Parque, o valor cobrado aos colaboradores reduz substancialmente.

Este colégio acolhe não só os filhos dos colaboradores que trabalham no Tagus Park, como de outros que exercem funções noutros locais e que queiram ali inscrever os seus filhos. O transporte poderá ser assegurado pelos pais ou através de uma parceria que O Parque tem com a Easy Bus.

O Parque encontra-se em funcionamento 12 meses por ano, fechando apenas uma semana entre o Natal e o Ano Novo, dois dias em Abril e dois dias em Setembro, para limpezas mais profundas, desinfecções e formação do pessoal.

Os responsáveis por este estabelecimento de ensino permitem e incentivam os pais a irem observar os seus filhos em locais “escondidos” de forma a perceberem e compreenderem as actividades que os mesmos realizam na escola.

Disponibilização de recursos para comparticipação de estudos (através de verbas de acompanhamento ou verbas para compra de livros)Este formato teve a sua génese em várias empresas familiares alargando, desde aí, o seu campo de intervenção ao restante tecido empresarial português, de forma a complementar o abono de família, ou facilitando comparticipações financeiras ou adiantamentos em épocas específicas (início do ano escolar ou época de exames).

O QUE ESTÁ A SER FEITO

NESTLÉConsciente da importância da educação para o desenvolvimento das crian-ças e dos jovens, a Nestlé Portugal possibilita aos filhos dos seus colabora-

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dores, um subsídio de escolaridade, a partir do 5º ano até ao 12º ano, por intermédio de uma comparticipação nos encargos normais dos estudos. Esta comparticipação é fixada em três escalões.

Ao nível do ensino superior, a Nestlé possibilita aos filhos dos seus colaboradores a inserção num programa de bolsas de estudo para frequên-cia de um curso universitário. Este apoio exprime-se numa comparticipa-ção dos encargos académicos normais, através da atribuição ao estudante de um determinado valor financeiro.

IBMO plano de educação para filhos de colaboradores, concedido pela IBM, cobre a totalidade da vida escolar do indivíduo, desde a educação pré-escolar até à universidade e representa, objectivamente, um auxílio para a redução de custos de educação (tendo em conta os limites de compartici-pação previamente estabelecidos, consideram-se para efeitos de reem-bolso as despesas referentes ao ano curricular em curso, nomeadamente: matrículas, propinas, livros, material escolar).

O plano abrange:· Educação pré-escolar;· Instrução primária;· Ensino preparatório;· Ensino secundário;· Cursos técnico-profissionais;· Cursos superiores.

Promoção de Flexibilidade horáriaPermita uma gestão flexível do horário de trabalho, de forma a tornar possível aos colaboradores um acompanhamento adequado da família em momentos especiais da vida escolar, de que são exemplo as reuniões com o corpo docente.

Desta forma, os pais poderão participar nas actividades da escola, o que conduzirá a um aumento do interesse dos seus filhos nas mesmas e solucionará possíveis problemas como o absentismo escolar, a falta de interesse em disciplinas específicas, entre outros.

A empresa poderá ainda convidar um representante de uma escola para uma palestra sobre estes temas e outros de interesse comum, dirigido aos seus colaboradores, com o objectivo de os sensibilizar para a importância da Educação.

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O QUE ESTÁ A SER FEITO

IBMDesde sempre foi preocupação da IBM criar condições para que os colabo-radores possam melhor coordenar os aspectos da sua vida profissional com a pessoal e a familiar. Efectivamente a implementação de modelos organi-zacionais que favoreçam o equilíbrio profissional e familiar implica trans-formações nos processos e modos de trabalho. Os programas de incentivo à conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional que a IBM tem vindo a desenvolver de uma forma estruturada só se traduzem em resulta-dos, porque existe uma cultura que os sustenta, porque acreditamos são vantajosos para toda a Companhia.

Perante uma conjuntura económica que reforça a necessidade de crescimento da competitividade das empresas, aos nossos empregados é solicitado um empenho constante, sob uma perspectiva de disponibilidade absoluta para as exigências do negócio, que tem que estar devidamente suportada nos meios/recursos que a IBM coloca ao dispor dos seus empre-gados que lhe permitem compatibilizar as suas responsabilidades familia-res e pessoais com as responsabilidades profissionais.

A IBM desenvolveu um conjunto de medidas que permitem que os colaboradores e a empresa se organizem por forma a que trabalho e família não constituam um problema, mas sim uma complementaridade...um equilíbrio. Dentro do espírito que pessoas felizes tornam as empresas mais bem sucedidas, e que pessoas que se sentem bons familiares produzem em regra bons profissionais e bons líderes, a empresa desenvolve toda uma série de programas que, inspirados neste princípio, visam facilitar o dia-a- -dia pessoal e familiar dos seus colaboradores.

A essência de um programa de conciliação entre a vida familiar, pessoal e profissional tem que residir, em primeira instância, numa política de flexibilidade e mobilidade, que permite aos nossos empregados ter acesso a um conjunto de tecnologia que facilita a organização do seu trabalho diário independentemente do local onde se encontre. A cultura de orien-tação para resultados que a IBM desenvolveu é a garantia que a flexibili-dade é para nós um ganho em termos de eficácia e não um obstáculo à vida privada dos nossos empregados.

Assim sendo, aos colaboradores da IBM é dada flexibilidade horária para desenvolverem o seu trabalho. Contudo, dada a natureza de determi-nadas funções, a flexibilidade terá que ser limitada, daí que a IBM tenha instituído um período designado por core time.

A educação dentro da empresa

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O programa Ano Sabático é mais um exemplo dos meios disponíveis que permitem aos colaboradores optarem por um determinado período de tempo para realizarem outras actividades ou projectos pessoais. Este programa é desenvolvido numa base voluntária, o qual tem tido resultados bastante positivos. Temos vários exemplos de empregados que efectiva-mente utilizaram o programa para se dedicarem a projectos familiares e pessoais, que vão desde a implementação de negócios de família passando pelo investimento em formação pessoal.

Identificação de estabelecimentos escolares Procure agilizar os acessos e tempo de deslocação para os estabelecimen-tos escolares, facilitando o acesso a estes com:

· Informação sobre estabelecimentos escolares na periferia da empresa;· Reservas de vagas em infantários, escolas e colégios da zona;· Sugestão de actividades extra-curriculares e em períodos não lectivos,

como complemento da formação escolar. Esta deverá ser uma preo-cupação que se assume cada vez mais importante. A disponibilização de informação acerca de ofertas para ocupação de tempos-livres aos colaboradores (por exemplo, colónias de férias e campos de férias), constitui um facilitador para solucionar a ocupação dos seus filhos nos períodos em que a escola está encerrada. A empresa poderá ela mesma iniciar um programa deste género ou patrocinar um já existente, colocando à disposição dos colaboradores o ingresso dos seus filhos mediante um valor pecuniário mais acessível e subsidiado pela empresa.

Estabeleça parcerias com empresas locais para prestação de serviços de apoio à educação da famíliaEmpresas pequenas localizadas na mesma área ou região podem juntar-se para oferecer serviços que, individualmente, estariam impossibilitadas de providenciar. São exemplos disto creches, estabelecimentos pré-escolares, amas, explicadores e ginásios.

Paralelamente, poderá ser feita uma lista exaustiva dos serviços dispo-níveis na área da sua empresa, útil aos colaboradores face às suas respon-sabilidades de educação familiar e promovida a divulgação da mesma.

Analise a possibilidade de contactar as empresas que está a considerar colocar nessa lista, negociando descontos para os seus colaboradores. São exemplos disto papelarias, lojas de vestuário e fardas, entre outros.

Solicite sugestões aos seus colaboradores sobre fornecedores de servi-ços que já tenham utilizado e cujo atendimento tenha sido satisfatório.

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Esta lista de serviços pode ser um projecto a ser desenvolvido por um grupo informal de empresas, de forma a compilar os recursos existentes na localidade.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

IBMOs acordos preferenciais da IBM com empresas de serviços variam desde o apoio no financiamento para compra de casa ou de carro, até facilidades como ginásios, estacionamentos, seguros, farmácias, colégios, serviços ópticos, entre outros.

Sessões de Formação específicasTorne extensível à família dos colaboradores da sua empresa, sessões de formação ou esclarecimento já proporcionadas no âmbito da empresa e importantes no desenvolvimento de competências técnicas ou aspectos de simples cidadania, como:

· gestão financeira (doméstica)· gestão de carreira· gestão de tempo· ambiente· responsabilidade social· novas tecnologias· técnicas de apresentação· preparação de CV e entrevistas de emprego

Formação para continuidade Considere a possibilidade de dar formação específica da empresa aos familiares dos colaboradores que pretendam dar continuidade à função desempenhada pelo mesmo.

Nota: Sobretudo em casos que envolvam a área laboral, consulte o seu departamento jurídico ou o seu advogado para se assegurar de que as políticas e iniciativas adoptadas estão de acordo com a legislação ou são acompanhadas por um instrumento que assegure a sua legalidade.

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Guia de Intervenção

No capítulo anterior dedicámos a nossa atenção à importância do investi-mento, por parte das empresas, na educação dos colaboradores e dos seus familiares e delineámos algumas iniciativas que se podem desencadear neste sentido. No presente capítulo iremos abordar e procurar traçar um Guia de Intervenção dedicado às empresas e que facilite a sua abordagem à comunidade educativa.

Os projectos a serem equacionados por parte da empresa no que diz res-peito à educação não necessitam de ser obrigatoriamente desenvolvidos directamente com o estabelecimento de ensino. Existem, em muitos casos, projectos desencadeados pelas Câmaras Municipais, por Organizações Não Governamentais e por outras entidades, que terão, por sua vez, repercus-são no estabelecimento de ensino.

Por outro lado, se internamente se deverão observar uma série de requisitos, no que diz respeito à gestão das expectativas dos colabora-dores e à satisfação das suas necessidades ao nível da formação, quando a empresa procura transferir essa vontade para o exterior, o cuidado na aplicação dos projectos deverá ser igualmente tido em conta.

Os estabelecimentos de ensino constituem um universo com especifi-cidades muito próprias e diferentes do mundo empresarial pelo que toda e qualquer abordagem a ser feita, deverá ser, obrigatoriamente, diferente e cuidada.

Os projectos pensados pela empresa que tenham como objectivo a sua aplicação na área da Educação deverão ter uma base sólida de conheci-mento da realidade daquele estabelecimento de ensino, ou seja, a empresa deverá procurar munir-se de todo o tipo de informação sobre o mesmo por forma a melhor avaliar as necessidades desse estabelecimento e a viabi-lidade da aplicação do projecto. Desta forma, ao expor a iniciativa, esta reflectirá uma resposta a necessidades concretas e será melhor acolhida pela escola pois revela o interesse, o cuidado e a preocupação que a empresa demonstra perante esta.

O desenvolvimento de projectos vocacionados para os estabelecimentos de ensino assume-se cada vez mais importante para a ligação que se pre-tende entre as realidades empresarial e académica. É também salutar para o desenvolvimento do próprio estabelecimento de ensino, não só ao nível da formação e da possibilidade de partilha de novos conteúdos mas tam-bém no que diz respeito à concretização de novos projectos e actividades.

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Na primeira parte deste Capítulo – Guia de Intervenção – enunciaremos algumas etapas que poderão ser úteis para encetar um projecto deste tipo. Desde o primeiro contacto com o estabelecimento de ensino e as entida-des oficiais, como a mobilização não só da comunidade educativa como também dos próprios colaboradores da empresa, passando pela mais-valia aportada para a escola e para a empresa pela introdução de um projecto deste tipo.

Procuramos dar algumas sugestões que facilitem a actuação das empre-sas enquanto pólos dinamizadores de projectos educativos sustentáveis. Não são, de forma alguma, uma receita a seguir impreterivelmente, até porque tanto as escolas como as empresas têm realidades bastante diferen-tes umas das outras. O que se pretende é criar, no fundo, um conjunto de sugestões que as empresas possam aplicar ao seu contexto interno e que dêem origem a projectos educativos externos com impacte na sua comuni-dade directa ou indirecta.

1. Identificação do Estabelecimento de Ensino Existe interesse por parte da sua empresa em estabelecer uma parceria com um estabelecimento de ensino para a elaboração de um projecto que considera contribuir para a melhoria da Educação. Qual o primeiro passo a dar? Como identificar o estabelecimento de ensino?

