artigo simulação escoamento plenamente desenvolvido

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SOLUÇÃO NUMÉRICA DO ESCOAMENTO LAMINAR PLENAMENTE DESENVOLVIDO NO INTERIOR DE DUTOS Francisco Magalhães Costa Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica Universidade Federal de Santa Catarina UFSC [email protected] Professor Orientador: Clovis R. Maliska Departamento de Engenharia Mecânica Universidade Federal de Santa Catarina UFSC [email protected] RESUMO O software TRANSCAL resolve a equação da energia com geração de calor, que possui a mesma equação diferencial do problema do escoamento 2D plenamente desenvolvido em dutos. O objetivo principal desse trabalho é a solução numérica do campo da componente de velocidade pela analogia com o campo temperatura na direção do eixo de dutos. A equação obtida será uma equação de Poisson, que será resolvida numericamente mediante emprego do software Transcal, desenvolvido pelo Sinmec. A equação governante do problema de difusão de calor bidimensional é resolvida numericamente utilizando o método dos volumes finitos com uma formulação totalmente implícita. Objetiva-se sugerir as etapas a serem seguidas da simulação numérica como ferramenta de análise de um escoamento em um duto com geometria genérica. Desde as simplificações em relação ao sistema físico real, estudo de malhas até a etapa de pós-processamento e análise dos dados produzidos pelo software, são descritos neste texto. Palavras-chave: Transcal, difusão, volumes finitos, ABSTRACT The Transcal software solves the energy equation with heat generation, which has the same differential equation 2D flow problem of fully developed ducts. The main objective of this work is the numerical solution of the velocity component of the field by analogy with the temperature field in the direction of the axis of ducts. The obtained equation is a Poisson equation, which is solved numerically by use of TRANSCAL software developed by SINMEC. The governing equation of two-dimensional heat diffusion problem is solved numerically using the finite volume method with a fully implicit formulation. It objective to suggest steps to be followed the numerical simulation as an analysis tool of a flow in a duct with generic geometry. Since the simplifications compared to actual physical system, mesh study to post- processing step and analysis of data produced by the software that are described in this text. Keywords: Transcal, diffusion, finite volumes

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Avalia o campo velocidade pela analogia com campo temperatura.

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  • SOLUO NUMRICA DO ESCOAMENTO LAMINAR PLENAMENTE

    DESENVOLVIDO NO INTERIOR DE DUTOS

    Francisco Magalhes Costa

    Programa de Ps-Graduao em Engenharia Mecnica

    Universidade Federal de Santa Catarina UFSC [email protected]

    Professor Orientador: Clovis R. Maliska

    Departamento de Engenharia Mecnica

    Universidade Federal de Santa Catarina UFSC [email protected]

    RESUMO

    O software TRANSCAL resolve a equao da energia com gerao de calor, que possui a

    mesma equao diferencial do problema do escoamento 2D plenamente desenvolvido em

    dutos. O objetivo principal desse trabalho a soluo numrica do campo da componente de

    velocidade pela analogia com o campo temperatura na direo do eixo de dutos. A equao

    obtida ser uma equao de Poisson, que ser resolvida numericamente mediante emprego

    do software Transcal, desenvolvido pelo Sinmec. A equao governante do problema de

    difuso de calor bidimensional resolvida numericamente utilizando o mtodo dos volumes

    finitos com uma formulao totalmente implcita. Objetiva-se sugerir as etapas a serem

    seguidas da simulao numrica como ferramenta de anlise de um escoamento em um duto

    com geometria genrica. Desde as simplificaes em relao ao sistema fsico real, estudo de

    malhas at a etapa de ps-processamento e anlise dos dados produzidos pelo software, so

    descritos neste texto.

    Palavras-chave: Transcal, difuso, volumes finitos,

    ABSTRACT

    The Transcal software solves the energy equation with heat generation, which has the same

    differential equation 2D flow problem of fully developed ducts. The main objective of this

    work is the numerical solution of the velocity component of the field by analogy with the

    temperature field in the direction of the axis of ducts. The obtained equation is a Poisson

    equation, which is solved numerically by use of TRANSCAL software developed by SINMEC.

