arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição...

14
Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental Dezembro/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018 Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental Marcelle Christine Chaves Teixeira [email protected] MBA em Construção Sustentável Instituto de Pós-Graduação - IPOG Salvador, BA, 21 de abril de 2018 Resumo Esse artigo consiste em dissertar através de uma revisão bibliográfica sobre como a arquitetura tem um papel muito importante no comportamento urbano e pode através de um projeto arquitetônico urbanístico aliado a um planejamento estratégico multidisciplinar transformar e revitalizar o meio urbano atuando como um grande transformador socioambiental levando mais qualidade de vida a todos. Através de artigos científicos e revistas cientificas foi possível obter tais informações e exemplificações como a das cidades de Medellín na Colômbia, Seul na Coréia do Sul e Madrid na Espanha, sendo citadas como cidades que passaram por transformações urbanísticas mediante planejamento e projeto visando tornar suas cidades mais sustentáveis e consequente melhoria da qualidade de vida através de mudanças urbanas na revitalização de áreas insalubres, mal utilizadas e/ou socialmente conflituosas, essas cidades conseguiram acrescentar mais áreas verdes, áreas de convivência social, cultural e mobilidade física aliada a acessibilidade com mais eficiência. Toda essa transformação acarretou uma desaceleração no ritmo danoso ao meio ambiente em que viviam e fazendo destes exemplos mundiais de Eco Urbanismo. Palavras-chave: Planejamento. Sustentabilidade. Transformação. Revitalização. Mobilidade. Eco Urbanismo. Socioambiental. 1.Introdução A grande preocupação que aflige todo o mundo atual é a questão ambiental diante das ações danosas que o homem vem imprimindo sobre o planeta. O processo de urbanização é característica da civilização contemporânea (ARAÚJO, MARIA LUIZA MALUCELLI, 2006) e a crescente concentração populacional nas áreas urbanas juntamente com as alterações nas infraestruturas, como as construções irregulares e as ocupações nas margens dos rios e encostas, vem produzindo espaços de privilégio e exclusão, de especulação e de inovação, traz como consequências a destruição da vegetação natural, pressão sobre os recursos hídricos e problemas de saneamento ambiental. Esses dilemas socioambientais urbanos afligem principalmente os países em desenvolvimento ficando então o desafio para os projetistas urbanos de descobrir como evitar e/ou resolver os conflitos e contradições entre preservação, degradação e transformação do espaço para que não seja necessário destruir para crescer (DE ANDRADE, Liza Maria Souza; ROMERO, Marta Adriana Bustos, 2004; ARAÚJO, Maria Luiza Malucelli, 2006).

Upload: others

Post on 28-Aug-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Marcelle Christine Chaves Teixeira – [email protected]

MBA em Construção Sustentável

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Salvador, BA, 21 de abril de 2018

Resumo

Esse artigo consiste em dissertar através de uma revisão bibliográfica sobre como a arquitetura

tem um papel muito importante no comportamento urbano e pode através de um projeto

arquitetônico urbanístico aliado a um planejamento estratégico multidisciplinar transformar e

revitalizar o meio urbano atuando como um grande transformador socioambiental levando mais

qualidade de vida a todos. Através de artigos científicos e revistas cientificas foi possível obter

tais informações e exemplificações como a das cidades de Medellín na Colômbia, Seul na

Coréia do Sul e Madrid na Espanha, sendo citadas como cidades que passaram por

transformações urbanísticas mediante planejamento e projeto visando tornar suas cidades mais

sustentáveis e consequente melhoria da qualidade de vida através de mudanças urbanas na

revitalização de áreas insalubres, mal utilizadas e/ou socialmente conflituosas, essas cidades

conseguiram acrescentar mais áreas verdes, áreas de convivência social, cultural e mobilidade

física aliada a acessibilidade com mais eficiência. Toda essa transformação acarretou uma

desaceleração no ritmo danoso ao meio ambiente em que viviam e fazendo destes exemplos

mundiais de Eco Urbanismo.

Palavras-chave: Planejamento. Sustentabilidade. Transformação. Revitalização. Mobilidade.

Eco Urbanismo. Socioambiental.

