arquivo - jornal gamboa digital - ed. 47 (fev/mar/2011)

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Ano 11 N o 47 Fevereiro/Março/2011 Publicação Educativo-Cultural Distribuição Gratuita Boa Nova-BA As ações de dois órgãos ligados às questões ambientais em Boa Nova podem ser entendidas como importantes reforços para o setor. Um deles é a Diretoria Municipal de Meio Ambi- ente e Recursos Hídricos, que, mesmo contando com uma equi- pe bastante enxuta (apenas dois funcionários: Sílvia Helena Quirino França, na função de diretora, e Josafá Sampaio de Almeida, como fiscal ambiental), vem se esforçando para cum- prir o seu papel institucional de defesa do meio ambiente. De forma prática, o órgão vem buscando firmar ou estrei- tar parcerias com entidades como Embasa, SAVE Brasil, Polí- cia Militar, Polícia Civil e o COMMARH (Conselho Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos). Segundo Sílvia Hele- na, na sua gestão já foram feitas ações de apoio às pesquisas acadêmicas da fauna e flora de Boa Nova, pales- tras de conscientização junto a proprietários rurais e madeireiros da região, recebimento e apuração de denúncias de crimes ambientais; fiscalizações, estruturação do COMMARH e plantio de árvores (até o momento já foram plantadas mais de 250 mudas de espécies diversas e aguarda a chegada de mais 200 para serem plantadas em locais previ- amente sugeridos pelo COMMARH). Ela informou ainda que para este ano o principal objetivo da Diretoria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos é focar mais em ações preventi- vas contra a extração irregular de madeira, princi- palmente na região da mata (vide cartaz à página 7) e na fiscalização e apuração de denúncias através de atuações conjuntas com os citados parceiros e outros órgãos municipais, estaduais, federais e do terceiro setor. O segundo órgão é o COMMARH, que teve a composição de seus membros renovada através do Decreto Municipal no 025/2010, de 30 de novembro de 2010. Este Conselho vem se tornando um impor- tante espaço para debates e encaminhamento das questões ambientais no município, com reuniões aber- Reforços para o meio ambiente Visita do COMMARH à Mata de Cipó, na região da Torre. Da esq. p/ dir., Edson Luiz, Elaine Barros, Luiz Moraes, Gabriela Ribeiro, Mirela Oliveira, Cibele de Sá, Sílvia Quirino, Josafá Sampaio, Márcio dos Santos e Adilson dos Santos Lixão do município, atualmente localizado em área dentro do Parque Nacional de Boa Nova tas à comunidade (sempre muito bem frequentadas, diga-se de passagem). No desempenho de suas funções, o COMMARH vem trabalhando em duas vertentes: a primeira, de caráter mais in- terna, tem por objetivo sensibilizar e apre- sentar aos conselheiros a realidade am- biental de Boa Nova e proporcionar um conhecimento mais detalhado sobre o Parque Nacional e o Refúgio de Vida Sil- vestre de Boa Nova, recém criados. Neste contexto, promoveu no dia 22 de fevereiro deste ano, com o apoio da Di- retoria Municipal do Meio Ambiente, uma visita dos conselheiros a áreas distintas do parque (Mata de Cipó e Mata Úmi- da), onde tiveram uma aula sobre a di- versidade de cada bioma, limites do par- que, fauna e flora de cada bioma, espéci- es em extinção etc.. Outras visitas com finalidades educativas deverão acontecer nos próximos meses. Na vertente exter- na o COMMARH vem apoiando a Dire- toria Municipal do Meio Ambiente nas ações de fiscalização e nos encaminhamentos posteriores das ações realizadas. Atualmente o COMMARH apresenta a seguinte composi- ção: cinco titulares e cinco suplentes representando órgãos do Executivo Municipal (Diretoria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e as Secretarias de Educação, Saúde, Agricultura e Expansão Econômica e de Assistência Social) e cinco membros titulares e cinco suplentes representando entidades não gover- namentais (Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Santa Madalena, Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia – APLB–Boa Nova, ABACS – Associação Boano- vense dos Agentes Comunitários de Saúde, SAVE Brasil, IAM – Instituto Adroaldo Moraes e Grupo Cultural de Boa Nova.

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Esta edição traz, duas páginas a mais do que a impressa, sendo divulgada após a sua circulação em Boa Nova e em outras cidades. A ampliação facilita a inserção de outras matérias após o fechamento da edição.

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Ano 11 No 47 Fevereiro/Março/2011 Publicação Educativo-Cultural Distribuição Gratuita Boa Nova-BA

As ações de dois órgãos ligados às questões ambientais emBoa Nova podem ser entendidas como importantes reforçospara o setor. Um deles é a Diretoria Municipal de Meio Ambi-ente e Recursos Hídricos, que, mesmo contando com uma equi-pe bastante enxuta (apenas dois funcionários: Sílvia HelenaQuirino França, na função de diretora, e Josafá Sampaio deAlmeida, como fiscal ambiental), vem se esforçando para cum-prir o seu papel institucional de defesa do meio ambiente.

De forma prática, o órgão vem buscando firmar ou estrei-tar parcerias com entidades como Embasa, SAVE Brasil, Polí-cia Militar, Polícia Civil e o COMMARH (Conselho Municipalde Meio Ambiente e Recursos Hídricos). Segundo Sílvia Hele-na, na sua gestão já foram feitas ações de apoio às pesquisasacadêmicas da fauna e flora de Boa Nova, pales-tras de conscientização junto a proprietários ruraise madeireiros da região, recebimento e apuraçãode denúncias de crimes ambientais; fiscalizações,estruturação do COMMARH e plantio de árvores(até o momento já foram plantadas mais de 250mudas de espécies diversas e aguarda a chegadade mais 200 para serem plantadas em locais previ-amente sugeridos pelo COMMARH).

Ela informou ainda que para este ano o principalobjetivo da Diretoria Municipal de Meio Ambiente eRecursos Hídricos é focar mais em ações preventi-vas contra a extração irregular de madeira, princi-palmente na região da mata (vide cartaz à página 7)e na fiscalização e apuração de denúncias atravésde atuações conjuntas com os citados parceirose outros órgãos municipais, estaduais, federaise do terceiro setor.

O segundo órgão é o COMMARH, que teve acomposição de seus membros renovada através doDecreto Municipal no 025/2010, de 30 de novembrode 2010. Este Conselho vem se tornando um impor-tante espaço para debates e encaminhamento dasquestões ambientais no município, com reuniões aber-

Reforços para o meio ambiente

Visita do COMMARH à Mata de Cipó, na região da Torre. Da esq. p/ dir., Edson Luiz,Elaine Barros, Luiz Moraes, Gabriela Ribeiro, Mirela Oliveira, Cibele de Sá, Sílvia

Quirino, Josafá Sampaio, Márcio dos Santos e Adilson dos Santos

Lixão do município, atualmente localizado em área dentro do Parque Nacional de Boa Nova

tas à comunidade (sempre muito bemfrequentadas, diga-se de passagem).

