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  • DIANA GOMES DE OLIVEIRA MENDONA

    MNICA VALRIA NASCIMENTO DE LIMA SANTIAGO

    VERNICA LOUREIRO SOUZA

    VITIMAS DO DDT: UM CASO DE SADE PBLICA

    Rio Branco

    2011

  • 1

    DIANA GOMES DE OLIVEIRA MENDONA

    MNICA VALRIA NASCIMENTO DE LIMA SANTIAGO

    VERNICA LOUREIRO

    VITIMAS DO DDT: UM CASO DE SADE PBLICA

    Trabalho de Concluso apresentado como requisito para a concluso do Curso de Ps Graduao de Auditoria em Servios de Sade da Unio Educacional do Norte Orientadora: Prof. MSc. Waldya Arajo Lopes de Melo e Assis

    Rio Branco

    2011

  • 2

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Quantidade de DDT no organismo dos servidores ativos...................20

    Tabela 2 Quantidade de DDT no organismo dos servidores aposentados......20

  • 3

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1 Nmero de servidores que informaram ter dor de cabea...........21

    Grfico 2 Nmero de servidores que informaram ter dor de cabea

    com frequncia.............................................................................................21

    Grfico 3 Nmero de servidores que informaram ter problemas

    respiratrios.................................................................................................22

    Grfico 4 Nmero de servidores que informaram ter dor de problemas

    respiratrios com frequncia.........................................................................22

    Grfico 5 Nmero de servidores que reportou Queda de Cabelo...............23

    Grfico 6 Nmero de servidores que reportou presena de caroo na

    cabea.........................................................................................................23

    Grfico 7 Nmero de servidores que reportou presena de bolhas na

    cabea..........................................................................................................24

    Grfico 8 Nmero de servidores que reportou cimbra...............................24

    Grfico 9 Partes do Corpo onde a cimbra se apresentou por nmero de

    servidores reportados.....................................................................................25

    Grfico 10 Nmero de servidores que apresentou dores nas articulaes..26

    Grfico 11 Partes do Corpo onde a dor articular se apresentou por nmero

    de servidores................................................................................................26

    Grfico 12 Nmero de servidores que reportou Coceiras/Erupes...........27

    Grfico 13 Partes do Corpo onde Coceiras/Erupes se apresentaram por

    nmero de servidores...................................................................................28

  • 4

    Grfico 14 Partes do Corpo onde Coceiras/Erupes se apresentaram por

    nmero de servidores...................................................................................28

    Grfico 15 Nmero de servidores que reportou gastrite.............................29

    Grfico 16 Nmero de servidores que reportou problemas cardacos........29

    Grfico 17 Nmero de servidores que reportou problemas de viso..........30

    Grfico 18 Nmero de servidores que reportou uso de culos...................30

    Grfico 19 Nmero de servidores que reportou insnia..............................31

    Grfico 20 Nmero de servidores que reportou ansiedade.........................32

    Grfico 21 Nmero de servidores por distrbio de ansiedade....................32

  • 5

    RESUMO

    Objetivo: O presente estudo teve por objetivo conhecer as enfermidades

    apresentadas pelos ex e atuais servidores do Ministrio da Sade atravs da

    Fundao Nacional de Sade, que trabalharam com o inseticida DDT no Estado do

    Acre, os quais, atravs de uma Comisso denominada Luta pela Vida esto

    procurando por seus direitos sade, pois, muitos j foram a bito sem que nenhum

    estudo tenha sido realizado para tal situao. Mtodos: Pesquisa bibliogrfica sobre

    o produto txico o DDT, numa primeira etapa seguida de elaborao de

    questionrio para pesquisa de campo, enumerando-se vrios itens que pudessem

    fundamentar o entendimento do problema. Concluso: Confrontando-se o tema j

    amplamente discutido cientificamente e a pesquisa realizada, e ainda, pelo prprio

    reconhecimento do Poder Pblico Federal e Estadual dos danos causados pelo

    produto DDT, pode-se confirmar a necessidade de atendimento de sade s vtimas

    do pesticida.

    PALAVRAS-CHAVE DDT, Intoxicao, Sade Pblica.

  • 6

    ABSTRACT

    Objective: The present study had the objective of knowing the diseases presented by

    former and current civil servants from the Ministry of Health through the National

    Health Foundation, who worked with the insecticide DDT in the state of Acre, which,

    through a committee called "Fight for Life "are looking for their rights to health, as

    many have died without the development of a study for such situation. Methods:

    Bibliographic research about the pesticide DDT was made as a first step and then,

    a questionnaire for field research was elaborated, listing up several items that could

    substantiate the understanding of the problem. Conclusion: Confronting the topic

    already widely discussed scientifically and the research conducted, and yet, by the

    Federal Government recognition of the damage caused by DDT product , confirm the

    need for health care to the victims of the pesticide.

    KEY WORDS DDT, Toxicity, Public Health.

  • 7

    SUMRIO

    1. INTRODUO ...................................................................................................... 8

    1.1. VISO GERAL ............................................................................................... 8

    1.2. DDT: ORIGEM, CAUSAS E EFEITOS ......................................................... 10

    1.3. TOXICIDADE DO DDT ................................................................................. 11

    1.4. CONTAMINAES DOS ALIMENTOS ....................................................... 13

    1.5. RESTRIES BRASILEIRAS AO USO DO DDT ........................................ 15

    2. MATERIAL E MTODOS ................................................................................... 17

    2.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO E AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS ..

    ..................................................................................................................... 17

    2.2. PROCESSAMENTO E ANLISE DOS DADOS ........................................... 17

    3. RESULTADOS E DISCUSSO .......................................................................... 19

    4. CONCLUSO ..................................................................................................... 36

    5. REFERNCIAS .................................................................................................. 38

    6. APNDICES ....................................................................................................... 40

    6.1. APNDICE A................................................................................................ 40

  • 8

    1. INTRODUO

    1.1. VISO GERAL

    No Brasil, a divulgao a respeito dos efeitos malficos do uso do inseticida

    DDT (Dicloro-Difenil-TRICLORETANO) a partir de 1945, e mais precisamente, com a

    implantao da Campanha de Erradicao da Malria CEM, na dcada de 1965,

    pelo governo Federal, no foram feita de forma precisa, escondendo-se os reais

    efeitos danosos do inseticida. A toxicidade do produto to elevada ao ser humano,

    animais e ao prprio meio ambiente que seu uso fora suspenso na Grcia em 1970

    e nos Estados Unidos em 1972, aps divulgao da obra Primavera Silenciosa da

    autora Raquel Canson (1962).

    Com a utilizao do DDT em todo o territrio nacional, o governo federal na

    nsia de combater a malria, criou outro problema de sade pblica: a

    contaminao por intoxicao dos agentes pblicos, que trabalharam com a

    aplicao do produto nas residncias, os quais, ao longo dos anos, passaram a

    sentir sintomas no sistema nervoso central, resultando em alteraes de

    comportamento, distrbios sensoriais, do equilbrio, da atividade da musculatura

    involuntria e depresso dos centros vitais, particularmente, da respirao.

    Com a implantao da Campanha de Erradicao da malria, em 1965, o

    DDT foi amplamente aplicado em todo o territrio nacional, poca em que foram

    contratados os guardas de endemias (os chamados mata mosquitos) que aplicavam

    o inseticida nas paredes de residncias usando apenas como proteo um uniforme

    de tecido cqui e um capacete de alumnio.