1.Introdução

A grande preocupação que aflige todo o mundo atual é a questão ambiental diante das ações

danosas que o homem vem imprimindo sobre o planeta. O processo de urbanização é

característica da civilização contemporânea (ARAÚJO, MARIA LUIZA MALUCELLI, 2006)

e a crescente concentração populacional nas áreas urbanas juntamente com as alterações nas

infraestruturas, como as construções irregulares e as ocupações nas margens dos rios e encostas,

vem produzindo espaços de privilégio e exclusão, de especulação e de inovação, traz como

consequências a destruição da vegetação natural, pressão sobre os recursos hídricos e problemas

de saneamento ambiental.

Esses dilemas socioambientais urbanos afligem principalmente os países em desenvolvimento

ficando então o desafio para os projetistas urbanos de descobrir como evitar e/ou resolver os

conflitos e contradições entre preservação, degradação e transformação do espaço para que não

seja necessário destruir para crescer (DE ANDRADE, Liza Maria Souza; ROMERO, Marta

Adriana Bustos, 2004; ARAÚJO, Maria Luiza Malucelli, 2006).

Page 2: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

” Aquilo que se constrói cria possibilidades e limites para o modo de se viver, ao

mesmo tempo educa aqueles que moram na cidade sobre os valores e as preocupações

reais”. (DE ANDRADE, Liza Maria Souza; ROMERO, Marta Adriana Bustos, 2004)

Deve-se levar em conta as necessidades das pessoas em um cenário em que há constantes

expansões e mudanças e que a sustentabilidade extrapola os limites político-administrativos das

cidades se evidenciando nas aglomerações urbanas metropolitanas, onde estão presentes e em

constante modificação extensas manchas urbanas articuladas através de complexas interações

e fluxos (ARAÚJO, 2006).

“Para se atingir os ideais de sustentabilidade urbana, devem ser conjugados os

interesses sociais e ambientais, baseados em políticas integradas, além de se

considerar que, face à multiplicidade dos agentes envolvidos, não poderão ser

deixadas de lado questões sociais, como saúde, emprego e moradia. A questão que se

coloca é se é possível falar em termos de cidades sustentáveis, ou se a sustentabilidade

extrapola os limites das cidades, cujas relações sociais e espaciais já ultrapassaram a

escala municipal.” (ARAÚJO, Maria Luiza Malucelli, 2006)

2. Cidade Sustentável, Planejamento Urbano e Projeto Urbano Integrado

A partir do conceito básico sobre o que é Sustentabilidade criado por Lester Brown (1980)

onde: “uma Sociedade sustentável é aquela capaz de satisfazer suas necessidades sem

comprometer as chances de sobrevivência das gerações futuras”, fica evidenciado o que deve-

se fazer para se estabelecer esse ideal assim como construir cidades mais sustentáveis baseia-

se em Planejamento estratégico multidisciplinar e o desenho urbano propriamente dito.

Segundo Ruano, Miguel (2000) O Eco Urbanismo ou Urbanismo Sustentável, possui múltiplas

e complexas variáveis articulando-se ao desenho urbano mantendo uma visão integrada

rompendo com a visão clássica, formal e estilística do urbanismo tradicional. Este paradigma

estabelece uma relação entre o planejamento estratégico e o desenho urbano.

A vida sustentável está diretamente ligada ao bem-estar individual e coletivo, em equilíbrio

dinâmico com o meio ambiente. No que tange a sustentabilidade ecológica, ambiental e

demográfica, base física do processo de desenvolvimento, é a capacidade de a natureza suportar

a ação humana e aos limites de crescimento populacional; E no que tange a sustentabilidade

cultural, social e política, refere-se à a qualidade de vida das pessoas na manutenção da

diversidade e das identidades, no processo de construção da cidadania e da participação das

pessoas no processo de desenvolvimento ( ARAÚJO, Maria Luiza Malucelli, 2006).