No desempenho de suas funções, oCOMMARH vem trabalhando em duasvertentes: a primeira, de caráter mais in-terna, tem por objetivo sensibilizar e apre-sentar aos conselheiros a realidade am-biental de Boa Nova e proporcionar umconhecimento mais detalhado sobre oParque Nacional e o Refúgio de Vida Sil-vestre de Boa Nova, recém criados.Neste contexto, promoveu no dia 22 defevereiro deste ano, com o apoio da Di-retoria Municipal do Meio Ambiente, umavisita dos conselheiros a áreas distintasdo parque (Mata de Cipó e Mata Úmi-da), onde tiveram uma aula sobre a di-versidade de cada bioma, limites do par-que, fauna e flora de cada bioma, espéci-es em extinção etc.. Outras visitas comfinalidades educativas deverão acontecernos próximos meses. Na vertente exter-na o COMMARH vem apoiando a Dire-

toria Municipal do Meio Ambiente nas ações de fiscalização enos encaminhamentos posteriores das ações realizadas.

Atualmente o COMMARH apresenta a seguinte composi-ção: cinco titulares e cinco suplentes representando órgãos doExecutivo Municipal (Diretoria de Meio Ambiente e RecursosHídricos e as Secretarias de Educação, Saúde, Agricultura eExpansão Econômica e de Assistência Social) e cinco membrostitulares e cinco suplentes representando entidades não gover-namentais (Associação dos Pequenos Produtores Rurais de SantaMadalena, Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estadoda Bahia – APLB–Boa Nova, ABACS – Associação Boano-vense dos Agentes Comunitários de Saúde, SAVE Brasil, IAM– Instituto Adroaldo Moraes e Grupo Cultural de Boa Nova.

2 Gamboa Fevereiro/Março/11

Quase todos os pequenos municípios brasileiros in-vestem muito no transporte de estudantes para cur-sarem faculdades nos centros maiores ou grandes cen-tros. Não resta dúvida de que é um investimento quevale a pena. É uma atitude louvável dos dirigentesmunicipais. Mas há outra opção que pode ser menosonerosa tanto para o estudante quanto para o poderpúblico municipal.

Refiro-me ao ensino à distância, modalidade em que oestudante estuda em casa, via internet, e vai ao Pólo deApoio Presencial de vez em quando para fazer provas.Creio que todos os municípios deveriam fazer um grandeesforço para instalar esses pólos, facilitando, assim, a vidados estudantes universitários e economizando tempo edinheiro de ambas as partes.

O ideal seria conseguir um pólo da Universida-de Aberta do Brasil (UAB), como fez o municípiode Votorantim-SP e tantos outros municípios portodo o Brasil. Mas é importante também criar pó-los de universidades particulares que estão creden-ciadas pelo MEC (Ministério da Educação) para oensino à distância, tais como ANHANGUERA,UNICID, UNIP, UMESP, ULBRA, UNIGRAN,UNISUL, UNICSUL e outras.

Muitos municípios já possuem em suas escolas de en-sino fundamental a infra-estrutura adequada para a insta-lação de pólos de apoio para o ensino à distância. Precisasó de vontade política para incrementar o assunto.

O ensino à distância está fazendo uma revolução naeducação brasileira, como já vinha acontecendo na Euro-pa e nos Estados Unidos. Quase todos os cursos já po-dem ser feitos à distância em instituições credenciadaspelo MEC. Acho isso uma maravilha.

(Adriano Pereira de Oliveira é pastor da IgrejaBatista, educador e consultor jurídico em Tapiraí-SP. Baiano de Jequié, ele foi batizado em Boa Nova,onde possui parentes e amigos. Visite seu blog:www.tapiradri.blogspot.com)

Cinco da manhã e lá jáestão eles esperando ansio-samente pelo primeiro goledo dia, na porta de um bote-quim. Este cenário deprimen-te é a realidade de algunsboanovenses que já se tor-naram dependentes do álcool.São pessoas de faixa etária de25 a 50 anos. Até mesmopais de família, que deveri-am dar exemplos aos seusfilhos, os tornam alvos destadependência.

O álcool passa a ser umaameaça quando não seexerce mais controle sobreele. Geralmente o alcoólatranão consegue admitir quetem problemas com álcoolporque, na verdade, ele nãotem intenção de parar debeber. Isto ocorre devido aocérebro, o órgão que moni-tora sua condição física,mental e emocional, funcio-nar mal quando está sobre-carregado com bebidas al-coólicas, tornando-o incapazde modo preciso.

O consumo exageradodo álcool pode acarretarvários problemas de saúde,tais como câncer, hepatitealcoólica, cirrose, pancrea-tite, baixo teor de açúcar no

Educação à distância:a solução p ara os

pequenos municípiosAdriano Pereira de Oliveira

Alcoolismo:uma dependência

perigosaTaiane Bomfim dos Santos Ferreira

sangue de pessoas diabéti-cas, síndrome alcoólica fe-tal, derrame ou insuficiênciacardíaca. Estas são apenaspara mencionar algumas daconsequências.

Embora os familiares ten-tem ajudar, dificilmente sãobem sucedidos. Tornam-sesuscetíveis a agressões físi-cas e verbais, além de sofre-rem ao ver pessoas as quaisamam se definhando porcausa da bebida.

Estabelecer limites nemsempre é fácil. Portanto, sevocê perceber que tem ten-dência a se tornar um de-pendente, procure ajuda deum profissional de saúde, deum familiar ou de um ami-go. O uso imoderado da be-bida o priva de desfrutar dacompanhia das pessoas queo amam, de conquistar seusobjetivos. A vida se tornaembaçada, deixando-o inca-paz de enxergar o que real-mente é de valor: a vida.

(Taiane Bomfim dosSantos Ferreira é profes-sora de Língua Portugue-sa do Ensino Fundamen-tal II da rede municipalem Boa Nova)

Colaboraram nesta edição:Adriano Oliveira, Agnólia Ferreira, Cibele de Sá, Edson Ribeiro, JhonnyLopes, Lucivalter Almeida, Luiz Moraes, Paulo Neuman, Sheyla Alencare Taiane Ferreira.

Expediente Jornal GAMBOA

Impressão: Tribuna Editora GráficaViçosa-MG

Editor/Jornalista Responsável:Roberto D´arte

Editoração e edição de imagem:Anderson Miranda

Endereço:Rua Vaz de Melo 40 - CentroViçosa-MG - CEP 36570-000E-mail: [email protected]

O GAMBOA está vinculado ao IAM(Instituto Adroaldo Moraes)E-mail: [email protected]

Os artigos assinados do Gamboa são de inteira responsabilidade de seus autores

Fevereiro/Março/11 Gamboa 3

Continuando nossos textossobre as aves boanovenses, nes-ta edição falaremos um poucodos "injustiçados" urubus. Estesanimais se especializaram em sealimentar de carne em putrefa-ção de todo e qualquer animalmorto. Apesar de, num primeiroinstante, ser símbolo de sujeira emau gosto para a maioria dos se-res humanos, ou urubus realizamum papel fundamental na limpe-za do ambiente.

Fique, na verdade, feliz ao verurubus numa carniça; sem eles omau cheiro daquele animal mor-to se prolongaria por muitos dias.Além dessa característica insóli-ta de se alimentar de carniça, ourubu possui inúmeras outrasadaptações. Vamos conhecer al-gumas? Eles têm um alto poderolfativo, podem sentir o odor deum animal morto a quilômetrosde distância. São imunes ao bo-tulismo (doença bacteriana) quecom certeza habita os cadáveres.Têm uma visão aguçada, poispodem visualizar um animal mor-to de 30 cm no solo mesmo vo-ando a 3 km de altura (Sick 1997).Aproveitam as correntes de arquente para se elevar sem o mí-nimo esforço energético; você já

Aves, Taxonomia e Folclore Popular

Os urubus cabeça-preta, cabeça-vermelha e cabeça-amarela ainda são encontrados em Boa Nova

viu como nas alturas os urubuspraticamente não batem asas?

