artigo de dislexia

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Joint Statement Learning Disabilities, Dyslexia and Vision (The American Academy of Pediatrics, 2009) AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICAS et al Joint Statement Learning Disabilities, Dyslexia and Vision. Pediatrics. Vol.124 (2009), p837-844. Traduzido e adaptado pela terapeuta da fala Ana Catarina Santos Resumo As perturbações da aprendizagem, que incluem as dificuldades de leitura e escrita, são diagnosticadas com frequência na infância. As suas causas são multifatoriais, refletindo influências genéticas e disfunções cerebrais. As perturbações da aprendizagem são complexas e requerem soluções de igual complexidade. A maioria dos especialistas acredita que a dislexia é uma perturbação da linguagem. Os problemas de visão podem interferir no processo de aprendizagem, contudo não são a primeira causa da dislexia ou das perturbações da aprendizagem. A evidência científica não dá suporte à eficácia dos exercícios oculares e da terapia do comportamento da visão. Ler é um processo que consiste em extrair significado a partir de carateres simbólicos escritos. A dificuldade de ler e compreender o que é lido é o obstáculo mais significativo na aprendizagem, o que pode ter consequências educacionais, sociais e económicas a longo prazo. As dificuldades de aprendizagem também impedem as crianças de desenvolver todo o seu potencial noutras áreas. Elas podem causar dificuldades em ouvir, falar, ler, soletrar, escrever, concentrar, resolver problemas matemáticos e organizar a informação. Estas crianças podem ter também dificuldades nas competências sociais e na coordenação motora. As dificuldades de aprendizagem são frequentemente associadas e aumentadas por perturbações da hiperatividade e défice de atenção. As dificuldades de aprendizagem podem causar frustração, baixa autoestima e risco aumentado de problemas psicológicos e emocionais. A dislexia é uma perturbação primária da leitura e resulta de um processamento anormal da palavra lida em termos cerebrais. É caracterizada por dificuldades no reconhecimento fluente das palavras escritas e por capacidades reduzidas ao nível da soletração e da descodificação. Estas dificuldades são inesperadas relativamente às restantes capacidades cognitivas da criança. A dislexia tem sido descrita como tendo uma base genética forte. A dislexia pode ser moderada ou severa, surge em todo o mundo, parece afetar mais rapazes do que raparigas, afeta crianças com vários níveis de inteligência e persiste ao longo

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Joint Statement – Learning Disabilities, Dyslexia and Vision

(The American Academy of Pediatrics, 2009)

AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICAS et al – Joint Statement – Learning Disabilities, Dyslexia and Vision. Pediatrics. Vol.124 (2009), p837-844.

Traduzido e adaptado pela terapeuta da fala Ana Catarina Santos

Resumo

As perturbações da aprendizagem, que incluem as dificuldades de leitura e escrita, são

diagnosticadas com frequência na infância. As suas causas são multifatoriais, refletindo

influências genéticas e disfunções cerebrais. As perturbações da aprendizagem são complexas

e requerem soluções de igual complexidade. A maioria dos especialistas acredita que a dislexia

é uma perturbação da linguagem. Os problemas de visão podem interferir no processo de

aprendizagem, contudo não são a primeira causa da dislexia ou das perturbações da

aprendizagem. A evidência científica não dá suporte à eficácia dos exercícios oculares e da

terapia do comportamento da visão.

Ler é um processo que consiste em extrair significado a partir de carateres simbólicos

escritos.

A dificuldade de ler e compreender o que é lido é o obstáculo mais significativo na

aprendizagem, o que pode ter consequências educacionais, sociais e económicas a longo

prazo. As dificuldades de aprendizagem também impedem as crianças de desenvolver todo o

seu potencial noutras áreas. Elas podem causar dificuldades em ouvir, falar, ler, soletrar,

escrever, concentrar, resolver problemas matemáticos e organizar a informação. Estas crianças

podem ter também dificuldades nas competências sociais e na coordenação motora. As

dificuldades de aprendizagem são frequentemente associadas e aumentadas por

perturbações da hiperatividade e défice de atenção. As dificuldades de aprendizagem podem

causar frustração, baixa autoestima e risco aumentado de problemas psicológicos e

emocionais.