Diante dessas premissas, na elaboração de um projeto arquitetônico urbanístico, o Arquiteto

Urbanista tem que pensar em questões que transcendem os limites da arquitetura e isso inclui

os problemas físicos e sociais que uma obra pode evidenciar tornando um desafio complexo

que requer um esforço multidisciplinar. A paisagem urbana preservada ou revitalizada é parte

da qualidade de vida nas cidades, o objetivo como arquitetos nessa tarefa de transformação é

desenvolver projetos capazes de gerar inclusão social e o problema não está apenas em

implantar edifícios em zonas deterioradas, mas em como fazer isso para que os edifícios sejam

capazes de ativar novas formas de uso, de apropriação e de orgulho por parte das comunidades.

Page 3: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Com o passar dos anos a crescente concentração populacional nas áreas urbanas e seu consumo

predatório nas cidades, aumenta a demanda habitacional e exerce pressão sobre a infraestruturas

urbanas básica e o impacto dessas atividades humanas sobre o meio ambiente resulta dentre

outras coisas, o lançamento de resíduos de forma irresponsável , a diminuição de áreas verdes

nos grandes centros, o adensando urbano/populacional, formação de ilhas urbanas de calor,

falta ou ineficiência de saneamento e poluição sonora e do ar devido a estrutura e cultura das

cidades estarem cada vez mais voltada para carro. Tudo isso se evidencia em custo social e de

Saúde pública, motivando doenças intrinsecamente relacionadas ao estilo de vida urbano.

“A cidade deve ser vista como uma totalidade, não podendo ser tratada nem

compreendida de modo fragmentado, posto que a totalidade se apresenta como um

fenômeno integrado. Esse é o entendimento de Alva, o qual enfatiza que a cidade deve

ser entendida de forma holística, a partir da perspectiva do meio ambiente, numa

concepção de desenvolvimento sustentável, como forma de alterar a degradação

ambiental que atinge a maioria das cidades do planeta.” (ARAÚJO, Maria Luiza

Malucelli, 2006)

Quanto a mobilidade, a esfera de benefícios do transporte ativo incorpora inclusive o nível

ambiental e promove a redução da poluição de ar e na emissão de gases bem como menor

trânsito e ruídos. Aumentar os pedestres na cidade é democratizar o processo de ir e vir além

de estimulara cultura cidadã e a civilidade. Segundo Jorge Amaro, é preciso Acessibilizar o

ambiental e Ambientalizar o acessível (2014) configurando-se que esse planejamento urbano

deve estar ligado às regulações urbanísticas, metas ambientais e princípios da acessibilidade

universal da cidade.

Essa intrínseca relação entre acessibilidade e sustentabilidade é ainda mais nítida quando nos

conscientizamos de que a deficiência, permanente ou temporária, é inerente à vida humana,

provocada, por exemplo, pela violência urbana, mas, também, pelo envelhecimento natural,

que, gradativamente, limita nossas capacidades sensoriais e motoras. Sendo assim intervenções

urbanísticas aliada a acessibilidade física resulta em um planejamento urbano sustentável

(AMARO, 2014).

Constatou-se que melhorias no desenho urbano e usabilidade do espaço, promovem a interação

entre pessoas o conviver e observar a cidade adicionando bem-estar à vida das pessoas, e

intervenções nessa área podem e devem ser pensadas como ferramentas para melhoria da saúde

pública. Pessoas que têm mais contato com áreas verdes no seu dia a dia, por exemplo, reportam

aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas

quanto à mobilidade, cidadãos que conseguem encaixar o transporte ativo (bicicleta,

caminhada) em sua rotina apresentam não somente melhoria da qualidade de vida, mas também

reduzido risco de doenças crônicas como hipertensão, obesidade e diabetes.

3. Exemplos de cidades que tiveram transformações urbanas

3.1 Cheonggyecheon, Seul – Coréia do Sul

Seul, capital da Coréia do Sul, durante quase 20 anos o governo foi encobrindo o córrego

Cheonggyecheon existente e construiu um elevado sobre ele com 16m de largura e 5.6km de

Page 4: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

comprimento se tornando um exemplo de modernidade e com o passar dos anos tornou-se no

local mais barulhento e sujo de Seul. Em 2005 com a finalidade de tornar a cidade moderna e

mais ecologicamente correta, iniciou-se um projeto de revitalização urbana, econômica da

cidade tendo com ponto focal a restauração do córrego recuperando seu valor histórico e

cultural.

