artigo dislexia

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Fatores intervenientes no processo de aprendizagem – Um Olhar Psicopedagógico. Maria de Lourdes Cysneiros de Morais* I. INTRODUÇÃO Por fatores intervenientes no processo ensino-aprendizagem, neste texto, queremos nos referir àqueles que, de alguma forma e em algum nível, afetam: 1. as possibilidades da construção e expressão dos conhecimentos; 2. o desenvolvimento de condutas compatíveis com as esperadas em determinados estágios de vida; 3. a conquista gradativa da autonomia e da criatividade; 4. o processo de individuação do Eu Cognoscente, segundo as possibilidades que lhe são inerentes de captar, decodificar, interpretar, armazenar e transformar informações e dados em conhecimentos, que possam vir a ser bases das ações e reações ao meio ambiente. Apesar da amplitude dessa contextualização inicial, é muito comum, na educação escolar , que os chamados fatores intervenientes no processo de aprendizagem estejam associados aos chamados “problemas”, “dificuldades”, distúrbios”, “deficits ou deficiências” no ato de aprender, fatores esses alocados no sujeito aprendente, como portador de uma “síndrome que precisa ser tratada”, com o encaminhamento a especialistas de diferentes áreas. Nesse sentido, são comuns as queixas de professores sobre o contingente de crianças que, apesar dos seus esforços, não aprendem a ler, a ortografar, a escrever, a pensar e, principalmente, não sentem o tão decantado e esperado “prazer de aprender”. Muito se tem estudado e publicado sobre os chamados “distúrbios da aprendizagem”, diante dos milhares de alunos identificados como “fracassados”, sem que, nestes estudos e pesquisas, para além das hipóteses e propostas apresentadas, tenha-se dado voz, tenha-se permitido ouvir as crianças em suas reais condições e necessidades . O número excessivo de pessoas que não consegue aprender, em todas as camadas sociais, faz com que repensemos o conceito de “ distúrbios de aprendizagem ”. As famílias apresentam relatos de pessoas normalmente desenvolvidas em outras esferas e dimensões da vida, mas que não aprendem quando colocadas em situação normal de escolaridade. Sobre isso, diz Barone (1987): Constata-se que um grande número de crianças que procuram a escola estão impedidas de lograr sucesso. Quase não aproveitam a experiência vivida e acumulam, ao longo dos anos, lacunas e defasagens que aos poucos as afastam totalmente da vida escolar ou, quando não, terminam a escolaridade de forma precária e com grande atraso. Este fato, além de ser penoso para o indivíduo, reveste-se, também, em prejuízo para a sociedade, considerando a ocupação mais demorada de vagas que poderiam ser ocupadas por novos alunos. Além disso, reflete-se diretamente na competência do profissional que tem acesso ao mundo do trabalho , gerando desempenho de baixa qualidade e estimulação ao sub-emprego (p.17-18). Barone (1987, p.18), em suas reflexões, destaca fatores que podem vir a contribuir para esse quadro: 1. aumento do contingente da população que hoje tem acesso à escola e o relativo despreparo da escola para recebê-lo; 2. A complexidade cada vez maior do universo de conhecimentos que deve ser passado à criança; 3. A competição que a escola sofre com outros meios de comunicação e informação, notadamente a televisão; 4. A discrepância, muitas vezes ressaltada e discutida, entre o conteúdo escolar e a vida; 5. O despreparo do professor frente a mudanças rápidas e demandas diversificadas que caracterizam a sociedade pós-moderna; 6. A ênfase excessiva na formação técnica e na transmissão de um conteúdo acabado, em detrimento de uma formação crítica e que valorize o processo do aprender; 7. As características individuais do aprendiz no que tange ao ritmo e peculiaridades de seu desenvolvimento cognitivo , emocional, linguístico, psicomotor e social. Diante das reflexões de Barone (1987), talvez fique mais fácil perceber o primeiro parágrafo deste texto – não se podem analisar os distúrbios de aprendizagem como fatores intervenientes no processo da construção do conhecimento , senão levando em consideração uma perspectiva dinâmica, que busque percebê-los e entendê-los como um sintoma, uma manifestação que envolve a totalidade da personalidade. Os distúrbios de aprendizagem não são entidades fixas – para compreendê-los é necessário um estudo profundo da aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos, esses últimos considerados a partir de uma pluralidade causal. Em termos vivenciais, quando uma criança apresenta dificuldades em seu “processo normal” de escolarização, ou são tributadas a ela as causas do seu fracasso, eximindo-se escola e família de um olhar inquisitivo e questionador sobre as suas dinâmicas de funcionamento que possam estar na base dessa questão, ou, por outro lado, mobilizam-se sentimentos de impotência e inoperância em pais e professores , geralmente acompanhados de uma questão: “Onde foi que eu errei ???” Um dos primeiros passos a articular nesse texto é diferenciar uma nomenclatura aparentemente coincidente e usada de forma indiscriminada quando se fala dos fatores intervenientes no processo de aprendizagem, geradores de sintomas de diferentes ordens e níveis, que vão da diferença à dificuldade, da deficiência

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Artigo sobre dislexia

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Fatores intervenientes noprocesso de aprendizagem Um Olhar Psicopedaggico.

Maria de Lourdes Cysneiros de Morais*

I. INTRODUOPor fatores intervenientes no processo ensino-aprendizagem, neste texto, queremos nos referir queles que, de alguma forma e em algum nvel, afetam:

1. as possibilidades da construo e expresso dos conhecimentos;

2. o desenvolvimento de condutas compatveis com as esperadas em determinados estgios de vida;

3. a conquista gradativa da autonomia e da criatividade;

4. o processo de individuao do Eu Cognoscente, segundo as possibilidades que lhe so inerentes de captar, decodificar, interpretar, armazenar e transformar informaes e dados em conhecimentos, que possam vir a ser basesdasaes e reaes ao meio ambiente.

Apesar da amplitude dessa contextualizao inicial, muito comum, naeducao escolar, que os chamados fatores intervenientes no processo de aprendizagem estejam associados aos chamados problemas, dificuldades, distrbios, deficits ou deficincias no ato de aprender, fatores esses alocados no sujeito aprendente, como portador de uma sndrome que precisa ser tratada, com o encaminhamento a especialistas de diferentes reas.

Nesse sentido, so comuns as queixas de professores sobre o contingente de crianas que,apesar dos seus esforos,no aprendem a ler, a ortografar, a escrever, a pensar e, principalmente, no sentem o to decantado e esperado prazer de aprender. Muito se tem estudado e publicado sobre os chamados distrbios da aprendizagem, diante dos milhares de alunos identificados como fracassados, sem que, nestes estudos e pesquisas, para alm das hipteses e propostas apresentadas, tenha-se dado voz, tenha-se permitido ouvir as crianas em suas reais condies enecessidades.

O nmero excessivo de pessoas que no consegue aprender, em todas as camadas sociais,faz comque repensemos o conceito de distrbios de aprendizagem. As famlias apresentam relatos de pessoas normalmente desenvolvidas em outras esferas e dimenses da vida, mas que no aprendem quando colocadas em situao normal de escolaridade. Sobre isso, diz Barone (1987):

Constata-se que umgrande nmerode crianas que procuram a escola esto impedidas de lograr sucesso. Quase no aproveitam a experincia vivida e acumulam, ao longo dos anos, lacunas e defasagens que aos poucos as afastam totalmente da vida escolar ou, quando no, terminam a escolaridade de forma precria e com grande atraso. Este fato, alm de ser penoso para o indivduo, reveste-se, tambm, em prejuzo para a sociedade, considerando a ocupao mais demorada de vagas que poderiam ser ocupadas por novos alunos. Alm disso, reflete-se diretamente na competncia do profissional que tem acesso aomundo do trabalho, gerando desempenhode baixa qualidadee estimulao ao sub-emprego (p.17-18).

Barone (1987, p.18), em suas reflexes, destaca fatores que podem vir a contribuir para esse quadro:

1. aumento do contingente da populao que hoje tem acesso escola e o relativo despreparo da escola para receb-lo;

2. A complexidadecada vezmaior do universo de conhecimentos que deve ser passado criana;

3. A competio que a escola sofre com outrosmeios de comunicaoe informao, notadamente a televiso;

4. A discrepncia, muitas vezes ressaltada e discutida, entre o contedo escolar e a vida;

5. O despreparo do professorfrente amudanas rpidas e demandas diversificadas que caracterizam a sociedade ps-moderna;

6. A nfase excessiva na formao tcnica e na transmisso de um contedo acabado, em detrimento de umaformao crticae que valorize o processo do aprender;

7. As caractersticas individuais do aprendiz no que tange ao ritmo e peculiaridades de seudesenvolvimento cognitivo, emocional, lingustico, psicomotor e social.

Diante das reflexes de Barone (1987), talvez fiquemais fcilperceber o primeiro pargrafo deste texto no se podem analisar os distrbios de aprendizagem como fatores intervenientes no processo daconstruo do conhecimento, seno levando em considerao uma perspectiva dinmica, que busque perceb-los e entend-los como um sintoma, uma manifestao que envolve a totalidade da personalidade. Os distrbios de aprendizagem no so entidades fixas para compreend-los necessrio um estudo profundo da aprendizagem humana: seus padres evolutivos normais e patolgicos, esses ltimos considerados a partir de uma pluralidade causal.

Em termos vivenciais, quando uma criana apresenta dificuldades em seu processo normal de escolarizao, ou so tributadas a ela as causas do seu fracasso, eximindo-se escola e famlia de um olhar inquisitivo e questionador sobre as suas dinmicas de funcionamento que possam estar na base dessa questo, ou, por outro lado, mobilizam-se sentimentos deimpotnciae inoperncia empais e professores, geralmente acompanhados de uma questo:Onde foi que eu errei ???Um dosprimeiros passosa articular nesse texto diferenciar uma nomenclatura aparentemente coincidente e usada de forma indiscriminada quando se fala dos fatores intervenientes no processo de aprendizagem, geradores de sintomas de diferentes ordens e nveis, que vo da diferena dificuldade, da deficincia (dficit) ao distrbio (desvio), do normal ao patolgico, trazendo problemas or desconpensao no processo de aprendizagem. Apoiadas em Sacconi (1996) podemos fazer um pequeno glossrio:

1. APRENDIZAGEM ao ou efeito de aprender;aprender ficar sabendo, reter na memria, adquirir conhecimentos ou experincias(p.59);

2. DIFERENA qualidade ou condio de ser desigual ou dessemelhante; caracterstica distintiva; distino, discriminao (p.249);

3. DIFICULDADE qualidade ou condio de difcil; problema, impedimento, estorvo, obstculo, complicao, complexidade(p.250);

4. DEFICINCIA (DEFICIT) ausncia de alguma coisa essencial;defeito; insuficincia, precariedade (a deficincia do ensino oficial exemplo e grifo do prprio autor) (p.225);

5. DISTRBIO qualquer perturbao ou interrupo da normalidade ou da paz exterior ou interior:distrbios nervosos, polticos(p.256);

6. DESVIO ao ou efeito de desviar-se;desviar mudar a direo, mudar a posio de, deslocar, afastar-se, separar-se, divergir(p.245);