O primeiro passo será a formalização de um contacto prévio. Este contacto poderá ser dirigido aos Serviços Regionais de Educação, cons-tituídos pelas Direcções Regionais de Educação do Norte, do Centro, de Lisboa, do Alentejo e do Algarve. A escolha da Direcção Regional de Educação adequada será feita consoante a área que seja da sua preferência para implementar um projecto educativo ou segundo a localização da sua empresa. Por outro lado, poderá também contactar com o Ministério da Educação através dos seus Serviços Centrais. Outra opção é estabelecer uma colaboração com as unidades escolares próximas da sede e/ou das unidades descentralizadas da sua empresa e encetar um contacto directo com o Presidente do Conselho Directivo desse estabelecimento de ensino, apresentar-se e solicitar uma reunião na escola. Assim ficará a conhecer o espaço e terá a oportunidade de lhe apresentar o projecto educativo, averi-guando o seu possível interesse.

Caso o primeiro contacto seja estabelecido directamente com a escola este deverá sempre passar pelo Presidente do Conselho Directivo pois dele depende, em última instância, a aprovação do projecto e a motivação dos restantes membros da comunidade educativa. Este irá funcionar como elo

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de ligação entre a empresa e a escola no sentido de acompanhar o desen-volvimento e a avaliação da parceria com a empresa.

Nesta fase de aproximação, é conveniente que a atitude a tomar seja de respeito pela autonomia da escola. A empresa poderá, sobretudo, trazer mais valias para o desenvolvimento da Educação ou para os desafios que atravessa aquele estabelecimento. No entanto, não irá com certeza resol-ver per si todas as dificuldades do mesmo. A parceria será sobretudo um veículo facilitador para a construção de novos caminhos e para o encontro de soluções diferentes. Perguntar à escola de que forma a empresa poderá contribuir para o seu desenvolvimento é um bom princípio por forma a iniciar um diálogo em que se estabeleça um acordo de parte a parte rela-tivamente a que tipo de parceria irá ser estabelecida. Consultar o estabe-lecimento de ensino antes de tomar decisões é sem dúvida mais produtivo para ambas as partes.

2. Diagnóstico de NecessidadesAntes de diagnosticar as necessidades sentidas pela escola, procure saber quais os projectos já existentes e os respectivos parceiros pois podem ser criadas boas sinergias com os mesmos. Após ter a noção daquilo que efectivamente já existe no estabelecimento de ensino, procure identificar as suas necessidades reais. Para este diagnóstico é importante estabelecer um diálogo que envolva os diferentes públicos da comunidade educativa. Assim, ficará mais sensibilizado para as suas necessidades e para as preo-cupações que cada um deles demonstra (ex.: convidar os pais dos alunos que até podem ser colaboradores da sua empresa e também os próprios funcionários do estabelecimento). O diálogo e a flexibilidade são factores determinantes nesta fase de arranque uma vez que se pretende que o projecto seja benéfico para todas as partes envolvidas.

3. Mobilização da comunidade educativaConvidar alunos, pais, professores e funcionários assume-se como funda-mental na prossecução do projecto. O envolvimento criado na partilha de decisões é essencial ao desenvolvimento do mesmo, pois faz com que as pessoas sintam o projecto como seu e procurem levá-lo a bom porto. Porém, envolver a comunidade educativa não se trata de um processo fácil nem rápido. A ideia é ir envolvendo cada pessoa de modo a torná-la uma “embai-xadora” desse projecto a qual se sentirá motivada para o disseminar por outras pessoas. O envolvimento, muitas vezes, pode ser complicado quando os projectos estão ainda no papel. À medida que forem aparecendo os resul-

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tados, estes acabam por funcionar como atractivo para a participação. Estimular a partilha de ideias, valorizando-as, ouvindo-as e tomando-

-as em consideração no processo decisório é fundamental para que os “embaixadores” do projecto se sintam envolvidos e responsabilizados.

A presença do responsável da empresa é fundamental em todas as reuniões pois demonstra o seu interesse e motivação. A apresentação e a divulgação interna e externa do projecto são de extrema importância.

4. Sensibilização dos colaboradores da escola e da empresaÉ necessário mobilizar a comunidade escolar e os colaboradores da sua empresa.

O envolvimento dos seus colaboradores deve ser feito de maneira gradual e voluntária, jamais imposto. Antes mesmo de procurar a escola reúna os gestores de topo dos vários sectores da empresa e convide-os a participar no desafio. As chefias são importantes pela sua capacidade de liderança e influência nas equipas, mas os colaboradores de outros níveis também devem estar envolvidos desde o início. Procure divulgar a acção através dos veículos de comunicação da empresa (site, revistas, painéis, entre outros). É preciso deixar bem claro, para todos, o teor do compro-misso da empresa com determinada escola e com a Educação pública de um modo geral.

Identifique formas criativas de facilitar a participação dos seus colaboradores no projecto. Convide-os a participar nas reuniões na escola (durante o horário de trabalho). Aos que se mostrem interessados em actuar na escola, facilite-lhes a possibilidade de dedicar algumas horas do seu tempo de trabalho.

5. Identificação dos recursos necessários Antes de começar a desenvolver as acções previstas no projecto de parceria com a escola é recomendável fazer um planeamento dos investimentos necessários para evitar que o projecto se inicie com grande fôlego e depois perca o ritmo devido à falta de injecção de recursos. Quando falamos de recursos não falamos só de financeiros, precisamos também de aportar os humanos e intelectuais disponíveis na empresa e no circuito dos seus clientes e fornecedores.

Debata com todos os sectores da sua empresa como cada um pode colaborar. Quando o projecto estiver consolidado e preparado para receber as contribuições apresente-o aos seus clientes e fornecedores e convide-os a participar. Mesmo que não se envolvam na parceira que a sua empresa

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mantém com determinada escola, o seu convite pode ser uma fonte de inspiração para que eles se envolvam noutras acções do género.

Quando se trata de recursos financeiros apresente à escola uma previ-são dos investimentos para que, em conjunto, decidam um plano de acti-vidades. Transforme a relação de parceria, numa relação de proximidade e confiança entre a empresa e a escola. Ambas estarão a apoiar-se e sabem que podem contar uma com a outra.

6. Procura de parceirosÈ provável que precise de identificar parceiros para desenvolver alguns projectos na escola, dependendo das necessidades e das prioridades da comunidade escolar e das responsabilidades que a sua empresa pretende assumir. Se a empresa e a escola resolvem desenvolver um programa de formação para o uso de novas tecnologias, por exemplo, terão de recorrer a entidades com experiência nesta área.

A integração de outros parceiros é fundamental para a consolidação da escola como um espaço privilegiado do desenvolvimento comunitário. Faça uma lista de parceiros potenciais ou pessoas que poderiam contribuir, cada qual á sua maneira (associações de moradores, pequenos comercian-tes, rádio locais, entre outros). Quando chegar o momento adequado para envolver outros parceiros visitem juntos a escola para iniciar um diálogo.

Se a escola conta já com a colaboração de outros grupos e entidades procure somar esforços com eles, desenvolvendo actividades e projectos conjuntos. Isso evitará a duplicação de acções e optimiza a contribuição da sua empresa.

7. Avaliação do projectoQuando a empresa e a escola decidem iniciar um trabalho conjunto na melhoria da Educação, devem também fixar mecanismos de avaliação do projecto. A avaliação permite identificar um conjunto de ideias con-clusivas e recomendações que sistematizam o processo de avaliação e que constituem um contributo relevante para alcançar uma maior eficiência e eficácia dos instrumentos e políticas a adoptar.

Torna-se, assim, indispensável introduzir mecanismos de avaliação periódica para aferir nos diversos momentos do desenvolvimento do projecto se os objectivos estão a ser cumpridos, se as metas propostas estão a ser atingidas ou se sofreram desvios, apurando em simultâneo seos destinatários têm beneficiado do trabalho desenvolvido.

Os mecanismos de avaliação deverão ficar definidos previamente com

Apoio às escolas

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as estruturas representativas da comunidade escolar. Os critérios de ava-liação devem ser discutidos com bastante atenção e devem ter em conta os recursos disponíveis, os objectivos a alcançar e os prazos previstos.

Nesta fase do processo, a motivação dos parceiros deve ser estimulada, uma vez que serão facilmente perceptíveis algumas das dificuldades que será necessário suplantar.

As empresas deverão estar preparadas para que os resultados possam não ser imediatos, sendo essa já uma realidade para os educadores, que estão habituados a esperar uma geração para colher os frutos que plantaram.

Para além da avaliação conjunta com a comunidade escolar, a empresa deve adoptar um sistema para avaliar a repercussão interna da parceria, dando conhecimento interno e externo dos resultados.

8. Divulgação interna e externaO projecto desenvolvido em conjunto com a empresa e a comunidade esco-lar deve ser divulgado de forma adequada e a diferentes níveis. Sugere-se a criação conjunta de mecanismos internos e externos de comunicação.

Assim, dentro da escola e da empresa torna-se necessário dar a conhe-cer aos que não têm intervenção directa no projecto o que está a aconte-cer, mostrando que a empresa pode sempre ser um agente de mudança. Deve ser facilitado o acesso às informações operacionais referentes ao pro-jecto e ao seu desenvolvimento, bem como ao apoio directo da empresa, recorrendo aos suportes de comunicação interna disponíveis na mesma.

Por seu turno a empresa pode fazer a divulgação a outras entidades – clientes, fornecedores, associações, entre outros –, procurando desta forma sensibilizar a comunidade para a causa da Educação e angariar novos “investidores” nesta área.

O projecto poderá, ainda, ser divulgado junto dos agentes da comu-nidade local (paróquias, associações desportivas, bombeiros, órgãos do poder local) e através de órgãos de comunicação social (nacionais, regio-nais, locais, generalistas ou especializados), explicando a experiência e, simultaneamente, difundindo-a e procurando atrair novos parceiros e outras contribuições.

Qualquer acção de comunicação, interna ou externa, deverá sempre ter em conta o direito à boa imagem e à privacidade individuais, designada-mente, no caso em que estejam envolvidas crianças, cuja divulgação de ima-gens carece de autorização dos progenitores ou dos representantes legais.

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9. Compromisso social e reconhecimento Seguindo a experiência já encetada por diversos países, a Responsabi-lidade Social das Empresas é cada vez mais uma realidade em Portugal, ganhando um crescente número de defensores como um factor inovador de sucesso empresarial. Nesta perspectiva os projectos de apoio à comu-nidade devem estar em sintonia com o negócio e, consequentemente, constituir uma mais valia para os produtos e serviços.

Uma acção de índole social não deverá ter o fim único de projectar a imagem da empresa, tendo em conta o relevante papel na área da interven-ção social que vem sendo desempenhado por parte do sector empresarial, na redefinição dos eixos do desenvolvimento sócio-económico. Estamos, pois, perante uma nova concepção de pacto social que requer a participa-ção conjunta do Estado, do tecido empresarial e da sociedade civil.

Deste modo, integrar o projecto de parceria com o estabelecimento de ensino no modelo de gestão dos negócios da empresa pode ser um forte contributo para consolidar o compromisso com a Educação. Nesta lógica, as empresas poderão optar por alocar ao projecto uma percentagem sobre o produto da comercialização de bens ou serviços; ou reverter para o pro-jecto ou para uma determinada acção uma parte das receitas obtidas num determinado dia.

Este tipo de iniciativa atrai a atenção do público em geral para a ques-tão da Educação. Ao adquirir um bem ou serviço as pessoas sabem que estão a contribuir e a solidarizar-se com um movimento que está a fazer algo pela melhoria do ensino.

Apoio às escolas

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Apresentamos, em seguida, exemplos de áreas em que a empresa poderá colaborar com as escolas e, em última instância, com o Estado, na tarefa de oferecer a todos uma Educação de qualidade.

Os exemplos apresentados encontram-se materializados em acções reais que algumas empresas estão já a desenvolver em colaboração com a comunidade escolar.

As boas práticas a seguir descritas pretendem apenas servir de fonte de inspiração para outras empresas. Acreditamos que a sua divulgação possa ter o efeito multiplicador desejável e necessário à melhoria da qualidade da Educação em Portugal.

Acesso ao Ensino – Igualdade de Oportunidades

No actual enquadramento normativo nacional, destacam-se as disposições constitucionais e as disposições constantes da Lei de Bases do Sistema Educativo, que enformam os princípios norteadores do nosso sistema de ensino, em que se procura garantir o direito à Educação.

Embora as iniciativas relativas ao ensino estejam nas competências do Estado, as empresas podem, também, ter um contributo importante nesta matéria.

São várias as iniciativas que já estão a ser levadas a efeito e que este Manual procura testemunhar.

Assim, e na área da educação especial, visando a recuperação e inte-gração sócio educativa dos alunos com necessidades educativas específi-cas, devidas a deficiências motoras e cognitivas, e o desenvolvimento das capacidades físicas e intelectuais e a redução das limitações, são alguns dos exemplos concretos de interacção da empresa com os estabelecimen-tos de ensino.