Enfim, os urubus são ou nãosão aves extremamente interes-santes? Em Boa Nova ocorrem4 espécies, sendo que três de-las você pode observar sobre-voando a cidade. A primeira éo urubu de cabeça-preta, queé todo negro e que possui onome cientifico de Coragypsatratus, sendo esta última pala-vra derivada do latim e que sig-nifica "cobrir de preto" ou "ves-tido de luto". O segundo é ourubu-de-cabeça-vermelhana ciência é chamado de Ca-thartes aura (Cathartes ou Ka-thartes é um termo grego quesignifica purificador e aura sederivou do nome indígena me-xicano aurouá, que era comoeste urubu era chamado pelosnativos daquela terra). Quemtambém se aproxima do ambi-ente urbano é o urubu-de-ca-beça-amarela (Cathartes bur-rovianus), espécie que curiosa-mente gosta muitos de frutos,como os cocos da palmeira-den-dê. Por fim, nos ambientes flo-restais, mesmo que raro, aindaocorre por aqui o urubu-rei(Sarcoramphus papa). Sarco-

ramphus vem do grego sarx,que é igual a carnudo, carneesponjosa + ramphos, que éigual a bico. Esse nome faz re-ferência à barbela carnuda exis-tente sobre o bico desse animal(Frish 2005). O urubu-rei é umaave que gosta da carne maisfresca, nos estágios iniciais apósa morte do animal; por isso mui-tas vezes é um dos primeiros

a chegar à carniça, e devidoao seu avantajado porte, pos-sui total prioridade sobre in-divíduos das outras espéciesde urubus que lhe comparti-lham o banquete.

Quanto ao folclore popular,alguma ligação com o boano-vense? Encontrei uma: tem umdeterminado time de futebolque possui o urubu como mas-cote, tendo este time talvez amaior torcida na cidade pelosfogos de artifício que se ouvea cada ano. Mesmo não sendomuito admirador do referidotime, que na década de 1980impediu tantas conquistas domeu glorioso Atlético Mineiro,tenho que admitir: o Flamengopossui um belo mascote!

(Edson Ribeiro Luiz é gra-duado e pós-graduado em Bio-logia e é membro da ONGSAVE Brasil, sediada em SãoPaulo-SP e com projetos emexecução em Boa Nova)

O Eco (site de jornalismo ligado no meio ambiente,

mantido pela ONG de mesmo nome) - www.oeco.com.br

por Edson Ribeiro Luiz

4 Gamboa Fevereiro/Março/11

Sou uma pessoa natural-mente melancólica. Melancoliasempre foi coisa da minha es-sência. Sendo assim, tive queaprender a ser melancólico semmaiores dramas, tentando nãoser patético – fazendo da talmelancolia apenas um traço daminha personalidade. São pou-cas as coisas nesta vida que medão verdadeiro prazer. Uma boaxícara de café é algo que medá muito prazer, um prazer des-ses que faz a gente lamber osbeiços. Saborear minhas me-mórias também está no rol daspouquíssimas coisas queme dão prazer nesta vidameio teatro do absurdo.

Começo dos anos1970, eu era um garotode oito anos que acaba-ra de perder a mãe, massem traumas, pois DonaFlor, nossa querida avó,não permitiu que nem eunem meus irmãos sentís-semos maiores “dores”,fora a dor da saudade,evidentemente. A vida ti-nha que seguir seu cur-so normal – porque otempo não pára!

Às dez da manhã en-trava no ar a “Voz da Ci-dade”. Carolina de DonaNesta era a locutora. Ou-viam-se Roberto Carlos,Odair José, Gilberto Gil,Antonio Marcos, Gal, Caetano,Vanusa, Márcio Greick, JerryAdriani, Paulo Sérgio... Mas amúsica que mais se ouvia era “ATonga da Mironga do Kabule-tê”. Acho que Maria Carolinagostava muito dessa música.

A “Voz da Cidade” ou “oalto-falante” era uma espéciede rádio local, com alto-falan-tes pendurados nos postes da“luz do motor”. Namoradosapaixonados ofereciam can-ções às amadas e vice-versa.Pouquíssimas eram as casascom televisão – um privilégio daspoucas famílias abastadas. Es-tava no ar a novela Cavalo deAço, de Walter Negrão. O Bra-sil, no auge do Regime Militar– os Anos de Chumbo! O pre-sidente era o General Garras-tazu: “O Brasil vai bem, mas opovo está mal.” Na última

Paulo Neuman

A Turma de Fulô

moda, calça boca-de-sino parahomens e mulheres. No ar, Ca-valo de Aço! Imperdíveis eramas maldades do Velho Max, vi-vido pelo genial Ziembinski –verdadeiro monstro sagrado!

Cavalo de Aço: Rodrigo esua motocicleta: a luta de umhomem contra tudo e contratodos – luta para reaver as ter-ras que lhe foram roubadaspelo Velho Max. Joana e Mi-randa disputam o amor do mes-mo homem: Rodrigo Soares. Éfogo cruzado! Brilho nos olhos!Revolta no peito: Cavalo de

Aço! Televisão era coisa rarís-sima em Boa Nova, mas nin-guém podia perder Cavalo deAço em suas emoções finais.Eu e meus irmãos, levados por“Maninha”, acompanhávamosa “Saga de Rodrigo Soares” nacasa de Dona Elzita. Na horado Jornal Nacional saíamospara brincar de “tongue” debai-xo dos pés de oiti. Quando ou-víamos “este programa foi libe-rado pela Censura Federal. Noar, mais um campeão de audi-ência” – essa era a senha parao “cruz-cão”; Cavalo de Aço iacomeçar: na terra de ninguém,a força é um direito e o terror éa lei – Cavalo de Aço!

A sala da casa de DonaElzita estava com a lotaçãomais que completa – era gen-te em tudo que é canto – atédebaixo da mesa havia gente!

Não cabia mais ninguém. En-tão, fechou-se a porta – lota-ção completa, e “nós” do ladode fora?! Aí não! Perder Ca-valo de Aço em suas emoçõesfinais, não poderíamos jamais!

- Gente, vamos apelar praconsideração que Dona Elzitae Maninha têm por Vó – su-geriu um de nós, não me lem-bro quem. E assim foi feito.

- Dona Elzita, por favor,abra a porta! É a Turma deFulô: Renan, Neuman, Airan,Ivan, Nerivan, Osman e Buti-ja de companhia!

Dito e feito: lá dentro o povose acabava de rir. Eis que sur-ge Maninha às gargalhadas,abre a porta e libera a entradada Turma de Fulô. A sala cheia– lotação mais que completa -lotação “Rock In Roll”: BuffalloBill, Bel da Véia Lipa, TonheBodim, Bileu, Luís Caboquim,Tonhe Alamiro, João Aquilo,

Budega, Silvinha de Hum-berto, Ziza, Tonhe de Aure-liano, Carlinhos Monareta,Osório, Bainha, Gazeta, Ulis-ses de Almerindim...