    Para admisso era feito um curso com todas as orientaes tcnicas para o

    manuseio e aplicao do DDT. As orientaes eram ministradas pelos inspetores

    gerais, tcnicos selecionados nos estados, que faziam o curso na Escola Nacional

    de Sade Pblica do Instituto Osvaldo Cruz Manguinhos Rio de Janeiro, e a

    parte prtica nas favelas do Rio de Janeiro, sendo o primeiro curso realizado no ano

    de 1966.

  • 9

    Neste curso era oferecida uma disciplina denominada Operaes de

    Inseticida, que consistia nas orientaes com o manuseio e aplicao do DDT nas

    frmulas DDT - Po 75% (para paredes permeveis), DDT Pasta concentrada 80%

    (para casas pintadas de paredes permeveis) e DDT soluo 100% - mistura de

    DDT puro, grau tcnico mais querosene para casas pintadas com tinta a leo

    (impermeveis). Os dois primeiros eram solveis com gua. A carga do DDT- p de

    0, 670 gramas ou 1 litro de pasta misturada com 10 litros de gua. O DDT puro

    misturava-se 10 quilos para 200 litros de querosene. O efeito deste inseticida era o

    pior de todo txico em alto grau. Para a aprendizagem de aplicao usava-se um

    painel de 19 m2, onde a dedetizao tinha que deixar na parede 0,2 gramas por m,

    quantidade suficiente para matar os mosquitos transmissores de doenas pelo

    perodo de seis meses, tanto que as borrifaes eram semestrais, para manter o

    efeito residual permanente do produto.

    Nos referidos cursos, e todos os demais, jamais foi dada qualquer orientao

    sobre os efeitos txicos do DDT para o ser humano, e que nunca aconteceria por

    contato ou por inalao, a no ser que fosse ingerido. Este foi, talvez, o maior erro

    do Governo Federal brasileiro, atravs do Ministrio da Sade em no atentar para

    os efeitos toxicolgicos do DDT para com o homem e o meio ambiente. Sequer foi

    observado que o produto j tinha sido banido em vrios outros pases.

    Assim, o governo brasileiro tentando combater uma ao de sade pblica no

    combate malria, criou outro problema que foi a intoxicao de seus agentes

    atravs do DDT, isto porque, jamais foram alertados sobre os efeitos nocivos que o

    pesticida causaria ao organismo do ser humano. O resultado no poderia ser outro:

    intoxicao crnica pelo produto, vrias doenas provenientes do mau uso do

    pesticida, seqelas e morte.

    Os servidores da ex-SUCAM (Superintendncia de Campanhas de Sade

    Pblica) dos estados do Rio de Janeiro e do Par, foram os primeiros a afirmarem

    que o DDT antecipava a morte ou que deixava profundas seqelas. No Acre, aps a

    morte de alguns servidores aposentados e da ativa, pelo grande nmero de

    servidores reclamando de doenas e pela variedade de sintomas, foi formada uma

    Comisso Luta pela Vida, liderada pelo servidor Aldo Moura da Silva, que iniciou

    um movimento de alerta ao governo estadual e federal, sobre os problemas de

    sade que ex e atuais servidores, que trabalharam com o DDT, vinham e vm

  • 10

    enfrentando, sem nenhuma assistncia pblica com o risco de morrerem

    prematuramente.

    Com a exposio dos problemas de sade pela Comisso, o caso ganha

    repercusso nacional. O governo estadual e federal, pressionado pelo Ministrio

    Pblico Federal do Acre e pela Comisso de Direitos Humanos da Assemblia

    Legislativa do Acre (ALEAC), que apresentou um Relatrio sobre o caso, com

    depoimentos de vrios servidores, forneceu assistncia gradual aos agentes.

    Existem aes judiciais de servidores junto Unio e Projetos de Lei tramitando no

    Congresso Nacional visando indenizaes pelos danos causados.

    Por se considerar que o problema de sade dos ex e atuais servidores de

    relevncia nacional, que tem como vtima o ser humano, optou-se pelo tema em

    questes, com a realizao de pesquisa, de forma a fundamentar o trabalho de

    concluso do curso permitindo o aproveitamento cientifico e prtico que o caso

    oferece.

    1.2. DDT: ORIGEM, CAUSAS E EFEITOS

    Para encontrar resposta aos problemas de sade dos servidores que tiveram

    contato com o pesticida DDT, foi elaborado um questionrio (anexo I) buscando-se

    alcanar amostragem de trs grupos distintos: dos servidores aposentados, dos

    ativos e dos casos de bitos. As perguntas constantes do questionrio englobam

    situaes inerentes aos trs grupos de forma a enumerar, conhecer e confrontar as

    diversas causas de doenas que transformaram os servidores em vitimas, ou seja,

    com bitos ou que permanecem enfrentando doenas, sem esperana de cura, em

    face da toxidade adquirida.

    O DDT com a denominao Dicloro-Defenil-Tricloroetano o primeiro

    pesticida moderno tendo sido largamente usado aps a Segunda Guerra Mundial

    para combate dos mosquitos da malria e do tifo. O DDT foi sintetizado em 1874,

    mas apenas em 1939 que um qumico suo, Paul Muller, descobriu suas

    propriedades inseticidas. Por esta descoberta, foi merecedor do Prmio Nobel de

    Medicina, em 1948, por constatar a eficincia do DDT para a erradicao de vrios

    tipos de artrpodes. Sua formulao se d pela reao entre o Cloral e o Cloro

  • 11

    benzeno, usando-se o cido sulfrico como catalisador pertencente ao grupo

    Organoclorado, conforme est demonstrado nas propriedades fsico-qumicas.

    1.3. TOXICIDADE DO DDT

    Embora o DDT atravesse facilmente o exoesqueleto quitinoso dos insetos,

    ele pouco absorvido pela pele humana, o que explica sua relativa baixa toxicidade

    a nvel tpico. O ser humano pode ser contaminado por exposio direta (inalao)

    ou por alimentos contaminados com DDT e outros pesticidas organoclorados. Sendo

    lipossolvel, possui aprecivel absoro tecidual. facilmente absorvido pelas vias

    digestivas e respiratrias. Devido grande lipossolubilidade e lenta metabolizao,

    os organoclorados acumulam-se na cadeia alimentar e no tecido adiposo (Brasil,

    1997).

    Conforme o Manual de Vigilncia da Sade de Populaes Expostas a

    Agrotxicos:

    os pesticidas organoclorados, entre os quais se inclui o DDT, atuam sobre o sistema nervoso central, particularmente alterando a homeostasia dos ons sdio e potssio nas membranas dos neurnios, provocando impulsos constantes, que resultam em alteraes de comportamento, do equilbrio, distrbios sensoriais, atividade involuntria da musculatura e depresso dos centros vitais, particularmente da respirao (Brasil, 1997).

    A intoxicao aguda nos seres humanos caracteriza-se por cloracnes, na

    pele, e por sintomas inespecficos, como dor de cabea, tontura, convulses e

    insuficincia respiratria (OMS, 1982).

    Em casos de intoxicao aguda, aps 2 h surgem os sintomas neurolgicos

    de hiperexcitabilidade, parestesia na lngua, lbios e membros inferiores,

    desconforto, desorientao, fotofobia, cefalias persistentes, fraqueza, vertigem,

    alteraes de equilbrio, tremores, ataxia, convulses tnico-clnicas, depresso

    central severa, coma e morte (Brasil, 1997).