Apresentamos alguns projectos que são já uma realidade.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

FUNDAÇÃO PTApoio ao Ensino EspecialProjecto TeleaulaA PT criou e desenvolveu um projecto, o TeleAula, que consiste na criação de soluções educacionais e recreativas por forma a promover, através da uti-lização das Tecnologias de Informação e Comunicação, a integração escolar de alunos que não frequentam as aulas, ou fazem-no muito raramente, uma

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vez que estão hospitalizados ou não têm possibilidade de se deslocar aos estabelecimentos escolares. O facto de poderem passar a ter acesso à apren-dizagem através da videotelefonia veio revolucionar-lhes a vida.

Numa fase inicial, procurou-se sensibilizar o Estado e a administração pública para a necessidade de financiarem a aquisição de equipamentos. Embora os resultados não tenham sido imediatos, têm presentemente dado provas de que as instituições estão cada vez mais sensibilizadas para os benefícios das novas tecnologias na integração das pessoas com necessi-dades especiais.

Em 17 de Setembro de 1998, foi, então, celebrado, entre o Ministério da Educação, o Hospital de D. Estefânea e a Portugal Telecom, um Protocolo com a designação de “Teleaula Presente”, e que visava a integração escolar e social de uma criança que contava, na altura, 5 anos, e era portador de uma deficiência óssea grave que o obrigava a longos períodos de imobilização.

Este Projecto propôs-se possibilitar a formação escolar à distância em tempo real, ao nível do segundo ano de escolaridade, bem como a inserção social.

No âmbito do Projecto, o Ministério comprometia-se a disponibilizar os meios técnicos e humanos necessários e a fazer o acompanhamento esco-lar e à integração social do aluno, utilizando as potencialidades das novas tecnologias disponíveis.

Por seu turno o Hospital D. Estefânea obrigava-se a disponibilizar recursos técnicos e a criar as condições necessárias no apoio ao aluno e possibilitar a sua participação, em tempo real, nas actividades que à distância estão a decorrer na sala de aula e a permitir a instalação de três acessos básicos RDIS (um no quarto do Hospital e outro na Escola).

Por sua vez, a Portugal Telecom comprometeu-se a instalar gratuita-mente três acessos básicos RDIS (no quarto do Hospital D. Estefânea e nas Escolas) sem cobrar as assinaturas mensais dos acessos básicos durante a vigência do protocolo e não efectuar a cobrar os custos de tráfego de telecomunicações, até a um determinado montante, feito a partir dos referidos,acessos básicos

Deste modo, a capacidade das Tecnologias de Informação e Comunicação podem constituir um recurso importante aos alunos que, portadores de deficiência ou doença severa, se vêem impossibilitados de se deslocar à escola, ficando desta forma impedidos de realizar a escolari-dade a que têm direito.

Actualmente o TeleAula, que também tem sido alvo de uma perma-nente evolução tecnológica, e apresenta uma configuração diferenciada

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para cada um dos ambientes de utilização: em casa do aluno / na sala de aula. Já está instalado em várias Escolas do país e é utilizado por várias crianças que tiram partido dos seus serviços para assistir(e intervir) remo-tamente às aulas em ambiente de turma virtual.

FUNDAÇÃO VODAFONE PORTUGAL Manuais Escolares DaisyA Fundação Vodafone Portugal, a Porto Editora e o Ministério da Educação assinaram um protocolo para a produção de manuais escolares digitais para alunos cegos ou com baixa visão, através de uma inovadora solução que permite sincronizar som, texto, imagens e gráficos.

Esta solução alia a voz gravada de locutores humanos a texto e imagens digitalizados, tornando mais efectivo o acesso por alunos cegos ou de baixa visão ao currículo escolar.

O sistema utiliza o formato multimédia Daisy, através do programa de leitura de livros falados EaseReader. O formato Daisy é um standard utilizado para a produção de Digital Talking Books, sendo utilizado em praticamente todo o mundo.

Este formato permite:· A procura imediata por capítulos ou outros, com facilidades aumenta-

das de localização rápida dos pontos de acesso à escolha. · A mudança do processo de produção de livros falados para a produção

em formato digital, não altera a metodologia estrutural do método de trabalho, o que é uma vantagem, necessitando-se apenas de formação especifica e adaptação dos técnicos de registo áudio ao novo sistema.

· O formato digital permite desenvolver menus de exploração falados com a consequente facilidade para os destinatários, sendo possível criar marcas auditivas referenciadas e/ou indexadas por menus de exploração.

· Um arquivo digital elimina todas as desvantagens do actual sistema de arquivo analógico de cassetes áudio, tanto a nível do espaço ocu-pado, da ergonomia e operacionalidade do armazenamento, como da conservação, assim como da durabilidade e preservação do acervo dos audiogramas. Inclui, ainda, a tradução completa para português de todo o software,

designadamente o programa de instalação, ficheiros de prompt, entre outros.

O Ministério da Educação selecciona os manuais a produzir, mediante os pedidos dos alunos, cedendo gratuitamente a Porto Editora os tex-

Áreas de actuação

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VODAFONEProjecto Manuais Escolares Daisy

IBMEX.I.T.E. Camp

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tos correspondentes em formato digital. A Fundação Vodafone Portugal financia totalmente o trabalho de produção dos manuais, investindo neste projecto 100 mil euros.

Esta parceria permitirá produzir 30 matrizes de manuais que serão doa-dos aos alunos, cegos ou com baixa visão que os solicitarem, de estabele-cimentos de ensino reconhecidos pelo Ministério da Educação.

IBMEX.I.T.E. CampEm 1999 a IBM lançou a nível mundial o programa EX.I.T.E. (Exploring Interests in Technology and Engineering). Esta iniciativa tem como objec-tivo estimular raparigas com idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos a tomarem lugar entre os cientistas, matemáticos e engenheiros de amanhã.

Um estudo recente da Society of Women Engineers sublinha que muitas raparigas demonstram uma perda de interesse face às matemáticas e ciências logo no ensino básico. O estudo aponta que 75% dessas jovens, com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, não planeiam seguir carreiras em matemática, ciência ou engenharia. É neste ponto que entra a IBM com o seu programa corporativo EX.I.T.E., uma vez que pode desem-penhar um papel activo na construção de uma sociedade mais equitativa e desenvolvida a nível global, promovendo a partilha de experiências e de conhecimento.

Nos últimos seis anos, perto de 85% das mais de 5000 jovens que par-ticiparam no EX.I.T.E. indicaram que considerariam a hipótese de seguir uma formação académica superior em áreas técnicas ou relacionadas com a engenharia.

Em 2006, participaram no EX.I.T.E. a nível mundial cerca de 2000 voluntários IBM, desenvolvendo, coordenando e supervisionando acti-vidades como fazer um site na Internet, construir e programar um robot, brincar com a matemática e a geometria, e trabalhar com hardware e software. Foram mais de 1.700 raparigas as “cientistas” de uma variedade de projectos ligados à ciência e à engenharia nos 51 EX.I.T.E. Camps que decorreram durante o mês de Julho um pouco por todo o mundo.

Lisboa recebeu em 2006 a sua segunda edição do EX.I.T.E. e ao longo de uma semana, cerca de 70 voluntários da IBM acompanham 30 jovens raparigas estudantes entre os 11 e os 13 anos, alunas de várias escolas da cidade e filhas de funcionários da empresa, na execução de vários pro-jectos inovadores e divertidos ligados à ciência, matemática, tecnologia

Áreas de actuação

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e engenharia, de forma a despertar-lhes o interesse e motivá-las a seguir carreiras em áreas mais técnicas.

Em suma, o EX.I.T.E. pretende elevar o interesse das jovens pela des-coberta do conhecimento mas sempre numa óptica de qualidade. O desejo desta iniciativa não é definir a opção vocacional das jovens mas sim dar-lhes as ferramentas e a visão para encararem todas as profissões sem lhes atribuir um estereótipo. De uma forma educativa e divertida, procurámos dizer-lhes que “Podem ter a profissão que quiserem desde que gostem do que façam e sejam bons a fazê-lo.”

O programa EX.I.T.E. não se esgota nas semanas dos campos, já que ao longo do ano lectivo seguinte, todas as participantes são acompanhadas por mulheres profissionais da IBM, num projecto de mentorização que visa uma maior aproximação entre a escola e a empresa, ou seja, desde bem cedo um melhor enquadramento no futuro.

FUNDAÇÃO PTRede Nacional de Apoio à Educação – Projecto Estrela Este é um projecto liderado pela Fundação Portugal Telecom e desen-volvido em parceria com a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, protocolado em Maio de 2005, que levou à criação de centros de recursos em 14 núcleos da Associação, distribuídos geograficamente no território nacional.

A Fundação Portugal Telecom instalou produtos e serviços desenvol-vidos na área das telecomunicações, designados Soluções Especiais PT, destinados a pessoas com paralisia cerebral e situações neurológicas afins, tendo, também, disponibilizado, ao abrigo do programa Aladim, acessos ADSL.

Estes centros de recursos estão abertos à comunidade.As Soluções Especiais PT, desenvolvidas e subsidiadas pela Fundação

Portugal Telecom, constituem uma linha de equipamentos e serviços vocacionada para o combate à info-exclusão de pessoas com deficiência, com doenças severas e idosas em risco, colocando ao seu dispor todas as potencialidades das tecnologias da informação. Todas estas Soluções foram desenvolvidas tendo como ponto de partida as especificidades ine-rentes às diferentes áreas de deficiência dos cidadãos com necessidades, abrangendo também a situação de idosos em situação de risco.

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Prémios e Protocolos

Outra abordagem que as empresas poderão fazer num projecto de coopera-ção com os estabelecimentos de ensino é a criação de prémios para alunos ou professores que se tenham distinguido num determinado grau de ensino e em determinado período lectivo, quer globalmente, quer nalgu-mas áreas ou disciplinas.

O prémio, que poderá traduzir-se num montante pecuniário fixo, no pagamento de propinas, numa viagem de estudo, por exemplo, poderá ter até associado o nome da própria empresa ou de uma personalidade interna ou externa à empresa. Os prémios deverão ter subjacente um regulamento que discipline as regras da sua atribuição.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

BANCO ESPÍRITO SANTOPrémio PitágorasO Banco Espírito Santo, a Sociedade Portuguesa de Matemática e o Jornal Público, atribuem anualmente o Prémio Pitágoras, destinado a galardoar professores de Matemática.

Esta iniciativa visa reconhecer publicamente docentes de Matemática dos ensinos básico e secundário que se distingam pela qualidade excep-cional da sua prática lectiva e, assim, contribuir para estimular uma melhoria no ensino da Matemática.

São candidatos potenciais ao prémio todos os professores das discipli-nas de Matemática dos ensinos básico e secundário público ou privado, independentemente do seu regime contratual de trabalho.

A nomeação dos candidatos pode ser feita pelos Conselhos Executivos, grupos de professores, grupos de alunos ou ex-alunos das escolas, Associações de Pais e grupos de Pais ou Encarregados de Educação.

O Prémio Pitágoras consistirá no pagamento de um curso de formação/especialização à escolha do vencedor, até ao máximo de 5.000 e um prémio monetário de igual valor.

Prémio Ciência na EscolaEm 2004, o BES juntou-se a uma iniciativa da Fundação Ilídio Pinho, o prémio “Ciência na Escola”, que se destina a promover a cultura científica e tecnológica junto dos alunos do ensino básico.

Áreas de actuação

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BP PORTUGALPrémio Público/GradivaA BP Portugal apoia e patrocina o prémio Publico/Gradiva. Os prémios Bento de Jesus Caraça e Mário Silva foram criados pelo PÚBLICO e pela Gradiva, com o apoio da Sociedade Portuguesa de Matemática e da Sociedade Portuguesa de Física e com o patrocínio da BP Portugal.

O Prémio Bento de Jesus Caraça é atribuído ao aluno do ensino secun-dário que apresente o melhor trabalho sobre Matemática e que tenha obtido no 11º ano classificação final ou superior a 18 valores na disciplina de Matemática ou ter sido finalista nacional da das XXIII Olimpíadas Portuguesas de Matemática.

As regras para a candidatura ao Prémio Mário Silva são idênticas. Um aluno candidato deve ter obtido pelo menos 18 valores na disciplina de Ciências Físico-Químicas, no 11º ano, ou ter sido finalista nacional nas Olimpíadas de Física de 2005.

Os professores de Física e de Matemática dos alunos premiados, as res-pectivas escolas e os alunos com menções honrosas recebem cheques-livro da Gradiva a as escolas secundárias de onde são provenientes os premiados receberão ainda material didáctico oferecido pela BP.

IBMPrémio Científico IBMO Prémio Científico IBM, criado em 1990, tem como objectivo promover a investigação científica em Portugal no domínio das ciências computa-cionais e estimular os jovens investigadores portugueses a divulgar os seus trabalhos. Este é um prémio de excelência e de prestígio, atribuído por um júri constituído por cientistas portugueses reconhecidos a nível internacional e líderes das principais áreas do conhecimento a que o Prémio Científico IBM está associado, bem como por um representante da Companhia IBM Portuguesa.