Assovios, gritos, gargalha-das e o refrão: “é a Turma deFulô: Renan, Neuman, Airan,Ivan, Nerivan, Osman e Butijade companhia”. Meu Deus, acasa de Dona Elzita transfor-mou-se num carnaval fora deépoca – um fuzuê sem fim:anarquia nunca vista! E nós, aTurma de Fulô, ali sem enten-der o motivo de tanto alvoro-ço, de tamanha algazarra. Pre-cisou Dona Elzita falar “forte”,exigindo silêncio – afinal, era“Cavalo de Aço” em suas emo-ções finais. Mesmo assim, en-tre uma cena e outra, alguémnão se controlava e explodiaem gargalhadas ao se lembrar

da Turma de Fulô!Quando o capítulo daque-

la noite estava para acabar,Nelsinha de Dona Augusta,grande amiga nossa, dirigiu-seaté a Turma de Fulô (todossentadinhos num banco queManinha, querida Maninha,havia providenciado para nós):

- Gente, é o seguinte: se eufosse vocês nem esperaria as“cenas do próximo capítulo”.Saiam batidos porque a gale-ra não vai perdoar!

Acatamos o conselho deNeusa e pegamos o caminho decasa. Mas a galera, perceben-do nossa estratégia, tambémabriu mão das “cenas do próxi-mo capítulo” e nos acompanhouna mais absoluta algazarra:

- É a Turma de Fulô: Renan,Neuman, Airan, Ivan, Nerivan,Osman e Butija de companhia!

Buffallo Bill era um dosmais animados na “tiração de

sarro”. Renan não seconteve e “saiu na mão”com ele. Eis que, não seide onde, surge Tia Dau,mãe de Butija, aparta abriga e nos acompanhaaté em casa.

- Que foi, Lindaura?!– O que aconteceu comesses meninos?!

- Renan, Fulô, brigan-do com Buffallo Bill! Di-zem que eles chegaram àcasa de Elzita falando quesão a Turma de Fulô – e opovo achou graça, Renannão gostou e partiu pracima de Buffallo Bill...

- Ah, meu Deus! Vo-cês não têm o que fazer?Passem pra dentro e vãodormir! E a partir de ama-nhã não quero saber de ne-

nhum de vocês em casa de nin-guém atrás de televisão. Ama-nhã, me inventem sair daqui eeu vou dar o “cavalo de aço” devocês! Ai daquele que me deso-bedecer! Caminhem, passem pradentro, cambada de desembes-tados! Sentenciou Dona Flor.

Naquela noite, em muitascasas, em meio a gargalha-das, ouvia-se: “É a Turma deFulô: Renan, Neuman, Airan,Ivan, Nerivan, Osman e Bu-tija de companhia”.

(Paulo Neuman é um poeta bo-anovense que reside em São Pau-lo-SP. Ele coordena o site interati-vo “Boa Nova Uma Utopia” - http://boanovaumautopia.ning.com, acomunidade do Orkut “Boa NovaUma Utopia” e o blog “Eu em Frag-mentos de Ontem” – http://pauloneumam.blogspot.com)

Netos e bisnetos no aniversário de 80 anos de Dona Flor; parte da “Turma de Fulô”

Fevereiro/Março/11 Gamboa 5

Concluído em janeirodeste ano e agora aguar-dando apenas a etapa deexibição do projeto Reve-lando os Brasis Ano IV(www.revelandoosbrasis.com.br),o documentário da boa-novense Cibele de Sá temuma trilha sonora genui-namente baiana. A esco-lha, segundo ela, está emperfeita harmonia com aproposta do enredo.

Um dos músicos in-tegrantes – Gereba – estáno rol dos artistas maisrespeitados da genuínaMúsica Popular Brasilei-ra. O outro – Luciano PP– é da mesma geração dacineasta e emplacou asua carrei-ra no iní-cio dosa n o s2 0 0 0 .A m b o scede ramgentilmen-te compo-sições parao filme, quetem comopersonagemprincipal otambém bo-anovense Jo-safá Sampaiode Almeida.

Gereba

Seria preciso um jor-nal inteiro para abordar avida e a obra de WinstonGeraldo Guimarães Bar-reto (Gereba), músico,compositor e pesquisa-dor da cultura popularbrasileira, cuja carreira seremete ao início da dé-cada de 1970. Natural deMonte Santo, Gerebalançou seu primeiro dis-co solo em 1973 (“Ge-reba - Bendegó”). Em1976, liderando a bandaBendegó, gravou o dis-co “Onde o olhar nãomira”. Este lendário gru-po baiano, que mistura-va ritmos regionais arock progressivo e psi-codelismo, era formadopor Gereba, seu irmãoZeca Barreto (há algumtempo morando e atuan-do artisticamente no Chi-le), Capenga, Patinhas

“O voo do caçador” é t ambém baiano natrilha sonora

Gereba e Paulinho Boca-de-Cantor no circuito Caramuru, no Carnaval 2011

O compositor e instrumentista Luciano PP

(hoje mais conhecidocomo João Santana, omarqueteiro político ven-cedor das campanhaspresidenciais de Lula, em2006, e de Dilma Rous-seff, em 2010), Verme-lho e Hely (estes dois úl-timos saíram no final de1979 para integrar o fa-moso grupo 14 Bis, jun-tamente com Sérgio Ma-grão e os irmãos Cláu-dio e Flávio Venturini).

O Bendegó (nomeque, em tupi, significa“caído do céu” – uma re-ferência ao meteorito en-contrado em 1874 a 48km de Monte Santo) lan-çou mais três discos:

“Bendegó”( 1 9 7 9 ) ,“Bendegó2” (1981) e“La NaveVá” (1986).A banda tra-balhou como compo-sitor Wal-ter Smétakno show“Brinca-deira” ecom Gil-berto Gile Rogé-

rio Duprat na época doTropicalismo.

Como o próprio Ge-reba resume em seu vas-to currículo, a sua dis-cografia tem mais de 20discos, dos quais sete(seis da série “Serenatana UMES - Gereba Con-vida” e “Canudos”) fo-ram distribuídos pelo Mi-nistério da Cultura paraa rede pública de ensino.Fez participações emmais de 40 discos impor-tantes da MPB, como“Jóia” (Caetano Veloso)e “Alto Falante” (Mora-es Moreira), além de ar-ranjos para mais de 50.Suas músicas foram gra-vadas por grandes intér-pretes, como ElizethCardoso, Fagner, Ameli-nha, Beth Carvalho, Pau-lo Moura, Oswaldinhodo Acordeon, Domingui-nhos, Trio Nordestino,Paulinho Boca-de-Can-tor, Leon Gieco (na Ar-gentina) e Folkan Grieg

(na Alemanha).Na Rádio Educadora

(www.educadora.ba.gov.br),de maneira voluntária,Gereba tem apresentadodesde 2009, todas assegundas-feiras às12h50min, o “Precio-sidades” (programa dememória da MPB). Já fo-ram ao ar cerca de 200quadros tirados do seuacervo pessoal com maisde 300 shows gravadosem suas quatro décadasde carreira. Na TV pro-duziu, dirigiu e apre-sentou, pela Rede Bra-sil, o programa intera-tivo “Diga Aí Brasil”,sempre com nomesconsagrados que ajuda-ram a revelar artistasdesconhecidos, sendo omais significativo gra-vado em Salvador noSolar do Unhão, comhomenagens a LuizGonzaga e Riachão,com participações deJerônimo, Mariene deCastro, Edil Pacheco,Márcia Short, CarlosPitta, Sarajane e outros.