    Os sintomas especficos podem ocorrer em caso de inalao ou absoro

    respiratria, como tosse, rouquido, edema pulmonar, irritao laringotraqueal,

    rinorria, bradipnia, hipertenso e broncopneumonia (esta ltima uma complicao

    freqente) (Brasil, 1997).

  • 12

    As manifestaes crnicas consistem em neuropatias perifricas, incluindo

    paralisias, discrasias sangneas diversas que podem at ser conseqncias de

    aplasia medular, leses hepticas com alterao das enzimas transaminases e

    fosfatasse alcalina, leses renais e arritmias.

    De todos os pacientes atendidos no Centro de Controle de Intoxicaes (CCI)

    do Hospital Universitrio da UNICAMP, no perodo de janeiro de 1984 a junho de

    1985, 30% estavam intoxicados por inseticidas, equivalendo a 592 casos. Dentro

    deste grupo, 141 casos (23,8%) eram por pesticidas organoclorados19. Isto ocorreu

    antes da proibio da comercializao e uso de inseticidas organoclorados pelo

    Governo Federal (Brasil, 1985, p. 12941).

    Em um estudo sobre a associao da presena do metablito 2,2-bis-p-

    clorofenil-1,1-dicloroetileno (DDE) no tecido adiposo de pacientes com 6 tipos de

    cncer (fgado, pncreas, seio, tero, mieloma mltiplo e linfoma no Hodgkin), os

    resultados encontrados por Cocco et al. (2000, p.108) no indicaram correlao para

    a maioria deles. Embora no se tenha encontrado correlao positiva entre cncer

    heptico e DDT em pessoas negras, esta correlao apareceu no segmento

    formado por indivduos brancos. Com base neste achado e na j conhecida

    associao entre cncer heptico e DDT em camundongos, os autores afirmaram

    que novos estudos devam ser feitos sobre o assunto, a fim de confirmar ou rejeitar a

    hiptese de associao.

    O DDT tambm um potente indutor das enzimas hepticas do citocromo P

    450, que promovem a ativao de outras substncias carcinognicas, como a

    Aflatoxina B1 e a ciclofosfamida. A presena de DDT potencializa, portanto, os

    efeitos destes carcingenos (Paumgartten, 1997).

    A eliminao se d pela urina, cabendo destacar tambm a importante via de

    eliminao pelo leite materno (Brasil, 1997), colocando em exposio elevada bebs

    lactentes. Vannuchi (1988) observou em Londrina, em 1984, uma contaminao de

    leite materno de 0,142 mg/kg de p,p'- DDT + p,p'- DDE, indicando que os bebs

    estavam ingerindo uma concentrao maior que o estipulado posteriormente pelo

    Codex Alimentarius (FAO/WHO, 1996, p.28), para leite de vaca (0,05 mg/kg [ppm]).

    O que indica que a situao destas crianas era crtica.

    Beretta e Dick (1994), em um levantamento realizado em mulheres lactantes

    da zona urbana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, entre 1987 e 1988,

    encontraram valores mdios de 2,98 ppm (g/g de gordura do leite), de DDT (DDT +

  • 13

    DDE + DDD) variando entre 0,32 e 12,4 ppm. Das amostras analisadas, 73%

    excediam o limite de 1,25 ppm. E dentre os constituintes de DDT, p,p'- DDE chegava

    proporo de 95%, com uma concentrao mdia de 2,53 ppm. Segundo as

    autoras, a lei federal que proibiu em todo territrio nacional a comercializao, o uso

    e a distribuio de produtos organoclorados destinados agropecuria, promulgada

    em 1985 (Brasil, 1985, p. 12941) no estava sendo obedecida.

    1.4. CONTAMINAES DOS ALIMENTOS

    O DDT j era contra-indicado no tratamento de ectoparasitos do gado leiteiro,

    antes de ser proibido, porque eliminado pelo leite, alm de ser armazenado no

    tecido adiposo. A ocorrncia de nveis txicos na carne e no leite concorreu para a

    proibio de sua fabricao e comercializao (Pardi, 1993).

    J foi registrada contaminao por DDT e outros organoclorados na Amrica

    Latina em carne bovina, carne de aves, leite, frutas, hortalias, legumes, cacau,

    arroz e at mesmo em leos, de milho, soja, girassol e oliva. No caso dos produtos

    de origem vegetal, este pode ser contaminado tanto por absoro foliar aps

    asperso, quanto por translocao atravs do solo (OMS, 1982)

    A partir da Segunda Guerra Mundial o DDT foi amplamente utilizado no

    mundo, com aplicao na agropecuria e a seguir no combate aos demais

    artrpodes causadores de doenas tais como: malria, tifo, doenas de chagas e

    dengue. A introduo do DDT para uso no combate a pragas, o mais poderoso

    pesticida que o mundo j conhecera, terminou por mostrar que a natureza

    vulnervel interveno humana.

    A maior parte dos pesticidas efetiva contra um ou outro tipo de insetos, mas

    o DDT era capaz de destruir de imediato centenas de espcies diferentes de insetos.

    Quando o DDT se tornou disponvel para uso tambm por civis, poucas pessoas

    desconfiavam do maravilhoso produto, talvez apenas aquelas que eram ligadas a

    temas da natureza. Uma dessas pessoas foi o escritor E.W.Teale, que advertia: Um

    Spray que atua de forma to indiscriminada como o DDT, pode perturbar a

    economia da natureza tanto quanto uma revoluo perturba a economia social.

  • 14

    Noventa por cento dos insetos so benficos e se so eliminados, as coisas em

    pouco tempo fogem do controle.

    Porm foi a biloga Raquel Carson uma das primeiras a atuar na

    conscientizao de que os homens e os animais esto em interao constante com

    o meio em que vivem. Em 1941 escreveu artigos falando sobre os testes que vinham

    sendo feitos com o DDT, mais ningum deu ateno. Contudo, em 1962, escreveu a

    obra Primavera Silenciosa, mostrando e o DDT penetrava na cadeia alimentar e

    acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (detectando

    a presena de DDT at no leite humano), com o risco de causar cncer e dano

    gentico. Mostrou tambm que uma nica aplicao de DDT em uma lavoura

    matava insetos durante semanas e meses (tanto que era aplicado nas residncias

    para combater o mosquito anofelino transmissor da malria) e no s atingia as

    pragas, mas um nmero incontvel de outras espcies, permanecendo txico no

    ambiente mesmo com sua diluio pela chuva.

    A autora concluiu ainda que o DDT e outros pesticidas prejudicavam

    irremediavelmente os pssaros e outros animais, e deixava contaminado todo o

    suprimento mundial de alimentos. O livro causou alarme entre os leitores

    americanos, provocando indignao da indstria de pesticidas. Ms, a escritora

    munida de evidncias fez com que outros cientistas aceitassem e participassem de

    sua luta e quando o Presidente Jonh Kennedy ordenou ao comit cientifico de seu

    governo que investigasse as questes levantadas pelo livro, os relatrios

    apresentados foram favorveis ao livro e a autora. Como resultado, o governo

    passou a supervisionar o uso do DDT e externou ao mundo, sendo banido primeiro

    na Sucia em 1970, nos Estados Unidos em 1972 e depois nos demais pases.

