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THE SOCIOCULTURAL TRADITION UNIT VIII Simone Carvalho| Simone Gardinali Navacinsk

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THESOCIOCULTURAL

TRADITIONUNIT VIII

Simone Carvalho| Simone Gardinali Navacinsk

Apresentação

A tradição sociocultural, surgida no século XIX, representa o momento em que a sociologia e a antropologia passaram a se preocupar com os problemas concernentes à comunicação, teorizada como um “processo simbólico que produz e reproduz padrões socioculturais compartilhados” (Craig 1999: 144).

Apresentação

Nessa tradição, a comunicação procura explicar como a ordem social (um macroprocesso) é criada, produzida, sustentada e transformada por meio de microprocessos de interação. Um dos grandes problemas dessa tradição é encontrar o equilíbrio entre produção e reprodução, níveis micro e macrossociais, interação e estrutura, cultura particular e lei universal.

Apresentação

Vistos com base nessa tradição, os problemas da comunicação preocupam-se

em discutir as questões relativas ao espaço e ao tempo, aos conflitos e às tensões sociais, às mudanças tecnológicas, à cultura urbana

e, mais recentemente, à cultura pós-moderna e à globalização.

Apresentação

As palavras “sociedade”, “estrutura”, “prática”, “ritual”, “regra”, “socialização”, “cultura”, “identidade”, “construção” são recorrentes em seu jargão. A tradição sociocultural da comunicação adquire relevância ao reforçar as noções de que os indivíduos são produtos de seu meio social; de que cada sociedade possui sua própria cultura; de que as ações sociais podem ter efeitos inesperados, transformando a ordem das coisas.

Apresentação

Por outro lado, torna-se desafiadora ao colocar ênfase na ação e na responsabilidade individuais, questionando a crença na identidade do “eu” e na existência de uma ordem natural e imutável da sociedade, além de apontar para as diferenças radicais que constituem os indivíduos.

CRAIG;MULLER

Como a função da comunicação faz para produzir, manter, e mudar formações sociais variando a partir de pequenos grupos para o sistema global?

Como que variações na cultura e na sociedade afetam a comunicação?

Como são conduzidas as interações entre membros individuais da sociedade?

Como os indivíduos se relacionam para coletividade de larga-escala e processos sociais?

CRAIG;MULLER

A sociedade seria impossível sem comunicação.

Da mesma forma, a comunicação seria impossível ou severamente limitada naausência de padrões comuns de ação e significado que permitem compreensão mútua, isto é, na ausência da sociedade e de uma cultura comum.

CRAIG;MULLER

Ao contrário das teorias sociopsicológicas da comunicação, que são numerosas mas bastante uniformes em suas suposições metateóricas...

a abordagem sociocultural varia transversalmente com diferentes estilos teóricos.

Uma distinção chave que ajuda a explicar a diversidade nesta tradição é a distinção entre abordagens macro e microssociais.

CRAIG;MULLER

MACROTeorias macrossociais, tais como o funcionalismo (Merton, 1957) e o estruturalismo (Lévi-Strauss, 1963) vendo a comunicação de um grande ponto de vista da sociedade como um todo.

Sistema de funcionamento coletivamente produzido, propriedades emergentes como a cultura e a estrutura de classe social que não podem ser totalmente explicadas em termos de indivíduo ou comportamento de pequenos grupos.

Grande escala, tais como forças sociais como a urbanização, a concorrência da economia, a disseminação de novas tecnologias que determinam o comportamento agregado de indivíduos e grupos.

(Poster; Cameron)

MICRO

Teorias microssociais como o interacionismo simbólico (Blumer,1968) e a etnometodologia (Garfinkel, 1967/1987) para examinar os detalhes do indivíduo e da participação em grupo na vida Social.

Teorias microssociais cresceram a partir da sociologia e da psicologia social.

A ação individual e criatividade tornam-se mais aparente.

Indivíduos fazem escolhas estratégicas em resposta a circunstâncias sociais particulares.

(Mead; Taylor, Groleau, Heaton, & Van Every)

Alguns teorias são exclusivamente macro ou micro enquanto alguns, como por exemplo a teoria da estruturação (Giddens, 1984), tentam combinar ambas abordagens.