Qualquer cidadão português, ou residente em Portugal comprovada-mente há pelo menos 3 anos, com menos de 36 anos de idade em 31 de Dezembro do ano a que o Prémio se refere, pode concorrer a este Prémio, no valor de 15.000 euros.

Com a atribuição deste prémio, a IBM pretende fomentar o relaciona-mento entre as comunidades empresarial, académica e da investigação científica.

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BESPrémio Ciência na Escola

IBMProtocolo com a Escola Secundária D. Dinis

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Protocolo com a Escola Secundária D. DinisEsta parceria surgiu a partir da criação de uma sala de computadores na Escola Secundária D. Dinis, mediante a doação de equipamentos, quer numa perspectiva institucional, quer numa perspectiva de doação indivi-dual por parte de alguns empregados.

Nesta Escola Secundária não só têm vindo a ser leccionadas disciplinas teóricas no âmbito das TIC, como também foi criado um workshop para ensino das Tecnologias numa perspectiva prática e profissionalizante.

Os equipamentos atrás referidos, funcionando como material de apoio, estão na base do Curso Tecnológico de Informática – Redes e Multimédia, desenvolvido por uma escola impulsionadora de uma iniciativa sem prece-dentes na área dos cursos tecnológicos.

O objectivo é permitir, sem custos, o acesso à tecnologia IBM dis-ponibilizada no âmbito desta iniciativa, tentando eliminar as barreiras económicas que de alguma forma impedem que as instituições educativas usufruam da mais avançada tecnologia de informação, quer para formação quer para pesquisa.

Numa fase mais recente, a colaboração na perspectiva da docência – participação em workshops, aulas – foi alargada às áreas de vendas, marketing, gestão e comunicação.

Esta colaboração foi reforçada em Outubro de 2003, com a assinatura de um acordo entre a IBM e a Escola Secundária de D. Dinis, na presença do Ministro da Educação e da Escola Superior de Educação de Lisboa, alar-gando a parceria já existente entre IBM e Escola à área do e-Mentoring.

Da implementação do programa tem resultado uma melhoria das práti-cas pedagógicas através da utilização do computador portátil que, pela sua facilidade de deslocação, permitiu o aumento da dinâmica das aulas, bem como a sua utilização por parte de professores deslocados na execução de trabalhos escolares.

É também importante referir que os alunos do ensino recorrente raramente terminam os seus estudos no período de tempo previsto, o que não aconteceu neste caso específico. Com base nesta experiência, o Curso Tecnológico de Informática – Redes e Multimédia passou a estar em vigor também para alunos diurnos.

Em suma, os resultados desta parceria têm sido visíveis a diversos níveis, nomeadamente ao nível da prática profissional, já que alguns dos alunos fizeram estágios no Centro de Reparação de IBM.

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MIRANDAAprender, Aprender SempreO sucesso de qualquer projecto está intrinsecamente associado à quali-dade profissional e humana dos que nele intervêm. Por isso, a sociedade de advogados Miranda Correia Amendoeira & Associados (MIRANDA) implementou um criterioso processo de selecção dos seus colaboradores, que visa a identificação e contratação dos melhores profissionais do direito disponíveis no mercado. Todavia, a MIRANDA não se limita a procurar e a escolher os melhores – forma-os nos valores da excelência, integridade e inovação.

A MIRANDA tem como preocupação básica não só proporcionar aos actuais colaboradores programas de formação contínua, mas também con-tribuir para a inserção na vida profissional dos futuros jovens advogados.

Para o efeito, a MIRANDA tem vindo a estabelecer laços estreitos com o meio académico, nomeadamente, com a Universidade Católica Portuguesa (UCP), a Frank C. Carlucci American International School of Lisbon (CAISL), a Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, Moçambique, e a Universidade Agostinho Neto, em Angola. Neste âmbito, merecem des-taque os Protocolos de Colaboração celebrados com a UCP e a CAISL. Nos termos dos referidos Protocolos, a MIRANDA colabora, nomeadamente, nas seguintes iniciativas:

Estágios de VerãoA MIRANDA tem vindo a realizar, anualmente, estágios de Verão para um número máximo de dois alunos de nacionalidade portuguesa e quatro alunos naturais de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP).

Prémio de ExcelênciaA MIRANDA tem patrocinado a atribuição de um prémio de excelência des-tinado a premiar o aluno natural de um dos PALOP que esteja a concluir o 5º ano com melhor média de curso. O prémio do ano lectivo 2005/2006 foi atribuído a um aluno de Cabo Verde, que mereceu o destaque da imprensa nacional e estrangeira.

Bolsa Anual para o Curso de Pós-Graduação de Direito Comercial na UCPA MIRANDA patrocinará até 2009 uma Bolsa anual para o Curso de Pós- -Graduação de Direito Comercial na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa.

Áreas de actuação

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Bolsa de Estudo na CAISLNo decurso deste ano, a MIRANDA acordou com a CAISL atribuir uma bolsa de estudo, que terá a duração de seis anos, para a frequência do Middle School e High School na CAISL por parte de um aluno originário de Angola.

BP PORTUGALProtocolo com AIESEC PortugalA BP Portugal, no âmbito da sua política de relacionamento com as Universidades, assinou um protocolo de parceria com a AIESEC Portugal. Esta Associação de Internacional Estudantes é a maior organização mun-dial gerida por estudantes, com uma rede de 18 mil elementos baseados em mais de 1800 universidades de 89 países e cerca de 3500 intercâmbios anuais. Em Portugal possui 11 escritórios geridos por mais de 200 estu-dantes de várias Faculdades de Economia, Gestão e outras, e promove mais de 100 intercâmbios todos os anos. Esta parceria confere à BP Portugal o estatuto de “National Sponsor” da AIESEC Portugal, o que lhe permite o acesso a uma rede internacional de jovens talentos, promoção junto de um mercado universitário privilegiado e recepção de estagiários nas áreas de Gestão e Marketing, solidificando a posição da companhia como “emprega-dor de excelência”. O acordo representa igualmente um esforço conjunto no desenvolvimento de uma responsabilidade social corporativa.

Disseminação da Sociedade de Informação

A Sociedade de Informação é uma sociedade onde a componente da infor-mação e do conhecimento desempenha um papel fundamental na activi-dade dos cidadãos, como consequência do desenvolvimento da tecnologia digital e da Internet.

O desenvolvimento da Sociedade de Informação terá necessariamente a participação do Estado, das empresas e dos cidadãos, contribuindo, deci-sivamente para vencer os grandes desafios que Portugal enfrenta.

O governo português tem protagonizado uma política relativa à Sociedade da Informação e do Conhecimento, corporizada na UMIC – Agência para Sociedade do Conhecimento, criando um conjunto de objectivos ambiciosos.

Estes objectivos constam do Programa Ligar Portugal, integrado no Plano Tecnológico e visam mobilizar a sociedade civil portuguesa para os desafios estratégicos da Sociedade da Informação e do Conhecimento.

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A Sociedade da Informação assenta num modo de desenvolvimento social e económico onde a informação, como meio de criação de conhe-cimento, desempenha um papel fundamental na produção de riqueza, bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos. Condição para a Sociedade da Informação avançar é a possibilidade de todos poderem aceder às Tecnologias de Informação e Comunicação, presentes no nosso quotidiano e que constituem instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais, de trabalho e de lazer.

Torna-se, então, necessário que as empresas promovam os incentivos para a construção da Sociedade da Informação no nosso país através do apoio a projectos e iniciativas que aproximem os cidadãos destas tecno-logias permitindo-lhes, através da sua utilização, uma melhor qualidade de vida.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

IBM KidSmartO KidSmart é um programa que visa o desenvolvimento das crianças em idade pré-escolar através da utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação. Foi concebido para colmatar a “divisão digital” — isto é, evitar que cidadãos sem acesso às TIC e às relevantes competências a elas associadas possam ser excluídos dos benefícios da Sociedade do Conhecimento.

Para alcançar o objectivo de inclusão via Educação, a IBM desenhou uma estratégia de actuação aplicada à faixa etária dos 3 aos 6 anos, a primeira de toda a cadeia educativa. Este programa visa o aumento do sucesso escolar ao longo de todo o ciclo de aprendizagem académica, enriquecendo o ensino pelo uso adequado das novas Tecnologias e colabo-rando no desenvolvimento de políticas para a educação pré-escolar.

O programa visa assim permitir a utilização e integração de novas tecnologias em estabelecimentos de ensino pré-escolar, da rede pública e solidária, que sirvam populações socialmente desfavorecidas, contri-buindo para a melhoria da qualidade do ensino e de aprendizagem desde a primeira fase do processo educativo.

O KidSmart, desenvolvido pela IBM em parceria com outras empresas, é constituído por um módulo colorido fabricado pela Little Tikes, e com-plementado por uma solução composta por um computador IBM e software educativo desenvolvido pela Edmark. Graças a este software instalado nas

Áreas de actuação

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estações de trabalho, as crianças podem aprender matemática, ciências, terem as primeiras noções de meio físico ou de escrita, ou mesmo criar os seus próprios contos animados, num processo acompanhado por educado-res que receberam formação específica para o efeito.

Em Portugal, o programa está implementado em quatro fases distintas: A primeira fase surgiu de uma parceria entre a IBM e a Universidade

de Évora e a Associação dos Profissionais de Educação do Norte Alentejo. Nesta fase, foram implementadas 30 unidades KidSmart em 24 jardins-de- -infância nos distritos de Évora e Portalegre, abrangendo 38 educadores de infância e 509 crianças.

As restantes fases, desenvolvidas em parceria com o Ministério da Educação, foram alargadas a toda a extensão de Portugal Continental, através das Direcções Regionais do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, e Algarve.

O total de estações KidSmart actualmente existentes em Portugal ascende a 192, chegando a mais de 4.000 crianças cerca de 200 educadores de infância.

De referir que a 1a fase do programa foi alvo de uma avaliação ECERS- -ICT, escala desenvolvida pela equipa do projecto DATEC como complemento a uma das escalas de avaliação da qualidade dos contextos de educação pré-escolar mais utilizadas a nível mundial – Early Childhood Environment Ratting Scale (ECERS-R).

Os dados referentes aos resultados da avaliação apontam para mudan-ças significativas dos contextos do programa KidSmart, quer ao nível da utilização das TIC nas experiências de aprendizagens das crianças, quer na forma como os adultos (educadores e pais) concebem o papel das TIC na vida das crianças de idade pré-escolar.

FUNDAÇÃO PTA Internet chega até siNo sentido de promover a Sociedade de Informação, a Fundação PT lançou o projecto “A Internet chega até si”.

O objectivo deste projecto é a divulgação e o estímulo à utilização das tecnologias de comunicação e da Internet através da deslocação por todo o país de um autocarro, equipado com computadores, que funcionará como sala de aula para quem quiser familiarizar-se com o uso dos computadores e da net, sem qualquer limitação de idade ou de conhecimentos básicos.

O autocarro dispõe de 12 PC que serão utilizados em sessões diárias, durante as quais dois monitores habilitados vão procurar tornar acessível

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a utilização dos computadores e a navegação na net às pessoas que qui-serem frequentar estas sessões e a quem serão atribuídos certificados de frequência e criadas caixas de correio electrónico.

Este projecto é dirigido, não só à população escolar, como também às populações adultas que, por razões diversas, têm dificuldade em lidar com as novas tecnologias e a quem é dada uma oportunidade de ter o seu “baptismo” de iniciação às tecnologias de informação e comunicação.

Com esta iniciativa, divulgar em todo o país, particularmente nas regiões menos favorecidas onde dificilmente chegam, os modernos meios e tecnologias de comunicação e com este primeiro contacto estimular a utilização regular de aplicações de interesse público como o portal do cida-dão, os portais autárquicos, procura de emprego e outros.

Foram percorridos os concelhos de Évora, Beja, Aljezur, Monchique, Sertã, Castelo Branco, Fundão, Óbidos, Marinha Grande, algumas Estâncias Termais, Tabuaço, Moimenta da Beira, Mira Sintra e Alijó, abran-gendo cerca de 4 mil pessoas.

Laboratório de Excelência em MobilidadeA Fundação Portugal Telecom é um dos parceiros tecnológicos escolhidos pelo Instituto Superior Técnico (IST) para a constituição do Laboratório de Excelência em Mobilidade (LEMe), a para da SUN Microsystems Portugal, da Siemens, da Ericsson e da Sociedade Taguspark.

A missão do LEMe consiste em promover o desenvolvimento de recur-sos humanos qualificados ao nível da licenciatura, mestrado e doutora-mento e a investigação e desenvolvimento em consórcio no domínio da Computação Móvel e Ubíqua, bem como nos serviços inovadores para cidadãos nas suas actividades do dia-a-dia, trabalho e lazer, baseados em novas redes e equipamentos terminais.