    A maior contribuio de Primavera Silenciosa foi a conscientizao pblica

    de que a natureza vulnervel interveno humana. Poucas pessoas at ento se

    preocupavam com os problemas de conservao, a maior parte pouco se importava

    se algumas ou muitas espcies estavam sendo extintas. Mas o alerta de Raquel

    Carson era assustador demais para ser ignorado: a contaminao de alimentos, os

    riscos de cncer de alterao gentica, a morte de espcies inteiras. Assim, pela

    primeira vez, a necessidade de regulamentar a produo industrial de modo a

    proteger o meio ambiente se tornou aceita.

    No Brasil, a partir de 1945, o DDT foi usado em larga escala no combate s

    pragas nas lavouras e no combate aos insetos transmissores de doenas, em

  • 15

    especial, a malria, com dedetizaes nas residncias de reas endmicas em

    perodos semestrais.

    1.5. RESTRIES BRASILEIRAS AO USO DO DDT

    As primeiras medidas restritivas se deram em 1971 (Brasil, 1971, p.8318),

    com a Portaria n.o 356/71, que proibiu a fabricao e comercializao de DDT e BHC

    para combate de ectoparasitos em animais domsticos no pas, obrigando os

    fabricantes a recolherem os produtos, mas isentou os produtos comerciais indicados

    como larvicidas e repelentes de uso tpico; e com a Portaria n 357/71(Brasil, 1971,

    p.8318), que proibiu em todo o territrio nacional o uso de inseticidas

    organoclorados em controle de pragas em pastagens.

    Estes atos fundamentaram-se: Na formao de resduos txicos na carne e

    no leite de animais domsticos; Sua acumulao aps tratamentos repetidos; No

    prejuzo que a ocorrncia destes resduos acarretava s exportaes de produtos de

    origem animal devido a medidas restritivas impostas por pases importadores; Nas

    recomendaes da FAO e OMS para que o uso de DDT e BHC fossem substitudos

    por outros produtos.

    Em 1985 proibiu-se em todo o territrio nacional a comercializao, o uso e a

    distribuio de produtos organoclorados destinados agropecuria. Mas os

    inseticidas organoclorados continuaram sendo permitidos em campanhas de sade

    pblica no combate a vetores de agentes etiolgicos de molstias (malria e

    leishmaniose), bem como em uso emergencial na agricultura, a critrio do Ministrio

    da Agricultura. Tambm se manteve a permisso do uso de iscas formicidas base

    de aldrin e dodecacloro, e do uso de cupinicidas base de aldrin para

    reflorestamento (Brasil, 1975, p. 12941). Seu uso em sade pblica ficou sob

    responsabilidade da Fundao Nacional de Sade (atual FUNASA), no Programa

    Nacional de Controle de Vetores. A ltima compra efetuada pelo rgo foi um lote de

    3 mil toneladas em 1991, para o controle de Anopheles darlingi na Amaznia

    (Oliveira Filho, 1997).

    Em face das denncias da Comisso de servidores da Funasa em Defesa da

    Vida, sobre a seqncia de casos de bitos de ex e atuais servidores, problema

  • 16

    bastante explorado a nvel nacional pela mdia e em especial com envolvimento do

    Ministrio Pblico Federal do Acre e da Assemblia Legislativa do Acre, atravs da

    Comisso de Direitos Humanos, e ainda, pela participao de alguns Senadores e

    Deputados Federais, o Governo Federal decidiu atravs da Lei n. 11.936 de 14 de

    maio de 2009, banir o DDT do pas pela Lei n 11.936 de 14.05.2009, reconhecendo

    assim que o pesticida foi e prejudicial ao ser humano e ao meio ambiente, a

    exemplo dos demais pases, restando agora atender aos reclamas dos ex e atuais

    servidores que trabalharam com o DDT e tambm das famlias que perderam seus

    entes queridos este terrvel pesticida.

  • 17

    2. MATERIAL E MTODOS

    2.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO E AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS

    O delineamento do estudo transversal e foi realizado mediante entrevistas,

    com preenchimento de um questionrio sobre os efeitos do DDT em servidores da

    Fundao Nacional de Sade (FUNASA) que tiveram contato com o produto em seu

    processo de trabalho (APNDICE A).

    Aps levantamento dos servidores junto ao setor de Recursos Humanos da

    FUNASA-Acre, obteve-se o total de 392 servidores da ativa, 118 servidores

    aposentados-ativos e 71 casos de bitos, totalizando 581 pessoas que trabalharam

    com o DDT. A amostragem alcanou os servidores ativos, 176 (44,9%); no grupo de

    aposentados um total de 36 (30,5%), havendo inclusive algumas visitas domiciliares

    para facilitar o preenchimento e para o grupo de bitos foram preenchidos 19

    (26,8)% questionrios junto s vivas, tambm em visitas domiciliares.

    O perodo da coleta de dados, atravs do questionrio, aconteceu entre os

    meses de janeiro a novembro de 2010 e teve a participao direta de servidores que

    fazem parte da Comisso Luta pela vida, em especial, dos senhores Emir

    Rodrigues de Mendona e Francisco Messias do Nascimento, que ajudaram os

    servidores no preenchimento do referido questionrio e autorizaes para

    divulgao dos dados, inclusive, junto aos servidores residentes no interior do

    estado, durante reunies da Comisso para discutir sobre os problemas de sade

    que vinham enfrentando, decorrentes do DDT.

    2.2. PROCESSAMENTO E ANLISE DOS DADOS

    A partir dos dados coletados atravs dos questionrios, foram calculadas as

    prevalncias da exposio ao DDT e efeitos toxicolgicos descritos pelos servidores.

  • 18

    A tabulao e plotagem dos grficos foram realizadas no Microsoft Office Excel

    2007.

    Os dados toxicolgicos obtidos atravs dos exames de sangue e de Eletro-

    neuromiografia realizados pelos pesquisados, e ainda, com os sintomas de doenas

    apresentadas no questionrio relacionando-as com todas as informaes sobre

    toxidade do DDT, citadas atravs da obra Primavera Silenciosa de Raquel Carson

    e de pesquisa sobre o DDT, realizada pelo Dr. J. Torres Selikoff Fellow da Mont

    Sinai School of Medicine (Grant 1 D43 Twoobo Fogarty Internacional Center of the

    Nacional Institutes of Heaeth), alm de outras informaes levantadas sobre o

    produto e sua nocividade, permitiu a anlise dos dados coletados, facilitando o

    entendimento sobre a real situao das vitimas do DDT como um caso de sade

    pblica, foco do presente trabalho.

  • 19

    3. RESULTADOS E DISCUSSO

    A anlise do questionrio ser feita a partir do item 11, considerando os

    aspectos que interessam para o entendimento da situao dos vitimados. Dentre os

    pesquisados (aposentado-ativos+ativos+bitos) 12,2% vieram a bitos. Destes, 40

    servidores (56,3%) estavam trabalhando com o DDT e os demais, 31 servidores j

    eram aposentados (43,7%), sendo que somente 03 servidores (4,2%) teve como

    causa da morte acidente. A mdia de vida alcanada do total de bitos pesquisado

    foi de 54,6 anos de idade, muito longe da mdia de vida do homem que de 71

    anos.