Atualmente, Gereba

está finalizando um CDcom obras inéditas deLuiz Gonzaga – intitula-do “Luas do Gonzaga,Uma História de LuizGonzaga”, com a parti-cipação de Gilberto Gil,Elba Ramalho Lenine,Zeca Baleiro, Jair Rodri-gues, Flavio Venturini,Margareth Menezes,Adelmario Coelho, Do-minguinhos, Maciel Me-llo, Na Ozzetti, TarginoGondin, Oswaldinho doAcordeon, Jussara Sil-veira, entre outros.

Este ano, no Carna-val de Salvador, ele ePaulinho Boca-de-Can-tor lançaram o CircuitoCaramuru, no Bairro RioVermelho. A proposta foifazer um carnaval de ruasem trio elétrico, total-mente gratuito, a partirdo bloco Vai QuemQuer, idealizado pelosmúsicos há dois anos.

Luciano PP

Representando anova geração, LucianoPP é baiano de Macaú-

bas, mas reside em Vi-tória da Conquista des-de 1992. Músico auto-didata, como ele própriofaz questão de dizer, asua história musical jáfaz parte do ciclo cultu-ral da cidade.

Participante de vári-os projetos musicais,Luciano vem se desta-cando como arranjadore produtor em váriossegmentos: shows, gra-vações ao vivo de CDse DVDs, jingles e trilhassonoras para cinema epropagandas de TV erádio. Componente dasbandas “Café com Blu-es” (blues em portugu-ês com elementos rítmi-cos nordestinos), “Con-trabanda” (grupo ins-trumental), “Baixaria”(quarteto de contrabai-xos elétricos) e “Bada-lêra” (pop), ele tam-bém já acompanhoucomo instrumentistaartistas como Domin-guinhos, Osvaldinhodo Acordeon, Waldo-nes, Armandinho, Xan-gai, Flávio Venturini,Edigar Mão Branca,entre outros.

Em 2002 LucianoPP lançou o seu primei-ro trabalho solo, o CD“Cara de Pan” (instru-mental) e já está em fasede gravação do seu se-gundo CD (“Fala Bai-xo”), com participaçõesespeciais de ArthurMaia, Armandinho, Aris-mar do Espírito Santo,Zuzo, Marcos Ariel, Nel-son Faria, entre outros.

Gereba é um ícone da MPB

Reprodução Jornal A Tarde

Fevereiro/Março/11Gamboa6

Em um dia ensolarado de verão de1921 nasceu uma linda garotinha de pelerosada, trazendo alegria aos seus familia-res. Esta bela menina recebeu o nome deMaria. Seus pais Justino de Almeida San-de e Marieta Brito Sande não podiam seconter de tanta felicidade com a chegadada filha amada. Nome lindo eles escolhe-ram para a sua filha – Maria – nome quesoa forte, nome de valor infinito. Afinal,estava a homenagear a mãe de todos nós,“Maria”, mãe do nosso Salvador.

A linda menina foi crescendo a cadadia e ano que se passavam, cada vez maisativa e alegrando a todos da família, queachou logo um jeitinho de apelidá-la comum nome carinhoso – “Lali”.

Lali teve uma infância alegre comotoda criança, na pequena e tranquila ci-dade de Boa Nova. Morava com a famí-lia numa região chamada Aviário, na bei-ra do rio, pois seu pai cuidava da fazendado Sr. Menezes.

Com o passar do tempo sua casa logose encheu; ela teve muitos irmãos, entreeles Nair (Nai), Almira (Mirinha), Malvi-one, Zulita, Angelita, José e Bráulio. Otempo passava e Lali crescia juntamentecom suas irmãs, vivenciava a sua adoles-cência da melhor forma possível. Não ti-nha as regalias que os adolescentes de hojepossuem, mas se divertia da melhor for-

Uma breve história de Maria Sande (Lali)

Lali: exemplo de fé e dedicação à família em suas diferentes gerações

ma possível. Comotoda adolescente daépoca, aprendeu osdotes culinários paraser uma boa dona-de-casa.

Em Boa Nova,lugar onde nasceu ecresceu, conheceuJoão, trocaramaquele olhar ro-mântico, o coraçãopalpitou emociona-do. Alguns dias sepassaram e ela co-meçou a namorarcomo toda moça defamília; amor quecresceu e, tempos

depois, foi concretizado em união ma-trimonial, da qual nasceram dois filhos:Gilberto e Geoliane.

Como toda mãe amável, cuidadosa ecarinhosa, cuidou dos seus filhos commuito amor, dando-lhes educação e es-tudo. Aqui eles cresceram, estudaram,sua filha concluiu o Magistério, profissãoque exercera por muitos anos, contribu-indo na educação de outras crianças. Asua família morou à Avenida Nossa Se-nhora da Boa Nova, no antigo prédio doCorreio; depois mudou-se para a PraçaSete de Setembro, onde reside até hoje.

Lali não teve vida fácil, mas venceuna educação e criação dos seus filhos, e,como toda mãe, ficou feliz ao casar suafilha com Ednaldo (Naide), que lhe deunetos, aumentando ainda mais a sua feli-cidade. Seu filho Gilberto foi para SãoPaulo trabalhar e lá conheceu Cristina;eles concretizaram a união e lhe deramde presente mais três netos.

Na vida passou momentos difíceis.Ficou viúva, mas, como é uma pessoafervorosa, superou e continuou a vida de-dicando-se aos filhos, netos e à família.O tempo passou e nova tristeza tomouconta do seu coração com a perda doseu filho em agosto de 1989. Não foi fá-cil para encarar; afinal, não viviam perto,mas a dedicação religiosa, as orações

deram-lhe forças para vencer mais essevazio que ficou dentro do peito.

Lali sempre foi uma mulher forte, defibra, muito trabalhadora. Se já cuidavada família, tornou-se mais dedicada e seapegando aos netos maravilhosos queDeus lhe concedeu: Ednaldo (Dau), Cris-tina (Tina), Glória, William, Gilberto (Jú-nior) e Aline. Mais dedicação ainda comos bisnetos –Ully, Igor, Alisson, Ian, Ryane Lara; afinal, sua família vem crescen-do a cada dia e mais netos recebendo –Vanize, Mara, entre outros.

Lali, mulher de saúde de ferro, de ati-tudes mil, pessoa que dedicou e aindadedica a sua vida a todos, família e ami-gos, pessoa de dotes culinários de darágua na boca, atividade que, apesar daidade, até hoje realiza. Mulher alegre,festiva, que conquistou muitos amigos econtinua a fazer amizade por onde pas-sa; cristã autêntica e muito fervorosa.

Mãe, avó, tia, irmã, amiga, Lali é umdos maiores presente que de Deus rece-bemos, depois de Cristo e nossa mãe Ma-ria. Presente que ainda temos muito aapreciar, a descobrir e a aprender dentroda sua total beleza, humildade e grande-za interna e externa; pessoa de preciosi-dade simples.

Hoje, Lali, todos nós nos reunimosaqui na casa do Senhor para celebrar,comemorar e agradecer os seus 90 anosde vida, que passaram e continuam pas-sando a alegrar a todos que vivem aoseu redor. Saiba que todos os que aquise encontram vieram te homenagear epedir benção ao Senhor Jesus e a Ma-ria Santíssima para te proteger, te con-servar por muitos e muitos anos comessa saúde de ferro, com esse vigor queinveja a muitos.

Você conquistou uma família grandi-osa na sociedade também, e todos estãoaqui para te abraçar e te desejar todafelicidade do mundo. Que você possa con-tinuar amando a todos.