A dislexia é uma perturbação primária da leitura e resulta de um processamento

anormal da palavra lida em termos cerebrais. É caracterizada por dificuldades no

reconhecimento fluente das palavras escritas e por capacidades reduzidas ao nível da

soletração e da descodificação. Estas dificuldades são inesperadas relativamente às restantes

capacidades cognitivas da criança. A dislexia tem sido descrita como tendo uma base genética

forte.

A dislexia pode ser moderada ou severa, surge em todo o mundo, parece afetar mais

rapazes do que raparigas, afeta crianças com vários níveis de inteligência e persiste ao longo

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da vida. É identificada precocemente em algumas pessoas, mas noutras já é identificada muito

tarde quando são necessárias competências de leitura e de escrita mais complexas.

A dislexia deve ser separada de outras formas secundárias de dificuldades de leitura

causadas por perturbações visuais ou auditivas, défice cognitivo e défices na experiência

educativa (dificuldades de “ensinagem”). Não nos devemos esquecer que as dificuldades

precoces na leitura podem ser causadas por défices na experiência ou na instrução.

O desenvolvimento da linguagem oral tem sido visto como tendo um papel muito

importante na aprendizagem da leitura. Ao contrário da fala, a leitura e a escrita não se

desenvolvem de forma natural e requerem uma aprendizagem ativa. Ler é mais difícil do que

falar, porque a criança deve estar consciente da estrutura sonora da linguagem oral e em

seguida utilizar o código alfabético para adquirir a correspondência grafema-fonema.

A complexidade fonética da língua alfabética vai influenciar a prevalência da dislexia,

apontando-se para a origem linguística desta perturbação.

A leitura envolve a integração de múltiplos fatores relacionados com a experiência

pessoal e o funcionamento neurológico. A maioria das pessoas com dislexia apresenta um

défice neurobiológico no processamento da estrutura sonora da linguagem, a que se chama

défice fonológico e que pode existir quando as restantes capacidades linguísticas estão

intactas. As crianças com formas mais graves de dislexia podem ter um défice secundário na

nomeação de letras, números e imagens, criando um défice duplo, podendo também

apresentar problemas ao nível da atenção e na memória de trabalho. Outras crianças podem

ter dificuldades de orientação, reconhecimento e memorização das combinações de letras.

Estas dificuldades podem constituir uma perturbação neuromaturacional que aumenta com o

desenvolvimento. Importa referir que a definição de dislexia não inclui a inversão de letras/

palavras ou a leitura/escrita em espelho, as quais costumam criar equívocos comuns nesta

área.

A maioria das crianças e adultos com perturbações da leitura revelam problemas

diversificados em termos de linguagem que se devem a alterações nas funções cerebrais.

Existe uma evidência científica sólida que suporta a base neurológica da teoria do défice

fonológico nas perturbações da leitura.

A leitura ocorre sobretudo no hemisfério esquerdo, incluindo o lobo frontal inferior,

temporal superior, tempo-parietal, gyrus temporal medial e occipital medial nos leitores sem

perturbações. As crianças com dislexia, por outro lado, usam áreas diferentes do cérebro

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durante a leitura. As pessoas com dislexia demonstram uma disfunção no hemisfério

posterior esquerdo (sistema de leitura) e manifestam um uso compensatório do gyrus frontal

inferior de ambos os hemisférios e a área occipi-temporal direita. As pessoas com dislexia

têm uma disfunção na análise das palavras, o que interfere com as suas capacidades para

converter as palavras escritas em oralidade.

A leitura exige capacidades visuais e neurológicas adequadas para identificar o que é

visto. Embora a visão seja fundamental para a leitura, é o cérebro que interpreta as imagens

observadas. Ao longo dos tempos, muitas teorias apontaram os defeitos no sistema visual

como sendo a causa da dislexia. Hoje em dia, sabe-se que estas teorias estão incorretas. Há

inúmeros estudos que comprovam que os défices no processamento visual (tais como na

visualização, sequência visual, memória visual, perceção visual e capacidades percetivo-

motoras) não constituem a causa de base das dificuldades de leitura. As inversões nas

palavras e os “saltos” na leitura, que podem ser encontrados nos leitores com dislexia, são o

resultado da perturbação linguística e não das perturbações visuais ou percetivas.