    The governing equation of two-dimensional heat diffusion problem is solved numerically

    using the finite volume method with a fully implicit formulation. It objective to suggest steps

    to be followed the numerical simulation as an analysis tool of a flow in a duct with generic

    geometry. Since the simplifications compared to actual physical system, mesh study to post-

    processing step and analysis of data produced by the software that are described in this text.

    Keywords: Transcal, diffusion, finite volumes

  • 2

    1. INTRODUO

    Uma rea importante no ensino de vrios ramos de engenharia aquele referente

    transferncia de calor. Com relao a esta rea, em particular, existe no mercado uma farta

    oferta de livros-texto de preo acessvel. Dentre estes, podem ser citados (BEJAN, 1993),

    (BEJAN, 1995), (KREITH e BOHN, 2001), (INCROPERA e DeWITT, 2002) e (KAVIANY,

    2002). Em contraste com a ampla disponibilidade de livros-texto na rea de transferncia de

    calor, escassos so os softwares destinados ao ensino desta matria.

    Repetidas buscas na Internet possibilitam afirmar que praticamente inexistem

    softwares destinados ao ensino de transferncia de calor. Duas excees a essa regra so o

    Transcal Verso 1.1 desenvolvido por (MALISKA, 1998) e o CFD Sinflow (PIERITZ et al.,

    2002) e (PIERITZ et al., 2003), destinados ao estudo bidimensional de conduo de calor e

    escoamento. Uma dentre as vrias caractersticas favorveis do Transcal a facilidade de uso,

    o que o torna um poderoso aliado de alunos no estudo de disciplinas ligadas transferncia de

    calor. Conforme os autores, ele utilizado para induzir o raciocnio investigativo sobre os

    fenmenos fsicos envolvidos atravs da simulao e visualizao de fenmenos simples e

    educativos. Por resolver problemas de conduo de calor bidimensionais transientes (ou em

    regime permanente), com (ou sem) gerao de calor e em domnios arbitrrios, praticamente

    todos os problemas que se discutem em sala de aula podem ser resolvidos e investigados com

    o auxlio do software.

    Neste trabalho apresentou-se a soluo numrica do escoamento de fluidos

    compressveis, o interesse o estudo numrico do escoamento laminar plenamente

    desenvolvido no interior de dutos com diferentes sees (quadrada, retangular, etc.) e a

    comparao dos mesmos com os resultados analticos encontrados na literatura. A soluo

    numrica ser realizada por analogia das equaes da conduo do calor bidimesional e a

    equao do escoamento interno laminar na regio plenamente desenvolvida.

    Esse estudo consiste em gerar uma malha contendo os pontos do domnio de

    interesse e sobre este so resolvidas as equaes de Navier-Stokes (quantidade de

    movimento), conservao da massa, juntamente com a relao de estado e a equao da

    energia em coordenadas cartesianas.

  • 3

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    z

    w

    y

    w

    x

    wg

    z

    p

    Dt

    Dw

    z

    v

    y

    v

    x

    vg

    y

    p

    Dt

    Dv

    z

    u

    y

    u

    x

    ug

    x

    p

    Dt

    Du

    z

    y

    x

    (1)

    0

    z

    w

    y

    v

    x

    u (2)

    z

    w

    y

    v

    x

    u

    z

    T

    y

    T

    x

    TK

    Dt

    uD

    2

    2

    2

    2

    2

    2~ (3)

    No duto a soluo corresponde a um perfil de velocidade parablico e simtrico

    devido aos efeitos viscosos para baixo nmero de Reynolds, onde as velocidades na parede

    so nulas, aumentando na direo do centro do duto os quais esto de acordo com a literatura.

    O campo de velocidade apresenta perturbaes junto superfcie, pois o gradiente de presso

    adverso dificulta a convergncia nesta regio; isto pode ser melhorado pelo refino da malha

    ou pelo estabelecimento de condies de contorno fisicamente mais apropriadas.

