artigo coaching liderança no século xxi

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Liderança no Século XXI Embora o termo “Organizational Learning” tenha se popularizado com a publicação, em 1990 de “The Fifth Discipline”, de Peter Sange, professor do MIT, a criação do conceito deve-se aos professores Chris Argyris e Donald Schon em 1978, com a publicação de “Organizational Learning: A Teory of Action Pespective. Estes estudos precederam uma vasta literatura publicada nos anos seguintes, com ênfase na gestão do conhecimento e do capital humano. Estas publicações demonstram que o conhecimento 1 , ou seja, a informação estruturada que tem valor para a organização, ganhou predominância sobre os demais recursos da organização. Neste sentido, entende-se que a organização que aprende adquire vantagem sobre a demais, pois é capaz se adaptar com maior velocidade às mudanças. A grande questão é que a organização não aprende nada... Quem aprende são pessoas. Por isso, criar e fortalecer uma cultura de pessoas que aprendem é fundamental na nova economia. Posta essa perspectiva, parece evidente que o papel da liderança neste início do século XXI seja fomentar nos liderados a capacidade de se adaptar a novas realidades, aumentar o nível de resiliência dos indivíduos e fortalecer uma cultura de alta performance organizacional. Para alcançar os objetivos acima, as práticas de gestão baseadas em comando e controle e foco em tarefas não parecem ser as mais adequadas. Isto porque essas práticas coíbem a inovação, reforçam o entendimento em que o líder é um expert, e por isso, deve ser obedecido, enquanto a equipe está lá, servindo-o. As modernas práticas de gestão, pelo contrário, reforçam a posição de um líder como um coach, ou seja, entendem que o líder deve responsabilizar-se por gerar desenvolvimento à sua equipe, para que criem alternativas e sejam menos dependentes do líder. O foco muda da tarefa para as pessoas; são pessoas que entregam os projetos. As avaliações de desempenho passam a ser constantes e não mais um evento anual, possibilitando melhorias em menor prazo de tempo e com maior eficiência. As estruturas de comando são reduzidas e tendem a ser em rede ou celular, ao invés do modelo militar. Neste novo estilo de liderança, o Coaching assume papel crítico no sucesso da equipe. O líder passa a desenvolver as competências de seus colaboradores, pois entende que estas afetam diretamente a produtividade da equipe.

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Outubro 2013

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Page 1: Artigo coaching liderança no século XXI

Liderança no Século XXI    

Embora o termo “Organizational Learning” tenha se popularizado com a

publicação, em 1990 de “The Fifth Discipline”, de Peter Sange, professor do MIT, a

criação do conceito deve-se aos professores Chris Argyris e Donald Schon em 1978,

com a publicação de “Organizational Learning: A Teory of Action Pespective”. Estes

estudos precederam uma vasta literatura publicada nos anos seguintes, com ênfase na

gestão do conhecimento e do capital humano.  

Estas publicações demonstram que o conhecimento1, ou seja, a informação

estruturada que tem valor para a organização, ganhou predominância sobre os demais

recursos da organização. Neste sentido, entende-se que a organização que aprende

adquire vantagem sobre a demais, pois é capaz se adaptar com maior velocidade às

mudanças. A grande questão é que a organização não aprende nada... Quem aprende

são pessoas. Por isso, criar e fortalecer uma cultura de pessoas que aprendem é

fundamental na nova economia.  

Posta essa perspectiva, parece evidente que o papel da liderança neste início

do século XXI seja fomentar nos liderados a capacidade de se adaptar a novas

realidades, aumentar o nível de resiliência dos indivíduos e fortalecer uma cultura de

alta performance organizacional.  

Para alcançar os objetivos acima, as práticas de gestão baseadas em comando

e controle e foco em tarefas não parecem ser as mais adequadas. Isto porque essas

práticas coíbem a inovação, reforçam o entendimento em que o líder é um expert, e

por isso, deve ser obedecido, enquanto a equipe está lá, servindo-o. As modernas

práticas de gestão, pelo contrário, reforçam a posição de um líder como um coach, ou

seja, entendem que o líder deve responsabilizar-se por gerar desenvolvimento à sua

equipe, para que criem alternativas e sejam menos dependentes do líder. O foco muda

da tarefa para as pessoas; são pessoas que entregam os projetos. As avaliações de

desempenho passam a ser constantes e não mais um evento anual, possibilitando

melhorias em menor prazo de tempo e com maior eficiência. As estruturas de

comando são reduzidas e tendem a ser em rede ou celular, ao invés do modelo militar.  

Neste novo estilo de liderança, o Coaching assume papel crítico no sucesso da

equipe. O líder passa a desenvolver as competências de seus colaboradores, pois

entende que estas afetam diretamente a produtividade da equipe.  

Page 2: Artigo coaching liderança no século XXI

O resultado, em última análise, deste novo modelo de liderança é um líder

criador de líderes. Cada líder atua como mentor e coach para desenvolver os seus

liderados.  

A gestão de talentos de uma organização influenciará diretamente na sucessão

da organização e, por consequência, a sua perpetuação no futuro.  

Como está a gestão da sua empresa? Você ainda gerencia pelo medo? Manda

quem pode e obedece quem tem juízo?  

Caso entenda que sua cultura organizacional não favorece as melhores práticas

em gestão, procure um coach ou um consultor. Certamente estes profissionais poderão

auxiliá-lo a desenvolver uma nova estratégia, em que a adaptabilidade e o

conhecimento sejam alicerces de uma cultura de alta performance.  

Sucesso!  

   

Gabriel Santa Rosa  

Coach & Career Development

about.me/gabrielsantarosa  

[email protected]  

       1- CHIAVENTATO, I; Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente e moderna da administração das organizações – 7ª ed., 2003, página 593.