O LEMe constituirá um centro de projectos inovadores no ensino e na Investigação e Desenvolvimento, propostos por associados, enquadrando estudantes de licenciatura e de pós-graduação e professores do IST, em colaboração com investigadores e profissionais da indústria.

Os vários parceiros no projecto contribuem com recursos diferentes: o IST com os recursos humanos e infra-estruturas básicas, os parceiros industriais e o Estado Português com o financiamento dos projectos de investigação e bolsas de estudo e a Sociedade Taguspark como promotor da criação de núcleos de base tecnológica.

Para além dos parceiros já confirmados, o LEMe está aberto à participa-ção de outras entidades, nacionais ou internacionais.

Áreas de actuação

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IBMKidSmart

FUNDAÇÃO PTPT Escolas

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Os promotores do LEMe, pretendem, com esta iniciativa, reafirmar a sua aposta na colaboração concertada e pro-activa entre a Universidade e a Indústria, no apoio ao desenvolvimento nacional e à internacionaliza-ção das empresas nacionais.

PT Escolas O PT Escolas é um projecto destinado à comunidade escolar, especialmente dedicado a jovens estudantes entre os 12 e 18 anos, e que pretende con-tribuir para a educação das tecnologias de informação, nomeadamente na utilização da Internet como ferramenta de aprendizagem e conhecimento.

Os estudos de mercado efectuados demonstram que os jovens nesta faixa etária desconhecem as potencialidades de utilização da Internet e lhe atribuem um carácter meramente lúdico.

Os objectivos primordiais deste projecto consistem em promover uma boa e correcta utilização da Internet, reforçar o desenvolvimento de com-petências de pesquisa de informação, estimular e ensinar a criar conte-údos de qualidade na Internet, evidenciar as capacidades multimédia da banda larga, incentivar a produção de conteúdos em português e mobilizar toda a comunidade educativa para a integração digital.

O público-alvo deste projecto é a comunidade escolar, de uma forma abrangente: professores, alunos e pais de alunos.

O PT Escolas foi preparado em parceria com o Ministério da Educação e envolveu especialistas das áreas da educação, pedagogia e informática.

Tecnologias de Informação (TIs)

A forte aposta que o Governo pretende fazer na área da Educação permi-tirá preparar os cidadãos para a utilização de ferramentas tecnológicas avançadas, o que se traduzirá num aumento de competências dos colabo-radores a recrutar pelas empresas. Desta forma, as organizações adquirem maior competitividade para abordar o mercado através dos conhecimentos que os seus recursos detêm. Se tivermos ainda em linha de conta o Plano Tecnológico elaborado pelo Governo e as suas propostas, podemos concluir que a tecnologia irá funcionar como um incremento do conhecimento, da educação e da inovação, eixos fundamentais deste projecto. E é neste campo que as empresas podem colaborar com as escolas, na criação e/ou melhoria das infra-estruturas tecnológicas existentes.

Áreas de actuação

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O QUE ESTÁ A SER FEITO

FUNDAÇÃO PTUm Computador uma oportunidadeUm dos objectivos estatutários da Fundação consiste em promover e apoiar o uso social dos meios e tecnologias de comunicação e informação, directamente ou em parceria com outras entidades, tendo em vista a pro-moção da formação tecnológica e cultural e do combate à info-exclusão.

Em muitos locais do país o acesso à Sociedade da Informação está prejudicado desde logo pela falta de meios em equipamentos o que limita os projectos das escolas e diversas instituições.

Ora muito material informático das empresas do Grupo PT deixa de ser utilizado apesar de se encontrar ainda em perfeito estado de funciona-mento, mas pode ser muito útil aos projectos desenvolvidos por institui-ções de solidariedade social, escolas e outras instituições públicas, com fracos recursos financeiros.

Procurando ajustar as disponibilidades às necessidades surgiu o projecto “Um computador uma oportunidade” em que a Fundação pro-move o aproveitamento, pelas instituições necessitadas, do equipamento informático que, embora válido e actual, já não é utilizado nas empresas do Grupo, tendo como parceiro no projecto a DHL que assegura a mobili-zação da sua capacidade disponível para o transporte do material para os destinatários.

Ao abrigo deste projecto foram já distribuídos mais de 400 computado-res por escolas, instituições de solidariedade social, autarquias e outros.

McDONALD’SNetPausaO acesso gratuito às novas tecnologias é o principal objectivo de um projecto pioneiro nos 118 restaurantes McDonald’s espalhados pelo País: NetPausa.

Empregando cerca de 6000 jovens, com média etária entre os 23 e 33 anos de idade, tornou-se um elemento distintivo fundamental a disponibi-lidade de acesso gratuito à Internet (quer como complemento de estudos como para fins lúdicos), e-mail pessoal (com acesso em casa), site com conteúdos exclusivos – tudo isto num PC instalado em parceria com a Portugal Telecom – na sala de pausa de todos os restaurantes em Portugal.

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IBMWorld Community Grid A IBM lançou em Novembro de 2004 o projecto World Community Grid com o objectivo de criar a maior rede pública de computação em rede em benefício da humanidade. O World Community Grid utiliza a tecnologia grid para fornecer aos investigadores uma energia computacional imedia-tamente disponível para ser aplicada na resolução de problemas complexos como doenças, desastres naturais ou a fome.

Desde o seu lançamento, o World Community Grid completou a pri-meira fase do projecto Human Proteome Folding, que forneceu aos cientis-tas que trabalharam neste projecto uma série de dados acerca de como as proteínas individuais do corpo humano afectam a saúde, permitindo-lhes desenvolver novas curas para doenças como a malária ou a tuberculose. Desde Novembro de 2005 que decorre o projecto FightAIDS@Home, utili-zando métodos computacionais para identificar potenciais medicamentos para bloquear a protease do HIV, uma estrutura molecular essencial que, quando bloqueada, impede que o vírus atinja o estado de maturação e que a SIDA se manifeste no doente infectado.

A nível das Universidades, este programa constitui uma mais-valia, na medida em que os investigadores académicos, muitas vezes com poucos recursos para incrementar a velocidade dos seus estudos, poderão subme-ter um projecto para poder futuramente usufruir desta enorme capacidade computacional.

Assim, não é de estranhar que o terceiro projecto a beneficiar desta tecnologia tenha sido proposto e desenvolvido em conjunto entre a IBM, cientistas da Universidade de Medicina e Medicina Dentária de Nova Jérsia (UMDNJ) – Escola Médica Robert Wood Johnson –, e ainda o Instituto do Cancro de Nova Jérsia. Este projecto, denominado Help Defeat Cancer, foi lançado em Julho de 2006 e pretende canalizar a capacidade tecnológica de um super-computador virtual para a luta contra o cancro.

Doação de bens

Os estabelecimentos de ensino promovem muitas vezes projectos edu-cativos para os quais necessitam de vários tipos de bens. A sua empresa poderá contribuir para colmatar estas dificuldades de uma forma bastante simples. A oferta de um computador, a doação de bens alimentares para uma actividade desportiva ou outra, a oferta de brindes promocionais que a sua empresa possa ter, como por exemplo, cadernos, canetas, lápis,

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bonés, bandeiras, fitas, relógios, farão certamente a diferença na prosse-cução destas actividades. Poderão constituir prémios aos melhores de cada actividade e/ou concurso como poderão ser extensíveis a todos os alunos. A sintonia com o estabelecimento de ensino é fundamental por forma a aferir das necessidades do mesmo relativamente às doações a fazer, as quais deverão ser acordadas previamente com este.

As doações, além de beneficiarem directamente os estabelecimentos de ensino, são também um veículo que acaba por favorecer a própria empresa uma vez que a nível contabilístico pode ser considerado, em sede de IRC, como um custo ou perda do respectivo exercício para efeitos de deter-minação do lucro tributável, favorecendo a empresa a nível fiscal. Nos termos do Estatuto do Mecenato (Decreto-Lei nº74/99 de 16 de Março) têm relevância fiscal os donativos em dinheiro ou em espécie que não impli-quem contrapartidas de carácter pecuniário ou comercial por parte das entidades beneficiárias nele previstas. Estas doações estão enquadradas no Estatuto do Mecenato e beneficiam de uma majoração fiscal.

Como apurar o valor dos bens doados? Em caso de “doação de bens em estado de uso, o valor a considerar como custo será o valor fiscal que os bens tiverem no exercício em que forem doados, ou seja, o custo de aquisi-ção ou de produção, deduzido das reintegrações efectivamente praticadas e aceites como custo fiscal ao abrigo da legislação aplicável” (art. 4ºA, do Estatuto do Mecenato).

Desporto escolar

A prática regrada e frequente de exercício físico é fundamental para um estilo de vida saudável aliado a uma alimentação rica e equilibrada. A prática de desporto incentiva também o desenvolvimento físico dos prati-cantes além de ser uma actividade que potencia largamente a convivência social e o espírito de equipa contribuindo para uma vida social activa e diversificada. Os valores criados em torno da prática desportiva são tam-bém importantes para o próprio desenvolvimento social do praticante: a inclusão de todos, o incentivo a atitudes de não violência, o cumprimento de um determinado tipo de regras e a necessidade de diálogo que permite o trabalho em equipa e o respeito pelo adversário.

As competências físicas e psicológicas necessárias à prática de um certo e determinado tipo de desporto permitem gerar um clima de apren-dizagem colectiva, sem que essas competências se convertam num factor de exclusão mas sim de integração. O sucesso pode ser aliás medido pelo

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esforço e empenho dos praticantes gerando um clima de alegria, de come-moração, de solidariedade ou de tristeza em torno da respectiva equipa.

O desporto é, sem dúvida, um dos veículos privilegiados para chegar à população infantil e juvenil. É fundamental o encorajamento de atitudes não favoráveis ao consumo mas sim realçando a importância da prática desportiva. O investimento num projecto ligado ao desporto escolar por parte da empresa deverá ter estas premissas em mente.

Quando se fala em desporto, um leque variado de actividades vêm à mente. O projecto deverá oferecer variadas opções de prática desportiva, para que tanto as crianças como os jovens tenham oportunidade de expe-rimentar as diferentes modalidades existentes, explorando os seus pontos fortes e fracos. Tendo por base estas noções, de seguida, enunciamos algumas sugestões que a sua empresa pode utilizar para contribuir para o desporto escolar:

· Constituindo uma parceria com o estabelecimento de ensino, dispo-nibilizar um espaço na própria empresa para que os alunos pratiquem regularmente exercício físico e possam encetar actividades recreativas várias;

· Colocar à disposição da escola recursos financeiros para a compra, reforma e manutenção dos equipamentos desportivos;

· Promover cursos de formação e reciclagem para os professores de Educação Física;

· Apoiar a escola na organização de jogos, campeonatos, maratonas e outras actividades ligadas ao desporto. Este apoio pode·se traduzir no transporte, alimentação, documentação necessária à organização, divulgação e comunicação do evento e envolvimento na própria orga-nização do mesmo;

· Potenciar a consciencialização para a importância da prática despor-tiva. Poderá ser feita pela associação dos ídolos à transmissão de men-sagens, à inclusão desta mensagem em desenhos animados e/ou em jogos de TV. Pretende·se que o aluno se questione no que diz respeito à adopção ou não dos valores que estão a ser transmitidos e quanto à associação e observância das regras das várias modalidades desporti-vas;

· Promover parcerias com clubes e outras instituições ligadas à comuni-dade envolvente potenciando a utilização desses espaços pela escola em horários previamente acordados, com a oferta do transporte pela empresa;

· Patrocinar equipas desportivas escolares;

Áreas de actuação

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· Divulgar de forma continuada iniciativas ligadas ao mundo do desporto por forma a criar uma maior envolvência e sensibilização não só dos alunos mas também da comunidade;

· Aplicar ideias que surjam de debates internos das equipas da sua empresa ao contexto escolar e vice·versa, estimulando não só a parti-cipação dos seus colaboradores bem como da comunidade educativa. Os resultados dessa aplicação deverão ser divulgados como forma de “boa prática” e intercâmbio entre o mundo empresarial e a comunidade educativa.