    Figura 01: Escoamento na regio de entrada de um tubo

    A figura 01 mostra um escoamento laminar na regio de entrada de um tubo circular.

    Uma camada limite desenvolve-se ao longo das paredes do duto. A superfcie do tubo exerce

    uma fora de cisalhamento retardante sobre o escoamento; assim a velocidade do fluido nas

    proximidades da parede reduzida. O efeito da superfcie slida sentido cada vez mais para

    dentro do escoamento. Suficientemente longe da entrada do tubo a camada limite em

    desenvolvimento atinge a linha de centro do mesmo e o escoamento torna-se inteiramente

    viscoso.

    Quando isto acontece a forma do perfil de velocidades no se altera com o avano do

    escoamento diz-se que o mesmo encontra- se completamente desenvolvido. A distncia a

  • 4

    jusante, a partir da entrada, at o local em que o escoamento se torna completamente

    desenvolvido chamada de comprimento de entrada.

    2 FORMULAO DO MODELO FSICO E MATEMTICO

    2.1 Descrio do modelo fsico do problema

    O problema aqui considerado o escoamento de um fluido atravs de uma tubulao

    de seco transversal. O primeiro passo ser definir a geometria do problema (retangular,

    quadrada,) estudado e suas dimenses (Largura x Altura). Em seguida, definir as condies de

    contorno para a temperatura (Norte, sul, leste, Oeste) ao passo final definir tamanho

    especfico do nmero de volumes nas direes (I x J).

    importante ressaltar que, nesse estudo, foi realizada uma comparao entre perfis de

    velocidade completamente desenvolvidos. Foi preciso adotar diferentes casos variando a malha

    desde baixo nmero de clulas de volume controle at malhas exageradamente grande para captar

    um perfil de velocidade num ponto em que este estivesse plenamente desenvolvido, com

    percentual de erro menor possvel. Para o escoamento laminar a velocidade mxima do

    escoamento atingida no centro do duto e corresponde duas vezes a velocidade mdia do

    mesmo.

    Figura 02: Comportamento da velocidade u no escoamento do fluido

    Alm disso, pode-se calcular a velocidade mdia pela seguinte expresso:

    (4)

    Com objetivo de se extrair o mximo de informaes do problema e tornar fcil a

    compreenso do problema no final da simulao plota-se um grfico comparativo do fator

    ( hDf Re* ) calculado versus o fator de ( hDf Re* ) definido na literatura (tabela 1).

    mxu

    U

    2

    u

    V

    mx

  • 5

    Tabela 1-Nmero de Poiseuille para diferentes sees de dutos.Fonte: Bejan (2013) pag.: 107.

    2.2 Descrio do modelo matemtico do problema

    A formulao do modelo matemtico e como se d a analogia entre as duas equaes

    podem ser entendidas com o uso das equaes abaixo e baseando-se nas seguintes hipteses

    e simplificaes. Considere um duto retilneo de seo transversal genrica cujo sistema de

    referncia est definido em x, y. Assumindo que o escoamento se encontra em regime

    permanente e que as propriedades do fluido se mantem inalterada e a fora do campo

    negligencivel, as equaes que modelam o problema so a da conservao da massa (5), as

    de Navier-Stokes nas direes x, (6) e y (7) e equao da energia com termo fonte (8), dadas,

    respectivamente por:

    0

    y

    v

    x

    u (5)

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    10

    10

    y

    v

    x

    vv

    x

    p

    y

    u

    x

    uv

    x

    p

    (6) e (7)

    y

    v

    x

    uq

    y

    T

    x

    TK "'

    2

    2

    2

    2

    (8)

  • 6

    Onde a densidade; T a temperatura em uma dada posio; u e v so as velocidades; k a condutividade do

    e ( "'q ) o termo fonte do meio.

