artigo porto secos

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  • 8/2/2019 Artigo Porto Secos

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  • 8/2/2019 Artigo Porto Secos

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    Em 1982, a UNCTAD definiu porto seco como um terminal interior de onde os

    armadores poderiam emitir o BLs (Bill of Lading) para qualquer tipo de carga,

    evoluindo o conceito da UNCTAD, em 1991, apenas para contentores.

    O conceito foi mais tarde entendido como a extenso de portos congestionados e sem

    reas de expanso, para aliviar a presso nas reas de parqueamento porturio, ou

    mesmo para os contentores de transhipment parqueados.

    UNESCAP adotou o desenvolvimento de portos secos como um dos seus objetivos

    estratgicos. A Comisso Europeia definiu em 2001 o conceito de porto seco como

    sendo um terminal interior diretamente ligado a um porto martimo. Roso (2002)

    refere o porto seco como um terminal intermodal interior diretamente ligado a um ou

    mais portos, com modos de transporte de elevada capacidade (ferrovia ou barcaa),

    onde os clientes podem deixar ou levantar as suas cargas em unidades intermodais

    como se o estivessem a faz-lo no prprio porto.

    Notteboom e Rodrigue (2005) elevam o conceito de porto seco a componente

    fundamental do desenvolvimento da competio entre portos pelo hinterland, numa

    nova fase que designam por regionalizao dos portos, exatamente o que est a

    acontecer atualmente entre Roterdo e Anturpia.

    Veemstra et al. (2012) referem-se ao conceito de extenso da portaria do porto ou do

    terminal de contentores para definiram o conceito de porto seco, dando como

    exemplo Coslada em Madrid, Toulouse LAZ com o porto de Barcelona, TCT Venlo com

    Roterdo, entre outros. Este conceito refere-se a um terminal intermodal interior

    diretamente ligado a portos, atravs de modos de transporte de elevada capacidade,

    onde os clientes podem deixar ou levantar as suas unidades de carga standard como se

    fosse diretamente ao porto, e onde o terminal porturio pode controlar o fluxo de

    contentores de e para o terminal interior. No fundo a portaria do terminal porturio

    passa a ser tambm em cada terminal seco a que est associado, expandindo o seu

    hinterland a partir desses terminais. Este o conceito que o porto de Roterdo est

    presentemente a procurar implementar para ampliar largamente o seu hinterland por

    toda a Europa, concorrendo com o portos mais prximos, mas tambm com os portosmuito distantes, seja em Itlia, na Grcia, em Espanha, na Alemanha ou nos pases de

    Leste.

    J no caso dos pases em desenvolvimento, o conceito semelhante mas com

    objetivos diversos. O objetivo dos governos levar o desenvolvimento dos portos e

    das zonas costeiras para o interior, tambm criando postos ou portarias avanadas dos

    portos no interior dos seus pases, no para competir com outros portos, mas para

    ampliar a rea de influncia para o desenvolvimento regional. Ou seja pretendem que

    o mesmo efeito que leva as indstrias e as cidades a localizarem-se junto aos portos

    martimos, seja reproduzido nas regies interiores, levando os portos secos como

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    ncoras ligados diretamente aos portos martimos por ferrovia, facilitando a instalao

    de indstrias nessas reas e de atividades logsticas, aproveitando os recursos

    endgenos dessas regies e colocando as pessoas locais no mercado global.

    So objetivos diversos com estratgias semelhantes que pretendem ampliar as reas

    de influncia dos portos no interior, polarizadas no conceito de porto seco.

    De acordo com a UNESCAP (2006), o conceito de porto seco tende a ser ampliado,

    tendo comeado como parque de contentores junto ao porto, para passar a depsito

    seco de contentores no interior e depois a zona de atividades logsticas e parque

    industrial.

    http://www.palgrave-journals.com/mel/journal/v14/n1/fig_tab/mel201117f1.html

    Em Portugal o conceito de extenso da portaria tem vindo a ser utilizado h vrios

    anos pela Liscont, por exemplo no porto seco de Elvas, embora de forma limitada, e

    est a ser utilizado agora pelo porto de Setbal na Bobadela, ponto de entrada de

    contentores para o terminal Sadoport, e pela PSA de Sines no que se refere tambm

    Bobadela da CP Carga e ao terminal da MSC no Entroncamento.

    Poder esse conceito ser utilizado pelos portos portugueses em Espanha? nisso que

    alguns portos esto a apostar para alargar o seu hinterland e concorrer com os portos

    espanhis no seu territrio natural.

    Vitor Caldeirinha

    http://www.palgrave-journals.com/mel/journal/v14/n1/fig_tab/mel201117f1.htmlhttp://www.palgrave-journals.com/mel/journal/v14/n1/fig_tab/mel201117f1.htmlhttp://www.palgrave-journals.com/mel/journal/v14/n1/fig_tab/mel201117f1.html