(Texto da educadora Agnólia Neri, lido namissa em homenagem aos 90 anos de DonaLali, realizada no dia 20 de fevereiro deste ano)

Em sua festa de 90 anos, Lali esteve cercada por familiares e amigos, que prestaram várias homenagens a todo momento

Fevereiro/Março/11 Gamboa 7

A Campanha da Fraternidade 2011 da Igreja Católica traz comotema “Fraternidade e a Vida no Planeta” e tem por lema “A CriaçãoGeme em Dores de Parto” (Rm 8,22). Isso nos leva a uma reflexãopreocupante sobre o nosso planeta, que sofre os efeitos de umaexploração predatória de seus recursos naturais, suas causas e con-sequências. Afinal, somos todos moradores de uma mesma casa; gos-tando disso ou não, estamos interligados.

Não há como simplesmente virar as costas e não se importar.Afinal, se ocorresse uma catástrofe em nível global para onde iría-mos? Aquecimento global, mudanças geológi-cas nada mais são do que reações às nossasações. Esta campanha é um alerta de que atitu-des devem ser tomadas, não por uma minoria,mas por um todo. Este planeta é nossa casa,precisamos mudar nossas atitudes e promover-mos ações que nos levem ao bem comum.

Se o planeta é nossa casa, nosso municípioé aquele cantinho da casa que gostamos de fi-car. E este cantinho chamado de Boa Nova nãoé diferente. Por ignorância, imprudência, negli-gência, omissão ou ganância vimos em menosde 30 anos rios, riachos e lagoas morrerem ouperderem completamente suas característicasoriginais; matas serem destruídas, espécies ve-getais e animais desaparecerem ou ficarem ra-ras. Enfim, vimos o nosso habitat ser degradadoe todas as consequências destas ações para nóse para as futuras gerações, como mudanças cli-máticas, estações e períodos de chuvas cadavez mais indefinidas, rios transformados em es-gotos etc. Isso tudo com tendências de agrava-mentos se não mudarmos nossas atitudes já.

Alguns ainda devem se perguntar: o que eutenho com isso? Que mal há em caçar, traficarpássaros e outras espécies, atear fogo na mata ou simplesmente der-rubar árvores para vender a madeira? Afinal, não posso mais me di-vertir ou tirar o meu sustento sem que um monte de ecologistas cha-tos fiquem “pegando no meu pé”?

Tem tudo a ver, sim. A atitude dessas pessoas afeta diretamente aminha, a sua e a vida das futuras gerações. Ao matarem animais pelosimples prazer da caça, ao praticarem pesca predatória, desmatarem, trafi-carem animais ou praticarem outros atos semelhantes, estas pessoas estãopromovendo um desequilíbrio no meio ambiente, com consequências que

O povoado do Penachinho e localidadesrurais próximas contam desde março de 2010com o projeto “Inclusão Digital para To-dos”. Segundo o seu idealizador, o micro-empreendedor individual Jhonny Lopes, jáforam distribuídos mais de 70 computado-res para os alunos concluintes de cursosbásicos de informática.

Jhonny Lopes é proprietário de uma lanhouse e de uma escola de informática, quetambém é a sede do projeto, ambas em Pe-nachinho. Nascido na região, ele morou 11anos em São Paulo, onde aprendeu a pro-fissão e atuou por 6 anos como instrutortécnico em informática.

Ele ressalta que o projeto visa ofere-cer a seus participantes um curso de ini-ciação à informática a partir do pagamen-to de um valor considerado acessível (12parcelas de 25 reais). Em setembro de 2010o projeto firmou uma parceria com o con-selho do FUMAC com o apoio da Secre-taria Municipal de Agricultura e Expan-são Econômica, visando à inclusão digi-tal nas associações dos pequenos pro-dutores da região.

“Ao término do curso o aluno recebe ocertificado de conclusão reconhecido em

Preservar, muito mais do que moda, uma necessidadepodem ser irreversíveis, já que na natureza (plantas, animais, água etc.)todos têm uma função específica no equilíbrio e na vida de um determinadohabitat. Ao destruírem um, podem simplesmente fazer desmoronar todauma cadeia de relações. Por exemplo, o desmatamento na região da SantaLuzia pode diminuir ou matar nascentes, que terá como consequênciaimediata a perda da vazão de rios e riachos, o desaparecimento de algumasespécies que vivem nesta região, e, como consequências secundárias,afetar o abastecimento de água de Boa Nova e da Caatinga.

Antigamente se podia alegar ignorância, e creio que em muitos casoschegava a ser mesmo, já que as informações eramraras ou distorcidas e as consequências dessesatos não eram totalmente conhecidas. Hoje, não.Os que praticam qualquer crime ou atos danososao meio ambiente o fazem por ganância ou poruma espécie de egoísmo sórdido; portanto, sãopredadores ou criminosos e devem ser tratadoscomo tais. Estas pessoas muitas vezes convi-vem entre nós, em alguns casos são nossos ami-gos ou conhecidos, mas não deixam por causadisso de serem uma espécie de câncer que preci-sa ser curada ou extirpada da sociedade para quepossamos preservar o que sobrou e oferecer paranós e para as futuras gerações um meio ambientepreservado e, com isso, uma qualidade de vidamelhor para todos.

Dessa forma, faça a sua parte. Se você é umpredador ou pratica crimes contra a natureza ain-da é tempo de mudar sua atitude e aprender apreservar; muitos já o fizeram e hoje são exemplospara todos nós. Se você não é um, mas conhecealgum ou presenciou alguma ação deste tipo, acon-selhe, faça essa pessoa mudar de atitude ou entãodenuncie para os órgãos competentes. Fazendoisso, você estará contribuindo para preservar o

cantinho chamado Boa Nova desta grande casa chamada Terra.Os órgãos competentes e respectivos telefones para denúncia contra o

meio ambiente você encontra no cartaz da Campanha contra o Desmatamentoem Boa Nova. Eis alguns deles: (77) 3433-2145 (Diretoria Municipal de MeioAmbiente), (77) 3433-2226 (Polícia Civil) e (73) 3525-8110 (IMA).

(Texto de Luiz Henrique Moraes - graduado em Administraçãode Empresa, comerciante, diretor executivo do IAM - Instituto Adro-aldo Moraes e membro do Conselho Municipal de Meio Ambiente)

Projeto aposta na inclusão digital na região do Penachinho

Jhonny já entregou certificados a diversos alunos, que puderam ter sua iniciação na informática

todo território nacional e um computador,inteiramente grátis, para continuar a prati-car o que aprendeu no curso. No período emque estive em São Paulo eu sonhava em com-partilhar meus conhecimentos com meusparentes e amigos da região. Este sonhocomeçou a se concretizar em 2010 e hoje mesinto uma pessoa realizada”, ressaltou.

O boanovense explicou que os computa-dores distribuídos entre os alunos no finaldo curso são conseguidos através de doa-ções de empresas e pessoas físicas de SãoPaulo, onde ele ainda mantém contatos. Como

são equipamentos usados, passam por umarevisão e recebem três meses de garantia.

Para dar continuidade e promover a am-pliação do “Inclusão Digital para Todos”,o microempreendedor está convidando co-merciantes da região e a Prefeitura de BoaNova a apoiarem financeiramente o proje-to, tendo como contrapartida a vinculaçãode suas marcas (ou da instituição, no casoda Prefeitura) junto a ele e divulgação nainternet (no site www.jcproducer.com, noTwitter, Orkut e outras redes sociais), salade aula e palestras.