7. NORMAL -conforme ao que padro,natural;sem problemasmentais ou emocionais; estado natural, usual, comum; pessoa normal normalidade s.f.; Antnimo anormal, doente ( p.483);

8. ANORMAL o que no normal; pessoa que sofre das faculdades mentais, excepcional(p.46);

9. PATOLOGIA estudo das causas, caractersticas e efeitos das doenas patolgico adj.( p.510);

10. PROBLEMA qualquer questo ou assunto que envolve dvida, incerteza ou dificuldade; pessoadifcil de lidarou de conviver... (p. 546);

11. SINTOMA qualquer alterao perceptvel no organismo ou em suas funes que indique doena, tipo de doena, ou fase em que ela se encontre;sinal caracterstico de existncia de algo mais, evidncia sintomtico(p.613,grifo nosso);12. DESCOMPENSAO descompasso; falta de acordo, desacordo(p.235);

possvel construirmos um mini-texto com o emprego das palavras pesquisadas e que fazem parte do vocabulrio comum dos que lidam com fatores intervenientes na aprendizagem, para efeito de maior clarificao de suas especificidades. Poderamos, talvez, falar assim:

Todas as vezes em que famlias ou escolas percebem em seus filhos /alunosdificuldadescom relao ao ato de aprender, que expressamdiferenasna comparao com o que deles se espera, como manifestaes prprias do pensamento infantil, em determinada faixa etria, pode-se observar uma inquietao face a essedistrbio,no que tange s suas causas, extenso e formas de interveno. Osproblemas de aprendizagempodem ocorrer tanto no incio, quanto no decorrer do perodo escolar e expressamdiferenasque variam de aluno para aluno, solicitando uma investigao no campo em que eles se manifestam. O desconhecimento das manifestaes prprias do comportamento infantil em diferentes fases de seu desenvolvimento suscitam dvidas a respeito dos padresnormais,considerando-se, muitas vezes, asreaes problemticascomo respostasanormaisoupatolgicas, quando, em muitos casos, sosintomasoudesviosque, corretamente identificados em suas origens, podem ser superados medida em que a criana evolui. Em algumas situaes, asdiferenasno ato de aprender podem expressar um grito de protesto de crianas saudveis que se recusam ao cabresto de um estudo alienante ou submisso autoridade autoritria com que so tratados ( RUBINSTEIN, 1987, p. p. 16). Em outras situaes,deficinciasoudeficitsde aprendizagem especficos merecem um assinalamento focalizado e a adoo de recursos corretores de diagnstico e interveno. Portanto, segundo Jos & Coelho (2002, p. 23), osproblemas de aprendizagemreferem-se a situaes difceis enfrentadas pelas crianasnormaise pelas crianas com umdesviodo quadro denormalidade,mas com expectativa de aprendizagem a longo prazo (alunos multirepetentes).Segundo J.Paz (apud JOS & COELHO, 2002, p. 23), podemos considerar oproblema de aprendizagemcomo umsintoma,no sentido de que o no-aprender no configura um quadro permanente, mas ingressa numa constelao peculiar de comportamentos, nos quais se destaca como sinal dedescompensao.

Por outro lado, alguns autores que se dedicam a esse assunto usam os termosproblemaoudistrbiode maneira indiscriminada. Portanto, dizem Jos & Coelho (2002, p. 23), estabelecer claramente os limites que separamproblemas de aprendizagem dos chamados distrbios de aprendizagem uma tarefa muito complicada, que fica a critrio dos especialistas das diferentes reas em que adeficinciase apresenta.

E dizem mais: ao educador, cabe apenas detecter as dificuldades de aprendizagem que aparecem em sua sala de aula, principalmente nas escolas mais carentes, e investigar as causas de forma ampla, que abranja os aspectos orgnicos, neurolgicos, mentais, psicolgicos, adicionados problemtica ambiental em que a criana vive. Essa postura, continuam as autoras, facilita o encaminhamento da criana a um especialista que, ao tratar dadeficincia, tem condies de orientar oprofessor

a lidar com o aluno em salas normais ou, se considerar necessrio, de indicar a sua transferncia para salas especiais.

1.OS DISTRBIOS DA FALAMUDEZ Incapacidade de articular palavras, geralmente decorrente de transtornos do sistema nervoso central, atingindo a formulao e a coordemao das idias e impedindo a sua transmisso em forma de comunicao verbal. Na maior parte das vezes, decorre de problemas da audio, certos tipos de distrbio cerebral ou, ainda, outros fatores fsicos como lbio leporino, dentio mal implantada, ms formaes da boca e do nariz, alm de fatores emocionais e psicolgicos, autismo, dentre outros.

ATRASONA LINGUAGEM A partir dos 14 meses, as crianas tornam-se capazes de pronunciar palavras com significado e espera-se que por volta dos 3 anos ela j apresente uma linguagem estruturada. Essa cronologia relativa e, muitas vezes, a criana tem sua fala atrasada por vrios motivos, dentre eles problemas de audio, e fatores emocionais ( traumas, carncias afetivas, super-proteo, desejos atendidos com prontido, falta de estimulao crianas em asilos, por ex. ). Em princpio, esse atraso superado aps os 4 anos. Em outros casos, o problema se transforma em distrbio especfico de articulao durante alguns anos e resolvido via tratamento especializado. Na escola, essas crianas revelam deficincia de vocabulrio, deficincia na capacidade de formular idias e desenvolvimento retardado da estruturao de sentenas.

PROBLEMAS DE ARTICULAO Durante a fase pr-escolar, normal a dificuldade de articular certos sons, pois s por volta dos 7 ou 8 anos que os rgos da fala tm maturidade suficiente para produzir todos os sons lingsticos. Os problemas de articulao se subdividem em:

1. Dislalia a omisso, substituio, distoro ou acrscimo de sons na palavra falada (exemplo de substituio substitui orcomo faz o Cabolinha);

2. Disartria um problema articulatrio que se manifesta na forma de dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos necessrios emisso verbal. A fala fica lenta e arrastada, apresentando quebras de sonoridade, envolvendo ritmo e entonao, principalmente em momentos de tenso ou fadiga, nos casos mais brandos;

3. Linguagem Tatibitati um distrbio de articulao e tambm de fonao em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil, sendo, geralmente, de causa emocional, podendo resultar em problemas psicolgicos para a criana, por ser incentivado pelos adultos que acham a fala engraadinha.

4. Rinolalia Caracteriza-se pela ressonncia nasal maior ou menor do que a do padro correto da fala. Pode ser causada por problemas nas vias nasais, por adenide, lbio leporino ou fissura palatina, acarretando problemas emocionais pois a criana ridicularizada pelos colegas que a imitam, gerando problemas de adaptao.

5. PROBLEMAS DE FONAO Os problemas de fonao oudisfonias dizem respeito s pequenas mudanas em suas caractersticas (cadncia, inflexo, intensidade, timbre ou tom), as quais funcionam, normalmente, como recursos para expresso de desejos, sentimentos e necessidades. Em certas circunstncias, porm, esse domnio pode ser abalado, afetando todo o mecanismo de produo de sons e impedindo, portanto, que a expresso verbal se manifeste de forma adequada. Eles podem ser consideradosfuncionais quando impedem o controle dos sons mas envolvem somente os rgos perifricos; podem ser chamados deorgnicos, por outro lado, quando envolvem o comprometimento do sistema nervoso central. So exemplos de disfonias, a voz em falsete, a afonia ( que comea com uma rouquido), a pronncia defeituosa de alguns sons, comomem vez deb, nem vez ded,alm da chamadavoz montona,de fundo orgnico, causada por doena no sistema nervoso central , caracterizada pela incapacidade de inflexo de voz.

6. DISTRBIOS DE RITMO Os distrbios de ritmo oudisfluncia referem-se fala produzida com repeties de slabas, palavras ou conjuntos de palavras, prolongamentos de sons, hesitaes, bloqueios, dificuldades para prosseguir a emisso dos sons, mantendo-se a contrao muscular inicial. Mas os desvios de assunto em uma conversa e a desorganizao de relatos tambm podem ser agregados categoria das disfluncias. O exemplo mais comum de disfluncia a gagueira.

7. AFASIA Perda ou avaria da capacidade de se comunicar mediante a fala, a escrita ou a mmica, em princpio devida a leso cerebral. Com diferentes manifestaes, a pessoa ouve e v mas no compreende a linguagem falada ou escrita (afasia sensorial ou receptiva); incapaz de falar ou escrever adequadamente, mas o aparelho fonador no est paralisado ( afasia motora ou expressiva); no consegue encontrar as palavras nem formular conceitos ( afasia conceitual); apresenta todas as formas de linguagem afetadas ( afasia global ou mista); tem dificuldade para comear a fala e para produzir as seqncias articulatrias e gramaticais ( afasia no-fluente) e articula e produz seqncias grandes de palavras em construes gramaticais variadas, mas tem dificuldade para encontrar vocbulos ( afasia fluente).

2. OS DISTRBIOS DA LEITURAOs distrbios de aprendizagem na rea da leitura e da escrita podem ser atribudos s mais variveis causas:

ORGNICAS Cardiopatias, encefalopatias, deficincias sensoriais (visuais e auditivas), deficincias motoras (paralisia infantil, paralisia cerebral), deficincias intelectuais (retardamento mental ou diminuio intelectual), disfuno cerebral ou outras enfermidades.

PSICOLGICAS Desajustes emocionais provocados pela dificuldade que a criana tem de aprender, o que gera ansiedade, insegurana e autoconceito negativo.

PEDAGGICAS Mtodos inadequados de ensino, falta de estimulao na pr-escola dos requisitos necessrios leitura e escrita, falta de percepo por parte da escola do nvel de maturidade da criana, iniciando uma alfabetizao precoce, relacionamento deficiente professor-aluno, no domnio do contedo e do mtodo por parte do professor, atendimento precrio criana pela superlotao da sala

SCIO-CULTURAIS Falta de estimulao da criana que no faz a pr-escola e tambm no estimulada no lar, desnutrio, privao cultural do meio, marginalizao das crianas com dificuldades de aprendizagem pelo sistema de ensino comum. Nesse item, destacam-se os estudos de Soares (2000), em seu livro Linguagem e Escola: Uma perspectiva social onde ela faz toda uma reflexo sobre a educao nas camadas populares do Brasil. Grande parte do conflito que se d entre o progressivo acesso escola e a sua incompetncia em gerar um ensino de qualidade para as camadas populares deve-se a seu ver ideologia que inspira as teorias e propostas pedaggicas. Evidenciam os conflitos entre a linguagem de uma escola a servio das classes dominantes, cujos padres lingusticos usa e quer ver usados, e a linguagem das camadas populares, que essa escola censura e estigmatiza (p.6).