George Herbert Mead “Mind, Self, and Society” (1934)

Processo em que Mente, Self e Sociedade desenvolvem-se em conjunto através da interação simbólica.

Como a comunicação forma a identidade individual, tornando tanto a individualidade e a comunidade social possíveis, esta é a pergunta no coração desta investigação.

A teoria semiótica foi uma influência importante em Mead.

George Herbert Mead “Mind, Self, and Society” (1934)

Engajar-se em comunidade não é algo que leva a perder a individualidade. Só se pode se tornar um indivíduo (no sentido de terum auto-conceito único) como membro de uma comunidade, engajando-se com os outros em atividade cooperativa.

A teoria de Mead move-se de uma visão micro em direção a uma visão macro de sociedade, mostrando como a interação simbólica entre os indivíduos produz ordem social.

George Herbert Mead “Mind, Self, and Society” (1934)

Um ideal, uma verdadeira sociedade democrática para Mead seria aquela em que cada membro desenvolveu a sua própria individualidade ao máximo, realizando-se em suas funções sociais particulares, tendo simultaneamente as atitudes de todos os outros em sociedade que pode ser afetada.

Uma sociedade perfeita seria caracterizada por uma comunicação perfeita.

“Mind, Self, and Society”

MENTEA mente pode ser definida como o processo de interacção da pessoa com o seu próprio eu.

A capacidade de usar símbolos significativos para respondermos a nós mesmos leva à possibilidade de experiências interiores que podem ou não ser consumados na conduta manifesta.

Refletir envolve hesitação (protelar a ação aberta) enquanto a pessoa interpreta conscientemente, atribui significado aos estímulos e examina possíveis ações alternativas.Para Mead a reflexão mental é que fornece o fundamento lógico para ver a pessoa como um ator e não como um reator passivo. Os seres humanos constróem literalmente o acto antes de o consumarem.

(SOUSA, 2015)

“Mind, Self, and Society”

SELFAfirmar que uma pessoa tem um eu sugere que o indivíduo pode actuar em relação a si mesmo, tal como pode atuar em relação aos outros.

Uma das principais contribuições de Mead é, portanto, o conceito do outro generalizado. É através desta consciência dos papéis, sentimentos e valores dos outros que toma forma nas nossas mentes o outro generalizado. Este é aproximadamente equacionado com os padrões ou valores da comunidade.

O outro generalizado é o papel unificado em decorrência do qual o indivíduo passa a ver-se a si mesmo. É a percepção do indivíduo do modo global como os outros o vêem. O conceito de eu será finalmente organizado e unificado através da internalização desse outro generalizado.

Tomando repetidamente o papel de outro generalizado, uma pessoa desenvolve o conceito do eu — da espécie de pessoa que é —, ao mesmo tempo que aplica repetidamente os julgamentos deste outro generalizado às suas próprias ações. A falha em desenvolver esta capacidade para adotar o ponto de vista de outrem — ou assumir o papel de outrem — parece fazer claudicar o desenvolvimento da personalidade.(SOUSA, 2015)

“Mind, Self, and Society”

SOCIEDADEBasicamente, a sociedade ou vida em grupo é um aglomerado de comportamentos cooperativos exibidos por parte dos seus membros.

Existem duas importantes funções na cooperação humana.Em primeiro lugar, uma pessoa deve chegar a entender as intenções do outro comunicador.

Assim, a cooperação consiste em «ler» as ações e intenções da outra pessoa e em responder de um modo apropriado. Isso é a essência da comunicação interpessoal, e essa noção de resposta mútua com o uso da linguagem faz do interacionismo simbólico uma teoria vital da comunicação.

Por outro lado, os seres humanos fazem uso de símbolos na sua comunicação. As pessoas levam a efeito conscientemente um processo de manipulação mental, demorando a resposta e atribuindo significado aos gestos de outras. O símbolo é interpretado pelo receptor.

(SOUSA, 2015)

George Herbert Mead OS FUNDAMENTOS E FUNÇÕES DO

PENSAMENTO SOCIAL E COMUNICAÇÃO

Da mesma forma sócio-fisiológica que o indivíduo humano se torna consciente dele mesmo, também se torna consciente de outro indivíduo.