    A equao (8) pode ser entendida mais facilmente atravs de um prvio estudo sobre

    fenmenos de transporte, o que pode ser feito, seguido de um estudo especfico sobre

    transferncia de calor e mtodos numricos, tema disponvel, por exemplo, em (VERSTEEG

    e MALALASEKERA, 1995) e em (MALISKA, 2004). No TRANSCAL a equao (8)

    discretizada e resolvida numericamente usando o mtodo dos volumes finitos atravs de uma

    formulao totalmente implcita.

    Comparando agora as escalas das velocidades (u , v ), percebe-se que medida que o

    comprimento na direo do escoamento L aumenta, v cada vez menor, enquanto permanece

    com a mesma escala. Baseado nisto razovel se esperar que a partir de um certo

    comprimento L >> D, v ser bem menor, assim, v = 0.

    Utilizando est hiptese na equao da continuidade observa-se que x

    u

    = 0.

    Assumindo as hipteses anteriormente definidas e agora pela anlise de escalas podemos

    chegar as equaes que sero usadas para analogia entre equao de energia com gerao de

    calor que possui a mesma equao diferencial do problema escoamento em 2D plenamente

    desenvolvido em duto. Para o escoamento plenamente desenvolvido hidrodinamicamente

    tem-se:

    2

    2

    2

    21

    y

    u

    x

    u

    x

    p

    . Alm disso, podemos definir em funo do operador nabla ( ),

    a forma do laplaciano do campo vetorial velocidade:

    u2 =x

    p

    1 (9)

    A equao (9) uma tpica equao de Poisson. Assim como ela, a equao da

    conduo de Calor bidimensional, dada por:

    K

    q

    y

    T

    x

    T '''2

    2

    2

    2

    (10)

    Que para facilitar analogia podemos reescrever a expresso em funo do operador Nabla ( )

    e assim definir o Laplaciano do campo da Temperatura, como:

    T2

    K

    q ''' (11)

  • 7

    O que torna fcil perceber a semelhana entre os dois campos definidos, conclui-se que:

    x

    p

    1=

    K

    q ''' (12)

    Se o domnio assim como as condies de contorno das equaes (9) e (12) forem os

    mesmos, as solues de u e T so exatamente as mesmas. Logo, para se resolver a equao (9)

    pode-se resolver uma equao de conduo de calor equivalente. De fato, para se obter as

    solues desse trabalho foi empregado o software Transcal, software desenvolvido para

    problemas de conduo de calor.

    2.3 Gradiente de Presso e fator de atrito no escoamento plenamente desenvolvido

    Com frequncia o engenheiro est interessado na queda de presso necessria para

    manter um escoamento interno, pois esse parmetro determina a exigncia de potncia. Para

    determinara queda de presso conveniente trabalhar com o fator de atrito de Mood (ou

    Darcy) que um parado adimensional definido pela expresso:

    2/

    )/(2

    m

    h

    u

    Dxpf

    (13)

    Se mu a velocidade mdia e D h o dimetro hidrulico, o nmero de Reynolds baseado em D h fica:

    hm

    h

    DuD

    2

    Re (14)

    Anteriormente definido o fator de atrito local, e com a definio do nmero de

    Reynolds podemos encontrar o produto ( f * hDRe ):

    m

    hm

    m

    h

    h

    u

    D

    x

    pDu

    u

    Dxpf

    hD

    *2

    1)

    2/

    )/((Re*

    2

    2

    (15)

    Onde:

    f : fator de atrito

    hD : Dimetro hidrulico

    Re : Nmero de Reynolds baseado no dimetro hidrulico mu : velocidade de escoamento dentro de um duto

    : viscosidade dinmica

    P: presso

    O produto ( f * hDRe ): segundo Bejan (2004) funo apenas da geometria do tubo.