DISLEXIA De acordo com Jos & Coelho (2002), a dislexia, apesar de ser um tipo de distrbio da leitura, termina por ser alocado como causa especfica de diatrbios na aprendizagem da identificao dos smbolos grficos, embora a criana apresente inteligncia normal, integridade sensorial e receba estimulao e ensino adequados. Devido falta de informaes dos pais e dos professores do pr-escolar em identificar os sintomas da dislexia antes da entrada da criana na escola, ela termina por s ser identificada por volta da 1 ou 2 sries do fundamental, com os primeiros indcios surgindo na alfabetizao. Por isso, a dificuldade na leitura significa, apenas, o resultado final de uma srie de desorganizaes que a criana j vinha apresentando no seu comportamento pr-verbal, no-verbal e em todas as funes bsicas necessrias para o desenvolvimento da recepo, expresso e integrao da funo simblica. A dislexia, segundo Myklebust (apud JOS & COELHO, 2002,p. 84) representando um dficit na capacidade de simbolozar, comea a se definir a partir da necessidadeque tema criana de lidar receptivamente ou expressivamente com a representao da realidade, ou antes, com a simbolizao da realidade, ou poderamos, tambm dizer, com a nomeao do mundo. Nesse sentido, ela apresenta srias dificuldades com a identificao dos smbolos grficos (letras / nmeros) no incio de sua alfabetizao, o que acarreta fracasso em outras reas que dependam da leitura e da escrita. De acrdo com a Associao Brasileira de Dislexia (ABD), as principais dificuldades do dislxico so: demora a aprender a falar, a fazer lao no sapato, a reconhecer horas, a pular corda, pegar e chutar bola; dificuldades em escrever nmeros e letras corretamente, ordenar as letras do alfabeto, meses do ano, distinguir direita e esquerda; compreenso da leitura mais lenta, incomum dificuldade em decorar tabuada, Llentido ao fazer as quatro operaes, dificuldades em pronunciar palavras longas, planejar e redigir.

Em geral considerada relapsa, desatenta, preguiosa, sem vontade de aprender, o dislxico demonstra insegurana e baixa apreciao de si mesmo, sendo comum o abandono da escola, as reaes rebeldes ou de natureza depressiva, havendo necessidade de tratamento especializado.Entre os fatores a serem considerados no processo de aprendizagem da leitura e da escrita esto, em linhas gerais, os que se seguem: a prontido para aprender; a percepo; o esquema corporal; a lateralidade; a orientao espacial e temporal; a coordenaao visomotora; o ritmo; a capacidade de anlise e sntese visual e auditiva; habilidades visuais e auditivas; memria cinestsica;linguagem oral. Entre os distrbios apresentados no campo daLEITURApodemos destacar os que se expressam nas seguintes reas:

MEMRIA A criana, quando apresenta dificuldade auditiva e visual de reter informaes, pode ser incapaz de recordas os sons das letras, de juntar sons para formar palavras ou, ainda, memorizar seqncias , no conseguindo lembrar a ordem das letras ou sons dentro das palavras. Esse distrbio de memria resulta de disfunes do sistema nervoso central, e freqentemente se manifesta s no aspecto visual ou s no aspecto auditivo.

ORIENTAO ESPAO-TEMPORAL A criana no capaz de reconhecer direita e esquerda, no compreende ordens que envolvem o uso dessas palavras e fica confusa nas aulas de Educao Fsica, por no entender as regras dos jogos. Quanto ao tempo, mostra-se incapaz de conhecer horas, dias da semana, etc.

ESQUEMA CORPORAL Geralmente as crianas com distrbios de leitura tm um conhecimento deficiente do seu esquema corporal. Apresentam dificuldade para identificar as partes do corpo e no revelam boa organizao da postura corporal no espao em que vivem.

MOTRICIDADE Algumas crianas tm distrbios secundrios de coordenao motora ampla e fina, o que atrapalha seu equilbrio e sua destreza manual. Caem com facilidade, so desajeitadas, no conseguem andar de bicicleta ou mesmo manipular peas pequenas de material pedaggico.

DISTRBIOS TOPOGRFICOS a incapacidade que algumas crianas tm de compreender legendas de mapas, grficos, globos, maquetes. No conseguem entender a escala simblica que est sendo usada para definir o espao real.

SOLETRAO Existem crianas que tm profunda dificuldade de revisualizar e reorganizar auditivamente as letras - ou seja, soletrar. A limitao na escrita ser resultado da limitao na leitura.

Por outro lado, em se tratando de dificuldades de leitura oral, podemos destacar as que se ligam percepo visual e auditiva dificuldade de discriminao visual e auditiva bem como as que se referem leitural silenciosa lentido no ler, acompanhada de disperso; leitura subvocal (cochichada); necessidade de apontar as palavras com lpis, rgua ou dedo; perda da linha durante a leitura; repetio da mesma frase ou palavra vrias vezes.Todo esse conjunto de sintomas vai se refletir, diretamente, nas dificuldades de compreenso da leitura e pode ocorrer em trs nveis:literal(engloba a compreenso das idias contidas no texto);inferencial(dificuldade de perceber as idias que no esto contidas no texto e dependem da experincia do leitor);crtico(estabelecimento de comparaes e julgamentos entre o dito pelo autor e o pensado pelo leitor).

3. OS DISTRBIOS DA ESCRITA E DA ARITMTICANo domnio daESCRITAencontramos, basicamente, trs tipos de distrbios:

DISGRAFIA a dificuldade em passar para a escrita o estmulo visual da palavra impressa. Caracteriza-se pelo lento traado das letras, que em geral so ilegveis. A criana disgrfica no portadora de defeito visual ou motor, nem apresenta qualquer comprometimento intelectual ou neurolgico. No entanto, ela no consegue idealizar no plano motor o que captou no plano visual. As crianas disgrficas apresentam desordem no texto, margens mal feitas, que no so respeitadas, espao irregular entre as palavras e linhas, traados de m qualidade (ou pequeno ou grande demais), movimentos contrrios aos da escrita convencional, dentre outros.

DISORTOGRAFIA -Caracteriza-se pela dificuldade de transcrever corretamente a linguagem oral, havendo trocas ortogrficas e confuso de letras. So normais durante as 1 e 2 sries do Ensino Fundamental porque a relao entre a palavra impressa e os sons ainda no est totalmente dominada. A partir da, os professores devem avaliar as dificuldades ortogrficas por seus alunos, principalmente aquelas j conhecidas e trabalhadas em sala. Algumas trocas comuns: a) Confuso de letras -f / v; p /b; ch / j;b) confuso de slabas cantaram / cantaro;c) confuso de palavras pato / pelo;d) uso de palavras com um mesmo som para vrias letras casa / caza; azar / asar; exame / ezameERROS DE FORMULAO E SINTAXE So crianas que conseguem ler com fluncia e apresentam uma linguagem oral perfeira, compreendendo e copiando palavras, mas no conseguem escrever cartas, histrias ou dar respostas a perguntas escritas em provas. Na fala escrita comete erros que no ocorrem na fala oral, no conseguindo, portanto, transmitir para a escrita os conhecimentos adquiridos.

Dentre os distrbios daARITMTICA,devemos ressaltar o fato de que essa rea do conhecimento se expressa atravs desmbolos: assim sendo, cabe abordar aqui as dificuldades dos alunos que no conseguem compreender instrues e enunciados matemticos, bem como as dificuldades daqueles que no conseguem lidar com as operaes aritmticas, caracterizando as dificuldades em duas categorias que, aopesar de distintas, se interpenetram, uma vez que, muitas vezes, preciso resolver a questo do no-entendimento do enunciado, antes de se verificar as dificuldades nas operaes em si.

DISCALCULIA A dificuldade na matemtica pode ter vrias causas pedaggicas; capacidade intelectual limitada; disfuno do sistema nervoso essas desordens tm sido consideradas comodiscalculias, uma disfuno que impede a criana de compreender os processos e princpios matemticos. Dependendo do grau em que se apresentem, podem ser assim agrupados:

1. Distrbios de linguagem receptivo-auditiva e aritmtica:as crianas dessa categoria se saem bem em clculos, mas tm dificuldades nas questes que envolvem raciocnio aritmtico, em funo da limitao na decodificao dos enunciados;

2. Memria auditiva e aritmtica:expressam-se de duas formas a) dificuldades de reorganizao auditiva ( reconhece o nmero quando ouve, mas nem sempre consegue diz-lo quando quer); b) incapacidade de ouvir os enunciados apresentados oralmente e, em conseqncia, no capaz de guardar os fatos , o que o impede de resolver os problemas propostos;

3. Distrbios de leitura e aritmtica:apresentam dificuldades para ler os enunciados dos problemas, mas so capazes de fazer clculos quando as questes so lidas em vos alta;

4. Distrbios de escrita e aritmtica:as crianas com disgrafias no conseguem aprender os padres motores para escrever letras e nmeros, razo pela qual os conceitos matemticos precisam ser passados para elas de outras maneiras at que o distrbio da escrita tenha sido superado.4. OS DISTRBIOS PSICOMOTORESSegundo Jos & Coelho (2002. p. 108), podemos definir psicomotricidade como a educao do movimento com atuao sobre o intelecto, numa relao entre pensamento e ao, englobando funes neurofisiolgicas e psquicas. Ainda segundo as autoras, como o comportamento fsico da criana expressa, uma a uma, suas dificuldades intelectuais e emocionais, pode-se dizer que a psicomotricidade a cincia do corpo e da mente, integrando vrias tcnicas com as quais se pode trabalhar o corpo (todas as suas partes), relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nvel da inteligncia. Enfoca a educao dos movimentos, ao mesmo tempo em que pe em jogo as funes intelectuais.As primeiras evidncias de um desenvolvimento mental normal so manifestaes puramente motoras(JOS & COELHO, 2002, p. 108, grifo nosso).

Qualquer distrbio psicomotor tem ligao com problemas que envolvem o indivduo em sua totalidade. Distrbios psicomotores e afetivos esto, intimamente, associados, razo porque o diagnstico no facil de ser feito. Os sintomas mais comuns desse distrbio esto associados rea do ritmo, da ateno, do comportamento, esquema corporal, orientao espacial e temporal, lateralidade e marurao (retardos).Esses distrbios podem ser classificados em quatro grupos, segundo Grnspun (apud JOS & COELHO, 2002, p. 111):

INSTABILIDADE PSICOMOTORA o tipo mais complexo e causa uma srie de transtornos pelas reaes que o portador apresenta, com o predomnio de uma atividade muscular contnua e incessante. Essas crianas revelam instabilidade emocional e intelectual; falta de ateno e concentrao; atividade muscular contnua (no terminam tarefas iniciadas); falta de coordenao geral e coordenao motora fina; hiperatividade e equilbrio prejudicado; deficincia na formulao de conceitos e no processo de percepo ( discriminao de tamanho, figura-fundo, orientao espao-temporal); alterao da palavra e da comunicao (atraso na linguagem e distrbios da palavra); alteraes emocionais ( so impulsivas, explosivas, sensveis, frustram-se com facilidade, destruidoras); alteraes do sono ( terror noturno, movimentos enquanto dormem); alteraes no processo do pensamento abstrato; dificuldades de escolaridade ( leitura, escrita, aritmtica, lentido nas tarefas, dificuldade de copiar da lousa, entre outras manifestaes.