Há registo de dificuldades de leitura específicas num pequeno subgrupo de pessoas

com dislexia que é atribuído por alguns investigadores a défices no sistema magnocelular

visual. O sistema visual engloba dois sistemas paralelos: o magnocelular e o parvocelular. O

primeiro responde a frequências altas no lobo temporal e ao movimento dos objetos, ao passo

que o segundo é sensível às frequências baixas e aos detalhes espaciais. Tem sido proposto

que um défice no sistema magnocelular produz um traço anormal da distância visual que cria

um efeito de mascaramento e provoca alterações na acuidade visual durante a leitura em

algumas crianças com dislexia. Muitas investigações concluíram que os défices no sistema

magnocelular não constituem a causa das perturbações específicas de leitura. Atualmente,

não há evidências científicas suficientes para o tratamento deste possível défice.

A dislexia não está assim correlacionada com o olho ou com alterações nos

movimentos dos olhos. Inúmeros estudos mostram que as crianças com dislexia ou outras

perturbações da aprendizagem apresentam o mesmo funcionamento visual e a mesma saúde

ocular que as crianças sem estes problemas. A investigação tem, deste modo, mostrado que a

maioria das perturbações de leitura não é causada por um funcionamento visual alterado.

Quando na história familiar há perturbações da aprendizagem, os pais, professores e

médicos devem estar atentos a esta possibilidade. Um historial de problemas no

desenvolvimento da fala e da linguagem, na aprendizagem de ritmos ou no reconhecimento

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de letras e da correspondência entre os sons e as letras podem ser sinais precoces de

dislexia. Os pais e/ou os professores devem identificar os sinais precoces de dificuldades de

aprendizagem nas crianças em idade pré-escolar. Contudo, na maioria dos casos, estas

dificuldades não são descobertas até que as crianças revelem dificuldades académicas no

decorrer do 1º ciclo.

Uma vez que a recuperação é mais eficaz durante os anos mais precoces, o diagnóstico

precoce é muito importante. O efeito da dislexia é diferente em função da pessoa e depende

da sua gravidade, da eficácia da reabilitação e das oportunidades de educação/intervenção.

Atendendo ao facto de a dislexia ser uma perturbação linguística, o seu tratamento

deve incidir diretamente nesta etiologia. Os estudos longitudinais indicam que os resultados

da instrução que incide na fonologia são mais favoráveis para os leitores com perturbações

do que uma abordagem global ao nível da linguagem.

Os programas de reabilitação devem incluir um ensino específico ao nível da

descodificação, fluência, vocabulário e compreensão. A abordagem da aprendizagem das

capacidades de descodificação começa com o ensino explícito do reconhecimento dos sons

orais (consciência fonológica), a consciência do ritmo, a aprendizagem do código alfabético, a

memorização das palavras escritas, o estudo dos sons e a soletração.

Uma criança deve primeiro ser capaz de descodificar a palavra antes de ser capaz de a

ler de forma fluente. A criança deve ler para os pais em casa diariamente para praticar a

descodificação, a memorização de novas palavras escritas e desenvolver uma maior fluência

através da leitura de palavras previamente descodificadas e memorizadas. A fluência constitui

a ponte entre a descodificação e a compreensão. A compreensão é desenvolvida através do

treino da fluência, do aumento do vocabulário e da compreensão ativa da leitura. As técnicas

que aumentam a compreensão ativa da leitura incluem a predição, o resumo, a visualização,

a clarificação, o pensamento crítico, a realização de inferências e a extração de conclusões.

Uma vez que as pessoas com dislexia têm problemas persistentes e continuam a

apresentar uma leitura lenta ao longo da vida, pode ser necessário efetuar acomodações e

modificações para além da reabilitação propriamente dita. Alguns exemplos de acomodações

são: tempo extra nas tarefas, realização de trabalhos mais curtos, realização de testes em salas

isoladas e com um ambiente calmo, testes de escolha múltipla, uso de computadores,

corretores ortográficos, utilização dos apontamentos das aulas, gravadores, livros gravados,

etc.

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O diagnóstico e o tratamento das perturbações de aprendizagem dependem da

colaboração de uma vasta equipa, a qual pode incluir: educadores/professores do ensino

regular, professores de educação especial, audiologistas, fisioterapeutas, terapeutas

ocupacionais, especialistas em questões do funcionamento visual, psicólogos, terapeutas da

fala e médicos.

As crianças com perturbações da aprendizagem devem ser avaliadas no que respeita

à saúde em geral, desenvolvimento, audição e visão e, quando necessário, devem ser

submetidas a intervenções médicas ou no âmbito da psicologia para o tratamento das

condições associadas que podem ser alvo de recuperação.