    Dessa forma, pode-se especificar para a obteno da soluo numrica que:

  • 8

    11

    x

    p

    (16)

    Da analogia com o problema de conduo de calor equao (12), tem-se que, para

    que haja equivalncia:

    x

    p

    1=

    K

    q ''' (11),

    K

    q '''-

    x

    p

    1=1, assim temos:

    T2 u2 = 1 (17)

    Para concluir esta seo deve mencionar uma diferena de escala entre o escoamento

    externo e o escoamento interno desenvolvido. Enquanto no escoamento externo sobre uma

    superfcie o comprimento caracterstico a distncia superficial percorrida pelo escoamento

    (L), no escoamento interno hidrodinamicamente desenvolvido, fica claro que o comprimento

    caracterstico associado o espaamento do duto, D.

    3. RESULTADOS E DISCUSSES

    3.1 Geometria Quadrada

    Assumindo a dimenso unitria para o lado do quadrado L=1m, e Dh=1, em seguida

    realizando a simulao para 6 casos diferentes para obter um resultado aproximado de

    ( hDf Re. ) para cada caso e seus respectivos erros (%). A velocidade mdia foi encontrada de

    acordo com o que foi definido pelo modelo fsico (eq. 4). Abaixo geometria definida, volume

    controle utilizado.

    Figura 3: Seo Quadrada com volume de 2500 unidades

    Fonte: Software Transcal (1998)

  • 9

    Nesta caixa deve-se informar, na ordem, a temperatura inicial (To) e os limites em

    que variam a temperatura no escoamento. So introduzidas as condies de contorno de

    temperatura nas fronteiras norte, sul, leste e oeste, conforme mostrado na figura 4.

    Figura 4: Condioes de Contorno para T=T0.

    Fonte: Software Transcal (1998).

    Na caixa abaixo deve-se informar, na ordem, as propriedades fsicas (constante):

    condutividade trmica (k), a densidade ( ) e o calor especfico (Cp) do meio. Alm disso,

    define-se o termo forte gerao de calor (q). Para todos os casos simulados as propriedades

    fsicas do material foram assumidas de acordo com os valores que se encontram na figura 5.

    Figura 5: Propriedades Fsicas do material introduzidas .

    Fonte: Softwares Transcal (1998)

    Deve-se informar, ainda, o intervalo de tempo e o nmero de passos no tempo, que o

    nmero de avanos (incrementos) do intervalo de tempo estipulado e as tolerncias

  • 10

    Figura 6: Parmetros de simulao .

    Fonte: Softwares Transcal (1998)

    O quadro 1 mostra os dados de entrada e sada aps simulao no software Transcal.

    Quadro 1: Valores de ( hDf Re. ) para diferentes malhas geradas na geometria quadrada (1x1)

    Evoluo do perfil de temperatura para caso geometria quadrada (1x1)

    Malha: 5 x5 Malha: 10 x 10 Malha: 20 x 20

    Malha: 30x30 Malha: 40x40 Malha: 50 x 50

  • 11

    O grfico 1 facilitar a visualizao de convergncia do termo (f. ReDh (calculado)) para o

    valor analtico encontrado na literatura em funo do nmero de clulas por volume de

    controle.

    Grfico 1: Valores de (f. ReDh (calculado)) x (f. ReDh (analtico)

    A figura 7 mostra respectivamente, as isolinhas da soluo de (um) e o perfil de

    temperatura obtido no Transcal. A malha empregada cartesiana, apresentando (50x50)

    volumes nas direes x e y.

    Figura 7 : Linhas Isotermas de velocidade na geometria quadrada para 2500 unidades de volumes.

    Fonte: Software Transcal (1998).

    3.3 Geometria

    A largura do retngulo fixada em L= 4 m, ao passo que sua altura, em H=1 m, e

    Dh=1,6 em seguida realizando a simulao para 6 casos diferentes para obter um resultado

    aproximado de ( hDf Re. ) para cada caso e seus respectivos erros (%). A velocidade mdia foi

    encontrada de acordo com o que foi definido pelo modelo fsico (eq.4). Abaixo modelo da

    geometria utilizada.

  • 12

    Figura 8: Geometria retangular com volume de 2500 unidades de volume.