O projeto consiste na construção de um parque urbano linear de 5.8km de extensão, 400

hectares em área verde distribuídas ao longo e 80 metros de largura em torno do córrego onde

um conjunto de ações interligadas foram realizadas a iniciar pela demolição da autoestrada

elevada, que criava uma barreira entre a parte sul e norte da cidade e para fazer a integração

entre as duas partes, construiu 12 pontes para pedestres e 10 pontes para carro e pedestre;

Implementou transporte público e ações socioeducativas de desencorajamento do uso de carro

no centro da cidade. A diminuição dos níveis de ruído e da temperatura do entorno, transformou

o lugar em um importe ponto turístico e área de lazer.

“No trabalho de revitalização, mais de 75% do material da demolição da antiga via

foi reutilizado para a construção do parque e reabilitação do córrego. Hoje, peixes,

pássaros e insetos voltaram a povoar o local. E a área em torno do parque é em média

3.6 graus Celsius mais baixa do que em outras partes da cidade. ” (BONETTO,

Bárbara. 2014)

“Além disso, Seul também ampliou a malha de transporte público e fez mudanças no

fluxo dos veículos que circulavam pelo centro da cidade. Como resultado, houve

aumento do número de usuários optando por novos sistemas de transporte e na

mudança de hábitos de viagem.” (BONETTO, Bárbara. 2014)

Figura 1 – Foto com as três fases do Projeto: Antes durante e depois em construção

Fonte: DISARO, Alexandre, 2015.

Page 5: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Figura 2 – Foto com as três fases do Projeto: Antes durante e depois em construção

Fonte: DISARO, Alexandre, 2015

Figura 3 – Vista do córrego. Fonte: LOBO, Renato. 2015

Figura 4 – Vista do córrego. Fonte: LOBO, Renato. 2015

Page 6: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

3.2 Medellín, Colômbia

Medellín, capital da Colômbia, por muitos anos foi uma cidade tomada pelo narcotráfico, sendo

considerada a cidade mais perigosa do mundo com altos índices de homicídios e pobreza. Até

os anos 90 Medellín vivia em um verdadeiro cenário de crise social e política chegando a

contabilizar aproximadamente 6.700 homicídios por ano. Em 1999, um grupo de cerca de 50

pessoas se organiza e forma um movimento cívico independente, o Compromisso Cidadão, e é

aí começou o processo de transformação onde através de um Projeto Urbano Integral (PUI)

somados a outros instrumentos como o Plano de Ordenamento Territorial (POT) e o Plano

Diretor de Zonas Verdes, a transformou socialmente, culturalmente e urbanisticamente se

tornando um exemplo de inovação urbana sendo reconhecida internacionalmente.

“O resultado é uma cidade-modelo de transformação social, na qual a arquitetura

desempenhou um papel primordial: não atua sozinha, é parte de um projeto político

empreendido pelos últimos prefeitos, que busca diminuir as desigualdades sociais com

o lema "Medellín mais educada". A educação é o pilar da transformação social. O

projeto pretende devolver a dignidade às pessoas afetadas pela penosa guerra do

narcotráfico de 1980 e 1990. Medellín decidiu iniciar o caminho para ser uma cidade

mais igualitária, social e culturalmente inclusiva, que respeite suas tradições, mas que

se constrói olhando para o mundo - e a arquitetura resume e reflete essa nova atitude.”

(MAZZANTI, Giancarlo. 2012)

Figura 5 – Vista geral do córrego. Fonte: ROWE, Peter. 2013

Page 7: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Foram propostos e executados planos de melhorias urbanas com várias escalas de abrangência.

A ideia foi realizar uma transformação física do espaço e incorporar, simultaneamente,

componentes culturais e sociais permitindo com o avanço da recuperação de bacias, zonas de

risco ambiental, criação de espaços públicos, habitação de interesse social e políticas mais

eficientes de gestão do solo.