8 Gamboa Fevereiro/Março/11

Natural de Nazaré(das Farinhas)-BA, Luci-valter Almeida dos San-tos, 40 anos, vem fazen-do de seu trabalho deevangelização em BoaNova também um espa-ço aberto à poesia. Pas-tor-presidente da IgrejaAssembleia de Deus nomunicípio e um dos co-ordenadores do Dia Mu-nicipal dos Evangélicosem Boa Nova (eventocom data oficial no se-gundo domingo de no-vembro), ele faz questãode acrescentar o poeta eescritor à sua atuaçãocomo ministro evangé-lico, professor e bacha-rel em Teologia.

A paixão pelas ar-tes e, em espe-cial, pela poe-sia, vem lá dainfância. Aos 13anos abraçou oteatro amador,sendo integran-te do GrupoTeatral Naja(GRUTENA-JA), no qual tinha inici-almente a incumbênciade recitar poesias depoetas nazarenos, pre-parando o público até odesenrolar da peça.

Em 1996 Lucivalterobteve a primeira coloca-ção na Categoria Poesiado 1o Festival de Músicae Poesia Evangélica doOeste da Bahia, em San-ta Maria da Vitória, como poema “Mundo em cri-se.” Em 2009, já residin-do em Boa Nova e levan-do adiante “a arte de com-por versos”, recebeu umaMenção Honrosa da Aca-demia de Letras do Re-côncavo (ALER) por serum dos dez classificados

A arte de compor versos

Já andei por vários cantos,E muita coisa eu vi!

Horas vi gente chorar,E também gente sorrir.Vi culturas e tradições,

Mostrando a identidade de um povo.A diversidade é muito grande.

De norte a sul; de leste a oeste;E principalmente no nordeste.

Vi rico banqueteando em caros restaurantes;E pobres, o pão a mendigar.

Vi políticos com bonitos discursos,E na prática, deixando a desejar!

Vi filas quilométricas com pessoas carentes,Madrugando, para uma ficha disputar.

Em busca de atendimento médico,Na esperança viva, da saúde recobrar.

Vi muita gente sofrendo,Querendo solução, e sem saber o que fazer.

As drogas invadindo os lares,Destruindo famílias; triste de se ver!

Vi a corrupção aumentando;Bandidos atuando; causando medo e pavor.

A violência desenfreada;Sem ninguém poder fazer nada; “vixe” que horror!

Mas, vi também Deus do céu olhando,De maneira triste contemplando,

esta cruel situação.Aguardando o momento exato,Em que vai reverter o quadro,Com o Poder em sua Mão.

no 4o Concurso Estadualde Poesias, promovidopela entidade, com a po-esia “Jesus sempre pre-sente”. Tal conquista olevou a receber Moçãode Aplausos da CâmaraMunicipal de Boa Nova,por contribuir para co-locar a cidade em posi-ção de destaque.

Ainda no final de2009, navegando pelainternet, conheceu aCBJE – Câmara Brasilei-

ra de Jovens Escritores,sendo incentivado aacreditar ainda mais nosseus textos. Em dezem-bro do mesmo ano ele foium dos selecionadospara compor a ediçãodaquele mês da Antolo-gia de Poetas BrasileirosContemporâneos (vol.61) com a poesia “Detudo um pouco...”.Aconteceu o mesmocom volumes seguintesda mesma antologia: vol.62 – poema “O palco davida”; vol. 63 – “O ho-mem grande”; vol. 64 –“Desalento”; vol. 65 –“Alma do poeta”; vol. 66– “As surpresas na vida”;vol. 68 – “Mundo Vio-

lento”; vol. 72 – “Mo-mentos e momentos”; evol. 73 – “Eu vi...” (pu-blicado nesta página).

Entre 1.600 obrasenviadas por mais de 800escritores de todo o país,o pastor-poeta foi clas-sificado no Concurso Li-terário Falando de Amor,do Grupo Editorial Casado Novo Autor, para par-ticipar de mais uma an-tologia, com o poema “Omais importante é o

amor”. Aindapela CBJE, foise lec ionadopara a edição2010 das anto-logias Os MaisBelos Poemasde Amor, como poema “Sem-pre as lágrimas”e Livro de Ouroda Poesia Bra-sileira Contem-porânea, com opoema “Obser-vando o cre-púsculo”.

R e c e n t e -mente, ao participar do 6o

Concurso Newton Bragade Poemas, da AcademiaCachoeirense de Letras(ACL), de Cachoeiro deItapemirim-ES, ele ga-nhou o prêmio “Desta-que” com o poema “De-sabafo de um excluído”.Já Pelas Edições AG, 5o

lugar no 31o Concurso In-ternacional Literário, coma crônica “Tente enten-der...” e 10o lugar com opoema “Orgulho de serprofessor!”. Atualmente,aguarda resultados devários outros concursosnos quais está inscrito.

Autor dos livros“Exaltando o Criador”(coletânea de poesias),

“Examinar é Importante”(opúsculo devocional),“Lições para NossaVida!” e “Inspiração Po-ética, um dom de Deus”(a serem publicados),Lucivalter dos Santos dis-se agradecer a Deus,pois, embora não seja bo-anovense de nascimento,tem podido ajudar a divul-gar a cidade que tão bemo acolheu através da“arte de compor versos”e do desenvolvimento doprojeto “Acredite nos

seus sonhos”.“Seja qual for a sua

área de atuação, a arteque exerce, a vocaçãoque tem, enfim, o domque carrega, nunca de-sista de seus sonhos;acredite que você podeganhar o mundo. Pre-cisamos acreditar quese alguém tem que al-cançar o ‘pódio’, vocêpode ser um dos tais,pois disso sou testemu-nha”, mencionou o lí-der espiritual.

O pastor e poeta Lucivalter Alneida dos Santos

Eu Vi...Lucivalter Almeida

Fevereiro/Março/11 Gamboa 9

Entre os dias 2 e 6de abril (após fechada aedição impressa do Jor-nal GAMBOA) a regiãodo Parque Nacional e doRefugio de Vida Silves-tre de Boa Nova recebeuuma grande operação defiscalização do ICMBio– Instituto Chico Men-des de Conservação daBiodiversidade, órgãoambiental do GovernoF e d e r a l(www.icmbio.gov.br).Ela foi organizada porRosa Lia Castro – chefeda Floresta NacionalContendas do Sincorá,que contou com umaequipe composta portrês fiscais ambientais e

ICMBio e CAESG realizamoperação em Boa Nova

Parte da equipe envolvida na operação de fiscalização em Boa Nova

Madeira ilegal aprendida durante a operação

quatro soldados da CA-ESG – Companhia deAções Especiais do Su-doeste e Gerais (ligadaao 9o Batalhão da Polí-cia Militar da Bahia).

A ação foi motivadapor denúncias recebidaspela “Linha Verde” do IBA-MA – Instituto Brasileirodo Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Reno-váveis (telefone gratuito0800-61-8080 ou [email protected])e por matérias veiculadashá pouco tempo no GAM-BOA e no site O Eco(www.oeco.com.br).

Esta operação, segun-do um de seus fiscais, re-presenta o início da im-

plantação das duas unida-des nacionais de conser-vação em Boa Nova, cria-das em junho de 2010 peloex-presidente Luís InácioLula da Silva. A partir daías ações de fiscalização se-rão rotineiras na região. Oprincipal objetivo foi com-bater o tráfico ilegal demadeira e o desmatamen-to da Mata Atlântica, mastambém foram apreendi-das armas de caça e pás-saros na gaiola.