DEBILIDADE PSICOMOTORA Caracterizada porPARATONIA:Limitao nas quatro extremidades do corpo (ou apenas em duas) deselegncia ao correr limitaes e rigidez nas mos e nas pernas; eSINCINESIA Participao de msculos em movimentos aos quais eles no so necessrios descontinuidade de gestos; impreciso nos movimentos dos braos e das pernas; dificuldade de realizar os movimentos finos dos dedos

INIBIO PSICOMOTORA Alm das caractersticas da DEBILIDADE PSICOMOTORA, neste caso a ansiedade presena constante a criana apresenta sobrancelha franzida; cabea baixa; problemas de coordenao motora; distrbios de conduta, dentre outros.

LATERALIDADE CRUZADA Amaioria dos autores acredita que existe no crebro um hemisfrio predominanteresponsvel pela lateralidade do indivduo desta maneira, de acordo com a ordem enviada pelo crebro dominante, teremos o destro ou o canhoto. No entanto, segundo Jos & Coelho (2002, p. 114), alm da dominncia da mo, existe tambm a do p, do olho, do ouvido. QUANDO ESSAS DOMINNCIAS NO SE APRESENTAM DO MESMO LADO DIZ-SE QUE O INDIVDUO TEM LATERALIDADE CRUZADA os distrbios psicomotores so evidentes e resultam em deformao do esquema corporal. So algumas as formas mais comuns desse distrbio: mo direita dominante X olho esquerdo dominante; mo direita dominante X p esquerdo dominante e o inverso. Geralmente essas crianas apresentam alto ndice de fadiga; quedas freqentes; coordenao pobre; ateno instvel; problemas de linguagem (dislalias, lingua enrolada).

IMPERCIAS um distrbio de menor gravidade, a criana apresenta inteligncia normal, apesar de uma certa frustrao pela dificuldade de realizar certas tarefas que exijam apurada habilidade manual. Apresentam dificuldades na coordenao motora fina; quebra constante de objetos; letra irregular; movimentos rgidos; alto ndice de fadiga

5. DISTRBIOS DA SADE FSICATalvez, o mais conhecido dos quadros de distrbios envolvem aspectos ligados viso, audio, defeito ou disfuno em qualquer parte do corpo, anemias crnicas, verminoses, epilepsia.

DISTRBIOS DA VISO- Como identificar:

1. pelo modo de agir da criana esfregar os olhos, sensibilidade luz, piscar excessivamente, apertar os olhos

2. pela queixa da criana no enxerga bem, viso embaralhada, tonturas, dores de cabea, nuseas

3. pela observao olhos inflamados, vermelhos, lacrimejantes, estrabismo, teris

4. durante a leitura e a escrita segura o livro muito perto, perde o lugar da pgina, pra depois de certos perodos de leitura

Alguns distrbios mais comuns: miopia, hipermetropia, astigmatismo, estrabismo, daltonismo.

DISTRBIOS DA AUDIO Como identificar:

1. defeitos de linguagem;

2. expresso oral pobre;

3. pedidos para que repitam palavras e instrues;

4. uso excessivo de o que?, como?;

5. andar arrastando os ps;

6. ausncia de reaes a sons pouco intensos, for a de seu campo visual;

7. dores ou supurao de ouvidos;

8. ditados com muitos erros;

9. irritabilidade

Alm da surdez congnita ou adquirida, os deficientes auditivos ou hipoacsticos so indivduos cuja audio, apesar de deficiente, funcional, podendo a criana ter as mesmas condies intelectuais e psicomotoras de uma criana normal.

DISRITMIA CEREBRAL Disritmia Cerebral significa apenas uma alterao do rtmo eltrico cerebral , alterao essa que pode ocorrer em intervalos de horas, dias ou meses (CAMPOS. Apud JOS & COELHO, 2002, p. 157). Podem ser produzidas por traumas de parto, falta de oxignio ao nascer, infeco no sistema nervoso, menigites, encefalites, quedas sem causas aparentes

EPILEPSIA um dos mais srios problemas em sala de aula, requerendo do professor conhecimento e habilidade para atuar, procurando esclarecer-se sobre as caractersticas do quadro e as formas corretas de atendimento.

DISFUNO CEREBRAL MNIMA Este tem sido um dos distrbios mais difundidos e analisados no campo neurolgico, desde que, em 1925, Samuel T. Orton, neurologista, reuniu, para estudo, um grupo de 65 crianas nas quais se destacavam dificuldade de leitura, escrita, soletrao, escrita em espelho, troca da seqncia das letras das palavras, inquietude, falta de fixao da ateno, desajeitamento e dificuldades no aprendizado escolar. De incio qualificadas como portadoras de uma leso cerebral mnima, que nunca foi evidenciada em exames neurolgicos, pass-se a condiderar disfuno em lugar de leso. At hoje, essa disfuno ainda no foi suficientemente aclarada e tem havido uma certa tendncia em faz-la coincidir com os Transtornos de Deficit de Ateno e Hiperatividade (TDAH).

TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENO E HIPERATIVIDADE-(TDAH) Conforme descrito acima, essas crianas apresentam sintomas que podem ser observados a partir dos 7 anos de idade e que podem ser agrupados em trs ncleos:desateno( falha freqnte na ateno a detalhes, dificuldade de focar a ateno em tarefas ou atividades ldicas, parece no escutar quando lhe falam diretamente, no consegue seguir instrues risca ou terminar tarefas escolares , tem dificuldade de organizao, evita atividades que solicitem esforo mental contnuo, distrai-se com estmulos externos, esquece-se das atividades dirias);hiperatividade( inquieto, fica com os ps e as mos mexendo constantemente quando sentado, levanta-se constantemente de seu lugar na sala, corre ao redor, sobe nas coisas em momentos imprprios, tem dificuldade em sentar e brincar com atividades mais quietas, est pronto para decolar, ou age como se estivesse ligado a um motor, fala excessivamente);impulsividade( responde de forma intempestiva, antes do termini da pergunta, tem dificuldade para aguardar sua vez, intromete-se ou interrompe os outros em jogos ou conversas). Segundo Arajo (2004, p. 28) apesar de a Medicina no contar com dados conclusivos sobre formas de tratamento, o TDA (ou TDAH, quando associado hiperatividade) considerado um distrbio psiquitrico, portanto, uma doena. Na escola, os indcios de que a criana possui esse distrbio precisa ser analisados por uns seis meses antes de encaminhamento mdico que, em geral, multidisciplinar, com utilizao, muitas vezes, de medicao.

1. OS DISTRBIOS DE COMPORTAMENTOEm geral, os distrbios de comportamento so criados ou agravados por alguns fatores, tais como: a) Conflitos provenientes de lares em que os valores e os padres aceitveis de comportamento esto em contraste com os da escola; b) Atritos entre adultos e adolescentes; c) Contradies quanto aos padres de comportamento do grupo de colegas e os da famlia ou escola; d) Sentimentos de fracasso e desnimo a partir de insecessos na escolaridade ; e) Presso, competio, concorrncia.

Alguns distrbios de comportamentoAUTISMO Caracteriza-se por uma interiorizao intensa um fechamento em si mesmo e por um pensamento desligado do real. Essa incapacidade de relacionamento pode surgir nos primeiros anos de vida e seu maior sintoma a criana viver em um mundo todo particular. Nenhuma teoria orgnica ou interpessoal, at ento, foi plenamente aceita.

AGRESSIVIDADE O estudo da agressividade na criana revela que o convvio social e fatores de agresso no lar contribuem decisivamente para o desenvolvimento da superagressividade na criana. No ambiente escolar, esse comportamento revela-se das mais variadas formas - da reao de um mpeto emocional, catico e difuso, quando a criana chora, esperneia e esbraveja, at o ataque verbal ou fsico, com murros, pontaps e mordidas.

MEDO Basicamente, quando o medo chega ao nvel de distrbio,dois fatores podem ser intervenientes: afalta de seguranaou afalta de amor e proteo.No entanto, outros fatores coadjuvantes merecem ser lembrados: experincias prvias que provocaram medo, atitude medrosa dos pais, ameaas de adultos, imaturidade por superproteo, dentre outros.

FOBIA ESCOLAR Caracteriza-se pela incapacidade parcial ou total de freqentar a escola, podendo ocorrer em todos os nveis sociais, em todos os graus de escolaridadee em todos os nveis de inteligncia. Manifestam-se por meio de ansiedade, pnico, nuseas, vmitos, diarrias, dor de cabea, dor de barriga, falta de apetite, palidez e, at, febre. No se deve confundir a fobia escolar com temor natural dos primeiros dias de aula. A fobia escolar tem como uma das causas no tanto o medo de ir escola, mas o de ser abandonado for a de casa. Esse temor acentua-se quando a me, insegura, carente afetivamente e que precisa da criana para realizar-se emocionalmemnte, tolhe todo o processo de crescimento e de liberdade do filho, enfraquecendo-o inconscientemente e prolongando sua dependncia.

CIME O cime, quando patolgico, traz reaes imprevisveis e incontrolveis que vo desde a invela, seguida da raiva, do dio, da pena, autocomiserao, vingana, tristexa, mortificao, culpa, vaidade, inferioridade, orgulho, medo, ansiedadeReflete insegurana quanto ateno e amor dos pais.

TIMIDEZ Do ponto de vista do temperamento, a criana j nasce com uma srie de caractersticas mais ou menos pronunciadas e, assim, umas so mais inibidas, outras mais extrovertidas. No entanto, a timidez excessiva da criana deve ser olhada com seriedade pelos pais. Provm, em geral, de um complexo de inferioridade cultivado, talvez, pelas prprias mensagens parentais, configurando a base do autoconceito e da auto-estima.

FANTASIA Trata-se aqui, no da fantasia considerada normal, que uma forma de ajustamento da criana ao real. Mas da fantasia caracterizadacomo problema psicolgico, usada pela criana como uma espcie de fuga da realidade, que ela no deseja aceitar por alguma razo.

NEGATIVISMO Caracteriza-se, como distrbio, por uma resistncia exagerada da criana frente s imposies que o adulto lhe faz e essa resistncia muitas vezes se manifesta sob forma de desobedincia, acompanhada de agressividade. De incio, manifesta-se pela recusa em cumprir ordens ou pedidos, fingindo no ouv-los, mostra-se vagarosa,em excesso para comer, tomar banho e, medida em que cresce, apresenta um vocabulrio onde no a primeira forma de reao.

AGITAO, INQUIETUDE, INATABILIDADEAs causas dessas condutas variam de uma situao para outra, e no se configuram distrbios seno quando acompanhadas de agressividade provocando descontentamento pessoal e relacional. So reaes tpicas em certas situaes de vida, como diante de um mau ambiente familiar, pais que brigam em frente das crianas, doenas mentais, leses cerebrais No entanto, so normais em certos perodos de vida crises passageiras como as dos trs anos e a da puberdade.

SEXUALIDADE Refle a curiosidade natural de aprender coisas a respeito do sexo, do prprio corpo, do corpo do sexo oposto, do corpo dos pais. Tornam-se distrbios a partir da maneira como os adultos recebem e lidam com essas necessidades, apresentando ansiedades ou reaes impulsivas, deturpao da realidade, levando a criana a fantasias a respeito.