A primeira mudança que ocorreu na cidade foi na Mobilidade Urbana, levando em consideração

que a região é montanhosa, se fez necessário um sistema que se integrasse com a cidade

garantindo a entrada nos bairros e diminuição do tempo de deslocamento e integração

operacional e de preços dos meios de transporte públicos. Incluí ao sistema o ônibus BRT, trens

elevados, micro-ônibus para as áreas mais remotas e ainda teleféricos/metrocable, bicicletas

públicas, revitalização de calçadas, um sistema integrado de ciclovias e escadas rolantes para

fazer as conexões entre as comunidades mais pobres aos locais de empregos formais e o restante

da cidade. O respeito a vida e a diversidade se mostra na presença marcante elementos que

promovem a acessibilidade (para o P.C.D) através de elevadores, rampas, elementos táteis e

sonoros nos ambientes de uso públicos. Quanto ao Meio Ambiente, além de muita arborização

pela cidade, mudanças tecnológicas no sistema transporte público e privado e de melhorias na

qualidade de combustível, alcançou-se menores taxas de poluição de ar.

“O que aconteceu na capital da Colômbia foi a recuperação e implantação de espaços

públicos de qualidade, uma verdadeira lição de como esses espaços, relacionados com

um transporte público de qualidade e uma gestão política comprometida podem fazer

a diferença nas cidades. E o papel dos arquitetos e urbanistas foi fundamental nesse

processo.” (ARQUITETESUASIDEIAS. 2016)

Figura 6 – O metrocable surge como novo meio de transporte que leva até à Biblioteca Parque

Espanha, no alto da montanha. Fonte: MAZZANTI, Giancarlo. 2012

Page 8: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Entre as políticas urbanas que buscam garantir a educação está o plano dos parques-biblioteca,

uma proposta de edifício institucional de espaço urbano onde através da arquitetura desses

elementos foi possível proporcionar nesses espaços púbicos a possibilidade da convivência,

compartilhar serviços, encontros, o diálogo e o intercâmbio.

O projeto se organiza em três volumes que se relacionam por uma praça onde está o nível de

acesso. Cada volume contém uma parte do programa: o auditório, a biblioteca, a zona de aulas

e os espaços culturais. Dessa forma, garante-se que, sem que importe qual evento esteja

acontecendo, os outros espaços possam continuar sendo utilizados. Logo, a praça gera um lugar

de encontro, para atividades culturais e um agradável mirante para a cidade.

Figura 8 – Bicicletas Públicas

Fonte: WANDERLAN, 2015

Figura 7 – Escada Rolante

Fonte: WANDERLAN, Carlos. 2015

Page 9: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Essa proposta possibilita que o espaço esteja constantemente ativo e em uso pela comunidade.

A exemplo a Biblioteca e Parque Espanha, localizada no alto de uma colina. O local, que antes

abrigava uma penitenciária, funciona como um centro comunitário e oferece atividades

profissionalizantes para a comunidade, além de contar com auditório, galeria de arte, área de

lazer para crianças, laboratórios de informática e uma grande área externa que serve também

como mirante.

“Para fazer uma cidade é indispensável formar seus cidadãos. Medellín aposta nisso

permanentemente e os resultados tornam-se visíveis em todo lugar e em todo

momento. De igual forma, urbanismo e arquitetura com sentido de cidadania,

marcando as competências e atributos disciplinares a serviço do desenvolvimento

social, resultam evidentes na cidade em processo de transformação. Lição de

democracia, de inclusão, de participação, de transparência, de equidade, de

organização e de fortaleza de espírito, que permite renascer da desintegração para se

transformar em exemplo de admiração mundial.” (WANDERLAN, Carlos. 2015)

3.3 Madrid, Espanha

Madrid uma das maiores cidades europeias que assim como outras grandes metrópoles enfrenta

problemas comuns como o trânsito e a falta de qualidade de área verde disponível aos

moradores. Diante disso nasce o Projeto Madrid Río, que em 2005 a cidade decidiu investir em

pessoas e não só em carros e uma a forma de fazer isso foi proporcionar outras formas de ocupar

e transitar na área as margens do rio Manzanares fazendo a substituição da avenida na marginal

do rio por um grande parque linear. Área antes dominada por intenso tráfego de carros e

caminhões com estrutura para mais de mil vagas de estacionamento subterrâneo, fora toda

A Esquerda Figura 7 –Biblioteca Parque Espanha, no alto da montanha

Fonte: MAZZANTI, Giancarlo. 2012

A Direita Figura 8 – Vista da Biblioteca Espanha, no alto de Santo Domingo.