A equipe de fiscaliza-ção relatou ainda ter ve-rificado que grande par-te dos moradores locaisnunca tinha ouvido falarna criação das áreas pro-tegidas, o que mostra a

Abordagem de pessoas da comunidade que extraem madeira para fazer lenha Flagrante de uma diligência noturna de fiscalização

necessidade urgente deimplantação das mes-mas. “Apenas a popula-ção urbana de Boa Novae Valentim e as comuni-dades da área da Mata deCipó demonstraram al-gum conhecimento so-bre as unidades de con-servação”, mencionou.

Quanto à extração ile-gal de madeira e desma-tamento, a região daMata Atlântica apresen-tou mais ocorrências,com muitas marcenariase caminhões madeireiroslocalizados no Valentim eem Planalto Iris (distritodo vizinho município deDário Meira). Algumasmarcenarias foram mul-tadas e tiveram a madei-ra apreendida, ficandoos proprietários como“fiel depositário” até queo produto seja recolhidoou liberado, pois todostêm o direito de defesaassegurado.

A fiscalização levan-

tou informações sobreuma rede de tráfico demadeira vinda da regiãocacaueira, no Sul daBahia. Com o declínio dalavoura do cacau as ma-tas chamadas “cabruca”,que faziam sombreamen-to do cacau, estão sen-do sistematicamente der-rubadas para fornecermadeira a regiões ondeeste recurso já foi exau-rido há tempos, a exem-plo de Vitória da Con-quista, Poções e Bruma-do.

“Os traficantes apro-veitam as estradas de ter-ra, como alguns trechosda BR 030, para fugir dafiscalização nas BRs 101e 116. Há ainda notíciasde que o esquema contacom a cobertura de agen-tes públicos e policiaiscivis, que cobram até200 reais para liberar oscaminhões de madeira.Mas nada foi provado”,relatou um dos fiscaisenvolvidos na operação.

10 Gamboa Fevereiro/Março/11

A vocação de Boa Nova paraa preservação ambiental e possi-velmente para o ecoturismo temlevado o município a ser pautade reportagens na mídia nacio-nal. Nos últimos anos jornais, re-vistas, sites e programas de TVvêm pautando matérias em quesomos destaque neste setor. OGAMBOA, por sua vez, se in-cumbe de registrar as apariçõespositivas para os boanovensese amigos de Boa Nova.

A mais recente reportagem foiveiculada na Rede Globo no dia10 de março último, em uma dasedições diárias do programa Glo-bo Rural. Intitulada “Unidades deconservação preveem uso racio-nal da natureza na Bahia”, a ma-téria ressalta a criação do ParqueNacional de Boa Nova e do Re-fúgio da Vida Silvestre de BoaNova como essenciais para o usoracional dos recursos naturais.

O programa chama a atençãopara o fato de que, apesar dos as-pectos positivos da criação do par-que e do refúgio, na prática há mui-to o que ser feito, como, por exem-plo, a implantação de um grupo ges-tor que possa fiscalizar o cumpri-

Outro problema verificado naoperação realizada em Boa Novapelo ICMBio, e que exige umasolução breve, é a extração delenha para fogões domésticos. Aequipe de fiscalização mencio-nou que, embora a população quemaneja este recurso seja de baixarenda, a quantidade de lenha re-tirada das matas é espantosa.

“Dezenas e dezenas de pes-soas carregando feixes de lenhaforam vistas nas estradas da re-gião durante todo o período daoperação. O mais curioso é queos recursos madeireiros são re-nováveis. Se a gente planta umaárvore ou arbusto, ele cresce. Noentanto, ao longo dos anos as

Globo Rural destaca Boa Nova

Edson, Sílvia e Seu Nequinha foram alguns dos entrevistados na matéria

mento da legislação ambiental.“A gente está aguardando an-

siosos para que [o parque] não fi-que só no papel; não só pela ques-tão de grande importância de pre-servação do meio ambiente, mastambém pela questão de vir o eco-turismo para Boa Nova e gerar fon-te de emprego”, disse à reporta-gem Silvia Helena Quirino – dire-tora do Departamento Municipalde Meio Ambiente e Recursos Hí-dricos e presidente do Conselhode Meio Ambiente de Boa Nova.

O Globo Rural entrevistou ain-da o biólogo Edson Ribeiro (da

ONG SAVE Brasil - Sociedade paraConservação das Aves do Brasil),apontado com um dos maiores in-centivadores da proteção da bio-diversidade no município; e osagricultores Manoel Barreto eManoel de Souza (Seu Nequinha),citados como bom exemplo de quepreservação do meio ambiente eprodução agrícola de qualidadeandam juntas numa lavoura orgâ-nica. “Ela produz bem durante todoo ano, ao lado de uma área de matapreservada”, enfatiza a reportagem,que pode ser assistida no site doGlobo Rural (o link para ela pode

ser acessado no perfil do JornalGAMBOA no Facebook).

Boa nova para a natureza

Na internet Boa Nova é tam-bém destaque em um novo es-paço – o blog do projeto “BoaNova para a natureza”(www.boanovaparanatureza.blogspot.com).Ele é uma iniciativa da SAVE Bra-sil (www.savebrasil.org.br) e temcomo objetivo “a implementaçãode ações para conservação a lon-go prazo das florestas existentesna região de Boa Nova”.

A extração doméstica t ambém ameaça Parque

Membros da equipe em uma das escolas visitadas, explicando os objetivosda operação e informando sobre das unidades de conservação em Boa Nova

pessoas só retiram madeira e le-nha das matas, mas não plantamnada”, declarou um dos fiscaisque integrou a equipe.

Ele acrescentou que há exten-sas áreas desmatadas em BoaNova onde não se planta nem pas-to. “O que se vê é um mar de mor-ros pelados com uma coberturahomogênea de fetos! Sem contarque o desmatamento esgota asnascentes em pouco tempo. A po-pulação de Boa Nova deve repen-sar seriamente suas práticas de ex-ploração dos recursos naturaispara não padecer ainda mais em umfuturo próximo”, completou.

Em decorrência do viram, osparticipantes chegaram a abordar

pessoas das comunidades ruraise a ir a escolas com a finalidadede apresentarem os objetivos daoperação e para falarem da cria-ção das novas unidades de con-servação no município.

Ecoturismo

Como já vem ocorrendo há al-gum tempo em matérias jornalísti-cas em jornais, revistas, sites e naTV, a vocação ambiental de BoaNova também foi ressaltada pelaequipe do ICMBio. Ela chamou aatenção da população para o imen-so potencial de desenvolvimentoregional que representa a implan-

tação do Parque Nacional e Refú-gio de Vida Silvestre de Boa Nova.

“Com uma imensa riqueza cul-tural, climática e de paisagens,aves, cachoeiras, rios e riachos, aregião pode despontar como umdestino ecoturístico de primeira li-nha, trazendo desenvolvimentosem esgotar os recursos de umanatureza tão generosa e maltrata-da. Ações de fiscalização comoesta não são suficientes para ga-rantir a proteção ambiental que omunicípio merece. A populaçãoprecisa de mobilização e se organi-zação para se beneficiar deste de-senvolvimento sem destruição”,destacou um dos participantes.

A ação educativa também foi feita com abordagens de pessoasem estradas vicinais