Sua consciência tanto de si mesmo e de outros indivíduos é igualmente importante para seu próprio auto-desenvolvimento e para o desenvolvimento da sociedade organizada ou grupo social a que pertence.

George Herbert Mead OS FUNDAMENTOS E FUNÇÕES DO

PENSAMENTO SOCIAL E COMUNICAÇÃO

O princípio é tão básico - a organização social humana é a da comunicação envolvendo a participação do outro.

Este requer a aparência do outro no eu (SELF), a identificação do outro com o eu, o alcance da autoconsciência através do outro.

George Herbert MeadOS FUNDAMENTOS E FUNÇÕES DO

PENSAMENTO SOCIAL E COMUNICAÇÃO

No grupo humano, a pessoa que usa um gesto e assim o comunica assume a atitude de outro indivíduo, chamando-o no outro.

Ele próprio está no papel do outro e assumindo este papel, é capaz de voltar sobre si mesmo e assim dirigir o seu próprio processo de comunicação.

É este controle da resposta que exerce sobre si mesmo e tendo o papel do outro que leva ao valor deste tipo de comunicação a parti do ponto de vista da organização da conduta do grupo.

Processo de cooperação.

George Herbert Mead OS FUNDAMENTOS E FUNÇÕES DO

PENSAMENTO SOCIAL E COMUNICAÇÃO

E assim é que o controle social, como operacional em termos de auto-crítica, exerce-se tão intimamente e extensivamente sobre o comportamento individual ou conduta, que serve para integrar o indivíduo e suas ações para o processo social em que ele é implicado.

Auto-crítica é essencialmente crítica social, e comportamento controlado por auto-crítica é essencialmente o comportamento controlado socialmente.

George Herbert Mead OS FUNDAMENTOS E FUNÇÕES DO

PENSAMENTO SOCIAL E COMUNICAÇÃO

O grau em que a vida de toda comunidade pode entrar na vida auto-consciente dos indivíduos varia enormemente.

Tal consideração explica a importânciada história.

Uma comunidade que não tenhanenhum interesse comum, nenhuma atividade cooperativa, é aquela com o qual você não conseguirá se comunicar.

(Religião, Guerra, Interesses econômicos - atitude de cooperação)

George Herbert Mead OS FUNDAMENTOS E FUNÇÕES DO

PENSAMENTO SOCIAL E COMUNICAÇÃO

O processo de comunicação é, então, em um sentido mais universal do que estes diferentes processos cooperativos. É o meio através do qual estas atividades cooperativas podem ser exercidas na sociedade auto-consciente.

O processo de comunicação não pode ser configurado como algo que existe por si só, ou como pressuposto do processo social.Pelo contrário, o processo social é pressuposto , a fim de tornar o pensamento e a comunicação possíveis.

George Herbert Mead OS FUNDAMENTOS E FUNÇÕES DO

PENSAMENTO SOCIAL E COMUNICAÇÃO

O desenvolvimento da comunicação não é simplesmente uma questão de idéias abstratas, mas é um processo de colocar um indivíduo no lugar da atitude do outro,comunicando-se através de símbolos significativos.Este símbolo que o gesto que afeta os outros, deve afetar o próprio indivíduo no mesmo caminho.

Esse sistema de comunicação pode serteoricamente perfeito - o indivíduo afeta a si mesmo como ele afeta os outros em todos os sentidos.Isso seria o ideal de comunicação, umideal alcançado em discurso lógico onde quer que seja entendido.

George Herbert Mead OS FUNDAMENTOS E FUNÇÕES DO

PENSAMENTO SOCIAL E COMUNICAÇÃO

É possível para o indivíduo desenvolver suas próprias peculiaridades, aquilo que o individualiza, e ainda ser um membro de uma comunidade, desde que ele seja capaz de levar uma atitude daqueles a quem ele afeta.

CONTRIBUIÇÕES

Os três conceitos cardeais na teoria de Mead - sociedade, eu e mente – não são distintos - são ênfases diferentes sobre o mesmo processo geral: o ato social.

O homem é um ator e não um reator.