PROBLEMAS FAMILIARES Uma grande parte dos distrbios de comportamento reflete o desequilbrio social e emocional das relaes existentes na famlia, em cujo ncleo existem problemas que podem interferir na aprendizagem, refletindo-se no desempenho escolar, dentre eles: Separao dos pais; Morte dos pais ou de figuras prximas; Superproteo; Vcios infantis

CONSIDERAES FINAISEste estudo, longe da pretenso de ser exaustivo, objetivou situar os alunos do Curso de Pedagogia, que esto inscritos na disciplina de Psicologia da Educao III A Psicologia do Ensino-Aprendizagem a entrar em contato com alguns dos principais conceitos sobre as deficuldades de aprendizagem e das suas mltiplas formas de expresso. A maneira pontual e sinttica com que os fatores que podem intervir e criar obstculos ao ato do ensinar e do aprender revelam essa inteno de despertar o desejo por uma busca mais aprofundada do que foi descrito e apresentado. Nesse sentido, recomenda-se a leitura de livro Problemas de aprendizagem, cujas autoras Jos & Coelho (2002) dedicam a todos aqueles que educam pais, mestres,e pessoas engajadas no processo ensino-aprendizagem, sem pretenso de receitas prontas, mas de levar reflexo e ao conhecimento dos aspectos essenciais da observao da criana em seu dia-a-dia.

BIBLIOGRAFIAARAJO, Paulo. Deficit de ateno um diagnstico que voc pode fazer. Revista Nova Escola,. So Paulo: Abril, mai 2004, p. 28-29.

BARONE, Leda Maria Codeo. Consideraes a respeito do estabelecimento da tica do psicopedagogo. In SCOZ, Beatriz Judith Lima (et al.) Psicopedagogia: o carter interdisciplinar na formao e atuao profissional. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1987, cap. 2, p. 17-21.

JOS, Elisabete da Assuno & COELHO, MariaTeresa. Problemas de Aprendizagem. 12 ed. So Paulo: tica, 2002.

RUBINSTEIN, Edith. A Psicopedagogia e a Associao Estadual de Psicopedagogos de So Paulo. In In SCOZ, Beatriz Judith Lima (et al.) Psicopedagogia: o carter interdisciplinar na formao e atuao profissional. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1987, cap. 1, p.1316

* A autora pedagoga, mestra em Educao, especialista em Educao e Desenvolvimento de Recursos Humanos, Psicopedagogia Institucional, Dinamizao de Grupos. Professora da Universidade Estcio de S, em cursos de Graduao em Pedagogia e Ps-graduao em Psicopedagogia e Docncia Superior. Exerce a Tutoria do Curso de Especializao em EAD - SENAC / RJ, desde 2005.

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MORAIS, Maria de Lourdes Cysneiros de. FATORES INTERVENIENTES NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM Um Olhar Psicopedaggico (2006)

Resumo

Dentro do grande grupo das Necessidades Educativas Especiais (NEE), as Dificuldades

de Aprendizagem (DA) so a problemtica com maior taxa de prevalncia (48%). Segundo a

Associao Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de Aprendizagem Especficas, o nmero

de alunos com estes distrbios tem vindo a aumentar, registando-se actualmente

uma prevalncia de 5% a 10% da populao total de alunos.

Assim, torna-se imprescindvel que quem convive, ensina e/ou trabalha diariamente com

crianas com Dislexia, Disgrafia, Disortografia e/ou Discalculia esteja preparado para

compreender as suas caractersticas e responder s suas necessidades especficas,

designadamente promovendo a criao de contextos educativos e pedaggicos

individualizados, que estimulem o desenvolvimento pessoal e social, a aprendizagem e

o sucesso escolar e profissional.

Palavras-Chave: Dificuldades de Aprendizagem Especficas; Dislexia; Disgrafia; Disortografia;

Discalculia.

As Dificuldades de Aprendizagem (Especficas)

Os primeiros estudos realizados sobre esta temtica remontam ao ano de 1800, no

entanto, a expresso dificuldades de aprendizagem surgiu somente em 1962 com a

definio de Kirk, que centrava estas dificuldades nos processos implicados na linguagem e

no rendimento acadmico, apontando como causas uma disfuno cerebral ou uma

alterao emocional ou comportamental.

Muitas outras definies foram surgindo, o que tem dificultado uma proposta

globalmente aceite. No entanto, as do U. S. Office of Education (em 1977) e do National Joint

Committee on Learning Disabilities (em 1994) so, talvez, as mais conhecidas e referidas na

literatura especializada. Segundo estas, as dificuldades de aprendizagem surgiam associadas

a obstculos nos processos psicolgicos inerentes compreenso e uso da linguagem

(relacionados com disfunes do sistema nervoso central), excluindo-se do seu alcance as

problemticas resultantes de deficincias sensoriais, motoras ou mentais e/ou de

perturbaes emocionais e fatores culturais e econmicos.

Em Portugal, Lus de Miranda Correia (2008) apresenta-nos tambm uma proposta

que vai ao encontro das duas definies anteriormente referidas:

As dificuldades de aprendizagem especficas dizem respeito forma como

um indivduo processa a informao a recebe, a integra, a retm e a

exprime , tendo em conta as suas capacidades e o conjunto das suas

realizaes. As dificuldades de aprendizagem especficas podem, assim,

manifestar-se nas reas da fala, da leitura, da escrita, da matemtica e/ou

da resoluo de problemas, envolvendo dfices que implicam problemas de

memria, preceptivos, motores, de linguagem, de pensamento e/ou

metacognitivos. Estas dificuldades, que no resultam de privaes

sensoriais, deficincia mental, problemas motores, dfice de ateno,

perturbaes emocionais ou sociais, embora exista a possibilidade de estes

ocorrerem em concomitncia com elas, podem, ainda, alterar o modo como

o indivduo interage com o meio envolvente. (Correia, 2008, p. 46).

A expresso dificuldades de aprendizagem, no entanto, agrupa todos os problemas

de aprendizagem, quer sejam intrnsecos ao indivduo ou relacionados com fatores externos,

por exemplo, uma metodologia de ensino desadequada. Porm, passamos a descrever

apenas as que, por possurem definies exclusivas, causas prprias e caractersticas muito

particulares, so comummente consideradas dificuldades de aprendizagem especficas, ou

seja, a Dislexia, a Disgrafia, a Disortografia e a Discalculia.

A Dislexia

Definio Etimologicamente, dislexia deriva dos conceitos dis (desvio) + lexia (leitura,

reconhecimento das palavras).

caracterizada por dificuldades na correo e/ou fluncia na leitura de

palavras e por baixa competncia leitora e ortogrfica. Estas dificuldades

resultam tipicamente de um dfice na componente fonolgica da linguagem

que frequentemente imprevisto em relao a outras capacidades

cognitivas e s condies educativas. Secundariamente podem surgir

dificuldades de compreenso leitora, experincia de leitura reduzida que

podem impedir o desenvolvimento do vocabulrio e dos conhecimentos

gerais. (Associao Internacional de Dislexia, 2003, cit. por Teles, 2009)Fonseca (1999, cit. por Moura, 2011) acrescenta tratar-se de uma dificuldade duradoura

que surge em "crianas inteligentes, escolarizadas, sem qualquer perturbao sensorial e

psquica j existente.

De origem neurobiolgica, a dislexia afeta, portanto, a aprendizagem e utilizao

instrumental da leitura, resultando de problemas ao nvel da conscincia fonolgica (3),

independentemente do quociente de inteligncia (QI) dos indivduos.

De facto, contrariamente ao que alguns julgam, a dislexia no est associada a um

baixo nvel intelectual; pelo contrrio, um dislxico pode revelar padres acima da mdia,

para a sua faixa etria, noutras reas que no a leitura.

Causas

No h acordo quanto identificao de uma causa exclusiva para a dislexia. Alguns

autores afirmam mesmo que se trata de uma perturbao de causas mltiplas.

(3) Conscincia Fonolgica a habilidade metalingustica de tomada de conscincia das caractersticas formais

da linguagem (Martins, 2011); perceber, de forma consciente, que os sons associados s letras so os

mesmos da fala e que estes podem ser manipulados.

O termo conscincia fonolgica foi definido como a perceo de que as palavras so construdas por diversos

sons. Tal conceito diz respeito tanto compreenso de que a fala pode ser segmentada quanto habilidade de

manipular esses segmentos. (Medeiros e Oliveira, 2008, cits. por Martins, 2011). Segundo Martins (2011),

podemos distinguir dois nveis de conscincia fonolgica: 1) a segmentao da lngua: a frase pode ser

segmentada em palavras, as palavras em slabas e as slabas em fonemas; 2) as unidades segmentadas

repetem-se em diferentes frases, palavras e slabas.Na rea da gentica, h quem defenda tratar-se de um problema hereditrio,

fundamentando a assero em estudos que revelam que os dislxicos apresentam, pelo

menos, um familiar prximo com dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita.

Ainda nesta perspetiva, outros investigadores apontam as mutaes de alguns

cromossomas como causa do problema, nomeadamente nos cromossomas 6 e 15 (Salles et

al., 2004) e, mais recentemente, no cromossoma 2 (Cruz, 2009).

H ainda autores que afirmam que a dislexia mais comum em indivduos do gnero

masculino; contudo, Shaywitz (2003, cit. por Cruz, 2009) sugere que estas concluses esto

relacionadas com a forma como so identificados: geralmente as raparigas (pelo seu

comportamento mais calmo e sossegado) passam mais despercebidas e, consequentemente,

no so to facilmente identificadas. Nos seus estudos, Shaywitz evidencia uma proporo

semelhante na distribuio desta problemtica por gnero.

Na rea da neurobiologia tambm tm surgido algumas concluses. Como se sabe, as

diferentes partes do crebro desempenham funes especficas. A rea esquerda do

crebro, por exemplo, responsvel pela linguagem; nesta zona, foram identificadas trs

subreas distintas: uma delas processa fonemas vocalizao e articulao das palavras

(regio inferior frontal), outra analisa palavras correspondncia grafema-fonema (regio

parietal-temporal) e a ltima reconhece palavras e possibilita a leitura rpida e automtica

(regio occipital-temporal) cf. Figura 1. Os dislxicos parecem ter dificuldade em aceder s

reas localizadas na parte posterior do crebro, isto , s regies responsveis pela anlise

de palavras e pela automatizao da leitura, recorrendo mais rea de Broca (rea frontal

inferior esquerda) e a outras zonas do lado direito do crebro que fornecem pistas visuais.Na rea da psicolingustica constata-te a evidncia de que os indivduos que

apresentam um atraso na aquisio da linguagem experimentam dificuldades na leitura com

uma frequncia seis vezes superior queles com desenvolvimento normal (Citoler, 1996, cit.

por Cruz, 2009, p. 160). Foi ainda comprovado que as crianas que revelam altos ndices de

eficincia na linguagem oral em idades precoces apresentam maior probabilidade de se

tornarem bons leitores. Por ltimo, quando se compararam maus leitores com leitoresnormais verificou-se que os primeiros apresentam piores desempenhos em tarefas que

impliquem a produo, perceo, compreenso e segmentao da linguagem e tambm

memria lingustica; no entanto, foi tambm demonstrado que o treino de habilidades de

anlise da linguagem tem um efeito positivo no rendimento do autor (Citoler, 1996, cit. por

Cruz, 2009, p. 160).