· Criar dentro da sua empresa estruturas que incentivem à prática desportiva, como por exemplo Grupos Desportivos, e que possam ser utilizados para dinamizar actividades em conjunto com o estabeleci-mento de ensino.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

NESTLÉO Desporto Escolar e A Escola de Campeões A Nestlé, em associação com o Desporto Escolar, tem desenvolvido várias acções que visam incentivar a prática desportiva. Em 2005, através da marca Nesquik, a Nestlé apoiou todos os corta-matos a nível nacional, uma acção que atingiu centenas de milhares de crianças. Este apoio divi-diu-se entre escolas do 1º Ciclo (dos 6 aos 10 anos) através da iniciativa “Ginástica na Escola” que consistia na visita de um professor de educação física itinerante e que proporcionava aos alunos a prática de ginástica na escola; e pelos 2º e 3º Ciclos (dos 10 aos 18 anos) através da iniciativa “Campeonatos Escolares” com o intuito de fomentar o gosto pelo exercício físico e incentivar à sua prática em associação com uma dieta equilibrada e regrada. Foram ainda distribuídos produtos alimentares da marca Nesquik por todos os corta-matos a nível nacional (leite achocolatado, iogurtes, barras de cereais, chocolates) e ainda águas e componentes de refeição (um apoio dado aos refeitórios das escolas aquando da realização das provas). A adesão a esta actividade foi elevada, fomentando ainda uma maior interelação entre pais e filhos uma vez que os pais também assistiam à prova dos filhos.

A marca Nesquik, em parceria com o jogador Cristiano Ronaldo e com a colaboração do Desporto Escolar deram origem à “Escola de Campeões”, uma série de televisão animada e a 3 dimensões que teve início no dia 3 de Outubro de 2005 e durou um mês e meio. A série era composta por 26

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FUNDAÇÃO PTUm Computador uma oportunidade

NESTLÉO Desporto Escolar e A Escola de Campeões

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episódios com a duração de 1 minuto e procurava incentivar à prática de desporto aliada a uma alimentação equilibrada como base para uma vida saudável através da transmissão de mensagens ligadas ao desporto e à vida saudável. Esta série animada e em formato 3D destinada ao público infantil contava com o Quicky, o Cristiano Ronaldo, o professor Lourenço e um grupo de 8 amigos como personagens principais. Em cada episódio da série, os personagens exploravam uma modalidade diferente, ensi-nando as regras e a forma como se praticava essa actividade. Ao todo foram 16 modalidades, entre as quais o andebol, o atletismo, o badminton, o futebol, o basquetebol, a natação, entre outras. No fim de cada episódio, o jogador Cristiano Ronaldo deixava uma mensagem às crianças no sentido de as motivar para a prática desportiva e para uma alimentação saudável, como por exemplo, “Para seres um bom desportista, é importante fazeres uma alimentação saudável e beber água”; ou ainda “Ter uma alimentação equilibrada é fundamental. Começa o dia com um bom pequeno-almoço”.

Estágios Profissionais e Curriculares

A oportunidade de contactar com a realidade profissional assume-se deve-ras importante para os alunos pois permite-lhes estabelecer a ponte entre os conhecimentos teóricos e a experiência prática. A empresa desempenha um papel-chave pois possibilita esta oportunidade de contacto com o mundo empresarial. Os estágios podem assumir um carácter curricular, o que significa que se integram no plano curricular de um curso académico, ou profissional. Possibilitam uma troca frutífera entre os intervenientes: para o aluno, a oportunidade de contactar com o mercado de trabalho, um maior aporte de conhecimentos e experiência profissional, aumentando, por sua vez, o seu nível de empregabilidade; para a empresa, o aluno poderá vir a revelar-se uma fonte de novas ideias e estratégias e até uma possível opção futura de colaboração.

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) é responsável pelo “Programa Estágios Profissionais” um facilitador para a inserção de jovens na vida activa e que visa oferecer aos jovens um estágio em con-texto real de trabalho. Pretende-se promover uma articulação entre o sis-tema educativo e formativo e o mundo do trabalho, facilitando a sua tran-sição. Estes estágios têm como objectivo final a inserção na vida activa e a promoção da empregabilidade dos jovens. Os destinatários deste Programa são jovens entre os 16 e os 30 anos com qualificações de nível intermédio ou superior. O candidato a um estágio profissional deverá ter os seguin-

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tes requisitos: jovem à procura de primeiro emprego ou desempregado e à procura de novo emprego, desde que tenham entretanto adquirido as qualificações profissionais adequadas. Em ambos os casos, não podem ter exercido uma actividade profissional na área por um período superior a um ano e consoante o nível de qualificação, a duração dos estágios varia, podendo ir até 12 meses. Aos estagiários é concedida uma bolsa (que varia segundo a sua formação), seguro contra acidentes de trabalho, subsídio de deslocação, subsídio de alimentação, e em alguns casos, subsídio de alojamento. Os apoios são veiculados pelo IEFP e pela entidade benefici-ária do estágio. Se a sua empresa estiver interessada em receber colabo-radores integrados no âmbito de estágios profissionais, poderá contactar com o IEFP e mostrar essa intenção. Os procedimentos a seguir ser-lhe-ão posteriormente indicados.

Os estágios curriculares fazem parte do plano curricular de um curso académico e são considerados, nalguns casos, obrigatórios para o termi-nus de uma formação académica. Constituem uma das etapas de prepa-ração para o exercício de uma profissão dado que se possibilita ao aluno a inserção nas vivências da realidade da empresa, oferecendo-lhe uma formação prática e técnica na área profissional que elegeu, facilitando por essa via a sua inserção na vida profissional. O objectivo do estágio curri-cular é oferecer ao aluno a experiência do “aprender fazendo”, comple-mentando o ensino adquirido. Dependendo da entidade receptora, estes estágios poderão ser ou não remunerados.

As parcerias com entidades públicas e/ou privadas (Universidades, Institutos Superiores e Politécnicos, Escolas Superiores) são um excelente veículo para potenciar o desenvolvimento de estágios curriculares na sua empresa. A disponibilidade da empresa em receber alunos nas áreas da sua especialidade possibilita um intercâmbio saudável entre o mundo acadé-mico e o mundo empresarial propiciando aos estagiários uma integração entre a aplicação dos conhecimentos, métodos e teorias das matérias leccionadas e a realidade prática de cada função.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

NESTLÉEm 2005, a Nestlé Portugal recebeu sessenta e quatro estagiários para estágios curriculares e não curriculares distribuídos não só pela sede da empresa mas também pelas suas unidades descentralizadas. Os está-gios foram concedidos nas várias áreas da empresa distribuindo-se pelo

Áreas de actuação

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Marketing, Vendas, Finanças, Recursos Humanos, Comunicação, entre outras, procurando sempre enquadrar o aluno na área da sua preferência. A concepção de estágios tem-se revelado uma parceria eficaz não só para a integração dos jovens no mercado de trabalho e na adequação da teoria à prática mas também para a empresa pois através dos estágios identificam-se novas possibilidades de colaboração.

BOSCHA Bosch acolhe, em média, seis estagiários em cada ano, nas várias ver-tentes do seu negócio que, muitas vezes, acabam por integrar a equipa de trabalho, proporcionando um primeiro emprego aos jovens que frequen-tam o seu programa de estágios.

HUF PORTUGUESAA Huf Portuguesa tem promovido uma colaboração com Universidades, Institutos Politécnicos e Escolas Profissionais. Esta iniciativa propor-ciona a integração de estagiários em áreas como: Economia; Gestão; Recursos Humanos; Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho; Sistemas de Informação; Aprovisionamento e Logística, Contabilidade, Compras, RP e Comunicação, Qualidade e Manutenção); visitas de estudo e apoio na realização de trabalhos científicos.

Em termos de colaboração com Instituições de Ensino Superior desta-camos as parcerias no âmbito da Gestão do Conhecimento – Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra. Este projecto, a desenvolver num prazo de 3 anos, visa a implementação de práticas de gestão do conheci-mento na área da produção que permitam incrementar a competitividade da empresa, a satisfação dos clientes, a satisfação dos utilizadores e a transferência de conhecimento dentro do grupo de empresas.

IBMA IBM instituiu um programa de estágios curriculares em 1997. De então para cá, estiveram na IBM cerca de 270 estagiários provenientes de diversas universidades do país com as quais a IBM tem vindo a assinar Convenções.

A IBM oferece a finalistas e recém-licenciados seleccionados para este programa o desenvolvimento de conhecimentos e competências que aplicam nas várias áreas de actuação da empresa, num período de estágio de 6 meses. A aprendizagem é feita de forma contínua, e traduz-se numa experiência profissional concreta que constituirá uma mais-valia para a carreira profissional destes indivíduos.

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O processo de selecção de estagiários é semelhante ao processo de recrutamento externo para recém-licenciados. Assenta fundamental-mente em três etapas principais (triagem de currículos, testes de aptidão e entrevistas pessoais), que permitem a construção gradual do perfil do candidato até à tomada de decisão.

A assinatura de Convenções com as universidades permite à IBM um primeiro contacto com futuros profissionais, proporcionando-lhes um estágio onde possam aplicar conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do seu percurso académico e levá-los à prática numa realidade empresarial.

Saúde, Bem-Estar e Higiene

Cuidar da saúde individual e colectiva requer a participação de todos: escola, instituições públicas de saúde e comunidade. O conceito de saúde é nos dias de hoje muito mais do que a ausência de doenças. Engloba um conjunto de factores que propiciam uma melhor qualidade de vida: alimentação correcta, saneamento básico, ergonomia, ambiente saudável, educação, transporte, lazer, acesso a bens e serviços, entre outros.

Antes de começar as actividades nesta área é importante fazer um levantamento inicial das condições de saúde dos alunos, das doenças e problemas ambientais da comunidade e dos recursos da região. A escola tem um papel fundamental na identificação de problemas de saúde e na disseminação de informação que diga respeito à qualidade de vida do estudante. Procurar uma melhor qualidade de vida significa avançar no exercício da cidadania. É importante que a eEcola conheça e utilize os serviços dos postos de saúde da sua área geográfica.

A saúde e as condições de vida dos alunos influem no seu desempenho escolar. Assim problemas de saúde ou problemas sociais que afectam a qualidade de vida tais como o consumo de drogas ou violência doméstica devem ser tratados com um esforço conjunto da escola, da família do aluno e de outros profissionais.

As empresas podem, por exemplo, contribuir para a melhoria da saúde na Escola das seguintes maneiras:

· Fornecer produtos que enriqueçam a alimentação escolar;· Oferecer serviços de saúde tais como gabinete médico, rastreios

de doenças, assistentes sociais, entre outros;· Criar folhetos, organizar seminários, palestras e outras acções

de formação;· Examinar as condições de higiene, como controlo à qualidade da água.

Áreas de actuação

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O QUE ESTÁ A SER FEITO

NESTLÉApetece-meA Nestlé Portugal lançou o Programa Educativo “Apetece-me” em conjunto com o Ministério da Educação para se adequar à reorganização curricular do Ensino Básico (Projecto de Gestão Flexível do Currículo) e em resposta às necessidades em termos de educação alimentar. Este Programa tem como objectivo sensibilizar os alunos para a importância de uma alimentação saudável para o seu bem-estar físico e psicológico através da transmissão de conhecimentos básicos sobre nutrição, saúde e bem-estar. A metodo-logia do projecto utilizada foi cedida pela Organização Mundial de Saúde e foram desenvolvidos manuais e suportes didácticos para facilitar a trans-missão dos conhecimentos de professor para aluno. Os vários suportes edu-cativos foram revistos pelo Departamento de Educação Básica do Ministério da Educação, bem como por especialistas da área da pedagogia e da nutri-ção e pela Faculdade de Ciências e Nutrição da Universidade do Porto.

Com início em 1999, este Programa abrangeu em primeiro lugar 90 escolas com incidência nos 5º e 6º anos, para no ano lectivo 2000/2001 alargar o seu universo a todas as escolas do 2º Ciclo do Ensino Básico pas-sando a comunicar todos os anos com cerca de 800 escolas. No ano lectivo 2004/2005, o “Apetece-me” passa a estar presente nas escolas do 1º Ciclo através da criação de materiais pedagógicos especialmente dirigidos aos alunos dos 6 aos 10 anos, numa altura em que as crianças começam a des-cobrir as melhores escolhas em termos de hábitos alimentares. Desde a sua implementação, abrangeu já 500 000 alunos e 30 000 professores, procu-rando incutir junto das crianças e dos jovens hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis. A Nestlé Portugal continua empenhada neste projecto e irá potenciar o seu desenvolvimento futuro.

McDONALD’SEm parceria com a SIC e com revisão de especialistas portugueses, foi desenvolvido um conjunto de 13 episódios pedagógicos, sobre “Alimentação Equilibrada e Estilos de Vida Activos”.

Actores conhecidos dos mais pequenos deram voz às principais perso-nagens do “Berto, come certo”, que em conjunto com o sábio “Professor Comidinhas”, mostrava a importância de saber escolher entre “os alimen-tos de todos os dias e os alimentos para de vez em quando” ou “a impor-tância dos diferentes nutrientes na construção do nosso corpo”.

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Formação de Professores

Esta área é fundamental para que seja atingido um patamar de qualidade na Educação. Formar professores é incumbência do Estado mas nada impede as empresas de potencializar esta acção. No caso de um projecto a longo prazo a empresa deve articular as acções de formação com o Ministério da Educação, em casos pontuais pode coordenar directamente com a escola.