O ato social é um conceito abrangente..Os atos começam com um impulso; envolvem percepção e, atribuição de significado, repetição mental e ponderação de alternativas na cabeça da pessoa, e consumação final.

(SOUSA, 2015)

CONTRIBUIÇÕESTal matriz de pensamento traz, em seu bojo, uma lógica dialética para suas reflexões sobre a relação do homem com a sociedade, contrapondo-se à visão essencialista de um sujeito que cria mundos e que age autonomamente por meio de uma consciência que precede a experiência, enclausurada numa razão solitária muito presente na filosofia moderna.

Os autores rompem com essa concepção de razão ao introduzirem o agir como mecanismo integrado ao pensamento e à consciência. Desse modo, puderam avançar na superação da filosofia do objeto (da consciência) se aproximando de uma filosofia da linguagem, ao enfatizarem que a formação do sujeito se assenta na intersubjetividade, porque o processo de individuação, do qual ele emerge, percorre uma rede de interações sociais mediadas pela linguagem.

(Sant’Ana, 2015)

CONTRIBUIÇÕES

Referências ou pertenças do sujeito a determinados universos socioculturais orientam as suas ações no mundo, conformando padrões de interação intersubjetiva mediados por elementos da totalidade social.

Essa é uma linha comum a essas perspectivas teóricas, que geraram um remanejamento de questões significativas relativas à subjetividade, promovendo o rompimento com o dualismo cartesiano ao radicar a razão em situações concretas.

(Sant’Ana, 2015)

CONTRIBUIÇÕESMead (1967) também parte de pressupostos semelhantes no desenvolvimento de sua análise do ato social. O autor compreende ato social como a atividade coordenada de um grupo de organismos para atingir um mesmo fim, estendendo-o para a experiência humana.

O que diferencia sua abordagem das clássicas análises do comportamento, de base positivista, é sua recusa de que a compreensão do ato social pode ser feita a partir da soma dos atos isolados que o compõe.

Segundo a perspectiva téorico-metodológica meadiana, devemos buscar o sentido do ato social, o conjunto de atos que compõe uma totalidade portadora de significações, e não do ato isolado em si.

Na mesma lógica de raciocínio de Vigotski, entende Mead que a unidade do ato social deve ser buscada em um conjunto de significações sociais que mediam as ações dos indivíduos na interação face a face.

(Sant’Ana, 2015)

CONTRIBUIÇÕESNesta perspectiva, Mead (1967) concebe que a

mais completa significação do ato social envolve compreendê-lo enquanto relação social que

condensa elementos de uma totalidade social.

A compreensão dos sinais, gestos e falas dos sujeitos participantes no ato social não decorre da

simples observação das ações dos indivíduos interatuantes, em díades ou grupo, mas de seu embricamento com um mundo mais amplo de

relações sociais, a lhes oferecer significação para a realidade experienciada .

Cada ato envolve muito mais do que está incluído na expressão verbal e gestual de quem o

emite.Para o autor, o ato isolado não tem sentido para a análise, pois todo ato implica aqueles que o antecedem e todos os que o sucedem (Sant’Ana,

2002, 2004b).

(Sant’Ana, 2015)

ReferênciasSant’Ana, Ruth Bernardes de (2007).A dimensão social na formação do sujeito na psicologia. Memorandum, 12, 125-142. Retirado em / / , da World Wide Web http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a12/santana01.htm. Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/a12/santana01.htm

SOARES, Rosana de Lima.Margens das mídias: comunicação, linguagem e discurso. In: Revista Comunicação, Mídia e Consumo. São Paulo: Escola Superior de Propaganda e Marketing, vol 3, n.7, p.131-146, julho 2006. Disponível em: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/comunicacaomidiaeconsumo/article/viewFile/5201/4829. Acesso em 31/05/2015.

Sousa, J. Francisco Saraiva de. Interaccionismo Simbólico e Comunicação LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E INTERACÇÃO SIMBÓLICA. Disponível em: http://cyberdemocracia.blogspot.com.br/2007/07/interaccionismo-simblico-e-comunicao.html

OUTROShttp://www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/viewFile/645/521

http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/539-0.pdf