    Fonte: Software Transcal (1998)

    Os dados adicionais, propriedades fsicas, parmetros de simulao e condies contorno

    do escoamento nesta geometria, foram os mesmos definidos anteriormente para simulao na

    geometria quadrada. O quadro 2 mostra os dados de entrada e sada aps simulao no

    software Transcal.

    Quadro 2: Valores de ( hDf Re. ) para diferentes malhas geradas na geometria retangular (4x1)

    Evoluo do perfil de Temperatura Para Caso Geometria Retangular (4x1)

    Malha: 30 x 30

    Malha: 10 x 10

    Malha: 5 x 5

    Malha: 20 x 20

    Malha: 5 x 5

  • 13

    Para facilitar a visualizao de convergncia do termo (f. ReDh (calculado)) para o valor

    analtico encontrado na literatura em funo do nmero de clulas por volume de controle foi

    demonstrado graficamente o resumo da simulao.

    Grfico 2: Valores de (f. ReDh (calculado)) x (f. ReDh (analtico) gerados na geometria retangular (4x1)

    A figura 8 mostra, respectivamente, o perfil de temperatura e as suas isolinhas da

    soluo de (um,), obtidas no Transcal. A malha empregada cartesiana, apresentando (50x50)

    volumes nas direes x e y.

    Figura 8: Linhas Isotermas de velocidade na geometria retangular para 2500 unidades de volumes.

    Fonte: Software Transcal (1998).

    Malha: 40 x 40 Malha: 50 x 50

  • 14

    4. CONCLUSO

    Avaliou-se nesse trabalho analogia entre o perfil de temperaturas e o perfil de velocidades

    produzidos nas diferentes configuraes de malhas, at a obteno de uma configurao em

    que as velocidades no mudassem significativamente com o refino da malha.

    O modelo matemtico foi resolvido numericamente a partir de um software Transcal que

    resolveu um problema de conduo de calor equivalente. Houve boa concordncia entre os

    resultados aqui obtidos e os disponveis na literatura para ambas geometrias. Alm disso,

    aplicando-se condies de contorno apropriadas, o resultado do termo (f.ReDh) calculado, tende

    a convergir conforme esperado.

    Com base nos resultados apresentados tem-se para malhas cada vez mais refinada menor ser

    o erro apresentado pelas diferenas significativas em relao s outras. Conclui-se tambm

    que a partir de certo ponto utilizao de malhas mais refinada, seria desnecessria, pois a

    partir do caso 4 a variao do erro percentual da velocidade no ponto avaliado no

    significativa, com o refino da malha, perfil no se altera, porm, o campo de velocidades

    descrito de maneira mais consistente.

    5. REFERNCIAS:

    BEJAN, A., 1993. Heat transfer. New York: John Wiley & Sons

    BEJAN, A.,1995. Convection heat transfer. New York: John Wiley & Sons

    INCROPERA, F. P.; DEWITT, D. P.2002. Heat and mass transfer. New York: John Wiley &

    Sons

    KAVIANY, M., 2002. Principles of heat transfer. New York: John Wiley & Sons

    KREITH, F.; BOHN, M. S., 2001. Principles of heat transfer. Australia: Brooks/Cole

    MALISKA, C. R. Transcal V 1.1 (1998). Disponvel em

    MALISKA, C. R., 2004. Transferncia de calor e mecnica dos fluidos computacional. Rio de

    Janeiro: LTC Editora

    PIERITZ, R. A.; ANDRADE, R. F.; MENDES, R. Projeto CFD SinFlow, Disponvel em:

    PIERITZ, R. A. et al.; 2003 CFD Studio: an educational software for CFD analysis.

    Engenharia Trmica, Curitiba, n. 4, p. 9-16.MALISKA, C.R., 1995. Transferncia de Calor e

  • 15

    Mecnica dos Fluidos Computacional: Fundamentos, Coordenadas Generalizadas, LTC

    Editora, Brasil.

    VERSTEEG, H. K.; MALALASEKERA, W., 1995. An introduction to computational fluid

    dynamics: the finite volume method. Harlow: Pearson Education.