Fonte: WANDERLAN, Carlos. 2015

Page 10: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

transformada em uma área de convivência, lazer e de resgate da biodiversidade local e da

qualidade de vida dos moradores da região. Cercada por árvores e pelo próprio rio, permitiu

que as pessoas passeassem ou se deslocassem entre os bairros com segurança. possuindo ainda

dezenas de estações de metrô e trem, que o conectando-se aos bairros mais periféricos e o

trânsito dos veículos foi desviado por túneis subterrâneos. Com 42 quilômetros de extensão, o

espaço concentra diversas opções de lazer como 30km de ciclovia, pista de caminhada, área de

lazer para todas as idades 253 mil metros quadrados de áreas livres que podem ser usadas para

práticas esportivas diversas e eventos culturais, 33 mil novas árvores e 429 hectares de zonas

verdes e como no local existiam diversas construções históricas, como a Puente de Segovia - a

ponte mais antiga da cidade a Ermita Virgen del Puerto e a Puente del Rey, o projeto considerou

sua recuperação para manter a história da cidade em meio ao parque.

“GINÉS GARRIDO Elas não existiam. As margens do rio estavam ocupadas pelas

avenidas e ninguém as percebia. Digamos que, visualmente, o rio existia porque era

possível vê-lo de dentro do carro, mas era um espaço obscuro no sentido de que não

existia enquanto espaço. Uma pessoa não podia chegar perto das margens do rio

porque, logicamente, havia as avenidas dos dois lados mas também as redes de metrô,

trem, as instalações urbanas, canalizações, redes de alta tensão. Todo o fluxo e

movimento de energia, de dados, de pessoas e de carros estava situado nas margens

do rio, e portanto as pessoas não o percebiam. Tampouco existia um sentimento

negativo com ele, é que realmente era impossível chegar no rio com uma avenida de

quatro, cinco pistas de cada lado.” ( IANDOLI, Rafael. 2017)

Figura 9 – vista aérea do rio Manzanares antes do projeto a esquerda e depois a direita. Fonte:

<http://saopaulosao.com.br/exemplos/2695-conheca-o-parque-linear-do-rio-manzanares-em-madrid-

que-substituiu-uma-avenida.html# > 2017

Page 11: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Figura 10 – Vista aérea do rio Manzanares Fonte: http://saopaulosao.com.br/exemplos/2695-conheca-

o-parque-linear-do-rio-manzanares-em-madrid-que-substituiu-uma-avenida.html# 2017

Figura 11 – Vista aérea de lazer Fonte: http://saopaulosao.com.br/exemplos/2695-conheca-o-parque-

linear-do-rio-manzanares-em-madrid-que-substituiu-uma-avenida.html# 2017

Figura 12 – Vista da fonte luminosa. Fonte: http://saopaulosao.com.br/exemplos/2695-conheca-o-

parque-linear-do-rio-manzanares-em-madrid-que-substituiu-uma-avenida.html# 2017

Page 12: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Conclusão

As cidades principalmente as metrópoles, passam por situações parecidas pelo mundo onde a

exploração física para expansão territorial devido principalmente ao adensamento populacional

nos centros urbanos, aliado a larga escala do uso de carros e meios de locomoção poluentes em

geral e a manipulação predatórias do meio ambiente natural, vem transformando o nosso modo

de vida elevando os problemas de saúde pública. Com o alerta dos índices ambientais cada dia

piores vem trazendo e elevando a necessidade de transformações físicas e socioambientais das

cidades e a busca por alternativas que possa equilibrar e resolver o problema da degradação em

contradição ao desenvolvimento buscando reformular áreas mal estruturadas em bolsões de

espaços públicos de convivência e contemplação socioculturais. Constatou-se que melhorias no

desenho urbano proporcionando usabilidade dos espaços públicos, promovem a interação entre

pessoas o conviver e observar a cidade levando bem-estar à vida das pessoas onde intervenções

nessa área podem e devem ser pensadas como ferramentas fundamentais para melhoria da saúde

pública. Para assegurar a sustentabilidade na elaboração de um projeto arquitetônico urbanístico

é fundamental a busca de alternativas viáveis e adequadas as características particulares de cada

lugar. Onde o Arquiteto Urbanista tem que pensar em questões que transcendem os limites da

arquitetura e isso inclui os problemas físicos e sociais que uma obra pode evidenciar tendo a

necessidade da aplicação ao desenho e planejamento urbano multidisciplinar.