Caraterizao

Nos testes de inteligncia, uma criana dislxica apresenta desempenhos superiores

nas funes no verbais, comparativamente s funes verbais (valores mais baixos nas

subescalas de memria de dgitos, aritmtica e cdigos), isto , um QI no verbal/de

realizao superior ao QI verbal.

Demonstra, ainda, insegurana e baixa autoestima, culpabilizando-se e sentindo-se,

muitas vezes, triste. Muitas destas crianas recusam-se a realizar atividades ligadas leitura

(e, por vezes, escrita tambm) com medo de revelarem os erros que cometem.

Estes alunos podem apresentar algumas ou vrias das seguintes caratersticas

(Nielsen, 1999, Torres & Fernndez, 2001; Cruz, 2009 e Moura, 2011):

Na expresso oral

- tm dificuldade em selecionar as palavras adequadas para comunicar (tanto a nvel

oral, como escrito);

- revelam pobreza de vocabulrio;

- elaboram frases curtas e simples e tm dificuldade na articulao de ideias;

Na leitura/escrita

- fazem uma soletrao defeituosa (leem palavra por palavra, slaba por slaba, ou

reconhecem letras isoladamente sem conseguir ler);

- na leitura silenciosa, murmuram ou movimentam os lbios;

- perdem a linha de leitura;

- apresentam problemas de compreenso semntica (na interpretao de textos);

- revelam dificuldades acentuadas ao nvel da conscincia fonolgica, isto , na

tomada de conscincia de que as palavras faladas e escritas so constitudas por fonemas;

- confundem/invertem/substituem letras, slabas ou palavras;

- na escrita espontnea (composies/redaes) mostram severas complicaes

(dificuldades na composio e organizao de ideias).

Outras competncias

- apresentam dificuldades em guardar e recuperar nomes, palavras, objetos e/ou

sequncias ou fatos passados: letras do alfabeto, dias da semana, meses do ano, datas,

horrios;

- no conseguem orientar-se no espao, sendo incapazes de distinguir, por exemplo,

a direita da esquerda (o que dificulta a orientao com mapas, globos);

- tm dificuldades nas disciplinas de Histria (em captar as sequncias temporais), de

Geografia (no estabelecimento de coordenadas) e Geometria (nas relaes espaciais);

- tm dificuldade na aprendizagem de uma segunda lngua;

- apresentam falta de destreza manual e, por vezes, caligrafia ilegvel (ver Disgrafia)- podero ter dificuldades com a matemtica (ver Discalculia), sobretudo na

assimilao de smbolos e em decorar a tabuada.

Assim, a dislexia poder estar associada a cada uma das outras dificuldades

especficas (Disgrafia, Disortografia e/ou Discalculia); h autores que analisam mesmo a

dislexia e a disortografia em conjunto, pois uma criana com dificuldades ao nvel da leitura

vai com certeza revelar tambm problemas ao nvel da escrita.

Interveno

Nunca tarde demais para ensinar dislxicos a ler e a processar informaes com

mais eficincia. Obviamente, no existe um tratamento padro adequado a todas as crianas

com dislexia, pelo que o recurso a uma interveno individualizada dever ser a

preocupao principal de quem quer ajudar.

importante recordar, tambm, que estas crianas revelam um ritmo de trabalho

mais lento quando comparado com os restantes colegas e, muitas vezes, incongruente, por

isso no de espantar que num dia consiga ler trs frases mas no dia seguinte apresente

graves dificuldades na leitura de uma palavra. H que dar tempo ao tempo e, acima de tudo,

motiv-la e refor-la sempre (por escassos que sejam os resultados positivos) lembre-se

que a leitura lhe exige um esforo enorme e se ela no faz melhor porque no consegue e

no porque no quer ou porque preguiosa. Quando errar, deve ser corrigida

imediatamente e deve ser explicado o motivo do erro e como evitar repeti-lo deve-se evitar se, ainda, obrig-la a ler em voz alta em frente dos familiares/colegas a no ser que ela

mostre vontade de o fazer; esta poder ser uma tarefa bastante dura e com repercusses

drsticas para o seu futuro desempenho.Na sala de aula, deve estar sentada numa mesa/secretria prxima do professor (e

no no fundo da sala), para que este possa auxili-la sempre que haja necessidade e para

que ela se sinta mais confortvel quando pretende esclarecer alguma dvida. Devem, ainda,

reduzir-se possveis focos de distrao, como algum colega mais conversador ou algum outro

barulho que a possa distrair; estas crianas j esto pouco motivadas para se concentrar, se

puderem evitar-se distraes ambientais tanto melhor, para ela e tambm para o professor.No momento da avaliao, devem evitar-se questes longas e complicadas, pois a

criana poder demorar mais tempo a tentar compreender a pergunta do que a dar a

resposta. Pode, por exemplo, ler as perguntas ou pedir auxlio ao professor de ensino

especial e/ou a um colega de turma, para que a criana compreenda o que solicitadoA este respeito, Hennigh (2003, p. 69) prope o recurso aos pares ou a tutoria entre

alunos de diferentes idades. Deste modo, a criana dislxica recebe a assistncia de que

pode necessitar quando o professor no est disponvel para um ensino individualizado e

as crianas apreciam o processo de aprendizagem quando interagem com outros alunos da

sala de aula ou de outras salas de aula. Esta poder ser uma forma de promover um bom

relacionamento da criana com os colegas, por exemplo, e/ou de auxiliar o professor,

quando tem uma turma com um grande nmero de alunos e, obviamente, lhe difcil

chegar a todos.

Um outro aspeto a ter em conta na interveno com estas crianas o recurso a uma

terapia multissensorial, isto , aprender pelo uso de todos os sentidos (Torres & Fernndez,

2001). Os mtodos multissensoriais so mtodos que combinam a viso, a audio e o tato

para ajudar a criana a ler e a soletrar corretamente as palavras. Assim, a criana comeapor observar o grafema escrito, depois escreve-o no ar com o dedo, escutando e

articulando a sua pronncia; posteriormente, deve cort-lo, mold-lo em

plasticina/fimo/barro e, de olhos fechados reconhec-lo pelo tato. A realizao destas

atividades favorece por isso a criao de imagens visuais, auditivas, cinestsicas, tcteis e

articulatrias que, de modo conjunto, incidem na globalizao ou unidade do processo de

leitura a escrita (p. 56)Os mesmos autores sugerem, ainda, o treino psicomotor (esquema corporal,

lateralidade, orientao espcio-temporal), percetivo-motor (capacidades visomotoras e

coordenao manual) e tambm psicolingustico (descodificao auditiva, visual, expresso

verbal, entre outros).

Por ltimo, importante referir a necessidade de articulao entre todas as pessoas

que intervm junto da criana. Rief e Heimburge (2000, p. 127) sublinham que os pais

devem estar dispostos a partilhar a partilhar informaes com os professores, assim como devem tentar

saber como podem ajudar e apoiar o professor de todas as maneiras possveis vice versa). extremamente importante que pais, professores, educadores estejam em

constante comunicao; s assim se garantir o rigor e qualidade do trabalho efetuado e se

evita, por exemplo, que as crianas estejam constantemente a realizar os mesmos exerccios

e a trabalhar as mesmas letras, pois para estas crianas H uma grande necessidade de

atividades diversificadas que envolvam tanto a expresso corporal como o sabor, o cheiro, a

cor e a expresso plstica. Aprender no falar sobre, fazer! e para aprender bem,

necessrio estar envolvido (Silva 2004, p. 44 e p. 56).

A Disgrafia

Definio

Etimologicamente, disgrafia deriva dos conceitos dis (desvio) + grafia (escrita), ou

seja, uma perturbao de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita do sujeito, no

que se refere ao seu traado ou grafia. (Torres & Fernndez, 2001, p. 127); prende-se com

a codificao escrita (), com problemas de execuo grfica e de escrita das palavras

(Cruz, 2009, p. 180).

A criana com disgrafia apresenta uma escrita desviante em relao norma/padro,

isto , uma caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal

proporcionadas (A.P.P.D.A.E., 2011b); a chamada letra feia.

Obviamente que uma criana em processo de aprendizagem da escrita apresenta,

naturalmente, dificuldades no traado das letras. Assim, durante este perodo, o professor

dever revelar especial ateno e fornecer as orientaes necessrias para que os alunos

realizem adequadamente a escrita, evitando, deste modo, na ausncia de outras

problemticas associadas, a permanncia de traados incorretos que, consequentemente,

podero evoluir para um quadro de disgrafia.

Causas

O estudo das causas da disgrafia complexo, pois so muitos os fatores que podem

levar a uma escrita alterada.Torres & Fernndez (2001) agrupam em trs tipos as causas da disgrafia: maturativas,

carateriais e pedaggicas. As primeiras esto relacionadas com perturbaes de lateralidade

e de eficincia psicomotora (motricidade, equilbrio). Estas crianas so desajeitadas do

ponto de vista motor (geralmente possuem idade motora inferior idade cronolgica) e

apresentam uma escrita irregular ao nvel da presso, velocidade e traado, bem como

perturbaes de organizao percetivo-motora, estruturao/orientao espacial e

interiorizao do esquema corporal. As causas carateriais, por seu lado, esto associadas a

fatores de personalidade, que podem, consequentemente, determinar o aspeto do grafismo

(estvel/instvel, lento/rpido), e tambm a fatores psicoafetivos, pois o sujeito reflete na

escrita o seu estado e tenso emocionais. As ltimas causas pedaggicas podero estar

relacionadas, por exemplo, com uma instruo/ensino rgido e inflexvel, com uma mudana

inadequada de letra de imprensa para letra manuscrita e/ou uma nfase excessiva na

qualidade ou rapidez da escrita.

Um outro autor, Cinel (2003) apresenta-nos cinco grupos de causas promotoras da

disgrafia:

- Distrbios na motricidade ampla e fina, relacionados com a falta de coordenao

entre o que a criana se prope fazer (inteno) e o que realiza (perturbaes no domnio do

corpo);

- Distrbios na coordenao visomotora, associada dificuldade no

acompanhamento (visual) do movimento dos membros superiores e/ou inferiores;

- Deficincia na organizao temporoespacial (direita/esquerda, frente/atrs/lado e

antes/depois);

- Problemas na lateralidade e direccionalidade (dominncia manual);

- Erros pedaggicos, relacionados com falhas no processo de ensino, estratgias

inadequadamente escolhidas pelos docentes ou mesmo desconhecimento deste problema.

Caraterizao

Vrios autores tm sugerido caratersticas comuns s crianas com disgrafia.

Contudo, importante saber que a apresentao de apenas um/dois dos comportamentos

que se seguem no suficiente para confirmar esta problemtica; a criana dever revelar o

conjunto (ou a quase totalidade) das seguintes condies:

- letra excessivamente grande (macrografia) ou pequena (micrografia);

- forma das letras irreconhecvel (por vezes distorcem, inclinam ou simplificam tanto

as letras que a escrita praticamente indecifrvel);

- traado exagerado e grosso (que vinca o papel) ou demasiado suave e impercetvel;

- grafismo trmulo ou com uma marcada irregularidade, originando variaes no

tamanhos dos grafemas;

- escrita demasiado rpida ou lenta;

- espaamento irregular das letras ou das palavras, que podem aparecer desligadas,

sobrepostas ou ilegveis ou, pelo contrrio, demasiado juntas;

- erros e borres que quase no deixam possibilidade para a leitura da escrita

(embora as crianas sejam capazes de ler o que escrevem);

- desorganizao geral na folha/texto;

- utilizao incorreta do instrumento com que escrevem (Ajuriaguerra et al., 1973 e

Casas, 1988, cits. por Cruz, 2009; Torres & Fernndez, 2001).Podero ainda observar-se uma srie de outros comportamentos, muitas vezes

associados a outras dificuldades especficas de aprendizagem (Disortografia, Dislexia e

Discalculia), abordadas nos restantes subcaptulos deste artigo.