    No item 11, onde foi questionado se o trabalhador teve contato direto com

    DDT, obteve-se o seguinte resultado: no grupo dos servidores ativos 99% tiveram

    contato; aposentados - 94% e dos bitos 95%. A diferena fica com os servidores

    de outras funes, a exemplo de microscopistas, Auxiliar Administrativo, estes com

    contato indireto, atravs de permanncia em depsitos e com manuseio de boletins

    impregnados pelo inseticida, portanto, no geral, todos tiveram contato com o DDT.

    Para comprovao do nvel de toxidade dos servidores dos trs grupos,

    foram realizados Exames Toxicolgicos por Cromatografia, para pesquisa de

    pesticidas pertencentes ao Grupo Orgno-Clorado (DDT), nos Laboratrios Instituto

    Evandro Chagas, de Belm PA e no Centro de Atendimento Toxicolgico Dr.

    Brasil Braslia- DF, nos anos de 2009 e 2010. No primeiro laboratrio (pblico), os

    exames foram realizados por determinao da justia e no segundo laboratrio por

    iniciativa particular de alguns ex e atuais servidores (95% dos ativos e 86% dos

    aposentados). O nmero de exames realizados permite uma excelente amostragem

    para levantamento de sintomas que transformaram os servidores em vitimas do

    DDT.

    O item 14 retrata o resultado dos exames realizados para conhecimento do

    quantitativo em g/dl de DDT no organismo humano. Considerando-se o grande

    nmero de exames, optou-se por uma escala de g/dl de DDT de 1,01 a 10,0; de

    10,1 a 20,0; de 20,01 a 30 e mais de 30,1. No foi possvel realizar exames nos

  • 20

    servidores que foram a bito, j que todos morreram antes da determinao da

    justia para fazer o referido exame.

    De acordo com a Portaria de n 12 de 06/06/1983 da Secretaria de

    Segurana e Sade no Trabalho atravs da N.R.7, que estabelece o valor

    normal de toxicidade de 3 g/dl, pode-se observar que a quantidade em g/dl

    de DDT no organismo dos ex e atuais servidores foi extremamente elevado (Tabela

    1 e 2).

    Tabela 1 Quantidade de DDT no organismo dos servidores ativos

    Quantidade de DDT no organismo (g/dl) % de profissionais

    1,01 a 10,0 46%

    10,1 a 20,0 27%

    20,1 a 30,0 12%

    Mais de 30,1 10%

    Tabela 2 Quantidade de DDT no organismo dos servidores aposentados

    Quantidade de DDT no organismo (g/dl) % de profissionais

    1,01 a 10,0 36%

    10,1 a 20,0 14%

    20,1 a 30,0 25%

    Mais de 30,1 8%

    Vale salientar que est descrito em exames do Centro de Atendimento

    Toxicolgico Dr. Brasil, que o fato do valor toxicolgico encontrado no ultrapassar

    o L.T.B. (Limite de Tolerncia Biolgica) ou T.L.V (Threshold Limit Value) no indica

    que os nveis encontrados so incuos. No guia de informaes sobre intoxicao

    crnica pelo DDT+BHC (pertencente ao grupo Orgnico-Clorado), a prpria

    FUNASA reconhece como manifestaes crnicas: Neuropatias perifricas,

    inclusive com paralisias, etc., alm disso a dose de DDT necessria para causar

    severas doenas ou at a morte ainda desconhecida.

  • 21

    O item 15 enumera questionamentos que retratam os sintomas de doenas,

    ao longo da vida, todos relacionados diretamente com os efeitos causados pelo DDT

    no organismo humano. Tambm foi questionado se o sintoma de doena se

    apresentava de forma frequente no grupo estudado. No grupo que foi a bito, todas

    as informaes foram prestadas pelas vivas

    No que tange a presena de dor de cabea (item 15.1), observa-se que em

    todos os grupos, o ndice foi muito alto: Ativos 93%; Aposentados 78% e bitos

    89% (Grfico 1). Quanto ao fato da dor de cabea ser frequente, obteve-se a

    seguinte relao: Ativos 65%; Aposentados 81% e bitos 84% (Grfico 2).

    Grfico 1 Nmero de servidores que informaram ter dor de cabea.

    Grfico 2 Nmero de servidores que informaram ter dor de cabea com

    frequncia.

    0

    50

    100

    150

    200

    ATIVOS APOSENTADOS BTOS

    163

    281713 5

    2

    SIM NO

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    ATIVOS APOSENTADOS BTOS

    114

    2916

    62

    4 3

    SIM NO

  • 22

    Quanto a presena de problemas respiratrios (item 15.2) 63% dos ativos,

    64% dos aposentados e 89% dos bitos apresentaram alguma vez este sintoma

    (Grfico 4), sendo que dentre os que apresentavam com frequncia haviam 35% dos

    ativos, 42% dos aposentados e 79% dos bitos (Grfico 5). Dentre o grupo de bitos

    25 (35,2%) servidores apresentaram como causa morte problemas respiratrios.

    Grfico 3 Nmero de servidores que informaram ter problemas

    respiratrios.

    Grfico 4 Nmero de servidores que informaram ter dor de problemas

    respiratrios com frequncia.

    Nos itens 15.3 (queda de cabelo); 15.4 (Caroos na cabea) e 15.5 (Bolhas

    na cabea) os ndices apresentados no foram to altos, mas de certa forma,

    tambm avaliam o grau de intoxicao no organismo humano (Grficos 5, 6, e 7).

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    111

    2317

    63

    92

    SIM NO

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    61

    15 15

    50

    54

    SIM NO

  • 23

    Grfico 5 Nmero de servidores que reportou Queda de Cabelo.

    Grfico 6 Nmero de servidores que reportou presena de caroo na

    cabea.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    104

    20

    15

    72

    13

    4

    SIM NO

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    ATIVOSAPOSENTADOS

    43

    14

    133

    19

    SIM NO

  • 24

    Grfico 7 Nmero de servidores que reportou presena de bolhas na

    cabea.

    J o item 15.6 questionava se os servidores sentiam cimbra. No geral, todos

    os pesquisados (91% ativos, 83% aposentados e 95% dos bitos) reclamaram deste

    sintoma (grfico 8) e a parte do corpo mais afetadas so as pernas e braos (grfico

    9). Com 65% e 37% nos ativos, sendo 37% e 63% nos aposentados,

    respectivamente.

    Grfico 8 Nmero de servidores que reportou caimbra.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    32

    13 13

    136

    18

    6

    SIM NO

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    160

    30

    1816

    1 1

    SIM NO

  • 25

    Grfico 9 Partes do Corpo onde a caimbra se apresentou por nmero de

    servidores reportados.

    No item 15.7, onde foi questionado a respeito de dores nas articulaes,

    ndices altssimos foram observados: 90% dos ativos, 83% dos aposentados e 100%

    nos bitos (Grfico 10), havendo distribuio deste sintoma por vrias partes do

    corpo (Grfico 11), corroborando com os estudos cientficos j registrados, em que o

    DDT depois de atuar sobre o equilbrio de sdio/potssio nas membranas dos

    axnios, provoca impulsos nervosos constantes que levam a contrao muscular,

    convulses, paralisias e morte (OMS, 1982).