As empresas podem contribuir para a formação dos professores em acções tais como:

· Desenvolver acções de formação especializadas aos professores;· Atribuir prémios para professores inovadores;· Assegurar o fornecimento de livros, manuais, revistas entre outros

meios de informação actualizados;· Promover acções de formação com entidades locais, como por exemplo

Bombeiros e Protecção Civil;· Subsidiar acções de formação no estrangeiro;· Apoiar Centros de investigação;· Criar outras formas de formação, como e-learning e ensino à distância.

NESTLÉApetece-me

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Segurança

As escolas são um espaço privilegiado de liberdade, convívio e segurança onde se reproduzem os valores fundamentais de uma sociedade democrá-tica. Contudo, a ocorrência de comportamentos anti-sociais pode criar, junto de pais, alunos e professores, a percepção das escolas como um meio social violento, com repercussões negativas no processo de ensino/apren-dizagem, nas dinâmicas de inclusão social e, a longo prazo, no desenvolvi-mento do País (Despacho conjunto nº105-A/2005, de 2 de Fevereiro).

A segurança na escola é vital para que esta se torne num sítio onde as crianças permaneçam em tranquilidade e onde possam aprender. Neste sentido, o Ministério da Educação, em conjunto com o Ministério da Administração Interna, preparou um plano que pretende assegurar o cumprimento das regras de segurança indispensáveis, tendo sido criado o Manual de Manutenção e Segurança das Escolas que tem como missão ajudar os órgãos de gestão dos estabelecimentos de educação e de ensino a encontrar, em cada escola, soluções apropriadas à resolução dos proble-mas que se colocam em termos da segurança de pessoas e bens.

As empresas podem fomentar a segurança de diversas formas:· Acções de formação para alunos, professores e pais;· Promover sessões de esclarecimento com a PSP- Escola Segura

ou outras instituições;· Assegurar vigilância humana nas instalações;· Instalar sistemas de segurança electrónicos tais como detectores de

incêndios, de gases tóxicos e câmaras de vigilância em locais conside-rados perigosos.As empresas podem prestar serviços nesta área quer financiando direc-

tamente sistemas que garantam a segurança dos membros da comunidade escolar, quer através de parcerias, que podem ser estabelecidas com insti-tuições, empresas privadas de segurança ou Bombeiros e Protecção Civil.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

BOSCH SECURITY SYSTEMSA Bosch Security Systems tem um projecto de colaboração com as escolas locais, em Ovar, que passa pela instalação gratuita de sistemas de vigi-lância, câmaras e gravadores digitais, produzidos pelos seus colaborado-res, com o intuito de proporcionar um ambiente mais seguro às crianças e jovens que frequentam aqueles estabelecimentos de ensino.

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Instalações e Equipamentos

O ambiente onde se permanece influência a atitude, estimula aprendiza-gens, e desperta interesse para novas temáticas. Neste âmbito existem diversos estudos e linhas orientadoras quando se trata da implementação de novos equipamentos e instalações.

No meio escolar estes cuidados ganham nova importância e cuidar para que estes se adaptem constantemente às necessidades da população a que se destinam é obrigação do Estado mas também da sociedade civil.

As empresas podem contribuir doando equipamentos, através de finan-ciamentos, ou angariações, com a participação de voluntariado empresa-rial na preservação, ou de tantas outras formas imaginativas que não só ajudam a Escola como a empresa.

Cultura

Educar para a vida tem que necessariamente incluir a educação cultural. Portugal, um país que se insere num espaço europeu diverso e com-

plexo, necessita desta educação, de mostrar que possui “mentes abertas e esclarecidas” que saibam abarcar as diferenças culturais existentes.

Todos os estímulos culturais que possam existir quer por parte do Estado, quer por parte do mundo empresarial, serão sempre frutíferos para a população estudantil. Quer no imediato, mas certamente para todos a longo prazo.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

IBMHermitage & Pietà O programa Hermitage assenta numa solução multimédia do tipo “museu virtual”, composta pela instalação de um CD-ROM e pelo acesso ao website www.hermitagemuseum.org. O projecto foi desenvolvido por profissionais da IBM na Rússia, Itália, Israel e EUA, em colaboração com investigadores de arte do museu Hermitage, um dos mais prestigiados a nível mundial.

Desde 1998 que cientistas da IBM, em parceria com Jack Wasserman, historiador especializado em arte renascentista, colaboram num projecto de reconstrução da Fiorentina Pietà de Miguel Ângelo, uma obra que, inacabada, o artista acabou por destruir. A concretização deste projecto foi possível com recurso a tecnologia computacional IBM. Com modelos

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IBMHermitage & Pietà

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a três dimensões e comportando mais de dois milhões de bits de dados, a tecnologia tornou exequível a réplica da obra em grande escala, com um elevado nível de perfeição.

Em Julho de 2006, a IBM e o Instituto Português de Museus assinaram um protocolo para instalação dos dois primeiros quiosques multimédia em Portugal, mais especificamente no Museu de Alberto Sampaio, em Guimarães.

Os visitantes do Museu têm assim a possibilidade de conhecer peças de arte patentes em museus europeus, bem como aceder a uma biblioteca digital com mais de 2000 obras, sem sair de Portugal. Estes quiosques, que se têm revelado de grande utilidade para alunos de arte, arquitectura ou história, dispõem de soluções tecnológicas IBM que permitem conhe-cer virtualmente alguns dos maiores tesouros de arte exibidos no Museu Hermitage, em São Petersburgo, ou aceder a informação sobre o processo de restauro da Fiorentina Pietà, de Miguel Ângelo, aplicando as conclusões dos estudos nos seus projectos de construção ou reconstrução.

Voluntariado

Reunir instituições de âmbitos e objectivos tão diferentes como escola e empresa pode não ser fácil, mas é saudável e traz ideias novas para ambas. A empresa pode colaborar para o funcionamento fluente da instituição escolar, a fim de que esta cumpra efectivamente a sua função — promover a aprendizagem do aluno, apoiando-o para que possa frequentar regular-mente a escola.

E estes objectivos podem ser concretizados com recurso ao volunta-riado prestado pelos colaboradores das empresas.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

IBMOn Demand Community O On Demand Community, criado pela IBM em 2003, consiste numa equipa global de voluntários que conta com formação online, ferramentas e recursos para partilhar com escolas e organizações comunitárias locais. Pretende-se com este programa apoiar, através da tecnologia e inovação da IBM, o trabalho dos colaboradores da Companhia que praticam volunta-riado junto das suas comunidades.

O factor inovador do On Demand Community prende-se com a possibili-

Áreas de actuação

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dade que os voluntários têm de, ao registar numa base de dados própria as horas prestadas, converter esse tempo em montante ou em equipamento (ODC Grant) a favor da comunidade. Desta forma, podem candidatar a instituição em que desenvolvem a sua actividade a uma doação da IBM, em nome do voluntário que aí desenvolveu acção social.

Podem-se candidatar a um On Demand Community Grant: · empregados “regulares” da IBM, a tempo inteiro ou parcial; · reformados da IBM;· equipa de 3 ou mais empregados ou reformados que sejam elegíveis.

Para poder nomear uma instituição, o voluntário deverá completar 40 horas de trabalho voluntário, por um período de 5 meses (8h/mês), numa escola ou numa organização sem fins lucrativos, elegíveis para o efeito. Cada voluntário poderá indicar apenas uma instituição por ano e cada instituição apenas poderá receber um Grant anual.

Um caso de aplicação da iniciativa ODC à área da Educação foi a doação de equipamentos, em resultado do trabalho voluntário de colaboradores IBM numa Associação de Pais e Encarregados de Educação de um Escola. O equipamento IBM está a ser aplicado na implementação de um projecto que visa o desenvolvimento dos alunos destas escolas no campo das novas tecnologias e informática.

No âmbito do programa de mentorização de jovens estudantes entre os 11 e os 13 anos, decorrente da 1a edição do EX.I.T.E. Camp Lisboa, foram atribuídos outros dois Grants de equipamento informático, desta vez às escolas participantes no projecto: Escola Secundária D. Dinis, de Lisboa, e da Escola Básica 2+3 Gaspar Correia, de Loures, resultantes das horas regis-tadas pelas colaboradoras da IBM que aceitaram a função de “mentoras”.

Em Portugal, e desde que o programa foi implementado, registaram-se cerca de 255 voluntários On Demand Community, que reportaram um total de mais de 10.600 horas de serviço prestado à comunidade.

Estímulo à Aprendizagem

Nesta área, o que as empresas poderão oferecer aos alunos será promover a aprendizagem de uma forma “diferente”, que lhes provoque interesse e motivação de forma imediata, mas que não pretenda de forma alguma substituir o trabalho que os professores e educadores realizam na escola. Sem nunca se sobrepor a ele, a actuação dos colaboradores da empresa funciona como uma parceria com o professor. A empresa posiciona-se como um reforço da actividade escolar.

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A contribuição da empresa pode ser feita a nível interno ou externo à escola, o que em termos práticos significa, entre outros:

· promover visitas de estudo dos alunos à empresa, satisfazendo a curio-sidade habitual, em todas as faixas etárias, em relação a um universo ao qual um dia esperam pertencer;

· incentivar a criação de programas de mentorização de estudantes por parte dos colaboradores;

· partilhar o conhecimento através de seminários, conferências, workshops, entre outros, sobre temas do programa escolar ou com especial interesse para os alunos;

O QUE ESTÁ A SER FEITO

BESNo Banco da EscolaNo Banco da Escola é uma iniciativa do BES, integrada no programa “Da Matemática à Literacia Financeira”. Destinada a alunos do 3º e 4º anos do 1º ciclo do ensino básico, a nível nacional, esta iniciativa consiste na promoção de sessões pedagógicas no âmbito da actividade financeira, a realizar em Balcões do BES.

Estas sessões têm como objectivo envolver o BES junto das escolas contribuindo para a formação de uma nova geração de jovens consumido-res mais informados, explicando alguns conceitos fundamentais da relação com o dinheiro.

No Banco da Escola destina-se a todas as escolas que se inscrevam para participar, através e com base na informação e calendarização disponível nos sites do BES e da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), enti-dade que colabora com o Banco no seu desenvolvimento.

O Banco Espírito Santo, no âmbito do seu programa de responsabili-dade social – “Realizar MAIS”, pretende colocar a sabedoria Financeira ao serviço do desenvolvimento sustentável, com a implementação do programa “Da Matemática à Literacia Financeira”, no qual se enquadram esta iniciativa e o Prémio Pitágoras.

IBM e BP PORTUGALEWeek – Semana da EngenhariaO programa Eweek – Semana da Engenharia é um Programa mundial que teve origem nos EUA em 1990 e que envolve inúmeras empresas.

A primeira edição em Portugal partiu de uma iniciativa conjunta entre

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a IBM e a BP e realizou-se em Lisboa, em Fevereiro de 2006. Consistiu numa acção que envolveu um conjunto de sessões desenhadas para fazer despertar e/ou aumentar o interesse dos jovens pelas engenharias e pela tecnologia.

Participaram as Escolas EB1 Vasco da Gama e a Escola Secundária da Portela, numa adesão de 111 estudantes do ensino básico que, ao longo de cinco dias, foram apoiados por 22 voluntários de ambas as empresas.

Paralelamente, e sob a responsabilidade de voluntários da IBM e da BP, decorreram em ambas as Escolas uma série de palestras e sessões práticas sobre engenharia, ciência, matemática e tecnologia. Nestas sessões prá-ticas, a IBM recorreu ao site tryscience.org como forma de sensibilização para estas áreas.

No caso específico da IBM, dois grupos de estudantes acompanhados por professores, tiveram oportunidade de visitar o Centro de Computação da IBM, para aí melhor perceberem as aplicações práticas da tecnologia e o seu impacte no dia-a-dia. Estes alunos tiveram também na IBM a hipóteses de aceder a experiências sobre ciência patentes no site www.tryscience.org.

No caso da BP Portugal, foram ainda disponibilizados conteúdos que se enquadram no tema “A Energia e o Futuro”.

IBMTryScienceO TryScience é um programa desenvolvido pela IBM Corporation em parceria com o New York Hall of Science e a Association of Science and Technology Centers (ASTC). Esta iniciativa possibilita o acesso às novas tendências no ramo da Ciência e da Tecnologia, ao mesmo tempo que demonstra o potencial da tecnologia IBM e a constante preocupação da empresa face ao desenvolvimento da Sociedade.

Tudo isto é possível através do estabelecimento de parcerias entre a IBM e centros de ciência espalhados por todo o mundo, da doação de software e hardware, bem como do apoio ao desenvolvimento e instalação de quiosques multimédia. O objectivo último reside em interligar o(s) quiosque(s), virtualmente, com museus de Ciência localizados em outros locais do mundo.