Referências

AMARO, Jorge. SUSTENTABILIDADE E ACESSIBILIDADE, Disponível em:

<https://docslide.com.br/documents/livro-sustentabilidade-e-acessibilidade-jorge amaro.html>

Acesso em 20 de fevereiro de 2018

ARAÚJO, Maria Luiza Malucelli. SUSTENTABILIDADE DAS CIDADES: ASPECTOS

CONCEITUAIS. Raega-O Espaço Geográfico em Análise, v. 12, 2006.

ARQUITETESUASIDEIAS. A TRANSFORMAÇÃO URBANA DE MEDELLÍN,

Disponível em: <http://arquitetesuasideias.com.br/2016/04/28/a-transformacao-urbana-de-

medellin/> Acesso em 10 de abril de 2018

BARATTO, Romullo. COMO FAZER CIDADES: O MODELO DE MEDELLÍN,

Archdaily 2013, Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-122788/como-fazer-

cidades-o-modelo-de-medellin> Acesso em 10 de abril de 2018

BONETTO, Bárbara. UMA IMPRESSIONANTE RENOVAÇÃO URBANA EM SEUL,

Disponível em: <https://www.masterambiental.com.br/noticias/cidades-sustentaveis/uma-

impressionante-renovacao-urbana-em-seul/> Acesso em 09 de abril de 2018

Page 13: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

COURB Brasil, CIDADE SAUDÁVEL: A RELAÇÃO ENTRE PLANEJAMENTO

URBANO E SAÚDE PÚBLICA, Archdaily Julho, 2017 Disponível em:

<https://www.archdaily.com.br/br/876411/cidade-saudavel-a-relacao-entre-planejamento-

urbano-e-saude-publica> Acesso em 12 de abril de 2018

DE ANDRADE, Liza Maria Souza; ROMERO, Marta Adriana Bustos. DESENHO DE

ASSENTAMENTOS URBANOS SUSTENTÁVEIS: proposta metodológica. 2004.

DE SOUZA BORGES, Jorge Amaro. SUSTENTABILIDADE & ACESSIBILIDADE:

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, INCLUSÃO E DIREITOS DA PESSOA COM

DEFICIÊNCIA-PRÁTICAS, APROXIMAÇÕES TEÓRICAS, CAMINHOS E

PERSPECTIVAS!. OAB Editora, 2014.

DISARO, Alexandre. O RENASCIMENTO DE CHEONGGYECHEON, 2015. Disponível

em: <http://www.viveraviagem.com.br/cheonggyecheon/ > Acesso em 09 de abril de 2018

GAETE, Constanza Martínez. CINCO CIDADES QUE SE DESTACAM POR SEUS

PLANOS DE INOVAÇÃO URBANA, Archdaily 2016, Disponível em:

<https://www.archdaily.com.br/br/788897/5-cidades-que-se-destacam-por-seus-planos-de-

inovacao-urbana> Acesso em 04 de abril de 2018

GAETE, Constanza Martínez. SEIS CIDADES QUE TROCARAM SUAS RODOVIAS

POR PARQUES URBANOS , Archdaily 2014, Disponível em:

<https://www.archdaily.com.br/br/601277/6-cidades-que-trocaram-suas-rodovias-por

parques-urbanos> Acesso em 09 de abril de 2018

GAETE, Constanza Martínez. SETE CIDADES QUE ESTÃO TRANSFORMANDO SEUS

RIOS EM NOVOS ATRATIVOS URBANOS, Archdaily 2016, Disponível em:

<https://www.archdaily.com.br/br/794544/7-cidades-que-estao-transformando-seus-rios-em-

novos-atrativos-urbanos> Acesso em 07 de abril de 2018

IANDOLI, Rafael. JOSÉ, Orenstein. COMO REVITALIZAR AS MARGENS DE UM RIO

MUDOU A CAPITAL DA ESPANHA, Disponivel em:

<https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/09/24/Como-revitalizar-as-margens-de-um-

rio-mudou-a-capital-da-Espanha> Acesso em 15 de abril de 2018

MAZO, Liliana María. O ESPAÇO PÚBLICO NAS INTERVENÇÕES URBANAS EM

ASSENTAMENTOS POPULARES DE MEDELLÍN - COLÔMBIA

TRANSFORMAÇÕES NO COTIDIANO DA POPULAÇÃO, Disponível em: <

http://www.favelasaopaulomedellin.fau.usp.br/wp-content/uploads/2016/09/Mazo-

Ballesteros_iv-enanparq.pdf > Acesso em 03 de abril de 2018

MAZZANTI, Giancarlo. NA SÉRIE CONVERSAS URBANAS, GIANCARLO

MAZZANTI ESCREVE SOBRE MEDELLÍN, CIDADES E VIOLÊNCIA, Revista AU:

Page 14: Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental · aumento de bem-estar, diminuição no estresse e menor risco de obesidade e doenças cardíacas quanto à mobilidade,

Arquitetura no papel transformador sociocultural e ambiental

Dezembro/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 16 Vol. 01 Dezembro/2018

Edição 222 - Setembro/2012 Disponível em: < http://au17.pini.com.br/arquitetura-

urbanismo/222/artigo266279-1.aspx > Acesso em 03 de abril de 2018

OLIVEIRA, Hamilton. SUSTENTABILIDADE E ACESSIBILIDADE, Disponível em:

<http://www.casadaptada.com.br/2015/01/sustentabilidade-e-acessibilidade/> Acesso em 20

de fevereiro de 2018

ROWE, Peter. OS RESULTADOS E A HISTÓRIA DO PROJETO DE RESTAURAÇÃO

DO CHEONGGYECHEON. SEUL, QUE DERRUBOU UMA VIA EXPRESSA

ELEVADA E PROPÔS UM ESPAÇO DE LAZER EM TORNO AO CÓRREGO. Revista

AU: PINI. São Paulo, edição, v. 234, 2013

ROWE, Peter. OS RESULTADOS E A HISTÓRIA DO PROJETO DE RESTAURAÇÃO

DO CHEONGGYECHEON, EM SEUL, QUE DERRUBOU UMA VIA EXPRESSA

ELEVADA E PROPÔS UM ESPAÇO DE LAZER EM TORNO AO CÓRREGO,

Disponível em: <http://au17.pini.com.br/arquitetura urbanismo/234/restauracao-do-

cheonggyecheon-seul-coreia-do-sul-296126-1.aspx> Acesso em 10 de abril de 2018

SIQUEIRA, Mariana.VIAS MARGINAIS DE RIO MANZANARES SÃO

ENTERRADAS PARA CRIAÇÃO DE PARQUE LINEAR EM MADRI, ESPANHA,

Disponível em: http://au17.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/212/vias-marginais-de-rio-

manzanares-sao-enterradas-para-criacao-de-240789-1.aspx> Acesso em 15 de abril de 2018

TANSCHEIT, Paula. COMO OS PLANOS DE MOBILIDADE URBANA AFETAM A

VIDA NAS CIDADES, Archdaily Março, 2018 Disponível em:

<https://www.archdaily.com.br/br/891216/como-os-planos-de-mobilidade-urbana-afetam-a-

vida-nas-cidades> Acesso em 10 de abril de 2018

TRENTINI, Sergio. QUAL A INFLUÊNCIA DAS CIDADES NA PROMOÇÃO DA

SAÚDE DE SEUS MORADORES?, Archdaily Março, 2018 Disponível em:

<https://www.archdaily.com.br/br/801497/qual-a-influencia-das-cidades-na-promocao-da-

saude-de-seus-moradores> Acesso em 12 de abril de 2018