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    12

    2 4

    10

    4

    65

    37

    14

    35

    7

    2

    31

    21 1 2

    12

    6

    14

    81

    7

    12

    ATIVOS APOSENTADOS BTOS

  • 26

    Grfico 10 Nmero de servidores que apresentou dores nas articulaes.

    Grfico 11 Partes do Corpo onde a dor aticular se apresentou por nmero

    de servidores.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    159

    30

    1917

    1

    SIM NO

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    20

    17

    1210

    19

    5

    810

    4

    33

    29

    86

    1

    47

    2

    8

    2 3 21 2 1

    11

    1 1 1

    10

    11

    18

    ATIVOS APOSENTADOS BTOS

  • 27

    O item 15.8 questionou a respeito da presena de Coceiras/Erupes.

    Tambm foi encontrado um ndice bastante alto, com 71% dos ativos, 67% dos

    aposentados e 100% dos bitos (Grfico 12).

    Grfico 12 Nmero de servidores que reportou Coceiras/Erupes.

    O DDT por ser txico, atua internamente nos rgos com uma coceira que

    vem de dentro do organismo surgindo na pele, caracterizando-se por cloracnes. As

    partes do corpo mais afetadas so os braos pernas, cabeas, costas e em especial

    as mos.

    Nos aposentados, o ndice maior foi nas pernas com 11%. Mas, o que mais

    chama ateno o quantitativo de 24%, 36% e 84% deste sintoma nos trs grupos

    respectivamente, com coceiras e erupes por todo o corpo, com formigamento,

    tambm mencionado por alguns servidores que inclusive usam escovas para aliviar

    a coceira (Grfico 13).

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    125

    2419

    51

    8

    SIM NO

  • 28

    Grfico 13 Partes do Corpo onde Coceiras/Erupes se apresentaram por

    nmero de servidores.

    No que tange a problemas no estmago (item 15.9), os resultados obtidos

    foram preocupantes. Dos ativos 70%, dos aposentados 61% e dos bitos 95%

    afirmaram positivamente que haviam apresentado algum distbio neste rgo

    (Grfico 14).

    Grfico 14 Partes do Corpo onde Coceiras/Erupes se apresentaram por

    nmero de servidores.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    1

    710

    16

    24

    2

    14

    1 1

    10

    2

    20 20

    7

    42

    42

    3

    71 1 1 1

    42

    1

    13

    2 11 2

    1

    16

    ATIVOS APOSENTADOS BTOS

    0

    50

    100

    150

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    123

    2218

    53

    101

    SIM NO

  • 29

    A gastrite foi doena que liderou com 66%, 53% e 95% respectivamente

    nos servidores alvo. Considere-se, pois, que a toxidade do DDT tem ao direta com

    o processo digestivo (Grfico 15).

    Grfico 15 Nmero de servidores que reportou gastrite.

    Dos trs grupos pesquisados, o dos aposentados evidenciou maior

    proporo de problemas cardacos com um ndice de 56%. No ativos observou-se

    ndice de 32% e nos que foram a bito 37% (Grfico 16).

    Grfico 16 Nmero de servidores que reportou problemas cardacos.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    17

    4

    1

    27

    8

    2

    SIM NO

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    56

    20

    7

    120

    1312

    SIM NO

  • 30

    O item 15.11 avaliou as condies oftalmolgicas, sendo que dentre os

    pesquisados 97% dos servidores ativos, 86% dos aposentados e 89% dos que

    foram a bitos apresentaram algum problema de viso (Grfico 17), sendo que

    destes, respectivamente, 84%, 83% e 74% usam culos (Grfico 18).

    Grfico 17 Nmero de servidores que reportou problemas de viso.

    Grfico 18 Nmero de servidores que reportou uso de culos.

    Considerando-se que o DDT atua no organismo humano especialmente nos

    aparelhos digestivo e respiratrio, modificando todo metabolismo que regula o

    sistema central resultando em alteraes de comportamento, tanto que os

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    171

    31

    175

    2

    SIM NO

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    147

    30

    14

    29

    2 5

    SIM NO

  • 31

    pesquisados, por grupo, afirmaram que 83%, 78% e 74% sofriam de insnia (item

    15.13), problema de sade que confirma a intensidade do sintoma do prximo

    questionamento (Grfico 19).

    Grfico 19 Nmero de servidores que reportou insnia.

    Outro problema reportado a nvel de Sistema Nervoso Central foi a

    ansiedade (chamada no questionrio de nervosismo, para facilitar o entendimento -

    item 15.14).

    No grupo dos ativos 91%, aposentados 92% e bitos 95% sofriam e

    sofrem de ansiedade extrema (Grfico 20), sendo a classificao impaciente com

    80%, 83% e 95%, trmulo com 53%, 61% 3 84% e irritado com 68%, 75% e 89%,

    respectivamente, portanto, com alto grau de complexidade do sistema nervoso

    amplamente prejudicado pela toxidade do DDT (Grfico 21).

    Esta situao tambm fora observada em animais domsticos que aps

    terem tido contato com o DDT tinham seu sistema nervoso afetado vindo a morrer

    com tremedeira, em especial os ces e gatos.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    ATIVOSAPOSENTADOS BTOS

    146

    28

    14

    30

    2 5

    SIM NO

  • 32

    Grfico 20 Nmero de servidores que reportou ansiedade.

    Grfico 21 Nmero de servidores por distrbio de ansiedade.

    Na pesquisa tambm houve questionamento a respeito do alcoolismoe do

    tabagismo, a fim de verificar se o uso de substncias exgenas influenciou os bitos

    (item 15.15 e 15.16), todavia, no foi possvel estabelecer uma relao confivel

    entre o relatado no questionrio e os atestados de bitos.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    ATIVOSAPOSENTADOS

    BTOS

    161

    33

    1815

    1

    SIM NO

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    IMPACIENTETREMULO

    IRRITADO

    140

    30

    18

    93

    22

    16

    119

    27

    17

    ATIVOS APOSENTADOS BTOS

  • 33

    Para os itens 16, 17 e 18, que tratavam respectivamente dos exames

    realizados, das doenas que foram detectadas e da realizao de cirurgias e se

    houve tratamento, a pesquisa pretendia levantar e reconhecer as diversas doenas

    enfrentadas pelos vitimados, sem objetivar relacion-las com o DDT. Contudo, o

    levantamento em questo poder permitir uma anlise mais profunda que se

    pretenda fazer pelos tcnicos em sade em estudos futuros.

    No mbito de outras doenas contradas, questionrio feito no item 19, a

    malria, chamou a ateno, pela relao da falta de responsabilidade do poder

    pblico (Unio) para com seus agentes os guardas de endemias, que eram

    determinados a trabalhar em reas endmicas e jamais tiveram sequer proteo,

    como um simples mosquiteiro para se protegerem do Aedes aegypti.

    A maioria dos servidores entrevistados foi infectada (83%) sendo que alguns

    9% chegaram a contrair a malria, mais de 16 vezes. A mdia de infeco de 1 a

    4 vezes (87%), o que retrata que os servidores eram designados para trabalharem

    no corredor da morte, sem nenhuma assistncia. Estes servidores tambm eram

    infectados por enteroparasitas (42%, 50% e 42%) em decorrncia da alimentao e

    da gua contaminada que era ingerida.

    O Item 20 Estiveram hospitalizados no Estado e o 21 Se viajou para

    tratamento fora do Estado, teve por objetivo permitir conhecer a movimentao dos

    vitimados na busca de tratamento e mesmo daqueles que foram a bito. No estado,

    os hospitais pblicos e particulares receberam internaes de diversos servidores.