Uma avaliação formal das dificuldades de aprendizagem deve incluir as seguintes

áreas: cognição, funções da memória, atenção, processamento da informação,

processamento psicolinguístico, linguagem recetiva e expressiva, competências académicas,

desenvolvimento sócio-emocional e comportamento adaptativo. Estes resultados são depois

usados no Programa Educativo Individual (PEI) da criança.

Os audiologistas devem identificar dificuldades de audição. Os terapeutas da fala

devem avaliar e tratar as dificuldades da linguagem oral subjacentes e frequentemente

associadas à dislexia e ajudar as crianças no treino da consciência fonológica. Os

fisioterapeutas e os terapeutas ocupacionais não tratam a dislexia diretamente mas podem

intervir nas dificuldades de motricidade fina e grossa ou em problemas sensoriais que podem

estar associados à perturbação da aprendizagem.

O papel dos pais na educação destas crianças é fundamental. As famílias com historial

de dislexia devem estar atentas às crianças desde a existência dos problemas de linguagem

mais precoces. Depois de haver um diagnóstico de perturbação da aprendizagem, deve ser

elaborado o plano individual de intervenção para a criança. Os pais devem trabalhar em

conjunto com os professores no sentido de assegurar que a escola fornece as respostas

apropriadas à criança. As crianças com dislexia devem ler junto dos seus pais de forma

frequente. Os pais devem ajudá-las com a prática e o reforço em casa, num ambiente de apoio

e de suporte, contribuindo para a criação de oportunidades de participação nas atividades em

que a criança se destaca pela positiva. À medida que a criança cresce, os pais devem ajudá-la a

utilizar estratégias de aprendizagem alternativas (ex: computadores).

Devido à natureza complexa das dificuldades de aprendizagem (incluindo a dislexia),

não há remédios simples. Ensinar estas crianças pode ser um desafio constante para pais e

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professores. Com a reabilitação apropriada, acomodações e apoio, as crianças com dislexia e

outras perturbações da aprendizagem podem obter sucesso.

Os médicos (pediatras, médicos de família, otorrinolaringologistas, neurologistas,

oftalmologistas e profissionais de saúde mental) devem participar no percurso das crianças

com perturbações da aprendizagem. Quando a criança apresenta indícios deste tipo de

perturbação, o pediatra ou o médico de família deve primeiro avaliar os problemas médicos

da criança que possam afetar a sua capacidade para aprender e referenciar/encaminhar a

criança para outras avaliações que sejam necessárias. Estes médicos devem fornecer

informações e apoio junto dos pais relativamente a esta problemática e ao seu tratamento e

devem também ajudar a esclarecer os mitos associados a esta área. Os pais devem ser

informados, logo à partida, de que a dislexia é uma perturbação complexa, para a qual não

existe cura.

Tendo em conta que são difíceis de compreender por parte do público em geral e

difíceis de tratar por parte dos professores e outros profissionais, as perturbações da

aprendizagem deram origem a uma grande quantidade de controvérsias e a tratamentos

alternativos sem suporte científico, incluindo a terapia visual. A evidência científica da

eficácia dos tratamentos propostos deve ser a base para as recomendações por parte dos

profissionais. Os tratamentos que têm um suporte científico inadequado ou insuficiente

devem ser desencorajados. Os métodos controversos, tais como a terapia visual, podem dar

aos pais e aos professores uma falsa sensação de segurança em relação aos progressos da

criança, podem esgotar os recursos da família e da escola e podem impossibilitar a existência

de uma reabilitação apropriada. Atualmente, não há evidência científica adequada que

suporte que os problemas visuais causam dificuldades de aprendizagem. Estatisticamente, as

crianças com dislexia têm a mesma função visual e saúde ocular que as crianças sem estas

condições. Tendo em consideração que os problemas visuais não abarcam a dislexia, as

abordagens construídas no sentido de aumentar a função visual através do treino são

enganadoras/erradas. Não há atualmente evidência de que as crianças que participam na

terapia visual obtenham mais sucesso educativo do que as crianças que não participam.

A dislexia e as perturbações da aprendizagem são problemas complexos que não têm

soluções simples. A perspetiva atualmente mais aceite é a de que a dislexia é uma

perturbação que tem por base alterações na linguagem.