Interveno

A experincia diz-nos que, para ajudar um aluno com disgrafia assim como com

qualquer outro distrbio , o educador deve, primeiramente, estabelecer uma boa relao

com a criana e faz-la perceber que a sua presena importante para a apoiar quando mais

precisa.

fundamental saber/sentir quando e qual a ajuda que deve providenciar a cada

momento, no deixando de elogiar a criana pelo seu esforo, mesmo que os resultados

nem sempre estejam de acordo com o expectvel; no entanto, deve tambm ter a

capacidade de perceber quando o aluno revela desmotivao e desinteresse e, se

necessrio, alterar a interveno, adequando procedimentos visando estimular a criana,

pois, na maior parte das ocasies, a m prestao sobretudo nossa, consequncia da

utilizao de estratgias/mtodos insuficientemente atrativos e interessantes. Por este

motivo, deve evitar-se aplicar mtodos chapa 5, generalizados e inflexveis.

Outro aspeto bastante importante o reforo positivo da caligrafia da criana.

Lembre-se que ela se esfora bastante por escrever corretamente e, mesmo que no

observe grandes progressos, v elogiando os (escassos) resultados. Afirmaes como Esse

p ficou mesmo perfeito!; Tiveste o cuidado de no ultrapassar a margem, muito bem!;

ou Hoje a tua letra est mesmo bonita! Andas a esforar-te muito!, podero surtir efeitos

extraordinrios! O processo de aprendizagem da escrita lento e longo e a criana a

primeira a achar a sua letra horrvel. Deve evitar-se, por isso mesmo, for-la a modificar

abruptamente a sua caligrafia.

Devem, tambm, contemplar-se os aspetos psicomotores, que determinam a abruptamente a sua caligrafia.

Devem, tambm, contemplar-se os aspetos psicomotores, que determinam a

capacidade grfica do indivduo.

Para Camargo (2008) a reeducao do grafismo est relacionada com trs fatores

fundamentais: desenvolvimento psicomotor, desenvolvimento do grafismo em si e

especificidade do grafismo da CrConsideraes Finais

Desde a dcada de 70, com a incluso dos alunos com Necessidades Educativas

Especiais nos estabelecimentos de ensino regular, que o sistema educativo passou a ser

caracterizado por uma populao heterognea. Como tal, tornou-se necessrio que as

escolas dispusessem de um conjunto de recursos (espaos fsicos, professores especializados

e outros tcnicos) que permitissem um sistema de apoio adequado a estas crianas.

Actualmente, este continua a ser o grande desafio que se coloca s escolas:

encontrar, para cada indivduo com dificuldades, as respostas adequadas s suas

necessidades especficas, mobilizando saberes de diferentes disciplinas, envolvendo vrios

profissionais, organizando os recursos que se sabe existirem.

Urge, portanto, que os docentes (das vrias disciplinas do ensino regular e do ensino

especial), mas tambm os psiclogos, os psicopedagogos e todos os outros profissionais que

diariamente interagem com estas crianas, estejam preparados para realizar uma

interveno adequada s necessidades dos seus alunos. E tambm o papel dos pais, em

articulao com os outros profissionais, de fulcral importncia no desenvolvimento dos

seus educandos, pois embora a criana passe grande parte do dia na escola, no deixa de

procurar em casa compreenso e auxlio perante as suas dificuldades.

Importa ainda realar que estas crianas podem precisar de apoio reforado em

momentos muito precisos do seu percurso escolar, tornando-se indispensvel que os que as

acompanham no seu percurso escolar renam as ferramentas necessrias para identificarem

esses perodos e responderem de forma eficaz, o que poder fazer toda a diferena num

futuro prximo.

Apesar de todos assumirmos papis/funes diferentes, partilhamos um mesmo

objetivo: o de melhorar as condies de aprendizagem do nosso educando e,

consequentemente, os resultados por ele alcanados.

Por isso, no desistam!

A Discalculia

Definio

Etimologicamente, discalculia deriva dos conceitos dis (desvio) + calculare

(calcular, contar), ou seja, um distrbio de aprendizagem que interfere negativamente

com as competncias de matemtica de alunos que, noutros aspetos, so normais. (Rebelo,

1998a, p. 230). Assim, trata-se de uma desordem neurolgica especfica que afeta a

habilidade de uma pessoa compreender e manipular nmeros. (Filho, 2007).

Indicadores estatsticos dizem-nos que a maior parte dos alunos revela problemas na

aprendizagem desta disciplina. Muitos deles no compreendem os enunciados dos problemas, outros demoram muito tempo a perceber se precisam de

somar/dividir/multiplicar e alguns no conseguem concluir uma operao aparentemente

simples. importante referir, no entanto, que estas dificuldades podem no estar associadas

a fatores como a preguia/desmotivao/desinteresse (como alguns pais/professores

julgam), mas relacionadas com a discalculia.

Causas

No existe uma causa nica e simples que possa justificar o aparecimento da

discalculia.

Os estudos efetuados nesta rea so recentes e as concluses no podem, ainda, ser

generalizadas. No entanto, tm sido feitas investigaes em vrios domnios, como a

neurologia, a lingustica, a psicologia, a gentica e a pedagogia (Silva, 2008b).

O desenvolvimento neurolgico caracterizado pelas diferentes funes do sistema

nervoso que se vo estabelecendo ordenada, progressiva e cronologicamente, ou seja, cada

nvel etrio de maturao corresponde ao desenvolvimento de novas funes (perceo,

espacio-temporal, lateralidade, ritmo) resultantes de experincias que produzam estmulos

adequados. Nesta linha, distinguem-se trs graus de imaturidade neurolgica que permitem

a definio de graus de discalculia correspondentes (Romagnoli, 2008): 1) grau leve, quando

a criana discalclica reage favoravelmente interveno teraputica; 2) grau mdio, que

coexiste com o quadro da maioria dos que apresentam dificuldades especficas em

matemtica; 3) grau limite, quando se verifica a existncia de uma leso neurolgica gerada

por traumatismos que provocam um dfice intelectual.

No domnio da lingustica, Cazenave (1972, cit. por Silva, 2008b) afirma que a

compreenso matemtica s possvel com a assimilao da linguagem, que tem um papel

fundamental na evoluo do intelecto de cada ser humano. Neste caso, um discalclico

apresenta deficiente elaborao do pensamento devido s dificuldades no processo de

interiorizao da linguagem. Estas crianas revelam dfices na compreenso de relaes e

tambm na sua reversibilidade e/ou generalizao; apresentam, ainda, dificuldades na

resoluo de problemas, mais especificamente no simbolismo numrico (correspondncia

nmero-quantidade), bem como na sua representao grfica.

Na rea da psicologia, as concluses apontam para o facto dos indivduos portadores

de alteraes psquicas se tornarem mais propensos a apresentar problemas de

aprendizagem, pois o aspeto emocional interfere no controlo de determinadas funes, caso

da memria, da ateno e da perceo, por exemplo.

Existem tambm explicaes de base gentica apontando para a determinao de

um gene responsvel pela transmisso dos transtornos ao nvel dos clculos. Embora

existam registos significativos de antecedentes familiares de crianas com discalculia que

tambm apresentam dificuldades na matemtica, os estudos de hereditariedade/gentica

carecem ainda de aprofundamento e comprovao.

Por ltimo, as concluses na rea da pedagogia vm apontar a discalculia como uma

dificuldade diretamente relacionada com os fenmenos que sucedem no processo de

aprendizagem, como mtodos de ensino desadequados, inadaptao escola, entre outros.Caraterizao

As crianas com discalculia apresentam, em testes de inteligncia, desempenhos

superiores nas funes verbais comparativamente s funes no verbais, isto , um QI

verbal superior ao QI no verbal/realizao.

So crianas que revelam um ritmo de trabalho muito lento usando, muitas vezes, os

dedos para contar. So ansiosas, desmotivadas e tm receio de fracassar, consequncia do

menosprezo ou represso por parte dos colegas de turma, professores e/ou pais/familiares.

Uma criana discalclica apresenta dificuldades a vrios nveis (Rebelo, 1998a; Vieira,

2004 cit. por Silva, 2008a; Filho, 2007; Sacramento, 2008; Cruz, 2009; A.P.P.D.A.E., 2011a e

Geary, 2011):

- na compreenso e memorizao de conceitos matemticos, regras e/ou frmulas;

- na sequenciao de nmeros (antecessor e sucessor) ou em dizer qual de dois o

maior;

- na diferenciao de esquerda/direita e de direes (norte, sul, este, oeste);

- na compreenso de unidades de medida;

- em tarefas que impliquem a passagem de tempo (ver as horas em relgios

analgicos);

- em tarefas que implicam lidar com dinheiro;

- na resoluo de operaes matemticas atravs de um problema proposto (podem

compreender 3+2=5, mas incapazes de resolver A Maria tem trs bolas e o Joo tem

duas; quantas bolas tm no total?);

- na correspondncia um a um/correspondncia recproca;

- na conservao de quantidades;

- na utilizao do compasso ou at mesmo da calculadora (reconhecimento dos

dgitos e smbolos matemticos).

Estas dificuldades podem conduzir, em casos extremos, a uma fobia matemtica.

Interveno

A matemtica uma disciplina extremamente importante para o dia-a-dia, uma vez

que se lida com nmeros e realizam-se clculos em inmeras situaes do quotidiano. Deste

modo, o primeiro aspeto a ter em conta na interveno com uma criana com discalculia ,

precisamente, faz-la perceber o qus concretos que promovam a manipulao

por parte da criana: importante que a criana possa observar, tocar, mexer num cubo

quando est, por exemplo, a aprender os slidos geomtricos, caso contrrio ser difcil

compreender as noes de lado, vrtice e aresta.

O uso da calculadora deve ser permitido, bem como a consulta da tabuada, pois estas

crianas tm, tal como j foi referido, dificuldades ao nvel da memria; assim, podem ser

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DIFERENTES DEFICINCIAS E SEUSCONCEITOS

Deficincia:

" Toda perda ou anomalia de uma estrutura ou funo psicolgica, fisiolgica ou anatmica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padro considerado normal para o ser humano. " (Decreto 3.298/99)

1. Deficincia Mental:

Ela manifesta-se antes dos 18 anos e caracteriza-se porregistrar

um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da mdia, com limitaes associadas a duas ou mais reas de conduta adaptativa ou da capacidade do indivduo em responder adequadamente s demandas da sociedade. (Associao Americana de Deficincia Mental - AAMD).