    Para fora do estado, a cidade de Goinia foi a mais procurada com 27% de

    servidores que buscaram tratamento.

    A pesquisa de campo realizada neste estudo foi elucidativa, pois, se

    conseguiu uma excelente amostragem de servidores que tiveram contato direto com

    o DDT com um ndice acima de 90% por grupo pesquisado. Ao se confrontar esse

    nmero com os que fizeram o exame toxicolgico (dos grupos de ativos 95% e de

    aposentados 86%) amplia-se o entendimento tcito de que os vitimados

    apresentam a clareza da relao dos sintomas de doenas diversas com os efeitos

    nocivos oriundos do DDT.

    Dos problemas de sade levantados: dor de cabea, respiratrios, cimbra,

    dores nas articulaes, coceiras e erupes, problemas no estmago, em especial,

    gastrite, problemas cardacos, de viso e em especial do sistema nervoso, pode-se

    afirmar que existe relao dessas doenas com a intoxicao pelo pesticida DDT,

  • 34

    corroborando os estudos realizados no Hospital Universitrio da UNICAMP, no

    perodo de janeiro de 1984 a junho de 1985, pelo Centro de Controle de Intoxicao

    (CCI).

    Para reforar a variedade dos sintomas relacionados pelos pesquisados e a

    gama de informaes j enumeradas que fundamentam as reclamaes dos

    vitimados, foi realizada em Porto Velho RO, uma Audincia Pblica sobre a

    contaminao do DDT, no Plenrio da Assemblia Legislativa de Rondnia, com a

    participao de muitos funcionrios da FUNASA, polticos, sindicatos e em especial

    da Professora Dr Heloisa Pacheco Ferreira, mdica Neurotoxicologista, Diretora do

    Instituto de estudos em Sade Pblica da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

    que no s confirmou a infinidade de sintomas ocasionados pela intoxicao pelo

    DDT, j descritos e que a complexidade da cura dos doentes porque quando o

    DDT est no organismo humano, interfere na atuao dos diversos medicamentos

    aplicados na busca de tratamento de determinadas doenas e que a classe mdica,

    conforme a especialidade, por no conhecer com profundidade a implicao

    causada pelo DDT, no se sente encorajada para atribuir a causa morte pela

    contaminao do pesticida, observao esta j mencionada por vrios polticos e

    servidores.

    Para complementar a pesquisa e a enfermidade dos vitimados acrescenta-se

    o trabalho realizado pela Comisso de Direitos Humanos da Assemblia Legislativa

    do Estado do Acre, que procedeu a um levantamento in-loco junto aos enfermos que

    trabalharam com o DDT, mostrados no Relatrio que foi apresentado pela

    Comisso.

    No Congresso Nacional, vrios parlamentares, com destaque para a

    Deputada Federal acreana Prpetua Almeida, que vem dando ateno para o

    problema enfrentado pelos vitimados pelo DDT no Acre, existem em tramitao

    Projetos de Lei que visam indenizaes aos ex e atuais servidores que trabalharam

    com o DDT.

    No Acre, a Procuradoria da Repblica, reconhecendo o problema de sade

    dos vitimados pelo DDT, passou a exigir da Unio e do Governo do Estado, as

    providncias necessrias ao atendimento aos enfermos e a realizao de exames

    toxicolgicos e outros, para encontrar respostas s doenas apresentadas, inclusive

    com interpelao atravs de ao pblica n 2009.30.00.002365-0.

  • 35

    Dos 71 casos de bitos pesquisados, existem atestados de bitos

    (fornecidos cpias pela FUNASA AC) com um maior nmero direcionado para

    problemas respiratrios e cardio-respiratrios num total de 33 (46,4%). 03 bitos

    foram por acidente, 33 bitos por cncer, falncia de mltiplos rgos (sendo esta

    uma terminologia inadequada para os atestados de bito) - sem assistncia mdica

    e 02 chamam a ateno por constarem nos atestados a afirmao morte por causa

    desconhecida. Em relao ao problema causado pelo DDT, imagina-se que estes

    dois atestados, talvez, tenham sido os mais acertados pelos mdicos.

    Atenta-se tambm, para a mdia dos bitos, sendo que 56,3% destes

    servidores eram da ativa e 43,7% eram do grupo de aposentados. Quanto a mdia

    de vida neste grupo foi de 54,6 anos, muito inferior a mdia de longevidade do pas

    que de 73 anos.

  • 36

    4. CONCLUSO

    O tema vitimas do DDT: um caso se sade pblica, foi escolhido como

    fundamentao de concluso de curso, devido sua importncia acadmico-prtica e

    por est centrado numa discusso atual dos problemas de sade enfrentados por

    vrios ex e atuais servidores que trabalharam na aplicao do produto pesticida

    durante anos e que hoje esto a reivindicar tratamento por conta da esfera federal,

    responsvel por todo o processo.

    Para a realizao deste trabalho foram coletados e analisados todas as

    informaes bibliogrficas inerentes aos estudos realizados sobre o DDT, sua

    importncia e suas conseqncias negativas ao homem e ao meio ambiente, e em

    especial, sobre os sintomas e doenas oriundas pela intoxicao causadas nos

    trabalhadores pelo referido produto pesticida.

    Atravs da confrontao de dados entre estudos cientficos j realizados

    sobre o produto e suas conseqncias, com a prtica realizada atravs de pesquisa

    de campo (questionrios) e de todas as informaes j divulgadas sobre o problema

    de sade dos servidores, este trabalho teve como concluso, que o DDT

    realmente responsvel por vrias doenas acometidas pelos que tiveram contato,

    por alguns ou vrios anos, com o produto txico.

    Mesmo havendo dvidas sobre os malefcios ao ser humano causado pelo

    DDT por parte do poder pblico, o relatrio elaborado, com visitas in-loco pela

    Comisso de Direitos Humanos da ALEAC (Assemblia Legislativa do Acre),

    corroborando pelos exames toxicolgicos e ainda pelo reconhecimento do Governo

    Federal em extinguir o produto DDT do territrio nacional, fez com que o Ministrio

    Pblico Federal do Acre e a Justia Federal intercedessem e interpelassem os

    governos federal e estadual pela assistncia aos enfermos.

    Assim, os problemas de sade enfrentados pelas vitimas do pesticida se

    tornaram reais e se transformaram num caso de Sade Pblica, onerando o Sistema

    com agravos que poderiam ter sido evitados, fatos estes confirmados nos estudos

    realizados, na pesquisa de campo objeto deste trabalho e no prprio

    acompanhamento dos enfermos e dos bitos pela imprensa local e nacional.

  • 37

    Portanto, esse estudo deixa evidente a necessidade de ateno do Poder

    Pblico aos servidores vitimados pelo DDT, ao tempo em que permitiu o

    conhecimento almejado.

  • 38

    5. REFERNCIAS

    ASSEMBLIA Legislativa do Acre. Relatrio. Comisso de Direitos Humanos. 2009 BERETTA, M.; Dick, T.; Bull. Environ. Contam. Toxicol. 1994, 53, 357.