Programa MentorPlaceO MentorPlace é um programa de mentorização que visa contribuir para a qualidade do ensino e da aprendizagem, através de uma comunicação feita por via electrónica no site www.mentorplace.org. Esta iniciativa

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IBMOn Demand Community

BESNo Banco da Escola

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proporciona aos estudantes a oportunidade de conhecer a IBM, as novas Tecnologias e, desde cedo, o mundo do trabalho, através de uma compre-ensão mais abrangente dos valores e das competências necessárias, para o sucesso das suas futuras carreiras profissionais. Tudo isso é aplicado num modelo acompanhado por professores das Escolas envolvidas no programa.

Em Portugal, o MentorPlace surge através de um protocolo assinado entre a IBM e Escolas da rede pública na Cerimónia de Encerramento do EX.I.T.E.. Nesta data, são nomeadas 30 mentoras, todas elas mulheres profissionais em áreas técnicas, a quem cabe orientar as mentees, aju-dando-as a superar dificuldades que lhes surjam nos projectos propostos, bem como esclarecer dúvidas que as jovens possam ter acerca do mundo escolar e profissional.

Na sua primeira edição, o programa foi constituído por seis projectos desenvolvidos durante o ano lectivo de 2005/2006. Concebidos de forma a abranger temas distintos, com interesse e importância para a formação profissional das jovens, o programa endereça projectos como a construção de um currículo, a preparação para uma entrevista de trabalho ou a análise de uma invenção que tenha mudado o mundo e seu autor.

A 2ª edição do programa MentorPlace, já lançada, decorrerá no seguimento do EX.I.T.E. Camp Lisboa 2006. 30 novas mentoras nomeadas para acompanhar as 30 alunas participantes neste campo iniciarão, no próximo ano lectivo, um conjunto de projectos e de actividades, através de uma ferramenta online e sempre em articulação entre mentora, mentee e professor.

Para os professores, o programa funciona como um recurso comple-mentar para a sala de aula e um estreito relacionamento com o mundo empresarial, numa óptica de colaboração conjunta Escola/Empresa/Alunas.

Para as alunas, o MentorPlace torna possível:· aprenderem a usar as suas competências trabalhando com uma men-

tora IBM; · contactarem com o mundo dos negócios, valores e competências

necessárias para serem bem sucedidas no mundo profissional; · perceberem a ligação entre educação e oportunidades profissionais; · interagirem com adultos que se interessam por questões que lhes são

importantes; e utilizarem Tecnologia num modelo de aprendizagem diferente e divertido.Para as voluntárias IBM, o MentorPlace é a oportunidade para dedica-

rem parte do seu tempo às escolas, tendo como consequência a satisfação

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de sentirem que puderam contribuir para fazer a diferença na vida de uma jovem. Para além disso, possibilita o desenvolvimento de competências e consequente impacte nos seus níveis de satisfação e de auto-estima e estabelece um compromisso e uma motivação para fazer mais e melhor.

Visitas de estudo à IBMA IBM incentivou desde sempre a ligação entre Escolas e Empresa. Nessa lógica, intensificou em 2000 um programa de visitas de estudo que dá oportunidade a professores e alunos de não só conhecerem um pouco mais da história das tecnologias e da sociedade de informação, como de verem de perto equipamentos e infra-estruturas tecnológicas que estão na base da melhoria dos padrões de qualidade de vida.

Em 2005 a IBM contou com cerca de 500 visitantes, entre alunos e professores, que passaram pelo Centro de Computação e pelo Centro de Recuperação de Dados.

Este programa está igualmente disponível para filhos de IBMers.

BOSCH SECURITY SYSTEMSA Bosch Security Systems implementou um programa de visitas de estudo direccionado para as escolas da região, que conta com a participação de todos os colaboradores na explicação dos seus postos de trabalho.

BP PORTUGALHSSE nas EscolasO Departamento de HSSE&Q – Health, Security, Safety, Environment & Quality da BP Portugal tem vindo a desenvolver o seu programa de colabo-ração com as escolas básicas. Este projecto tem como objectivo a sensi-bilização dos jovens para a preservação e defesa do ambiente. Nas visitas às escolas os responsáveis pelo projecto fazem uma pequena prelecção e, simbolicamente, oferecem às turmas contentores para recolha de pilhas.

GALPENERGIAEscola da Energia e “Energia para Eco-repórter”A “Escola da Energia” nasceu da vontade da Galp abrir no seu Museu virtual “Vidas –Galp”, uma porta para o futuro: onde todas as crianças e jovens possam aprender sobre energia.

Este projecto, lançado em Janeiro de 2006, em 30 Eco-Escolas do 1º ciclo, foi desenvolvido em parceria com o Programa Eco-Escolas da Associação Bandeira Azul da Europa.

Áreas de actuação

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IBM e BP PORTUGALEWeek – Semana da Engenharia

IBMVisitas de estudo à IBM

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O Eco-Repórter da energia investiga e comunica. Os trabalhos realiza-dos são reportagens, que procuram responder a esta questão fundamental: como podemos ser mais eficientes e sustentáveis a usar a energia indis-pensável ao nosso dia-a-dia?

A “Escola da Energia” potencializa alguns dos conceitos que inte-gram dois dos programas da Fee: Eco-Escolas e Jovens Repórteres para o Ambiente. Alguns dos temas-chave do projecto são: auditoria e monito-rização ambiental; investigação local; intervenção na escola e no meio; comunicação; jornalismo/reportagem.

Do projecto fazem parte acções de formação com os professores envol-vidos, bem como a produção de um website (http://abae.pt/ecoreporter/) e de um dossier de apoio ao professor versando as seguintes áreas:

· conteúdos de carácter científico-pedagógico sobre energia;· propostas de actividades, experiências, jogos e visitas de estudo.· disponibilização de informação e orientação de pesquisa bibliográfica.

Uma das actividades dinamizadoras do projecto consistiu no concurso “Energia para Eco-Repórter” cujos objectivos são:

· Estimular nos jovens o interesse pela investigação sobre temas relacio-nados com a Energia, Mobilidade e Alterações Climáticas

· Motivar para a investigação e compreensão das questões relacionadas com a energia, especialmente a nível local: na escola, em casa e na comunidade;

· Iniciar os mais jovens na produção de artigos jornalísticos de quali-dade, relacionados comos temas a abordar;

· Sensibilizar os jovens para a necessidade de utilizar a energia de forma mais sustentável.Após uma investigação local realizada com o apoio do professor, os

eco-repórteres produziram trabalhos de reportagem relacionados com a “eficiência energética” e “mobilidade sustentável”.

Todas as escolas participantes receberam um carregador de pilhas como forma de motivação para a sua investigação acerca das diversas formas e fontes de energia. A Galp atribuiu ainda às 6 escolas que apresentaram os melhores trabalhos os seguintes 2 colectores solares térmicos e 4 fornos solares.

A “Escola da Energia” terá continuidade no próximo ano lectivo através do alargamento a todas as Eco-Escolas de 1º ciclo (entre 250 e 300) e um projecto-piloto a um grupo de 30 escolas do 2º e 3º ciclo do ensino básico.

Todas as informações sobre este projecto estão disponíveis em http://vidasgalp.galpenergia.com/EcoEscolas/escoladaenergia.swf

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Educação e Investigação

Centrando-nos mais ao nível do ensino superior e dos projectos de investi-gação académicos, é desde já evidente a criação de sinergias decorrentes da proximidade entre as empresas e as universidades. Cabe às empresas identificar esta oportunidade e procurarem estar próximas do mundo universitário, potenciando vantagens mútuas na formação avançada de estudantes e académicos, no enriquecimento de recursos humanos qualifi-cados, no estimular da investigação e desenvolvendo um trabalho respon-sável na valorização da inovação como forma de criar valor, desenvolvendo benefícios tanto para as escolas como para as empresas.

As empresas deverão apostar na investigação e numa universidade criativa cultural e cientificamente. Para isso, poderão criar iniciativas e programas específicos como forma de financiar os estudos de doutorandos e a actividade de investigação.

O QUE ESTÁ A SER FEITO

BP PORTUGALA BP decidiu apoiar um projecto de investigação na área da energia solar. No essencial, o projecto pretende desenvolver uma “tecnologia que tem potencial de baixar os custos de produção de células solares”. Ao todo estão envolvidos cinco doutorados entre outros investigadores do Grupo de Semicondutores e Aplicações Fotovoltaicas da FCUL.

IBMUniversity RelationsNa vertente do ensino e da investigação, a IBM considera que a crucial transição entre o mundo académico e a realidade empresarial requer um esforço contínuo de adaptação da actividade educativa e de investigação. Também as mudanças impostas pela inovação no na área das tecnologias da informação exercem importantes influências nas modalidades de ensino, nomeadamente através do e-learning.

É neste sentido que, no âmbito do seu programa de University Relations, a IBM actua em quatro áreas concretas:

· Desenvolvimento de competências/Transferência de conhecimentoA IBM pretende dar o seu contributo no constate processo de mudança do mundo académico – nascimento de novas faculdades e cursos, e

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alteração dos já existentes – e, para colaboração no percurso peda-gógico dos docentes, disponibiliza gratuitamente às instituições de ensino, desde o ensino secundário ao superior especialistas próprios para pequenos cursos, apresentações e casos práticos, testemunhos ou seminários e palestras.

· IBM Academic InitiativePrograma gratuito para docentes que permite a utilização livre de software IBM de última geração, tutoriais, cursos de formação e mate-rial didáctico diverso – para uso em aulas e laboratórios, e ainda em projectos de investigação.

A licença do programa dá ainda aos professores a máxima liberdade de copiarem o software para distribuição aos alunos, para fins de inves-tigação ou utilização em aulas.

· InvestigaçãoAs instituições de ensino têm um papel de extrema importância no plano da inovação e da investigação científica a nível nacional e inter-nacional, e a IBM vê aqui um motor de originalidade cultural e cien-tífica. Assim, propõe formas de suporte a todos aqueles que querem fazer da investigação um agente de mudança.Os programas através dos quais a IBM apoia a investigação nas institui-ções de ensino superior são:

· Faculty Awards: acção de apoio financeiro a projectos de investigação de interesse comum à IBM dirigida a investigadores académicos.

· SUR (Shared University Research) Grants: doação de tecnologia a insti-tuições de ensino superior envolvidas em projectos de investigação em parceria com a IBM.

· PhD Fellowship: atribuído aos melhores alunos que tenham concluído, no mínimo, um ano de doutoramento à data da candidatura. Para estes programas, o apoio é decidido directamente pela IBM Corporation, pelo que serão privilegiados não só projectos locais, mas também internacionais.

· Prémio Científico IBM: visa incentivar as actividades de investigação de jovens cientistas e engenheiros portugueses, distinguindo e promo-vendo a divulgação de trabalhos de elevado mérito científico no campo da computação teórica e aplicada.

Áreas de actuação

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· A inserção no mundo do trabalhoA entrada no mundo do trabalho representa um dos momentos mais importantes e decisivos da vida dos jovens. Com a reforma no ensino superior, no decorrer e após a licenciatura, torna-se fundamental apli-car a experiência adquirida durante a formação académica.

A IBM reconhece a importância de as instituições de ensino supe-rior estabelecerem parcerias que possibilitem esta primeira experiên-cia no mundo do trabalho. Assim, aos finalistas e recém-licenciados que se distingam, a IBM propõe um ponto de partida para a sua vida profissional, através da realização de encontros, visitas e de um estágio de 6 meses num centro IBM em Portugal ou de um estágio internacio-nal nos laboratórios e centros de competência IBM.

BANCO ESPÍRITO SANTOConcurso Nacional de InovaçãoNo quadro de uma estratégia de contínuo envolvimento e proximidade nos domínios da inovação, investigação e estímulo ao empreendedorismo, o Banco Espírito Santo tem vindo, através de iniciativas próprias e parcerias de relevo, a posicionar-se como agente dinamizador da cultura de inovação desde os escalões etários mais jovens até à sua fase de aplicabilidade mais concreta, ou seja, enquanto investigação aplicada ao tecido empresarial.

Em Junho de 2005, o Banco Espírito Santo lançou o Concurso Nacional de Inovação BES, uma iniciativa destinada a promover a inovação e o conhecimento, nomeadamente na sua dimensão de aplicação à actividade empresarial.

Esta iniciativa, conta com a parceria da Fundação Ilídio Pinho, a Siemens, o TECMAIA, o Grupo Lena, bem como, de 11 das principais universidades do país: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade do Porto, Universidade de Aveiro, Universidade Católica Portuguesa (Escola Superior de Biotecnologia), Universidade de Coimbra, Universidade da Beira Interior, Universidade do Minho, Universidade Técnica de Lisboa, Universidade do Algarve, Instituto Politécnico de Leiria e a Universidade de Évora.

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BESConcurso Nacional de Inovação

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