A deficincia mental pode ser de nvel:

LEVE: As pessoas com esse nvel de deficincia podem desenvolverhabilidades escolarese profissionais. Chegando, inclusive a prover a sua manuteno, muito embora necessitem, algumas vezes, de ajuda e orientao em situaes sociais diferentes daquelas a que esto acostumados.

MODERADO: O indivduocom deficinciamental moderada tem capacidade insuficiente de desenvolvimento social. Mas poder manter-se economicamente atravs de programas supervisionados de trabalho.

SEVERO: As pessoas portadoras de deficincia mental de nvel severo, apresentam pouco desenvolvimento motor e mnimodesenvolvimento de linguagem. Podero contribuir apenas parcialmente para sua subsistncia, em ambientes controlados.

- PROFUNDO: As pessoas com a deficincia nesse nvel tem um retardo intenso e a capacidade sensorial motora mnima. Mesmo, com suas dificuldades h possibilidades de adquirirem hbitos de cuidados pessoais, atravs de programas de " condicionamento operante".

O diagnstico oriundo da rea da medicina e dapsicologiadefine o deficiente mental como: pessoas que apresentam dificuldades psicolgicas devido a patologias orgnicas neurolgicas. A origem dessa patologia orgnica est na

gestao com problemas ou parto dificil.

Apresento aqui uma classificao didtica para osdeficientes mentais: DEFICIENTES MENTAIS EDUCVEIS: Classificao pedaggica que pretende

definir uma parcela da populao como alunos considerados capazes de aprender contedos escolares equivalentes aos dos primeiros anos escolares e a ter uma certa autonomia, podendo, inclusive, exercer algumaforma de trabalhointegrado.

DEFICIENTES MENTAIS TREIN VEIS: Inclui uma parcela da populao consideradaincapaz de aprenderqualquer contedo da escola formal. Para

estes alunos, em geral, projeta-se um trabalho de socializao e aprendizagem de condutas bsicas para o convvio social. Comumente, quando tem acesso educao freqentamescolas especiaispor toda sua vida escolar e, quando

adultos, so encaminhados para oficinas protegidas, onde exercem pseudo atividades produtivas, geralmente gerenciadas por organizaes no governamentais da comunidade diretamente envolvida.

DEFICIENTES MENTAIS DEPENDETES: Aqui se fala de sujeitos que, especialmente pordoenas comorigens neurolgicas, se tomam incapazes de qualquer convvio social, j que dependem deajuda paraatividades bsicas, tal como alimentar-se, ou vestir-se sozinho. Freqentam instituies de cuidado e assistncia social, muitas vezes sustentadas por entidades religiosas.

a) Sndrome de Down:

A Sndrome de Down constitui um arqutipo de distrbio gentico relacionado deficincia mental, sendo descrita como uma forma especfica de deficincia mental associada com certas caractersticas fsicas. Embora tenha sido reconhecida desde 1866 por John Langdon Down, a referida sndrome teve a sua causa esclareci da apenas em 1959, quando o cientista francs Gerome Lejeune e colaboradores verificaram a sua associao com a presena de cromossoma 21 adicional. Dados recentes do ProjetoGenoma Humano, mostram que o cromossomo 21 o menor dos autossomos com cerca de 225 genes, o que pode explicar os efeitos fenotpicos menos importantes nesta sndrome que em outras trissomias dos cromossomos autossomos. A presena tripla da banda cromossmica 21 q22 considerada crtica para a manifestao do fentipo Down, incluindo o retardamento mental.

Oportadorda Sndrome de Downapresentacaractersticas fenotpicas que incluem deficincia mental, severos problemas periodontais e malformaes cardacas. Aproximadamente 40% dos indivduos com sndrome de Down possuem defeitos nas vlvulas atrioventriculares.

Apessoa comsndrome de Down possui dificuldades de adaptao social:atraso no desenvolvimentomental (de leve a moderado) e motor; e crescimento fsico lento, cessando numa idade mais precoce. A dificuldade de adaptao social rpida a novas situaes e ambientes, causa dificuldades no aprendizado e lentido na realizao de novas propostas.

b) Sindrome de Angelman:

Descrita em 1965, pelo mdico ingls Harry Angelman, caracteriza-se por apresentar geralmente hipertonia, ausncia de fala, riso excessivo e crises convulsivas. Incidncia estimada de 1 caso para 15.000 - 3.000 nascidos.

O diagnstico baseado emdados clnicose no achado de deleo do cromossoma 15 em aproximadamente 70% dos indivduos com a Sindrome.

A Sndrome geralmente ocorre por genes ativados herdados da me, porm tem-se visto hoje que existem vrios mecanismos genticos que conduzem Sindrome de Angelman. Atinge ambos os sexos.

Dentre osaspectos clnicosmais relevantes destacam-se: Atraso no desenvolvimento evidenciado entre 6 e 12meses de idade, com diagnstico mais freqente aps os 3 anos de idade; A comunicao receptiva, no verbal mais eficiente do que a comunicao verbal; Combinao de riso - sorriso imotivado, aparncia de felicidade; Personalidade excitvel, gerando agitao psicomotora, movimento de asas nas mo; Distrbio da ateno, se ligando vrios estmulos por pouco tempo.

c) Sndrome de Tourette:

A Sndrome de Tourette (ST) umdistrbio neurolgicoou "neuro-qumico" que se caracteriza por tiques - movimentos abruptos, rpidos e involuntrios ou por vocalizaes que ocorrem repetidamente com o mesmo padro.

Seus sintomas incluem:

Tiques motores mltiplos e pelo menos um tique voclico precisam estar presentespor algum tempodurante a doena, porm no necessariamente de forma simultnea;

A periodicidade dos tiques muitas vezes ao dia (geralmente em salvas), quase todo dia ou intermitentemente ao longo de pelo menos um ano;

H uma variao peridica no nmero, na freqncia, no tipo e localizao dos tiques; tambm a intensidade dos sintomas tem um carter flutuante. Os sintomas podem chegar at a desaparecer por semanas ou alguns meses; e incio antes dos 18anos de idade

O termo "involuntrios", usado para descrever os tiques da ST, fonte de alguma controvrsia, pois que se sabe que a maioria dos portadores consegue um limitado controle sobre seus sintomas. Porm se sabe que este limitado controle, que se consegue exercer durante alguns segundos ou at horas, se faz s custas de um adiamento que resulta por fim em uma salva muito intensa dos tiques que estavam sendo inibidos. Os tiques so vivenciados como algo irresistvel (como por exemplo a necessidade de espirrar) e que precisa por fim se manifestar. As pessoas com ST muitas vezes procuram um local escondido para dar vazo a seus tiques aps t-Ios inibido a duras penas na escola ou no trabalho. tpico dos tiques serem exacerbados (porm no causados) por estresse e diminurem com o relaxamento ou com a concentrao em uma tarefa aprazvel. Os indivduos lutam no s contra a doena em si mesma, mas tambm contra o estigma social de que so vtimas.

H duas categorias de tiques na Sndrome de Tourette e eis alguns exemplos: Simples:

Motores - Piscar os olhos, repuxar a cabea, encolher os ombros, fazer caretas;

Vocais - Pigarrear, limpar a garganta, grunhir, estalidos com a lngua, fungar e outros rudos

Complexos:

Motores - Pular, tocar pessoas ou coisas, cheirar, retorcer-se e, embora muito raramente, atos de auto-agresso, tais como machucar-se ou morder a si prprio;

Vocais - Pronunciar palavras ou frases comuns porm fora do contexto, ecolalia (repetio de um som, palavra ou frase de h pouco escutados) e, em raros casos, coprolalia (dizer palavras ou expresses socialmente inaceitveis; podem ser insultos, palavras de baixo calo ou obscenidades). A margem de expresso de tiques ou sintomas assemelhados na ST imensa. A complexidade de alguns sintomas freqentemente surpreende e confunde os familiares, amigos, professores e empregadores que dificilmente acreditam que as manifestaes motoras ou vocais sejam "involuntrias".

A freqncia de distrbios associados ainda um ponto controverso entre os especialistas porm alguns dos portadores de ST podem ter problemas adicionais tais como:

Obsesses - representaes, idias ou pensamentos repetitivos, indesejados ou incmodos.

Compulses - comportamentos repetitivos, freqentemente ritualizados em que o indivduo tem a sensao de que algo precisa ser executado de uma forma muito especfica e correta, e novamente. Exemplos incluem tocar um objeto com uma mo e depois com a outra para que "as coisas permaneam iguais", ou checar repetidas vezes se a chama do fogo est apagada. As crianas costumam pedir aos pais que repitam uma sentena muitas vezes at que "o som fique certo".

Transtorno de Dficit de Ateno (com ou sem Hiperatividade) ou Transtornos Hipercinticos - As crianas podem apresentar sinais de hiperatividade antes do surgimento dos sintomas da ST. Indcios do transtorno de hiperatividade e dficit de ateno podem ser: dificuldade de se concentrar, no conseguir completar as tarefas iniciadas, dar a impresso de que no escuta o que se lhe dito, distrair-se facilmente, agir de forma intempestiva, frustar-se ou desistir facilmente, pular constantemente de uma atividade para outra, necessitar de muita superviso para levar a cabo uma tarefa ou uma inquietao generalizada. Os adultos podem exibir sinais de TDAH tais como comportamento francamente impulsivo, dificuldades de concentrao e necessidade de mover-se constantemente. Transtorno de dficit de ateno sem hiperatividade inclui todos os itens citados anteriormente exceto pelo alto grau de atividade.

Transtornos Especficos do Aprendizado - em alguns casos podem estar presentes, tais como dislexia, dificuldades escrita ou leitura, ou problemas na integrao visual-motora.

Problemas reativos - resultantes das dificuldades dirias enfrentadas como estigmatizao, baixa auto-estima proveniente dos sintomas, dificuldades de ateno acarretando baixo rendimento acadmico, so fatores que podem levar a estados depressivos.

Distrbios do sono - podem ocorrer como sonambulismo, dificuldade em conciliar o sono ou despertares freqentes. Dificuldade em controlar os impulsos - que pode resultar em comportamentos imprprios, explosivos ou excessivamente agressivos.

Na maioria das vezes o primeiro sintoma que aparece um tique facial, como por exemplo piscar muito rpido dos olhos ou tores da boca. Todavia, sonorizaes involuntrias, tais como pigarrear ou fungar, ou tiques afetando os membros podem tambm ser os sintomas iniciais. Em alguns casos o distrbio irrompe abruptamente com mltiplos sintomas de movimentos anmalos e tiques vocais.

A causa no foi ainda definitivamente encontrada, mas as pesquisas atuais mostram forte evidncia de que o problema se origina de anomalias metablicas de pelo menos um neurotransmissor cerebral chamado dopamina. Provavelmente outros neurotransmissores, tais como serotonina tambm esto implicados em sua gnese

O diagnstico se faz observando-se os sinais e sintomas e pelo histrico do surgimento dos sintomas. Nenhum exame de sangue ou de imagem ou de qualquer outro tipo estabelece o diagnstico de ST. No entanto o mdico pode solicitar alguma investigao complementar (EEG, tomografia ou certas anlises sangneas) para descartar outras doenas raras que em um caso especfico pudessem estar presentes e expressar sintomas semelhantes aos