    BRASIL. Ministrio da Agricultura. Portaria n 357. Dirio Oficial da Unio, Seo 1, Braslia, 15 out. 1971 BRASIL. Ministrio da Agricultura. Portaria n 329. Dirio Oficial da Unio, Seo 1, Braslia, 3 set. 1985 BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia Sanitria. Departamento Tcnico-Normativo. Diviso de Meio Ambiente e Ecologia Humana. Organizao Pan- Americana de Sade: Manual de Vigilncia da Sade de Populaes Expostas a Agrotxicos, Braslia,1997

    COCCO, P.; Kazerouni, N.; Zahm, S. H.; Environ. Health Perspectives. 2000, p. 108. FAO/WHO; Codex Alimentarius Comission: Codex Alimentarius, 2B. Pesticide residues in foods - Maximum residue limits, Rome, 1996, cap. 2 OLIVEIRA FILHO, A. M.; Proceedings of the International Workshop on Organic Micropollutants in the Environment. Rio de Janeiro, Brasil, 1997. OMS (Organisation Mondiale De La Sant); Critres d' Hygiene de l'Environment: DDT et ses Derivs. Grand Bretagne, 1982, vol. 9 PARDI, M. C., Santos, I. F. dos; de Souza, E. R.; Pardi, H. S.; Cincia, Higiene e Tecnologia da Carne. EDUFF-UFG: Goinia, 1993. PAUMGARTTEN, F. J. R.; Proceedings of the International Workshop on Organic Micropollutants in the Environment. Rio de Janeiro: Brasil, 1997

  • 39

    TORRES, Joo P. M; D'AMATO, Claudio; MALM, Olaf. DDT (dicloro difenil tricloroetano): Toxicidade e contaminao ambiental uma reviso. Qum. Nova vol.25 no.6 So Paulo Nov./ dec. 2002 VANNUCHI, M. T. O. Determinao de resduos de pesticidas organoclorados em leite materno no municpio de Londrina - PR. Dissertao de Mestrado,

    Centro de Cincias Agrrias. Universidade Estadual de Londrina, Brasil, 1989

  • 40

    6. APNDICES

    6.1. APNDICE A

    VITIMAS DO DDT

    COMISSO EM DEFESA DA VIDA

    QUESTIONRIO/PESQUISA

    1. NOME: ______________________________________________________

    2. SEXO ________________________ IDADE ________________________

    3. RG N__________________________ CPF N_______________________

    4. FUNCIONRIO DA EX - SUCAM/FUNASA: SIM NO

    5. FOI FUNCIONRIO DA EX - SUCAM/FUNASA: SIM NO

    6. TEMPO DE TRABALHO: ADMISSO ________/________/_________ DEMISSO ________/________/_________

    7. TOTAL DE ANOS TRABALHADOS: ______________________________

    8. APOSENTADO: FUNASA SIM NO OUTRO RGO SIM NO

    9. NA ATIVA: CARGO ___________________________________________

    LOCAL DE TRABALHO ________________________________________

    10. ESTADO CIVIL: CASADO SOLTEIRO

    11. CNJUGE: __________________________________________________

    12. N FILHOS: ______________________________________

    13. ENDEREO:____________________________________________________________

    ________________________ FONE _______________________

  • 41

    14. TEVE CONTATO DIRETO COM DDT? SIM NO

    15. DURANTE QUANTO TEMPO ? _________________________ ANOS

    16. FEZ EXAME TOXICOLGICO POR CROMATOGRAFIA PARA PESQUISA DE

    PESTICIDA GRUPO ORGNO CLORADO? SIM NO

    LABORATRIO: ___________________________

    RESULTADO: POSITIVO NEGATIVO

    SUBSTNCIAS ANALISADAS: PP DDT = ________________

    PP DDE =___________________

    PP DDT TOTAL =____________

    FEZ EXAME EM OUTRO LABORATRIO? SIM NO

    SUBSTNCIAS ANALISADAS

    PP - DDT = ____________________________________________

    PP - DDE = ____________________________________________

    DDT TOTAL= ____________________________________________

    17. HISTRICO DOS SINTOMAS DE DOENAS:

    17.1. DOR DE CABEA SIM NO

    COM FREQUNCIA SIM NO

    17.2. PROBLEMAS RESPIRATRIOS SIM NO

    COM FREQUNCIA SIM NO

    ESPORDICO SIM NO

    17.3. QUEDA DE CABELO: SIM NO 17.4. CAROOS NA CABEA: SIM NO 17.5. BOLHAS NA CABEA: SIM NO

  • 42

    17.6. SENTE CAIMBRA: SIM NO EM QUE PARTE DO CORPO

    ________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    17.7. DORES NAS ARTICULAES SIM NO EM QUE PARTE DO CORPO

    ________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________

    17.8. COCEIRAS/ERUPES SIM NO SE SIM, EM QUAIS PARTES CORPO

    ________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________

    17.9. PROBLEMAS NO ESTMAGO SIM NO ULCERA SIM NO GASTRITE SIM NO OUTRO_______________________________________________

    17.10. PROBLEMAS CARDICOS SIM NO QUAL_______________________________________________

    17.11. PROBLEMAS DE VISO: SIM NO 17.12. USA OCLOS: SIM NO 17.13. TEM INSNIA: SIM NO 17.14. PROBLEMAS DE NERVOSISMO SIM NO

    IMPACIENTE TREMULO IRRITADO

    17.15. ALCOOLATRA SIM NO QUANTO TEMPO ____________________________________

    FAZ TRATAMENTO SIM NO 17.16. FUMANTE: SIM NO

    QUANTO TEMPO _________________________________________

    17.17. DOS EXAMES LABORATORIAIS REALIZADOS, QUAIS DOENAS FORAM DETECTADAS: ____________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • 43

    17.18. FEZ CIRRGIAS: SIM NO QUAL (IS) ___________________________________________

    _____________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    17.19. FAZ TRATAMENTO: SIM NO QUAL____________________________________________________

    __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    17.20. OUTRAS DOENAS CONTRAIDAS:

    MALRIA, QUANTAS VEZES ________________________

    TUBERCULOSE

    DOENA DE CHAGAS

    VERMINOSES

    HIDROPISIA

    OUTRAS / QUAIS __________________________________

    __________________________________________________________

    17.21. VIAJOU PARA TRATAMENTO FORA DO ESTADO

    SIM NO

    QUANTAS VEZES ______________________________ QUE CIDADES _________________________________

    17.22. OUTRAS INFORMAES QUE JULGAR NECESSRIAS: ____________________________________________________________________

    ____________________________________________________________________

    ____________________________________________________________________

    ____________________________________________________________________

    18. COMPLEMENTAO/CASOS DE BITO: 18.1 - CAUSA MORTIS _______________________________________________

  • 44

    18.2 ESTEVE HOSPITALIZADO SIM NO

    QUANTAS VEZES ___________________________________ ONDE _____________________________________________ QUANTO TEMPO ____________________________________

    19.3 ESTEVE HOSPITALIZADO EM OUTRA CIDADE? SIM NO

    QUANTAS VEZES____________________________________ ONDE _____________________________________________ QUANTO TEMPO:____________________________________

    ASSUMO TOTAL RESPONSABILIDADE PELAS INFORMAES DO PRESENTE

    QUESTIONRIO/PESQUISA.

    LOCAL/DATA: _________________________________, _____/_____/______

    ASSINATURA: ___________________________________________________

    VISTO/RESPONSVEL PELA PESQUISA: ____________________________